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ACHADOS ANATOMOPATOLÓGICOS DE HIDROCEFALIA EM NEONATO FELINO

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ACHADOS ANATOMOPATOLÓGICOS DE HIDROCEFALIA EM 
NEONATO FELINO – RELATO DE CASO 
SILVA, I.L.M.1; GOMES, C.M.C.2; GOMES, K.M.C.2 SANTOS, F.L.2 
1 Universidade Federal Rural de Pernambuco; Departamento de Medicina Veterinária, 
iallisilva916@gmail.com; 
2 Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Medicina Veterinária. 
 
RESUMO 
A hidrocefalia é uma condição em que ocorre acúmulo de líquido cefalorraquidiano (LCR) 
no crânio, resultante de um distúrbio na síntese, drenagem e reabsorção do LCR. O 
seguinte trabalho tem como objetivo relatar os achados anatomopatológicos de um felino 
necropsiado no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal Rural de 
Pernambuco, que padeceu com hidrocefalia em que foi observado os achados 
macroscópicos do encéfalo e histórico do paciente para diagnóstico. 
 
Palavras-chaves: Crânio; giros corticais; líquido cefalorraquidiano; necropsia. 
INTRODUÇÃO 
A hidrocefalia é uma condição caracterizada pelo acúmulo de líquido cefalorraquidiano 
(LCR) no crânio que leva à dilatação progressiva dos ventrículos laterais, que pode resultar 
em perda e degeneração do tecido encefálico, pela presença de um distúrbio na síntese, 
drenagem e reabsorção do LCR (Oliveira e Leal, 2018). 
A hidrocefalia pode ocorrer de duas formas, que pode ser primária (congênita) ou 
secundária (adquirida). Na hidrocefalia congênita, os sinais clínicos geralmente são 
evidentes desde o nascimento, destacando-se o estrabismo ventrolateral bilateral, as 
alterações no comportamento e no nível de consciência, o andar em círculos, as crises 
convulsivas, a cegueira cortical, além do aumento do tamanho do crânio com fontanelas 
abertas (Lorenz et al. 2011). Em contrapartida, a hidrocefalia adquirida costuma ser 
secundária a condições que causam obstrução total ou parcial do LCR, estão incluídas as 
neoplasias, traumatismos, edemas cerebrais ou infecções que resultem em encefalite ou 
meningite (Oliver et al. 1997). 
Objetivou-se com esse trabalho relatar e descrever os achados macroscópicos de um caso 
de neonato felino diagnosticado com hidrocefalia. 
 
RELATO DE CASO 
Foi recebido um felino, fêmea, 24 dias de idade, sem raça definida para realização de 
exame necroscópico pelo Laboratório de Patologia Animal do Hospital Veterinário 
Universitário da UFRPE. Com histórico de que havia sido resgatado e passou a residir em 
ambiente sem contactantes, sem acesso à rua e era alimentado por meio de substitutos de 
 
 
 
 
leite. Os tutores então observaram que o animal era apático, com períodos prolongados de 
sono, não crescia e tinha dificuldade ao andar. Nos dias anteriores ao óbito, o animal 
rejeitou alimentação e começou a ter comportamento agressivo. 
 
A partir dos achados macroscópicos do exame de necropsia, observou-se que o animal 
possuía escore corporal dois numa escala de cinco. As mucosas oculares, oral e anal 
estavam pálidas. Em cavidade torácica, observou-se pulmão com áreas pálidas em 
bordos (enfisema). Na cavidade abdominal, notou-se baço e fígado congestos, rim com 
discreta coloração avermelhada em região corticomedular e o parênquima possuía áreas 
irregulares e manchas pálidas. Além disso, na análise do sistema nervoso central, foi 
observado que o encéfalo não possuía giros bem evidenciados, associado a acúmulo de 
líquido que fluiu durante a abertura da calota craniana. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Achados anatomopatológicos de hidrocefalia em felino. A) Vista dorsal de 
encéfalo com giros corticais pouco evidenciados. B) Vista dorsal do encéfalo com giros 
corticais pouco evidenciados. 
DISCUSSÃO 
A hidrocefalia ocorre com maior frequência em animais filhotes, em sua forma congênita. 
Essa alteração é mais comum em raças de pequeno porte de acordo com Silva et al. (2016) 
e Quessada et al. (2014). A disfunção envolvendo adsorção e eliminação do líquido 
cefalorraquidiano analisadas no relato, acarretou na descoordenação ao andar e atraso no 
crescimento por consequência do aumento da pressão intracraniana que gera danos aos 
tecidos neurológicos por compressão (Amude et al. 2013; Quessada et al. 2014). 
Lourenço e Ferreira (2015) citam que animais com problemas na calota craniana tornam-
se mais sensíveis a traumas, aumentando o risco de lesões e complicações, o que foi mais 
um agravante neste paciente felino do relato por apresentar incoerência motora levando a 
um quadro sucessível para a doença. 
Segundo Neto (2015) e Ecco et al. (2016) descrevem que um dos achados patológicos 
característicos de hidrocefalia congênita são os achatamentos dos giros corticais, como 
ocorreu no felino citado, semelhante a outros casos descritos (Silva et al. 2016; Balaminut 
et al. 2017), no qual não demonstrava os giros no encéfalo bem desenvolvidos. 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A partir do exposto e da comparação com o que foi achado em literatura, conclui-se que 
felinos filhotes estão mais predispostos a hidrocefalia e que diante dos achados 
macroscópicos e sinais clínicos do paciente, foi possível diagnosticar um caso de 
hidrocefalia em um gato de 24 dias. 
 
REFERÊNCIAS 
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ALFIERI, A.A. Therapeutic usage of omeprazole and corticoid in a dog with 
hydrocephalus unresponsive to conventional therapy. 
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BALAMINUT, L.F.; PIRES, A.C.M.; TRONCARELLI, M.Z. Hidrocefalia Congênita canina 
seguida de Hiperadrenocorticismo Latrogênico: Revisão de Literatura e Relato de 
Caso. Veterinária e Zootecnia, v.24, p.639-649, 2017. 
 
ECOO, R.; VIOTT, A.M.; GRAÇA, D.L.; ALESSI, A.C. Sistema Nervoso, p. 806-808. In: 
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p.346-383, 2011 
 
LOURENÇO, M.L.; FERREIRA, H. Doenças do Neonato, p. 1301-1306. In: Jericó 
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gatos. 1º ed. Roca, Rio de Janeiro, 2015. 
 
NETO, J.P.A. Malformações, p. 6119-6130. In: JERICÓ M.M., NETO J.P.A.; KOGIKA M.M. 
(Eds), Tratado de Medicina Interna de cães e gatos. 1º ed. Roca, Rio de Janeiro, 2015. 
 
OLIVEIRA, S.P.; LEAL, D.R. Hidrocefalia em cães –relato de caso. Anais do simpósio 
ICESP, v.14, p.1646-1653, 2018. 
 
OLIVER, J.J.E.; LORENZ, M.D.; KORNEGAY, J.N. In. Handbook of veterinary neurology. 
Philadelphia: W.B. Saunders, p.274-312, 1997. 
 
QUESSADA, A.M., ZAMARIAN, T.P., PAULA D.S., RIBEIRO R.C.L.; DIAS, S.H.F. 
Hidrocefalia em cão: Relato de Caso. Enciclopédia Biosfera, v.10, p.1154-1162, 2014. 
 
SILVA, S.A.; CASTRO, M.R.; WILSON, T.M.; RONCHI, A.A.M.; COSTA, F.R.M. 
Hidrocefalia congênita em cão: Relato de caso. Enciclopédia Biosfera, v.13, p.580-
586, 2016.

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