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Plasmodium spp.
P. falciparum: febre terçã maligna, com acessos de feris
a intervalos de 36 a 48h;
P. vivax: febre terçã benigna, ciclo de 48h;
P. ovale: febre terçã benigna, ciclo de 48h – continente
africano;
P. malariae: febre quartã benigna, ciclos de 72h.
Ciclo biológico – hospedeiro vertebrado 
Inicia-se com a picada do Anopheles que inocula no
hospedeiro, junto com a saliva, a forma infectante do
Plasmodium. O esporozoítas entram na corrente
sanguínea e chegam ao fígado, onde invadem os
hepatócitos dando inicio a esquizogonia pré-
eritrocitária.
No fim de 5 a 6 dias (dependendo da espécie), a
ruptura d a membrana circundante em cada
esquizonte da origem a milhares de merozoítas nos
sinusóides dos hepatócitos.
O P. vivax pode permanecer latente no hepatócito –
hipnozoítas, que podem se romper meses depois,
constituindo as “recaídas”.
Os merozoitas invadem as hemácias, iniciando o
esquizonia eritrocitária. Cada merozoita diferencia-se
em tropozoítas que por divisão celular da origem a
esquizontes eritrocitários e, em seguida, merozoitas.
Ao romper-se as hemácias os merozoítas ficam livres
na circulação e penetram novos eritrócitos. Alguns
poucos merozoitas transformam-se em gametócitos
masculinos (microgametócitos) e femininos
(macrogametócitos), forma sexuada do parasita.
Ciclo biológico – hospedeiro invertebrado 
A fêmea do Anopheles que suga o sangue do portador de
malária contamina-se com hemácias contendo todas as
formas do parasita, mas somente os gametócitos
sobrevivem.
Os gametocitos dão origem a macrogametas e
microgametas que a partir da fecundação formam um
zigoto, que por movimento ameboides (oocineto), desloca-
se e fixa-se na no epitélio e na membrana basal do
estomágo, passando a receber o nome e oocisto.
Cada oocisto sobre esquizogonia dando origem a milhares
de esporozóítas que migram e se alojam nas glândulas
salivares dos Anopheles.
O intervalo entre o
momento da infecção e o
momento a partir do qual é
possível detectar os
parasitar no sangue
periférico é denominado
pré-patente. O período
subpatente compreende o
intervalo entre a infecção e
a presença do parasita nas
hemácias, mas em numero
insuficiente para serem
detectados por métodos
usuais.
Anotações: 
Morfologia e patologia - MALÁRIA
A malária é uma doença sistema que provoca alterações em
múltiplos órgãos. As alterações fisiológicas iniciam-se com o
ciclo eritrocítico. Há variação de acordo com a espécie:
• P. vivax: invade aprox. 10000 hemácias, apenas eritrócitos
senescentes.
• P. malariae: 2000 merozoítos são liberados, infecta
somente reticulócitos;
• P. falciparum: invade cerca de 40000 eritrócitos, sem
preferencia.
Anoxia tecidual: resultante da destruição da massa
eritrocitária, tanto parasitadas quanto normais, de forme intra
e extravascular.
Alteração esplênica: geralmente cursa com esplenomegalia,
resultante de hiperplasia e hipertrofia dos tecidos esplênicos,
o que reflete sua intensa atividade fagocitária e imunológica.
Distúrbios cerebrais e vasculares: A circulação
cerebral é impactada por uma série de fatores:
vasodilatação secundária à hipertermia, anemia,
hipóxia, acidose metabólica e liberação de óxido
nítrico (NO), muitas vezes mediada por TNF. Esse
aumento do fluxo sanguíneo cerebral pode gerar
hipertensão intracraniana, levando a sintomas
como convulsões, alterações neurológicas e até
morte. Em outras áreas, ocorre vasoconstrição
arteriolar com dilatação capilar, o que agrava a
anóxia local.
Comprometimento hepático: A presença de
hemácias infectadas nos sinusoides hepáticos,
junto com a ativação e proliferação das células de
Kupffer, pode levar à congestão, degeneração
celular e prejuízo do fluxo sanguíneo hepático,
promovendo hipóxia e alterações morfofuncionais
no órgão.
Comprometimento pulmonar: Casos leves
envolvem hipoxia e alterações respiratórias
discretas, enquanto infecções graves podem evoluir
para bronquite, infiltrados pulmonares, derrame
pleural ou, nos casos mais severos, para síndrome
do desconforto respiratório agudo (SDRA).
Medula óssea: suspensão da eritropoese pela
liberação de citocinas inibitórias – contribui para a
anemia. Mielossuspensão transitória – afeta
produção de leucócitos e plaquetas. Reticulocitose
tardia, aumento de reticulócitos só nas fases mais
avançadas ou após o tratamento.
Malária cerebral: Resulta da
obstrução do fluxo sanguíneo
cerebral, associada a lesões
inflamatórias e imunes no TN. O
processo envolve disfunções da
coagulação e aumento da
permeabilidade da BHE.
Citoaderência e formação de
rosetas: somente na malária
por P. falciparum. À medida que
o parasito amadurece no
interior do eritrócito, proteínas
são expressas na superfície da
célula, formando estruturas
chamadas “knobs”, que aderem
a moléculas endoteliais como
ICAM-1, ELAM-1 e VCAM-1. Essa
adesão causa obstrução capilar,
especialmente em órgãos como
cérebro, rins, pulmões e
placenta. Paralelamente,
eritrócitos infectados se ligam a
hemácias normais, formando
rosetas que também
contribuem para o bloqueio do
fluxo sanguíneo. Esse
mecanismo de sequestro celular
leva a hipóxia local, acidose
lática e, em casos graves,
falência orgânica.
Aspecto clínico - MALÁRIA
Depois dessa sintomatologia inicial, que pode durar
alguns dias, a febre surge intermitentemente, conforme
o tempo do ciclo eritrocítico de cada espécie de
Plasmodium, visto que ela se correlaciona à ruptura dos
eritrócitos e à liberação de merozoítas na corrente
sanguínea. Entretanto, nem sempre há regularidade
nesses picos febris, pois são necessários alguns ciclos
para se chegar ao padrão relatado. Além disso, o
paciente pode ter sido inoculado com esporozoítos em
momentos distintos e, portanto, possuir parasitos em
diferentes estágios evolutivos dentro do seu organismo.
P. vivax (terçã benigna):
envolvimento cerebral raro;
pode haver tontura,
vertigem, desorientação e
síncope.
P. Falciparum (terçã
maligna): confusão,
convulsões,coma, anemia e
icterícia, insuficiência renal
aguda, edema pulmonar e
síndrome de angustia
respiratória, hipoglicemia e
acidose metabólica.
P. malariae (quartã
benigna): parasitemia baixa
e persistente, quadro
clinico leve e crônico. Pode
causar complicações como
síndrome nefrotica crônica,
anemia leve a moderada e
esplenomegalia
persistente.
Crianças: febre irregular ou
contínua; convulsões mais
frequentes. Pode causar
atraso no crescimento,
prejuízo neurocognitivo,
anemia,
hepatoesplenomegalia,
distúrbios digestivos.
Na malária, os sintomas variam com a espécie e a cepa do
plasmódio, bem como a resistência ou imunidade do paciente.
Difere também com as regiões geográficas e outros fatores. O
tempo decorrido entre a incubação dos esporozoítas e o
aparecimento dos trofozoítas pela primeira vez, nos exames
de sangue, denomina-se período pré-patente (P. falciparum e
P. vivax: cerca de 7 a 10 dias; P. malariae: até 18 a 30 dias).
Já a duração da fase pre-́clínica (início até o aparecimento dos
sintomas) oscila em torno de 12 dias na terçã maligna (9 a 15
dias de incubação), 14 dias na terçã benigna (10 a 20 dias de
incubação) e 30 dias na febre quartã (incubação de 20 a 40
dias.
Inicio da doença
Antes que surjam os acessos febris picos, o paciente pode
apresentar sintomas prodrômicos que consistem em dores de
cabeça, mal-estar, dores pelo corpo e ligeira elevação da
temperatura, especialmente nas infecções pelo P. vivax. O
início costuma ser súbito, principalmente com P. falciparum e
P. malariae.
Acesso malárico
Os sinais e sintomas característicos da malária envolvem a
tríade de febre, calafrios e sudorese. Inicia-se com calafrios
que podem durar até 1 hora, o paciente fica pálido, cianótico,
a pele fria e o pulso torna-se rápido e fino, pode haver
náuseas e vômitos; é seguido por período de febre alta (por
volta de 40°C), o pulso é cheio e amplo, a pele se torna quente
e seca. Duas a 6 horas após a febre, ocorrem sudorese
intensa, queda na temperatura e fraqueza extrema. Em
sequência, há um momento com ausência de queixas.
Recrudescência e recaídas
As recrudescências ocorrem apósum intervalo curto,
geralmente dias ou poucas semanas após a aparente
recuperação clínica, e são causadas pela reativação do
ciclo eritrocitário ainda persistente no sangue,
resultando em nova elevação da parasitemia.
As recaídas (recidiva) são características principalmente
das infecções por Plasmodium vivax e P. ovale,
ocorrendo tardiamente — semanas, meses ou até anos
após o episódio inicial — e se devem à reativação de
formas dormentes do parasito nos tecidos hepáticos, os
hipnozoítas.
Variações clínicas
Varia de acordo com a idade, exposição previa e
imunidade. Tem como grupos vuneraveis crianças,
gestantes e indivíduos não-imune e de áreas endêmicas.
Toxoplasma gondii
Infecção principalmente em mamíferos e aves, sendo os
felídeos seu hospedeiro definitivo.
Infecta diferentes células dependendo do hospedeiro:
H.D: células epiteliais intestinais; H.I: todas, exceto os GV.
Vias de transmissão: alimentos e agua contaminada por
oocistos, carne malcozida contendo cistos e
transplacentaria.
Oocisto: derivado da fusão dos gametas nas células
epiteliais intestinais dos felídeos não imunes. Possui uma
parede dupla que confere resistência no meio ambiente,
são eliminados nas fezes ainda imaturos. A esporogonia
ocorre no meio externo – oocisto maduro com 8
esporozoitos.
Taquizoitos: Moveis em formato meia-lua. fase aguda –
rápida multiplicação por endodiogenia nos vacúolos
parasitóforo de diversas células. Penetras as células
secretando proteínas pelos conoide.
Bradizoitos: ultimo estágio de desenvolvimento. Fase
crônica, multiplicação dentro de cistos de forma lenta
ocorrendo, principalmente, o tecido muscular, retina e
cérebro. Tais formas se encistam dentro dos vacúolos –
evasão do SI.
Morfologia
Inicialmente, há intensa multiplicação dos
taquizoítos, o que estimula a produção de
anticorpos IgM, seguidos por IgG que
destroem parasitas livres.
macrófagos produzem IL-12, ativando
linfócitos T e células NK, que secretam IFN-
γ e TNF-α, responsáveis por ativar mais
macrófagos e induzir a transformação dos
taquizoítos em bradizoítos, formando cistos
latentes.
O óxido nítrico (NO) liberado pelos
macrófagos ajuda na destruição de formas
parasitárias livres. Os linfócitos T CD8+ são
cruciais na lise de células infectadas e na
contenção do parasito durante a fase
crônica.
Imunocompetentes: assintomático, pode,
apresentar febre, mal-estar, fadiga e
linfadenomegalia.
Ciclo biológico
Patologia
Sexual – felídeos: taquizoitos/bradizoitos/esporozoitos adentram no epitélio intestinal e
se multiplicam por meio da endodiogenia – formam merozoitas (rompem as células e
infectam células vizinhas). Em um determinado momento geram os gametas femininos e
masculino que se fundem e formam os zigotos – evoluem e formam oocisto imaturos.
Estes são eliminados nas fezes e sofrem esporogonia (meiose), gerando oocistos
maduros.
Assexual – H.I: oocistos/cistos são lisados durante a ingestão liberando a forma
infectante. Nas células epitelias intestinais ocorre a diferenciação para a forma taquizoito
(endodiogenia), de proliferação rápida, permitindo a disseminação do protozoário para
todo o organismo (fase aguda). Nas demais células o protozoário se diferencia em
bradizoitos, devido a ativação do SI – formam cistos no TM, TN e retina (fase crônica).
Imunodeprimidos: sintomas neurológicos
graves, como cefaleia, confusão mental,
convulsões, déficits motores, e pode haver
também pneumonia intersticial e
miocardite.
Forma ocular: retinocoroidite necrosante,
com dor ocular, fotofobia, vermelhidão e
visão borrada, podendo evoluir para perda
visual permanente.
Gestante: pode causar aborto, parto
prematuro ou infecção fetal. O risco de
transmissão aumenta com o avanço da
gestação, mas as sequelas são mais graves
quanto mais precoce for a infecção.
Forma congênita: tétrade de Sabin —
micro ou macrocefalia, calcificações
cerebrais, retinocoroidite e retardo mental
—, além de hepatoesplenomegalia,
anemia e icterícia.

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