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P1 – ZOONOSES E SAÚDE PÚBLICA 
 
AULA 1 - INTRODUÇÃO ÀS ZOONOSES E À 
SAÚDE PÚBLICA 
INTRODUÇÃO 
O que é zoonose? 
● "Doenças ou infecções naturalmente 
transmissíveis entre animais vertebrados 
e seres humanos, direta ou 
indiretamente." (Organização Mundial da 
Saúde - OMS) 
● Origem do termo: 
o ZOON: Animal. 
o NOSOS: Doenças. 
 
AGENTES ZOONÓTICOS 
● Período Neolítico (7000 a 2500 a.C.): 
o Desenvolvimento das sociedades 
agropastoris. 
o Estruturação da agricultura. 
o Domesticação de animais. 
● Idade Média (800 a 1200 d.C.): 
o Cidades medievais dentro dos 
castelos feudais. 
o Aglomeração de pessoas, 
alimentos e resíduos. 
o Crescimento das populações de 
animais sinantrópicos. 
o PESTE BUBÔNICA / NEGRA. 
● Idade Moderna (Séculos XV a XVIII): 
o Surgimento das metrópoles. 
o Em países subdesenvolvidos, 
raiva e tuberculose se tornaram 
frequentes. 
● Idade Contemporânea: 
o Mudanças nos sistemas de 
produção animal. 
o Regiões com piores condições de 
qualidade de vida apresentam 
maior crescimento populacional. 
Distribuição geográfica: 
● Maior incidência de zoonoses na América 
Latina, África e Ásia. 
 
IMPORTÂNCIA DAS ZOONOSES 
● 61% dos 1.500 patógenos humanos são 
zoonóticos. 
● 75% das doenças humanas emergentes 
ou reemergentes do último século são 
zoonoses. 
● Impacto na saúde pública, saúde animal 
e saúde ocupacional. 
Fatores que contribuem para o aumento das 
zoonoses: 
1. Globalização. 
2. Aumento na demanda por alimentos de 
origem animal. 
3. Comércio e deslocamento de animais. 
4. Impacto ambiental. 
5. Aumento da exposição humana a 
novos agentes. 
 
FATORES SOCIOAMBIENTAIS 
RELACIONADOS ÀS ZOONOSES 
● Desmatamento. 
● Acúmulo de lixo. 
● Circulação livre de animais. 
● Criação de animais silvestres em 
domicílio. 
● Crescimento urbano desordenado. 
Outros fatores: 
● Aumento da expectativa de vida. 
● Mudanças climáticas (El Niño, La Niña). 
● Pobreza e insegurança alimentar. 
● Guerras civis e bioterrorismo. 
 
EXEMPLOS DE ZOONOSES RELEVANTES 
● Gripe Aviária (H5N1). 
● Coronavírus (2019-nCoV). 
● Raiva. 
● Varíola e Monkeypox. 
● Peste Bubônica. 
● Brucelose, leptospirose e 
leishmaniose. 
 
CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES DAS 
ZOONOSES 
Definição histórica: 
● 1951 (OMS): "Doenças ou infecções 
naturalmente transmissíveis entre animais 
vertebrados e seres humanos." 
● Século XIX (Rudolph Virchow): Origem 
do termo "zoonose". 
● 1965 (OMS): Envolve também vetores, 
portadores e reservatórios. 
Classificação quanto ao modo de 
transmissão: 
● Vertical: Da mãe para o feto 
(transplacentária). 
● Horizontal: De animal para humano ou 
vice-versa. 
o Direta: Contato físico. 
o Indireta: Através do ambiente, 
vetores ou alimentos. 
Classificação quanto ao ciclo de manutenção 
do agente etiológico: 
1. Antropozoonoses: Doença de animais 
transmitida ao homem (Ex: Raiva, 
leptospirose, brucelose, leishmaniose). 
2. Zooanthroponoses: Doença humana 
transmitida aos animais (Ex: Tuberculose, 
sarampo). 
3. Anphixenoses: Doenças que podem ser 
transmitidas em ambos os sentidos (Ex: 
Estafilococos). 
Classificação quanto ao ciclo biológico do 
agente: 
● Direta: Não há alteração do agente ao 
passar de um hospedeiro para outro (Ex: 
Contato direto, vetor mecânico). 
● Ciclozoonoses: Necessita de dois 
hospedeiros vertebrados distintos (Ex: 
Cisticercose). 
● Euzoonoses: O homem é hospedeiro 
definitivo (Ex: Taenia solium e Taenia 
saginata). 
● Parazoonoses: O homem é hospedeiro 
acidental, mas não essencial para o ciclo 
(Ex: Equinococose-hidatidose). 
● Metazoonoses: Agente precisa de um 
hospedeiro invertebrado para completar 
seu ciclo (Ex: Febre amarela, 
leishmaniose). 
● Saprozoonoses: Envolve um elemento 
não animal no ciclo (Ex: Toxoplasmose, 
Larva migrans visceral). 
 
AULA 2 – CONCEITOS EPIDEMIOLÓGICOS 
CONCEITOS: 
Parasitismo: Duas espécies, na qual uma se 
beneficia da outra; 
 Ex: Miíase 
 
Comensalismo: Duas espécies associadas com 
benefício para uma delas mas sem prejuízo para 
a outra; 
 Ex: Entamoeba coli e ohomem 
 
Forésia:Transporte de uma espécie por outra 
sem envolver qualquer tipo de parasitismo; 
 Ex: Aedes aegypti e o vírus da dengue 
 
Simbiose: Interação entre duas espécies que 
vivem juntas; 
 Ex: Flora intestinal 
 
Hospedeiro: pessoa/animal/artrópodes Que em 
circunstâncias naturais permitem a subsistência 
ou o alojamento de um agente infeccioso. 
● Primário ou definitivo: onde o agente 
chega a maturidade (fase sexuada) 
● Secundário ou intermediário: onde se 
encontra a fase larvário ou assexuada. 
● Amplificador: onde o agente se 
multiplica, ou por se multiplicar, aumenta 
repentinamente o numero de agentes 
infecciosos. 
● Acidental: o hospedeiro geralmente não 
transmite o agente a outros animais. 
 
Reservatório: ser vivo ou matéria inanimada 
onde vive e se multiplica um agente infeccioso, 
do qual depende para sua sobrevivência, 
reproduzindo-se de maneira que possa ser 
transmitido a um hosp. susceítivel. 
 
Vetores: seres vivos que veiculam o agente 
desde o reservatório até o hospedeiro potencial 
● Mecânico: transportadores de agentes 
(insetos, que carreiam nas pastas, 
probóscides, asas ou trato gastrointestinal 
contaminados e onde não há 
multiplicação ou modificação do agente. 
● Biológicos: onde os agentes 
desenvolvem algum ciclo vital antes de 
serem disseminados ou inoculados no 
hospedeiro. 
 
Fonte de infecção: é o foco de onde o agente 
infecciosos passa para um novo hosp, podendo 
ser pessoas, animais, obj, alimentos, agua, etc. 
 
CADEIA EPIDEMIOLÓGICA: 
FONTE DE INFECÇÃO: animais excretando o 
patógeno com ou sem sintomatologia 
VIA DE ELIMINAÇÃO: fluídos contendo o 
patógeno 
VIA DE TRANSMISSÃO: direta ou indireta – 
alimentos, fômites 
PORTA DE ENTRADA: trato resp, dig, 
tegumentar, genital 
HOSPEDEIRO SUSCETÍVEL: hosp vertebrado 
 
DOENÇA EMERGENTE OU REEMERGENTE 
“Aquelas só recentemente identificadas na pop 
humana ou já existentes, mas que rapidamente 
aumentaram sua incidência e ampliaram sua 
distrib geográfica.” 
● Elas podem surgir de forma inesperada, 
determinando impactos não só na 
economia, mas também na estrutura 
demográfica dos povos. 
● 75% das doenças humanas emergentes 
ou reemergentes do ultimo século são 
zoonoses. 
● Doenças emergentes: aquelas cuja 
incidência nos seres humanos tem 
aumentado nas ultimas décadas. 
o Fatores demográficos, sociais e 
políticps, econômicos, ambientais, 
relacionados às mudanças e 
adaptação dos microrganismos. 
● Doenças reemergentes: são as que 
reaparecem após um período de declínio 
significativo. 
o Uso inadequado do tratamento, 
co-infecção e falha do sistema 
vacinal. 
 
Erradicação: extinção, por métodos artificiais, do 
agente etiológico da doença, sendo impossível a 
reintrodução e desnecessária a manutenção de 
medidas de prevenção ou controle. 
 
Eliminação: cessação da sua transmissão em 
extensa área, persistindo o risco de reintrodução. 
● Volta se houver falha na utilização dos 
instrumentos de controle ou modificações 
do comportamento da doença. 
 
 
CONTROLE 
 
As doenças controladas são as que possuem 
um número muito baixo de casos, mas é 
necessário atenção, sendo essencial que todos 
mantenham o calendário vacinal atualizado, 
quando houver. 
▪A difteria e a rubéola são doenças que já 
chegaram a não terem nenhum caso notificado 
no Brasil graças à vacinação, mas atualmente, 
junto com o tétano, são considera das doenças 
controladas, ou seja, com um baixo número de 
casos. 
CAMPO DE AÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO 
1. Promoção da saúde animal – melhorar a 
produção e produtividade. 
2. Proteção dos alimentos – inocuidade e 
qualidade nutritiva. 
3. Vigilância, prevenção e controle de 
zoonoses. 
4. Proteção do meio ambiente e fauna 
silvestre. 
 
OMS 
Saúde Pública Veterinária (1946) 
1. Prevenção e controle de zoonoses 
2. Higiene alimentar com prevenção das 
toxinfecções de origem alimentar 
3. Prevenção e controle da poluição 
ambiental de origem animal 
4.Medicina comparativa, que objetiva o 
avanço no conhecimento de doenças 
humanas com o estudo de condições 
comparáveis em animais. 
 
AULA 3 – PEPEL DO MV NO CONTEXTO DA 
SAÚDE 
Decreto Nº 78.231, de 12 de agosto de 1976 
Art. 5º - As ações de vigilância epidemiológica 
I. Coleta das informações básicas necessárias ao 
controle de doenças; 
II. Diagnóstico das doenças que estejam sob o 
regime de notificação compulsória; 
III. Averiguação da disseminação da doença 
notificada e a determinação da população sob 
risco; 
IV. Proposição e execução das medidas de 
controle pertinentes; 
V. Adoção de mecanismos de comunicação e 
coordenação do Sistema; 
 
Objetivo da vigilância 
● Acompanhar o comportamento 
epidemiológico das doenças sob 
vigilância; 
● Detectar epidemias e eventos de 
relevância epidemiológica; 
● Propiciar a adoção oportuna de medidas 
de controle; 
● Avaliar as medidas, programas, 
intervenções de prevenção, controle e 
erradicação. 
 
Disponibilidade de dados 
Produção de INFORMAÇÃO PARA AÇÃO 
● Fluxo de coleta de dados 
● Periodicidade 
● Tipos de dados 
 
Tipos de dados 
Dados demográficos, ambientais e 
socioeconômicos 
● Permitem quantificar grupos 
populacionais, com vistas à definição de 
denominadores para o cálculo de taxas 
● Caracterização da dinâmica da população 
 
Dados de morbidade 
● Detecção imediata ou precoce de 
problemas sanitários 
● Pode apresentar duplicação de registros = 
necessita de cuidados na coleta e análise 
da informação 
 
Dados de mortalidade 
● Indicadores da gravidade do fenômeno 
vigiado 
● Registros sem causa definida: cautela na 
análise 
 
Notificação de emergências de saúde pública, 
surtos e epidemias 
● Constatação de qualquer situação de 
risco 
● Elevação do número de casos 
● Introdução de outras doenças não 
incidentes no local 
 
RISCO 
Probabilidade de ocorrência de uma doença, 
agravo, óbito, ou condição relacionada 
à saúde (incluindo cura, recuperação ou melhora) 
em uma população ou grupo 
durante um período de tempo determinado 
 
Indicador de risco: n de pessoas acometidas / 
pop ou grupo estudado 
 
Agravo à Saúde ou Dano à Saúde 
● Mal ou prejuízo à saúde de um ou mais 
indivíduos, de uma coletividade ou 
população 
 
Marcador de Risco 
● Quando são atributos inevitáveis fora da 
possibilidade de controle 
● Predisposição racial 
● Grupos de risco 
 
Fator de Risco ou Fator de Exposição 
● Componentes que podem levar à doença 
ou contribuir para o risco de adoecimento 
e manutenção dos agravos de saúde 
● Pode ser evitado 
 
Exposição Aguda 
● Contato de um ou vários indivíduos rápida 
e intensa a determinado fator/agente ou a 
determinados 
● Fatores de Risco. 
 
Exposição Intermitente 
● Contato que vai e volta, que ocorre 
periodicamente, em pulsos no tempo. 
 
Exposição Reiterada 
● Contato que ocorre repetidamente, de 
forma sistemática ou contínua. 
 
Exposição Múltipla 
● Contato com muitos fatores, exposição 
concomitante ou próxima de vários 
fatores/agentes 
● causadores de agravos à saúde (fala-se 
geralmente dos riscos ocupacionais). 
 
Fator de Proteção 
● É o atributo de um grupo com menor 
incidência de um determinado distúrbio 
em relação a outros grupos nos quais 
existe a ausência ou baixa dosagem de 
tal fator 
 
Surto 
● Quando dois ou mais pessoas 
apresentam a doença a partir da mesma 
fonte de infecção 
 
Epidemia 
● Coletividade de casos da mesma doença, 
em número que ultrapassa a incidência 
normalmente esperada. 
 
Endemia 
● Ocorrência habitual de uma doença ou de 
um agente infeccioso em determinada 
área geográfica. 
 
Pandemia 
● Quando uma epidemia, surto que afeta 
uma região, se espalha por diferentes 
continentes com transmissão sustentada 
de pessoa para pessoa. 
 
NOTIFICAÇÃO 
Comunicação da ocorrência de determinada 
doença ou agravo à saúde, feita à autoridade 
sanitária por profissionais de saúde ou qualquer 
cidadão, para fins de adoção de medidas de 
intervenção pertinentes. 
Notificação obrigatória: suspeita ou confirmada. 
Não aguardar a confirmação do caso, pois pode 
prejudicar uma intervenção eficaz. A notificação é 
sigilosa, só podendo ser divulgada fora do âmbito 
médico-sanitário em caso de risco para a 
comunidade, direito de anonimato dos cidadãos. 
 
Sistemas de Notificação 
● Visam padronizar critérios diagnósticos 
para a entrada e a classificação final dos 
casos no sistema 
● Servem para ampliar ou reduzir a 
sensibilidade ou especificidade do 
sistema 
● Suspeitos, compatíveis ou confirmados 
● Magnitude (altas taxas de incidência, 
prevalência, mortalidade); 
● Potencial de disseminação (vetores ou 
fontes de infecção); 
● Transcendência (relevância, severidade, 
hospitalização, sequelas); 
● Vulnerabilidade (disponibilidade de 
prevenção e controle da doença); 
● Compromissos internacionais 
(cumprimento de metas de controle, 
eliminação ou de erradicação); 
● Ocorrência de emergências de saúde 
pública, epidemias e surtos (notificação 
imediata de todos os eventos de saúde 
que impliquem risco de disseminação de 
doenças). 
● Sensibilidade: capacidade do sistema 
detectar casos; 
● Especificidade: capacidade de excluir os 
“não-casos”; 
● Representatividade: possibilidade do 
sistema identificar todos os subgrupos da 
população 
● onde ocorrem os casos; 
● Oportunidade: agilidade do fluxo do 
sistema de informação; 
● Simplicidade: facilitar a 
operacionalização e reduzir os custos; 
● Flexibilidade: adaptação do sistema a 
novas situações epidemiológicas ou 
operacionais (inserção de outras doenças, 
atuação em casos emergenciais, 
implantação de normas atualizadas, 
incorporação de novos fatores de risco); 
● Aceitabilidade: interação do sistema com 
os órgãos de saúde e a sociedade em 
geral (participação das fontes notificantes 
e retroalimentação). 
 
Sistemas de Informação em Saúde (SIS) 
Apoio técnico do Datasus e da Prodabel (BH): a 
partir das unidades de saúde 
● Objetivo: coletar e processar dados sobre 
agravos de notificação, em todo o 
território nacional, desde o nível local. 
o * Doenças e agravos da lista 
nacional de doenças de notificação 
compulsória 
 
Ficha individual de notificação (FIN) 
● Preenchida para cada paciente quando há 
suspeita da ocorrência de problema de 
saúde de notificação compulsória. 
● Roteiro de investigação, distinto para 
cada tipo de agravo - também utilizado 
para notificação negativa. 
 
Centros de Informações Estratégicas e 
Respostas em Vigilância em Saúde (CIEVS) 
● Detecção e resposta às emergências de 
Saúde Pública. 
● Análise contínua de problemas na saúde 
pública, para emissão de “sinal de alerta”; 
● Gerenciamento e coordenação das ações 
em situações de emergência 
(enfrentamento de epidemias e 
pandemias). 
 
O MV E A SAÚDE PÚBLICA 
● Proteção e promoção da saúde humana; 
● Prestação de serviços de saúde e 
cuidados aos animais de estimação; 
● Proteção do bem-estar animal; 
● Investigação biomédica e segurança 
alimentar; 
● Diagnóstico, controle e vigilância em 
zoonoses; 
● Estudos comparativos epidemiológicos 
entre med humana e animal; 
● Estudos sobre substâncias tóxicas; 
● Inspeção de alimentos e vigilância 
sanitária; 
● Supervisão de criação de animais de 
experimentação; 
 
DIREITOS E DEVERES 
Resolução no 287, de 8 de outubro de 1998 do 
Conselho Nacional de Saúde e pela Portaria 
Interministerial no 45 de 12 de janeiro de 2007 
dos Ministérios da Educação e da Saúde: 
● Relacionam a medicina veterinária como 
profissão da saúde, define-se a 
integração, o direito e dever desta classe 
profissional em atuar na promoção e 
educação em saúde da população. 
 
O SUS instituído pela lei no 8.080 de 19 de 
setembro de 1990. Artigo 6o, da lei no 8.080, 
estão incluídas: 
● Ações de vigilância sanitária e 
epidemiológica; de saúde do trabalhador; 
fiscalização e a inspeção de alimentos, 
água e bebidas, para consumo humano. 
 
Lei Federal 5.517 de 1968 nos Art. 5o e 6o 
Competência do médico veterinário:● O exercício de atividade de inspeção e 
fiscalização sanitário, higiênico e 
tecnológico de produtos de origem animal 
● Responsável pela aplicação de medidas 
de saúde pública relacionadas a doenças 
transmitidas de animais para humanos. 
 
Sistema único 
Criação de um modelo de atenção à qualidade de 
vida da população e do seu meio ambiente 
Equipe de saúde – Comunidade 
Estratégia de Saúde da família (eSF) 
● Ações com ênfase na saúde e prevenção 
de doenças 
● Promoção da educação em saúde e 
mobilização comunitária 
● Conscientização comunitária por meio de 
distribuição de informações. 
 
Núcleo de apoio à saúde da família (nasf) 
Equipes multiprofissionais 
● Saúde da família 
● Atenção básica 
 
Qual a importância da Vigilância sanitária e 
epidemiológica na Saúde Pública ??? 
● Proteção e defesa da saúde da população 
● Controle do risco sanitário 
● Origem europeia (séc. XVII e XVIII) – 
Alemanha 
● Brasil (1976) - Secretaria Nacional de 
Vigilância Sanitária - ampliação do 
controle sanitário de produtos, serviços, 
portos, aeroportos, fronteiras e saúde dos 
imigrantes. 
 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA) – 1999 
● Coordenar o Sistema Nacional de 
Vigilância Sanitária 
● Estabelecer normas, propor, acompanhar 
e executar as políticas, as diretrizes e as 
ações de vigilância sanitária 
● No âmbito de controle de zoonoses: 
promove a eliminação, diminuição e 
prevenção dos riscos à saúde e 
melhorando assim a qualidade de vida da 
população. 
 
 
 
 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
● Sistema Nacional de Vigilância 
Epidemiológica (SNVE) 
A vigilância epidemiológica possui como 
metodologia de controle de doenças zoonóticas, 
a obtenção de 
informações por meio de coleta e análise de 
dados sobre uma determinada enfermidade 
(ativa) em uma determinada região/população. 
Desta forma, cria mecanismos de controle 
tentando 
identificar pontos em que melhor pode ser 
instituído 
medidas de controle e/ou erradicação. Com isto, 
armazena todas as informações obtidas e 
disponibiliza à sociedade/profissionais os 
mecanismos mais eficazes que podem ser 
adotados frente à uma determinada situação. 
 
AULA 4 - ESTRATÉGIAS DE VIGILÂNCIA, 
PREVENÇÃO E CONTROLE DE ZOONOSES 
Atuar e intervir, direta ou indiretamente, sobre as 
populações de animais alvo, de modo a refletir 
em 
benefício direto à saúde da população humana. 
● Toda ação deve ser precedida por um 
levantamento epidemiológico. 
 
VIGILÂNCIA 
É a área que deve desenvolver e executar 
ações, atividades e estratégias de vigilância de 
zoonoses e, dependendo do contexto 
epidemiológico, também 
de prevenção em seu território de atuação. 
● Vigilância ativa: monitoradas por 
programas nacionais de vigilância e 
controle do MS; zoonoses de relevância 
regional ou local; emergentes e 
reemergentes. 
o Ações de forma permanente 
(normas técnicas) 
o Articulação sistemática para 
atualização quanto à ocorrência de 
casos humanos. 
o Monitoramento constante e 
sistemático das populações. 
o Articulação sistemática com 
serviços e instituições públicas e 
privadas 
o Desenvolvimento de inquéritos 
epidemiológicos. 
● Vigilância passiva: avaliação/recepção 
de animal de relevância para a saúde 
pública; 
o Prevenção: as ações temporária 
ou permanente 
o Educação em saúde na 
comunidade 
o Manejo ambiental para 
controlar/eliminar vetores e 
roedores. 
o Vacinação animal - antirrábica de 
cães e gatos 
 
CONTROLE 
Uma vez constatada a situação de risco de 
transmissão de zoonose de relevância para a 
saúde pública no território local, inicia-se a etapa 
de desenvolvimento e execução do controle da 
doença, com a finalidade de interromper o ciclo 
de transmissão da zoonose alvo. 
 
MONITORAMENTO 
Após e durante a aplicação das medidas de 
controle da zoonose alvo, deve-se monitorar e 
avaliar sua efetividade. Se necessário, continuar 
com as medidas de controle, até o alcance do 
objetivo. 
 
ATIVIDADE DAS UNIDADES DE VIGILÂNCIA 
DE ZOONOSES 
1. Recolhimento de animais de relevância 
para a saúde pública; 
2. Remoção de animais (apreensão e 
captura de animais vertebrados); 
3. Alojamento e manutenção dos recolhidos; 
a. Manutenção e cuidados básicos 
(exame clínico básico e 
procedimentos curativos) 
4. Destinação dos animais recolhidos 
 
CONTROLE DE POPULAÇÕES DE ANIMAIS 
DE RELEVÂNCIA PARA A SAÚDE PÚBLICA 
● Animais domésticos e domesticados 
A fim de reduzir ou eliminar a doença, 
apresentando como resultado o controle da 
propagação de alguma zoonose de relevância 
para a saúde pública prevalente ou incidente na 
área-alvo. 
Ações diretas (controle de zoonoses) 
● Campanhas de vacinação 
Ações indiretas 
● Campanhas de castração 
 
AÇÕES DE VIGILÂNCIA E CONTROLE DE 
ROEDORES 
● Mais de mil espécies pelo mundo. 
● Espécies sinantrópicas - ciclo de 
transmissão de doenças 
● 3 espécies: Rattus norvegicus (ratazana 
ou rato de esgoto), Rattus rattus (rato de 
telhado ou rato preto),Mus musculus 
(camundongo). 
 
CONTROLE DE VETORES 
Controle químico: uso de substancias químicas 
– p. ex. inseticidas 
Controle mecânico: adoção de práticas de 
manejo ambiental 
Controle biológico: utilizam-se competidores, 
predadores, parasitos e entomopatogenos para 
reduzir a população do inseto-alvo. 
 
INSPEÇÃO ZOOSSANITÁRIA 
Feita quando há necessidade de avaliar o risco 
de transmissão de zoonoses, podendo ser 
desencadeada 
mediante denuncia previa ou espontânea, 
quando houver suspeita de risco a saúde 
coletiva. 
 
Realizada por meio de vistoria em locais 
públicos ou privados, com presença de animal ou 
situação ambiental que possa oferecer risco 
referente as zoonoses. 
Visa avaliar as condições higiênico-sanitárias, 
orientar as pessoas do local sobre as medidas a 
serem adotadas, bem como definir as ações 
necessárias para minimizar riscos, incluindo 
medidas de controle de população de animais 
obedecendo as normatizações vigentes. 
 
EDUCAÇÃO EM SAÚDE 
Sem a participação da sociedade, as medidas de 
prevenção e controle dos agravos a saúde 
tornam-se limitadas e ineficientes. 
A Vigilância de Zoonoses deve conter as 
informações técnicas e promover a educação 
em saúde sobre prevenção de doenças em 
humanos, priorizando a interação do ser humano 
com os animais 
e o ambiente. Através de: 
● Participação comunitária 
● Visitas domiciliares 
● Correspondências 
● Transversalidade com as equipes de 
Atenção Básica 
● Palestras 
● Eventos em espaços públicos 
● Atividades em escolas 
● Meios de comunicação 
 
AULA 5 – MÉTODOS DE PROFILÁXIA E 
CONTROLE SANITÁRIO 
PROFILAXIA 
É o conjunto de medidas adotadas com a 
finalidade de interromper a cadeia de 
transmissão de uma enfermidade. As medidas 
profiláticas podem ser aplicadas a qualquer elo 
da cadeia epidemiológica. 
 
AS MEDIDAS DE PROFILAXIA PODEM SER 
ADOTADAS EM 3 NÍVEIS DISTINTOS: 
1. Prevenção - Evitar o aparecimento da 
enfermidade em uma população. 
2. Controle - Reduzir a frequência e os 
efeitos de uma doença já presente na 
população. 
3. Erradicação - Eliminar a enfermidade de 
um território. 
 
PREVENÇÃO 
A ação antecipada, baseada no conhecimento 
da história natural da doença, torna improvável 
seu progresso. 
● Prevenção Primária: Promoção da saúde 
e proteção específica. 
● Prevenção Secundária: Diagnóstico e 
tratamento precoce. 
● Prevenção Terciária: Reabilitação. 
 
MEDIDAS RELATIVAS ÀS FONTES DE 
INFECÇÃO – objetivo de limitar a capacidade de 
transmitir a infecção. 
1. Identificação da fonte de infecção: 
Diagnóstico precoce para evitar a 
propagação. 
2. Notificação: Comunicação oficial da 
ocorrência da doença às autoridades 
sanitárias. 
3. Isolamento: Segregação da fonte de 
infecção durante o período de 
transmissibilidade – facilita a adoção de 
medidas para a destruição do agente 
etiológico. 
o Tipos de Isolamento: 
o a. Individual 
o b. Em grupo 
o c. Isolamento da área (cordão 
sanitário) 
4. Tratamento: Interromper a eliminação do 
agente etiológico, reduzir o período de 
transmissibilidadee contaminação 
ambiental. 
5. Sacrifício Sanitário: Abate das fontes de 
infecção com desinfecção rigorosa. 
 
DESTRUIÇÃO DE CADÁVERES 
● Enterramento: Deve ocorrer a pelo 
menos 1,5 m de profundidade, longe de 
cursos d'água. 
● Incineração: Uso de materiais 
inflamáveis. 
● Outros: Cozimento em autoclave, 
métodos químicos, compostagem. 
 
MEDIDAS RELATIVAS AOS MEIOS DE 
TRANSMISSÃO 
Objetiva destruir o agente etiológico no período 
em que se encontra nos diferentes meios de 
transmissão ou evitar que o agente tenha acesso 
ao hospedeiro 
susceptível. 
1. Transmissão aerógena: Ventilação, 
desinfecção do ar, controle de poeiras. 
2. Solo: Tratamento adequado de 
excrementos (medida protetora), 
drenagem de áreas alagadiças (medida 
saneadora). 
3. Água e Alimentos: Proteção de 
mananciais, controle de qualidade, 
tratamento da água. 
4. Vetores: Impedir proliferação, uso de 
inseticidas e barreiras físicas. 
 
MEDIDAS RELATIVAS AOS COMUNICANTES – 
hospedeiros vertebrados que estiveram expostos 
ao risco de contrair a infecção. 
1. Sacrifício: Individual ou massal para 
evitar propagação. 
2. Quarentena: Isolamento pelo tempo 
correspondente ao período de incubação. 
3. Quimioprofilaxia: Uso de medicamentos 
para prevenção. 
4. Imunoprofilaxia: Uso de vacinas e 
soroterapia. 
5. Vigilância Sanitária: Observação dos 
comunicantes. 
 
MEDIDAS RELATIVAS AOS SUSCEPTÍVEIS 
1. Medidas Gerais: Alimentação adequada, 
telagem de instalações, uso de EPIs. 
2. Medidas Específicas: Imunização ativa e 
passiva, quimioprofilaxia. 
 
MEDIDAS RELATIVAS À COMUNIDADE 
● Educação sanitária como estratégia 
essencial em campanhas de saúde. 
● Controle de doenças zoonóticas como 
leptospirose, febre maculosa, hantavirose, 
toxoplasmose, entre outras. 
 
AULA 6 – SUS 
SAÚDE ÚNICA 
“Saúde é um completo estado de bem-estar 
físico, mental, social e não apenas a ausência 
de doença. “ (OMS, 1948) 
 
SAÚDE PÚBLICA - O QUE É? PARA QUE 
EXISTE? A QUEM DEVE SERVIR? É 
RESPONSABILIDADE DE QUEM? 
 
DEFINIÇÃO: Domínio genérico de práticas e 
conhecimentos organizados institucionalmente 
em uma dada sociedade, dirigidos a um ideal de 
BEM-ESTAR DAS POPULAÇÕES, em termos 
de ações e medidas que EVITEM, REDUZAM 
E/OU MINIMIZEM AGRAVOS À SAÚDE, 
assegurando condições para a manutenção e 
sustentação da vida. (SABROZA, 1994) 
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: Melhor estado 
de saúde que lhe seja possível atingir constitui 
um dos direitos fundamentais de todo ser 
humano, sejam quais forem sua raça, sua 
religião, suas opiniões políticas, sua condição 
econômica ou social. (OMS, 1946) 
Os governos são responsáveis pela saúde de 
seus povos; eles só poderão desincumbir-se 
desse encargo tomando as medidas sanitárias e 
sociais apropriadas. 
 
FUNÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA: Viabilizar a 
estratégia “SAÚDE PARA TODOS”, mediante 
políticas públicas saudáveis, através da maior e 
mais efetiva participação da sociedade nas 
questões de vida, saúde, sofrimento e morte. 
 
IMPORTÂNCIA DA SAÚDE PÚBLICA 
● Saúde 
● Alimentação e nutrição 
● Educação 
● Condição de trabalho 
● Situação de emprego 
● Habitação (incluindo saneamento) 
● Segurança social 
● Recreação, divertimento e liberdades 
humanas 
 
EVOLUÇÃO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE 
● Condução do MS integrada somente 
pelos Estados 
● Restrita ao controle de doenças 
transmissíveis 
● Ações de vigilância ambiental e sanitárias 
praticamente inexistentes 
Final da década de 80: 
● Término da ditadura militar 
● Criação do Sistema Único de Saúde 
(SUS) 
 
HISTÓRICO DA SAÚDE NO BRASIL 
Década de 50 (governo Getúlio Vargas) ➔ 
Criação do Ministério da Saúde 
DÉCADA DE 70 - LEI 6.529/76 ➔ Criação do 
Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica 
(MS) 
“A ação da vigilância epidemiológica compreende 
as informações, investigações e 
levantamentos necessários à programação e à 
avaliação das medidas de controle de doenças e 
de situações de agravos à saúde.” 
 
Reforma Sanitária 1970 
 
8ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE 
Pronunciamento do sanitarista Sérgio Arouca na 
8ª Conferência Nacional de Saúde em março de 
1986, Brasília (DF), representa um marco na 
história do SUS. 
A Constituição de 1988 consagrou a saúde 
como um direito social, estabelecendo que os 
municípios são responsáveis pela política de 
saúde, inserida no capítulo da Seguridade Social, 
ao lado da Previdência Social e Assistência 
Social. 
 
Fatores determinantes e condicionantes da 
saúde: 
● Alimentação 
● Saneamento básico 
● Meio Ambiente 
● Trabalho 
● Renda 
● Educação 
● Transporte 
● Lazer 
● Acesso a bens e serviços essenciais 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS 
O SUS não é um serviço ou uma instituição, mas 
um SISTEMA, ou seja, um conjunto de 
unidades, serviços e ações que interagem 
para uma mesma finalidade: PROMOÇÃO, 
PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE. 
 
 
 
PRINCÍPIOS ÉTICOS DO SUS 
● UNIVERSALIDADE: Garantia de atenção 
à saúde para todo e qualquer cidadão. 
● INTEGRALIDADE: Sistema de saúde 
integral (ações articuladas/contínuas; 
pessoa/comunidade; 
prevenção/tratamento). 
● EQUIDADE: Situações diferentes exigem 
cuidados diferenciados. 
 
PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS 
● DESCENTRALIZAÇÃO: Distribuição das 
responsabilidades (União, Estados e 
Municípios). 
● REGIONALIZAÇÃO: Serviços 
organizados geograficamente para 
atender a população. 
● HIERARQUIZAÇÃO: Serviços 
organizados em níveis crescentes de 
complexidade tecnológica. 
 
CONTROLE SOCIAL NO SUS - Lei 8142/1990: 
institui a participação da comunidade no SUS 
através dos Conselhos e Conferências de Saúde. 
 
GESTORES DO SUS 
Os 3 níveis de governo são responsáveis pela 
gestão e financiamento do SUS de forma 
articulada e solidária. 
TRÊS ESFERAS DE GOVERNO 
● FEDERAL: Ministério da Saúde, 
Conselho Nacional de Saúde, Comissão 
Intergestores Tripartite. 
● ESTADUAL: Secretaria de Estado da 
Saúde, Conselho Estadual de Saúde, 
Comissão Intergestores Bipartite. 
● MUNICIPAL: Secretaria Municipal de 
Saúde, Conselho Municipal de Saúde. 
 
PROGRAMA DE AGENTES COMUNITÁRIOS 
DE SAÚDE (PACS) 
● Criado em 1991 para melhorar as 
condições de saúde da comunidade. 
● Parte do Programa Saúde da Família 
(PSF). 
● Agentes atendem entre 150 famílias ou 
750 pessoas, realizando ações 
preventivas e educativas. 
 
NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS (NOB) 
● Definem critérios para organização e 
gestão do SUS. 
● NOB 91, 92, 93, 96. 
● Implementação do Piso da Atenção 
Básica (PAB) e Programação Pactuada 
Integrada (PPI). 
 
AULA 7 – FEBRE DO NILO OCIDENTAL 
INTRODUÇÃO 
● Doença zoonótica transmitida por 
mosquitos (Culex spp.); 
 
● Febre e sinais neurológicos em equinos, 
aves e humanos; 
● Sinonímia: febre do vírus West Nile, ou 
West Nile Virus 
● Identificado pela 1ª vez – Uganda, 1937 
 
Grandes surtos reportados: 
● 1957 – Israel 
● 1963 – Egito 
● 1965 – França 
● Argélia, Marrocos, Tunísia, Romênia, 
Espanha, Itália e Rússia 
 
ETIOLOGIA 
● Vírus West Nile (VWN) 
● Família Flaviviridae 
● RNA 
● Reportado de forma epidêmica na África, 
Eurásia, América do Norte e Central 
 
EPIDEMIOLOGIA 
● O vírus já foi descrito em mais de 150 
espécies de aves, 
● Aves – reservatórios virais, 
● Já foi isolado em diversas outras 
espécies, mas sem causar doenças - 
Alpacas, cães, gatos, camelos, porcos, 
coelhos, cobras, tartarugas, jacarés, 
macacos... 
● Maior incidência – épocas chuvosas – 
vetores 
● Vetores: Culex spp. e considera-se a 
possibilidade dos gêneros Aedes spp., 
Anopheles spp., entre outros; 
● Vetor se infecta ao realizar repasto 
sanguíneo nas aves - Vírus se multiplica 
no intestino e glândula salivar do vetor 
● Transmissão transovariana no vetor – 
também ocorre 
● Aves - principais reservatórios – 
elevada viremia comparada a mamíferos 
● Mamíferos – acidentais 
● Transmissão entre aves – pode ocorrer 
por ingestão de fezes ou canibalismo 
● Galinhas e perus – são mais resistentes - 
baixa viremia 
● Aves migratórias – disseminadoras 
globais 
● Em humanos – aleitamento, 
transplacentária,transplante de órgãos e 
transfusão sanguínea – também transmite 
 
SINAIS 
Período de incubação em animais: 3 a 15 dias 
Equinos e humanos – maioria assintomáticos 
 
 
 
Equinos 
Febre é rara + sinais neurológicos (deficiência 
motora, tropeços, ataxia, quadriplegia, 
hipermetria, alterações de comportamento 
(hiperexcitabilidade ou apatia), fraqueza, queda 
de posteriores, fasciculações musculares no 
pescoço e tremores faciais da orelha e focinho, 
perda de visão, paralisia de nervos cranianos, 
hipersensibilidade ao som, convulsões, coma) 
 
Aves 
Galináceos e psitacídeos: assintomáticos 
Passeriformes, Charadriiformes e Anseriformes – 
inapetência, ataxia, paresia, paralisia, opistótono, 
tremores, hematúria e morte súbita 
 
ASPECTOS DA DOENÇA EM HUMANOS 
● Mortalidade: 1 a 4% - maior em idosos e 
imunossuprimidos 
● 80 % assintomáticos 
● Sinais semelhantes à gripe: febre alta, 
cansaço, dor de garganta, linfadenopatia, 
conjuntivite, dor muscular e de cabeça, 
náuseas, diarreia e lesões 
maculopapulares na pele 
● Pode ocorrer sinais neurológicos 
semelhantes à poliomielite e Síndrome de 
Guillain-Barré 
● Menos de 1%: encefalite, meningite ou 
meningoencefalite – maior risco em 
idosos 
 
PRIMEIRO CASO NO BRASIL – PIAUÍ, 2014 
POSTERIORMENTE MAIS 3 CASOS FORAM 
REGISTRADOS NO PIAUÍ. 
 
2019 
● Já havia evidência da circulação viral 
anteriormente por estudos sorológicos 
● O paciente é um adulto jovem que sofreu 
um quadro de meningoencefalite e foi 
internado. 
 
DIAGNÓSTICO 
● ELISA – anticorpos IgM; 
● RT-PCR; 
● Imunoistoquímica; 
● Equinos (Necropsia) 
● Polioencefalomielite, 
● Congestão de meninges 
● Hemorragias no cérebro e medula espinal 
● Aves: esplenomegalia, nefrite, pancreatite, 
miocardite, hemorragia cerebral, 
meningoencefalite 
 
PROFILAXIA E CONTROLE 
● Controle de mosquitos 
● Controle de água parada 
● Evitar água parada em cocheiras 
● Repelentes nos animais 
● Vacinas – disponíveis para equinos em 
outros países 
● Vacina em aves – resultados controversos 
● Humanos: medidas preventivas contra 
mosquitos 
 
AULA 8 – FEBRE MACULOSA 
INTRODUÇÃO 
Doença bacteriana, febril aguda e de gravidade 
variável 
Rickettsia rickettsii - principal agente causador 
Doença de elevada letalidade para humanos e 
cães 
Sinonímias: febre maculosa das Montanhas 
Rochosas, febre de Tobia, febre manchada, tifo 
do carrapato 
No Brasil, os estados mais acometidos são: ES, 
MG, RJ E SP 
 
ETIOLOGIA 
Cocobacilo Gram-negativo 
Bactéria intracelular obrigatória 
 
OUTRAS ESPÉCIES DE RICKETTSIA 
Rickettsia typhi (Tifo endêmico ou murino) 
Rickettsia prowazekii (Tifo epidêmico ou 
exantemático) 
Rickettsia bellii 
Rickettsia canadensis 
 
EPIDEMIOLOGIA 
Vetores: Carrapatos da família Ixodidae, gêneros 
Dermacentor e Amblyomma 
Principais espécies vetoras: Dermacentor 
variabilis, Amblyomma sculptum (complexo 
cajennense) 
Hospedeiros primários: 
● A. sculptum: Cavalo, anta e capivara 
● A. aureolatum: Aves e pequenos roedores 
silvestres, cachorro-do-mato e doméstico 
● A. dubitatum: Gambá e capivara 
Hospedeiros acidentais: Humanos e outros 
mamíferos 
Reservatórios: Pequenos roedores, lebres, 
cães, gatos, capivaras, equídeos, canídeos e 
algumas aves passeriformes 
A maioria dos casos (>70%) ocorre em 
adultos do sexo masculino, principalmente 
em áreas habitadas por capivaras 
 
TRANSMISSÃO 
Nos humanos: Picada do carrapato infectado 
(saliva do carrapato em 4 - 6 horas), 
esmagamento do carrapato 
Nos carrapatos: Transmissão transovariana, 
transmissão via cópula, transmissão por 
alimentação simultânea de carrapatos infectados 
e não infectados 
 
 
 
FISIOPATOLOGIA 
Alterações celulares no endotélio vascular 
Causa trombocitopenia, aumento do tempo de 
coagulação 
Toxinas imunosupressoras presentes na saliva do 
vetor 
 
PATOGENIA 
Multissistêmica e variabilidade de sinais 
Invasão de células endoteliais de pequenos 
vasos sanguíneos -> vasculite, edema e 
coagulopatias (equimoses, petéquias...) 
Pode causar hipotensão e diminuição da 
perfusão dos órgãos 
Patogenicidade depende da cepa, do indivíduo e 
da carga infectante 
Período de incubação: 2 a 14 dias 
 
SINAIS CLÍNICOS EM ANIMAIS 
● Hipertermia 
● Depressão e anorexia 
● Petéquias e equimoses em mucosas 
● Perda de peso 
● Claudicação 
● Edema de membros 
● Dor articular 
● Mialgia 
● Manifestações neurológicas (convulsões e 
ataxia) 
● Vômito 
● Icterícia 
● Diarreia 
● Dificuldade respiratória 
● Conjuntivite, retinite e uveíte 
● Lesões cutâneas (edema, hiperemia e 
necrose) 
● Epistaxe, melena e hematúria 
 
SINTOMAS EM HUMANOS ▪ 
● Período de incubação médio de 7 dias (3 
a 12 dias) 
● Febre de início súbito 
● Dor de cabeça e nas articulações 
● Prostração 
● Mialgia 
● Náusea, vômitos 
● Edema generalizado (indica infecção 
grave) 
● Rash maculopapular, principalmente nas 
palmas das mãos e plantas dos pés, que 
pode evoluir para petéquias, equimoses e 
hemorragias 
● Casos graves: edema de membros 
posteriores, hepatoesplenomegalia, 
insuficiência renal, manifestações 
pulmonares, meningite, icterícia, coma 
 
DIAGNÓSTICO 
● Testes laboratoriais: 
● Reação de imunofluorescência indireta 
(padrão ouro – OMS) 
● Imuno-histoquímica 
● PCR 
● Isolamento em ovos embrionados ou 
cultivo celular ▪ Provas sorológicas: 
● Título > 1:64 em amostras pareadas (2-4 
semanas) 
● Detecção de anticorpos entre 7-10 dias da 
doença 
 
TRATAMENTO 
● Diagnóstico precoce é essencial 
● Letalidade pode chegar a 80% sem 
tratamento adequado 
● Doxiciclina 
● Crianças: Amoxicilina ou Azitromicina 
● Artrite recorrente: Ceftriaxona 
 
CONTROLE E PROFILAXIA 
● Evitar contato com carrapatos 
● Vistoriar o corpo a cada 3 horas 
● Utilizar roupas adequadas (calças 
compridas dentro das botas, fitas 
adesivas dupla face) 
● Não esmagar os carrapatos 
● Rotação de pastagens 
● Aparar gramado rente ao solo para melhor 
penetração do sol 
● Controle químico (acaricidas) 
● Armadilhas de CO2 
● Uso de coleiras anti-pulgas 
● Retirar carrapatos após retornarem de 
áreas rurais 
● Atividades educativas 
 
NOTIFICAÇÃO 
Investigação epidemiológica deve ser feita em 
até 48 horas após a notificação 
 
AULA 9 – MORMO 
BACTÉRIA 
● Gram-negativa, aeróbia, imóvel e 
intracelular obrigatória 
● Agente causador: Burkholderia mallei 
 
DOENÇA AGUDA 
Febre, inchaço nas narinas, dificuldade 
respiratória e pneumonia 
 
MORMO = ZOONOSE!! 
● Hospedeiros: Equídeos (cavalos > 
jumentos > mulas), podendo ser 
transmitida a outros animais e ao ser 
humano pelo contato direto com animais 
infectados 
 
DOENÇA GRAVE 
Mortalidade próxima de 95% 
● Tratamento deve ser rápido e com 
antibióticos sistêmicos 
 
DOENÇA CRÔNICA 
● Pode ser assintomática 
● Portadores não apresentam sinais clínicos 
aparentes devido à progressão lenta da 
doença 
 
NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA 
Para o Código Sanitário para Animais Terrestres 
da OIE, o mormo é definido como infecção de 
equídeos por B. mallei, com ou sem presença de 
sinais clínicos. 
 
HISTÓRICO 
● Brasil: descrito em 1811, introduzido por 
animais infectados da Europa 
● Alta morbidade e mortalidade, bactéria 
resistente à antibioticoterapia 
● Considerada erradicada em muitas 
regiões (Europa, América do Norte, 
Austrália) 
● Doença reemergente nas últimas 
décadas com surtos registrados no Brasil 
entre 2005-2010 e 2012-2013 
● Epizootia: atingindo muares, cavalos e 
humanos com sintomas como catarro e 
cancro nasal 
 
CADEIA EPIDEMIOLÓGICA 
● Manejo inadequado da propriedade 
(confinamento/estabulamento facilita a 
transmissão) 
 
Transmissão 
● Descarga de exsudatos purulentos 
(eliminação bacteriana) 
● Contágio por ingestão de água e 
alimentos contaminados 
● Lesões de pele e contato com exsudatos 
● Fômites contaminados (selas, 
comedouros, bebedouros) 
● Inalação 
● Alimentação inadequada 
● Movimentação de animais 
 
FORMAS DE APRESENTAÇÃO 
NASAL: Febre alta, tosse, descarga nasal com 
úlceras nas narinase nódulos nos membros e 
abdômen 
PULMONAR: Pneumonia crônica com úlceras na 
pele dos membros e mucosa nasal (mais comum 
em cavalos) 
CUTÂNEA: Formação de nódulos e úlceras nos 
membros, com secreção amarelada escura 
ASSINTOMÁTICA: Animais podem carregar a 
bactéria por anos sem apresentar sintomas 
 
 
ACHADOS CLÍNICOS 
● Hipertermia (39,8°C - 40,5°C) 
● Descarga nasal muco-purulenta 
● Epistaxe (sangue nas narinas) 
● Congestão, erosões e úlceras no septo 
nasal 
● Dispneia e respiração ruidosa 
● Inapetência 
● Em casos crônicos: 
o Cicatrizes irregulares e úlceras 
deprimidas na mucosa nasal 
o Emagrecimento progressivo 
 
ACHADOS DE NECRÓPSIA 
● Petéquias e equimoses na pleura visceral 
● Abscessos e piogranulomas pulmonares 
● Nódulos firmes e arredondados no 
sistema linfático 
● Drenagem de pus branco-amarelado na 
cabeça, pescoço e membros 
● Linfoadenopatia, edema de membros e 
poliartrite 
 
TRANSMISSÃO PARA HUMANOS 
● Contato direto com secreções e feridas de 
animais infectados 
● Pessoa-pessoa: rara 
 
CASO CLÍNICO EM HUMANOS 
Menino de 11 anos, cuidador de cavalos, 
apresentou febre, dor torácica e dispneia 
Evoluiu para pneumonia, abscessos e choque 
séptico 
Cultura revelou crescimento de B. mallei 
Tratamento: meropenem IV por 21 dias, seguido 
de sulfametoxazol-trimetoprima por 12 semanas 
Mortalidade de até 50% mesmo com tratamento 
 
POTENCIAL BIOTERRORISTA 
● Burkholderia mallei é considerada um 
agente de categoria B pelo CDC 
● Capaz de formar aerossóis 
● Utilizada como arma biológica na Guerra 
Civil Americana, Primeira e Segunda 
Guerras Mundiais 
 
DIAGNÓSTICO 
● Isolamento bacteriano (ágar sangue ovino 
5%) 
● Inoculação em cobaios 
● Sorologia 
● Exames clínicos, anatômicos e 
histopatológicos 
 
DIAGNÓSTICO OFICIAL 
● Realizado por laboratórios federais de 
defesa agropecuária e pelo Instituto 
Biológico de SP 
● Portaria SDA nº 35/2018 (MAPA) 
● Testagem: 
o Prova de triagem (ELISA indireto 
ou Fixação de Complemento) 
o Prova confirmatória (Western 
Blotting) 
 
NORMATIVAS IMPORTANTES 
● Resolução SAA nº 38/2021 (SP) exige 
exame negativo para trânsito de equídeos 
● Instrução Normativa nº 6/2018 (MAPA) 
estabelece diretrizes para prevenção, 
controle e erradicação 
● Estratégias incluem educação sanitária, 
estudos epidemiológicos, fiscalização do 
trânsito animal, cadastramento de 
estabelecimentos e resposta imediata a 
surtos 
 
PROFILAXIA E CONTROLE 
● Bactéria sensível à luz solar, calor e 
desinfetantes (iodo, etanol) 
● Sobrevive em ambientes úmidos por até 
5 semanas 
● Limpeza rigorosa de instalações e 
equipamentos 
● Eutanásia obrigatória dos animais 
doentes e cremação dos cadáveres 
● Bloqueio do trânsito animal por 120 dias 
após o último caso confirmado 
● Atualmente, não há vacina eficaz para 
humanos ou animais

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