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Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 1 DISCIPLINA SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL CONTEÚDO Processo Gerencial da Segurança Pública Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 2 A Faculdade Focus se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição (apresentação a fim de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). A instituição, nem os autores, assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoa ou bens, decorrentes do uso da presente obra. É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, fotocópia e gravação, sem permissão por escrito do autor e do editor. 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Para os particulares, esta responsabilidade é jurídica, e não somente moral, ou seja, vincula-os a concorrer para a segurança e não concorrer para a insegurança, sob pena de responsabilização e de sofrerem a ação legítima estatal para a necessária coerção”. Tratando mais especificamente da responsabilidade do Estado, Hugo Acero Velásquez, consultor internacional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), explica que as autoridades nacionais se encarregam de “fixar as linhas gerais de ação, a serem desenvolvidas em todo o território”, enquanto as autoridades locais, aquelas que ficam mais próximas do cotidiano dos cidadãos, como representantes do Estado, “devem possuir a prerrogativa de dar resposta às problemáticas que afetam a convivência e a segurança dos cidadãos”. As problemáticas de segurança cidadã possuem diversas causas e formas e se manifestam de maneira distinta, variando em razão do local em que se apresentam, “as características culturais, sóciodemográficas, as condições econômicas e até as condições geográficas são variáveis intervenientes nessas manifestações”. Dessa forma, é importante que os processos gerenciais da segurança pública e defesa social levem em conta esse panorama, tanto a nível local quanto nacional. É sobre isso que falaremos nesta aula. 2 Processo Gerencial da Segurança Pública Seguindo o paradigma da segurança cidadã, que enxerga o problema da segurança como multidisciplinar, o processo gerencial do tema também, evidentemente, será multidisciplinar, e nada melhor que as diretrizes gerais do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social para atestar essa informação (Lei n. 13.675/2018). Sistema de Segurança Pública no Brasil | Processo Gerencial da Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 5 A partir do paradigma de segurança cidadã, a Segurança pública não é mais o monopólio da polícia, não é mais um monopólio dos agentes da lei. A Segurança Pública é algo que deve ser tratado de forma multidisciplinar, deve contar com todos os braços do Estado para o planejamento e execução de ações, projetos e programas. Neste sentido, a Lei n. 13.675/2018 (art. 24) estabelece que os agentes públicos deverão observar certas diretrizes na execução dos planos, as quais estão dispostas ao longo dos doze incisos deste artigo. Lei n. 13.675/2018 Art. 24. Os agentes públicos deverão observar as seguintes diretrizes na elaboração e na execução dos planos: I - adotar estratégias de articulação entre órgãos públicos, entidades privadas, corporações policiais e organismos internacionais, a fim de implantar parcerias para a execução de políticas de segurança pública e defesa social; II - realizar a integração de programas, ações, atividades e projetos dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, planejamento familiar, educação, trabalho, assistência social, previdência social, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção da criminalidade e à prevenção de desastres; III - viabilizar ampla participação social na formulação, na implementação e na avaliação das políticas de segurança pública e defesa social; IV - desenvolver programas, ações, atividades e projetos articulados com os estabelecimentos de ensino, com a sociedade e com a família para a prevenção da criminalidade e a prevenção de desastres; V - incentivar a inclusão das disciplinas de prevenção da violência e de prevenção de desastres nos conteúdos curriculares dos diversos níveis de ensino; VI - ampliar as alternativas de inserção econômica e social dos egressos do sistema prisional, promovendo programas que priorizem a melhoria de sua escolarização e a qualificação profissional; VII - garantir a efetividade dos programas, ações, atividades e projetos das políticas de segurança pública e defesa social; Sistema de Segurança Pública no Brasil | Processo Gerencial da Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 6 VIII - promover o monitoramento e a avaliação das políticas de segurança pública e defesa social; IX - fomentar a criação de grupos de estudos formados por agentes públicos dos órgãos integrantes do Susp, professores e pesquisadores, para produção de conhecimento e reflexão sobre o fenômeno da criminalidade, com o apoio e a coordenação dos órgãos públicos de cada unidade da Federação; X - fomentar a harmonização e o trabalho conjunto dos integrantes do Susp; XI - garantir o planejamento e a execução de políticas de segurança pública e defesasocial; XII - fomentar estudos de planejamento urbano para que medidas de prevenção da criminalidade façam parte do plano diretor das cidades, de forma a estimular, entre outras ações, o reforço na iluminação pública e a verificação de pessoas e de famílias em situação de risco social e criminal. Vários dos institutos de prevenção à violência podem e devem participar da elaboração das articulações, do planejamento e das estratégias de segurança pública, tendo em vista o caráter multicausal destas questões, de modo a garantir que a abordagem multifacetada esteja presente também no combate à violência e que os agentes públicos realizem a integração de programas, ações, atividades e projetos dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, planejamento familiar, educação, trabalho, assistência social, previdência social, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção da criminalidade e à prevenção de desastres, e englobando a participação social na formulação, implementação e na avaliação das políticas de segurança pública e defesa social. Como bem aponta Hugo Acero Velásquez, é um fato grave que muitas autoridades ainda pretendam responder aos problemas que afetam a segurança cidadã e a convivência social partindo de um pressuposto de organização estatal que atenda mais à segurança nacional que à segurança cidadã, “desconhecendo que as manifestações de insegurança possuem características locais”. Mas o fenômeno de insegurança, aliado aos problemas que afetam os aglomerados urbanos, tais como as “dificuldade de mobilidade, o desemprego, as consequências Sistema de Segurança Pública no Brasil | Sistema de defesa social de acordo com o novo paradigma www.faculdadefocus.com.br | 7 próprias da superpopulação e os processos de deslocamento internos e de migração”, destacam a importância da segurança cidadã. Conforme aponta Velásquez, [...] é chegado o momento de reconhecer que muitos delitos possuem particularidades locais e que sua solução deve ser abordada por parte dos governos municipais. Deve-se reconhecer inclusive que os delitos considerados transnacionais, como o narcotráfico, o comércio ilegal de armas, o tráfico de pessoas, o furto de automóveis, entre outros, acabam afetando os cidadãos em sua vida cotidiana (como é o caso da venda e consumo de drogas, do comércio ilegal e do uso de armas de fogo por parte dos particulares, da difusão da cultura mafiosa que se expressa nos estereótipos e no uso indiscriminado da violência para resolver qualquer conflito) (VELÁSQUEZ, s.d.). Neste sentido, a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) promoveu a integração dos órgãos de segurança pública, a atuação cooperativa e sistêmica, contemplando instituições de todas as esferas do governo, que perseguirão as ações e metas ditadas pela Política Nacional de Segurança Pública. Os estudos sobre segurança pública, defesa social e segurança cidadã ainda são muitos escassos e não há uma doutrina sedimentada a respeito do tema. Dessa forma, o Susp tenta fomentar esse conhecimento por meio do intercâmbio de profissionais de segurança ou meio acadêmico. A partir disso serão gerados estudos, que levarão à consolidação de uma doutrina, que levará a melhores práticas na execução da segurança pública. 3 Sistema de defesa social de acordo com o novo paradigma Ao discorrer sobre defesa social, Arminda Bergamini Miotto (1980) explica que até os primeiros decênios do século XX a defesa social consistia em um “conjunto de conceitos e noções próprios do cientificismo da época”, em que a sociedade era a finalidade última do homem. Para esta sociedade, o “delinquente” era um inimigo contra quem o Estado tinha direito de se defender e a pena, portanto, seria uma espécie de tratamento para reeducá-lo e torná-lo útil à sociedade, ou, pelo menos, neutralizar suas virtualidades para delinquir. Consistia, portanto, na prevenção individual do delito. Esse tratamento tinha por objetivo “intimidar os delinquentes em potencial, inibindo-os de praticar fatores lesivos à sociedade”. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Conclusão www.faculdadefocus.com.br | 8 A partir de meados do século XX, na mesma linha da evolução do pensamento, a defesa social “deixou de ser apenas defesa da sociedade (do todo social) contra o delinquente, para ser a defesa da sociedade e cada um dos seus membros contra o delito (contra o risco de vir a cometer um delito ou de vir a ser a vítima de um delito)”. Assim, a sociedade, como um conjunto de pessoas, deixa de ser um mero paciente de defesa social, “cada pessoa deve ser, tanto quando e como lhe é possível, agente também”. Atualmente, o conceito de defesa social é entendido como uma perspectiva que privilegia a proteção de interesses coletivos da sociedade. Assim, um sistema que segue o ideal da defesa social é uma unidade de elementos reunidos de maneira intencional para formar um conjunto coeso e operante que pretende atingir uma destinação comum. Logo, pelo paradigma da segurança cidadã, é importante que a atuação dentro do sistema de defesa social se dê a partir do trabalho integrado das polícias e da sociedade como um todo. Conforme apontam Estevam, Silva de Souza e Silva: [o sistema de defesa social] atualmente deve se firmar por ações positivas, proativas que venham a afirmar a política social de um Estado na defesa da totalidade dos direitos de seus cidadãos, cujo sucesso traria a melhoria da sensação de segurança provocada pela certeza da sociedade de que a lei seria cumprida, sem favorecimentos, ações simples; mas que de forma transversal viriam a inviabilizar a prática de novos delitos mais graves; que culminariam na prática de crimes violentos letais intencionais (ESTEVAM; SILVA DE SOUZA; SILVA, 2018). Ou seja, para que esse sistema seja organizado e para que ações sejam planejadas de forma eficaz, devemos considerar alguns indicadores para avaliação do desempenho das ações, tomando, por exemplo, um dos principais indicadores da defesa social, que são os crimes violentos, letais e intencionais, e atuando para sua prevenção ao buscar a eficiência do sistema e a integração dos órgãos públicos e bancos de dados. 4 Conclusão Neste material vimos que a criação do Sistema Único de Segurança Pública se fundamenta especialmente na necessidade de reduzir o alto índice de crimes violentos, letais e intencionais. Para atingir esse fim, o sistema integra órgãos de Sistema de Segurança Pública no Brasil | Referências Bibliográficas www.faculdadefocus.com.br | 9 diversas esferas públicas, bem como ações e programas de todos os órgãos de segurança pública do país, para que possam realizar operações combinadas, sejam elas ostensivas, investigativas, de inteligência ou mistas. As ações e metas a serem alcançadas são ditadas a todos os órgãos de segurança e replicadas em âmbito nacional, guiadas todas por diretrizes específicas elencadas na Lei n. 13.675/2018. 5 Referências Bibliográficas ESTEVAM, A. S.; SOUZA, W. S., SILVA, A. S. Breve leitura sobre o sistema de defesa social brasileiro. In: Revista Científica da Faculdade Sete de Setembro. n.1. 2018. GLINA, Nathan. Segurança Pública: direito, dever e responsabilidade. São Paulo: Almedina, 2020. MIOTTO, Arminda, Bergamini. Defesa Social. In Repositório Institucional UFG, v. 4. n.1. 1980. Disponível em: < https://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/13969/5/Artigo%20- %20Arminda%20Bergamini%20Miotto%20-%201980.pdf>. Acesso em: set. 2021. VALENÇA, M. A.; FREITAS, F. S. O direito à vida e o ideal de defesa social em decisões do STJ no contexto da pandemia da Covid-19. In: Revista Diretório. v. 17, n. 94. 2020 VELÁSQUEZ, Hugo Acero. Os governos locais e a segurança cidadã. PNDU. Disponível em:<https://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/Bogota%20%20Governos%20l ocais%20e%20seguran%E7a%20cidad%E3.pdf>.Acesso em: set. 2021. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Referências Bibliográficas www.faculdadefocus.com.br | 10 Sumário 1 Introdução 2 Processo Gerencial da Segurança Pública 3 Sistema de defesa social de acordo com o novo paradigma 4 Conclusão 5 Referências Bibliográficas