Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
aula-01-sist-seg-pub.pdf DISCIPLINA SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL CONTEÚDO Aula 01 Conceito e Organização Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 2 A Faculdade Focus se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição (apresentação a fim de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). Nem a instituição nem os autores assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoa ou bens, decorrentes do uso da presente obra. É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, fotocópia e gravação, sem permissão por escrito do autor e do editor. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada poderá requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível (art. 102 da Lei n. 9.610, de 19.02.1998). Atualizações e erratas: este material é disponibilizado na forma como se apresenta na data de publicação. Atualizações são definidas a critério exclusivo da Faculdade Focus, sob análise da direção pedagógica e de revisão técnica, sendo as erratas disponibilizadas na área do aluno do site www.faculdadefocus.com.br. É missão desta instituição oferecer ao acadêmico uma obra sem a incidência de erros técnicos ou disparidades de conteúdo. Caso ocorra alguma incorreção, solicitamos que, atenciosamente, colabore enviando críticas e sugestões, por meio do setor de atendimento através do e-mail secretaria@faculdadefocus.com.br. © 2021, by Faculdade Focus Rua Maranhão, 924 - Ed. Coliseo - Centro Cascavel - PR, 85801-050 Tel: (45) 3040-1010 www.faculdadefocus.com.br Este documento possui recursos de interatividade através da navegação por marcadores. Acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo. http://www.faculdadefocus.com.br/ mailto:secretaria@faculdadefocus.com.br. http://www.faculdadefocus.com.br/ Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 3 Sumário Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 2 Conceito de Segurança Pública ------------------------------------------------------------------------ 4 2.1 Conceito Clássico de Segurança Pública --------------------------------------------------------------------------- 6 2.2 Abordagem humanista da segurança pública -------------------------------------------------------------------- 7 2.3 Abordagem organizacional da Segurança Pública -------------------------------------------------------------- 8 3 Organização da Segurança Pública no Brasil ------------------------------------------------------ 9 4 Conclusão --------------------------------------------------------------------------------------------------- 10 5 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------ 11 Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 4 1 Introdução Na obra intitulada Direitos Humanos versus Segurança Pública (2016), Guilherme Nucci introduz o tema da Segurança Pública definindo-a como a “ausência de risco correspondente ao interesse da sociedade”, que se reflete no “conjunto de ações preventivas e reativas, de natureza pública, em resposta ao fenômeno da criminalidade”. Em seu aspecto mais moderno, a segurança pública volta-se à promoção e manutenção da ordem pública e tem como fim último “proporcionar aos indivíduos, na convivência social, a fruição de relações pautadas no direito básico de liberdade, garantidas a segurança jurídica – proteção contra repressão autoritária do Estado – e a segurança material – proteção contra agressões de todo tipo”. Para Sergio Luiz Cruz Aguilar (2014), “A segurança é a sensação de se sentir seguro por conta da ausência de ameaças, é questão substantiva em matéria de decisão política, e se pode qualificar de global, regional, sub-regional, nacional ou individual, segundo o marco de alcance que opera”. Embora nem sempre tenha sido assim, a evolução do conceito de segurança pública fez com que, no Brasil, esse sistema passasse de um viés voltado mais para a Segurança do Estado e a manutenção do status quo a um olhar mais voltado para a sociedade seguindo uma abordagem mais humanista. Assim, neste material veremos como se deu a evolução do conceito de segurança pública e como esta se organiza, hoje, no Brasil. 2 Conceito de Segurança Pública O conceito de segurança pública não é um conceito estático, pelo contrário, é bastante subjetivo e implica diversas percepções. De forma bem singela, a Segurança Pública pode ser entendida como a garantia da proteção aos direitos individuais de cada cidadão, que lhes permite exercer, em segurança, seu direito de cidadania. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Conceito de Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 5 Esta definição de inclinação humanista, que se volta à proteção do cidadão, encontra- se mais ou menos no intervalo da evolução histórica e conceitual da segurança pública no Brasil, sendo fortemente influenciada pelo movimento de redemocratização, em meados da década de 80, que ocorreu em toda a América Latina diante dos regimes ditatoriais militares, período no qual a segurança pública mirava a proteção do Estado. Conforme destaca Aguilar, O aumento da densidade da interação internacional faz com que as visões limitadas de segurança nacional e estratégia nacional de segurança sejam inapropriadas e contraprodutivas, havendo a necessidade de ampliar a noção de segurança. Assim, os estudos deveriam manter o Estado como unidade principal de análise, mas deveriam incluir os cinco maiores setores que afetam a segurança das coletividades humanas: militar, político, econômico, societal e ambiental, permitindo uma visão mais ampliada do conceito (AGUILAR, 2014). Também a noção de sistema passou por uma evolução bastante significativa. Enquanto na era da proteção à segurança nacional falávamos em órgãos com atribuições únicas e competências exclusivas, com a nova visão humanista passamos a integrar ao conceito de sistema a sociedade civil, algo que era inimaginável que se fizesse até então. Diante desse panorama, temos um olhar muito mais voltado para a cidadania como um todo, buscando englobar todos os ramos do direito (Direitos Humanos, Direitos Sociais etc.), e não apenas ao direito livre de ir e vir. Assim, de uma visão tradicional “centrada no Estado, onde as forças armadas são os principais atores responsáveis por sua garantia” (AGUILAR, 2014) passamos a perceber a Segurança Pública como “uma atividade pertinente aos órgãos estatais e à comunidade como um todo, realizada com o fito de proteger a cidadania, prevenindo e controlando manifestações da criminalidade e da violência, efetivas ou potenciais, garantindo o exercício pleno da cidadania nos limites da lei” (SANTOS E FRANCO, 2011). Conforme relata Aguilar em pesquisa voltada para a reforma do setor de segurança, diante das diversas facetas que o conceito foi adquirindo ao longo do tempo, a partir de aprendizado prático em diferentes países e das reformulações por parte de Sistema de Segurança Pública no Brasil | Conceito de Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 6 Organizações internacionais, foi possível constatar que uma abordagem muito simplista desse conceito teria suas limitações. Para o autor, [...] trabalhar apenas com as forças militares autorizadas pelo Estado para utilizar a força levava a pensar apenas em forças armadas, paramilitares, policiais e serviços de inteligência. A ampliação da visão sobre reforma do setor levou a pensar em todas as organizações e atividades relacionadas com a provisão de segurança, incluindo grande número de organizações e instituições (AGUILAR, 2014, p. 21). Com isso, infundiu-se à Segurança Pública uma noção de interdisciplinaridade, basta atentar ao exemplo mais recente da integração do sistema de segurança pública com órgãos de assistência social, refletida no projeto que norteia a implementação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas bases de patrulhamento comunitário no Rio de Janeiro. Embora este seja um ponto controverso, que gera intenso debate, tendo em vista que o que é posto em prática nem sempre reflete o que está no planejamento, trata-se de um exemplo em que se buscou aplicar a interdisciplinaridade na segurança pública. 2.1 Conceito Clássico de Segurança Pública Tradicionalmente, a Segurança Pública foi entendida como um processo complexo e abrangente, que visa a preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio, permitindo o usufruto de direitos e o cumprimento de deveres. O conceito de ordem pública, no entanto, também é difuso. Não há uma definição precisa do que seria a ordem pública, sua interpretação é bastante subjetiva e cada um dos operadores do direito, cada um dos operadores das ciências sociais pode encarar esta ordem pública de maneira diferente. Mas pelo conceito clássico da segurança pública, a ordem pública nada mais é do que a sociedade girando, ocorrendo e funcionando da maneira como ela deve ser nos seus regramentos. De acordo com Guilherme de Souza Nucci, a ordem pública é [...] outra expressão de conteúdo complexo e até hoje não definido a contento, nem pela doutrina nem pela jurisprudência. Em termos simples, a ordem antagoniza com a desordem (confusão, tumulto, irregularidade, enfim, quebra da rotina). Transferindo-se para o âmbito público, a desordem provoca a quebra da rotina de um número imenso de pessoas, razão pela Sistema de Segurança Pública no Brasil | Conceito de Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 7 qual a polícia tem o dever de assegurar um mínimo indispensável ou flexível o suficiente para que os indivíduos cumpram seus deveres e obrigações no dia a dia, conforme programado (NUCCI, 2016). Outra noção que extraímos deste conceito diz respeito ao usufruto de direitos e o cumprimento de deveres. Esta é uma visão bastante positivista que não leva em conta os direitos de cidadania, só nos faz lembrar que todo cidadão tem direitos e deveres, que a cada direito corresponde um dever que precisa ser cumprido em razão da preservação dos interesses e valores do Estado. Neste sentido, Sergio Luiz Cruz Aguilar (2014) retoma Leonel (1996) e a Escola Superior de Guerra do Brasil (ESG, 2006) para explicar que a segurança, como conceito abstrato que é, pressupõe a defesa (“um ato dirigido à determinada ameaça”), que por sua vez implica, como elemento essencial, o eventual emprego de força. Por esse viés, a segurança pública compreenderia “atitudes, medidas e ações do Estado, com ênfase na Expressão Militar, para a defesa do território, da soberania e dos interesses nacionais contra ameaças preponderantemente externas”. 2.2 Abordagem humanista da segurança pública Com a evolução da segurança pública para uma abordagem mais humanista, passamos a entender que a política de segurança pública deve ser rigorosa no enfrentamento da impunidade e humanista na valorização da participação comunitária nas questões da Segurança Pública. Isso aponta para mais uma novidade, a abordagem multidisciplinar da segurança pública, mostrando que ela não é uma atribuição exclusiva das polícias, do Poder Judiciário ou do Ministério Público, mas sim dos mais variados órgãos, instituições e da própria comunidade, pois se trata de um todo coerente que abarca, além da chamada ordem pública, a efetivação de direitos e garantias individuais. Nessa linha de raciocínio, Luiz Eduardo Soares afirma que às polícias e aos órgãos de segurança pública cabe zelar pelo respeito aos direitos dos cidadãos, com destaque Sistema de Segurança Pública no Brasil | Conceito de Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 8 aos direitos os fundamentais, em especial ao direito a vida, a liberdade, a incolumidade física e moral e a dignidade humana, e complementa: “Na medida em que a finalidade e suas derivações forem observadas, em escala satisfatória, instala-se o ciclo virtuoso da estabilização generalizada de expectativas positivas – expectativas quanto ao respeito às regras que regem a sociabilidade no cotidiano dos cidadãos” (SOARES, 2019). Neste sentido, também se fala no enfrentamento da impunidade que pode ocorrer em virtude de exageros cometidos por parte dos órgãos de segurança pública em suas atribuições, pois ao agir com excessos esses agentes de segurança pública acabam por proporcionar uma exclusão ainda maior dos setores marginalizados da sociedade. Dessa forma, Luiz Eduardo Soares, ao explorar o panorama mais social da Segurança Pública, afirma que [...] a segurança pública é a estabilização universalizada, no âmbito de uma sociedade em que vigora o Estado democrático de direito, de expectativas positivas a respeito das interações sociais, ou da sociabilidade, em todas as esferas da experiência individual. O adjetivo “positivo” sinaliza a inexistência do medo e da violência (em seus significados negativos) e a presença da confiança, em ambiente de liberdade. Corresponde, portanto, à fruição dos direitos constitucionais, particularmente daqueles que se relacionam de forma mais imediata com a incolumidade física e moral, e à expectativa de sua continuidade ou extensão no tempo, reduzindo-se a incerteza e a imprevisibilidade, o medo e a desconfiança. E, assim, concorrendo para que círculos virtuosos substituam círculos viciosos – dinâmicas negativas que se retroalimentam, estimuladas por narrativas dominadas pelo medo e pela demonização do outro. Em vez de atitudes defensivas de quem espera agressões e acaba as precipitando, no ambiente seguro predominam posturas desarmadas e cooperativas, que estimulam a difusão de respostas e expectativas sociáveis e produtivas” (SOARES, 2019). 2.3 Abordagem organizacional da Segurança Pública São diversas as abordagens que interpretam aspectos e segmentos do sistema de segurança pública partindo de uma perspectiva sociológica e política, e mesmo a abordagem tradicional jurídica indica a existência de problemas de cunho organizacional nesse sistema. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Organização da Segurança Pública no Brasil www.faculdadefocus.com.br | 9 Conforme explica Soares, tendo em vista que as situações em que atuam os agentes de segurança pública são variáveis, assim como os caminhos e os meios pelos quais os objetivos serão alcançados, dependendo sempre das circunstâncias, “um predicado básico da política de segurança é seu realismo, ou seja, sua competência para diagnosticar os desafios, as virtudes e os defeitos das instituições e de seus servidores, os recursos materiais e humanos, gerenciais, constitucionais, cognitivos, tecnológicos e legais disponíveis” (SOARES, 2019). Quando analisamos algo que antes era moldado para a segurança do Estado (por órgãos de segurança, por homens que se especializaram em patrulhamento e enfrentamento à criminalidade) através de um olhar mais sociológico, mais humanista, os problemas organizacionais se tornam evidentes. É por isso mesmo que passamos a observar uma organização da segurança pública mais voltada ao cidadão e à interdisciplinaridade e com planejamentos e metas elaborados a partir de uma visão sistêmica. Isso justifica a criação da Lei 13.675/2018, que disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, nos termos do § 7º do art. 144 da Constituição Federal; cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS); e institui o Sistema Único de Segurança Pública (Susp). 3 Organização da Segurança Pública no Brasil A organização da segurança pública está primariamente descrita na Constituição Federal, portanto ela é nossa fonte primária de consulta. Já a Lei n. 13.675/18 e o Sistema Único de Segurança Pública disciplinam acerca do tema a partir da nova visão organizacional do sistema voltada para a sociedade, como podemos constatar já no seu art. 1º: Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS), com a finalidade de preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, por meio de atuação conjunta, coordenada, sistêmica e integrada dos órgãos de segurança pública e defesa social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em articulação com a sociedade. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Conclusão www.faculdadefocus.com.br | 10 Embora a expressão ordem pública ainda esteja presente na definição da lei, o artigo traz uma nova expressão, a defesa social, que está voltada à cidadania e à preservação dos direitos humanos. Neste artigo vemos, portanto, uma mescla do que era a segurança nacional, como visão primária da segurança pública, com a nova visão humanista. Além disso, podemos constatar por meio das diretrizes da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (art. 5º) que, ao priorizar o atendimento imediato ao cidadão e planejamento estratégico e sistêmico, começa a emergir uma perspectiva mais profissional do sistema, um tanto voltada para a administração como a conhecemos na iniciativa privada. Esse dispositivo corrobora ao modelo de organização estipulado na Constituição Federal, art. 144, incisos I ao IV, segundo os quais “a segurança pública é dever do Estado e direito e responsabilidade de todos”, sendo exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, e organizada a partir dos seguintes órgãos: a. polícia federal; b. polícia rodoviária federal; c. polícia ferroviária federal; d. polícias civis; e. polícias militares e corpos de bombeiros militares. f. polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) 4 Conclusão Nesta aula vimos como o conceito de segurança pública sofreu algumas alterações no transcurso do tempo, passando de um viés voltado à provisão e segurança do Estado contra ameaças diversas à uma nova estruturação em que a segurança coletiva dos cidadãos se torna a prioridade. A partir desse viés, o sistema de organização da segurança pública também foi reestruturado, mostrando forte influência da Administração voltada à iniciativa privada, instaurando um Sistema Único de Segurança Pública e criando a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, Sistema de Segurança Pública no Brasil | Referências Bibliográficas www.faculdadefocus.com.br | 11 com a finalidade de preservar a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio, por meio de atuação conjunta, coordenada, sistêmica e integrada dos órgãos de segurança pública e defesa social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em articulação com a sociedade. 5 Referências Bibliográficas AGUILAR, Sérgio Luiz Cruz. Reforma do setor de segurança: visão geral e proposta de planejamento. In: Reforma do setor de segurança: teoria, prática e crítica. São Paulo: Porto de Ideias, 2014. NUCCI, Guilherme de Souza. Direitos Humanos versus Segurança Pública. Rio de Janeiro: Forense, 2016. SANTOS, Marco Antonio; FRANCO, Jacinto Rodrigues. A atividade de inteligência na segurança para o século XXI. 1 edição. Brasília: 2011. SOARES, Luiz Eduardo. Desmilitarizar: Segurança pública e direitos humanos. São Paulo: Boitempo Editorial, 2019. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Referências Bibliográficas www.faculdadefocus.com.br | 12 Sumário 1 Introdução 2 Conceito de Segurança Pública 2.1 Conceito Clássico de Segurança Pública 2.2 Abordagem humanista da segurança pública 2.3 Abordagem organizacional da Segurança Pública 3 Organização da Segurança Pública no Brasil 4 Conclusão 5 Referências Bibliográficas aula-02-sist-seg-pub.pdf Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 1 DISCIPLINA SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL CONTEÚDO Aula 02 Atribuições dos Órgãos de Segurança Pública Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 2 A Faculdade Focus se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição (apresentação a fim de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). A instituição, nem os autores, assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoa ou bens, decorrentes do uso da presente obra. É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, fotocópia e gravação, sem permissão por escrito do autor e do editor. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada poderá requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível (art. 102 da Lei n. 9.610, de 19.02.1998). Atualizações e erratas: este material é disponibilizado na forma como se apresenta na data de publicação. Atualizações são definidas a critério exclusivo da Faculdade Focus, sob análise da direção pedagógica e de revisão técnica, sendo as erratas disponibilizadas na área do aluno do site www.faculdadefocus.com.br. É missão desta instituição oferecer ao acadêmico uma obra sem a incidência de erros técnicos ou disparidades de conteúdo. Caso ocorra alguma incorreção, solicitamos que, atenciosamente, colabore enviando críticas e sugestões, por meio do setor de atendimento através do e-mail secretaria@faculdadefocus.com.br. © 2021, by Faculdade Focus Rua Maranhão, 924 - Ed. Coliseo - Centro Cascavel - PR, 85801-050 Tel: (45) 3040-1010 www.faculdadefocus.com.br Este documento possui recursos de interatividade através da navegação por marcadores. Acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo. http://www.faculdadefocus.com.br/ mailto:secretaria@faculdadefocus.com.br. http://www.faculdadefocus.com.br/ Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 3 Sumário Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 2 Atribuições dos Órgãos de Segurança Pública ----------------------------------------------------- 4 2.1 Polícia Federal (Art. 144, § 1º da CF/88) --------------------------------------------------------------------------- 6 2.2 Polícia Rodoviária Federal (Art. 144, § 2º da CF/88) ----------------------------------------------------------- 8 2.3 Polícia Ferroviária Federal (Art. 144, § 3º da CF/88) ----------------------------------------------------------- 8 2.4 Polícia Civil (Art. 144, § 4º da CF/88) ------------------------------------------------------------------------------- 9 2.5 Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militares (Art. 144, § 5º da CF/88) -------------------------------- 9 2.6 Polícias Penais (Art. 144, § 5º-A da CF/88) ------------------------------------------------------------------------ 9 2.7 Guardas Municipais (Art. 144, § 8º da CF) ---------------------------------------------------------------------- 10 3 Conclusão --------------------------------------------------------------------------------------------------- 12 4 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------ 13 Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 4 1 Introdução Na obra intitulada Direitos Humanos versus Segurança Pública (2016), Guilherme Nucci introduz o tema da Segurança Pública definindo-a como a “ausência de risco correspondente ao interesse da sociedade”, que se reflete no “conjunto de ações preventivas e reativas, de natureza pública, em resposta ao fenômeno da criminalidade”. Em seu aspecto mais moderno, a segurança pública volta-se à promoção e manutenção da ordem pública e tem como fim último “proporcionar aos indivíduos, na convivência social, a fruição de relações pautadas no direito básico de liberdade, garantidas a segurança jurídica – proteção contra repressão autoritária do Estado – e a segurança material – proteção contra agressões de todo tipo”. Essa definição encontra fundamento na Constituição Federal, art. 144, segundo o qual a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos órgãos de segurança pública. Este mesmo artigo estabelece que são responsáveis por manter a chamada ordem pública os seguintes órgãos: a) a polícia federal; b) a polícia rodoviária federal; c) a polícia ferroviária federal; d) a polícia civil; e) a polícia militar e o corpo de bombeiros militares; e f) a polícia penal federal, estadual e distrital. Nesta aula, falaremos sobre as atribuições próprias de cada um desses órgãos. 2 Atribuições dos Órgãos de Segurança Pública Neste capítulo analisaremos as atribuições dos órgãos de segurança pública dispostos no rol taxativo do art. 144 da Constituição Federal, acompanhando em literalidade o texto legal. Para melhor compreendemos como se organiza a polícia de segurança pública, recorremos a Lenza (2021), que explica que “a polícia de segurança pode ser dividida em: a) polícia administrativa lato senso; b) polícia de segurança, dividida em polícia administrativa (preventiva, que não deve confundir-se com a ideia de poder de polícia lato sensu do Estado) e polícia judiciária”. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Atribuições dos Órgãos de Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 5 Conforme explica o autor, a polícia administrativa desempenha uma atuação preventiva, evitando que o crime aconteça, ao passo que a polícia judiciária atua de maneira repressiva, “exercendo atividades de apuração das infrações penais cometidas, bem como a indicação de autoria”. Figura 1 - Órgãos de Segurança Pública Fonte: LENZA (2021) Segundo Nathalia Masson, “De acordo com a jurisprudência firmada pelo STF, o rol do art. 144 é taxativo e de observância compulsória. Isso significa que é um dispositivo dirigido também à organização dos Estados-membros, do que decorre não poderem estes, em suas constituições estaduais ou leis, alterar ou acrescer o conteúdo substancial do referido artigo da Constituição Federal” (MASSON, 2020). Sistema de Segurança Pública no Brasil | Atribuições dos Órgãos de Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 6 2.1 Polícia Federal (Art. 144, § 1º da CF/88) A Polícia Federal, instituída por lei como órgão permanente e integrante da estrutura básica do Ministério da Justiça, é organizada e mantido pela União e estruturada em carreira, destinando-se a: ▪ apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; ▪ prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; ▪ exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; ▪ exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. Em relação às infrações penais contra a ordem política e social, podem ser associados os crimes contra a organização do trabalho, a organização dos transportes e todo delito que atentar contra o funcionamento de serviços regulado pela União, além das infrações ligadas ao sistema de representação, partidos políticos, eleições etc. Quanto à repressão ao tráfico de entorpecentes, embora seja atribuição da Polícia Federal em qualquer extensão, a maioria dos estados têm assinado um termo de cooperação com o Ministério da Justiça se encarregando da repreensão do tráfico local e, em alguns lugares, até mesmo do tráfico interestadual, permanecendo, contudo, o tráfico internacional ou transnacional a encargo da Polícia Federal. Além disso, cabe à Polícia Federal prevenir e reprimir o contrabando, que se caracteriza pela inserção de produto proibido ou que necessite de autorização especial para ingresso no território nacional sem que essa autorização seja concedida, e o descaminho, que é o ingresso de mercadorias no território nacional sem recolhimento devido dos Sistema de Segurança Pública no Brasil | Atribuições dos Órgãos de Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 7 impostos. Uma vez que esses crimes versam contra o erário público, a Receita Federal tem a atribuição de fazer as medidas fiscais, além de perseguir a cobrança desses tributos, mesmo que tenham originado de um crime. No que tange ao exercício de polícia marítima (através dos núcleos de polícia marítima), aeroportuária (através das imigrações e da segurança aeroportuária) e de fronteiras (através das delegacias com seus efetivos), trata-se de uma atribuição de polícia ostensiva, e não judiciária. Neste sentido, a Polícia Federal pode ser vista como uma espécie de “polícia militar” da União em razão de suas atribuições ostensivas, já que normalmente essas atribuições são conferidas às Polícias Militares. Além das atribuições Constitucionais, a Polícia Federal teve a sua atuação alargadas pelas Leis n. 10.446/2002 e 13.124/2015, podendo-se dizer que toda infração penal que tenha repercussão interestadual, crimes cibernéticos contra direitos humanos ou todo e qualquer delito, desde que autorizado ou determinado pelo Ministério da Justiça, são de sua atribuição, haja vista a necessidade de uma repressão uniforme desses crimes. Quanto aos crimes normais contra os direitos humanos, apesar de a regra ser que sejam apurados pelas polícias estaduais, por determinação do Ministro da Justiça, a Polícia Federal poderá tocar a investigação, embora isso normalmente aconteça só em casos de crimes de grande repercussão, como ocorreu no recente caso envolvendo o assassinato de Marielle Franco. Por fim, estabelece o art. 2º da Lei n. 9.266/96 que “A Carreira Policial Federal é composta por cargos de nível superior, cujo ingresso ocorrerá sempre na terceira classe, mediante concurso público, de provas ou de provas e títulos, exigido o curso superior completo, em nível de graduação, observados os requisitos fixados na legislação pertinente”. Os cargos consistem em: ▪ Delegado de Polícia Federal; ▪ Perito Criminal Federal; ▪ Escrivão de Polícia Federal; ▪ Papiloscopista Policial Federal; Sistema de Segurança Pública no Brasil | Atribuições dos Órgãos de Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 8 ▪ Agente de Polícia Federal. 2.2 Polícia Rodoviária Federal (Art. 144, § 2º da CF/88) A Polícia Rodoviária Federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais (Art. 144, § 2º). Além disso, devem prestar atendimento e socorro “às vítimas de acidentes rodoviários e demais atribuições relacionadas com a área operacional do Departamento de Polícia Rodoviária Federal” (LENZA, 2021). Dessa forma, não exerce função de polícia judiciária, que é uma exclusividade reservada à polícia federal. Suas atribuições, portanto, são voltadas exclusivamente para as rodovias federais, com atuação de fiscalização de trânsito e repressão e delitos nelas praticados. Em especial na região de fronteira, a Polícia Rodoviária Federal é extremamente atuante, realizando diversas apreensões e flagrantes para os mais variados delitos que se possa imaginar, desde contrabando de camarão até roubo, sequestro, tráfico de drogas e outros. Por fim, são competências da Polícia Rodoviária Federal as descritas no art. 20 da Lei n. 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro); no Regimento Interno, aprovado pela Portaria Ministerial n. 3.741/2004; e no Decreto n. 1.655/95. 2.3 Polícia Ferroviária Federal (Art. 144, § 3º da CF/88) A Polícia Ferroviária Federal também é órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreiras, e destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. Atualmente, praticamente não existem mais policiais ferroviários federal, pois grande parte das ferrovias foram concedidas ou celebraram contrato público-privado. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Atribuições dos Órgãos de Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 9 2.4 Polícia Civil (Art. 144, § 4º da CF/88) As polícias civis são dirigidas por delegados de polícia de carreira. A elas incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. Os policiais civis são reconhecidos como servidores estaduais civis, ficando estes subordinados aos Governadores do Estado. É importante observar que a competência da Polícia Civil é residual, o que significa dizer que o que não for atribuição constitucional da Polícia Federal, como polícia judiciária, será da Polícia Civil, sendo-lhe atribuído cerca de 95% das funções da polícia judiciária no país, uma vez que ficam encarregadas da apuração, realização do inquérito e investigação da maioria dos crimes praticados em geral. 2.5 Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militares (Art. 144, § 5º da CF/88) À polícia militar cabe o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública, e ao corpo de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. Assim, a polícia ostensiva é aquela que tem maior contato com o cidadão, estando presente em todos os momentos e sendo a primeira a alcançar os indivíduos em apuro. Além disso, estão voltadas não só para a repressão como para atividades de prevenção (diferentemente das polícias judiciárias que normalmente atuam após a execução do crime). Aos corpos de bombeiros militares, também considerados forças auxiliares e reserva do Exército, “além das atribuições definidas em lei (por exemplo, prevenção e extinção de incêndios, proteção, busca e salvamento de vidas humanas, prestação de socorro em casos de afogamento, inundações, desabamentos, acidentes em geral, catástrofe e calamidades públicas etc.), incumbe a execução de atividades de defesa civil” (LENZA, 2021). 2.6 Polícias Penais (Art. 144, § 5º-A da CF/88) A Emenda Constitucional nº 104 de 2019 inseriu ao texto constitucional o inciso IV do art. 144, que cria a polícia penal, “órgão de segurança pública, existente na esfera Sistema de Segurança Pública no Brasil | Atribuições dos Órgãos de Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 10 federal, estadual e distrital, responsável pela segurança dos estabelecimentos penais” (MASSON, 2020). Conforme explica Pedro Lenza (2021), a alteração constitucional visa “fortalecer a carreira dos agentes penitenciários, a segunda profissão mais perigosa do mundo, conforme consta na justificação da PEC 16/2016-SF”, e que lidam diariamente com um elevadíssimo número de pessoas privadas de liberdade. Além disso, como consequência da transformação dos agentes penitenciários em polícias penais, garante-se que “policiais militares e civis e demais órgãos de segurança pública” não sejam “desviados de suas funções essenciais para fazer a segurança dos estabelecimentos penais, bem como as atividades de guarda e escolta de presos”. 2.7 Guardas Municipais (Art. 144, § 8º da CF) O parágrafo § 8º do art. 144 da Constituição Federal estabelece que os “Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei”. Com base nele, entendemos que, constitucionalmente, a guarda municipal se destina a proteger bens e serviços de instalação no município, não sendo assim caracterizada como uma polícia (atuando mais como uma empresa de segurança privada da prefeitura do que um órgão de polícia). Contudo, fica evidente que a questão da segurança pública ainda é um grande problema, por isso há um projeto que pretende Sistema de Segurança Pública no Brasil | Atribuições dos Órgãos de Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 11 alterar esse entendimento quanto à guarda municipal e transformá-la em polícia municipal, já que acaba exercendo um trabalho bastante parecido. A seguir, consta um excerto para reflexão, extraído do Curso de Direito Constitucional Esquematizado de Pedro Lenza (2021), em que se aborda a questão. Como bem anotou José Afonso da Silva, “os constituintes recusaram várias propostas no sentido de instituir alguma forma de polícia municipal. Com isso, os Municípios não ficaram com qualquer responsabilidade específica pela segurança pública. Ficaram com a responsabilidade por ela na medida em que, sendo entidades estatais, não podem eximir-se de ajudar os Estados no cumprimento dessa função. Contudo, não se lhes autorizou a instituição de órgão policial de segurança, e menos ainda de polícia judiciária. A Constituição apenas lhes reconheceu a faculdade de constituir Guardas Municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. Aí, certamente, está uma área que é de segurança pública: assegurar a incolumidade do patrimônio municipal, que envolve bens de uso comum do povo, bens de uso especial e bens patrimoniais, mas não é de polícia ostensiva, que é função da Polícia Militar. Por certo que não lhe cabe qualquer atividade de polícia judiciária e de apuração de infrações penais, que a Constituição atribui com exclusividade à Polícia Civil (art. 144, § 4.º), sem possibilidade de delegação às Guardas Municipais”. Em nosso entender, a lei indicada no art. 144, § 8.º, deve ser entendida como lei federal a estabelecer as diretrizes, as disposições e normas gerais. Isso porque, a instituição, em si, das Guardas Municipais dar-se-á por lei específica de cada Município, conforme, inclusive, deixa claro o art. 6.º do Estatuto da Guarda Municipal. Em relação às competências (geral e específicas) previstas no art. 5.º do estatuto, a sua interpretação deverá sempre levar em conta os parâmetros constitucionais de proteção dos bens, serviços e instalações do Município. Por isso, parece ter razão o parecer da PGR que sustenta a inconstitucionalidade dos incisos VI, XIII e XVII do art. 5.º da Lei n. 13.022/2014 (atribuem às guardas municipais, em caráter primário, exercício de competências municipais de trânsito; atendimento de ocorrências emergenciais ou de pronto atendimento; auxílio na segurança de grandes eventos e proteção de autoridades e dignitários). Sistema de Segurança Pública no Brasil | Conclusão www.faculdadefocus.com.br | 12 Em relação às competências de trânsito, admitíamos apenas aquelas que pudessem ter alguma relação com a proteção de bens, serviços e instalações. O STF, contudo, por 6 x 5, entendeu que poder de polícia não se confunde com segurança pública, e, assim, o seu exercício (poder de polícia, deixe-se claro) “não é prerrogativa exclusiva das entidades policiais, a quem a Constituição outorgou, com exclusividade, no art. 144, apenas as funções de promoção da segurança pública”. “A fiscalização do trânsito, com aplicação das sanções administrativas legalmente previstas, embora possa se dar ostensivamente, constitui mero exercício de poder de polícia, não havendo, portanto, óbice ao seu exercício por entidades não policiais.” Dessa forma, na medida em que a Constituição “não impede que a guarda municipal exerça funções adicionais à de proteção dos bens, serviços e instalações do Município”, a Corte firmou a seguinte tese: “é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício de poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas legalmente previstas” (RE 658.570, Rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, j. 06.08.2015, DJe de 30.09.2015). Do ponto de vista prático, então, as guardas municipais poderão, em razão da competência para fiscalizar o trânsito, lavrar auto de infração de trânsito e impor multas (LENZA, 2021). 3 Conclusão Nesta aula falamos sobre os órgãos de segurança pública, conforme elencados no art. 144 da Constituição Federal, e suas atribuições. Vimos que a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Ferroviária Federal, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros militar desempenham papel de polícia preventiva ou ostensiva, e que a Polícia Civil desempenha função polícia judiciária, ao passo que a Polícia Federal desempenha ambas as funções. Além disso, buscamos compreender a alteração trazida pela Emenda Constitucional nº 104 de 2019, que transformou os agentes penitenciários em policiais penais, e o motivo pelo qual se justifica a Guarda Municipal não ser chamada de polícia, mas apenas órgão de segurança pública. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Referências Bibliográficas www.faculdadefocus.com.br | 13 4 Referências Bibliográficas LENZA, Pedro. Direito Constitucional. -25. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2021. MASSON, Nathalia. Manual de direito constitucional. -8. ed. Salvador: JusPODIVM, 2020. NUCCI, Guilherme de Souza. Direitos Humanos versus Segurança Pública. Rio de Janeiro: Forense, 2016. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Referências Bibliográficas www.faculdadefocus.com.br | 14 Sumário 1 Introdução 2 Atribuições dos Órgãos de Segurança Pública 2.1 Polícia Federal (Art. 144, § 1º da CF/88) 2.2 Polícia Rodoviária Federal (Art. 144, § 2º da CF/88) 2.3 Polícia Ferroviária Federal (Art. 144, § 3º da CF/88) 2.4 Polícia Civil (Art. 144, § 4º da CF/88) 2.5 Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militares (Art. 144, § 5º da CF/88) 2.6 Polícias Penais (Art. 144, § 5º-A da CF/88) 2.7 Guardas Municipais (Art. 144, § 8º da CF) 3 Conclusão 4 Referências Bibliográficas aula-03-sist-seg-pub.pdf Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 1 DISCIPLINA SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL CONTEÚDO Repercussões da Organização da Segurança Pública Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 2 A Faculdade Focus se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição (apresentação a fim de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). A instituição, nem os autores, assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoa ou bens, decorrentes do uso da presente obra. É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, fotocópia e gravação, sem permissão por escrito do autor e do editor. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada poderá requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível (art. 102 da Lei n. 9.610, de 19.02.1998). Atualizações e erratas: este material é disponibilizado na forma como se apresenta na data de publicação. Atualizações são definidas a critério exclusivo da Faculdade Focus, sob análise da direção pedagógica e de revisão técnica, sendo as erratas disponibilizadas na área do aluno do site www.faculdadefocus.com.br. É missão desta instituição oferecer ao acadêmico uma obra sem a incidência de erros técnicos ou disparidades de conteúdo. Caso ocorra alguma incorreção, solicitamos que, atenciosamente, colabore enviando críticas e sugestões, por meio do setor de atendimento através do e-mail secretaria@faculdadefocus.com.br. © 2021, by Faculdade Focus Rua Maranhão, 924 - Ed. Coliseo - Centro Cascavel - PR, 85801-050 Tel: (45) 3040-1010 www.faculdadefocus.com.br Este documento possui recursos de interatividade através da navegação por marcadores. Acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo. http://www.faculdadefocus.com.br/ mailto:secretaria@faculdadefocus.com.br. http://www.faculdadefocus.com.br/ Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 3 Sumário Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 2 Repercussões da Organização da Segurança Pública ------------------------------------------- 5 2.1 Finalidades do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social ------------------------------------- 6 2.2 Quanto à duração do Plano ------------------------------------------------------------------------------------------- 7 2.3 Quanto ao prazo para elaboração de planos correspondentes --------------------------------------------- 7 2.4 Quanto à publicidade do plano -------------------------------------------------------------------------------------- 8 2.5 Aplicação dos princípios da Administração Segurança Pública---------------------------------------------- 8 2.6 Segurança Cidadã ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 10 3 Conclusão --------------------------------------------------------------------------------------------------- 11 4 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------ 11 Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 4 1 Introdução O Sistema Único de Segurança Pública (Susp) foi aprovado em 2018 pelo Congresso Nacional depois de anos de estudo, sendo descrito como o “primeiro e largo passo para o resgate do imenso passivo que o país construiu por mais de um século na segurança pública” (BRASIL, 2018). Este sistema dá início à Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social como instrumento do Estado. Conforme descrito na apresentação do próprio plano, sua elaboração se deu com base em quatro premissas distintas, são elas: I. “a certeza de que não é possível concretizar uma política nacional de segurança pública e defesa social sem antes subordiná-la a critérios científicos de concepção, execução e avaliação de resultados, de forma a confirmar, ao longo de toda sua implementação, a adequação dos seus fundamentos e objetivos e a correção técnica dos seus programas, projetos e ações”. II. A necessidade de que o plano “se revista mais do caráter de política (e plano) em construção do que de obra acabada”, ao menos no primeiro ciclo de execução do plano, tendo em vista “o contexto (i) de necessidade de superação de déficits enormes de produção de dados e de indicadores confiáveis para a realização de diagnósticos precisos e a eleição de prioridades e (ii) de insuficiência ou mesmo residual integração das ações a cargo da União, dos estados e Distrito Federal e dos municípios”. III. O entendimento de que “ao tempo em que deverão ser adotadas medidas para a viabilização de instrumentos que se voltem à instalação de mecanismos aptos à construção de indicadores e de doutrina de alto nível técnico para a definição e a implementação de políticas de segurança e defesa social no país, o Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSP) não pode deixar de já iniciar a execução de programas e ações de natureza urgente, que deverão ser, no entanto, continuamente testados. IV. a adoção de níveis elevados de governança, transparência e prestação de contas, que se revela central para a adequada avaliação pela sociedade das ações a cargo de cada um dos agentes do Susp. Mas não só, também para a construção de quadro em que a sociedade passe a ver naqueles que se encarregam das difíceis Sistema de Segurança Pública no Brasil | Repercussões da Organização da Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 5 tarefas de execução de atividades de segurança pública seus legítimos prepostos, razão porque merecem o seu apoio e o seu respeito. Diante do exposto, neste material nós abordaremos resumidamente algumas especificidades do Plano de Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS), de acordo com o que consta na legislação. 2 Repercussões da Organização da Segurança Pública A forma como a Constituição Federal determinou a organização dos órgãos de segurança pública, concentrando-se somente nas atribuições da polícia federal, sem explicitar as atribuições estaduais, acabou por tornar estas últimas residuais, de modo que passa a ser atribuição da polícia do estado tudo aquilo que não for de atribuição exclusiva da polícia federal Assim, ocorre que a defesa social e a segurança pública repousam em torno de 95% do tempo nos ombros dos órgãos estaduais (polícia militar dos estados e do Distrito Federal e a polícia civil), restando à União uma parcela específica de atuação, que envolve o planejamento, a direção e a liderança do sistema. Assim, para criação do planejamento, direção e liderança do sistema de segurança pública, a União editou a Lei n. 13.675/2018, que institui o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), e criou uma Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Nacional (PNSPDS) mais voltada ao novo paradigma humanista da Segurança Pública e defesa social. Com isso, reservou para si a função de coordenação, promovendo a integração entre os demais entes federados. Observe o texto que inaugura a lei. Lei n. 13.675/2018 Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa So cial (PNSPDS), com a finalidade de preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, por meio de atuação conjunta, coordenada, sistêmica e integrada dos órgãos de segurança Sistema de Segurança Pública no Brasil | Repercussões da Organização da Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 6 pública e defesa social da União, dos Estados, do Distrit o Federal e dos Municípios, em articulação com a sociedade. Art. 2º A segurança pública é dever do Estado e responsabilidade de todos, compreendendo a União, os Estados, o Distrito Federal e os Munícipios, no âmbito das competências e atribuições legais de cada um. Novamente, vemos explicito o dever do Estado de promover a garantia dos direitos individuais e sociais, a defesa social e a manutenção da ordem pública, remetendo a uma noção de interdisciplinaridade e de colaboração. 2.1 Finalidades do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social Conforme prevê o art. 22 da Lei. n. 13.675/2018, priorizando ações de prevenção à criminalidade, a União instituirá Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, destinado a articular as ações do poder público, com a finalidade de: I. promover a melhora da qualidade da gestão das políticas sobre segurança pública e defesa social; II. contribuir para a organização dos Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social; III. assegurar a produção de conhecimento no tema, a definição de metas e a avaliação dos resultados das políticas de segurança pública e defesa social; IV. priorizar ações preventivas e fiscalizatórias de segurança interna nas divisas, fronteiras, portos e aeroportos”. Um ponto de destaque é que se faz explícita a necessidade de melhoramento da gestão das políticas de segurança pública e defesa social, pois há uma carência expressiva dos meios materiais e pessoais nos órgãos de segurança pública, afinal, quanto maior a atuação nesta área, mais se vê a necessidade de atuar, aprimorar e buscar novos equipamentos que contribuam para essa atuação. A busca pelo aperfeiçoamento é uma ciranda virtuosa sem fim, mas que em algum momento encontra a finitude e a escassez de meios materiais e humanos. Por isso é importante promover a qualidade de gestão. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Repercussões da Organização da Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 7 Ainda, é importante destacar que as políticas públicas de segurança não ficarão restritas unicamente aos integrantes do Susp, pois devem considerar um contexto social amplo, abrangendo outras áreas do serviço público, “como educação, saúde, lazer e cultura, respeitadas as atribuições e as finalidades de cada área do serviço público. Essa forma moderna e inteligente de conduzir as políticas públicas pelo viés da cidadania evidentemente está vinculada à prevenção dos problemas na segurança pública, pois faz parte de uma abordagem interdisciplinar que envolve todos os braços do Estado. 2.2 Quanto à duração do Plano O Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social deverá, segundo disposição do art. 22, § 2º, da Lei. n. 13.675/2018, ter duração de dez anos a partir da sua publicação, e os motivos são óbvios: ao fazer um planejamento é comum estipular um prazo num certo curso temporal para que se avalie a sua execução e sejam feitas adequações e, ao final desse período, seja estabelecido um novo planejamento. 2.3 Quanto ao prazo para elaboração de planos correspondentes Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão, com base no Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, elaborar e implantar seus planos correspondentes em até dois anos a partir da publicação do documento nacional, sob pena de não poderem receber recursos da União para a execução de programas ou ações de segurança pública e defesa social” (art. 22, § 5º). Sistema de Segurança Pública no Brasil | Repercussões da Organização da Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 8 Esta é uma regra em parte programática para que os estados, o Distrito Federal e os municípios determinem um planejamento para os dez anos subsequentes, pois prevê uma sanção aos municípios e estados que não elaborarem e implementarem os planos correspondentes, a qual implica o não recebimento de recursos da União para executar programas ou ações de segurança pública. Estes programas são de extrema importância, não só porque possibilitam a aquisição de recurso material necessário para o desempenho da função, mas também porque financiam a formação continuada, os treinamentos para capacitação dos policiais estaduais oferecidos pelo Governo. 2.4 Quanto à publicidade do plano O poder público deverá dar ampla divulgação ao conteúdo das Políticas e dos Planos de segurança pública e defesa social (art. 22, § 6º). A publicidade é um dos princípios da Administração Pública, logo deve estar presente, no que couber, nas questões de segurança pública também. Dessa forma, o próprio cidadão pode ajudar a fiscalizar a implementação e execução dos planos de segurança pública. Dessa regra derivou, inclusive, a implementação obrigatória das chamadas ouvidorias nas polícias para receber queixas externas dos cidadãos e de outros órgãos e as encaminhar para apuração. 2.5 Aplicação dos princípios da Administração Segurança Pública Conforme definição proposta por Richard Daft (2010), a “Administração é o atingimento das metas organizacionais de modo eficiente e eficaz por meio do planejamento, organização, liderança e controle dos recursos organizacionais”. Dessa forma, em que pese o sistema de segurança pública, serão princípios norteadores os princípios públicos constitucionais aliados aos princípios da administração, que são: planejamento, organização, controle e direção. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Repercussões da Organização da Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 9 O sistema único de segurança traz como uma de suas premissas e principais pilares a transparência e a obtenção de dados referentes ao tema, essa obtenção é essencial ao planejamento, afinal não se pode traçar um plano de onde se quer chegar sem que se saiba onde está. Sem dados claros fica impossível responder as perguntas clássicas do planejamento: “por que fazer, como deve ser feito, onde fazer e o que vou precisar?” E uma das grandes dificuldades na segurança pública é conseguir fazer um diagnóstico de onde estamos. Por exemplo, em criminologia, denominamos cifra oculta a quantidade desconhecida de delitos, de atos ilícitos que não chegam ao conhecimento do poder público, que não são registrados ou submetidos ao sistema oficial, quer porque não seja de interesse da parte ou porque a parte não acredita nos órgãos estatais de segurança pública. A cifra oculta dificulta precisar onde estamos em termos de segurança pública e, consequentemente, traçar um plano de onde queremos chegar. Como bem sabemos, todo o Plano Nacional de Segurança é voltado para a transparência, de modo que todo planejamento deve ficar disponível a toda a Sistema de Segurança Pública no Brasil | Repercussões da Organização da Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 10 população e aos órgãos de controle, contudo os registros de ocorrências ainda são falhos e precisam ser melhorados, por isso o trabalho para minimizar ao máximo a chamada cifra oculta é imperativo. Aliado aos princípios da administração geral e da administração pública, o planejamento e a gestão organizacional da segurança pública devem atentar para os novos paradigmas da segurança pública, fundamentalmente à segurança cidadã, daí várias secretarias de segurança pública passarem a se chamar secretaria de defesa social. 2.6 Segurança Cidadã Em face do conceito de segurança humana, que visa a proporcionar aos indivíduos condições adequadas para o desenvolvimento pessoal e social, entendida como um “assunto relacionado diretamente com o respeito à vida e à dignidade”, emerge o conceito de segurança cidadã, como uma parte vital daquela. A perspectiva de Segurança cidadã surgiu na América Latina por volta da segunda metade da década de 1990, tomando como princípio a implementação integrada de políticas setoriais. Ela reflete a nova forma de pensar o tema da segurança pública, sob o paradigma do respeito aos direitos fundamentais e da participação conjunta da sociedade civil e o Estado no combate à criminalidade. Conforme explicam Colombo e Freitas (2016) Diante dessa realidade, a segurança pública pautada até então pelo paradigma repressivo deve ser substituído por um paradigma de prevenção e de política integral de proteção de direitos [...]. Surge, então, a terminologia Segurança Cidadã, adotada por organismos internacionais, e que apresenta como alicerce o envolvimento da comunidade com questões relacionadas à Sistema de Segurança Pública no Brasil | Conclusão www.faculdadefocus.com.br | 11 segurança, às práticas preventivas e aperfeiçoamento da gestão de segurança. O conceito de segurança cidadã defende a atuação tanto na esfera do controle como na esfera da prevenção, por meio de políticas públicas integradas no âmbito local que envolvem várias dimensões, ao reconhecer a multicausalidade da violência e a heterogeneidade de suas manifestações. Neste sentido, “o conceito de Segurança Cidadã envolve três aspectos importantes: primeiro, a participação dos órgãos governamentais e da sociedade civil; segundo, a definição e implementação de ações necessárias para redução dos índices de violência, incluindo a atuação em áreas como educação, saúde, cultura, esporte, lazer e cidadania; e terceiro, o foco na prevenção à violência” (COLOMBO; FREITAS, 2016). Assim, em síntese pode-se afirmar que a segurança cidadão tem como objetivo a promoção da convivência e da cidadania, priorizando a prevenção e o controle da violência. Essa ênfase está e estará cada vez mais presente nos sistemas de segurança pública, superando definitivamente o paradigma da defesa nacional que vigia desde a era Vargas até o início dos Governos Civis. 3 Conclusão Nesta aula falamos sobre a implementação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) que deu início à política nacional de segurança pública e defesa social voltada ao prisma da segurança cidadã. Vimos que esse sistema foi estruturado sobre quatro princípios, os quais estão voltados ao exame contínuo das ações, projetos e programas implementados nesse sentido, para avaliação de resultados, correção de técnicas e adequação dos fundamentos e objetivos. 4 Referências Bibliográficas BRASIL. Ministério da Segurança Pública. Plano e Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social. Disponível em <https://www.novo.justica.gov.br>. Acesso em: set. 2018. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Referências Bibliográficas www.faculdadefocus.com.br | 12 COLOMBO, Silvana; FREITAS, Vladimir Passos. A mediação comunitária como pressuposto de realização do conceito de segurança cidadã: análise do programa justiça comunitária desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal. In: Revista eletrônica do curso de Direito UFSM, 2016. Disponível em: < https://periodicos.ufsm.br/revistadireito/article/view/20057/pdf>. Acesso em set. 2021. DAFT, Richard L. Administração. São Paulo: Cengage Learning, 2010. VELÁSQUEZ, Hugo Acero. Os governos locais e a segurança cidadã. PNDU. Disponível em:<https://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/Bogota%20%20Governos%20l ocais%20e%20seguran%E7a%20cidad%E3.pdf>. Acesso em: set. 2021. https://periodicos.ufsm.br/revistadireito/article/view/20057/pdf Sistema de Segurança Pública no Brasil | Referências Bibliográficas www.faculdadefocus.com.br | 13 Sumário 1 Introdução 2 Repercussões da Organização da Segurança Pública 2.1 Finalidades do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social 2.2 Quanto à duração do Plano 2.3 Quanto ao prazo para elaboração de planos correspondentes 2.4 Quanto à publicidade do plano 2.5 Aplicação dos princípios da Administração Segurança Pública 2.6 Segurança Cidadã 3 Conclusão 4 Referências Bibliográficas aula-04-sist-seg-pub.pdf Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 1 DISCIPLINA SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL CONTEÚDO Processo Gerencial da Segurança Pública Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 2 A Faculdade Focus se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição (apresentação a fim de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). A instituição, nem os autores, assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoa ou bens, decorrentes do uso da presente obra. É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, fotocópia e gravação, sem permissão por escrito do autor e do editor. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada poderá requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível (art. 102 da Lei n. 9.610, de 19.02.1998). Atualizações e erratas: este material é disponibilizado na forma como se apresenta na data de publicação. Atualizações são definidas a critério exclusivo da Faculdade Focus, sob análise da direção pedagógica e de revisão técnica, sendo as erratas disponibilizadas na área do aluno do site www.faculdadefocus.com.br. É missão desta instituição oferecer ao acadêmico uma obra sem a incidência de erros técnicos ou disparidades de conteúdo. Caso ocorra alguma incorreção, solicitamos que, atenciosamente, colabore enviando críticas e sugestões, por meio do setor de atendimento através do e-mail secretaria@faculdadefocus.com.br. © 2021, by Faculdade Focus Rua Maranhão, 924 - Ed. Coliseo - Centro Cascavel - PR, 85801-050 Tel: (45) 3040-1010 www.faculdadefocus.com.br Este documento possui recursos de interatividade através da navegação por marcadores. Acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo. http://www.faculdadefocus.com.br/ mailto:secretaria@faculdadefocus.com.br. http://www.faculdadefocus.com.br/ Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 3 Sumário Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 2 Processo Gerencial da Segurança Pública ---------------------------------------------------------- 4 3 Sistema de defesa social de acordo com o novo paradigma ---------------------------------- 7 4 Conclusão ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 8 5 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------- 9 Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 4 1 Introdução Conforme Nathan Glina (2020), a responsabilidade compartilhada em relação à segurança pública é uma questão difundida há séculos, tanto no âmbito nacional quanto internacional. “Para os Estados, há o dever direto de prestar serviços que garantam com eficácia a segurança pública. Para os particulares, esta responsabilidade é jurídica, e não somente moral, ou seja, vincula-os a concorrer para a segurança e não concorrer para a insegurança, sob pena de responsabilização e de sofrerem a ação legítima estatal para a necessária coerção”. Tratando mais especificamente da responsabilidade do Estado, Hugo Acero Velásquez, consultor internacional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), explica que as autoridades nacionais se encarregam de “fixar as linhas gerais de ação, a serem desenvolvidas em todo o território”, enquanto as autoridades locais, aquelas que ficam mais próximas do cotidiano dos cidadãos, como representantes do Estado, “devem possuir a prerrogativa de dar resposta às problemáticas que afetam a convivência e a segurança dos cidadãos”. As problemáticas de segurança cidadã possuem diversas causas e formas e se manifestam de maneira distinta, variando em razão do local em que se apresentam, “as características culturais, sóciodemográficas, as condições econômicas e até as condições geográficas são variáveis intervenientes nessas manifestações”. Dessa forma, é importante que os processos gerenciais da segurança pública e defesa social levem em conta esse panorama, tanto a nível local quanto nacional. É sobre isso que falaremos nesta aula. 2 Processo Gerencial da Segurança Pública Seguindo o paradigma da segurança cidadã, que enxerga o problema da segurança como multidisciplinar, o processo gerencial do tema também, evidentemente, será multidisciplinar, e nada melhor que as diretrizes gerais do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social para atestar essa informação (Lei n. 13.675/2018). Sistema de Segurança Pública no Brasil | Processo Gerencial da Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 5 A partir do paradigma de segurança cidadã, a Segurança pública não é mais o monopólio da polícia, não é mais um monopólio dos agentes da lei. A Segurança Pública é algo que deve ser tratado de forma multidisciplinar, deve contar com todos os braços do Estado para o planejamento e execução de ações, projetos e programas. Neste sentido, a Lei n. 13.675/2018 (art. 24) estabelece que os agentes públicos deverão observar certas diretrizes na execução dos planos, as quais estão dispostas ao longo dos doze incisos deste artigo. Lei n. 13.675/2018 Art. 24. Os agentes públicos deverão observar as seguintes diretrizes na elaboração e na execução dos planos: I - adotar estratégias de articulação entre órgãos públicos, entidades privadas, corporações policiais e organismos internacionais, a fim de implantar parcerias para a execução de políticas de segurança pública e defesa social; II - realizar a integração de programas, ações, atividades e projetos dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, planejamento familiar, educação, trabalho, assistência social, previdência social, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção da criminalidade e à prevenção de desastres; III - viabilizar ampla participação social na formulação, na implementação e na avaliação das políticas de segurança pública e defesa social; IV - desenvolver programas, ações, atividades e projetos articulados com os estabelecimentos de ensino, com a sociedade e com a família para a prevenção da criminalidade e a prevenção de desastres; V - incentivar a inclusão das disciplinas de prevenção da violência e de prevenção de desastres nos conteúdos curriculares dos diversos níveis de ensino; VI - ampliar as alternativas de inserção econômica e social dos egressos do sistema prisional, promovendo programas que priorizem a melhoria de sua escolarização e a qualificação profissional; VII - garantir a efetividade dos programas, ações, atividades e projetos das políticas de segurança pública e defesa social; Sistema de Segurança Pública no Brasil | Processo Gerencial da Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 6 VIII - promover o monitoramento e a avaliação das políticas de segurança pública e defesa social; IX - fomentar a criação de grupos de estudos formados por agentes públicos dos órgãos integrantes do Susp, professores e pesquisadores, para produção de conhecimento e reflexão sobre o fenômeno da criminalidade, com o apoio e a coordenação dos órgãos públicos de cada unidade da Federação; X - fomentar a harmonização e o trabalho conjunto dos integrantes do Susp; XI - garantir o planejamento e a execução de políticas de segurança pública e defesa social; XII - fomentar estudos de planejamento urbano para que medidas de prevenção da criminalidade façam parte do plano diretor das cidades, de forma a estimular, entre outras ações, o reforço na iluminação pública e a verificação de pessoas e de famílias em situação de risco social e criminal. Vários dos institutos de prevenção à violência podem e devem participar da elaboração das articulações, do planejamento e das estratégias de segurança pública, tendo em vista o caráter multicausal destas questões, de modo a garantir que a abordagem multifacetada esteja presente também no combate à violência e que os agentes públicos realizem a integração de programas, ações, atividades e projetos dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, planejamento familiar, educação, trabalho, assistência social, previdência social, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção da criminalidade e à prevenção de desastres, e englobando a participação social na formulação, implementação e na avaliação das políticas de segurança pública e defesa social. Como bem aponta Hugo Acero Velásquez, é um fato grave que muitas autoridades ainda pretendam responder aos problemas que afetam a segurança cidadã e a convivência social partindo de um pressuposto de organização estatal que atenda mais à segurança nacional que à segurança cidadã, “desconhecendo que as manifestações de insegurança possuem características locais”. Mas o fenômeno de insegurança, aliado aos problemas que afetam os aglomerados urbanos, tais como as “dificuldade de mobilidade, o desemprego, as consequências Sistema de Segurança Pública no Brasil | Sistema de defesa social de acordo com o novo paradigma www.faculdadefocus.com.br | 7 próprias da superpopulação e os processos de deslocamento internos e de migração”, destacam a importância da segurança cidadã. Conforme aponta Velásquez, [...] é chegado o momento de reconhecer que muitos delitos possuem particularidades locais e que sua solução deve ser abordada por parte dos governos municipais. Deve-se reconhecer inclusive que os delitos considerados transnacionais, como o narcotráfico, o comércio ilegal de armas, o tráfico de pessoas, o furto de automóveis, entre outros, acabam afetando os cidadãos em sua vida cotidiana (como é o caso da venda e consumo de drogas, do comércio ilegal e do uso de armas de fogo por parte dos particulares, da difusão da cultura mafiosa que se expressa nos estereótipos e no uso indiscriminado da violência para resolver qualquer conflito) (VELÁSQUEZ, s.d.). Neste sentido, a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) promoveu a integração dos órgãos de segurança pública, a atuação cooperativa e sistêmica, contemplando instituições de todas as esferas do governo, que perseguirão as ações e metas ditadas pela Política Nacional de Segurança Pública. Os estudos sobre segurança pública, defesa social e segurança cidadã ainda são muitos escassos e não há uma doutrina sedimentada a respeito do tema. Dessa forma, o Susp tenta fomentar esse conhecimento por meio do intercâmbio de profissionais de segurança ou meio acadêmico. A partir disso serão gerados estudos, que levarão à consolidação de uma doutrina, que levará a melhores práticas na execução da segurança pública. 3 Sistema de defesa social de acordo com o novo paradigma Ao discorrer sobre defesa social, Arminda Bergamini Miotto (1980) explica que até os primeiros decênios do século XX a defesa social consistia em um “conjunto de conceitos e noções próprios do cientificismo da época”, em que a sociedade era a finalidade última do homem. Para esta sociedade, o “delinquente” era um inimigo contra quem o Estado tinha direito de se defender e a pena, portanto, seria uma espécie de tratamento para reeducá-lo e torná-lo útil à sociedade, ou, pelo menos, neutralizar suas virtualidades para delinquir. Consistia, portanto, na prevenção individual do delito. Esse tratamento tinha por objetivo “intimidar os delinquentes em potencial, inibindo-os de praticar fatores lesivos à sociedade”. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Conclusão www.faculdadefocus.com.br | 8 A partir de meados do século XX, na mesma linha da evolução do pensamento, a defesa social “deixou de ser apenas defesa da sociedade (do todo social) contra o delinquente, para ser a defesa da sociedade e cada um dos seus membros contra o delito (contra o risco de vir a cometer um delito ou de vir a ser a vítima de um delito)”. Assim, a sociedade, como um conjunto de pessoas, deixa de ser um mero paciente de defesa social, “cada pessoa deve ser, tanto quando e como lhe é possível, agente também”. Atualmente, o conceito de defesa social é entendido como uma perspectiva que privilegia a proteção de interesses coletivos da sociedade. Assim, um sistema que segue o ideal da defesa social é uma unidade de elementos reunidos de maneira intencional para formar um conjunto coeso e operante que pretende atingir uma destinação comum. Logo, pelo paradigma da segurança cidadã, é importante que a atuação dentro do sistema de defesa social se dê a partir do trabalho integrado das polícias e da sociedade como um todo. Conforme apontam Estevam, Silva de Souza e Silva: [o sistema de defesa social] atualmente deve se firmar por ações positivas, proativas que venham a afirmar a política social de um Estado na defesa da totalidade dos direitos de seus cidadãos, cujo sucesso traria a melhoria da sensação de segurança provocada pela certeza da sociedade de que a lei seria cumprida, sem favorecimentos, ações simples; mas que de forma transversal viriam a inviabilizar a prática de novos delitos mais graves; que culminariam na prática de crimes violentos letais intencionais (ESTEVAM; SILVA DE SOUZA; SILVA, 2018). Ou seja, para que esse sistema seja organizado e para que ações sejam planejadas de forma eficaz, devemos considerar alguns indicadores para avaliação do desempenho das ações, tomando, por exemplo, um dos principais indicadores da defesa social, que são os crimes violentos, letais e intencionais, e atuando para sua prevenção ao buscar a eficiência do sistema e a integração dos órgãos públicos e bancos de dados. 4 Conclusão Neste material vimos que a criação do Sistema Único de Segurança Pública se fundamenta especialmente na necessidade de reduzir o alto índice de crimes violentos, letais e intencionais. Para atingir esse fim, o sistema integra órgãos de Sistema de Segurança Pública no Brasil | Referências Bibliográficas www.faculdadefocus.com.br | 9 diversas esferas públicas, bem como ações e programas de todos os órgãos de segurança pública do país, para que possam realizar operações combinadas, sejam elas ostensivas, investigativas, de inteligência ou mistas. As ações e metas a serem alcançadas são ditadas a todos os órgãos de segurança e replicadas em âmbito nacional, guiadas todas por diretrizes específicas elencadas na Lei n. 13.675/2018. 5 Referências Bibliográficas ESTEVAM, A. S.; SOUZA, W. S., SILVA, A. S. Breve leitura sobre o sistema de defesa social brasileiro. In: Revista Científica da Faculdade Sete de Setembro. n.1. 2018. GLINA, Nathan. Segurança Pública: direito, dever e responsabilidade. São Paulo: Almedina, 2020. MIOTTO, Arminda, Bergamini. Defesa Social. In Repositório Institucional UFG, v. 4. n.1. 1980. Disponível em: < https://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/13969/5/Artigo%20- %20Arminda%20Bergamini%20Miotto%20-%201980.pdf>. Acesso em: set. 2021. VALENÇA, M. A.; FREITAS, F. S. O direito à vida e o ideal de defesa social em decisões do STJ no contexto da pandemia da Covid-19. In: Revista Diretório. v. 17, n. 94. 2020 VELÁSQUEZ, Hugo Acero. Os governos locais e a segurança cidadã. PNDU. Disponível em:<https://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/Bogota%20%20Governos%20l ocais%20e%20seguran%E7a%20cidad%E3.pdf>. Acesso em: set. 2021. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Referências Bibliográficas www.faculdadefocus.com.br | 10 Sumário 1 Introdução 2 Processo Gerencial da Segurança Pública 3 Sistema de defesa social de acordo com o novo paradigma 4 Conclusão 5 Referências Bibliográficas aula-05-sist-seg-pub.pdf Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 1 DISCIPLINA SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL CONTEÚDO Ciclo de Gestão da Segurança Pública Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 2 A Faculdade Focus se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição (apresentação a fim de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). A instituição, nem os autores, assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoa ou bens, decorrentes do uso da presente obra. É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, fotocópia e gravação, sem permissão por escrito do autor e do editor. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada poderá requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível (art. 102 da Lei n. 9.610, de 19.02.1998). Atualizações e erratas: este material é disponibilizado na forma como se apresenta na data de publicação. Atualizações são definidas a critério exclusivo da Faculdade Focus, sob análise da direção pedagógica e de revisão técnica, sendo as erratas disponibilizadas na área do aluno do site www.faculdadefocus.com.br. É missão desta instituição oferecer ao acadêmico uma obra sem a incidência de erros técnicos ou disparidades de conteúdo. Caso ocorra alguma incorreção, solicitamos que, atenciosamente, colabore enviando críticas e sugestões, por meio do setor de atendimento através do e-mail secretaria@faculdadefocus.com.br. © 2021, by Faculdade Focus Rua Maranhão, 924 - Ed. Coliseo - Centro Cascavel - PR, 85801-050 Tel: (45) 3040-1010 www.faculdadefocus.com.br Este documento possui recursos de interatividade através da navegação por marcadores. Acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo. http://www.faculdadefocus.com.br/ mailto:secretaria@faculdadefocus.com.br. http://www.faculdadefocus.com.br/ Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 3 Sumário Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 2 Ciclo de Gestão da Segurança Pública --------------------------------------------------------------- 4 2.1 Indicadores de Desempenho ----------------------------------------------------------------------------------------- 7 3 Eras Fundamentais do Policiamento ----------------------------------------------------------------- 9 3.1.1 Policiamento político --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 9 3.1.2 Policiamento profissional ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 10 3.1.3 Policiamento orientado a solução de problemas ------------------------------------------------------------------------- 10 3.2 Arquitetura das informações --------------------------------------------------------------------------------------- 12 4 Conclusão --------------------------------------------------------------------------------------------------- 13 5 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------ 13 Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 4 1 Introdução Conforme aponta Matias Pereira (2016), “o planejamento é uma prática essencial na administração – pública ou privada -, devido aos benefícios que a utilização desta ferramenta traz às organizações”. Entre outros, o planejamento contribui para a eficácia, a racionalidade das decisões, reduz os riscos e aumenta as possibilidades de serem alcançados os objetivos da organização. Seu conceito, em suma, está relacionado, portanto, ao processo que envolve a “lógica, racionalidade, expectativas sobre cenários futuros, mensuração dos níveis de risco e incertezas, sistematização de informações e procedimentos sequenciais”. Por sua vez, o planejamento estratégico focaliza os objetivos no longo prazo e dentro do cenário global. No que tange ao processo de produção de bens ou serviços públicos demandados pela sociedade, o Estado deve tomar uma série de decisões prévias com base no estudo minucioso da demanda, pontuando o tipo de produto ou serviço, a qualidade e a quantidade que será ofertada. Para que a utilização dos recursos e o alcance dos objetivos pretendidos sejam eficazes, faz-se necessário o planejamento, que também é fundamental para o alcance das metas propostas no longo prazo dentro da gestão da segurança pública. É sobre esse tema que trataremos nesta aula. 2 Ciclo de Gestão da Segurança Pública O gerenciamento da segurança pública, assim como a gestão de qualquer organização, passa por um ciclo que envolve as seguintes etapas: I) a identificação do problema ou demanda da sociedade; II) o planejamento de um programa que intervenha sobre o problema; III) a execução fática do programa; IV) o monitoramento do programa; V) a avaliação e análise dos resultados da execução prática do programa, a fim de adequar e reorganizá-lo para que se torne mais eficiente e eficaz. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Ciclo de Gestão da Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 5 Figura 1 - Ciclo de gerenciamento da segurança pública Fonte: Núcleo Editorial Focus Por se tratar da aplicação de um programa de ações em um meio social extremamente fluido, cuja realidade é constantemente alterada, as ações do programa são regularmente monitoradas. As avaliações extraídas desse monitoramento devem servir para retroalimentar o sistema. Conforme apontam Durante e Borges: A avaliação representa um potente instrumento de gestão na medida em que pode (e deve) ser utilizada durante todo o ciclo da gestão, subsidiando desde o planejamento e formulação de uma intervenção, o acompanhamento de sua implementação, os consequentes ajustes a serem adotados, até as decisões sobre sua manutenção, aperfeiçoamento, mudança de rumo ou interrupção. Além disso, a avaliação pode contribuir para a viabilização de todas as atividades de controle interno, externo, por instituições públicas e pela sociedade levando maior transparência e accountability às ações de governo (DURANTE; BORGES, 2019). Nossa realidade social é difusa, e pelo novo paradigma da segurança voltada para os direitos sociais e os direitos fundamentais do ser humano, é preciso avaliar o meio social e as prioridades sociais a cada instante e, neste sentido, os autores apontam para a importância de serem avaliadas as organizações e políticas públicas sistematicamente, de modo a “provocar um processo de retroalimentação que permitirá à organização rever estratégias e métodos de trabalho, e, por conseguinte, Execução do programa Monitoramento Avaliação Problema ou demanda da sociedade/revisão Planejamento expresso em programa Sistema de Segurança Pública no Brasil | Ciclo de Gestão da Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 6 minimizar os efeitos da tendência à entropia e ao isolamento burocrático”. O produto final dessa análise deve se destinar a uma aplicação ampla e estratégica, que norteie todas as outras aplicações. A retroalimentação do sistema como forma de mensurar os resultados acaba por evitar essa tendência burocrática e entrópica do serviço público, pois ainda que os órgãos de segurança pública tenham uma interação bastante forte com a sociedade, existe uma tendência entre eles, pela sua própria essência, à entropia, isto é, a se isolarem dentro da sua própria burocracia, podendo acabar dando mais valor a opinião dos seus integrantes, a consecução dos seus objetivos burocráticos, do que efetivamente a sua própria missão. Assim, para avaliar de maneira efetiva o desempenho dos programas ou políticas públicas, é necessário que sejam criados indicadores que “superem a dificuldade de fixar e quantificar os objetivos sociais.” Conforme aponta Paulo de Martino Jannuzzi, Um Indicador Social é uma medida em geral quantitativa dotada de um significado social substantivo, usado para substituir, quantificar ou operacionalizar um conceito social abstrato, de interesse teórico (para pesquisa acadêmica) ou programático (para formulação de políticas). É um recurso metodológico, empiricamente referido, que informa algo sobre algum aspecto da realidade social ou sobre mudanças que estão se processando na mesma (JANNUZZI, 2006). Para o autor, na perspectiva programática, o indicador social serve como um instrumento para monitorar a realidade social a fim de conduzir, formular e reformular políticas públicas, podendo ser expresso por meio de proporções, taxas, índices ou cifras absolutas. E para a construção dos indicadores sociais, são utilizadas como matéria-prima as estatísticas públicas. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Ciclo de Gestão da Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 7 Figura 2 - Processo de agregação de valor informacional no indicador Fonte: JANNUZZI, 2016 2.1 Indicadores de Desempenho Em sua obra Indicadores Sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações, Paulo de Martino Jannuzzi (2006) fala sobre as características desejáveis nos indicadores sociais. Dentre elas, destacamos como fundamentais as seguintes: Validade: “a validade de um indicador corresponde ao grau de proximidade entre o conceito e a medida, ou seja, sua capacidade de refletir, de fato, o conceito abstrato que o indicador se propõe a ‘operacionalizar’ ou ‘substitui’”. [...] a validade diz respeito à ‘proximidade’ entre indicador e indicando, propriedade fundamental para justificar o emprego e a denominação de uma medida quantitativa qualquer como um Indicador Social”. Relevância: enquanto propriedade desejável de um indicador social, a relevância diz respeito à pertinência desse indicador para a tomada de decisão acerca dos problemas sociais. “É um atributo fundamental para justificar sua produção e legitimar seu emprego no processo de análise, formulação e implementação de políticas”. Confiabilidade: é a propriedade do indicador que diz respeito à “qualidade do levantamento dos dados usados no seu cômputo”. Um indicador confiável mostrará a mesma cifra “se a dimensão da realidade empírica a que ele se refere permaneceu estática”. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Ciclo de Gestão da Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 8 Um dado de avaliação precisa ser relevante para permitir alcançar as metas dentro de um programa, por exemplo, se o programa pretende deixar a população com a sensação de segurança, os dados mais relevantes são aqueles relacionados aos crimes violentos, homicídios, sequestros, roubos, estupros etc. Esse tipo de crime será relevante para avaliar a eficiência, a eficácia e o sucesso desse tipo de planejamento. Além destas propriedades fundamentais, o autor aponta outras desejáveis, conforme vemos no quadro a seguir: Figura 3- Propriedades desejáveis dos indicadores sociais Fonte: JANNUZZI, 2006 Jannuzzi explica, contudo, que na prática é difícil encontrar indicadores sociais que gozem plenamente de todas essas propriedades ao mesmo tempo, nem sempre o indicador mais confiável é o mais inteligível, ou o mais relevante é o mais sensível, por exemplo. O indicador CVLI (Crimes Violentos Letais e Intencionais) remonta a soma de crimes de e homicídio doloso/feminicídio, lesão corporal seguida de morte e roubo seguido de morte (latrocínio), é utilizado pelo Sistema Nacional de Estatísticas de Segurança Pública e Justiça Criminal (SINESPJC) com o objetivo de acompanhar a evolução da criminalidade e violência. É um dos principais indicadores utilizados na formulação e reformulação de ações e programas ligados a segurança pública e defesa social. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Eras Fundamentais do Policiamento www.faculdadefocus.com.br | 9 3 Eras Fundamentais do Policiamento Dessa mudança de paradigma, com relevância maior voltada a humanização e a segurança pública, da noção de Defesa Social Cidadã e das diversas estratégias de policiamento moderno, surge a noção de Policiamento Orientado à solução de problemas (Posp). Segundo Morais e Vieira, “O Policiamento Orientado à Solução de Problemas (Posp) traz como contribuição a atuação sobre as causas dos problemas de segurança pública, ampliando seu olhar para além do crime e sobrepondo a desordem ou sensação de insegurança. O Posp propicia a elaboração de uma resposta que congregue todos aqueles que têm responsabilidade sobre cada causa específica” (MORAIS; VIEIRA, 2015). Conforme descrevem os autores, na doutrina o policiamento é dividido em três eras fundamentais: a era política (1830-1930), a era do policiamento profissional (1930- 1980); e a era do policiamento voltado a resolução de problemas com a comunidade (1980-2000). 3.1.1 Policiamento político Na era do policiamento político, o objetivo do policiamento não era exatamente claro e bem delineado, os policiais eram responsáveis por várias funções e, mantendo-se próximos a comunidade, “buscavam atender aos interesses dos cidadãos e dos políticos”. A polícia vinculava-se ao poder político, sendo muitas vezes partidária e, portanto, parcial. “As principais táticas empregadas eram o policiamento ostensivo a pé e montado, o que gerava maior contato com as pessoas” (BRASIL, 2009 apud MORAIS; VIEIRA, 2015). Esse policiamento político é fruto também da visão de Estado que se tinha então; não se pensava em concursos públicos como a principal forma de provimento dos cargos públicos, a indicação contava muito mais. Era uma outra visão de Estado e, consequentemente de polícia. Pelo fato de não haver instrumentos tecnológicos, era uma polícia que tinha mais proximidade com a população, aspecto este que veio a ser citado novamente com o paradigma da segurança pública cidadã. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Eras Fundamentais do Policiamento www.faculdadefocus.com.br | 10 3.1.2 Policiamento profissional Na era do policiamento profissional, buscava-se profissionalizar a polícia ao delimitar seus objetivos “tornando-a mais imparcial por meio da impessoalidade”. Neste sentido, “os avanços tecnológicos da época influenciaram a polícia, sobretudo pela utilização em massa do automóvel e do rádio, criando-se unidades móveis de radiopatrulha focadas unicamente na repressão criminal” (HIPÓLITO; TASCA, 2012 apud MORAIS; VIEIRA, 2015). Embora fossem notáveis as melhorias em relação à profissionalização e eficiência no serviço policial, esta fase sofreu severas críticas em razão da repressão, pois se tratava de uma polícia mais técnica, porém mais distante da população e mais violenta. Conforme aponta Marcineiro (2009), essa forma de policiamento implicava atuar “exclusivamente nos locais de prática de crime e violência para reprimir o criminoso”, por isso qualquer outra necessidade que pudesse estar envolvida no caso, mesmo em caso de cidadão precisando de ajuda, permaneceria desassistido, já que o trabalho da polícia se limitava a combater o criminoso. 3.1.3 Policiamento orientado a solução de problemas O conceito de policiamento orientado a solução de problemas (Posp) foi introduzido por Herman Goldstein em 1979, tendo como objetivo enfrentar as causas que dão origem aos problemas de segurança repetitivos, e não só responder a ocorrências em momentos precisos ou tentar impedir os incidentes através de policiamento ostensivo. Essa estratégia de policiamento leva os policiais a identificar e analisar as causas dos problemas recorrentes para somente então tentar resolvê-los e avaliar os resultados alcançados. Segundo a proposta de Goldstein, o método de resolução de problemas mais adequado para lidar com os problemas recorrentes é o que adota as seguintes etapas: 1. Exame cuidadoso dos dados, para identificar padrões relativos aos incidentes com os quais a polícia lida rotineiramente; 2. Análise profunda das causas desses padrões (ou problemas); Sistema de Segurança Pública no Brasil | Eras Fundamentais do Policiamento www.faculdadefocus.com.br | 11 3. Descoberta de novas formas de intervir proativamente na cadeia das causas, a fim de reduzir a probabilidade desses problemas ocorrerem no futuro. Essas novas estratégias não são limitadas aos esforços para identificar, deter e, oficialmente, acusar e levar a julgamento os infratores. Mais do que isso, sem abandonar o uso do direito penal, quando ele parece ser, provavelmente, a resposta mais eficiente, o policiamento orientado aos problemas procura descobrir outras respostas potencialmente eficazes (que podem exigir parcerias com outros) dando enorme prioridade à prevenção; 4. Avaliação de impacto das intervenções e, se elas não tiverem sucesso, iniciar o processo novamente (CLARKE; ECK, 2013). O Policiamento orientado à solução de problemas também vem atender a demanda de um policiamento mais eficiente, baseado em dados. Neste sentido, pauta-se em um método que no Brasil passou a ser denominado Iara (CLARKE, ECK, 2013). Conforme apontam Morais e Vieira, “Para iniciar o método Iara, é necessário definir o que é um problema. No contexto do Posp, um problema corresponde a um grupo de incidentes similares em tempo, modo, lugar e pessoas, relacionados à segurança pública. Além disso, um problema deve ser uma preocupação substancial tanto para a comunidade quanto para a polícia. Assim, tanto polícia como comunidade devem participar juntos e ter paridade no processo de identificação do problema” (MORAIS; VIEIRA, 2015). Sistema de Segurança Pública no Brasil | Eras Fundamentais do Policiamento www.faculdadefocus.com.br | 12 Assim, a implementação do policiamento orientado a solução de problemas envolve a noção procedimentos operacionais padrões nas Polícias Militares, de instruções normativas ou ordens de serviço nas Polícias Judiciárias, e de integração com a sociedade, com necessária interlocução com os conselhos de segurança das comunidades – CONSEGs, priorizando sempre a prevenção. E para que o policiamento seja mais eficaz, é necessário que existam procedimentos padrões, por meio dos quais será possível medir a validade de determinada política. Ora, se cada policial, cada guarnição, cada delegacia, cada batalhão entender que deve realizar seu trabalho de um jeito, jamais será possível implementar esse tipo de policiamento. 3.2 Arquitetura das informações Evidente, também, que a implementação do modelo leva a modificação dos métodos e processos de decisão. Sempre houve necessidade de suprir os líderes com informações precisas para apoiar a tomada de decisões. Essas informações dão condições para que o planejamento e o controle operacional da organização sejam executados de modo eficaz. O método e o processo de decisão serão baseados nas informações disponíveis, por isso quanto mais fidedignos e extensos forem os dados coletados, melhor será a informação a ser prestada ao diligente e a tomada de decisões. E para o correto tratamento, e até mesmo para a coleta da informação, é preciso estabelecer a arquitetura das informações, que serão classificadas em três níveis, a saber: ▪ Informação de nível institucional: possibilita observar as variantes presentes nos ambientes externos e internos, com a finalidade de monitorar e avaliar o desempenho, o planejamento e as decisões de alto nível estratégico; ▪ Informação de nível intermediário: permite observar variáveis presentes nos ambientes de inserção, monitorar e avaliar seus processos, planejamento e a tomada de decisão naquele nível; ▪ Informação de nível operacional: possibilita executar as suas atividades e suas tarefas e monitorar o espaço geográfico sob sua responsabilidade, o planejamento e a tomada de decisão neste nível. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Conclusão www.faculdadefocus.com.br | 13 4 Conclusão Nesta aula falamos sobre a importância do planejamento na gestão da Segurança Pública, da importância de seguir as etapas apropriadas para que a execução dos programas, ações ou projetos possa ser monitorada e ter seus os resultados avaliados, e que estes possam ser revisados e adaptados para reformulação do planejamento. Falamos, ainda, sobre as características que os indicadores de desempenho devem fundamentalmente possuir para que possam ser considerados na formulação e reformulação de ações e programas, bem como os níveis de informação que devem servir de base para a tomada de decisão na era do policiamento orientado à solução de problemas, que envolve buscar as causas dos problemas recorrentes e evitá-las, e não somente atuar em resposta a chamados quando esses problemas ocorrem. 5 Referências Bibliográficas CLARKE, R. V.; ECK, J. E. Análise de crime para solucionadores de problemas em 60 pequenos passos. Trad. Alessandro Souza Soares. Disponível em: <https://popcenter.asu.edu/sites/default/files/library/reading/PDFs/60steps-psp- portuguese.pdf>. Acesso em: set. 2021. DURANTE, M.; BORGES, D. Avaliação de Desempenho em Segurança Pública. In: Segurança, Justiça e Cidadania. Volume 5. 2019. Disponível em: <https://www.novo.justica.gov.br/sua-seguranca-2/seguranca-publica/analise-e- pesquisa/download/estudos/sjcvolume5/avaliacao_desmpenho_seguranca_publica.p df/view>. Acesso em: set. 2021. MARCINEIRO, N. Polícia comunitária: construindo segurança nas comunidades. Florianópolis: Insular, 2009. MATIAS-PEREIRA, J. Manual de Gestão Pública Contemporânea. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2016. MORAIS, I. A. B; VIEIRA, T. A. Policiamento Orientado à Solução de Problemas na Polícia Militar do Estado de Santa Catarina – Brasil. In: Revista brasileira de Segurança Pública. v. 9, n. 1. São Paulo, 2015. JANNUZZI, P. M. Indicadores Sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações. Campinas: Átomo e Alínea, 2006. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Referências Bibliográficas www.faculdadefocus.com.br | 14 Sumário 1 Introdução 2 Ciclo de Gestão da Segurança Pública 2.1 Indicadores de Desempenho 3 Eras Fundamentais do Policiamento 3.1.1 Policiamento político 3.1.2 Policiamento profissional 3.1.3 Policiamento orientado a solução de problemas 3.2 Arquitetura das informações 4 Conclusão 5 Referências Bibliográficas aula-06-sist-seg-pub.pdf Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 1 DISCIPLINA SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL CONTEÚDO Os Sistemas de Informação Conteúdo Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 2 A Faculdade Focus se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição (apresentação a fim de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). A instituição, nem os autores, assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoa ou bens, decorrentes do uso da presente obra. É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, fotocópia e gravação, sem permissão por escrito do autor e do editor. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada poderá requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível (art. 102 da Lei n. 9.610, de 19.02.1998). Atualizações e erratas: este material é disponibilizado na forma como se apresenta na data de publicação. Atualizações são definidas a critério exclusivo da Faculdade Focus, sob análise da direção pedagógica e de revisão técnica, sendo as erratas disponibilizadas na área do aluno do site www.faculdadefocus.com.br. É missão desta instituição oferecer ao acadêmico uma obra sem a incidência de erros técnicos ou disparidades de conteúdo. Caso ocorra alguma incorreção, solicitamos que, atenciosamente, colabore enviando críticas e sugestões, por meio do setor de atendimento através do e-mail secretaria@faculdadefocus.com.br. © 2021, by Faculdade Focus Rua Maranhão, 924 - Ed. Coliseo - Centro Cascavel - PR, 85801-050 Tel: (45) 3040-1010 www.faculdadefocus.com.br Este documento possui recursos de interatividade através da navegação por marcadores. Acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo. http://www.faculdadefocus.com.br/ mailto:secretaria@faculdadefocus.com.br. http://www.faculdadefocus.com.br/ Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 3 1 Sumário 2 Introdução __________________________________________________________________ 4 3 Os Sistemas de Informação _____________________________________________________ 4 3.1 Conceito de Processo e Decisão _____________________________________________________ 6 3.2 O Processo de Tomada de Decisão __________________________________________________ 6 3.2.1 Modelos de Tomada de Decisão _________________________________________________________ 7 4 Considerações Finais _________________________________________________________ 10 5 Referências Bibliográficas _____________________________________________________ 10 Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 4 2 Introdução A segurança pública no Brasil está prevista no art. 144 da Constituição Federal de 1988 e de acordo com ela, a segurança pública é dever do Estado e um direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: polícia federal; polícia rodoviária federal; polícia ferroviária federal; polícias civis; polícias militares e corpos de bombeiros militares; e polícias penais federal, estaduais e distrital. No que tange aos sistemas de informação, a Carta Magna atribui a cada órgão papeis precisos, contudo a prática se dá de maneira oposta à teoria. Essas organizações, em muitos casos, são descoordenadas e independentes, buscam atuar de forma concorrente, deixando assim a desejar. Para reverter esse cenário, tal sistema deve possuir boa articulação, com eficácia, e é através dos sistemas de informação que é possível chegar a um melhor gerenciamento do sistema de segurança pública. 3 Os Sistemas de Informação Os sistemas de informação surgiram como subdisciplina na área das Ciências da Computação. A ideia inicial era a de racionalizar a administração da tecnologia utilizada pelas empresas. Na atualidade, os sistemas de informação também fazem parte dos estudos da Administração de Empresas, pois facilitam o processo de captação, entrada e transformação dos dados, auxiliando nas tomadas de decisão, portanto, é um sistema que auxilia na melhoria contínua de uma empresa. As informações são coletadas e subsidiam as decisões existem diversos fatores do indivíduo que afetam nas decisões, entre elas encontramos a percepção do sujeito, a cognição, a influência do grupo, o âmbito organizacional e o tempo ou custo. Nesse sentido, Mosimann, Alves e Fisch (1993, p.52) conceituam o sistema de informação como “[...] uma rede de informações cujos fluxos alimentam o processo de tomada de decisões, não apenas da empresa como um todo, mas, também, de cada área de responsabilidade.” Sistema de Segurança Pública no Brasil | Os Sistemas de Informação www.faculdadefocus.com.br | 5 De acordo com Stair (1998) o sistema de Informação (SI), também pode ser compreendido como uma série de elementos que se relacionam, coletando (entradas) manipulando e armazenando (processamento), assim disseminam (saída) as informações e os dados e fornecem mecanismo de retroalimentação. De acordo com a informação a ser processada, o sistema de informação poderá ser classificado. Assim, surge a pirâmide empresarial, ela mostra os diferentes níveis de informação nas organizações, tornou-se necessário a classificação para um melhor gerenciamento. A pirâmide é composta pelos seguintes níveis estratégicos: Figura 1- Os níveis de informação. Fonte: Núcleo Editorial Focus No sistema de informação operacional são operações rotineiras, há um volume de operações de entrada e saída. Esse sistema de informação possui a característica de relatórios, cadastros e outras operações rotineiras. Já no sistema de informação tática ou gerencial há um apoio na tomada de decisão, possui função gerencial, trabalhando com informações agrupadas. Este sistema utiliza a informação operacional para criar o mecanismo de gerenciamento na organização. Por fim, no sistema de informação estratégica há a alta diretoria filtrando as informações essenciais e estratégicas. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Os Sistemas de Informação www.faculdadefocus.com.br | 6 3.1 Conceito de Processo e Decisão A informação coletada e processada deverá ser fidedigna, isto é, quanto mais próxima da realidade, melhor será a informação e assim, estará próximo do processo de tomada de decisão. Para compreendermos o processo de tomada de decisão é preciso primeiro, conceituar o processo e posteriormente o que seria a decisão: • O Processo é um conjunto estruturado de atividades sequenciais que apresentam relação lógica entre si e que tem por finalidade atender as expectativas, interna e externa, de uma organização. O processo é um conjunto que visa chegar a um fim, ou seja, a decisão. • A decisão implica em resolver ou determinar a melhor solução para alcançar o objetivo proposto, alguns podem compreender como buscar a decisão de menor prejuízo. Há uma grande variação de decisões, contudo, as decisões sem informação não podem subsidiar as decisões estratégicas, pois podem não produzir o resultado esperado. 3.2 O Processo de Tomada de Decisão Segundo Choo (2003) uma decisão resulta da adoção de um determinado curso de ações. Portanto, o processo decisório pode ser compreendido como um conjunto de fatores e ações, o qual possui início a partir da identificação de um estímulo para a ação. Por conseguinte, este processo compreende a aplicação de diferentes modelos, sendo cada modelo pertinente a uma determinada situação. Choo (2003), ainda afirma que a maioria das decisões requer a fase de desenvolvimento, esta é a que costuma ocupar a maior parte dos recursos e tempo do processo decisório, e tende a ser interativa, passando por múltiplas buscas e ciclos de criação. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Os Sistemas de Informação www.faculdadefocus.com.br | 7 3.2.1 Modelos de Tomada de Decisão A tomada de decisão compreende diferentes modelos, dentre eles, destacamos os principais citados por Choo (2003), sendo: modelo racional; processual; anárquico; e político. O modelo racional pressupõe procedimentos e regras pré-definidas, as quais dever ser seguidos para atingir um resultado bom, ou seja, este modelo preza pela tomada de decisão racional, é o mais sistematizado e estruturado entre os citados por Choo (2003). Este modelo traz uma metodologia bem definida, para que as etapas sejam seguidas. No modelo processual há uma concentração nas fases e ciclos, é um modelo que possui semelhanças ao racional, mas se diferencia, pois permite a flexibilidade, permitindo que o gestor realize ajustes. Já no modelo anárquico não há uma clareza em relação aos problemas e decisões, de acordo com Choo (2003, p. 295) “[...] o modelo anárquico de decisão pode ser comparado a uma lata de lixo, onde vários tipos de problemas e soluções são atirados pelos indivíduos, à medida que são gerados. A decisão ocorre quando problemas e soluções coincidem [...]”. Por fim, no modelo político há uma ocupação e posição diferente por atores de diferentes graus de influência. Portanto, não há uma escolha racional, mas sim uma influência dos atores, ou seja, a decisão está relacionada ao poder que cada sujeito possui. Nesse sentido, Certo (2005) ressalta que a decisão é uma atividade passível de erros, a qual será afetada pelas características pessoais e percepção do indivíduo que toma as decisões. Portanto, os modelos de decisão serão afetados, Certo (2005) compreende que para minimizar os erros e chegar a um resultado organizado e sistemático, a decisão deve ser efetuada por meio das seguintes etapas, sendo: 1. Identificar o problema existente; 2. Enumerar as possíveis alternativas para solucionar os problemas; 3. Selecionar as alternativas mais benéficas; Sistema de Segurança Pública no Brasil | Os Sistemas de Informação www.faculdadefocus.com.br | 8 4. Implementar a alternativa escolhida; e 5. Reunir o feedback para descobrir se a implementação está solucionando o problema identificado. Além dos modelos citados por Choo, a teoria administrativa descreve outros modelos de tomada de decisão, como: • O Modelo Clássico ou Burocrático: onde os procedimentos lógico-formais são enfatizados, corroborando para que quem tome as decisões examine primeiro os fins e depois os meios para alcançar, subordinando a eficácia do processo à escolha da decisão mais adequada aos fins; • O Modelo Administrativo ou de Carnegie: esse modelo é baseado no trabalho de Herbert Simon, o qual traz que como os gestores tomam decisões em situações complexas e não dita como deveriam tomar as decisões. • O Modelo Comportamentalista: nesse modelo o comportamento dos sujeitos na organização é acentuado e abrangente. Assim, o gestor irá procurar prevê- lo nas decisões, para evitar situações desagradáveis em seu contexto; e • O Modelo Normativo: a preocupação central nesse modelo, é a maneira de como deve ser feito o processo decisório. Conhecido como modelo dos grupos técnico profissionais (colegiados). No entanto, a aplicação da tomada de decisão no campo da Segurança pública é denominada de Planejamento de Projetos Orientados para Objetivos (ZOPP), é uma sigla de origem alemã, esta é a técnica que apresentou o melhor resultado para o âmbito. Os três elementos básicos desta técnica são: 1- O método, que serve de fio condutor ao trabalho no grupo de planejamento; 2- O enfoque do trabalho em equipe, que serve de quadro para o estudo de problemas multissetoriais; e 3- A visualização, que ajuda a reter por escrito as contribuições dos participantes e a fixar os resultados da discussão. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Os Sistemas de Informação www.faculdadefocus.com.br | 9 O ZOPP possui o objetivo de chegar a um planejamento detalhado através de várias etapas de trabalho, a partir de informações relativamente vagas, determinando os instrumentos de implementação e avaliação do projeto compreende Bolay (1993). Basicamente, o Zielorientiert Projectplannung (ZOPP) é uma técnica de planejamento de intervenção social, o qual foi criado para atender as ações mais ligadas aos fatores próximos às causas dos problemas, se identifica através da escuta cuidadosa dos sujeitos envolvidos e beneficiados pelos projetos sociais, assim, para que ocorra a construção conjunta de decisões (BOLAY, 1993). Isto é, este método orienta a atuação realística, evidenciando os objetivos propostos Em um órgão de segurança pública, a principal decisão a ser tomada é a definição das estratégias nas ações. Ao aplicar os modelos e as técnicas explanadas, é necessário que em um primeiro momento, seja definido quais serão as estratégias que nortearão todo o sistema. No caso Brasileiro, a Política Nacional de Segurança, estabelece formalmente no Plano Nacional de Segurança Pública e traz como estratégia as ações que garantam: • A integração, coordenação e cooperação federativa; • Interoperabilidade; • Liderança situacional; • Modernização da gestão das instituições de segurança pública; • Valorização e proteção dos profissionais; • Complementaridade; • Dotação de recursos humanos; • Diagnóstico dos problemas a serem enfrentados; • Excelência técnica; • Avaliação continuada dos resultados; e • Garantia da regularidade orçamentária para execução de planos e programas de segurança pública. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Considerações Finais www.faculdadefocus.com.br | 10 4 Considerações Finais A partir da análise realizada sobre a temática, foi possível compreender os sistemas de informação e os modelos de tomada de decisão mais usuais em organizações. Para que ocorra uma melhoria no sistema de segurança pública, tal sistema deve possuir boa articulação, com eficácia, e é através dos sistemas de informação que será possível alcançar um melhor gerenciamento do sistema de segurança pública. Para esta disciplina, consideramos os modelos de tomada de decisão e observamos que todos possuem alguma similaridade, dado que todos utilizam a informação como um recurso que subsidia a decisão. Fica claro, portanto, que a tomada de decisão é inerente ao trabalho de qualquer indivíduo. Contudo, na função de um gestor esta função se destaca, pois a tomada de decisão é tão importante quanto qualquer outra atividade sob sua responsabilidade. Evidencia-se que, há a necessidade de definição das estratégias nas ações, aplicando os modelos e as técnicas explanadas, colaborando para que os objetivos organizacionais possam ser atingidos, garantindo, assim que se atinja os resultados esperados no sistema de segurança pública no Brasil. 5 Referências Bibliográficas BOLAY F.W. Guia para aplicação: planejamento de projeto orientado por objetivos - método ZOPP. Recife: GTZ; 1993. CERTO. S. C. Administração moderna. 9. ed. São Paulo: Pearson, 2005. CHOO, C. W. A Organização do Conhecimento. São Paulo: Editora SENAC São Paulo,2003. MOSIMANN, C. P., ALVES, O. de. C. e FISCH, S. Controladoria: seu papel na administração de empresas. Florianópolis: Ed. Da UFSC, 1993. STAIR, R. M. Princípios de sistemas de informação: uma abordagem gerencial. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos, 1998. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Referências Bibliográficas www.faculdadefocus.com.br | 11 2 Introdução 3 Os Sistemas de Informação 3.1 Conceito de Processo e Decisão 3.2 O Processo de Tomada de Decisão 3.2.1 Modelos de Tomada de Decisão 4 Considerações Finais 5 Referências Bibliográficas aula-07-sist-seg-pub.pdf Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 1 DISCIPLINA SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL CONTEÚDO Planejamento de Programas e Projetos em Segurança Pública Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 2 A Faculdade Focus se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição (apresentação a fim de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). A instituição, nem os autores, assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoa ou bens, decorrentes do uso da presente obra. É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, fotocópia e gravação, sem permissão por escrito do autor e do editor. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada poderá requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível (art. 102 da Lei n. 9.610, de 19.02.1998). Atualizações e erratas: este material é disponibilizado na forma como se apresenta na data de publicação. Atualizações são definidas a critério exclusivo da Faculdade Focus, sob análise da direção pedagógica e de revisão técnica, sendo as erratas disponibilizadas na área do aluno do site www.faculdadefocus.com.br. É missão desta instituição oferecer ao acadêmico uma obra sem a incidência de erros técnicos ou disparidades de conteúdo. Caso ocorra alguma incorreção, solicitamos que, atenciosamente, colabore enviando críticas e sugestões, por meio do setor de atendimento através do e-mail secretaria@faculdadefocus.com.br. © 2021, by Faculdade Focus Rua Maranhão, 924 - Ed. Coliseo - Centro Cascavel - PR, 85801-050 Tel: (45) 3040-1010 www.faculdadefocus.com.br Este documento possui recursos de interatividade através da navegação por marcadores. Acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo. http://www.faculdadefocus.com.br/ mailto:secretaria@faculdadefocus.com.br. http://www.faculdadefocus.com.br/ Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 3 Sumário Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 2 Planejamento de Programas e Projetos em Segurança Pública ------------------------------ 4 3 Considerações Finais -------------------------------------------------------------------------------------- 8 4 Referências -------------------------------------------------------------------------------------------------- 8 Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 4 1 Introdução Na área de segurança pública há a resolução de problemas, consequentemente decisões precisam ser realizadas. Visando um melhor desempenho na Segurança pública, o governo Temer criou um ministério dedicado à segurança pública, para que se tenha estrutura e meios para enfrentar o crime organizado. O Sistema Único De Segurança Pública (SUSP) possui a capacidade de desenvolver essa governança através da padronização de dados, integração tecnológica, de inteligência e operacional. Nesta aula foram utilizadas, sobretudo, referências do plano e política nacional de segurança pública e defesa social (SUSP), assim, serão explanados os objetivos do planejamento nacional. 2 Planejamento de Programas e Projetos em Segurança Pública Ao utilizar um planejamento ou programa estratégico, as organizações precisam de acompanhamento para o aperfeiçoamento de ações (Rua, 2000). Assim, antes que ocorra, a lei deverá ser observada, a Constituição Federal em seu §7º, art. 144 prevê que: “A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades”. Em consonância a Lei nº 13.675/18 disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública. Isto é, ao planejar programas ou projetos na segurança pública, também deverá ser observado as finalidades estabelecidas no Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa social. O Art. 22º compreende que: Art. 22º- A União instituirá Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, destinado a articular as ações do poder público, com a finalidade de: I - promover a melhora da qualidade da gestão das políticas sobre segurança pública e defesa social; II - contribuir para a organização dos Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social; III - assegurar a produção de conhecimento no tema, a definição de metas e a avaliação dos Sistema de Segurança Pública no Brasil | Planejamento de Programas e Projetos em Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 5 resultados das políticas de segurança pública e defesa social; IV - priorizar ações preventivas e fiscalizatórias de segurança interna nas divisas, fronteiras, portos e aeroportos. Este artigo promove a melhoria da gestão, desta maneira, as políticas públicas de segurança pública devem considerar um contexto social amplo, com abrangência de outras áreas do serviço público, como: educação, saúde, lazer e cultura. Respeitando, portanto, as finalidades de cada área. Em consonância com o autor Brasil (2018b, p. 5-6) em “plano e política nacional de segurança pública e defesa social (SUSP)”, os objetivos do planejamento Nacional são: • Reduzir os homicídios e outros crimes violentos letais, e para esse objetivo, se propõe- Implementar, no âmbito da União, e estimular e apoiar, no âmbito das unidades federativas, ações, planos e protocolos de prevenção e pressão à violência e à criminalidade, com prioridade para aqueles relacionados com a letalidade da população jovem negra e parda, mulheres e outros grupos vulneráveis, com latrocínios, incidentes de lesão corporal seguida de morte, com crimes de trânsito com resultado morte ou lesão corporal grave ou gravíssima e com a vitimização policial e mortes decorrentes de intervenção de agentes da segurança pública, fixando metas anuais de redução verificáveis e públicas. • Reduzir todas as formas de violência contra a mulher, em especial as violências doméstica e sexual, prevenir e reprimir situações de exploração sexual (independentemente de gênero) e aprimorar o atendimento a cargo dos órgãos operacionais do Susp nos casos envolvendo populações vulneráveis e minorias. As primeiras estratégias/ações propostas são: estabelecer normas e procedimentos para os profissionais de segurança pública de populações vulneráveis e minorias em situação de violência e promover a formação continuada dos profissionais de segurança pública com disciplinas obrigatórias sobre o atendimento de populações vulneráveis e minorias em situação de violência ou exploração sexual. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Planejamento de Programas e Projetos em Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 6 • Enfrentamento às estruturas do crime organizado. • Aprimorar os mecanismos de prevenção e repressão aos crimes violentos patrimoniais. • Elevar o nível de percepção de segurança da população. • Fortalecer a atuação dos municípios nas ações de prevenção ao crime e à violência, sobretudo mediante ações de reorganização urbanística e de defesa social. • Aprimorar a gestão e as condições do Sistema Prisional, visando eliminar a superlotação, garantir a separação dos detentos, nos termos da Lei de Execução Penal, e as condições mínimas para ressocialização com oportunidades educacionais, de qualificação profissional e de trabalho. • Fortalecer o aparato de segurança e aumentar o controle de divisas, fronteiras, portos e aeroportos, sendo a primeira das estratégias a fomentação da atuação integrada entre os órgãos de segurança pública dos diferentes entes. • Ampliar o controle e o rastreamento de armas de fogo, munições e explosivos. • Promover a revisão, a inovação e o aprimoramento dos meios e mecanismos, considerando os aspectos normativos, financeiros, materiais e humanos, de combate aos crimes ambientais e aos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores e de corrupção que envolvam crimes ambientais como antecedentes. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Planejamento de Programas e Projetos em Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 7 • Consolidar em nível legislativo fontes contínuas, previsíveis e suficientes de financiamento das ações de segurança pública e regular, por meio de modelos científicos, a sua utilização. • Implementar programa de reaparelhamento, aprimorar a governança e a gestão das políticas, programas e projetos de segurança pública e defesa social, com vistas a elevação da eficiência de atuação dos órgãos operacionais do Susp. • Valorizar e assegurar condições de trabalho dignas aos profissionais de segurança pública e do sistema penitenciário. • Aprimorar os mecanismos de controle e prestação de contas da atividade de segurança pública. • Estabelecer política, programa de aparelhamento adequado e aprimorar procedimentos voltados a prevenção de situação de emergência e desastres. A criação do SUSP surge para que ocorra a articulação nas ações federais, estaduais e municipais na área da segurança pública, é necessário destacar que essa articulação não visa ferir a autonomia dos estados e nem das polícias. No mesmo sentido Soares (2007) compreende que o Sistema único de Segurança Pública (SUSP) não implica na unificação das polícias, mas sim busca meios para propiciar o trabalho cooperativo. O autor cita que: [...] segundo matriz integrada de gestão, sempre com transparência, controle externo, avaliações e monitoramento corretivo. Nos termos desse modelo, o trabalho policial seria orientado prioritariamente para a prevenção e buscaria articular-se com políticas sociais de natureza especificamente preventiva (Soares, 2007, p. 89) Ao dar ênfase em planejamento, gestão e monitoramento há um confronto ao déficit histórico na Segurança Pública, ou seja, se tem uma governança bem-informada. Dessa maneira, o SUSP deixa claro que a disposição predominante na gestão das Sistema de Segurança Pública no Brasil | Considerações Finais www.faculdadefocus.com.br | 8 ações de segurança pública nas últimas décadas não poderá mais ser aceito, a violência e a criminalidade devem ser reduzidas, observando as políticas públicas de segurança pública, considerando o contexto social amplo e respeitando a diversidade. Posto isto, é necessário que ocorra a avalição de como os resultados foram alcançados, isto é, avaliar se os órgãos de segurança pública estão executando as ações previstas para alcançar os melhores resultados. É por meio de indicadores de eficiência que há um auxílio na tomada de decisão, uma vez que reflete o desempenho interno de produtividade da organização. 3 Considerações Finais A partir da análise realizada sobre a temática, foi possível compreender os objetivos do planejamento Nacional, o qual visa a melhoria do sistema de segurança público. Para esta disciplina, consideramos o plano e política nacional de segurança pública e defesa social (SUSP). Fica claro, portanto, que não deve ser aceito a disposição que predominou na gestão da segurança pública nas últimas décadas, assim a violência e criminalidade devem ser reduzidas, é a premissa decisória estabelecida pelo SUSP (Sistema Único de Segurança Pública). Evidencia-se que, há a necessidade de um trabalho mais cooperativo, com ênfase em planejamento, gestão e monitoramento, pois assim haverá o confronto aos déficits históricos do setor, atingindo, assim os resultados esperados no sistema de segurança pública no Brasil. 4 Referências BRASIL. Ministério da Segurança Pública. Plano Nacional de Segurança Pública 2018-2028. Brasília, DF: Ministério da Segurança Pública, 2015b. Disponível em: https://www.novo.justica.gov.br/sua-seguranca-2/seguranca-publica/plano-e- https://www.novo.justica.gov.br/sua-seguranca-2/seguranca-publica/plano-e-politica-nacional-de-seguranca-publica-e-defesa-social.pdf/view Sistema de Segurança Pública no Brasil | Referências www.faculdadefocus.com.br | 9 politica-nacional-de-seguranca-publica-e-defesa-social.pdf/view>. Acesso em: 09 set 2021. RUA, M.G. Avaliação de Políticas, Programas e Projetos: Notas Introdutórias. Mimeo, 2000. SOARES, L. E. A política nacional de segurança pública: histórico, dilemas e perspectivas. Revista Estudos Avançados, São Paulo, v. 21, n. 61, 2007. https://www.novo.justica.gov.br/sua-seguranca-2/seguranca-publica/plano-e-politica-nacional-de-seguranca-publica-e-defesa-social.pdf/view Sistema de Segurança Pública no Brasil | Referências www.faculdadefocus.com.br | 10 Sumário 1 Introdução 2 Planejamento de Programas e Projetos em Segurança Pública 3 Considerações Finais 4 Referências aula-08-sist-seg-pub.pdf Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 1 DISCIPLINA SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL CONTEÚDO Elaboração do Planejamento Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 2 A Faculdade Focus se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição (apresentação a fim de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). A instituição, nem os autores, assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoa ou bens, decorrentes do uso da presente obra. É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, fotocópia e gravação, sem permissão por escrito do autor e do editor. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada poderá requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível (art. 102 da Lei n. 9.610, de 19.02.1998). Atualizações e erratas: este material é disponibilizado na forma como se apresenta na data de publicação. Atualizações são definidas a critério exclusivo da Faculdade Focus, sob análise da direção pedagógica e de revisão técnica, sendo as erratas disponibilizadas na área do aluno do site www.faculdadefocus.com.br. É missão desta instituição oferecer ao acadêmico uma obra sem a incidência de erros técnicos ou disparidades de conteúdo. Caso ocorra alguma incorreção, solicitamos que, atenciosamente, colabore enviando críticas e sugestões, por meio do setor de atendimento através do e-mail secretaria@faculdadefocus.com.br. © 2021, by Faculdade Focus Rua Maranhão, 924 - Ed. Coliseo - Centro Cascavel - PR, 85801-050 Tel: (45) 3040-1010 www.faculdadefocus.com.br Este documento possui recursos de interatividade através da navegação por marcadores. Acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo. http://www.faculdadefocus.com.br/ mailto:secretaria@faculdadefocus.com.br. http://www.faculdadefocus.com.br/ Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 3 Sumário Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 2 Elaboração Do Planejamento -------------------------------------------------------------------------- 4 2.1 O momento no PES ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 5 3 Considerações Finais -------------------------------------------------------------------------------------- 8 4 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------- 8 Sistema de Segurança Pública no Brasil | Introdução www.faculdadefocus.com.br | 4 1 Introdução O planejamento estratégico situacional (PES) foi idealizado pelo economista Carlos Matus, esta metodologia, inicialmente, foi criada para lidar com desafios da administração pública. O PES ganha gradativamente forças no meio corporativo, sendo utilizado em diversas organizações como alternativa ao planejamento estratégico tradicional. Este conceito na Segurança Pública é concebido, auxiliando na definição da política de segurança. O planejamento estabelece a direção a ser seguida, visando a cooperação e interação entre os órgãos e a comunidade. À vista disso, nesta aula abordaremos as metodologias de planejamento, também relacionaremos o planejamento disposto por Matus e a segurança pública. 2 Elaboração Do Planejamento Existem diversos planejamentos estratégicos, Ackoff (1976) compreende o planejamento como um processo de longo prazo, o qual lida com decisões que afetam a atividade da organização. Já Fischmann e Almeida (1991) entendem como uma técnica administrativa, onde, através da análise do ambiente se tem uma consciência sobre os pontos fortes e fracos, permitindo que os objetivos estabelecidos na organização sejam cumpridos. Posto isto, primeiramente é necessário a definição de qual forma de planejamento será adotada. Há uma ênfase ao planejamento estratégico, fundamentalmente o corporativo, contudo, na visão de Matus, este tipo de planejamento é inadequado ao aparelho público não-empresarial, aos atores políticos e ao gestor público. Para Matus (1997), o planejamento é impossível se há a perspectiva única do planejamento tradicional e determinista. Segundo o autor, o planejamento é um cálculo que precede e preside a ação para criar o futuro, não para predizê-lo, assim, o planejamento torna-se indispensável. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Elaboração Do Planejamento www.faculdadefocus.com.br | 5 Desta maneira, preferencialmente deve-se ater a proposta do planejamento estratégico situacional, uma elaboração que apresenta uma visão subjacente não fragmentada da sociedade, uma visão sistêmica que procura integrar e desenvolver as dificuldades que a ação social oferece. Este modelo foi concebido para servir aos dirigentes políticos. Seu tema central são os problemas públicos, sendo também aplicável a qualquer órgão cujo centro de jogo não seja exclusivamente o mercado, mas o jogo político, econômico e social. 2.1 O momento no PES O conceito de momento indica ocasião, o qual passa o processo contínuo e não apresenta um começo ou final definido (MATUS, 2005). Para Matus (1997) o Planejamento Estratégico Situacional possui quatro conceitos distintos de momento, sendo o: Momento Explicativo, Momento Normativo, Momento Estratégico, Momento Tático Operacional. Momento Explicativo – Como explicar a realidade? A questão principal nesse momento é entender e explicar como se apresenta a realidade na situação inicial do planejamento. Isto é, a principal questão nesse momento é o de entender e explicar como se apresenta a realidade do jogo. Para que seja explicado como surgem e se desenvolvem os problemas, é necessário enumerar e descrever as suas causas, este é um método descritivo chamado de Vetor de Descrição do Problema (VDP). Momento Normativo – Como conceber o Plano? O momento Normativo lida com a atuação-objetivo e com o modo pela qual poderá ser alcançado (MATUS, 1997). Assim, para que ocorra uma mudança no VDP é necessário agir sobre cada nó crítico (causas dos problemas). Sistema de Segurança Pública no Brasil | Elaboração Do Planejamento www.faculdadefocus.com.br | 6 Momento Estratégico – Como tornar o plano viável? – é o momento responsável pela avaliação e construção da viabilidade de um plano. Momento Tático Operacional – como agir a cada dia de forma planejada? É a execução do plano simultaneamente à análise dos problemas emergentes, é o ponto central entre o conhecimento e a ação, compreende Migliato (2004). Portanto, o ciclo do planejamento poderá, dar-se da seguinte maneira: Figura 1 - Ciclo do planejamento estratégico. Fonte: Núcleo Editorial Focus o paradigma da segurança pública cidadã é focado na valorização dos direitos humanos/sociais e na prevenção do crime como sua pedra de toque. Ao realizar um plano ou planejamento, deverá visar a prevenção do crime, observando sempre os direitos humanos. O plano ou planejamento deverá ter as seguintes características: A) Diagnóstico Preciso; para identificação dos desafios, riscos e recursos de cada Sistema de Segurança Pública no Brasil | Elaboração Do Planejamento www.faculdadefocus.com.br | 7 situação a ser tratada; B) Plano de Ação: para o estabelecimento de prioridades e definições de objetivos e metas: C) Implementação: incluindo treinamento, coordenação e monitoramento das atividades planejadas: D) Avalição: retroalimentação sobre os processos em desenvolvimento e os resultados obtidos; E) Integração: coalizão de atores em todas as etapas do projeto: F) Comunicação: mobilização e integração de atores sociais diversos. Há uma busca pela paz, sendo necessária a adoção de uma transformação estrutural nas ações de segurança pública. Isto é, a intervenção deverá ser capaz de reduzir a violência e a criminalidade, portanto, esta é uma ação que envolve duas frentes, sendo: a primeira a busca da alteração de condições imediatas (condições diretamente ligadas às práticas que se deseja eliminar), e uma segunda que se volta a mudanças estruturais, cujos efeitos somente exercerão impactos futuros. Para tanto, faz-se necessário que as ações obedeçam aos seguintes princípios de gestão: • Diagnóstico das dinâmicas criminais e dos fatores de risco local e geral – sensível as variações ditadas pelas circunstâncias e conjunturas; • A elaboração de um plano de ação capaz de formular uma agenda, identificar prioridades e recursos e estipular metas; • A avaliação dos resultados do processo; • O monitoramento, que consiste na correção de rumos ditada pela constatação dos erros. Fica evidente que a segurança pública deve ser abordada por um novo ângulo, incluindo desde a formação de um novo profissional para a gestão da política de Sistema de Segurança Pública no Brasil | Considerações Finais www.faculdadefocus.com.br | 8 segurança quanto, à realização de uma aliança, um pacto com a sociedade. Nesse contexto pode-se apontar que o sentido de segurança cidadã se traduz pela parceria dos órgãos de segurança com as comunidades na análise, planejamento e controle das intervenções. Atribui-se, assim, papel fundamental a cidadania no funcionamento das organizações de segurança pública, controlando o cumprimento de metas, a lisura administrativa e a efetivação da justiça. Nesse particular, a área da segurança Pública apresenta-se como um campo fértil à abordagem Situacional do Planejamento que inclui os atores sociais, bem como evoca a participação das entidades representativas da sociedade, a adoção de uma abordagem política e social, e o abandono do viés tecnocrático, levando em consideração a diversidade de opiniões, projetos e representantes dos segmentos sociais especializados. 3 Considerações Finais A partir da análise realizada sobre a temática, foi possível compreender que a segurança pública é um bem democrático, é um direito essencial da cidadania. Há uma obrigação constitucional do Estado e responsabilidade de cada cidadão, sendo necessário a reforma das polícias para que as instituições se tornem mais eficientes e respeitosas dos Direitos Humanos. Há também a necessidade de que as políticas públicas de segurança acolham a participação multidisciplinar e interinstitucional. Posto isto, evidencia-se que, é preciso definir a forma de planejamento a ser adotada, ocorrendo um planejamento estratégico, há uma possível transformação estrutural nas ações de segurança pública, ou seja, uma melhora. 4 Referências Bibliográficas ACKOFF, R. L. PLANEJAMENTO EMPRESARIAL. Rio de Janeiro: LTC, 1976. FISCHMANN, A. A.; ALMEIDA, M. I. R. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA PRÁTICA. São Paulo: Atlas, 1991. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Referências Bibliográficas www.faculdadefocus.com.br | 9 MATUS, C. O método PES: ROTEIRO DE ANÁLISE TEÓRICA. São Paulo: FUNDAP, 1997. MATUS, TEORIA DO JOGO SOCIAL. São Paulo: FUNDAP, 2005. MIIGLIATO, A. L. T. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL APLICADO À PEQUENA EMPRESA: estudo comparativo de casos de empresas do setor de serviço (hoteleiro) da região de Brotas, SP. 2004. 223 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. Sistema de Segurança Pública no Brasil | Referências Bibliográficas www.faculdadefocus.com.br | 10 Sumário 1 Introdução 2 Elaboração Do Planejamento 2.1 O momento no PES 3 Considerações Finais 4 Referências Bibliográficas