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DISCIPLINA 
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA 
NO BRASIL 
CONTEÚDO 
Aula 01 
Conceito e Organização 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Introdução 
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Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Introdução 
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Sumário 
Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 
1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 
2 Conceito de Segurança Pública ------------------------------------------------------------------------ 4 
2.1 Conceito Clássico de Segurança Pública --------------------------------------------------------------------------- 6 
2.2 Abordagem humanista da segurança pública -------------------------------------------------------------------- 7 
2.3 Abordagem organizacional da Segurança Pública -------------------------------------------------------------- 8 
3 Organização da Segurança Pública no Brasil ------------------------------------------------------ 9 
4 Conclusão --------------------------------------------------------------------------------------------------- 10 
5 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------ 11 
 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Introdução 
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1 Introdução 
Na obra intitulada Direitos Humanos versus Segurança Pública (2016), Guilherme Nucci 
introduz o tema da Segurança Pública definindo-a como a “ausência de risco 
correspondente ao interesse da sociedade”, que se reflete no “conjunto de ações 
preventivas e reativas, de natureza pública, em resposta ao fenômeno da 
criminalidade”. Em seu aspecto mais moderno, a segurança pública volta-se à 
promoção e manutenção da ordem pública e tem como fim último “proporcionar aos 
indivíduos, na convivência social, a fruição de relações pautadas no direito básico de 
liberdade, garantidas a segurança jurídica – proteção contra repressão autoritária do 
Estado – e a segurança material – proteção contra agressões de todo tipo”. 
 
Para Sergio Luiz Cruz Aguilar (2014), “A segurança é a sensação de se sentir seguro 
por conta da ausência de ameaças, é questão substantiva em matéria de decisão 
política, e se pode qualificar de global, regional, sub-regional, nacional ou individual, 
segundo o marco de alcance que opera”. 
 
Embora nem sempre tenha sido assim, a evolução do conceito de segurança pública 
fez com que, no Brasil, esse sistema passasse de um viés voltado mais para a 
Segurança do Estado e a manutenção do status quo a um olhar mais voltado para a 
sociedade seguindo uma abordagem mais humanista. 
 
Assim, neste material veremos como se deu a evolução do conceito de segurança 
pública e como esta se organiza, hoje, no Brasil. 
 
2 Conceito de Segurança Pública 
O conceito de segurança pública não é um conceito estático, pelo contrário, é bastante 
subjetivo e implica diversas percepções. De forma bem singela, a Segurança Pública 
pode ser entendida como a garantia da proteção aos direitos individuais de cada 
cidadão, que lhes permite exercer, em segurança, seu direito de cidadania. 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Conceito de Segurança Pública 
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Esta definição de inclinação humanista, que se volta à proteção do cidadão, encontra-
se mais ou menos no intervalo da evolução histórica e conceitual da segurança pública 
no Brasil, sendo fortemente influenciada pelo movimento de redemocratização, em 
meados da década de 80, que ocorreu em toda a América Latina diante dos regimes 
ditatoriais militares, período no qual a segurança pública mirava a proteção do Estado. 
Conforme destaca Aguilar, 
O aumento da densidade da interação internacional faz com que as visões limitadas de 
segurança nacional e estratégia nacional de segurança sejam inapropriadas e 
contraprodutivas, havendo a necessidade de ampliar a noção de segurança. Assim, os estudos 
deveriam manter o Estado como unidade principal de análise, mas deveriam incluir os cinco 
maiores setores que afetam a segurança das coletividades humanas: militar, político, 
econômico, societal e ambiental, permitindo uma visão mais ampliada do conceito (AGUILAR, 
2014). 
 
Também a noção de sistema passou por uma evolução bastante significativa. 
Enquanto na era da proteção à segurança nacional falávamos em órgãos com 
atribuições únicas e competências exclusivas, com a nova visão humanista passamos 
a integrar ao conceito de sistema a sociedade civil, algo que era inimaginável que se 
fizesse até então. Diante desse panorama, temos um olhar muito mais voltado para a 
cidadania como um todo, buscando englobar todos os ramos do direito (Direitos 
Humanos, Direitos Sociais etc.), e não apenas ao direito livre de ir e vir. 
 
Assim, de uma visão tradicional “centrada no Estado, onde as forças armadas são os 
principais atores responsáveis por sua garantia” (AGUILAR, 2014) passamos a perceber 
a Segurança Pública como “uma atividade pertinente aos órgãos estatais e à 
comunidade como um todo, realizada com o fito de proteger a cidadania, prevenindo 
e controlando manifestações da criminalidade e da violência, efetivas ou potenciais, 
garantindo o exercício pleno da cidadania nos limites da lei” (SANTOS E FRANCO, 
2011). 
 
Conforme relata Aguilar em pesquisa voltada para a reforma do setor de segurança, 
diante das diversas facetas que o conceito foi adquirindo ao longo do tempo, a partir 
de aprendizado prático em diferentes países e das reformulações por parte de 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Conceito de Segurança Pública 
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Organizações internacionais, foi possível constatar que uma abordagem muito 
simplista desse
conceito teria suas limitações. Para o autor, 
[...] trabalhar apenas com as forças militares autorizadas pelo Estado para utilizar a força levava 
a pensar apenas em forças armadas, paramilitares, policiais e serviços de inteligência. A 
ampliação da visão sobre reforma do setor levou a pensar em todas as organizações e 
atividades relacionadas com a provisão de segurança, incluindo grande número de 
organizações e instituições (AGUILAR, 2014, p. 21). 
 
Com isso, infundiu-se à Segurança Pública uma noção de interdisciplinaridade, basta 
atentar ao exemplo mais recente da integração do sistema de segurança pública com 
órgãos de assistência social, refletida no projeto que norteia a implementação das 
Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas bases de patrulhamento comunitário no 
Rio de Janeiro. Embora este seja um ponto controverso, que gera intenso debate, 
tendo em vista que o que é posto em prática nem sempre reflete o que está no 
planejamento, trata-se de um exemplo em que se buscou aplicar a 
interdisciplinaridade na segurança pública. 
 
2.1 Conceito Clássico de Segurança Pública 
Tradicionalmente, a Segurança Pública foi entendida como um processo complexo e 
abrangente, que visa a preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e 
do patrimônio, permitindo o usufruto de direitos e o cumprimento de deveres. 
 
O conceito de ordem pública, no entanto, também é difuso. Não há uma definição 
precisa do que seria a ordem pública, sua interpretação é bastante subjetiva e cada 
um dos operadores do direito, cada um dos operadores das ciências sociais pode 
encarar esta ordem pública de maneira diferente. Mas pelo conceito clássico da 
segurança pública, a ordem pública nada mais é do que a sociedade girando, 
ocorrendo e funcionando da maneira como ela deve ser nos seus regramentos. De 
acordo com Guilherme de Souza Nucci, a ordem pública é 
[...] outra expressão de conteúdo complexo e até hoje não definido a contento, nem pela 
doutrina nem pela jurisprudência. Em termos simples, a ordem antagoniza com a desordem 
(confusão, tumulto, irregularidade, enfim, quebra da rotina). Transferindo-se para o âmbito 
público, a desordem provoca a quebra da rotina de um número imenso de pessoas, razão pela 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Conceito de Segurança Pública 
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qual a polícia tem o dever de assegurar um mínimo indispensável ou flexível o suficiente para 
que os indivíduos cumpram seus deveres e obrigações no dia a dia, conforme programado 
(NUCCI, 2016). 
 
Outra noção que extraímos deste conceito diz respeito ao usufruto de direitos e o 
cumprimento de deveres. Esta é uma visão bastante positivista que não leva em conta 
os direitos de cidadania, só nos faz lembrar que todo cidadão tem direitos e deveres, 
que a cada direito corresponde um dever que precisa ser cumprido em razão da 
preservação dos interesses e valores do Estado. 
 
Neste sentido, Sergio Luiz Cruz Aguilar (2014) retoma Leonel (1996) e a Escola Superior 
de Guerra do Brasil (ESG, 2006) para explicar que a segurança, como conceito abstrato 
que é, pressupõe a defesa (“um ato dirigido à determinada ameaça”), que por sua vez 
implica, como elemento essencial, o eventual emprego de força. Por esse viés, a 
segurança pública compreenderia “atitudes, medidas e ações do Estado, com ênfase 
na Expressão Militar, para a defesa do território, da soberania e dos interesses 
nacionais contra ameaças preponderantemente externas”. 
 
2.2 Abordagem humanista da segurança pública 
Com a evolução da segurança pública para uma abordagem mais humanista, 
passamos a entender que a política de segurança pública deve ser rigorosa no 
enfrentamento da impunidade e humanista na valorização da participação 
comunitária nas questões da Segurança Pública. 
 
Isso aponta para mais uma novidade, a abordagem multidisciplinar da segurança 
pública, mostrando que ela não é uma atribuição exclusiva das polícias, do Poder 
Judiciário ou do Ministério Público, mas sim dos mais variados órgãos, instituições e 
da própria comunidade, pois se trata de um todo coerente que abarca, além da 
chamada ordem pública, a efetivação de direitos e garantias individuais. 
 
Nessa linha de raciocínio, Luiz Eduardo Soares afirma que às polícias e aos órgãos de 
segurança pública cabe zelar pelo respeito aos direitos dos cidadãos, com destaque 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Conceito de Segurança Pública 
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aos direitos os fundamentais, em especial ao direito a vida, a liberdade, a 
incolumidade física e moral e a dignidade humana, e complementa: “Na medida em 
que a finalidade e suas derivações forem observadas, em escala satisfatória, instala-se 
o ciclo virtuoso da estabilização generalizada de expectativas positivas – expectativas 
quanto ao respeito às regras que regem a sociabilidade no cotidiano dos cidadãos” 
(SOARES, 2019). 
 
Neste sentido, também se fala no enfrentamento da impunidade que pode ocorrer 
em virtude de exageros cometidos por parte dos órgãos de segurança pública em 
suas atribuições, pois ao agir com excessos esses agentes de segurança pública 
acabam por proporcionar uma exclusão ainda maior dos setores marginalizados da 
sociedade. 
 
Dessa forma, Luiz Eduardo Soares, ao explorar o panorama mais social da Segurança 
Pública, afirma que 
[...] a segurança pública é a estabilização universalizada, no âmbito de uma sociedade em que 
vigora o Estado democrático de direito, de expectativas positivas a respeito das interações 
sociais, ou da sociabilidade, em todas as esferas da experiência individual. O adjetivo “positivo” 
sinaliza a inexistência do medo e da violência (em seus significados negativos) e a presença da 
confiança, em ambiente de liberdade. Corresponde, portanto, à fruição dos direitos 
constitucionais, particularmente daqueles que se relacionam de forma mais imediata com a 
incolumidade física e moral, e à expectativa de sua continuidade ou extensão no tempo, 
reduzindo-se a incerteza e a imprevisibilidade, o medo e a desconfiança. E, assim, concorrendo 
para que círculos virtuosos substituam círculos viciosos – dinâmicas negativas que se 
retroalimentam, estimuladas por narrativas dominadas pelo medo e pela demonização do 
outro. Em vez de atitudes defensivas de quem espera agressões e acaba as precipitando, no 
ambiente seguro predominam posturas desarmadas e cooperativas, que estimulam a difusão 
de respostas e expectativas sociáveis e produtivas” (SOARES, 2019). 
 
2.3 Abordagem organizacional da Segurança Pública 
São diversas as abordagens que interpretam aspectos e segmentos do sistema de 
segurança pública partindo de uma perspectiva sociológica e política, e mesmo a 
abordagem tradicional jurídica indica a existência de problemas de cunho 
organizacional nesse sistema. 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Organização da Segurança Pública no Brasil 
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Conforme explica Soares, tendo em vista que as situações em que atuam os agentes 
de segurança pública são variáveis, assim como os caminhos e os meios pelos quais 
os objetivos serão alcançados, dependendo sempre das circunstâncias, “um predicado 
básico da política de segurança é seu realismo, ou seja, sua competência para 
diagnosticar os desafios, as virtudes e os defeitos das instituições e de seus servidores, 
os recursos materiais e humanos, gerenciais, constitucionais, cognitivos, tecnológicos 
e legais disponíveis” (SOARES, 2019). 
 
Quando analisamos algo que antes era moldado para a segurança do Estado (por 
órgãos de segurança, por homens que se especializaram em patrulhamento e 
enfrentamento à criminalidade) através de um olhar mais sociológico, mais humanista, 
os problemas organizacionais
se tornam evidentes. É por isso mesmo que passamos 
a observar uma organização da segurança pública mais voltada ao cidadão e à 
interdisciplinaridade e com planejamentos e metas elaborados a partir de uma visão 
sistêmica. Isso justifica a criação da Lei 13.675/2018, que disciplina a organização e o 
funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, nos termos do § 7º 
do art. 144 da Constituição Federal; cria a Política Nacional de Segurança Pública e 
Defesa Social (PNSPDS); e institui o Sistema Único de Segurança Pública (Susp). 
 
3 Organização da Segurança Pública no Brasil 
A organização da segurança pública está primariamente descrita na Constituição 
Federal, portanto ela é nossa fonte primária de consulta. Já a Lei n. 13.675/18 e o 
Sistema Único de Segurança Pública disciplinam acerca do tema a partir da nova visão 
organizacional do sistema voltada para a sociedade, como podemos constatar já no 
seu art. 1º: 
 
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e cria a Política 
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS), com a finalidade de 
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, por meio 
de atuação conjunta, coordenada, sistêmica e integrada dos órgãos de segurança 
pública e defesa social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em 
articulação com a sociedade. 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Conclusão 
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Embora a expressão ordem pública ainda esteja presente na definição da lei, o artigo 
traz uma nova expressão, a defesa social, que está voltada à cidadania e à preservação 
dos direitos humanos. Neste artigo vemos, portanto, uma mescla do que era a 
segurança nacional, como visão primária da segurança pública, com a nova visão 
humanista. 
 
Além disso, podemos constatar por meio das diretrizes da Política Nacional de 
Segurança Pública e Defesa Social (art. 5º) que, ao priorizar o atendimento imediato 
ao cidadão e planejamento estratégico e sistêmico, começa a emergir uma perspectiva 
mais profissional do sistema, um tanto voltada para a administração como a 
conhecemos na iniciativa privada. 
 
Esse dispositivo corrobora ao modelo de organização estipulado na Constituição 
Federal, art. 144, incisos I ao IV, segundo os quais “a segurança pública é dever do 
Estado e direito e responsabilidade de todos”, sendo exercida para a preservação da 
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, e organizada a partir 
dos seguintes órgãos: 
a. polícia federal; 
b. polícia rodoviária federal; 
c. polícia ferroviária federal; 
d. polícias civis; 
e. polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
f. polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 104, de 2019) 
 
4 Conclusão 
Nesta aula vimos como o conceito de segurança pública sofreu algumas alterações no 
transcurso do tempo, passando de um viés voltado à provisão e segurança do Estado 
contra ameaças diversas à uma nova estruturação em que a segurança coletiva dos 
cidadãos se torna a prioridade. A partir desse viés, o sistema de organização da 
segurança pública também foi reestruturado, mostrando forte influência da 
Administração voltada à iniciativa privada, instaurando um Sistema Único de 
Segurança Pública e criando a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Referências Bibliográficas 
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com a finalidade de preservar a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do 
patrimônio, por meio de atuação conjunta, coordenada, sistêmica e integrada dos 
órgãos de segurança pública e defesa social da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, em articulação com a sociedade. 
 
5 Referências Bibliográficas 
AGUILAR, Sérgio Luiz Cruz. Reforma do setor de segurança: visão geral e proposta 
de planejamento. In: Reforma do setor de segurança: teoria, prática e crítica. São Paulo: 
Porto de Ideias, 2014. 
NUCCI, Guilherme de Souza. Direitos Humanos versus Segurança Pública. Rio de 
Janeiro: Forense, 2016. 
SANTOS, Marco Antonio; FRANCO, Jacinto Rodrigues. A atividade de inteligência na 
segurança para o século XXI. 1 edição. Brasília: 2011. 
SOARES, Luiz Eduardo. Desmilitarizar: Segurança pública e direitos humanos. São 
Paulo: Boitempo Editorial, 2019. 
 
 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Referências Bibliográficas 
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		Sumário
		1 Introdução
		2 Conceito de Segurança Pública
		2.1 Conceito Clássico de Segurança Pública
		2.2 Abordagem humanista da segurança pública
		2.3 Abordagem organizacional da Segurança Pública
		3 Organização da Segurança Pública no Brasil
		4 Conclusão
		5 Referências Bibliográficas
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Introdução 
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DISCIPLINA 
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA 
NO BRASIL 
 
CONTEÚDO 
Aula 02 
Atribuições dos Órgãos de 
Segurança Pública 
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Introdução 
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Sumário 
Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 
1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 
2 Atribuições dos Órgãos de Segurança Pública ----------------------------------------------------- 4 
2.1 Polícia Federal (Art. 144, § 1º da CF/88) --------------------------------------------------------------------------- 6 
2.2 Polícia Rodoviária Federal (Art. 144, § 2º da CF/88) -----------------------------------------------------------
8 
2.3 Polícia Ferroviária Federal (Art. 144, § 3º da CF/88) ----------------------------------------------------------- 8 
2.4 Polícia Civil (Art. 144, § 4º da CF/88) ------------------------------------------------------------------------------- 9 
2.5 Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militares (Art. 144, § 5º da CF/88) -------------------------------- 9 
2.6 Polícias Penais (Art. 144, § 5º-A da CF/88) ------------------------------------------------------------------------ 9 
2.7 Guardas Municipais (Art. 144, § 8º da CF) ---------------------------------------------------------------------- 10 
3 Conclusão --------------------------------------------------------------------------------------------------- 12 
4 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------ 13 
 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Introdução 
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1 Introdução 
Na obra intitulada Direitos Humanos versus Segurança Pública (2016), Guilherme Nucci 
introduz o tema da Segurança Pública definindo-a como a “ausência de risco 
correspondente ao interesse da sociedade”, que se reflete no “conjunto de ações 
preventivas e reativas, de natureza pública, em resposta ao fenômeno da 
criminalidade”. Em seu aspecto mais moderno, a segurança pública volta-se à 
promoção e manutenção da ordem pública e tem como fim último “proporcionar aos 
indivíduos, na convivência social, a fruição de relações pautadas no direito básico de 
liberdade, garantidas a segurança jurídica – proteção contra repressão autoritária do 
Estado – e a segurança material – proteção contra agressões de todo tipo”. 
 
Essa definição encontra fundamento na Constituição Federal, art. 144, segundo o qual 
a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida 
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, 
através dos órgãos de segurança pública. 
 
Este mesmo artigo estabelece que são responsáveis por manter a chamada ordem 
pública os seguintes órgãos: a) a polícia federal; b) a polícia rodoviária federal; c) a 
polícia ferroviária federal; d) a polícia civil; e) a polícia militar e o corpo de bombeiros 
militares; e f) a polícia penal federal, estadual e distrital. 
 
Nesta aula, falaremos sobre as atribuições próprias de cada um desses órgãos. 
 
2 Atribuições dos Órgãos de Segurança Pública 
Neste capítulo analisaremos as atribuições dos órgãos de segurança pública dispostos 
no rol taxativo do art. 144 da Constituição Federal, acompanhando em literalidade o 
texto legal. Para melhor compreendemos como se organiza a polícia de segurança 
pública, recorremos a Lenza (2021), que explica que “a polícia de segurança pode ser 
dividida em: a) polícia administrativa lato senso; b) polícia de segurança, dividida em 
polícia administrativa (preventiva, que não deve confundir-se com a ideia de poder de 
polícia lato sensu do Estado) e polícia judiciária”. 
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Atribuições dos Órgãos de Segurança Pública 
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Conforme explica o autor, a polícia administrativa desempenha uma atuação 
preventiva, evitando que o crime aconteça, ao passo que a polícia judiciária atua de 
maneira repressiva, “exercendo atividades de apuração das infrações penais 
cometidas, bem como a indicação de autoria”. 
 
 
Figura 1 - Órgãos de Segurança Pública 
Fonte: LENZA (2021) 
 
Segundo Nathalia Masson, “De acordo com a jurisprudência firmada pelo STF, o rol 
do art. 144 é taxativo e de observância compulsória. Isso significa que é um dispositivo 
dirigido também à organização dos Estados-membros, do que decorre não poderem 
estes, em suas constituições estaduais ou leis, alterar ou acrescer o conteúdo 
substancial do referido artigo da Constituição Federal” (MASSON, 2020). 
 
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Atribuições dos Órgãos de Segurança Pública 
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2.1 Polícia Federal (Art. 144, § 1º da CF/88) 
A Polícia Federal, instituída por lei como órgão permanente e integrante da estrutura 
básica do Ministério da Justiça, é organizada e mantido pela União e estruturada em 
carreira, destinando-se a: 
 
▪ apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento 
de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e 
empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão 
interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser 
em lei; 
 
▪ prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros 
órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; 
 
▪ exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; 
 
▪ exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. 
 
Em relação às infrações penais contra a ordem política e social, podem ser associados 
os crimes contra a organização do trabalho, a organização dos transportes e todo 
delito que atentar contra o funcionamento de serviços regulado pela União, além das 
infrações ligadas ao sistema de representação, partidos políticos, eleições etc. 
 
Quanto à repressão ao tráfico de entorpecentes, embora seja atribuição da Polícia 
Federal em qualquer extensão, a maioria dos estados têm assinado um termo de 
cooperação com o Ministério da Justiça se encarregando da repreensão do tráfico 
local e, em alguns lugares, até mesmo do tráfico interestadual, permanecendo, 
contudo, o tráfico internacional ou transnacional a encargo da Polícia Federal. Além 
disso, cabe à Polícia Federal prevenir e reprimir o contrabando, que se caracteriza pela 
inserção de produto proibido ou que necessite de autorização especial para ingresso 
no território nacional sem que essa autorização seja concedida, e o descaminho, que 
é o ingresso de mercadorias no território nacional sem recolhimento devido dos 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Atribuições dos Órgãos de Segurança Pública 
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impostos. Uma vez que esses crimes versam contra o erário público, a Receita Federal 
tem a atribuição de fazer as medidas fiscais, além de perseguir a cobrança desses 
tributos, mesmo que tenham originado de um crime. 
 
No que tange ao exercício de polícia marítima (através dos núcleos de polícia 
marítima), aeroportuária (através das imigrações e da segurança aeroportuária) e de 
fronteiras (através das delegacias com seus efetivos), trata-se de uma atribuição de 
polícia ostensiva, e não judiciária. Neste sentido, a Polícia Federal pode ser vista como 
uma espécie de “polícia militar” da União em razão de suas atribuições ostensivas, já 
que normalmente essas atribuições são conferidas às Polícias Militares. 
 
Além das atribuições Constitucionais, a Polícia Federal teve a sua atuação alargadas 
pelas Leis n. 10.446/2002 e 13.124/2015, podendo-se dizer que toda infração penal 
que tenha repercussão interestadual, crimes cibernéticos contra direitos humanos ou 
todo e qualquer delito, desde que autorizado ou determinado pelo Ministério da 
Justiça, são de sua atribuição, haja vista a necessidade de uma repressão uniforme 
desses crimes. 
 
Quanto aos crimes normais contra os direitos humanos, apesar de a regra ser que 
sejam apurados pelas polícias estaduais, por determinação do Ministro da Justiça, a 
Polícia Federal poderá tocar a investigação, embora isso normalmente aconteça só em 
casos de crimes de grande repercussão, como ocorreu no recente caso envolvendo o 
assassinato de Marielle Franco. 
 
Por fim, estabelece o art. 2º da Lei n. 9.266/96 que “A Carreira Policial Federal é 
composta por cargos de nível superior,
cujo ingresso ocorrerá sempre na terceira 
classe, mediante concurso público, de provas ou de provas e títulos, exigido o curso 
superior completo, em nível de graduação, observados os requisitos fixados na 
legislação pertinente”. Os cargos consistem em: 
▪ Delegado de Polícia Federal; 
▪ Perito Criminal Federal; 
▪ Escrivão de Polícia Federal; 
▪ Papiloscopista Policial Federal; 
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▪ Agente de Polícia Federal. 
 
2.2 Polícia Rodoviária Federal (Art. 144, § 2º da CF/88) 
 A Polícia Rodoviária Federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e 
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das 
rodovias federais (Art. 144, § 2º). Além disso, devem prestar atendimento e socorro “às 
vítimas de acidentes rodoviários e demais atribuições relacionadas com a área 
operacional do Departamento de Polícia Rodoviária Federal” (LENZA, 2021). 
 
Dessa forma, não exerce função de polícia judiciária, que é uma exclusividade 
reservada à polícia federal. Suas atribuições, portanto, são voltadas exclusivamente 
para as rodovias federais, com atuação de fiscalização de trânsito e repressão e delitos 
nelas praticados. Em especial na região de fronteira, a Polícia Rodoviária Federal é 
extremamente atuante, realizando diversas apreensões e flagrantes para os mais 
variados delitos que se possa imaginar, desde contrabando de camarão até roubo, 
sequestro, tráfico de drogas e outros. 
 
Por fim, são competências da Polícia Rodoviária Federal as descritas no art. 20 da Lei 
n. 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro); no Regimento Interno, aprovado pela 
Portaria Ministerial n. 3.741/2004; e no Decreto n. 1.655/95. 
 
2.3 Polícia Ferroviária Federal (Art. 144, § 3º da CF/88) 
A Polícia Ferroviária Federal também é órgão permanente, organizado e mantido pela 
União e estruturado em carreiras, e destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento 
ostensivo das ferrovias federais. 
 
Atualmente, praticamente não existem mais policiais ferroviários federal, pois grande 
parte das ferrovias foram concedidas ou celebraram contrato público-privado. 
 
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2.4 Polícia Civil (Art. 144, § 4º da CF/88) 
As polícias civis são dirigidas por delegados de polícia de carreira. A elas incumbem, 
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de 
infrações penais, exceto as militares. Os policiais civis são reconhecidos como 
servidores estaduais civis, ficando estes subordinados aos Governadores do Estado. 
 
É importante observar que a competência da Polícia Civil é residual, o que significa 
dizer que o que não for atribuição constitucional da Polícia Federal, como polícia 
judiciária, será da Polícia Civil, sendo-lhe atribuído cerca de 95% das funções da polícia 
judiciária no país, uma vez que ficam encarregadas da apuração, realização do 
inquérito e investigação da maioria dos crimes praticados em geral. 
 
2.5 Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militares (Art. 144, § 5º da CF/88) 
À polícia militar cabe o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública, e 
ao corpo de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a 
execução de atividades de defesa civil. Assim, a polícia ostensiva é aquela que tem 
maior contato com o cidadão, estando presente em todos os momentos e sendo a 
primeira a alcançar os indivíduos em apuro. Além disso, estão voltadas não só para a 
repressão como para atividades de prevenção (diferentemente das polícias judiciárias 
que normalmente atuam após a execução do crime). 
 
Aos corpos de bombeiros militares, também considerados forças auxiliares e reserva 
do Exército, “além das atribuições definidas em lei (por exemplo, prevenção e extinção 
de incêndios, proteção, busca e salvamento de vidas humanas, prestação de socorro 
em casos de afogamento, inundações, desabamentos, acidentes em geral, catástrofe 
e calamidades públicas etc.), incumbe a execução de atividades de defesa civil” 
(LENZA, 2021). 
 
2.6 Polícias Penais (Art. 144, § 5º-A da CF/88) 
A Emenda Constitucional nº 104 de 2019 inseriu ao texto constitucional o inciso IV do 
art. 144, que cria a polícia penal, “órgão de segurança pública, existente na esfera 
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federal, estadual e distrital, responsável pela segurança dos estabelecimentos penais” 
(MASSON, 2020). 
 
 
 
Conforme explica Pedro Lenza (2021), a alteração constitucional visa “fortalecer a 
carreira dos agentes penitenciários, a segunda profissão mais perigosa do mundo, 
conforme consta na justificação da PEC 16/2016-SF”, e que lidam diariamente com um 
elevadíssimo número de pessoas privadas de liberdade. 
 
Além disso, como consequência da transformação dos agentes penitenciários em 
polícias penais, garante-se que “policiais militares e civis e demais órgãos de 
segurança pública” não sejam “desviados de suas funções essenciais para fazer a 
segurança dos estabelecimentos penais, bem como as atividades de guarda e escolta 
de presos”. 
 
2.7 Guardas Municipais (Art. 144, § 8º da CF) 
O parágrafo § 8º do art. 144 da Constituição Federal estabelece que os “Municípios 
poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e 
instalações, conforme dispuser a lei”. 
 
Com base nele, entendemos que, constitucionalmente, a guarda municipal se destina 
a proteger bens e serviços de instalação no município, não sendo assim caracterizada 
como uma polícia (atuando mais como uma empresa de segurança privada da 
prefeitura do que um órgão de polícia). Contudo, fica evidente que a questão da 
segurança pública ainda é um grande problema, por isso há um projeto que pretende 
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alterar esse entendimento quanto à guarda municipal e transformá-la em polícia 
municipal, já que acaba exercendo um trabalho bastante parecido. 
 
A seguir, consta um excerto para reflexão, extraído do Curso de Direito Constitucional 
Esquematizado de Pedro Lenza (2021), em que se aborda a questão. 
 
Como bem anotou José Afonso da Silva, “os constituintes recusaram várias 
propostas no sentido de instituir alguma forma de polícia municipal. Com isso, os 
Municípios não ficaram com qualquer responsabilidade específica pela segurança 
pública. Ficaram com a responsabilidade por ela na medida em que, sendo 
entidades estatais, não podem eximir-se de ajudar os Estados no cumprimento 
dessa função. Contudo, não se lhes autorizou a instituição de órgão policial de 
segurança, e menos ainda de polícia judiciária. A Constituição apenas lhes 
reconheceu a faculdade de constituir Guardas Municipais destinadas à proteção de 
seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. Aí, certamente, está uma 
área que é de segurança pública: assegurar a incolumidade do patrimônio 
municipal, que envolve bens de uso comum do povo, bens de uso especial e bens 
patrimoniais, mas não é de polícia ostensiva, que é função da Polícia Militar. Por 
certo que não lhe cabe qualquer atividade de polícia judiciária e de apuração de 
infrações penais, que a Constituição atribui com exclusividade à Polícia Civil (art. 144, 
§ 4.º), sem possibilidade de delegação às Guardas Municipais”. 
 
Em nosso entender, a lei indicada no art. 144, § 8.º, deve ser entendida como lei 
federal a estabelecer as diretrizes, as disposições e normas gerais. Isso porque, a 
instituição, em si,
das Guardas Municipais dar-se-á por lei específica de cada 
Município, conforme, inclusive, deixa claro o art. 6.º do Estatuto da Guarda 
Municipal. 
 
Em relação às competências (geral e específicas) previstas no art. 5.º do estatuto, a 
sua interpretação deverá sempre levar em conta os parâmetros constitucionais de 
proteção dos bens, serviços e instalações do Município. Por isso, parece ter razão o 
parecer da PGR que sustenta a inconstitucionalidade dos incisos VI, XIII e XVII do 
art. 5.º da Lei n. 13.022/2014 (atribuem às guardas municipais, em caráter primário, 
exercício de competências municipais de trânsito; atendimento de ocorrências 
emergenciais ou de pronto atendimento; auxílio na segurança de grandes eventos 
e proteção de autoridades e dignitários). 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Conclusão 
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Em relação às competências de trânsito, admitíamos apenas aquelas que pudessem 
ter alguma relação com a proteção de bens, serviços e instalações. 
 
O STF, contudo, por 6 x 5, entendeu que poder de polícia não se confunde com 
segurança pública, e, assim, o seu exercício (poder de polícia, deixe-se claro) “não é 
prerrogativa exclusiva das entidades policiais, a quem a Constituição outorgou, com 
exclusividade, no art. 144, apenas as funções de promoção da segurança pública”. 
 
“A fiscalização do trânsito, com aplicação das sanções administrativas legalmente 
previstas, embora possa se dar ostensivamente, constitui mero exercício de poder 
de polícia, não havendo, portanto, óbice ao seu exercício por entidades não 
policiais.” 
 
Dessa forma, na medida em que a Constituição “não impede que a guarda municipal 
exerça funções adicionais à de proteção dos bens, serviços e instalações do 
Município”, a Corte firmou a seguinte tese: “é constitucional a atribuição às guardas 
municipais do exercício de poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de 
sanções administrativas legalmente previstas” (RE 658.570, Rel. orig. Min. Marco 
Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, j. 06.08.2015, DJe de 30.09.2015). 
 
Do ponto de vista prático, então, as guardas municipais poderão, em razão da 
competência para fiscalizar o trânsito, lavrar auto de infração de trânsito e impor 
multas (LENZA, 2021). 
 
3 Conclusão 
Nesta aula falamos sobre os órgãos de segurança pública, conforme elencados no art. 
144 da Constituição Federal, e suas atribuições. Vimos que a Polícia Rodoviária Federal, 
a Polícia Ferroviária Federal, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros militar 
desempenham papel de polícia preventiva ou ostensiva, e que a Polícia Civil 
desempenha função polícia judiciária, ao passo que a Polícia Federal desempenha 
ambas as funções. Além disso, buscamos compreender a alteração trazida pela 
Emenda Constitucional nº 104 de 2019, que transformou os agentes penitenciários 
em policiais penais, e o motivo pelo qual se justifica a Guarda Municipal não ser 
chamada de polícia, mas apenas órgão de segurança pública. 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Referências Bibliográficas 
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4 Referências Bibliográficas 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional. -25. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2021. 
MASSON, Nathalia. Manual de direito constitucional. -8. ed. Salvador: JusPODIVM, 
2020. 
NUCCI, Guilherme de Souza. Direitos Humanos versus Segurança Pública. Rio de 
Janeiro: Forense, 2016. 
 
 
 
 
 
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Referências Bibliográficas 
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		Sumário
		1 Introdução
		2 Atribuições dos Órgãos de Segurança Pública
		2.1 Polícia Federal (Art. 144, § 1º da CF/88)
		2.2 Polícia Rodoviária Federal (Art. 144, § 2º da CF/88)
		2.3 Polícia Ferroviária Federal (Art. 144, § 3º da CF/88)
		2.4 Polícia Civil (Art. 144, § 4º da CF/88)
		2.5 Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militares (Art. 144, § 5º da CF/88)
		2.6 Polícias Penais (Art. 144, § 5º-A da CF/88)
		2.7 Guardas Municipais (Art. 144, § 8º da CF)
		3 Conclusão
		4 Referências Bibliográficas
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Introdução 
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DISCIPLINA 
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA 
NO BRASIL 
 
CONTEÚDO 
Repercussões da Organização da 
Segurança Pública 
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Introdução 
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Introdução 
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Sumário 
Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 
1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 
2 Repercussões da Organização da Segurança Pública ------------------------------------------- 5 
2.1 Finalidades do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social ------------------------------------- 6 
2.2 Quanto à duração do Plano ------------------------------------------------------------------------------------------- 7 
2.3 Quanto ao prazo para elaboração de planos correspondentes --------------------------------------------- 7 
2.4 Quanto à publicidade do plano -------------------------------------------------------------------------------------- 8 
2.5 Aplicação dos princípios da Administração Segurança Pública---------------------------------------------- 8 
2.6 Segurança Cidadã ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 10 
3 Conclusão --------------------------------------------------------------------------------------------------- 11 
4 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------ 11 
 
 
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Introdução 
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| 4 
1 Introdução 
O Sistema Único de Segurança Pública (Susp) foi aprovado em 2018 pelo Congresso 
Nacional depois de anos de estudo, sendo descrito como o “primeiro e largo passo 
para o resgate do imenso passivo que o país construiu por mais de um século na 
segurança pública” (BRASIL, 2018). Este sistema dá início à Política Nacional de 
Segurança Pública e Defesa Social como instrumento do Estado. 
 
Conforme descrito na apresentação do próprio plano, sua elaboração se deu com base 
em quatro premissas distintas, são elas: 
I. “a certeza de que não é possível concretizar uma política nacional de segurança 
pública e defesa social sem antes subordiná-la a critérios científicos de concepção, 
execução e avaliação de resultados, de forma a confirmar, ao longo de toda sua 
implementação, a adequação dos seus fundamentos e objetivos e a correção 
técnica dos seus programas, projetos e ações”. 
 
II. A necessidade de que o plano “se revista mais do caráter de política (e plano) em 
construção do que de obra acabada”, ao menos no primeiro ciclo de execução do 
plano, tendo em vista “o contexto (i) de necessidade de superação de déficits 
enormes de produção de dados e de indicadores confiáveis para a realização de 
diagnósticos precisos e a eleição de prioridades e (ii) de insuficiência ou mesmo 
residual integração das ações a cargo da União, dos estados e Distrito Federal e 
dos municípios”. 
 
III. O entendimento de que “ao tempo em que deverão ser adotadas medidas para a 
viabilização de instrumentos que se voltem à instalação de mecanismos aptos à 
construção de indicadores e de doutrina de alto nível técnico para a definição e a 
implementação de políticas de segurança e defesa social no país, o Plano Nacional 
de Segurança Pública e Defesa Social (PNSP) não pode deixar de já iniciar a 
execução de programas e ações de natureza urgente, que deverão ser, no entanto, 
continuamente testados. 
 
IV. a adoção de níveis elevados de governança, transparência e prestação de contas, 
que se revela central para a adequada avaliação pela sociedade das ações a cargo 
de cada um dos agentes do Susp. Mas não só, também para a construção de 
quadro em que a sociedade passe a ver naqueles que se encarregam das difíceis 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Repercussões da Organização da Segurança Pública 
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tarefas de execução de atividades de segurança pública seus legítimos prepostos, 
razão porque merecem o seu apoio e o seu respeito. 
 
Diante do exposto, neste material nós abordaremos resumidamente algumas 
especificidades do Plano de Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social 
(PNSPDS), de acordo com o que consta na legislação. 
 
2 Repercussões da Organização da Segurança Pública 
A forma como a Constituição Federal determinou a organização dos órgãos de 
segurança pública, concentrando-se somente nas atribuições da polícia federal, sem 
explicitar as atribuições estaduais, acabou por tornar estas últimas residuais, de modo 
que passa a ser atribuição da polícia do estado tudo aquilo que não for de atribuição 
exclusiva da polícia federal 
 
Assim, ocorre que a defesa social e a segurança pública repousam em torno de 95% 
do tempo nos ombros dos órgãos estaduais (polícia militar dos estados e do Distrito 
Federal e a polícia civil), restando à União uma parcela específica de atuação, que 
envolve o planejamento, a direção e a liderança do sistema. 
 
Assim, para criação do planejamento, direção e liderança do sistema de segurança 
pública, a União editou a Lei n. 13.675/2018, que institui o Sistema Único de 
Segurança Pública (Susp), e criou uma Política Nacional de Segurança Pública e 
Defesa Nacional (PNSPDS) mais voltada ao novo paradigma humanista da Segurança 
Pública e defesa social. Com isso, reservou para si a função de coordenação, 
promovendo a integração entre os demais entes federados. Observe o texto que 
inaugura a lei. 
 
Lei n. 13.675/2018 
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e cria a Política 
Nacional de Segurança Pública e Defesa So cial (PNSPDS), com a finalidade de 
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, por meio 
de atuação conjunta, coordenada, sistêmica e integrada dos órgãos de segurança 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Repercussões da Organização da Segurança Pública 
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pública e defesa social da União, dos Estados, do Distrit o Federal e dos Municípios, em 
articulação com a sociedade. 
Art. 2º A segurança pública é dever do Estado e responsabilidade de todos, 
compreendendo a União, os Estados, o Distrito Federal e os Munícipios, no âmbito das 
competências e atribuições legais de cada um. 
 
Novamente, vemos explicito o dever do Estado de promover a garantia dos direitos 
individuais e sociais, a defesa social e a manutenção da ordem pública, remetendo a 
uma noção de interdisciplinaridade e de colaboração. 
 
2.1 Finalidades do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social 
Conforme prevê o art. 22 da Lei. n. 13.675/2018, priorizando ações de prevenção à 
criminalidade, a União instituirá Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, 
destinado a articular as ações do poder público, com a finalidade de: 
I. promover a melhora da qualidade da gestão das políticas sobre segurança 
pública e defesa social; 
II. contribuir para a organização dos Conselhos de Segurança Pública e Defesa 
Social; 
III. assegurar a produção de conhecimento no tema, a definição de metas e a 
avaliação dos resultados das políticas de segurança pública e defesa social; 
IV. priorizar ações preventivas e fiscalizatórias de segurança interna nas divisas, 
fronteiras, portos e aeroportos”. 
 
Um ponto de destaque é que se faz explícita a necessidade de melhoramento da 
gestão das políticas de segurança pública e defesa social, pois há uma carência 
expressiva dos meios materiais e pessoais nos órgãos de segurança pública, afinal, 
quanto maior a atuação nesta área, mais se vê a necessidade de atuar, aprimorar e 
buscar novos equipamentos que contribuam para essa atuação. A busca pelo 
aperfeiçoamento é uma ciranda virtuosa sem fim, mas que em algum momento 
encontra a finitude e a escassez de meios materiais e humanos. Por isso é importante 
promover a qualidade de gestão. 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Repercussões da Organização da Segurança Pública 
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Ainda, é importante destacar que as políticas públicas de segurança não ficarão 
restritas unicamente aos integrantes do Susp, pois devem considerar um contexto 
social amplo, abrangendo outras áreas do serviço público, “como educação, saúde, 
lazer e cultura, respeitadas as atribuições e as finalidades de cada área do serviço 
público. 
 
Essa forma moderna e inteligente de conduzir as políticas públicas pelo viés da 
cidadania evidentemente está vinculada à prevenção dos problemas na segurança 
pública, pois faz parte de uma abordagem interdisciplinar que envolve todos os braços 
do Estado. 
 
2.2 Quanto à duração do Plano 
O Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social deverá, segundo disposição 
do art. 22, § 2º, da Lei. n. 13.675/2018, ter duração de dez anos a partir da sua 
publicação, e os motivos são óbvios: ao fazer um planejamento é comum estipular um 
prazo num certo curso temporal para que se avalie a sua execução e sejam feitas 
adequações e, ao final desse período, seja estabelecido um novo planejamento. 
 
 
 
2.3 Quanto ao prazo para elaboração de planos correspondentes 
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão, com base no Plano Nacional 
de Segurança Pública e Defesa Social, elaborar e implantar seus planos 
correspondentes
em até dois anos a partir da publicação do documento nacional, sob 
pena de não poderem receber recursos da União para a execução de programas ou 
ações de segurança pública e defesa social” (art. 22, § 5º). 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Repercussões da Organização da Segurança Pública 
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Esta é uma regra em parte programática para que os estados, o Distrito Federal e os 
municípios determinem um planejamento para os dez anos subsequentes, pois prevê 
uma sanção aos municípios e estados que não elaborarem e implementarem os planos 
correspondentes, a qual implica o não recebimento de recursos da União para 
executar programas ou ações de segurança pública. Estes programas são de extrema 
importância, não só porque possibilitam a aquisição de recurso material necessário 
para o desempenho da função, mas também porque financiam a formação 
continuada, os treinamentos para capacitação dos policiais estaduais oferecidos pelo 
Governo. 
 
2.4 Quanto à publicidade do plano 
O poder público deverá dar ampla divulgação ao conteúdo das Políticas e dos Planos 
de segurança pública e defesa social (art. 22, § 6º). A publicidade é um dos princípios 
da Administração Pública, logo deve estar presente, no que couber, nas questões de 
segurança pública também. Dessa forma, o próprio cidadão pode ajudar a fiscalizar a 
implementação e execução dos planos de segurança pública. 
 
Dessa regra derivou, inclusive, a implementação obrigatória das chamadas ouvidorias 
nas polícias para receber queixas externas dos cidadãos e de outros órgãos e as 
encaminhar para apuração. 
 
2.5 Aplicação dos princípios da Administração Segurança Pública 
Conforme definição proposta por Richard Daft (2010), a “Administração é o 
atingimento das metas organizacionais de modo eficiente e eficaz por meio do 
planejamento, organização, liderança e controle dos recursos organizacionais”. 
 
Dessa forma, em que pese o sistema de segurança pública, serão princípios 
norteadores os princípios públicos constitucionais aliados aos princípios da 
administração, que são: planejamento, organização, controle e direção. 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Repercussões da Organização da Segurança Pública 
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O sistema único de segurança traz como uma de suas premissas e principais pilares a 
transparência e a obtenção de dados referentes ao tema, essa obtenção é essencial 
ao planejamento, afinal não se pode traçar um plano de onde se quer chegar sem que 
se saiba onde está. Sem dados claros fica impossível responder as perguntas clássicas 
do planejamento: “por que fazer, como deve ser feito, onde fazer e o que vou 
precisar?” E uma das grandes dificuldades na segurança pública é conseguir fazer um 
diagnóstico de onde estamos. 
 
Por exemplo, em criminologia, denominamos cifra oculta a quantidade desconhecida 
de delitos, de atos ilícitos que não chegam ao conhecimento do poder público, que 
não são registrados ou submetidos ao sistema oficial, quer porque não seja de 
interesse da parte ou porque a parte não acredita nos órgãos estatais de segurança 
pública. A cifra oculta dificulta precisar onde estamos em termos de segurança pública 
e, consequentemente, traçar um plano de onde queremos chegar. 
 
Como bem sabemos, todo o Plano Nacional de Segurança é voltado para a 
transparência, de modo que todo planejamento deve ficar disponível a toda a 
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Repercussões da Organização da Segurança Pública 
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população e aos órgãos de controle, contudo os registros de ocorrências ainda são 
falhos e precisam ser melhorados, por isso o trabalho para minimizar ao máximo a 
chamada cifra oculta é imperativo. 
 
Aliado aos princípios da administração geral e da administração pública, o 
planejamento e a gestão organizacional da segurança pública devem atentar para os 
novos paradigmas da segurança pública, fundamentalmente à segurança cidadã, daí 
várias secretarias de segurança pública passarem a se chamar secretaria de defesa 
social. 
 
2.6 Segurança Cidadã 
Em face do conceito de segurança humana, que visa a proporcionar aos indivíduos 
condições adequadas para o desenvolvimento pessoal e social, entendida como um 
“assunto relacionado diretamente com o respeito à vida e à dignidade”, emerge o 
conceito de segurança cidadã, como uma parte vital daquela. 
 
 
 
A perspectiva de Segurança cidadã surgiu na América Latina por volta da segunda 
metade da década de 1990, tomando como princípio a implementação integrada de 
políticas setoriais. Ela reflete a nova forma de pensar o tema da segurança pública, 
sob o paradigma do respeito aos direitos fundamentais e da participação conjunta da 
sociedade civil e o Estado no combate à criminalidade. Conforme explicam Colombo 
e Freitas (2016) 
Diante dessa realidade, a segurança pública pautada até então pelo paradigma repressivo deve 
ser substituído por um paradigma de prevenção e de política integral de proteção de direitos 
[...]. Surge, então, a terminologia Segurança Cidadã, adotada por organismos internacionais, e 
que apresenta como alicerce o envolvimento da comunidade com questões relacionadas à 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Conclusão 
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segurança, às práticas preventivas e aperfeiçoamento da gestão de segurança. 
 
O conceito de segurança cidadã defende a atuação tanto na esfera do controle como 
na esfera da prevenção, por meio de políticas públicas integradas no âmbito local que 
envolvem várias dimensões, ao reconhecer a multicausalidade da violência e a 
heterogeneidade de suas manifestações. Neste sentido, “o conceito de Segurança 
Cidadã envolve três aspectos importantes: primeiro, a participação dos órgãos 
governamentais e da sociedade civil; segundo, a definição e implementação de ações 
necessárias para redução dos índices de violência, incluindo a atuação em áreas como 
educação, saúde, cultura, esporte, lazer e cidadania; e terceiro, o foco na prevenção à 
violência” (COLOMBO; FREITAS, 2016). 
 
Assim, em síntese pode-se afirmar que a segurança cidadão tem como objetivo a 
promoção da convivência e da cidadania, priorizando a prevenção e o controle da 
violência. Essa ênfase está e estará cada vez mais presente nos sistemas de segurança 
pública, superando definitivamente o paradigma da defesa nacional que vigia desde 
a era Vargas até o início dos Governos Civis. 
 
3 Conclusão 
Nesta aula falamos sobre a implementação do Sistema Único de Segurança Pública 
(Susp) que deu início à política nacional de segurança pública e defesa social voltada 
ao prisma da segurança cidadã. Vimos que esse sistema foi estruturado sobre quatro 
princípios, os quais estão voltados ao exame contínuo das ações, projetos e 
programas implementados nesse sentido, para avaliação de resultados, correção de 
técnicas e adequação dos fundamentos e objetivos. 
 
4 Referências Bibliográficas 
BRASIL. Ministério da Segurança Pública. Plano e Política Nacional de Segurança 
Pública e Defesa Social. Disponível em <https://www.novo.justica.gov.br>. Acesso em: 
set. 2018. 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Referências Bibliográficas 
www.faculdadefocus.com.br | 12 
COLOMBO, Silvana; FREITAS, Vladimir Passos. A mediação comunitária como 
pressuposto de realização do conceito de segurança cidadã: análise do programa 
justiça comunitária desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal. In: 
Revista eletrônica do curso de Direito UFSM, 2016. Disponível em: < 
https://periodicos.ufsm.br/revistadireito/article/view/20057/pdf>. Acesso em set. 
2021. 
DAFT, Richard L. Administração. São Paulo: Cengage Learning, 2010. 
VELÁSQUEZ,
Hugo Acero. Os governos locais e a segurança cidadã. PNDU. Disponível 
em:<https://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/Bogota%20%20Governos%20l
ocais%20e%20seguran%E7a%20cidad%E3.pdf>. Acesso em: set. 2021. 
 
 
https://periodicos.ufsm.br/revistadireito/article/view/20057/pdf
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Referências Bibliográficas 
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		Sumário
		1 Introdução
		2 Repercussões da Organização da Segurança Pública
		2.1 Finalidades do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social
		2.2 Quanto à duração do Plano
		2.3 Quanto ao prazo para elaboração de planos correspondentes
		2.4 Quanto à publicidade do plano
		2.5 Aplicação dos princípios da Administração Segurança Pública
		2.6 Segurança Cidadã
		3 Conclusão
		4 Referências Bibliográficas
aula-04-sist-seg-pub.pdf
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Introdução 
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DISCIPLINA 
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA 
NO BRASIL 
 
CONTEÚDO 
Processo Gerencial da Segurança 
Pública 
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Introdução 
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Introdução 
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Sumário 
Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 
1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 
2 Processo Gerencial da Segurança Pública ---------------------------------------------------------- 4 
3 Sistema de defesa social de acordo com o novo paradigma ---------------------------------- 7 
4 Conclusão ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 8 
5 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------- 9 
 
 
 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Introdução 
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1 Introdução 
Conforme Nathan Glina (2020), a responsabilidade compartilhada em relação à 
segurança pública é uma questão difundida há séculos, tanto no âmbito nacional 
quanto internacional. “Para os Estados, há o dever direto de prestar serviços que 
garantam com eficácia a segurança pública. Para os particulares, esta responsabilidade 
é jurídica, e não somente moral, ou seja, vincula-os a concorrer para a segurança e 
não concorrer para a insegurança, sob pena de responsabilização e de sofrerem a ação 
legítima estatal para a necessária coerção”. 
 
Tratando mais especificamente da responsabilidade do Estado, Hugo Acero 
Velásquez, consultor internacional do Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento (PNUD), explica que as autoridades nacionais se encarregam de 
“fixar as linhas gerais de ação, a serem desenvolvidas em todo o território”, enquanto 
as autoridades locais, aquelas que ficam mais próximas do cotidiano dos cidadãos, 
como representantes do Estado, “devem possuir a prerrogativa de dar resposta às 
problemáticas que afetam a convivência e a segurança dos cidadãos”. 
 
As problemáticas de segurança cidadã possuem diversas causas e formas e se 
manifestam de maneira distinta, variando em razão do local em que se apresentam, 
“as características culturais, sóciodemográficas, as condições econômicas e até as 
condições geográficas são variáveis intervenientes nessas manifestações”. Dessa 
forma, é importante que os processos gerenciais da segurança pública e defesa social 
levem em conta esse panorama, tanto a nível local quanto nacional. É sobre isso que 
falaremos nesta aula. 
 
2 Processo Gerencial da Segurança Pública 
Seguindo o paradigma da segurança cidadã, que enxerga o problema da segurança 
como multidisciplinar, o processo gerencial do tema também, evidentemente, será 
multidisciplinar, e nada melhor que as diretrizes gerais do Plano Nacional de 
Segurança Pública e Defesa Social para atestar essa informação (Lei n. 13.675/2018). 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Processo Gerencial da Segurança Pública 
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A partir do paradigma de segurança cidadã, a Segurança pública não é mais o 
monopólio da polícia, não é mais um monopólio dos agentes da lei. A Segurança 
Pública é algo que deve ser tratado de forma multidisciplinar, deve contar com todos 
os braços do Estado para o planejamento e execução de ações, projetos e programas. 
Neste sentido, a Lei n. 13.675/2018 (art. 24) estabelece que os agentes públicos 
deverão observar certas diretrizes na execução dos planos, as quais estão dispostas 
ao longo dos doze incisos deste artigo. 
 
Lei n. 13.675/2018 
 
Art. 24. Os agentes públicos deverão observar as seguintes diretrizes na elaboração e na 
execução dos planos: 
 
I - adotar estratégias de articulação entre órgãos públicos, entidades privadas, corporações 
policiais e organismos internacionais, a fim de implantar parcerias para a execução de 
políticas de segurança pública e defesa social; 
 
II - realizar a integração de programas, ações, atividades e projetos dos órgãos e entidades 
públicas e privadas nas áreas de saúde, planejamento familiar, educação, trabalho, 
assistência social, previdência social, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção da 
criminalidade e à prevenção de desastres; 
 
III - viabilizar ampla participação social na formulação, na implementação e na avaliação 
das políticas de segurança pública e defesa social; 
 
IV - desenvolver programas, ações, atividades e projetos articulados com os 
estabelecimentos de ensino, com a sociedade e com a família para a prevenção da 
criminalidade e a prevenção de desastres; 
 
V - incentivar a inclusão das disciplinas de prevenção da violência e de prevenção de 
desastres nos conteúdos curriculares dos diversos níveis de ensino; 
 
VI
- ampliar as alternativas de inserção econômica e social dos egressos do sistema 
prisional, promovendo programas que priorizem a melhoria de sua escolarização e a 
qualificação profissional; 
 
VII - garantir a efetividade dos programas, ações, atividades e projetos das políticas de 
segurança pública e defesa social; 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Processo Gerencial da Segurança Pública 
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VIII - promover o monitoramento e a avaliação das políticas de segurança pública e defesa 
social; 
 
IX - fomentar a criação de grupos de estudos formados por agentes públicos dos órgãos 
integrantes do Susp, professores e pesquisadores, para produção de conhecimento e 
reflexão sobre o fenômeno da criminalidade, com o apoio e a coordenação dos órgãos 
públicos de cada unidade da Federação; 
 
X - fomentar a harmonização e o trabalho conjunto dos integrantes do Susp; 
 
XI - garantir o planejamento e a execução de políticas de segurança pública e defesa social; 
 
XII - fomentar estudos de planejamento urbano para que medidas de prevenção da 
criminalidade façam parte do plano diretor das cidades, de forma a estimular, entre outras 
ações, o reforço na iluminação pública e a verificação de pessoas e de famílias em situação 
de risco social e criminal. 
 
 
Vários dos institutos de prevenção à violência podem e devem participar da 
elaboração das articulações, do planejamento e das estratégias de segurança pública, 
tendo em vista o caráter multicausal destas questões, de modo a garantir que a 
abordagem multifacetada esteja presente também no combate à violência e que os 
agentes públicos realizem a integração de programas, ações, atividades e projetos dos 
órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, planejamento familiar, 
educação, trabalho, assistência social, previdência social, cultura, desporto e lazer, 
visando à prevenção da criminalidade e à prevenção de desastres, e englobando a 
participação social na formulação, implementação e na avaliação das políticas de 
segurança pública e defesa social. 
 
Como bem aponta Hugo Acero Velásquez, é um fato grave que muitas autoridades 
ainda pretendam responder aos problemas que afetam a segurança cidadã e a 
convivência social partindo de um pressuposto de organização estatal que atenda 
mais à segurança nacional que à segurança cidadã, “desconhecendo que as 
manifestações de insegurança possuem características locais”. 
 
Mas o fenômeno de insegurança, aliado aos problemas que afetam os aglomerados 
urbanos, tais como as “dificuldade de mobilidade, o desemprego, as consequências 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Sistema de defesa social de acordo com o novo paradigma 
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próprias da superpopulação e os processos de deslocamento internos e de migração”, 
destacam a importância da segurança cidadã. Conforme aponta Velásquez, 
[...] é chegado o momento de reconhecer que muitos delitos possuem particularidades locais 
e que sua solução deve ser abordada por parte dos governos municipais. Deve-se reconhecer 
inclusive que os delitos considerados transnacionais, como o narcotráfico, o comércio ilegal 
de armas, o tráfico de pessoas, o furto de automóveis, entre outros, acabam afetando os 
cidadãos em sua vida cotidiana (como é o caso da venda e consumo de drogas, do comércio 
ilegal e do uso de armas de fogo por parte dos particulares, da difusão da cultura mafiosa que 
se expressa nos estereótipos e no uso indiscriminado da violência para resolver qualquer 
conflito) (VELÁSQUEZ, s.d.). 
 
Neste sentido, a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) promoveu a 
integração dos órgãos de segurança pública, a atuação cooperativa e sistêmica, 
contemplando instituições de todas as esferas do governo, que perseguirão as ações 
e metas ditadas pela Política Nacional de Segurança Pública. 
 
Os estudos sobre segurança pública, defesa social e segurança cidadã ainda são 
muitos escassos e não há uma doutrina sedimentada a respeito do tema. Dessa forma, 
o Susp tenta fomentar esse conhecimento por meio do intercâmbio de profissionais 
de segurança ou meio acadêmico. A partir disso serão gerados estudos, que levarão 
à consolidação de uma doutrina, que levará a melhores práticas na execução da 
segurança pública. 
 
3 Sistema de defesa social de acordo com o novo paradigma 
Ao discorrer sobre defesa social, Arminda Bergamini Miotto (1980) explica que até os 
primeiros decênios do século XX a defesa social consistia em um “conjunto de 
conceitos e noções próprios do cientificismo da época”, em que a sociedade era a 
finalidade última do homem. Para esta sociedade, o “delinquente” era um inimigo 
contra quem o Estado tinha direito de se defender e a pena, portanto, seria uma 
espécie de tratamento para reeducá-lo e torná-lo útil à sociedade, ou, pelo menos, 
neutralizar suas virtualidades para delinquir. Consistia, portanto, na prevenção 
individual do delito. Esse tratamento tinha por objetivo “intimidar os delinquentes em 
potencial, inibindo-os de praticar fatores lesivos à sociedade”. 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Conclusão 
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A partir de meados do século XX, na mesma linha da evolução do pensamento, a 
defesa social “deixou de ser apenas defesa da sociedade (do todo social) contra o 
delinquente, para ser a defesa da sociedade e cada um dos seus membros contra o 
delito (contra o risco de vir a cometer um delito ou de vir a ser a vítima de um delito)”. 
Assim, a sociedade, como um conjunto de pessoas, deixa de ser um mero paciente de 
defesa social, “cada pessoa deve ser, tanto quando e como lhe é possível, agente 
também”. 
 
Atualmente, o conceito de defesa social é entendido como uma perspectiva que 
privilegia a proteção de interesses coletivos da sociedade. Assim, um sistema que 
segue o ideal da defesa social é uma unidade de elementos reunidos de maneira 
intencional para formar um conjunto coeso e operante que pretende atingir uma 
destinação comum. Logo, pelo paradigma da segurança cidadã, é importante que a 
atuação dentro do sistema de defesa social se dê a partir do trabalho integrado das 
polícias e da sociedade como um todo. Conforme apontam Estevam, Silva de Souza e 
Silva: 
[o sistema de defesa social] atualmente deve se firmar por ações positivas, proativas que 
venham a afirmar a política social de um Estado na defesa da totalidade dos direitos de seus 
cidadãos, cujo sucesso traria a melhoria da sensação de segurança provocada pela certeza da 
sociedade de que a lei seria cumprida, sem favorecimentos, ações simples; mas que de forma 
transversal viriam a inviabilizar a prática de novos delitos mais graves; que culminariam na 
prática de crimes violentos letais intencionais (ESTEVAM; SILVA DE SOUZA; SILVA, 2018). 
 
Ou seja, para que esse sistema seja organizado e para que ações sejam planejadas de 
forma eficaz, devemos considerar alguns indicadores para avaliação do desempenho 
das ações, tomando, por exemplo, um dos principais indicadores da defesa social, que 
são os crimes violentos, letais e intencionais, e atuando para sua prevenção ao buscar 
a eficiência do sistema e a integração dos órgãos públicos e bancos de dados. 
 
4 Conclusão 
Neste material vimos que a criação do Sistema Único de Segurança Pública se 
fundamenta especialmente na necessidade de reduzir o alto índice de crimes 
violentos, letais e intencionais. Para atingir esse fim, o sistema integra órgãos de 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Referências Bibliográficas 
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diversas esferas públicas, bem como ações e programas de todos os órgãos de 
segurança pública do país, para que possam realizar operações combinadas, sejam 
elas ostensivas,
investigativas, de inteligência ou mistas. As ações e metas a serem 
alcançadas são ditadas a todos os órgãos de segurança e replicadas em âmbito 
nacional, guiadas todas por diretrizes específicas elencadas na Lei n. 13.675/2018. 
 
5 Referências Bibliográficas 
ESTEVAM, A. S.; SOUZA, W. S., SILVA, A. S. Breve leitura sobre o sistema de defesa 
social brasileiro. In: Revista Científica da Faculdade Sete de Setembro. n.1. 2018. 
GLINA, Nathan. Segurança Pública: direito, dever e responsabilidade. São Paulo: 
Almedina, 2020. 
MIOTTO, Arminda, Bergamini. Defesa Social. In Repositório Institucional UFG, v. 4. n.1. 
1980. Disponível em: < https://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/13969/5/Artigo%20-
%20Arminda%20Bergamini%20Miotto%20-%201980.pdf>. Acesso em: set. 2021. 
VALENÇA, M. A.; FREITAS, F. S. O direito à vida e o ideal de defesa social em 
decisões do STJ no contexto da pandemia da Covid-19. In: Revista Diretório. v. 17, 
n. 94. 2020 
VELÁSQUEZ, Hugo Acero. Os governos locais e a segurança cidadã. PNDU. 
Disponível 
em:<https://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/Bogota%20%20Governos%20l
ocais%20e%20seguran%E7a%20cidad%E3.pdf>. Acesso em: set. 2021. 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Referências Bibliográficas 
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		Sumário
		1 Introdução
		2 Processo Gerencial da Segurança Pública
		3 Sistema de defesa social de acordo com o novo paradigma
		4 Conclusão
		5 Referências Bibliográficas
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Introdução 
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DISCIPLINA 
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA 
NO BRASIL 
 
CONTEÚDO 
Ciclo de Gestão da Segurança 
Pública 
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Introdução 
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Sumário 
Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 
1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 
2 Ciclo de Gestão da Segurança Pública --------------------------------------------------------------- 4 
2.1 Indicadores de Desempenho ----------------------------------------------------------------------------------------- 7 
3 Eras Fundamentais do Policiamento ----------------------------------------------------------------- 9 
3.1.1 Policiamento político --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 9 
3.1.2 Policiamento profissional ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 10 
3.1.3 Policiamento orientado a solução de problemas ------------------------------------------------------------------------- 10 
3.2 Arquitetura das informações --------------------------------------------------------------------------------------- 12 
4 Conclusão --------------------------------------------------------------------------------------------------- 13 
5 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------ 13 
 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Introdução 
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1 Introdução 
Conforme aponta Matias Pereira (2016), “o planejamento é uma prática essencial na 
administração – pública ou privada -, devido aos benefícios que a utilização desta 
ferramenta traz às organizações”. Entre outros, o planejamento contribui para a 
eficácia, a racionalidade das decisões, reduz os riscos e aumenta as possibilidades de 
serem alcançados os objetivos da organização. Seu conceito, em suma, está 
relacionado, portanto, ao processo que envolve a “lógica, racionalidade, expectativas 
sobre cenários futuros, mensuração dos níveis de risco e incertezas, sistematização de 
informações e procedimentos sequenciais”. Por sua vez, o planejamento estratégico 
focaliza os objetivos no longo prazo e dentro do cenário global. 
 
No que tange ao processo de produção de bens ou serviços públicos demandados 
pela sociedade, o Estado deve tomar uma série de decisões prévias com base no 
estudo minucioso da demanda, pontuando o tipo de produto ou serviço, a qualidade 
e a quantidade que será ofertada. Para que a utilização dos recursos e o alcance dos 
objetivos pretendidos sejam eficazes, faz-se necessário o planejamento, que também 
é fundamental para o alcance das metas propostas no longo prazo dentro da gestão 
da segurança pública. É sobre esse tema que trataremos nesta aula. 
 
2 Ciclo de Gestão da Segurança Pública 
O gerenciamento da segurança pública, assim como a gestão de qualquer 
organização, passa por um ciclo que envolve as seguintes etapas: I) a identificação do 
problema ou demanda da sociedade; II) o planejamento de um programa que 
intervenha sobre o problema; III) a execução fática do programa; IV) o monitoramento 
do programa; V) a avaliação e análise dos resultados da execução prática do programa, 
a fim de adequar e reorganizá-lo para que se torne mais eficiente e eficaz. 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Ciclo de Gestão da Segurança Pública 
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Figura 1 - Ciclo de gerenciamento da segurança pública 
Fonte: Núcleo Editorial Focus 
 
Por se tratar da aplicação de um programa de ações em um meio social extremamente 
fluido, cuja realidade é constantemente alterada, as ações do programa são 
regularmente monitoradas. As avaliações extraídas desse monitoramento devem 
servir para retroalimentar o sistema. Conforme apontam Durante e Borges: 
A avaliação representa um potente instrumento de gestão na medida em que pode (e deve) 
ser utilizada durante todo o ciclo da gestão, subsidiando desde o planejamento e formulação 
de uma intervenção,
o acompanhamento de sua implementação, os consequentes ajustes a 
serem adotados, até as decisões sobre sua manutenção, aperfeiçoamento, mudança de rumo 
ou interrupção. Além disso, a avaliação pode contribuir para a viabilização de todas as 
atividades de controle interno, externo, por instituições públicas e pela sociedade levando 
maior transparência e accountability às ações de governo (DURANTE; BORGES, 2019). 
 
Nossa realidade social é difusa, e pelo novo paradigma da segurança voltada para os 
direitos sociais e os direitos fundamentais do ser humano, é preciso avaliar o meio 
social e as prioridades sociais a cada instante e, neste sentido, os autores apontam 
para a importância de serem avaliadas as organizações e políticas públicas 
sistematicamente, de modo a “provocar um processo de retroalimentação que 
permitirá à organização rever estratégias e métodos de trabalho, e, por conseguinte, 
Execução do 
programa
Monitoramento
Avaliação
Problema ou 
demanda da 
sociedade/revisão
Planejamento 
expresso em 
programa
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Ciclo de Gestão da Segurança Pública 
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minimizar os efeitos da tendência à entropia e ao isolamento burocrático”. O produto 
final dessa análise deve se destinar a uma aplicação ampla e estratégica, que norteie 
todas as outras aplicações. 
 
A retroalimentação do sistema como forma de mensurar os resultados acaba por 
evitar essa tendência burocrática e entrópica do serviço público, pois ainda que os 
órgãos de segurança pública tenham uma interação bastante forte com a sociedade, 
existe uma tendência entre eles, pela sua própria essência, à entropia, isto é, a se 
isolarem dentro da sua própria burocracia, podendo acabar dando mais valor a 
opinião dos seus integrantes, a consecução dos seus objetivos burocráticos, do que 
efetivamente a sua própria missão. 
 
 
 
Assim, para avaliar de maneira efetiva o desempenho dos programas ou políticas 
públicas, é necessário que sejam criados indicadores que “superem a dificuldade de 
fixar e quantificar os objetivos sociais.” Conforme aponta Paulo de Martino Jannuzzi, 
Um Indicador Social é uma medida em geral quantitativa dotada de um significado social 
substantivo, usado para substituir, quantificar ou operacionalizar um conceito social abstrato, 
de interesse teórico (para pesquisa acadêmica) ou programático (para formulação de políticas). 
É um recurso metodológico, empiricamente referido, que informa algo sobre algum aspecto 
da realidade social ou sobre mudanças que estão se processando na mesma (JANNUZZI, 2006). 
 
Para o autor, na perspectiva programática, o indicador social serve como um 
instrumento para monitorar a realidade social a fim de conduzir, formular e reformular 
políticas públicas, podendo ser expresso por meio de proporções, taxas, índices ou 
cifras absolutas. E para a construção dos indicadores sociais, são utilizadas como 
matéria-prima as estatísticas públicas. 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Ciclo de Gestão da Segurança Pública 
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Figura 2 - Processo de agregação de valor informacional no indicador 
Fonte: JANNUZZI, 2016 
 
2.1 Indicadores de Desempenho 
Em sua obra Indicadores Sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações, Paulo 
de Martino Jannuzzi (2006) fala sobre as características desejáveis nos indicadores 
sociais. Dentre elas, destacamos como fundamentais as seguintes: 
 
Validade: “a validade de um indicador corresponde ao grau de proximidade entre o 
conceito e a medida, ou seja, sua capacidade de refletir, de fato, o conceito abstrato 
que o indicador se propõe a ‘operacionalizar’ ou ‘substitui’”. [...] a validade diz respeito 
à ‘proximidade’ entre indicador e indicando, propriedade fundamental para justificar 
o emprego e a denominação de uma medida quantitativa qualquer como um 
Indicador Social”. 
 
Relevância: enquanto propriedade desejável de um indicador social, a relevância diz 
respeito à pertinência desse indicador para a tomada de decisão acerca dos problemas 
sociais. “É um atributo fundamental para justificar sua produção e legitimar seu 
emprego no processo de análise, formulação e implementação de políticas”. 
 
Confiabilidade: é a propriedade do indicador que diz respeito à “qualidade do 
levantamento dos dados usados no seu cômputo”. Um indicador confiável mostrará a 
mesma cifra “se a dimensão da realidade empírica a que ele se refere permaneceu 
estática”. 
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Ciclo de Gestão da Segurança Pública 
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Um dado de avaliação precisa ser relevante para permitir alcançar as metas dentro de 
um programa, por exemplo, se o programa pretende deixar a população com a 
sensação de segurança, os dados mais relevantes são aqueles relacionados aos crimes 
violentos, homicídios, sequestros, roubos, estupros etc. Esse tipo de crime será 
relevante para avaliar a eficiência, a eficácia e o sucesso desse tipo de planejamento. 
 
Além destas propriedades fundamentais, o autor aponta outras desejáveis, conforme 
vemos no quadro a seguir: 
 
 
Figura 3- Propriedades desejáveis dos indicadores sociais 
Fonte: JANNUZZI, 2006 
 
Jannuzzi explica, contudo, que na prática é difícil encontrar indicadores sociais que 
gozem plenamente de todas essas propriedades ao mesmo tempo, nem sempre o 
indicador mais confiável é o mais inteligível, ou o mais relevante é o mais sensível, por 
exemplo. 
 
O indicador CVLI (Crimes Violentos Letais e Intencionais) remonta a soma de crimes 
de e homicídio doloso/feminicídio, lesão corporal seguida de morte e roubo seguido 
de morte (latrocínio), é utilizado pelo Sistema Nacional de Estatísticas de Segurança 
Pública e Justiça Criminal (SINESPJC) com o objetivo de acompanhar a evolução da 
criminalidade e violência. É um dos principais indicadores utilizados na formulação e 
reformulação de ações e programas ligados a segurança pública e defesa social. 
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3 Eras Fundamentais do Policiamento 
Dessa mudança de paradigma, com relevância maior voltada a humanização e a 
segurança pública, da noção de Defesa Social Cidadã e das diversas estratégias de 
policiamento moderno, surge a noção de Policiamento Orientado à solução de 
problemas (Posp). Segundo Morais e Vieira, “O Policiamento Orientado à Solução de 
Problemas (Posp) traz como contribuição a atuação sobre as causas dos problemas 
de segurança pública, ampliando seu olhar para além do crime e sobrepondo a 
desordem ou sensação de insegurança. O Posp propicia a elaboração de uma resposta 
que congregue todos aqueles que têm responsabilidade sobre cada causa específica” 
(MORAIS; VIEIRA, 2015). 
 
Conforme descrevem os autores, na doutrina o policiamento é dividido em três eras 
fundamentais: a era política (1830-1930), a era do policiamento profissional (1930-
1980); e a era do policiamento voltado a resolução de problemas com a comunidade 
(1980-2000). 
 
3.1.1 Policiamento político 
Na era do policiamento político, o objetivo do policiamento não era exatamente claro 
e bem delineado, os policiais eram responsáveis por várias funções e, mantendo-se 
próximos a comunidade, “buscavam atender aos interesses dos cidadãos e dos 
políticos”. A polícia vinculava-se ao poder político, sendo muitas vezes partidária e, 
portanto, parcial. “As principais táticas empregadas eram o policiamento ostensivo a 
pé e montado, o que gerava maior contato com as pessoas” (BRASIL, 2009 apud 
MORAIS; VIEIRA, 2015). 
 
Esse policiamento político é fruto também da visão de Estado que se tinha então; não 
se pensava em concursos públicos como a principal
forma de provimento dos cargos 
públicos, a indicação contava muito mais. Era uma outra visão de Estado e, 
consequentemente de polícia. Pelo fato de não haver instrumentos tecnológicos, era 
uma polícia que tinha mais proximidade com a população, aspecto este que veio a ser 
citado novamente com o paradigma da segurança pública cidadã. 
 
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3.1.2 Policiamento profissional 
Na era do policiamento profissional, buscava-se profissionalizar a polícia ao delimitar 
seus objetivos “tornando-a mais imparcial por meio da impessoalidade”. Neste 
sentido, “os avanços tecnológicos da época influenciaram a polícia, sobretudo pela 
utilização em massa do automóvel e do rádio, criando-se unidades móveis de 
radiopatrulha focadas unicamente na repressão criminal” (HIPÓLITO; TASCA, 2012 
apud MORAIS; VIEIRA, 2015). 
 
Embora fossem notáveis as melhorias em relação à profissionalização e eficiência no 
serviço policial, esta fase sofreu severas críticas em razão da repressão, pois se tratava 
de uma polícia mais técnica, porém mais distante da população e mais violenta. 
Conforme aponta Marcineiro (2009), essa forma de policiamento implicava atuar 
“exclusivamente nos locais de prática de crime e violência para reprimir o criminoso”, 
por isso qualquer outra necessidade que pudesse estar envolvida no caso, mesmo em 
caso de cidadão precisando de ajuda, permaneceria desassistido, já que o trabalho da 
polícia se limitava a combater o criminoso. 
 
3.1.3 Policiamento orientado a solução de problemas 
O conceito de policiamento orientado a solução de problemas (Posp) foi introduzido 
por Herman Goldstein em 1979, tendo como objetivo enfrentar as causas que dão 
origem aos problemas de segurança repetitivos, e não só responder a ocorrências em 
momentos precisos ou tentar impedir os incidentes através de policiamento ostensivo. 
Essa estratégia de policiamento leva os policiais a identificar e analisar as causas dos 
problemas recorrentes para somente então tentar resolvê-los e avaliar os resultados 
alcançados. 
 
Segundo a proposta de Goldstein, o método de resolução de problemas mais 
adequado para lidar com os problemas recorrentes é o que adota as seguintes etapas: 
 
1. Exame cuidadoso dos dados, para identificar padrões relativos aos incidentes com 
os quais a polícia lida rotineiramente; 
2. Análise profunda das causas desses padrões (ou problemas); 
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3. Descoberta de novas formas de intervir proativamente na cadeia das causas, a fim 
de reduzir a probabilidade desses problemas ocorrerem no futuro. Essas novas 
estratégias não são limitadas aos esforços para identificar, deter e, oficialmente, 
acusar e levar a julgamento os infratores. Mais do que isso, sem abandonar o uso 
do direito penal, quando ele parece ser, provavelmente, a resposta mais eficiente, 
o policiamento orientado aos problemas procura descobrir outras respostas 
potencialmente eficazes (que podem exigir parcerias com outros) dando enorme 
prioridade à prevenção; 
4. Avaliação de impacto das intervenções e, se elas não tiverem sucesso, iniciar o 
processo novamente (CLARKE; ECK, 2013). 
 
O Policiamento orientado à solução de problemas também vem atender a demanda 
de um policiamento mais eficiente, baseado em dados. Neste sentido, pauta-se em 
um método que no Brasil passou a ser denominado Iara (CLARKE, ECK, 2013). 
 
 
 
Conforme apontam Morais e Vieira, “Para iniciar o método Iara, é necessário definir o 
que é um problema. No contexto do Posp, um problema corresponde a um grupo de 
incidentes similares em tempo, modo, lugar e pessoas, relacionados à segurança 
pública. Além disso, um problema deve ser uma preocupação substancial tanto para 
a comunidade quanto para a polícia. Assim, tanto polícia como comunidade devem 
participar juntos e ter paridade no processo de identificação do problema” (MORAIS; 
VIEIRA, 2015). 
 
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Assim, a implementação do policiamento orientado a solução de problemas envolve 
a noção procedimentos operacionais padrões nas Polícias Militares, de instruções 
normativas ou ordens de serviço nas Polícias Judiciárias, e de integração com a 
sociedade, com necessária interlocução com os conselhos de segurança das 
comunidades – CONSEGs, priorizando sempre a prevenção. E para que o policiamento 
seja mais eficaz, é necessário que existam procedimentos padrões, por meio dos quais 
será possível medir a validade de determinada política. Ora, se cada policial, cada 
guarnição, cada delegacia, cada batalhão entender que deve realizar seu trabalho de 
um jeito, jamais será possível implementar esse tipo de policiamento. 
 
3.2 Arquitetura das informações 
Evidente, também, que a implementação do modelo leva a modificação dos métodos 
e processos de decisão. Sempre houve necessidade de suprir os líderes com 
informações precisas para apoiar a tomada de decisões. Essas informações dão 
condições para que o planejamento e o controle operacional da organização sejam 
executados de modo eficaz. 
 
O método e o processo de decisão serão baseados nas informações disponíveis, por 
isso quanto mais fidedignos e extensos forem os dados coletados, melhor será a 
informação a ser prestada ao diligente e a tomada de decisões. E para o correto 
tratamento, e até mesmo para a coleta da informação, é preciso estabelecer a 
arquitetura das informações, que serão classificadas em três níveis, a saber: 
▪ Informação de nível institucional: possibilita observar as variantes presentes 
nos ambientes externos e internos, com a finalidade de monitorar e avaliar o 
desempenho, o planejamento e as decisões de alto nível estratégico; 
▪ Informação de nível intermediário: permite observar variáveis presentes nos 
ambientes de inserção, monitorar e avaliar seus processos, planejamento e a 
tomada de decisão naquele nível; 
▪ Informação de nível operacional: possibilita executar as suas atividades e suas 
tarefas e monitorar o espaço geográfico sob sua responsabilidade, o 
planejamento e a tomada de decisão neste nível. 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Conclusão 
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4 Conclusão 
Nesta aula falamos sobre a importância do planejamento na gestão da Segurança 
Pública, da importância de seguir as etapas apropriadas para que a execução dos 
programas, ações ou projetos possa ser monitorada e ter seus os resultados avaliados, 
e que estes possam ser revisados e adaptados para reformulação do planejamento. 
Falamos, ainda, sobre as características que os indicadores de desempenho devem 
fundamentalmente possuir para que possam ser considerados na formulação e 
reformulação de ações e programas, bem como os níveis de informação que devem 
servir de base para a tomada de decisão na era do policiamento orientado à solução 
de problemas, que envolve buscar as causas dos problemas recorrentes e evitá-las, e 
não somente atuar em resposta a chamados quando esses problemas ocorrem. 
 
5 Referências Bibliográficas 
CLARKE, R. V.; ECK, J. E. Análise de crime para solucionadores de problemas em 60 
pequenos passos. Trad. Alessandro Souza Soares. Disponível em: 
<https://popcenter.asu.edu/sites/default/files/library/reading/PDFs/60steps-psp-
portuguese.pdf>. Acesso em: set. 2021. 
DURANTE, M.; BORGES, D. Avaliação de Desempenho em Segurança Pública. In: 
Segurança, Justiça e Cidadania. Volume 5. 2019. Disponível em: 
<https://www.novo.justica.gov.br/sua-seguranca-2/seguranca-publica/analise-e-
pesquisa/download/estudos/sjcvolume5/avaliacao_desmpenho_seguranca_publica.p
df/view>. Acesso em: set. 2021. 
MARCINEIRO, N. Polícia comunitária: construindo segurança nas comunidades. 
Florianópolis: Insular, 2009. 
MATIAS-PEREIRA, J. Manual de Gestão Pública Contemporânea. 5. ed. São Paulo: 
Atlas, 2016. 
MORAIS, I. A. B; VIEIRA, T. A. Policiamento Orientado à Solução de Problemas na Polícia 
Militar do Estado de Santa Catarina – Brasil. In: Revista brasileira de Segurança 
Pública. v. 9, n. 1. São Paulo, 2015. 
JANNUZZI, P. M. Indicadores Sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e 
aplicações. Campinas: Átomo e Alínea, 2006. 
 
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Referências Bibliográficas 
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		Sumário
		1 Introdução
		2 Ciclo de Gestão da Segurança Pública
		2.1 Indicadores de Desempenho
		3 Eras Fundamentais do Policiamento
		3.1.1 Policiamento político
		3.1.2 Policiamento profissional
		3.1.3 Policiamento orientado a solução de problemas
		3.2 Arquitetura das informações
		4 Conclusão
		5 Referências Bibliográficas
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Introdução 
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DISCIPLINA 
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA 
NO BRASIL 
 
CONTEÚDO 
Os Sistemas de Informação 
Conteúdo 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Introdução 
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Introdução 
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1 Sumário 
2 Introdução __________________________________________________________________ 4 
3 Os Sistemas de Informação _____________________________________________________ 4 
3.1 Conceito de Processo e Decisão _____________________________________________________ 6 
3.2 O Processo de Tomada de Decisão __________________________________________________ 6 
3.2.1 Modelos de Tomada de Decisão _________________________________________________________ 7 
4 Considerações Finais _________________________________________________________ 10 
5 Referências Bibliográficas _____________________________________________________ 10 
 
 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Introdução 
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2 Introdução 
A segurança pública no Brasil está prevista no art. 144 da Constituição Federal de 1988 
e de acordo com ela, a segurança pública é dever do Estado e um direito e 
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da 
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: polícia 
federal; polícia rodoviária federal; polícia ferroviária federal; polícias civis; polícias 
militares e corpos de bombeiros militares; e polícias penais federal, estaduais e 
distrital. 
 
No que tange aos sistemas de informação, a Carta Magna atribui a cada órgão papeis 
precisos, contudo a prática se dá de maneira oposta à teoria. Essas organizações, em 
muitos casos, são descoordenadas e independentes, buscam atuar de forma 
concorrente, deixando assim a desejar. Para reverter esse cenário, tal sistema deve 
possuir boa articulação, com eficácia, e é através dos sistemas de informação que é 
possível chegar a um melhor gerenciamento do sistema de segurança pública. 
 
3 Os Sistemas de Informação 
Os sistemas de informação surgiram como subdisciplina na área das Ciências da 
Computação. A ideia inicial era a de racionalizar a administração da tecnologia 
utilizada pelas empresas. Na atualidade, os sistemas de informação também fazem 
parte dos estudos da Administração de Empresas, pois facilitam o processo de 
captação, entrada e transformação dos dados, auxiliando nas tomadas de decisão, 
portanto, é um sistema que auxilia na melhoria contínua de uma empresa. 
 
As informações são coletadas e subsidiam as decisões existem diversos fatores do 
indivíduo que afetam nas decisões, entre elas encontramos a percepção do sujeito, a 
cognição, a influência do grupo, o âmbito organizacional e o tempo ou custo. Nesse 
sentido, Mosimann, Alves e Fisch (1993, p.52) conceituam o sistema de informação 
como “[...] uma rede de informações cujos fluxos alimentam o processo de tomada de 
decisões, não apenas da empresa como um todo, mas, também, de cada área de 
responsabilidade.” 
 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Os Sistemas de Informação 
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De acordo com Stair (1998) o sistema de Informação (SI), também pode ser 
compreendido como uma série de elementos que se relacionam, coletando (entradas) 
manipulando e armazenando (processamento), assim disseminam (saída) as 
informações e os dados e fornecem mecanismo de retroalimentação. 
 
De acordo com a informação a ser processada, o sistema de informação poderá ser 
classificado. Assim, surge a pirâmide empresarial, ela mostra os diferentes níveis de 
informação nas organizações, tornou-se necessário a classificação para um melhor 
gerenciamento. A pirâmide é composta pelos seguintes níveis estratégicos: 
 
Figura 1- Os níveis de informação. 
Fonte: Núcleo Editorial Focus 
 
No sistema de informação operacional são operações rotineiras, há um volume de 
operações de entrada e saída. Esse sistema de informação possui a característica de 
relatórios, cadastros e outras operações rotineiras. Já no sistema de informação 
tática ou gerencial há um apoio na tomada de decisão, possui função gerencial, 
trabalhando com informações agrupadas. Este sistema utiliza a informação 
operacional para criar o mecanismo de gerenciamento na organização. 
 
Por fim, no sistema de informação estratégica há a alta diretoria filtrando as 
informações essenciais e estratégicas. 
 
 
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Os Sistemas de Informação 
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3.1 Conceito de Processo e Decisão 
A informação coletada e processada deverá ser fidedigna, isto é, quanto mais próxima 
da realidade, melhor será
a informação e assim, estará próximo do processo de 
tomada de decisão. Para compreendermos o processo de tomada de decisão é preciso 
primeiro, conceituar o processo e posteriormente o que seria a decisão: 
• O Processo é um conjunto estruturado de atividades sequenciais que 
apresentam relação lógica entre si e que tem por finalidade atender as 
expectativas, interna e externa, de uma organização. O processo é um conjunto 
que visa chegar a um fim, ou seja, a decisão. 
 
• A decisão implica em resolver ou determinar a melhor solução para alcançar o 
objetivo proposto, alguns podem compreender como buscar a decisão de 
menor prejuízo. 
 
Há uma grande variação de decisões, contudo, as decisões sem informação não 
podem subsidiar as decisões estratégicas, pois podem não produzir o resultado 
esperado. 
 
3.2 O Processo de Tomada de Decisão 
Segundo Choo (2003) uma decisão resulta da adoção de um determinado curso de 
ações. Portanto, o processo decisório pode ser compreendido como um conjunto de 
fatores e ações, o qual possui início a partir da identificação de um estímulo para a 
ação. Por conseguinte, este processo compreende a aplicação de diferentes modelos, 
sendo cada modelo pertinente a uma determinada situação. 
 
Choo (2003), ainda afirma que a maioria das decisões requer a fase de 
desenvolvimento, esta é a que costuma ocupar a maior parte dos recursos e tempo 
do processo decisório, e tende a ser interativa, passando por múltiplas buscas e ciclos 
de criação. 
 
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3.2.1 Modelos de Tomada de Decisão 
A tomada de decisão compreende diferentes modelos, dentre eles, destacamos os 
principais citados por Choo (2003), sendo: modelo racional; processual; anárquico; e 
político. 
 
O modelo racional pressupõe procedimentos e regras pré-definidas, as quais dever 
ser seguidos para atingir um resultado bom, ou seja, este modelo preza pela tomada 
de decisão racional, é o mais sistematizado e estruturado entre os citados por Choo 
(2003). Este modelo traz uma metodologia bem definida, para que as etapas sejam 
seguidas. 
 
No modelo processual há uma concentração nas fases e ciclos, é um modelo que 
possui semelhanças ao racional, mas se diferencia, pois permite a flexibilidade, 
permitindo que o gestor realize ajustes. Já no modelo anárquico não há uma clareza 
em relação aos problemas e decisões, de acordo com Choo (2003, p. 295) “[...] o 
modelo anárquico de decisão pode ser comparado a uma lata de lixo, onde vários 
tipos de problemas e soluções são atirados pelos indivíduos, à medida que são 
gerados. A decisão ocorre quando problemas e soluções coincidem [...]”. 
 
Por fim, no modelo político há uma ocupação e posição diferente por atores de 
diferentes graus de influência. Portanto, não há uma escolha racional, mas sim uma 
influência dos atores, ou seja, a decisão está relacionada ao poder que cada sujeito 
possui. 
 
Nesse sentido, Certo (2005) ressalta que a decisão é uma atividade passível de erros, 
a qual será afetada pelas características pessoais e percepção do indivíduo que toma 
as decisões. Portanto, os modelos de decisão serão afetados, Certo (2005) 
compreende que para minimizar os erros e chegar a um resultado organizado e 
sistemático, a decisão deve ser efetuada por meio das seguintes etapas, sendo: 
1. Identificar o problema existente; 
2. Enumerar as possíveis alternativas para solucionar os problemas; 
3. Selecionar as alternativas mais benéficas; 
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4. Implementar a alternativa escolhida; e 
5. Reunir o feedback para descobrir se a implementação está solucionando o 
problema identificado. 
 
Além dos modelos citados por Choo, a teoria administrativa descreve outros modelos 
de tomada de decisão, como: 
• O Modelo Clássico ou Burocrático: onde os procedimentos lógico-formais são 
enfatizados, corroborando para que quem tome as decisões examine primeiro 
os fins e depois os meios para alcançar, subordinando a eficácia do processo à 
escolha da decisão mais adequada aos fins; 
 
• O Modelo Administrativo ou de Carnegie: esse modelo é baseado no 
trabalho de Herbert Simon, o qual traz que como os gestores tomam decisões 
em situações complexas e não dita como deveriam tomar as decisões. 
 
• O Modelo Comportamentalista: nesse modelo o comportamento dos sujeitos 
na organização é acentuado e abrangente. Assim, o gestor irá procurar prevê-
lo nas decisões, para evitar situações desagradáveis em seu contexto; e 
 
• O Modelo Normativo: a preocupação central nesse modelo, é a maneira de 
como deve ser feito o processo decisório. Conhecido como modelo dos grupos 
técnico profissionais (colegiados). 
 
No entanto, a aplicação da tomada de decisão no campo da Segurança pública é 
denominada de Planejamento de Projetos Orientados para Objetivos (ZOPP), é 
uma sigla de origem alemã, esta é a técnica que apresentou o melhor resultado para 
o âmbito. Os três elementos básicos desta técnica são: 
1- O método, que serve de fio condutor ao trabalho no grupo de planejamento; 
2- O enfoque do trabalho em equipe, que serve de quadro para o estudo de 
problemas multissetoriais; e 
3- A visualização, que ajuda a reter por escrito as contribuições dos participantes 
e a fixar os resultados da discussão. 
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Os Sistemas de Informação 
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O ZOPP possui o objetivo de chegar a um planejamento detalhado através de várias 
etapas de trabalho, a partir de informações relativamente vagas, determinando os 
instrumentos de implementação e avaliação do projeto compreende Bolay (1993). 
 
Basicamente, o Zielorientiert Projectplannung (ZOPP) é uma técnica de planejamento 
de intervenção social, o qual foi criado para atender as ações mais ligadas aos fatores 
próximos às causas dos problemas, se identifica através da escuta cuidadosa dos 
sujeitos envolvidos e beneficiados pelos projetos sociais, assim, para que ocorra a 
construção conjunta de decisões (BOLAY, 1993). 
 
Isto é, este método orienta a atuação realística, evidenciando os objetivos propostos 
 
Em um órgão de segurança pública, a principal decisão a ser tomada é a definição das 
estratégias nas ações. Ao aplicar os modelos e as técnicas explanadas, é necessário 
que em um primeiro momento, seja definido quais serão as estratégias que nortearão 
todo o sistema. 
 
No caso Brasileiro, a Política Nacional de Segurança, estabelece formalmente no Plano 
Nacional de Segurança Pública e traz como estratégia as ações que garantam: 
• A integração, coordenação e cooperação federativa; 
• Interoperabilidade; 
• Liderança situacional; 
• Modernização da gestão das instituições de segurança pública; 
• Valorização e proteção dos profissionais; 
• Complementaridade; 
• Dotação de recursos humanos; 
• Diagnóstico dos problemas a serem enfrentados; 
• Excelência técnica; 
• Avaliação continuada dos resultados; e 
• Garantia da regularidade orçamentária para execução de planos e programas 
de segurança pública. 
 
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Considerações Finais 
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4 Considerações Finais 
A partir da análise realizada sobre a temática, foi possível compreender os sistemas 
de informação e os modelos de tomada de decisão mais usuais em organizações. Para 
que ocorra uma melhoria no sistema de segurança pública, tal sistema deve possuir 
boa articulação, com eficácia, e é através dos sistemas de informação que será possível 
alcançar um melhor gerenciamento do sistema de segurança pública. 
 
Para esta disciplina, consideramos os modelos de tomada
de decisão e observamos 
que todos possuem alguma similaridade, dado que todos utilizam a informação como 
um recurso que subsidia a decisão. Fica claro, portanto, que a tomada de decisão é 
inerente ao trabalho de qualquer indivíduo. Contudo, na função de um gestor esta 
função se destaca, pois a tomada de decisão é tão importante quanto qualquer outra 
atividade sob sua responsabilidade. 
 
Evidencia-se que, há a necessidade de definição das estratégias nas ações, aplicando 
os modelos e as técnicas explanadas, colaborando para que os objetivos 
organizacionais possam ser atingidos, garantindo, assim que se atinja os resultados 
esperados no sistema de segurança pública no Brasil. 
 
5 Referências Bibliográficas 
BOLAY F.W. Guia para aplicação: planejamento de projeto orientado por objetivos 
- método ZOPP. Recife: GTZ; 1993. 
CERTO. S. C. Administração moderna. 9. ed. São Paulo: Pearson, 2005. 
CHOO, C. W. A Organização do Conhecimento. São Paulo: Editora SENAC São 
Paulo,2003. 
MOSIMANN, C. P., ALVES, O. de. C. e FISCH, S. Controladoria: seu papel na 
administração de empresas. Florianópolis: Ed. Da UFSC, 1993. 
STAIR, R. M. Princípios de sistemas de informação: uma abordagem gerencial. Rio 
de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos, 1998. 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Referências Bibliográficas 
www.faculdadefocus.com.br | 11 
 
 
		2 Introdução
		3 Os Sistemas de Informação
		3.1 Conceito de Processo e Decisão
		3.2 O Processo de Tomada de Decisão
		3.2.1 Modelos de Tomada de Decisão
		4 Considerações Finais
		5 Referências Bibliográficas
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Introdução 
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DISCIPLINA 
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA 
NO BRASIL 
 
CONTEÚDO 
Planejamento de Programas e 
Projetos em Segurança Pública 
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Sumário 
Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 
1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 
2 Planejamento de Programas e Projetos em Segurança Pública ------------------------------ 4 
3 Considerações Finais -------------------------------------------------------------------------------------- 8 
4 Referências -------------------------------------------------------------------------------------------------- 8 
 
 
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Introdução 
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1 Introdução 
Na área de segurança pública há a resolução de problemas, consequentemente 
decisões precisam ser realizadas. Visando um melhor desempenho na Segurança 
pública, o governo Temer criou um ministério dedicado à segurança pública, para que 
se tenha estrutura e meios para enfrentar o crime organizado. 
 
O Sistema Único De Segurança Pública (SUSP) possui a capacidade de desenvolver 
essa governança através da padronização de dados, integração tecnológica, de 
inteligência e operacional. Nesta aula foram utilizadas, sobretudo, referências do 
plano e política nacional de segurança pública e defesa social (SUSP), assim, serão 
explanados os objetivos do planejamento nacional. 
 
2 Planejamento de Programas e Projetos em Segurança Pública 
Ao utilizar um planejamento ou programa estratégico, as organizações precisam de 
acompanhamento para o aperfeiçoamento de ações (Rua, 2000). Assim, antes que 
ocorra, a lei deverá ser observada, a Constituição Federal em seu §7º, art. 144 prevê 
que: “A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela 
segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades”. Em 
consonância a Lei nº 13.675/18 disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos 
responsáveis pela segurança pública. 
 
Isto é, ao planejar programas ou projetos na segurança pública, também deverá ser 
observado as finalidades estabelecidas no Plano Nacional de Segurança Pública e 
Defesa social. O Art. 22º compreende que: 
Art. 22º- A União instituirá Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, destinado a 
articular as ações do poder público, com a finalidade de: 
I - promover a melhora da qualidade da gestão das políticas sobre segurança pública e defesa 
social; 
II - contribuir para a organização dos Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social; 
III - assegurar a produção de conhecimento no tema, a definição de metas e a avaliação dos 
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resultados das políticas de segurança pública e defesa social; 
IV - priorizar ações preventivas e fiscalizatórias de segurança interna nas divisas, fronteiras, 
portos e aeroportos. 
 
Este artigo promove a melhoria da gestão, desta maneira, as políticas públicas de 
segurança pública devem considerar um contexto social amplo, com abrangência de 
outras áreas do serviço público, como: educação, saúde, lazer e cultura. Respeitando, 
portanto, as finalidades de cada área. 
 
Em consonância com o autor Brasil (2018b, p. 5-6) em “plano e política nacional de 
segurança pública e defesa social (SUSP)”, os objetivos do planejamento Nacional são: 
• Reduzir os homicídios e outros crimes violentos letais, e para esse objetivo, 
se propõe- Implementar, no âmbito da União, e estimular e apoiar, no âmbito 
das unidades federativas, ações, planos e protocolos de prevenção e pressão à 
violência e à criminalidade, com prioridade para aqueles relacionados com a 
letalidade da população jovem negra e parda, mulheres e outros grupos 
vulneráveis, com latrocínios, incidentes de
lesão corporal seguida de morte, 
com crimes de trânsito com resultado morte ou lesão corporal grave ou 
gravíssima e com a vitimização policial e mortes decorrentes de intervenção de 
agentes da segurança pública, fixando metas anuais de redução verificáveis e 
públicas. 
 
• Reduzir todas as formas de violência contra a mulher, em especial as 
violências doméstica e sexual, prevenir e reprimir situações de exploração sexual 
(independentemente de gênero) e aprimorar o atendimento a cargo dos órgãos 
operacionais do Susp nos casos envolvendo populações vulneráveis e minorias. 
As primeiras estratégias/ações propostas são: estabelecer normas e 
procedimentos para os profissionais de segurança pública de populações 
vulneráveis e minorias em situação de violência e promover a formação 
continuada dos profissionais de segurança pública com disciplinas obrigatórias 
sobre o atendimento de populações vulneráveis e minorias em situação de 
violência ou exploração sexual. 
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• Enfrentamento às estruturas do crime organizado. 
 
• Aprimorar os mecanismos de prevenção e repressão aos crimes violentos 
patrimoniais. 
 
• Elevar o nível de percepção de segurança da população. 
 
• Fortalecer a atuação dos municípios nas ações de prevenção ao crime e à 
violência, sobretudo mediante ações de reorganização urbanística e de defesa 
social. 
 
• Aprimorar a gestão e as condições do Sistema Prisional, visando eliminar a 
superlotação, garantir a separação dos detentos, nos termos da Lei de Execução 
Penal, e as condições mínimas para ressocialização com oportunidades 
educacionais, de qualificação profissional e de trabalho. 
 
• Fortalecer o aparato de segurança e aumentar o controle de divisas, 
fronteiras, portos e aeroportos, sendo a primeira das estratégias a 
fomentação da atuação integrada entre os órgãos de segurança pública dos 
diferentes entes. 
 
• Ampliar o controle e o rastreamento de armas de fogo, munições e explosivos. 
 
• Promover a revisão, a inovação e o aprimoramento dos meios e mecanismos, 
considerando os aspectos normativos, financeiros, materiais e humanos, de 
combate aos crimes ambientais e aos crimes de “lavagem” ou ocultação de 
bens, direitos e valores e de corrupção que envolvam crimes ambientais como 
antecedentes. 
 
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• Consolidar em nível legislativo fontes contínuas, previsíveis e suficientes de 
financiamento das ações de segurança pública e regular, por meio de modelos 
científicos, a sua utilização. 
 
• Implementar programa de reaparelhamento, aprimorar a governança e a gestão 
das políticas, programas e projetos de segurança pública e defesa social, com 
vistas a elevação da eficiência de atuação dos órgãos operacionais do Susp. 
 
• Valorizar e assegurar condições de trabalho dignas aos profissionais de 
segurança pública e do sistema penitenciário. 
 
• Aprimorar os mecanismos de controle e prestação de contas da atividade de 
segurança pública. 
 
• Estabelecer política, programa de aparelhamento adequado e aprimorar 
procedimentos voltados a prevenção de situação de emergência e desastres. 
 
A criação do SUSP surge para que ocorra a articulação nas ações federais, estaduais e 
municipais na área da segurança pública, é necessário destacar que essa articulação 
não visa ferir a autonomia dos estados e nem das polícias. No mesmo sentido Soares 
(2007) compreende que o Sistema único de Segurança Pública (SUSP) não implica na 
unificação das polícias, mas sim busca meios para propiciar o trabalho cooperativo. O 
autor cita que: 
[...] segundo matriz integrada de gestão, sempre com transparência, controle externo, 
avaliações e monitoramento corretivo. Nos termos desse modelo, o trabalho policial seria 
orientado prioritariamente para a prevenção e buscaria articular-se com políticas sociais de 
natureza especificamente preventiva (Soares, 2007, p. 89) 
 
Ao dar ênfase em planejamento, gestão e monitoramento há um confronto ao déficit 
histórico na Segurança Pública, ou seja, se tem uma governança bem-informada. 
 
Dessa maneira, o SUSP deixa claro que a disposição predominante na gestão das 
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Considerações Finais 
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ações de segurança pública nas últimas décadas não poderá mais ser aceito, a 
violência e a criminalidade devem ser reduzidas, observando as políticas públicas de 
segurança pública, considerando o contexto social amplo e respeitando a diversidade. 
 
Posto isto, é necessário que ocorra a avalição de como os resultados foram 
alcançados, isto é, avaliar se os órgãos de segurança pública estão executando as 
ações previstas para alcançar os melhores resultados. É por meio de indicadores de 
eficiência que há um auxílio na tomada de decisão, uma vez que reflete o desempenho 
interno de produtividade da organização. 
 
3 Considerações Finais 
A partir da análise realizada sobre a temática, foi possível compreender os objetivos 
do planejamento Nacional, o qual visa a melhoria do sistema de segurança público. 
Para esta disciplina, consideramos o plano e política nacional de segurança pública e 
defesa social (SUSP). 
 
Fica claro, portanto, que não deve ser aceito a disposição que predominou na gestão 
da segurança pública nas últimas décadas, assim a violência e criminalidade devem 
ser reduzidas, é a premissa decisória estabelecida pelo SUSP (Sistema Único de 
Segurança Pública). 
 
Evidencia-se que, há a necessidade de um trabalho mais cooperativo, com ênfase em 
planejamento, gestão e monitoramento, pois assim haverá o confronto aos déficits 
históricos do setor, atingindo, assim os resultados esperados no sistema de segurança 
pública no Brasil. 
 
4 Referências 
BRASIL. Ministério da Segurança Pública. Plano Nacional de Segurança Pública 
2018-2028. Brasília, DF: Ministério da Segurança Pública, 2015b. Disponível em: 
https://www.novo.justica.gov.br/sua-seguranca-2/seguranca-publica/plano-e-
https://www.novo.justica.gov.br/sua-seguranca-2/seguranca-publica/plano-e-politica-nacional-de-seguranca-publica-e-defesa-social.pdf/view
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Referências 
www.faculdadefocus.com.br | 9 
politica-nacional-de-seguranca-publica-e-defesa-social.pdf/view>. Acesso em: 09 set 
2021. 
RUA, M.G. Avaliação de Políticas, Programas e Projetos: Notas Introdutórias. 
Mimeo, 2000. 
SOARES, L. E. A política nacional de segurança pública: histórico, dilemas e 
perspectivas. Revista Estudos Avançados, São Paulo, v. 21, n. 61, 2007. 
 
https://www.novo.justica.gov.br/sua-seguranca-2/seguranca-publica/plano-e-politica-nacional-de-seguranca-publica-e-defesa-social.pdf/view
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Referências 
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		Sumário
		1 Introdução
		2 Planejamento de Programas e Projetos em Segurança Pública
		3 Considerações Finais
		4 Referências
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Introdução 
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DISCIPLINA 
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA 
NO BRASIL 
 
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Elaboração do Planejamento 
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Sumário 
Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 
1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 
2 Elaboração Do Planejamento -------------------------------------------------------------------------- 4 
2.1 O momento no PES ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 5 
3 Considerações Finais -------------------------------------------------------------------------------------- 8 
4 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------- 8 
 
 
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Introdução 
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1 Introdução 
O planejamento estratégico situacional (PES) foi idealizado pelo economista Carlos 
Matus, esta metodologia, inicialmente, foi criada para lidar com desafios da 
administração pública. O PES ganha gradativamente forças no meio corporativo, 
sendo utilizado em diversas organizações como alternativa ao planejamento 
estratégico tradicional. 
 
Este conceito na Segurança Pública é concebido, auxiliando na definição da política 
de segurança. O planejamento estabelece a direção a ser seguida, visando a 
cooperação e interação entre os órgãos e a comunidade. À vista disso, nesta aula 
abordaremos as metodologias de planejamento, também relacionaremos o 
planejamento disposto por Matus e a segurança pública. 
 
2 Elaboração Do Planejamento 
Existem diversos planejamentos estratégicos, Ackoff (1976) compreende o 
planejamento como um processo de longo prazo, o qual lida com decisões que afetam 
a atividade da organização. Já Fischmann e Almeida (1991) entendem como uma 
técnica administrativa, onde, através da análise do ambiente se tem uma consciência 
sobre os pontos fortes e fracos, permitindo que os objetivos estabelecidos na 
organização sejam cumpridos. 
 
Posto isto, primeiramente é necessário a definição de qual forma de planejamento 
será adotada. Há uma ênfase ao planejamento estratégico, fundamentalmente o 
corporativo, contudo, na visão de Matus, este tipo de planejamento é inadequado ao 
aparelho público não-empresarial, aos atores políticos e ao gestor público. 
 
Para Matus (1997), o planejamento é impossível se há a perspectiva única do 
planejamento tradicional e determinista. Segundo o autor, o planejamento é um 
cálculo que precede e preside a ação para criar o futuro, não para predizê-lo, assim, o 
planejamento torna-se indispensável. 
 
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Elaboração Do Planejamento 
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Desta maneira, preferencialmente deve-se ater a proposta do planejamento 
estratégico situacional, uma elaboração que apresenta uma visão subjacente não 
fragmentada da sociedade, uma visão sistêmica que procura integrar e desenvolver 
as dificuldades que a ação social oferece. 
 
Este modelo foi concebido para servir aos dirigentes políticos. Seu tema central são 
os problemas públicos, sendo também aplicável a qualquer órgão cujo centro de jogo 
não seja exclusivamente o mercado, mas o jogo político, econômico e social. 
 
2.1 O momento no PES 
O conceito de momento indica ocasião, o qual passa o processo contínuo e não 
apresenta um começo ou final definido (MATUS, 2005). Para Matus (1997) o 
Planejamento Estratégico Situacional possui quatro conceitos distintos de momento, 
sendo o: Momento Explicativo, Momento Normativo, Momento Estratégico, Momento 
Tático Operacional. 
 
Momento Explicativo – Como explicar a realidade? A questão principal nesse 
momento é entender e explicar como se apresenta a realidade na situação inicial do 
planejamento. Isto é, a principal questão nesse momento é o de entender e explicar 
como se apresenta a realidade do jogo. 
 
Para que seja explicado como surgem e se desenvolvem os problemas, é necessário 
enumerar e descrever as suas causas, este é um método descritivo chamado de Vetor 
de Descrição do Problema (VDP). 
 
Momento Normativo – Como conceber o Plano? O momento Normativo lida com a 
atuação-objetivo e com o modo pela qual poderá ser alcançado (MATUS, 1997). 
Assim, para que ocorra uma mudança no VDP é necessário agir sobre cada nó crítico 
(causas dos problemas). 
 
 
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Elaboração Do Planejamento 
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Momento Estratégico – Como tornar o plano viável? – é o momento responsável 
pela avaliação e construção da viabilidade de um plano. 
 
Momento Tático Operacional – como agir a cada dia de forma planejada? É a 
execução do plano simultaneamente à análise dos problemas emergentes, é o ponto 
central entre o conhecimento e a ação, compreende Migliato (2004). 
 
Portanto, o ciclo do planejamento poderá, dar-se da seguinte maneira: 
 
Figura 1 - Ciclo do planejamento estratégico. 
Fonte: Núcleo Editorial Focus 
 
o paradigma da segurança pública cidadã é focado na valorização dos direitos 
humanos/sociais e na prevenção do crime como sua pedra de toque. 
 
Ao realizar um plano ou planejamento, deverá visar a prevenção do crime, observando 
sempre os direitos humanos. O plano ou planejamento deverá ter as seguintes 
características: 
A) Diagnóstico Preciso; para identificação dos desafios, riscos e recursos de cada 
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Elaboração Do Planejamento 
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situação a ser tratada; 
 
B) Plano de Ação: para o estabelecimento de prioridades e definições de objetivos 
e metas: 
 
C) Implementação: incluindo treinamento, coordenação e monitoramento das 
atividades planejadas: 
 
D) Avalição: retroalimentação sobre os processos em desenvolvimento e os 
resultados obtidos; 
 
E) Integração: coalizão de atores em todas as etapas do projeto: 
 
F) Comunicação: mobilização e integração de atores sociais diversos. 
 
Há uma busca pela paz, sendo necessária a adoção de uma transformação estrutural 
nas ações de segurança pública. Isto
é, a intervenção deverá ser capaz de reduzir a 
violência e a criminalidade, portanto, esta é uma ação que envolve duas frentes, sendo: 
a primeira a busca da alteração de condições imediatas (condições diretamente 
ligadas às práticas que se deseja eliminar), e uma segunda que se volta a mudanças 
estruturais, cujos efeitos somente exercerão impactos futuros. 
 
Para tanto, faz-se necessário que as ações obedeçam aos seguintes princípios de 
gestão: 
• Diagnóstico das dinâmicas criminais e dos fatores de risco local e geral – 
sensível as variações ditadas pelas circunstâncias e conjunturas; 
• A elaboração de um plano de ação capaz de formular uma agenda, identificar 
prioridades e recursos e estipular metas; 
• A avaliação dos resultados do processo; 
• O monitoramento, que consiste na correção de rumos ditada pela constatação 
dos erros. 
 
Fica evidente que a segurança pública deve ser abordada por um novo ângulo, 
incluindo desde a formação de um novo profissional para a gestão da política de 
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Considerações Finais 
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segurança quanto, à realização de uma aliança, um pacto com a sociedade. Nesse 
contexto pode-se apontar que o sentido de segurança cidadã se traduz pela parceria 
dos órgãos de segurança com as comunidades na análise, planejamento e controle 
das intervenções. 
 
Atribui-se, assim, papel fundamental a cidadania no funcionamento das organizações 
de segurança pública, controlando o cumprimento de metas, a lisura administrativa e 
a efetivação da justiça. Nesse particular, a área da segurança Pública apresenta-se 
como um campo fértil à abordagem Situacional do Planejamento que inclui os atores 
sociais, bem como evoca a participação das entidades representativas da sociedade, 
a adoção de uma abordagem política e social, e o abandono do viés tecnocrático, 
levando em consideração a diversidade de opiniões, projetos e representantes dos 
segmentos sociais especializados. 
 
3 Considerações Finais 
A partir da análise realizada sobre a temática, foi possível compreender que a 
segurança pública é um bem democrático, é um direito essencial da cidadania. Há 
uma obrigação constitucional do Estado e responsabilidade de cada cidadão, sendo 
necessário a reforma das polícias para que as instituições se tornem mais eficientes e 
respeitosas dos Direitos Humanos. Há também a necessidade de que as políticas 
públicas de segurança acolham a participação multidisciplinar e interinstitucional. 
 
Posto isto, evidencia-se que, é preciso definir a forma de planejamento a ser adotada, 
ocorrendo um planejamento estratégico, há uma possível transformação estrutural 
nas ações de segurança pública, ou seja, uma melhora. 
 
4 Referências Bibliográficas 
ACKOFF, R. L. PLANEJAMENTO EMPRESARIAL. Rio de Janeiro: LTC, 1976. 
FISCHMANN, A. A.; ALMEIDA, M. I. R. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA PRÁTICA. 
São Paulo: Atlas, 1991. 
Sistema de Segurança Pública no Brasil | 
Referências Bibliográficas 
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MATUS, C. O método PES: ROTEIRO DE ANÁLISE TEÓRICA. São Paulo: FUNDAP, 
1997. 
MATUS, TEORIA DO JOGO SOCIAL. São Paulo: FUNDAP, 2005. 
MIIGLIATO, A. L. T. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL APLICADO À 
PEQUENA EMPRESA: estudo comparativo de casos de empresas do setor de serviço 
(hoteleiro) da região de Brotas, SP. 2004. 223 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia 
de Produção) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. 
 
 
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Referências Bibliográficas 
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		3 Considerações Finais
		4 Referências Bibliográficas

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