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Contabilidade intermediária
Edição Uniube
Uberaba
2010
Marco Antonio de Oliveira Caetano
UNIVERSIDADE DE UBERABA
© 2010 by Universidade de Uberaba
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Universidade de Uberaba.
Universidade de Uberaba
Reitor:
Marcelo Palmério
Pró-Reitora de Ensino Superior:
Inara Barbosa Pena Elias
Pró-Reitor de Educação a Distância:
Fernando César Marra e Silva
Assessoria Técnica:
Ymiracy N. Sousa Polak
Produção de Material Didático:
• Comissão Central de Produção
• Subcomissão de Produção
Editoração:
Supervisão de Editoração
Equipe de Diagramação e Arte
Edição:
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
 Caetano, Marco Antônio de Oliveira 
C116c Contabilidade intermediária / Marco Antonio 
de Oliveira Caetano. – Uberaba : Universidade de 
Uberaba, 2010.
 107 p. : il. 
 
 ISBN 978-85-7777-362-6
 
 1. Contabilidade. 2. Balanço (Contabilidade). 3. 
Fluxo de caixa. I. Título. 
 
 
 CDD: 657 
Sobre o autor
Marco Antonio de Oliveira Caetano
Especialista em Contabilidade e Controladoria pela Universidade Federal de 
Uberlândia. Especialista em Relações Interpessoais pela Dale Carnegie. Bacharel 
em Ciências Contábeis pela FCETM. Professor titular, parecerista e roteirista de 
componentes curriculares para EAD da Universidade de Uberaba. Tem experiência 
na área de Administração, com ênfase em Ciências Contábeis.
Apresentação
Caro(a) aluno(a)
Neste livro, Contabilidade intermediária, além de aprender como se processam os 
registros das operações que alteram o patrimônio das entidades como um todo, 
você também será preparado para elaborar os demonstrativos contábeis das 
entidades. São elas: o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do 
Exercício, a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, a Demonstração 
das Mutações do Patrimônio Líquido, Balanço Social, DVA - Demonstração 
do Valor Adicionado e DFC - Demonstração do Fluxo de Caixa, assim como a 
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos DOAR em seus aspectos 
básicos, tendo em vista a sua não obrigatoriedade de acordo com a legislação 
mais recente.
Nos capítulos que compõem esse livro, mediante o estudo do conteúdo relativo à 
disciplina Contabilidade Intermediária, você aprenderá algumas técnicas que lhe 
permitirão compreender a elaboração daqueles demonstrativos contábeis, a fi m 
de auxiliar-lhe na tomada de decisões, em geral.
No primeiro capítulo, você irá estudar e ampliará seus conhecimentos acerca 
dos principais grupos de contas que compõem os dois dos principais relatórios 
contábeis, assim como as principais operações, o Balanço Patrimonial - BP e a 
Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, sempre em consonância com 
a legislação societária e, sobretudo, enquanto instrumentos catalisadores de 
informações econômico-fi nanceiras.
No capítulo seguinte, você estudará a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos 
Acumulados - DLPA e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - 
DMPL. Para estas duas demonstrações, você aprenderá a identifi car os principais 
componentes, sua estrutura e sua importância no contexto das decisões gerenciais. 
No terceiro capítulo, estudaremos a demonstração das origens e aplicações de recursos, 
sua estrutura e suas respectivas variações ocorridas no ativo circulante confrontado com 
o passivo circulante, identifi cando e determinando os recursos que alteram o capital 
circulante líquido, e, ainda, a importância desse relatório no contexto de tomada 
de decisões.
No quarto capítulo, aprenderemos a identifi car informações em outros relatórios 
contábeis notadamente no balanço patrimonial e a demonstração do resultado 
do exercício. E, a partir daí, conhecer os métodos direto e indireto, principalmente 
a sua estrutura e a sua elaboração, assim como a sua relação com outros 
demonstrativos fi nanceiros.
Finalmente, no quinto capítulo, trataremos do balanço social sob o aspecto 
apenas introdutório e aprofundaremos na demonstração do valor adicionado, 
principalmente, quanto aos indicadores ambientais, humanos e econômico-
fi nanceiros, assim como a responsabilidade social.
Ressaltamos que, além de realizar todas as atividades de aprendizado (leituras, 
pesquisas, reestudos etc.) descritas neste material, você deverá organizar 
da melhor maneira possível o seu tempo de estudo e aproveitar os encontros 
presenciais para obter os conhecimentos abordados ao longo deste livro.
Mais uma vez, nos colocamos à sua disposição para eventuais esclarecimentos 
e orientações que se fi zerem necessários nessa etapa da sua formação 
acadêmica.
Bom estudo e sucesso ao longo do curso.
Sumário
Capítulo 1 Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício .. 1
1.1 Uma visão panorâmica dos relatórios contábeis conforme legislação em vigor ..................3
1.2 Balanço Patrimonial..............................................................................................................5
1.2.1 Ativo Circulante ............................................................................................................8
1.2.2 Ativo Não Circulante .....................................................................................................8
1.3 Grupos, subgrupos e contas do Passivo e Patrimônio Líquido ............................................10
1.3.1 Passivo .........................................................................................................................10
1.4 Demonstração do Resultado do Exercício ...........................................................................13
1.4.1 Das noções gerais .......................................................................................................13
1.4.2 Deduções sobre a Receita Operacional Bruta .............................................................15
1.4.3 Receita Operacional Líquida ........................................................................................15
1.4.4 Custos Operacionais ...................................................................................................15
1.5 Resultado Operacional Bruto ..............................................................................................16
1.5.1 Despesas Operacionais ...............................................................................................16
1.6 Lucro antes do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social (CS) ou Prejuízo do 
 período ................................................................................................................................16
1.7 Provisão para o IR e a CS ....................................................................................................17
1.8 Lucro depois do IR e da CS ou prejuízo do período ............................................................17
1.9 Participações, contribuições e distribuições .........................................................................17
1.10 Lucro (ou prejuízo) líquido do período................................................................................17
1.11 Conclusão ...........................................................................................................................17
Capítulo 2 Explorando a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados e a 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido- DMPL ............................... 23
2.1 Aspectos gerais ....................................................................................................................25
2.2 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA ..............................................25
2.2.1 Conceitos e Objetivos ..................................................................................................27 
2.3 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL ............................................32
2.4 Conclusão.............................................................................................................................37
Capítulo 3 Redescobrindo a Demonstração das Origens e Aplicações de 
Recursos (DOAR) .................................................................................................. 43
3.1 A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos ....................................................44
3.1.1 Conceito e movimentação líquida ................................................................................45
3.1.2 Grupos Circulante e Não Circulante ............................................................................46
3.1.3 Movimentação não válida ............................................................................................47
3.1.4 Movimentação válida ...................................................................................................47
3.2 Ativo Circulante Líquido (CCL) ............................................................................................48
3.3 Das origens de recursos......................................................................................................50
3.4 Aplicações de recursos........................................................................................................52
3.4.1 Resultado ajustado negativo ........................................................................................53
3.4.2 Lucros distribuídos .......................................................................................................53
3.4.3 Aumento do Ativo Não Circulante ................................................................................53
3.4.4 Redução do Passivo Não Circulante ...........................................................................54
3.5 A estrutura das origens e aplicação de recursos .................................................................55
3.6 Conclusão.............................................................................................................................57
Capítulo 4 Demonstração do Fluxo de Caixa: uma abordagem contábil pelo 
Método Indireto - DFC ........................................................................................... 63
4.1 Noções iniciais sobre a Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC ......................................65
4.1.1 Estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC ................................................66
4.1.2 Desvendando a elaboração da - DFC ..........................................................................70
4.2 Explorando a técnica de elaboração da - DFC....................................................................72
4.3 Conclusão.............................................................................................................................77
Capítulo 5 Introdução ao Balanço Social e à Demonstração do Valor Adicionado 
- DVA ..................................................................................................................... 
............................................................................................................................... 83
5.1 Como se elabora a Demonstração do Valor Adicionado - DVA ...........................................85
5.1.1 Primeiro passo .............................................................................................................85
5.2 Introdução ao estudo do Balanço Social e da Demonstração do Valor Adicionado - DVA ..86
5.3 O Balanço Social - BS .........................................................................................................88
5.3.1 Conceito .......................................................................................................................88
5.3.2 A história do Balanço Social .........................................................................................88
5.3.3 A construção do Balanço Social ...................................................................................89
5.4 O Balanço Social e a Contabilidade ....................................................................................92
5.5 O Objetivo............................................................................................................................94
5.6 A construção do Balanço Social ..........................................................................................95
5.6.1 Como se elabora o Balanço Social ..............................................................................95
5.6.2 As fontes de informação ...............................................................................................95
5.7 Análise dos indicadores .......................................................................................................97
5.7.1 Indicadores de caráter econômico ...............................................................................97
5.7.2 Indicadores sociais .......................................................................................................97
5.8 Fases do processo de elaboração do Balanço Social ........................................................97
5.8.1 Primeira fase ................................................................................................................97
5.8.2 Segunda fase ...............................................................................................................98
5.9 Demonstração do Valor Adicionado - DVA ..........................................................................99
5.9.1 Cálculo do Valor Adicionado Bruto - VAB .....................................................................99
5.9.2 Como se elabora a Demonstração do Valor Adicionado ..............................................100
5.10 Conclusão...........................................................................................................................102
Balanço Patrimonial 
e a Demonstração do 
Resultado do Exercício
Seja bem-vindo ao estudo da Contabilidade intermediária.
A Contabilidade, como você já aprendeu, tem como objetivo o estudo e o 
controle do Patrimônio das empresas, a fi m de fornecer informações sobre 
sua composição e suas variações qualitativas e quantitativas. Para isso, 
as demonstrações contábeis são utilizadas e o nível de detalhamento das 
análises a serem feitas sobre as mesmas difere de acordo com a necessidade 
de cada um de seus usuários.
Na Contabilidade Intermediária estudaremos o Patrimônio como um conjunto 
de bens e direitos, pertencentes a uma empresa ou pessoa. Como você 
estudou, o Patrimônio é composto de valores a receber. Esses valores a 
receber são denominados direitos. Além dos direitos, é necessário também 
evidenciar as obrigações (dívidas) geradas na aquisição dos bens e até 
mesmo de direitos. É importante, ainda, o estudo de conceitos dos grupos 
de contas que compõem os relatórios contábeis e a sua importância como 
instrumentos catalisadores de dados econômico-fi nanceiros.
É também evidente que as demonstrações contábeis, denominadas aqui 
de Demonstrações Financeiras por meio da legislação societária (Lei No. 
6.404/76), e alterações posteriores, notadamente a Lei 11.638/07, são 
utilizadas por vários usuários, especialmente os administradores, para 
prestar contas sobre os aspectos públicos de responsabilidade social da 
empresa, perante acionistas, credores, governose a comunidade em geral. 
As demonstrações contábeis têm, portanto, por objetivo, revelar a todas as 
pessoas interessadas, as informações sobre o Patrimônio e os resultados da 
empresa, a fi m de possibilitar o conhecimento e a análise de sua situação 
econômico-fi nanceira.
Relembrando, então, que na Contabilidade, a palavra Patrimônio tem um 
sentido vasto que por um lado signifi ca um conjunto de bens e direitos e, por 
outro lado, inclui as obrigações a serem pagas e a movimentação 
1
Marco Antonio O. Caetano
Introdução
2 UNIUBE
desses elementos resulta e proporciona as condições para geração de resultados 
econômicos e fi nanceiros nas empresas, mensuráveis e visualizáveis por meio 
das Demonstrações Contábeis. Esses elementos e suas relações serão o nosso 
foco de estudo neste componente chamado de Contabilidade intermediária.
Bons Estudos!
Ao término dos estudos propostos nesse capítulo, você estará apto a:
revisar e aprofundar conceitos sobre os Grupos de Contas que compõem 
os relatórios contábeis como: o Balanço Patrimonial e a Demonstração do 
Resultado do Exercício - DRE;
identificar a importância dos Relatórios Contábeis como instrumentos 
catalisadores dos dados econômicos e financeiros;
contribuir para um raciocínio em torno dos Relatórios Contábeis de forma 
lógico- dedutiva.
•
•
•
Objetivos
Esquema
Relatórios Contábeis
Balanço Patrimonial Demonstração do
Resultado
Grupo de Contas
Textos sugeridos e atividades propostas
Grupo de Contas
3 UNIUBE
1.1 Uma visão panorâmica dos relatórios contábeis conforme 
legislação em vigor
A Lei das Sociedades por Ações (Lei n. 6.404/76) que dispõe sobre as sociedades 
por ações e a Lei 11.638/07 que altera e revoga dispositivos daquela, estabelecem 
disposições relativas aos seguintes relatórios contábeis:
Balanço Patrimonial - BP
Demonstração do Resultado do Exercício - DRE
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados -DLPA
Demonstração dos Fluxos de Caixa - DFC
Demonstração do Valor Adicionado -DVA
A seguir, estão os objetivos dos relatórios contábeis que serão objetos de nossos 
estudos nesse capítulo:
Balanço Patrimonial: evidencia, de forma estática, um conjunto de bens e 
direitos, assim como as obrigações, determinando a natureza dos valores 
que compõem o Patrimônio da empresa.
Demonstração do Resultado do Exercício: evidencia, dinamicamente, 
o resultado das operações para um determinado período e os fatores 
determinantes desse resultado.
•
•
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•
•
•
•
O estudo da estrutura das demonstrações contábeis e sua análise têm se mostrado 
de fundamental importância no mundo corporativo, tendo em vista que é, a cada dia, 
mais relevante e salutar que empresas, antes de participarem de fusões ou serem 
incorporadas, sejam objetos de criteriosas avaliações financeiras ou econômicas. 
Evidentemente, abrangendo esquemas de interpretação não convencionais.
A estrutura das demonstrações contábeis evidencia, particularmente, as situações 
rotineiras das empresas brasileiras, permitindo uma melhor visualização e 
compreensão de sua evolução.
A fi m de melhorarmos a informação a ser estudada neste capítulo, é bom frisarmos 
que a Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76) é um texto legislativo – lei 
aprovada pelo Congresso Nacional, que tem o intuito de auxiliar no processo 
de viabilização e entendimento contábil aplicável uniformemente a inúmeras 
disposições apresentadas por essa Lei.
4 UNIUBE
Saiba mais
Para saber mais, acesse o link:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm>. 
Nesse site, você irá encontrar o teor da Lei 6.404/76 que dispõe, na integra, 
a legislação acerca das sociedades por ações.
Importante!
Atente -se para o artigo 176 da Lei no. 6.404, de 15/12/1976, o qual explicita 
quanto à compulsoriedade da publicação pelas companhias (empresas), 
ao final de cada exercício social com duração de um ano, das seguintes 
demonstrações contábeis:
a) Balanço Patrimonial - BP;
b) Demonstração do Resultado do Exercício - DRE.
Parada para refl exão
A publicação das demonstrações contábeis, na sua totalidade, só é 
obrigatória (compulsória) nas empresas com a forma jurídica de Sociedade 
Anônima (S.A); para as outras empresas, com outra forma jurídica, como por 
exemplo, a sociedade empresaria individual e Limitada, não são obrigatórias 
estas publicações em jornais de alta circulação (exemplo: Folha de São 
Paulo, Gazeta Mercantil, Jornal Valor Econômico, O Estado de São Paulo, 
dentre outros) embora seja utilizado, por elas, a mesma estrutura do Balanço 
Patrimonial (BP) e da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), mas 
não as publicam.
Após a leitura do trecho acima, compartilhe como os colegas de sala de aula 
o que você notou e percebeu acerca dos dois relatórios divulgados naqueles 
referidos jornais atentando-se para a estrutura, a disposição das contas, grupos e 
subgrupos de contas.
5 UNIUBE
Saiba mais
Você ainda encontrará outras publicações no link:
<http://www.bmfbovespa.com.br/cias-listadas/empresas-listadas/
BuscaEmpresaListada.aspx?idioma=pt-br>. 
Nesse link, você irá consultar as principais demonstrações fi nanceiras, fatos 
relevantes comunicados. 
Após conhecer algumas das principais empresas listadas na BMFBOVESPA por 
meio do link acima, vamos ao estudo do Balanço Patrimonial - BP.
1.2 Balanço Patrimonial
Demonstra o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade, evidenciando 
a situação patrimonial e estática de uma determinada empresa para dado momento, 
encerrando a sequência dos procedimentos contábeis, ou seja, apresentando, de 
forma ordenada, os três elementos componentes do Patrimônio, qual seja:
Ativo
Passivo e o Patrimônio Líquido 
•
•
Mas, para que você possa compreender um pouco mais, observe a seguir um 
modelo adaptado.
Quadro 1- Balanço Patrimonial
Fonte:Acervo do autor.
Ativo Passivo + Patrimônio Líquido
Circulante Circulante
Disponível Fornecedores
Caixa Salários a Pagar
Bancos Impostos a Recolher
Aplicações Financeiras Passivo Não Circulante
Realizável Patrimônio Líquido
Clientes Capital Social
Estoques Reservas de Capital
Despesas Antecipadas Reserva de Lucros
Ativo Não Circulante Ajustes de Avaliação Patrimonial
Realizável a Longo Prazo (-)Prejuízo Líquido do Exercício
Permanente
Investimentos
Imobilizado
Intangível
Total Ativo Total Passivo + P. Líquido
6 UNIUBE
Para que possamos melhorar a estrutura apresentada no quadro anterior e 
levando em consideração as alterações advindas da Lei 11.638/07, principalmente, 
quanto à classifi cação das contas do ativo permanente, veja a seguir as novas 
classifi cações.
Art. 178, parágrafo 1º, c. Altera a classifi cação das contas do ativo permanente.
Resumindo, fi caria assim, de acordo com a Lei 11.638/07:
Quadro 2- Alteração da classifi cação das contas do Ativo Permanente
Fonte: Acervo do autor.
Redação anterior Nova redação
Ativo Ativo
Circulante Circulante
Realizável a Longo Prazo Não Circulante
Permanente Realizável a Longo Prazo
Investimentos Permanente
Imobilizado Investimentos
Diferido Imobilizado
Intangível
E, de modo especial, o tratamento dispensado ao permanente fi cará assim 
distribuído:
Ativo permanente
Art.179. As contas serão classifi cadas do seguinte modo:
Quadro 3 - Alteração da classifi cação do Ativo Permanente
Fonte: Acervo do autor.
Redação anterior Nova redação
IV – no Ativo Imobilizado: os direitos que 
tenham por objeto bens destinados à 
manutenção das atividades da companhia 
e da empresa, ou exercidos com essa 
fi nalidade, inclusive os de propriedade 
industrial ou comercial.
IV – no Ativo Imobilizado: os direitos 
que tenham por objeto bens corpóreos 
destinados à manutenção das atividades 
da companhia ou da empresa ou exercidos 
com essa fi nalidade, os decorrentes de 
operações que transfi ram à companhia os 
benefícios, riscos e controle desses bens. 
7 UNIUBE
É, ainda, importante ressaltar que a Contabilidade tem por objeto o Patrimônio 
de uma determinada entidade, com objetivosclaros de controlá-lo. Veja, agora, 
algumas das defi nições de um importante autor da área:
É tão importante o estudo do ativo que poderíamos dizer que é 
o capítulo fundamental da Contabilidade, porque à sua defi nição 
e avaliação está ligada a multiplicidade de relacionamentos 
contábeis que envolvem despesas e receitas. (IUDÍCIBUS, 
2009:129). 
E prossegue, afi rmando que “é crítico o entendimento da verdadeira natureza do 
ativo, em suas características gerais” (IUDÍCIBUS, 2009:129).
Note, ainda que, ativo pode ser defi nido como resultado de operações passadas 
e do qual se espera benefícios presentes e futuros.
Alguns dos exemplos mais comuns:
Bens: móveis, máquinas e equipamentos, instalações.
Direitos: clientes, duplicatas a receber.
•
•
Parada para refl exão
Para que você aprofunde um pouco mais, acesse o link:
<http://www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.pdf>.
Aqui estão estabelecidos os conceitos que fundamentam a característica 
fundamental de ativo que nada mais é do que a capacidade de prestar 
serviços para uma determinada entidade, seja individualmente ou em 
conjunto, capazes de gerar entradas líquidas de caixa.
Antes de prosseguirmos, é importante que você elabore uma lista de seus 
bens, direitos, e, em seguida, compartilhe com seus colegas de sala de aula 
acerca de quais bens e direitos constam de seu Patrimônio pessoal. 
Após a listagem de seus ativos, vamos dar continuidade aos nossos estudos 
dividindo o ativo em subgrupos, quais sejam grupos, subgrupos e contas do 
ativo.
8 UNIUBE
1.2.1 Ativo Circulante
Aqui são classificados todos os bens e direitos que se convertem em dinheiro a 
curto prazo. Entende se por curto prazo os valores realizáveis (conversíveis em 
dinheiro) até o final do exercício seguinte, ou seja, até 12 meses. Entretanto, temos 
que observar o ciclo operacional da empresa, ou melhor dizendo, é o período 
compreendido entre a compra de um determinado produto e o seu recebimento.
Saiba mais
Para que você possa conhecer um pouco mais acerca do que seja ciclo 
operacional, acesse o link:
<http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/ciclos.htm>.
As contas desse grupo podem ainda ser distribuídas em três subgrupos distintos, 
a saber:
Disponível: são recursos financeiros que podem ser utilizados, imediatamente, 
sem restrições. O exemplo mais clássico desse grupo é a conta Caixa representada 
pelo numerário (dinheiro) existente na empresa, já a conta bancos representa 
os recursos depositados em instituições financeiras para livre movimentação e, 
por fi m, as aplicações financeiras de liquidez imediata, ou melhor, as aplicações 
financeiras de fácil conversibilidade em dinheiro.
Realizável: são os recursos aplicados em direitos que poderão ser convertidos 
em dinheiro no prazo de um ano, ou seja, até o exercício social seguinte. Alguns 
exemplos: a conta Duplicatas a Receber, os Estoques.
Despesas antecipadas: são os recursos aplicados antecipadamente, que 
geram benefícios ou serviços tanto para os períodos seguintes quanto para o 
subsequente, comumente conhecida como Despesas do Exercício Seguinte. A 
conta Prêmios e Seguros a Apropriar, assim como dos Encargos Financeiros a 
Apropriar são alguns dos exemplos mais comuns desse subgrupo.
1.2.2 Ativo Não Circulante
É sabido que o Ativo Não Circulante é composto por ativos de natureza duradoura 
com fi ns específi cos de atender às operações normais da empresa, bem como os 
direitos exercidos com essa especifi ca fi nalidade.
9 UNIUBE
É importante ainda elencar os seguintes subgrupos:
Ativo Realizável a Longo Prazo.
Investimentos.
Imobilizado.
Intangível.
Então, vamos às explicações das contas que, a partir de então, fará parte da 
composição, de acordo com a lei 11.638/07, das contas que compõem o ativo não 
circulante.
Ativo Permanente
Investimentos: é composto de contas que não se destinam, especificamente, à 
manutenção das atividades operacionais da empresa. Também conhecido como 
Bens de Renda. Por exemplo: participação acionária em Empresas Controladas 
e Coligadas (ações em outras empresas); Obras de Arte; Terrenos e Imóveis para 
utilização com fi ns de se obter ganhos de capital.
•
•
•
•
Imobilizado: é composto de bens e direitos que se destinam à manutenção das 
atividades normais da empresa. Normalmente, são reduzidas pelas respectivas 
contas credoras de Depreciação, Amortização e Exaustão, conforme o caso. 
Algumas contas do Imobilizado são: terrenos, edifícios, instalações, máquinas e 
equipamentos, entre outras.
Intangível: é composto por bens incorpóreos destinados à manutenção das 
atividades da empresa, inclusive o fundo de comércio adquirido.
Parada para refl exão
Leia o texto disponível no link: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/
guia/planodecontas.htm>. 
Nele você irá ler sobre a disposição sistemática das contas dispostas por grau 
de liquidez decrescente. Após a leitura do conteúdo do link, compartilhe com 
seus colegas de turma nos encontros presenciais as disposições contidas 
no link, tecendo pequenos comentários.
10 UNIUBE
1.3 Grupos, subgrupos e contas do Passivo e Patrimônio 
Líquido
Ao elencar os grupos e os subgrupos e contas do Passivo e do Patrimônio Líquido, 
encontramos:
1.3.1 Passivo: são as obrigações e deveres da empresa que representam para 
um determinado período, tudo que ela deve a terceiros e aos sócios. Sendo assim, 
podemos subdividi-las em:
Passivo Circulante: são as obrigações exigíveis a curto prazo, ou seja, com 
vencimento até o final do exercício seguinte. A título de exemplo, temos os 
fornecedores a pagar, encargos sociais a pagar, impostos a pagar, empréstimos 
a pagar, entre outros.
Passivo Não-Circulante: aqui são classifi cadas todas as obrigações exigíveis 
após o término do exercício social seguinte, ou após o ciclo operacional da 
empresa, se este for superior a um ano. Por exemplo: todas as contas do passivo 
circulante que se enquadrem no longo prazo.
Patrimônio Líquido: representa os recursos próprios da empresa, que pertencem 
a seus acionistas ou sócios. Ele é subdividido em Capital Social, Reservas 
de Capital, Reservas de Lucros, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Ações em 
Tesouraria e Prejuízos Acumulados.
Importante!
Ajustes de Avaliação Patrimonial: são constituídas 
pela contrapartida de aumentos ou diminuições dos 
valores atribuídos a elementos do ativo e do passivo, 
em decorrência da avaliação a valor justo, enquanto 
não computadas no resultado do exercício.
Valor Justo
Que pode ser entendido 
como o valor pelo qual 
um ativo pode ser 
avaliado ou negociado 
a valores de mercado 
ou não, ou um passivo 
liquidado, entre 
partes interessadas, 
conhecedoras do negócio 
e independentes entre 
si, com a ausência de 
fatores que pressionem a 
liquidação da transação 
ou que caracterizem uma 
transação compulsória.
11 UNIUBE
Vamos prosseguir com nosso estudo, pois ainda nos resta conhecer as subdivisões 
do Patrimônio Líquido, quais sejam:
Capital Social: representa os valores efetivamente integralizados pelos acionistas 
(ou sócios). É demonstrado com o valor do capital subscrito, deduzido pela conta 
devedora que representa o capital a integralizar.
Reservas de Capital: são valores recebidos pelas empresas e que não são exigíveis 
e nem são receitas. Por exemplo: Correção Monetária do Capital realizado; dentre 
outras.
Reservas de Reavaliação: representam valores gerados pelos aumentos de valor 
dos ativos reavaliados com base em laudos técnicos emitidos por peritos ou 
empresas especializadas em reavaliação de ativos.
Reservas de Lucros: são constituídas com lucros retidos, aqueles apurados 
conforme demonstração do resultado do exercício e para as quais têm as seguintes 
finalidades: 
A Reserva Legal: é constituída aplicando-se o percentual de 5% (cinco por cento) 
do lucro líquido do exercício, limitada a 20% do Capital Social. Podendo, também, 
ser utilizada para compensação de prejuízos e aumento de capital social.As Reservas Estatutárias: são constituídas de acordo com o que determina 
o estatuto da empresa, por exemplo: expansão da fábrica, renovação de 
equipamentos.
As Reservas para Contingências: têm a fi nalidade de compensar prováveis perdas 
ou prejuízos no futuro, por exemplo: greves, enchentes, incêndios.
Lucros ou Prejuízos Acumulados: são lucros ou prejuízos líquidos, remanescentes 
do exercício social atual ou anteriores que não tiveram destinações específicas.
Saiba mais
Como é sabido, houve alterações relevantes na estrutura do Patrimônio 
Líquido. 
A fi m de que você possa se inteirar acerca das mudanças ocorridas com o 
advento da Lei 11.638/07, notadamente o art. 178, parágrafo 2º “d”, acesse o 
link:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm>.
Nele você encontrará as principais disposições da nova estrutura acerca da 
elaboração e divulgação das demonstrações fi nanceiras.
12 UNIUBE
Após a leitura do conteúdo da Lei acima mencionada, observe a seguir como fi cou 
o Balanço Patrimonial após aquelas mudanças.
O Artigo 178, parágrafo 2º “d” – altera a classifi cação das contas do Patrimônio 
Líquido da seguinte forma:
Quadro 4- Alteração da classifi cação das contas do Patrimônio Líquido
Redação anterior Nova redação
Passivo Passivo
Circulante Circulante
Exigível longo prazo Exigível longo prazo
Resultado de exercícios futuros Resultado de exercícios futuros
Patrimônio Líquido Patrimônio Líquido
 Capital Social Capital Social
 Reservas de capital Reservas de capital
 Reservas de reavaliação Ajustes Avaliação Patrimonial
 Reservas de lucros Reservas de lucros
 Lucros/prejuízos acumulados Ações em tesouraria
 Prejuízos acumulados
Veja a seguir, como fi caria um balanço patrimonial hipotético:
Quadro 5 - Balanço Patrimonial hipotético
Fonte: Acervo do autor.
Balanço levantado em Março de 2005
Ativo Passivo
Banco 7.000,00 Fornecedores 2.000,00
Mercadorias 2.500,00 Patrimônio Líquido
Capital Social 4.000,00
Lucro do Exercício 3.500,00
SOMA DO ATIVO 9.500,00 SOMA DO PASSIVO 9.500,00
Fonte: Acervo do autor.
13 UNIUBE
Importante!
Aqui, encerramos a abordagem dos principais grupos, subgrupos e contas 
do balanço patrimonial de acordo com o proposto pela Lei 6.404 de 15 de 
dezembro de 1976, com alterações da Lei 11.638/07, assim como da ordem 
em que o Ativo e o Passivo e Patrimônio Líquido são apresentados.
Dando prosseguimento aos nossos estudos, vamos, a partir de agora, conhecer 
outra demonstração fi nanceira, a Demonstração do Resultado do Exercício. 
1.4 Demonstração do Resultado do Exercício - DRE
1.4.1 Das noções gerais
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é também um dos Relatórios 
Contábeis básicos, que estruturada em obediência à legislação societária, evidencia 
de forma clara, o resultado das operações de uma determinada empresa (sociedade 
empresária), ou seja, se determinada empresa apresenta lucros ou prejuízos 
resultantes das operações principais e acessórias provocadas por movimentações 
de compra, venda, investimentos, fi nanciamentos, dentre outras operações.
Esses resultados das operações, lucro ou prejuízo do exercício podem de acordo 
com as deliberações dos acionistas ou sócios do negócio serem retirados ou 
reinvestidos.
Então, podemos afi rmar que a Demonstração do Resultado do Exercício - DRE 
é, de fato, um instrumento valioso na condução das operações de qualquer 
empresa.
Nesse mesmo sentido, podemos defi nir a Demonstração de Resultado do Exercício 
- DRE como uma demonstração que evidencia de forma clara e resumida um 
conjunto de operações de uma determinada entidade e para um determinado 
período que se destina, a tornar claro, a formação do resultado.
A fi m de melhorar o nosso entendimento, devemos entender que essa demonstração 
aponta, por exemplo, as vendas brutas, as deduções a ela diretamente implicadas, 
os custos, as despesas e, por fi m, após a confrontação dos mesmos a apuração de 
um resultado, resultado esse que daremos o nome de lucro do exercício quando 
as receitas forem superiores aos custos e as despesas.
Note que essa demonstração é também utilizada por administradores a fi m 
de prestar contas perante os acionistas, credores, governos e a comunidade 
em geral. Ou ainda, revelar, a todas as pessoas interessadas, determinadas 
informações sobre o Patrimônio e os resultados da empresa, a fi m de possibilitar 
o conhecimento e a análise de sua situação econômico-fi nanceira.
14 UNIUBE
Saiba mais
Antes de darmos prosseguimento ao nosso estudo, acesse o link a seguir para 
fi ns de conhecermos um pouco mais acerca dos principais conceitos atinentes 
a demonstração:
<http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstracaodoresultado.
htm>.
Neste link você irá entender a estrutura conceitual de cada grupo que compõe 
a demonstração do resultado do exercício.
Após a leitura acima, a qual lhe proporcionou uma melhor compreensão da 
disposição daquela demonstração, continuemos.
Da estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício - DRE
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é uma demonstração contábil 
que evidencia o fluxo de receitas e de gastos (custos, despesas, perdas e ganhos), 
que resulta em aumento ou redução do Patrimônio líquido.
Ela deve ser apresentada de forma dedutiva, isto é, se inicia com a Receita 
Operacional Bruta e dela se deduz os respectivos custos e despesas, a fi m de 
apurar o lucro líquido para um determinado exercício.
Veja, a seguir, como fi caria uma de Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE), hipotética:
Quadro 6- Demonstração do Resultado do Exercício hipotético
Fonte:Acervo ao autor
Demonstração do Resultado do Exercício
Período de: 01/04/2005 a 30/04/2005
Empresa: XXXXX Comércio Ltda
Receita de Vendas 8.500,00
(-) Custo da Mercadoria (6.000,00)
(=) Lucro do Exercício 2.500,00
15 UNIUBE
Agora, vamos ao estudo das principais contas que compõem a Demonstração do 
Resultado do Exercício - DRE.
Receita Operacional Bruta: apresenta o valor das vendas à vista e a prazo de 
mercadorias e/ou produtos, bem como de serviços prestados, e incluem todos os 
impostos. É popularmente conhecida por Faturamento Bruto.
1.4.2 Deduções sobre a Receita Operacional Bruta
Esse grupo de contas aborda as deduções da Receita Bruta, para gerar a Receita 
Líquida. É composto pelas seguintes contas:
Vendas canceladas: representam as mercadorias devolvidas pelos clientes por 
cancelamento;
Devoluções e abatimentos: são devoluções recebidas e/ou descontos 
condicionais concedidos a clientes, por defeitos apresentados pelos produtos 
vendidos;
Impostos incidentes sobre as vendas e serviços: representam os impostos 
incidentes sobre as vendas e os serviços prestados, gerados por meio da emissão 
de notas fiscais e faturas, tais como: IPI, ICMS, ISS, PIS.
1.4.3 Receita Operacional Líquida 
Corresponde ao valor obtido pela Receita Operacional Bruta deduzida das 
Vendas Canceladas, Devoluções e Abatimentos e os Impostos.
1.4.4 Custos Operacionais
Esse grupo é composto pelas seguintes contas:
Custo das Mercadorias Vendidas - CMV: representa o valor de custo 
correspondente às parcelas vendidas, das mercadorias adquiridas prontas para 
serem comercializadas.
E, ainda, a fi m de melhorar o entendimento, vamos desmembrar a conta CMV:
CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final
Custo dos Produtos Vendidos - CPV: representa a parcela vendida dos custos 
incorridos pela empresa em seu processo de fabricação de seus produtos 
acabados, composto das matérias-primas e insumos (mão de obra, materiais, 
etc.).
CPV = EIPA + CPP – EFPA 
16 UNIUBE
1.5 Resultado Operacional Bruto
O Resultado Bruto Operacional é a diferença entre a Receita Operacional Líquida 
e os Custos Operacionais. É conhecido, também, como Lucro Bruto. 
1.5.1 Despesas Operacionais:são necessárias para promover, vender e 
distribuir os produtos, administrar a empresa e financiar operações. Os principais 
subgrupos são:
Despesas administrativas: são gastos incorridos para administrar a empresa. São 
constituídas de: salário e encargos sociais do pessoal administrativo, honorário do 
conselho e diretoria, aluguéis de escritórios etc.
1.6 Lucro antes do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição 
Social (CS) ou prejuízo do período 
É a diferença entre o lucro operacional e os resultados não operacionais. Também 
conhecido como LAIR.
Despesas Comerciais: são compostas de gastos com pessoal de vendas, 
comissões sobre vendas, propaganda e publicidade etc.
Despesas Financeiras: são compostas de contas como: juros pagos ou incorridos, 
descontos concedidos, comissões bancárias, CPMF etc.
Outras Receitas e Despesas Operacionais: são receitas e despesas não 
classifi cáveis em subgrupos anteriores, como: receitas de aplicações financeiras, 
vendas de sucatas, entre outras.
Lucro (ou prejuízo) Operacional: é o valor obtido após deduzir as despesas 
operacionais do Resultado Bruto Operacional.
Resultados não Operacionais: são despesas e/ou receitas não relacionadas 
diretamente com o negócio da empresa. São constituídos, basicamente, de 
ganhos e perdas de capitais provenientes de baixas ou vendas dos elementos do 
ativo permanente, perdas incondicionais ocorridas, entre outros.
em que:
EIPA = Estoque Inicial de Produtos Acabados;
CPP = Custo de Produção do Período;
EFPA = Estoque Final de Produtos Acabados.
Custo dos Serviços Prestados - CSP: representa os custos incorridos para 
gerar serviços e é composto pelos custos da mão de obra utilizada, dos materiais 
aplicados e outros gastos.
17 UNIUBE
1.7 Provisão para o IR e a CS
O Imposto de Renda e a Contribuição Social são calculados sobre o lucro real, 
que é calculado com a adição de despesas não dedutíveis e de outros valores 
possíveis de tributação e dedução (compensação) de prejuízos de exercícios 
anteriores, por meio do LALUR (Livro de Apuração do Lucro Real).
Mas, atenção, o Imposto de Renda e a Contribuição Social são calculados sobre 
o lucro real, que é calculado com a adição de despesas não dedutíveis e de 
outros valores possíveis de tributação, e dedução (compensação) de prejuízos de 
exercícios anteriores, por meio do LALUR.
1.8 Lucro depois do IR e da CS ou prejuízo do período
Corresponde à diferença entre o LAIR e a Provisão do IR e da CS.
1.9 Participações, contribuições e distribuições 
As participações estatutárias no lucro, de empregados, administradores e 
partes beneficiárias são calculadas sobre o lucro após o Imposto de Renda e a 
Contribuição Social.
1.10 Lucro (ou prejuízo) líquido do período 
É o resultado final do exercício social, que fica à disposição dos acionistas (ou 
sócios) da empresa, para a constituição de reservas de lucros. Se o resultado final 
for prejuízo líquido, poderá ser compensado com lucros acumulados de exercícios 
anteriores ou reservas de lucros.
1.11 Conclusão
Neste capítulo, foram-lhe apresentados os procedimentos de apuração de 
resultados econômicos das organizações com a utilização de técnicas contábeis 
apropriadas.
Você teve a oportunidade de aprofundar seus estudos na composição do Balanço 
Patrimonial, conhecendo detalhadamente os grupos e contas, podendo assim 
identifi car os elementos necessários para a apuração do resultado.
Apresentou-se a você, de forma minucios, a estrutura da demonstração do 
resultado - DRE, além de outras demonstrações complementares da compreensão 
e destinação dos valores apurados no processo, tais como Demonstração dos 
Lucros ou Prejuízos Acumulados e a Demonstração das Mutações do Patrimônio 
Líquido.
18 UNIUBE
As demonstrações tidas como obrigatórias no Brasil são: Balanço Patrimonial - 
BP, Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, Demonstração dos Lucros 
ou Prejuízos Acumulados - DLPA, Demonstração das Mutações do Patrimônio 
Líquido - DMPL. Além de todas estas demonstrações supracitadas devemos 
ressaltar a importância e necessidade da elaboração das notas explicativas como 
forma de complemento das demonstrações contábeis. No entanto, este trabalho 
tem por objetivo enfatizar o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado 
do Exercício, demonstrações estas que facilitarão a identifi cação e o conhecimento 
contábeis das empresas. 
O Balanço Patrimonial - BP é a apresentação dos saldos respectivos de 
todas as contas da contabilidade de uma empresa ou entidade contábil em 
uma determinada data, dispostos ou arrumados de uma forma relativamente 
padronizada, com a fi nalidade de permitir, a quem o analisa, uma visualização 
rápida da posição econômico-fi nanceira dessa companhia naquela data. 
Assim, temos a conceituação defi nida pelo Conselho Federal de Contabilidade.
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a 
evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada 
data, a posição patrimonial e fi nanceira da Entidade.
 (PORTAL, 2010)
A estrutura do Balanço Patrimonial é formada pelo Ativo, Passivo e Patrimônio 
Líquido.
O Balanço Patrimonial consiste na apresentação das contas classifi cadas por 
grupos, segundo os elementos do Patrimônio que registrem, e agrupadas de 
modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação fi nanceira da companhia. 
No Brasil, a Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por 
Ações) padronizou o título de cada grupo do balanço, assim como as alterações 
posteriores conforme a Lei nº 11.638/07.
A Demonstração do Resultado do Exercício - DRE destina-se a evidenciar a 
composição do resultado formado num determinado período nas operações de 
uma empresa, gerando informações signifi cativas para a tomada de decisão é, 
ainda, a Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal 
apresentar de forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto 
de operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses.
Resumo
19 UNIUBE
Caro aluno, tenha em mente que nesse capítulo não esgotamos todo o assunto que 
poderíamos ainda explorar. Leve em consideração que depende de você o avanço 
e o aprofundamento dos dois relatórios aqui tratados, quais sejam, o Balanço 
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício aqui denominadas pelas 
siglas BP e DRE, respectivamente. Para isso, você recebeu o livro customizado 
anexado ao seu material: MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 15 
ed. São Paulo: Atlas, 2009. Leia, dele, os seguintes capítulos:
Capítulo 3: Balanço Patrimonial – Grupo de Contas – (uma abordagem preliminar) 
- páginas 7 a 31. Nesse capítulo, o autor aborda as defi nições, conceitos e os 
respectivos grupos, subgrupos do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, contribuindo 
sobremaneira para seu aprendizado.
Capítulo 06 – Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, páginas 32 a 56, 
em que o autor aborda a estrutura, os grupos e subgrupos das Receitas, Custos 
e Despesas, auxiliando-o na compreensão dos temas tratados neste capítulo.
Ressaltamos ainda que, de acordo com a Lei 6.404/76 <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm> com alterações de dispositivos com a publicação 
da Lei 11.638/07 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/Lei/
L11638.htm>, os relatórios sofreram signifi cativas alterações.
Cabe a você, a partir do término deste capítulo, ler a legislação proposta assim 
como os textos indicados, inclusive os do comitê de pronunciamentos contábeis – 
principalmente, o pronunciamento conceitual básico – estrutura conceitual <http://
www.cpc.org.br/pronunciamentosIndex.php>.
Acesse a seguinte página, do site da Secretaria da Receita Federal: <http://www.
receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2004/PergResp2004/pr268a285.
htm>. Por esta página você terá a oportunidade de aprender mais acerca desse 
livro fi scal LALUR Livro de Apuração do Lucro Real.
Visite também as seguintespáginas:
<http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstracaodoresultado.htm>.
Neste site você irá compreender a composição da demonstração do resultado do 
exercício.
<http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2004/PergResp2004/
pr268a285.htm>. Neste site você irá aprofundar seus conhecimentos acerca do 
livro de apuração do lucro real, destinado à apuração do lucro tributário.
Leituras
20 UNIUBE
As atividades que indicamos visam a assimilação da teoria versus prática aplicada 
na elaboração do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do 
Exercício. Portanto, é interessante que você faça a leitura de todo o material que 
preparamos para você, antes de iniciar suas atividades.
Caso encontre difi culdades na resolução das mesmas, retorne ao material e faça 
a releitura, tudo isso completará sua formação profi ssional.
Você deverá resolver os exercícios a seguir, muito importantes para a fixação dos 
conhecimentos adquiridos até o presente momento. 
Boa prática!
Atividade 1
Com base na tabela a seguir, marque “X” na respectiva coluna o que você 
entende por Ativo (A), Passivo (P) ou Patrimônio Líquido (PL):
A P PL N.A Valor
Duas máquinas usadas nas operações da empresa 120.000,00
Equipamento totalmente destruído 49.000,00
Matéria prima sob guarda provisória 23.000,00
A marca da empresa 100.000,00
Veículos arrendados através de leasing 50.000,00
Salários devidos aos empregados 12.600,00
Capital Social 60.000,00
Atividade 2
Considere três empresas, admitindo que possuem em ativo “fogões”:
a. Cia. “A” é fabricante de fogões industriais; 
b. Cia. “B” é revendedora de fogões industriais;
c. Cia.“C” é uma fábrica de alimentos e tem uma cozinha industrial. 
Assinale a alternativa que apresenta sequencialmente a alternativa correta:
a) Circulante, Circulante e Circulante.
b) Circulante, Circulante e Realizável a Longo Prazo .
c) Circulante, Circulante e Imobilizado.
d) Circulante, Realizável a Longo Prazo e Imobilizado. 
e) Circulante, Circulante e Investimentos.
Atividades
21 UNIUBE
Atividade 3
Assinale a alternativa correta quanto à classifi cação de Capital de Terceiros:
a) Patrimônio Líquido.
b) Fornecedores a Pagar.
c) Capital Próprio.
d) Duplicatas a Receber. 
e) Reservas de Capital.
Referências
Atividade 4
Para a correta classifi cação do Patrimônio Líquido, que é classifi cado por ordem 
de exigibilidade, assinale a alternativa que identifi ca essa disposição.
a) Capital Social, Lucros Acumulados e Reservas de Contingência.
b) Capital Social, Reservas de Reavaliação, Reservas de Lucros. 
c) Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Lucros.
d) Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Ajustes Avaliação 
Patrimonial.
e) Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Ajustes de Avaliação Patrimonial.
Atividade 5
Um empréstimo obtido com carência de 2 anos, ou seja, com início de pagamento 
somente depois de 2 anos, é classificado em uma conta como:
a) Realizável a Longo Prazo. 
b) Exigível a Longo Prazo.
c) Patrimônio Líquido.
d) Permanente.
e) Ajustes de Avaliação Patrimonial.
Equipe de professores da FEA/USP. Contabilidade Introdutória. 11 ed. São 
Paulo: Atlas, 2010. 
MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 15. ed. São Paulo: Atlas 20
09. 
PORTAL da Contabilidade. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.
com.br/guia/balancopatrimonial.htm>. Acesso em: 08-04-2010. 
Explorando a Demonstração 
dos Lucros ou Prejuízos 
Acumulados - DLPA e a 
Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido - DMPL
Seja bem-vindo ao estudo da Contabilidade intermediária.
Neste estágio dos nossos estudos, você já é capaz de compreender a posição 
patrimonial e financeira de uma empresa, uma vez que já estudamos o Balanço 
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Lembrando-o mais 
uma vez que a Lei das Sociedades Anônimas (LSA) trata da estrutura e da 
função daquelas demonstrações. Ou seja, a primeira que agrega um conjunto 
de bens, direitos e obrigações, assim como a participação dos acionistas/sócios 
da empresa e a segunda que apura o resultado de um determinado exercício. 
Naquela oportunidade, foi apresentado o balanço patrimonial, com seguinte 
estrutura hipotética:
2
Marco Antonio de O. Caetano
Introdução
E, em seguida a Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, também, 
hipotética:
Quadro 1- Balanço levantado em março de 2005.
Fonte: Acervo do autor.
Balanço levantado em Março de 2005
Ativo Passivo
Banco 7.000,00 Fornecedores 2.000,00
Mercadorias 2.500,00 Patrimônio Líquido
Capital Social 4.000,00
Lucro do Exercício 3.500,00
SOMA DO ATIVO 9.500,00 SOMA DO PASSIVO 9.500,00
24 UNIUBE
Objetivos
Após os estudos realizados a partir desse capítulo, você estará apto a:
identifi car e defi nir os componentes da Demonstração dos Lucros ou 
Prejuízos Acumulados e a Demonstração das Mutações do Patrimônio 
Líquido;
avaliar a importância dos relatórios DLPA e DMPL;
identifi car a importância dos relatórios contábeis diante da legislação 
societária. 
•
•
•
Agora, nesse capítulo, daremos prosseguimento aos nossos estudos, 
conhecendo mais dois demonstrativos contábeis, quais sejam:
 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA.
 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL.
Bons Estudos!
•
•
Quadro 2- Demonstração do Resultado do Exercício - DRE
Fonte: Acervo ao autor.
Demonstração do Resultado do Exercício
Período de: 01/04/2005 a 30/04/2005
Empresa: XXXXX Comércio Ltda
Receita de Vendas 8.500,00
(-) Custo da Mercadoria (6.000,00)
(=) Lucro do Exercício 2.500,00
25 UNIUBE
Esquema
Leituras Obrigatórias,
Complementares e atividades
propostas
Demonstração de Lucros ou
Prejuízos Acumulados – DLPA –
Modelo
Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido – DMPL -
Conceito
2.1 Aspectos gerais
Para então darmos início ao estudo da Demonstração de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, é necessário 
que você tenha bem claros os conceitos acerca destes dois relatórios contábeis, 
tarefa a que este roteiro e esta unidade se propõem.
2.2 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados 
Observe que o objetivo da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados é 
o de relatar as modificações ocorridas na conta “Lucros ou Prejuízos Acumulados” 
em determinado exercício social, ou seja, a composição do saldo no início do 
período, integralização de capital social, contribuições para a reserva de capital, 
reserva legal, lucro líquido do período, dividendos propostos, dentre outros. E a 
conta Lucros ou Prejuízos Acumulados tem a função de relatar as modificações 
ocorridas no Patrimônio líquido para aquele mesmo período de apuração, ou seja, 
transferências de parte dos lucros para reserva legal, reserva estatutária, reserva 
orçamentária, dividendos propostos, aumento de capital social, assim como 
reserva de reavaliação dentre outras operações.
26 UNIUBE
Parada para refl exão
Antes de prosseguir com os estudos, visite o endereço eletrônico abaixo e 
leia um pouco mais sobre o Patrimônio Líquido e seus elementos, para que 
possamos juntos apreender o conteúdo que iremos, daqui para frente, tratar 
com maiores detalhes.
Na seguinte página, você irá compreender a composição das principais contas 
do Patrimônio Líquido:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Patrim%C3%B4nio_l%C3%ADquido>. 
Após a leitura do link acima, você se deparou com a 
seguinte estrutura do Patrimônio Líquido:
Capital Social
Reservas de Capital
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucros
Prejuízos Acumulados
•
•
•
•
•
Capital Social 
Representa o 
investimento efetuadona companhia pelos 
seus proprietários 
e acionistas, que 
adquiriram os títulos 
denominados de ações. 
Pelas leis brasileiras, o 
valor do capital social 
é imutável e só sofrerá 
alterações quando 
houver a aprovação 
de aumentos ou 
diminuições do mesmo.
É importante relembrar de que a LSA faculta à empresa, 
elaborar uma das duas demonstrações; contudo, com a 
alteração advinda da Lei 11.638/07, a conta Lucros ou 
Prejuízos Acumulados passou a ter uma característica 
especial: ela só poderá ter saldo zero ou negativo. 
No segundo caso, representará prejuízo. Sendo seu saldo igual a zero, ela não 
fi gurará no Balanço Patrimonial, pois o seu saldo terá sido obrigatoriamente 
distribuído. Caso contrário, este fi gurará no Balanço Patrimonial como Prejuízo 
Acumulado, em função de o Patrimônio Líquido incluir também os lucros ou 
prejuízos acumulados.
Diante dessas razões, acreditamos que as empresas estarão optando pela DMPL - 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, que conforme já salientamos, 
trata-se de uma demonstração que evidencia a movimentação de diversas contas 
do Patrimônio Líquido, sendo assim mais completa.
27 UNIUBE
Importante
Após a leitura dos links acima sugeridos, é oportuno frisar que devido a uma 
exigência da CVM – Comissão de Valores Mobiliários, as empresas de capital 
aberto, ou seja, as companhias que negociam suas ações no mercado (Bolsa de 
Valores), são obrigadas a elaborar a Demonstração das Mutações do Patrimônio 
Líquido - DMPL.
Vamos, a partir de agora, aprofundar nossos conhecimentos, pois já temos 
condições sufi cientes para prosseguir. 
Inicialmente, vamos dividir o Patrimônio Líquido em:
Capital Social;
Reservas de Capital;
Reservas de Reavaliação;
Reservas de Lucros;
Lucros ou Prejuízos Acumulados.
2.2.1 Conceitos e Objetivos
A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) tem por objetivo 
evidenciar os elementos que provocam mutações, para mais ou para menos, no 
saldo da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Alguns exemplos que afetam o lucro ou o prejuízo acumulado:
a) acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício;
b) redução por dividendos;
•
•
•
•
•
Para saber mais acerca das principais alterações acesse o link < http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm>. Nesse link, você irá se 
inteirar do conteúdo da lei, em que já constam todas a mudanças pertinentes 
à demonstração do lucro ou prejuízo acumulado e à demonstração das 
mutações do patrimônio líquido.
Acesse também o link <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/Lei/L11638.htm> para se inteirar das principais mudanças na 
legislação societária, acerca da elaboração e divulgação das demonstrações 
fi nanceiras.
Saiba mais
28 UNIUBE
c) acréscimo por reavaliação de ativos (quando o resultado for credor);
d) acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos.
Itens que não afetam o lucro ou o prejuízo acumulado:
a) aumento de capital com utilização de lucros e reservas;
b) apropriações do lucro líquido do exercício reduzindo a conta Lucros 
Acumulados para formação de reservas, como Reserva Legal, Reserva 
de Lucros a Realizar, Reserva para Contingência e outras;
c) reversões de reservas patrimoniais para a conta de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados.
De uma forma direta, podemos assim, afi rmar que a montagem da Demonstração 
do Lucro ou Prejuízo Acumulado se dá por meio da transcrição do saldo do início 
do exercício (constante do balanço patrimonial/Lucros ou Prejuízos Acumulados 
do exercício anterior) e que, por meio de ajustes, acréscimos e subtrações, 
movimentações ou mutações, perfazem um saldo fi nal para o exercício atual sob 
elaboração.
A DLPA tem também como fi m a incumbência de demonstrar de que forma foram 
distribuídos o resultado do exercício mais o saldo acumulado de exercícios 
anteriores e, em decorrência, qual a parcela que restou para ser distribuída, que 
tem de ser destinada, em último caso, conforme preceitua a Lei 11.638/07.
Agora, acesse o link abaixo para saber mais a respeito da Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL, atentando-se para as mutações 
que a afetam ou não. 
<http://www.potaldecontabilidade.com.br/guia/demonstlucrosprejacumulados.
htm>.
Você irá identifi car os principais procedimentos com fi m de elaborar a 
demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados.
Saiba mais
29 UNIUBE
Importante
Cabe lembrar que, a Lei nº 6.404/76, no parágrafo 2º, do art.186, estabeleceu 
que a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados poderá ser incluída 
na demonstração das mutações do Patrimônio Líquido se elaborada e divulgada 
pela empresa.
Entretanto para que você possa assimilar um pouco mais do fundamento legal 
exposto acima, observe a estrutura da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos 
Acumulados abaixo:
Saldo no início do período X
(+-) ajustes de exercícios anteriores (AEA) X
(=) Saldo contábil ajustado X
(+-) Lucro ou prejuízo líquido do exercício X
(+) Reversões de reservas X
(-) Destinações: X
Transferência para aumento de Capital X
Dividendos propostos X
Transferência para Reservas X
(=) Saldo no fi nal do período X
Fonte: Acervo do autor 
Agora, preste muita atenção, pois vamos detalhar cada item componente da 
demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Vamos conhecer os principais grupos e suas respectivas fontes de informação da 
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA que ora acabamos 
de apresentar.
 
Saldo no Início do Período
O saldo no início do período corresponde ao saldo da conta Lucros Acumulados 
ou Prejuízos, evidenciados no balanço anterior.
Ajustes de Exercícios Anteriores
Aqui são consideradas aquelas modificações decorrentes de mudança de critério 
contábil ou de retificação de erro imputável a exercícios anteriores. Alguns 
exemplos mais comuns:
a) mudança de critérios de avaliação de estoques, investimentos etc.;
Quadro 3- Estrutura da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos 
Acumulados DLPA
30 UNIUBE
b) adoção de outros métodos de depreciação;
c) depreciações, amortizações e exaustões contabilizadas a maior ou a menor em 
anos anteriores.
Saldo inicial ajustado
É o saldo inicial corrigido, ajustado por adições e/ou exclusões, conforme modelo 
apresentado acima.
Resultado do Exercício
Corresponde ao lucro ou prejuízo líquido apurado na Demonstração do Resultado 
do Exercício (DRE).
Reversões de Reservas
Este grupo é de primordial e fundamental importância, tendo em vista que algumas 
Reservas de Lucros não são cumulativas, ou seja, devem compulsoriamente 
ser revertidas ou estornadas quando não utilizadas para o fi m a que foram 
destinadas.
Exemplos: 
Reserva para Contingências
Reserva Orçamentária
Reserva Estatutária
•
•
•
Importante
Aquelas reservas que são constituídas em exercícios anteriores que se destinam 
a um fi nalidade especifi ca, quando não realizadas devem ser revertidas e se for 
o caso constituídas novamente. 
Um reserva que sofre essa constituição e reversão de exercício para exercício é 
lançada na Reserva para Contingências.
Acesse o link <http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstmutapl.
htm>. Você irá conhecer de forma geral quais reservas são comumente 
utilizadas para elaboração da demonstração das mutações do patrimônio 
liquido.
E, ainda no link <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.
htm> a fundamentação legal das respectivas reservas.
Saiba mais
31 UNIUBE
Destinações das propostas
Baseadas em lei, as demonstrações contábeis devem evidenciar a destinação 
dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, de acordo com a 
aprovação da Assembleia Geral. 
Essa destinação pode ser subdividida em:
a) formação ou complementação da Reserva de Lucros, dentre elas a reserva 
legal, reserva para contingências, reservas estatutárias, reservas para lucros 
a realizar, entre outras;
b) propostas de dividendo mínimo obrigatório;
c) divulgação dos dividendos por ação de capital.
Chegamos ao fi m de nossoestudo da Demonstração dos Lucros e Prejuízos 
Acumulados - DLPA. 
Caso queira aprimorar ainda mais seus conhecimentos acerca da Demonstração 
dos Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA, leia um pouco mais sobre o assunto 
no sítio: 
<http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstlucrosprejacumulados.
htm>.
 
Antes de prosseguirmos, dê uma pausa em seus estudos e em seguida retorne à 
leitura do que até aqui foi abordado. 
Em seguida estudaremos a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
Sugiro a você que leia previamente o texto inserido no link abaixo:
Acesse o link <http://www.bmfbovespa.com.br/home.aspx?idioma=pt-br> e 
pesquise uma demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados de uma 
empresa listada na Bolsa, e comente com seus colegas as suas primeiras 
impressões quanto aos dados ali divulgados.
Saiba mais
32 UNIUBE
2.3 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – 
DMPL
Ao contrário da DLPA (Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados), 
estudada anteriormente, e que fornece a movimentação, basicamente, de uma 
única e exclusiva conta do grupo Patrimônio Líquido (Lucros Acumulados), 
a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) evidencia a 
movimentação das diversas contas componentes e integrantes do Patrimônio 
Líquido (PL), ocorridas durante um determinado exercício. Sendo assim, 
poderíamos dizer, e evidenciar, que esta demonstração surge a partir do 
momento em que há mutações patrimoniais para mais ou para menos em suas 
contas integrantes.
A seguir você terá um modelo proposto com setas indicativas para que possa 
acompanhar a princípio, o que de fato são as informações mais importantes e 
pertinentes à elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
- DMPL.
Para começarmos, note que a Demonstração das Mutações apresenta um conjunto 
de linhas e colunas, elaboradas para a inserção de informações, quais sejam:
1. destina-se colunas específi cas para cada uma das contas que compõem 
patrimônio liquido;
2. utiliza se de linhas horizontais indicativas das movimentações ocorridas no 
período;
3. insere-se valores monetários de acordo com as movimentações.
A fi m de que você acompanhe o que foi proposto acima, observe o quadro a 
seguir:
Visite o seguinte documento na web: <http://www.zccontabilidade.
com.br/arquivos/4a6613040000b.pdf>. Você encontrará defi nições, 
tratamento dado pela Lei das SA, as mutações nas contas 
patrimoniais, as técnicas de preparação e elaboração deste relatório.
Saiba mais
33 UNIUBE
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34 UNIUBE
Observe como as informações precisam ser geradas e como são construídas, 
conforme setas indicativas:
a. saldo inicial extraído do balanço patrimonial anterior (grupo patrimônio 
líquido);
b. aumento de capital com a utilização de metade da conta reserva legal;
c. aumento de capital com a utilização de metade dos lucros acumulados 
em x1
d. lucro líquido do exercício (x2)
e. constituição da reserva legal.
Outro exemplo, um pouco mais simplifi cado:
Quadro 5 - DMPL consolidados em 31-12-2000
Fonte: Acervo do autor.
Mais um exemplo, com dados fi nanceiros hipotéticos:
Quadro 6- DMPL – exercício fi ndo em 31-12-2000
Fonte: Acervo do autor
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DOS PATRIMÔNIOS LÍQUIDOS CONSOLIDADOS 
EM 31/12/2000
Discriminação $
Saldo no início do exercício............................................ XXXXX
(+) Lucro líquido consolidado......................................... XXXXX
(-) Dividendos distribuídos.............................................. (XXXXX)
(=) Saldo no fi nal do exercícios..................................... XXXXX
35 UNIUBE
A referida demonstração das mutações do patrimônio líquido apresentada acima 
indica:
a. saldos anteriores das contas Capital, Reserva de Capital, Reserva Legal 
e Lucros Acumulados;
b. valores nominais dos saldos das contas mencionadas em “a”;
c. integralização do Capital ainda durante o exercício anterior em dinheiro 
no valor de 250.000,00;
d. integralização do Capital durante o exercício com utilização de parte 
dos saldos das reservas de capital no valor de $109.116,00 e parte dos 
lucros acumulados no valor de $186.284,00, totalizando portanto em 
$295.400,00;
e. recompra de ações da companhia, surgindo aqui apenas uma dedução 
da conta de Patrimônio Líquido (ações em tesouraria) no valor de 
$30.000,00.
Importante
Por meio destes exemplos, você percebeu que mutações ocorrem no Patrimônio 
Líquido provocando oscilações ou movimentações para mais ou para menos, 
assim como ocorrem hipóteses sem efeitos diretos no Patrimônio Líquido - PL.
Para que você possa compreender, anote alguns dos exemplos mais comuns e 
de fácil assimilação que, em muito, o auxiliarão na resolução de determinadas 
questões propostas no fi nal do capítulo.
Mutações que:
1) aumentam o Patrimônio Líquido - PL:
a) aumento de capital em dinheiro:
D - Caixa/bancos 
C - Capital Social
b) aumento de capital com imobilizados, investimentos:
D - Máquinas/participações em outras empresas
C - Capital Social
c) lucro líquido do exercício:
D - Lucro Acumulados
C - Capital Social/Reservas de Lucros/Reserva Legal
2) diminuem o Patrimônio Líquido - PL:
a) prejuízo do exercício:
D - Prejuízos Acumulados
C - Resultado do Exercício
36 UNIUBE
b) redução do capital social:
D - Capital Social
C - Caixa/Bancos
c) dividendos:
D - Lucros Acumulados
C - Dividendos a Pagar
d) distribuição de lucros:
D - Lucros Acumulados
C - Caixa/Bancos
3) Não geram efeitos sobre o Patrimônio Líquido:
a. constituição de reserva legal:
D - Lucros Acumulados
C - Reserva Legal
b. constituição de reserva de capital:
D - Lucros Acumulados
C - Reserva de Capital
c. constituição de reserva de contingência:
D - Lucros Acumulados
C - Reserva de Contingência
d. constituição de reserva estatutária:
D - Lucros Acumulados
C - Reserva Estatutária
e. aumento de capital com utilização de saldos da conta Reserva Legal:
D - Reserva Legal
C - Capital Social
f. compensação de prejuízos com reserva legal:
D - Reserva Legal
C - Prejuízos Acumulados
Importante
De acordo com a Lei 11.638/07, a conta Lucros Acumulados não mais será 
apresentada com saldo positivo. Entenda que as movimentações continuarão a 
ocorrer, entretanto, os saldos positivos deverão obrigatoriamente ser distribuídos 
ou destinadas para futura realização ou não.
37 UNIUBE
Observe:
Uma determinada empresa apresentou um lucro líquido do exercício para um 
determinado período. A fi mde atender à legislação, ela propõe a destinação do 
lucro liquido do exercício da seguinte forma:
a. aumento de capital social
b. proposta de aumento futuro de capital social
c. reserva legal, para fi ns de salvaguarda dos acionistas minoritários, 
conforme determinação legal.
Abaixo, os lançamentos contábeis propostos, a fi m de que você perceba as 
movimentações:
Lançamentos contábeis propostos:
D - Lucros Acumulados
C - Reserva Legal
C - Capital Social
C - Reserva para Futuro Aumento de Capital
<http://contabilidade.wikidot.com/demonstracoes:demonstracao-das-
mutacoes-do-patrimonio-liquid>. Nesse site, você irá conhecer ainda mais 
acerca das principais características da demonstração das mutações do 
patrimônio líquido, tanto para elaboração quanto para análise de um modelo 
proposto.
Saiba mais
2.4 Conclusão
Encerramos aqui o estudo da demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados 
e a demonstração das mutações do patrimônio líquido.
Você entrou em contato com os modelos e as informações atinentes ao patrimônio, 
especialmente quanto aos resultados acumulados durante os exercícios, assim 
como a movimentação no patrimônio líquido como um todo.
Tenho certeza de que você percebeu, durante os seus estudos, que os relatórios 
aqui tratados são de fundamental importância no contexto de tomada de decisões 
junto aos seus usuários da informação.
Entenda que não esgotamos por completo o assunto e que depende de você dar 
continuidade a seus estudos.
38 UNIUBE
Nesta unidade de estudo pudemos conhecer duas Demonstrações Contábeis 
utilizadas pelos profi ssionais da contabilidade e que evidenciam informações 
oferecidas aos usuários da informação para fi ns tanto de controle quanto para 
fi ns de tomada de decisão, sejam gestores, administradores contratados ou 
proprietários, enfi m, uma gama enorme de usuários.
Vimos que a Demonstração de Lucros ou Prejuízo Acumulado - DPLA é útil 
para visualização do fl uxo de distribuição dos resultados obtidos nas empresas 
e, vimos também, que a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
- DMPL é uma ferramenta que permite um olhar mais claro e amplo do 
Patrimônio Líquido e de suas alterações, sejam elas legais ou institucionais. 
Para melhor entendimento sobre essas duas demonstrações, não deixe de 
realizar a literatura sugerida.
O nosso próximo encontro será no capítulo III, no qual trataremos da 
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR.
Caro aluno, leve em consideração que depende de você o avanço e o 
aprofundamento dos dois relatórios aqui tratados, quais sejam, a Demonstração dos 
Lucros ou Prejuízos Acumulados e a Demonstração das Mutações do Patrimônio 
Líquido, aqui denominados pelas siglas DLPA e DMPL, respectivamente.
É oportuno ressaltar que, de acordo com a Lei 6.404/76 e a Lei 11.638/07, os 
relatórios sofreram signifi cativas alterações.
Cabe a você, a partir do término deste capítulo, ler a legislação acima proposta assim 
como os pronunciamentos contábeis propostos, notadamente o pronunciamento 
conceitual básico – estrutura conceitual, no site:
<http://www.cpc.org.br/pronunciamentosIndex.php>. 
É necessário contextualizar as questões teóricas aliadas à prática. Para isso, 
você recebeu, junto a esse material, o livro customizado MARION, José Carlos. 
Contabilidade Empresarial. 15 ed. São Paulo: Atlas, 2009. Dele, leia o Capítulo 
Até o próximo capítulo quando então estaremos tratando da Demonstração das 
Origens e Aplicações de Recursos – DOAR.
Boa leitura!
Resumo
Leituras 
39 UNIUBE
17, intitulado Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA e 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL, páginas 57 a 80, 
em que o autor aborda em todos os seus aspectos a elaboração e/ou construção 
dessas demonstrações com exemplos comentados e resolvidos.
Boa Leitura!
Atividades
Caro aluno, é importante que você resolva todos os exercícios a seguir. Se em 
algum momento você tiver dúvidas quanto à resolução, volte ao texto deste capítulo 
e reveja o conteúdo e só depois retorne para as atividades.
Bons estudos!
Atividade 1
Escolha, a seguir, dentre as alternativas, aquela que completa a afirmação : “A 
demonstração de lucros ou prejuízos acumulados de acordo com o teor da Lei 
11.638/07, é ...”:
a. ( ) obrigatória, podendo ser incluída na DMPL.
b. ( ) facultativa.
c. ( ) optativa.
d. ( ) dispensável.
e. ( ) necessária.
Atividade 2
Escolha, a seguir , a resposta que completa a afirmativa: “A DLPA representa 
a interligação entre ...”:
a. ( ) DLPA e DMPL.
b. ( ) BP e DLPA.
c. ( ) DRE e BP.
d. ( ) DMPL e DRE.
e. ( ) DOAR e BP.
40 UNIUBE
Atividade 3
O ajuste de exercícios anteriores, evidenciado na DLPA - Demonstração dos 
Lucros ou Prejuízos Acumulados ocorre em virtude de certos princípios básicos. 
Escolha, a seguir, a alternativa que contempla esses princípios.
a. ( ) competência e materialidade.
b. ( ) competência e conservadorismo. 
c. ( ) competência e consistência.
d. ( ) competência e objetividade. 
e. ( ) competência e entidade.
Atividade 4
Escolha, a seguir, a resposta que completa a afirmativa: “A demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido ...”:
a. ( ) é idêntica à DLPA.
b. ( ) é menos abrangente que a DLPA.
c. ( ) contém a DLPA.
d. ( ) é menos indicativa que a DLPA
e. ( ) contém a DRE
Atividade 5
Sabe-se que a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA 
evidencia a movimentação ocorrida para uma determinada entidade e período das 
movimentações ocorridas na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. Portanto, 
com base nos dados a seguir, elabore a DLPA da empresa ABF S.A.
Dados:
Saldo no início do período 2.500,00
Reserva de Lucros 300,00
Reserva de Contingência 100,00
Lucro Líquido do Exercício 1.660,00
Reversão de Reserva de Lucros 230,00
Dividendos a distribuir 1.200,00
Reserva Orçamentária 600,00
Reserva para Expansão 2.190,00
 Fonte: Acervo do autor
41 UNIUBE
Atividade 6
Com base nos saldos iniciais das contas de Patrimônio Líquido em 30.11.x1, 
elabore a Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, de acordo com os 
dados adicionais 1, e, em seguida, elabore a Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido - DMPL, em dez./x1, utilizando-se dos dados adicionais 1 e 2. 
Patrimônio Líquido em 30.11.x1
Capital 10.000,00
Reservas de Capital 3.800,00
Reserva de Reavaliação 0,00
Reserva de Lucros 0,00
Reserva Legal 300,00
Reserva para contingência 500,00
Reserva Orçamentária 400,00
Reserva de Lucros a Realizar 600,00
Reserva Estatutária 1.000,00
Lucros Acumulados 800,00
 Fonte: Acervo do autor
Dados adicionais:
1. Operações em dezembro/x1:
a) venda à vista de mercadorias no valor de $ 11.500,00;
b) o custo da mercadoria vendida é de $ 1.500,00;
c) salários foram provisionados no valor de $ 2.000,00;
d) provisão para imposto de renda no valor de $ 1.800,00;
e) provisão para contribuição social sobre o lucro líquido no valor de $ 
1.200,00;
f) pró-labore no valor de $ 1.500,00;
g) despesas financeiras no valor de $ 500,00.
2. Operações Patrimônio Líquido:
 a) aumento de capital com metade das reservas de capital;
 b) aumento de capital com metade das reservas legal e estatutária;
 c) aumento de capital em dinheiro no valor de $ 1.000;
 d) proposta para distribuição de lucros:
 reserva legal 5% do lucro líquido do exercício;
 reserva estatutária 10% do lucro líquido do exercício.
•
•
42 UNIUBE
Equipe de professores da FEA/USP. Contabilidade Introdutória. 11. ed. São 
Paulo: Atlas, 2010. 
IUDÍCIBUS, Sérgio; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual 
de contabilidade das sociedades por ações. FIPECAFI. 6. ed. São Paulo: 
Atlas, 2003. 
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Manual de contabilidade das sociedades por ações: 
(aplicável às demais sociedades).2ª ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 15. ed. São Paulo: Atlas, 
2009. 
Referências
Redescobrindo a 
Demonstração das 
Origens e Aplicações 
de Recursos (DOAR)
Caro(a) estudante, nesse momento, daremos mais um passo no campo dos 
estudos das demonstrações financeiras, tomando como base a legislação 
societária (Lei 6.404/76), alterada pela Lei 11.638/07. Este relatório contábil 
de que trataremos agora é a Demonstração de Origens e Aplicações de 
Recursos (DOAR).
Com a nova redação, Lei 11.638 de 27 de dezembro de 2007, a DOAR passou 
a ser tratada como uma Demonstração inexistente, mas as empresas que a 
utilizavam podem continuar a elaborá-la para fi ns gerenciais. 
A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos - DOAR visa explicar 
as variações ocorridas no Circulante da empresa e identificar quais são os 
recursos que alteraram o Capital Circulante Líquido (Ativo Circulante menos 
o Passivo Circulante).
O Capital de Giro (Circulante) Líquido – CCL – é obtido pela diferença entre 
o ativo circulante e o passivo circulante. Reflete, também, a folga financeira 
da empresa e, mais ainda, dentro de um conceito mais rigoroso, o CCL 
representa o volume de recursos de longo prazo (exigibilidades e Patrimônio 
Líquido) que se encontra fi nanciado pelos ativos correntes (de curto prazo).
Desta forma, vamos iniciar o processo de estudo da referida demonstração 
das origens e aplicações de recursos, abordando os conceitos e a sua 
movimentação líquida.
Bons estudos!
3
 Marco Antonio O. Caetano
Introdução
44 UNIUBE
Após os estudos realizados a partir desse capítulo, você estará apto(a) a:
aprofundar os conceitos e a estrutura da DOAR - Demonstração de Origens 
e Aplicações de Recursos;
explicar as variações ocorridas no circulante da empresa, determinando os 
recursos que alteram o Capital Circulante Líquido; 
identificar a importância dos Relatórios Contábeis como instrumentos 
catalisadores de dados econômico-financeiros.
•
•
•
Objetivos
Esquema
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos 
Conceito e Movimentação
Estrutura da DOAR – Demonstração 
das Origens e Aplicações de Recursos
Desenvolvendo a DOAR-
Demonstração das Origens e 
Aplicações de Recursos
Capital Circulante Líquido - Conceito
3.1 A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - 
DOAR 
Nesse mesmo capítulo, estaremos diante da Demonstração das Origens e 
Aplicações de Recursos abordando seu modelo ou estrutura proposta e, a partir 
daí, os seus conceitos e, naturalmente, a sua movimentação líquida, assim como 
da legislação pertinente.
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3.1.1 Conceito e movimentação líquida
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR é tecnicamente 
uma movimentação líquida de entrada (origem) e de saída (aplicação) de recursos.
Outros conceitos:
origem: é toda operação que aumenta o Capital 
Circulante Líquido - CCL; 
aplicação: é a redução do capital circulante 
líquido.
Na Demonstração das Origens e Aplicações de 
Recursos - DOAR, não aparece o montante da movimentação de recursos realizados 
durante o exercício, aparecem apenas os saldos finais das movimentações de 
cada um dos itens representativos de origem ou de aplicação.
Por exemplo, se você aplicou durante o ano $ 5.000,00 na 
compra de um veículo e o alienou, nesse mesmo período, 
por $ 5.000,00, o que irá constar no balanço patrimonial é a 
aplicação de $ 5.000,00 na aquisição de veículos.
•
•
Mas antes, vamos fazer uma breve revisão do que estudamos nos capítulos 
anteriores:
no capítulo 1, estudamos o Balanço Patrimonial e aprendemos que o mesmo 
elenca um conjunto de Bens, Direitos e Obrigações, ora representadas 
pelas contas de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, respectivamente. E, 
em seguida, estudamos a Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, 
demonstração esta que evidencia a formação do resultado pelo confronto 
das receitas com as despesas e custos; 
já no capítulo 2, estudamos a Demonstração dos Lucros ou 
Prejuízos Acumulados - DLPA e a Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido - DMPL, em que aquela demonstrava as 
movimentações ocorridas na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados 
para o período e esta o Patrimônio Líquido como um todo.
Portanto, neste capítulo 3, faremos uso destes quatro relatórios já estudados 
como peças contábeis básicas para a análise e elaboração da Demonstração das 
Origens e Aplicações de Recursos.
•
•
Capital Circulante Líquido 
- CCL
É a diferença entre o ativo 
circulante menos o passivo 
circulante.
Alienar
Transferir para outro 
o domínio.
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3.1.2 Grupos circulante e não circulante
Para que possamos aprofundar um pouco mais acerca da aplicabilidade do 
presente demonstrativo, os grupos do Ativo e do Passivo devem ser classificados 
nos seguintes grupos, ou seja, ativo circulante e ativo não circulante.
Como já sabemos, antes da Lei 11.638/07, estes grupos não eram apresentados 
ofi cialmente na estrutura do Balanço Patrimonial. 
Quadro1: Balanço
Fonte: Acervo do autor
Observe, a seguir, uma outra estrutura do balanço patrimonial, agora atendendo à 
Lei 11.638/07, a fi m de que você possa assimilar as defi nições de circulante e de 
não circulante.
Quadro 2: Nova estrutura do Balanço Patrimonial
Fonte:Acervo do autor.
Balanço levantado em Março de 2005
Ativo Passivo
Banco 7.000,00 Fornecedores 2.000,00
Mercadorias 2.500,00 Patrimônio Líquido
Capital Social 4.000,00
Lucro do Exercício 3.500,00
SOMA DO ATIVO 9.500,00 SOMA DO PASSIVO 9.500,00
Exemplifi cando!
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Note na fi gura anterior que a nova estrutura proposta pela Lei 11.638/07 já contempla 
a divisão dos grupos de contas do balanço patrimonial em circulante e não circulante, 
facilitando, dessa forma, a coleta de informações a fi m de elaborar a DOAR.
Após a leitura dos assuntos constantes do link indicado anteriormente, debata 
com seus colegas de curso as suas impressões em função da leitura proposta.
Vamos retomar o assunto, dando continuidade ao estudo deste capítulo tratando 
da movimentação não válida.
3.1.3 Movimentação não válida 
Chamamos de Movimentação não válida a movimentação de valores ocorridos 
dentro do Ativo Circulante ou dentro do Passivo Circulante e, ainda, a movimentação 
dos grupos Circulantes entre si ou dos grupos Não circulantes.
Alguns exemplos:
a) compra e venda de mercadorias, à vista ou a prazo;
b) pagamento a fornecedores, etc.
3.1.4 Movimentação válida
A movimentação que se dá no demonstrativo são valores que ocorrem entre os 
grupos Circulantes e Não Circulantes.
Alguns exemplos:
a. integralização de Capital em dinheiro;
b. lucro distribuído;
c. empréstimos obtidos a longo prazo;
d. empréstimos concedidos a longo prazo.
A fi m de complementar os nossos estudos, vamos, a partir de agora, desenvolver 
o conceito fundamental do que vem a ser Capital Circulante Líquido (CCL).
Saiba mais
Para saber mais acesse o link: 
<http://www.cpc.org.br/pronunciamentosIndex.php>. 
Nesse link você deve ler o Pronunciamento Conceitual Básico – Estrutura 
Conceitual, assim como o CPC 13 – Adoção Inicial da Lei 11.638/07.
48 UNIUBE
3.2 Ativo Circulante Líquido - CCL
É importante que se faça algumas considerações acerca do que vem a ser o 
Capital Circulante Líquido - CCL.
Primeiro, é preciso saber que o Capital Circulante Líquido é calculado da seguinte 
forma:
Exemplifi cando
Fonte: Acervo do autor.
Vamos aplicar uma fórmula básica:
CCL = AC – PC
em que:
CCL= Capital Circulante Líquido
AC = Ativo Circulante
PC = Passivo Circulante
Resolução do exemplo:
CCL = AC – PC
CCL = $ 9.500,00 - $ 2.000,00
CCL = $ 7.500,00
No exemplo acima, que acabamos por desenvolver, você percebeu que o CCL 
é facilmente identifi cado e/ou calculado confrontando o Ativo Circulante com o 
Passivo Circulante.
Ativo Circulante (AC) - Passivo Circulante (PC).Todavia, devemos saber que Ativo Circulante é um conjunto de bens e direitos 
ordenados sistematicamente de acordo o grau decrescente de liquidez e que o 
Passivo Circulante, por sua vez, é ordenado por exigibilidade.
Balanço levantado em Março de 2005
Ativo Passivo
Banco 7.000,00 Fornecedores 2.000,00
Mercadorias 2.500,00 Patrimônio Líquido
Capital Social 4.000,00
Lucro do Exercício 3.500,00
SOMA DO ATIVO 9.500,00 SOMA DO PASSIVO 9.500,00
49 UNIUBE
É a partir desse cálculo, que desenvolveremos a nossa demonstração das origens 
e aplicações de recursos.
Um outro procedimento que precisamos adotar, uma vez calculado o Capital 
Circulante Líquido - CCL, é a confrontação do CCL inicial com o CCL fi nal para um 
determinado período de tempo sob análise.
Exemplifi cando
Ativo X1 X2 Passivo+PL X1 X2
Ativo Circulante 500,00 1.800,00 Passivo Circulante 300,00 1.500,00
Total Circulante 500,00 1.800,00 Total Circulante 300,00 1.500,00
Cálculos:
X1 X2 Variação
Ativo Circulante 500,00 1.800,00 -
Passivo Circulante 300,00 1.500,00 -
CCL (AC – PC) 200,00 300,00 100,00
Portanto, a fórmula fi nal seria:
CCL 
inicial
 - CCL 
fi nal
 = Variação do CCL 
A demonstração das origens e aplicações de recursos vêm justamente comprovar 
essa movimentação de recursos que provocou essa variação positiva ou negativa.
 
Essa movimentação positiva ou negativa, se dá da seguinte forma:
a. quando o CCL
 inicial
 for menor do que o CCL 
fi nal
, a variação será positiva;
b. quando o CCL 
inicial 
for maior do que o CCL
 fi nal
, a variação será negativa.
A demonstração em epígrafe procura, justamente, relatar a movimentação de 
valores do exercício que tenha provocado essa variação no CCL. Em outras 
palavras, todo ingresso (origem) ou saída (aplicação) de recursos provenientes 
de outros grupos provocam um aumento ou diminuição do Ativo Circulante ou do 
Passivo Circulante.
Essa variação resulta na diferença entre a soma das Origens e das Aplicações 
de recursos. Se a soma das Origens for maior, terá ocorrido um aumento do 
Ativo Circulante Líquido. Se, por outro lado, a soma das aplicações for maior, terá 
ocorrido uma redução do Ativo Circulante Líquido.
50 UNIUBE
Agora que você já sabe o que vem a ser as variações do capital circulante líquido, 
assim como o que são origens e aplicações de recursos, vamos, a partir desse 
ponto, entender quais são, de forma geral, as principais origens e aplicações.
Para melhor compreender quais movimentações provocam essas alterações para 
mais ou para menos, apresentaremos, a seguir, alguns exemplos mais comuns.
3.3 Das Origens de Recursos:
a. lucro ajustado
b. integralização de Capital
c. empréstimos a Longo Prazo
d. alienação de Ativo Não circulante
e. ingresso de Reservas de Capital
Vamos às explicações!
Lucro Ajustado
 É esquematizado da seguinte forma:
Origens das Operações
Lucro Líquido -------------------------------------------------
(+) Depreciação, Amortização 
e Exaustão
-------------------------------------------------
(+-) Variação Cambial -------------------------------------------------
(+-) Equivalência Patrimonial -------------------------------------------------
(=) Lucro Ajustado -------------------------------------------------
Lucro Líquido
Constitui para todas as entidades com fi ns lucrativos a principal fonte (origem) 
de recursos. Esta informação é evidenciada na demonstração do resultado do 
exercício.
Depreciação, Amortização, Exaustão, Variação Cambial, Equivalência 
Patrimonial.
São parcelas lançadas a débito ou a crédito do resultado do exercício, conhecidas 
por itens não monetários. 
 
51 UNIUBE
Veja alguns dos mais comuns:
equivalência patrimonial: método 
de avaliação de investimentos 
realizados por uma empresa 
denominada de Investidora 
ou Controladora junto as sua 
Controladas ou Investidas, assim 
como em sua coligadas de cuja 
infl uência seja signifi cativa. 
depreciação, amortização e 
exaustão. Sendo a depreciação 
o desgaste sofrido pelo bem em 
função de seu uso, a amortização 
consiste na alocação sistemática 
de valor amortizável de ativo 
intangível e a exaustão se relaciona 
com a perda de valor dos bens ou 
direitos do ativo decorrente de sua 
exploração.
Variação Cambial: refere-se a atualização ativa e passiva de contratos em moeda 
estrangeira.
•
•
Infl uência signifi cativa
Poder de participar de decisões ou 
deliberações operacionais ou fi nanceiras.
Coligadas
Sociedades coligadas são aquelas 
vinculadas a uma ou mais empresas sujeitas 
à mesma relação de controle, integrantes 
do mesmo grupo econômico.
Controladas
a) a sociedade que, de seu capital, outra 
sociedade possua a maioria dos votos nas 
deliberações dos quotistas ou da assembléia 
geral e o poder de eleger a maioria dos 
administradores; 
b) a sociedade cujo controle esteja em 
poder de outra, mediante ações ou quotas 
possuídas por sociedades ou sociedades 
por estas já controladas.
Após a leitura do artigo acima compartilhe essas informações que você leu no 
ambiente virtual de aprendizagem.
Assim que você compartilhar no ambiente virtual de aprendizagem, retome a 
leitura abaixo:
Integralização de Capital
Consiste em aporte de Capital Social em dinheiro ou promessa (a prazo) pelos 
acionistas ou quotistas de uma empresa.
Disponível em: <http://www.knoow.net/cienceconempr/contabilidade/
influenciasignificativa.htm>. 
Neste site você irá entender melhor acerca do que vem a ser infl uencia 
signifi cativa.
Saiba mais
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venda de bens de uso (tangíveis ou 
intangíveis) e de Investimentos
Exemplo: máquinas, equipamentos, veículos.
alienação de Investimentos
Exemplo: participações societárias
alienação de valores do Realizável a Longo 
Prazo
Exemplo: estoques de mercadorias
•
•
•
Tangível
Que pode ser tocado, 
apalpado, concreto.
Intangível
Que não pode ser tocado, 
abstrato.
3.4 Aplicações de recursos
Para iniciarmos bem o nosso estudo, é necessário que conheçamos alguns 
dos conceitos mais comuns e necessários ao entendimento das aplicações de 
recursos:
a. Ágio: é a diferença para mais entre o valor de mercado de bens e direitos 
do ativo e o seu respectivo valor contábil.
b. Deságio: desconto, desvalorização.
c. Alienação: transmissão de bens e direitos, que gera registros contábeis 
nas contas de vendas ou de doações.
Caro aluno, chegamos ao fi m do nosso estudo acerca das origens de recursos.
Agora, vejamos de que forma aquelas origens que estudamos serão aplicadas, ou 
seja, vamos tratar das aplicações de recursos:
Empréstimos a Longo Prazo
Captação de recursos junto a instituições fi nanceiras com carência para inicio de 
pagamento com prazos superiores a 12 meses.
Alienação de Ativo Não Circulante
São aquelas vendas de itens que compõem o ativo não circulante, conforme itens 
abaixo:
Saiba mais
Para saber mais acesse o link <http://www.portaldecontabilidade.com.br/
guia/demonstorigaplirecursos.htm>. 
Você encontrará nesta página subsidios sufi cientes para a elaboração, das 
origens e das variações do capital circulante liquido.
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Muito bem, entendido esses três conceitos, vamos iniciar o nosso estudo das 
aplicações de recursos.
As principais aplicações de recursos são:
a. resultado ajustado negativo;
b. lucros distribuídos;
c. aumento do ativo não circulante;
d. redução do passivo não circulante.
Acompanhe-me nas explicações.
3.4.1 Resultado ajustado negativo
Os valores a serem ajustados já foram citados no primeiro tópico (origens).
3.4.2 Lucros distribuídos
Nas sociedades anônimas, correspondem 
aos dividendos e, nas demais sociedades, 
ao lucro retirado pelos sócios.
Dividendos
É a parcela do lucro apurado pela empresa, 
que é distribuída aos acionistas por ocasião 
do encerramento do exercício social.
Leia o art. 202, parágrafo 2º, da Lei 6.404/76, Lei das Sociedades Anônimas, 
disponível no link:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm>.
3.4.3 Aumento do Ativo Não Circulante
Corresponde à diferençade saldos entre os dois últimos exercícios. Alguns dos 
exemplos mais comuns:
a. aquisição de bens de uso;
b. aplicações em investimentos;
c. aumento do Ativo Realizável a Longo Prazo;
d. aumento do Ativo Diferido.
Saiba mais
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3.4.4 Redução do Passivo Não Circulante
Corresponde à diferença de saldos entre os dois últimos exercícios:
a. diminuição das dívidas a longo prazo;
b. redução do capital social.
A variação da conta Lucros Acumulados não é abordada na demonstração 
das origens e aplicações de recursos, tendo em vista que o resultado líquido 
já contempla o resultado da confrontação das receitas x custos x despesas, já 
evidenciadas na demonstração do resultado do exercício.
Importante
É bom ressaltarmos que o saldo da conta lucros acumulados, de acordo com 
que preceitua a Lei 11.638/07, deve ser distribuído ou destinado. Entenda-se por 
destinado aqueles saldos que são deliberados para destinação à determinadas 
reservas, como por exemplo, reserva orçamentária, reserva para futuro aumento 
de capital, dentre outras.
Ao retornar da leitura proposta anteriormente, e sabendo o que são origens, 
aplicações, variações de capital circulante líquido e as movimentações que não 
a afetam, é chegado o momento de conhecermos a estrutura das Demonstração 
das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR.
Saiba mais
Para saber mais, acesse o link <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm> em que você encontrará disposições 
que alteram ou revogam dispositivos da Lei 6.404/76.
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Quadro 1 - Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR
Origens 31.12.x1 31.12.x2
Resultado Ajustado
Lucro Líquido do Exercício
(+) Depreciação, Amortização e Exaustão
(+) Ajustes de Exercícios Anteriores
Integralização de Capital em Dinheiro
Aumento de Resultado de Exercícios Futuros
Reservas de Capital
Fonte: Acervo do autor.
Acesse o link:
<http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstorigaplirecursos.htm>.
Nesse link, você irá conhecer a estrutura da demonstração das origens e 
aplicações de recursos, assim como de um exemplo proposto.
3.5 A estrutura das Origens e Aplicação de Recursos
Origens de Recursos: 31.12.20xx
Das operações
Lucro Líquido do Exercício
+ Depreciação, Amortização e Exaustão
+- Variação cambial
+- Equivalência patrimonial
= Lucro Ajustado
Dos acionistas
Integralização de capital em dinheiro
De terceiros
Novos empréstimos
Alienação de itens do imobilizado
Venda de itens de investimentos
Total das Origens
Aplicações de recursos
Quadro 2- Estrutura das Origens e Aplicação de Recursos
Saiba mais
56 UNIUBE
Aquisição de novos itens do imobilizado
Aquisição de novos investimentos
Pagamento de fi nanciamentos
Distribuição de dividendos
Total das aplicações
Aumento/Diminuição do CCL (origens menos aplicações)
Mutações no Capital Circulante Líquido
Fonte: Adaptado de MARION, 2002, p.423.
Note que a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) tem 
por objetivo explicar as variações ocorridas no Capital Circulante Líquido, ocorrida 
para um determinado período.
Exemplifi cando
Grupos 31.12.x1 31.12.x2
Ativo Circulante 2.200 4.500
Passivo Circulante 1.500 3.590
CCL 700 910
Observe o exemplo resolvido:
 Ativo Circulante (x1) 2.200,00
 Passivo Circulante (x1) 1.500,00
 CCL 700,00
 Ativo Circulante (x2) 4.500,00
 Passivo Circulante (x2) 3.590,00
 CCL 910,00
Quadro para cálculo das variações:
X1 X2 Variação
Ativo Circulante 2.200,00 4.500,00 -
Passivo Circulante 1.500,00 3.590,00 -
CCL (AC – PC) 700,00 910,00 210,00
57 UNIUBE
Portanto, conforme o quadro anterior, podemos concluir que a variação ocorrida 
gerou uma informação de capital circulante líquido de $ 210,00.
Para fi nalizarmos, leia, a seguir, a afi rmação dos ilustres mestres Iudícibus, Martins 
e Gelbcke sobre a demonstração das origens e aplicações de recursos: 
“a demonstração das origens e aplicações de recursos evidenciam a procedência 
de novos recursos que ingressaram na empresa durante o período contábil e que 
afetaram o seu Capital Circulante” (2009, pp. 48-50).
3.6 Conclusão
Aqui terminamos o nosso estudo da demonstração das origens e aplicações de 
recursos. É interessante que você dê continuidade aos seus estudos relendo este 
capítulo, e que pratique a resolução de todos os exercícios propostos.
Até o nosso próximo capítulo no qual trataremos da Demonstração do Fluxo de 
Caixa - DFC.
Bons estudos!
Até 31.12.2007, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR 
era obrigatória para as companhias abertas e para as companhias fechadas com 
Patrimônio Líquido na data do Balanço Patrimonial superior a $ 1.000.000,00.
Entretanto, com o advento da Lei 11.638/07, passando a vigorar a partir de 01.01.2008, 
a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR tornou-se inexigível.
É importante ressaltar que a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos 
- DOAR refl etem as modifi cações na posição fi nanceira da entidade.
A demonstração das origens e aplicações de recursos mostra, também, a aplicação 
de novos recursos de diferentes formas em determinado período.
As principais origens são lucros obtidos nas operações, aumento de capital em 
dinheiro, novos empréstimos, dentre outras.
Quanto às aplicações, podemos subdividi-las na aquisição de ativos não 
circulantes, distribuição de dividendos, pagamento de obrigações de longo prazo, 
dentre outras.
E, a partir dessas informações, as confrontá-las, encontramos ou o excesso de 
origens sobre as aplicações ou a falta dela.
Resumo
58 UNIUBE
Devemos considerar que a DOAR pode ser elaborada em duas etapas: 
1ª) separando o ativo circulante do passivo circulante e calculando o CCL e, em 
seguida, suas variações; 
2ª) calculando a variação dos itens não circulantes calculando o que é origem e o 
que é aplicação que afetam o CCL.
Ressalte-se que Capital Circulante Líquido - CCL é a diferença entre o ativo 
circulante (disponível, contas a receber, estoques, dentre outros) e o passivo 
circulante (fornecedores, contas a pagar e outras exigibilidades do exercício 
seguinte) para um determinado período.
Assim, de forma mais abrangente, a Demonstração das Origens e Aplicações de 
Recursos - DOAR indicará as modifi cações na posição fi nanceira da companhia, 
discriminando:
a) as variações ocorridas no capital circulante líquido, durante um determinado 
exercício;
b) a avaliação da capacidade de pagamento das obrigações de curto prazo.
E, por fi m, você aprendeu que as origens recursos representam o aumento e 
as aplicações de recursos representam a redução do Capital Circulante Líquido 
(CCL), respectivamente.
Depende de você o avanço e o aprofundamento do relatório aqui tratado, qual 
seja, a demonstração das origens e aplicações de recursos, denominada pela 
sigla DOAR.
É oportuno ressaltar que, de acordo com a Lei 6.404/76 e a Lei 11.638/07, o 
referido relatório sofreu signifi cativa alteração.
Cabe a você, a partir do término deste capítulo, ler a legislação acima 
proposta assim como os pronunciamentos contábeis emanados do comitê de 
pronunciamentos contábeis – principalmente, o pronunciamento conceitual básico 
– estrutura conceitual – que você encontrará no link <http://www.cpc.org.br/
pronunciamentosIndex.php>. 
Além disso, você recebeu o livro customizado MARION, José Carlos. Contabilidade 
Empresarial. 15 ed. São Paulo: Atlas, 2009. No Capítulo 19 – Demonstração 
das Origens e Aplicações de Recursos(DOAR) (Demonstração não obrigatória 
por lei), páginas de 81 a 110. Nesse capítulo, o autor aborda a demonstração das 
origens e aplicações de recursos mostrando a você a procedência de novos recursos 
que ingressaram na entidade empresarial e que substancialmente afetaram
Leituras 
59 UNIUBE
o Capital Circulante. Ele ainda mostra quais aplicações de novos recursos são 
utilizadas de diferentes formas naquele mesmo período, elencando as principais 
Origens, assim como as Aplicações de Recursos eaquelas que não afetam. É, 
também, tratado no texto sobre as fases da elaboração da DOAR.
Bom estudo.
Caro aluno, é de fundamental importância que você resolva todas as atividades. 
Caso ainda persistam dúvidas quanto às atividades aqui propostas, retorne ao 
capítulo e leia-o novamente.
Atividade 1
Uma determinada empresa que possui como atividade principal de compra e 
venda de móveis de luxo, apresentou os seguintes dados, do balanço patrimonial 
encerrados em x0 e x1, respectivamente: 
 20X0 20X1
Ativo Circulante $ 400 $ 300
Passivo Circulante $ 200 $ 150
Assinale a alternativa correta que contenha a variação do Ativo Circulante 
Líquido:
a) ( ) +100 
b) ( ) +30 
c) ( ) 50
d) ( ) +50
e) ( ) -20
Atividade 2
Sabemos que a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos evidencia 
a procedência de novos recursos que ingressaram na empresa durante um 
determinado período e afetam positiva ou negativamente o Capital Circulante. 
Desta forma, assinale, a seguir, a alternativa que modifi ca para mais ou para 
menos a origem ou a aplicação de recursos constantes da DOAR:
a) venda de mercadorias à vista.
b) compra de mercadorias a prazo.
c) pagamento de duplicatas.
d) venda de bens de uso à vista.
e) desconto de duplicatas.
Atividades
60 UNIUBE
Atividade 3
Dentre as alternativas a seguir indique qual se trata de origem ou de aplicação:
a) aumento do Ativo Não Circulante
 ____origem
 ____aplicação
b) aumento do Passivo Não Circulante
 ____origem
 ____aplicação
c) diminuição do Ativo Não Circulante
 ____origem
 ____aplicação
d) diminuição do Passivo Não Circulante
 ____origem
 ____aplicação
Atividade 4
Elabore a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, utilizando 
somente os dados dos Balanços Patrimoniais comparativos, da Cia. Vale Verde, 
de capital aberto, discriminado a seguir, relativo aos anos fi ndos em X2 e X3, 
respectivamente:
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo 31.12.X2 31.12.X3
Ativo Circulante 1.170 2.420
Disponível 300 600
Clientes 150 450
Estoques 700 1.200
Despesas do Exercício Seguinte 20 170
 Ativo não Circulante
Realizável a Longo Prazo 200 450
Ativo Permanente 2.840 3.398
Investimentos 700 745
Imobilizado 2.140 2.683
Intangível 140 210
TOTAL DO ATIVO 4.210 6.298
61 UNIUBE
Passivo + P. Líquido 31.12.x2 31.12.x3
Passivo Circulante 990 1.450
Empréstimos bancários 800 950
Fornecedores 50 150
Contas a pagar 60 100
Provisão para Imposto de Renda 80 250
Passivo não Circulante 
Exigível a Longo Prazo 210 1.530
Empréstimos e financiamentos 210 1.530
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.010 3.318
Capital 1.800 2.200
Reservas de Capital 240 240
Reservas de lucros 970 878
Lucros Acumulados 410 418
TOTAL DO PASSIVO+
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
4.210 6.298
Fonte: Acervo do autor.
Atividade 5
As alternativas, a seguir, representam operações que ora afetam as origens ou 
aplicações de recursos, por isso, fazem parte da Demonstração das Origens e 
Aplicações de Recursos - DOAR. Sendo assim, assinale a alternativa correta, que 
afeta o Capital Circulante Líquido - CCL:
a) aquisição de bens do Ativo Permanente (Investimentos ou Imobilizado) 
adquiridos à vista;
b) vendas de bens do Ativo Permanente Recebível a Longo Prazo;
c) ágio (ganho) na emissão de ações, pelo valor efetivamente integralizado no 
período;
d) integralização de Capital em Bens do Ativo Permanente no período; 
dividendos propostos para pagamento a longo prazo.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Manual de contabilidade das sociedades por 
ações: aplicável às demais sociedades. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 15. ed. São Paulo: Atlas, 
2009. 
Referências
DFC - DEMONSTRAÇÃO 
DO FLUXO DE CAIXA: UMA 
ABORDAGEM CONTÁBIL 
PELO MÉTODO INDIRETO
4
Marco Antonio de O. Caetano
Introdução
Seja bem-vindo a um novo capítulo da Contabilidade intermediária.
Vamos dar início nesse capítulo ao estudo da Demonstração do Fluxo de Caixa 
- DFC, mostrando-lhe didaticamente o porquê da sua elaboração e quais valores 
a compõem.
Por se tratar de informações que são coletadas contabilmente, essa demonstração 
também é elaborada, como as demais estudadas em capítulos anteriores, a partir 
da extração de dados da escrituração contábil, ou seja, do Balanço Patrimonial 
- DP, da Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, e outros.
É de se notar que toda informação gerada pela empresa será medida sob a ótica 
da geração de dados para fi ns de tomada de decisões por parte do usuário da 
informação.
Dessa forma, podemos identifi car a Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC 
como um dos relatórios contábeis obrigatórios que irão complementar o Balanço 
Patrimonial - BP, a Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, Demonstração 
das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL e Demonstração dos Lucros ou 
Prejuízos Acumulados - DLPA, a fi m de complementar um conjunto harmonioso 
e efi caz de informações na tomada de decisões.
Portanto, a Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC vem contribuir com 
informações complementares às demonstrações fi nanceiras tradicionais, 
incluindo-se aí os chamados equivalentes de caixa, ou seja, as aplicações 
fi nanceiras de curto prazo e alta liquidez.
É ainda importante lembrá-lo de que a Lei 11.638/07 trouxe uma importante 
alteração, qual seja, esse demonstrativo passou a ser obrigatório para as 
companhias fechadas com patrimônio líquido superior a 2 milhões de reais.
Para aprofundar seus conhecimentos, propomos, ao fi nal do capítulo, 
referências que contribuirão signifi cativamente para seu crescimento acadêmico 
e profi ssional.
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Objetivos
Esquema
Após o estudo do presente capítulo, você deverá estar apto a:
coletar dados e informações constantes em outros relatórios contábeis, 
especifi camente o Balanço Patrimonial - BP e a Demonstração do Resultado 
do Exercício - DRE;
elaborar a Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC pelo método indireto;
relacionar a Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC com outros relatórios 
contábeis.
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Dessa forma, convido o a iniciarmos o estudo da demonstração do fl uxo de caixa, 
abordada ao longo desse capítulo.
 
Conto com a sua dedicação para que, juntos, possamos compreender a essência 
da demonstração do fl uxo de caixa.
Bom estudo!
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4.1 Noções iniciais sobre a Demonstração do Fluxo de Caixa 
– DFC
A DFC é uma peça contábil destinada a evidenciar as transações ocorridas em um 
determinado período e que provocam modificações na posição do disponível.
Desta forma, fica evidente que esta demonstração refletirá o fluxo de dinheiro ou 
de recursos na empresa, evidenciando as suas disponibilidades nas contas:
a) caixa (dinheiro disponível na empresa);
b) bancos (dinheiro em poder de estabelecimentos bancários);
c) aplicações financeiras (dinheiro destinado a aplicações no mercado 
financeiro).
Portanto, a demonstração do fluxo de caixa compreende a movimentação de 
entradas e saídas de dinheiro para um determinado período de tempo. Um 
dos exemplos mais comuns, classifi cados como entrada ou saída de recursos, 
são as movimentações fi nanceiras. Um outro exemplo, também comum, são as 
aplicações fi nanceiras de curto prazo.
Para que possamos conhecer um pouco mais acerca da Demonstração do Fluxo 
de Caixa - DFC, vamos dar o primeiro passo em direção ao entendimento 
desta demonstração. Em primeiro lugar, vamos às movimentações possíveis no 
grupo disponível.
Veja, no quadro, a seguir, os refl exos no saldo do “Disponível”, decorrentes das 
movimentações ocorridas nas demais contas do Ativo Circulante e Ativo Realizável 
a Longo Prazo, do grupo das contas Não Circulantes.
Quadro 1- Refl exos no saldo do “Disponível” e Movimentações
Movimentações Refl exos no “Disponível”
Aumento nas contas do Ativo Circulante e Ativo 
Não Circulante Realizável a Longo Prazo
Diminui o disponívelRedução nas contas do Ativo Circulante e Ativo 
Não Circulante Realizável a Longo Prazo
Aumenta o disponível
Aumento nas contas do Passivo Circulante 
e Passivo Não Circulante Exigível a Longo 
Prazo
Aumenta o disponível
Redução nas contas do Passivo Circulante 
e Passivo Não Circulante Exigível a Longo 
Prazo
Diminui o disponível
66 UNIUBE
Para darmos continuidade ao raciocínio proposto no quadro anterior, observe, no 
esquema proposto, a seguir, uma outra forma de se enxergar as alterações que 
ocorrem no “Disponível” a partir de movimentações que impactam diretamente os 
grupos do Ativo e Passivo Circulante. 
Esquema 1: Alterações no Disponível
Fonte: acervo do autor
4.1.1 Estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC
A Demonstração do Fluxo de Caixa pode ser apresentada de dois métodos, ou 
seja, pelo método indireto e pelo direto.
Ela é composta, também, por quatro grupos distintos, quais sejam:
disponibilidades: composta por caixa, bancos, aplicações fi nanceiras, entre 
outras;
atividades operacionais: são aquelas pertinentes à atividade fi m;
atividades de investimentos: é aquela relacionada com investimentos da 
empresa;
atividades de fi nanciamentos: é aquela a qual se refere aos empréstimos e 
fi nanciamentos captados de terceiros.
Vale lembrar que o método indireto é a demonstração dos recursos que provêm de 
atividades operacionais partindo do lucro líquido do exercício, ajustado por itens 
que afetam o resultado, alguns exemplos, depreciação, amortização, exaustão e 
equivalência patrimonial, conhecidos por itens não monetários. 
Conforme CPC 03, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, o modelo proposto 
de Fluxo de Caixa é o demonstrado, a seguir:
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Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo
Método Indireto
Fluxos de caixa das atividades operacionais
Lucro líquido antes do imposto de renda e contribuição social
Ajustes por:
Depreciação
Perda cambial
Renda de investimentos
Despesas de juros
Aumento nas contas a receber de clientes e outros
Diminuição nos estoques
Diminuição nascontas a pagar – fornecedores
Caixa proveniente das operações
Juros pagos
Impostode renda e contribuição social pagos
Impostode renda na fonte sobre dividendos recebidos
Caixa líquidoproveniente das atividades operacionais
Fluxos de caixa das atividades de investimento
Aquisição da controlada Xmenos caixa líquido
incluídona aquisição (Nota A)
Compra de ativo imobilizado (Nota B)
Recebimento pela venda de equipamento
Juros recebidos
Dividendos recebidos
Caixa líquidousado nas atividades de investimento
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
Recebimento pela emissão de ações
Recebimento por empréstimos a longo prazo
Pagamento de obrigação por arrendamento
Dividendos pagos*
Caixa líquidousado nas atividades de financiamento
Aumento líquido de caixa e equivalente de caixa
Caixa e equivalente de caixa no início do período
Caixa e equivalente de caixa no fim do período
(*) – Esse valor também pode ser apresentado no fluxo de caixa das
atividades operacionais.
20X2
3.350
450
40
(500)
400
3.740
(500)
1.050
(1.740)
2.550
(270)
(800)
(100)
1.380
(550)
(350)
20
200
200
(480)
250
250
(90)
(1.200)
(790)
110
120
230
Fonte: CPC03 – Comitê de Pronunciamentos Contábeis (Abril, 2008)
(disponível em: http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_03.pdf)
Quadro 2- Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Indireto
68 UNIUBE
Após conhecermos a estrutura da demonstração do fl uxo de caixa elaborada pelo 
método indireto, acesso o link, a seguir:
Acesse o link <http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_03_R1.pdf> onde você irá 
encontrar informações que o auxiliarão no entendimento da demonstração do 
fl uxo de caixa.
Importante
Sabemos que os fl uxos de caixa decorrentes das atividades operacionais são 
oriundos basicamente das principais atividades geradoras de receita. Sendo 
assim, e só após a leitura do link anterior, descreva quais atividades são 
oriundas das atividades principais, e compartilhe-as no ambiente virtual de 
aprendizagem.
A partir de agora, vamos estudar as variações ocorridas no Caixa de empresa. 
Vale lembrar que o termo Caixa será utilizado para fi ns didáticos como o grupo 
de disponibilidades do Balanço Patrimonial, evidenciados no Ativo Circulante, ou 
seja, será a soma das seguintes contas: caixa, bancos e aplicações fi nanceiras.
Como sabemos, as Demonstrações Contábeis estabelecidas pela Lei 6.404/76 são: 
Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração 
dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, a Demonstração de Origens e Aplicações 
de Recursos, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, já estudadas 
em capítulos anteriores. 
Conforme dito anteriormente, a DFC passou a ser obrigatória a partir de 2008, mas, 
mesmo antes da sua instituição legal, ela já era considerada um demonstrativo de 
extrema importância.
Complementando aquelas demonstrações contábeis, a DFC vem nos informar a 
origem e aplicações de recursos refl etidas no fl uxo fi nanceiro.
Saiba mais
69 UNIUBE
Exemplifi cando!
Balanço Patrimonial
Circulante 31.12.x0 31.12.x1
Disponível 1.000.000 3.000.000
Diante desse fragmento extraído de um determinado Balanço Patrimonial, é possível 
percebermos que a disponibilidade para um dado momento é, respectivamente, 
de $ 1.000.000 e $ 3.000.000. 
A partir da informação do quadro anterior é possível abordar a seguinte questão:
Quais foram as razões que poderiam justifi car aquela variação, ou seja, o aumento 
das disponibilidades de um exercício social para o outro em 2 milhões?
Para iniciarmos as explicações, precisamos calcular a variação do disponível. 
Essa variação do disponível se dá a partir da confrontação dos saldos inicial com 
os fi nais constantes do balanço patrimonial, e, a partir daí, separando-se do que 
vem a ser atividades operacionais, atividades de investimento e atividades de 
fi nanciamento. Desta confrontação, somam-se as entradas, subtraindo-as das 
saídas. 
É importante salientar que a DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa, vem também 
esclarecer situações controvertidas quando comparada com a Demonstração do 
Resultado do Exercício - DRE. 
Para exemplifi carmos, imagine uma determinada empresa que apresente a 
seguinte situação hipotética, de acordo com determinados trechos do balanço 
patrimonial e da demonstração do resultado do exercício, hipotéticos:
Exemplifi cando!
Balanço Patrimonial
Ativo $
Circulante 10.000,00
Disponível 2.700,00
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Demonstração do Resultado do Exercício
$
Receita Bruta 25.000,00
(-) Custos 10.000,00
(=) Lucro Bruto 15.000,00
(-) Despesas Operacionais 20.000,00
(=) Prejuízo Líquido do Exercício (5.000,00)
Ao indagarmos acerca dos dois relatórios apresentados anteriormente, poderíamos 
nos questionar acerca da seguinte situação. É possível termos saldos positivos de 
disponibilidades e a empresa, mesmo assim, apresentar prejuízos?
Evidentemente, que isso é possível. Leve em consideração de que o Balanço 
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício são elaborados a partir 
da aplicação do princípio da competência dos exercícios e que a Demonstração 
do Fluxo de Caixa é elaborado aplicando-se o Regime de Caixa.
4.1.2 Desvendando a elaboração da DFC
Para munir você de informações, a fi m de que você compreenda o que acabamos 
de expor anteriormente, veja como se dá a elaboração da Demonstração do Fluxo 
de Caixa - DFC.
A Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC pode ser elaborada da seguinte 
forma:
Primeiro, de posse do livro Razão Geral da empresa, ordene as operações de 
acordo com a sua natureza.
Segundo, de posse dos relatórios contábeis, aplique o método indireto.
Mas, atenção, em razão da praticidade, adotaremos a “segunda” forma como 
método, tendo em vista que nos propicia a vantagem da elaboração da DFC para 
qualquer empresa, sem necessidade de acesso à contabilidade.
Mas, é interessante notar que o Comitê de Pronunciamento Contábil - CPC aprovou 
o Pronunciamento Técnico CPC 03 sobrea matéria, aprovado pela Deliberação 
CVM n. 547/08 e pela Resolução CFC n. 1.125/08. Segundo esse pronunciamento 
técnico, não há a exigência, mas aconselha a classifi cação dos juros, recebidos 
ou pagos, e os dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos como fl uxos de 
caixa das atividades operacionais e quanto aos dividendos pagos e juros sobre o 
capital próprio pagos, encorajados a serem destacados como fl uxos de caixa das 
atividades de fi nanciamento.
71 UNIUBE
Importante
É importante atentar-se para o fato de que é utilizado o conceito de Equivalente 
de Caixa. Equivalente de Caixa pode ser entendido como aplicações fi nanceiras, 
de alta liquidez, ou ainda que não estão sujeitas a riscos de alterações bruscas 
de valor. Mas cuidado, quando as aplicações são de médio e longo prazo 
quando próximas de seu vencimento não são classifi cadas em equivalentes 
de caixa.
Entretanto, precisamos conhecer as principais transações que afetam o Caixa ou 
Equivalente de Caixa:
a) transações que aumentam o Caixa (Disponível); 
b) transações que diminuem o Caixa (Disponível); 
c) transações que não afetam o Caixa (Disponível).
Mas, atenção!
Vale lembrar que há transações que, a princípio, não afetam o caixa, mas que, no 
futuro, afetarão.
Veja alguns exemplos:
compra de matéria-prima a prazo, que gera Fornecedores (não afeta o 
caixa);
venda de mercadorias a prazo, que gera Clientes (não afeta o caixa).
Acompanhe-me na exposição das seguintes transações, com exemplos:
a) transações que aumentam o Disponível
Integralização do Capital pelos sócios ou acionistas.
Empréstimos bancários e Financiamentos.
Venda de itens do Ativo Permanente.
Vendas a Vista e Recebimento de Clientes.
b) Transações que diminuem o Disponível
Pagamento de Dividendos aos Acionistas.
Pagamento de Juros, Amortização de Dívidas.
Aquisição de Itens do Ativo Permanente.
Pagamento de Despesas, Custos.
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c)Transações que apesar de promoverem alterações nos saldos do ativo e do 
passivo não afetam o Caixa ou Equivalente de Caixa, conhecidos como itens 
não monetários.
Depreciação
Amortização
Exaustão
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa
Diminuições ou Acréscimos de itens de investimentos avaliados pelo método 
da equivalência patrimonial.
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4.2 Explorando a técnica de elaboração da DFC
Caro aluno, dados os primeiros passos, vejamos agora a técnica de elaboração da 
Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC pelo método indireto.
Veja um recorte das Demonstrações Contábeis hipotéticas da empresa ABC SA, 
a seguir elencadas. 
Vejamos como se dá a elaboração da DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa, 
levando-se em consideração apenas os trechos destacados.
Aqui, os principais relatórios ou peças contábeis utilizadas para a elaboração da 
Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC, pelo método indireto.
a) Balanço Patrimonial
b) Demonstração do Resultado do Exercício
c) Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados
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Quadro 3- Balanço Patrimonial
Quadro 4- Demonstrativos Complementares
DMPL 2º Trim/X1 DRE 2º Trim/X1 
Saldo em 01/01/X1 0,00
Receita líquida
 10.000,00
(+) Lucro do período 1.950,00
(-) CMV
 (5.500,00)
(-) Distr. De Dividend. (850,00)
Lucro Bruto 4.500,00
Saldo em 31/03/X1 1.100,00 (-) Desp. Operac. (1.500,00)
 
Vendas (500,00) 
 
Admin. (380,00) 
 
Depreciação (120,00) 
 
Outras (500,00) 
Lucro Operacional 3.000,00
(-) Prov. P/ IRPJ (1.050,00)
Lucro Líquido
 1.950,00
 
1º Trim/X1 2º Trim/X1 1º Trim/X1
2º Trim/
X1
Ativo Circulante 3.000,00 3.750,00 Passivo Circulante 2.000,00 3.470,00
Disponível 1.500,00 2.300,00 Fornecedores 1.000,00 2.000,00
Clientes 500,00 1.000,00 Emprest. Banc. 1.000,00 1.470,00
Estoques 1.000,00 450,00 Imp. A Recolher 
 
Ativo não 
Circulante 3.500,00 6.820,00
Passivo não 
Circulante 4.500,00 7.100,00
Investimentos Patrim. Líquido 
 Partic. 
Societ. 500,00 2.640,00
 
 Capital 
 
 
 Social 4.500,00 6.000,00
Imobilizado 
 
 Lucros 
 Móv. E 
Utens. 1.200,00 1.500,00
 
 Acuml. 0,00 1.100,00
 
Terrenos 2.000,00 3.000,00 
 
Deprec. 
 Acuml. (200,00) (320,00) 
 
Total 6.500,00 10.570,00 Total 6.500,00 10.570,00
Fonte: Adaptado de Marion (2009, p.454).
Fonte: Adaptado de Marion (2009, p.454).
74 UNIUBE
Diante de tais informações, veja, a seguir, a identifi cação dos fl uxos e respectivas 
fontes de informações, assim como da Demonstração dos Fluxos de Caixa - DFC 
pelo método direto e pelo indireto.
Então, vejamos:
Quadro 5- Identifi cação dos Fluxos e Respectivas Fontes de Informações
De posse dos relatórios elencados, elaboramos a Demonstração do Fluxo de Caixa 
- DFC pelo método direto e indireto, a fi m também de ilustrar aquele, adotando os 
seguintes procedimentos:
Primeiro, apuramos a variação ocorrida no disponível de um exercício para outro, e, 
em seguida, desmembramos os recebimentos de clientes; comparando-as com as 
vendas realizadas durante todo o período e em seguida adicionamos ao saldo de 
clientes do exercício anterior e subtraímos do saldo de clientes do exercício atual. 
Em seguida, partimos para a apuração dos empréstimos bancários, comparando 
o exercício anterior com o atual.
Quanto ao aumento de capital, também comparamos o exercício atual com o exercício 
anterior, daí resultando a variação positiva em aumento de capital em dinheiro.
Com a aquisição de móveis e utensílios, imóveis e participações em outras 
empresas, utilizamos a mesma técnica anterior.
Quanto às compras, utilizamos a fórmula do CMV=EI+C-EF, isolamos a variável 
compras, e, em seguida, adicionamos ao saldo de fornecedores do exercício 
anterior e deduzimos do saldo do exercício atual. 
Em relação as despesas, adotamos as mesmas técnicas anteriormente 
discriminadas.
Saldo inicial de caixa 1.500,00
 
(+) ENTRADAS 11.470,00
1. Recebimento de Vendas (Vendas - Var. de Clientes) 9.500,00 
2. Empréstimos bancários (Var. de empréstimos) 470,00 
3. Aumento do Capital Social (Integralização) 1.500,00 
(-) SAÍDAS (10.670,00)
4. Aquisição de móveis e utens. (Var. de Móveis e Utens.) (300,00)
5. Aquisição de terrenos (Var. de Terrenos) (1.000,00)
6. Investimentos e outras entidades (Var. de Partic. Societ) (2.140,00)
7. Pagamentos de Compras [(C= CMV - EI + EFS - Var. de Fornec.] (3.950,00)
8. Pgto. Desp. De Vendas (DRE) (500,00)
9. Pgto. Desp. Adm. (DRE) (380,00)
75 UNIUBE
Quadro 6- Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto
Fluxo de caixa das atividades operacio-
nais
(+) Recebimento de Vendas 9.500,00
(-) Pagamento de Compras (3.950,00)
(-) Pgto. desp. de vendas (500,00)
(-) Pgto. desp. adm. (380,00)
(-) Pgto. outras desp. (500,00)
(-) Pgto. de IRPJ s/lucro (1.050,00)
Caixa líquido proveniente das ativida-
des operacionais
3.120,00
Fluxos de caixa das atividades de inves-
timentos
(-) Aquisição de móveis e utens. (300,00)
(-) Aquisição de terrenos (1.000,00)
(-) Investimentos e outras entidades (2.140,00)
Caixa líquido proveniente das ativida-
des de investimentos
(3.440,00)
Fluxos de caixa das atividades de fi nan-
ciamentos
(+) Empréstimos bancários 470,00
(+) Aumento/Integralização do Capital 
Social
1.500,00
(-) Pgto. de dividendos (850,00)
Caixa líquido proveniente das ativida-
des de fi nanciamentos
1.120,00
Aumento líquido de caixa 800,00
Caixa no início do período 1.500,00
Caixa no fi m do período 2.300,00
Aumento líquido de caixa 800,00
10. Pgto. Outras desp. (DRE) (500,00)
11. Pgto. de IRPJ s/ lucro (DRE) (1.050,00)
12. Pgto. de dividendos (DMPL) (850,00)
Saldo fi nalde caixa 2.300,00
Fonte: Adaptado de Marion (2009,p.462).
Fonte: Adaptado de Marion (2009, p.463).
76 UNIUBE
Quadro 7- Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Indireto
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto
Fluxo de caixa das atividades opera-
cionais
Lucro antes do IRPJ e da CSLL 3.000,00
Ajustes por:
(+) Depreciação 120,00
(=) Lucro antes do IRPJ e da CSLL 
Ajustado 
3.120,00
(-) Aumento do contas a receber (500,00)
(+) Diminuição dos Estoques 550,00
(+) Aumento de Fornecedores 1.000,00
(-) Pgto. de IRPJ s/lucro (1.050,00)
Caixa líquido proveniente das ativi-
dades operacionais
3.120,00
Fluxos de caixa das atividades de 
investimentos
(-) Aquisição de móveis e utens. (300,00)
(-) Aquisição de terrenos (1.000,00)
(-) Investimentos e outras entidades (2.140,00)
Caixa líquido proveniente das ativi-
dades de investimentos
(3.440,00)
Fluxos de caixa das atividades de 
fi nanciamentos
(+) Empréstimos bancários 470,00
(+) Aumento/Integralização do Capital 
Social
1.500,00
(-) Pgto. de dividendos (850,00)
Caixa líquido proveniente das ativi-
dades de fi nanciamentos
1.120,00
Aumento líquido de caixa 800,00
Caixa no início do período 1.500,00
Caixa no fi m do período 2.300,00
Aumento líquido de caixa 800,00
Fonte: Adaptado de Marion (2009, p. 463).
77 UNIUBE
Saiba mais
Para saber mais, acesse o link:
<http://www.administracaovirtual.com/financas/downloads/apostilas/2/Fluxo_
CaixaParte_1.pdf>.
Neste link, você entenderá, passo a passo, a estruturação e montagem da 
demonstração do fl uxo de caixa, com exemplos didáticos que se aplicam a toda 
elaboração da DFC.
Após a leitura do artigo anterior, compartilhe no ambiente virtual de aprendizagem 
as informações necessárias à elaboração da DFC.
4.3 Conclusão
A Demonstração do Fluxo de Caixa resume num só relatório contábil as variações 
ocorridas no grupo de disponibilidades do ativo circulante que aqui denominamos 
de Caixa e Equivalente de Caixa (bancos).
Desta forma podemos evidenciar de que as entradas para o disponível são:
recebimento de vendas
aumento de obrigações por empréstimos ou fi nanciamentos
E para as saídas:
pagamento de compras
diminuição de obrigações por empréstimos ou fi nanciamentos
Assim a Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC nos indica as movimentações 
de entrada e saída, ocorridas em disponibilidades (caixa e equivalente de caixa) 
subdivididas em três grupos:
fl uxo das operações
fl uxo dos fi nanciamentos
fl uxo dos investimentos.
•
•
•
•
•
•
•
78 UNIUBE
Neste capítulo, desenvolvemos o estudo da Demonstração do Fluxo de Caixa - 
DFC. É importante ressaltar que essa demonstração retrata a movimentação ou 
mutação ocorrida durante um determinado período de tempo. Essas movimentações 
se dão sob três pontos, ou seja, sob a ótica das operações, dos fi nanciamentos 
e dos investimentos. É claro que essa movimentação se dá tanto pelas entradas 
quanto saídas. 
 
E, ainda, de forma condensada, a mesma apresenta a origem do dinheiro que 
entrou no Caixa, assim como de sua aplicação, ou seja, o resultado do fl uxo 
fi nanceiro. Assim como a Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, a 
Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC também é uma demonstração dinâmica 
que está contida no Balanço Patrimonial -BP.
Nunca é demais ressaltar que a Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC é 
elaborada mediante um modelo sugerido para que possamos de forma lógica no 
acompanhamento das movimentações fi nanceiras das empresas. 
Logo, podemos perceber, da sua enorme importância como ferramenta de gestão, 
que permite ao Gestor da empresa para que o mesmo possa acompanhar o 
progresso ou não de questões fi nanceiras da organização, e ao mesmo tempo, 
utilizar das mesmas como ferramenta estratégica das ações que permitirão um 
crescimento da organização.
Portanto, podemos sintetizar que a Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC, 
pode ser elaborada de duas formas, a primeira de posse do Caixa de acordo 
com os documentos que ali estão e separados de acordo com a sua natureza e, 
em seguida, condensando-os; a segunda, de posse dos relatórios contábeis ou 
fi nanceiros, lançando mão da técnica do método indireto.
Resumo
79 UNIUBE
Caro aluno, depende de você o avanço e o aprofundamento do relatório aqui 
tratado, qual seja, a DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa.
É oportuno ressaltar que, de acordo com a Lei 6.404/76, que você encontrará 
nesses links <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm>, assim 
como do teor da Lei 11.638/07 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/Lei/L11638.htm>, a fundamentação legal da referida demonstração 
fi nanceira.
Entretanto, a legislação anteriormente indicada não é sufi ciente à complementação 
de seus estudos. É preciso avançar e pesquisar um pouco mais. É conveniente 
que você leia, com a devida cautela e atenção, o pronunciamento do Comitê 
de Pronunciamentos Contábeis, especifi camente o Pronunciamento Conceitual 
Básico, conforme link <http://www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.
pdf> e, logo em seguida, o pronunciamento <http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_03_
R1.pdf> que trata da DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa propriamente dito. 
Para enriquecer seu material, você recebeu o livro customizado MARION, José 
Carlos. Contabilidade Empresarial. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2009. No capítulo 
18 – Demonstração dos Fluxos de Caixa (Demonstração do Fluxo Financeiro), 
páginas de 111 a 140, o autor aborda a Demonstração do Fluxo de Caixa, 
descrevendo o relatório como catalisador das variações do Disponível da empresa 
(Caixa + Bancos), que geralmente são constituídas por recebimentos de vendas, 
aumento de obrigações passivas, aumento de Capital em dinheiro, diminuições de 
itens de Ativo, dentre outras.
Nessa mesma obra, o autor continua abordando e identifi cando o que normalmente 
constituem saída: os pagamentos de compras, diminuições das obrigações 
passivas, aumentos de itens do Ativo quando há aquisições, dentre outras.
E, para fi nalizar, é preciso conhecer outras ferramentas de estudo, tais como 
revistas, entrevistas, visitas a empresas, a fi m de despertar-lhe a busca pelo novo 
e, acima de tudo, pelo crescimento profi ssional e pessoal.
Boa Leitura!
Leituras 
80 UNIUBE
Caro aluno, é de fundamental importância que você resolva todas as atividades 
sem consultar o referencial de respostas, só o fazendo no fi nal. Caso ainda persista 
dúvidas quanto às atividades, retorne à unidade didática e, só depois, retorne às 
resoluções:
Atividade 1
Com os dados do Balanço Patrimonial da Cia. Vale Verde, de capital aberto, 
elabore a Demonstração do Fluxo de Caixa(DFC) para o ano findo em X3:
BALANÇO PATRIMONIAL - BP
Ativo 31.12.X2 31.12.X3
ATIVO CIRCULANTE 1.170 2.420
Disponível 300 610
Clientes (líquido) 150 450
Estoques 700 1.200
Despesas do Exercício
Seguinte
20 170
ATIVO NÃO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 200 450
ATIVO PERMANENTE 2.840 3.398
Investimentos 700 745
Imobilizado 2000 2.473
Intangível 140 210
TOTAL DO ATIVO 4.210 6.298
Atividades
81 UNIUBE
Passivo + P.Líquido 31.12.x2 31.12.x3
PASSIVO CIRCULANTE 990 1.450
Empréstimos bancários 800 950
Fornecedores 50 150
Contas a pagar 60 100
Provisão para Imposto de
Renda
80 250
NÃO CIRCULANTE
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 210 1.530
Empréstimos e
?nanciamentos
210 1.530
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.010 3.318
Capital 1.800 2.200
Reservas de Capital 240 240
Reservas de lucros 560 460
Lucros Acumulados 410 418
TOTAL DO PASSIVO+
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 4.210 6.298
DRE
RECEITA BRUTA 1.000,00
(-) CMV (720,00)
(=) Lucro Bruto 280,00
(-) Despesas Administrativas (270,00)
(=) Resultado do Exercício 10,00
Atividade 2
Nas operações que envolvem especifi camente os fl uxos de caixa e a sua 
demonstração, enumere as principais transações que:
a. aumentam o Disponível; 
b. diminuem o Disponível; 
c. não afetam o Disponível.
82 UNIUBE
Atividade 3
Cite quais são as demonstrações contábeis básicas, que servirão como fonte de 
informações,a fi m de subsidiar a elaboração da Demonstração do Fluxo de Caixa.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Introdutória. 9. ed. São Paulo: 
Atlas, 1998. 
MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 15. ed. São Paulo: 
Atlas, 2009. 
Atividade 4
Assinale com um (x) a operação, que no momento da sua ocorrência, afeta 
imediatamente o caixa de uma entidade qualquer, provocando uma variação 
positiva.
a. ( ) reavaliação de ativos;
b. ( ) venda a prazo;
c. ( ) vendas à vista;
d. ( ) compra a prazo;
e. ( ) reconhecimento da depreciação.
Referências
INTRODUÇÃO AO 
BALANÇO SOCIAL E À 
DEMONSTRAÇÃO DO 
VALOR ADICIONADO - DVA
Seja bem-vindo, mais uma vez, ao estudo da Contabilidade intermediária.
Convido-o a iniciar seus estudos, nesse capítulo, intitulado Introdução ao 
Balanço Social e à Demonstração do Valor Adicionado – DVA, mostrando-lhe 
didaticamente o porquê da sua elaboração e que valores os compõem.
Será abordada ainda a formação da riqueza produzida pela empresa para 
um determinado período e a sua respectiva distribuição.
Por se utilizar, também, de informações contábeis, as mesmas serão 
levantadas da escrituração contábil, assim como dos relatórios contábeis já 
estudados em capítulos anteriores, mas a coleta de informações requer que 
sempre levemos em consideração as circunstâncias que assim o exigirem e, 
sobremaneira, do acordo ainda com as normas de contabilidade em vigor.
É salutar considerarmos que toda riqueza gerada pela empresa será medida 
sob a ótica de valor adicionado, ou melhor, será calculada pela diferença entre 
aquilo que a empresa produz, deduzindo todos aqueles gastos necessários à 
produção dessa mesma riqueza.
Isto posto, podemos defi nir a Demonstração do Valor Adicionado - DVA, como 
uma ferramenta gerencial auxiliar e complementar dos relatórios contábeis 
tradicionais, quais sejam, o Balanço Patrimonial, a Demonstração do 
Resultado do Exercício - DRE, Demonstração das Mutações do Patrimônio 
Líquido - DMPL e Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados - 
DLPA e a Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC, a fi m de complementar 
um conjunto harmonioso e efi caz de informações na tomada de decisões. 
Podemos, sem sombra de dúvida, afi rmar que a DVA, ainda indica:
a avaliação do desempenho na geração da riqueza;
a avaliação social, tendo como medida a distribuição da riqueza 
gerada;
•
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5
Marco Antonio de O. Caetano
Introdução
84 UNIUBE
Objetivos
a efetiva contribuição da empresa, de forma global à economia na qual está 
inserida.
Diante de tantas indicações, informações que o demonstrativo nos proporciona, 
é sem a Demonstração do Valor Adicionado - DVA, um instrumento que vem 
contribuir, sobremaneira, com informações complementares às demonstrações 
fi nanceiras tradicionais acerca da distribuição da riqueza para com seus agentes 
e usuários internos ou externos, das informações contábeis.
Vale a pena falar da importância ímpar dos seus efeitos sociais, ora produzindo, 
ora gerando riqueza.
Para aprofundar seus conhecimentos, propomos, ao fi nal do capítulo, um conjunto 
de referências de leituras que contribuirão signifi cativamente para seu crescimento 
pessoal e profi ssional.
Dessa forma, convido-o a iniciarmos o estudo introdutório do Balanço Social -BS 
e da Demonstração do Valor Adicionado - DVA.
Para isso, é preciso que você leia atentamente o texto e as respectivas resoluções 
de todos os exercícios propostos, a fi m de que consiga compreender o real 
signifi cado dessas duas importantes demonstrações complementares.
Bons estudos!
•
Após os estudos realizados a partir desse capítulo, você estará apto a:
coletar informações ambientais, 
humanas, econômico-fi nanceiras; 
elaborar o Balanço Social - BS e 
a Demonstração do Valor Adicionado 
DVA;
inferir da Demonstração do Valor 
Adicionado – DVA, a base de cálculo, 
os indicadores sociais interno, externos 
e do corpo funcional;
obter informações relevantes quanto 
ao exercício da cidadania, ou seja, da 
responsabilidade social.
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Balanço Social - BS
É um demonstrativo publicado 
anualmente pela empresa reunindo 
um conjunto de informações sobre os 
projetos, benefícios e ações sociais 
dirigidas aos empregados, investidores, 
analistas de mercado, acionistas e a 
comunidade. É também um instrumento 
estratégico para avaliar e multiplicar o 
exercício da responsabilidade social 
corporativa.
Demonstrativo do Valor Adicionado 
- DVA
É o informe contábil que evidencia, 
de forma sintética, os valores 
correspondentes à formação da riqueza 
gerada pela empresa em determinado 
período e sua respectiva distribuição.
85 UNIUBE
Esquema
Introdução
Balanço Social
História do Balanço
Balanço Social e a Contabilidade
Como se elabora o Balanço Social
DVA - Demonstração do Valor Adicionado
Objetivos
Origens, definições, modelo e principais informações
5.1 Como se elabora a Demonstração do Valor Adicionado 
- DVA
5.1.1 Primeiro passo
Primeiramente, conheceremos as origens, defi nições, modelo e principais 
informações. 
Mas, antes, algumas das indagações muito comuns que cercam o Balanço Social 
- BS e a Demonstração do Valor Adicionado - DVA:
o que é balanço social, e para que serve?
há um modelo defi nido, estruturado, para inserção de dados a fi m de gerar 
informações?
o que fazer com todas essas informações?
é um relatório construído por um único profi ssional ou múltiplos 
profi ssionais?
Diante de tantas indagações, e a fi m de supri-las, vamos iniciar nossos estudos, 
respondendo-as ao longo do desenvolvimento desse capítulo.
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86 UNIUBE
5.2 Introdução ao estudo do Balanço Social e da 
 Demonstração do Valor Adicionado
Vamos, juntos, dar início ao estudo de dois dos instrumentos de informação 
utilizados pelas principais corporações empresariais mundiais, sobretudo, 
brasileiras – o Balanço Social e a Demonstração do Valor Adicionado.
O primeiro tem por objetivo demonstrar o resultado da entidade, subsidiando, 
como processo de interação com o meio onde a mesma esteja inserida, ou 
seja, industrial, comercial, ou agropecuário. 
Desta forma, basta que selecionemos informações já evidenciadas nos relatórios 
contábeis (complementados pelas notas explicativas).
A seguir, a grosso modo, algumas das informações a serem utilizadas para 
elaboração do balanço social:
a postura da empresa em relação aos recursos naturais;
o perfil da força de trabalho;
a contribuição da empresa para o desenvolvimento econômico e social da 
região onde a mesma está inserida;
contribuições a entidades assistenciais, a educação e a saúde dos 
colaboradores, sejam eles administrativos ou de fábrica;
impostos;
dividendos;
lucros reinvestidos.
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Frise-se que, de acordo com a Lei 11.638/07, em seu artigo 1º e, também, no artigo 
176 da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976, passa a vigorar a obrigatoriedade 
da DVA, que se aplica somente às companhias abertas.
Importante
Em outras palavras, DVA é o PIB da empresa, e como 
esse PIB é distribuído ou compartilhado.
PIB
Produto Interno Bruto.
Acesse os links <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.
htm> para conhecer na íntegra a Lei 6.404/76, e dê especial atenção ao 
artigo 176l e <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/
Lei/L11638.htm> para conhecer na íntegra a Lei 11.638/07, e dê especial 
atenção ao artigo 1º.
Saiba mais
87 UNIUBE
Diante do exposto anteriormente, é perceptível que a divulgação do Balanço Social, 
mesmo em caráter facultativo, é sobremaneira muito importante, haja vista que a 
divulgação perante a sociedade como um todo tem de fato gerado resultados positivos.
 
Seja como for, a divulgação de informações sociais, econômicas e fi nanceiras, que 
já constam das demonstraçõestradicionais, só vem complementar e enriquecer o 
conteúdo das informações destinadas aos usuários da informação, seja para fi ns 
de tomada de decisão ou não.
Quanto àqueles relatórios, vale a pena citá-los a fi m de relembrá-los, o Balanço 
Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração dos 
Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA, a Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido - DMPL, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos 
e, por fi m, a DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa, todos já estudados em 
capítulos anteriores.
Já é de nosso entendimento de que aquelas demonstrações contábeis evidenciam 
todas as operações efetuadas por uma empresa ou entidade empresarial. É, 
sobremaneira importante, realizarmos para a leitura atenta da Lei 11.638/07 
quanto aos mecanismos e métodos de avaliação de ativos, que ora passam a 
ser passíveis de aplicação, incluindo até sugestões de modelos matemático-
estatísticos, dentre outros.
Diante disso, há nesses relatórios contábeis uma gama enorme de informações 
que podem ser coletadas e sumarizadas para variados fins, como por exemplo:
o quanto a empresa gera de lucro para cada $ 100 investidos?
o quanto a empresa paga de juros para cada $ 100 tomados junto às 
instituições financeiras?
o quanto os acionistas ganham para cada $ 100 investidos?
se a empresa obteve um bom desempenho:
o em vendas?
o na redução de custos? 
o no crescimento do lucro?
o houve progresso real de salários para o pessoal administrativo e de 
fábrica?
o a empresa está realmente reinvestindo seu lucro?
No entanto, vale ressaltar que essas informações devem ser tratadas de uma 
forma dedutiva, ou seja, dos relatórios contábeis para os casos em particular.
Vamos ver como funciona?
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88 UNIUBE
5.3 O Balanço Social - BS
5.3.1 Conceito
O Balanço Social é um demonstrativo publicado anualmente pelas empresas, de 
natureza não obrigatória, que reúne em seu bojo, um conjunto de informações sobre:
a) projetos;
b) benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados;
c) investidores;
d) acionistas e sócios e a comunidade.
O Balanço Social é, de fato, um instrumento estratégico, podendo ser entendida 
de forma geral como uma forma de inovação de valor.
Mas, sigamos em frente, a fi m de entendermos melhor a ideia central do balanço 
social.
5.3.2 A história do Balanço Social
No Brasil, a ideia começou a ser discutida na década de 1970. Todavia, apenas nos 
anos 80 é que surgiram os primeiros balanços sociais corporativos (empresas). 
E, só a partir de 1990, algumas das corporações de diferentes setores e segmentos 
passaram a apresentar anualmente o balanço social.
Você pode estar se perguntando!
Então, a partir de quando o Balanço Social passou a ganhar visibilidade nacional?
Caro aluno, esta visibilidade, ainda que incipiente, foi 
alcançada a partir do empenho de um sociólogo chamado 
Herbert de Souza, o Betinho. Ele lançou, em junho de 1997, 
uma campanha pela divulgação voluntária do Balanço 
Social. Só a partir desse momento, com o apoio de lideranças empresariais é que 
a campanha alavancou. É a partir desse marco notável que pôde-se perceber 
que uma nova realidade e mentalidade tem se formado, e que novas práticas 
empresariais passam a surgir em pleno curso.
Incipiente
Que está no começo.
Acesse visite o link a seguir:
< h t t p : / / w w w. b a l a n c o s o c i a l . o r g . b r / c g i / c g i l u a . e x e / s y s / s t a r t .
htm?infoid=3&sid=3>.
Nesse site, você irá conhecer um pouco mais acerca da história do balanço 
social.
Saiba mais
89 UNIUBE
Antes de responder esses questionamentos, gostaria que você lesse o texto, a 
seguir, transcrito:
A imensa maioria das empresas está publicando, e publicarão, 
o “Balanço Social e Ambiental”, como documento separado, 
diferente, ao Balanço Econômico. Entretanto muitas 
organizações, não somente nacionais, mas, também a nível 
mundial, estão trabalhando para que o esforço da publicação 
se oriente a realizar em uma única peça, o “Balanço Econômico 
Social e Ambiental”.
Os dados demonstrativos das estratégias sociais e ambientais 
devem ter neles mesmos consistência e apresentar todos os 
elementos quantitativos e de valorização pertinentes, isto é, que 
não signifi ca – pelo fato de fazer um único documento – que 
podem se omitir informações quantitativas que permitam ter 
uma visão clara do que e realizado nas áreas social e ambiental.
A unifi cação, ou não, de todos os relatórios poderá ser justifi cada 
conforme o tamanho da empresa, e os públicos aos quais 
prioritariamente estão orientados, Trata-se muito mais de um 
aspecto de princípio. É importante frisar que o compromisso 
empresarial não é somente econômico, é também social e 
ambiental, e uma única peça caracteriza a ‘completude’ e 
complexidade da gestão empresarial.
Texto disponível em:
<http://www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.
htm?sid=5>. Acesso em: fev. 2010.
Vamos, agora, tratar de questões um tanto quanto curiosas:
5.3.3 A construção do Balanço Social - BS
A partir de agora, vamos abordar a construção do Balanço Social.
Mas antes, vamos abordar juntos alguns dos questionamentos que nos fazemos, 
a fi m de construirmos um bom balanço social.
Aqui, os mais comuns:
o por que fazer o Balanço Social?
o quem são os benefi ciários deste conjunto de informações?
o que modelo utilizar?
o há alguma certifi cação ofi cial de qualidade? Certifi car
Atestar, confi rmar, dar 
como verdadeiro.
90 UNIUBE
Por que realizar ações sociais?
Porque agrega valor, tendo em vista que empresas socialmente responsáveis 
apresentam rentabilidade maior. Porque diminui riscos de descontinuidade dos 
negócios. Porque é um instrumento estratégico, seja ele de curto ou longo prazo. 
Porque é um instrumento de avaliação. Porque é inovador e transformador.
Os beneficiários
O balanço social oferece a oportunidade de interação de todos aqueles grupos 
interessados na empresa, fornecendo informações úteis à tomada de decisões.
Entende-se que o processo de realização estimula o corpo funcional gerando um 
grau mais elevado de intercâmbio e comunicação interna e externa nas relações 
entre dirigentes e interessados. Há que se lembrar, obviamente que os fornecedores 
e investidores estão muito interessados na responsabilidade das empresas em 
relação aos recursos humanos e à natureza, o que é um bom indicador da forma 
como esta é administrada.
O modelo 
Para que as empresas, independentemente do tamanho e setor, sejam de fato 
motivadas a divulgarem suas informações, um modelo foi elaborado em parceria 
com diversos representantes de empresas públicas e privadas, por meio de 
discussões, reuniões, audiências públicas para que a empresa fosse, de fato, 
estimulada a divulgar o seu balanço social.
O selo
Então, em 1998, para mais uma vez estimular a participação de um número 
cada vez maior de empresas na divulgação de seus balanços sociais, criou se 
um reconhecimento denominado de “Selo Balanço Social Ibase/Betinho”. Este é 
conferido anualmente a todas as empresas que divulgam e publicam o balanço 
social no modelo sugerido pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas 
(Ibase), dentro da metodologia e dos critérios propostos.
Se nós parássemos nesse exato momento para refl etirmos acerca do conteúdo 
estudado até o presente momento, diríamos que:
Ø é por meio deste balanço social e a sua respectiva divulgação, atestado por 
um selo, que determinadas empresas valorizam e investem em:
§ educação;
§ saúde;
§ cultura;
§ esportes; 
§ meio-ambiente.
91 UNIUBE
Mas, qual é o sentido preciso do Balanço Social? 
Para que possamos responder e prosseguir, é preciso conhecer um pouco mais 
sobre o balanço social.
Então, vejamos:
Instituto Ibase
Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, criado em 1981. É uma 
instituição de utilidade pública federal, sem fins lucrativos, sem vinculação 
religiosa e partidária. Sua missão é a construção da democracia, combatendo 
desigualdadese estimulando a participação cidadã.
Quer conhecer mais a respeito do Instituto? 
Acesse o link <http://www.ibase.org.br/>. 
Usuários do Balanço Social - BS
Que informações os trabalhadores e os parceiros nos negócios das corporações, 
ou seja, aqueles usuários da informação contábil e social, e assim como os 
integrantes da capacidade produtiva das empresas, gostariam de receber?
Dentre as principais informações, além, é claro, daquelas que os relatórios 
contábeis nos oferecem e complementados por notas explicativas, podemos citar 
as seguintes:
valor em dinheiro das vendas de bens e serviços produzidos pela empresa;
valor em dinheiro das compras de bens e serviços intermediários;
número de empregados na administração e na produção no início e no fim 
do exercício social;
salários praticados por pessoa e hora de produção;
trabalhadores por faixa de qualificação, e salários;
remuneração dos diretores e benefícios aos mesmos conferidos.
É bom lembrar que ainda há informações adicionais. A seguir, algumas das mais 
comuns:
a) emprego;
b) formação de mão de obra;
c) alojamentos e transporte;
d) preservação do meio ambiente.
Vamos continuar nosso estudo sobre o Balanço Social. Mas, antes, leia o trecho, 
a seguir, para refl exão:
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•
92 UNIUBE
Num mundo globalizado, os grupos sociais de pressão estão mais 
organizados e atuantes em defesa dos interesses da sociedade e 
do meio ambiente. Obviamente, isto infl uencia os consumidores, 
os quais tendem a adquirir, cada vez mais, produtos e serviços 
cujas entidades produtoras respeitem normas de proteção ao 
trabalho, do meio-ambiente e contribuíam com a sociedade 
como um todo. 
Com base nos resultados e indicadores de desempenho 
apresentados no Balanço Social, a organização pode planejar e 
executar um conjunto de atividades que resultem em benefícios 
para os empregados, para a comunidade, para o meio ambiente 
e para si própria.
 
A gestão dos indicadores sociais poderá propiciar à entidade os 
seguintes benefícios:
 
1. aumento de produtividade dos seus empregados;
2. fortalecimento da sua imagem institucional (marketing 
social);
3. aumento da sua fatia de participação no mercado.
(Texto disponível em:
<http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/contcomentada_
contabilidadeeobalanco.htm>. Acesso em: fev. 2010)
Após a leitura do trecho anterior, você perceberá que as informações geradas 
a partir da contabilidade e daí para a construção do Balanço Social e a DVA, 
têm como objetivo atender aos usuários da informação, sejam eles internos ou 
externos, visando precipuamente à criação de dois relatórios. 
Vamos ver que relatórios são esses.
5.4 Balanço social e a contabilidade
Após a leitura atenta ao conteúdo abordado 
anteriormente, e dando continuidade, faço-lhe o 
seguinte questionamento:
Qual a razão e o sentido, que faz com que o 
ser humano se organize, criando empresas, 
corporações, sejam elas tanto do primeiro, quanto 
do segundo ou terceiro setor?
Primeiro Setor
Representado pelas prefeituras 
municipais, governos dos 
estados e a presidência da 
república, além das entidades a 
estes entes ligadas. Em outras 
palavras, denominamos de 
Primeiro Setor o “setor público.
Segundo Setor
É o mercado constituído pelo 
conjunto das empresas que 
exercem atividades privadas, 
ou sejam, atuam em benefício 
próprio e particular.
Terceiro Setor 
É constituído de organizações 
sem fi ns lucrativos, atuando nas 
lacunas deixadas pelos setores 
públicos e privados, buscando o 
bem-estar social da população. 
No caso, o Terceiro Setor não é 
nem público nem privado.
93 UNIUBE
Saiba mais
Importante
É de se notar que o grande objetivo do ser humano é atender aos seus anseios, 
suas necessidades e, sobretudo, sua luta pela sobrevivência, produzindo 
bens e serviços de qualidade.
Para conhecer mais sobre o assunto, acesse o sítio eletrônico:
<http://www.fi lantropia.org/OqueeTerceiroSetor.htm>. 
Neste site, você irá conhecer:
os principais personagens do terceiro setor;
fundações;
empresas juniores sociais.
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•
E a Contabilidade, como entra neste palco de anseios por qualidade nas 
informações?
Para auxiliá-lo neste trabalho, leia também:
uma afirmação geral é que (...) a função fundamental 
da Contabilidade tem permanecido inalterada desde seus 
primórdios. Sua finalidade é prover usuários dos demonstrativos 
fi nanceiros com informações que os ajudarão a tomar decisões. 
Sem dúvida, tem havido mudanças substanciais nos tipos de 
usuários e nas formas de informação que têm procurado. 
Todavia, esta função dos demonstrativos financeiros é 
fundamental e profunda. O objetivo básico dos demonstrativos 
financeiros é prover informação útil para a tomada de decisões 
econômicas (IUDÍCIBUS, 1997, p.20).
Isto não quer dizer que a informação sobre o passado ou presente 
não seja importante, mas significa que somente é importante se o 
que foi reportado em termos contábeis no passado for relevante 
para o futuro, ou, explicando melhor, ocorrendo no futuro o 
mesmo conjunto de eventos ocorridos no passado, tivermos 
algum tipo de segurança de que os parâmetros financeiros 
passados se repetirão. (IUDÍCIBUS, 1997, p.21).
94 UNIUBE
Saiba mais
Diante das duas citações anteriores, podemos concluir de que a Contabilidade não 
só visa produzir informações que possam auxiliar na previsão de fatos futuros 
e que a visão focada exclusivamente no registro do passado já está superada, 
é importante ressaltar que está integralmente ultrapassada. O que resta frisar é 
que os registros do passado, para a grande parte de usuários da informação 
contábil, só terão importância a partir do momento em que esta puder ser utilizada 
para previsões futuras.
Antes de darmos prosseguimento ao nosso estudo, acesse o site, a seguir, 
para fi ns de melhor apreensão do conteúdo até aqui explanado:
<http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm>. 
Após a leitura do texto constante do sítio anterior, continuemos.
Um dos grandes desafios para os contadores é que a informação gerada no 
Balanço Social seja relevante, útil e tempestiva à tomada de decisão para quem 
se destina.
Para se resolver parte desse desafi o, vamos ao objetivo do Balanço Social:
5.5 O Objetivo
O Balanço Social é dirigido à sociedade em geral, visando a atender a uma lista 
não exaustiva de usuários da informação. Vejam os principais:
gestores;
trabalhadores;
clientes;
acionistas;
sindicatos dos trabalhadores;
fornecedores;
instituições financeiras;
governo.
Desta forma, a Contabilidade, como ciência, tem a responsabilidade de reportar a 
informação contábil, econômica, financeira, social, produtiva e qualitativa e que, 
ao mesmo tempo, seja útil, relevante, equitativa.
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95 UNIUBE
5.6 A construção do Balanço Social
A partir desse momento, daremos início à construção do balanço social.
5.6.1 Como se elabora o Balanço Social
O balanço social tem por objetivo descrever uma realidade econômica e social 
de uma empresa ou unidade corporativa. É bom frisar que não existe um modelo 
para investidores e outro para trabalhadores e, sim, um conjunto de informações 
que podem atender às possíveis necessidades de cada componente empresarial 
que serão úteis no processo de tomada de decisões, seja no tocante ao pessoal, 
ao econômico, ao financeiro, ao ambiental, dentre outros.
Para que possamos ter segurança na construção do balanço social, vamos recorrer 
à seguinte citação:
a responsabilidade (accountability), 
como se vê, corresponde sempre à 
obrigação de executar algo, que 
decorre da autoridade delegada e 
ela só se quita com a prestação de 
contas dos resultados alcançados 
e mensurados pela contabilidade. 
A autoridade é a base fundamental 
da delegação e a responsabilidade 
corresponde ao compromisso e 
obrigação de a pessoa escolhida 
desempenhá lo eficiente e 
eficazmente. (NAKAGAWA, 1993, 
p.18)
Accountability
É um termo da língua inglesa, 
sem tradução exata para 
oportuguês, que remete à 
obrigação de membros de 
um órgão administrativo ou 
representativo de prestar contas 
a instâncias controladoras 
ou a seus representados. 
Outro termo usado numa 
possível versão portuguesa é 
responsabilização. 
Saiba mais
Note que Accountability, corresponde, nesse capítulo, à elaboração e 
à publicação do Balanço Social pelos gestores, tendo em vista que se 
trata de um dos melhores exemplos de evidenciação e transparência 
dos resultados alcançados.
5.6.2 As fontes de informação
Três departamentos funcionam como fontes para elaboração do Balanço Social, 
quais sejam:
pessoal;
contabilidade;
sistema de informação.
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•
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96 UNIUBE
As explicações
Pessoal
Está relacionado com os talentos humanos, ou melhor, este departamento 
é responsável pela vida dos funcionários na empresa, desde sua admissão 
até seu desligamento, abordando entre outros os seguintes registros, anote os 
exemplos:
 salários;
 número de horas e dias de trabalho;
 movimentação;
 absenteísmo.
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Absenteísmo
Hábito de estar frequentemente 
ausente de um local (de trabalho, 
estudo).
Contabilidade
Este setor é responsável pelos registros referentes aos fatos administrativos 
mensuráveis financeiramente, assim como, pela divulgação dos relatórios 
contábeis. Por exemplo: balanço patrimonial, demonstração do resultado do 
exercício, demonstração de lucros ou prejuízos acumulados, demonstração das 
origens e aplicações de recursos, demonstração das mutações do patrimônio 
líquido.
A Contabilidade tem por fi m reportar à situação patrimonial da entidade utilizando-
se destes relatórios contábeis e descreve as origens e aplicações dos recursos 
visando atender às necessidades de seus usuários internos e externos.
Há de se notar que este setor fornece uma gama de informações gerenciais, dentre 
elas, podemos citar o detalhamento das receitas e despesas, os cálculos de preço 
de venda e o custo dos produtos fabricados, a produção e a produtividade. Calcula 
e evidencia a Demonstração do Valor Adicionado - DVA.
Sistema de informação contábil
Este é o setor que tem como função prover informações qualitativas e quantitativas 
destinadas às decisões operacionais e movimentos estratégicos. Atende a usuários 
internos e externos da organização, auxiliando os nas abordagens sistêmicas. Veja 
alguns exemplos:
unidades físicas de produtos vendidos;
produção, processos e horas trabalhadas;
customização e minimização de perdas e de desperdícios.
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•
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97 UNIUBE
5.7 Análise dos indicadores
 A função primordial dos indicadores é proporcionar uma melhor aglutinação de 
informações e dar lhe um tratamento adequado em termos de transparência para 
os agentes sociais.
Veja exemplos de uma série de indicadores possíveis que se pode extrair do 
Balanço Social, seja a informação qualitativa ou quantitativa:
5.7.1 Indicadores de caráter econômico:
valor adicionado por talento humano (trabalhador);
relação entre salários pagos ao trabalhador em relação às receitas brutas 
da corporação;
contribuição do valor adicionado da empresa para o PIB (produto interno 
bruto);
carga tributária da empresa em relação a seu valor adicionado etc.
•
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5.7.2 Indicadores sociais: 
evolução do emprego na empresa;
promoções na escala salarial;
participação e evolução do pessoal por sexo e instrução;
classificação por faixa etária;
nível de absenteísmo;
benefícios concedidos ( médico, odontológico, educação);
política de proteção ambiental etc.
 
Caro aluno, a grosso modo podemos elaborar o Balanço Social a partir daquelas 
informações, no entanto, antes de iniciarmos o processo, vamos conhecer um 
pouco mais de algumas das principais fases:
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5.8 Fases do processo de elaboração do Balanço Social
A elaboração do Balanço Social é realizada em duas fases:
5.8.1 Primeira fase
Coordenação e promoção da confecção do documento, ou seja:
escopo;
meios;
objetivos.
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98 UNIUBE
5.8.2 Segunda fase: 
execução do trabalho planejado.
Até aqui, você estudou e compreendeu que o Balanço Social contempla os 
relatórios contábeis tradicionais, dentre eles:
balanço patrimonial;
demonstração do resultado do exercício;
demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
demonstração das mutações do patrimônio líquido;
demonstração do fl uxo de caixa;
demonstração das origens e aplicações de recursos (não obrigatório, 
conforme determina a Lei 11.638/07).
Lembre se de que todos eles estão condicionados aos princípios fundamentais de 
Contabilidade e divulgados em conformidade com o art. 176, da Lei das Sociedades 
por Ações, Lei n. 6.404/76 e alterada pela Lei 11.638/07.
Dando prosseguimento aos nossos estudos, é hora de iniciarmos o estudo da DVA 
– Demonstração do Valor Adicionado, integrante do balanço social.
Mas, antes, uma refl exão:
Se pudéssemos conhecer todas as necessidades de nossos usuários internos 
e externos, e se pudéssemos ampliar, ainda, a capacidade de analisar o 
desempenho econômico e social das organizações, evidenciaríamos o que de 
fato agrega resultados na empresa. Seria possível reconhecermos os bens e 
serviços adquiridos de terceiros, valor 
este que aqui denominaremos de Valor 
Adicionado. 
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Essa necessidade pode ser suprida, com 
a Demonstração do Valor Adicionado 
- DVA, ou seja é a demonstração que 
evidencia a criação da riqueza e a sua 
respectiva distribuição.
Cumpre mais uma vez salientar que com o advento da Lei 11.638/07, a 
Demonstração do Valor Adicionado - DVA passou a ser obrigatória a todas as 
companhias de capital aberto.
Você estudou em capítulos anteriores que a DVA só é obrigatória quando a 
companhia ou empresa for de capital aberto. Ser de capital aberto signifi ca que
Valor Adicionado
É o valor total da produção de bens e 
serviços de determinado período, menos o 
custo dos recursos adquiridos de terceiros, 
necessários a essa produção, além da 
forma com que essa riqueza é distribuída a 
diferentes grupos sociais. 
99 UNIUBE
essa mesma empresa negocia suas ações no mercado fi nanceiro, ou melhor, no 
mercado de ações.
Para tanto, é preciso aprofundarmos um pouco mais. Vejamos:
5.9 Demonstração do Valor Adicionado - DVA
Segundo Tinoco (2001, p. 64), a noção de valor adicionado é utilizada em 
macroeconomia como elemento da Contabilidade Nacional e é também denominado 
valor agregado.
Valor agregado nada mais é, por simplificação, o valor bruto da produção e 
os consumos intermediários nessa etapa. Desta forma, podemos concluir que, 
para encontrarmos o PIB - produto interno bruto, basta somarmos os valores 
agregados. 
Fácil, não é mesmo? 
Quer um exemplo? Então, observe:
Vejam alguns dos questionamentos mais comuns a fi m de levantar informações 
para elaboração da Demonstração do Valor Adicionado - DVA.
1. A empresa utiliza equipamentos? Resposta: sim.
2. A empresa investe ou reinveste seus capitais, assim como seus colaboradores 
para realizar outros bens e serviços, que por seu lado serão vendidos? Resposta: 
sim.
Antes de avançarmos, leia atentamente sobre a Demonstração do Valor Adicionado 
- DVA em: 
<http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/demonstracaodovalor.htm>.
Neste site, você irá conhecer fundamentos importantes, assim como de um modelo 
proposto para a elaboração da DVA.
Após a leitura do texto inserido no link anterior, vamos aos cálculos:
5.9.1 Cálculo do Valor Adicionado Bruto - VAB
Vendas X
(-)Compras Y
(=) VAB Z
100 UNIUBE
Saiba mais
5.9.2 Como se elabora a Demonstração do Valor Adicionado
Saiba mais
Acesse o link <http://www.vale.com/vale/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=125> 
aqui, você encontrará as principais demonstrações fi nanceiras, assim como 
das complementares, incluindo o Balanço Social e a DVA.
No cálculo da DVA - Demonstração do Valor Adicionado, a base da 
mensuração é a produção e as vendas.
Observe um exemplo adaptado de Tinoco(2001), em que de forma singela, porém 
didática, ele nos mostra como elaborar umaDVA a partir de uma empresa “A” que 
se utilizava de materiais próprios para gerar suas vendas.
Exemplo:
Empresa “A” - Demonstração do Resultado
Vendas 10.000,00
(-) Mão de Obra 5.000,00
(-) Juros 2.000,00
(=) Lucro 3.000,00
A partir dessa demonstração de resultado da empresa “A”, podemos elaborar a 
seguinte DVA:
Empresa “A” - Geração do Valor Adicionado
Vendas 10.000,00 %
Distribuição do Valor Adicionado
(-) Mão de obra 5.000,00 50
(-) Remuneração de Capital de terceiros 2.000,00 20
Remuneração do Capital Próprio 3.000,00 30
Total Adicionado 10.000,00 100
Fonte: Acervo do autor.
Assim, dando continuidade ao exemplo didaticamente apresentado, vamos 
introduzir outra empresa que aqui a denominaremos de “B”, que utiliza dos 
101 UNIUBE
Empresa “B” - Demonstração do Resultado 
Vendas 25.000,00
(-) Mão de Obra 5.000,00
(-) Juros 3.000,00
(-) Materiais 10.000,00
(-) Impostos 3.000,00
(=) Lucro 4.000,00
Fonte: Acervo do autor.
Agora, vamos elaborar a Geração do Valor Adicionado:
Empresa “B” - Geração do Valor Adicionado
Vendas 25.000,00 %
Distribuição do Valor Adicionado Bruto
(-) Materiais adquiridos 10.000,00 40
(=) VAB 15.000,00 60
Distribuição do Valor Adicionado
(-) Mão de Obra 5.000,00 33
(-) Remuneração de Capital de Terceiros 3.000,00 20
(-) Governo 3.000,00 20
(-) Remuneração de Capital Próprio 4.000,00 27
(=) Total Adicionado 15.000,00 100
Agora, que você já sabe como elaborar a DVA, acesse o seguinte documento de 
web.:
<http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_09.pdf>. Você terá a oportunidade de aprofundar 
seus conhecimentos acerca da DVA.
Chegamos ao fi m de mais um capítulo, e para que você tenha um bom 
aproveitamento do assunto aqui tratado, revise o conteúdo e resolva todos os 
exercícios propostos, a fi m de acelerar o seu aprendizado. No entanto, caso ainda 
persista dúvidas quanto ao que aqui foi estudado leia novamente as referências 
sugeridas.
É importante ainda destacar e prestar uma atenção toda especial aos tributos não 
cumulativos, quais sejam, o IPI, ICMS, PIS e COFINS.
materiais comprados da empresa “A” e, em seguida, os processa e os revende no 
mercado local. 
Com a constituição da empresa “B”, eis que surge o governo, impondo a esta o 
recolhimento de impostos. 
Para que você possa entender a sistemática, acompanhe-me no desenvolvimento 
do exemplo:
102 UNIUBE
5.10 Conclusão
Para concluir, a chave do sucesso para todo e qualquer empreendimento, seja 
ele comercial, industrial, serviços, é, com certeza, a necessidade proeminente de 
informações que o façam conhecer suas peculiaridades, seus pontos fortes e fracos 
assim como da utilização a mesmas a fi m de subsidiá-lo na tomada de decisões. 
O Balanço Social e a Demonstração do Valor Adicionado fazem exatamente 
isso, ou seja, auxilia na busca de um conjunto harmonizado e sistematizado de 
informações, auxiliando os outros demonstrativos contábeis. 
Lembre-se, também, de que, cada vez mais, uma governança corporativa é 
necessária e de preferência que ela seja da máxima qualidade.
A Demonstração do Valor Adicionado - DVA desenvolve um conceito puramente 
econômico, evidenciando de forma clara e transparente o quanto a empresa 
agrega de valor durante o processo de industrialização.
E ainda fornece aos usuários, informações sobre a riqueza gerada pela empresa e 
como a mesma é distribuída. É, ainda, importante observar que a DVA é elaborada 
a partir da Demonstração do Resultado do Exercício - DRE. Nesta demonstração, 
é evidenciado o valor adicionado e a distribuição deste mesmo valor, indicando a 
contribuição da empresa para a formação do lucro e para outros itens, como por 
exemplo, impostos, taxas e contribuições, folha de pagamento e seus respectivos 
encargos, juros, juros sobre o capital próprio e dividendos.
Na Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, são computados como 
Custo dos Produtos Vendidos, todos os gastos referentes à produção dos bens 
vendidos. Está contido, portanto, neste montante, a mão-de-obra direta, indireta, 
as matérias-primas e gastos gerais de fabricação. 
É necessário que, na DVA, haja a discriminação destes custos. Uma vez que, parte 
deles é considerada como insumos adquiridos de terceiros, daí a necessidade de 
seu detalhamento.
A depreciação, em especial, deve obrigatoriamente ser identifi cada. Os gastos com 
pessoal e os encargos são considerados como distribuição do valor adicionado. 
Para que efetivamente a contabilidade contribua para a identifi cação e a 
participação de cada empresa no Produto Interno Bruto - PIB, é necessário que 
seja evidenciado na Demonstração do Valor Agregado - DVA, o Valor Adicionado 
ou Agregado, ou seja, o efetivamente gerado pela entidade, independentemente 
que sua produção tenha sido vendida ou não, daí o conceito econômico.
Resumo
103 UNIUBE
Assim, a empresa deverá apresentar na DVA - Demonstração do Valor Adicionado, 
além dos dados contidos na DRE, os dados que possam efetivamente evidenciar 
qual a riqueza gerada pela empresa, incluindo a produção que ainda não foi 
vendida.
Caro aluno, tenha em mente que nesse capítulo não esgotamos todo o assunto 
que poderíamos ainda explorar. Leve em consideração que depende de você o 
avanço e o aprofundamento dos relatórios aqui tratados, quais são: o Balanço 
Social e a Demonstração do Valor Adicionado, aqui os denominamos pelas siglas 
BS e DVA, respectivamente.
Cabe a você, a partir do término deste capítulo, ler os textos e os materiais 
propostos, como: 
o livro customizado SANTOS, Ariovaldo dos. Demonstração do Valor 
Adicionado: como elaborar e analisar a DVA. 2. ed. São Paulo: Atlas, 
2007;
os Pronunciamentos contábeis emanados do Comitê de pronunciamentos 
contábeis (CPC) – principalmente o pronunciamento conceitual básico 
– estrutura conceitual – que você encontrará no link <http://www.cpc.org.
br/pronunciamentosIndex.php> e também <http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_
09.pdf> que trata, especifi camente, dos procedimentos contábeis da DVA.
No livro customizado leia:
Capítulo 01 – Contabilidade Social e o Balanço Social: aspectos conceituais e 
referências bibliográfi cas, páginas de 7 a 28;
Capítulo 02 – Demonstração do Valor Adicionado: aspectos conceituais e práticos, 
páginas de 29 a 37;
Capítulo 03 – Como Fazer a DVA, páginas de 38 a 201.
 
Entretanto, com toda essa gama de informações, só cabe a você não se limitar 
apenas aos conteúdos até aqui estudados e nem aos textos sugeridos, mas 
também a contextualização das questões teóricas aliadas à prática. 
Sendo assim, é preciso navegar em outras ferramentas de estudo, tais como 
revistas, entrevistas, visitas a empresas, a fi m de despertar-lhe a busca pelo novo 
e, acima de tudo, pelo crescimento profi ssional e pessoal.
Boa leitura!
•
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Leituras 
104 UNIUBE
Caro aluno, é de fundamental importância que você resolva todas as atividades 
sem consultar o referencial de respostas, só o fazendo no fi nal. Caso ainda persista 
dúvidas quanto às atividades, retorne ao capítulo, e, só depois, dê prosseguimento 
às resoluções.
Atividade 1
Com base nas informações, a seguir, responda às atividades 1, 2, 3, 4 e 5. A 
companhia MCA S.A, apresentou, para fi ns de divulgação, informações acerca 
das atividades do período encerrado em 31.12.x 8, a seguir explanadas:
RELATÓRIO DA DIRETORIA
Prezados Acionistas,
Atendendo às disposições legais e estatutárias, submetemos à apreciação de V. 
Sas. as demonstrações contábeis relativas ao exercício x8.
Apesar de termos tido uma infl ação de 12% (medida por índices ofi ciais do 
governo), tivemos uma melhora signifi cativa para este ano, ou seja:
a) aumentamos as vendas;
b) reduzimos nossos custos drasticamente;
c) houve crescimento no lucro de 15%.
Ainda há de se ressaltar que o nosso Balanço Social evidencia de forma clara e 
inconteste o zelo e o cuidado com a categoria de recursos humanos, ainda que 
a participação do governo seja evidentemente relevante na riqueza bruta gerada 
para o mesmo período. Veja, a seguir, a demonstraçãoatravés dos anexos:
 $
BALANÇO SOCIAL X7 X8
Vendas 160,00 590,00
(-) Compras 60,00 290,00
Valor adicionado 100,00 300,00
Destino do Valor Adicionado:
 
 
X7 X8
Juros 10,00 75,00
Pessoal administrativo 10,00 25,00
Pessoal Fábrica 20,00 53,00
Diretoria 15,00 90,00
Impostos 10,00 25,00
Lucro reinvestido 10,00 02,00
Atividades
105 UNIUBE
A empresa está preocupada com a assistência médica a seus funcionários. O 
item Assistência Médica está incluso em pessoal de fábrica e administrativo no 
Balanço Social.
Nós, na qualidade de presidente da empresa e principal acionista, colocamo-nos 
à disposição para qualquer outro esclarecimento:
Demonstrações Contábeis
 Em milhares
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo + P.L
Data Data
X8 X9 X8 X9
Xx Xx Xx Xx Xx Xx
Xx Xx Xx Xx Xx Xx
Xx Xx xx Xx Xx Xx
Total 80 500 80 500
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Discriminação
Data
X8 X9
Receita Bruta 160 590
(-) Custos 40 250
(=) Lucro Bruto 120 340
Xxxxx Xx Xx
Xxxxx Xx Xx
Xxxxx Xx Xx
Xxxxx Xx Xx
Lucro Líquido 20 22
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO OU 
DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
Data
X8 X9
Saldo Exercício Anterior Xx 10
Lucro Líquido 20 22
(-) Dividendos (10) (25)
Saldo Final 10 7
PARECER DA AUDITORIA
Examinamos as Demonstrações Financeiras da Cia. X, em 31.12.x9.
Nossos exames foram efetuados de acordo com as normas de Auditoria 
geralmente aceitas.
•
•
106 UNIUBE
NOTAS EXPLICATIVAS
a) .............................. (informação não utilizável) 
b) .............................. (informação não utilizável)
c) O total de nosso ativo até 30.12.x9 era de $ 158. Em 31.12.x9, foi contabilizado 
um acréscimo de $ 342 referente à um estudo de recuperabilidade dos ativos 
imobilizados (impairment). A empresa especializada pertence ao grupo “C”, 
considerada a terceira maior multinacional de Auditoria.
Pede-se:
1. Você concorda que a empresa teve um bom desempenho
a. Nas vendas?
b. Na redução de custo?
c. No crescimento do lucro?
Os valores referentes ao ano anterior foram auditados pelo Grupo C, empresa 
multinacional de auditoria.
Ressaltamos a excelente iniciativa da empresa em publicar também o 
Balanço Social, bem como seu excelente desempenho fi nanceiro como 
consequência de uma administração efi ciente e democrática.
•
•
Atividade 2
De acordo com as informações dos dados divulgados na atividade 1(um) anterior, 
responda às seguintes perguntas:
1. A empresa valoriza e demonstra um “carinho especial” com recursos 
humanos? 
2. Houve um progresso para o pessoal de fábrica e administrativo em termos 
salariais?
3. O Governo é realmente a causa da redução da participação de diversos 
setores no que condiz com o valor agregado ou adicionado?
Atividade 3
De acordo com as informações dos dados divulgados na atividade 1(um) anterior, 
responda às seguintes perguntas:
1. A empresa está realmente reinvestindo seu lucro?
2. O Ativo cresceu em termos reais?
3. Se o Governo não for a causa, qual é, efetivamente?
107 UNIUBE
Atividade 4
De acordo com as informações dos dados divulgados na atividade 1(um) anterior, 
responda às seguintes perguntas:
1. O estudo de recuperabilidade (impairment) é de boa qualidade, confi ável? 
2. O auditor afi rma que a empresa é “democrática”. Podemos concordar com 
essa afi rmação?
3. É possível a essa empresa que teve lucro de $ 22, distribuir $ 25 de 
dividendos?
Atividade 5
De acordo ainda com as informações dos dados divulgados na atividade 1(um) 
anterior, responda às seguintes perguntas:
1. Por que a empresa distribuiu tantos dividendos?
2. A troca de auditores pela empresa foi positiva?
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Manual de contabilidade das sociedades por ações: 
aplicável às demais sociedades. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 15. ed. São Paulo: Atlas, 20
09. 
SANTOS, Ariovaldo dos. Demonstração do Valor Adicionado: como elaborar 
e analisar a DVA. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 
TINOCO, João Eduardo Prudêncio. Balanço Social: uma abordagem da 
transparência e da responsabilidade pública das organizações. São Paulo: 
Atlas, 2001. 
Referências

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