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ANATOMOFISIOLOGIA E
PATOLOGIA DO SISTEMA
URINÁRIO
Aula 1
VISÃO GERAL DO SISTEMA URINÁRIO
Visão geral do sistema urinário
Olá, estudante! Nesta videoaula, você irá conhecer o sistema urinário. Você irá explorar as
principais características anatômicas, histológicas e funcionais desse sistema. Você será capaz
de compreender a estrutura macroscópica e microscópica das estruturas desse sistema tão
fundamentais para a manutenção da homeostase corporal. Prepare-se para essa jornada
fantástica pelo sistema renal! Vamos lá!
Ponto de Partida
Nesta aula, você, estudante, irá conhecer o sistema urinário, que atua principalmente por meio
dos rins promovendo a homeostasia dos líquidos corporais, assim como participa de outras
funções importantes que auxiliam na manutenção da homeostase corporal. Você será capaz de
conhecer as diferentes estruturas que fazem parte do sistema urinário, suas características
morfológicas, anatômicas e funcionais, que implicam diretamente na manutenção da homeostasia
corporal. Assim, você será capaz de reconhecer como todas essas características possibilitam a
compreensão e aplicação desses conhecimentos no seu dia a dia profissional. Prepare-se para
essa nova jornada de conhecimento! Vamos lá!
A partir de agora, você irá acompanhar a rotina de Daniel, um aluno de graduação na área da
saúde, que realiza seu estágio junto à equipe do Programa de Atenção Integral à Saúde de sua
Universidade. Nesse momento, Daniel está acompanhando as discussões de casos clínicos de
alguns atendimentos realizados por uma Unidade Básica de Saúde (UBS) parceira do Programa.
Durante a discussão, foi abordado o caso clínico da paciente T.M.S, 24 anos, que compareceu à
consulta queixando-se de dor e ardência ao urinar há três dias, além de vontade de urinar com
maior frequência nas últimas 24 horas. Segundo a paciente, a urina estava com coloração mais
escura, mas sem alteração de cheiro. A paciente não apresentava febre e negou a presença de
outras comorbidades. Como no exame clínico não foram observadas anormalidades, foi solicitado
exame de urina. O resultado do exame mostrou bacteriúria, piúria e hematúria. Diante do quadro
clínico apresentado e dos resultados do exame, foi diagnosticada com cistite. A paciente foi
medicada com antibiótico e, ao fim do tratamento, compareceu em consulta de retorno,
apresentando-se assintomática, recebendo alta ambulatorial. Ainda durante a discussão desse
caso clínico, o supervisor do Programa aproveitou para instigar Daniel a relembrar alguns
conceitos importantes a respeito das características anatômicas e funcionais do sistema urinário.
Ele fez os seguintes questionamentos a Daniel: “o que é a cistite? Você saberia explicar quais
estruturas são acometidas na cistite? Qual é a importância dessas estruturas para o
funcionamento do nosso organismo?”
Como você, no lugar de Daniel, responderia a todos esses questionamentos? 
Vamos Começar!
O sistema urinário é formado pelos rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. A principal função
desse sistema é a excreção de substâncias do corpo. Essa função tão importante é realizada
pelos rins, enquanto as demais estruturas desse sistema atuam como vias de passagem e locais
de armazenamento.
Figura 1 | Órgãos do sistema urinário e anatomia interna do rim. Fonte: adaptada de Freepik; Wikimedia Commons.
Dentre as funções dos rins, podemos destacar:
Regulação da composição iônica do sangue: ajudam a regular a concentração de íons
como Na+, Cl-, K+, Ca+2, HCO3
-, HPO4
-2, entre outros.
Regulação do pH sanguíneo: por meio do controle da quantidade de H+ excretados na
urina e pela preservação de HCO3
-, essenciais para atuação do tampão H+ no sangue e,
consequentemente, para a manutenção do pH sanguíneo.
Regulação do volume sanguíneo: realizando ajustes no volume sanguíneo por meio de
alterações no volume de água eliminada por meio da urina.
Regulação da pressão arterial: realizado pelos ajustes no volume de água eliminado e pela
secreção de renina, uma enzima que ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona;
Gliconeogênese: no jejum prolongado, os rins podem sintetizar glicose a partir de
aminoácidos e outros precursores, liberando-a no sangue e, dessa forma, auxiliando na
manutenção da glicemia.
Produção dos hormônios eritropoetina e calcitriol: a eritropoetina controla a síntese de
hemácias na medula óssea vermelha, enquanto o calcitriol (1,25-di-hidroxivitamina D) atua
na regulação da homeostasia do cálcio no organismo.
Excreção: os rins são responsáveis pela excreção de produtos da degradação metabólica
como a ureia (proveniente do catabolismo das proteínas), o ácido úrico (oriundo do
catabolismo de ácidos nucleicos), a creatinina (formada pela quebra do fosfato de creatina
nas fibras musculares), entre outras substâncias. Substâncias estranhas como fármacos,
toxinas, pesticidas e aditivos alimentares também são eliminados pelos rins por meio da
urina.
Siga em Frente...
Rim
Os rins são órgãos em forma de feijão, com tamanho aproximado de um punho fechado. Estão
localizados na parte posterior da parede abdominal, atrás do peritônio parietal, sendo por esse
motivo denominados estruturas retroperitoneais. Cada rim é circundado por uma camada de
tecido conjuntivo fibroso denominada cápsula renal. Envolvendo a cápsula renal encontramos a
cápsula adiposa renal, formada de tecido adiposo, que protege os rins de traumatismos,
amortecendo choques mecânicos. Ainda, envolvendo a cápsula adiposa renal está a fáscia renal,
uma camada fina de tecido conjuntivo que auxilia na fixação dos rins ao peritônio e parede
abdominal. No lado medial, côncavo, do rim encontramos o hilo renal, local de entrada para
artéria renal e os nervos e de saída para a veia renal e ureter.
Cada rim é formado por duas regiões distintas: córtex renal, mais externo e em contato com a
cápsula renal, e medula renal, mais localizada mais internamente. A medula renal é constituída
por estruturas em forma de cone chamadas pirâmides renais, entre as quais porções do córtex
renal se estendem formando as colunas renais. Os ápices das pirâmides renais são denominados
papilas renais e encontram-se direcionadas para a região interna do rim. Cada papila renal se
projeta para uma depressão pequena chamada cálice menor. Os cálices menores de diferentes
pirâmides se unem formando cálices maiores e, estes, por sua vez, se unem formando uma
câmara alargada chamada pelve renal. A função da pelve renal é coletar a urina dos cálices e
transportar para o ureter.
O córtex renal, juntamente com as pirâmides renais, forma o parênquima, a porção funcional do
rim. Dentro do parênquima, encontramos as unidades funcionais dos rins, responsáveis pela
formação da urina, denominadas néfrons. Cada néfron é formado por um corpúsculo renal e um
túbulo renal. O corpúsculo renal é composto pelo glomérulo e cápsula de Bowman, enquanto o
túbulo renal apresenta três partes principais, túbulo contorcido proximal, alça de Henle e túbulo
contorcido distal. Os túbulos contorcidos distais de vários néfrons drenam para um único ducto
coletor. Assim, os néfrons são estruturas microscópicas, sendo encontradas mais de um milhão
delas em cada rim, envoltas por pequenos vasos sanguíneos. O líquido filtrado a partir do capilar
sanguíneo e que entra no néfron é chamado de filtrado. Este é modificado à medida que percorre
as estruturas do néfron, por meio de diferentes processos de transporte. Assim, o filtrado formado
no néfron drena para os ductos coletores e, destes, para os cálices renais menores e maiores. A
partir do momento que o filtrado chega nos cálices, passa a ser chamado de urina, uma vez que a
partir dessa estrutura não ocorre mais alterações nesse líquido, por processos como reabsorção
e secreção. Dos cálices, a urina drena para a pelve renal e, daí, para o ureter e, posteriormente,
para a bexiga urinária.
O rim é uma estrutura extremamente vascularizada, o que torna suas funções bastante efetivas.
O sangue arterial entra no rim por meio da artéria renal, localizada no hilo,da alça de Henle, sem que haja aumento simultâneo na secreção de K+. Devido ao
quadro de hiperaldosteronismo, a paciente apresenta diminuição das concentrações plasmáticas
de potássio (hipocalemia). Essa redução da concentração de K+ extracelular diminui a
excitabilidade dos neurônios, das células cardíacas e células musculares e, se a hipocalemia for
grave, pode acarretar paralisia, arritmias cardíacas e morte. Na situação-problema, a paciente
apresenta hipocalemia decorrente da ação realizada pela aldosterona. Nos rins, a ação da
aldosterona envolve a estimulação da expressão gênica de proteínas responsáveis por aumentar
a atividade ou número dos canais do tipo ENac, na membrana apical das células epiteliais do
túbulo distal convoluto e ducto coletor, e das bombas Na+-K+-ATPase na membrana basolateral
das dessas células, o que promove aumento da reabsorção de Na+ e da secreção de K+. Assim,
a espironolactona, um diurético poupador de potássio que atua inibindo a aldosterona no ducto
coletor cortical, foi indicado no tratamento da paciente, uma vez que promove simultaneamente a
redução da reabsorção de Na+ e da secreção de K+ no ducto coletor cortical e,
consequentemente, aumento das concentrações plasmáticas de potássio e diminuição da de
sódio, auxiliando na manutenção da pressão arterial e revertendo o quadro de hipocalemia. 
Saiba Mais
Conceito de hipertensão arterial
A hipertensão arterial é uma elevação prolongada da pressão arterial, que pode trazer várias
consequências graves para o organismo, como danos ao tecido endotelial dos vasos sanguíneos,
risco aumentado de doença vascular aterosclerótica e ruptura vascular. Além disso, a pressão
arterial alta pode ocasionar danos graves também aos órgãos perfundidos, evidenciando a
importância da manutenção da pressão arterial dentro de limites considerados adequados para o
corpo.
Para explorar mais sobre a etiologia, patogênese e consequências da hipertensão arterial, leia a
seguinte obra disponível na Biblioteca Virtual:
MEFFORD, L. C. Distúrbios do fluxo sanguíneo e regulação da pressão arterial. In: NORRIS,
T. L. Porth: fisiopatologia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2021. cap. 26, p. 741-
745.
Sistema renina-angiotensina-aldosterona
Você já se perguntou como nosso corpo regula a pressão arterial a longo prazo para manter a
homeostase corporal? Uma das respostas está no fascinante sistema renina-angiotensina-
aldosterona. Este sistema desempenha um papel fundamental no controle da pressão arterial a
longo prazo e atua promovendo vasoconstrição, reabsorção de água e sódio e estimulando a
produção de aldosterona. Entender como esse sistema funciona é essencial para profissionais da
saúde, pois fornece informações valiosas sobre os mecanismos fisiológicos por trás da
hipertensão arterial e outras condições relacionadas.
Para saber mais sobre o sistema renina-angiotensina-aldosterona, acesse a seguinte obra:
Visão geral do sistema SRAA – células e hormônios. Khan Academy.
Diuréticos de alça, diuréticos tiazídicos e diuréticos
poupadores de potássio
O manitol é um tipo de diurético que só pode ser utilizado por profissionais da saúde em ambiente
hospitalar e com indicação médica. É classificado como um diurético osmótico, atuando no túbulo
proximal e alça de Henle. Você sabe qual o mecanismo de ação do manitol nesses segmentos
tubulares? Quais seriam as indicações clínicas desse diurético?
Para saber mais sobre esse assunto, leia:
KATZUNG, B. G.; VANDERAH, T. W. Farmacologia básica e clínica. 15 ed. Porto Alegre:
AMGH, 2023. cap. 15, p. 275. 
 
 
Referências Bibliográficas
CURI, R.; PROCÓPIO, J. Fisiologia básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
KATZUNG, B. G.; VANDERAH, T. W. Farmacologia básica e clínica. 15. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2023.
NORRIS, T. L. Porth: fisiopatologia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527737876/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:43
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527737876/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:43
https://pt.khanacademy.org/science/health-and-medicine/circulatory-system/blood-pressure-control/v/general-overview-of-the-raas-system-cells-and-hormones
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558040194/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcapa.xhtml]!/4/2/4/2%4051:79
SILVERTHORN, D.U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 16. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2023. 
Aula 4
PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO
SISTEMA URINÁRIO
Patologias associadas ao sistema urinário
Olá, estudante! Nesta videoaula, você irá conhecer as principais patologias associadas ao
sistema urinário. Você irá explorar etiologia, patogênese, sinais e sintomas, bem como o
tratamento dessas patologias. Você será capaz de compreender como a saúde desse sistema
pode ser alterada, comprometendo a homeostasia corporal. Assista à videoaula agora mesmo e
embarque nessa jornada de aprendizado e descobertas!
Ponto de Partida
Nesta aula, você, estudante, conhecerá algumas patologias associadas ao sistema urinário. Você
conhecerá a etiologia, a patogênese, sinais, sintomas e tratamento das principais doenças que
acometem o sistema urinário. Além disso, você compreenderá como essas patologias alteram o
funcionamento adequado do sistema urinário, podendo levar ao comprometimento da
homeostase corporal. Prepare-se para mais uma oportunidade de aprendizado e descubra como
aplicar esses conhecimentos no seu cotidiano profissional! Vamos lá!
A partir de agora, você acompanhará um grupo de alunos de um curso da área da saúde. Nessa
semana, como parte de suas atividades práticas, esse grupo de alunos irá acompanhar a rotina
do Setor de Hemodiálise do Hospital de sua Universidade. Assim, durante esse período, os
alunos poderão acompanhar o atendimento a pacientes renais crônicos e agudos realizado pela
equipe multidisciplinar. No primeiro dia de atividades no Setor de Hemodiálise, o diretor
responsável pelo setor recebeu os alunos para uma conversa a respeito do tipo de atendimento
realizado por eles. Nessa conversa, foi mencionado que além da hemodiálise, esses pacientes
também recebiam orientações nutricionais, de higienização, acompanhamento psicológico, além
da realização de exercícios físicos acompanhados e individualizados visando sua reabilitação.
Assim, segundo o diretor, o setor atuava não somente na realização da hemodiálise, mas também
em ações para ajudar os pacientes no enfrentamento da pesada rotina de tratamento, buscando
auxiliar na melhora da qualidade de vida dessas pessoas, bem como no tratamento de outras
patologias decorrentes da doença renal. Ainda, segundo ele, o setor contava com 20
equipamentos de hemodiálise para atender pacientes internados no Hospital Universitário ou
emergências encaminhadas pelo Pronto Socorro, além de pacientes externos que apresentavam
comprometimento renal e necessitavam de diálise. Como primeira atividade do grupo de alunos,
o diretor sugeriu que eles continuassem o bate-papo discutindo alguns conceitos importantes
para o melhor entendimento do tipo de tratamento realizado no setor de hemodiálise. Nesse
momento, o diretor levantou os seguintes questionamentos para que os alunos pudessem
discutir: “vocês saberiam explicar o que é a hemodiálise? Qual a importância desse procedimento
para o bom funcionamento do nosso organismo?
Como você, no lugar desses alunos, responderia a esses questionamentos? 
Vamos Começar!
Os rins, mais especificamente os néfrons, são cruciais para a manutenção da homeostase
corporal. Alterações nos processos básicos realizados pelos rins (filtração, reabsorção e
secreção) resultam em comprometimento de praticamente todos os órgãos e sistemas corporais.
Embora algumas doenças renais tenham sua origem nos rins, distúrbios secundários como
diabetes mellitus, hipertensão, obesidade e lúpuseritematoso sistêmico também podem levar ao
aparecimento de problemas renais.
Cálculo renal
A litíase urinária ou cálculo renal é uma patologia associada ao sistema urinário bastante
prevalente. É uma condição bastante comum das vias urinárias, caracterizada pela formação de
agregados de cristais de sais presentes na urina e que, ocasionalmente, podem se precipitar,
solidificar, tornando-se insolúveis e alojando-se nas diferentes regiões do sistema urinário. São
geralmente unilaterais, podendo ser únicos ou múltiplos. Existem quatro tipos principais de
cálculos renais: os de sais de cálcio (oxalato de cálcio e fosfato de cálcio), os de ácido úrico, de
cistina e os formados por fosfato de amônio e magnésio. Contudo, os cálculos formados de sais
de cálcio são os mais comuns na prática clínica. Alguns fatores estão envolvidos na formação dos
cálculos renais, como: (1) aumento da concentração sanguínea e urinária dos componentes que
constituem os cálculos, como resultado de ingestão excessiva de cálcio ou associados a quadros
de hipercalcemia e/ou hipercalciúria (ocasionados por ingestão excessiva de cálcio, distúrbios na
absorção tubular de cálcio, acidose tubular, hiperatividade das glândulas paratireoides, bem como
presença de alguns tipos de tumor e metástase), dieta rica em purinas ou alterações na absorção
tubular de aminoácidos (cálculos de cistina) e doenças como gota (apresentam concentrações
altas de ácido úrico na urina); (2) anormalidades anatômicas das estruturas do sistema urinário;
(3) presença de infecção no trato urinário (ocasionado por bactérias que decompõem a ureia); e
(4) volume urinário baixo (baixo consumo de água). As manifestações clínicas do cálculo renal
dependem do seu tamanho, formato e localização. Os cálculos grandes são geralmente
assintomáticos, a não ser que estejam associados a obstrução do fluxo urinário e infecções.
Cálculos com tamanho variando entre 1 e 5 mm provocam dor de intensidade variável,
intermitente, sendo frequentemente acompanhada por náuseas e vômitos. A presença de
hematúria é bastante comum, ocasionada pelo traumatismo e ulcerações provocadas pela
presença do cálculo renal ou seu deslocamento. Os cálculos podem permanecer ao longo do
trajeto do ureter e causar obstrução desse canal e, consequentemente, do fluxo urinário, assim
como podem alcançar a bexiga, favorecendo o aparecimento de infecções. Raramente os
cálculos se alojam na uretra. A obstrução prolongada das vias urinárias pode acarretar
hidronefrose, isquemia, necrose, além de úlceras por compressão exercida pela presença do
cálculo renal. O tratamento consiste em analgesia, medicamentos para facilitar a eliminação do
cálculo, como bloqueadores de alfa-receptores (p. ex., tansulosina) e, para cálculos persistentes
ou que causam infecções, recomenda-se a remoção completa por meio do uso de diferentes
técnicas, como a remoção ureteroscópica e a litotripsia extracorpórea por ondas de choque. 
Infecção do trato urinário (ITU)
Uma outra patologia bastante prevalente e relacionada ao sistema urinário é a infecção do trato
urinário (ITU), considerada uma das causas mais comuns de infecção na população geral. As
ITUs podem ser classificadas de acordo com o local node ocorrem no trato urinário. Assim, as
ITUs podem ser: 1) inferiores ou baixas, como as infecções na bexiga (cistite), uretra (uretrite) e
próstata (prostatite); e 2) superiores ou altas, como as infecções renais (pielonefrites). Devido à
possibilidade de ocasionar lesão renal, as ITUs altas são consideradas mais graves. A maior
parte dos casos de ITUs é ocasionada por bacilos gram-negativos que residem normalmente no
trato intestinal, sendo a mais comum a Escherichia coli. Outros patógenos como Klebsiella
pneumoniae, Enterococcus faecalis, Enterobacter spp., Proteus mirabilis e Pseudomonas
aeruginosa também podem causar ITUs baixas e altas. As ITUs também podem ser causadas por
micobactérias e fungos. E, em indivíduos imunocomprometidos, os vírus também podem
ocasionar infecção renal. As ITUs podem ocorrer tanto em crianças como em adultos e a grande
maioria é causada por bactérias que entram pela uretra. Embora as bactérias que penetram no
trato urinário sejam geralmente expulsas por meio da ação de limpeza da bexiga ao se esvaziar,
algumas bactérias podem acabar colonizando a uretra, desencadeando o início de uma ITU. A
infecção pode subir da uretra para a bexiga e, algumas vezes, para os rins, ou ambos, agravando
o quadro de infecção. Alguns fatores podem influenciar a colonização da uretra, como: infecção
urinária prévia, atividade sexual com um novo parceiro e alterações no pH da flora vaginal.
Algumas condições podem aumentar o risco de desenvolvimento de uma ITU: obstrução e refluxo
urinários, doenças neurogênicas que dificultem o esvaziamento da bexiga, mulheres sexualmente
ativas e pós-menopausa, homens com doença prostática e idosos. Procedimentos como
cauterização e instrumentação das vias urinarias são fatores que predispõem à ITUs hospitalares.
Além da invasão por patógenos pela uretra, os microrganismos podem invadir o organismo pela
corrente sanguínea (via hematogênica). Essa via é menos comum e é consequência de
semeadura dos rins por bactérias oriunda de focos distantes no curso de septicemia ou infecções
localizadas. Geralmente ocorre em indivíduos imunossuprimidos ou recém-nascidos. Os sinais e
sintomas clássicos das ITUs incluem disúria, polaciúria, urgência urinária, hematúria e dor
pélvica. No entanto, em pacientes idosos ou imunocomprometidos, os sintomas podem ser
atípicos, dificultando o diagnóstico preciso e oportuno. O tratamento da ITU depende do patógeno
causador, da presença de fatores contribuintes relacionados ao agente etiológico e ao hospedeiro
(diabetes, doença autoimune) e se a infecção é aguda ou crônica. Geralmente, o tratamento
envolve o uso de antibiótico e ingestão forçada de líquidos.
A insuficiência renal um distúrbio no qual ocorre a perda da função renal, ou seja, os rins perdem
a capacidade de filtrar de forma adequada os resíduos metabólicos do sangue, assim como de
controlar o conteúdo corporal de água (equilíbrio hídrico) e eletrólitos (sódio, potássio, magnésio,
cálcio, fosfato) e pH sanguíneo. A causa da insuficiência renal é bastante variada, podendo
envolver doença renal, alterações sistêmicas (como diabetes e pressão alta) ou anormalidades
urológicas que não afetam diretamente os rins. Existem dois tipos de insuficiência renal: aguda e
crônica.
Siga em Frente...
Lesão renal aguda
A lesão renal aguda (LRA), antes chamada insuficiência renal aguda, é a perda rápida da função
renal, levando ao acúmulo de escórias nitrogenadas no sangue (azotemia) e desenvolvimento de
distúrbios hidroeletrolíticos. A LRA geralmente é reversível, desde que haja o diagnóstico precoce
da lesão, bem como um tratamento adequado. Os tipos de LRA são:
LRA pré-renal: ocasionada por fatores extrarrenais que levam à diminuição do fluxo
sanguíneo renal. Pode ser causada principalmente por perda de volume do líquido
extracelular (decorrente de ingestão inadequada de líquidos, hemorragias, diarreia, sepse,
entre outros) e diminuição da perfusão renal decorrente de doenças cardiovasculares como
insuficiência cardíaca e choque cardiogênico. Observa-se oligúria e aumento das
concentrações de ureia no sangue. Em geral, é reversível quando eliminada a causa.
LRA intrarrenal: ocasionada por distúrbios que levam à lesão de estruturas presentes nos
rins. Os distúrbios podem envolver vasos sanguíneos, glomérulos, túbulos renais ou
interstício. As principais causas da LRA envolvem: manutenção prolongada de causas pré-
renais, ação de nefrotoxinas diretamente sobre os rins (fármacos e contrastes radiográficos)
e doenças primárias do parênquima renal, como glomerulonefrites, necrose tubular aguda,
nefroesclerose maligna, entre outros).
LRA pós-renal: resulta da obstrução da drenagem da urina produzida nos rins, podendo
ocorrer nos túbulos coletores (hidronefrose intraparenquimatosa), no ureter (cálculose
estenoses), na bexiga (tumores) ou na uretra (hiperplasia prostática).
O tratamento da LRA é baseado na definição e remoção da causa da lesão. Porém, quando não
é possível a manutenção sob controle das escórias nitrogenadas e do equilíbrio hidroeletrolítico,
geralmente, torna-se necessária a realização de hemodiálise.
Insuficiência renal crônica (IRC)
É a perda da função renal de modo lento e gradativo, resultando em perda irreversível dos
néfrons e consequente diminuição progressiva da filtração glomerular, da capacidade de
reabsorção tubular e das funções endócrinas dos rins, podendo evoluir para a insuficiência renal.
Inicialmente, a IRC é assintomática. Nessa fase há destruição de cerca de 75% dos néfrons
funcionantes, porém, os sinais e sintomas não costumam aparecer, pois os néfrons funcionantes
remanescentes sofrem hipertrofia e passam a realizar uma hiperfiltração compensatória, o que
contribui ainda mais para sobrecarga e lesão renal. Com o aumento progressivo da destruição
dos néfrons, instala-se de fato a insuficiência renal. Os rins perdem a capacidade de manter o
equilíbrio hidroeletrolítico, há uma redução precoce da capacidade de concentrar a urina e
eliminar ureia e creatinina (azotemia), seguida de uremia, retenção da água e sódio,
hiperpotassemia, hiperfosfatemia, hipocalcemia, acidose metabólica e anemia. Também podem
ocorrer alterações fisiológicas secundárias como hipertensão arterial, insuficiência cardíaca
congestiva e edema pulmonar. Assim, inicialmente, na IRC observa-se presença de fadiga,
lentidão, anorexia e diminuição da acuidade mental. Mas na IRC mais grave, são observados
sintomas adicionais como aumento da pressão arterial, manifestações neuromusculares, hálito
urêmico, sedimento urêmico na pele, desnutrição e dispneia. Quando aproximadamente 90% dos
néfrons estão perdidos, inicia-se uma fase terminal da doença, denominada doença renal em
estágio terminal, que se caracteriza por oligúria e concentrações plasmáticas de escórias
nitrogenadas e creatinina ainda mais altas. A IRC pode ser causada por uma variedade de
distúrbios que apresentem potencial para ocasionar lesão renal, como a glomerulonefrite crônica,
doença renal policística, pielonefrite, hipertensão e diabetes. O tratamento da IRC inclui controle
das doenças secundárias e outras complicações, suplementação de bicarbonato de sódio,
possível necessidade de restrição de proteína, fosfato, potássio e sal na dieta, bem como na
ingestão de água. Dependendo do estágio da IRC são indicados tratamentos como hemodiálise e
transplante renal.
Hemodiálise
A hemodiálise consiste em um processo que remove (filtra) resíduos, toxinas e excesso de líquido
do sangue em pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica, restaurando o equilíbrio
eletrolítico, uma vez que nesses casos os rins não conseguem mais desempenhar essas funções
com eficiência. Dessa forma, esse procedimento auxilia mantendo a homeostasia corporal. Na
hemodiálise, o sangue do paciente é retirado de uma artéria por meio de um acesso vascular,
como um cateter ou uma fístula arteriovenosa, e é então conduzido por um tubo até um
dialisador, também conhecido como filtro. O dialisador apresenta dois compartimentos, um para o
sangue e outro para o dialisado (composto por água e eletrólitos), separados por uma membrana
semipermeável. No dialisador, o sangue entra em contato com a membrana semipermeável que
permite a passagem de pequenas moléculas, como ureia e creatinina, mas retém células
sanguíneas e proteínas. Assim, enquanto o sangue circula pelo dialisador, o dialisado é
introduzido para remover os resíduos e o excesso de fluidos do sangue e, após passar pelo
dialisador, o sangue limpo é devolvido ao corpo do paciente por meio de uma outra via vascular.
Agora que você conheceu as principais patologias associadas ao sistema urinário, você é capaz
de compreender a importância do conhecimento desse tema para uma atuação profissional
adequada e segura, visando o bem-estar e promoção da saúde. 
Vamos Exercitar?
Agora que você conheceu e aprendeu a respeito de algumas das principais patologias que
acometem o sistema urinário, vamos retomar a situação-problema. A partir de agora, vamos
considerar que você faça parte do grupo de alunos de um curso da área da saúde que, nessa
semana, irá vivenciar a rotina do atendimento a pacientes renais crônicos e agudos realizado pela
equipe multidisciplinar do Hospital de sua Universidade. No primeiro dia de atividades no Setor de
Hemodiálise, o diretor responsável pelo setor recebeu o seu grupo para uma conversa a respeito
do tipo de atendimento realizado no local. Nessa conversa, foi mencionado que além da
hemodiálise, esses pacientes também recebiam orientações nutricionais, de higienização,
acompanhamento psicológico, além da realização de exercícios físicos acompanhados e
individualizados para visando sua reabilitação. O diretor também comentou que o setor também
realizava ações para ajudar os pacientes no enfrentamento da pesada rotina de tratamento,
buscando auxiliar na melhora da qualidade de vida desses pacientes, bem como no tratamento
de outras patologias decorrentes da doença renal. Ainda, segundo o diretor, o setor contava com
20 equipamentos de hemodiálise para atender pacientes internados no Hospital Universitário ou
emergências encaminhadas pelo Pronto Socorro, além de pacientes externos que apresentavam
comprometimento renal e necessitavam de diálise. Como primeira atividade do seu grupo, o
diretor sugeriu que vocês discutissem sobre alguns conceitos importantes para o melhor
entendimento do tipo de tratamento realizado no setor de hemodiálise. Nesse momento, o diretor
levantou os seguintes questionamentos a vocês: “Vocês saberiam explicar o que é a
hemodiálise? Qual é a importância desse procedimento para o bom funcionamento do nosso
organismo?
Agora você é capaz de responder a todos esses questionamentos. Vamos lá!
Primeiramente, é importante lembrar que os processos de filtração, reabsorção e secreção renal
são responsáveis pela eliminação de produtos metabólicos e substâncias nocivas ao organismo,
bem como ao retorno à circulação sistêmica de substâncias fundamentais ao bom funcionamento
dos sistemas corporais, como glicose, água e vários íons. Alterações nesses processos podem
resultar em diferentes efeitos fisiológicos que podem ser prejudiciais ao nosso organismo.
Doenças ou lesões renais podem alterar esses processos e, nesse caso, as funções renais
precisam ser suplementadas ou substituídas por um processo artificial chamado diálise. Esse
método se baseia na difusão de solutos através de uma membrana seletivamente permeável. Um
dos métodos de diálise é a hemodiálise, procedimento no qual o sangue do braço é direcionado
para uma membrana de diálise, que apresenta poros que permitem a passagem de pequenos
solutos, localizada dentro de um aparelho chamado dialisador. Ao redor dessa membrana é
bombeado um líquido, denominado dialisado, que mantém um gradiente de difusão e, dessa
forma, o sangue do indivíduo que flui através dessa membrana é filtrado e as escórias
metabólicas e os eletrólitos e líquidos em excesso são removidos, bem como substâncias
necessárias ao organismo são adicionadas a ele. Também é adicionado um anticoagulante para
evitar que haja a coagulação do sangue que está sendo depurado dentro do dialisador. Após
passar pela membrana semipermeável, o sangue depurado flui através de um detector de
êmbolos de ar, para a remoção de ar que possa estar presente nesse sangue e, em seguida, o
sangue retorna ao corpo do indivíduo. Todo esse processo pode durar de 3 a 5 horas e,
dependendo do caso, deve ser feito três vezes por semana. 
Saiba Mais
Infecções do trato urinário
A infecção urinária é uma condição comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. É
essencial reconhecer a importância do seu diagnóstico precoce, uma vez que, se não tratada
adequadamente, pode levar a complicações graves, como pielonefrite e sepse, podendo levar o
indivíduo ao óbito. A prevalênciada infecção urinária na população é significativa, principalmente
em mulheres, devido principalmente à anatomia feminina. Contudo, outros fatores podem estar
associados à ocorrência de infecção urinária na população. Portanto, compreender os sinais e
sintomas, bem como buscar tratamento adequado, é crucial para garantir o bem-estar e a saúde
do paciente.
Para saber mais sobre as infecções urinárias, leia a seguinte obra disponível na Biblioteca Virtual:
UMBERGER, R. A.; MEFFORD, L. C. Distúrbios da função renal. In: NORRIS, T. L. Porth:
fisiopatologia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. cap. 33, p. 991-995.
Cálculos renais
Vários fatores estão envolvidos na formação dos cálculos renais, como baixa ingestão de água,
histórico familiar, distúrbios metabólicos (excesso de ácido úrico ou de cálcio) e até mesmo
alguns tipos de alimentos. Você sabia que a restrição dietética pode auxiliar na prevenção de
formação de cálculo renais? Que alimentos devem ser evitados?
Para saber mais sobre a etiopatogenia e manifestações clínicas dos cálculos renais, leia:
UMBERGER, R. A.; MEFFORD, L. C. Distúrbios da função renal. In: NORRIS, T. L. Porth:
fisiopatologia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. cap. 33, p. 988-990.
Insuficiência renal e hemodiálise
A hemodiálise é um procedimento fundamental para pacientes com insuficiência renal crônica,
pois substitui a função dos rins, filtrando resíduos e fluidos indesejados do sangue. Dependendo
da gravidade da doença renal, as sessões de hemodiálise podem ser realizadas três a quatro
vezes por semana. Embora seja essencial para a sobrevivência do portador de doença renal
grave, a hemodiálise pode causar efeitos colaterais, como hipotensão e fadiga. Contudo, apesar
dos desafios, é uma intervenção essencial para controlar a pressão arterial, equilibrar eletrólitos e
prevenir complicações graves associadas à insuficiência renal. Com avanços tecnológicos, os
cuidados com hemodiálise continuam sendo aprimorados, oferecendo esperança e qualidade de
vida aos pacientes.
Para saber mais sobre a hemodiálise, leia a seguinte obra:
Hemodiálise. Sociedade Brasileira de Nefrologia. 
 
 
Referências Bibliográficas
KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; ASTER, J. C. Robbins & Cotran: patologia: bases patológicas das
doenças. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527737876/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:43
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527737876/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:43
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527737876/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:43
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527737876/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:43
https://sbn.org.br/publico/tratamentos/hemodialise/
NORRIS, T. L. Porth: fisiopatologia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.
SILVERTHORN, D.U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 16. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2023. 
Encerramento da Unidade
ANATOMOFISIOLOGIA E PATOLOGIA DO
SISTEMA URINÁRIO
Videoaula de Encerramento
Olá, estudante! Nesta videoaula, você irá continuar a jornada fascinante pelo sistema urinário,
explorando conceitos essenciais que são fundamentais para a sua prática profissional. Você já
desvendou vários mistérios que envolvem esse sistema, seus componentes e seu funcionamento,
e mergulhou no estudo das patologias que podem acometer esse sistema. Agora convido você a
continuar nessa jornada! Assista à videoaula e descubra como o conhecimento sobre o sistema
urinário pode enriquecer e transformar a sua prática profissional. Não perca!
Ponto de Chegada
Para desenvolver a competência desta unidade, que é “ilustrar conhecimento da anatomia e
fisiologia do sistema urinário, identificando como funcionam os mecanismos de eliminação e
reabsorção de compostos pelo néfron. Conhecer como agem as principais famílias de fármacos
diuréticos utilizadas no mercado e doenças associadas ao sistema urinário”, você primeiramente
conheceu os conceitos fundamentais sobre a estrutura e o funcionamento dos rins e vias
urinárias. Compreendeu como cada estrutura contribui para o funcionamento adequado do
sistema urinário e como as características histológicas influenciam nas suas funções. Além disso,
você explorou os processos de filtração, reabsorção e secreção nos néfrons, bem como a
regulação da excreção de substâncias pelo sistema urinário. Você também conheceu as
principais famílias de fármacos diuréticos, compreendendo seus mecanismos de ação. Por fim,
você relacionou todos esses conhecimentos com as principais patologias associadas ao sistema
urinário, como infecções do trato urinário, cálculos renais e insuficiência renal. Assim, a
abordagem desses assuntos ao longo da unidade permitiu consolidar seu entendimento a
respeito do tema e o incentivou a refletir sobre os assuntos abordados e como aplicar esses
conhecimentos em contextos práticos.
É Hora de Praticar!
Nesse momento, você irá acompanhar a rotina de um aluno de graduação na área da saúde, que
realiza seu estágio junto à equipe do Programa de Atenção Integral à Saúde de sua Universidade.
O Programa conta com uma equipe multidisciplinar e, nessa etapa do estágio, o aluno de
graduação continua acompanhando as discussões de casos clínicos de alguns atendimentos
realizados no Pronto Socorro do Hospital de sua Universidade. Durante uma das reuniões
realizadas pela equipe, foi discutido o caso clínico do paciente W. T. S., 41 anos, que procurou o
serviço de emergência do Hospital com dor forte no flanco direito que irradia para a região
inguinal direita, acompanhada de náusea e vômito. Segundo o paciente, a dor era constante e
aumentava em ondas. Ele também se queixou da presença de sangue na urina, sem febre.
Paciente enquadra-se no perfil de síndrome metabólica, apresentando obesidade, hipertensão,
hiperlipidemia e resistência à insulina. Devido à obesidade, ele evita carboidratos e consome
grande quantidade de carne e frutos do mar. Raramente consome frutas e vegetais. Não tem
hábito de ingerir líquidos, exceto durante as refeições. O exame de urina mostrou hematúria
microscópica, presença de cristais, baixo pH e hiperuricosúria. A ultrassonografia abdominal
constatou a presença de cálculo renal localizado no ureter direito. O paciente recebeu quantidade
grande de líquidos por via endovenosa, para auxiliar na eliminação do cálculo, e anti-inflamatório
não esteroide (AINEs) para alívio da dor. Após a eliminação do cálculo, foi realizada análise
laboratorial, confirmando que se tratava de um cálculo renal de ácido úrico. Ainda durante a
discussão desse caso clínico, o supervisor do Programa aproveitou para instigar o estagiário a
relembrar alguns conceitos importantes a respeito da fisiopatologia do cálculo renal e fatores de
risco associados. Ele fez os seguintes questionamentos ao estagiário: “você saberia explicar o
que predispõe o desenvolvimento do cálculo renal? Qual é a relação dos achados laboratoriais e
Reflita
Como ocorre a filtração glomerular e qual é sua importância para a função renal?
Quais são os principais mecanismos de ação dos diuréticos e como eles são
classificados?
Quais são os sinais e sintomas característicos de uma infecção do trato urinário e como
ela pode ser diagnosticada e tratada?
a formação do cálculo renal na paciente? Existe relação entre a síndrome metabólica e a
formação de cálculo de ácido úrico?”
Reflita
Como você, no lugar do estagiário, responderia a todos esses questionamentos? 
Resolução do estudo de caso
Primeiramente, é importante lembrar que os rins são essenciais para a manutenção da
homeostase corporal e que alterações na sua atividade podem acarretar o aparecimento de
disfunções não somente em sua própria estrutura, mas também em outros sistemas corporais,
comprometendoo funcionamento normal do organismo. Algumas patologias podem estar
associadas ao sistema urinário, como os cálculos renais, os quais são agregados policristalinos
que se formam a partir de substâncias normalmente excretadas pelos rins, mas que se tornam
supersaturadas nesse fluido. Além disso, outros fatores como presença de infecção, pH e estase
influenciam no desenvolvimento de cálculos renais. Alguns fatores de risco também podem estar
associados e favorecer a formação desses cálculos, como: baixa ingestão hídrica, dieta,
anormalidades anatômicas do sistema urinário, distúrbios metabólicos, história familiar e
medicações. No caso da paciente citada, existem vários fatores que favorecem a formação do
cálculo de ácido úrico. A paciente apresenta algumas condições (obesidade, hipertensão,
resistência à insulina e hiperlipidemia) que a enquadram em um perfil de pessoa com síndrome
metabólica. A obesidade, particularmente associada à síndrome metabólica, tem sido associada à
redução do pH urinário. Nesses pacientes, ocorre uma diminuição da excreção dos íons amônio
na urina e consequente redução do tamponamento de H+, diminuindo o pH urinário. A dieta rica
em proteínas de origem animal também contribui para a redução do pH da urina, devido à
geração de prótons durante a oxidação de radicais sulfurados presentes na proteína animal,
principalmente na carne vermelha. Além disso, carnes e frutos do mar são alimentos ricos em
purinas, precursoras do ácido úrico. Desse modo, a dieta rica em proteína animal contribui para
um aumento da concentração de ácido úrico na urina. O pH ácido da urina contribui para a
formação de cálculos de ácido úrico, pois aumenta a conversão de urato a ácido úrico. Assim, a
grande produção metabólica de ácido úrico observada na paciente associada ao pH baixo
urinário, que também favorece a formação dessa substância, resulta em uma urina com grandes
quantidades de ácido úrico, que é insolúvel e, portanto, forma o cálculo. Ainda, uma ingestão
baixa de líquidos, resultando em volume urinário baixo, acaba promovendo o aumento da
saturação de solutos como o ácido úrico, cálcio, fosfato e oxalato na urina, sendo mais um fator
que contribui para a formação do cálculo renal. A hematúria está associada à migração do cálculo
pelo ureter. Já as náuseas e vômitos estão associados à intensidade da dor. 
Dê o play!
Assimile
Você está convidado a embarcar a partir de agora na jornada fascinante pelo sistema urinário,
explorando as informações ricas e instigantes presentes neste infográfico. Aprecie e aproveite as
informações sobre os processos de reabsorção e secreção de algumas substâncias no néfron e
locais de ação dos diuréticos nessa estrutura! Vamos lá?!
Referências
CURI, R.; PROCÓPIO, J. Fisiologia básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 14. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2023.
SILVERTHORN, D.U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 16. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2023.que se ramifica em
artérias segmentares que, por sua vez, se divide em artérias interlobares. Estas passam entre as
pirâmides renais através das colunas renais em direção ao córtex e se ramificam em artérias
arqueadas. Cada artéria arqueada origina várias artérias interlobulares, que se projetam no
interior do córtex renal. Cada artéria interlobular origina várias arteríolas glomerulares aferentes,
que suprem individualmente os néfrons, mais especificamente os glomérulos. O sangue que não
é filtrado no glomérulo deixa essa estrutura a partir das arteríolas glomerulares eferentes,
seguindo para os capilares intertubulares (que envolvem os túbulos contorcidos dos néfrons) ou
para as arteríolas retas (envolvem os túbulos ascendentes e descendentes dos néfrons). A partir
desses capilares, o sangue é drenado do rim para as veias interlobulares, veias arqueadas e
veias interlobares. Estas últimas passam pelas pirâmides renais e formam a veia renal, que deixa
o rim através do hilo e desemboca na veia cava inferior.
Processos básicos dos néfrons
Nos néfrons ocorrem três processos básicos cujo resultado é a produção da urina. Os processos
são:
Filtração: é caracterizada pela passagem de líquido e grande parte dos solutos do sangue
para o néfron. Esse processo ocorre no corpúsculo renal, onde a água e solutos atravessam
inicialmente as paredes dos capilares glomerulares e, depois, a cápsula de Bowman,
dirigindo-se para os túbulos renais. O fluido que atravessa essas estruturas passa a ser
chamado de filtrado.
Reabsorção: à medida que o filtrado flui através dos túbulos renais e ductos coletores, a
água e os solutos úteis são reabsorvidos do lúmen tubular de volta para o sangue, através
dos capilares peritubulares.
Secreção: à medida que o filtrado flui através dos túbulos renais e ductos coletores,
substâncias são seletivamente secretadas para o lúmen tubular. Dessa forma, substâncias
como resíduos metabólicos, excesso de íons e fármacos são removidos do sangue para o
lúmen tubular, sendo excretados pela urina.
Ureteres
Os ureteres constituem um par de tubos que se iniciam como uma continuação da pelve renal,
seguindo inferiormente até a bexiga urinária. Os ureteres penetram através da parede posterior
da bexiga urinária formando o óstio do ureter. A função dos ureteres é transportar a urina dos rins
para a bexiga urinária. A parede do ureter é formada por três camadas ou túnicas: 1) camada
mucosa: é a camada mais profunda, consistindo em um epitélio de transição e uma lâmina
própria. Células caliciformes presentes nessa camada secretam muco que recobre a parede do
ureter, impedindo que as células entrem em contato com a urina; 2) camada muscular: camada
intermediária constituída por uma camada longitudinal interna e uma camada circular externa de
músculo liso. No terço distal dos ureteres, há também uma camada externa à camada circular
composta de fibras musculares longitudinais. A principal função da camada muscular é o
peristaltismo, permitindo o movimento da urina através dos ureteres em direção à bexiga urinária;
e, 3) camada adventícia: camada mais externa do ureter, sendo constituída de tecido conjuntivo.
Mantém os ureteres em posição.
Bexiga
Outra estrutura que faz parte do sistema urinário é a bexiga urinária, um órgão muscular oco,
distensível, localizado na cavidade pélvica posterior à sínfise púbica. A função da bexiga urinária
é armazenamento temporário da urina. Nas mulheres, a bexiga urinária encontra-se posterior à
vagina e inferior ao útero, enquanto, nos homens, está anterior ao reto. O formato da bexiga pode
variar de acordo com o volume de urina armazenado no seu interior. Seu formato é esférico,
tornando-se achatada quando vazia; porém, conforme vai enchendo de urina, a bexiga urinária
torna-se piriforme, ascendendo para a cavidade abdominal. No assoalho da bexiga urinaria,
encontramos uma área triangular chamada trígono da bexiga. Essa área é delimitada pelos óstios
dos ureteres e pelo óstio interno da uretra e atua como um funil, direcionando a urina para a
uretra quando a bexiga urinária se contrai. A parede da bexiga urinária é formada por três
camadas, sendo a mais profunda, a túnica mucosa, constituída por epitélio de transição e lâmina
própria, bem semelhante ao observado nos ureteres. A presença desse epitélio de transição
permite o estiramento da parede da bexiga, assim como a presença das pregas de mucosa. A
camada intermediária, chamada túnica muscular ou músculo detrusor da bexiga, composta por
três camadas de músculo liso: duas longitudinais (interna e externa) e uma circular que se
encontra disposta entre elas. A contração do músculo detrusor da bexiga é responsável por
expelir a urina para o interior da uretra. Ao redor da abertura da uretra, as fibras musculares
circulares formam o esfíncter interno da uretra, responsável pelo controle involuntário da bexiga
sobre a eliminação da urina. A camada mais externa da bexiga urinária é a adventícia, presente
somente na face posterior e inferior da bexiga, formada por tecido conjuntivo. Revestindo
externamente a porção superior da bexiga, encontramos a túnica serosa, formada por uma
camada de peritônio.
Figura 2 | Estrutura da bexiga urinária. Fonte: adaptada de Wikimedia Commons. 
Uretra
Ainda, no sistema urinário, encontramos a uretra, um órgão tubular pequeno que se estende do
óstio interno da uretra, no assoalho da bexiga, até o óstio externo da uretra no limite com a região
externa do corpo. Sua função é conduzir a urina da bexiga urinária até o meio externo. Existem
algumas diferenças anatômicas e funcionais entre a uretra masculina e feminina. Nas mulheres, a
uretra é mais curta (cerca de 4 cm de comprimento), se estendendo da bexiga até o óstio externo
da uretra, localizado no vestíbulo da vagina, entre o clitóris e a abertura vaginal. Sua parede é
constituída de uma camada mucosa profunda e uma camada muscular superficial. A camada
mucosa é formada por epitélio e uma lâmina própria. Nas proximidades do assoalho da bexiga,
encontramos epitélio de transição e nas proximidades do óstio externo da uretra, epitélio
estratificado pavimentoso não queratinizado. Entre essas duas regiões a camada mucosa é
formada por epitélio estratificado colunar ou pseudoestratificado colunar. A camada muscular é
formada por fibras musculares dispostas de forma circular e em continuidade com a bexiga
urinária. Nas mulheres, a uretra apresenta somente função de transporte da urina da bexiga para
o meio externo. Nos homens, a uretra é mais longa (cerca de 20 cm de comprimento), se
estendendo do assoalho da bexiga até o óstio externo da uretra, localizado na extremidade do
pênis. Dessa forma, a uretra masculina faz parte tanto do sistema urinário, conduzindo a urina da
bexiga para o meio externo, como do sistema reprodutor masculino, sendo via de passagem para
a liberação do sêmen para o meio externo. A uretra masculina pode ser dividida em três regiões
anatômicas: 1) parte prostática, que atravessa a próstata e recebe drenagem dos ductos da
próstata e dos ductos ejaculatórios do sistema reprodutor; 2) parte membranácea, um segmento
curto que atravessa o diafragma urogenital, constituído pelo músculo transverso profundo do
períneo; e 3) parte esponjosa, que atravessa o pênis e na qual encontramos a abertura das
glândulas bulbouretrais. A parede da uretra masculina também é constituída de uma camada
mucosa profunda e uma camada muscular superficial. Na parte prostática, a camada mucosa é
formada por epitélio de transição, mas que mais distalmente se torna epitélio estratificado colunar
ou pseudoestratificado colunar. A camada muscular é formada por fibras musculares dispostas de
forma circular, que colaboram para a formação do esfíncter interno da uretra. A parte
membranácea apresenta epitélio estratificado colunar ou pseudoestratificado colunar e camada
muscular composta por fibras musculares esqueléticas dispostas de forma circular, oriundas do
músculo transverso profundo do períneo, que colaboram para a formação do esfíncterexterno da
uretra. A camada mucosa da parte esponjosa também é formada por epitélio estratificado colunar
ou pseudoestratificado colunar, com exceção da região do óstio externo da uretra, formada por
epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado.
Agora, que você conheceu as principais características estruturais e funcionais do sistema
urinário, você é capaz de compreender a importância do conhecimento desse tema para uma
atuação profissional adequada e segura, visando o bem-estar e promoção da saúde. 
Vamos Exercitar?
Agora que você conheceu as estruturas do sistema urinário, bem como suas funções, vamos
retomar a situação-problema. A partir de agora, vamos considerar que você seja o Daniel, um
estagiário da área da saúde na Universidade de sua cidade. Nessa etapa do seu estágio, você
acompanhará a equipe multidisciplinar responsável por um Programa de Atenção Integral à
Saúde na sua Instituição. Neste primeiro momento, você está acompanhando a análise e
discussão de diferentes casos clínicos de pacientes atendidos em uma Unidade Básica de Saúde
(UBS) parceira do Programa. Durante uma das reuniões, foi discutido o caso de uma paciente
que apresentava os seguintes achados clínicos: dor e ardência ao urinar há três dias, vontade de
urinar com maior frequência nas últimas 24 horas, urina com coloração mais escura, mas sem
alteração de cheiro, sem presença de febre e outras comorbidades. O exame de urina da
paciente mostrou bacteriúria, piúria e hematúria. Assim, diante de todos os achados, a paciente
acabou sendo diagnosticada com cistite. Aproveitando o quadro clínico apresentado, seu
supervisor do estágio aproveitou para fazer os seguintes questionamentos: “O que é a cistite?
Você saberia explicar quais estruturas são acometidas na cistite? Qual a importância dessas
estruturas para o funcionamento do nosso organismo?”. Agora, você já é capaz de responder seu
supervisor. Vamos lá?
Primeiramente, é importante lembrar que o sistema urinário é composto de rins, ureteres, bexiga
urinária e uretra. As funções desse sistema são realizadas principalmente pelos rins. Desse
modo, os rins apresentam um papel importante na manutenção do meio interno do organismo,
atuando na regulação do volume e da composição do líquido extracelular, regulação do pH do
meio interno, excreção de resíduos metabólicos e produtos tóxicos e produção de hormônios
(eritropoetina e calcitriol). Assim, alterações na atividade desse sistema podem acarretar o
aparecimento disfunções em outros sistemas corporais, comprometendo o funcionamento normal
do organismo. Algumas patologias podem estar associadas ao sistema urinário, como as
infecções do trato urinário (ITU), caracterizadas por formação de colônias de bactérias,
principalmente a Escherichia coli, ou fungos no sistema urinário. As mulheres são mais
susceptíveis a esse tipo de infecção devido à proximidade entre o óstio externo da uretra e o
ânus. Além disso, a uretra feminina é curta, o que possibilita que bactérias atinjam a bexiga
urinária mais facilmente. Os sinais e sintomas dessas infecções incluem disúria, a bexiga torna-se
sensível à pressão, urgência urinária, necessidade de urinar com maior frequência (polaciúria),
lombalgia e enurese noturna. O exame de urina é geralmente solicitado quando há suspeita de
ITU e para indivíduos que apresentam a infecção os achados são bacteriúria, piúria e hematúria.
Quando a inflamação acomete a parede da uretra, temos um quadro de uretrite. Porém, se a
inflamação atingir a bexiga urinária, temos uma cistite, mas muitas vezes as infecções acabam
acometendo as duas regiões (uretra e bexiga). Para o tratamento de uma ITU utiliza-se a
terapêutica antibiótica. Caso a infecção não seja tratada, as bactérias podem avançar
ascendendo pelo ureter e atingir a pelve renal. Nesse caso, a inflamação é denominada pielite.
Havendo o avanço da infecção até o córtex e medula renal, o quadro é chamado de pielonefrite e
o indivíduo pode apresentar febre alta, dor intensa do lado envolvido, vômitos e diarreia. 
Saiba Mais
Funções do sistema urinário
O sistema urinário desempenha funções que são vitais para o nosso organismo, incluindo a
regulação do equilíbrio hídrico, eletrolítico e ácido-base, a remoção de resíduos metabólicos e
toxinas, e a regulação da pressão arterial. Além disso, esse sistema contribui para a regulação da
osmolaridade e volume sanguíneo. Assim, o sistema urinário exerce funções importantes no
nosso organismo, permitindo a manutenção da homeostase corporal e prevenção de doenças
renais, garantindo um funcionamento adequado de todo o organismo.
Para saber mais sobre as funções do sistema urinário e a sua importância para o funcionamento
do nosso organismo, acesse a seguinte obra:
O sistema urinário: estruturas e funções. Khan Academy.
Características anatômicas e histológicas do trato
urinário
A histologia dos rins, ureteres, bexiga e uretra fornece conhecimentos fundamentais para o
entendimento a respeito da estrutura e funções desses órgãos, que incluem filtração e excreção
de resíduos metabólicos, regulação do equilíbrio hidroeletrolítico e controle da pressão arterial.
Compreender a histologia do sistema urinário é fundamental para auxiliar no diagnóstico e
tratamento de distúrbios renais, infecções do trato urinário, cálculos renais e outras condições
relacionadas, permitindo um cuidado eficaz e abrangente aos pacientes.
Para saber mais sobre a histologia do sistema urinário, leia a seguinte obra disponível na
Biblioteca Virtual:
ABRAHAMSOHM, P. Sistema urinário. In: JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia
básica: texto e atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023. cap. 20, p. 403-418.
Processos renais básicos: filtração, reabsorção e
secreção
Os três processos básicos que ocorrem nos néfrons são a filtração, a reabsorção e a secreção.
Esses processos garantem a remoção eficaz de resíduos metabólicos e toxinas, a retenção de
substâncias essenciais e a regulação da composição química do sangue, contribuindo para a
homeostase e saúde geral do organismo.
Para explorar mais sobre esse tema, leia a seguinte obra disponível na Biblioteca Virtual:
SILVERTHORN, D.U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017. cap. 19, p. 594-612. 
 
https://pt.khanacademy.org/science/5-ano/vida-e-evolucao-5-ano/sistema-urinario/v/o-sistema-urinrio-estruturas-e-funes
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527739283/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:79
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527739283/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:79
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527739283/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:79
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788582714041/pageid/0
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788582714041/pageid/0
 
Referências Bibliográficas
CURI, R.; PROCÓPIO, J. Fisiologia básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 14. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2023.
SILVERTHORN, D.U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 16. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2023. 
Aula 2
FUNÇÃO RENAL
Função renal
Olá, estudante! Nesta videoaula, você irá conhecer os néfrons, unidades estruturais e funcionais
dos rins. Você irá explorar as principais características anatômicas e funcionais dos néfrons,
compreendendo sua participação na regulação do equilíbrio hidroeletrolítico do nosso organismo.
Você será capaz de compreender processos de formação da urina e depuração renal,
entendendo como os rins filtram o sangue, reabsorvem substâncias essenciais e eliminam
resíduos metabólicos. Prepare-se para explorar todos os aspectos dos rins e da formação da
urina! Aproveite e assista a videoaula agora mesmo!
Ponto de Partida
Nestaaula, você, estudante, irá conhecer a estrutura anatômica do néfron, e como o seu
funcionamento auxilia na manutenção da homeostase corporal. Você conhecerá os diferentes
segmentos do néfron, quais processos renais básicos ocorrem em cada um desses segmentos e
como resultam na formação da urina. Além disso, você compreenderá como ocorre o reflexo da
micção e como esse reflexo pode ser controlado consciente e inconscientemente. Assim, você
será capaz de reconhecer todas essas características, tornando possível a compreensão e
aplicação desses conhecimentos no seu dia a dia profissional. Dessa forma, a partir dos
conceitos abordados na seção, você será capaz de identificar as características estruturais do
néfron, unidade funcional dos rins, relacionando-as com suas funções e como essas
características podem influenciar e contribuir para o bom funcionamento do nosso organismo,
sempre fazendo a relação desses conceitos com o seu contexto profissional. Prepare-se para
mais essa jornada de conhecimentos! Vamos lá!
A partir de agora, você continuará a acompanhar a rotina de Daniel, um aluno de graduação na
área da saúde, que realiza seu estágio junto à equipe do Programa de Atenção Integral à Saúde
de sua Universidade. Nessa etapa do estágio, Daniel está acompanhando as discussões de
casos clínicos de alguns atendimentos realizados por uma Unidade Básica de Saúde (UBS)
parceira do Programa. Durante a discussão dos casos, realizada pela equipe, foi mencionado o
caso clínico do paciente J. W. R., sexo masculino, 11 anos. Inicialmente, o menino compareceu,
junto de sua responsável, ao Ambulatório da UBS apresentando edema facial, com início há 7
dias, edema nos membros inferiores e aumento do volume abdominal. A responsável relatou que
a criança apresentou dor de garganta e febre moderada há três semanas, com melhora sem
tratamento medicamentoso. Também referiu que a urina da criança estava “marrom-enferrujada”
e “espumosa”. O exame físico mostrou dor à palpação de flancos direito e esquerdo. O exame de
urina mostrou hematúria, proteinúria e oligúria. Ultrassom de rins e vias urinárias sem alterações.
Diante do quadro clínico apresentado e dos resultados dos exames, a hipótese diagnóstica
aventada para o paciente foi de glomerulonefrite pós-estreptocócica. O paciente foi medicado
com antibiótico e, ao fim do tratamento, compareceu em consulta de retorno, apresentando-se
assintomático e com regressão do edema, recebendo alta ambulatorial. Ainda durante a
discussão desse caso clínico, o supervisor do Programa aproveitou para incentivar Daniel a
relembrar alguns conceitos importantes a respeito das características anatômicas e funcionais
dos diferentes componentes do néfron. Ele fez os seguintes questionamentos a ele: “você saberia
explicar o que é uma glomerulonefrite? Que componente estrutural do néfron é acometido nessa
patologia? Qual é a importância dessa estrutura para o funcionamento do nosso organismo?”
Como você, no lugar de Daniel, responderia a todos esses questionamentos? 
Vamos Começar!
Os rins são responsáveis pela formação da urina, sendo suas camadas formadas por túbulos
microscópicos denominados néfrons. Em cada rim, podemos encontrar cerca de um milhão de
néfrons, considerados suas unidades funcionais. Aproximadamente 80% dos néfrons estão
localizados quase completamente dentro do córtex renal, sendo chamados de néfrons corticais.
Os outros 20% penetram na região medular do rim e, por isso, são chamados de néfrons
justamedulares. Cada néfron é formado pelo corpúsculo renal e uma estrutura tubular. Esta última
é formada por quatro porções denominadas túbulo proximal, alça de Henle, túbulo distal e ducto
coletor.
O corpúsculo renal faz parte do néfron, sendo que cada um dos corpúsculos é formado por uma
rede de capilares glomerulares chamado glomérulo. Envolvendo o glomérulo encontramos a
cápsula de Bowman, uma câmara de parede dupla, com espaço no seu interior (espaço de
Bowman) preenchida com líquido (filtrado glomerular). A função do corpúsculo renal é promover a
filtração do plasma para dentro dos túbulos renais, a primeira etapa da formação da urina. A partir
do momento que o plasma é filtrado para dentro da cápsula de Bowman passa a ser chamado de
filtrado glomerular, sendo composto principalmente de água e solutos dissolvidos. O sangue
chega em cada glomérulo pela arteríola aferente e, ao fluir pelo glomérulo, parte do plasma acaba
sendo filtrado para a cápsula de Bowman. Aproximadamente 20% do plasma que flui ao longo
dos rins é filtrado para dentro do néfron, o restante, juntamente com as células sanguíneas e
maior parte das proteínas plasmáticas, acaba não sendo filtrado, sendo drenado do glomérulo
pela arteríola eferente. A essa porcentagem de volume total do plasma filtrado inicialmente para a
cápsula de Bowman e, depois, para o interior dos túbulos renais é dado o nome de fração de
filtração.
Para que a filtração ocorra, o plasma precisa atravessar a membrana de filtração do rim antes de
alcançar o lúmen tubular. Essa membrana é formada por três barreiras de filtração: o endotélio do
capilar glomerular, uma lâmina basal e o endotélio da cápsula de Bowman. Os capilares
glomerulares são capilares fenestrados, portanto, apresentam poros grandes entre as células
endoteliais que permitem a passagem da maior parte dos componentes do plasma, exceto a
passagem de células sanguíneas e proteínas plasmáticas carregadas negativamente. A lâmina
basal, segunda barreira de filtração, é uma camada acelular de matriz extracelular, formada por
glicoproteínas carregadas negativamente, colágeno e proteoglicanos, localizada entre o endotélio
do capilar glomerular e o endotélio da cápsula de Bowman. A lâmina basal impede a passagem
da maioria das proteínas plasmáticas. Ainda fazendo parte da membrana de filtração, há o
endotélio da cápsula de Bowman. Este envolve cada capilar glomerular, sendo formado por
células epiteliais especializadas, denominadas podócitos. Os podócitos apresentam extensões
citoplasmáticas chamadas pedicelos, que envolvem os capilares glomerulares e se entrelaçam
entre si, formando lacunas, chamadas de fendas de filtração e que impedem a passagem de
proteínas e macromoléculas. Após passar pela membrana de filtração, o filtrado glomerular
desemboca no espaço de Bowman e, depois, passa para o lúmen do túbulo proximal. Ainda, ao
redor e entre os capilares glomerulares, podemos encontrar as células mesangiais. Essas células
apresentam elementos contráteis e, dessa forma, participam da regulação do fluxo sanguíneo
pelos capilares. Após o filtrado glomerular deixar a cápsula de Bowman, ele flui para o sistema de
túbulos renais, sendo modificado ao longo desses túbulos, pelos processos de reabsorção e
secreção tubular, para formar a urina. Assim, inicialmente, o filtrado drena da cápsula de Bowman
para o primeiro segmento tubular, denominado túbulo proximal, passando a ser chamado de
fluido tubular ou urina.
A filtração glomerular é determinada por um gradiente de pressão no corpúsculo renal,
denominada pressão efetiva de filtração (PEF). Esta depende da combinação de três pressões:
(1) pressão hidrostática do capilar glomerular (PCG, em média, de 55 mmHg): força o
movimento do fluido do capilar glomerular para o espaço de Bowman; (2) pressão oncótica do
capilar glomerular (πCG, em média, de 30 mmHg): gerada devido à presença de proteínas no
plasma. Essa pressão é maior dentro dos capilares glomerulares do que no fluido presente na
cápsula de Bowman, favorecendo o movimento do fluido de volta para os capilares. Portanto, é
uma força que se opõe à filtração; e (3) pressão hidrostática do fluido na cápsula de Bowman
(PCB, em média, de 15 mmHg): o fluido presente no interior da cápsula (espaço de Bowman) gera
uma pressão hidrostática desse fluido, que se opõe ao movimento do fluido dos capilares para
dentro da cápsula e, portanto, à filtração. A pressão oncótica no interior da cápsula de Bowman é
considerada nula, uma vez que a filtração de proteínas é extremamente baixa.Desse modo, a
PEF é de, em média, 10 mmHg, do capilar glomerular para o interior da cápsula de Bowman,
direção que favorece a filtração. Contudo, conforme o sangue flui ao longo do capilar, a PCG
diminui. Isso ocorre devido à resistência ao fluxo, causada pelo comprimento do capilar. Por outro
lado, conforme o líquido vai sendo filtrado, a concentração de proteínas aumenta no capilar
glomerular, promovendo um aumento da πCG ao longo desse capilar. Mas, mesmo com a
diminuição da PCG ao longo do capilar glomerular, esta ainda permanece maior do que as
pressões que se opõem a ela, permitindo a filtração ao longo de praticamente todo o
comprimento dos capilares glomerulares. O volume de fluido filtrado para o interior da cápsula de
Bowman por unidade de tempo é denominado taxa de filtração glomerular. Em um indivíduo
adulto, a taxa de filtração glomerular (TFG) é, em média, de 125 mL/min. Considerando o volume
plasmático total de cerca de 3 litros, a TFG indica que os rins filtram todo o volume plasmático do
nosso corpo aproximadamente 60 vezes por dia. Alguns fatores, como o fluxo sanguíneo renal e
a pressão arterial, podem influenciar na TFG. Contudo, embora haja flutuações nesses fatores, a
TFG permanece relativamente constante, devido a um controle local exercido pelos rins e que
envolve diferentes mecanismos.
A partir de agora, seguiremos o trajeto desse fluido através dos diferentes segmentos tubulares.
O próximo segmento do néfron é o túbulo proximal, que apresenta duas porções: uma inicial mais
tortuosa, denominada porção convoluta ou contorcida, e uma porção reta, localizada mais no final
desse segmento tubular. O túbulo proximal é revestido por epitélio cúbico simples, no qual as
células apresentam duas membranas: uma apical ou luminal, voltada para o lúmen tubular e com
presença de uma borda em escova com microvilosidades; e uma basolateral, que constitui o
limite entre a célula e o interstício e capilares peritubulares. No túbulo proximal, ocorre a maior
parte do processo de reabsorção renal, sendo reabsorvidos nutrientes orgânicos, íons e água. A
reabsorção da maioria dos solutos nesse segmento está associada a um gradiente de
concentração de Na+ entre o filtrado glomerular e o citoplasma das células tubulares dos néfrons.
A concentração de Na+ no filtrado que entra pelo túbulo proximal é similar à composição iônica
plasmática, uma vez que quase todos os solutos são filtrados do plasma (com exceção das
proteínas plasmáticas maiores) para a cápsula de Bowman na mesma proporção que a água.
Porém, o filtrado que chega ao túbulo proximal apresenta uma concentração maior de Na+ do que
no interior das células tubulares. Assim, a favor do gradiente eletroquímico, o Na+ entra
passivamente na célula tubular, via canais de vazamento abertos ou utilizando proteínas
transportadoras. Dentro das células tubulares, o Na+ é transportado ativamente através da
membrana basolateral pela bomba Na+-K+-ATPase, o que acarreta o movimento do Na+ para o
líquido intersticial (LIT) e capilares peritubulares (reabsorção) e entrada de K+ na célula tubular.
Como mencionado, o Na+ pode atravessar a membrana apical utilizando proteína transportadora
por cotransporte com outras substâncias como glicose, aminoácidos e íons (K+, Ca2+, Cl–,
HCO3
–, HPO4
2–). A saída de Na+ e outros solutos do lúmen tubular para o LIT promove uma
diluição do fluido tubular e aumento da concentração do LIT, criando um gradiente osmótico que
favorece o movimento da água do lúmen tubular em direção ao interstício. Além disso, esse
transporte de água gera um gradiente favorável ao transporte de ureia. A saída da água do lúmen
tubular resulta em aumento da concentração de ureia no fluido tubular, gerando um gradiente de
concentração para o movimento dela do lúmen tubular para o LIT. E, finalmente, no túbulo
proximal, acontece a reabsorção da maior parte das proteínas e peptídeos pequenos filtrados
através da membrana de filtração. A reabsorção dessas substâncias ocorre geralmente por
pinocitose. Assim, aproximadamente 70% da água e solutos filtrados, assim como praticamente
toda a glicose e os aminoácidos e frações significativas de íons importantes, acabam sendo
reabsorvidos no túbulo proximal. Uma vez no interstício, a água e os solutos se movem para os
capilares peritubulares, retornando à circulação sistêmica. Além da reabsorção, no túbulo
proximal, também ocorre o processo de secreção. Nesse segmento, substâncias como H+,
amônia e vários compostos orgânicos são secretados no lúmen tubular. Esses compostos
incluem produtos de degradação metabólica (creatinina e ácido úrico) ou provenientes do meio
externo, como os fármacos (anestésicos, antibióticos, morfina, entre outros) e toxinas. Dessa
forma, pelo processo da secreção tubular renal, muitas substâncias nocivas acabam sendo
eliminadas do corpo. Ao sair do túbulo proximal, o fluido tubular apresenta a mesma concentração
do filtrado glomerular e do plasma, uma vez que os solutos e a água são reabsorvidos nas
mesmas proporções (processo de reabsorção isosmótica) nesse segmento. Desse local, o fluido
tubular segue e adentra a alça de Henle. Esta é um segmento tubular que desce até a medula e,
depois, retorna para o córtex, sendo formada por três ramos: descendente fino, ascendente fino e
ascendente grosso.
A alça de Henle é responsável pela reabsorção de cerca de 25% de Na+ e Cl- filtrados e 15% de
água filtrada. O ramo descendente fino, o primeiro dessa estrutura, é altamente permeável à
água. Nesse ramo, a água é reabsorvida por osmose, a favor de um gradiente de concentração
gerado pelo interstício circundante hiperosmótico em relação ao fluido tubular. A reabsorção da
água ocorre através de canais de água, chamados aquaporinas-1 (AQP1), os mesmos presentes
no túbulo proximal e que permitem a reabsorção de água naquele local. No entanto, no ramo fino
descendente, não ocorre reabsorção de Na+ e Cl-. Assim, o fluido tubular, ao sair desse ramo,
apresenta maior concentração de Na+ e Cl-, devido à reabsorção de água. Nos ramos
ascendentes fino e grosso da alça de Henle, não há reabsorção de água, pois esses segmentos
não apresentam aquaporinas (AQP), sendo, portanto, impermeáveis à água. Por outro lado,
nesses segmentos ocorre a reabsorção de Na+ e Cl-. No ramo ascendente fino, a reabsorção de
Na+ e Cl- é passiva, a favor de um gradiente de concentração, uma vez que a chegada do fluido
tubular concentrado em solutos, (Na+ e Cl-), oriundo do ramo descendente fino, acaba
favorecendo a difusão desses solutos do fluido tubular em direção ao LIT. Além do processo de
reabsorção de Na+ e Cl-, no ramo ascendente fino, também se observa a secreção passiva de
ureia para o fluido tubular. No ramo ascendente grosso, a reabsorção de Na+ e Cl- é favorecida
pela atividade da bomba Na+-K+-ATPase na membrana basolateral das células tubulares, que
mantém baixa a concentração de Na+ dentro da célula tubular, gerando um gradiente de
concentração que favorece o movimento desse íon do fluido tubular para dentro da célula. O
transporte do Na+ e Cl- através da membrana apical da célula para o seu interior ocorre via
proteínas transportadoras por cotransporte de 1Na+-1K+-2Cl-, movendo o Na+, Cl- e K+ para
dentro da célula. Os K+ acabam sendo reciclados, retornando para o fluido tubular através de
canais de potássio presentes na membrana apical. O transporte de Na+ na membrana apical
também pode ser realizado por proteínas transportadoras por contratransporte de 1Na+-1H+,
movendo Na+ para dentro da célula e H+ para o fluido tubular. Dessa forma, além da reabsorção
de Na+ nesse segmento, ocorre também a secreção de H+. Assim, o resultado dos processos que
ocorrem nos ramos ascendentes da alça de Henle é um fluido tubular mais diluído em relação ao
plasma e ao interstício que envolve esse segmento. Isso acontece porque na alça de Henle
ocorre reabsorção de maior quantidade de NaCl do que de água, tornando esse fluido tubular
hiposmótico em relação ao plasma e interstício circundante.Como a reabsorção de NaCl acaba
sendo o responsável por esse fluido mais diluído e essa reabsorção ocorre no ramo ascendente
da alça de Henle, este ramo é então chamado de “segmento diluidor”.
O fluido tubular deixa a alça de Henle e entra no túbulo distal, que pode ser dividido em um
segmento inicial, denominado túbulo distal convoluto, e um segmento final, chamado túbulo distal
final. O túbulo distal se inicia logo após a mácula densa (um curto segmento do ramo ascendente
espesso da alça de Henle formado quando o néfron passa entre as arteríolas aferente e eferente
que o suprem), se estendendo até o local em que muitos néfrons se unem e formam um único
ducto coletor cortical, o qual penetra na medula renal, originando o ducto coletor medular. Com
relação aos processos básicos renais, no túbulo distal convoluto não há reabsorção de água, pois
esse segmento é impermeável à água. Contudo, o túbulo distal convoluto reabsorve Na+, Cl- e
Ca2+, além de secretar H+ e amônia. Nesse segmento, o transporte de Na+ e Cl- na membrana
apical em direção ao interior da célula tubular ocorre por meio de proteínas transportadoras por
cotransporte Na+-Cl-. Por ação da bomba Na+-K+-ATPase na membrana basolateral das células
tubulares, o Na+ deixa o meio intracelular, movendo-se em direção ao LIT. Já o Cl-, é movido do
interior da célula tubular para o LIT por difusão via canais de Cl-. Dessa forma, nesse segmento, o
fluido tubular perde solutos sem reabsorção de água, diluindo ainda mais.
Do túbulo distal convoluto, o fluido tubular entra no túbulo distal final e depois nos ductos
coletores. Esses dois últimos segmentos do túbulo renal apresentam dois tipos celulares: células
principais e células intercaladas. As células principais são responsáveis pela reabsorção de Na+,
Cl- e água e também pela secreção de K+. Já as células intercaladas reabsorvem K+ e secretam
H+. Nas células principais, a reabsorção de Na+ e a secreção de K+ envolve a atividade da
bomba Na+-K+-ATPase, presente na membrana basolateral. Essa bomba promove a captação de
K+ a partir do LIT para a célula e movimento do Na+ da célula para o LIT. Com isso, a
concentração de Na+ intracelular diminui, gerando um gradiente químico que favorece o
movimento do Na+ do fluido tubular para o interior da célula, via difusão por canais seletivos ao
Na+, canais do tipo ENac, presentes na membrana apical das células tubulares. A secreção de K+
ocorre por canais específicos para esse íon presentes na membrana apical. Com a saída de Na+
do líquido tubular, este torna-se com voltagem mais negativa, o que favorece a reabsorção
passiva de Cl- por via paracelular (entre as células). A quantidade de água reabsorvida nos
túbulos distais finais e ductos coletores é variável e dependente da presença de hormônio
antidiurético (ADH), que regula a permeabilidade à água nesses segmentos tubulares. O ADH
estimula a migração de vesículas presentes no citoplasma das células tubulares dos túbulos
distal e ductos coletores em direção à membrana apical e, sua posterior incorporação a essa
membrana. As membranas dessas vesículas apresentam agregados de canais de água que são
sensíveis ao ADH, chamados aquaporinas 2 (AQP2). Quando as concentrações plasmáticas de
ADH estão baixas, as AQP2 são retiradas da membrana apical por endocitose, resultando em
pouquíssima reabsorção de água nesses segmentos tubulares e, consequentemente, em um
fluido tubular com grande volume e hiposmótico (diurese hídrica). Porém, se as concentrações
plasmáticas de ADH estão aumentadas, acaba determinando a incorporação de AQP2 na
membrana apical e, consequentemente, maior reabsorção de água nesses segmentos, tornando
o fluido tubular hiperosmótico e com menor volume. Dessa forma, a alteração na quantidade de
AQP2 incorporada na membrana apical constitui um mecanismo rápido de controle da
permeabilidade da membrana à água. Diferentemente, a membrana basolateral desses
segmentos não depende da ação do ADH, sendo livremente permeáveis à água. Esta, deixa a
célula tubular em direção ao interstício hipertônico por canais de água, chamados AQP3 e AQP4,
presentes na membrana basolateral. A secreção de K+ pelas células principais para o fluido
tubular é mediada pela atividade da bomba Na+-K+-ATPase na membrana basolateral, que capta
o K+ do LIT para o interior da célula. Posteriormente, o K+ deixa a célula em direção ao fluido
luminal por difusão via canais de K+ presentes na membrana apical.
Nas células intercaladas, a reabsorção de K+ e secreção de H+ são mediadas pela ação da
bomba H+-K+-ATPase, localizada na membrana apical, que movimenta K+ para dentro da célula e
H+ para o fluido tubular. A seguir, o K+ se difunde da célula para o LIT via canais de K+ presentes
na membrana basolateral. Assim, resumidamente, os túbulos distais e ductos coletores são
responsáveis pela reabsorção de aproximadamente 8% de Na+ e Cl- e de uma quantidade
variável de água (8 a 17%), além da secreção de quantidades variáveis de K+ e H+. Nesses
segmentos, o ADH desempenha um importante papel na quantidade de água presente na urina
final. Ao deixar os ductos coletores, o fluido tubular (urina) percorre sequencialmente os cálices
renais, pelve renal, ureteres, bexiga urinária, uretra, até alcançar o meio externo.
Siga em Frente...
Depuração plasmática ou clearance renal
É o volume de plasma a partir do qual uma substância específica é totalmente removida por
minuto e excretada na urina. A depuração plasmática pode ser utilizada para medir a TFG e,
portanto, como um indicativo da função renal. Dessa forma, uma TFG reduzida indicaria um
declínio da função renal. A depuração plasmática (D) pode ser calculada pela fórmula:
Assim, quando uma substância é livremente filtrada no corpúsculo renal, não sendo secretada e
nem reabsorvida pelo néfron, sua depuração plasmática será igual à sua TFG, pois a quantidade
de substância filtrada é igual à quantidade da substância excretada. Um exemplo seria a inulina,
um polissacarídeo não fisiológico. Contudo, embora a inulina seja ideal para a avaliação da TFG,
sua utilização é tecnicamente difícil e pouco prática, o que a torna pouco adequada para uso
rotineiro na prática clínica. Clinicamente, a substância utilizada para a medida da TFG é a
creatinina, produto do metabolismo da creatina nos músculos esqueléticos, sendo liberada no
sangue em um ritmo constante. A creatinina é livremente filtrada nos corpúsculos renais e não é
reabsorvida pelos túbulos renais. Entretanto, essa substância é secretada pelo túbulo proximal,
D(mL/min) =
Concentração da substância na urina (mg/mL)
Concentração da substância no plasma (mg/mL)   ×  Fluxo urinário (mL/min)
de modo que cerca de 10% da creatinina acaba sendo excretada pela urina, o que levaria a uma
superestimação da TFG. Mas, devido a um erro de igual magnitude do ensaio realizado em
laboratório, o valor da TFG acaba sendo compensado, validando a sua utilização na prática
clínica.
Micção
É a eliminação de urina armazenada na bexiga. Esse processo é um arco reflexo simples sujeito
ao controle voluntário e involuntário exercido por centros superiores do encéfalo. Conforme a
urina começa a ser armazenada na bexiga, suas paredes se distendem, ativando receptores de
estiramento presentes nesse local e que produzem potenciais de ação que são conduzidos por
neurônios sensoriais, que fazem parte dos nervos pélvicos, e enviados à região sacral da medula
espinal. Nesse local, a informação é integrada, resultando em uma resposta que envolve duas
ações. A primeira, é a ativação de neurônios parassimpáticos que inervam a musculatura lisa da
parede da bexiga urinária (músculo detrusor), promovendo a contração dessa musculatura. Ao
mesmo tempo, os neurônios motores somáticos que inervam o esfíncter externo da uretra são
inibidos, promovendo o relaxamento desse esfíncter. A contração da bexiga empurra a urina em
direção à uretra, exercendo uma pressão sobre o esfíncter interno da uretra, forçando a abertura
desse esfíncter. Conjuntamente,e
estenoses), na bexiga (tumores) ou na uretra (hiperplasia prostática).
O tratamento da LRA é baseado na definição e remoção da causa da lesão. Porém, quando não
é possível a manutenção sob controle das escórias nitrogenadas e do equilíbrio hidroeletrolítico,
geralmente, torna-se necessária a realização de hemodiálise.
Insuficiência renal crônica (IRC)
É a perda da função renal de modo lento e gradativo, resultando em perda irreversível dos
néfrons e consequente diminuição progressiva da filtração glomerular, da capacidade de
reabsorção tubular e das funções endócrinas dos rins, podendo evoluir para a insuficiência renal.
Inicialmente, a IRC é assintomática. Nessa fase há destruição de cerca de 75% dos néfrons
funcionantes, porém, os sinais e sintomas não costumam aparecer, pois os néfrons funcionantes
remanescentes sofrem hipertrofia e passam a realizar uma hiperfiltração compensatória, o que
contribui ainda mais para sobrecarga e lesão renal. Com o aumento progressivo da destruição
dos néfrons, instala-se de fato a insuficiência renal. Os rins perdem a capacidade de manter o
equilíbrio hidroeletrolítico, há uma redução precoce da capacidade de concentrar a urina e
eliminar ureia e creatinina (azotemia), seguida de uremia, retenção da água e sódio,
hiperpotassemia, hiperfosfatemia, hipocalcemia, acidose metabólica e anemia. Também podem
ocorrer alterações fisiológicas secundárias como hipertensão arterial, insuficiência cardíaca
congestiva e edema pulmonar. Assim, inicialmente, na IRC observa-se presença de fadiga,
lentidão, anorexia e diminuição da acuidade mental. Mas na IRC mais grave, são observados
sintomas adicionais como aumento da pressão arterial, manifestações neuromusculares, hálito
urêmico, sedimento urêmico na pele, desnutrição e dispneia. Quando aproximadamente 90% dos
néfrons estão perdidos, inicia-se uma fase terminal da doença, denominada doença renal em
estágio terminal, que se caracteriza por oligúria e concentrações plasmáticas de escórias
nitrogenadas e creatinina ainda mais altas. A IRC pode ser causada por uma variedade de
distúrbios que apresentem potencial para ocasionar lesão renal, como a glomerulonefrite crônica,
doença renal policística, pielonefrite, hipertensão e diabetes. O tratamento da IRC inclui controle
das doenças secundárias e outras complicações, suplementação de bicarbonato de sódio,
possível necessidade de restrição de proteína, fosfato, potássio e sal na dieta, bem como na
ingestão de água. Dependendo do estágio da IRC são indicados tratamentos como hemodiálise e
transplante renal.
Hemodiálise
A hemodiálise consiste em um processo que remove (filtra) resíduos, toxinas e excesso de líquido
do sangue em pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica, restaurando o equilíbrio
eletrolítico, uma vez que nesses casos os rins não conseguem mais desempenhar essas funções
com eficiência. Dessa forma, esse procedimento auxilia mantendo a homeostasia corporal. Na
hemodiálise, o sangue do paciente é retirado de uma artéria por meio de um acesso vascular,
como um cateter ou uma fístula arteriovenosa, e é então conduzido por um tubo até um
dialisador, também conhecido como filtro. O dialisador apresenta dois compartimentos, um para o
sangue e outro para o dialisado (composto por água e eletrólitos), separados por uma membrana
semipermeável. No dialisador, o sangue entra em contato com a membrana semipermeável que
permite a passagem de pequenas moléculas, como ureia e creatinina, mas retém células
sanguíneas e proteínas. Assim, enquanto o sangue circula pelo dialisador, o dialisado é
introduzido para remover os resíduos e o excesso de fluidos do sangue e, após passar pelo
dialisador, o sangue limpo é devolvido ao corpo do paciente por meio de uma outra via vascular.
Agora que você conheceu as principais patologias associadas ao sistema urinário, você é capaz
de compreender a importância do conhecimento desse tema para uma atuação profissional
adequada e segura, visando o bem-estar e promoção da saúde. 
Vamos Exercitar?
Agora que você conheceu e aprendeu a respeito de algumas das principais patologias que
acometem o sistema urinário, vamos retomar a situação-problema. A partir de agora, vamos
considerar que você faça parte do grupo de alunos de um curso da área da saúde que, nessa
semana, irá vivenciar a rotina do atendimento a pacientes renais crônicos e agudos realizado pela
equipe multidisciplinar do Hospital de sua Universidade. No primeiro dia de atividades no Setor de
Hemodiálise, o diretor responsável pelo setor recebeu o seu grupo para uma conversa a respeito
do tipo de atendimento realizado no local. Nessa conversa, foi mencionado que além da
hemodiálise, esses pacientes também recebiam orientações nutricionais, de higienização,
acompanhamento psicológico, além da realização de exercícios físicos acompanhados e
individualizados para visando sua reabilitação. O diretor também comentou que o setor também
realizava ações para ajudar os pacientes no enfrentamento da pesada rotina de tratamento,
buscando auxiliar na melhora da qualidade de vida desses pacientes, bem como no tratamento
de outras patologias decorrentes da doença renal. Ainda, segundo o diretor, o setor contava com
20 equipamentos de hemodiálise para atender pacientes internados no Hospital Universitário ou
emergências encaminhadas pelo Pronto Socorro, além de pacientes externos que apresentavam
comprometimento renal e necessitavam de diálise. Como primeira atividade do seu grupo, o
diretor sugeriu que vocês discutissem sobre alguns conceitos importantes para o melhor
entendimento do tipo de tratamento realizado no setor de hemodiálise. Nesse momento, o diretor
levantou os seguintes questionamentos a vocês: “Vocês saberiam explicar o que é a
hemodiálise? Qual é a importância desse procedimento para o bom funcionamento do nosso
organismo?
Agora você é capaz de responder a todos esses questionamentos. Vamos lá!
Primeiramente, é importante lembrar que os processos de filtração, reabsorção e secreção renal
são responsáveis pela eliminação de produtos metabólicos e substâncias nocivas ao organismo,
bem como ao retorno à circulação sistêmica de substâncias fundamentais ao bom funcionamento
dos sistemas corporais, como glicose, água e vários íons. Alterações nesses processos podem
resultar em diferentes efeitos fisiológicos que podem ser prejudiciais ao nosso organismo.
Doenças ou lesões renais podem alterar esses processos e, nesse caso, as funções renais
precisam ser suplementadas ou substituídas por um processo artificial chamado diálise. Esse
método se baseia na difusão de solutos através de uma membrana seletivamente permeável. Um
dos métodos de diálise é a hemodiálise, procedimento no qual o sangue do braço é direcionado
para uma membrana de diálise, que apresenta poros que permitem a passagem de pequenos
solutos, localizada dentro de um aparelho chamado dialisador. Ao redor dessa membrana é
bombeado um líquido, denominado dialisado, que mantém um gradiente de difusão e, dessa
forma, o sangue do indivíduo que flui através dessa membrana é filtrado e as escórias
metabólicas e os eletrólitos e líquidos em excesso são removidos, bem como substâncias
necessárias ao organismo são adicionadas a ele. Também é adicionado um anticoagulante para
evitar que haja a coagulação do sangue que está sendo depurado dentro do dialisador. Após
passar pela membrana semipermeável, o sangue depurado flui através de um detector de
êmbolos de ar, para a remoção de ar que possa estar presente nesse sangue e, em seguida, o
sangue retorna ao corpo do indivíduo. Todo esse processo pode durar de 3 a 5 horas e,
dependendo do caso, deve ser feito três vezes por semana. 
Saiba Mais
Infecções do trato urinário
A infecção urinária é uma condição comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. É
essencial reconhecer a importância do seu diagnóstico precoce, uma vez que, se não tratada
adequadamente, pode levar a complicações graves, como pielonefrite e sepse, podendo levar o
indivíduo ao óbito. A prevalênciada infecção urinária na população é significativa, principalmente
em mulheres, devido principalmente à anatomia feminina. Contudo, outros fatores podem estar
associados à ocorrência de infecção urinária na população. Portanto, compreender os sinais e
sintomas, bem como buscar tratamento adequado, é crucial para garantir o bem-estar e a saúde
do paciente.
Para saber mais sobre as infecções urinárias, leia a seguinte obra disponível na Biblioteca Virtual:
UMBERGER, R. A.; MEFFORD, L. C. Distúrbios da função renal. In: NORRIS, T. L. Porth:
fisiopatologia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. cap. 33, p. 991-995.
Cálculos renais
Vários fatores estão envolvidos na formação dos cálculos renais, como baixa ingestão de água,
histórico familiar, distúrbios metabólicos (excesso de ácido úrico ou de cálcio) e até mesmo
alguns tipos de alimentos. Você sabia que a restrição dietética pode auxiliar na prevenção de
formação de cálculo renais? Que alimentos devem ser evitados?
Para saber mais sobre a etiopatogenia e manifestações clínicas dos cálculos renais, leia:
UMBERGER, R. A.; MEFFORD, L. C. Distúrbios da função renal. In: NORRIS, T. L. Porth:
fisiopatologia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. cap. 33, p. 988-990.
Insuficiência renal e hemodiálise
A hemodiálise é um procedimento fundamental para pacientes com insuficiência renal crônica,
pois substitui a função dos rins, filtrando resíduos e fluidos indesejados do sangue. Dependendo
da gravidade da doença renal, as sessões de hemodiálise podem ser realizadas três a quatro
vezes por semana. Embora seja essencial para a sobrevivência do portador de doença renal
grave, a hemodiálise pode causar efeitos colaterais, como hipotensão e fadiga. Contudo, apesar
dos desafios, é uma intervenção essencial para controlar a pressão arterial, equilibrar eletrólitos e
prevenir complicações graves associadas à insuficiência renal. Com avanços tecnológicos, os
cuidados com hemodiálise continuam sendo aprimorados, oferecendo esperança e qualidade de
vida aos pacientes.
Para saber mais sobre a hemodiálise, leia a seguinte obra:
Hemodiálise. Sociedade Brasileira de Nefrologia. 
 
 
Referências Bibliográficas
KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; ASTER, J. C. Robbins & Cotran: patologia: bases patológicas das
doenças. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527737876/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:43
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527737876/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:43
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https://sbn.org.br/publico/tratamentos/hemodialise/
NORRIS, T. L. Porth: fisiopatologia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.
SILVERTHORN, D.U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 16. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2023. 
Encerramento da Unidade
ANATOMOFISIOLOGIA E PATOLOGIA DO
SISTEMA URINÁRIO
Videoaula de Encerramento
Olá, estudante! Nesta videoaula, você irá continuar a jornada fascinante pelo sistema urinário,
explorando conceitos essenciais que são fundamentais para a sua prática profissional. Você já
desvendou vários mistérios que envolvem esse sistema, seus componentes e seu funcionamento,
e mergulhou no estudo das patologias que podem acometer esse sistema. Agora convido você a
continuar nessa jornada! Assista à videoaula e descubra como o conhecimento sobre o sistema
urinário pode enriquecer e transformar a sua prática profissional. Não perca!
Ponto de Chegada
Para desenvolver a competência desta unidade, que é “ilustrar conhecimento da anatomia e
fisiologia do sistema urinário, identificando como funcionam os mecanismos de eliminação e
reabsorção de compostos pelo néfron. Conhecer como agem as principais famílias de fármacos
diuréticos utilizadas no mercado e doenças associadas ao sistema urinário”, você primeiramente
conheceu os conceitos fundamentais sobre a estrutura e o funcionamento dos rins e vias
urinárias. Compreendeu como cada estrutura contribui para o funcionamento adequado do
sistema urinário e como as características histológicas influenciam nas suas funções. Além disso,
você explorou os processos de filtração, reabsorção e secreção nos néfrons, bem como a
regulação da excreção de substâncias pelo sistema urinário. Você também conheceu as
principais famílias de fármacos diuréticos, compreendendo seus mecanismos de ação. Por fim,
você relacionou todos esses conhecimentos com as principais patologias associadas ao sistema
urinário, como infecções do trato urinário, cálculos renais e insuficiência renal. Assim, a
abordagem desses assuntos ao longo da unidade permitiu consolidar seu entendimento a
respeito do tema e o incentivou a refletir sobre os assuntos abordados e como aplicar esses
conhecimentos em contextos práticos.
É Hora de Praticar!
Nesse momento, você irá acompanhar a rotina de um aluno de graduação na área da saúde, que
realiza seu estágio junto à equipe do Programa de Atenção Integral à Saúde de sua Universidade.
O Programa conta com uma equipe multidisciplinar e, nessa etapa do estágio, o aluno de
graduação continua acompanhando as discussões de casos clínicos de alguns atendimentos
realizados no Pronto Socorro do Hospital de sua Universidade. Durante uma das reuniões
realizadas pela equipe, foi discutido o caso clínico do paciente W. T. S., 41 anos, que procurou o
serviço de emergência do Hospital com dor forte no flanco direito que irradia para a região
inguinal direita, acompanhada de náusea e vômito. Segundo o paciente, a dor era constante e
aumentava em ondas. Ele também se queixou da presença de sangue na urina, sem febre.
Paciente enquadra-se no perfil de síndrome metabólica, apresentando obesidade, hipertensão,
hiperlipidemia e resistência à insulina. Devido à obesidade, ele evita carboidratos e consome
grande quantidade de carne e frutos do mar. Raramente consome frutas e vegetais. Não tem
hábito de ingerir líquidos, exceto durante as refeições. O exame de urina mostrou hematúria
microscópica, presença de cristais, baixo pH e hiperuricosúria. A ultrassonografia abdominal
constatou a presença de cálculo renal localizado no ureter direito. O paciente recebeu quantidade
grande de líquidos por via endovenosa, para auxiliar na eliminação do cálculo, e anti-inflamatório
não esteroide (AINEs) para alívio da dor. Após a eliminação do cálculo, foi realizada análise
laboratorial, confirmando que se tratava de um cálculo renal de ácido úrico. Ainda durante a
discussão desse caso clínico, o supervisor do Programa aproveitou para instigar o estagiário a
relembrar alguns conceitos importantes a respeito da fisiopatologia do cálculo renal e fatores de
risco associados. Ele fez os seguintes questionamentos ao estagiário: “você saberia explicar o
que predispõe o desenvolvimento do cálculo renal? Qual é a relação dos achados laboratoriais e
Reflita
Como ocorre a filtração glomerular e qual é sua importância para a função renal?
Quais são os principais mecanismos de ação dos diuréticos e como eles são
classificados?
Quais são os sinais e sintomas característicos de uma infecção do trato urinário e como
ela pode ser diagnosticada e tratada?
a formação do cálculo renal na paciente? Existe relação entre a síndrome metabólica e a
formação de cálculo de ácido úrico?”
Reflita
Como você, no lugar do estagiário, responderia a todos esses questionamentos? 
Resolução do estudo de caso
Primeiramente, é importante lembrar que os rins são essenciais para a manutenção da
homeostase corporal e que alterações na sua atividade podem acarretar o aparecimento de
disfunções não somente em sua própria estrutura, mas também em outros sistemas corporais,
comprometendoo funcionamento normal do organismo. Algumas patologias podem estar
associadas ao sistema urinário, como os cálculos renais, os quais são agregados policristalinos
que se formam a partir de substâncias normalmente excretadas pelos rins, mas que se tornam
supersaturadas nesse fluido. Além disso, outros fatores como presença de infecção, pH e estase
influenciam no desenvolvimento de cálculos renais. Alguns fatores de risco também podem estar
associados e favorecer a formação desses cálculos, como: baixa ingestão hídrica, dieta,
anormalidades anatômicas do sistema urinário, distúrbios metabólicos, história familiar e
medicações. No caso da paciente citada, existem vários fatores que favorecem a formação do
cálculo de ácido úrico. A paciente apresenta algumas condições (obesidade, hipertensão,
resistência à insulina e hiperlipidemia) que a enquadram em um perfil de pessoa com síndrome
metabólica. A obesidade, particularmente associada à síndrome metabólica, tem sido associada à
redução do pH urinário. Nesses pacientes, ocorre uma diminuição da excreção dos íons amônio
na urina e consequente redução do tamponamento de H+, diminuindo o pH urinário. A dieta rica
em proteínas de origem animal também contribui para a redução do pH da urina, devido à
geração de prótons durante a oxidação de radicais sulfurados presentes na proteína animal,
principalmente na carne vermelha. Além disso, carnes e frutos do mar são alimentos ricos em
purinas, precursoras do ácido úrico. Desse modo, a dieta rica em proteína animal contribui para
um aumento da concentração de ácido úrico na urina. O pH ácido da urina contribui para a
formação de cálculos de ácido úrico, pois aumenta a conversão de urato a ácido úrico. Assim, a
grande produção metabólica de ácido úrico observada na paciente associada ao pH baixo
urinário, que também favorece a formação dessa substância, resulta em uma urina com grandes
quantidades de ácido úrico, que é insolúvel e, portanto, forma o cálculo. Ainda, uma ingestão
baixa de líquidos, resultando em volume urinário baixo, acaba promovendo o aumento da
saturação de solutos como o ácido úrico, cálcio, fosfato e oxalato na urina, sendo mais um fator
que contribui para a formação do cálculo renal. A hematúria está associada à migração do cálculo
pelo ureter. Já as náuseas e vômitos estão associados à intensidade da dor. 
Dê o play!
Assimile
Você está convidado a embarcar a partir de agora na jornada fascinante pelo sistema urinário,
explorando as informações ricas e instigantes presentes neste infográfico. Aprecie e aproveite as
informações sobre os processos de reabsorção e secreção de algumas substâncias no néfron e
locais de ação dos diuréticos nessa estrutura! Vamos lá?!
Referências
CURI, R.; PROCÓPIO, J. Fisiologia básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 14. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2023.
SILVERTHORN, D.U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 16. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2023.

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