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1 Laura Silva Castro 
Faringe e laringe 
FARINGE 
 
∙ A faringe é um tubo muscular situado posteriormente à 
cavidade nasal, à cavidade oral e à laringe. Assim, a faringe é 
um tubo que, ao mesmo tempo é, condutor de alimento, através 
do sistema digestório, e condutor de ar, através do sistema 
respiratório, uma vez que, como foi dito, a faringe é um tubo 
muscular que se situa atrás da cavidade nasal e se comunica 
com ela, também se situa atrás da cavidade oral e comunica 
com essa cavidade e também se situa atrás da laringe e se 
comunica com a cavidade da laringe. 
∙ A faringe continua-se no pescoço com esôfago que também 
pertence ao sistema digestório, enquanto a laringe se continua, 
também no pescoço, com a traqueia, que pertence ao sistema 
respiratório. Assim, a posição da faringe na sua parte mais 
inferior é posterior aos órgãos respiratórios, então temos 
órgãos respiratórios anteriormente situados e órgãos 
digestórios posteriormente situados. Portanto, atrás do nariz, 
da boca e da laringe situa-se a faringe e atrás da traqueia 
situa-se o esôfago, traqueia e esôfago já no pescoço. 
∙ A faringe ela se entende desde a base do crânio, desde a 
porção basilar do osso occipital até a sua continuidade com o 
esôfago, no pescoço, e esse nível onde a faringe se torna 
esôfago/se continua com esôfago, o limite inferior da faringe, 
é determinado pela última cartilagem da laringe ou cartilagem 
mais inferior da laringe, denominada cartilagem cricoidea. 
Assim, a faringe se estende tão alto quanto a base do crânio 
até o pescoço no nível da cartilagem cricóidea da laringe. No 
nível da cartilagem cricóidea da laringe, a laringe se continua 
com a traqueia e a faringe e continua com o esôfago. 
DIVISÃO DA FARINGE 
 
∙ Uma vez que a faringe se situa atrás da cavidade nasal, 
atrás da cavidade oral e atrás da laringe ela pode ser dividida 
em três porções relacionadas e comunicando-se com essas 
cavidades, assim, a faringe é dividida em: 
- Parte nasal da faringe: a porção mais alta da faringe, situada 
atrás do nariz se comunica com a cavidade nasal → 
NASOFARINGE; 
- Parte oral da faringe: parte média que situa-se atrás da boca 
e comunica-se com a boca → OROFAINGE 
- Parte laríngea da faringe: a parte mais inferior da faringe, 
terceira e mais inferior das partes da faringe situada atrás da 
laringe → LARINGOFARINGE. 
 
∙ Ao observar a anatomia da nasofaringe podemos detectar, 
facilmente, em cada parede lateral da nasofaringe um orifício 
denominado óstio faríngeo da tuba auditiva. Esse óstio é 
abertura interna de um canal ósseo e cartilaginoso que vai 
 
2 Laura Silva Castro 
comunicar a nasofaringe com a cavidade da orelha ou do 
ouvido médio. A cavidade da orelha média, portanto, comunica-
se com a nasofaringe através da tuba auditiva. A cartilagem 
da tuba auditiva provoca uma elevação na mucosa da 
nasofaringe e essa elevação forma estruturas que são 
denominadas como: tóro tubário, a elevação arredondada 
superior e algo posterior ao óstio faríngeo da tuba auditiva, e 
a prega salpingofaringea (o termo salpingo refere a tuba), 
portanto essa prega posterior, essa dobra de mucosa, situada 
posteriormente ao óstio faríngeo da tuba auditiva, recebe o 
nome de prega salpingofaringea, porque ela se estende da 
cartilagem da tuba (salpingo) até a parede lateral da faringe 
salpingofaringeo. Ela é uma prega o que é uma dobra de 
mucosa provocada pela cartilagem da tuba e por fibras 
musculares profundas. Anteriormente ao óstio da tuba auditiva 
detectamos a prega salpingopalatina, que recebe esse nome 
porque se estende da tuba até o palato mole. Portanto o óstio 
faríngeo da tuba auditiva é delimitado anteriormente pela 
prega salpingopalatina; posteriormente pela prega 
salpingofaringea, que é mais longa; e superiormente pelo toro 
tubário. Posteriormente à prega salpingofaringea, existe uma 
área deprimida a cada lado da nasofaringe que é o recesso 
faringeo. No recesso faríngeo existe um acúmulo de tecido 
linfoide conhecido como tonsila tubaria. Um outro acumulo, em 
quantidade maior, também de tecido linfoide ocupa o teto e a 
parte alta da parede posterior da nasofaringe essa estrutura é 
a tonsila faríngea, a qual pode formar aquela estrutura 
aumentada, denominada adenoide, nos casos de crianças que 
tem várias infecções respiratórias e isso provoca um aumento 
de volume das tonsilas faríngeas caracterizando a adenoide. 
∙ Já estruturas anatômicas presentes na orofaringe se 
assemelham às estruturas da nasofaringe, porém têm nomes 
e estruturação diversas. Observe uma prega cujo conteúdo é 
um músculo e que se estende do palato mole até a língua: o 
termo glosso é relativo a língua, portanto essa dobra de mucosa 
que contém um músculo no seu interior, vai ser denominada 
arco e este arco se estende do palato até a língua, portanto o 
seu nome é arco palatoglosso. Mais posteriormente um outro 
arco, que agora se estende do palato mole até a parede lateral 
da orofaringe, recebe o nome de arco palatofaríngeo. Entre os 
dois arcos - o arco palatoglosso, anteriormente, e o arco 
palatofaríngeo, posteriormente - existe uma cavidade 
denominada fossa tonsilar, a qual é ocupada por mais um 
conjunto, mais uma aglomeração de tecido linfoide, 
denominados tonsilas palatinas. A tonsila palatina é conhecida 
no meio leigo com o nome de amígdala, portanto, o acúmulo 
de tecido linfoide ou a tonsila da nasofaringe é a tonsila 
faríngea que situa no teto da nasofaringe, já o acúmulo de 
tecido linfoide situado na orofaringe é a tonsila palatina que 
se situa em cada parede lateral da orofaringe, desse modo, 
temos duas tonsilas palatinas ou duas amigdalas abaixo do 
palato mole, daí tonsilas palatinas. A tonsilas palatina ou 
amígdala é limitada ou relaciona-se anteriormente com o arco 
palatoglosso e posteriormente com arco palatofaríngeo. Outra 
estrutura que deve ser notada na orofaringe é um espaço 
situado entre a raiz da língua, onde está localizada a tonsila 
lingual, que é outro acúmulo de tecido linfoide, e a epiglote ou 
cartilagem epiglótica, que é uma das cartilagens da laringe: 
esse espaço, que lembra um pequeno vale, é denominado 
valécula epiglótica, a qual é dupla, de esquerda e direita, uma 
de cada lado, e ela é um espaço entre a raiz da língua e a 
cartilagem epiglote. A valécula epiglótica é um espaço 
importante da orofaringe dos pacientes uma vez que é na 
valécula que se introduz a extremidade do laringoscópio no 
processo de intubação orotraqueal ou seja na colocação de um 
tubo plástico no interior da traqueia para se proceder à 
ventilação mecânica do paciente, para colocar o paciente no 
respirador artificial, no ventilador mecânico. 
 
∙ Já a laringofaringe apresenta, de cada lado da laringe, uma 
depressão em forma de pera conhecida como recesso 
piriforme. Essa projeção onde o recesso se situa é ocasionada 
pela cartilagem cricóidea da laringe. 
∙ Nessa abertura posterior pode-se observar as três aberturas 
que comunicam a faringe com as estruturas anteriores da 
cabeça e do pescoço: 
- Na nasofaringe, podemos observar a cada lado do septo nasal 
um orifício oval que comunica a nasofaringe com cada 
cavidade nasal, uma cavidade nasal direita e esquerda. Este 
orifício oval recebe o nome de cóano. Portanto, nós temos dois 
cános: o cóano direito e o cóano esquerdo. Antigamente os 
cános eram denominados cóanas. Portanto, os cóanos são 
orifícios são passagens que comunicam a cavidade nasal com 
a nasofaringe permitindo que o ar que penetrou na cavidade 
nasal entre também na faringe através da nasofaringe. 
- Mais abaixo, no nivel da orofaringe, observamos uma grande 
passagem denominada ístmo das fauces que é a comunicação 
entre a cavidade oral e a boca com a parte oral da faringe na 
Na orofarnge, o istmo das fauces é limitado superiormente 
pelo palato mole; inferiormente, pela língua; e, a cada lado, 
pelos arcos palatoglossos da orofaringe. 
- Inferiormente a laringofaringe se comunica com a cavidade 
da laringe atravésde uma abertura denominada ádito da 
laringe, responsável, então, pela comunicação interior da laringe 
com a laringofaringe. Desse modo, na parte da laringofaringe, 
a faringe se comunica com a laringe, portanto com a traqueia, 
através do adito da laringe. 
 
3 Laura Silva Castro 
↳ Em resumo os cóanos comunicam as cavidades nasais com 
a nasofaringe, o istmo das fauces comunica a cavidade oral 
com a orofaringe e o ádito da laringe comunica a cavidade da 
laringe com a laringofaringe. 
∙ O ádito da laringe pode ser fechado no momento da 
deglutição, no momento que o alimento vem pela boca e é 
deglutido, pela epiglote que funciona como uma verdadeira 
tampa/porta que desce e oclui a passagem a entrada para 
laringe para traqueia, portanto fecha a entrada do sistema 
respiratório durante a deglutição para evitar a penetração de 
líquidos e de alimento no interior do sistema respiratório. Assim 
o alimento pode escorrer, através dos recessos piriformes, para 
o esôfago e continuar através do sistema digestório atingindo 
o estomago, duodeno, etc. 
ANEL LINFÁTICO DA FARINGE (WALDAYER) 
 
∙ Observamos, então, em torno da nasofaringe e da orofaringe 
vários acúmulos de tecidos linfoides denominados tonsilas. No 
teto da nasofaringe, está situada a tonsila faríngea. A cada 
lado da orofaringe temos as tonsilas palatinas direita e 
esquerda. Na raiz da língua, inferiormente ao istmo das fauces, 
temos a tonsila lingual. E, também, a cada lado próximo ao 
óstio faríngeo da tuba auditiva temos uma tonsila tubaria. 
Assim, as tonsilas formam um anel linfático e protetor na 
entrada do sistema respiratório e do sistema digestório. Assim 
constituído: tonsilas faríngeas acima, tonsilas lingual abaixo, 
tonsilas palatinas a cada lado, as tonsilas faringeas a cada lado 
na nasofaringe e tecidos linfoides disperso e unindo essas 
várias tonsilas formando, portanto, um anel linfático da faringe 
anel linfático conhecido como anel linfatico de waldeyer. 
MÚSCULOS DA FARINGE 
∙ A faringe, por ser um órgão muscular, apresenta uma 
camada muscular externa, que é formada por músculos 
aparentemente circulares - muitas vezes oblíquos mas são 
considerados músculos circulares -, e uma camada muscular 
interna (na imagem, a faringe foi aberta posteriormente para 
ter-se uma visão posterior e ao se abrir a parede posterior da 
faringe observa-se a faringe no seu apescto interno e observa-
se músculos internos), que é composta por músculos 
longitudinais. Portanto a faringe é formada por três músculos 
circulares externos e três músculos longitudinais internos. 
∙ Os músculos circulares externos são os músculos 
constritores da faringe assim tem-se: 
- Constritor superior da faringe: superiormente 
- Constritor médio da faringe: numa posição média 
- Constritor inferior da faringe: mais inferiormente 
↳ Esses músculos como que se sobrepõe nas suas margens. 
- Os músculos constritores da faringe têm ação de estreitar a 
faringe durante as suas contrações, ou seja, fazem a constrição 
da faringe no intuito de conduzir o bolo alimentar da faringe 
para o esôfago. 
∙ Os músculos longitudinais que compõem a camada muscular 
interna da faringe são também em número de 3 
- Músculo salpingofaringeo: fino músculo que parte da tuba da 
cartilagem da tuba auditiva e se insere ou se perde na parede 
lateral da faringe 
- Músculo palatofaríngeo: músculo maior, que desce do palato 
mole até a parede lateral da faringe. Ele pertence, ao mesmo 
tempo, ao palato e à musculatura longitudinal interna da 
faringe 
– Músculo estilofaríngeo: se origina no processo estiloide do 
osso temporal e penetra no interior da faringe, tendo a sua 
parte mais interior situada na internamente à faringe. 
↳ Os músculos longitudinais, ao se contraírem, encurtam o 
comprimento da faringe, também no intuito de conduzir o bolo 
alimentar para o interior do esôfago. 
∙ Todos os músculos da faringe, circulares e os longitudinais, 
são inervados pelo ramo faríngeo do nervo vago através do 
plexo faríngeo. Na realidade, acha-se que o nervo acessório 
também envia algumas fibras motores para os músculos da 
faringe, ou seja, a inervação da faringe motora seria feita 
principalmente pelo plexo nervoso faríngeo, que é composto 
pelos nervos glossofaríngeo, vago e, provavelmente, com fibras 
do nervo acessório. Mas, existe uma exceção a essa inervação 
A 
FARINGE 
POR SER 
UM 
ORGAO 
MUSCUL
AR 
APRESEN
TA UMA 
CAMADA 
MUSCUL
AR 
EXTERNA 
A FARINGE POR SER↳ UM 
ORGAO MUSCULAR 
APRESENTA UMA 
CAMADA MUSCULAR 
EXTERNA 
 
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da faringe, a exceção é o musculo estilofaríngeo, pois esse 
mísculo não é inervado pelo plexo nervoso faríngeo, ele é 
inervado, especificamente, pelo nervo glossofaríngeo, que é o 
nono par craniano. 
VASCULARIZAÇÃO, INERVAÇÃO E DRENAGEM LINFÁTICA 
DA FARINGE 
 
∙ A vascularização da faringe é feita, principalmente, pela 
artéria faríngea ascendente, a qual é um ramo direto da artéria 
carótida externa, ramo que se origina da sua superfície medial 
e sobe para irrigar a faringe. 
∙ As veias tem padrão, distribuição e trajeto semelhantes às 
artérias, no caso aqui, às artérias faríngeas ascendentes direita 
e esquerda. 
∙ Quanto à inervação da faringe ou, como já vimos, a inervação 
motora da faringe, é realizada pelo plexo nervoso faríngeo. 
Contribuindo com esse plexo, o nervo vago, o nervo 
glossofaríngeo e, possivelmente, algumas fibras do nervo 
acessório, de modo que o nervo vago e o nervo acessório, 
através do plexo nervoso faríngeo, fariam a inervação motora 
da faringe e inervariam os músculos da faringe. Já o nego 
glossofaríngeo, seria o nervo sensitivo da faringe: o 
glossofaringeo é sensitivo para lingua (glosso), é sensitivo para 
faringe e também inervaria o musculo estilofaringeo que é 
uma exceção à essa inervação motora. 
∙ Quanto à drenagem linfática da faringe: ela é feita para 
linfonodos que se situam em torno e acompanhando a veia 
jugular interna. Esses linfonodos são os linfonodos cervicais 
profundos laterais. Eles é que recebem a drenagem linfática 
da faringe. 
OBSTRUÇÃO DA OROFARINGE 
∙ Um aspecto anatomico importante da faringe que tem 
correlação com a atividade da vida médica é o fato de que a 
orofaringe é uma região que ocorre o cruzamento da via aérea, 
ou seja, do ar com a via digestória, ou seja, do alimento. O ar 
desce pela nasofaringe passa na orofaringe e entra 
anteriormente na laringe e na traqueia. Já o alimento, entra na 
boca, passa pela orofaringe e se mantém posteriormente para 
penetrar no esôfago. Assim, o ar se cruza um alimento na 
orofaringe, de modo que a orofaringe é, ao mesmo tempo, via 
respiratória e via digestórios. Portanto, nessa região ocorre o 
perigo da penetração de alimentos na via respiratória, uma vez 
que a via respiratória tem parede de cartilagem que a mantém 
constantemente aberta e a via digestória tem paredes 
musculares que a mantém constantemente fechado. Portanto, 
é mais fácil para o alimento, na orofaringe, penetrar no sistema 
respiratório, causando danos sérios, do que o alimento penetrar 
no sistema digestório. Para que isso não ocorra, existe uma 
série de mecanismos e de reflexos que ocorrem durante a 
deglutição do alimento de modo que o alimento é dirigido para 
o esôfago e não entre no sistema respiratório. Um desses 
mecanismos é o de elevação da laringe com abaixamento da 
cartilagem epiglótica, ocluindo o ádito da laringe; reflexos de 
tosse, etc. Mas, ainda assim, a orofaringe constitui uma área 
perigosa para que o alimento penetre no sistema respiratório 
causando obstrução respiratória aguda ou caminhando até os 
pulmões, causando uma pneumonia química, que é uma 
pneumonia razoavelmente grave. Outro detalhe é que uma 
obstrução da orofaringe funcionaria como uma obstrução da 
nasofaringe ou do nariz, impedindo que o ar atingisse os 
pulmões, laringe, traqueia e o sistema respiratório, uma vez que 
a orofaringe esta ocluída ou fechada, o ar não consegue atingir 
ospulmões e isso representa risco de vida respiratório para o 
paciente. Uma das situações em que a orofaringe pode estar 
o ocluída, impedindo a respiração do paciente, são os casos em 
que a língua se desloca posteriormente (principalmente no 
paciente em decubito dorsal, deitado de costas de barriga para 
cima) e obstrui a orofaringe. Essa obstrução impede que o ar 
respirado pelos pacientes passe pela orofaringe e entre para o 
sistema respiratório, levando a uma asfixia e, possivelmente, a 
morte desse paciente. Os casos onde mais frequentemente a 
língua cai posteriormente, obstruindo a faringe e asfixiando 
paciente são casos onde os músculos que mantêm a mandíbula 
no lugar estão completamente relaxados. Nesse momento os 
musculo não segurariam a mandíbula anteriormente e a 
mandíbula cairia posteriormente pelo relaxamento desses 
músculos. Uma vez que a língua está fixada na mandíbula 
através do musculo genioglosso, se a mandíbula cair 
posteriormente, ela leva consigo a língua e a língua também 
cairá posteriormente e obstruirá a orofaringe, levando a asfixia. 
As situações onde existe um relaxamento muscular 
proporcionando uma queda da mandíbula e da língua para 
obstruir orofaringe são as várias situações onde a atividade do 
sistema nervoso central não está ocorrendo adequadamente. 
Portanto, nas situações de depressão da função cerebral, 
depressão da função do sistema nervoso, ocorre o relaxamento 
muscular e a possibilidade da língua cair posteriormente junto 
com mandíbula no paciente em decúbito dorsal deitado de 
costas e ocorrer a obstrução e asfixia no nível da orofaringe. 
A FARINGE POR SER↳ UM ORGAO 
MUSCULAR APRESENTA UMA 
CAMADA MUSCULAR EXTERNA 
A FARINGE POR SER↳ 
UM ORGAO 
MUSCULAR 
APRESENTA UMA 
CAMADA MUSCULAR 
EXTERNA 
 
5 Laura Silva Castro 
Essas situações de diminuição da consciência, da função 
cerebral, são situações, por exemplo, nos desmaios, na 
intoxicações alcoólicas, no excesso da ingestão de álcool, no 
excesso da ingestão de calmantes ou no paciente que sofreu 
uma síncope ou um desmaio, como é o caso que ocorre após 
uma crise de epilepsia ou no desmaio de qualquer tipo. Nessas 
circunstâncias, o paciente não deve ficar posicionado em 
decúbito dorsal, ele não deve ficar deitado de costas, mas sim 
deitado de lado, em decúbito lateral para evitar essa obstrução. 
Da mesma maneira, na necessidade de fazer uma respiração 
boca a boca como são os casos da imagem, sem proteção ou, 
o que é melhor, com proteção de algum artefato de algum 
aparelho, essa respiração boca a boca deve ser feita após 
retirar a língua do paciente para conseguir retirar o que está 
obstruindo a orofaringe. Para isso basta hiperestender, fazer 
uma extensão da cabeça e do pescoço do paciente, e a 
mandíbula, naturalmente, já se encaminha anteriormente e 
retira língua da obstrução da orofaringe. Quando isso não 
acontece é necessário que o médico tracione anteriormente o 
ângulo da mandíbula ou mandíbula para frente de modo a 
desobstruir a língua da orofaringe. Nos casos suspeitos de 
fratura de vértebras do pescoço, essa hipertensão não deve 
ser feita sob pena da fratura de vértebra cortar a medula 
espinhal, levando o paciente a paralisia do pescoço para baixo. 
Então, nos casos suspeita de fratura da vértebra cervical, não 
se faz a hiperextensão da cabeça e apena se traciona a 
mandíbula do paciente anteriormente. Veja na imagem que a 
mão direita do socorrista está o ocluindo o nariz e a mão 
esquerda do socorrida está tracionando anteriormente a 
mandíbula para que a língua não obstrua a orofaringe no 
momento que ele fizer a respiração boca a boca e assim o ar 
possa passar livremente pela orofaringe e oxigenar os pulmões, 
salvando então a vida ou recuperando este paciente. 
LARINGE 
 
∙ A laringe é um órgão respiratório que conecta a faringe com 
a traqueia. A laringe é um pequeno órgão formado por 
cartilagens que se continua com a traqueia também 
cartilaginosa, porém bem mais longa. 
∙A laringe além de ser uma condutora do ar da nasofaringe, 
orofaringe e laringofaringe para a traqueia, também é um 
órgão de fonação, ou seja, produtor de voz, por apresentar 
pregas vocais que podem vibrar. Além disso, a laringe pode ser 
fechada de modo a impedir a possível entrada de um alimento, 
da saliva ou de algum líquido no interior do sistema respiratório, 
o que poderia causar obstrução aguda da respiração ou 
permitir que esse liquido chegasse até os pulmões causando 
uma pneumonia química, que pode ser uma condição bem 
grave. Assim, as três principais funções da laringe são servir 
de passagem para o ar, via área permeável; comportar-se como 
uma válvula protetora, uma vez que ela pode ser fechada para 
impedir que o alimento entre pelo sistema respiratório; e 
também um órgão de fonação ou produção de voz. 
CARTILAGENS DA LARINGE 
 
∙ A laringe, como todo sistema respiratório, apresenta paredes 
de cartilagens ou de ossos no intuito de manter o sistema 
respiratório aberto, em outras palavras, armado, uma vez que, 
praticamente, a respiração é um procedimento que deve ser 
continuo. Assim, dizemos que o esqueleto da laringe é formado 
por várias cartilagens. 
∙ O osso hioide não faz parte do esqueleto da laringe, mas 
está intimamente ligado a ela através da membrana tireo-
hióidea. 
∙ A maior cartilagem é a tireoiea, que se assemelha a um livro 
aberto posteriormente. Não existe a parte posterior da 
cartilagem tireóidea, ela apresenta uma lâmina direita, uma 
lamina esquerda e cada lamina apresenta um corno superior e 
um corno inferior. Além disso, a margem superior da cartilagem 
tireóidea é entalhada, formando a incisura tireóidea na área 
superior e também é projetada anteriormente, formando uma 
espécie de ponta conhecida como proeminência laríngea, que 
o leigo conhece como pomo de adão ou como como gogó. 
∙ Inferiormente à cartilagem tireóidea, temos uma cartilagem 
em forma de anel e, por isso, ela recebe o nome de cartilagem 
cricóidea. A cartilagem cricóidea apresenta uma lâmina situada 
posteriormente e um arco situado anteriormente. Portanto, a 
cartilagem cricóidea é a mais alta atrás e mais estreita 
anteriormente. A cartilagem cricóidea, através da sua lamina 
articula-se com os cornos inferiores da cartilagem tireóidea. 
∙ Superiormente, apoiadas na margem superior da lâmina da 
cartilagem cricóidea, observamos duas cartilagens em forma 
de pirâmide denominadas cartilagens aritenóideas direita e 
 
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esquerda. As cartilagens aritenóideas, através das suas bases, 
se articulam com a parte superior da lâmina da cartilagem 
cricoidea. Portanto, uma articulação posterior na laringe. 
∙ Superiormente às cartilagens aritenoióeas temos duas 
cartilagens que lembram os cornos ou chifres, que são 
determinados cartilagens corniculadas. 
∙ Além disso, podemos ter pequenas cartilagens, como se 
fossem pequenas estruturas esféricas de cada lado da laringe, 
normalmente inclusas nas membranas e nos ligamentos que 
compõem o esqueleto da laringe e que são conhecidas como 
cartilagens cuneiformes. 
∙ Por fim, a laringe apresenta uma cartilagem anteriormente 
situada e com aspecto de folha que se denomina cartilagem 
epiglótica. A cartilagem epiglótica funciona como uma 
verdadeira válvula para fechar passagem aérea da laringe em 
direção a traqueia, evitando a entrada de alimento no sistema 
respiratório. Algumas cartilagens da traqueia são hialinas, 
portanto podem sofrer ossificação, enquanto outras cartilagens 
são elásticas, normalmente não sofrem ossificação. 
 
∙ Além das cartilagens da laringe, a laringe apresenta dois 
tipos de articulações: 
- Articulação cricotireoidea: é feita entre cada corno inferior 
da cartilagem tireóidea e a lamina da cartilagem cricóidea. 
Nessa articulação, a cartilagem tireóidea inclina-se antero- 
inferiormente aproximando-se do arco da cartilagem cricóidea, 
como se fosse o movimento de uma viseira de capacetes. 
- Articulação cricoaritenoidea: é feita entrea lamina da 
cartilagem cricóidea e a base da cartilagem aritenóidea. Do 
mesmo modo que existem duas articulações cricotireoideas, a 
direita e a esquerda, existem duas articulações 
cricoaritenoidea, a direita e a esquerda. A cartilagem 
aritenóidea apresenta um processo proeminente denominado 
o processo vocal da cartilagem aritenóidea. Esse nome advém 
do fato de que ligado a esta projeção, ligado ao processo vocal, 
está um cordão fibroso denominado ligamento vocal, sendo que 
existe, a cada lado, um ligamento vocal para cada cartilagem 
aritenóidea. O ligamento vocal parte do processo vocal de cada 
cartilagem aritenóidea e se estende anteriormente para fixar 
na parte anterior da junção das lâminas da cartilagem tireóidea. 
Ou seja, o ligamento vocal vai da cartilagem aritenoidea até a 
frente,. a cartilagem tireóidea. O ligamento vocal mais um 
musculo vocal que se situa paralelo e ao lado dele, cobertos 
por mucosa, compõem uma estrutura denominada prega vocal, 
conhecida pelo leigo como corda vocal. As pregas vocais é que 
têm a capacidade de, ao vibrarem, produzirem os diversos sons. 
Portanto, o ligamento vocal é uma estrutura fibrosa da prega 
vocal da laringe e permite que ela seja um órgão produtor de 
voz. 
MEMBRANAS E LIGAMENTOS DA LARINGE 
 
∙ Além das cartilagens da laringe, além das articulações entre 
essas cartilagem, o esqueleto da laringe também apresenta 
membranas e ligamentos. 
- Membrana tireo-hióidea: acima da cartilagem tireóidea, se 
estende entre a cartilagem tireóidea e o osso hioide. Essa 
membrana apresenta um orifício a cada lado para dar 
passagem a nervos e vasos sanguíneos que vão penetrar no 
interior da laringe fazendo a sua inervação e a sua nutrição. 
- Membrana cricotireoidea: se situa entre a cartilagem 
cricóidea e a cartilagem tireóidea e une o arco da cartilagem 
cricóidea a margem inferior da cartilagem 
↳ Observa-se também dois cordões fibrosos: um 
superiormente situado e outro inferiormente situado, que 
partem ambos da cartilagem aritenoidea e se inserem na 
cartilagem tireóidea, inclusive o ligamento inferior é continuo, 
apesar que a metade anterior dele está obscurecida pelo traço 
na cor negra. O ligamento superior recebe o nome de 
ligamento vestibular e o ligamento inferior recebe o nome de 
ligamento vocal. Esses dois ligamentos serão recobertos por 
mucosa e se transformarão na prega vestibular superiormente, 
que é protetora da prega vocal, inferiormente situada. A prega 
vocal é a produtora de voz e a prega vestibular é apenas um 
telhado protetor para prega vocal. 
↳ Além disso, as membranas tireo-hióidea e cricotireohoidea 
podem sofrer espessamentos em determinadas regiões, 
principalmente na linha mediana e nas laterais. Esses 
espessamentos são conhecidos como ligamentos das 
membranas e o mais importante deles é um espessamento 
que pode ocorrer ou que ocorre na linha mediana ou na parte 
 
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mediana da membrana cricotireóidea, o qual recebe o nome 
de ligamento cricrotireoideo mediano, ou seja o ligamento 
cricotireóideo é apenas um espessamento central da 
membrana cricotireoidea, seriam, os dois, basicamente a 
mesma estrutura. 
↳ As pregas vocais se situam exatamente ao meio da 
cartilagem tireoidea e a fenda entre a prega vocal direita e a 
prega vocal esquerda (exatamente no meio delas) é o espaço 
mais estreito de toda a cavidade do sistema respiratório, tal 
fenda é conhecida como rima da glote. É justamente nessa 
parte mais estreita que o sistema respiratório pode ser 
obstruído, nos casos de um alimento que tenta entrar no 
sistema respiratório ele pode ficar preso e não conseguir 
ultrapassar a rima da glote, ou seja, a fenda entre as suas 
pregas vocais e, portanto, ele vai obstruir também a passagem 
do ar, levando o paciente a morte por asfixia. No caso de um 
inchaço, que é denominamos edema - um acúmulo de líquido 
no espaço intercelular -, na área da rima da glote, causado por 
várias circunstancias (uma alergia muito grande; um choque 
anafilático, porque a pessoa recebeu uma medicação 
antibiótico ao qual era alérgica, por exemplo, etc), pode 
produzir uma obstrução da rima, impedindo a passagem do ar 
e, também, levando o paciente a morte por asfixia aguda. A 
medida de primeiros socorros para salvar a vida de uma pessoa 
com edema de glote ou obstrução da rima da glote é abertura 
da membrana cricotireóidea, ou seja, abre-se abaixo da 
obstrução, de modo que o ar não podendo vir do nariz porque 
encontra uma obstrução, ele vem pelo orifício artificial, feito 
pelo médico, na membrana cricotireóidea e, ao atravessar esse 
orificio, ele desce em direção aos pulmões e o paciente, então, 
se mantém respirando, oxigenado e não evolui para morte. A 
abertura da membrana cricotireóidea para salvar a vida do 
paciente nas situações de obstrução da rima da Glote é 
conhecida como cricotireoideostomia. O procedimento é 
simples porquê, se o médico se mantiver na linha median,a 
existirá entre a pele e a cavidade do sistema respiratório, 
cavidade da laringe apenas a pele, pouquíssimo tecido 
subcutâneo e a membrana cricotireoidea, ou seja, com um 
objeto perfurante ou cortante é possível cortar a pele e cortar 
a membrana cricotireoidea e, portanto, assim conseguir acesso 
rápido ao sistema respiratório do paciente. Portanto, o 
conhecimento da arquitetura e da disposição das cartilagens, 
das articulações, dos ligamentos e das membranas que 
formam o esqueleto da laringe é de fundamental importância 
para o médico. 
↳ O interior da laringe apresenta uma abertura conhecida 
como ádito da laringe, portanto, o ar que vem do nariz e passa 
na orofaringe, penetra no ádito da laringe e passa pela 
traqueia para atingir os pulmões. Anteriormente, no adito da 
laringe, tem-se a cartilagem epiglótica. Então, é fácil 
compreender que quando essa cartilagem epiglótica abaixa, ela 
consegue fechar/ocluir o ádito da laringe, evitando que o 
alimento entre no sistema respiratório e, quando ela abre, 
permite a passagem facilmente do oxigênio do ar para oxigenar 
os pulmões e todas as células do organismo ,inclusive as células 
cerebrais. 
CAVIDADE DA LARINGE 
 
∙ Quando se observa uma laringe aberta - como é o caso 
nesse corte mediano sagital mediano da Laringe, onde eu 
tenho apenas a metade direita da Laringe – é visível, em corte, 
a cartilagem epiglótica, metade da epiglote, q cartilagem 
tireoidea e as duas partes da cricoidea, a lâmina e o arco da 
cricoidea. Portanto, a laringe vai do início da cartilagem epiglote 
até o final da cartilagem cricoidea. Então, a cavidade da laringe 
contém duas pregas em cada lado; a prega superior é a prega 
vestibular e a prega inferiormente situado é a prega vocal. 
Essas pregas dividem a cavidade da laringe inteira em três 
sub-regiões/sub-cavidades: 
- Vestíbulo da Laringe: parte da cavidade da laringe que se 
situa acima da prega vestibular ou entre a prega vestibular e 
o ádito da Laringe 
- Ventrículo da Laringe: parte da cavidade mais estreita que se 
situa entre as prega vestibular e vocal 
- Cavidade infraglótica. parte da cavidade da laringe que se 
situa inferiormente a prega vocal. Infra significa abaixo e a 
glote é a área onde se situa a prega vocal, já que se você 
retirar uma fatia da Laringe que contém a prega vocal você 
estará segurando a glote 
↳ Se a glote é a fatia ou a área da laringe que contém as 
pregas vocais direita e esquerda, a fenda entre as duas pregas 
vocais, que está visível na imagem do exame da Laringe com 
pequeno espelho, é a rima da glote. A rima da glote se situa 
na glote, que é essa região onde estão as pregas vocais. É 
importante lembrar que a rima da glote é a parte mais estreita 
do sistema respiratório todo. Assim, a rima da glote e, 
consequentemente, a glote como um todo são as áreas que 
normalmente se obstrui. Daí a necessidade de quando ocorrer 
uma obstrução da glote ou da Rima da glote, abrir-se a 
membrana cricotireóidea para que o ar que vem do nariz não 
consiga vencer a obstruçãopossa vir do meio ambiente, entrar 
abaixo da obstrução e alcançar os pulmões. 
↳ No interior do ventrículo existe uma pequena cavidade 
denominada sáculo, que apresenta glândulas que produzem 
uma secreção lubrificante para as pregas vocais, portanto, os 
profissionais que fazem uso constante da voz como o caso de 
professores, cantores, etc. devem manter-se sempre bem 
hidratados, tomar bastante água, para que as glândulas dos 
sáculo possam produzir suficiente quantidade de secreções 
 
8 Laura Silva Castro 
lubrificante e, consequentemente, o bom funcionamento das 
pregas vocais, mantendo a saúde dessas pregas vocais. 
MÚSCULOS DA LARINGE 
 
∙ Para que o ser humano possa produzir vários tipos de sons, 
as pregas vocais precisam ser movimentadas, estiradas ou 
relaxadas. Isso é possível através dos movimentos que ocorrem 
nas articulações cricoaritenoideas e nas cricotireoideas. Assim, 
a cartilagem tireoidea na articulação cricotireoidea pode 
descer como se fosse a viseira de um capacete estirando as 
pregas vocais. Da mesma maneira, as cartilagens aritenoideas 
que se situam atrás, articulando com a lâmina da cartilagem 
cricoidea, podem ser aproximadas, aproximando as pregas 
vocais fechando a rima da glote, ou elas podem ser afastadas 
abrindo a rima da glote. O movimento onde as cartilagens 
aritenóides são aproximadas recebe o nome de adução, porque 
elas se aproximam da linha mediana, fechando a rima da glote. 
E o movimento onde as cartilagens aritenoideas se afastam, 
afastando as pregas vocais e abrindo a rima da glote, é o 
movimento denominado abdução. Portanto durante a adução, o 
paciente ou a pessoa não consegue respirar, pois as pregas 
vocais estão coladas, encostadas e a rima está fechada, então, 
o ar não consegue passar. Quando os músculos da laringe 
representados na imagem movimentam as cartilagens 
aritenoideas, lateralmente eles abrem a rima da glote e, 
portanto, a pessoa é capaz de respirar. Neste movimento das 
cartilagens aritenoideas há também uma modificação na 
tensão nas pregas vocais não só elas mudam de posição, como 
elas mudam, também, de formato e de tensão, produzidos 
vários tipos de voz, por exemplo, uma voz mais alta (aguda) ou 
uma voz mais baixa (grave). 
∙ A laringe apresenta vários músculos para mover as pregas 
vocais movendo as cartilagens aritenóideas e a tireoide, mas 
apenas um desses músculos se situam no exterior da laringe: 
esse musculo se situa de cada lado, entre a cartilagem 
cricoidea e a cartilagem tireóidea, ele se origina no arco da 
cartilagem cricoidea e se insere na margem inferior da 
tireóide, como ele vai da cricoidea para tireóidea ele recebe o 
nome de musculo cricotireoideo. Esse músculo alonga/estica a 
prega vocal e é o único músculo situado externamente na 
laringe. Todos os outros músculos estão no interior da laringe. 
O músculo cricotireoideo é inervado pelo nervo laríngeo 
externo, que é ramo do nervo laríngeo superior e ramo do nervo 
vago. 
∙ Fora o musculo cricotireoideo, ou melhor, os músculos 
cricotireoideos, pois todos os músculos da laringe são pares 
(direito e esquerdo), tem-se dois irmãos que são os músculos 
cricoaritenoideos, os quais partem da cartilagem cricoidea e se 
inserem nas cartilagens aritenoideas, sendo que um está 
situado posteriormente e o outro lateralmente, daí a laringe 
possui o musculo cricoaritenoideo posterior e o musculo 
cricoaritenoideo lateral de cada lado. O musculo 
cricoaritenoideo lateral, faz a adução das pregas vocais, ou seja, 
fecha a rima da glote. Já o músculo cricoaritenoideo posterior 
faz o movimento oposto: ele faz a abdução das cartilagens 
aritenoideas e, portanto, abre as pregas vocais. 
∙ Também no interior da laringe tem-se, a cada lado, o 
musculo aritenoideo transverso que, unido ao aritenoideo 
transverso do lado oposto, ao se contraírem, aproximam as 
pregas vocais, fazendo adução das pregas vocais. 
∙ Da mesma maneira, tem-se dois músculos aritenoideos 
oblíquos que, por aproximarem as pregas vocais, também 
fazem a adução das pregas vocais. 
∙ Relacionados com o ligamento vocal, numa visão inferior da 
Laringe, observa-se o músculo mais fino, imediatamente 
aderido ao ligamento vocal, que é o músculo vocal. (de um lado 
e do outro). O músculo vocal vai produzir alterações na forma 
e na tensão da prega vocal. 
∙ Paralelamente aos músculos e aos ligamentos vocais, 
observa-se um músculo mais longo e mais largo/maior que e o 
musculo tireoaritenoideo, uma vez que ele se estende da 
cartilagem tireoidea até a cartilagem aritenoidea. Quando o 
músculo tireoaritenoideo se contrai, ele aproxima a cartilagem 
aritenoidea da tireóidea, afrouxando, encurtando, relaxando a 
prega vocal. 
INERVAÇÃO DA LARINGE 
 
∙ Todos os músculos internos da laringe são produzidos por 
um Ramo do vago denominado nervo laríngeo recorrente. O 
nervo laríngeo recorrente é composto por dois ramos que os 
 
9 Laura Silva Castro 
dois lados, direito e esquerdo, emitem depois que ele já 
passaram pela laringe. Assim, o nervo vago direito emiti o nervo 
laríngeo recorrente direito fazendo uma alça por baixo da 
artéria subclávia direita e o nervo vago esquerdo emiti o nervo 
laríngeo recorrente esquerdo fazendo uma alça por baixo do 
arco da aorta. Os dois nervos laríngeos recorrentes voltam a 
subir no pescoço no sulco traqueoesofagico, ou seja, no sulco 
entre a traqueia anteriormente e o esôfago posteriormente. 
Esses dois nervos laríngeo recorrentes também passam 
posteriormente aos dois lobos da glândula tireoide e aí atinge 
a laringe e penetra no interior da laringe. Portanto, após 
percorrer o sulco traqueoesofagico entre a traqueia e o 
esôfago, o nervo laríngeo recorrente de cada lado penetra no 
interior da laringe. Uma vez no interior da laringe, o nervo 
laríngeo recorrente inerva todos os músculos internos daquele 
lado e ele também inerva sensitivamente a laringe abaixo da 
prega vocal. Assim, o nervo laríngeo recorrente é sensitivo 
abaixo da prega vocal e é motor para todos os músculos 
internos da laringe. 
∙ O único músculo externo da laringe que é o músculo 
cricotireoideo é inervado por um ramo do nervo laríngeo 
superior. Observe-se que o nervo laríngeo superior, que também 
é ramo do nervo vago, como o nervo laríngeo inferior, antes de 
se aproximar da laringe divide-se em dois ramos: o nervo 
laríngeo interno e o nervo laríngeo externo. O nervo laríngeo 
externo ou ramo externo do nervo laríngeo superior é motor e 
vai inervar o único músculo externo da Laringe que ao musculo 
cricotireoideo. Já o ramo interno do nervo laríngeo superior, 
também chamado de nervo laríngeo interno, penetra no 
interior da laringe atravessando o forame/abertura que existe 
na membrana tireo-hioidea e, uma vez no interior da laringe, 
esse ramo superior/ramo interno/nervo laríngeo interno é 
totalmente sensitivo, inervando, sensitivamente, a laringe acima 
das pregas vocais. 
Em resumo laríngeo recorrente é sensitivo abaixo das pregas 
vocais e motor para todos os músculos da laringe. O laríngeo 
superior é misto, ou seja, ele é sensitivo e motor: o seu ramo 
laríngeo externo ou ramo externo é motor para o músculo 
cricotireóideo, que se situa externamente, e o seu ramo interno 
ou nervo laríngeo interno é apenas sensitivo para a metade 
superior da laringe, para laringe acima das pregas vocais. 
Ambos os nervos laríngeos, superior e inferior, são ramos do 
nervo vago (10° par craniano).

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