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UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR __________________________________________________________________________________ SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO CURSO: BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL CRISTIANE DE SOUZA BARBOZA NUNES O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL EM RELAÇÃO AO BOLSA FAMILIA ___________________________________________________________________ Betim/Mg 2021 CRISTIANE DE SOUZA BARBOZA NUNES O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL EM RELAÇÃO AO BOLSA FAMILIA Trabalho apresentado ao Curso de Serviço Social – Universidade UNOPAR, para a disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II. Professor da disciplina: Adriana Betim/Mg 2021 NUNES, Cristiane de Sousa Barboza. O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL EM RELAÇÃO AO BOLSA FAMILIA. 30. Páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Serviço Social) Universidade Unopar, São Paulo, 2021. RESUMO Este estudo propõe explicar o Bolsa família, o seu funcionamento e os programas de renda que surgiram em nosso país e como eles se expandiram-se pelo mundo, como uma alternativa a mais, no combate a fome, a miserabilidade e a desigualdade social, sendo incluso dentro do Sistema de Proteção Social e, em muitos países, como a única alternativa. Temos como objeto de estudo o trabalho do assistente social em relação ao Bolsa Família, e para melhor compreensão do tema, delineamos como objetivo geral analisar os impactos e a eficácia do Programa Bolsa Família. A partir de pesquisa bibliográfica, apoiada em renomados autores como Maria Ozanira Silva (2005; 2007; 2012); Aldaíza Sposati (2011); Pereira (2006); Ivanete Boschetti (2011; 2012); Elaine Behring (2011); e muitos outros que discorrem e refletem sobre as condições do Bolsa Família. Através desse estudo percebemos a importância da proteção social brasileira e a importância desse programa, assim como as suas inúmeras fragilidades e falhas, desde o valor do benefício, tanto no processo de cadastramento das famílias. Palavras-chave: Bolsa Família; Assistência social; Programa de Sistema de Proteção Social; Serviço Social, Políticas Sociais. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 5 2. A TRAJETÓRIA DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL QUE LEVARAM À ADOÇÃO DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA .................................... 7 3. A EMERGENCIA DE IMPLEMENTAÇÃO DOS PROGRAMAS DE RENDA NO BRASIL. .................................................................................................................. 13 4. OS BENEFICIOS E OS PONTOS NEGATIVOS DO BOLSA FAMÍLIA E COMO O ASSISTENTE SOCIAL PODE AUXILIAR NA MELHORIA DO BENEFICIO. ...... 19 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 25 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................................ 28 5 1. INTRODUÇÃO A escolha do tema do Trabalho de Conclusão de Curso ocorreu em virtude da minha experiencia com o Programa Bolsa Família onde vivenciei experiências que me instigaram a analisar e estudar de forma mais profunda o significado desse programa e os benefícios dele para os beneficiários e como o Bolsa Família ajuda a diminuir à pobreza no Brasil. Buscou-se também verificar se a implementação das políticas sociais, são de fato instrumentos eficazes para resolver problemas sociais e se estão sendo usadas corretamente para auxiliar as famílias de baixa renda e que dependem de assistência social e medidas preventivas e protetivas na sociedade, visto que o Brasil é um país com grande desigualdade social. analisa o trabalho do assistente social na execução do Programa Bolsa Família (PBF) no âmbito da política de assistência social. O foco da análise prioriza a dimensão ética implícita no fazer técnico-operativo envolvido nas intervenções profissionais de assistentes sociais executores das políticas sociais contemporâneas, com destaque para o PBF. Nesse sentido, busca apreender os desafios na efetivação dos valores e princípios do Código de Ética do Serviço Social, que devem ser observados e respeitados por assistentes sociais e instituições empregadoras perante as demandas e atribuições exigidas na execução das políticas e programas sociais de formato focalizado e condicionado. Iremos discorrer sobre os desafios para a consolidação dos princípios do Código de Ética do Serviço Social no âmbito da intervenção profissional na execução do PBF na esfera da política de assistência social implica reconhecer que a inserção e atribuições do assistente social nesse sentido não se processam isoladas e desconectadas das transformações conceituais e operacionais que afetam as políticas sociais contemporâneas, cujo direcionamento atual é orientado por intervenções minimalistas, focalizadas e de ativação dos mais pobres através de condicionalidades. Para tanto, pretende-se efetuar uma breve caracterização das políticas sociais contemporâneas regidas pela lógica do workfare. 6 Neste estudo privilegia-se a variável ética presente na execução das políticas sociais contemporâneas, caracterizadas pelo modelo que impõe atividades de retribuição dos benefícios recebidos do Estado por parte dos beneficiários e também exige do trabalhador, executor desse tipo de programa, o desenvolvimento da ação designada em documentos oficiais como "trabalho social com famílias", com destaque para as famílias que descumprem as condicionalidades. Observa-se que a convivência entre os valores intrínsecos à execução das políticas sociais contemporâneas e os princípios do Código de Ética do Serviço Social nem sempre é harmônica e, portanto, impõe desafios ao assistente social trabalhador das diversas políticas sociais, com destaque neste artigo para a política de assistência social. Portanto, nos inserimos no sistema de programas brasileiros para observar e questionar se tais programas estão sendo efetivos ou se estão sendo usados para ganho de renda indevida, tanto no campo político e social, destacando o Programa Bolsa Família. O Problema apresentado é o seguinte: O bolsa família está sendo suficiente e eficaz, no combate à pobreza? E para responder a essa pergunta, vamos analisar os impactos e a eficácia do Programa Bolsa Família. Conhecer a trajetória da Política de Assistência Social no Brasil que levaram à adoção de programas de renda, destacando o Programa Bolsa Família. A Emergência de implementação dos programas de renda no Brasil e discutir os benefícios e os pontos negativos do bolsa família. Para este estudo, foi realizado levantamento bibliográfico com livros de autores que retratam o tema, além de artigos científicos do Scielo e google acadêmico que trabalham com a questão do bolsa família, buscando obter o máximo de informações e esclarecimentos que contribuíssem para a resolução dos problemas aqui apresentados. Essa pesquisa teórica teve como objetivo contribuir com as discussões em torno do bolsa família, dos benefícios do programa no combate à pobreza e seus pontos negativos. 7 2. A TRAJETÓRIA DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL QUE LEVARAM À ADOÇÃO DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA No coração da sociedade capitalista, surgem as políticas sociais, pois as contradições existentes ao modo de produção e reprodução do capital (dinheiro), na maioria das vezes de forma injusta e desumana, traz consigo toda a conjuntura histórica, social, política e econômica que contribui para o processo de expansão do sistema socioeconômico, que se fundamenta a partir de relações sociais construídas através do trabalho e da exploração da mão de obra. (MOTA, 2009, p.17) vai ressaltar que:Na sociedade capitalista, a reprodução da própria vida tem como única alternativa a venda da força de trabalho e os salários como meio de acesso aos bens e serviços necessários à subsistência, através do mercado. Desse modo, através do trabalhado assalariado, estruturado a partir da força de trabalho e da mão de obra da classe operaria, submissa á classe dominadora (patrões), onde o objetivo é produzir riqueza para a classe dominante, essas relações passam por um antagonismo e gera conflito de interesses à medida que o capitalismo se expande na sociedade. De acordo com (IAMAMOTO, 2001, p.11): (....) O regime capitalista de produção é tanto um processo de produção das condições materiais da vida humana, quanto um processo que se desenvolve sob relações sócio-histórico-econômicas de produção específicas. Em sua dinâmica produz e reproduz seus expoentes: suas condições materiais de existência, as relações sociais contraditórias e formas sociais das quais se expressam. Estruturado a partir de princípios que defendem a propriedade privada e exploram o trabalhador, criando a desigualdade social, o capitalismo se desenvolve por interesse de apenas criar capital/lucro e à medida em que isso avança, o capitalismo produz contradições, onde, por um lado gera riqueza, mas por outro, extrai recursos naturais, explorando a natureza e o ser humano, que muitas vezes trabalha apenas para comer e sobreviver. (IAMAMOTO, 2001, p.11) vai refletir que: 8 Existe, pois, uma indissociável relação entre a produção dos bens materiais e a forma econômico-social em que é realizada, isto é, a totalidade das relações entre os homens em uma sociedade historicamente particular, regulada pelo desenvolvimento das forças produtivas do trabalho. Nessa perspectiva, são evidenciadas a riqueza/pobreza e deixa claro que o capitalismo não se importa com o ser humano, mas, sua única importância é gerar cada vez mais lucro, gerando riqueza, mesmo que de forma indevida, aumentando a exploração da força de trabalho, provocando assim, uma grande desigualdade social, gerando empobrecimento da população. Segundo (MONTAÑO, 2012, p. 281-282): Crises de superprodução e superacumulação que configuram-se na atualidade seguindo: um período de expansão, em que todos os capitais fluem para a produção e comércio, aumentando o investimento, a produção e o consumo, além da criação de novas empresas, bem como de mais postos de trabalho – segue-se de uma fase de superprodução – dado o excessivo crescimento da produção em geral, há maior oferta de mercadorias do que a demanda; uma parte das mercadorias produzidas não será vendida ou será vendida ou será comercializada a preços cada vez mais baixos, levando a uma queda da taxa de lucro. Daqui deriva: um período de crise e depressão, como o desemprego, a redução das vendas e queda dos preços. Reduz-se o investimento na atividade produtiva e comercial, sendo parte do capital entesourado ou redirecionado para a atividade financeira ou até destinado a outras fronteiras. Aumenta o desemprego, diminuindo os salários, e com isto eleva-se a taxa de mais valia. Desse modo, o Estado visa atender aos interesses da classe dominante que é continuar extraindo o capital, sem se incomodar com a exploração da classe trabalhadora, e quando esses trabalhadores, exigem direitos e pressionam a classe dominante, para obter seus direitos, através de greves e paralisações, eles atendem algumas de suas reivindicações, para controlá-los e dominá-los, evitando assim comprometer o processo de acumulação e geração do capital. Nessa perspectiva, (MOTA, 2009, p.31), afirma que: Através da reedição de antigas formas de trabalho, ou mesmo substituindo por novos processos de trabalho que externalizam e desterritorializam parte do ciclo produtivo, instaurando novos modos e processos de cooperação, nos quais se incluem e se ajustam, num mesmo processo de trabalho, atividades envolvendo altas tecnologias, superespecialização e precarização absoluta, redefinindo a divisão internacional do trabalho. 9 Com a Revolução Industrial, trazendo a tecnologia para substituir o ser humano, criando milhares de desempregos, fez com que o estado se cria meios de assistência social, atendendo não somente aos pobres e miseráveis, mas também os desempregados e as famílias que vivem em situações precárias, criando parcerias com a sociedade. Nesse sentido, (MOTA, 2009, p.27) ressalta que: A consolidação de direitos sociais e trabalhistas e a oferta de serviços sociais públicos, ao mesmo tempo em que foram responsáveis pelo reconhecimento da necessidade de proteção social dos trabalhadores, também possibilitaram o surgimento de ideologias que defendiam a possibilidade de compatibilizar capitalismo, bem estar e democracia, lastro político da social – democracia- lastro que perdurou durante as “três décadas gloriosas. Desse modo, os trabalhadores passaram a se organizar, exigindo direitos e melhores condições de trabalho, além de aumento de salário, respeito e direitos humanos. Com essa pressão, o Estado (Governo), passa a criar direitos sociais e programas sociais, visando assegurar a economia e controlar a classe trabalhadora, realizando ações sociais mais efetivas. (...) É nesse contexto que a expressão “questão social” amplia o seu leque de significados, ultrapassando, de certa forma, o sentido original que lhe foi conferido. Refiro-me, aqui, às consequências desta fragmentação na composição e ação política das classes trabalhadoras, resultado do desemprego, da precarização do trabalho e dos seus novos modelos de gestão. (MOTA, 2009, p.32) É nesse âmbito de mudanças, sobretudo no mundo do trabalho, que as manifestações sociais começam a se destacar, pois com a falta de mão de obra humana e a precarização do trabalho, o desemprego, a moradia precária, a insalubridade, a fome, cria a necessidade de sobrevivência do ser humano e consequentemente, aumenta a violência. De acordo (IAMAMOTO, 2010, p.156): A gênese da questão social na sociedade burguesa deriva do caráter coletivo da produção contraposto à apropriação privada da própria atividade humana – o trabalho – das condições necessárias à sua realização, assim como de seus frutos. É inseparável da emergência do “trabalhador livre”, que depende da venda de sua força de trabalho como meio de satisfação de suas necessidades vitais. (...) Ela expressa, portanto, uma arena de lutas políticas e culturais na disputa entre projetos societários, informados por distintos 10 interesses de classe na condução das políticas econômicas e sociais, que trazem o selo das particularidades históricas nacionais. É a partir disso, onde as pessoas lutam bravamente por melhores condições de vida e de trabalho, que surge a necessidade de criar respostas e soluções às necessidades sociais da classe trabalhadora. Com isso, por mais que o Estado não se importe muito com as pessoas, ele tem que agir, em prol do bem maior e da continuidade da produção do capital, e começa a criar projetos sociais e de intervenção. Nessa perspectiva, (MOTA, 2009, p.142-143), compreende que: (...) a seguridade social é produto histórico das lutas do trabalho na medida em que respondem pelo atendimento de necessidades inspiradas em princípios e valores socializados pelos trabalhadores e reconhecidos pelo Estado. Qualquer que sejam seus objetos específicos de intervenção, sua institucionalização depende tanto do nível de socialização da política conquistado pelas classes trabalhadoras, como das estratégias do capital na incorporação das necessidades do trabalho, configurando-se 19 historicamente como um campo de disputas e negociações na ordem burguesa. Diante disso, surgem as políticas sociais em que o Estado, tenta ajudar a sociedade civil, criando projetos sociais, como o BolsaFamília, que auxilia as famílias de baixa renda, e como vimos nessa pandemia do Covid-19, o auxilio emergencial á população e o benefício emergencial aos trabalhadores que tiveram seus estabelecimentos prejudicados pela pandemia. A partir dessa realidade, o governo brasileiro cria a Legião Brasileira de Assistência (LBA), tendo como objetivos: Prestar, em todas as formas uteis, serviços de assistência social, diretamente ou em colaboração com instituições especializadas, fica reconhecida como órgão de cooperação com o Estado no tocante e tais serviços, e de consulta no que concerne ao funcionamento de associações congêneres. (Art.1°Decreto – Lei nº 4.830, de 15 de outubro de 1942). Surgem então, um novo cenário político e social, onde através de sindicatos, associações comunitárias, novos partidos políticos, a crise econômica e as mudanças na esfera política e social, é promulgada na Constituição Federal Brasileira, em 1948, marcando a democracia no país e organizando os direitos sociais. (MOTA, 2009, p. 142) vai comemorar afirmando que: 11 Assim, nos anos 80, por força da pressão organizada dos trabalhadores, novas mudanças são realizadas no âmbito das políticas de proteção social, mudanças esta que vieram, inclusive, a ser institucionalizadas, no final da década, com a Constituição de 1988. Nesse sentido, as mudanças no sistema de proteção social ganham destaque nesse período, na medida em que a pobreza, passa a ser reconhecida e considerada como um problema social a ser resolvido e enfrentada pelo Estado. Autores como Silva e Silva, Yazbek e Giovani acreditam que a principal causa da pobreza no Brasil é a desigualdade na distribuição de renda, desse modo: À redução da pobreza perpassa outros fatores e apontam como alternativas a ampliação da inserção de jovens no sistema de educação e articulação no sentido mais amplo de políticas públicas de geração de emprego e redistribuição de renda planejadas e executadas com seriedade. (SILVA e SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2007, p.202) Para isso, o governo começa a combater a fome e a miséria, criando programas sociais e contratando assistentes sociais, para atender a população, ver as suas dificuldades e tentar inseri-las em algum programa e em algum sistema de Seguridade Social, que garantam o seu bem estar e tragam proteção e a garantia de direitos e condições dignas de vida. (DI GIOVANNI, 1998, p.10), vai definir proteção social como: As formas institucionalizadas que as sociedades constituem para proteger parte ou o conjunto de seus membros. Tais sistemas decorrem de certas vicissitudes da vida natural ou social, tais como a velhice, a doença, o infortúnio, as privações. (...) Neste conceito, também, tanto as formas seletivas de distribuição e redistribuição de bens materiais (como a comida e o dinheiro), quanto os bens culturais (como os saberes), que permitirão a sobrevivência e a integração, sob várias formas na vida social. Ainda, os princípios reguladores e as normas que, com intuito de proteção, fazem parte da vida das coletividades. Diante dessa realidade, onde é necessário alterar o quadro social, o governo criou e regulamentou órgãos de assistências social como a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) em 1993, a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) em 2004 e o Sistema único de Assistência Social (SUAS) em 2005. 12 A análise histórica da dos programas de Assistência Social no Brasil, demonstra a questão social, precisa ser enfrentada pelos trabalhadores, principalmente aqueles que estão inseridos no mercado de trabalho formal. Segundo Behring e Almeida, o Brasil se mantém distante de um ampliado sistema de proteção social, nesse sentido: (…) Apesar dos esforços das forças sociais para alteração do quadro brasileiro, ainda hoje, o país não ultrapassou os limites de um mercado de trabalho marcado pela instabilidade, pelos baixos salários, pelo desemprego e por frágeis mecanismos de proteção social. (BEHRING e ALMEIDA, 2008, p.183) Nessa conjuntura de limitações, que o nosso país tem, em comparação aos outros países mais desenvolvidos, seguimos ainda com muitas violações dos direitos sociais da classe trabalhadora, e a intervenção do Estado, sempre é seguido por interesse econômico e toda a ajuda à população é uma forma de mascarar o real interesse de produzir e capital. A respeito disso: (BEHRING e ALMEIDA, 2008, p.187) afirmam que: (...) O Estado refuncionaliza-se, tendo como prioridade as ações especulativas do capital financeiro. Assim, a contra - reforma do Estado reestrutura e reconfigura suas funções. No âmbito da política social surgem modificações gerenciais, voltadas para a focalização do gasto, para a criação de fundos sociais de emergência, com programas compensatórios (para os grupos mais pobres) e “parcerias” com o “terceiro setor”, em detrimento da universalidade e dos direitos sociais. Com isso, a tendência de resolver o problema do trabalho precário, o governo criou empregos parciais, temporários, hoje conhecidos como empregos com empresas “terceirizadas”, tentando ajustar a precariedade do emprego, pagando aos trabalhadores uma remuneração mínima (salário mínimo). Sobre isso, (IAMAMOTO, 2011, p. 119), analisa que: Por um lado, um grupo central, proporcionalmente restrito, de trabalhadores regulares, com coberturas de seguros e direitos de pensão, dotados de uma força de trabalho de maior especialização e salários relativamente mais elevados. Por outro lado, um amplo grupo periférico, formado de um contingente de trabalhadores temporários e/ou de tempo parcial, dotados de habilidades facilmente encontráveis no mercado, sujeitos aos ciclos instáveis da produção e dos mercados. Por causa disso, em combate à desigualdade social, verificaremos a seguir a implementação dos programas emergentes, geradores de renda no Brasil. 13 3. A EMERGENCIA DE IMPLEMENTAÇÃO DOS PROGRAMAS DE RENDA NO BRASIL. Segundo Behring e Boschetti, seguindo as orientações internacionais, o Estado começou a privatizar os patrimônios públicos, para que, dessa forma, consiga reduzir a dívida externa, criar projetos com preços mais baixos, melhorando a qualidade dos serviços e lucrando com isso. Entretanto, o resultado desse processo não ocorreu de forma esperada, e de acordo com as autoras: Houve uma entrega de parcela significativa do patrimônio público ao capital estrangeiro, bem como a não obrigatoriedade das empresas privatizadas de comprarem insumos no Brasil, o que levou ao desmonte de parcela do parque industrial nacional e a uma enorme remessa de dinheiro para o exterior, ao desemprego e ao desequilíbrio da balança comercial. (BEHRING e BOSCHETTI, 2009, p.153) Dessa maneira, a reforma do Estado, provocou alterações em sua própria estrutura e em busca de alcançar um maior desenvolvimento econômico, acaba prejudicando o trabalhador e toda a mão de obra, aumentando a inflação e o crescimento do déficit público. Com isso, aumenta a exploração do trabalhador e incentiva a destruição dos direitos trabalhistas. Desse modo, de acordo com (SILVA e SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2007, p.25): A lógica adotada pelo Estado brasileiro, justificada pela ideologia da modernidade, faz com que se tenha uma Estado que rebaixa ainda mais sua responsabilidade social, quando esta demanda o atendimento das necessidades sociais das classes subalternas. Essa responsabilidade vem sendo transferida para uma sociedade como se esta fosse destituída de antagonismos de interesses, sendo homogeneizada por uma realidade que é complexa e heterogênea, ficando a sociedade responsável pela solução dos problemas sociais mediante práticas de parcerias e de “solidariedade”. Em última análise, vem se assistindo a um verdadeiro desmonte do Sistema de Proteção Social que parecia apontar, a partir dos anos 1980, em direçãoà universalização dos direitos sociais básicos, evidenciando retrocessos nas ofertas de serviços, mesmo nas áreas sociais básicas. Constata-se então, a destruição do sistema de proteção à população e com isso, o Estado reduz a sua intervenção sobre os problemas sociais, omitindo o seu dever e deixando de cumprir com a sua responsabilidade de prover o bem estar social, através do setor privado e público. Com isso a população fica abandonada e de acordo com (MOTA, 2009, p.167-168): 14 Este processo é responsável por um redirecionamento do papel do Estado que ao invés de políticas sociais públicas, que garantam a reprodução da força de trabalho, adota a perspectiva do Estado mínimo para o social e máximo para o capital, tendo este como pressuposto a desregulamentação da força de trabalho, associada a uma desresponsabilização perante a “questão social”. Esse processo de transformação do padrão de intervenção do Estado na “questão social” dá origem a um tipo de intervenção que preconiza a participação do chamado terceiro setor. Diante da redução da intervenção Estado no combate ao aumento desenfreado da pobreza e da desigualdade social, o que vem se destacando, é o papel desempenhado por organizações sociais, que sempre estiveram presentes na assistência social brasileira. A partir dessas organizações, criadas e gerenciadas pelos assistentes sociais, é possível ter esperança que esta seria uma alternativa que viria suprir as demandas que não foram atendidas pelo Estado. Segundo (MONTAÑO, 2002, p. 23): O objetivo de retirar o Estado (e o capital) da responsabilidade de intervenção na ‘questão social’ e de transferi-los para a esfera do ‘Terceiro Setor’ não ocorre por motivos de eficiência (como se as ONGs fossem naturalmente mais eficientes que o Estado), nem apenas por razões financeiras: reduzir os custos necessários para sustentar esta função estatal. O motivo é fundamentalmente político-ideológico: retirar e esvaziar a dimensão de direito universal do cidadão quanto as políticas sociais (estatais) de qualidade; criar uma cultura de auto culpa pelas mazelas que afetam a população, e de autoajuda e ajuda mútua para seu enfrentamento; desonerar o capital de tais responsabilidades criando, por um lado, uma imagem de transferência de responsabilidades e por outro, a partir da precarização e focalização (não- universalização) da ação social estatal e do Terceiro Setor, uma nova e abundante demanda lucrativa para o setor empresarial. Dentro dessa lógica, é possível perceber que no Brasil não houve reformas para promover avanços sociais ou mudanças nas condições de vida e de trabalho da classe trabalhadora, pois até hoje, os trabalhadores precisam se organizar e lutar por melhores condições de trabalho, através de greves, paralisações, manifestações, tudo para impedir a precarização do trabalho, ter mais condições de vida, assistência previdenciária e assistência social. Sob essa perspectiva, Behring e Almeida afirmam que: 15 (...) Logo a seguir à promulgação da Constituição, com o argumento da necessidade de sua regulamentação, ou de “modernização “da sociedade, os diversos governos encaminharem projetos de Leis e Emendas Constitucionais que rebaixaram direitos do trabalho e desfiguraram a seguridade social. A intervenção governamental, então, caminha no sentido da desconstrução da seguridade social – para atender aos novos interesses do capital – a qual, embora ainda com limites, foi conquistada pelo conjunto dos trabalhadores brasileiros, nas lutas da década de 1980. (BEHRING e ALMEIDA, 2008, p.184) Com a Constituição Federal de 1988, o Estado começa a implementar um projeto de desenvolvimento econômico, passando a adotar medidas de ajuste fiscal e de diminuição dos gastos públicos. Com essa política de ajuste fiscal, o governo faz cortes nos recursos destinados as áreas de assistência social, saúde, educação e habitação. Segundo (SILVA e SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2007, p.23): A opção pelo ajuste econômico no Brasil, teve como consequência a estagnação do crescimento econômico e a precarização e instabilidade do trabalho, do desemprego e o rebaixamento do valor da renda do trabalho, como consequente ampliação e aprofundamento da pobreza, que se estende, inclusive, para os setores médios da sociedade. Com esse ajuste fiscal, a economia ficou estagnada e contribuiu para a elevação da inflação, por consequência da elevação das taxas de juros, aumentando a dívida externa, gerando uma enorme preocupação do governo com a economia do país, que passa a adotar medidas de desenvolvimento econômico que vão de encontro aos direitos sociais conquistados e expandidos com a promulgação da Constituição Federal de 1988. Nessa perspectiva, teve a implantação do Plano Real. Conforme, (BOURROL e FERREIRA, 2020): O plano real foi um plano econômico elaborado na década de 1990 e divido em três fases. A primeira delas seria o ajuste das contas públicas, através de um corte no Orçamento. A segunda seria a implantação da Unidade Real de Valor (URV), unidade monetária para desindexar a economia. E a última, a transformação da URV em real, a nova moeda brasileira. O Congresso após intensa negociação, aprovou o plano e as fases seguiram como planejado. 16 Diante dessa realidade, é possível perceber que a pobreza tem sido definida apenas pelo aspecto econômico. Desse modo, as políticas de enfrentamento a esse fenômeno são criadas e implementadas com a finalidade de distribuir renda para a população. Visando o enfrentamento da pobreza, o governo coloca em novas medidas de combate e redução da pobreza, e cria os programas de transferência de renda, repassando um valor para as famílias. E, após inúmeros programas, o governo cria o programa denominado: Bolsa Família. O programa supõe a distribuição de uma renda mensal destinada a famílias com renda per capta inferior a meio salário mínimo, que possuam filhos ou dependentes em idade de 0 a 14 anos e com a condição de manter as crianças e adolescentes com idade de 7 a 14 anos nas escolas. A respeito disso: (SILVA e SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2012, p.47), afirmam que: Independente de críticas e elogios, o Programa de Garantia de Renda Mínima tem o mérito, inquestionável, de ter iniciado o debate sobre a renda mínima na opinião pública brasileira, inspirando a criação de um imenso conjunto de programas de transferência de renda em implementação, por iniciativa de municípios, estados e pelo governo federal. Trata-se de uma modalidade de programas sociais não só factíveis, mas prevalentes no âmbito do sistema brasileiro de proteção social no adentrar do século XXI. Ainda no ano de 2001, foi elaborado pelo instituto de cidadania o Projeto Fome Zero, cuja proposta apresentava como principal objetivo a formulação de uma política de segurança alimentar e nutricional para a população brasileira e que contou com a participação de representantes de ONGs, institutos de pesquisas, sindicatos, organizações populares, movimentos sociais e especialistas vinculado a questão da segurança alimentar no país. Silva e Silva, Yazbek e Giovanni ressaltam a importância e a inovação do Programa Fome Zero no que se refere a perspectiva de segurança alimentar. Assim afirmam que: A relação entre o emergencial e o estrutural é um dos aspectos mis inovadores e relevantes do programa, mas cabe ressaltar que embora possa contribuir para que a sociedade caminhe na efetivação do direito humano a segurança alimentar e nutricional, o programa apresenta lacunas, particularmente ao não levar em consideração as políticas de seguridade social conforme propõe a Constituição Federal de 19888. Sua articulação a seguridade social, constitucionalmente afiançada, e as demais políticas setoriais, configura-se necessária e urgente, tendo em vista a superação da históricadesarticulação e superposição das ações sociais no país. (SILVA e SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2007.p.108) 17 Para o governo federal, esses programas passam a ser considerados eixo central de uma “rede de proteção social” compreendida a partir da articulação dos programas de transferência PETI, BPC, Bolsa Escola, Bolsa – Alimentação, Auxílio- gás e o Cartão Alimentação. Por fim, a unificação dos programas nacionais de transferência de renda (Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio Gás e Cartão Alimentação) a partir de julho de 2003 representou um avanço essencial do processo de desenvolvimento e expansão dos programas nacionais de transferência de renda. Segundo (SILVA e SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2007, p.39): A existência de um amplo contingente da população vivendo abaixo da linha da pobreza absoluta e até da indigência, a adoção de modelos econômicos concentradores e excludentes, a limitação de recursos e sua má utilização, carência de técnicos capacitados, a permeabilidade da máquina estatal aos interesses privados, a incapacidade de focalização dos programas sociais no público que mais necessita deles; falta de tradição de acompanhamento e avaliação dos programas sociais; fragilidade da organização da sociedade, orientada por uma cidadania baseada no mérito em vez de nas necessidades. Para além desta realidade, constata-se que mesmo com esses programas de distribuição, não contribui para a diminuição da desigualdade social e nem tão pouco reduz a pobreza. Ao contrário, esses programas têm sido utilizados, muitas vezes por famílias que não precisam e aqueles que de fato precisam, acabam padecendo necessidades e isso vai aumentando o empobrecimento de uma grande parcela da população brasileira, em detrimento do enriquecimento de uma minoria. Trata-se, portanto, de programas sociais que se tornam instrumentos de dominação e controle do Estado. Dentre os problemas destacados estão: Existência de programas concorrentes e sobrepostos nos seus objetivos e no seu público – alvo; ausência de uma coordenação geral dos programas, propiciando o desperdício de recursos; a ausência de planejamento gerencial dos programas; a dispersão de comando em diversos Ministérios; a insuficiência de orçamentos alocados e o não alcance do público alvo conforme os critérios de elegibilidade dos programas. (SILVA, 2007, p.34-35) 18 A proposta de unificar os programas de transferência de renda em um único programa, visando superar a fome e a condição de extrema pobreza de famílias que se encontram em situações de pobreza, surge a partir dos anos 2000 fundamentada na análise acerca dos programas sociais implementados e consolidados no Brasil a partir da década de 1990. Sob a alegação de superar essa situação, foi aprovada a unificação dos programas Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Vale Gás e Vale Alimentação, e posteriormente a inclusão do PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), dando origem em outubro de 2003 ao Programa Bolsa Família. O bolsa família tem seis tipos de benefícios, sendo eles: Benefício Básico, no valor de R$ 77,00 – concedido apenas a famílias extremamente pobres (renda mensal por pessoa menor de até R$ 77); Benefício Variável de 0 a 15 anos no valor de R$ 35,00 – concedido às famílias com crianças ou adolescentes de 0 a 15 anos de idade; Benefício Variável à Gestante no valor de R$ 35,00 – concedido às famílias que tenham gestantes em sua composição; Benefício Variável Nutriz no valor de R$ 35,00 – concedido às famílias que tenham crianças com idade entre 0 e 6 meses em sua composição; Benefício Variável Vinculado ao Adolescente no valor de R$ 42,00 – concedido a famílias que tenham adolescentes entre 16 e 17 anos – limitado a dois benefícios por família e o Benefício para Superação da Extrema Pobreza: calculado caso a caso e transferido às famílias do Programa que continuem em situação de extrema pobreza (renda mensal por pessoa de até R$ 77), mesmo após o recebimento dos outros benefícios. (BRASIL, 2014). Assim sendo, o Programa Bolsa Família insere-se no sistema de proteção social articulada a outras políticas do campo social, voltadas a garantia de direitos e de condições dignas de vida, de forma a garantir a sustentabilidade das ações desenvolvidas na prevenção e superação das situações de pobreza. Para Sposati (1988, p.10) “propor mínimos sociais é estabelecer o patamar de cobertura de riscos e de garantias que uma sociedade quer garantir para todos os seus cidadãos. Trata- se de definir o patamar de dignidade abaixo do qual nenhum cidadão deveria estar.” É importante ressaltar que a realização do cadastro não significa a inclusão automática da família no Programa Bolsa Família, ou em outros programas sociais; a inclusão só é concretizada se a família estiver dentro dos critérios do programa, como renda per capta e se tiver os documentos essenciais como o CPF. Assim, no próximo capítulo, vamos discutir os benefícios e os pontos negativos do bolsa família. 19 4. OS BENEFICIOS E OS PONTOS NEGATIVOS DO BOLSA FAMÍLIA E COMO O ASSISTENTE SOCIAL PODE AUXILIAR NA MELHORIA DO BENEFICIO. O Programa Bolsa Família (PBF) é o maior programa de transferência de renda, implementando no Brasil, como um programa Proteção Social. O Bolsa Família, foi instituído pela Medida Provisória n. 132, de 20 de outubro de 2003, transformada na Lei n. 10.836, de 9 de janeiro de 2004, sendo regulamentado pelo Decreto n. 5.209, de 17 de setembro de 2004. O Bolsa Família é um programa, que beneficia famílias em situação de pobreza e extrema pobreza: (SILVA, 2010, p.37), acerca do Bolsa Família vai dizer que: O programa tem como objetivo combater a fome, a pobreza e as desigualdades por meio da transferência de um benefício financeiro associado à garantia do acesso aos direitos sociais básicos – saúde, educação, assistência social e segurança alimentar; promover a inclusão social, contribuindo para a emancipação das famílias beneficiárias, construindo meios e condições para que elas possam sair da situação de vulnerabilidade em que se encontram. A gestão do Bolsa Família é de responsabilidade da União, em parceria com os Estados e os Municípios, sendo, responsabilidade do Munícipio, estabelecer controle social e verificar a funcionalidade do programa, se comprometendo a instituir um comitê ou um conselho local e indicar como está a gestão do programa. Nesse processo de avaliação do Bolsa Família, (SILVA, 2010, p. 94) afirma que: após o recebimento do BF, aumentou o consumo de alimentos nas famílias, embora tenham se verificado mudanças diferenciadas em cada região, com a variação conforme hábitos alimentares. Nesse sentido, o estudo concluiu que as mudanças na alimentação das famílias, a partir do recebimento do benefício do BF, acompanharam a tendência nacional identificada por pesquisas de orçamento familiar realizadas pelo IBGE no que se refere ao aumento do consumo de proteínas de origem animal, leite e seus derivados, aumento no consumo de biscoitos, óleos e gorduras, açúcares e alimentos industrializados, com aumento em menor proporção no consumo de vegetais e hortaliças. Nessa perspectiva, ao considerar apenas a renda como indicador de pobreza, o programa bolsa família tem um grave erro, abrindo brechas para falhas e má utilização do programa, como acontece hoje em dia, se tornando limitado enquanto a 20 real solução da erradicação da pobreza, se tornando apenas um instrumento de alívio da pobreza. (YAZBEK, 2012, p.294), vai refletir que: A expansão de um programa que cria o necessitado, o desamparado e a tensão permanente da instabilidade e da insegurança no trabalho. Implica a disseminação do desemprego de longa duração, do trabalho precário, instável e intermitente, dos biscates e de outras modalidades de relacionamento da força de trabalho como capital, que em sua essência representam uma mesma ordenação da vida social. Desse modo, verifica-se que o Programa Bolsa Família apresenta problemas estruturais relevantes para a redução dos índices da pobreza no país. Outro aspecto importante a ser mencionado é a utilização do programa em prol de interesses políticos e econômicos, uma vez que, para além do atendimento às necessidades básicas das famílias que vivem em condições precárias de pobreza, o programa é compreendido como um benefício que pode ser retirado a qualquer momento. Por isso que (MOTA, 2012, p.245), vai ressaltar que: A realidade social de milhares de famílias brasileiras tem demonstrado o significado do programa de transferência de renda Bolsa Família – Trata-se de um importante instrumento econômico e político do Estado que interfere na reprodução da força de trabalho ocupada e excedente. A questão das exigências para receber o benefício é outro fator que tem sido um problema do Bolsa Família, uma vez que, embora ele tenha sido criado para as pessoas que não tem recursos e nem acesso aos serviços sociais básicos como saúde e educação, o programa só supre a questão financeira, para a sobrevivência e não para garantir uma qualidade de vida. Contudo, na questão alimentar e a segurança do mesmo, o programa é excelente e acerca disso, (MENEZES e SANTARELLI, 2008), mostram que: (...) como o programa melhorou a estabilidade no acesso a alimentos: a garantia de uma renda regular adicional traz maior segurança para as famílias e estimula o planejamento de gastos e modificações no padrão de consumo alimentar. (...) Entraram na dieta frutas, verduras, legumes, alimentos industrializados e outros considerados “supérfluos”, além da carne, muito valorizada e de difícil acesso. 21 Nesse sentido, a pobreza já não deve mais ser compreendida como algo natural, mas deve ser, portanto, analisado como uma consequência negativa do capitalismo, resultado da divisão social do trabalho, e de sua precarização e principalmente da exploração da força de trabalho, que acaba gerando o enriquecimento de uma minoria em detrimento da pobreza de uma grande parcela da população brasileira. A respeito da definição de pobreza, (YAZBEK, 2009, p.62-63) afirma que: A noção de pobreza é ampla, ambígua e supõe gradações. Embora seja uma concepção relativa, dada a pluralidade de situações que comporta, usualmente vem sendo medida através de indicadores de renda e emprego, ao lado do usufruto de recursos sociais que interferem na determinação do padrão de vida, tais como saúde, educação, transporte, moradia, aposentadoria e pensões, entre outros. Os critérios, ainda que não homogêneos e marcados por um viés economicista, acaba por convergir na definição de que são pobres aqueles que, de modo temporário ou permanente, não tem acesso a um mínimo de bens e recursos, sendo, portanto, excluídos, em graus diferenciados, da riqueza social. Do ponto de vista da exclusão e da subalternidade, a experiência da pobreza constrói referencias e define “um lugar no mundo”, onde a ausência de poder de mando e decisão, a privação de bens materiais e do próprio conhecimento dos processos sociais que explicam essa condição ocorrem simultaneamente a práticas de resistência e luta. Financiado pelo Fundo de Combate e Erradicação à pobreza, foi criado também o programa Bolsa – Escola, tendo como gestor, o governo federal e como supervisor a Secretaria Nacional do Programa, que analisa os cadastros das famílias efetuados pelas prefeituras. No segundo semestre de 2001, é implementado o programa Bolsa - Alimentação que, regulamentado pelo decreto n°3.934/2001 buscava: Reduzir deficiências nutricionais e a mortalidade infantil entre as famílias mais pobres, através da promoção da melhoria da alimentação e das condições de saúde e nutrição, com mulheres gestantes, mães que estejam amamentando seus filhos até 6 meses de idade ou com crianças de 6 meses a 6 anos de idade. (SILVA e SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2007, p.107) Nessa perspectiva, vemos que o Bolsa Família não contribui para um real e efetivo alcance da população que necessita do benefício. Dentre os limites podemos citar o baixo valor monetário transferido às famílias, que apenas permite a sua sobrevivência, sendo por isso insuficiente para provocar maiores impactos na redução da pobreza. 22 E ainda, o programa social, possui inúmeras restrições e exigências, tornando os seus beneficiários, praticamente, escravos de seu sistema, sendo obrigados a se submetem por míseros reais que muitas vezes nem supre as necessidades. Entretanto, é preciso ressaltar novamente, que o Bolsa Família não possui condições reais de erradicar a pobreza, já que ele só atua na área da alimentação e da renda e não contribui para a melhoria da a educação, saúde, trabalho e etc. Sobre isso, (SILVA, 2010, p. 105) provoca, afirmando que: Dificuldades para o desenvolvimento de mecanismos e critérios justos e capazes de alcançar toda a população-alvo de um determinado programa, sendo, no caso brasileiro, agravado pelo tamanho do território, diversidade das realidades econômica, social e política dos municípios, além da cultura patrimonialista, do favor e do desvio, com tendências ao favorecimento de parentes, amigos e correligionários. Referente ao desemprenho do Programa Bolsa Família e se ele traz ou não resultados que contribuem para o combate da pobreza na sociedade brasileira, este se mostra fraco e um gasto inútil para o governo, sendo um programa limitado e compensatório, subordinas a lógica da economia e aos interesses capitalistas, sendo seletivo, fragmentado e precário. Contudo, (MENEZES e SANTARELLI, 2008) vão afirmar que: É preciso compreender o real significado do Bolsa Família. O programa está inserido em uma política social mais ampla, destinando-se especificamente a transferir renda para quem não tem nada ou muito pouco, satisfazendo necessidades básicas que não se limitam à alimentação. A complexidade da pobreza no Brasil precisa ser enfrentada com múltiplas iniciativas nas diferentes esferas e níveis do governo. O que não podemos exigir é que o programa faça as vezes das demais políticas sociais. Afora a garantia das políticas universais de educação e saúde, o grande desafio será conseguir articular o Bolsa Família com outras ações. Algumas complementares, que contribuam para a aquisição de direitos, e outras de caráter emancipatório. Uma das questões centrais mais importantes que giram em torno do Bolsa Família é a articulação dele com Saúde e a Educação, será que ele tem sido eficiente na vida das famílias beneficiárias? Pois, simplesmente obrigar a frequência na escola e a visitação dos postos de saúde não são suficientes para alterar a pobreza. 23 É necessário acima de tudo ampliar, democratizar e melhorar os sistemas educacionais municipais e estaduais, assim como o sistema público de saúde. Sobre o Bolsa Família, em relação a educação (YAZBEK e GIOVANNI, 2011, p. 209) analisam que: a obrigatoriedade de frequência à escola não é suficiente para alterar o quadro educacional das futuras gerações e, consequentemente, alterar a pobreza. Essa exigência implica na expansão, na democratização e na melhoria dos sistemas educacionais estaduais e municipais. Não basta a criança estar matriculada e frequentando a escola. O ensino precisa ser de boa qualidade e estar em consonância com as demandas da sociedade contemporânea. Esse aspecto exige encaminhamentos também na Política Educacional brasileira, que vai além do campo específico dos Programas de Transferência de Renda. O que ocorre na prática é que o Bolsa Família, tem dificuldades de se articular com os programas da área da educação, saúde e trabalho. Na verdade, é preciso priorizar e democratizar os programas e serviços sociaisbásicos, abrindo espaço para uma política de crescimento econômico, de geração de emprego e de distribuição de renda articulada à Política Social. Segundo Silva, Yazbek e Giovanni 2011, p. 210): não basta que a criança ou o jovem seja retirado da rua ou do trabalho precoce para ir à escola. É necessário que se tenha escola de boa qualidade para todos. Isto é, articular programas de transferência monetária com serviços e programas sociais básicos significa também elevar o padrão e democratizar o acesso desses programas e serviços para toda a população que deles necessite. o Programa Bolsa Família, tem como elemento importante, o desenvolvimento sustentável, pois ele se configura num mecanismo que atenda aos interesses capitalistas, quanto às necessidades de bem estar da população. Nesse sentido, o Brasil passa a promover uma melhor distribuição da riqueza por meio de políticas compensatórias como o Bolsa Família, concebendo um conjunto de políticas econômicas que mantenham a consistência macroeconômica. (Silva, 2010, p. 193) reflete que: este movimento de supercapitalização incide, progressiva e ostensivamente, sobre as políticas sociais, a fim de converter o mercado em espaço único de satisfação das necessidades dos trabalhadores, reduzindo os campos de intervenção do Estado: a socialização dos custos com a reprodução da força de trabalho esvai-se, progressivamente, dando lugar à esfera privada. 24 E para finalizar o assunto sobre os problemas e os benefícios do Bolsa Família, é preciso ressaltar que o programa, traz consigo inúmeras possibilidades e precisa apenas ser ajustado. Mais em relação a aquisição ou ampliação de uma renda, ainda que muito baixa, vem ajudando as famílias que se encontram num patamar de pobreza extrema, permitindo a elas um pequeno alívio imediato nas suas precárias condições de vida. (FREITAS, 2007, p.72) vai dizer que: Os limites do Programa são muitos: os valores das prestações são pequenos, os critérios de acesso são rigorosos e excludentes e a sua implementação não se faz acompanhada, ainda, do necessário aparato político-pedagógico de emancipação política, educacional e cultural. Além disso, a inclusão e sua obrigatoriedade das crianças frequentarem a escola é por um lado, um incentivo a educação progressiva, ajudando essas crianças e esses adolescentes, dessas famílias pobres. O que se percebe é que essa é uma estratégia política que procura manter e controlar a pobreza, e ao mesmo tempo, mantém um segmento populacional de pobres. Acerca disso (SPOSATI, 2011, p.109), alerta que: A alarmante precarização, ou desapropriação das condições de vida e de viver, passa a exigir novas respostas das políticas sociais consideradas fundamentais, como educação e saúde. Não basta a educação propor a escola, a condição do docente ou a disponibilidade de vagas em salas de aulas. É preciso afiançar condições para que se dê a presença do aluno. É preciso construir o acesso a transporte escolar, alimentação, material escolar, uniforme, pois o baixo poder aquisitivo das famílias não possibilita essas (pré)condições. Torna-se necessário desmercadorizar condições que permitam a frequência à escola, isto, todavia, não pode significar uma ação discriminatória da política setorial direcionada aos mais pobres. O mesmo ocorre na saúde. Não basta ter a Unidade Básica de Saúde ou ter a presença do médico. É preciso ter o acesso a medicamentos, a nutrição e a próteses. Dessa forma, acreditar que o cumprimento de obrigações proporciona a superação de desigualdades sociais históricas é acreditar que estas são resultantes de ações individuais do sujeito, ao passo que são resultantes da ordem social em que estão inseridos. São as políticas sociais de qualidade, a qualificação profissional, o acesso ao mercado de trabalho, a redistribuição da riqueza socialmente produzida que irão diminuir as desigualdades sociais e proporcionar a emancipação dessas famílias. 25 CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da utilização de referenciais teóricas acerca do assunto do Programa Bolsa Família, podemos concluir que o bolsa família de fato, tem sido considerado um programa de proteção social brasileiro como um importante instrumento utilizado pelo poder público no enfrentamento à fome, a miséria e a pobreza no país. Entretanto, verificou-se que o mesmo se mostra ineficaz no combate à pobreza, uma vez que não atinge todas as áreas sociais, promovendo somente uma pequena melhora nas condições precárias de vida das famílias. Dentre as inúmeras questões que abordamos, uma delas foi a questão social, onde em meio a tantas contradições inerentes ao desenvolvimento do processo de produção capitalista, a questão social se intensifica e se expande na sociedade através do desemprego, da precarização, da exploração da mão de obra e do exagero da extração dos recursos naturais, resultando na desigualdade social e na pobreza. Com isso, discorremos acerca do dever do Estado, e suas ações em meio às pressões da sociedade trabalhista e dos trabalhadores, que andam buscando melhores condições de vida e de trabalho, fazendo com que o Estado crie politicas sociais para intervir nas questões sociais, através da criação de programas assistenciais e projetos, em parceria com assistentes sociais e organizações que promovem projetos em prol da população. Com isso, vimos sobre a urgência de programas assistencialistas e de transferência de renda no Brasil, falando do Bolsa Família e de outros projetos que antecederam a este, resultando em diversas mudanças na economia e no mercado de trabalho, atingindo principalmente as pessoas da periferia, trazendo transformações no mundo do trabalho, melhoria no combate a fome, auxiliando na proteção social das famílias, dos trabalhadores e de toda a sociedade. 26 A partir dos anos 2000, surge no congresso nacional brasileiro uma proposta de criar programas, visando combater a fome e a pobreza de famílias em situações precárias, que juntamente com os programas sociais, se implementaria programas para transferência de renda e sob a alegação de superar essa situação que desfavorece o país, foi aprovada a unificação dos programas, entre eles: Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Vale Gás e Vale Alimentação e o Programa Bolsa Família, regulamentado pelo Decreto nº. 5209 de 17 de setembro de 2004, como um programa de desenvolvimento Social e combate à Fome que beneficia famílias em situação de pobreza e extrema pobreza em todo o país. (SILVA, 2007, p.34-35) dizem que: Existência de programas concorrentes e sobrepostos nos seus objetivos e no seu público – alvo; ausência de uma coordenação geral dos programas, propiciando o desperdício de recursos; a ausência de planejamento gerencial dos programas; a dispersão de comando em diversos Ministérios; a insuficiência de orçamentos alocados e o não alcance do público alvo conforme os critérios de elegibilidade dos programas. Com isso, é valido destacar que o bolsa família é apenas para pessoas com renda per capta familiar de até R$ 154.00, e que tenham em sua composição familiar: gestantes, crianças entre zero e doze anos ou adolescentes até 17 anos o número de integrantes da família, de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos. Sendo o valor de R$ 41,00, podendo acumular até 5 benefícios por mês, chegando a R$ 205,00. Desse modo, a principal motivação para sustentar o presente projeto de pesquisa, reside na importância que o tema possui para a sociedade atual. As formas como se cumpre as condições do Programa Bolsa Família sempre é motivo para questionamento e por isso, falar desse tema, possibilitará um grande impacto social para as famílias beneficiárias e a sociedade brasileira e todos os envolvidos. A inserção e atribuições exigidas ao assistente social na gestão do PBF não se processam isoladas e desconectadasdas transformações conceituais e operacionais das políticas sociais contemporâneas. No entanto, essa "nova" regulação das políticas sociais, delineada por uma lógica focalizada, condicionada e de ativação dos beneficiários, se confronta com os valores e princípios historicamente construídos e representados pelo Código de Ética profissional e pela política de assistência social. 27 Observa-se um confronto de princípios que coloca de um lado a política de assistência social (influenciada pela lógica do Welfare State) e o Código de Ética do Serviço Social e de outro lado a lógica dos atuais programas de transferência de renda focalizados e condicionados, como é o caso do PBF. O PBF representa um modelo típico das políticas sociais contemporâneas, e sua operacionalização é reveladora de práticas burocráticas que reforçam a vigilância e o controle dos mais pobres. Nesse cenário, as atribuições exigidas ao profissional favorecem a arbitrariedade dos que decidem sobre o grau de necessidade dos beneficiários, restringindo as condições objetivas de efetivação de condutas profissionais alinhadas aos princípios do Código de Ética do Serviço Social. Tendo por pressuposto que é proibido acatar determinação institucional que fira os princípios e as diretrizes do Código de Ética, o profissional se depara com o desafio de resistir às atribuições que reforçam práticas conservadoras de auto responsabilização das famílias por sua condição de pobreza. Daí a conclusão que exalta a importância e a necessidade da análise crítica da realidade social e da apropriação dos princípios e valores do Código de Ética do Serviço Social nas intervenções profissionais com vistas a não sucumbir ao discurso e requisições de instâncias burocráticas típicas das políticas sociais contemporâneas, como é o caso do Programa Bolsa Família. 28 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BEHRING, Elaine Rossetti; ALMEIDA, Maria Helena Tenório de. Trabalho e seguridade social: percursos e dilemas. São Paulo: Cortez: Rio de Janeiro: FSS/UERJ, 2008. BEHRING, Elaine Rossetti; BOSCHETTI, Ivanete. Política Social: fundamentos e história 6ª Ed. São Paulo: Cortez, 2009 BOURROL, Marcela; FERREIRA, Michelle. Especial 20 anos do plano real. Disponível em: http://20anosdoreal.epocanegocios.globo.com/#anchor-u343. Acesso em 04/11/14. BRASIL, Constituição Federal de 1988. Brasília, Saraiva ,1988. BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. 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