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PLANO DE ENSINO 
Disciplina: Aspectos Biopsicossociais do Envelhecimento 
 
Ementa: 
Ao longo desta disciplina, serão abordadas tanto as teorias biológicas quanto as psicológicas do processo de 
envelhecimento de modo a proporcionar a compreensão acerca dos mecanismos celulares e moleculares envolvidos nesta 
etapa da vida, discutindo ainda sobre a genética e a influência ambiental nesse processo. As teorias psicológicas serão 
compreendidas à luz da exploração das mudanças cognitivas e emocionais associadas ao envelhecimento, bem como o 
impacto deste processo na identidade e no bem-estar psicológico. Serão apresentadas também as relações sociais acerca 
do envelhecimento e o necessário pensamento multidisciplinar para a compreensão deste processo de envelhecer. 
 
Objetivos: 
Objetivo Geral: 
- Conhecer e compreender a importância do processo de envelhecimento, de modo a entender suas teorias biológicas, 
psicológicas e sociais, além de aprender sobre o pensamento multidisciplinar para o envelhecimento. 
 
Objetivos Específicos: 
- Conhecer os aspectos demográficos e epidemiológicos do envelhecimento, compreendendo as teorias biológicas desta 
etapa da vida; 
- Compreender as teorias psicológicas e sociais do processo de envelhecimento de modo a abarcar os fatores 
determinantes psicológicos e sociais, além de entender sobre as políticas públicas na atenção à saúde do idoso; 
- Reconhecer a atuação multidisciplinar nas mais diversas alterações que acometem os idosos ao longo deste processo 
de envelhecimento. 
 
 
Conteúdo Programático: 
Unidade 1 – Teorias biológicas do envelhecimento 
1.1 – Aspectos demográficos e epidemiológicos do envelhecimento; 
1.2 – Processos biológicos do envelhecimento; 
1.3 – Teorias biológicas do envelhecimento I; 
1.4 – Teorias biológicas do envelhecimento II; 
 
Unidade 2 – Teorias psicológicas do envelhecimento 
2.1 – Teorias psicossociais do envelhecimento; 
2.2 – Fatores determinantes psicológicos I; 
2.3 – Fatores determinantes psicológicos II; 
2.4 – Fatores determinantes psicológicos III; 
 
Unidade 3 – Relações sociais do envelhecimento 
3.1 – Processos sociais do envelhecimento; 
3.2 – Determinantes sociais do envelhecimento; 
3.3 – Grau de dependência e impacto nas atividades básicas da vida diária; 
3.4 – Políticas públicas na atenção à saúde do idoso; 
 
Unidade 4 – Pensamento multidisciplinar para o envelhecimento 
4.1 – Atuação multidisciplinar nas alterações cardiovasculares e respiratórias; 
4.2 – Pensamento multidisciplinar nas alterações digestivas, urinárias e hematológicas; 
4.3 – Pensamento multidisciplinar nas alterações dos sistemas nervoso e endócrino; 
– Pensamento multidisciplinar nas alterações reumatológicas, ósseas e sensitivas. 
 
 
 
PLANO DE ENSINO 
Procedimentos Metodológicos: 
A metodologia adotada, em consonância com o modelo acadêmico, viabiliza ações para favorecer o processo de ensino e 
aprendizagem de modo a desenvolver as competências e habilidades necessárias para a formação profissional de seus 
alunos. O processo de ensino e aprendizagem é conduzido por meio da integração de diferentes momentos didáticos. Um 
destes momentos é a aula, em que são desenvolvidas situações-problema do cotidiano profissional, permitindo e 
estimulando trocas de experiências e conhecimentos. Nessa jornada acadêmica, o aluno é desafiado, em outros 
momentos, à realização de atividades que o auxiliam a fixar, correlacionar e sistematizar os conteúdos da disciplina por 
meio de avaliações virtuais, de proposições via conteúdo web, livro didático digital, objetos de aprendizagem, textos e 
outros recursos. 
 
Sistema de Avaliação: 
A IES utiliza a metodologia de Avaliação Continuada, que valoriza o aprendizado e garante o desenvolvimento das 
competências necessárias à formação do estudante. Na Avaliação Continuada, o aluno acumula pontos a cada atividade 
realizada durante o semestre. A soma da pontuação obtida (de 1.000 a 10.000) por disciplina é convertida em nota (de 1 
a 10). 
 
Atividades a serem realizadas: 
I. Prova presenciais por disciplina, realizada individualmente. 
II. Avaliações formativas, compostas por Avaliações Virtuais. 
III. Engajamento AVA, que são pontuações obtidas a cada atividade realizada, sendo elas: web aula, videoaula e avaliação 
virtual. 
 
Critérios de aprovação: 
1. Atingir a pontuação mínima na prova da disciplina (1.500 pontos) e na avaliação de proficiência (200 pontos), 
quando elegível. 
2. Acumular a pontuação mínima total na disciplina (6.000 pontos). 
3. Obter frequência mínima de 50% em teleaulas e aulas-atividades (quando se aplicar) e 75% em aulas práticas 
(quando se aplicar). 
O detalhamento do Sistema de Avaliação deve ser verificado no Manual de Avaliação Continuada disponibilizado no AVA 
 
Bibliografia Básica 
FARINATTI, Paulo de Tarso Veras. Envelhecimento, Promoção da Saúde e Exercício: Bases Teóricas e Metodológicas. 
Barueri, SP: Manole, 2008. [Minha Biblioteca - 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788520443743/pageid/0 ] 
 
MENDES, Telma de Almeida Busch. Geriatria e Gerontologia. Barueri, SP: Manole, 2014. [Minha Biblioteca - 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788520440223/pageid/0 ] 
 
MALLOY-DINIZ, L.F.; FUENTES, D.; COSENZA, R.M.. Neuropsicologia do Envelhecimento: uma abordagem 
multidimensional. Porto Alegre: Artmed, 2013. [Minha Biblioteca - 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788582710159/pageid/0 ] 
 
REVISTA BRASILEIRA EM PROMOÇÃO DA SAÚDE. ISSN 1806-1222. Public Health and Safety. [PROQUEST - 
https://www.proquest.com/publication/2046042?accountid=134629&decadeSelected=2020+ -
+2029&yearSelected=2023&monthSelected=01&issueNameSelected=02023Y01Y01$232023$3b++Vol.+36 ]. 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788520443743/pageid/0
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788520440223/pageid/0
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788582710159/pageid/0
https://www.proquest.com/publication/2046042?accountid=134629&decadeSelected=2020+-+2029&yearSelected=2023&monthSelected=01&issueNameSelected=02023Y01Y01$232023$3b++Vol.+36
https://www.proquest.com/publication/2046042?accountid=134629&decadeSelected=2020+-+2029&yearSelected=2023&monthSelected=01&issueNameSelected=02023Y01Y01$232023$3b++Vol.+36
 
 
PLANO DE ENSINO 
Bibliografia Complementar 
BARSANO, P.R.; BARBOSA, R.P.; GONÇALVES, E.. Evolução e Envelhecimento Humano. São Paulo: Érica, 2014. [Minha 
Biblioteca - https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788536513263/pageid/0 ] 
 
NERI, A.L.; Desenvolvimento e Envelhecimento: perspectivas biológicas, psicológicas e sociológicas. 5.ed. Campinas: 
Papirus, 2012. [Biblioteca Virtual - 
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3295/pdf/0?code=wdEFKnoSNSGxBHEAQElKhWWPKhdZ3qd9kgv
mFdTp+FKQvZbS3q+flED5gumsNGhOYXPNwGQ726PqJexYuBu2Nw== ] 
 
DI TOMMASO, A.B.G. et al. Geriatria – Guia Prático. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. [Minha Biblioteca - 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527737586/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dhtml01]!/4/
2/2%4051:2 ] 
 
JOURNAL OF POPULATION AGEING. ISSN 1874-7884. Population Studies. [PROQUEST - 
https://www.proquest.com/publication/326245?accountid=134629&decadeSelected=2020+ -
+2029&yearSelected=2023&monthSelected=09&issueNameSelected=02023Y09Y01$23Sep+2023$3b++Vol.+16+$283$2
9 ] 
 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788536513263/pageid/0
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3295/pdf/0?code=wdEFKnoSNSGxBHEAQElKhWWPKhdZ3qd9kgvmFdTp+FKQvZbS3q+flED5gumsNGhOYXPNwGQ726PqJexYuBu2Nw==
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3295/pdf/0?code=wdEFKnoSNSGxBHEAQElKhWWPKhdZ3qd9kgvmFdTp+FKQvZbS3q+flED5gumsNGhOYXPNwGQ726PqJexYuBu2Nw==
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527737586/epubcfi/6/2%5b%3Bvnd.vst.idref%3Dhtml01%5d!/4/2/2%4051:2
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527737586/epubcfi/6/2%5b%3Bvnd.vst.idref%3Dhtml01%5d!/4/2/2%4051:2Referências Bibliográficas
AIRES, I. O. et al. Consumo alimentar, estilo de vida e sua
influência no processo de envelhecimento. Research, Society
and Development, Vargem Grande Paulista, v. 8, n. 11, 2019.
Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/1437.
Acesso em: 17 out. 2023.
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P.; GONÇALVES, E. Evolução e
envelhecimento humano 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.
BRAGA, C.; GALLEGUILLOS, T. G. B. Saúde do adulto e do
idoso. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.
ELIOPOULOS, C. Enfermagem gerontológica. 9. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2019.
FAZZIO, D. M. G. Envelhecimento e qualidade de vida: uma
abordagem nutricional e alimentar. Revista de divulgação
científica Sena Aires, Goiás, v. 1, n. 1, p. 76-88, 2012. Disponível
em:
http://revistafacesa.senaaires.com.br/index.php/revisa/article/view/15
. Acesso em: 17 out. 2023.
FREITAS, E. V. de; PY, L. (ed.). Tratado de geriatria e
gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
MARQUES, A. P. de O. et al. Envelhecimento, obesidade e
consumo alimentar em idosos. Revista Brasileira de Geriatria e
Gerontologia, v. 10, n. 2, p. 231-242, maio/ago. 2019. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbgg/a/vzTzjHhCXVvygsCjgzGzJWR/?
lang=pt&format=html. Acesso em: 17 out. 2023.
MENDES, T. de A. B. (org.). Geriatria e gerontologia. Barueri:
Manole, 2014. (Série Manuais de Especialização Albert Einstein).
MOTA, M. P.; FIGUEIREDO, P. A.; DUARTE, J. A. Teorias
biológicas do envelhecimento. Revista portuguesa de ciências do
desporto, v. 4, n. 1, p. 81-110, 2004.
NASCIMENTO, M. de M. Uma visão geral das teorias do
envelhecimento humano. Saúde e Desenvolvimento Humano,
Canoas, v. 8, n. 1, p. 161-168, 2020. 
Encerramento da Unidade
TEORIAS BIOLÓGICAS DO
ENVELHECIMENTO
Videoaula de Encerramento
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? Bons estudos!
Ponto de Chegada
Olá, estudante, tudo bem com você? Eu espero que sim!
Para desenvolver a competência desta unidade, que diz respeito à
análise crítica das principais alterações biológicas decorrentes do
processo fisiológico do envelhecimento, iremos iniciar nossos
estudos compreendendo sobre alguns termos bastante utilizados
nesta área. O primeiro conceito que precisamos entender é o de
transição demográfica, um fenômeno que está intrinsecamente
ligado à saúde do idoso. Ela reflete as mudanças na estrutura
demográfica de um país à medida que passa pelo processo de
industrialização e desenvolvimento. Essas mudanças têm impactos
significativos na saúde da população idosa.
A transição demográfica é dividida em quatro fases distintas, indo
desde altas taxas de natalidade e mortalidade em países pré-
industriais até taxas mais baixas em países desenvolvidos, refletindo
o progresso socioeconômico. Além disso, algumas nações já
enfrentam uma quinta fase, chamada de recessão demográfica,
caracterizada por uma diminuição da população devido a baixas
taxas de natalidade e mortalidade.
No Brasil, a transição demográfica é uma realidade, com um rápido
envelhecimento da população, trazendo desafios econômicos, como
o aumento dos encargos com programas sociais e de saúde para
idosos. Isso é agravado pela feminilização da velhice, com a maioria
da população idosa composta por mulheres que muitas vezes vivem
sozinhas, requerendo cuidados especiais.
Além disso, outro conceito bastante importante neste contexto é o
da transição epidemiológica, que acompanha a transição
demográfica, ocorrendo com a mudança de doenças infecciosas
para doenças crônicas não transmissíveis (DANT) como as
principais causas de morbimortalidade na população idosa. Isso
inclui doenças como acidente vascular encefálico (AVE), infarto
agudo do miocárdio (IAM), hipertensão, diabetes, obesidade,
neoplasias, demências, quedas e fraturas. Essa transição
epidemiológica exige que os serviços de saúde criem estratégias
para atender às necessidades específicas dos idosos.
Desta forma, pode-se perceber que a transição demográfica e
epidemiológica tem um impacto direto na saúde do idoso, exigindo
adaptações nos sistemas de saúde e políticas públicas para atender
às demandas de uma população envelhecida e afetada por doenças
crônicas não transmissíveis.
Diante disto, é possível compreender que o ciclo de vida humano é
composto por diversas fases que vão desde o nascimento até a
morte, e cada uma delas traz suas próprias transformações e
desafios, sendo assim, com a fase da velhice não é diferente: a fase
idosa no Brasil começa aos 60 anos e está diretamente relacionada
às experiências vividas nas fases anteriores. O processo de
envelhecimento é inevitável e envolve mudanças morfológicas,
funcionais e bioquímicas no organismo que se iniciam desde o
nascimento.
O envelhecimento é um processo natural e não deve ser visto como
uma doença, embora possa tornar os indivíduos mais vulneráveis a
certas condições de saúde. Diante disto, podem acontecer 2
importantes processos: A senescência, que engloba as mudanças
naturais que ocorrem com o envelhecimento, como cabelos brancos
e rugas, sendo resultado dos efeitos cumulativos do tempo no corpo,
levando a mudanças deletérias em todos os sistemas orgânicos. A
senescência afeta a fisiologia do corpo humano, tornando o
indivíduo mais suscetível a doenças crônicas. Enquanto isso, a
senilidade resulta de processos patológicos e podem ocorrer em
diferentes idades.
As alterações orgânicas que ocorrem com o envelhecimento incluem
mudanças na composição corporal, na pele e anexos, nos sistemas
sensorial, respiratório, gastrointestinal, geniturinário, reprodutor,
cardiovascular e nervoso. Essas mudanças fazem parte do
envelhecimento natural e podem ser influenciadas por fatores como
sexo, ambiente, estilo de vida e experiências vivenciadas ao longo
da vida.
Assim, torna-se fundamental compreender que o envelhecimento é
um processo gradual e que a promoção de um envelhecimento ativo
e saudável é importante. Isso envolve medidas como uma
alimentação saudável, prática regular de atividade física e o controle
de doenças crônicas. Profissionais de saúde, como geriatras e
gerontólogos, desempenham papéis importantes no cuidado dos
idosos e na promoção da qualidade de vida na terceira idade.
Há muitos anos, a humanidade tem se dedicado a desvendar os
segredos do envelhecimento, com a esperança de alcançar a
juventude eterna e a imortalidade. As pesquisas sobre o
envelhecimento continuam intensas, com o objetivo principal de
entender o processo de envelhecimento e promover uma chegada
mais saudável à fase idosa, adiando as complicações associadas a
esse processo.
Para tanto, diversas teorias foram desenvolvidas para explicar o
envelhecimento humano, abrangendo aspectos biológicos,
psicológicos e sociais. No entanto, nenhuma teoria conseguiu
explicar o envelhecimento em sua totalidade, e elas variam em sua
universalidade, validade e confiabilidade. Profissionais de saúde
utilizam essas teorias para compreender os fatores que influenciam
o bem-estar em todas as fases da vida.
Embora os estudos sobre o envelhecimento tenham crescido, a
comunidade científica ainda possui conhecimento limitado sobre o
assunto. Pesquisas experimentais em seres humanos não são
viáveis devido a questões éticas, então elas são conduzidas em
modelos animais e organismos modelo, como leveduras. No
entanto, é essencial que esses modelos reproduzam mecanismos
semelhantes aos humanos, o que nem sempre acontece.
A busca pelo entendimento do envelhecimento levou ao
desenvolvimento de diversas teorias, classificadas em categorias
biológicas, psicológicas e sociais. Embora existam mais de 300
teorias que buscam explicar o envelhecimento, muitas delas não são
mutuamente exclusivas e podem se complementar, dependendo da
perspectiva adotada. No final das contas, o envelhecimento continua
sendo um fenômeno complexo e multifacetado, com muitos
aspectos ainda não completamente compreendidos.As teorias biológicas do envelhecimento abordam as mudanças que
ocorrem no corpo à medida que envelhecemos. Elas podem ser
classificadas em teorias estocásticas, que consideram os efeitos
aleatórios do ambiente, e teorias não estocásticas, que enfocam
processos complexos e predeterminados, como o "relógio biológico".
Teorias não estocásticas incluem apoptose, teorias genéticas,
reações autoimunes e teorias ambientais, enquanto teorias
estocásticas englobam a teoria do elo cruzado, a teoria dos radicais
livres e a teoria da lipofucina.
Essas teorias, embora não expliquem completamente o
envelhecimento, fornecem insights valiosos para profissionais de
saúde e pesquisadores que buscam promover o envelhecimento
saudável e compreender os fatores que afetam o bem-estar ao
longo da vida.
É Hora de Praticar!
Maria é uma mulher brasileira de 65 anos que vive em uma cidade
em crescimento no Brasil. Ela trabalhou a maior parte de sua vida
como professora e agora está aposentada. Maria tem um histórico
de hipertensão e diabetes, que são comuns na sua família. Ela mora
sozinha em uma casa modesta, próximo a seus filhos e netos.
Recentemente, Maria tem notado que sua saúde tem se deteriorado,
e ela enfrentou alguns desafios relacionados ao envelhecimento.
Diante deste contexto, reflita sobre as seguintes questões: 
Como a transição demográfica afetou a situação de Maria que
vive no Brasil?
Como a transição epidemiológica influencia a saúde de Maria?
Como o envelhecimento afeta a saúde de Maria e quais são as
mudanças biológicas que ela pode experimentar? 
Reflita
01) Qual é o impacto da transição demográfica no sistema de
saúde e nos programas sociais destinados à população idosa
no Brasil? 
Justifique a importância dessa questão para o envelhecimento
saudável.
RESPOSTA: Compreender esse impacto é crucial para a promoção
de um envelhecimento saudável, uma vez que a população idosa
enfrenta desafios econômicos e de assistência médica devido a
essa transição demográfica.
02) Quais são as principais diferenças entre a senescência e a
senilidade e como esses processos afetam o envelhecimento
humano? 
Por que é importante distinguir entre esses dois conceitos?
RESPOSTA: A senescência é parte natural do envelhecimento,
enquanto a senilidade envolve processos patológicos. Compreender
esses conceitos é essencial para abordar os desafios associados ao
envelhecimento humano.
03) Como as teorias biológicas do envelhecimento, tanto
estocásticas quanto não estocásticas, contribuem para nossa
compreensão do envelhecimento
RESPOSTA: O entendimento das teorias biológicas do
envelhecimento é essencial para abordar o envelhecimento
saudável e as condições relacionadas ao envelhecimento.
Resolução do estudo de caso
Como a transição demográfica afetou a situação de Maria no
Brasil?
RESPOSTA: Maria nasceu em uma época em que o Brasil estava
passando por altas taxas de natalidade e mortalidade. Hoje, o país
está em uma fase de rápido envelhecimento. A transição
demográfica no Brasil, que inclui a mudança de altas taxas de
natalidade e mortalidade para um rápido envelhecimento, afetou
significativamente a situação de Maria. Além disso, com o aumento
da população idosa, o país enfrenta desafios econômicos
relacionados ao aumento dos encargos com programas sociais e de
saúde para idosos, como aposentadorias e cuidados de saúde.
Esses desafios impactaram a disponibilidade de recursos para
atender às necessidades de saúde e bem-estar de Maria. Além
disso, o fato de a maioria da população idosa ser composta por
mulheres que frequentemente vivem sozinhas, como Maria, cria a
necessidade de cuidados especiais e adaptações na política pública.
Como a transição epidemiológica influencia a saúde de Maria?
RESPOSTA: A transição epidemiológica influencia a saúde de Maria,
uma vez que ela enfrenta doenças crônicas não transmissíveis,
como hipertensão e diabetes. Com a prevalência crescente dessas
condições na população idosa, Maria está em maior risco de
complicações de saúde. Os principais desafios incluem a
necessidade de tratamento contínuo, monitoramento de saúde e
prevenção de complicações. Os serviços de saúde devem criar
estratégias para atender às necessidades específicas dos idosos,
incluindo o gerenciamento eficaz de DANT, promoção de um estilo
de vida saudável e cuidados de saúde preventivos.
Como o envelhecimento afeta a saúde de Maria e quais são as
mudanças biológicas que ela pode experimentar?
RESPOSTA: O envelhecimento de Maria pode resultar em várias
mudanças biológicas no corpo. Isso pode incluir alterações na
composição corporal, como perda de massa muscular e aumento da
gordura corporal. Além disso, sistemas orgânicos, como o
cardiovascular e o nervoso, podem sofrer alterações funcionais.
Fatores como sexo, ambiente, estilo de vida e experiências de vida
influenciarão essas mudanças. Para Maria, a promoção de um
envelhecimento ativo e saudável é fundamental, envolvendo uma
alimentação saudável, prática regular de atividade física e o controle
de condições crônicas. Isso contribuirá para a manutenção de sua
qualidade de vida na terceira idade.
Dê o play!
Assimile
Transição demográfica no Brasil - Fonte: elaborada pela
autora
Transição Epidemiológica - Fonte: elaborada pela autora
Referências
MENDES, T. A. B. (org.). Geriatria e gerontologia. Manuais de
Especialização Einstein. Barueri: Manole, 2014.
NUNES, M. I.; SANTOS, M.; FERRETI, R. E. L (org.). Enfermagem
em Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2012.
PEREIRA, M. G. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2018
SANTOS, S. S. C. Concepções teórico-filosóficas sobre
filosóficas sobre envelhecimento, velhice, idoso e enfermagem
gerontogeriátrica. Revista Brasileira de Enfermagem - Reben,
Brasília, v. 6, n. 63, p. 1035-1039, dez. 2010. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/reben/a/9H43x4GWRnd8sJXHYpW6b8x/?
format=pdf&lang=pt. Acesso em: 18 out 2023 
https://www.scielo.br/j/reben/a/9H43x4GWRnd8sJXHYpW6b8x/?format=pdf&lang=pt
https://www.scielo.br/j/reben/a/9H43x4GWRnd8sJXHYpW6b8x/?format=pdf&lang=pt
TEORIAS
PSICOLÓGICAS DO
ENVELHECIMENTO
Aula 1
TEORIAS PSICOSSOCIAIS
DO ENVELHECIMENTO
Teorias Psicossociais do
Envelhecimento
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? Bons estudos!
Ponto de Partida
Olá, estudante! 
Nesta aula, você ficará por dentro de um assunto de grande
relevância para sua prática profissional. Compreender as teorias
psicossociais do envelhecimento é essencial para você, futuro
profissional, que deseja atuar nessa área da gerontologia que vem
crescendo e se mostrando promissora, pois traz consigo aspectos
importantes relacionados ao cuidado e à empatia com o idoso.
São muitas as teorias sociais utilizadas para estudar o fenômeno do
envelhecimento, e existe uma classificação em que elas são
subdivididas em gerações. As de primeira geração têm foco
prioritário no indivíduo e em seu ajustamento ao envelhecimento; já
as de segunda geração incluem a estrutura macrossocial em sua
análise, atribuindo a posição social dos idosos; por fim, as de
terceira geração procuram desvelar a maneira com que os níveis
micro e macrossocial interagem.
Para nortear nossos estudos, vamos partir da seguinte situação:
Imagine que você é um profissional de gerontologia que começou a
trabalhar na secretaria de saúde do seu município com o intuito de
criar medidas que auxiliem os idosos, além de buscar soluções e
auxiliar nas tratativas importantes relacionadas à população idosa.
Você, em seu primeiro dia de trabalho, recebeu a proposta de atuar
em um grande projeto que tem como objetivo buscar melhorias e
soluções para problemas psicossociais que atingem os indivíduos
durante o processo de envelhecimento, deixando-os
desestabilizados.
Você já tem uma ideia para o nome do programa implantado, que
será “programa de promoção à saúde no envelhecimento”, e suaprimeira ação será falar sobre as teorias do envelhecimento. Ao
aceitar esse desafio, você foi convidado a apresentar, em uma
reunião para o secretário da saúde, uma breve explicação do tema.
Tendo em mente a apresentação, como você explicará quais são as
teorias psicossociais do envelhecimento e os seus principais
aspectos? Agora é com você. O secretário da saúde espera ansioso
pela sua apresentação e por todo conteúdo que será passado.
Para podemos resolver essa situação, é importante que entendamos
quais são as modificações psicológicas que o paciente idoso está
passando no momento de sua vida, buscando fazer o acolhimento e
um possível auxílio quando necessário. Agora, mergulhe neste
universo de conhecimentos. 
Vamos lá!.
Vamos Começar!
Teoria do desengajamento
De acordo com Faria Junior (1991), a teoria do desengajamento
social tem sua origem na escola sociológica do funcionalismo.
Nessa perspectiva, o corpo social é entendido como uma extensão
do corpo biológico, operando da mesma maneira. Assim, o sistema
social tende a permanecer em equilíbrio e tudo que pode
desestabilizá-lo é tido como um elemento disfuncional. Visto desse
modo, o processo de envelhecimento seria acompanhado por uma
inevitável e mútua retirada ou por desengajamento, que resulta do
arrefecimento de interação estabelecido entre o idoso e outros
indivíduos do sistema social em que ele está inserido.
Essa “desistência” da pessoa idosa pode ser seletiva, manifestando-
se em relação à companhia de algumas pessoas e não de outras.
Considera-se que o progressivo processo de desengajamento
encaminha a pessoa a um tipo diferente de equilíbrio com a
sociedade, no qual há maior distanciamento em relação ao corpo
social como um todo.
Para explicar as relações do idoso com a sociedade por meio da
teoria do desengajamento social, algumas premissas devem ser
aceitas. Em primeiro lugar, os indivíduos e a própria sociedade se
preparam com antecedência para a morte por meio do afastamento
gradual e recíproco, o que diminui o envolvimento das partes. Nesse
sentido, a retirada do idoso do convívio social faz parte da
“funcionalidade” do corpo social – células deficientes são
substituídas, aos poucos, por células mais novas, o que conduz à
manutenção do equilíbrio do organismo. Dessa forma, é necessário
assegurar uma transferência, sem traumas nem distúrbios, da força
de produção e dos papéis sociais do idoso para o jovem.
A segunda premissa diz respeito a como o idoso deve encarar o
desengajamento funcional, uma vez que se diminui o leque de
atividades de que ele participa, restringindo os papéis mais “sérios”
em favor de atividades de lazer ou repouso. Em princípio, isso leva
ao bem-estar psicológico do idoso, já que as responsabilidades são
substituídas pelo aproveitamento do tempo livre da forma que
melhor lhe agrada.
Conclui-se que a teoria do desengajamento está diretamente
relacionada com a preparação para a morte, que será alegremente
aceita pelo idoso que renunciar aos seus papéis sociais para
aproveitar seus últimos anos, adaptando-se a uma velhice feliz, na
qual o peso dos compromissos anteriores cede lugar ao posto de
espectador privilegiado. Após o afastamento do trabalho, a perda
gradual de outros papéis, como de cônjuge, pai ou mãe e amigo, e o
declínio da possibilidade de realização das tarefas que faziam parte
de sua rotina vão conscientizando o indivíduo da diminuição de suas
capacidades e da necessidade de se preparar para a morte.
Mais recentemente, a teoria do desengajamento foi revista, levando
ao conceito de gerotranscendência. E não há modificações
fundamentais no cerne da teoria, mas essa corrente defende a
existência de processos psicológicos (além dos sociais) que
induzam o idoso a cortar, progressiva e voluntariamente, seus laços
com a sociedade, em introspecção importante na preparação para a
morte. A funcionalidade do desengajamento reside em sua utilidade
para a sociedade – uma vez que permite a criação de espaço para
pessoas mais jovens – e para o idoso, pois haverá tempo para que
ele se prepare para a morte. Nesse sentido, o afastamento da
sociedade e dos idosos seria recíproco, natural, espontâneo e
inevitável.
 
TEORIA DA ATIVIDADE
A teoria da atividade propõe um entendimento do processo de
envelhecimento diferente do da teoria do desengajamento social. De
certa forma, ela pode ser vista como uma reação à última, pois
fornece uma perspectiva de antienvelhecimento. Parte-se do
princípio de que os adultos de meia-idade e os idosos compartilham
necessidades sociais idênticas que são prejudicadas por eventos
associados à idade, tais como o declínio das capacidades
fisiológicas e as doenças. O envelhecimento bem-sucedido, logo, de
acordo com a teoria, é aquele em que se permanece ativo,
resistindo às forças que dificultam o envolvimento social. Isso
implica achar substitutos para os papéis sociais perdidos em função
de eventos como a aposentadoria ou a morte de entes queridos.
Nesse novo engajamento, a satisfação pessoal é a palavra de
ordem e todos os tipos de busca podem ser incluídos, formais ou
informais. Dessa forma, a aposentadoria se torna não o fim da vida
produtiva e o início da preparação para a morte, mas o começo do
desengajamento gradual das atividades cotidianas. Ela representa
uma promessa, um estágio importante na vida dos trabalhadores, no
qual as pessoas se liberam das restrições impostas pelo trabalho e
não têm impedimentos para exercer uma vida plena.
Em suma, o envolvimento social permanente pode ser considerado
o ponto central da teoria da atividade, mantendo-se os graus de
satisfação com a substituição dos papéis sociais. O desengajamento
não é visto como algo inexorável que faz parte do processo do
envelhecimento e sim como a consequência de intercorrências
fortuitas (doença, perda de poder aquisitivo etc.) que devem ser
combatidas individual e coletivamente.
A teoria da atividade influenciou e influencia os movimentos sociais
dos idosos e orienta iniciativas de intervenção visando a manter os
ASSIMILE
Note que, em nenhum momento, a teoria da atividade faz
referências à preparação para a morte. Essa teoria tem um
delineamento do que chamam de teoria diferencial do
engajamento e desengajamento; existe um vislumbre que a
aposentadoria não é apenas uma fase difícil da vida, mas
também uma oportunidade na qual se procura compensar as
atividades perdidas, bem como permite o engajamento (ou
reengajamento) em papéis e atividades que tiveram de ser
sacrificados em prol das exigências da vida profissional.
idosos ativos, especialmente por meio de programas de lazer ativo e
educação continuada.
As críticas feitas à teoria decorrem do fato de que, nem sempre, os
papéis alternativos oferecidos aos idosos investem em significação
cultural, de acordo com os valores dominantes. Esses papéis não
contribuem para o aumento da autoestima e do autoconceito dos
idosos. Alguns autores acreditam que atividades de lazer ou
recreação não compensam em absoluto, em termos psicológicos e
de percepção de inserção social, as atividades profissionais
interrompidas pela aposentadoria, mas existem casos em que
idosos se desengajam voluntariamente e mantêm o moral alto, fato
não explicado pela teoria da atividade.
Na verdade, apesar de o desengajamento progressivo das
atividades anteriores ser típico do processo de envelhecimento em
todas as culturas, pouco se sabe sobre a forma como papéis sociais
substitutivos (ou, por assim dizer, compensatórios) são incorporados
de forma impositiva ou espontânea. Além disso, dificilmente se pode
generalizar o impacto que esse processo tem sobre a estrutura
emocional e psicológica dos indivíduos, em todas as culturas, uma
vez que há muitas variáveis determinantes a serem controladas para
que todas as possibilidades sejam contempladas por quaisquer
proposições teóricas.
Siga em Frente...
Teoria da continuidade
A teoria da continuidade foi incialmente formulada como sendo uma
teoria geral do desenvolvimento, propondo a continuidade e a
estabilidade.Seu objetivo, hoje, é elucidar como as pessoas de
meia-idade e idosas conseguem manter suas preexistentes
estruturas internas (afeto, experiências, personalidade e
habilidades) e externas (atividades e papeis sociais exercidos
anteriormente, conhecimento do ambiente social e físico)
empregando conhecidas estratégias. Os principais aspectos da
teoria são: 
A continuidade interna abrange a memória que tem como
condição a preexistência de uma estrutura de ideias, afeto,
temperamento, disposições, habilidades e preferências.
A continuidade externa se mantém por atrações e pressões,
incluindo a continuidade cognitiva como fundamento para
manutenção de competência, domínio, autoestima e senso de
auto integridade. Ela também pode ser determinada por
necessidades básicas, como abrigo, alimentação, interação
entre pessoas e vestuário; envolve conhecimentos do ambiente
social e físico, de relações constituídas no exercício de papeis
sociais e atividades exercidas anteriormente. O idoso pode ser
motivado a manter continuidade externa devido ao desejo de
apoio social, expectativa de outros indivíduos e necessidade de
enfrentar as alterações nos papéis sociais com muita saúde
mental e física, tais como viuvez, aposentadoria e outros.
O indivíduo classifica, em três categorias, o grau de
continuidade de sua própria vida, sendo: baixa, ótima ou excessiva.
Na baixa continuidade, temos a insatisfação com a vida e a
dificuldade de adequação às condições de alteração. As alterações
podem ser tão imprevisíveis e rigorosas que estratégias pessoais,
experiências sociais e habilidades previas não apresentam tanta
utilidade para que ocorra sua adaptação. O idoso exibe ótima
continuidade quando o ritmo de alteração é lógico com suas
prioridades e demandas sociais, compreendendo uma linha que
permite enfrentar transformações. Nesse caso, preferências
anteriores, personalidade, experiências sociais e rede de relações
auxiliam para um melhor ajustamento. Quando o idoso caracteriza
sua vida como de excessiva continuidade, ele apresenta uma forma
previsível e desconfortável. Estratégias antecipadas são adequadas,
mas a vida é entendida como monótona, com falta de experiências
novas. 
Apesar do grande apelo que gira em torno dessa teoria, novas
pesquisas são necessárias para validá-la em partes ou totalmente.
Seus critérios observam que ela enfoca, especialmente, os
indivíduos e sua relação com os outros, não examinando se fatores
estruturais podem prevenir, constranger ou reforçar a continuidade. 
As principais limitações acerca dessa teoria são:
O conceito psicológico de continuidade abrange noção de
estilo devida, personalidade e preferências gerais, mas é
preciso abranger atitudes especificas, assim como crenças
intrapsíquicas sobre os outros e si próprio.
A teoria se apresenta como determinista ao assegurar que
linhas de personalidade ou estilos de vida antecipadamente
adotados afetam o indivíduo em todos os estágios posteriores
até sua velhice. Com essa perspectiva, os indivíduos são
delineados para envelhecer de maneira particular, sem outras
opções. 
Por ressaltar o ajustamento pessoal, a teoria vem sendo empregada
para o auxílio de profissionais no entendimento da complexidade
relacionada ao processo de adaptação que acontece ao se
envelhecer nas sociedades contemporâneas. Mostrando-se
importante ao ressaltar o significativo número de idosos que, por
desvantagens em estágios anteriores da vida, não desenvolveram
condições para obter a continuidade. Entre essas desvantagens,
temos: baixa renda, poucas relações sociais, baixo nível
educacional e alta mobilidade geográfica, que levam o idoso à
descontinuidade e a enfrentar, de modo negativo, o envelhecimento.
Vamos Exercitar?
Para alcançar um bom resultado durante a apresentação do projeto
denominado “programa de promoção à saúde no envelhecimento” e
responder à pergunta do secretário de saúde sobre quais são as
teorias psicossociais do envelhecimento e quais são seus principais
aspectos, você pode começar explanando a teoria do
desengajamento social, que tem sua origem na escola sociológica
do funcionalismo. Nessa perspectiva, o corpo social é entendido
como uma extensão do corpo biológico, operando da mesma
maneira; assim sendo, o sistema social tende a permanecer em
equilíbrio e tudo que pode desestabilizá-lo é tido como um elemento
disfuncional. 
Visto desse modo, o processo de envelhecimento é acompanhado
por uma inevitável e mútua retirada ou por desengajamento, que
resulta do arrefecimento de interação estabelecido entre o idoso e
outros indivíduos do sistema social em que ele está inserido. Essa
“desistência” do idoso pode ser seletiva, manifestando-se em
relação à companhia de algumas pessoas e não de outras. Já a
teoria da atividade propõe um entendimento do processo de
envelhecimento diferente do da teoria do desengajamento social; de
certa forma, ela poderia ser vista como uma reação à última, pois
fornece uma perspectiva de antienvelhecimento. Parte-se do
princípio de que os adultos de meia-idade e os idosos compartilham
necessidades sociais idênticas que são prejudicadas por eventos
associados à idade, tais como o declínio das capacidades
fisiológicas e as doenças. 
O envelhecimento bem-sucedido, então, é aquele em que se
permanece ativo, resistindo às forças que dificultam o envolvimento
social. Isso implica achar substitutos para os papéis sociais perdidos
em função de eventos como a aposentadoria ou a morte de entes
queridos. 
Por fim, a teoria da continuidade foi, incialmente, formulada como
sendo uma teoria geral do desenvolvimento, propondo continuidade
e estabilidade. Seu objetivo, hoje, é elucidar como as pessoas de
meia-idade e idosas conseguem manter suas preexistentes
estruturas internas (afeto, experiências, personalidade e
habilidades) e externas (atividades e papeis sociais exercidas
anteriormente, conhecimento do ambiente social e físico)
empregando conhecidas estratégias. 
Saiba Mais
Teorias e perspectivas sobre o envelhecimento: Para
ampliar seus conhecimentos, indicamos a leitura do artigo
científico, que traz um estudo bibliográfico com materiais
publicados por autores clássicos e contemporâneos a 
respeito das principais teorias psicológicas do
envelhecimento, mostrando suas diferenças e importância.
Acesse o artigo: TOMÉ, A. M.; FORMIGA, N. S. Teorias e
perspectivas sobre o envelhecimento: conceitos e
reflexões. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n.
7, p. 1-28, 2020.
 
Percepção dos idosos autônomos face ao seu próprio
envelhecimento: Além disso, indicamos a leitura deste
outro artigo científico de Mateus e Alves (2018), que aponta um
estudo que tem como base as teorias biopsicossociais do
envelhecimento, em que se objetiva analisar como os idosos
autônomos vivenciam o seu próprio processo de
envelhecimento, refletindo sobre ganhos e perdas em suas
vidas. 
Acesse o artigo: MATEUS, M. N.; ALVES, T. Percepção dos
idosos autônomos face ao seu próprio
envelhecimento. Eduser-Revista de educação, [S. l.], v. 10, n.
1,. 
Referências Bibliográficas
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P.; GONÇALVES, E. Evolução e
envelhecimento humano. São Paulo: Editora Saraiva, 2014.
Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978853651326
3/. Acesso em: 23 out. 2023.
COURA, D. MAXENIUC, S.; MONTIJO, K. Psicologia aplicada ao
cuidador e ao Idoso. São Paulo: Editora Saraiva, 2014. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978853651325
6/. Acesso em: 23 out. 2023.
FARINATTI, P. de T. V. Envelhecimento, promoção da saúde e
exercício: bases teóricas e metodológicas. Barueri: Editora Manole,
2008. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978852044374
3/. Acesso em: 23 out. 2023.
MALLOY-DINIZ, L. F.; FUENTES, D.; CONSENZA, R.
M. Neuropsicologia do envelhecimento. Porto Alegre: Grupo A,
2013. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978858271015
9/. Acesso em: 23 out. 2023.
MATEUS, M. N.; ALVES, T. Percepção dos idososautônomos face
ao seu próprio envelhecimento. Eduser-Revista de educação, [S.
l.], v. 10, n. 1, 2018. Disponível
em: https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/17805/1/Perce%c
3%a7%c3%a3o%20dos%20idosos%20aut%c3%b3nomos%20face
%20ao%20seu%20pr%c3%b3prio%20envelhecimento.pdf Acesso
em: 23 out. 2023
NERI, A. L. Desenvolvimento e envelhecimento: perspectivas
biológicas, psicológicas e sociológicas. 5. ed. Campinas: Papirus,
2001. Disponível
em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3295/pdf/0?
code=v+vN8eGOvEMcM1B+itOwlZZUhWmTdxB0XHvuSicoeFCV5T
SeZDmzSYw+narGUGurh5ceFsE8+HJiP1aLF3pEmw== . Acesso
em: 23 out. 2023.
TOMÉ, A. M.; FORMIGA, N. S. Teorias e perspectivas sobre o
envelhecimento: conceitos e reflexões. Research, Society and
Development, [S. l.], v. 9, n. 7, 2020. Disponível
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536513263/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536513263/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536513256/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536513256/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520443743/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520443743/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582710159/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582710159/
https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/17805/1/Perce%c3%a7%c3%a3o%20dos%20idosos%20aut%c3%b3nomos%20face%20ao%20seu%20pr%c3%b3prio%20envelhecimento.pdf
https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/17805/1/Perce%c3%a7%c3%a3o%20dos%20idosos%20aut%c3%b3nomos%20face%20ao%20seu%20pr%c3%b3prio%20envelhecimento.pdf
https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/17805/1/Perce%c3%a7%c3%a3o%20dos%20idosos%20aut%c3%b3nomos%20face%20ao%20seu%20pr%c3%b3prio%20envelhecimento.pdf
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3295/pdf/0?code=v+vN8eGOvEMcM1B+itOwlZZUhWmTdxB0XHvuSicoeFCV5TSeZDmzSYw+narGUGurh5ceFsE8+HJiP1aLF3pEmw==
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3295/pdf/0?code=v+vN8eGOvEMcM1B+itOwlZZUhWmTdxB0XHvuSicoeFCV5TSeZDmzSYw+narGUGurh5ceFsE8+HJiP1aLF3pEmw==
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3295/pdf/0?code=v+vN8eGOvEMcM1B+itOwlZZUhWmTdxB0XHvuSicoeFCV5TSeZDmzSYw+narGUGurh5ceFsE8+HJiP1aLF3pEmw==
em: https://www.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/4589/4302 
Acesso em: 23 out. 2023. 
Aula 2
FATORES DETERMINANTES
PSICOLÓGICOS I
Fatores determinantes
psicológicos I
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? Bons estudos!
Ponto de Partida
Olá, estudante!
https://www.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/4589/4302
Nesta aula, você ficará por dentro de um assunto de grande
relevância para a sua prática profissional. A compreensão dos
fatores determinantes psicológicos é fundamental para que possa
exercer o trabalho com respeito e cuidado com o idoso, uma vez
que poderá atuar na área da gerontologia.
O processo de envelhecimento psicológico é inevitável, mas a forma
como cada indivíduo encara a vida torna esse processo mais ou
menos danoso. Ele está́ associado à redução e alteração psíquica,
que podem resultar em dificuldade de adaptação, mas cada pessoa
responderá de uma forma a essas adaptações e aos novos papéis
dentro da família e da sociedade. Portanto, o profissional deve ter
em mente que observar seu paciente idoso e tentar se colocar em
seu lugar é a forma mais clara de compreender o que ele está
passando e como ele pode ser ajudado.
Para tanto, utilizaremos a seguinte situação: Imagine a seguinte
situação: você é um profissional de gerontologia que começou a
trabalhar em uma clínica voltada à saúde do idoso com o intuito de
trabalhar com medidas que auxiliem os indivíduos que estão
passando pela fase do envelhecimento e sentindo dificuldades em
encarar a situação. Você recebeu, em seu primeiro dia de
atendimento, a paciente Betânia, 65 anos, que se queixou de, nos
últimos meses, estar esquecendo o nome das pessoas e outras
informações importantes, como datas de nascimento, telefones e
endereços; além disso, ela disse que a maioria das pessoas de seu
convívio anda debochando de seus esquecimentos e dizendo a ela
que precisa ir para um lar de idosos. Se não bastasse tudo isso, ela
está com debilidade de movimento para caminhar, pois sofreu uma
lesão no joelho, e você, como profissional solícito e preocupado com
a saúde da paciente, tentou, ao máximo, colocar-se na posição dela
e verificar formas de auxiliá-la. Com base em todo esse contexto de
atendimento, a paciente o questionou sobre os fatores
determinantes psicológicos que ela está enfrentando no seu
processo de envelhecimento. Agora, é com você. 
Vamos auxiliá-la?
Vamos Começar!
Aspectos cognitivos
Entende-se por cognição os aspectos ligados às capacidades
mentais do pensamento. No que diz respeito à área cognitiva, o
declínio cognitivo ocorre como um aspecto normal do
envelhecimento. Já em relação às habilidades cognitivas, é notório
que, dos 65 anos aos 75 anos, algumas das mudanças cognitivas
são sutis ou até́ inexistentes, como é o caso do conhecimento de
vocabulário, entretanto, ocorrem declínios importantes nas medidas
que envolvem velocidade ou habilidades não exercitadas. É preciso
levar em consideração que a individualidade biológica é
determinante na vida do idoso, considerando que essa etapa é o
resultado de estímulos sofridos e de decisões tomadas ao longo da
vida. A natureza exata dessas mudanças, no entanto, é
desconhecida pelo mundo científico, e dificuldades relacionadas à
linha que separa esse declínio de possibilidades de uma possível
demência são imperceptíveis, principalmente por não haver, ainda,
uma referência consistente frente à demanda nessa faixa etária.
O declínio na área da saúde mental no idoso não é típico da terceira
idade; além disso, a doença mental é mais comum no adulto jovem
do que no adulto mais velho. Na velhice, o indivíduo, efetivamente,
continua a adquirir novas informações e habilidades, bem como
ainda é capaz de lembrar e usar bem aquelas habilidades que já
conhece. Assim sendo, o início da senescência pode variar, e esse
fato pode ser justificado pela teoria biológica do envelhecimento e
pela teoria de programação genética.
Na teoria biológica leva-se em consideração o declínio e a
degeneração da função e da estrutura dos sistemas orgânicos e das
células; já́ na teoria da programação genética, supõe-se que o
indivíduo seja geneticamente programado do nascimento até a
morte, ou seja, o tempo de vida, de acordo com essa programação,
ASSIMILE
Em geral, relaciona-se a perda ou falha de memória aos sinais
de envelhecimento. Existe uma área não especificada de
diagnóstico envolvendo a perda gradativa da atividade
cognitiva, ou seja, uma lentificação natural das atividades
como um todo (senescência) daquela relacionada a
problemas de demência (senilidade).
deve conciliar as necessidades da reprodução e o não
sobrecarregamento do meio ambiente com excesso de população.
Ao falarmos de aspectos cognitivos, devemos lembrar que um dos
principais déficits cognitivos é a perda da memória, que afeta mais
de 62% dos idosos. Essa perda consiste em uma dificuldade na
memória recente, ou seja, o idoso tem as recordações do passado
muito vivas, porém apresenta dificuldades em reter novas
informações e, ao mesmo tempo, processá-las.
 
Aspectos de percepção
Quando se discute envelhecimento, deve-se ter em mente que se
trata de um processo inerente ao indivíduo e que cada um
ASSIMILE
Resumidamente e a partir dessas duas teorias, pode-se dizer
que a programação genética pode limitar a duração máxima
da vida, mas fatores biológicos podem afetar como esse
indivíduo vai viver sua velhice, afinal, seu corpo já́ começa a
apresentar dificuldades de funcionamento. Acredita-se que
nos idosos considerados saudáveis, as mudanças no cérebro,
geralmente, são modestas e fazem pouca diferença no
funcionamento. Olhandosobre a ótica da teoria biológica,
quando existe um problema relacionado ao sistema nervoso
central, essa dificuldade de funcionamento pode afetar a
cognição, podendo interferir na capacidade de aprender e
lembrar. O processamento mais lento de informações pode
fazer com que pessoas com mais idade não entendam quando
informações são apresentadas muito rapidamente ou sem
muita clareza.
envelhecerá à sua maneira. Da mesma forma que o processo de
envelhecimento é singular, o sentimento e a percepção que ele terá
em relação aos eventos e às transformações transcorridas ao longo
de uma vida também serão únicos.
Diante desse processo, o indivíduo pode assumir diferentes
psicodinamismos, que são:
Adaptação.
Regressão.
Isolamento.
Negação da realidade.
A adaptação representa o equilíbrio que deve existir entre a
assimilação ou a incorporação do meio ao eu, ou seja, quando o
indivíduo sente que entende, transforma e incorpora o resultado de
sua interação com o meio e acomoda seu eu ao contexto; já a
regressão é a renúncia do sujeito aos seus interesses; o isolamento
manifesta-se com o distanciamento do indivíduo de suas vivências
afetivas; e, por fim, a negação se caracteriza pela não aceitação da
realidade, em que o sujeito tende a negar sua existência.
A percepção depende das expectativas e do conhecimento prévio de
quem percebe, bem como das informações disponíveis no próprio
estímulo. A percepção do indivíduo perante um fato ou um estímulo
depende de como ele recebe e interpreta esse estímulo e dos
recursos que dispõe para isso, logo, a percepção varia de um
indivíduo para outro. No que se refere à percepção do
envelhecimento humano, muitas vezes, a velhice pode caracterizar-
se por uma impossibilidade que um indivíduo tem de se perceber no
antes e depois diante das transformações sofridas e das perdas no
decorrer da existência. Isso pode ocasionar, no idoso, um
sentimento de estar sempre sofrendo perdas repetitivas com relação
a sua imagem corporal, à identidade socioprofissional (nos casos de
aposentadoria) e a pessoas e objetos amados. Essas perdas podem
desencadear a sensação de que a morte está́ próxima e de que ele
não possui mais razão nem energia para levar seus sonhos adiante.
Existe um grande paradoxo que influencia a concepção individual de
velhice e que ocorre quando o indivíduo se vê fisicamente
envelhecido, mas sente-se mental e emocionalmente acrescido.
Durante o envelhecimento, alguns aspectos em relação ao corpo
são observados pelo idoso, como o fato de não mais responder aos
comandos de antes, gerando uma baixa autoestima e prejudicando
sua qualidade de vida.
As patologias quando associadas à velhice acabam por representar
imagens negativas dessa fase, mas isso depende do contexto
sociocultural em que os idosos estão inseridos, posto que o
envelhecimento e a velhice são processos sociais e culturalmente
construídos. Mas quando são focadas as histórias de vida, imagens
bem mais positivas do envelhecimento aparecem. Para alguns
idosos, mesmo com a presença de doença, a velhice pode se
caracterizar como um momento bom, de felicidade, devido ao
convívio familiar com filhos e netos, assim como a autonomia na
realização de atividades, que é algo muito prazeroso para eles.
O estigma do envelhecimento associado às doenças, às perdas e à
incapacidade que os outros indivíduos apresentam acerca da
velhice, na grande maioria das vezes, é absorvido pelo próprio
idoso, mas alguns idosos não se enxergam como velhos, pois não
acreditam fazer parte desse estigma proposto por outros indivíduos.
Siga em Frente...
Processos mentais
Para compreender o funcionamento da memória no envelhecimento,
é preciso considerar aspectos teóricos, bem como de ordem prática.
Existem quatro principais enfoques teóricos que tentam justificar a
diminuição da memória no idoso:
Declínio na velocidade do processamento: a lentidão do
comportamento na velhice é um tema amplamente aceito e
bem documentado. A noção básica é que a diminuição na
velocidade dos processos mentais está presente na maioria
dos comportamentos do idoso, ou seja, o seu comportamento é
lento e, algumas vezes, ineficiente. Portanto, presume-se que o
rebaixamento no desempenho da memória não seja atribuído a
perturbações da memória per se senão a uma deficiência
generalizada na velocidade do processamento das
informações, podendo interferir direta ou indiretamente no
tempo de processamento de uma sequência de operações
mentais complexas.
Recursos reduzidos no processamento: um ponto de vista
um tanto diferente sugere que o envelhecimento é
acompanhado por uma diminuição nos recursos atencionais
disponíveis para o processamento cognitivo. Um pressuposto
subjacente à perspectiva de recursos reduzidos é que a
atenção é necessária para se realizar tarefas cognitivas, e
tarefas difíceis exigem mais capacidade de atenção do que
tarefas mais simples. Assim, a redução dos recursos
atencionais associados à idade interfere na capacidade dos
idosos de realizar, cognitivamente, processos exigentes, como
as operações de codificação e/ou elaboração de estratégias de
recuperação de informação, relevantes nos processos de
aprendizagem.
Déficits inibitórios relacionados à idade: idosos podem ser
menos eficientes na inibição de representações parcialmente
ativadas, e a função inibitória é importante para, pelo menos,
três processos relevantes na memória. Em primeiro lugar,
fornece o controle sobre o acesso à memória operacional,
restringindo o acesso à informação relevante para o
desempenho da tarefa; em segundo lugar, apoia a supressão
do excesso de informações; e, em terceiro lugar, prevê a
contenção de respostas situacionalmente inadequadas.
Diminuição no controle cognitivo: esse enfoque engloba a
combinação dos elementos “b” e “c”; assim, propõe que os
idosos sofrem de deficiência no controle executivo do
processamento cognitivo devido aos recursos reduzidos e aos
déficits inibitórios. Essa noção se baseia fortemente nas
diferenças entre o processamento automático (que requer
pouca capacidade de atenção e ocorre sem intenção) e o
processamento controlado (focado conscientemente,
controlado e que exige intenção). O processamento automático
é assumido como imune aos efeitos do envelhecimento,
enquanto o controlado declina com o avanço da idade.
De forma geral, no envelhecimento, os processos mentais de
memória podem ser afetados, seja por déficits na iniciação do
processamento cognitivo comumente observado na etapa de
codificação da informação, seja na procura estratégica para a
recuperação da informação, os quais, muitas vezes, são afetadas
pela diminuição dos processos de inibição de informações
irrelevantes. Portanto, existe a possibilidade de os enfoques
anteriormente expostos explicarem, de certa forma, o papel da idade
no declínio da memória e quais medidas podem ser tomadas para
auxiliar o idoso em processos mentais relacionados ao
envelhecimento.
Vamos Exercitar?
Para alcançar um bom resultado durante o atendimento e responder
ao questionamento da paciente Betânia sobre quais os fatores
determinantes psicológicos que ela está enfrentando no decorrer do
seu envelhecimento, você pode começar explanando, de forma
sucinta, que os fatores determinantes psicológicos no
envelhecimento são: aspectos cognitivos, em que um dos principais
déficits cognitivos é a perda da memória; aspectos de percepção: a
percepção depende das expectativas e do conhecimento prévio de
quem percebe e das informações disponíveis no próprio estimulo; e
processos mentais: em que o indivíduo sofre com o declínio na
velocidade do processamento, os recursos reduzidos no
processamento, os déficits inibitórios relacionados à idade e a
diminuição do controle cognitivo.
Saiba Mais
A percepção dos idosos sobre aspectos psicossociais na
velhice: Para ampliar seus conhecimentos, indicamos a leitura
de um artigo que traz um estudo que propõe investigar e
compreender, de forma exploratória, a percepção dos idosos
quanto aos aspectos psicossociais da velhice. Acesse o
seguinteartigo: GONÇALVES, A. C. et al. A percepção dos
idosos sobre aspectos psicossociais na velhice: um estudo no
centro urbano de Belo Horizonte. Pretextos - Revista da
Graduação em Psicologia da PUC Minas, [S. l.], v. 5, n. 10, p.
101-115, jul./dez. 2021.
Um olhar sobre o processo do envelhecimento: Além disso,
indicamos a leitura de outro artigo científico que aponta um
estudo que buscou conhecer como os idosos representam a
velhice por meio de sua percepção do processo de
envelhecimento. Para ter acesso, pesquise por: JARDIM, V. C.
F. da S.; MEDEIROS, B. F. de; BRITO, A. M. de. Um olhar
sobre o processo do envelhecimento: a percepção de idosos
sobre a velhice. Revista brasileira de geriatria e gerontologia,
[S. l.], v. 9, n. 2, p. 25-34, maio/ago. 2006..
Referências Bibliográficas
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funcionamento adaptativo e psicopatológico. 2015. Dissertação
(Mestrado em Psicologia – Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2015. Disponível
em: http://tede2.pucrs.br/tede2/bitstream/tede/911/1/467001.pdf.
Acesso em: 23 out. 2023.
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BRUNA, M. H. V.; SOARES, A. M. Memória dos idosos |
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IRIGARAY, T. Q.; SCHNEIDER, R. H. Característica da
personalidade e depressão em idosas da universidade da terceira
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JUNQUEIRA, D. S. P. Dimensão depressiva da personalidade e
auto-percepção do envelhecimento em idosos. 2010.
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https://www.redalyc.org/pdf/679/67945904007.pdf
https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/memoria-dos-idosos-entrevista/
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https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/32432/1/2018_WladimirRodriguesdaFonseca.pdf
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Lisboa, 2010. Disponível
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MELO, V. R. M. Envelhecimento e perda de memória: como travar
o declínio cognitivo? 2019. Dissertação (Mestrado em Medicina) –
Universidade da Beira Interior, Covilhã, 2019. Disponível
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MOTA, C. R. O papel do profissional gerontologo bacharel na
percepção de outros profissionais da saúde de São Caetano do
Sul. São Paulo, 2018. Dissertação (Mestrado em Ensino em Ciência
da Saúde) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de
São Paulo, São Paulo, 2018. Disponível
em: https://repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/51819/tese
_244_cristiane_mota.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 23
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NESPOLLO A. M. et al. Health Conditions and Memory
Performance: a study with older adult women. Rev Bras Enferm.,
[S. l.], v. 70, n. 3, p. 640-646, maio/jun. 2017. Disponível
em: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0529. Acesso em: 23
out. 2023.
PINTO. A. S. R. Personalidade, resiliência e atitudes face ao
envelhecimento em idosos do meio urbano e meio rural. 2015.
Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Faculdade de Psicologia,
Universidade de Lisboa, Lisboa, 2015. Disponível
em: https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/23139/1/ulfpie047670_t
m.pdf. Acesso em: 23 out. 2023.
PRADO, M. A. et al. Envelhecimento e memória: foco na doença de
Alzheimer. Revista USP, São Paulo, n. 75, p. 42-49, set./nov. 2007.
Disponível
em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/13619. Acesso
em: 23 out. 2023.
RAMOS, L. A. Mudança de paradigma na saúde e conceito de
capacidade funcional. In: RAMOS, L. R.; CENDOROGLO, M.
https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/2796/1/ulfp037555_tm.pdf
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https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/8854/1/6844_14618.pdf
https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/8854/1/6844_14618.pdf
https://repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/51819/tese_244_cristiane_mota.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/51819/tese_244_cristiane_mota.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0529
https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/23139/1/ulfpie047670_tm.pdf
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2011. p.1-8.
SANTOS, I. S. dos. Envelhecimento ativo e características de
personalidade em idosos portugueses. 2013. Dissertação
(Mestrado em Psicologia) – Universidade Católica Portuguesa,
Porto, 2013. Disponível
em: https://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/17185/1/Disserta%
C3%A7%C3%A3o.ines.santos.pdf. Acesso em: 23 out. 2023.
WANDELL, M. Vida interior: psicanálise e desenvolvimento da
personalidade. São Paulo. Blucher, 2018.
YOKOMIZO, J. E. Estimulação cognitiva de idosos. 1. ed. Barueri:
Manole, 2020.
Aula 3
FATORES DETERMINANTES
PSICOLÓGICOS II
Fatores determinantes
psicológicos II
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? Bons estudos!
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Ponto de Partida
Olá, estudante!
Você está envelhecendo neste instante, e não importa o quanto
você se cuida, o processo do envelhecimento começou assim que
você nasceu e vai continuar até a sua morte. A boa notícia é que
estamos morrendo cada vez mais tarde e a medicina e os avanços
em várias áreas do conhecimento permitem que vivamos mais e até
melhor. 
É fato, contudo, que o processo de envelhecimento tem perdas; já
não conseguimos fazer tudo o que fazíamos e nem mesmo
conseguimos lembrar do que fazíamos. A memória, entre tantas
outras funções, também sofre com o envelhecimento.
Para compreender melhor os conceitos, imagine que você assumiu
a responsabilidade de cuidar de um idoso, o Sr. Carlos, de 73 anos,
com um processo inicial de Alzheimer. O Sr. Carlos começou a se
esquecer de pequenas coisas do dia a dia;além disso, costuma
repetir as histórias como se nunca as tivesse contado.
O Sr. Carlos teve duas filhas, mas Ofélia, infelizmente, faleceu há 3
anos e Ana faz de tudo para cuidar do pai; mesmo trabalhando
muito, costuma levá-lo ao geriatra, contudo, nesta última consulta,
não pôde levá-lo e pediu a você que acompanhasse seu pai. Você
nunca havia levado o sr. Carlos ao médico, mas não se omitiu de
fazê-lo. No consultório do médio, o paciente começou a contar uma
história para o doutor e para você, que, prontamente, posicionou-se:
— S. Carlos, o Sr. já me contou essa história muitas vezes. O
médico, certamente, não quer ouvir e eu já ouvi ontem e ainda
hoje o Sr. repetiu.
Sr. Carlos ficou meio atordoado e logo perguntou pela filha Ofélia.
Você não titubeou e logo respondeu:
— Ela morreu! Não se lembra?
O médico, ao ver a cena, pediu licença para lhe explicar a melhor
forma para tratar a situação. O que você está fazendo de errado?
Há outras maneiras de lidar com a perda da memória dos idosos de
forma geral? E no caso do Sr. Carlos, o que fazer?
Quando se trata do tema do envelhecimento, é necessário ter um
olhar voltado para a possibilidade de retardar as consequências
deste processo e buscar uma velhice sadia. Então, vamos entender
como? 
Vamos lá! 
Vamos Começar!
Memória
Segundo o IBGE (2013), a expectativa de vida de um brasileiro, em
2012, era de 74 anos; em 2016, passou para 75,8 anos; e em 2019,
chegou a 76,6 anos. Contudo, em 2022, há a previsão de queda da
expectativa, comprometendo em média anos.
Até 2025, o Brasil estará posicionado no sexto lugar em relação à
população senil mundial; serão mais de trinta milhões de pessoas
acima de 60 anos. Para 2050, há estimativas de que a população
idosa representará 22,71% dos brasileiros.
A população está envelhecendo mais e melhor, ou seja, estamos
envelhecendo de forma mais saudável. Um estudo nos Estados
Unidos demonstrou, ao acompanhar uma população de idosos entre
65 e 74 anos por sete anos, que 90% não apresentavam queixas de
incapacidades e 40% dos idosos com mais de 80 anos ainda
estavam plenos funcionalmente.
Faz-se importante desmistificar que o envelhecimento se dá de
forma automática. Isso não é verdade. A velhice não chega ao
atingirmos o marco cronológico de 60 anos, pois o envelhecimento é
processual, estamos envelhecendo diariamente, desde o nosso
nascimento (MOTA,2018).
Do mesmo modo, a perda de memória não é uma certeza para o
idoso; é possível chegar aos 80 anos recordando-se tanto do
passado quanto da memória recente (SOARES,2011). A perda de
memória não é um fator inseparável ao avanço da idade, pois a
memória recente é facilmente perdida na atualidade se
considerarmos a modernidade e as armadilhas virtuais.
Estamos cada vez mais desatentos e impregnados de estímulos
multissensoriais, contudo, o comprometimento da memória é um
tema de alta relevância para a compreensão do processo de
envelhecimento. Entretanto, mesmo considerando o envelhecimento
saudável e natural do indivíduo, já é esperada a perda cognitiva e o
declínio de algumas funções. Assim, as doenças degenerativas têm
sua incidência aumentada com o avanço da idade, inclusive as que
são consideradas demências, logo, é necessário separar a
distração, o stress e a desatenção da síndrome demencial. Cerca de
30% dos casos de queixa de memória podem se apresentar como
uma demência, nesse caso, o prejuízo não se dá apenas na
memória, mas também em outras funções (SOARES, 2011).
As conexões neurais (Figura 1) são formadas em determinadas
áreas cerebrais, o que ocorre ao guardarmos recordações e
vivências, assim como quando aprendemos um novo instrumento
musical, por exemplo (SOARES,2011)
A doença de Alzheimer é uma das doenças que mais prejudicam a
memória e tem sua incidência aumentada. Mais de 50% da
população tem a doença se considerarmos os idosos com mais de
90 anos (SOARES, 2011). Para Izquierdo (2018), somos o que
lembramos, pois, a memória que guardamos caracteriza quem
somos, o que vivenciamos e o que sentimos, por esse motivo, o
quadro pode ser desastroso. 
Esse quadro apresenta o comprometimento de muitas funções
mentais e, certamente, será notado pelos familiares e pelo próprio
paciente, trazendo prejuízo nas atividades rotineiras e no seu
cotidiano (IZQUIERDO, 2018). As principais características do
Alzheimer estão dispostas na Figura a seguir:
Figura 1: Principais características da Doença de Alzheimer -
Fonte: Elaborada pela autora
Personalidade
As mudanças ocorridas na velhice são multifatoriais; as alterações
são de ordem biológicas, sociais e psicológicas, mas não podem
ser entendidas como um atestado de incapacidade. Se
considerarmos que a energia, o pique na velhice não é o mesmo de
outras fases da vida, pois o corpo já não responde a todos os
comandos do cérebro e que é possível ter uma velhice positiva e
saudável, uma dúvida se estabelece: por que nem todos chegam a
essa condição de saúde apesar da idade avançada?
A personalidade do idoso tem uma grande influência no atingimento
desse bem-estar no envelhecimento; ela é o que diferencia um
indivíduo do outro (PINTO, 2015). Para alguns autores,
personalidade é uma organização não estática de sistemas físicos e
psicológicos que influenciam pensamentos, emoções e
comportamentos. Assim, a personalidade é um fator preponderante
enquanto recurso para que o indivíduo se adapte às novas situações
adversas que a longevidade impõe. Ela pode se constituir enquanto
instrumento para a resiliência face às alterações físicas, sociais e
psicológicas e para constituir capacidade de formação de novos
hábitos e atitudes positivas frente ao envelhecimento.
A depressão na velhice tem relação direta com os fatores da
personalidade. A saúde, a qualidade de vida na velhice e a
longevidade são influenciadas pelos aspectos da personalidade.
(IRIGARAY; SCHNEIDER, 2007). Por exemplo: indivíduos mais
esperançosos e otimistas acabam apresentando melhores níveis de
saúde e menor risco de mortalidade na velhice, bem como mais
humor e positividade, que revertem-se em mais saúde. Em
oposição, os indivíduos mais pessimistas são mais suscetíveis à
depressão e a problemas demenciais (IRIGARAY; SCHNEIDER,
2007).
Os relacionamentos interpessoais mantidos pelos idosos são de
grande importância para essa positividade. A convivência salutar é
extremamente benéfica para o idoso, pois mantém sua qualidade de
vida e seu equilíbrio emocional.
Pesquisas já foram realizadas demonstrando que hábitos familiares
advindos de uma cultura introjetada, como uma herança oriunda dos
antecedentes, como gostar de festas, respeitar os outros e ter
amigos, acabam por influenciar o comportamento dos longevos.
Indubitavelmente, os idosos estão muito mais vulneráveis ao
estresse e à depressão se comparados com a população de outras
faixas etárias.
Para alguns autores, há uma classificação mais recente dos tipos da
depressão tendo em vista o seu caráter relacional com as
experiências vivenciadas e sua natureza. A depressão pode
ser dependente ou analítica e introjetiva (também denominada de
autocritica). A depressão analítica é mais voltada para questões
consideradas como interpessoais, como abandono, solidão e
relacionamentos; já a outra está mais ligada a fatores como
autoestima, realização pessoal e a sentimentos como fracasso e
arrependimento.
Figura 3: Principais sintomas atribuídos a um quadro de depressão - Fonte:
Elaborado pela autora.
Siga em Frente...
Caracterização do idoso de acordo
com a personalidade
O desenvolvimento humano jamais cessa, a capacidade de
aprendizagem e o crescimento humano não têm limites, contudo, as
últimas décadas da vida parecem testar o amadurecimento humano.
O crescimento emocional será ameaçado pelo estado mental que
fora estabelecido nos anos anteriores, estando ligado diretamente a
como se é capaz de suportar a perda, o luto, a dor, a ausência e a
decepção, principalmente por, nessa fase da vida, haver uma
tendência natural a esses eventos. Além disso, o Self terá de
suportarnão só esses episódios, mas também a contemplação da
própria morte.
Há várias teorias que integram essa capacidade de adaptabilidade
na situação da velhice à personalidade do indivíduo idoso
(WADDELL,2018); os primeiros estudos identificaram que a
personalidade se torna mais rígida com o passar dos anos.
Recentemente foi demonstrado que há um assentamento, uma
consolidação, permanecendo a personalidade existente na vida
adulta. Ou seja, a personalidade atrelada aos papéis sociais que
assumimos, os níveis de atividade que desenvolvemos e o grau de
satisfação com a vida vão desenhar a nossa forma de envelhecer.
A teoria dos cinco fatores (CGF), que ficou conhecida como BIG
Five, é um dos modelos mais aceitos (WADDELL,2018). Criada na
década de 1930, Mc Dougall propôs a teoria dos cinco fatores
baseando-se no modelo anterior conhecido como a teoria dos traços
que relacionava os aspectos dos comportamentos concretos e
conscientes que poderiam ser descritos por meio de um conjunto de
palavras (FONSECA,2018).
O Big Five é empregado em vários contextos, inclusive no mundo
organizacional, e ajuda a explicar como e por que as pessoas se
comportam de determinada maneira. Um dos pontos fortes dessa
teoria é ser universal, adaptando-se independentemente da cultura.
Assim, existe 5 fatores da personalidade big five: neuroticismo,
extroversão, amabilidade, consciosidade e abertura. 
O Neuroticismo é uma característica que está ligada à
vulnerabilidade e deixa o indivíduo mais inseguro e propenso a ter
dificuldades em tomar decisões. A irritabilidade, as condutas
arriscadas, como abuso de álcool ou drogas, e a hostilidade com os
animais está ligada aos elevados níveis de neuroticismo. 
Os indivíduos que têm facilidade de manter relações interpessoais,
que se mantêm mais ativos, expressam-se de forma mais alegre e
amam diversão são mais sociáveis e têm a característica da
extroversão. Já a amabilidade diz respeito às pessoas mais
agradáveis, mais propensas à generosidade e ao altruísmo;
normalmente, são pessoas mais comprometidas a viver em
sociedade e auxiliar as pessoas. 
A realização ou a conscienciosidade está ligada a características
como foco. Pessoas com essa particularidade são mais
organizadas, ambiciosas, voltadas ao trabalho e persistentes. Em
contrapartida, os níveis baixos de conscienciosidade levam os
indivíduos a ser mais desleixados, negligentes com seus objetivos.
A abertura demonstra o quanto o indivíduo está predisposto a novas
experiências ou a interesses por atividades artísticas e sociais.
Geralmente, são pessoas mais curiosas, críticas e criativas.
Indivíduos com pouca abertura acabam, em contrapartida, sendo
mais rígidos e convencionais (FARINA et al., 2016).
Vamos Exercitar?
A doença Alzheimer tem a característica de prejudicar a memória do
doente. Normalmente, a memória recente é a mais prejudicada, e
colocar em xeque o paciente, fazendo-o perceber que está errado,
pode não ser adequado e desestabilizar o idoso. Ser acolhedor, ter
jogo de cintura e dizer que a pessoa pela qual ele pergunta chegará
são atitudes que provocam um impacto bem mais positivo, assim
como ouvir atentamente a história que ele tem para contar, ainda
que seja pela décima vez. 
Saiba Mais
Vídeo sobre os cuidados com o envelhecimento: O
envelhecimento pode ser saudável, e não há um marcador
biológico para ele, pois, em verdade, é um processo contínuo,
que se inicia no nascimento. Neste vídeo, Drauzio Varella
demonstra que os cuidados com o envelhecimento devem ser
tomados desde a juventude.
Longeviver: No portal do envelhecimento e Longeviver você
encontrará uma coletânea de poemas sobre a temática do
envelhecimento
Indicação de filme: Fica aqui a dica: o filme Diário de uma
paixão é um belo romance que traz a história de um amor
esquecido em virtude da doença Alzheimer. 
Referências Bibliográficas
FARINA, M. Personalidade em idosos: relações com o
funcionamento adaptativo e psicopatológico. 2015. Dissertação
(Mestrado em Psicologia – Pontifícia Universidade Católica do Rio
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YOKOMIZO, J. E. Estimulação cognitiva de idosos. 1. ed. Barueri:
Manole, 2020.
Aula 4
FATORES DETERMINANTES
PSICOLÓGICOS III
Fatores determinantes
psicológicos III
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? Bons estudos!
Ponto de Partida
Olá, estudante!
A partir de agora, você iniciará um estudo mais aprofundado para a
compreensão da afinidade e sua importância para a socialização do
idoso e a repercussão que tem para a autoestima. Estar bem
consigo mesmo e adaptado às mudanças múltiplas impostas pelo
avançar dos anos e, mesmo assim, feliz, sem se isolar do mundo e
compreendendo que, mesmo face às limitações características da
idade, é possível levar uma vida saudável, inclusive sexualmente.
Para tanto, vamos partir da seguinte situação-problema: Você acaba
de ser contratado como técnico de enfermagem por uma instituição
de longa permanência para idosos. A instituição deposita muita
expectativa em você, recém-chegado e, certamente, cheio de ideias,
porque a equipe multidisciplinar tem percebido uma queda na
autoestima dos internos após o início da pandemia. Diante disto,
você deverá pensar juntamente com a equipe que já trabalha na
instituição algumas questões, por exemplo: O que você poderá
propor para elevar a autoestima dos idosos? Quais atividades
podem ser realizadas? O que é preciso para colocar essas ideias
em prática?
Importante destacar que os profissionais que trabalham diretamente
com a população idosa têm o dever de serem um colo que acolhe. É
preciso gostar de pessoas genuinamente e estar comprometido com
elas. Por este motivo, é importante que você se capacite e busque
aprimoramento constante. Assim, você vai longe! 
Vamos Começar!
Afetividade
Alguns autores admitem a dificuldade que envolve o envelhecimento
e chegam a apontar uma polarização, tendo, de um lado, esta etapa
da vida envolta em uma áurea de maturidade e sabedoria e, do
outro, uma crise complexa (OLIVEIRA; PASIAN; JACQUEMIN,
2001). O indivíduo sente-se sem perspectiva e se angustia com o
futuro incerto, diminuído, e perde sua própria identidade. O idoso
saudável de forma integral necessita estar amparado nos aspectos
de saúde física e mental, autonomia do seu dia a dia, independência
econômica e suporte familiar.
Inseridos na sociedade, a dinâmica da vida cotidiana exige que
assumamos vários papéis (conforme a Figura 1), que moldam a
nossa personalidade. A junção das predisposições hereditárias com
a escolha dos nossos comportamentos, do meio ambiente e os
vínculos determinam nossa personalidade (NERY, 2014).
Figura 1: Tipos de papéis - Fonte: elaborada
pela autora.
A afetividade tem relação com os vínculos que estabelecemos, e os
papeis que desempenhamos relacionam-se àqueles que formamos
e com a qualidade que eles possuem. Os vínculos podem ser de
vários tipos, tais como:
Atuais: Oriundos das relações concretas.
 Residuais: Já foram atuais e agora estão residuais.
Virtuais: Estabelecidos por papéis a distância, bem como
imaginários.
Esses vínculos geram aprendizados emocionais pela expressão do
self, que é a nossa totalidade. A personalidade, somada ao self, atua
na interseção dos elementos sociais, fisiológicos e psicológicos. A
nossa vida é enriquecida pelos vínculos que estabelecemos no
lazer, no trabalho, em todos os grupos que nos inserimos, inclusive
na família. 
Para Nery (2014), nós vivemos em busca de alimentos psíquicos,
como o afeto e a sua extensão: o respeito, a atenção, a aceitação, o
reconhecimento e o amor. Contudo, esta busca gera uma
expectativa e, junto, sofrimento. Não só a busca, mas a manutenção
da afetividade pode levar um indivíduo à submissão ao
autoritarismo, por exemplo, para suplicar afeto.
A família tem um papel importantíssimo para a afetividade entre os
idosos e é fundamental para um envelhecimento saudável. O
crescente envelhecimento populacional tem exigido dos lares
adaptações: avós morando com os netos, viúvas sem
companheiros, dependência financeira, debilidades e a dependência
física exigem que a família esteja atenta a suas responsabilidades.
O Estado, da mesma forma, tem se preparado e respondido às
novas demandas através da implantação do Conselho Municipal dos
Idosos, Fórum, atenção domiciliar, entre outras respostas públicas
face a problemática do envelhecimento da população brasileira
(CERVENY, 2012).
Também é importante falar na “auto afetividade*”, no sentido de
guardar um espaço para o autocuidado e o auto zelo. Amar-se,
perdoar-se, respeitar-se é também um carinho não do outro para
consigo, mas do seu eu interno, da sua criança interna, para com o
idoso que se tornou.
A sociedade já é, por demasia, “madrasta” com o idoso, pois cobra
dos indivíduos que eles não envelheçam – mas, como isto é
impossível, que envelheçam sem parecer velho. Há uma cobrança
gigantesca pela plástica, pelo implante, pelo disfarce incessante.
Uma visão distorcida do idoso. O velho bem conservado e de
espírito jovem é extremamente valorizado, bem menos do que o
sábio ancião.
Este desfazimento do idoso no processo de envelhecimento
contribui para o sentimento de inutilidade, enfraquece sua
autoestima e, consequentemente, isola mais o idoso. A afetividade,
seja amorosa, seja familiar, constitui-se um poderoso elixir para
evitar a depressão e restabelecer a alegria de viver, tão comumente
enaltecida em um processo de envelhecimento saudável.
*O termo afetividade é utilizado na conscienciologia e ou na
autoconsciencioterapia. Entretanto a utilização do termo para a
autora não tem a pretensão de aprondudar seu conceito dentro
desta área do conhecimento, apenas utilizá-lo como sinônimo de se
amar, amor-próprio ou afeto por si mesmo.
Siga em Frente...
Autoestima
O envelhecimento é controlado por aspectos biológicos. São muitas
alterações na aparência, no comportamento, nas vivências e nos
papéis sociais. Mas, é sabido que o bem-estar ou sua ausência
podem influenciar, e até acelerar, o processo de envelhecimento
(BRAGA; GALLEGUILLOS, 2014).
A luta pela sobrevivência e a dificuldade de se manter no
autocontrole e na manutençãohttps://www.proquest.com/publication/326245?accountid=134629&decadeSelected=2020+-+2029&yearSelected=2023&monthSelected=09&issueNameSelected=02023Y09Y01$23Sep+2023$3b++Vol.+16+$283$29
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TEORIAS BIOLÓGICAS
DO ENVELHECIMENTO
Aula 1
ASPECTOS
DEMOGRÁFICOS E
EPIDEMIOLÓGICOS DO
ENVELHECIMENTO.
Aspectos demográficos e
Epidemiológicos do
Envelhecimento
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Ponto de Partida
Olá, estudante! 
Vamos falar de envelhecimento? Você sabia que envelhecer é um
processo natural e inevitável que ocorre em qualquer espécie de ser
vivo, desde o reino vegetal ao reino animal? Pois é, o
envelhecimento pode ser entendido como sendo uma fase que
simboliza o encerramento de um ciclo, que é o fim da fase adulta, e
reflete todos os eventos que decorreram nas demais fases da vida.
Ele acontece em todos os aspectos do ser humano, afetando tanto o
elemento físico (corpo biológico) como o mental/psíquico e social do
indivíduo. Além disso, é importante nos atentarmos para o fato de
que o processo de envelhecimento carrega consigo uma bagagem
que pode refletir em enfermidades, especialmente as doenças
crônicas não transmissíveis e que, muitas vezes, são necessárias
mudanças nos hábitos de vida para poder minimizar essas
complicações, resultando em um envelhecimento mais ativo e
saudável.
Para compreender tudo isso, vamos partir da seguinte situação:
Você realizou um estágio supervisionado em uma Unidade Básica
de Saúde (UBS) no seu município. Como critério obrigatório para
finalização do estágio você fez um levantamento das doenças mais
prevalentes na população usuária da unidade. Em sua pesquisa,
você identificou que 55% da dispensação de medicamentos na
farmácia era destinada a pacientes com idade igual ou superior a 65
anos e que as doenças mais prevalentes na unidade eram
hipertensão e diabetes. De acordo com essa situação, reflita: existe
alguma relação entre a alta demanda de atendimento aos idosos e a
prevalência de diabetes e hipertensão na unidade? Essa é uma
situação isolada e específica da unidade ou ela reflete algum padrão
já existente na população brasileira? Quais aspectos podem
contribuir para que os usuários idosos tenham maior demanda de
cuidados e assistência à saúde?
Ao longo desta unidade você conhecerá o perfil de envelhecimento
do Brasil, bem como irá compreender as principais características
biopsicossociais associadas ao envelhecer. E aí, vamos começar?
Vamos Começar!
Transição demográfica
A fase idosa tem relação direta com a expectativa de vida ao nascer
e com a qualidade de vida oferecida pelo país em que vive o
indivíduo. A definição de idoso é variável a depender do grau de
desenvolvimento de cada país: há nações em desenvolvimento que
consideram pessoas idosas aquelas com idade igual ou superior a
60 anos, e nações desenvolvidas que consideram idosas as
pessoas com 65 anos ou mais. A Organização Mundial da Saúde
entende como população envelhecida aquela que acumula pelo
menos 7% de pessoas na faixa etária idosa, com tendência a
aumentar. O Brasil por muitos anos foi considerado um país jovem,
que concentrava uma população com predominância da faixa etária
entre zero e quatorze anos, no entanto, hoje ele é considerado um
país envelhecido.
A teoria da transição demográfica foi desenvolvida no início do
século XX, embasada por mudanças ocorridas a partir do século
XVIII na Europa. Essa teoria faz a relação das modificações
demográficas que ocorreram em decorrência do processo de
industrialização ao longo da história e seus impactos socioculturais e
econômicos que alteraram o modo como as pessoas vivem,
adoecem e morrem, repercutindo no tamanho e características da
população.
A transição demográfica é definida como a mudança de uma
realidade populacional com altas taxas de mortalidade e natalidade
para taxas mais reduzidas e é dividida em quatro fases distintas. 
Pereira (2018) classifica essas fases da seguinte maneira:
1ª Fase - Pré-industrial: Período demarcado por altas taxas de
natalidade e altas taxas de mortalidade, contribuindo para um tímido
crescimento demográfico. Essa fase é muito específica de países
rurais, como os países europeus antes do processo de
industrialização.
2ª Fase - Intermediária de divergência dos coeficientes: Período
em que se registra um aumento demográfico em decorrência da
redução da taxa de mortalidade e manutenção da elevada taxa de
natalidade. Essa fase demarca o desenvolvimento industrial,
econômico e social das populações.
3ª Fase - Intermediária de convergência dos coeficientes:
Período em que se mantêm reduzidas as taxas de mortalidade e
reduzem-se também as taxas de natalidade, contribuindo para uma
queda do crescimento demográfico. Essa fase demarca o
desenvolvimento urbano, o progresso de estratégias de produção e
distribuição de alimentos, melhorias nas condições sanitárias e de
habitação e erradicação de algumas doenças. Atualmente essa fase
reflete a realidade do Brasil.
4ª Fase - Moderna ou de pós-transição: Período em que são
mantidas baixas tanto a taxa de natalidade como de mortalidade,
além da elevação da expectativa de vida. Essa fase reflete um
regime demográfico moderno de progresso socioeconômico, e se
enquadram nesse período a maioria dos países desenvolvidos. 
Por ser a taxa de natalidade mais baixa que a taxa de mortalidade,
alguns autores mais atuais têm admitido uma quinta fase -
recessão demográfica, em que há uma queda significativa tanto
das taxas de natalidade como de mortalidade, refletindo em uma
diminuição da população e sua não renovação. É o que vemos em
países como a Itália, que tenta reverter esse cenário por meio do
incentivo à natalidade.
Outra característica associada à transição demográfica é o aumento
dos idosos mais idosos (maiores de 80 anos), atualmente a
população que mais cresce no Brasil, trazendo impacto significativo
na economia – em especial nas finanças públicas, pois observa-se
uma redução proporcional na população economicamente ativa e
um aumento paralelo de encargos econômicos para arcar em
pensões e programas sociais e de saúde para idosos.
Siga em Frente...
Perfil da morbimortalidade da
população idosa
Você aprendeu que a transição demográfica é um marco importante
que reflete na estrutura demográfica de um país diante do processo
de industrialização e desenvolvimento. Mas qual a relação desses
fatos com a saúde do idoso?
O processo de industrialização e desenvolvimento ao longo dos
anos modificou completamente o modo de viver, adoecer e morrer
das pessoas. A essa modificação de cenário chamamos de transição
epidemiológica, que trouxe mudanças nos padrões de
morbimortalidade da população.
Aliada à transição demográfica veio a transição epidemiológica, e
vemos a mudança de um cenário no qual prevaleciam doenças
infecciosas e parasitárias para uma nova realidade, com uma maior
prevalência de doenças e agravos não transmissíveis (DANT). A
teoria da transição epidemiológica pode ser entendida em três fases
distintas, que foram observadas ao longo da história nos países
desenvolvidos:
1ª Fase - Era da fome das pestilências: caracterizada por altas
taxas de natalidade e altas taxas de mortalidade, quando
predominavam quadros de desnutrição e doenças infecciosas e
parasitárias, as quais com muita frequência desencadeavam
devastadoras e sucessivas epidemias, que por muitas vezes
produziam pandemias, impactando diretamente a demografia dos
mais diversos países. Essa fase compreende o início dos tempos e
permaneceu até o fim da Idade Média, umdas atividades sociais protagonizam
os primeiros conflitos psicológicos na velhice. O problema é que a
sociedade parece pouco tolerante a estas mudanças, como a falta
de agilidade e as limitações próprias da idade (BRAGA;
GALLEGUILLOS, 2014).
Por este motivo, o apoio da família, a socialização, o
companheirismo, as amizades e a afetividade são fatores
fundamentais para a manutenção do bem-estar nesta etapa da vida.
O processo de envelhecimento saudável deve levar em conta os
aspectos intrínsecos e extrínsecos. Para Braga e Galleguillos
(2014), os fatores extrínsecos são passiveis de modificação, como:
local de residência, hábitos, dieta, etc. Já os aspectos intrínsecos
são a idade, o sexo e a genética, por exemplo. 
Existem formas de ampliar as possibilidades de ser feliz com o
desenvolvimento da autoestima. Isso depende de cada um de nós,
já que os estímulos externos e as circunstâncias da vida não são
determinantes para a autoestima, pois ela é intrínseca. Por outro
lado, muitos fatores podem nos levar a perder o amor-próprio e
desenvolver a baixa autoestima, conforme a Figura 2.
Figura 2: Possíveis causas de baixa
autoestima - Fonte: Elaborado pela
autora.
A autoestima é o reconhecimento que a pessoa tem do seu próprio
valor. O apreço por si mesmo, amar-se, valorizar-se e ter segurança
em seus pensamento e atos. Esta confiança e o sentimento que
suas escolhas são acertadas formam-se a partir de uma boa
imagem de si mesmo. (TUCHERMAN, 2019).
Não nascemos com autoestima. Este é um conceito que vai sendo
aprendido no decorrer da vida. Todos nós temos autos e baixos.
Gostar de nós mesmos, considerando a nossa totalidade, deixando
de hipervalorizar partes que não nos agradam ou os momentos de
infortúnio, desenvolvem a nossa autoestima (TUCHERMAN, 2019).
É sobre termos confiança em nossas próprias habilidades e utilizá-
las nos desafios básicos que a vida impõe. Ela relaciona-se, assim,
a uma capacidade de manter a vida em harmonia e dignidade,
mesmo submetida a condições estressantes.
A adaptação ao meio é fundamental para sentir-se bem, mas, se a
opinião do outro é base para sua autoaceitação, você entra em uma
dependência da opinião alheia e oscila a depender do desejo e
expectativa do outro. Isto pode lhe roubar a própria identidade. A
paixão por si mesmo é fator de adição para a autoestima. Contudo,
há de se ter limites, pois, caso contrário, incorreremos em excessos.
Uma supervalorização de si mesmo pode deflagrar um narcisismo
doentio (TUCHERMAN, 2019).
Um estudo sobre a autoestima foi realizado por Rosemberg (1965).
A pesquisa consistiu em entrevistar 5024 estudantes adolescentes
do colegial de Nova York, nos Estados Unidos. Seu objetivo era
compreender o que sentiam e como se autoavaliavam. Assim, a
pesquisadora criou uma escala para mensurar a autoestima
(CARVALHO, 2006). Este instrumento foi traduzido para 28 idiomas
e difundido em 53 países.
Indubitavelmente, fortalecer a autoestima ajuda em todo este
complexo sistema de envelhecimento, que começa desde o
nascimento. Fatores como relacionamentos, vida social, amorosa e
até exercícios físicos contribuem para elevar os níveis da
autoestima.
Sexualidade
O bem-estar na velhice está ligado a muitos fatores. Alguns deles
podem ser considerados variáveis antecedentes, moderadoras, e
outros, variáveis critério (Figura 3). Independentemente da saúde,
da riqueza e do conforto, há uma subjetividade a ser considerada
(REBELATTO; MORELLI, 2007). Isto quer dizer que as experiências
e as percepções dessas experiências têm um caráter subjetivo e
individual, o qual está ligado a uma autoavaliação de como está a
vida em vários aspectos: relacionamentos, amizades, realização e
até a vida sexual.
Figura 3: Modelo operacional para análise do bem-
estar subjetivo - Fonte: Rebelatto e Morelli (2007, p.
23).
A sexualidade é iniciada na infância e não cessa na vida adulta.
Vivenciá-la na velhice é possível. Infelizmente muitos idosos acabam
por acreditar nos estereótipos negativos em relação a esse fator na
terceira idade. Acabam por se envergonhar da própria sexualidade,
acreditando ser imoral ou não natural nesta fase da vida, algo feio
ou proibido.
A sexualidade vai além do coito e da relação sexual propriamente
dita. Essa visão da genitalidade contribui para a manutenção do
tabu, uma vez que várias funções na velhice são diminuídas. O
idoso que não mantém relações sexuais pensa tornar-se assexuado.
“Velho depravado” ou “Indecente” são alguns dos adjetivos
atribuídos aos idosos com vida sexual ativa. Essa mentalidade está
presente principalmente no ocidente, pois apresenta uma cultura
que supervaloriza a juventude (PASCUAL, 2002).
Em uma visão mais holística, a sexualidade tem relação com o
carinho, as carícias, o desejo, as fantasias, sentimentos,
companheirismo, valorização dos abraços e beijos. Para Pascual
(2002), precisamos romper com a visão da sexualidade atrelada
apenas ao jovem e com a finalidade reprodutiva. Tendo em vista que
o idoso não é um enfermo e que todos nós, se tivermos sorte,
atingiremos a velhice, a sexualidade nesta fase é natural, não
cabendo comparações equivocadas com as fases anteriores da
vida. 
A velhice pode vir a ser um momento especialmente recheado de
perdas: aposentadoria, perda de amigos, familiares, às vezes do
companheiro ou da companheira, do emprego, da saúde, da
memória, das companhias, da rotina anterior, dos afazeres. A
sexualidade constitui-se com uma forma importante e significativa de
preenchimento da solidão, assim como a afetividade (PASCUAL,
2002).
As atitudes possíveis frente a sexualidade humana vão da
repressão, tolerância até uma visão positiva, conforme esta figura
Figura 4: Atitudes diante da sexualidade humana - Fonte:
elaborada pela autora
Vale ressaltar que, mesmo com uma postura positiva frente a vida,
homens e mulheres podem encontrar dificuldade de manter-se
sexualmente ativos. Para alguns autores, nesta fase da vida as
dificuldades de encontrar um parceiro aumentam, devido a uma
conjuntura de fatores. Outro ponto relevante é que a mulher, nesta
etapa da vida, tem uma queda na libido e uma dificuldade de
lubrificação vaginal. A dispareunia pode ser sentida principalmente
por mulheres e se caracteriza por dor na relação sexual. Em idosas,
ela está mais relacionada a questões hormonais e queda de
estrógeno e progesterona (BRAGA, 2014).
A sexualidade é um aspecto da vida que não deve ser
negligenciado, tampouco deve ser confundido e reduzido a relação
sexual e orgasmo. Abrange um conjunto de vivências, sensações,
emoções. É um universo muito subjetivo e particular influenciado
pelo emaranhado proporcionado pela vida, religião, crenças,
sociedade.
Os idosos ganharão quando a sociedade perceber que a
sexualidade se faz necessária e é natural, romper rótulos e admitir
que a velhice também deseja ser feliz.
Vamos Exercitar?
Evitar que o idoso se sinta sozinho: encontre membros da
família e amigos que possam visitar constantemente, crie
atividades do interesse do idoso como jogos, cinemas entre
outras atividades.
A autoestima passa pelo autocuidado com a aparência.
Estimule este autocuidado, quando possível. Crie alternativas,
como oficinas de salão de beleza, corte de unha e cabelos e
maquiagem.
Nesta idade as quedas são perigosas e podem se tornar
frequentes, por isto estimule atividades que reforcem o tônus
muscular. Há exercícios possíveis até mesmo sentado ou ainda
deitado na cama. Não há desculpas para ficar sem
movimentar-se. 
Saiba Mais
 Assista ao vídeo “A bela Velhice” de Mirian Goldenberg.
Baseado no livro de Simone de Beauvoir, Mirian aborda o tema
com humor, mas de maneira profunda o tema velhice
perpassando por vários âmbitos desta fase da vida. CAFÉ
FILOSÓFICO CPFL. A Bela Velhice | Miriam Goldenberg.
Muitos são os idosos deixados em abrigos ou em casas de
apoio. Sob a Lei nº 1.236, eles terão a oportunidade de passar
momentos de alegria ou lazer amparados pelo Programa de
Apadrinhamento Afetivo ‘Um Lar Para os Idosos’, sancionada
pelo Executivo noúltimo dia 22 de janeiro de 2018. Vale a pena
saber mais sobre esta lei.
ALERR: lei garante apadrinhamento afetivo de pessoas na
terceira idade. UNALE, 2018. Disponível
em: https://unale.org.br/alerr-lei-garante-apadrinhamento-
afetivo-de-pessoas-na-terceira-idade/. Acesso em: 23 out.
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https://www.scielo.br/j/rbgg/a/HCQDtmvkCN6TKfZbTXXszfK/?lang=pt&format=pdf
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https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/21412
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PAIVA, M. L. F. Os direitos da Personalidade do Idoso. 2005. 224
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TERRA, N. L. et al. Cuidando do seu idoso. Porto Alegre:
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TERRA, N. L. et al. Aprendendo a cuidar do idoso. Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2015.
TERRA, N. L. et al. Sexualidade, menopausa, andropausa e
disfunção erétil no envelhecimento: compreensão e manejo.
Porto Alegre: EDIPUCRS, 2014.. 
Encerramento da Unidade
TEORIAS PSICOLÓGICAS
DO ENVELHECIMENTO
https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/7491/1/TESE%20DIREITO%20DO%20IDOSO.pdf
https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/7491/1/TESE%20DIREITO%20DO%20IDOSO.pdf
http://seer.pucgoias.edu.br/index.php/fragmentos/article/view/3574
http://seer.pucgoias.edu.br/index.php/fragmentos/article/view/3574
Videoaula de Encerramento
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Ponto de Chegada
Olá, estudante!
Para desenvolver a competência desta Unidade, que versa sobre a
análise crítica das principais alterações psicológicas decorrentes do
processo de envelhecimento, você deverá estar por dentro de
alguns conceitos que são tidos como básicos para o entendimento
desta análise. Primeiramente, faz-se necessária a compreensão de
que a expectativa de vida dos brasileiros tem aumentado
progressivamente, chegando a 76,6 anos em 2019. Espera-se que,
até 2025, o Brasil seja o sexto país mais populoso em termos de
idosos, com mais de 30 milhões de pessoas com mais de 60 anos.
Em 2050, a população idosa pode representar 22,71% dos
brasileiros.
Portanto, hoje precisamos compreender mais acerca deste processo
de envelhecimento, mais especificamente, as teorias psicológicas do
envelhecimento. A primeira teoria analisada é denominada de Teoria
do Desengajamento Social, que se origina na escola sociológica do
funcionalismo e postula que o envelhecimento resulta em uma
retirada mútua e inevitável do idoso e da sociedade, com a
consequente retirada seletiva da pessoa idosa de algumas
interações sociais. Essa teoria enfatiza a preparação para a morte e
a adaptação do idoso a uma velhice feliz, com a diminuição gradual
de seus papéis sociais.
Uma versão revisada dessa teoria, chamada de gero
transcendência, acrescenta processos psicológicos à retirada social,
tornando-a progressiva e voluntária na preparação para a morte.
Por outro lado, a teoria da atividade propõe uma perspectiva de
antienvelhecimento, incentivando os idosos a permanecerem ativos
e a encontrar substitutos para os papéis sociais perdidos. A teoria da
continuidade, relacionada a essa perspectiva, foca na manutenção
de estruturas internas e externas ao longo da vida, classificando o
grau de continuidade em baixa, ótima ou excessiva.
No entanto, a teoria da continuidade tem limitações, como, por
exemplo, o foco em indivíduos e a falta de consideração de fatores
estruturais. Apesar disso, essa teoria tem sido útil para profissionais
que lidam com o envelhecimento, destacando a importância de
superar desvantagens ao longo da vida para garantir a continuidade
na velhice.
No que se refere às capacidades mentais do pensamento, e no
envelhecimento, o declínio cognitivo é considerado um aspecto
normal. Entre os 65 e 75 anos, as mudanças cognitivas variam, com
algumas habilidades, como o vocabulário, permanecendo intactas,
enquanto outras, como a velocidade e habilidades não exercitadas,
declinam. O processo de envelhecimento é influenciado pela
individualidade biológica e pelas escolhas de vida feitas ao longo do
tempo.
Para explicar esta questão, surgem 2 teorias: a teoria biológica, que
considera a degeneração dos sistemas orgânicos e celulares, e a
teoria de programação genética, que sugere que o tempo de vida é
geneticamente programado para equilibrar a reprodução e o impacto
no ambiente.
Além disto, outros fatores precisam ser analisados quando se trata
do tema do envelhecimento e sua relação com os aspectos
psicológicos, entre eles, temos a memória. A perda de memória é
um dos principais déficits cognitivos no envelhecimento, afetando
mais de 62% dos idosos, principalmente a memória recente. A
percepção do envelhecimento varia entre indivíduos, dependendo
das expectativas e conhecimento prévio, e pode ser influenciada
pelo estigma associado a doenças, perdas e incapacidades. No
entanto, histórias de vida positivas de idosos mostram que o
envelhecimento pode ser uma fase de felicidade, autonomia e
convívio familiar.
Com isso, percebe-se que o envelhecimento está se tornando mais
saudável, e muitos idosos permanecem funcionais. A perda de
memória não é inevitável, e a idade cronológica de 60 anos não é o
ponto de início do envelhecimento, pois esse processo é contínuo
desde o nascimento. No entanto, a memória recente pode ser
afetada devido a fatores como modernidade e distrações.
A saúde mental, especialmente a perdade memória, pode ser uma
preocupação na velhice. No entanto, é importante distinguir entre
problemas de memória normais associados ao envelhecimento e
doenças degenerativas como o Alzheimer, que podem afetar a
qualidade de vida e as funções cognitivas. Relações interpessoais,
hábitos familiares e personalidade desempenham um papel
fundamental na saúde emocional e física dos idosos.
Sendo assim, quatro teorias explicam a diminuição da memória em
idosos: o declínio na velocidade de processamento, a redução de
recursos de atenção, déficits inibitórios relacionados à idade e a
diminuição do controle cognitivo. Em resumo, os processos mentais
da memória podem ser afetados pelo envelhecimento, seja na
codificação da informação, seja na recuperação estratégica da
informação, devido à diminuição de recursos cognitivos e inibição de
informações irrelevantes. Medidas podem ser tomadas para auxiliar
idosos nesses processos mentais relacionados ao envelhecimento.
Além disso, a personalidade dos idosos influencia significativamente
seu bem-estar na velhice. A teoria dos cinco fatores, também
conhecida como BIG Five, destaca cinco características da
personalidade: neuroticismo, extroversão, amabilidade,
conscienciosidade e abertura. Essas características desempenham
um papel fundamental na forma como as pessoas envelhecem e
respondem a desafios relacionados à velhice.
Diante disto, o envelhecimento pode ser visto de maneira ambígua,
com uma aura de maturidade e sabedoria, mas também uma fase
complexa. Muitos idosos enfrentam angústia, incerteza e perda de
identidade. Para um envelhecimento saudável, é essencial cuidar da
saúde física e mental, manter a autonomia, independência
econômica e receber apoio da família.
Nossa personalidade é moldada pela interação entre predisposições
genéticas, comportamentos, ambiente e relacionamentos. A
afetividade está ligada aos laços que estabelecemos e influencia a
qualidade dessas relações, que podem ser atuais, residuais ou
virtuais. A busca por afeto e a manutenção da afetividade podem
levar à submissão.
Importante destacar que a família desempenha um papel vital na
afetividade dos idosos, e as adaptações são necessárias para
atender às demandas do envelhecimento populacional. O apoio
familiar e o envolvimento da sociedade são essenciais para
promover um envelhecimento saudável.
A "autoafetividade" envolve o autocuidado e o amor-próprio, o que é
essencial, pois a sociedade muitas vezes coloca pressão sobre os
idosos para parecerem jovens, o que pode prejudicar sua
autoestima. Aceitar-se e amar-se é fundamental.
A sexualidade na velhice é frequentemente mal compreendida e
estigmatizada. No entanto, a sexualidade não termina com a idade.
Ela envolve carinho, desejo, fantasias e companheirismo. É
importante superar estereótipos negativos e permitir que os idosos
expressem sua sexualidade de maneira saudável. A sexualidade
pode ser uma parte significativa do preenchimento da solidão na
velhice. É essencial reconhecer que a sexualidade é um aspecto
natural da vida que não deve ser ignorado e que os idosos também
têm o direito de serem felizes em todas as fases da vida.
Assim, o processo de envelhecimento pode ser influenciado pelo
bem-estar emocional e a autoestima. Fatores intrínsecos e
extrínsecos desempenham um papel importante. É essencial cuidar
da autoestima, reconhecendo o próprio valor e mantendo uma
imagem positiva de si mesmo. 
É Hora de Praticar!
Ana é uma senhora de 75 anos que tem desfrutado de uma vida
ativa e saudável. No entanto, nos últimos anos, ela tem notado que
sua memória recente não está tão afiada como costumava ser. Ela
está preocupada com esses lapsos de memória e, às vezes, sente
que esquece coisas simples, como onde colocou suas chaves ou o
que tinha planejado para o dia.
Ana é uma pessoa otimista e sempre manteve um círculo social
ativo, participando de atividades em sua comunidade e passando
tempo com a família. No entanto, ultimamente, ela começou a se
sentir um pouco mais isolada, preocupada que seus amigos
percebam sua memória falhando e com medo de se tornar um fardo
para sua família.
Você foi procurado por Ana para ajudá-la a entender o que está
acontecendo com sua memória e como ela pode lidar com essas
mudanças. Com base no conhecimento adquirido sobre o
envelhecimento e as mudanças cognitivas, como você abordaria
essa situação? 
Reflita
1. Quais são as duas principais teorias psicológicas do
envelhecimento e como elas diferem em relação à interação dos
idosos com a sociedade?
RESPOSTA: As duas principais teorias psicológicas do
envelhecimento são a "Teoria do Desengajamento Social" e a
"Teoria da Atividade". A primeira teoria postula uma retirada mútua e
inevitável do idoso e da sociedade, enfatizando a preparação para a
morte e a adaptação do idoso a uma velhice feliz. A segunda teoria
incentiva os idosos a permanecerem ativos e a encontrar substitutos
para os papéis sociais perdidos, promovendo uma perspectiva de
antienvelhecimento.
 
2. Quais são as 5 características da personalidade destacadas
pela teoria dos cinco fatores, também conhecida como BIG
Five? Assinale a alternativa correta.
a) Coragem, sabedoria, compaixão, resiliência e gratidão.
b) Neuroticismo, extroversão, amabilidade, conscienciosidade e
abertura.
c) Inteligência, simpatia, determinação, humildade e criatividade.
d) Carisma, empatia, tenacidade, otimismo e autocontrole.
e) Coragem, inteligência, compaixão, otimismo e gratidão.
RESPOSTA: B) Neuroticismo, extroversão, amabilidade,
conscienciosidade e abertura. 
Resolução do estudo de caso
Avaliação Inicial: O primeiro passo seria realizar uma
avaliação cuidadosa do estado de memória de Ana. Isso pode
incluir testes cognitivos padronizados, como o Mini Exame do
Estado Mental (MEEM), bem como uma análise mais
aprofundada de sua memória recente e outros aspectos
cognitivos.
Educação: É importante educar Ana sobre as mudanças
cognitivas normais associadas ao envelhecimento. Ela deve
entender que algumas flutuações na memória, especialmente a
memória recente, são esperadas à medida que envelhecemos.
Estabelecimento de Expectativas Realistas: Ana deve ser
informada de que ter pequenos lapsos de memória não a torna
uma pessoa incompetente ou inútil. Estabelecer expectativas
realistas sobre o que é normal no envelhecimento pode aliviar
sua ansiedade.
Estratégias de Compensação: Você pode ajudar Ana a
desenvolver estratégias de compensação para lidar com sua
memória em declínio. Isso pode incluir o uso de lembretes,
como agendas, aplicativos de celular e técnicas de organização
para ajudá-la a manter-se no topo de suas tarefas e
compromissos.
Estimulação Cognitiva: Incentive Ana a se envolver em
atividades que estimulem sua mente, como leitura, quebra-
cabeças, jogos e aprender novas habilidades. A estimulação
cognitiva pode ajudar a manter sua mente ativa e retardar o
declínio cognitivo.
Apoio Social: Ana deve ser incentivada a continuar a manter
seu círculo social ativo. O apoio emocional dos amigos e
familiares desempenha um papel fundamental na saúde mental
dos idosos.
Acompanhamento: Agende consultas de acompanhamento
regulares para monitorar o progresso de Ana e fazer ajustes
nas estratégias conforme necessário. Isso garantirá que ela se
sinta apoiada e cuidada ao longo do processo de
envelhecimento.
Lembre-se que cada indivíduo é único e as abordagens devem ser
personalizadas de acordo com suas necessidades e circunstâncias
específicas. O objetivo aqui é ajudar Ana a manter sua qualidade de
vida e bem-estar emocional à medida que enfrenta as mudanças
cognitivas relacionadas ao envelhecimento.
Dê o play!
Assimile
Teorias psicológicas do envelhecimento - Fonte: elaborado pela autora
Referências
FARINATTI, P. de T. V. Envelhecimento, promoção da saúde e
exercício: bases teóricas e metodológicas. Barueri: Editora Manole,
2008. Disponível
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NERI, A. L. Desenvolvimento e envelhecimento: perspectivas
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code=v+vN8eGOvEMcM1B+itOwlZZUhWmTdxB0XHvuSicoeFCV5T
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https://www.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/4589/4302
RELAÇÕES SOCIAIS
DO ENVELHECIMENTO
Aula 1
PROCESSOS SOCIAIS DO
ENVELHECIMENTO
Processos Sociais do
Envelhecimento
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Ponto de Partida
Olá, estudante! 
Como já vimos, o envelhecer é um processo natural e esperado
para todo ser vivo. Nesse processo temos alterações que ocorrem
tanto no aspecto orgânico como no social.
Por esse motivo, a saúde do idoso deve ser abordada também nos
contextos político, social e econômico em que se insere. A partir
dessa ótica, podemos identificar os determinantes de saúde
associados aos principais problemas que podem ser evitados ou
minimizados, contribuindo para uma melhor qualidade de vida desse
grupo populacional.
Para embasar nossa aula de hoje, vamos partir da seguinte
situação-problema: A Estratégia Saúde da Família (ESF) é um
modelo de assistência da Atenção Primária, que se baseia no
trabalho de equipes multiprofissionais em territórios específicos e
desempenha ações de saúde fundamentadas no conhecimento da
realidade local e das reais necessidades da comunidade que a
compõe.
Imagine-se na seguinte situação: você está prestando atendimentos
com a Equipe da ESF, visitando os idosos em domicílio para
atualização do esquema vacinal e verificação da situação de saúde.
Em um dos atendimentos você identifica uma idosa de 85 anos que
se apresenta consciente, porém em estado de desorientação devido
ao decurso da doença de Alzheimer. A paciente demonstra certo
temor ao toque e manipulação por terceiros e apresenta hematomas
e lesões por todo o corpo.
Na residência convivem apenas a idosa e seu cuidador (seu único
neto), que ao ser confrontado a respeito do estado de sua avó
alegou que ela havia se levantado durante a madrugada e caído,
sendo esse o motivo dos ferimentos.
Com base no relato apresentado e nos conhecimentos que você tem
acerca deste assunto, qual poderia ser o real motivo das lesões e da
reação dessa idosa? Descreva quais ações poderiam ser
necessárias para garantir um atendimento integral à saúde dessa
senhora.
Levando em consideração este contexto, nesta aula trabalharemos
juntos alguns aspectos importantes como morte social,
esvaziamento dos papéis sociais e perda do poder de decisão, além
da violência contra o idoso. Temas não muito comentados, mas que
estão cada vez mais presentes na realidade do idoso atualmente.
Então, vamos lá?
Vamos Começar!
Envelhecimento e morte social
Se pudesse escolher, quantos anos você desejaria viver? O que
você faria com esse período de vida conquistado? Como você se
programaria ou se prepararia para a velhice? Que tipo de suporte
social e institucional você teria quando chegasse à fase idosa?
A longevidade sempre foi almejada pelo ser humano. Os avanços
tecnológicos e científicos têm permitido a cada ano o aumento da
expectativa de vida e isso contribui para que vivamos mais, apesar
das desigualdades presentes na nossa sociedade. Não obstante,
uma grande parte da população não se prepara para a velhice:
queremos viver mais, mas não queremos ficar velhos!
O envelhecimento é uma temática que vem sendo discutida em
diferentes áreas, sejam elas governamentais, jurídicas, humanas,
sociais etc. Muitos consideram a velhice um período de danos,
perdas e limitações. O estigma e o preconceito atribuídos ao
indivíduo que envelhece são catastróficos, pois impedem que o
idoso se reencontre nos papéis sociais o que, de fato, pode
desencadear um profundo desequilíbrio psíquico e social, tão
presente nessa fase da vida.
O envelhecer é um processo que se dá, de maneira geral, de forma
lenta e gradativa, e que pode levar a incontáveis danos sociais,
como a perda de contatos sociais importantes, por exemplo, os
relacionamentos afetivos, dificuldades no mercado de trabalho,
proximidade do fim da vida, duras batalhas contra doenças crônicas,
ameaça à própria sexualidade, entre outras.
À medida que a vida idosa avança, é possível perceber que as
atividades cotidianas vão sendo prejudicadas, refletindo nos
aspectos de sobrevivência e de autocuidado do indivíduo. Ao passo
que isso acontece, observamos uma maior dificuldade nas
atividades de vida diária, o que acaba por estabelecer um maior
afastamento do convívio social, levando ao isolamento do idoso.
A velhice se inicia em algum ponto no caminho da vida e por
diversas razões pode levar ao que chamamos de morte social, em
que são observadas situações como o completo isolamento social,
inexistência de relações interpessoais e incapacidade de manter
relações significativas com outras pessoas. Um exemplo clássico de
morte social pode ser observado em pacientes em estágios mais
avançados da doença de Alzheimer, caracterizada por demência
com significativas perdas de cognição (memória, atenção e
linguagem) que impedem o doente de manter qualquer tipo de
contato social.
O ser humano pode desfruir de um envelhecimento mais digno,
quando é capaz de encarar as transformações orgânicas e sociais,
adaptando-se de forma saudável às suas novas necessidades para
o bem-estar. Nessa perspectiva, é imprescindível que os familiares e
contatos sociais atuem dando suporte e apoio para que o idoso
consiga se adaptar de forma mais leve às modificações
experimentadas na velhice.
A integração da população idosa no ambiente social é de grande
relevância para promover estímulos benéficos a fim de que os
idosos se sintam motivados a viver, produzir e superar as
transformações físicas, psíquicas e sociais que são atreladas ao
processonatural de envelhecimento.
 
Esvaziamento dos papéis sociais e
perda do poder de decisão
Nascemos filhos, alguns de nós se torna pais em algum dia e,
quando nossos filhos têm seus próprios filhos, nos tornamos avós.
Em cada fase do ciclo da vida temos papéis sociais diferentes. Mas,
à medida que envelhecemos, quem nos tornamos? Qual é o nosso
papel frente à sociedade?
Grande parte das mulheres idosas de hoje foram influenciadas por
um período histórico que destacou seu papel enquanto esposa e
mãe, encorajando-as a concentrar seus interesses na criação da
família. Diferente de muitas mulheres jovens da atualidade que são
trabalhadoras e mães, essas idosas centralizavam a vida na família,
tendo criado poucos papéis dos quais poderiam ter obtido satisfação
e, por isso, sentem um vazio quando os filhos crescem e vão
embora.
O atual homem idoso compartilha de sentimentos similares. É muito
provável que ao longo dos anos ele tenha trabalhado bastante para
sustentar a esposa e os filhos, mas hoje, com sua prole crescida,
não precisa mais prover, o que pode lhe trazer um esvaziamento de
significado da vida.
Esse esvaziamento dos papéis não é necessariamente negativo.
Quando os idosos se adaptam ao novo papel de pais de filhos
independentes, podem encontrar regozijo na liberdade das
responsabilidades anteriores e novos desdobramentos nas relações
familiares.
Além das mudanças no papel de pai/mãe decorrentes da idade,
muitos idosos iniciam um novo papel enquanto avós. Os netos
podem trazer muita alegria e significado às suas vidas, não havendo
tanta responsabilidade como a de criar os filhos, sobrando-lhes mais
tempo para dar amor, orientação e alegrias aos novos membros da
família.
Muito recentemente temos observado no lugar daquela avó que
ficava em casa cuidando dos afazeres domésticos e dos netos a
substituição pela avó que tem uma carreira ativa e uma vida social
agitada, e que não deseja ficar ocupada com os compromissos
familiares.
Outra situação bastante comum é a morte do esposo ou esposa,
que altera a vida familiar e o papel social de cônjuge de vários
idosos. A viuvez afeta as mulheres com mais frequência, uma vez
que elas tendem a ter maior expectativa de vida. Inicialmente temos
um cenário difícil, haja vista a maior parte das idosas ser
dependente financeiramente de seu cônjuge. Passando o luto inicial
elas tendem a ter uma boa adaptação à viuvez, quando antigas e
novas amizades são evidenciadas e novos papéis sociais começam
a surgir.
O papel ocupacional também é fonte de adaptações importantes. A
aposentadoria e a perda do papel profissional acaba sendo outro
desafio a ser superado pelo idoso. Essa transição costuma ser a
primeira experiência individual do impacto do envelhecimento.
Ademais, a aposentadoria exige o ajuste a um orçamento menor,
com as consequentes alterações no estilo de vida.
Ao passo que o indivíduo envelhece, sua qualidade de vida é
intensamente determinada por sua desenvoltura de manter
autonomia e independência. As atividades corriqueiras vão se
tornando cada vez mais difíceis de serem cumpridas, até que o
indivíduo se vê dependente de terceiros, perdendo gradativamente
seu poder de decisão.
Para a convivência social participativa e inclusiva é imprescindível
que o indivíduo possua papéis sociais e ocupacionais.
Independentemente dos declínios que os idosos sofrem no decorrer
da vida, também é importante preservar ao máximo a sua autonomia
e seus desejos, sendo admitidas restrições apenas quando suas
vontades custem a sua dignidade ou integridade.
Siga em Frente...
Violência contra o idoso
A violência contra a pessoa idosa é um problema social, cultural e
de saúde. Ela coloca em evidência a desvalorização do idoso, visto
de forma estigmatizada pela sociedade como um ser inútil,
problemático e descartável, internalizando no idoso seu próprio
apagamento social. O abandono social e familiar dos idosos, em
especial dos mais pobres e doentes, é uma prática histórica, muito
visível em asilos que por séculos os acolheram por caridade.
Maus-tratos contra idosos foram descritos pela primeira vez em
1975 na Inglaterra, sendo esse assunto levantado no Brasil apenas
a partir da década de 1990, em decorrência do aumento exponencial
da população idosa e da pressão empregada por convenções e
movimentos nacionais e internacionais.
O Estatuto do Idoso (2003, p. 16) estabelece como violência contra
esse grupo etário “qualquer ação ou omissão praticada em local
público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou
psicológico”. O Estatuto do Idoso também enfatiza que todos os
casos suspeitos ou confirmados de violência contra este grupo
etário são de notificação compulsória, sendo um “dever de todos
zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer
tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
constrangedor” (BRASIL, 2013, p. 11).
A natureza da violência contra a pessoa idosa está relacionada aos
maus tratos físicos, violência sexual, abandono e negligência,
violência autoinfligida, violência patrimonial e financeira. Os tipos
mais comuns no Brasil são a violência estrutural (que naturaliza a
pobreza e os processos de dominação), a violência institucional
(aquelas ocorridas principalmente em instituições de prestação de
serviços, da área da saúde, de assistência e de previdência) e
violência intrafamiliar (as praticadas no seio familiar, principalmente
por seus cuidadores).
O levantamento de dados estatísticos brasileiro revela que em 2011
morreram 24.699 idosos em decorrência de acidentes e violências, e
no ano de 2012 um total de 169.673 deram entrada em unidades
hospitalares em decorrência de quedas, traumas de trânsito,
envenenamento, agressões, sufocações e tentativas de suicídio.
De 1999 a 2011 as principais causas de mortalidade de idosos
identificadas foram devido a quedas e acidentes de transporte,
seguidas de homicídios. É um dado alarmante que coloca em
evidência a necessidade de proteção desse grupo populacional tão
vulnerável.
As diversas formas de violência quando não levam à morte
provocam traumas irreparáveis na vida do idoso. Considerado um
problema de saúde pública, carece de atenção especial da
sociedade e dos serviços públicos. Combater a violência contra o
idoso significa desenvolver ações e estratégias que possam
beneficiá-lo enquanto cidadão e ser humano, dotado de
necessidades e direitos.
Algumas propostas de prevenção e combate da violência contra a
população idosa têm reconhecimento mundial e incluem:
investimento em uma sociedade para todas as idades; priorização
dos direitos da pessoa idosa (segundo as Convenções
Internacionais); corresponsabilização do Estado e dos governos
locais; inclusão do idoso de forma ativa na tomada de decisões e na
elaboração de ações e políticas públicas; apoio a famílias que
abrigam idosos em suas residências; criação de espaços sociais
seguros e amigáveis dentro e fora de casa; formação adequada de
profissionais de saúde, cuidadores e promoção de assistência;
prevenção de dependências, entre outras.
FIGURA 1: Natureza da violência contra o idoso - Fonte: Elaborado pelo autor
Vamos Exercitar?
Você aprendeu ao longo desta aula que o processo de
envelhecimento traz consigo transformações físicas, psíquicas e
sociais na vida do idoso. Junto a isto, é bastante provável que se
somem a este processo o aparecimento de doenças crônicas e
degenerativas, como a doença de Alzheimer.
Nesta doença, o indivíduo vai perdendo gradativamente as funções
relativas à cognição, por exemplo, memória, atenção e linguagem, e
se torna cada vez mais difícil o estabelecimento de um concreto e
eficaz processo de comunicação.
A reação da idosa pode ser de fato atribuída à doença que lhe
atinge e as marcas cutâneas apresentadas podem também estar
associadas à justificativa que o neto apresentou. No entanto, você
também aprendeu ao longo desta aula que é muito comum a perda
dos papéis sociais e autonomia. Além disso, é alarmante a
incidência das mais diversas formas de violênciacontra a pessoa
idosa. Logo, é possível suspeitar facilmente que se trata de uma
situação de violência.
A ação empregada contra a idosa é caracterizada pelo Estatuto do
Idoso como violência, e a omissão dessa ação também é
caracterizada como tal. Entende-se por omissão o ato ou efeito de
não mencionar, de deixar de fazer algo, o ato de excluir
informações.
Diante disso, para interromper os ciclos de violência contra esse
grupo etário é imperativa a necessidade de Notificação Compulsória
às autoridades competentes para garantia dos direitos, da saúde do
bem-estar dessa idosa, sendo essa ação determinada pelo Estatuto
do Idoso que impõe, em seu art. 19, o seguinte: “Os casos de
suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão
objetos de notificação compulsória” (BRASIL, 2013, p. 15).
Saiba Mais
Para se aprofundar um pouco mais nos direitos do idoso acesse as
seguintes referências em sua Biblioteca Virtual: 
BOAS, M. A. V. Estatuto do Idoso Comentado. 5. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2015. 
Aprofunde seus conhecimentos a respeito do processo de exclusão
social do idoso acessando:
FORNASIER, M. de O.; LEITE, F. P. A. A exclusão social do
idoso no ambiente urbano. Revista de Direito da Cidade, v.
10, n. 3, p. 2073-2105, 2018. 
Leia também:
MARTINS, M. S.; MASSAROLLO, M. C. K. B. Conhecimento
de idosos sobre seus direitos. Acta paulista de Enfermagem,
v. 23, p. 479-485, 2010.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Estatuto do Idoso. Ministério da
Saúde. 3. ed. 2. reimpr. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_idoso_3edicao.
pdf. Acesso em: 31 out. 2023. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Memórias da saúde da família no
Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/memorias_saude_famili
a_brasil.pdf. Acesso em 31 out. 2023. 
FREITAS, E. V. de; PY, L. (ed.). Tratado de Geriatria e
Gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_idoso_3edicao.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_idoso_3edicao.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/memorias_saude_familia_brasil.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/memorias_saude_familia_brasil.pdf
BRAGA, C.; GALLEGUILLOS, T. G. B. Saúde do Adulto e do
Idoso. São Paulo: Érica, 2014. 
DUARTE, P. de O.; AMARAL, J. R. G. (org.). Geriatria: Prática
Clínica. Barueri: Manole, 2020. 
MENDES, T. de A. B. (org.). Geriatria e gerontologia. Manuais de
Especialização Einstein. Barueri: Manole, 2014. 
NUNES, M. I.; SANTOS, M. dos; FERRETI, R. E. de L. (org.).
Enfermagem em Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2012. 
WILLIAMS, B. A. et al. CURRENT - Geriatria: Diagnóstico e
Tratamento. 2. Ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
Aula 2
DETERMINANTES SOCIAIS
DO ENVELHECIMENTO
Determinantes Sociais do
Envelhecimento
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? Bons estudos!
Ponto de Partida
Olá, estudante!
A concepção do modelo saúde/doença foi sendo alterada ao longo
dos tempos. À princípio, acreditava-se que a saúde estaria
associada à ausência de doenças, referindo-se à mesma apenas em
relação ao aspecto físico. Entretanto, hoje já se reconhece que
outros fatores influenciam na determinação do que vem a ser a
saúde, portanto, a saúde não deve mais ser vista apenas como
ausência de doenças. De acordo com a Organização Mundial da
Saúde, ela resulta de diversos fatores, como condições de
alimentação, moradia, educação, renda, meio ambiente, trabalho,
transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse de terra e
acesso aos serviços de saúde.
Neste sentido, a saúde da pessoa idosa também precisa ser
reconsiderada, devendo ser analisada por diferentes perspectivas, a
partir de um contexto político, social e econômico. Com base nessa
pequena análise, vamos ter como pano de fundo a seguinte
situação:
O INSS surgiu no ano de 1990 a partir da fusão de dois órgãos
anteriores: o Instituto de Administração Financeira da Previdência e
Assistência Social (IAPAS) e o Instituto Nacional de Previdência
Social (INPS). O INSS é o regime público de previdência social no
Brasil. É esse órgão que gerencia os direitos dos segurados do
Regime Geral de Previdência Social. Seu principal objetivo é
garantir a renda do contribuinte e de sua família em casos
específicos, como doença, acidente, gravidez, prisão, morte e
velhice.
Para contextualizar o assunto estudado, imagine a seguinte situação
hipotética: você assistiu a uma palestra promovida pela sua
instituição de nível superior a respeito da educação financeira para o
envelhecimento saudável. Ao término da palestra, você ficou muito
motivado em começar a se preparar para o futuro e decidiu propagar
as informações adquiridas para a sua vizinhança.
Ao conversar com o Sr. João, você identificou que ele não possui
reserva financeira alguma, sendo que sempre trabalhou na área de
vendas em instituições privadas, totalizando 30 anos até a presente
data, sendo descontada em folha de pagamento a porcentagem de
contribuição ao INSS.
Com base no que você aprendeu, quais são as principais mudanças
econômicas que ocorrem na fase idosa? Baseando-se na situação
de trabalho do Sr. João, a qual tipo de aposentadoria ele terá
direito? Que tipo de medida ele pode adotar para melhorar sua
situação financeira no futuro?
Sendo assim, ao longo desta aula você estudará os fatores
determinantes sociais nos seguintes contextos: medidas
preventivas, ambiente social, potencialidades individuais e
envelhecimento financeiro.
Bons estudos! 
Vamos Começar!
Medidas preventivas e ambiente social
Os Determinantes Sociais de Saúde (DSS) podem ser entendidos
como condições de vida e de trabalho dos indivíduos e de grupos da
população que estão relacionadas à sua situação de saúde. Eles
envolvem fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais,
psicológicos e comportamentais que induzem à eventualidade de
problemas de saúde e seus fatores de risco. 
Entende-se, portanto, que grupos que vivem e trabalham em
circunstâncias precárias, perigosas ou distantes de informações
relativas aos cuidados necessários à preservação da saúde estão
mais expostos ao adoecimento.
Um importante desafio na identificação de relações entre
determinantes sociais e de saúde está em estabelecer uma
hierarquia entre os fatores gerais (social, econômico, político) e as
mediações por meio das quais esses fatores incidem sobre a
condição de saúde de grupos e pessoas, uma vez que a relação de
determinação não é estabelecida de forma direta. Contudo, uma vez
identificadas as relações de determinação dos fatores sociais sobre
a saúde, permitem eleger um modo de intervir nos fatores
determinantes e diminuir as iniquidades de saúde.
De acordo com o modelo de Dahlgren e Whitehead, os DSS estão
dispostos em diferentes camadas, da camada mais próxima dos
determinantes individuais até uma camada mais distante, onde se
situam os macrodeterminantes. As pessoas estão na base do
modelo, sendo assim, suas características individuais de idade, sexo
e fatores genéticos exercem influência sobre o potencial e as
condições de saúde. Na camada seguinte vêm o comportamento e o
estilo de vida de cada um. Tal camada está situada no limiar entre os
fatores individuais e os DSS, uma vez que os comportamentos
individuais e dependentes de opções feitas livremente podem
também ser considerados parte dos DSS, pois essas opções estão
fortemente atreladas a determinantes sociais como: conhecimento
ou informações, propaganda, pressão dos pares, possibilidades de
acesso a alimentos saudáveis e espaços de lazer, estilo de vida
social, entre outros.
Na camada seguinte sobressai a influência das redes sociais de
apoio, o que expressa o nível de coesão social que o indivíduo
construiu. As redes sociais de apoio têm fundamentalimportância
para a saúde da sociedade, pois favorecem o acesso à saúde e a
cuidados em período de adoecimento. No próximo nível, encontram-
se os fatores relacionados a condições de vida e de trabalho,
disponibilidade de alimentos e acesso a ambientes e serviços
essenciais, como saúde e educação, o que é o caso das pessoas
que vivem em condições habitacionais mais humildes, expostas a
condições mais perigosas ou estressantes de trabalho e com menor
acesso aos serviços básicos.
No último nível, encontram-se os macrodeterminantes relacionados
às condições econômicas, culturais e ambientais da população, que
possuem grande influência sobre as demais camadas. Os autores
destacam o aumento da influência da globalização da economia
sobre os determinantes sociais (BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007).
Figura 1: Modelo de Dahlgren e Whitehead: determinantes sociais da saúde - Fonte: Munhoz, 2021,
[s.p.].
Nesse contexto os determinantes sociais devem ser enfatizados,
pois eles promovem impactos diretos na saúde da população. Além
disso, eles estruturam outros determinantes da saúde, sendo
designados como “a causa das causas”; além disso, determinam o
perfil epidemiológico da população.
Medidas Preventivas
Os problemas de saúde apresentam múltiplas causas, como origem
genética, exposição ambiental ou estilo de vida. A profilaxia de
doenças e agravos à saúde deve envolver três níveis de prevenção:
primária, secundária e terciária.
A prevenção primária visa afastar causas e fatores de risco
antes mesmo da instalação da doença ou agravo à saúde. Ela
inclui ações de promoção da saúde e proteção específica. São
exemplos a imunização (vacinas) e a prática de atividades
físicas.
Na prevenção secundária o objetivo é a detecção de
problemas relacionados à saúde ainda em seus estágios
iniciais, permitindo um diagnóstico precoce e a instituição de
tratamento específico que prevenirá consequências e
complicações a longo prazo. São exemplos o rastreamento de
doenças como câncer de mama e seus fatores de risco.
A prevenção terciária envolve ações que objetivam a redução
de prejuízos funcionais decorrentes de um problema agudo ou
crônico, inserindo medidas de reabilitação. São exemplos a
prevenção de complicações da hipertensão arterial ou a
reabilitação após um AVE.
Alguns autores defendem, ainda, a prevenção quaternária, que
envolve um conjunto de ações que objetivam minimizar o risco de
iatrogenia associada às intervenções em saúde (diagnósticas ou
terapêuticas) excessivas, preservando o paciente de intervenções
inapropriadas e sugerindo alternativas aceitáveis dentro dos
preceitos éticos.
 Ambiente social
O meio ambiente é o meio em que o indivíduo vive e o que está em
volta, integra as dimensões física, social, cultural, econômica e
política. O meio ambiente e a saúde estão intimamente relacionados
e são indissociáveis, e essa relação pode ser benéfica ou prejudicial
à saúde, dependendo de como esse processo se estabelece.
O perfil de adoecimento da população brasileira é formado por três
contextos principais, que são condicionados por diferentes
circunstâncias socioambientais.
o primeiro contexto temos a predominância de doenças
crônicas, com tendência crescente que acompanha o
envelhecimento da população, causadas por condições
IMPORTANTE
A fase idosa tem como característica a multiplicidade de
doenças crônicas, que, uma vez instaladas, não regridem
mais. Nesse contexto, é fundamental que os profissionais de
saúde não mantenham o foco em alcançar a cura, mas sim em
manter a condição de saúde estável por meio de
monitoramento, acompanhamento e manutenção da qualidade
de vida, apesar da doença. Os níveis de prevenção visam
postergar ao máximo o início da doença, monitorar os fatores
de risco já identificados e proporcionar condições estáveis e
controladas relacionadas aos meios social, ambiental e
cultural.
genéticas, de vida, labor e exposição aos fatores
socioambientais. 
No segundo contexto, a incidência de doenças infeciosas e
parasitárias, que são determinadas de forma exclusiva pelos
fatores socioambientais.
No terceiro contexto, estão envolvidas as circunstâncias de
acidentes e violências. 
Dessa forma, temos os fatores socioambientais envolvidos nos três
contextos, desenhando o perfil de adoecimento da população.
Siga em Frente...
Interferências do meio ambiente e
potencialidades individuais
Interferências do meio ambiente
Desajustes ambientais são automaticamente problemas de saúde,
pois afetam diretamente tanto o indivíduo como a coletividade.
Desde tempos imemoriais os problemas ambientais trazem
prejuízos à saúde das populações, e medidas sanitárias vêm sendo
aplicadas nesse cenário visando impedir a disseminação de
doenças.
Para além dos problemas de saneamento básico e controle de
vetores de doenças, existem perigos ambientais que foram surgindo
junto com o desenvolvimento, industrialização e urbanização das
cidades, trazendo como consequências grandes impactos como
alteração da qualidade da água, do solo e de alimentos,
evidenciando uma séria ameaça à saúde pública.
As interferências do meio ambiente podem ser consideradas fatores
determinantes sociais do envelhecimento. Nesse cenário, o meio
ambiente pode ser classificado como microambiente,
mesoambiente e macroambiente.
O microambiente é aquele com maior proximidade à vida das
pessoas. Corresponde ao espaço privado e doméstico, arranjos
de moradia e satisfação residencial.
O mesoambiente está relacionado ao contexto institucional,
espaços partilhados como trabalho, igreja, espaços de
convivência e escola, entre outros.
Já os macroambientes estão relacionados ao contexto urbano
e rural. São os ambientes coletivos nos quais os indivíduos
estão inseridos: vizinhança, cidades, segurança, acessibilidade,
políticas públicas etc.
Os desajustes relacionados ao meio ambiente geram impactos
diretos ou indiretos na saúde do ser humano, principalmente em
extremos de idade, quando o organismo apresenta menos
habilidade em lidar contra agentes agressores ao organismo, e esse
fator acaba contribuindo para a elevação da morbimortalidade.
Potencialidades individuais
Cada indivíduo tem em si uma potência, ou seja, algo que já existe
em nós, mas que ainda não foi completamente desenvolvido, uma
capacidade de ser aquilo que ainda não conseguimos atingir ou ser.
Muitos defendem que o potencial humano é infinito, e o indivíduo é
capaz de chegar até o ponto em que seu potencial for desenvolvido.
Podemos desenvolver o potencial humano através da criatividade,
conhecimento de si mesmo e do mundo e ampliação de habilidades.
As potencialidades individuais também podem ser desenvolvidas
com base em características como autonomia, autoestima,
confiança, concentração, atenção e memória.
Manter a autoestima da pessoa idosa é importante, pois ela é capaz
de garantir a preservação de sua singularidade e o exercício da
capacidade de escolha para si. Dessa forma, permite a
compreensão do significado da sua própria existência.
O exercício de autonomia viabiliza um envelhecimento mais
saudável, ao passo que permite reconhecer o idoso como uma
pessoa ativa. Para que isso aconteça, alguns aspectos devem ser
preservados, como:
A continuidade de aperfeiçoamento pessoal.
A autorrealização (determinação de um sentido para própria
existência).
A capacidade de reconhecer suas próprias limitações
decorrentes da velhice.
O desenvolvimento de novos papéis sociais.
A busca ativa de novas experiências.
Envelhecimento financeiro
À medida que envelhecemos, passamos por inúmeras perdas. Uma
das perdas de extrema relevância é a perda profissional ou laboral,
que por muitas vezes é enfrentada com certa dificuldade.
O fator econômico acaba sendo um desafio importante para a saúde
e para as políticas públicas, pois é direito do idoso a garantia de um
IMPORTANTE
No processo de envelhecimento, é natural que o indivíduo
passe por inúmeras perdas e precisa aprender a conviver com
elas. Diante das dificuldades de gerenciar as atividades da
vida diária, o idoso necessitater potencializadas as suas
capacidades e respeitadas as suas limitações, além de
desenvolver novas habilidades, competências e atitudes com
relação ao seu novo contexto de vida.
patamar social e econômico mínimo para manutenção da dignidade
humana. A questão do envelhecimento no Brasil soma-se à
inúmeros problemas sociais não resolvidos, como a pobreza, a
exclusão social e submissão às desigualdades.
Os principais benefícios pecuniários dos idosos fazem parte das
políticas de seguridade social. Podemos citar a existência de dois
regimes de previdência social e um de assistência social a que os
idosos têm direito:
Benefícios de caráter contributivos: referentes ao trabalho
realizado ao longo dos anos na iniciativa privada e no serviço
público.
Benefício de previdência rural: destinado ao trabalhador do
meio rural, exclusivamente de caráter contributivo.
Benefício de assistência social: destinado a idosos mais
necessitados, carentes, em situação de pobreza e miséria.
Grande parte da população brasileira não se prepara para o
envelhecimento, e essa atitude a longo prazo é ruim e reflete
diretamente na qualidade de vida da pessoa idosa.
Quando envelhecemos, nossa renda acaba reduzindo e os gastos
na área da saúde (alimentação especial, remédios, planos de saúde
etc.) só aumentando, e logo chega a hora que essa conta não fecha.
Vivendo apenas da aposentadoria e, na maioria dos casos sem
poder trabalhar, o poder de consumo do idoso acaba ficado cada
ASSIMILE
O acesso aos recursos financeiros é considerado um dos
determinantes da saúde do idoso, pois permite padrões
mínimos de qualidade de vida e adoção de uma posição mais
independente.
vez menor, tornando essa fase da vida mais dolorosa e difícil. Por
esse motivo, a educação financeira se torna uma grande aliada para
que o indivíduo possa desfrutar da velhice da melhor forma possível.
Alguns estudos apontam que a redução do poder de consumo na
faixa etária idosa associada à vulnerabilidade e a facilidade de
obtenção de créditos têm colocado o idoso em situações de
endividamento financeiro, principalmente decorrente de
empréstimos bancários.
Envelhecer com qualidade do ponto de vista financeiro é sinônimo
de independência financeira, de manutenção do padrão de vida e
alcance dos objetivos que foram definidos ao longo da vida. Para
garantir o envelhecimento saudável é preciso planejamento, que por
muitas vezes acaba sendo negligenciado nas fases anteriores do
ciclo vital.
Vamos Exercitar?
Junto com o envelhecimento, deixamos de ser parte da engrenagem
produtora da economia do país e passamos a não mais fazer parte
da classe trabalhadora. Junto com esse processo vem a
aposentadoria, que na maioria dos casos não é capaz de manter o
padrão de vida ao qual já estamos acostumados.
IMPORTANTE
A falta de planejamento financeiro reflete na situação
econômica dos idosos. No Brasil, cerca de 2% da população
idosa consegue se manter apenas com a aposentadoria que
recebem. Dos demais, 46% são dependentes economicamente
de familiares, 27% são dependentes de caridade e 25%
continuam trabalhando para se manter financeiramente.
Sabemos que a fase idosa é marcada pela multiplicidade de
doenças, o que acaba elevando os custos financeiros destinados à
saúde. Se associarmos os dois cenários, o primeiro com a redução
da renda e o segundo com o aumento dos gastos em saúde, temos
como resultado uma conta que por muitas vezes não fecha,
colocando o idoso em um ciclo perpétuo de endividamento que
acaba por prejudicar sua qualidade de vida.
Na situação hipotética apresentada, o Sr. João contribuiu para a
previdência durante anos e terá direito ao benefício pecuniário, de
caráter contributivo: referente ao trabalho, realizado ao longo dos
anos na iniciativa privada.
É muito provável que a aposentadoria do Sr. João não seja
equivalente ao que ele está habituado a receber hoje, e, para que
isso não se torne um problema no futuro, são imprescindíveis o
planejamento e a educação financeira, ações que poderão contribuir
para que ele desfrute de uma velhice de maneira mais confortável e
com melhor qualidade de vida. 
Saiba Mais
Para entender um pouco mais a realidade financeira do idoso,
assista ao documentário Covardia Capital, do Instituto Defesa
Coletiva, que apresenta as artimanhas dos bancos para a
concessão de crédito indiscriminado aos idosos.
Leia também os artigos Educação financeira com idosos em um
contexto popular, de Caroline Stumpf Buaes (Revista Educação &
Realidade), que traz o consumo entre idosos de classes populares
no contexto brasileiro e a importância de se pensar em intervenções
educativas para essa parcela da população.
Além disso, o artigo: Os efeitos da educação financeira no
comportamento de consumo: Um estudo com idosos de baixa renda,
de Rafaela Aires Tavares Santos e colaboradores, publicado no
periódico Research, Society and Development, que apresenta uma
discussão acerca dos efeitos da educação financeira sobre o
conhecimento e comportamento financeiro de idosos de baixa
renda. 
Referências Bibliográficas
BRAGA, C.; GALLEGUILLOS, T. G. B. Saúde do Adulto e do
Idoso. São Paulo: Érica, 2014.
BUAES, C. S. Educação financeira com idosos em um contexto
popular. Educação & Realidade, v. 40, p. 105-127, 2015. Disponível
em: https://www.scielo.br/j/edreal/a/5DHXJLjd7vzjMVMzxSZJzjC/?
lang=pt. Acesso em: 01 nov. 2023.
BUSS, P.; PELLEGRINI FILHO, A. A saúde e seus determinantes
sociais. Physis, v. 17, n. 1, jan./abr. 2007. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/physis/a/msNmfGf74RqZsbpKYXxNKhm/?
lang=pt Acesso em: 1 nov. 2023.
DAHLGREN, G; WHITEHEAD, M. Policies and Strategies to
Promote Social Equity in Health Stockholm. Institute for Future
Studies, 1991.
DUARTE, P. de O.; AMARAL, J. R. G. (org.). Geriatria: Prática
Clínica. Barueri: Manole, 2020.
FILME COVARDIA CAPITAL. [S. l.], 29 nov. 2018. 1 vídeo (19 min
53 seg). Publicado pelo canal Instituto Defesa Coletiva. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=2R3QUOIRabA. Acesso em:
01 nov. 2023.
FREITAS, E. V. de; PY, L. (ed.). Tratado de Geriatria e
Gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
MENDES, T. de A. B. (org.). Geriatria e gerontologia. Manuais de
Especialização Einstein. Barueri: Manole, 2014.
MINAYO, M. C. S.; MIRANDA, A. C. Saúde e ambiente
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https://www.scielo.br/j/physis/a/msNmfGf74RqZsbpKYXxNKhm/?lang=pt
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MUNHOZ, C. Determinantes de saúde, aspectos individuais ou
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NUNES, M. I.; SANTOS, M. dos; FERRETI, R. E. de L.
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Disponível
em: https://www.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/15269/1361
1. Acesso em: 01 nov. 2023 
Aula 3
GRAU DE DEPENDÊNCIA E
IMPACTO NAS ATIVIDADES
BÁSICAS DA VIDA DIÁRIA
Grau de dependência e impacto
nas atividades básicas da vida
https://redehumanizasus.net/determinantes-de-saude-aspectos-individuais-ou-coletivos/
https://redehumanizasus.net/determinantes-de-saude-aspectos-individuais-ou-coletivos/
https://www.scielo.br/j/rsp/a/wQgSsDMwB9DdtZPKxJMFWVv/?format=html&lang=pt
https://www.scielo.br/j/rsp/a/wQgSsDMwB9DdtZPKxJMFWVv/?format=html&lang=pthttps://www.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/15269/13611
https://www.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/15269/13611
diária
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? Bons estudos!
Ponto de Partida
Olá, estudante!
A fase idosa compreende um período muito influenciado pelas fases
anteriores da vida. Ouvimos dizer que é considerada a melhor idade,
mas geralmente essa não é a realidade para tantos idosos. Muitos
deles sofrem por conta das limitações e dependências e dos
estigmas impostos pela sociedade. Antigamente os anciãos eram
vistos como fonte de sabedoria, vivências e experiências,
atualmente essa realidade tem mudado, fazendo com que os velhos
sejam vistos como seres inúteis e sem valor, o que acaba gerando o
abandono e inúmeras formas de violência contra a população idosa.
Para contextualizar o conteúdo estudado ao longo desta aula,
imagine a seguinte situação hipotética: você trabalha na ILPI Raio
de Sol e junto com a equipe multidisciplinar fará a admissão de um
idoso. É o Sr. Jeremias, 78 anos de idade, sem familiares vivos. Ele
nega comorbidades, mantém habilidades para desempenhar as
atividades básicas e instrumentais de vida diária, no entanto faz uso
de bengala e de aparelho auditivo.
(OBS: A admissão refere-se à entrada do paciente no serviço de
saúde com a finalidade de receber assistência, partindo dos
preceitos de universalidade, integralidade e equidade, os quais são
considerados os princípios doutrinários do Sistema Único de Saúde.
A admissão gera conhecimentos acerca da real situação do paciente
e, com a escuta acolhedora e qualificada, é possível proporcionar
um atendimento mais humanizado, garantindo segurança para a
pessoa que está sendo atendida e para seus familiares.
De acordo com a RDC nº 283/2005, qual é o grau de dependência
apresentado por esse idoso? Explique a importância de se identificar
as capacidades funcionais do idoso e quais os instrumentos
poderiam ser utilizados para essa atividade.
Enfim, ao longo desta aula estudaremos acerca da atividade básica
de vida diária (ABVD) e da atividade instrumental de vida diária
(AIVD), autonomia e independência, além de compreendermos mais
sobre o idoso institucionalizado. 
Então, vamos lá? 
Vamos Começar!
Capacidade funcional do idoso
A fase idosa é caracterizada pela multiplicidade de doenças, em
especial as doenças crônicas. Essas interferências são capazes de
promover limitações na capacidade funcional da pessoa idosa, e
quanto mais velho for o idoso, maior será a probabilidade de
apresentar dificuldades em atividades que envolvem o autocuidado
e a vida independente.
Ao passo que envelhecemos, passamos por mudanças
morfológicas, funcionais e bioquímicas que englobam todo o
organismo humano. Essas mudanças corroboram para a perda
progressiva da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio em
que vive, o que o torna cada vez mais vulnerável.
As doenças crônico-degenerativas na população idosa tendem a se
manifestar de maneira mais expressiva e frequente, se
compararmos às demais parcelas da população. Não são fatais,
mas podem comprometer a qualidade de vida dos idosos. Com
grande frequência geram incapacidades à medida que afetam as
funções dos sistemas orgânicos e o desempenho das atividades
corriqueiras do dia a dia, resultando em dependência de terceiros.
A avaliação funcional das capacidades do idoso é imprescindível
para nortear a ações e os cuidados em saúde. Ela procura identificar
as atividades que os idosos são capazes de desenvolver ou não. A
classificação é subdividida em:
Atividade Básica de Vida Diária (ABVD): abrange as
atividades relacionadas ao autocuidado, como capacidade de
alimentar-se, banhar-se, vestir-se, arrumar-se, mobilizar-se e
manter controle sobre suas eliminações fisiológicas.
Atividade Instrumental de Vida Diária (AIVD): compreende a
capacidade do idoso em levar uma vida independente na
comunidade na qual se insere, sendo capaz de preparar as
próprias refeições, realizar compras, utilizar transportes, cuidar
da casa, utilizar telefone, administrar suas finanças ou tomar
seus medicamentos.
A capacidade funcional pode ser entendida como a habilidade que a
pessoa idosa apresenta para decidir e agir de forma independente
no seu dia a dia. Já a incapacidade funcional está relacionada à
inabilidade ou limitação/dificuldade para realizar suas atividades de
maneira independente. Ambos os casos abrangem Atividades
Básicas e Instrumentais de Vida Diária (ABVD e AIVD).
É importante lembrar que existem fatores intraindividuais e
extraindividuais que exercem influência ou causam modificações
no desenvolvimento de incapacidades, podendo retardá-las ou
acelerá-las. Esses fatores envolvem aspectos sociais, psicológicos e
ambientais.
Entre os fatores intraindividuais podemos citar: mudanças
comportamentais, estilo de vida, atributos psicossociais e
atividade de acomodação (mudança na atividade ou na forma
como é realizada).
Já nos fatores extraindividuais incluem-se cuidados médicos,
reabilitação, medicação, apoio externo (equipamentos
especiais), ambiente físico e social, por exemplo.
IMPORTANTE
A avaliação da capacidade funcional do idoso procura
identificar o quanto as doenças ou agravos à saúde
impossibilitam a execução das atividades diárias de forma
autônoma e independente, sem a necessidade de adaptação
ou intervenção de terceiros. Essa avaliação é fundamental
para definir o diagnóstico, prognóstico e opiniões clínicas que
subsidiarão o plano de cuidados que será implementado na
vida do idoso.
Siga em Frente...
Autonomia e independência
A população idosa costuma apresentar diversos graus de
comprometimento dos sistemas cognitivo, físico e motor, que
tendem a evoluir para uma condição crônica caracterizada pelo
declínio dessas funções, acarretando variados graus de
dependência e limitações.
A avaliação do grau de dependência possui como base a
capacidade do idoso de conseguir executar as atividades básicas de
vida diária e as atividades instrumentais de vida diária.
Em se tratando das funcionalidades da pessoa idosa em relação as
atividades diárias, é imperativo o conhecimento e distinção de três
conceitos fundamentais: autonomia, independência e incapacidade.
Quando falamos de autonomia, nos referimos à capacidade de
decisão, escolha ou juízo. É a capacidade individual de decidir
o comando das próprias ações, estabelecendo e seguindo as
próprias regras.
Em se tratando de independência, nos referimos à habilidade
de execução, realização ou cumprimento. É a capacidade
individual de realizar algo por meios próprios, sem a
necessidade de auxílio por parte de terceiros.
Por incapacidade, entende-se como inabilidade, dificuldade,
limitação ou inaptidão para executar papéis sociais e de
atividades cotidianas, laborais, de entretenimento e familiares,
de maneira independente.
A avaliação funcional do idoso é realizada por meio de instrumentos
específicos que objetivam mensurar de forma objetiva a destreza do
indivíduo em desenvolver determinada atividade ou função,
utilizando habilidades para desempenhar as atividades habituais,
interações sociais, atividades de lazer e outras atitudes exigidas
para o cotidiano, ou seja, a habilidade de executar ou não as tarefas
necessárias para o autocuidado e a necessidade de auxílio parcial
ou total.
Existem diversos instrumentos utilizados para classificar o grau de
dependência do idoso, destacando-se dois instrumentos principais:
 A Escala de Katz (Escala de Atividades Básicas de Vida Diária
– ABVD), desenvolvida por Sidney Katz (1963), se baseia na
recuperação do desempenho funcional de seis atividades
consideradas básicas da vida cotidiana: banhar-se, vestir-se, ir
ao banheiro, transferir-se, ser continente e alimentar-se. A
aplicação do instrumento é simples, e inclui três categorias de
classificação: independente, parcialmente dependente ou
totalmente dependente. Embora existam diferentesversões
criadas da Escala ou Índice de Katz, o instrumento funciona
como um suporte auxiliar para que os profissionais da saúde
possam avaliar a capacidade de independência dos idosos,
mediando sua evolução de terapias realizadas com intuito de
melhorar a capacidade funcional do paciente.
Idoso institucionalizado
De acordo com o Dicionário Aurélio (2020), o termo
institucionalização significa “ato ou efeito de institucionalizar”; já o
termo institucionalizar significa “dar o caráter de instituição, adquirir
o caráter de instituição”.
Dessa forma, entende-se que o idoso institucionalizado é aquele a
quem se dá ou que adquire o caráter de instituição. Em um passado
não muito distante, essas instituições eram conhecidas como asilos
ou albergues para idosos. Por sua conotação depreciativa de
abandono e rejeição familiar, foi modificada com o passar do tempo
para Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs).
O Brasil vem experimentando um acentuado e desordenado
processo de envelhecimento decorrente do acelerado aumento da
expectativa de vida de sua população. Nesse contexto, com o
número de idosos aumentando a cada dia, prevalece o cenário em
que os programas sociais e de saúde ainda são escassos, tanto no
que se refere à independência como à manutenção da dependência,
conduzindo o idoso, muitas vezes, à internação em Instituições de
Longa Permanência para Idosos (ILPI) de maneira precoce.
São inúmeros os fatores que levam à institucionalização do idoso, e
entre eles podemos citar:
A falta de familiar que cuide do idoso.
O comprometimento da capacidade funcional do idoso.
A escassez de serviços de apoio social.
ASSIMILE
O envelhecer carrega consigo um conjunto de alterações
fisiológicas e eventualmente patológicas, que acabam
determinando variados graus de dependência. Constitui um
processo dinâmico, e seu desfecho pode ser influenciado por
situações favoráveis e adequadas
Os elevados custos com o cuidado domiciliar.
O aumento da dependência do idoso exige a necessidade de
serviços especializados e comprometidos com a assistência desse
grupo populacional, promovendo um cuidado integral que englobe o
desenvolvimento das atividades básicas da vida diária do idoso. A
implementação de escalas que avaliam a capacidade funcional do
idoso em ILPIs é imprescindível, pois permite a individualização da
assistência em saúde.
A Resolução RDC nº 283, de 26 de setembro de 2005 (ANVISA,
2005), traz o regulamento técnico para o funcionamento das ILPIs e
define a dependência do idoso como a condição do indivíduo que
requer o auxílio de pessoas ou de equipamentos especiais para
realização de atividades da vida diária, classificada em três graus
distintos, a saber:
Grau de Dependência I: idosos independentes, mesmo que
requeiram uso de equipamentos de autoajuda (bengala,
andador, óculos, aparelho auditivo, cadeira de rodas etc.).
Grau de Dependência II: idosos com dependência em até três
atividades de autocuidado para a vida diária, como
alimentação, mobilidade e higiene; sem comprometimento
cognitivo ou com alteração cognitiva controlada.
IMPORTANTE
As ILPIs são instituições públicas ou privadas, de
característica residencial coletiva, destinadas a idosos (60
anos ou mais), com ou sem suporte familiar, que têm ou não
alguma limitação das atividades de vida diária. As ILPIs
oferecem moradia e cuidados aos idosos, de maneira
provisória ou definitiva, e são conhecidas popularmente como
casa de repouso ou lar de idoso.
Grau de Dependência III: idosos com dependência que
requeiram assistência em todas as atividades de autocuidado
para a vida diária e/ou com comprometimento cognitivo.
FIGURA 1: Grau de dependência – RDC nº 283, de 26 de setembro de 2005 - FONTE: Elaborado
pela autora.
Vamos Exercitar?
Com base na RDC nº 283/2005, esse idoso se enquadra na
classificação de Grau de dependência I, uma vez que o Sr. Jeremias
é um idoso independente, apesar de requerer uso de equipamentos
de autoajuda.
A avaliação da capacidade funciona do idoso é imprescindível para
prestação de um cuidado com maior qualidade e eficiência. Para
isso é imperativo conhecer o idoso institucionalizado, seus
potenciais, individualidades e necessidades.
Para avaliação das capacidades funcionais, podem ser utilizados
diversos instrumentos, como a Escala de Lawton e Brody (para
AIVD) e a Escala de Katz (para ABVD). O uso das escalas permite
avaliar quais funções apresentam maior necessidade de atenção e
quais podem ser realizados pelo idoso de forma independente.
Dessa forma, podemos preservar as funções físicas, motoras e
cognitivas dos idosos, oferecendo um atendimento individualizado e
maior qualidade de vida. 
Saiba Mais
Para aprofundar seus conhecimentos acerca da Avaliação da
Capacidade Funcional do Idoso, faça a leitura dos seguintes
materiais:
Conceituando e mensurando a incapacidade funcional da
população idosa: uma revisão de literatura, artigo publicado na
revista Ciência & Saúde Coletiva, de autoria de Luciana Correia
Alves e colaboradores. Este texto apresenta as principais
definições e formas de mensuração da incapacidade funcional.
Avaliação da capacidade funcional dos idosos e fatores
associados à incapacidade, artigo também publicado na revista
Ciência & Saúde Coletiva, de autoria de Bruno Rossi Barbosa e
colaboradores, que trata do tema da avaliação da capacidade
funcional e análise das características associadas à
incapacidade dos idosos atendidos em uma Estratégia da
Saúde da Família.
Guia Avaliação Funcional do Idoso, elaborado pela Secretaria
Estadual de Saúde de São Paulo com o objetivo de
instrumentalizar o profissional de saúde para a aplicação de
testes de rastreio e avaliação da capacidade funcional em
idosos. 
Referências Bibliográficas
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA.
RDC nº 283, de 26 de setembro de 2005. Regulamento técnico
para o funcionamento das instituições de longa permanência para
idosos. Brasília: ANVISA; 2005. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2005/res0283_26_
09_2005.html. Acesso em: 01 nov. 2023.
ALVES, L. C.; LEITE, I. da C.; MACHADO, C. J. Conceituando e
mensurando a incapacidade funcional da população idosa: uma
revisão de literatura. Ciência & Saúde Coletiva, v. 13, p. 1199-1207,
2008. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/csc/a/cLxq9bgrsMZWSt8GkNxjBfC/?
format=pdf&lang=pt. Acesso em: 01 nov. 2023.
BARBOSA, B. R. et al. Avaliação da capacidade funcional dos
idosos e fatores associados à incapacidade. Ciência & Saúde
Coletiva, v. 19, p. 3317-3325, 2014. Disponível em:
https://www.scielosp.org/pdf/csc/2014.v19n8/3317-3325/pt. Acesso
em: 01 nov. 2023.
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P.; GONÇALVES, E. Evolução e
Envelhecimento Humano. São Paulo: Érica, 2014.
BRAGA, C.; GALLEGUILLOS, T. G. B. Saúde do Adulto e do
Idoso. São Paulo: Érica, 2014.
DINIZ, L. R. et al. (org.) Geriatria. Rio de Janeiro: Medbook, 2020.
DI TOMMASO, A. B. G. et al. (org.). Geriatria: Guia Prático. 2. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.
DUARTE, Y. A. de O.; ANDRADE, C. L. de; LEBRÃO, M. L. O Índex
de Katz na avaliação da funcionalidade dos idosos. Revista da
Escola de Enfermagem da USP, v. 41, p. 317-325, 2007.
FREITAS, E. V. de; PY, L. (ed.). Tratado de Geriatria e
Gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
INSTITUCIONALIZAÇÃO. In: FERREIRA, A. B. H. Dicionário
Aurélio. Curitiba: Positivo, 2020.
INSTITUCIONALIZAR. In: FERREIRA, A. B. H. Dicionário Aurélio.
Curitiba: Positivo, 2020.
INSTITUTO PAULISTA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA “JOSÉ
ERMÍRIO DE MORAES”. Avaliação Funcional do Idoso. 2. ed.
Secretaria Estadual de Saúde: São Paulo, 2015. Disponível em:
https://www.saude.sp.gov.br/resources/ipgg/guias-e-manuais/ipgg-
avaliacaofuncionaldoidoso.pdf?attach=true. Acesso em: 01 nov.
2023.
KATZ, S. et al. Studies of illness in the aged. The index of ADL: a
standardized measure of biological and psychosocial function.
JAMA, v. 185, n. 12, p. 914-919,1963.
LAWTON, M. P.; BRODY, E. M. Assessment of old people: self-período caracterizado por
crescimento demográfico lento e expectativa de vida em torno dos
vinte anos de idade.
2ª Fase - Era do declínio das pandemias: nesta fase temos um
crescimento populacional em decorrência das altas taxas de
natalidade e uma queda significativa das taxas de mortalidade. Este
período coincide com os marcos históricos que vão desde a
Renascença até o início da Revolução Industrial. Apesar de as
doenças infecciosas e parasitárias ainda serem as principais causas
de morte no período, podemos identificar uma redução expressiva
nas grandes pandemias, um melhor acesso aos bens e serviços,
refletindo em melhor qualidade de vida para grande parte da
população, sendo a expectativa de vida elevada para
aproximadamente quarenta anos de idade.
3ª Fase - Era das doenças degenerativas e das causadas pelo
homem: nesta fase temos um acentuado declínio das doenças
infecciosas e parasitárias em decorrência das melhores condições
de vida da população (saneamento, alimentação, educação etc.),
que posteriormente foram intensificadas com o avanço da medicina
(antibióticos, vacinas etc.). Caracteriza-se pela queda das taxas de
natalidade e mortalidade, evidenciando uma desaceleração no
crescimento demográfico. Este período teve início com o fim da
Revolução Industrial e perdura até a atualidade, quando a
expectativa de vida foi aumentando de forma gradativa até atingir
níveis superiores a 70 anos de idade – com isso, a principal causa
de mortalidade passa a ser em decorrência de doenças crônicas,
não transmissíveis e agravos à saúde.
Atualmente os agravos em decorrência de doenças crônicas não
transmissíveis são as principais causas de morbimortalidade da
população idosa. Ocupam em primeiro lugar as patologias
cerebrovasculares, sucedidas das cardiovasculares.
Damos destaque a agravos como o acidente vascular encefálico
(AVE), infarto agudo do miocárdio (IAM), hipertensão e insuficiência
cardíaca. Também são prevalentes: diabetes, obesidade,
neoplasias, demências, quedas, fraturas domésticas e agravos em
decorrência de acidentes e violências.
Gráfico 1 | Transição demográfica baseada no modelo de
Warren Thompson. Fonte: elaborado pela autora.
Figura 2 | Relações entre transição demográfica e
epidemiológica. Fonte: adaptada de Rouquayrol e Silva
(2018).
Vamos Exercitar?
O processo de envelhecimento no Brasil vem acontecendo de forma
acelerada ao longo dos anos. Como reflexo disso, temos atualmente
uma alta taxa de envelhecimento populacional, se comparada a
outros países.
Com relação ao caso apresentado no início desta aula, temos que a
situação apresentada não é uma situação isolada, mas algo que
reflete uma realidade da população brasileira e até mesmo uma
realidade mundial. Esse fato existe graças a dois processos que
conhecemos, que são a transição demográfica e transição
epidemiológica, que modificaram a demografia e a composição da
população e o modo de adoecer e de morrer das pessoas.
Com o processo de industrialização e desenvolvimento do país as
pessoas passam a ter melhores condições de vida e melhor acesso
a bens e serviços. Como resposta a isso temos uma transição de
um cenário com altas taxas de mortalidade e altas taxas de
natalidade para um perfil de baixas taxas de natalidade e baixas
taxas de mortalidade. Associado a esse processo, temos o avanço
das mais diversas tecnologias e o aprimoramento da medicina
enquanto ciência, contribuindo, assim, para a solidificação desse
novo cenário com o aumento da expectativa de vida.
Essas transformações conduzem de forma gradativa para o
envelhecimento populacional e, com isso, uma maior prevalência de
doenças crônicas não transmissíveis e agravos à saúde.
O processo de globalização e as mudanças no estilo de vida da
população contribuem de forma significativa para o aumento de
fatores de risco, como o tabagismo, etilismo, sedentarismo, má
alimentação etc. Esses fatores cooperam de maneira incisiva para a
prevalência de doenças como hipertensão, diabetes e obesidade,
entre várias outras, sendo esta última considerada o “mal do século”
e um desafio para a saúde pública. 
Saiba Mais
A transição epidemiológica no Brasil não se deu da mesma forma
como nos países desenvolvidos, com substituição do perfil de
adoecimento por doenças infecciosas e parasitárias para o perfil de
adoecimento por doenças e agravos não transmissíveis. A transição
no país se deu de forma polarizada, com superposição de doenças
infecciosas e doenças e agravos não transmissíveis.
A transição polarizada é um desafio para saúde pública e se deve ao
fato de termos muitas iniquidades em saúde no país, além da
persistência e reintrodução de processos infecciosos como dengue
e malária.
Para se aprofundar um pouco mais a respeito do assunto, faça a
leitura dos artigos a seguir:
ARAUJO, J. D. Polarização epidemiológica no Brasil.
Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 21, n. 4, p. 533- 538,
2012.
FARAH, R. M. et al. Novas tecnologias no envelhecimento.
Revista Kairós: Gerontologia, v. 12, n. 5 (especial), 2009.
OLIVEIRA, A. S. Transição Demográfica, Transição
Epidemiológica e Envelhecimento Populacional No Brasil.
Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, v.
15, n. 32, p. 69-79, 1 nov. 2019 
Referências Bibliográficas
BRAGA, C.; GALLEGUILLOS, T. G. B. Saúde do Adulto e do
Idoso. São Paulo: Érica, 2014.
http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742012000400002
https://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/view/2670/1715
https://seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/48614/27320
https://seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/48614/27320
DINIZ, L. R. et al. (org). Geriatria. Rio de Janeiro: Medbook, 2020.
DUARTE, P. O.; AMARAL, J. R. G. (org.). Geriatria: Prática Clínica.
Barueri: Manole, 2020.
FARINATTI, P. T. V. Envelhecimento, promoção da saúde e
exercício: bases teóricas e metodológicas. Barueri: Manole,
2008.
KANE, R. L. et al. Fundamentos de Geriatria Clínica. 7. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2015.
MENDES, T. A. B. (org.). Geriatria e gerontologia. Manuais de
Especialização Einstein. Barueri: Manole, 2014.
NUNES, M. I.; SANTOS, M.; FERRETI, R. E. L (org.). Enfermagem
em Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2012.
PEREIRA, M. G. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2018.
ROUQUAYROL, M. Z.; SILVA, M. G. C. Epidemiologia & Saúde. 8.
ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2018.
SANTOS, S. S. C. Concepções teórico-filosóficas sobre
filosóficas sobre envelhecimento, velhice, idoso e enfermagem
gerontogeriátrica. Revista Brasileira de Enfermagem - Reben,
Brasília, v. 6, n. 63, p. 1035-1039, dez. 2010. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/reben/a/9H43x4GWRnd8sJXHYpW6b8x/?
format=pdf&lang=pt. Acesso em: 18 out 2023. 
Aula 2
https://www.scielo.br/j/reben/a/9H43x4GWRnd8sJXHYpW6b8x/?format=pdf&lang=pt
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PROCESSOS BIOLÓGICOS
DO ENVELHECIMENTO.
Processos Biológicos do
Envelhecimento
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Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? Bons estudos!
Ponto de Partida
Olá, estudante! 
Associado ao processo de desenvolvimento dos países temos
observado um aumento quantitativo da população no contexto
mundial. Junto com esse processo, é possível perceber e estimar
que a população que mais cresce está compreendida na faixa etária
idosa, levando ao que conhecemos como envelhecimento
populacional. A fase idosa, por ter crescido consideravelmente no
Brasil e no mundo, passou a ser cada vez mais estudada e
abordada pelos serviços públicos, principalmente nos contextos
médico, tecnológico e social. Cada ser humano é um sujeito único,
diferenciado por suas particularidades e singularidades. Por esse
motivo, o modo como envelhecemos é individual. Enquanto alguns
apenas envelhecem, outros apresentam associações com diferentes
distúrbios e patologias.
Para nortear nossa reflexão,maintaining and instrumental mental activities of daily living.
Gerontologist, v. 9, n. 3, p. 179-186, 1969.
MENDES, T. de A. B. (org.). Geriatria e gerontologia. Manuais de
Especialização Einstein. Barueri: Manole, 2014. 
Aula 4
POLÍTICAS PÚBLICAS NA
ATENÇÃO À SAÚDE DO
IDOSO
Políticas Públicas na Atenção à
Saúde do Idoso
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Ponto de Partida
Olá, estudante!
Durante muitos anos a pessoa idosa permaneceu “esquecida” pelos
serviços públicos e suas reais necessidades foram silenciadas em
meio à sociedade. Em decorrência do processo de desenvolvimento,
observamos uma modificação na demografia dos países em
consonância com a teoria da transição demográfica, o que vem
refletindo diretamente na composição da população mundial. Com
um expressivo aumento da população idosa, surgiram novas
demandas, o que torna relevante ao profissional que atua junto a
essa população compreender o processo biopsicossocial do
envelhecimento.
Diversos movimentos nacionais e internacionais lutaram para que os
idosos pudessem ter seus direitos garantidos, resultando na criação
de políticas, programas e legislações específicas que atendessem
às reais necessidades desse grupo populacional, tão negligenciado
ao longo de anos.
Para contextualizar a aprendizagem, vamos nos deter à seguinte
contextualização:
A caderneta da pessoa idosa é um documento criado pelo Ministério
da Saúde para implantação em todo o território nacional. Trata-se de
um instrumento de fundamental importância para o
acompanhamento de saúde e bem-estar do idoso. Por meio da
utilização da caderneta do idoso, é possível estabelecer e fortalecer
o vínculo entre a pessoa idosa e a Secretaria de Saúde.
O uso da caderneta permite o registro e o acompanhamento do
idoso por um período de cinco anos. Ela é composta por duas
partes, uma delas voltada ao profissional de saúde, em que são
registrados os dados pessoais, sociais e familiares, situação de
saúde, hábitos de vida, vulnerabilidade, entre outros e, a outra parte,
é voltada diretamente para o idoso, para seu cuidador e familiares,
constando orientações e informações importantes, como os direitos
da pessoa idosa e medidas para seu autocuidado.
Para que esse instrumento alcance os objetivos esperados, ele não
deve ser considerado apenas mais um mero papel de
preenchimento ou uma burocracia adicional. É preciso enxergá-lo
como uma ferramenta que permite iniciar um trabalho com mais
qualidade, permitindo um acompanhamento integral em saúde.
Agora, imagine a seguinte situação hipotética: você trabalha em
uma região em que o programa de atenção ao idoso apresenta
vários déficits em relação a sua eficiência e eficácia, sendo
negligenciado, aliás, o uso da caderneta do idoso. Por conta disso,
foi contratada uma empresa especializada em estudos de impactos
políticos nos programas de saúde implantados no município. Após
análise, os auditores questionaram o secretário da saúde sobre qual
embasamento legal e teórico foi utilizado para nortear esse
programa, porém ele não conseguiu responder, pois não foram
criados protocolos para sua implantação.
Com base no que você estudou, qual deve ser seu embasamento
legal para que seja elaborado o Protocolo de Implantação do
Programa de Atenção ao Idoso? Qual a importância de se instituir
um programa específico para esse grupo populacional? Qual
ferramenta poderá ser utilizada para melhorar a vinculação entre o
paciente idoso e o serviço de saúde?
E aí, vamos refletir sobre essas situações? 
Vamos Começar!
Política nacional do idoso
O envelhecimento populacional é um fenômeno que se caracteriza
pelo aumento da proporção de pessoas idosas na população de um
país. No Brasil, assim como em muitas outras nações, esse
fenômeno tem se manifestado de forma significativa nas últimas
décadas, e isso tem importantes implicações sociais, econômicas e
de políticas públicas.
Alguns dos principais fatores que contribuíram para o
envelhecimento populacional no Brasil incluem:
Melhorias na saúde e na qualidade de vida: Avanços na
medicina, na nutrição e nas condições de vida têm aumentado
a expectativa de vida da população, o que significa que as
pessoas estão vivendo mais tempo.
Redução da mortalidade infantil: A redução da mortalidade
infantil contribui para que um maior número de pessoas chegue
à fase idosa, pois menos crianças morrem precocemente.
Diminuição da migração: Em algumas regiões do Brasil, a
diminuição das migrações internas, com menos jovens
deixando suas cidades natais em busca de oportunidades,
contribui para o envelhecimento da população nessas áreas.
Além disso, o envelhecimento populacional traz desafios e
oportunidades. Alguns dos desafios incluem:
Pressão sobre sistemas de saúde: Com uma população mais
idosa, há uma demanda crescente por cuidados de saúde,
serviços médicos e programas de prevenção de doenças
crônicas.
Seguridade social e previdência: O aumento da população
idosa pode colocar pressão sobre os sistemas de previdência
social, como aposentadorias e pensões.
Cuidados de longo prazo: Com o envelhecimento da
população, há uma crescente necessidade de cuidados de
longo prazo, incluindo cuidados domiciliares e institucionais.
Combate ao preconceito e à discriminação: É importante
combater a discriminação etária e promover a inclusão social e
econômica das pessoas idosas.
Por outro lado, o envelhecimento populacional também traz
oportunidades, como o potencial para uma força de trabalho mais
experiente, uma maior demanda por produtos e serviços específicos
para idosos e o fortalecimento do papel dos idosos como agentes de
mudança na sociedade.
Diante deste contexto, o Brasil tem adotado políticas e programas
específicos para lidar com o envelhecimento populacional, incluindo
a Política Nacional do Idoso. Tais iniciativas visam garantir que a
população idosa tenha acesso a serviços de saúde, proteção social
e qualidade de vida, bem como promover a inclusão e o respeito aos
direitos das pessoas idosas.
As necessidades dos idosos começaram a ser discutidas na década
de 1970, com o Plano Nacional, dando origem ao documento
Políticas para Terceira Idade - Diretrizes Básicas, porém as ideias
contidas nesse material não foram colocadas em prática.
Embora o idoso nem sempre tenha sido prioridade, com o aumento
da população idosa no mundo, a Organização das Nações Unidas
(ONU), em 1982, reconhecendo a relevância e a gravidade da
questão, promoveu, na cidade de Viena, a I Assembleia Mundial
sobre o Envelhecimento, considerada um marco mundial que iniciou
as discussões direcionadas aos idosos com representação de várias
nações, inclusive o Brasil.
Nessa assembleia, foi estabelecido e aprovado o Plano de Ação
Internacional de Viena sobre o envelhecimento, objetivando
sensibilizar os governos e a sociedade para a necessidade de
direcionar políticas públicas e desenvolver estudos voltados para os
idosos, bem como pesquisas sobre os aspectos do envelhecimento.
Além disso, o documento foi composto por princípios que se apoiam
em cinco pontos fundamentais:
Independência
Participação
Cuidados
Autossatisfação
Dignidade
Pouco tempo depois, a Constituição Federal Brasileira (1988) definiu
a velhice como uma fase da vida que requer atenção obrigatória, em
que a família, a sociedade e o Estado têm responsabilidades,
devendo amparar e dar retaguarda ao indivíduo no seu
envelhecimento.
Sendo assim, em 1994, foi promulgada a Lei nº 8.842 e criada a
Política Nacional do Idoso (PNI), regulamentada pelo Decreto nº
1.948, em 1996. A PNI define princípios e diretrizes que asseguram
os direitos sociais dos idosos e as condições para promover sua
autonomia, integração e participação na sociedade.
Alguns dos principais objetivos da Política Nacional do Idoso
incluem:
Garantir a participação ativa dos idosos na sociedade,
promovendo a sua integração em todas as esferas da vida
social.Assegurar o direito à saúde, com atendimento especializado e
políticas de prevenção e tratamento de doenças que afetam a
população idosa.
Garantir a proteção contra a violência e o abuso dos direitos
das pessoas idosas.
Promover a inclusão social e o acesso a políticas de educação,
cultura, esporte e lazer para os idosos.
Estabelecer políticas de assistência social e previdenciária que
garantam uma renda mínima para os idosos em situação de
vulnerabilidade.
Fomentar a criação de espaços de convivência e de cuidados
voltados para a terceira idade.
Estabelecer mecanismos de fiscalização e controle da
implementação da política em todos os níveis de governo.
A Política Nacional do Idoso também estabelece a criação de
Conselhos do Idoso em âmbito municipal, estadual e nacional, que
têm a função de acompanhar e fiscalizar as políticas públicas
voltadas para os idosos, além de promover a participação da
sociedade na formulação e implementação dessas políticas.
É importante destacar que a Política Nacional do Idoso visa garantir
a dignidade, a cidadania e a qualidade de vida das pessoas idosas,
reconhecendo a importância de sua contribuição para a sociedade e
o respeito aos seus direitos.
Estatuto do idoso
Vimos que as questões sociais do envelhecimento em nossa
sociedade são caracterizadas por múltiplos e graves problemas que
afetam os idosos em um país em desenvolvimento como o Brasil,
demandando ações em diversas áreas.
Governos, organizações internacionais e sociedade civil iniciaram
mobilizações importantes para amparar o envelhecimento e
incentivar a implementação de políticas e programas sociais para
que sejam melhoradas as condições de saúde, participação e
seguridade dos cidadãos idosos.
Para dar continuidade ao nosso histórico acerca dos marcos que
compõem as políticas de atenção aos idosos, em abril de 2002, em
Madri, foi realizada a II Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento.
O evento desse ano aconteceu sob a temática “Uma sociedade para
todas as idades”, e foram o centro das discussões assuntos
exclusivamente relacionados aos idosos do mundo, resultando na
aprovação do Segundo Plano de Ação Internacional para o
Envelhecimento, o qual foi abraçado por todos os países membros
das Nações Unidas presentes. Esse plano atendia a um
compromisso internacional a respeito de um dos maiores desafios
sociais do século XXI: o rápido envelhecimento populacional no
mundo.
Como colocar o envelhecimento populacional na agenda do
desenvolvimento.
A promoção da saúde e do bem-estar para todo o ciclo da vida.
O desenvolvimento de políticas de meio ambiente propícias e
favoráveis que atendam às necessidades de indivíduos e às
sociedades que envelhecem.
Pouco tempo depois, no dia 1 de outubro de 2003, foi sancionada a
Lei nº 10.741, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso.
O Estatuto do Idoso é uma lei federal brasileira que estabelece
direitos e garantias para as pessoas idosas no Brasil, promovendo a
inclusão social e o respeito à terceira idade. O Estatuto do Idoso é
uma importante legislação que reconhece a relevância da população
idosa na sociedade e estabelece diretrizes para a sua proteção.
Alguns dos principais aspectos abordados pelo Estatuto do Idoso
incluem:
Direito à vida e à saúde: O Estatuto assegura o direito à vida
e à saúde das pessoas idosas, garantindo acesso a serviços de
saúde e tratamento médico adequados.
 Prioridade em atendimento: O Estatuto estabelece que as
pessoas idosas têm prioridade no atendimento em órgãos
públicos e privados, bem como em filas e estabelecimentos
comerciais.
Prevenção e combate ao abuso e à violência: A lei proíbe
qualquer forma de abuso, negligência, maus-tratos ou
exploração contra pessoas idosas, estabelecendo mecanismos
de denúncia e punição para esses casos.
 Proteção dos direitos patrimoniais: O Estatuto protege os
direitos patrimoniais das pessoas idosas, combatendo o uso
indevido de seus bens, fraudes e abusos financeiros.
Benefícios previdenciários: A lei estabelece direitos
específicos para aposentados e pensionistas idosos, além de
criar mecanismos para garantir a manutenção e a revisão de
seus benefícios.
Promoção da autonomia e participação social: O Estatuto
incentiva a participação ativa dos idosos na sociedade e
promove a criação de espaços de convivência, cultura, lazer e
esporte voltados para a terceira idade.
 Assistência social: A lei estabelece a garantia de renda
mínima para pessoas idosas em situação de vulnerabilidade,
por meio de programas de assistência social.
Política Nacional do Idoso: O Estatuto também reforça a
importância da Política Nacional do Idoso, estabelecendo que o
poder público deve promover a sua implementação.
Desta forma, pode-se notar que o Estatuto do Idoso é fundamental
para proteger os direitos das pessoas idosas no Brasil e promover o
envelhecimento com dignidade e qualidade de vida. Além disso, ele
estabelece diretrizes importantes para a sociedade e as instituições
públicas e privadas no que diz respeito ao tratamento e à inclusão
das pessoas idosas.
Siga em Frente...
Pacto pela saúde
Sabemos que uma das grandes conquistas da sociedade brasileira
veio com a promulgação da Constituição Federal Brasileira (1988),
que garantiu o direito universal e integral à saúde para todos
reafirmado com a criação do SUS por meio da Lei Orgânica da
Saúde nº 8.080/90. A partir desses marcos, a população passou a
ter o direito ao acesso universal, equânime e integral aos serviços e
ações de promoção, proteção e recuperação da saúde.
Apesar da conquista a esses direitos, os diversos grupos
populacionais começaram a apresentar necessidades específicas
que precisavam ser supridas, permitindo, assim, a elaboração de
diversos programas e políticas voltadas para a saúde e o bem-estar
da população.
Em 1999, por meio da Portaria Ministerial nº 1.395, foi apresentada
a primeira Política Nacional de Saúde do Idoso, com determinação
de ações somente dos órgãos e entidades ligadas ao Ministério da
Saúde. No ano seguinte, iniciou-se um processo de organização e
implantação das Redes Estaduais de Assistência à Saúde,
abrangendo todas as áreas da saúde, inclusive a do idoso. Em
2006, essa portaria ministerial foi revogada e criada uma portaria
nova que abrange todas as esferas de governo (União, estados e
municípios), tanto financeiras como multidisciplinares.
A atual Política Nacional de Saúde do Idoso foi instituída por meio
da Portaria GM nº 2.528, de 19 de outubro de 2006, tendo como
objetivo a busca pela garantia de atenção adequada e digna para a
população brasileira e idosa. A política também traz a definição do
limite mínimo de idade para que uma pessoa seja considerada
idosa, sendo igual ou superior a 60 anos de idade.
Ainda em 2006, como resultado de intenso trabalho de discussão
por cerca de dois anos, foi elaborado o Pacto Pela Saúde, instituído
por meio da Portaria Ministerial nº 399, de 22 de fevereiro.
Trata-se de um conjunto de reformas institucionais do Sistema Único
de Saúde (SUS) pactuado entre as três esferas de gestão, incluindo
o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais e municipais de
saúde, com o objetivo de promover inovações nos processos e
instrumentos de gestão, objetivando atingir maior eficiência e
qualidade de respostas do SUS e, ao mesmo tempo, redefinir as
responsabilidades de cada gestor em função das necessidades de
saúde da população na busca da equidade social. O Pacto pela
Saúde é subdividido em 3 pactos:
Pacto pela Vida: tem por finalidade atender às necessidades
de todos os usuários do SUS, seja na atenção primária, seja
secundária, seja terciária. São seis as prioridades pactuadas,
estando, entre elas, a saúde do idoso.
Pacto em Defesa do SUS: deve ser pautado por diretrizes e
ações que visam ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde
no território nacional.
Pacto de Gestão: estabelece diretrizes para a gestão do
Sistema Único de Saúde, considerando os aspectos de
descentralização, financiamento, planejamento, controle social,
entre outros.
Por fim, podemos perceberque foram grandes as lutas até que a
população idosa pudesse ter garantia de direitos em relação a sua
autonomia, qualidade de vida, dignidade, participação social e
acesso a bens e serviços.
Vamos Exercitar?
Antes da elaboração do programa voltado para a saúde da pessoa
idosa do município, devem ser levantadas as principais legislações
que regulamentam a saúde do idoso no território nacional. Entre
essas legislações, podemos citar: Política Nacional do Idoso,
Estatuto do Idoso, Política Nacional de Saúde do Idoso e Pacto pela
Saúde.
Além das legislações específicas, é fundamental conhecer o público
que será atendido pelo programa, bem como realizar um
levantamento das teorias do envelhecimento para o conhecimento
dos aspectos biopsicossociais que envolvem a vida dos idosos.
Após todos esses embasamentos afinados, é importante que seja
feita a nomeação de uma comissão multiprofissional para
elaboração do protocolo.
A população idosa do Brasil tem demonstrado um expressivo
crescimento. Vivemos uma realidade em que a população envelhece
cada vez mais, no entanto sem a erradicação de problemas sociais
que acompanham esse grupo populacional ao longo de anos.
O idoso, no Brasil, foi deixado em segundo plano por muitos anos, e
suas necessidades específicas deixaram de ser supridas e
atendidas. A instituição de políticas e programas específicos para
esse grupo populacional traz garantias de direitos para que a fase
da velhice seja vivida com mais dignidade e qualidade de vida.
Para melhorar ainda mais a assistência ao idoso atendido no
município, o programa instituído deverá incluir a utilização da
caderneta do idoso. Esse instrumento auxiliará no fortalecimento do
vínculo entre o paciente idoso e o serviço de saúde; ele contempla
informações úteis da fase idosa que precisam ser difundidas para
toda a população, além do campo destinado ao registro profissional,
que servirá como meio de controle e acompanhamento do idoso,
permitindo um cuidado mais integral. 
Saiba Mais
Para se aprofundar nas políticas públicas na saúde do idoso, faça a
leitura dos artigos a seguir:
Envelhecimento da população e as políticas públicas de saúde,
da autoria de Maria José Sanches Marin e Vanessa C. Bertassi
Panes, publicado na Revista do Instituto de Políticas Públicas
de Marília – traz uma retomada histórica das principais
legislações que permeiam o processo do envelhecer.
O desenvolvimento de políticas públicas de atenção ao idoso
no Brasil, de Maria Teresinha de Oliveira Fernandes, da Revista
da Escola de Enfermagem da USP - trata-se de análise
documental que objetivou discutir aspectos legais do
desenvolvimento de políticas de atenção ao idoso no Brasil no
contexto sociopolítico e histórico, com vistas aos aspectos que
delineiam o bem-estar para pessoa idosa.
Políticas públicas para pessoas idosas no Brasil: uma revisão
integrativa, de Luana Machado Andrade e colaboradores, da
revista Ciência & Saúde Coletiva - trata-se de uma revisão
integrativa que objetiva analisar o que versam as produções
científicas e os documentos legais sobre as políticas públicas
para as pessoas idosas no Brasil 
Referências Bibliográficas
ALCÂNTARA, A. de O. Da política nacional do idoso ao estatuto
do idoso: a difícil construção de um sistema de garantias de direitos
da pessoa idosa. In: ALCÂNTARA, A. de O.; CAMARANO, A. A.;
GIACOMIN, K, C. Política Nacional do idoso: velhas e novas
questões. Rio de Janeiro: Ipea, 2016.
ANDRADE, L. M. et al. Políticas públicas para pessoas idosas no
Brasil: uma revisão integrativa. Ciência & Saúde Coletiva, [S. l.], v.
18, n. 12, p. 3543-3552, dez. 2013. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/csc/a/dBRFg9jpfpVgNSVvSVwCZsB/abstract/
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Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da
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BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre
as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá
outras providências. Brasília, DF, 1990. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em: 03
nov. 2023.
BRASIL. Lei nº 10.741, de 1 de outubro de 2003. Dispõe sobre o
Estatuto do Idoso e dá outras providências. Brasília, DF, 2003.
Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm. Acesso
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BRASIL. Ministério da Saúde. Envelhecimento e saúde da
pessoa idosa. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/evelhecimento_saude_p
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BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.395, de 10 de
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BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 399, de 22 de fevereiro
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aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto. 2006a.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.528 de 19 de outubro
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FERNANDES, M. T. de O.; SOARES, S. M. O desenvolvimento de
políticas públicas de atenção ao idoso no Brasil. Revista da
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MARIN, M, J. S.; PANES, V. C. B. Envelhecimento da população e
as políticas públicas de saúde. Revista do Instituto de Políticas
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MENDES, T. de A. B. (org.). Geriatria e gerontologia. Barueri:
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NUNES, M. I.; SANTOS, M. dos; FERRETTI, R. E. de L. (org).
Enfermagem em geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2012.
ONU – Organização das Nações Unidas. Plano de ação
internacional sobre o envelhecimento. Tradução de Arlene
Santos. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos;
Conselho Nacional dos Direitos do Idoso, 2003.. 
Encerramento da Unidade
RELAÇÕES SOCIAIS DO
ENVELHECIMENTO
Videoaula de Encerramento
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? Bons estudos!
Ponto de Chegada
Olá, estudante! 
Chegamos à terceira unidade do nosso estudo e, para desenvolver
as competências desta, que versam sobre a avaliação da influência
social e sua potencialidade no cuidado ao idoso, primeiramente será
necessário que você compreenda que a busca pela longevidade é
um desejo comum entre as pessoas, e graças aos avanços
tecnológicos e científicos, a expectativa de vida tem aumentado ao
longo dos anos. No entanto, muitos não se preparam
adequadamente para a velhice, desejando viver mais, mas evitando
envelhecer. 
Diante disto, temos ainda o estigma e o preconceito em relação aos
idosos que podem causar desequilíbrios psíquicos e sociais,
afetando a qualidade de vida na terceira idade. Assim, pode-se
entender que o processo de envelhecimento é gradual e pode levar
a diversos desafios, como a perda de contatos sociais, dificuldades
no mercado de trabalho, lutas contra doenças crônicas e ameaças à
sexualidade. Além disso, conforme a idade avança, as atividades
diárias se tornam mais difíceis, levando ao isolamento social e à
chamada "morte social", onde o idoso se encontra completamente
isolado.
Sendo assim, para um envelhecimento mais digno,é crucial que
familiares e contatos sociais ofereçam apoio e suporte, ajudando os
idosos a se adaptarem às mudanças físicas e sociais. A integração
dos idosos na sociedade promove estímulos benéficos,
incentivando-os a viver de forma produtiva e a superar os desafios
do envelhecimento.
À medida que envelhecemos, nossos papéis sociais evoluem, e a
transição para novos papéis pode ser desafiadora. No entanto, essa
transformação também pode trazer alegria e significado, como o
papel de avós, que permite mais tempo para se relacionar com os
netos. A morte do cônjuge e a aposentadoria também alteram os
papéis sociais, mas, com o tempo, podem levar a novas
oportunidades e relações familiares.
Sendo assim, a manutenção da autonomia e independência é
fundamental para a qualidade de vida dos idosos. À medida que
enfrentam dificuldades nas atividades diárias, é importante preservar
sua capacidade de tomar decisões. No entanto, restrições só devem
ser impostas quando necessário para proteger sua dignidade e
integridade.
Temos assim o tema da violência contra os idosos, que é um
problema grave, refletindo a desvalorização e estigmatização desse
grupo. Ela pode assumir várias formas, como maus-tratos físicos,
negligência, violência institucional e intrafamiliar, sendo que a
prevenção e combate à violência envolvem investimentos em uma
sociedade para todas as idades, priorização dos direitos dos idosos,
corresponsabilização do Estado e da sociedade, e apoio às famílias
que cuidam dos idosos. É fundamental criar espaços seguros e
promover assistência adequada, bem como prevenir dependências.
O envelhecimento é um processo natural que requer suporte social,
compreensão e respeito para garantir que os idosos desfrutem de
uma vida digna e participativa na sociedade. Além disso, a
prevenção da violência contra os idosos é uma responsabilidade de
todos, visando garantir o bem-estar e os direitos dessa população
vulnerável.
Neste contexto, surgem os Determinantes Sociais de Saúde (DSS),
que são condições de vida e trabalho que afetam a saúde da
população, englobando fatores sociais, econômicos, culturais,
étnicos, psicológicos e comportamentais. Grupos em circunstâncias
precárias ou distantes de informações de saúde estão mais
expostos a doenças. Identificar as relações entre esses
determinantes é desafiador, mas é essencial para reduzir
desigualdades de saúde.
De acordo com este modelo, é possível entender que o meio
ambiente e a saúde estão relacionados, podendo beneficiar ou
prejudicar a saúde das pessoas. Existem interferências do meio
ambiente em micro, meso e macroambientes, que afetam a saúde,
especialmente em idades extremas. Potencialidades individuais
envolvem desenvolver o potencial humano por meio da criatividade,
conhecimento, habilidades e características como autonomia,
autoestima e autoconfiança.
A autonomia é essencial para um envelhecimento saudável,
permitindo ao idoso ser ativo e autônomo. O fator econômico é um
desafio para a saúde dos idosos, exigindo políticas públicas para
garantir um patamar mínimo de qualidade de vida. O acesso aos
recursos financeiros é vital para a qualidade de vida na terceira
idade.
Além disso, a educação financeira é crucial para garantir que os
idosos possam desfrutar da velhice com qualidade, evitando
endividamento e mantendo o padrão de vida. Planejar
financeiramente ao longo da vida é essencial para um
envelhecimento saudável e independente. Mas, além de todos
esses fatores, temos ainda que o envelhecimento traz consigo uma
multiplicidade de doenças crônicas que podem limitar a capacidade
funcional do idoso, tornandoo mais vulnerável à dependência,
especialmente em atividades relacionadas ao autocuidado e à vida
independente. O envelhecimento também traz mudanças
morfológicas, funcionais e bioquímicas que afetam a capacidade de
adaptação do indivíduo ao ambiente. Doenças crônicas e
degenerativas afetam de forma expressiva a população idosa,
resultando frequentemente em incapacidades que impactam as
atividades diárias e levam à dependência de terceiros. A avaliação
da capacidade funcional do idoso é essencial para direcionar ações
e cuidados de saúde, dividindo-se em Atividades Básicas de Vida
Diária (ABVD) e Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD).
A capacidade funcional é a habilidade do idoso de agir de forma
independente, enquanto a incapacidade funcional está relacionada à
inabilidade ou limitação na execução de atividades cotidianas. Esses
estados são influenciados por fatores sociais, psicológicos e
ambientais, tanto dentro como fora do indivíduo.
No caso de idosos institucionalizados, a falta de familiares para
cuidar, a perda de capacidade funcional, a escassez de serviços de
apoio social e os custos com cuidados em casa são fatores que
levam à internação em Instituições de Longa Permanência para
Idosos (ILPIs). Essas instituições são residências coletivas que
oferecem cuidados aos idosos, sendo um recurso quando a
dependência se torna mais acentuada.
Sendo assim, a avaliação da capacidade funcional do idoso é
fundamental para personalizar a assistência de saúde nas ILPIs,
garantindo um cuidado integral. A dependência do idoso é
classificada em três graus distintos, de acordo com a necessidade
de auxílio em atividades de autocuidado e a presença de
comprometimento cognitivo. Além disso, regulamentos técnicos são
estabelecidos para o funcionamento dessas instituições e garantem
a qualidade dos cuidados prestados aos idosos.
Enfim, o envelhecimento populacional no Brasil tem desafios e
oportunidades. Alguns desafios incluem a pressão sobre sistemas
de saúde, seguridade social e a necessidade de cuidados de longo
prazo. Além disso, é importante combater o preconceito e a
discriminação contra os idosos. Por outro lado, o envelhecimento
populacional também oferece oportunidades, como uma força de
trabalho mais experiente e uma maior demanda por produtos e
serviços para idosos. O Brasil tem adotado políticas e programas
específicos para lidar com esse envelhecimento, incluindo a Política
Nacional do Idoso, que visa garantir que a população idosa tenha
acesso a serviços de saúde, proteção social e qualidade de vida.
Além disso, o Estatuto do Idoso, promulgado em 2003, estabelece
direitos e garantias para pessoas idosas no Brasil, incluindo direitos
à vida, saúde, prioridade no atendimento e prevenção do abuso e da
violência. O Pacto pela Saúde, lançado em 2006, busca aprimorar o
Sistema Único de Saúde (SUS) e atender às necessidades dos
usuários do SUS, incluindo a saúde do idoso. É um esforço conjunto
entre as esferas de governo para promover inovações na gestão da
saúde no Brasil
Essas políticas e programas refletem a importância de garantir a
dignidade, cidadania e qualidade de vida das pessoas idosas,
reconhecendo sua contribuição para a sociedade e respeitando seus
direitos. O Brasil tem evoluído ao longo do tempo para melhor
atender às necessidades da crescente população idosa.
É Hora de Praticar!
Antonio é um homem de 70 anos que tem enfrentado desafios
significativos à medida que envelhece. Ele mora sozinho desde a
morte de sua esposa e, embora deseje uma vida longa e saudável,
tem lutado com a solidão e a deterioração de sua capacidade
funcional. Antonio se encontra em uma situação de isolamento
social e dificuldades em suas atividades diárias, levando a um
declínio na qualidade de vida. Ele está em risco de enfrentar a
"morte social" e precisa de apoio para se adaptar às mudanças
físicas e sociais associadas ao envelhecimento.
Diante deste contexto, reflita:
Como o estigma e o preconceito em relação aos idosos podem
afetar a saúde psicológica de Antonio e sua qualidade de vida
na terceira idade? 
De que forma a integração de Antonio na sociedade pode ser
promovida para ajudá-lo a superar o isolamento social e viver
de maneira mais produtiva? 
Qual é o papel da família e de outros contatos sociais na
melhoria da qualidade de vida de Antonio? Como eles podem
oferecer apoio e incentivar sua autonomia e independência?Reflita
1) Quais são os desafios enfrentados pela população idosa em
relação ao envelhecimento e como esses desafios afetam a
qualidade de vida na terceira idade? RESPOSTA: Os desafios
enfrentados pela população idosa incluem perda de contatos
sociais, dificuldades no mercado de trabalho, lutas contra doenças
crônicas, ameaças à sexualidade e dificuldades nas atividades
diárias, levando ao isolamento social e à "morte social". Esses
desafios afetam negativamente a qualidade de vida na terceira
idade. 
2) Como a integração dos idosos na sociedade pode ajudá-los a
viver de forma mais produtiva e a superar os desafios do
envelhecimento?
RESPOSTA: A integração dos idosos na sociedade promove
estímulos benéficos, incentivando-os a viver de forma produtiva e a
superar os desafios do envelhecimento. Isso inclui o
desenvolvimento de novos papéis sociais, como o papel de avós,
que permite mais tempo para se relacionar com os netos.
3) Por que a manutenção da autonomia e independência é
fundamental para a qualidade de vida dos idosos? E como o
fator econômico está relacionado a isso? 
RESPOSTA: A manutenção da autonomia e independência é
fundamental para a qualidade de vida dos idosos, pois permite que
eles sejam ativos e autônomos. O fator econômico está relacionado
porque o acesso aos recursos financeiros é vital para a qualidade de
vida na terceira idade. A educação financeira também desempenha
um papel importante na garantia de um envelhecimento saudável e
independente
Resolução do estudo de caso
Levando em consideração a real situação de Antonio, é possível
pensar em algumas questões:
O estigma e o preconceito em relação aos idosos podem impactar a
saúde psicológica de Antonio, causando desequilíbrios emocionais e
sociais. Ele pode se sentir menos valorizado e excluído, o que
afetará negativamente sua qualidade de vida na terceira idade. 
A integração de Antonio na sociedade pode ser promovida por meio
de atividades sociais, clubes de idosos, grupos de voluntariado e
programas de recreação para idosos. Isso proporcionaria estímulos
benéficos e oportunidades para ele interagir com outras pessoas e
se sentir mais envolvido na comunidade.
A família e os contatos sociais de Antonio podem desempenhar um
papel crucial na melhoria de sua qualidade de vida, oferecendo
apoio emocional e prático. Eles podem incentivá-lo a participar de
atividades sociais, ajudá-lo nas atividades diárias quando necessário
e garantir sua dignidade e integridade enquanto enfrenta os desafios
do envelhecimento. A integração da família e da comunidade é
essencial para promover a autonomia e a independência de Antonio.
Dê o play!
Assimile
Relações sociais do envelhecimento - Fonte: Elaborado pelo autor.
Referências
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Idoso. São Paulo: Érica, 2014.
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Guanabara Koogan, 2012.
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Brasil: uma revisão integrativa. Ciência & Saúde Coletiva, [S. l.], v.
18, n. 12, p. 3543-3552, dez. 2013. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/csc/a/dBRFg9jpfpVgNSVvSVwCZsB/abstract/
?lang=pt&format=html. Acesso em: 03 nov. 2023. 
https://www.scielo.br/j/rsp/a/wQgSsDMwB9DdtZPKxJMFWVv/?format=html&lang=pt
https://www.scielo.br/j/rsp/a/wQgSsDMwB9DdtZPKxJMFWVv/?format=html&lang=pt
PENSAMENTO
MULTIDISCIPLINAR
PARA O
ENVELHECIMENTO
Aula 1
ATUAÇÃO
MULTIDISCIPLINAR NAS
ALTERAÇÕES
CARDIOVASCULARES E
RESPIRATÓRIAS
Atuação multidisciplinar nas
alterações cardiovasculares e
respiratórias
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? Bons estudos!
Ponto de Partida
Olá, estudante!
O acompanhamento multidisciplinar dos fatores relacionados ao
envelhecimento é primordial para se prevenir e tratar patologias
relacionadas ao desgaste natural do corpo humano na terceira
idade. A adaptação a esse processo natural e, consequentemente,
sua limitação são importantes para estabelecer padrões de
comportamento saudáveis que envolvam áreas correlacionadas,
como cuidados médicos e bem-estar físico, psicológico e espiritual,
levando, ao idoso, o equilíbrio necessário.
O impacto do envelhecimento na qualidade de vida está diretamente
relacionado ao conhecimento dos fatores intrínsecos a essa fase
numa linguagem que respeita as diferentes culturas e os conceitos
preestabelecidos pelo idoso.
Estudante, para contextualizar sua aprendizagem, analise a
seguinte situação-problema e proponha uma solução.
Imagine que você trabalha em uma Instituição de Longa
Permanência para Idosos (ILPI) e sua função é planejar ações para
a equipe multidisciplinar da clínica, considerando a influência de
fatores de risco para estes, sendo a prevenção destacada como a
principal aliada. Neste contexto, sabe-se que a fase da velhice
intensifica a incidência de doenças cardiorrespiratórias influenciadas
por hábitos de vida como o sedentarismo, obesidade, tabagismo
entre outros eventos. Além disso, o controle da pressão arterial é
fundamental na prevenção dos eventos cardiovasculares. Assim,
encontramos nesta ILPI algumas pessoas que são ou já foram
tabagistas, o que vem comprometendo a saúde dos mesmos. Seria
possível realizar ações de prevenção neste ambiente? Se sim, qual
a sua função? Como realizá-la?
Convidamos você a conhecer um pouco esses temas, qual o
impacto na vida dos pacientes e estudar qual a melhor ação a ser
tomada em relação às mesmas.
Bom estudo! 
Vamos Começar!
Hipertensão, insuficiência cardíaca e
infarto agudo do miocárdio
Segundo Rocha (2018), o aumento da população idosa nos leva a
refletir e buscar soluções para que esse processo natural ocorra de
forma tranquila. As alterações físicas, psicológicas e sociais
envolvem uma adaptação aos novos limites, tendo a prevenção
como maior aliada. Nesse quesito, a influência de um profissional,
seja ele da área da saúde, seja da área da educação, seja de áreas
afins, desde que tenha conhecimentos necessários na área é
fundamental no desenvolvimento da conscientização individual e
familiar para proporcionar mais qualidade de vida e prevenir a
hospitalização e processos invasivos que expõem o idoso a maior
probabilidade de infecções.
Os fatores de risco para doenças cardiorrespiratórias são comuns
na população idosa. Hábitos de vida como sedentarismo, obesidade,
tabagismo, consumo excessivo de álcool, estresse e outros
interferentes culminam em comorbidades vinculadas ao
envelhecimento e relacionadas com as alterações fisiológicas e
morfológicas em grandes órgãos e sistemas, como cardiovascular,
respiratório e renal (SOUZA; IGLESIAS, 2002).
Hipertensão cardíaca e
consequências
Nosso coração funciona como uma bomba, levando o sangue com
nutrientes para o corpo todo. Ao fazer a troca gasosa no pulmão, as
toxinas são filtradas nos rins; trata-se de uma verdadeira máquina
central responsável pelo equilíbrio geral do corpo humano. Fatores
inerentes ao envelhecimento, como diabetes e as dislipidemias,
colaboram com a rigidez e o acúmulo de gordura nas artérias,
aumentando o trabalho do coração e sobrecarregando essa bomba.
Por outro lado, o coração não recebe oxigênio suficiente e sofre com
a insuficiência cardíaca, prejudicando seu funcionamento.Sintomas
como cansaço, edema em membros inferiores e falta de ar se
apresentam. 
A hipertensão é o aumento da pressão que o sangue faz para
circular pelo corpo. Com o aumento da pressão cardíaca, o coração
não consegue atuar de forma adequada, compromete a circulação
sanguínea, sofre com a falta de oxigênio e causa o IAM (infarto
agudo do miocárdio). Pessoas que sofrem infarto podem
desenvolver a insuficiência cardíaca.
Diante disso, como abordar um idoso com insuficiência cardíaca?
Bem, o controle da pressão arterial é fundamental, logo, frente a
situações extremas, o paciente deve ser encaminhado para o
pronto-socorro, para realização de exames de rotina, como
eletrocardiograma. A atuação rápida é de extrema importância para
a sobrevivência do idoso, daí o impacto da informação como
ferramenta fundamental na prevenção.
A abordagem multiprofissional para prevenção, mudança de hábitos,
prática de atividade física, realização de exames de rotina e controle
da alimentação é fundamental para reduzir os eventos
cardiovasculares. 
Na Figura 1, representamos a evolução dos processos do
envelhecimento e as patologias decorrentes desse processo:
Atenção
Os valores considerados normais são de 12 mmHg para
pressão sistólica e 8 mmHg para pressão diastólica — aquele
12x8 considerado uma boa pressão arterial.
FIGURA 1: Evolução dos processos do envelhecimento a partir dos fatores externos - FONTE:
Elaborado pelo autor
Trombose venosa profunda
Outra patologia comum na terceira idade decorrente dos processos
naturais do envelhecimento e cuja causa é a dificuldade de
circulação do sangue no corpo é a trombose venosa profunda. Mas
o que causa a trombose venosa profunda?
Nosso corpo possui um sistema de coagulação que, quando nos
ferimos, é ativado para bloquear o sangramento, produzindo um
trombo, que fecha o ferimento, seguindo-se o processo de
cicatrização. No caso da trombose, o trombo ou coágulo se forma
sem ferimento, internamente, bloqueando a passagem do sangue
em artérias ou veias. A trombose venosa profunda é a formação do
trombo ou coágulo em veias profundas com obstrução ou oclusão,
podendo ser absolutamente assintomática ou se manifestar como
dor, vermelhidão e rigidez da musculatura na região em que se
formou o trombo.
Pacientes idosos são propensos à trombose venosa profunda por
conta da mobilidade reduzida, de alterações metabólicas e
comorbidades que afetam o Sistema circulatório. A prevalência de
casos de trombose venosa profunda é maior em pacientes
imobilizados, obesos, com traumas graves, varizes, transplantados,
pacientes com insuficiência cardíaca ou que sofreram infarto agudo
do miocárdio. Cerca de 70% dos casos se dão em decorrência de
complicações por outras doenças, cenário comum aos pacientes
idosos. (DIETRICH et al., 2004).
O diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento;
identificar o problema a tempo pode evitar maiores complicações,
como acidente vascular cerebral, infarto ou embolia pulmonar. A
prevenção é a prática de exercícios físicos, evitar consumo de álcool
e tabaco e manter uma dieta equilibrada, haja vista que a obesidade
é um dos principais fatores desencadeantes da maioria dos
processos cardiovasculares.
Na presença de sintomas como dor intensa, calor, vermelhidão e
rigidez na musculatura, o paciente deve ser encaminhado
rapidamente ao serviço médico mais próximo, a fim de iniciar os
Assimile
A trombose venosa profunda afeta cerca de dez milhões de
pessoas no mundo, sendo que tratamentos com
anticoagulantes diminuem a probabilidade de ocorrência
(PIAT et al., 2019). 5% dos pacientes com trombose venosa
profunda podem evoluir para gangrena venosa e risco de
perda do membro afetado ou embolia pulmonar.
procedimentos necessários à sobrevivência e evitar sequelas
incapacitantes.
Assistir a um paciente com trombose venosa profunda é prestar
atenção aos mínimos detalhes durante a anamnese. Em processo
de internação por outros fatores, a comunicação pode ser
impossível, e a atenção aos procedimentos rotineiros aplicados deve
ser intensa. 
Alguns cuidados preventivos para evitar a trombose venosa
profunda e suas complicações são:
A aplicação do anticoagulante.
A troca de decúbito.
Elevação das pernas.
Uso de meia elástica.
Você já presenciou algum caso assim? Esses conhecimentos
auxiliarão você na tomada de decisões e na orientação de pessoas
próximas ao idoso diante de um episódio de trombose venosa
profunda.
Siga em Frente...
Pneumonias, DPOC, enfisema
pulmonar
Voltando ao nosso tema relacionado à multidisciplinaridade e sua
importância no contexto das patologias que acometem nossos
idosos, conheceremos um pouco as doenças respiratórias, os
fatores de risco e as causas dessas patologias que são
responsáveis pela hospitalização de idosos.
As estatísticas do Sistema de informações sobre mortalidade (SIM,
SUS) apontam um aumento de morte por doenças respiratórias em
pessoas acima de 60 anos nas últimas décadas. Por conta do
aumento do tempo de vida, o risco para doenças do trato
respiratório é maior, entre elas, a pneumonia, a bronquite, o
enfisema pulmonar e a DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica)
prevalecem.
Sabemos que, na terceira idade, o sistema imunológico do idoso
está alterado, infecções que são facilmente controladas resultam em
pneumonias com difícil controle, o que expõe o idoso à
hospitalização e a maior risco de contrair uma infecção hospitalar
que pode levar à morte por SEPSE (infecção generalizada causada
por microrganismos patogênicos).
Além disso, muitos pacientes foram fumantes ativos ou passivos
durante boa parte da vida, e o tabagismo é a principal causa de
doenças pulmonares, seja ele passivo, seja ativo.
Nosso corpo funciona por meio do sistema circulatório ou sistema
cardiovascular, que é formado por uma rede de artérias, veias e
capilares que se conectam a nossa bomba propulsora: o coração.
Fatores relacionados ao estilo de vida, como obesidade,
sedentarismo, hábitos alimentares inadequados e, principalmente, o
consumo de tabaco atuam diretamente na circulação, causando
prejuízos muitas vezes, irreversíveis ou com causas de mortalidade.
Tabagismo e DPOC
Atenção
Segundo Menezes et al. (2002), em 2030, o tabagismo deverá
ser a maior causa isolada de morte, chegando ao número de
10 milhões de mortes por ano, sendo o maior responsável por
câncer de pulmão, enfisema, bronquite, cardiopatias,
problemas vasculares e outras doenças.
Fumantes apresentam um risco de 10 a 14 vezes maior de morte
por DPOC. Quando a fumaça do cigarro e derivados do tabaco é
inalada, os pulmões são expostos a altas concentrações de agentes
nocivos que danificam o epitélio das vias aéreas; a fumaça, que
atinge os brônquios, causa edema e inflamação da mucosa,
ocasionando o enfisema pulmonar. Essas injúrias prejudicam a
circulação, danificando vários órgãos do corpo humano e diminuindo
a qualidade e o tempo de vida do indivíduo (MEIRELLES, 2009).
As comorbidades presentes na maioria dos idosos aliadas ao
consumo de tabaco durante a vida, seja de forma passiva, seja
ativa, levam a um quadro incapacitante na terceira fase da vida, com
episódios de falta de ar e hospitalização frequente por conta da
necessidade do sistema de oxigenação e aplicação de bronco
dilatadores. 
Planejar com cuidado a prevenção e a atuação conjunta em
diversas frentes proporciona o conhecimento necessário para atuar
no controle dessas doenças, buscando um ambiente acolhedor para
o idoso e diminuindo o desconforto comum a essa fase da vida.
Vamos Exercitar?
Considerando a influência dos fatores de risco, é fundamental
abordar a necessidade de profissionais, especialmente da área da
saúde e da educação, na conscientização individual e familiar. A
prevenção é destacada como a aliada principal para garantir
qualidade de vida e evitar hospitalizações desnecessárias. Sendo
assim, espera-se que a abordagem multidisciplinar, com foco nas
áreas de educação e saúde, resulte em uma conscientização
efetiva, promovendo mudanças de hábitos e prevenindoo
desenvolvimento e agravamento de doenças. A atuação conjunta de
profissionais da saúde e educação visa criar um ambiente acolhedor
e minimizar desconfortos associados à terceira idade. 
Saiba Mais
Estudante, para aprender um pouco mais sobre o conteúdo
estudado, convidamos você a assistir aos vídeos a seguir e
aprimorar seus conhecimentos:
Quais os sintomas e causas da trombose? – Neste vídeo, o
dr. Vitor C. Gornati ensina o que vem a ser a trombose, quais
são suas causas, característica e sintomas. 
 O que é pressão alta? – Essa doença é uma das principais
causas de infarto e acidente vascular cerebral no mundo todo.
Para saber mais detalhes sobre a enfermidade, assista mais
um capítulo do "Saúde em 90 Segundos", com a presença do
cardiologista José Luiz Aziz, diretor da Sociedade de
Cardiologia do Estado de São Paulo.
Circulação sanguínea – Neste vídeo você irá aprender sobre
um dos sistemas mais importantes do corpo humano: o sistema
circulatório. 
Referências Bibliográficas
DIETRICH, A. R. et al. Epidemiologia da trombose venosa
profunda (TVP) em pacientes internados no Hospital do
Servidor Público Municipal de São Paulo. São Paulo: [s. n.],
2004.
Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/sms-2769. Acesso
em: 09 nov. 2023.
MAIA, V. N. et al. Trombectomia fármaco-mecânica e
angioplastia venosa em caso de trombose ilíaco-femoral
associada a síndrome de May-Thurner (Cockett). Revista de
Angiologia e Cirurgia Vascular, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 17-19,
jan./mar. 2019. 
Disponível em:
http://sbacvrj.com.br/novo/wp-content/uploads/2019/04/Revista_Jan-
Mar_2019_sbacvrj_online.pdf. Acesso em: 09 nov. 2023.
MENEZES, A. M. B. et al. Risco de câncer de pulmão, laringe e
esôfago atribuível ao fumo. Revista de Saúde Pública, [S. l.], v. 36,
n. 2, p. 129-134, 2002. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rsp/a/dKHRhQMkKfPb3rJkY6H6TPC/?
format=pdf&lang=pt. Acesso em 09 nov. 2023.
MEIRELES, R. H. S. Tabagismo e DPOC – dependência e doença
– fato consumado. Pulmão RJ – Atualizações temáticas, Rio de
Janeiro, v. 1, n. 1, p. 13-19, 2009.
Disponível em:
http://www.sopterj.com.br/wp-
content/themes/_sopterj_redesign_2017/_revista/2009/atualizacoes-
tematicas/tabagismo-e-dpoc.pdf. Acesso em: 09 nov. 2023.
PIATI, P. K. et al. Análise do grau de recanalização da trombose
venosa profunda: estudo comparativo de pacientes tratados
com varfarina versus rivaroxabana. Jornal Vascular Brasileiro, [S.
l.], v. 18, 2019. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/jvb/a/yv5nz3sjVvwYfFXvBtM7zns/?lang=pt.
Acesso em: 09 nov. 2023. 
ROCHA, J. A. O envelhecimento humano e seus aspectos
psicossociais. Revista Farol, Rolim de Moura, v. 6, n. 6, p. 77-89,
jan. 2018.
Disponível em:
http://revistafarol.com.br/index.php/farol/article/view/113. Acesso em:
09 nov. 2023.
SOUZA, J. A. G. de; IGLESIAS, A. C. R. G. Trauma no
idoso. Revista da Associação Médica Brasileira, [S. l.], v. 48, n. 1, p.
79-86, mar. 2002. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ramb/a/q9KMLTyd8Wj5xsXG8CLgMMr/?
format=pdf&lang=pt. Acesso em: 09 nov. 2023. 
Aula 2
PENSAMENTO
MULTIDISCIPLINAR NAS
ALTERAÇÕES DIGESTIVAS,
URINÁRIAS E
HEMATOLÓGICAS
Pensamento multidisciplinar nas
alterações digestivas, urinárias e
hematológicas
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? Bons estudos!
Ponto de Partida
Olá, estudante.
O pensamento multidisciplinar para o envelhecimento exige
habilidades para uma comunicação eficaz. O universo da medicina é
amplo e rico, o que requer a busca de conhecimentos sobre
diversos assuntos a fim de se interagir com seus pares e buscar
soluções. Continuando a atuação multidisciplinar nas patologias,
abordaremos as principais alterações do sistema digestivo, urinário
e hematológico, tendo a busca do conhecimento como um
diferencial para o profissional que quer se destacar no meio em que
atua. Saber correlacionar as informações e ativar as frentes
necessárias é importante para traçar um plano de ação e atuação
que atinja o objetivo: a satisfação do cliente e o reconhecimento do
seu trabalho.
Nesta mesma ILPI que você trabalha a equipe diretora está
pensando em realizar reformas estruturais no prédio em decorrência
das comorbidades relacionadas à idade que os pacientes
apresentam. As queixas são variadas, englobando sintomas como
dor no estômago, devido à ingestão de medicamentos; intestino
preso ou diarreia; sensação de estômago cheio; azia; e dores em
geral. As dificuldades com pacientes com incontinência urinária vão
desde a dificuldade de locomoção até o uso de fraldas geriátricas.
Alguns pacientes fazem tratamento oncológico, demandando
cuidados específicos.
Diante desse cenário, solicitaram a sua ajuda na organização e
levantamento de dados referentes a esta reforma. Como você
poderia colaborar, juntamente com a equipe, para encontrar
soluções que pudessem atender esses idosos?
Vamos lá, foco nos estudos e determinação, pois assim você atingirá
seus objetivos!
Bons estudos! 
Vamos Começar!
Úlcera péptica, constipação, câncer
de estômago e intestino
Iniciaremos nossa aula relembrando o sistema digestório e algumas
patologias que afetam esse sistema na terceira idade.
Nosso sistema digestivo é formado por:
Cavidade oral.
Faringe.
Esôfago.
Estômago.
Intestino delgado.
Intestino grosso.
Reto.
Ânus.
A digestão começa na boca, por meio da trituração dos alimentos
pelos dentes e pela enzima amilase presente na saliva. A língua
participa do processo digestivo formando e empurrando o bolo
alimentar para a faringe; da faringe, o alimento segue para o
estômago por meio dos movimentos peristálticos (contração dos
músculos presentes no esôfago); e no estômago, o bolo alimentar
sofre a ação do suco gástrico e se transforma em quimo. No
intestino delgado, ocorre a absorção dos nutrientes presentes no
alimento ingerido, e o residual vai para o intestino grosso, onde
formam-se as fezes, que são eliminadas através do ânus.
FIGURA 01: Sistema digestivo - Fonte: Pixabay.
As alterações do sistema digestivo em idosos começam na
juventude e estão relacionadas à higiene oral, ao cuidado com os
dentes, limpeza da aparelhos ortodônticos e língua, alimentação,
consumo ou não de tabaco, álcool e medicamentos. Os hábitos
diários determinarão o que chamamos de fatores extrínsecos ou
externos que causam patologias no sistema digestivo. São
exemplos: microrganismos patogênicos (bactérias, fungos,
parasitas) presentes nos alimentos ou em superfícies contaminadas,
como a bactéria H. pilory, que é uma das responsáveis pela gastrite.
Os fatores intrínsecos ou internos são de ordem genética, como
alguns tipos de câncer. 
As infecções são comuns na terceira idade, e a redução da
imunidade, devido às comorbidades, potencializa os efeitos de
doenças facilmente combatidas pelo sistema imunológico na fase da
juventude e meia idade.
A seguir, abordaremos as principais patologias relacionadas ao
sistema digestivo que acometem idosos.
Úlcera péptica: A úlcera péptica é causada por uso de
medicamentos ou pela bactéria Helicobacter pilory, em que se
forma uma erosão na parede do estômago, desencadeando
sintomas que incluem dor epigástrica, azia e sensação de
peso. O diagnóstico é fechado por meio da endoscopia, que
detecta, também, a bactéria H. pilory. O tratamento consiste em
antibióticos para erradicar a H. pilory, medicamentos para
controlar a acidez do estômago, redução do estresse,
modificação da dieta, abandono do tabagismo e repouso.
Constipação: A constipação é o chamado intestino preso, com
eliminação reduzida, dificultada ou impossibilitada das fezes.
Os sintomas envolvem o abdômen distendido, dor abdominal,
flatulência e dor ao evacuar. O paciente é orientado a ingerir
alimentos ricos em fibras, água em abundância e fazer
caminhadas para facilitar o trato digestivo. O uso de laxantes
não é recomendado, uma vez que prejudica o funcionamento
normal do intestino, mas em casos extremos,pode haver
indicação médica.
Câncer de estômago e intestino: O câncer é uma mutação
genética e a proliferação de células anormais que invadem os
tecidos, formando tumores. Essas células podem acessar os
vasos sanguíneos e linfáticos e migrar para vários órgãos do
corpo, e a esse processo damos o nome de metástase. O
câncer de estômago é causado por processos multifatoriais
ligados à nutrição inadequada, presença da bactéria H. pilory
ou fatores genéticos. Mas, e o câncer no intestino? A incidência
maior é no intestino grosso; geralmente, desenvolve-se por
meio de pólipos benignos, sendo que a retirada desse pólipo
minimiza a probabilidade de câncer. Para tanto, é realizado um
exame histológico do pólipo para verificar indícios de
malignidade. Já o câncer no intestino delgado é raro, sendo o
adenocarcinoma o mais frequente, e a probabilidade de
desenvolvimento é maior em portadores da doença de Crohn
(doença inflamatória do trato gastrointestinal).
Em ambos os casos, o paciente precisa ser acompanhado pelo
médico anualmente, repetindo exames como colonoscopia e
pesquisa de sangue oculto nas fezes. Sangue nas fezes é um
sintoma comum, mas o câncer pode, ocasionalmente, bloquear o
intestino, causando fortes cólicas abdominais e vômitos.
Siga em Frente...
Incontinência urinária e infecções do
trato urinário
O sistema urinário é constituído por 2 rins, 2 ureteres, 1 uretra e 1
bexiga. Os rins são responsáveis por filtrar o sangue e formar a
urina, regular a pressão arterial, controlar o pH do sangue, excretar
metabólitos dos medicamentos e produzir alguns hormônios. Por
meio de movimentos peristálticos, os ureteres transportam a urina
dos rins para a bexiga, que armazena a urina até a excreção.
Incontinência urinária: Na incontinência urinária, o indivíduo
não consegue segurar a micção e há perda involuntária da
urina. Existem vários tipos de incontinência urinária, entre elas:
o Síndrome da bexiga hiperativa ou incontinência
urinária de urgência.
o Incontinência urinária de esforço (perda de urina
quando a pessoa tosse ou se exercita).
o Incontinência mista (associa os dois tipos de
incontinência citados anteriormente).
o Incontinência por regurgitação ou transbordamento
(distensão progressiva do órgão e perda da capacidade
de contração).
o Incontinência funcional (pode ocorrer mesmo quando
o sistema urinário consegue funcionar de forma correta,
mas trata-se do resultado das circunstâncias que
minimizam a noção da necessidade de urinar ou mesmo
que interrompem a chegada até o banheiro a tempo de
se despir, exemplificando o que ocorre nas condições de
afecções musculoesqueléticas, doenças
neurodegenerativas ou alterações cognitivas).
Suas causas podem estar relacionadas a partos naturais na mulher
multípara, resultante do enfraquecimento da musculatura pélvica; a
fatores neurológicos, comuns em pacientes que sofreram AVC; à
doença de Parkinson; à demência; e a alterações do trato urinário
relacionadas com a idade.
Infecção urinária: A infecção urinária é causada por
microrganismos presentes nas fezes (ex.: bactéria gram
negativa E. coli), no sangue ou em cateter vesical em pacientes
com sonda. Na mulher, a prevalência é maior, porque a uretra
feminina é mais curta e localizada próxima ao ânus. Os
sintomas são: dor durante a micção e dificuldade para reter a
urina.
O diagnóstico é realizado por meio do exame de urina simples ou do
antibiograma, que pode detectar a resistência das bactérias a
determinados medicamentos e indicar qual medicamento será eficaz
para combater a infecção.
Pielonefrites: Infecções urinária não tratadas, tratadas
incorretamente ou em pacientes com deficiência imunológica
podem evoluir para pielonefrite, que consiste na infecção dos
rins, com risco de evoluir para sepse e infecção generalizada
no organismo.
O uso de antibióticos sem controle médico pode causar recidivas de
infecção urinária devido à resistência que os microrganismos
desenvolvem aos medicamentos. Pacientes idosos são mais
propensos a infecções e à incontinência urinária devido ao uso de
fraldas geriátricas, dificuldades com a higiene da uretra, problemas
neurológicos, uso de medicamentos diuréticos e deficiência
imunológica por conta das comorbidades.
Anemia, leucemia, linfoma
Sabemos que as células do sangue são produzidas na medula
óssea e divididas em três componentes: células vermelhas, células
brancas e plaquetas. As células vermelhas ou glóbulos vermelhos
são as hemácias, responsáveis por transportar o oxigênio dos
pulmões para os órgãos e retirar o gás carbônico que será eliminado
pelo pulmão. As células brancas ou leucócitos são as células de
defesa divididas em: neutrófilo, monócito, eosinófilo e basófilo. As
ATENÇÃO
Observações sobre nossos idosos: a dificuldade de
locomoção é outro fator que interfere muito na independência.
A mobilidade reduzida não permite um percurso rápido até o
banheiro, além disso, segurar a urina e se sentar no vaso
sanitário é um tormento, trazendo constrangimento e
frustração para a pessoa idosa. Diante disso, é importante a
adaptação dos espaços para manter a dignidade inerente a
esse público enquanto for possível, haja vista que o processo
da velhice é degenerativo e inevitável.
plaquetas são responsáveis pela coagulação, e elas formam o
coágulo para fechar o ferimento. Vamos, aqui, apresentar as
patologias relacionadas ao sangue.
 Anemia: A anemia é uma deficiência na produção dos
glóbulos vermelhos (hemácias) ou a redução da concentração
da hemoglobina presente nos mesmos. As hemácias
transportam o oxigênio; a hemoglobina é um pigmento presente
nas hemácias; e o resultado da redução da concentração de
hemoglobina leva à falta de oxigênio no corpo, causando
fraqueza, cansaço, tontura, dor nos membros inferiores. O
hemograma é o primeiro exame solicitado para investigação de
distúrbios sanguíneos. Tipos de anemia:
o Anemia ferropriva: quando há deficiência de ferro na
alimentação ou grandes perdas de sangue.
o Anemia falciforme: quando as hemácias adquirem
forma de foice.
o Talassemia: quando há deficiência na produção de
hemoglobina.
o Megaloblástica: provocada pela falta de vitamina
B12.
o Aplástica: a medula óssea não produz sangue o
suficiente.
A dieta pobre em vitaminas e os problemas intestinais interferem na
absorção de nutrientes, como a alimentação pobre em vitaminas
com a B12.
Leucemia: Na leucemia, as células jovens do sangue sofrem
alterações no material genético, transformando-se em células
cancerosas, que se multiplicam ou vivem mais que as células
saudáveis, prejudicando sua produção. A partir daí, uma
cascata de acontecimentos se segue: com a deficiência da
produção de células saudáveis, os componentes do sangue
são reduzidos, resultando em anemia com sangramentos,
geralmente no nariz e gengivas, e hematomas distribuídos pelo
corpo, por falta das plaquetas responsáveis pela coagulação e
baixa na imunidade decorrente da queda dos glóbulos brancos.
As leucemias são classificadas, em relação à cronicidade, em
agudas e crônicas.
Leucemia crônica: Na leucemia crônica, os sintomas
demoram a se apresentar e a mutação acontece nas células
maduras. Aos sintomas da leucemia aguda, são acrescentados
a febre, o aumento do baço e a perda de peso. Além disso, ela
também é dividida em LLC (leucemia linfocítica crônica) e LMC
(leucemia mieloide crônica).
Linfomas: Os linfomas são neoplasias das células de origem
linfoide. Geralmente, começam a se formar nos linfonodos e
são diferenciados em linfoma de Hodkins e linfoma não
Hodkins.
O linfoma de Hodkins tem início em um único linfonodo e
dissemina-se no sistema linfático. O aumento indolor do
linfonodo é o primeiro sintoma, seguido de prurido intenso.
Com a evolução, os órgãos são comprimidos pelo tumor, o
paciente tem tosse, derrame pleural, icterícia, dor abdominal,
dor óssea, infecções com febre, sudorese e perda de peso. O
tratamento envolve a quimioterapia seguida de radioterapia,
oferecendo grandes chances de remissão, mesmo quando há
recidivas.
Nolinfoma não Hodkins, as células malignas estão presentes
em todo o tecido linfoide e disseminam-se de forma
imprevisível, sem localização definida. No estágio I e II da
doença, os sintomas são mínimos, frente a isso, a doença só é
diagnosticada nos estágios III ou IV, quando a linfadenopatia
aparece e pode comprometer a função de vários órgãos. O
tratamento dependerá das funções hepáticas, cardíacas e
renais do paciente e da presença de outras comorbidades
relacionadas à idade. 
Vamos Exercitar?
Estamos diante de uma ILPI que está com vários idosos com
diferentes comorbidades referentes à idade. Diante deste quadro, a
equipe solicita seu apoio para pensar em soluções físicas para
adequação do prédio. Assim sendo, frente a essas necessidades,
será necessário, primeiramente, acionar uma equipe multidisciplinar
para que seja realizada uma triagem a fim de conseguir identificar e
separar os pacientes em grupos com similaridade, após, seria
interessante o apoio de um engenheiro para verificar a infraestrutura
e propor soluções que otimizem o fluxo de pacientes. Exemplo:
pacientes que não conseguem se locomover precisam ter acesso
rápido e seguro aos banheiros. Desta forma, os pacientes teriam
suas necessidades atendidas de uma maneira mais efetiva e os
profissionais conseguiriam atendê-los com mais agilidade. 
Saiba Mais
Estudante, para aprender um pouco mais sobre o conteúdo
estudado, convidamos você a acessar os links abaixo e aprimorar
seus conhecimentos:
Para mais informações sobre o câncer de estômago e intestino,
sintomas, prevenção e tratamento, acesse o site do Inca
(Instituto Nacional de Câncer).
Sobre uma ótica diferente do dia a dia de uma boa instituição
para idosos, assista ao vídeo “Veja quais são os direitos e
como é a rotina dos idosos nos asilos”. 
A Incontinência Urinária é uma das síndromes geriátricas mais
importantes, pois afeta significativamente a vida dos idosos,
influenciando sua qualidade de vida. Para saber mais sobre o
tema, leia o artigo “Interferências e repercussões da
incontinência urinária na vida dos idosos”, de Luciane Cegati de
Souza e colaboradores.
Referências Bibliográficas
MINHHUYEN, N. Câncer de intestino delgado. 2021. Disponível
em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/distúrbios-
digestivos/tumores-do-sistemadigestivo/câncer-de-intestino-delgado.
Acesso em: 11 nov. 2023. 
REIS, R. B. dos et al. Incontinência urinária no idoso. Acta
Cirúrgica Brasileira, [S. l], v. 18, n. 5, p. 47-51, 2003. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/acb/a/JqVGTGKvG7Xp6JPfMqnvJ6q/abstract/
?lang=pt#. Acesso em: 11 nov. 2023. 
SILVA, E. V. da et al. Fatores preponderantes para o
desenvolvimento do câncer de estômago. Caderno de
Graduação, Ciências Biológicas e da Saúde, Alagoas, v. 6, n. 2, p.
167- 176, out. 2020. Disponível em:
https://periodicos.set.edu.br/fitsbiosaude/article/view/7677. Acesso
em: 11 nov. 2023. 
SILVA, F. C. da. Neoplasias hematológicas no idoso: uma revisão.
Revista Saúde Integrada, Santo Angelo, v. 8, n. 15-16, p. 1-13, 2015.
Disponível em: https://core.ac.uk/reader/229765171. Acesso em: 11
nov. 2023. 
SMELTZER SC, B. B. G. Brunner e Suddarth: tratado de
enfermagem médico-cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012. v. I e II.
Aula 3
PENSAMENTO
MULTIDISCIPLINAR NAS
ALTERAÇÕES DOS
SISTEMAS: NERVOSO,
ENDÓCRINO
Pensamento multidisciplinar nas
alterações dos sistemas: nervoso,
endócrino
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? Bons estudos!
Ponto de Partida
Olá, estudante! 
Nesta aula, vamos estudar as principais patologias do sistema
nervoso que acometem o cérebro e o sistema nervoso central: as
chamadas doenças neurodegenerativas, que são responsáveis pela
decadência na qualidade de vida dos nossos idosos e familiares,
com efeitos devastadores, limitantes e extenuantes. 
O conhecimento nos leva à reflexão do nosso papel enquanto
agentes promotores de uma qualidade de vida melhor e de como
atenuar as consequências dessas doenças geriátricas. As
síndromes metabólicas, como a diabetes, serão abordadas com a
obesidade e a desidratação, haja vista que a diabetes é primária e a
desidratação uma consequência dessa patologia. Além disso,
conversaremos também sobre as patologias tireoidianas, que são
aquelas relacionadas à produção de hormônios (seja em excesso ou
em falta). 
Assim, o objetivo aqui é levar o conhecimento básico dessas
patologias que você provavelmente encontrará no exercício da sua
profissão e, desta forma, conseguir alimentar a sua bagagem de
conhecimento para uma atuação plena. 
Para tanto, partiremos da seguinte contextualização: imagine que
você é um cuidador de idosos e que está cuidando de uma senhora
em sua residência. Ela, por sua vez, apresenta um quadro de
tontura com perda de equilíbrio, confusão mental, dificuldade de fala
e parestesia. Você, então, aciona o SAMU e ela é encaminhada ao
pronto-socorro. Na emergência, a senhora é submetida a anamnese
e apresenta sinais vitais normais; em seguida, é realizada uma
tomografia cerebral e constatado que ela se encontra bem, sem
alterações estruturais. Após umas duas horas, a paciente apresenta
suas funções cognitivas e motoras normalizadas. 
E agora, o que ela apresentou? Esses sintomas são característicos
de qual evento? O que deve ser feito com a paciente a título de
prevenção? Bons estudos!
Vamos Começar!
Demência vascular, Alzheimer, doença
de Parkinson
O sistema nervoso é fundamental para o funcionamento do nosso
organismo, sendo responsável por diversas funções, sendo assim,
quando há um comprometimento desse sistema, automaticamente
vários dos comandos enviados para o nosso corpo são alterados,
causando limitação ou incapacidade de movimentos (ataxias;
plegias; paresias) e das funções mentais (demências). Então, vamos
nos concentrar agora em alguns desses temas que são de extrema
relevância:
Demência: É um termo abrangente que descreve um conjunto
de sintomas relacionados ao declínio cognitivo, o que pode
afetar a memória, o raciocínio, a linguagem e outras
habilidades mentais necessárias para realizar atividades
diárias. A demência é causada por danos ou perda de células
nervosas e suas conexões no cérebro. Essas mudanças no
cérebro podem interferir com a capacidade da pessoa de
pensar claramente, se comunicar efetivamente e realizar
atividades normais. A demência altera as funções cognitivas,
funcionais e comportamentais, culminando na incapacidade
motora e cognitiva. Com um início sutil, evolui para efeitos
devastadores. Demência vascular, Alzheimer e doença de
Parkinson são classificadas, na ordem das demências, como
exemplos de patologias neurodegenerativas que afetam os
neurônios, que são o alicerce do sistema nervoso e estão
divididos em:
Sensoriais, que recebem estímulos e os enviam para o
sistema nervoso central. 
Motores, que conduzem impulsos do sistema nervoso
central para o organismo.
Já os interneurônios são responsáveis por fazer a conexão entre um
neurônio e outro. A similaridade entre as demências é a evolução
para o estado semi ou completamente vegetativo, com declínio
cognitivo, motor e nervoso, incapacitando ou prejudicando a atuação
do indivíduo em exercer atividades complexas e básicas. O
diagnóstico prévio é importante para assistir a esses pacientes, para
que a qualidade de vida seja a melhor possível.
Demência vascular: A demência vascular é um tipo de
demência causado por danos nos vasos sanguíneos que
fornecem sangue ao cérebro. Esses danos podem resultar de
acidentes vasculares cerebrais (AVCs) ou de outros problemas
que afetam os vasos sanguíneos e a circulação cerebral. A
demência vascular é a segunda causa mais comum de
demência, após a doença de Alzheimer. A demência vascular
causa perda de memória em idosos que sofreram acidente
vascular ou múltiplos infartos no cérebro, patologias que
ocluem os vasos encefálicos e que são mais comuns em
pessoas que apresentam comorbidades,como a obesidade ou
a diabetes. De início lento, afeta, primeiro, a função executiva,
ocorrendo um declínio nas habilidades que denotam atenção,
controle, flexibilidade, decisão e execução. Com a progressão
da doença, a marcha é prejudicada e outros sintomas
aparecem, como paralisia ou dormência de um lado do corpo
(hemiplegia), fraqueza muscular, dificuldade na fala (afasia) e
alterações do humor.
Doença de Alzheimer: Descoberta em 1907 pelo neurologista
alemão Alois Alzheimer, a doença de Alzheimer é uma condição
neurodegenerativa progressiva que afeta o cérebro, resultando
em perda gradual de funções cognitivas, como memória,
raciocínio, linguagem e habilidades de tomada de decisão. É a
forma mais comum de demência em idosos. O declínio
cognitivo é o principal sintoma, com perda da memória,
confusão mental, perda da noção espacial, incapacidade de
autocuidado e incapacidade de compreender situações. Trata-
se de algo devastador para o paciente, que perde sua
identidade, e para os familiares, que acompanham um período
em que desaparecem da memória do ente querido. Os
sintomas da doença de Alzheimer começam de maneira leve e
aumentam gradualmente em gravidade à medida que a doença
avança. Os sinais comuns incluem: perda de memória (com
esquecimento de informações recentes e dificuldade em
lembrar eventos recentes); dificuldade de concentração e
raciocínio (dificuldade em tomar decisões, resolver problemas e
realizar tarefas familiares); desorientação no tempo e no
espaço (perda de noção de datas, estações ou locais);
problemas de linguagem (dificuldade em encontrar as palavras
certas, repetição de frases ou dificuldade em entender a
linguagem); mudanças de humor e personalidade (variações no
humor, comportamento apático ou agressivo); dificuldade em
realizar tarefas cotidianas (dificuldade em realizar tarefas
diárias, como se vestir ou preparar refeições).
Parkinson: Outro distúrbio neurológico progressivo e com
sintomas sensitivos e motores é a doença de Parkinson, cujos
sintomas costumam aparecer aos cinquenta anos.
Caracterizado como um distúrbio neurodegenerativo crônico
que afeta o sistema nervoso central, traz problemas motores,
como tremores, rigidez muscular, bradicinesia (movimentos
lentos) e instabilidade postural, apresentando uma evolução
prolongada. Esses sintomas resultam da degeneração
progressiva de células nervosas na parte do cérebro que
controla o movimento, conhecida como substância negra. Na
doença de Parkinson, os níveis de dopamina (neurotransmissor
responsável por levar informações para várias partes do corpo)
caem, levando a um desequilíbrio que afeta o movimento
voluntário. O tratamento é direcionado para o controle dos
sintomas e preservação da independência funcional do
paciente.
Acidente vascular encefálico
O acidente vascular encefálico (AVE) é o principal distúrbio vascular
cerebral que pode resultar em incapacidade grave e a longo prazo.
Apenas 50 a 70% das pessoas que sobrevivem a um AVE voltam a
ter independência nas atividades diárias. O acidente vascular
isquêmico é o de maior incidência, com oclusão vascular
significativa, mas há também o acidente vascular hemorrágico, com
extravasamento de sangue para o interior do cérebro pela ruptura de
um vaso.
Acidente vascular isquêmico: Também conhecido como
derrame cerebral isquêmico, é uma condição médica em que
há uma diminuição do suprimento sanguíneo para uma parte
do cérebro, resultando em danos aos tecidos cerebrais devido
à falta de oxigênio e nutrientes. Esse tipo de AVC é causado
por um bloqueio ou obstrução em uma artéria cerebral, que
pode ocorrer devido a um coágulo sanguíneo ou um acúmulo
de placa nas artérias. Nesta patologia, o fluxo sanguíneo é
interrompido, os sintomas se apresentam como dormência em
um lado do corpo, confusão mental, distúrbios visuais, tonturas,
perda do equilíbrio, dificuldade para falar, andar e dor de
cabeça súbita e intensa. O acidente vascular isquêmico pode
causar danos neurológicos a depender da localização da lesão,
de quais vasos foram obstruídos e de qual hemisfério do
cérebro foi acometido. Além disso, pode apresentar sequelas
tanto temporárias como permanentes, que podem ser:
Alterações motoras, como a hemiplegia, (paralisia de um lado
do corpo); a hemiparesia (fraqueza de um lado do corpo, sendo
mais comum nos membros superiores, com diminuição da
capacidade de prensar e manipular objetos); e a apraxia
(incapacidade de realizar uma ação que já foi aprendida). 
Alterações de comunicação, com quadros de disartria e afasia,
que se manifestam pela dificuldade de falar. 
Distúrbios visuais, podendo se manifestar por hemianopsia,
que é a perda da metade do campo visual, e por alterações da
visão espacial, que é a percepção da relação entre dois ou
mais objetos. 
Comprometimento cognitivo, podendo se manifestar pela
dificuldade de aprender, atenção reduzida, dificuldade de
compreensão, esquecimento. 
Alterações psicológicas, que podem se manifestar por
desmotivação, depressão e mudanças do humor com
hostilidade, frustração, ressentimento e falta de cooperação.
Acidente vascular hemorrágico: ocorre quando há
sangramento dentro ou ao redor do cérebro. Esse tipo de
acidente vascular cerebral (AVC) é menos comum do que o
acidente vascular isquêmico, mas é potencialmente mais grave
devido ao sangramento que pode danificar diretamente as
células cerebrais, sendo assim, o diferentemente do acidente
vascular isquêmico, em que o fluxo sanguíneo é interrompido
dentro do vaso, o acidente vascular hemorrágico é causado
pelo sangramento dentro do tecido cerebral, por ruptura de
vasos. Ele pode ocorrer em pacientes com hipertensão,
aterosclerose cerebral, tumores cerebrais ou uso de certos
medicamentos e drogas ilícitas. Os sintomas e sequelas são
similares aos do AVE isquêmico, mas acontece o
extravasamento do sangue para o cérebro através do
rompimento de um vaso sanguíneo, enquanto no AVE
isquêmico o fluxo é interrompido dentro do vaso. Se houver
sangramento severo, o paciente poderá evoluir para óbito.
Acidente isquêmico transitório (AIT): Caracteriza-se por um
episódio temporário de déficit neurológico focal causado por
uma interrupção temporária do fluxo sanguíneo para uma parte
do cérebro. Embora os sintomas de um AIT sejam semelhantes
aos de um acidente vascular cerebral (AVC), a principal
diferença é que, no AIT, os sintomas geralmente desaparecem
em um curto período, geralmente dentro de uma hora. No
entanto, mesmo que os sintomas desapareçam, um AIT ainda é
uma condição médica séria e indica um risco aumentado de um
AVC futuro. Desta forma, o AIT ocasiona uma perda súbita da
função motora, sensorial ou visual resultante de uma isquemia
temporária para uma região específica do cérebro. O paciente
apresenta sintomas de AVE, faz uma tomografia que não
apresenta alterações, os sintomas passam em uma hora, mais
ou menos, e isso pode servir como um alerta para um acidente
vascular iminente. Uma investigação mais detalhada é
necessária com a realização de exames como
eletrocardiograma, ultrassonografia das carótidas,
angiorressonância e ressonância nuclear magnética.
Siga em Frente...
ASSIMILE
A prevenção ainda é a melhor aliada no caso das doenças
neurodegenerativas! Ela envolve uma abordagem abrangente
que inclui hábitos de vida saudáveis, gestão de fatores de
risco e práticas que promovem a saúde do cérebro. Renunciar
ao tabaco, praticar atividades físicas, ter uma alimentação
saudável e controlar a pressão arterial e os níveis de glicemia
reduzem o risco de se apresentar alguma dessas doenças. É
importante observar que, embora essas práticas possam
contribuir para a prevenção, não há garantia de evitar
completamente as doenças neurodegenerativas, pois fatores
genéticos também desempenham um papel significativo.
Consultar um profissional de saúde para orientações
personalizadas é sempre recomendado.
Diabetes mellitus, desidratação,
hipotireoidismo, hipertireoidismo,
obesidade
Diabetes mellitus (DM), desidratação e obesidade: O
diabetes é uma condiçãovamos pensar na seguinte situação: O
HIPERDIA é um sistema informatizado destinado ao cadastro e
acompanhamento de usuários da rede ambulatorial do SUS
(Sistema Único de Saúde) para portadores de hipertensão arterial e
diabetes. Esse sistema permite a geração de dados e informações
para facilitar o acesso aos tratamentos disponíveis na rede para
essas doenças crônicas. Como ferramenta de gestão, o sistema
permite a orientação dos gestores públicos para adoção de
estratégias e ações em saúde, entre outros benefícios (DATASUS,
2021). Para contextualizar sua aprendizagem, imagine que você
está em uma Unidade Básica de Saúde junto com uma equipe
multidisciplinar realizando atendimentos a um grupo de idosos do
seu município cadastrados no HIPERDIA. Na sala de acolhimento
você foi abordado por um idoso que afirmava que o registro de sua
altura na ficha de atendimento estava incorreto. A altura registrada é
1,55 m e o idoso afirma que altura dele é 1,60 m, pois se lembra
com clareza que essa é altura mínima estipulada para ingressar na
carreira militar e ele foi militar em grande parte de sua vida. Ao
reavaliar o idoso você confirmou que a altura registrada na ficha
estava de fato correta. Com base no que você aprendeu ao longo
desta aula, responda aos seguintes questionamentos: considerando
a indagação do idoso, o que justificaria a divergência em relação à
sua altura? Quais outras alterações fisiológicas podem ocorrer
durante o processo de envelhecimento? Vamos descrever algumas
alterações que se enquadram nos processos de senescência e
senilidade?
 
Nesta aula trabalharemos juntos o processo fisiológico do
envelhecimento e sua associação com comorbidades que são tão
comuns nessa fase da vida. Vamos começar? Bons estudos!
Vamos Começar!
FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO
EXPLORANDO AS FASES DA VIDA:
O ser humano, assim como todo ser vivo, passa por fases ou
estágios do ciclo vital. No decurso natural da vida todos enfrentam
um processo contínuo em que nascem, crescem, se desenvolvem,
envelhecem e, por fim, morrem. Em cada ciclo da vida compomos a
nossa história, baseada em experiências negativas e positivas, que
refletirão diretamente no modo como envelhecemos.
A infância é a primeira fase da vida. De acordo com a legislação
brasileira, ela é iniciada imediatamente após o nascimento e vai até
12 anos de idade. Durante essa fase ocorrem inúmeras
transformações físicas, psicológicas e sociais, que podem ser
diretamente influenciadas pela cultura, valores e crenças presentes
no contexto que permeia a vida da criança. Logo em seguida
estabelece-se a adolescência, que se estende até 18 anos de
idade, fase marcada por importantes transformações
biopsicossociais, em que a puberdade passa a ser um fenômeno
importante e que evolui de forma distinta entre meninos e meninas.
Na sequência, temos a fase adulta, marcada por responsabilidades
e independência. É geralmente nessa fase que o indivíduo constitui
sua própria família. No Brasil, a fase idosa tem início a partir dos 60
anos de idade, estendendo-se até o fim da vida. As transformações
que ocorrem nessa fase têm íntima relação com as experiências
vividas nas fases anteriores.
PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
O processo de envelhecimento é irreversível. Nele, alterações
morfológicas, funcionais e bioquímicas vão modificando pouco a
pouco o organismo. Começamos a envelhecer a partir do momento
em que nascemos, no entanto, considerando os aspectos bio-
funcionais, muitos autores afirmam que os primeiros sinais ocorrem
na segunda década de vida, sendo impossível interromper o seu
curso. O envelhecer natural está conectado à aptidão do organismo
em adaptar-se às determinações e hostilidades do meio ambiente.
Cada pessoa envelhece de maneira particular e individualizada,
estando sujeita a variáveis como sexo, ambiente, estilo de vida,
alimentação e experiências vivenciadas. Apesar disso, algumas
características são comuns a todos os indivíduos.
Figura 1: O envelhecimento - Fonte:
Pixabay.
O envelhecimento fisiológico abrange uma gama de modificações
orgânicas que decorrem exclusivamente dos efeitos do avanço da
idade sobre o organismo, fazendo com que este comece a fracassar
em manter o equilíbrio homeostático e suas funções fisiológicas.
Como o envelhecimento se dá de forma gradativa, é imprescindível
que essa temática seja abordada antes da fase idosa, uma vez que
ele reflete as experiências vividas nas fases anteriores. Apesar de
não ser possível interromper o envelhecimento, podemos retardá-lo
favorecendo cada vez mais um envelhecimento ativo e saudável.
SENESCÊNCIA E SENILIDADE
O aumento quantitativo de idosos trouxe inúmeras consequências
para a sociedade e para os indivíduos que fazem parte deste grupo
etário. Esse cenário justifica a busca que vem ocorrendo no campo
científico pelos determinantes das condições de saúde e de vida dos
idosos e pelo conhecimento das múltiplas facetas que permeiam a
velhice e o envelhecimento. Os fatores biológicos e fisiológicos têm
extrema relevância no envelhecimento, mas é imperativo reconhecer
a importância dos problemas ambientais, psicológicos, sociais,
culturais e econômicos que pesam sobre o idoso, evidenciando a
visão global e integral do envelhecimento, enquanto processo e, do
idoso, enquanto ser humano.
No estudo do envelhecimento se faz necessária a compreensão de
algumas terminologias da área. Os termos “velho” e “velha” são
amplamente difundidos e utilizados mundo afora. No Brasil, esses
ASSIMILE
Envelhecer é natural, é fisiológico e não deve ser considerado
como sinônimo de doença. No entanto é uma fase que carrega
consigo diversas modificações que podem colocar o
indivíduo em situação de vulnerabilidade. Por conta dos
riscos que a fase idosa carrega, esse público carece de um
olhar atencioso por parte dos profissionais de saúde, tendo
em vista a maior suscetibilidade para o desenvolvimento de
enfermidades.
termos acabam ganhando implicação culturalmente negativa, uma
vez que temos o hábito de descartar tudo que é velho, certo?
Siga em Frente...
A geriatria e a gerontologia são áreas profissionais que lidam
diretamente com o idoso. A gerontologia é a área da ciência que
estuda o envelhecimento em seus aspectos biopsicossociais. Tem
caráter multidisciplinar e interdisciplinar, que visa descrever e
explicar o processo de envelhecimento no intuito de prevenir e
interferir na melhora da qualidade de vida possível nessa fase.
Compõem essa área profissionais de diversas formações de ensino
superior, como psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e
assistentes sociais. A geriatria é uma especialização médica que
inclina esforços sobre os aspectos clínicos do envelhecimento e
sobre os cuidados em saúde indispensáveis às pessoas idosas. É
um campo específico que visa otimizar a capacidade funcional,
elevar a qualidade de vida e autonomia dos idosos.
A senescência e a senilidade são termos que fazem parte do
processo de envelhecimento e que também devem ser
compreendidos, pois implicam resultados diferenciados sobre a
saúde do idoso. A senescência ou senectude envolve todas as
modificações naturais que ocorrem no nosso organismo à medida
que envelhecemos. Como exemplos de senescência temos os
cabelos brancos, a diminuição da estatura, surgimento de rugas,
redução do turgor da pele, restrição da marcha e lapsos de
ATENÇÃO
Popularmente são utilizados outros termos em substituição
ao termo “velho”: é muito comum ouvirmos os termos
“melhor idade”, “terceira idade”, os “jovens de ontem” etc.
memória. É um evento fisiológico e, portanto, não configura doença
e não provoca abreviação da vida: neste caso a morte acaba sendo
um desenredo natural. 
A senilidade, por sua vez, acontece quando o decurso do
envelhecimento é atingido por processos fisiopatológicos. São
modificações que podem desenrolar-se a partir de doenças crônicas
e interferências extrínsecas, como estilo de vida e ambiente. Essas
alterações não são naturais do envelhecimento e podem ser
iniciadas em diferentes faixas etárias. Apóscrônica caracterizada por níveis
elevados de glicose (açúcar) no sangue devido a uma
deficiência na produção ou na ação da insulina, um hormônio
secretado pelo pâncreas. A insulina desempenha um papel
crucial no metabolismo da glicose, ajudando as células a
absorverem a glicose da corrente sanguínea para utilização
como energia. A classificação apresentada pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) divide o DM entre tipo 1 (DM 1), tipo
2 (DM 2), diabetes gestacional e outros tipos específicos.
Vamos falar das mais comuns, que são o diabetes mellitus tipo
1 e 2. Desta forma, o DM é definido como uma síndrome
causada por falta ou incapacidade da insulina de exercer suas
funções, isso porque, ou o pâncreas não produz insulina ou
não absorve de forma adequada, dividindo a patologia em
duas:
Diabete mellitus tipo 1: quando o pâncreas não produz
insulina. Os mais afetados apresentam a doença antes
dos 30 anos e a característica é que o sistema autoimune
destrói as células do pâncreas responsáveis por produzir
insulina. 
Diabetes mellitus tipo 2: quando o corpo não absorve a
insulina como deveria. Na diabetes tipo 2, o corpo produz
até mais insulina do que a demanda corporal necessita,
mas é resistente aos seus efeitos, não atendendo às
necessidades do organismo. A diabetes tipo 2 tem
características hereditárias e prevalece entre os idosos,
sendo desencadeada pela obesidade.
Obesos retêm mais sódio no organismo, colaborando para o
acúmulo de líquidos e prejudicando a circulação, causando
resistência à insulina. O quadro clínico se apresenta com: aumento
da micção, sede, fome, diplopia (visão dupla ou embaçada), náusea
e sonolência. Com o aumento da glicemia, a micção é maior,
causando desidratação, por consequência, a pessoa fica confusa e
sonolenta.
O diagnóstico e o controle da diabetes são feitos por meio do teste
de glicemia. Assim:
o Resultados acima de 99 mg/dL – indicam pré-diabetes
ou tendência a diabetes; 
o Resultados acima de 126 mg/dL – já é um quadro de
diabetes.
Ainda há outros exames para diagnóstico e controle do diabetes
são:
Teste de intolerância à glicose. 
Teste de hemoglobina glicada: pode diagnosticar níveis de até
3 meses passados. 
Glicemia pós-prandial.
Com a evolução da doença, os vasos sanguíneos sofrem
estreitamento e o fluxo sanguíneo é prejudicado, podendo resultar
em prejuízo para vários órgãos do corpo, como:
Cérebro: AVE. 
Coração: ataque cardíaco.
Rins: doença renal crônica. 
Sistema circulatório: a circulação prejudicada não atende à
necessidade dos capilares, podendo causar cegueira e necrose
das extremidades, principalmente dos pés. 
Sistema imunológico: bastante atingido, tornando as pessoas
com diabetes mais propensos à infecção fúngica e bacteriana
A prevenção envolve a mudança de hábitos alimentares, atividade
física e, consequentemente, perda de peso. 
Com relação ao controle da doença, as pessoas com diabetes tipo I
tomam injeções de insulina; já aquelas com diabetes tipo 2 fazem o
controle, em primeiro lugar, com medicamentos via oral e, havendo
necessidade, são incluídas as injeções de insulina. 
Um risco bastante recorrente do tratamento é a queda brusca dos
níveis de glicose (hipoglicemia), mais frequente em idosos,
apresentando confusão mental que pode ser confundida, pelos
familiares, com demência, levando à hospitalização e a maior
incidência de quedas e fraturas, devido às tonturas que esse quadro
produz.
Hipotireoidismo e hipertireoidismo: Hipotireoidismo e
hipertireoidismo são disfunções da glândula endócrina tireoide,
responsável pela secreção dos hormônios tireoidianos T4
(tiroxina) e T3 (triidotironina), sob o controle da hipófise. Esses
hormônios estimulam o metabolismo e, quando alterados,
produzem disfunções bastante incômodas no organismo. No
hipotireoidismo, a produção de hormônios pela tireoide é baixa,
já no hipertireoidismo, a produção dos hormônios é alta,
podendo haver presença de nódulos.
o Sintomas do hipotireoidismo: Cansaço;
depressão, desânimo; prisão de ventre; frequência
cardíaca baixa; sonolência; lentidão da atividade
cerebral.
o Sintomas de hipertireoidismo: Metabolismo
hiperativo; nervosismo; insônia; arritmias cardíacas;
perda de peso; tremores; o bócio (aumento da tireoide)
e a exoftalmia (olhos saltados) podem acontecer.
O diagnóstico e o tratamento adequados são essenciais para
equilibrar os níveis hormonais e minimizar os sintomas associados
ao hipotireoidismo e hipertireoidismo. Se a pessoa suspeitar de um
problema na tireoide, é importante procurar orientação médica para
avaliação e plano de tratamento adequado, mas, normalmente, o
tratamento refere-se ao uso de medicamentos para controle do nível
hormonal. 
Vamos Exercitar?
Vimos hoje o quadro de uma senhora que apresentou um quadro de
tontura com perda de equilíbrio, confusão mental, dificuldade de fala
e parestesia. Ao chegar à emergência do pronto-socorro foi
submetida a anamnese e apresentou sinais vitais normais; em
seguida, foi realizada uma tomografia cerebral e constatado que ela
se encontrava bem, sem alterações estruturais. Após umas duas
horas, a paciente apresentou suas funções cognitivas e motoras
normalizadas.
Neste caso, o quadro apresentado tem sintomas de um AVE, mas,
devido ao resultado da tomografia cerebral e à normalização das
funções da paciente, tudo indica que ela tenha tido um AIT (acidente
isquêmico transitório). Essa hipótese é bem aceita à medida que a
paciente retornou ao seu estado clínico sem alterações, bem como
apresentando seus sinais vitais normais e um exame de imagem
inalterado. O procedimento a seguir deve ser encaminhá-la a um
tratamento ambulatorial com uma equipe multidisciplinar, em
especial a um setor de neurologia e cardiologia, para realização de
exames aprofundados, a fim de se averiguar algum problema de
saúde que possa resultar em acidente vascular encefálico isquêmico
posteriormente. 
Saiba Mais
Para aprofundar seus estudos acerca destes temas, seguem
algumas indicações:
 A tireoide é uma glândula localizada na altura do pescoço, que
produz hormônios responsáveis pelo controle do organismo,
para saber mais sobre ela, acesse o vídeo “Para que serve a
tireoide?”
 “Saber Ciência: O que são doenças neuro-degenerativas e
como diagnosticá-las?” – Um grupo de pesquisadores do
Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte tem estudado alternativas para diagnosticar doenças
neurodegenerativas.
“O que é AVC? Aprenda agora tudo sobre o AVE (Acidente
Vascular Encefálico).!
Referências Bibliográficas
CAVACO, N. S.; ALOUCHE, S. R. Instrumentos de avaliação da
função de membros superiores após acidente vascular
encefálico: uma revisão sistemática. Fisioterapia e Pesquisa, [S. l.],
v. 17, n. 2, p. 178-183, jun. 2010. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/fp/a/zm7yFTm3xsDj7HLWFmGgG9d/abstract/
?lang=pt. Acesso em: 11 nov. 2023.
MARASCHIN, J. de F. et al. Classificação do diabete melito.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, [S. l.], v. 95, n. 2, p. 40-46, ago.
2010. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/abc/a/TbH9VwBDzssTWbtwNg9LPhG/abstrac
t/?lang=en. Acesso em: 11 nov. 2023.
MIRANZI, S. de S. C. et al. Qualidade de vida de indivíduos com
diabetes mellitus e hipertensão acompanhados por uma equipe
de saúde da família. Texto & Contexto - Enfermagem, [S. l.], v. 17,
n. 4, p. 672-679, dez. 2008. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/tce/a/3krLMFqksrtpRy7YSJMWDVj/abstract/?
lang=pt. Acesso em: 11 nov. 2023.
SMELTZER SC, B. B. G. Brunner e Suddarth: tratado de
enfermagem médico-cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012. v. I e II. 
Aula 4
PENSAMENTO
MULTIDISCIPLINAR NAS
ALTERAÇÕES
REUMATOLÓGICAS,
ÓSSEAS E SENSITIVAS
Pensamento multidisciplinar nas
alterações reumatológicas, ósseas
e sensitivas
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? Bons estudos!
Ponto de Partida
Olá, estudante! 
Vamos agora entender sobre algumas patologias relacionadasàs
alterações reumatológicas, ósseas e sensitivas. Vamos começar
tratando da artrite reumatoide, patologia que degenera as
articulações do corpo, e a osteoporose, resultado da perda de
densidade dos ossos associada ao enfraquecimento. Em seguida,
as fraturas no idoso tomarão a nossa atenção, tema bem sério e que
envolve vários riscos e sequelas. As alterações sensitivas não são
menos importantes, portanto, serão estudadas também e, por fim,
veremos que o quadro todo forma um contexto multifatorial e vasto,
necessitando de uma atuação multidisciplinar. 
Vamos então à nossa situação problema: você trabalha em um
condomínio alternativo para idosos (que são um tipo de
empreendimento que tem como foco a moradia para pessoas acima
dos 60 anos. Isso quer dizer que os apartamentos ou casas - pode
ser um condomínio horizontal - são feitos pensando nas
necessidades e bem-estar dessa parcela da população). Neste
caso, você realiza a gestão dos serviços administrativos: banco,
mercado, transporte hospitalar e toda papelada burocrática, sendo
que cada idoso tem independência para cuidar da sua casa, mas
com toda infraestrutura multidisciplinar para assisti-los. 
Nesse contexto, imagine que o senhor Eduardo, um idoso de 65
anos, ativo e atleta, é o mais independente de todos, mas, certo dia,
ao trocar o botijão de gás da sua casa caiu na rampa. Você solicitou
o SAMU e acompanhou seu Dudu até o hospital. Após realizar o
primeiro raio x, veio a notícia: fratura do fêmur. Internado, ele
aguardou durante 30 dias por uma vaga em um centro cirúrgico para
a colocação de uma prótese (artroplastia), permanecendo com a
perna imobilizada e deitado sem poder se mover por conta do
deslocamento do osso. Entretanto, neste local a higiene não era
priorizada e as acomodações não era suficientes para proteger o
paciente de lesões cutâneas. 
Avalie: quais os riscos que esse idoso passou durante o período de
internação? Qual o procedimento pós-operatório para recuperação?
Será que esse paciente terá as funções motoras da perna
restabelecidas plenamente? 
O universo que rodeia a população idosa necessita de profissionais
éticos e engajados na busca de melhorias contínuas para atender à
demanda desse público. Contamos com você nessa busca por
conhecimento, sendo este um diferencial que vai fazer você se
destacar e abrir portas para oportunidades únicas. 
Prepare-se para não deixar passar! Bons estudos!
Vamos Começar!
Artrite reumatoide, osteoporose
A palavra reumatismo, introduzida por Galeno, no século II depois
de Cristo, provém do grego rheos, que significa fluir. O termo
reumatismo ou doença reumática engloba mais de 200 doenças que
afetam o sistema muscular e esquelético, causando dor e
deformidades que limitam os movimentos. Para facilitar o
aprendizado, as doenças reumáticas são divididas em:
Degenerativas. 
Autoimunes. 
Metabólicas. 
Infecciosas. 
Reumatismo de partes moles.
As mais conhecidas são: Gota; Artrite reumatoide; Lúpus
eritematoso sistêmico; Osteoartrite (ou osteoartrose);
Tendinites.
Agora, vamos conhecer um pouco das características da artrite
reumatoide.
Artrite reumatoide: refere-se a uma doença autoimune crônica
autoimune que afeta as articulações, caracterizada por
inflamação persistente nas juntas, isso porque o sistema
imunológico ataca erroneamente as próprias articulações,
resultando em inflamação. Na artrite reumatoide, o paciente se
queixa de dores nas articulações, vermelhidão, edema local e
rigidez, o que dificulta os movimentos, principalmente pela
manhã, devido à imobilidade durante o sono. Trata-se de uma
inflamação que pode ocorrer em uma só articulação
(monoartrite) ou em várias (poliartrite); é uma doença com
características autoimunes, ou seja, o próprio sistema
imunológico ataca as células saudáveis, e cuja causa precisa
não é definida, mas sabe-se que fatores genéticos e ambientais
podem contribuir para o processo inflamatório. A artrite
reumatoide pode estar associada a outras doenças, diminuindo
o tempo de vida do portador; além disso, as articulações,
principalmente das mãos e dos pés, podem desenvolver
deformidades.
FIGURA 1: Mãos com artrite reumatoide
- FONTE: Wikimedia
O diagnóstico é realizado por meio de anamnese, radiologia e
exames laboratoriais: fator reumatoide sérico, velocidade de
hemossedimentação ou proteína C reativa (PCR). Já o tratamento
envolve o uso de corticoides e fisioterapia.
Osteoporose: é uma condição médica caracterizada pela
fragilidade óssea, resultando em ossos frágeis e susceptíveis a
fraturas. Na osteoporose, a densidade dos ossos diminui,
enfraquecendo-os; além disso, essa condição facilita a
ocorrência de fraturas. Mas, como isso acontece? A densidade
dos ossos aumenta progressivamente até os 30 anos, depois
dessa idade, começa o declínio, sendo ele de modo acelerado
para a mulher no período da menopausa. Se nada for feito no
sentido de reposição e fortalecimento, os ossos ficarão cada
vez mais frágeis, resultando na osteoporose. Dois tipos de
osteoporose são relatados: primário e secundário.
FIGURA 2: Osteoporose -FONTE: Wikimedia
o Osteoporose primária: acontece espontaneamente, devido
à baixa de estrogênio em ambos os sexos na terceira idade.
o Osteoporose secundária: pode advir de distúrbios renais
crônicos e hormonais ou do uso de medicamentos como
progesterona, corticoides, hormônios da tireoide,
quimioterápicos e anticonvulsionantes.
Alguns fatores que aceleram o processo de enfraquecimento dos
ossos são: Deficiência de vitamina D, que resulta em insuficiência
de cálcio; distúrbios da tireoide; uso de certos medicamentos;
tabagismo; alto consumo de álcool; sedentarismo; histórico familiar.
Como a perda da densidade óssea é gradativa, a osteoporose só é
percebida quando ocorre uma fratura ou quando é detectada no
exame de densitometria óssea. Ossos saudáveis se regeneram
rapidamente, já os ossos de uma pessoa com osteoporose
demoram ou não se regeneram, resultando em deformidades.
Siga em Frente...
Fraturas ortopédicas nos idosos
As fraturas ortopédicas em idosos são uma emergência cotidiana
nos hospitais. O desgaste ósseo vem com a velhice, e junto com o
desgaste, temos a osteoporose. Ossos frágeis, mobilidade e visão
reduzidas, comorbidades, tonturas, obstáculos no caminho: tudo
coopera para um cenário propício a quedas e fraturas.
As fraturas em idosos têm um difícil prognóstico, levando-se em
conta todo o quadro de saúde e a fragilidade da pessoa. Longos
períodos de imobilização pré-cirurgia seguidos dos riscos inerentes
de se estar internado; infecções, escaras, outras quedas,
desnutrição por não se adequar à alimentação do hospital,
desidratação... E a lista só cresce. Gera-se uma reação em cadeia
que só prejudica o quadro, deteriorando a saúde. As cirurgias,
geralmente, são extensas, e o período de recuperação é longo e
difícil. Diante de uma fratura que envolve articulações, a fisioterapia
é dolorosa e, dificilmente, recupera-se a amplitude dos movimentos.
Tudo isso associado à imobilização, à presença de outras
comorbidades e ao fator emocional leva a um quadro de paciente de
alto risco.
Fraturas de quadril e fêmur: Quando vemos a imagem de um
fêmur de um jovem, logo pensamos: como é possível quebrar
um osso desses caindo da cama? O volume do osso diminui
consideravelmente com o avanço da idade, perdendo sua
densidade, tornando-se poroso e frágil. Resultados de estudos
realizados com amostras de ossos de pessoas de várias idades
reforçam essa afirmação (GIORDANO et al., 2016). As fraturas
de quadril no idoso podem ocorrer na cabeça do fêmur
(articulação entre o fêmur, quadril), no colo ou na área entre ou
abaixo dos trocanteres (proeminências). O risco de morte por
fraturas dessa natureza é muito grande, devido a algumas
complicações que podem ocorrer após a fratura, como:
trombose venosa profunda (TVP); embolia pulmonar; úlceras
de pele; pneumonia; infecção urinária.
A residência onde moram idosos e crianças precisa ter uma
dinâmica semelhante: praticidade, circulação livre, ausência detapetes e degraus, pisos antiderrapantes e secos. As barras de
apoio são fundamentais, principalmente nos locais em que o idoso
transita e nos banheiros. Cadeiras de banho, rodas, andador,
bengala e proteção de cama podem ser utilizados para facilitar a
locomoção do idoso com mobilidade reduzida e reduzir os riscos de
queda.
As quedas durante a noite no percurso até o banheiro são
recorrentes; em determinado momento, é preciso avaliar o
custo/benefício do uso de fraudas noturnas para auxiliar na
prevenção.
Na maioria das famílias, a casa precisa ser adaptada para receber
um idoso, afinal, o processo da velhice é degenerativo, evoluindo
para mais riscos. Quando um idoso sofre uma queda, mesmo
pequena, desenvolve o medo de cair novamente, tendendo a reduzir
sua mobilidade. Sabemos que o movimento, mesmo em poucas
passadas, é importante para a independência e facilita o cuidado do
idoso, portanto, o investimento em segurança é a melhor opção.
Catarata, glaucoma, tampão de cera,
presbiacusia
O envelhecimento celular não escolhe órgão ou sistema; é o
envelhecer como um todo, as funções cognitivas, motoras e
sensoriais falando a mesma língua. Vamos focar algumas patologias
que acometem a visão e audição.
 Catarata: Órbitas oculares, cavidade óssea, retina, esclerótica,
coroide, íris, pupila, globo ocular, córnea, humor aquoso e
cristalino: esses são os componentes da máquina responsável
pela visão. A catarata é uma condição ocular na qual o
cristalino vai perdendo a sua transparência normal, resultando
em dificuldade visual — mais uma alteração inerente ao
envelhecimento. Na catarata, a visão fica embaçada e diminui;
se não tratada, pode levar à cegueira, afetando, diretamente,
as funções diárias do portador. As doenças metabólicas, como
diabetes e problemas na tireoide, e o uso de corticoides podem
levar ao desenvolvimento dessa limitação visual. A solução é a
cirurgia de catarata, relativamente simples e rápida, com
anestesia local e liberação do paciente no mesmo dia.
Glaucoma: É uma alteração visual que acontece devido ao
aumento da pressão intraocular, danificando o nervo óptico, e
pode ser decorrente de outras enfermidades, como a diabetes.
O exame de fundo de olho detecta as alterações no nervo
óptico, e o tratamento inicial é realizado com colírios,
concomitante ao tratamento da doença de base, para reduzir a
pressão intraocular e restabelecer a visão. O glaucoma crônico
ou de ângulo aberto progride lentamente, mas lesiona
permanentemente o nervo óptico, e não provoca sintomas, o
que corrobora a piora do quadro, sendo que o paciente só
procura ajuda quando está perdendo a visão. Há a
necessidade de tratamento permanente com colírios e, em
alguns casos, recomenda-se o uso de medicamentos via oral
para controlar a pressão intraocular, tratamento a laser ou
cirurgia de glaucoma.
Tampão de cera e presbiacusia: O tampão de cera ou cerume
se acumula na porção externa do canal auditivo; geralmente, a
cera não precisa ser removida, porém em alguns casos,
principalmente na população idosa, a remoção é necessária
por causar surdez temporária. A prática de limpar os ouvidos
com objetos ou soluções caseiras é extremamente perigosa,
podendo lesionar o tímpano ou causar alguma infecção. Na
presença de sintomas como dor ou sensação de ouvido cheio
de ar, o otorrinolaringologista deve ser consultado. A
presbiacusia é a perda da audição em decorrência da idade
ligada a vários fatores conjuntos: ambientais, genéticos e
patológicos. A audição é o sentido que envelhece primeiro; a
perda auditiva acontece lentamente, resultando em perda
permanente.
A perda da audição em idosos é mais uma das causas de reclusão.
Devido à dificuldade em ser entendido ou entender, o idoso fica em
silêncio. As opções de comunicação com pessoas com perda
auditiva são variadas: reabilitação auditiva, leitura da fala, correção
cirúrgica, comunicação por sinais e aparelhos auditivos. É
importante a avaliação do otorrinolaringologista para determinar qual
a melhor opção e reinserir ou manter esse idoso no contexto da
sociedade e no seio familiar.
Vamos Exercitar?
Vimos hoje o caso do Sr. Dudu, um idoso de 65 anos, ativo e atleta,
que caiu no condomínio onde reside e quebrou o fêmur, precisando
ficar hospitalizado por mais de 30 dias esperando uma vaga no
centro cirúrgico para colocação de uma prótese, porém, neste local
a higiene não era priorizada e as acomodações não era suficientes
para proteger o paciente de lesões cutâneas. E agora, quais os
riscos que esse idoso passou durante o período de internação? Qual
o procedimento pós-operatório para recuperação? Será que esse
paciente terá as funções motoras da perna restabelecidas
plenamente?
Como o paciente ficou deitado e imobilizado durante 30 dias em
condições não apropriadas, isso poderia levá-lo ao risco de:
Formação de escaras.
Infecção urinária, devido ao contato com as fezes.
Contrair outras infecções inerentes a estar em um ambiente
hospitalar.
Um quadro de trombose venosa profunda por deficiência
circulatória, em razão da imobilização.
O período longo de espera interfere no seu estado emocional e no
apetite, prejudicando a nutrição. Além disso, no pós-operatório o
processo de recuperação é longo, a fisioterapia dolorida, mas
necessária, e recuperar todos os movimentos do quadril é tarefa
difícil, visto a cirurgia dificultar a amplitude de movimento articular do
quadril. 
Saiba Mais
Para aprofundar seus conhecimentos sobre os assuntos abordados,
assista ao documentário “O lugar do idoso na sociedade”. Nesse
vídeo, você poderá ver aspectos relacionados ao capitalismo, à
sociedade, ao saber do idoso e à sua importância como agente
transmissor de memórias.
Além disso, o vídeo “Osteoporose em 6 perguntas | Marise
Lazaretti”, apresenta as principais dúvidas sobre osteoporose,
respondidas por Marise Lazaretti, membro da Sociedade Brasileira
de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Você também poderá assistir ao vídeo “Quedas em Idosos”, um
vídeo bastante didático que ensina tudo o que você precisa saber
sobre este tema. 
Referências Bibliográficas
BELLAN, M.; PIRISI, M.; SAINAGHI, P. P. Osteoporose na artrite
reumatoide: papel do sistema vitamina D/hormônio paratireóideo.
Revista Brasileira de Reumatologia, [S. l.], 2015, v. 55, n. 3, p. 256-
263, maio/jun. 2015. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbr/a/jbPfF8bYcgjGWXnTzzJv96J/?lang=pt#.
Acesso em: 11 nov. 2023.
CAMPAGNE, D. Fraturas do quadril: fraturas do colo do fêmur;
fraturas da cabeça do fêmur; fraturas subcapitais; fraturas
intertrocantéricas; fraturas subtrocantéricas. 2019. Disponível em:
https://msdmnls.co/3AY61m9. Acesso em: 11 nov.
2023. 
GIORDANO, V. et al. Alterações na estrutura óssea relacionadas
à idade. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, [S. l.], v. 43, n.
4, p. 276-285, ago. 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rcbc/a/dNFJDmVFntGXM8B5TqRTMmc/?
format=pdf&lang=pt. Acesso em: 11 nov. 2023.
MARQUES, M. T. Artrite reumatoide pode causar doenças
paralelas. [s. d.]. Disponível em: https://bit.ly/3vm6VYJ. Acesso em:
11 nov. 2023.
SMELTZER, S. C; BARE B. G. Brunner e Suddarth: tratado de
enfermagem médico-cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012. vol. II. 
Encerramento da Unidade
PENSAMENTO
MULTIDISCIPLINAR PARA O
ENVELHECIMENTO
Videoaula de Encerramento
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Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? Bons estudos!
Ponto de Chegada
Olá, estudante! 
Para compreendermos a competência desta unidade de ensino que
fala sobre a avaliação das principais ações de saúde frente às
alterações patológicas comuns na fase do envelhecimento, será
necessário, em um primeiro momento, compreender a importância
da multidisciplinaridade na promoção da saúde e prevenção de
doenças em idosos. Destaca-se a necessidade de conscientização
individual e familiar,com profissionais da saúde e educação
desempenhando papel fundamental. São explorados ainda fatores
de risco para doenças cardiorrespiratórias, com ênfase na
hipertensão, suas consequências, e a importância do controle da
pressão arterial.
Neste contexto, enfatiza-se também a trombose venosa profunda,
sendo discutida como uma patologia comum em idosos, com ênfase
nos cuidados preventivos. O texto ressalta a importância da
abordagem multiprofissional para prevenção, mudança de hábitos e
controle da alimentação.
Além disso, as doenças respiratórias na terceira idade, como
pneumonia, bronquite, enfisema pulmonar e DPOC, mostram-se
como sendo de extrema atenção para os profissionais que
trabalham com essa faixa etária da população, devendo-se
considerar também os fatores de risco como tabagismo,
destacando, novamente, a necessidade de atuação conjunta para
controlar essas doenças, proporcionando um ambiente acolhedor
para os idosos e reduzindo o desconforto comum nessa fase da
vida. Explora-se também as complexidades do sistema digestório e
sanguíneo na terceira idade, ressaltando a importância de cuidados
desde a juventude. Destacam-se patologias relacionadas ao sistema
digestivo, como úlcera péptica, constipação e cânceres de estômago
e intestino. A incontinência urinária e as infecções do trato urinário
são abordadas no contexto do sistema urinário, com atenção aos
desafios enfrentados pelos idosos, como dificuldade de locomoção.
No segmento sobre distúrbios sanguíneos, discute-se sobre a
anemia, suas causas e tipos, incluindo ferropriva, falciforme,
talassemia, megaloblástica e aplástica. Leucemia é apresentada
como uma mutação genética que afeta as células sanguíneas,
sendo dividida em aguda e crônica. Os linfomas, Hodgkin e não
Hodgkin, são delineados, evidenciando suas características e
tratamentos. Desta forma, o conteúdo enfatiza a importância da
prevenção, diagnóstico precoce e acompanhamento médico anual
para lidar eficazmente com essas condições, proporcionando
qualidade de vida aos idosos. Ainda neste contexto, o sistema
nervoso desempenha um papel fundamental no funcionamento do
organismo, influenciando diversas funções. Comprometimentos
nesse sistema podem levar a alterações nos comandos enviados ao
corpo, resultando em limitações motoras e cognitivas,
caracterizando condições como ataxias, plegias, paresias e
demências. Este último termo abrange sintomas relacionados ao
declínio cognitivo, afetando a memória, raciocínio e linguagem,
culminando em limitações significativas.
Demência, um exemplo de patologia neurodegenerativa, manifesta-
se através de condições como demência vascular, Alzheimer e
doença de Parkinson. Essas afetam os neurônios, componentes
essenciais do sistema nervoso divididos em sensoriais, motores e
interneurônios. Independentemente da causa específica, as
demências tendem a evoluir para estados semi ou completamente
vegetativos, impactando também a qualidade de vida. A demência
vascular, segunda causa mais comum após a doença de Alzheimer,
resulta de danos nos vasos sanguíneos que fornecem sangue ao
cérebro. Seu início gradual afeta funções executivas, marcha e pode
causar hemiplegia, fraqueza muscular e dificuldades na fala. Já a
doença de Alzheimer, uma condição neurodegenerativa progressiva,
apresenta sintomas como perda de memória, confusão mental e
mudanças de humor, afetando principalmente idosos. Outra
condição neurológica é a doença de Parkinson, caracterizada por
sintomas sensitivos e motores, como tremores, rigidez muscular e
bradicinesia. Causada pela degeneração de células nervosas na
substância negra do cérebro, essa doença tem como alvo o
neurotransmissor dopamina, afetando o movimento voluntário. Além
disso, o acidente vascular encefálico (AVE) representa um distúrbio
vascular cerebral grave, sendo o isquêmico o mais comum. Este
ocorre devido a obstrução arterial por coágulo ou placa, resultando
em sintomas como dormência, confusão, distúrbios visuais e
dificuldades motoras. Já o AVE hemorrágico, menos comum,
envolve sangramento no cérebro e pode levar ao óbito. O acidente
isquêmico transitório (AIT) é uma forma temporária de déficit
neurológico que exige atenção devido ao risco aumentado de AVE
futuro. 
Ademais, ainda há a preocupação com condições como diabetes
mellitus, desidratação, hipotireoidismo, hipertireoidismo e obesidade,
todas capazes de afetar o sistema nervoso e comprometer a saúde
geral. A prevenção dessas condições envolve hábitos de vida
saudáveis, controle de fatores de risco e práticas que promovem a
saúde do cérebro. Em resumo, a compreensão dessas condições
neurológicas e vasculares destaca a importância da prevenção e do
diagnóstico precoce, visando preservar a qualidade de vida e
funcionalidade dos indivíduos afetados. A orientação médica e a
adoção de hábitos saudáveis são fundamentais para enfrentar esses
desafios. O termo "reumatismo", cunhado por Galeno no século II
d.C., tem raízes no grego "rheos", que significa fluir. Abordando mais
de 200 condições que impactam o sistema muscular e esquelético, o
reumatismo inclui categorias como degenerativas, autoimunes,
metabólicas, infecciosas e de partes moles. Entre as conhecidas
estão Gota, Artrite reumatoide, Lúpus e Osteoartrite. A Artrite
reumatoide, uma doença autoimune, provoca inflamação nas
articulações, causando dor, rigidez e deformidades, especialmente
em mãos e pés.
O diagnóstico, baseado em anamnese, radiologia e exames,
envolve fatores reumatoide sérico e PCR. O tratamento inclui
corticoides e fisioterapia. Outra preocupação é a Osteoporose,
caracterizada por ossos frágeis e suscetíveis a fraturas. Fatores
como deficiência de vitamina D, tabagismo e histórico familiar
aceleram sua progressão. A prevenção é crucial, pois a osteoporose
muitas vezes só é percebida após fraturas.
Fraturas ortopédicas em idosos são comuns, dadas as condições
como ossos frágeis, mobilidade reduzida e desgaste ósseo. O
prognóstico é desafiador, com longos períodos de imobilização pré-
cirurgia. Fraturas de quadril e fêmur são particularmente perigosas,
aumentando o risco de complicações como trombose venosa
profunda e infecções.
Adaptar o ambiente é vital para prevenir quedas em idosos, com
ênfase em praticidade e segurança, como pisos antiderrapantes e
barras de apoio. A visão e audição também enfrentam desafios com
o envelhecimento. Catarata, uma opacidade do cristalino, pode levar
à cegueira sem tratamento. Glaucoma, aumentando a pressão
intraocular, danifica o nervo óptico. Problemas auditivos, como
tampão de cera e presbiacusia, afetam a comunicação, sendo
essencial avaliação e intervenção especializadas para reintegrar os
idosos à sociedade e à família.
É Hora de Praticar!
O Sr. Silva, 75 anos, procura atendimento médico devido a
preocupações com sua saúde geral. Ele relata histórico de
hipertensão arterial, tabagismo no passado, e recentemente tem
enfrentado dificuldades respiratórias e desconforto ao urinar. Além
disso, o paciente menciona episódios frequentes de esquecimento e
confusão mental nos últimos meses. Diante do quadro apresentado,
uma abordagem multidisciplinar deve ser adotada para compreender
e tratar as múltiplas condições de saúde do Sr. Silva. Mas, como
proceder com essa avaliação? Quais profissionais devem estar
envolvidos?
Reflita
Qual é a importância da abordagem multiprofissional na
promoção da saúde e prevenção de doenças em idosos,
conforme destacado no texto? 
RESPOSTA: A importância da abordagem multiprofissional na
promoção da saúde e prevenção de doenças em idosos reside na
necessidade de conscientização individual e familiar, com
profissionais da saúde e educação desempenhando papel
fundamental. Destaca-se a exploração de fatores de risco para
doenças cardiorrespiratórias, como a hipertensão, e a ênfase na
importância do controle da pressão arterial.
Quais são as condições neurológicas e vasculares discutidas
no texto, e como a prevenção e o diagnóstico precoce são
enfatizados como aspectos cruciais? RESPOSTA: O texto abordacondições neurológicas como demência (vascular, Alzheimer e
Parkinson), ataxias, plegias, paresias e distúrbios vasculares como o
acidente vascular encefálico (AVE). Enfatiza a importância da
prevenção e do diagnóstico precoce para preservar a qualidade de
vida e funcionalidade dos indivíduos afetados, destacando a
orientação médica e a adoção de hábitos saudáveis.
Quais são algumas das preocupações relacionadas à saúde
óssea em idosos, e como o ambiente pode ser adaptado para
prevenir quedas? 
RESPOSTA: Destaca-se preocupações relacionadas à saúde óssea
em idosos, incluindo osteoporose e fraturas ortopédicas. Para
prevenir quedas, é vital adaptar o ambiente, com ênfase em
praticidade e segurança, como a utilização de pisos antiderrapantes
e barras de apoio. Além disso, deve haver a importância da
prevenção da osteoporose, dada a fragilidade óssea comum nessa
faixa etária.
Resolução do estudo de caso
Inicialmente, faz-se necessário realizar um exame completo com o
médico clínico geral para avaliar as condições de saúde do Sr. Silva.
Neste caso, o médico deverá realizar uma avaliação em seus
sistemas cardiovascular, respiratório, digestório e sanguíneo, além
de averiguar sua saúde óssea e sensorial. Além disso, deve contar
com a avaliação de um médico neurologista para realização de uma
investigação neurológica para detectar possíveis
comprometimentos, como ataxias, plegias, paresias e sinais iniciais
de demência. Em todos esses casos, deve-se solicitar a realização
de exames complementares para facilitar o diagnóstico.
Após a realização dos exames físicos e clínicos, deve-se traçar um
plano de intervenção para o Sr. Silva. Neste caso, será necessário
contar com a presença de vários profissionais para que este possa
ser cumprido, por exemplo, um(a) enfermeiro(a) para realizar a
aferição e controle da pressão arterial diariamente; um(a)
nutricionista, para traçar uma dieta balanceada; um(a) profissional
da área de Educação Física, para que se possa trabalhar com a
adoção de hábito de vida mais saudáveis, além da realização de
atividade física regular. Será necessária ainda a intervenção de um
profissional da área da fisioterapia para realização de sessões de
fisioterapia respiratória. O encaminhamento para algum profissional
da área da educação (pedagogo(a), psicopedagogo(a)) também
pode ser necessário para que sejam realizadas atividades de
estímulo cognitivo visando o declínio mental.
Desta forma, o Sr. Silva será acompanhado regularmente por uma
equipe multidisciplinar para avaliar a eficácia do tratamento e ajustar
as intervenções conforme necessário. O objetivo aqui é preservar
sua qualidade de vida, funcionalidade e bem-estar geral.
Assim, este estudo de caso destaca a importância da abordagem
integrada para lidar com as complexidades da saúde na terceira
idade, visando não apenas o tratamento de condições específicas,
mas também a promoção da saúde global e prevenção de
complicações.
Dê o play!
Assimile
Referências
ROCHA, J. A. O envelhecimento humano e seus aspectos
psicossociais. Revista Farol, Rolim de Moura, v. 6, n. 6, p. 77-89,
jan. 2018.
Disponível em:
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09 nov. 2023.
DIETRICH, A. R. et al. Epidemiologia da trombose venosa
profunda (TVP) em pacientes internados no Hospital do
Servidor Público Municipal de São Paulo. São Paulo: [s. n.],
2004.
Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/sms-2769. Acesso
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SMELTZER SC, B. B. G. Brunner e Suddarth: tratado de
enfermagem médico-cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012. v. I e II.conhecer esses termos
você deve preferir envelhecer apenas com alterações advindas da
senescência, certo? É importante termos em mente que a partir do
momento em que nascemos sofremos interferências externas, as
quais nos acompanham ao longo da vida e podem influenciar o
modo como envelhecemos. Por isso é tão importante que as ações
em saúde, em especial as de caráter preventivo e de promoção à
saúde, estejam voltadas para o envelhecimento ativo e saudável,
estimulando medidas como alimentação saudável, prática de
atividade física regular e controle de doenças crônicas.
ALTERAÇÕES ORGÂNICAS
Sabemos que no processo de envelhecimento ocorrem
transformações biológicas e fisiológicas, sendo assim, podemos
destacar:
Composição e forma do corpo: A quantidade de água
presente no corpo diminui, há progressiva perda de massa
muscular, aumento da quantidade de gordura, em especial no
abdome. É comum a redução de massa óssea, redução da
estatura, aumento do peso do coração e redução do peso dos
demais órgãos. Fácies típicas do idoso, com progressivo
aumento do crânio, nariz e orelhas. 
IMAGEM 2: Processo de envelhecimento físico -
Fonte: Pixabay
Pele e anexos: Afinamento da pele, flacidez, redução do turgor
e da elasticidade, rugas, alterações no controle térmico
corporal, aumento da mobilidade (que eleva o risco de lesões
cutâneas), melanose solar (mancha senil), perda de
pigmentação dos pelos e cabelos e redução dos pelos
corporais, exceto narinas, orelhas e sobrancelhas, que tendem
a aumentar.
Sistema sensorial: Redução progressiva da acuidade visual,
intolerância à claridade. Redução da acuidade auditiva com
prejuízo na capacidade de ouvir sons de alta frequência e
amplificação dos sons de baixa frequência. Atrofia das papilas
gustativas que provocam a redução da capacidade gustativa
geral. Redução da capacidade olfativa e da sensibilidade do
tato, em especial nas extremidades.
Sistema Respiratório: Redução da elasticidade torácica que
provoca redução da capacidade respiratória máxima e reflexo
pulmonar, como a tosse, predisposição ao acúmulo de
secreções e redução da capacidade de ventilação. As
alterações respiratórias associadas à redução do débito
cardíaco contribuem para a dificuldade em tolerar algumas
atividades físicas. 
Sistema Gastrintestinal: Desgaste dos dentes, dificuldade na
fala, alterações no processo mastigatório. Atrofia do estômago,
que provoca redução na digestão e absorção de vitaminas.
Maior propensão à gastrite, maior tempo de esvaziamento
gástrico. Redução do peristaltismo intestinal, aumento da
prevalência de constipação e predisposição à diverticulite.
Sistema Geniturinário: Enfraquecimento da musculatura da
bexiga e aumento do volume residual, menor capacidade de
armazenamento de urina. Perda de massa renal que resulta em
redução funcional dos rins. Perda de tônus muscular em
ureteres e músculo perineal (assoalho pélvico).
Sistema Reprodutor: No homem há diminuição da produção
de espermatozoides, aumento gradual do tamanho da próstata,
redução da produção de testosterona, diminuição do pênis e
dos testículos. Na mulher observa-se atrofia do útero, ovários e
mucosa vaginal, redução da lubrificação vaginal, atrofia das
glândulas mamárias e substituição por tecido adiposo,
enfraquecimento da musculatura das mamas. 
Sistema cardiovascular: Ao passo que envelhecemos há um
aumento gradativo do coração em razão de alteração de
volume das câmaras cardíacas e hipertrofia das fibras
musculares. O miocárdio se torna cada vez mais fibroso e
menos elástico, diminuindo a força de contração. Ocorre
redução na rede de capilares sanguíneos, que compromete a
irrigação. Espessamento e calcificação de valvas cardíacas,
redução da frequência cardíaca em repouso, aumento da
pressão arterial, aumento da resistência vascular, entre outros
processos.
ASSIMILE
O fígado passa a receber menos fluxo sanguíneo,
prejudicando a metabolização de medicamentos. Diminuição
da secreção de albumina, glicoproteínas, colesterol e ácidos
biliares. O pâncreas produz menos insulina, favorecendo a
elevação da glicose.
Sistema nervoso: Perda de neurônios que leva à atrofia
cerebral, diminuição da irrigação sanguínea em decorrência da
diminuição da luz das artérias e baixo fluxo sanguíneo
contribuem para a queda da função celular. Redução da
atividade cerebral com perda progressiva de memória.
Encurtamento dos períodos de sono, mudanças de humor,
processamento lento de informações, alteração nos reflexos e
queda das atividades locomotoras e intelectuais. 
Vamos Exercitar?
O envelhecimento é um processo natural que está presente no
decurso da vida de qualquer ser vivo. O envelhecimento começa
quando nascemos, e suas alterações bio-funcionais começam a dar
sinais a partir da segunda década da vida. É natural a apresentação
de alterações orgânicas que vão aparecendo de maneira gradual na
vida das pessoas. As modificações orgânicas podem ocorrer em
vários ou em todos os sistemas que compõem o organismo humano.
Podemos citar a diminuição da estatura, a perda da coloração dos
cabelos e pelos, o comprometimento da marcha, a perda da
acuidade auditiva, o aumento da resistência vascular e a redução da
capacidade respiratória, entre outros. O processo de
envelhecimento justifica a divergência na altura do idoso. Pegando
como exemplo a situação apresentada no início da aula, é muito
provável que o idoso esteja correto ao afirmar que em sua juventude
ele tinha 1,60 m, já que a redução de sua estatura para 1,55 m pode
ter se dado em decorrência de um processo fisiológico. A altura do
indivíduo tende a diminuir em virtude de vários fatores, como a
redução do arco dos pés, o afinamento da espessura das
cartilagens, o aumento da curvatura da coluna vertebral e a
compressão dos discos vertebrais.
As alterações fisiológicas do envelhecimento são conhecidas como
senescência. À medida que essas alterações assumem caráter
fisiopatológico temos um novo fator apresentado, denominado
senilidade. Por exemplo, falhas de memória são comuns e
frequentes ao envelhecer e fazem parte da senescência. Todavia,
existem alterações de memória que trazem prejuízo funcional e que
são particularidades de doenças, como o Alzheimer, e nesse caso
constituem um quadro de senilidade. Outro exemplo que pode ser
evidenciado ao envelhecer é a redução da densidade óssea, que faz
parte da senescência. À medida que essa alteração óssea evolui
para osteoporose, estabelece-se a senilidade. 
Saiba Mais
Para se aprofundar um pouco mais a respeito do
envelhecimento saudável assista à reportagem:
Envelhecimento saudável é tema do NBR Entrevista. [S. l.], 27
abr. 2018. 1 vídeo (29 min 52 seg). 
Leia também o artigo: Definição de envelhecimento saudável
na perspectiva de indivíduos idosos, publicado pela revista.
Psicologia: reflexão e crítica, v. 20, p. 81-86, 2007.
Para conhecer um pouco mais das síndromes geriátricas leia a
dissertação de mestrado: Análise de prevalência das principais
síndromes geriátricas segundo gênero no contexto da Atenção
Primária à Saúde, de Cíntia Araújo Matos de Aragão Fonsêca. 
Referências Bibliográficas
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P.; GONÇALVES, E. Evolução e
Envelhecimento Humano. São Paulo: Érica, 2014.
BRAGA, C.; GALLEGUILLOS, T. G. B. Saúde do Adulto e do
Idoso. São Paulo: Érica, 2014.
CAMPOS. H. L. M. Sobre as Terminologias do Envelhecer.
Revista Ensino, Saúde e Biotecnologia da Amazônia, v.02, n.02,
p.01-02, dez. 2020.
DATASUS – DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE. HIPERDIA – Sistema de Cadastramento e
Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos. Disponível em:
http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=060304.
Acesso em: 17 out. 2023.
DINIZ, L. R. et al. (org.) Geriatria. Rio de Janeiro: Medbook, 2020.
DI TOMMASO, A. B. G. et al. (org). Geriatria: Guia Prático. 2. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.
FREITAS, E. V.; PY, L. (ed.). Tratado de Geriatria e Gerontologia.
4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
LEMOS, D. et al. Velhice. Revista Virtual Textos & Contextos,n. 4,
2011.
MENDES, T. A. B. (org.). Geriatria e gerontologia. Manuais de
Especialização Einstein. Barueri: Manole, 2014.
SÉTLIK, C.M., LENARDT, M.H., BETIOLLI, S.E., SETOGUSCHI,
L.S., MORAES, D.C., MELLO, B.H.. Relação entre fragilidade
física e síndromes geriátricas em idosos da assistência
ambulatorial. Acta Paul Enferm. v.35,
Aula 3
TEORIAS BIOLÓGICAS DO
ENVELHECIMENTO I
Teorias Biológicas do
Envelhecimento I
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? Bons estudos!
Ponto de Partida
Olá, estudante!
O envelhecimento é um processo gradativo e irreversível que ocorre
em qualquer organismo vivo. No ser humano não seria diferente;
todo nosso organismo já começa a envelhecer a partir do momento
em que nascemos, e após algumas décadas temos a apresentação
dos primeiros sinais desse processo.
O envelhecimento envolve aspectos biológicos, psicológicos e
sociais, que podem afetar diretamente a forma como o ser humano
envelhece. O processo de envelhecimento pode ser explicado por
diversas óticas ou teorias. Ao longo desta aula, você conhecerá as
teorias estocásticas que integram as chamadas Teorias Biológicas
do Envelhecimento.
Para embasar essa nossa aula, vamos pensar no seguinte caso: A
monitoria acadêmica pode ser entendida como uma iniciação
acadêmica, no qual o estudante acompanha de perto o trabalho
docente, colaborando para a aprendizagem e o desenvolvimento
dos discentes. Cada instituição de ensino superior tem uma política
interna específica que regulamenta essa iniciativa no âmbito
educacional. É comum que os monitores acadêmicos passem por
processo seletivo, demonstrando que de fato estão aptos a assumir
tal função. Entre as funções do monitor, podemos destacar o zelo
pelo bom andamento das aulas, supervisão de equipamentos
utilizados em aula, repasse de materiais para a turma, promoção de
reuniões de estudos e treinamento. Um monitor exemplar está
sempre de prontidão para esclarecer dúvidas que possam surgir em
relação ao conteúdo ministrado pelo professor em sala de aula. A
monitoria é uma função desafiadora, no entanto, pode trazer
inúmeros benefícios, como o desenvolvimento de habilidades, por
exemplo, falar em público, conhecimento, experiência, autonomia,
networking na área e, em alguns casos, auxílio financeiro. Para
ampliar a aprendizagem do assunto abordado ao longo desta aula,
imagine que você está participando do processo seletivo para
monitoria da disciplina Aspectos Biopsicossociais do
Envelhecimento. Um dos requisitos para seleção inclui uma
avaliação oral com o professor titular da disciplina. No dia da
avaliação você foi solicitado a esclarecer o que são teorias do
envelhecimento, suas classificações e a explicar uma delas
contextualizando com a realidade do idoso.
Então, vamos lá? 
Vamos Começar!
O envelhecimento como foco de estudo
Há muitos anos o ser humano vem tentando desvendar e
compreender os mistérios que envolvem o processo de
envelhecimento – alguns, inclusive, esperançosos em alcançar a
juventude eterna e a imortalidade. As investigações a respeito do
envelhecimento biopsicossocial ainda continuam sendo trabalhadas
de maneira intensa, e hoje o principal objetivo é o entendimento do
processo de envelhecimento, para que as pessoas cheguem à fase
idosa com mais saúde, adiando o máximo possível as
consequências e complicações que podem vir associadas ao
envelhecer.
As hipóteses levantadas com o estudo do envelhecimento deram
origem a várias teorias: as teorias biológicas, as psicológicas e as
sociais. Elas buscam elucidar o envelhecimento humano; no
entanto, nenhuma foi capaz de explicar o envelhecimento em sua
totalidade. As diversas teorias do envelhecimento existentes trazem
diferentes graus de universalidade, validade e confiabilidade. Os
profissionais de saúde normalmente fazem uso dessas informações
para entender melhor os fatores que podem influenciar de forma
positiva ou negativa o bem-estar de indivíduos em todos os ciclos da
vida.
Teorias Biológicas do Envelhecimento: O processo de
envelhecimento biológico ocorre de maneiras distintas entre as
espécies e entre os próprios indivíduos. Apesar de podermos
prever as possíveis alterações orgânicas que ocorrem em
decorrência do envelhecimento, ninguém envelhecerá
exatamente da mesma forma. Podemos perceber graus
variados de modificações fisiológicas, capacidades e limitações
nas mais variadas faixas etárias. Com relação ao
envelhecimento dos sistemas de um único indivíduo, podemos
observar que acontece de forma variável, com declínios
significativos em alguns enquanto outros não evidenciam
modificações consideráveis. Na tentativa de explicar o
envelhecimento biológico, muito estudiosos pesquisaram
fatores internos e externos ao organismo humano e a partir
disso passaram a defender diferentes teorias. As teorias
biológicas sustentam que o envelhecimento se caracteriza por
uma série de mudanças letais que vão diminuindo as
probabilidades de sobrevivência do ser humano.
Teorias Estocásticas e Não Estocásticas: As diversas teorias
biológicas do envelhecimento podem ser categorizadas em
dois grupos distintos: teorias estocásticas e teorias não
estocásticas. As Teorias Não Estocásticas (ou programadas)
entendem as alterações do envelhecimento em consequência
de um processo complexo e predeterminado. São baseadas no
conceito de “relógio biológico”, com fenômenos delimitados,
marcando etapas específicas da vida, como crescimento,
maturidade, senescência e morte. Dentre as teorias não
estocásticas, podemos citar: apoptose, teorias genéticas,
reações autoimunes, teorias neuroendócrina e neuroquímica,
teorias da radiação, teorias nutricionais e teorias ambientais.
 Já as Teorias Estocásticas entendem os efeitos do
envelhecimento como resultantes de ataques aleatórios do
ambiente interno e externo. Estão condicionadas a alterações
moleculares e celulares, progressivas e aleatórias que
promovem danos às estruturas biológicas para manutenção da
vida. As teorias estocásticas sugerem que fenômenos diversos,
oriundos das desordens moleculares e celulares, promovem
erros em diversos segmentos orgânicos, resultando em um
declínio fisiológico e estrutural que ocorre de maneira
progressiva. Dentre as teorias estocásticas incluem-se: teoria
do elo cruzado, teoria dos radicais livres e da lipofucina, teorias
do uso e desgaste, teorias evolucionistas e biogerontologia.
Siga em Frente...
TEORIAS ESTOCÁSTICAS I
Quando procuramos a definição de estocástico, o dicionário Oxford
Languages nos apresenta a seguinte definição:
Figura 01: Definição de estocástico – dicionário Oxford - Fonte: Dicionário Oxford Languages Online,
acesso em 17 out. 2023.
Sendo assim, as teorias estocásticas são aquelas que tem origem
em eventos aleatórios. Diante disto, iremos abordar a partir de agora
as seguintes teorias estocásticas: teoria do elo cruzado, teoria dos
radicais livres e da lipofucina.
Teoria do Elo Cruzado: Uma das mais conhecidas entre as
que tomam como base os danos moleculares progressivos.
Esta propõe que a divisão celular é intensamente ameaçada
por radiação ou por reações químicas, consideradas moléculas
altamente reativas. A teoria defende que essas moléculas
reativas podem se ligar diretamente à molécula de DNA no
núcleo celular. O sistema de defesa da célula retira e descarta
a porção do DNA que está corrompida e tenta reparar o
fragmento perdido, utilizando, como modelo inicial, a parte
restante do DNA. Se esse processo for muito lento ou se o
agente reativo se ligar em duas porções da hélice proteica do
DNA, existe grande risco de perda de ambas as partes,
impedindo o reparo. À medida que esse processo se repete,
temos como resultado a repartição anormal das linhagens
durante a mitose, gerando confusão das informações que são
mediadas pelo núcleo da célula. Com o passar do tempo,
mediante acúmulo desses agentes do elo cruzado, dá-se a
formação de agregados densos que impedem o transporteintracelular. Levando em consideração que os elos cruzados
afetam diretamente o DNA, pequenas lesões podem
desencadear grandes desajustes nas funções celulares, logo,
os órgãos e os sistemas do organismo começam a falhar. Um
dos efeitos do elo cruzado no colágeno (tecido conectivo
importante nos pulmões, no coração, nos vasos sanguíneos e
nos músculos) é a redução da elasticidade tecidual, associada
a muitas mudanças relativas à idade.
Teoria dos Radicais Livres: Os organismos aeróbicos
mantêm dependência do oxigênio para produção de energia.
No entanto, apesar de essencial, o oxigênio também é capaz
de causar danos por oxidação, retirando elétrons de estruturas
como o DNA, proteínas e lipídios e desencadeando uma
instabilidade celular. Os radicais livres são originados da
oxidação. São definidos como moléculas cujos átomos são
compostos por um número ímpar de elétrons. Essa molécula
incompleta é capaz de se apoderar de elétrons de proteínas
que fazem parte da composição das células para garantir seus
elétrons em pares. Esse processo inicia uma reação em
cascata, em que cada molécula desfalcada perpetua o ciclo.
A teoria dos radicais livres sugere que o envelhecimento é resultado
do metabolismo oxidativo e dos efeitos dos radicais livres. Estudos
defendem que os radicais livres se autoperpetuam e que a elevação
quantitativa dessas moléculas pode superar a capacidade natural do
ASSIMILE
Os radicais livres fazem parte do desempenho fisiológico do
corpo, que conta com antioxidantes próprios que combatem
essa reação. No entanto, quando a quantidade de radicais
livres é excessiva, podemos ter como resultado danos às
proteínas, enzimas e DNA pela substituição de moléculas
sadias por moléculas defeituosas, desencadeando alterações
genéticas, que ao longo do tempo vão declinando as funções
orgânicas.
organismo em lidar com elas. Dentre os fatores contribuintes
podemos citar poluição, pesticidas, estresse, tabagismo e etilismo
Teoria da Lipofucina: Outra teoria envolve o papel dos
pigmentos microscópicos da lipofucina, um derivado da
oxidação das lipoproteínas. Acredita-se que ela tenha papel
semelhante ao dos radicais livres no processo de
envelhecimento. Com acúmulo da lipofucina, há interferência
na difusão e no transporte de metabólitos essenciais e de
moléculas portadoras de informações nas células. Quanto mais
velha for a pessoa, mais lipofucina terá em seu organismo.
 
TEORIAS ESTACÁSTICAS II
A partir de agora, abordaremos outras teorias estocásticas, tais
como: a teoria do uso e desgaste, a teoria evolucionista, a
biogerontologia.
Teoria do Uso e Desgaste: A teoria do uso e desgaste
defende que o processo de envelhecimento é resultado do uso
normal do corpo e de seus sistemas orgânicos. Com o passar
dos anos, os sistemas corporais se desgastam e não
funcionam plenamente com sua capacidade máxima. A
construção teórica é desenhada sob a perspectiva de que
quanto mais desgaste sofre uma célula, maior será o
comprometimento em sua habilidade de sobrevida. Essa teoria
surgiu no contexto da Revolução Industrial, com base em um
comparativo do corpo humano com as máquinas, em que
ambos perdem a capacidade de funcionamento à medida que
são utilizados, sofrendo desgastes com o passar do tempo, que
geram o declínio do desempenho de suas funções.
Teorias Evolucionistas: As teorias evolucionistas defendem
que as divergências no processo de envelhecimento e na
longevidade dos seres vivos são resultantes de uma
interposição de processos de mutação e seleção natural.
Associam o envelhecimento ao processo de seleção natural,
relacionando essas teorias àquelas que subsidiam o
conhecimento sobre a evolução humana. Existem vários
subgrupos de teorias que associam o envelhecimento à
evolução humana. 
A teoria do acúmulo de mutações considera que a força da
seleção natural diminui com a idade. Em outras palavras, supõe que
o envelhecimento é resultante do declínio, com a idade, da força de
seleção natural, quando as mutações genéticas que afetam os
indivíduos mais jovens serão finalmente eliminadas porque estas
não terão vivido tempo suficiente para se reproduzir e passar
aquelas mutações a outras gerações, ao passo que as mutações
que surgem mais tardiamente são acumuladas porque os idosos por
elas afetados já as terão perpetuado aos seus descendentes.
A teoria da pleiotropia antagônica defende que genes que trazem
efeitos benéficos durante a juventude tornam-se prejudiciais na fase
tardia do ciclo vital. Dessa forma, os genes selecionados
potencializariam o vigor da juventude, favorecendo à reprodução. No
entanto, posteriormente, causariam as mudanças características da
senescência.
Já a teoria da soma descartável difere das demais teorias
evolucionistas. Ela postula que envelhecer está mais relacionado
com o uso da energia do corpo do que com alterações genéticas.
Defende que o organismo precisa usar energia para o metabolismo,
reprodução e manutenção das funções e reparos. Pela evolução, os
organismos passaram a dar prioridade do gasto energético para as
funções reprodutivas mais do que para as outras funções capazes
de manter a vida do organismo indefinidamente, desencadeando,
assim, o declínio e a morte.
Biogerontologia: A Biogerontologia é o estudo dos processos
que envolvem a relação entre o envelhecimento e os fatores
genético-ambientais que desencadeiam o aparecimento de
doenças. Os agentes etiológicos (bactérias, vírus, fungos etc.)
podem ser responsáveis por algumas mudanças fisiológicas
durante o envelhecimento. Em casos específicos, esses
patógenos podem permanecer no organismo humano durante
décadas, antes mesmo de influenciar os sistemas orgânicos.
Apesar da teoria, não existem evidências conclusivas que
comprovem essa relação entre os patógenos e o declínio do
corpo, no entanto, é uma área que têm despertado o interesse
de estudiosos por observarem o aumento da expectativa de
vida associada ao controle ou erradicação de doenças por meio
de ações em saúde, como imunização por vacinas e
tratamentos específicos. 
Vamos Exercitar?
A busca pela longevidade e pela imortalidade por muito tempo foi
foco de inúmeras pesquisas que aconteceram em todo o mundo. A
tentativa de elucidação e compreensão do processo de
envelhecimento deu origem a diversas teorias que procuraram
explicar esse fenômeno.
As teorias do envelhecimento levantadas podem ser classificadas
em teorias biológicas, psicológicas e sociais. As teorias biológicas
sustentam por meio do seu conceito que o envelhecimento se
caracteriza por uma série de mudanças letais que vão diminuindo as
probabilidades de sobrevivência do ser humano.
As teorias biológicas podem ser classificadas em teorias
estocásticas e teorias não estocásticas. As teorias estocásticas
entendem que o envelhecimento resulta de interferências do
ambiente interno e externo.
Já as teorias não estocásticas entendem que as alterações do
envelhecimento são resultantes de um processo previamente
programado ou predeterminado.
Ao longo desta aula estudamos de maneira mais específica as
teorias estocásticas (teoria do elo cruzado, teoria dos radicais livres
e da lipofucina, teorias do uso e desgaste, teorias evolucionistas e
biogerontologia), dentre as quais você poderá eleger uma e
discorrer a respeito dela. Bons estudos. 
Saiba Mais
Para conhecer um pouco mais sobre o processo de envelhecimento,
acesse o livro: Evolução e envelhecimento humano, de Paulo
Roberto Barsano, Rildo Pereira Barbosa e Emanoela Gonçalves,
disponível em sua Biblioteca Virtual [Minha Biblioteca].
Além disso, você também pode consultar os seguintes textos:
Biologia do envelhecimento: teorias, mecanismos e
perspectiva, de Ilka Nicéia D’Aquino Oliveira Teixeira e Maria
Elena Guariento. Neste você poderá ter contato com uma
revisão das teorias biológicas do envelhecimento, além de uma
discussão relevante para explicar tais processos
 Teorias biológicas do envelhecimento: do genético ao
estocástico, de Paulo de Tarso Veras Farinatti. O presente
artigo traz os princípios gerais dealgumas das correntes
teóricas mais aceitas sobre o tema.
 Bons estudos! 
Referências Bibliográficas
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P.; GONÇALVES, E. Evolução e
Envelhecimento Humano. São Paulo: Érica, 2014.
BRAGA, C.; GALLEGUILLOS, T. G. B. Saúde do Adulto e do
Idoso. São Paulo: Érica, 2014.
ELIOPOULOS, C. Enfermagem Gerontológica. 9. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2019.
FARINATTI, P. de T. V. Teorias biológicas do envelhecimento: do
genético ao estocástico. Revista brasileira de medicina do esporte, v.
8, p. 129-138, 2002. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbme/a/kDdV4yj97T6pQ7gVmfy9s7B/?
lang=pt. Acesso em: 17 out. 2023. . 9. ed. Porto Alegre: Artmed,
2019.
Aula 4
TEORIAS BIOLÓGICAS DO
ENVELHECIMENTO II
Teorias Biológicas do
Envelhecimento II
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? Bons estudos!
Ponto de Partida
Olá, estudante, como você gostaria que fosse a sua velhice? O que
você está fazendo, hoje, para que essas metas se tornem realidade
na fase idosa?
Em todo o mundo, ao longo de vários anos, muitos pesquisadores
vêm investigando o processo de envelhecimento na tentativa de
elucidá-lo e descobrir meios para impedi-lo ou retardá-lo. Dessas
buscas incessantes, surgiram várias teorias que tentam explicar
como se dá o envelhecimento, no entanto, elas ainda não
conseguiram de maneira concreta, explicar o envelhecimento em
seu aspecto global, uma vez que se trada de um processo
multifatorial.
A depender do que se pretende explicar, as teorias se
complementam, possibilitando uma melhor compreensão do
envelhecimento e a adoção de medidas específicas para envelhecer
da melhor forma possível
Para nortear nossos estudos, vamos partir da seguinte situação: A
atenção primária à saúde (APS) é considerada o primeiro nível de
assistência à saúde e é caracterizada por um conjunto de medidas
que envolvem tanto a esfera individual como coletiva. A APS é
considerada a principal porta de entrada do Sistema Único de
Saúde, abrangendo ações que visam à promoção e proteção da
saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação,
redução de danos e manutenção da saúde. Além disso, é
considerada o centro de comunicação com toda a Rede de Atenção
do SUS, funcionando como se fosse uma espécie de filtro, retendo e
resolvendo todas as demandas que forem possíveis e
encaminhando as que forem necessárias, sendo capaz de organizar
todo o fluxo dos serviços desde os atendimentos mais simples até
os mais complexos. A APS é desenvolvida com o mais alto grau de
descentralização e capilaridade, estando presente de maneira mais
próxima da realidade dos usuários do sistema. Para contextualizar o
assunto abordado, imagine que você é um profissional de saúde que
trabalha diretamente na atenção primária à saúde em um centro de
saúde do seu município. Uma das necessidades dos usuários da
sua unidade é a conscientização a respeito da alimentação saudável
e equilibrada; por esse motivo, o gestor da unidade o incumbiu de
organizar as reuniões sobre a temática direcionada aos adultos e
idosos que fazem acompanhamento na unidade. Agora, teremos
que compreender algumas questões: será que a alimentação possui
alguma relação com o processo de adoecimento e de
envelhecimento? Como se chama essa teoria? Como a alimentação
pode influenciar o modo como envelhecemos?
Ao longo dos nossos estudos, daremos continuidade aos
conhecimentos acerca das teorias biológicas do envelhecimento a
partir das principais teorias não estocásticas. Vamos lá? 
Vamos Começar!
Teorias não estocásticas do envelhecimento
O envelhecimento biológico é iniciado a partir do momento em que
qualquer ser vivo nasce, continua durante toda a vida e se encerra
com o processo de morte. A senescência decorre do processo da
ação do tempo, que provoca resultados deletérios ao organismo. A
senescência representa um fenótipo complexo da biologia que se
deflagra em todos os sistemas orgânicos do indivíduo; seu
desenrolar afeta intimamente a fisiologia do corpo humano,
exercendo um impacto direto na capacidade funcional do indivíduo,
tornando-o mais suscetível ao aparecimento de doenças, em
especial, as de natureza crônica.
Apesar do crescimento dos estudos acerca do processo de
envelhecimento, a comunidade científica ainda detém
conhecimentos limitados em relação a essa temática. Pesquisas
experimentais não podem ser realizadas em seres humanos, pois
envolvem questões éticas, dessa forma, as pesquisas vêm sendo
realizadas em modelos animais, como os roedores e organismos
modelo, como alguns tipos de levedura. Entretanto, para que os
resultados desses estudos se tornem relevantes para elucidação do
envelhecer, é imperativo que os mecanismos experimentados sejam
semelhantes ao do ser humano, o que nem sempre é possível.
A corrida pelo entendimento do envelhecimento culminou na criação
de diversas teorias que tentam explicar como se dá o
envelhecimento humano, sendo elas classificadas em biológicas,
psicológicas e sociais. As teorias biológicas do envelhecimento são
divididas, atualmente, de diferentes formas, sendo mais frequente a
categorização em dois grupos distintos: o das teorias estocásticas e
o das teorias não estocásticas (programadas).
 Teoria estocásticas: A premissa das teorias estocásticas é a
identificação de condições específicas que produzem danos ao
nível molecular e celular, em que o processo de
envelhecimento se dá de maneira aleatória e progressiva.
Essas teorias consideram o ambiente interno e externo do
organismo como fatores que condicionam o envelhecer,
desencadeando diversos erros nos segmentos orgânicos, que
acabam por deteriorar a estrutura e as funções do corpo.
Teorias não estocásticas: As teorias não estocásticas,
também conhecidas como teorias programadas, são
postuladas na existência de um “relógio biológico”, entendendo
que todas as alterações que acontecem à medida que
envelhecemos são fenômenos previamente programados ou
predeterminados. As teorias não estocásticas entendem que o
organismo humano é previamente regulado para que possa
crescer, amadurecer, envelhecer e morrer, e as principais
teorias consideradas como não estocásticas incluem: teoria do
apoptose, teorias genéticas, reações autoimunes, teorias
neuroendócrina e neuroquímica, teorias da radiação, teorias
nutricionais e teorias ambientais.
Em relação aos objetivos das teorias do envelhecimento, alguns
autores sugerem a classificação em ultimate e proximate, em que
ultimate dá destaque às questões oriundas do envelhecimento e
esclarece o motivo do processo, bem como a variabilidade na
velocidade do envelhecimento entre espécies diferentes e indivíduos
pertencentes a uma mesma espécie. Já o proximate versa sobre
questões imediatas ao envelhecimento, investigando os
instrumentos que retratam como se dá o processo.
Além disso, estudos evidenciam mais de 300 teorias que tentam
elucidar o envelhecimento, as quais não podem ser consideradas
mutuamente excludentes; aliás, algumas podem ser consideradas
complementares, a depender da perspectiva que se deseja explicar.
Figura 01: Teorias biológicas do envelhecimento - Fonte:
Elaborado pelo autor,
 Figura 02: Teorias não estocásticas - Fonte:
Elaborado pelo autor,
Siga em Frente...
Teorias programadas I
Agora, vamos nos aprofundar um pouca nas teorias não
estocásticas, como apoptose, teorias genéticas e reações
autoimunes.
Apoptose: A também conhecida “morte celular programada”
desempenha um relevante papel no remodelamento das
células e na manutenção da vida. A apoptose ocorre,
normalmente, durante o desenvolvimento dos organismos,
assim como na manutenção da homeostase de tecidos e
células, bem como envolve uma cascata de eventos
moleculares bastante complexos caracterizada por alterações
bioquímicas e morfológicas. Em média, em um ser humano
adulto, 10 bilhões de novas células são concebidas diariamente
para reposição daquelas que sofreram apoptose para
manutenção da homeostase.Apesar disso, alguns genes
diminuem a expressão de apoptose com o envelhecimento, e
mudanças na sinalização do apoptose trazem consequências
diretas no envelhecimento. Se existir uma grande ativação da
cascata de apoptose, haverá, como consequência, uma
degeneração do tecido. Em contrapartida, pouco apoptose
permite a permanência de células disfuncionais que podem
contribuir para o envelhecimento ou mesmo doenças
degenerativas e câncer.
Teorias genéticas: Entre as teorias genéticas mais antigas,
temos a teoria do envelhecimento programado, que defende
que os seres vivos já nascem com uma programação ou um
relógio biológico que determina o tempo de vida do indivíduo.
Além disso, alguns experimentos evidenciam que várias
espécies possuem um número finito ou limitado de divisões
celulares, sendo que, quanto maior a idade, menores são as
divisões celulares. Esses estudos apoiam a ideia de que a
senescência está sob controle genético e ocorre no nível
celular. Outra teoria genética também bastante difundida é a
teoria do erro. Ela defende que mutações genéticas são
causadoras do envelhecimento, pois provocam o declínio de
órgãos e tecidos em consequência de mutações celulares que
se autoperpetuam. Alguns estudiosos defendem que o
envelhecimento ocorre quando uma substância do crescimento
falha em sua produção, conduzindo à interrupção do
crescimento e da reprodução das células. Outros defendem
hipóteses de que um fator de envelhecimento responsável pelo
desenvolvimento e pela maturidade celular ao longo da vida é
produzido em excesso, apressando, assim, o envelhecimento.
Há, ainda, os que supõem que a capacidade celular para
funcionar e dividir-se fica prejudicada.
Reações autoimunes: Acredita-se que os órgãos primários do
sistema imune são influenciados diretamente pelo processo de
envelhecimento. O timo tende a ter diminuição de peso durante
a vida adulta, perdendo a capacidade de produzir e diferenciar
as células T, e a produção do hormônio do timo vai sendo
reduzida a partir dos 30 anos, tornando-se indetectável na fase
idosa. Além disso, há um expressivo declínio na resposta
imune humoral e as células-tronco da medula óssea funcionam
com menos eficiência. De acordo com a teoria, o aumento da
incidência de infecções e de câncer na fase idosa deve-se a
esse fato.
Figura 03: Ilustração 3D de células T - Fonte:
Shutterstock.
Alguns estudiosos acreditam que a redução nas atividades imunes
também pode aumentar a resposta autoimune com o
envelhecimento. Uma das hipóteses defendidas é que o declínio do
sistema imunológico leva a identificar as células do organismo como
substâncias estranhas, dando origem à produção de anticorpos que
começam a atacar e livrar o organismo dessas substâncias,
provocando a morte celular.
 
Teorias programadas II
Vamos nos aprofundar um pouco mais nas teorias não estocásticas:
teorias neuroendócrina e neuroquímica, teorias da radiação, teorias
nutricionais, teorias ambientais.
Teorias neuroendócrina e neuroquímica: As funções
neuroendócrinas e neuroquímicas são capazes de manter todo
o organismo humano em condições para se reproduzir e para
sobreviver, sendo fundamentais para a coordenação e a
interação multissistêmica e para o controle das respostas
fisiológicas do organismo aos estímulos externos. Dessa forma,
determina-se que o tempo de duração da vida é ajustado por
sistemas biológicos e controlado por intermédio de sinais
endócrinos e químicos.
Alguns estudos defendem que o envelhecimento é resultado de
mudanças no cérebro e nas glândulas endócrinas e que hormônios
específicos da hipófise anterior promovem o envelhecimento. Outros
afirmam que um desequilíbrio químico no cérebro prejudica a divisão
celular saudável por todo o corpo, resultando, também, no
envelhecimento.
Teorias da radiação: A relação entre radiação e idade é uma
temática que continua a ser investigada. Pesquisas com
cobaias demonstram que o tempo de vida é reduzido devido a
doses não letais de radiação. O envelhecimento seria
desencadeado pelo acúmulo de mutações após longa
exposição aos níveis de radiação natural e de outros agentes
ambientais. Dessa forma, a radiação seria responsável pela
promoção do envelhecimento e do desenvolvimento de câncer.
É sabido que a exposição repetida à radiação ultravioleta é
capaz de causar a elastose solar, consequência da substituição
do colágeno pela elastina.
Teorias nutricionais: É bastante evidente o impacto da
alimentação na saúde e no envelhecimento do ser humano. No
que se refere à alimentação, a qualidade é tão importante
quanto a quantidade dos alimentos ingeridos. Sabemos que
uma má alimentação pode levar à obesidade e, como
consequência, elevam-se os riscos de instalação de muitas
doenças, além da probabilidade de abreviação da vida. Além
disso, as hiper e hipovitaminoses, o excesso ou a deficiência
de outros nutrientes podem desencadear muitos processos
patológicos, trazendo, como consequência, a senilidade junto
ao processo de envelhecimento. A importância de se ter uma
nutrição equilibrada durante toda a vida é temática constante
em uma sociedade conscientizada quanto a uma boa
alimentação. Embora não se tenha total compreensão da
relação da alimentação com o envelhecimento, já se conhece o
suficiente para a sugestão de uma boa dieta com o intuito de
minimizar ou eliminar alguns efeitos danosos que podem surgir
e ser associados ao envelhecimento.
Teorias ambientais: As teorias ambientais defendem que o
ambiente que rodeia o ser humano possui estreita relação na
forma como o indivíduo envelhece. São reconhecidos diversos
fatores ambientais capazes de ameaçar a saúde e,
possivelmente, o processo de envelhecimento. Sabe-se que a
ingestão de substâncias como mercúrio, chumbo, arsênico,
isótopos radiativos, alguns pesticidas etc. pode causar
mudanças patológicas nos seres humanos. Já se sabe,
também, que o tabagismo, ativo ou passivo, é reconhecido por
trazer efeitos adversos ao organismo; além disso, a excessiva
densidade populacional, elevados níveis de ruído, a inalação
de poluentes do ar e outros fatores ambientais parecem
influenciar negativamente a forma como envelhecemos.
Vamos Exercitar?
O modo como nos alimentamos é capaz de influenciar diretamente
nosso processo de envelhecimento, e essa afirmação pode ser
explicada por meio das teorias nutricionais, que defendem que uma
má alimentação pode favorecer o aparecimento de processos
patológicos, que, muitas vezes, apresentam-se durante a velhice. As
teorias nutricionais enfatizam que a quantidade dos alimentos é tão
importante quanto a qualidade, ao passo que uma má alimentação
pode desencadear excessos de nutrientes, como o excesso de
colesterol, ou, em sentido inverso, a falta deles, podendo gerar uma
desnutrição, por exemplo. Outro fator bastante evidente
desencadeado pela alimentação é a obesidade, que, por si só, já
eleva o risco de processos patológicos bastante presentes na fase
idosa, como hipertensão, diabetes, entre outros. Uma nutrição
equilibrada é capaz de auxiliar na manutenção da vida saudável,
podendo refletir diretamente no envelhecimento, minimizando o risco
de instalação de doenças, evitando ou retardando processos de
senilidade, o que eleva a qualidade de vida da pessoa idosa. 
Saiba Mais
Para se aprofundar um pouco mais na relação entre alimentação e
envelhecimento, faça a leitura dos artigos a seguir:
Envelhecimento e qualidade de vida – uma abordagem
nutricional e alimentar, de Débora Mesquita Guimarães Fazzio,
que apresenta a relação existente entre nutrição, saúde e o
conceito de qualidade de vida no envelhecimento.
Consumo alimentar, estilo de vida e sua influência no
processo de envelhecimento, de Isabel Oliveira Aires e
colaboradores, que mostra a influência dos padrões
alimentares e estilos de vida sobre o envelhecimento.
Envelhecimento, obesidade e consumo alimentar em idosos,
de Ana Paula de Oliveira Marquesa e colaboradores,
ressaltando a associação entre o consumo alimentar e a
ocorrência de enfermidades crônicas nesta parcela da
população.

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