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Morfologia – Processos de formação das palavras Antes de partirmos para o conteúdo propriamente dito, é preciso relembrar que na língua portuguesa há palavras primitivas, ou seja, palavras que originarão outras, e as palavras derivadas, que são as oriundas das mencionadas anteriormente. Além dessas, há as simples, que são aquelas possuidoras de um único radical, e as compostas, que são as que têm mais de um radical, podendo ter seus elementos ligados ou não por hífen. Processos de formação das palavras 1. Composição Existe quando mais de um radical se junta a fim de formar uma nova palavra. 1.1. Justaposição Ocorre quando os elementos que formam a nova palavra são colocados de maneira justaposta, ou seja, lado a lado. Não há perda sonora/fonética. Não há alteração(ões) Exemplos: girassol, guarda-roupa, segunda-feira. 1.2. Aglutinação Ocorre quando os elementos que formam a nova palavra aglutinam-se. Há perda sonora/fonética. Há alteração(ões). Exemplos: planalto, aguardente, vinagre. 2. Derivação Existe quando uma nova palavra surge (derivada) de uma anterior (primitiva). 2.1. Prefixal Ocorre quando um prefixo é acrescentado à palavra primitiva. Exemplos: refazer, desfazer, infeliz, antebraço. 2.2. Sufixal Ocorre quando um sufixo é acrescentado à palavra primitiva. Exemplos: felicidade, estudante, beleza. 2.3. Parassintética Ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva. Exemplos: entristecer, desalmado, infelizmente. 2.4. Regressiva Ocorre quando a novapalavra surge devido à redução da palavra primitiva. Exemplos: beijo, debate, perda. 2.4. Imprópria Ocorre quando se tem uma mudança na classe gramatical, mesmo sendo a exata palavra. Exemplos: O jantar foi feito em casa. - Vou jantar com Carolina. Outros processos de formação das palavras Processo Especificação Exemplos Hibridismo É quando uma palavra é formada por elementos oriundos de outras línguas. Automóvel (auto: grego; móvel: latim) Sociologia (sócio: grego; logia: latim) Neologismo/Combinação É o processo no qual são criadas novas palavras (palavras que não estão no VOLP) para suprir a ‘inexistência’ delas. Internetês Portunhol Comível Aborrecente Desamar Onomatopeia É o processo no qual determinados sons são representados por palavras. Tique-taque Zunzum Redução/Abreviação É o processo no qual palavras que são consideradas muito grandes são reduzidas,sem prejuízo de entendimento. Pornô Moto Foto Segunda Reduplicação É o processo no qual novas palavras surgem, seja de maneira onomatopeica, seja de maneira imitativa. Bombom Quero-Quero Reco-Reco Intensificar É o processo no qual se alarga um sufixo em um termo já existente. Culpabilizar Inicializar Siglonimização/Siglagem É o processo no qual palavras são representadas por suas letras iniciais, formando as siglas. ONU FMI UF CNI SESI SENAI Aportuguesamento É o processo no qual, de maneiras morfológica, fonológica e/ou por adaptação gráfica, palavras estrangeiras são incorporadas ao nosso ordenamento linguístico, Tíquete Estresse Abajur Exercícios 1. As palavras esquartejar, desculpa e irreconhecível foram formadas, respectivamente, pelos processos de: a) sufixação - prefixação – parassíntese b) sufixação - derivação regressiva – prefixação c) composição por aglutinação - prefixação – sufixação d) parassíntese - derivação regressiva – prefixação e) parassíntese - derivação imprópria - parassíntese 2. Marque a opção que indica os processos de formação, presentes nas palavras abaixo, pela ordem em que aparecem. bebidinha - indevassável - banheiro - adormecer. a) Parassíntese, prefixação, sufixação, sufixação. b) Sufixação, parassíntese, sufixação, parassíntese. c) Sufixação, prefixação e sufixação, sufixação, parassíntese. d) Prefixação e sufixação, sufixação, prefixação, parassíntese. e) Parassíntese, sufixação, prefixação, prefixação e sufixação. 3. Foram formadas pelo mesmo processo as seguintes palavras: a) vendavais, naufrágios, polêmicas b) descompõem, desempregados, desejava c) estendendo, escritório, espírito d) quietação, sabonete, nadador e) religião, irmão, solidão 4. Leia o texto abaixo e responda ao que for pedido. UM PIROMANÍACO DESTRÓI UM MARCO A sanha de um piromaníaco deixou a população coreana consternada na semana passada. Um homem de 69 anos, identificado apenas pelo nome de Chae, ateou fogo ao histórico portão Namdaemun, em Seul. Construído no século XIV, o portão era o principal monumento histórico do país. Durante séculos, marcou a entrada da cidade, circundada por muros. A estrutura do portão, de madeira, não resistiu às chamas e ruiu completamente. Chae confessou o crime e disse ter agido em retaliação pela baixa indenização que recebera da Prefeitura por um terreno. As autoridades coreanas planejam reconstruir o portal. Os trabalhos devem durar três anos e custar cerca de US$24 milhões. Em 2006, Chae já havia sido preso por incendiar uma parte do Palácio Real. (Revista Época, 18 de fevereiro de 2008. pág. 16) O processo de formação da palavra “Piromaníaco” é: a) Derivação prefixal. b) Composição por aglutinação. c) Composição por justaposição. d) Hibridismo. Gabarito 1 – d; 2 – c; 3 – d; 4 – d. Morfologia - Substantivos Etimologicamente propondo, a palavra ‘substantivo’ vem do latim, substantivus, que significa ‘o que há de substancial e real em algo’. A partir dessa observação, podemos depreender que essa classe gramatical é superimportante em um texto, e merece atenção, pois é ele quem dá significado às substâncias. Substantivo é uma das classes de palavras pertencentes à gramática brasileira. É usada para denominar os seres, objetos, fenômenos, lugares, qualidades, ações, dentre outros. Exemplos: menino, João, Portugal, tenente, ventania, coragem, corrida, aprovação. Os substantivos podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo), o que os tornam uma classe gramatical variável. Assumem o papel de núcleo das funções sintáticas. Todavia, o substantivo não somente nomeia seres, mas também pode denominar ações (exemplos: chute, toque, abraço), elementos socioculturais (exemplos: riqueza, pobreza, inteligência), hipóteses físicas (exemplos: inércia, movimento, gravidade), aspectos emocionais e psicológicos (exemplos: raiva, ódio, esquizofrenia, depressão), entre outros. Exemplo: trecho da Obra ‘Circuito Fechado’, de Ricardo Ramos. ‘Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maçoalterações no serviço. Emprego das preposições As preposições podem, no que tange aos termos que ligam, determinar diversas relações, exemplificando relação de posse, relação de companhia, relação de causa, relação de instrumento, relação de falta/ausência, relação de origem, relação de matéria, relação de finalidade, relação de assunto e relação de meio. Exemplo: Morreu de pneumonia. (Relação de causa) Analise a tirinha que segue, interpretando-a nos mínimos detalhes. Combinações e contrações É possível afirmar que há combinação quando não houver perda de elemento fonético/alteração fonética, na junção da preposição com outra palavra. É possível afirmar que há contração quando houver perda de elemento fonético/alteração fonética, na junção da preposição com outra palavra. Obs.: ao juntarmos a preposição ‘a’ ao artigo ‘a’, temos, por contração, ‘à’, ou seja, é utilizada a crase para apresentar esse estreitamento. Exemplos: a + a = à; a + as = às; a + aquele = àquele; a + aqueles = àqueles; a + aquela = àquela; a + aquelas = àquelas. Obs².: ao juntarmos a preposição ‘em’ ao artigo ‘o’, temos, por combinação, ‘no’. Exemplos: em + o = no; em + os = nos; em + a = na; em + as = nas; em + ele = nele; em + eles = neles; em + aquela = nela; em + aquelas = nelas. Observe a tabela abaixo. Contrações aceitas pela norma padrão da língua portuguesa por a para de em o pelo ao pro do no a pela à pra da na os pelos aos pros dos nos as pelas às pras das nas um dum num uma duma numa uns duns nuns umas dumas numas ele dele nele ela dela nela eles deles neles elas delas nelas este deste neste isto disto nisto esse desse nesse isso disso nisso aquele àquele praquele daquele naquele aquilo àquilo praquilo daquilo naquilo Há casos específicos e bastante comuns em que o verbo exige a presença da preposição, a fim de dar sentido à sentença. É o que a Gramática Normativa denomina ‘Regência Verbal’. Exemplo: O soldado assistiu à instrução de armamento e tiro. (sentido de observar, ver) Exercícios 1. Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas da frase a seguir, no que se refere à ocorrência da crase, conforme a norma padrão da língua. O operador de câmera quis confirmar se estava correta _____ informação de que o número de pessoas dispostas _____ dedicar-se _____ aulas de matemática havia aumentado. a) a … a … às b) à … à … as c) a … à … à d) à … a … a e) a … à … as 2. A ideia expressa pelos articuladores sintáticos destacados está corretamente identificada entre parênteses, EXCETO em: a) “Deixei para resolver quando chegasse em Nova York, onde, aliás, a coisa piorou [...].” (tempo) b) “É uma estratégia básica de marketing: primeiro, espera-se que você inveje (e portanto deseje) o mundo do qual se sente excluído.” (consequência) c) “Por coincidência, tudo conjurava para que eu comprasse um telefone novo.” (finalidade) d) “Pouquíssimos comprarão o casaco de R$ 15 mil, mas milhares comprarão um lencinho (com monograma) para se sentirem, assim, membros do clube.” (oposição) 3. Analise criticamente o texto II e responda ao que for pedido. Na oração “Para evitar doenças transmitidas pela água.”, o termo destacado introduz ideia de: a) explicação e poderia ser substituído por Pois. b) causa e poderia ser substituído por Afim de. c) finalidade e poderia ser substituído por A fim de. d) consequência e poderia ser substituído por Com vistas a. e) finalidade e poderia ser substituído por Afim de. 4. Observe o excerto. Preenche corretamente a lacuna da frase acima: a) junto à. b) em face à. c) lado a lado. d) ao lado de. e) lado à lado com. Gabarito 1 – a; 2 – b; 3 – c; 4 – d. Morfologia – Pronomes Etimologicamente, a palavra ‘pronome’ vem do latim, pronomen, na qual -pro significa ‘à frente de’; e -nomen significa ‘nome’. Portanto, literalmente temos que o pronome fica ‘à frente do nome’. “Assim, a categoria ‘substantivo’ expressa substantivos por meio de nomes como homem, livro, saudade, por meio de pronomes como isto, isso, aquilo, por sintagmas como Rio Grande do Norte ou orações (as chamadas subordinadas substantivas)”. (BECHARA, 2009, p.127) Essa classe gramatical bastante famosa e indispensável em nosso dia a dia é responsável por acompanhar o substantivo. Nesse ‘acompanhamento’, o os pronomes podem se referir aos substantivos, retomá-los ou substituí-los. Os pronomes também são incumbidos de indicar sua posição em relação às pessoas do discurso. Por conseguinte, temos um distanciamento de uma repetição dispensável de palavras, ou seja, deixo meu texto (gramaticalmente) mais rico por não repetir vocábulos. Tipos de pronomes 1. Pronomes pessoais São aqueles capazes de indicar as pessoas do discurso. 1.1 Pronomes pessoais do caso reto São aqueles que exercem função de sujeito, substituindo o substantivo e indicando as pessoas da frase/oração. Exemplo na frase: Eu fui aprovado na EsFCEx. 1.2 Pronomes pessoais do caso oblíquo Divididos em átonos e tônicos, esses pronomes são responsáveis por substituir os substantivos e complementar os verbos. Exemplo na frase: Diga-me a verdade. Observe a tabela abaixo, contendo todos os pronomes pessoais divididos e estruturados de acordo com sua categoria e de acordo com as pessoas do discurso. Pessoas Verbais Pronomes do Caso Reto Pronomes do Caso Oblíquo 1ª pessoa do singular eu me, mim, comigo 2ª pessoa do singular tu, você te, ti, contigo 3ª pessoa do singular ele, ela o, a, lhe, se, si, consigo 1ª pessoa do plural nós nos, conosco 2ª pessoa do plural vós, vocês vos, convosco 3ª pessoa do plural eles, elas os, as, lhes, se, si, consigo. 2. Pronomes possessivos São aqueles capazes de indicar uma relação de posse pelas pessoas do discurso. Exemplo na frase: O carro parado na esquina é meu. Observe a tabela abaixo, contendo todos os pronomes possessivos divididos e estruturados de acordo com as pessoas do discurso. Pessoas Verbais Pronomes Possessivos 1ª pessoa do singular (eu) meu, minha (singular); meus, minhas (plural) 2ª pessoa do singular (tu, você) teu, tua (singular); teus, tuas (plural) 3ª pessoa do singular (ele/ela) seu, sua (singular); seus, suas (plural) 1ª pessoa do plural (nós) nosso, nossa (singular); nossos, nossas (plural) 2ª pessoa do plural (vós, vocês) vosso, vossa (singular); vossos, vossas (plural) 3ª pessoa do plural (eles/elas) seu, sua (singular); seus, suas (plural) 3. Pronomes demonstrativos São aqueles capazes de indicar a posição/localização, seja no tempo ou no espaço, de determinado elemento em relação às pessoas do discurso. Podem ser variáveis (em gênero e número) ou invariáveis, dependendo da situação comunicativa. Observe a tabela contendo apenas os pronomes demonstrativos variáveis. Pronomes Demonstrativos Singular Plural Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles Exemplo na frase: Aquele carro parado na esquina é meu. A tabela abaixo, além de conter os pronomes variáveis, como apresentado na tabela anterior, trazem as pessoas do discurso, os pronomes a serem propostos, a localização do elemento que está sendo referenciado e um exemplo. Pessoas Verbais Pronomes Utilizados Localização do Elemento Exemplo Primeira Pessoa este, esta, estes, estas, isto Quando o elemento está com a pessoa que fala Isto não é meu. Segunda Pessoa esse, essa, esses, essas, isso Quando o elemento está com quem se fala Isso não se faz. Terceira Pessoa aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo Quando o elemento não está com a pessoa que fala e nem coma pessoa com quem se fala Aquilo é muito bonito. Obs.: há outras palavras que agem como pronomes demonstrativos: o, a, os, as, mesmo, mesma, mesmos, mesmas, próprio, própria, próprios, próprias, tal, tais, semelhante, semelhantes. 4. Pronomes de tratamento Não se pode/deve dirigir-se a uma determinada pessoa em uma determinada situação de qualquer maneira. Por isso, visando à padronização do estabelecimento de comunicação em situações formais/mais cordiais, ou à referência às pessoas, mesmo que elas não estejam presentes, surgem os pronomes de tratamento. Considere a tabela abaixo. Pronomes de Tratamento Abreviações Emprego Você V./VV Único pronome de tratamento utilizado em situações informais. Senhor (es) e Senhora (s) Sr, Sr.ª (singular) e Srs., Srª.s. (plural) Tratamento formal e respeitoso usado para pessoas mais velhas. Vossa Excelência V. Ex.ª/V. Ex.ªs Usados para pessoas com alta autoridade, como por exemplo: Presidente da República, Senadores, Deputados, Embaixadores. Vossa Magnificência V. Mag.ª/V. Mag.ªs Usados para os reitores das Universidades. Vossa Senhoria V. S.ª/V. S.ªs Empregado nas correspondências e textos escritos. Vossa Majestade VM/VVMM Utilizado para Reis e Rainhas Vossa Alteza V.A.(singular) e V.V.A. A. (plural) Utilizado para príncipes, princesas, duques. Vossa Santidade V.S. Utilizado para o Papa Vossa Eminência V. Ex.ª/V. Em.ªs Usado para Cardeais. Vossa Reverendíssima V. Rev.m.ª/V. Rev.m.ªs Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral. Exemplo na frase: Sua Magnificência participará da formatura. (O reitor não está no local) Analise a tirinha abaixo, de Armandinho. As crianças são consideradas, por muitos especialistas das áreas educacional e infantil, como ‘espelhos’, ou seja, reproduzem o que veem outras crianças ou adultos fazendo. Na tirinha acima, nota-se que houve uma comunicação entre um pai que se preocupa com o dia a dia do seu filho (na tirinha em questão, a constância escolar, mais especificamente), e pergunta detalhes acerca disso. É possível compreender que a criança teve aula de pronomes de tratamento no corrente dia. 5. Pronomes interrogativos São aquelas palavras variáveis e invariáveis que, de maneira direta ou indireta, elaboram perguntas/questionamentos/indagações, referindo-se à terceira pessoa. Veja a tabela abaixo. Classificação Pronomes Interrogativos Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas. Invariáveis quem, que. Exemplo na frase: Quem pegou meus óculos? 6. Pronomes indefinidos São aqueles que fazem alusão à terceira pessoa de maneira/modo genérico, indeterminado, vago e impreciso. Veja a tabela abaixo. Classificaçã o Pronomes Indefinidos Variáveis algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pouco, pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário, vária, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais, um, uma, uns, umas. Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada. Exemplo na frase: Ninguém vai à praia esse fim de semana. 7. Pronomes relativos São aqueles que se referem a um termo outrora apresentado, impossibilitando a sua desnecessária repetição, havendo, portanto, uma relação de subordinação. Observe a tabela que segue. Classificaçã o Pronomes Relativos Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas. Invariáveis quem, que, onde. Exemplo na frase: Onde você está? 8. Pronomes/partículas expletivas ou de realce Realçam/enaltecem uma ideia que está contida no verbo, mas que pode ser subtraída/omitida sem dificuldades, pois não prejudica o entendimento frasal ou oracional. Ocorre quando se tem verbo intransitivo e o sujeito seja explicitamente claro. Exemplo na frase: O que que está acontecendo? Bizus 1. Pronomes possessivos e a ambiguidade Pode haver uma confusão na interpretação do leitor, caso determinadas formas flexionadas de pronomes possessivos não sejam claras e precisas. Exemplo na frase: Falei com o pai do noivo que caiu ontem. 2. Uso do ‘eu’ e do ‘mim’ Conforme já aprendemos, ‘eu’ exerce função de sujeito, ao passo que ‘mim’ exerce função de objeto direto, ou seja, é um complemento de um verbo transitivo direto. Analise os três exemplos que seguem. Exemplo na frase: Eu vou comprar um carro. Exemplo na frase: Paula comprou um carro para mim. Exemplo na frase: Há uma lista de tarefas para eu fazer. Observe a tirinha abaixo. Na tirinha do Armandinho, Fê está aprendendo os pronomes pessoais do caso reto, e de repente percebe que está só; questiona o pai onde ele está, já que se sentiu isolada. O humor consiste, além de ela indagar o pai, fazer uma referência à inserção informal do pronome de tratamento ‘você’, que é utilizado para marcar circunstâncias comunicativas informais e corriqueiras e por esse pronome não estar inserido nos pronomes pessoais do caso reto, já que muitos gramáticos o reconhecem como um substituto do ‘tu’, 2º pessoa do singular. Exercícios 1. Leia o texto abaixo. Quanto ao emprego de pronome, segundo a norma culta, a frase – ... encontrei-me com ele em um evento literário. – pode ser reescrita da seguinte forma: a) ...encontrei-no em um evento literário. b) ...encontrei ele em um evento literário. c) ...encontrei-o em um evento literário. d) ...encontrei-lhe em um evento literário. e) ...encontrei-lo em um evento literário. 2. Analise. Substituindo-se as expressões a repetição, o gol, ao jogador por um pronome, de acordo com a norma culta, tem-se, respectivamente: a) consultou-a – anulou-o – mostrou-lhe. b) consultou-la – anulou-lo – mostrou-o. c) consultou ela – anulou ele – mostrou ele. d) consultou-na – anulou-na – mostrou-lo. e) consultou-lha – anulou-lhe – mostra-lhe. 3. Analise criticamente o texto de Joseph Campbell e responda ao que for pedido. Com a substituição de você por um pronome de tratamento formal, a oração "Quando um dia você ficar velho" deverá, obedecendo à norma culta, transformar-se em: a) Quando um dia Sua Excelência ficar velha. b) Quando um dia Vossa Excelência ficar velho. c) Quando um dia Vossa Excelência ficares velha. d) Quando um dia Sua Excelência ficardes velha e) Quando um dia Vossa Excelência ficardes velho. 4. Observe o excerto. Da leitura do texto, depreende-se que o pronome isso, do título, aponta para a) o grau de maturidade social de uma comunidade. b) ocorrência sequenciada de eleições livres. c) grau de maturidade econômica de uma nação. d) o envolvimento das pessoas no trabalho social. e) a eliminação da distância entre ricos e pobres. Gabarito 1 – c; 2 – a; 3 – b; 4 – d. Morfologia – Conjunções Etimologicamente, a palavra ‘conjunção’ vem do latim, conjunctus, e significa ‘unido’, ‘ligado’. É exponencial saber disso para compreender a importância dessa classe gramatical que, por vezes, intriga discentes e docentes. Conjunção é uma das 10 classes gramaticais que compõem a gramática. São invariáveis, ou seja, não podem ser flexionadas em gênero e/ou número. Os vocábulos componentes dessa classe são responsáveis por unir/ligar termos, elementos ou orações, estabelecendo relações de sentido entre eles, a fim de deixar o enunciado mais brando. A relação proposta pelas conjunções pode ser de independência ou de dependência, variando de acordo com o contexto. O Prof. Evanildo Bechara afirma que, “Vista pelo prisma da hipotaxe, percebe-se que a ideia de conceber as “conjunções subordinativas” como elementos que “unem” orações nasce do falso paralelismo entre subordinação (hipotaxe)e coordenação (parataxe)”. (BECHARA, 2009, p.44) Obs.: havendo duas ou mais palavras que exerçam função de conjunção, podemos dizer que há uma locução conjuntiva. Tipos de conjunções 1. Conjunções coordenativas São as conjunções que ligam orações coordenadas, ou seja, aquelas que são independentes (sozinhas possuem sentido completo). 1.1 Conjunções coordenativas aditivas São as que expressam ideia de adição/soma/acréscimo. Exemplos: e, nem, mais, também, não somente... mas também, bem como. Exemplo na frase: Vou sair e treinar. Analise a charge abaixo. Na ilustração acima, ao ser questionado sobre se iria realizar o Exame Nacional do Ensino Médio, o personagem de camisa verde, que aparenta um significativo desleixo, responde que não vai fazer diversas ações; para ligar essas ações e enfatizar essas não execuções, ele utiliza a conjunção ‘nem’. 1.2 Conjunções coordenativas adversativas São as que expressam ideia de oposição/contraste. Exemplos: mas, porém, todavia, contudo e senão (quando possui acepção de ‘mas’), no entanto, não obstante, e (com sentido de oposição). Exemplo na frase: Santiago queria ser médico, mas não gostava de estudar. 1.3 Conjunções coordenativas alternativas São as que expressam ideia de alternância/exclusão. Exemplos: ou, ou... ou, ora... ora, talvez... talvez, seja... seja, já..., já, quer... quer. Exemplo na frase: Ora queria trabalhar, ora queria dormir. 1.4 Conjunções coordenativas conclusivas São as que expressam ideia de conclusão. Exemplos: pois (posposto ao verbo), portanto, logo, assim, então, quer logo, por isso, por conseguinte, por consequência. Exemplo na frase: Maria fez as tarefas; por isso, vai descansar. 1.5 Conjunções coordenativas explicativas São as que expressam ideia de explicação/razão/motivo. Exemplos: pois (anteposto ao verbo), que, porque, assim, pois (quando vem antes do verbo), porquanto, por conseguinte. Exemplo na frase: João comprou um carro porque quis. Observe a tabela que segue, para ajudar na compreensão e fixação. Tipos Conjunções Exemplos Aditivas e, mas ainda, mas também, nem... Gosta de chocolate, mas também de vegetais. Adversativas contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, porém, todavia... Correu muito, no entanto não consegui chegar. Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer… Não ouvia ou fingia não ouvir. Conclusivas assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portanto... Farei todos os exercícios, logo terei bom desempenho. Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que... Venci porque sou a melhor cozinheira. 2. Conjunções subordinativas São as conjunções que ligam orações subordinadas, ou seja, aquelas que são dependentes (sozinhas não possuem sentido completo). 2.1 Conjunções subordinativas adverbiais causais São as que expressam ideia de causa de ocorrência da oração principal. Exemplos: que, porque, como (no sentido de porque), pois, visto que, já que, uma vez que, pois que, por isso que, á que, visto como. Exemplo na frase: Como fiquei doente não fui jogar com os amigos. Olhe o exemplo na tirinha que segue. Na conversa entre os dois personagens, nota-se que eles estão falando sobre promessas nunca cumpridas de um ano para o outro (as tradicionais ‘promessas de ano novo’). No último quadrinho, observe que há uma locução conjuntiva subordinativa adverbial causal (já que). 2.2 Conjunções subordinativas adverbiais concessivas São as que expressam ideia de concessão, ou seja, é admitida uma ação/um fato contrário à ação principal, e sem condições de impedi-la. Exemplos: embora, ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que, por mais que, por melhor que, conquanto. Exemplo na frase: Vou fazer a prova, embora não tenha estudado. 2.3 Conjunções subordinativas adverbiais comparativas São as que expressam ideia de comparação/confronto. Exemplos: que, do que, como, (tal) qual, (tanto) quanto, tanto como. Exemplo na frase: Jogava lindamente, tal qual seu avô na década de 60. 2.4 Conjunções subordinativas adverbiais condicionais São as que expressam ideia de condição, ou seja, há uma hipótese para que o fato/a ação se realize (ou não). Exemplos: caso, contanto que, salvo se, desde que, a não ser que. Exemplo na frase: Caso Pedro chegue, avise-me imediatamente. 2.5 Conjunções subordinativas adverbiais consecutivas São as que expressam ideia de consequência/efeito/resultado de ocorrência da oração principal. Exemplos: que, de forma que, de modo que, de maneira que. Exemplo na frase: Arrumou-se muito, de modo que era a mulher mais linda da igreja. 2.6 Conjunções subordinativas adverbiais conformativas São as que expressam ideia de conformidade. Exemplos: segundo, como, conforme, consoante. Exemplo na frase: Conforme os militares afirmaram, o autor do homicídio foi o irmão mais velho. 2.7 Conjunções subordinativas adverbiais proporcionais São as que expressam ideia de proporção/concomitância/simultaneidade. Exemplos: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto menos, quanto menor, quanto melhor. Exemplo na frase: Quanto mais esperava, menos satisfeito ficava. 2.8 Conjunções subordinativas adverbiais temporais São as que expressam ideia de tempo. Exemplos: logo que, antes que, quando, assim que, sempre que. Exemplo na frase: Mal cheguei, ocorreram as explosões. 2.9 Conjunções subordinativas adverbiais finais São as que expressam ideia de finalidade. Exemplos: a fim de que, para que, que. Exemplo na frase: Pegou o carro para lavar. 2.10 Conjunções subordinativas integrantes São as que exercem função de substantivo na sentença. Esse substantivo, sintaticamente, pode ser objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal, aposto ou sujeito de outra oração. Exemplos: que, se. Exemplo na frase: Pedi que me entregasse o carro. Observe esta outra tabela que segue, para ajudar na compreensão e fixação. Tipos Conjunções Exemplos Causais Porque, pois, porquanto, como (no sentido de porque), pois que, por isso que, á que, uma vez que, visto que, visto como, que Estava bem porque dormi. Concessivas Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que , apesar de que, nem que, que. Embora ficasse calma, sempre tremia. Condicionais Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que. Se tivesse viva, não a reconheceria. Conformativas Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante. Aflita como coração de mãe. Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que. É tarde para que reverta o estrago. Proporcionais À medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais... (no sentido de mais), quanto mais... (no sentido de tanto mais), quanto mais... (no sentido de menos), quanto menos... (no sentido de menos), quanto menos... (no sentido de tanto menos), quanto menos (no sentido de mais), quanto menos (tanto mais). Não gostava de João, quanto mais de Margarida. Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que (desde que). Desaprovou o comportamento do marido assim que soube do acontecimento. Comparativas Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor, melhor, pior) Qual (usado depois de tal) As ideias chegavam como entrega rápida. Consecutivas Que (precedido de tão, tal, tanto), De modo que, De maneira que Os fatos eram tão inusitados que tentou escapar. Integrantes que e se. A verdade é que te adoro. Exercícios 1. Em qual período o se é uma conjunção integrante? a) Paraquedista se prepara para romper a barreira do som com salto da estratosfera. b) Um tecido comum pegariafogo se fosse exposto diretamente a essa radiação. c) Sabe-se também que a alimentação materna pode ter impacto na chance de a criança vir a desenvolver câncer. d) Marilyn Monroe morreu aos 36 anos de forma trágica, vítima de uma overdose de medicamentos que até hoje não se sabe se foi intencional, acidental ou provocada por alguma misteriosa conspiração política. e) Não fale rápido demais. Se sua dicção não for boa, ninguém irá entender o que você diz. 2. Analise o excerto do Ex-Ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Em – ... fruto não só do novo acesso da população ao automóvel mas também da necessidade de maior número de viagens... –, os termos em destaque estabelecem relação de: a) explicação b) oposição. c) alternância. d) conclusão. e) adição. 3. O trecho a seguir é a introdução de um texto de Jô Soares. Leia-o para responder ao que for solicitado. ... se fôssemos registrar em papel todos os absurdos do ser humano, não sobraria sequer uma resma para os cartões de Natal. No contexto, a conjunção destacada pode ser substituída por a) se bem que. b) embora. c) caso. d) como. e) porque. 4. O texto a seguir é base. Interprete-o. Considerando-se a primeira frase do texto, assinale a alternativa correta. a) A conjunção Como estabelece entre as informações uma relação de comparação. b) O termo muito, por ser advérbio, não admitiria flexão, caso vocábulo fosse para o plural. c) Se o termo vocábulo fosse flexionado no plural, apenas perde concordaria com ele, já que envereda é verbo impessoal. d) A pontuação no trecho está incorreta, devendo-se omitir a vírgula após "ética", já que o termo é sujeito de perde. e) O pronome seu está incorreto, pois, por englobar os termos "ética" e vocábulo, deveria estar flexionado no plural. 5. Analise o texto abaixo. A leitura do texto permite afirmar que a conjunção e, presente no título, sugere ideia de: a) adição. b) explicação. c) consequência. d) alternância. e) contraste. Gabarito 1 – d; 2 – e; 3 – c; 4 – a; 5 – e.de cigarros, caixa de fósforos [...]’. Observe, no excerto acima, que todos os vocábulos têm algo em comum: são substantivos. De variados números, gêneros e graus, eles se compõem, estruturando o texto semântica, sintática e morfologicamente. Um único substantivo é capaz de gerar uma frase. Classificação dos substantivos 1) Substantivos simples São os substantivos que, estruturalmente, apresentam somente um radical. Exemplos: gente, país, carro, papagaio, chuva, amor, livro, flor. 2) Substantivos compostos São aqueles que possuem mais de um radical, ou seja, há a junção de mais de uma palavra na intenção de formar uma só, mesmo que haja apenas um sentido no vocábulo. Exemplos: passatempo, hidromassagem, cachorro-quente, Nossa Senhora, antissocial, segunda-feira, paraquedas. 3) Substantivos comuns São aqueles que nomeiam de forma generalizada, ou seja, de maneira geral os que compõem um mesmo grupo de seres ou objetos. Costumam ter a inicial proposta em letra minúscula. Exemplos: gente, país, carro, papagaio, chuva, amor, livro, flor. 4) Substantivos próprios São os que nomeiam seres de maneira particular, ou seja, são inerentes a uma espécie. Essa determinação faz com que esses substantivos se tornem inconfundíveis. Sempre têm a sua inicial escrita com letra maiúscula. Exemplos: Giulia, Diniz, Aracaju, Brasília, Clarice Lispector, Brasil, América do Sul, Oceano Pacífico. 5) Substantivos concretos São aqueles que nomeiam seres reais e/ou inanimados, materiais ou imateriais, de existência independente, sejam pessoas, objetos, lugares, animais ou seres. Exemplos: gente, país, carro, papagaio, chuva, amor, livro, flor, Goku, Deus, unicórnio. 6) Substantivos abstratos São os que, para existirem, necessitam da existência de outros seres. Via de regra, designam qualidades, emoções, ações, sentimentos, estados e sensações. Exemplos: avareza, lentidão, ardência, conforto, velhice, juventude, solidão, ódio, frio, desejo. Obs.: pela presença de regularidades formais nas palavras, é possível diferenciar os substantivos, além de por meio da análise semântica, também por meio da análise morfológica. Dessa forma, os sufixos (exemplos: -dade, -ície, -eza, -ura, -ez) podem gerar substantivos abstratos derivados de adjetivos. Exemplos: mal - maldade, imundo - imundície, cru – crueza, cândido – candura, mesquinho, mesquinhez. 7) Substantivos primitivos São aqueles substantivos capazes de formar/originar outros. Não são originados de nenhuma outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: folha, árvore, terra, pedra, sapato, dente, casa, chuva. 8) Substantivos derivados São os grupos/conjuntos de indivíduos/seres de uma mesma espécie apresentados em coletividade. O coletivo sempre vem no singular (a não ser que haja um determinante no plural antecedendo-o). Exemplos: fauna, flora, povo, cardume, alcateia, banda, floresta, arquipélago, batalhão, biblioteca, matilha. Flexão de gênero dos substantivos A língua portuguesa reconhece apenas dois gêneros: masculino e feminino. Todo substantivo é enquadrado dentro deles. Os dois gêneros podem ser classificados em uniformes e biformes. 1) Substantivos uniformes Um único termo (ou uma única palavra) pode designar os dois gêneros (masculino e feminino). Subdividem-se em epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros. 1.1) Substantivos uniformes epicenos São os substantivos que denominam os animais que se enquadram tanto no masculino, quanto no feminino. Exemplos: foca, tatu, polvo, mosca, besouro, águia. 1.2) Substantivos uniformes sobrecomuns São os que fazem alusão às pessoas, podendo enquadrá-las em ambos os gêneros. Exemplos: testemunha, criança, cônjuge. 1.2) Substantivos uniformes comuns de dois gêneros São os que fazem referência aos dois gêneros acompanhados de um determinante que os especifiquem. Exemplos: o gerente – a gerente, o artista – a artista, o lojista – a lojista. 2) Substantivos biformes São aqueles que designam duas formas para os gêneros, sendo uma para cada. Exemplos: professor – professora, amigo – amiga, menino – menina, médico - médica. Obs¹.: Os substantivos que são de origem grega, com terminação -ema e -oma são masculinos Exemplos: teorema, poema. Obs².: Há, também, os que são conhecidos por serem de gênero ‘incerto’ ou ‘duvidoso’. Isso ocorre porque são utilizados pelos dois gêneros sem alteração de significado. Exemplos: personagem, trama, abusão, aluvião. Obs³.: Existem substantivos que mudam o sentido/significado quando colocado um determinante diferente antes deles. Exemplos: o rádio – a rádio, o cabeça – a cabeça, o guia – a guia, o capital – a capital. Flexão de número dos substantivos Os substantivos, quando flexionados em relação ao número, podem estar no singular ou no plural. 1) Singular Representam uma única unidade. Exemplos: menino, carro, ponte, mãe. 2) Plural Representa duas ou mais unidades. Exemplos: meninos, carros, pontes, mães. Obs.: a regra comum é que, para transformar uma palavra no plural, acrescente-se o ‘s’ no final, como nos exemplos demonstrados acima. Contudo, há outras terminações que exigem outros acréscimos. 2.1) Plural de palavras terminadas em -el Exemplos: anel – anéis, pastel – pastéis, papel - papéis. 2.2) Plural de palavras terminadas em -ão Esses podem variar de acordo com a palavra que está no singular. Observe. Exemplos: leão – leões, irmão – irmãos, pão - pães. 2.3) Plural de oxítonas terminadas em -s, -z, -r Exemplos: freguês – fregueses, luz – luzes, cor - cores. 2.4) Plural de palavras terminadas em -m Exemplos: motim – motins, bombom – bombons, nuvem - nuvens. Obs¹: há palavras que não se alteram, ou seja, são as mesmas, a escrita é válida para representar singular e plural. Exemplos: o ônibus – os ônibus, o tênis – os tênis, a xerox – as xerox. Obs².: óculos é um substantivo que representa plural. O singular é ‘óculo’. Obs³.: quando os substantivos compostos dispõem, em sua estrutura, de outros substantivos, numerais e adjetivos, TODOS os elementos devem ser flexionados. Exemplos: sextas-feiras, tubarões-martelos, obras-primas. Obs4.: quando os substantivos compostos por substantivos possuem uma preposição entre si, somente o primeiro elemento deve ser flexionado. Exemplos: orelhas-de-burro, pés-de-moleque. Obs5.: caso o segundo elemento exponha a finalidade do primeiro, somente o antecedente vai para o plural. Exemplos: navios-escola, bananas-prata. Flexão de grau dos substantivos Quando se sugere aumentar ou diminuir um substantivo, pode-se flexioná-lo. 1) Grau aumentativo Utiliza-se quando se quer aumentar alguém ou algo. Não necessariamente significa engrandecê-lo. 1.1) Grau aumentativo analítico Utiliza um adjetivo para indicar grandeza Exemplos: carro grande, casa grande, tela grande. 1.2) Grau aumentativo sintético Utiliza um sufixo para indicar grandeza Exemplos: carrão, casarão, telona*. 2) Grau diminutivo Utiliza-se quando se quer diminuir alguém ou algo. Não necessariamente significa inferiorizá-lo. 2.1) Grau diminutivo analítico Utiliza um adjetivo para indicar grandeza Exemplos: carro pequeno, casa pequena, tela pequena. 2.2) Grau diminutivo sintético Utiliza um sufixo para indicar diminuição. Exemplos: carrinho, casinha, telinha. Tabela exemplificativa Substantivo Aumentativo Diminutivo bonito bonitão bonitinho criança crianção criancinha querida queridona queridinha casa casarão casinha amiga amigona amiguinha bobo bobão bobinho Obs.: há algo extremamente importante que não pode ser esquecido, que é a substantivação. Nessa ocorrência, classes gramaticais como adjetivos, verbos ou numerais passam a exercer função de substantivo. Exemplo 1: Era um verde maravilhoso. Exemplo 2: Os bilhões foramtransferidos hoje. Exemplo 3: Ela me disse um não bastante grosseiro. Exemplo 4: O olhar daquela Tenente me fascina. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Segundo o Prof. Evanildo Bechara, “O sistema do português conta, além de outros, com o sufixo -ção para formar substantivos, em geral denotadores de ação, oriundos de verbos: coroar - coroação; colocar - colocação” (BECHARA, 2009, p.38). Exercício 1. (TJ-SP) Assinale a frase em que a palavra em destaque está corretamente flexionada no plural, de acordo com a norma culta da língua. a) Os abaixo-assinado serão encaminhados às subprefeituras. b) Para chegar ao alto da torre, tivemos de subir mais de cem degrais. c) O projeto trará benefícios a todos os cidadãos. d) Os escrivões desse cartório são funcionários muito antigos. e) Os guarda-civis ameaçam entrar em greve. 2. (SAS-SP) Em – ... e afeito ao paternalismo e ao compadrio, – o antônimo do termo destacado é: a) conluio. b) parentesco. c) favoritismo. d) merecimento. e) misantropia. 3. (TJ-SP) Justiça absolve frentista acusado de participação em furto O juiz Luiz Fernando Migliori Prestes, da 22.ª Vara Criminal Central da Capital, julgou improcedente ação penal proposta contra frentista acusado de furto em seu local de trabalho. Segundo consta da denúncia, A. L. A. R. teria permitido que W. F. O., cliente do posto de gasolina, usasse a máquina de cartões de crédito do local para fazer saques, mesmo sabendo que o cartão era roubado. Ele afirmou que desconhecia a origem ilícita do cartão. Ao ser interrogado, W. F. O. caiu em contradição quando perguntado sobre a quantia paga ao funcionário para permitir as operações, fato que, no entendimento do magistrado, tornou o conjunto probatório frágil para embasar uma condenação. “Daí, insuficientes as provas produzidas para um decreto condenatório ante a falta de demonstração suficiente de que A. L. A. R. agiu com dolo, no que a improcedência da ação penal se impõe." Com base nessa fundamentação, absolveu o frentista da acusação de furto qualificado. (Disponível em http://www.tjsp.jus.br/Institucional/CanaisComunicacao/ Noticias/Noticia.aspx?Id=15378. Acesso em 22.08.2012) O substantivo “frentista", do título, está substituído na sequência do texto por a) W. F. O; pelo substantivo “cliente"; pelo pronome “ele" b) A. L. A. R.; pelo pronome “ele"; pelo substantivo “funcionário". c) A. L. A. R.; pelo substantivo “cliente"; pelo pronome “ele". d) A. L. A. R.; pelo pronome “ele"; pelo substantivo “cliente". e) W. F. O; pelo pronome “ele"; pelo substantivo “cliente" 4. (PRODEST-ES) Leia o texto que segue. As tecnologias de Big Data chegaram silenciosamente, mudando a estratégia de muitos negócios. Fatos dignos de ficção científica, como lojas de departamentos capazes de identificar se suas consumidoras estão grávidas a partir do padrão de consumo e serviços de busca mapeando em tempo real o progresso de pandemias, já são notícia velha. Empresas e instituições de vários tipos e tamanhos hoje são capazes de coletar dados a partir de várias fontes, combinando-os em sistemas de armazenamento da ordem de petabytes (mil terabytes), e analisa-los em busca de padrões. O resultado são previsões melhores, serviços mais personalizados e mensagens mais bem dirigidas, estimulando decisões mais bem informadas e mais seguras. Da mesma forma que os grandes volumes de dados mudam a gestão de corporações, uma nuvem de pequenas informações pessoais, conectadas, começa a provocar uma mudança de costumes. São dados que registram o que uma pessoa sabe a respeito de si própria: o que fez, quem conhece, aonde foi, como dormiu, quanto pesa, como passa o tempo. Mensuração e análise são ótimas. Sem elas é quase impossível progredir. Mas é preciso cautela em seu uso. A obsessão por elas, da mesma forma que a procura desesperada por seguidores nas mídias sociais, pode piorar uma situação, deixando seu usuário viciado nas estatísticas que deveriam libertá-lo. QI, placares e centímetros de bíceps são métricas observáveis e fáceis de comparar. Mas isso não quer dizer que sejam as melhores ou mesmo as certas. Um funcionário pontual nem sempre é o melhor funcionário, mais conexões não significam mais conhecimento. Além do mais, o que é o certo? A preocupação excessiva com as métricas pessoais pode levar à padronização e à robotização de seus usuários, um efeito colateral bastante desagradável. Em situações extremas pode até criar autômatos ou estimular comportamentos doentios, como anorexia ou bulimia. De qualquer forma, a ignorância nunca é uma bênção. Os benefícios do autoconhecimento são incomparáveis. Mas para isso é preciso um pouco de trabalho. Não basta apenas coletar os dados, deve-se também refletir sobre eles e planejar novas metas periodicamente, aprendendo a identificar padrões de comportamento nocivos e recorrentes. Nesses termos, a quantificação pessoal só deve fazer bem. As palavras destacadas na frase – A preocupação excessiva com as métricas pessoais pode levar à padronização e à robotização de seus usuários. – têm como sinônimos, respectivamente, a) descentralização e maquinação b) estandardização e automatização c) estatização e mecanização. d) particularização e majoração. e) alienação e industrialização. Gabarito 1 – c; 2 – d; 3 – b; 4 – b. Morfologia - Adjetivos Para que se compreenda a importância dessa classe gramatical, Evanildo Bechara afirma que “(...) não há língua sem adjetivo; só há língua portuguesa, língua espanhola, etc., onde o adjetivo pátrio aponta para uma tradição histórica determinada” (BECHARA, 2009, p. 24). O adjetivo é uma classe de palavras (classe gramatical) que modifica o substantivo, atribuindo- lhe características específicas. Isso significa que o adjetivo indica as qualidades e estados do substantivo, informando também, em certos casos, o modo de ser e aspectos, de acordo com a(s) ideia(s) a(s) qual(is) pretendem apresentar na frase ou oração. Os adjetivos podem ser, nessa perspectiva, especializadores, especificadores e/ou explicadores. Os adjetivos podem variar em gênero (feminino e masculino), número (singular e plural) e grau (comparativo e superlativo). Exemplo: casa velha – casas velhas, homem bonito – homens bonitos – mulheres bonitas. Obs.: há ocorrências linguísticas referentes aos adjetivos bastante comuns em nossa língua. Exemplos: pronomes adjetivos, substantivação de adjetivos, locução adjetiva e adjetivos adverbializados. Tipos de adjetivos 1. Adjetivos simples São aqueles que possuem/apresentam apenas um radical. Exemplos: verde, feio, bonito, pobre, magro, triste, rico, velho, real. 2. Adjetivos compostos São aqueles que possuem/apresentam apenas um radical. Exemplos: verde-escuro, sul-americano, ultravioleta, socioeconômico, franco-brasileiro, superinteressante, rosa-claro. 3. Adjetivos primitivos São aqueles que vão formar/originar outras palavras. Exemplos: bom, alegre, triste, notável, forte, azul, fiel, vil. 4. Adjetivos derivados São aqueles formados/originados de outras palavras. Exemplos: grandioso, azulado, tristonho, articulado, rosado, fielmente, angustiado. 5. Adjetivos pátrios São aqueles que indicam a origem/nacionalidade de alguém ou de algo, nomeiando-o(s) de acordo com a sua cidade, o seu estado, a sua região, o seu país ou o seu continente. Exemplos: sergipano, sergipense, aracajuano, paulista, carioca, fluminense, nipo-brasileiro, franco-alemão, amazonense, brasiliense. Gêneros dos adjetivos Admitem-se, assim como em toda a língua portuguesa, apenas dois gêneros: masculino e feminino. Esses, referentes aos adjetivos, podem ser uniformes ou biformes. 1. Uniformes São aqueles que apresentam uma única forma para os dois gêneros. Exemplos: menino feliz – menina feliz, homem forte – mulher forte, homem capaz – mulhercapaz, homem veloz – mulher veloz, casa verde – carro verde, homem ruim – mulher ruim. PEGA O BIZU! Em regra, adjetivos terminados em -e, -m, -l, -z são adjetivos uniformes. 2. Biformes São aqueles que apresentam uma forma para cada gênero. Exemplos: menino bonito – menina bonita, homem antiquado – mulher antiquada, homem curioso – mulher curiosa, homem bondoso – mulher bondosa, casa bela – carro belo. Número dos adjetivos 1. Singular Quando os adjetivos fazem alusão a um único substantivo. Exemplos: feliz, forte, capaz, veloz, verde, ruim, redondo, maduro, resmungão. 2. Plural Quando os adjetivos fazem alusão a mais de um substantivo. Exemplos: felizes, fortes, capazes, velozes, verdes, ruins, redondos, maduros, resmungões. Obs.: Plural dos adjetivos compostos: em regra, tem-se que apenas o último componente varia em número, ou seja, pode ir para o plural. Todavia, se o último componente for um substantivo, o adjetivo composto permanece invariável. Exemplos dos invariáveis: Mesa vermelho-sangue - mesas vermelho-sangue, camisa amarelo-canário - camisas amarelo-canário. Exemplos dos variáveis: Aluno mal-educado - alunos mal-educados, menina afro-brasileira – meninas afro-brasileiras. Observe os quadrinhos abaixo. Ao se tratar de uma obra do Maurício de Sousa, mais especificamente da Turma da Mônica, sabemos que haverá humor incluído. Todavia, há muito mais que necessita de ser observado. No primeiro quadrinho, a mãe do Cascão faz um alerta a ele; essa tentativa de precaução que ela executa é feita no padrão, de acordo com a norma culta da língua, pois ela concorda o adjetivo ‘sujos’ em gênero e número com o substantivo ‘pés’. Grau dos adjetivos Além das flexões que podem modificar um adjetivo, as quais vimos anteriormente, temos a flexão em grau. Referente a essa, tem-se que surgem devido a uma necessidade de comparar ou intensificar o adjetivo, sem esquecer que ele faz uma referência ao substantivo. 1. Grau comparativo É aquele que compara dois ou mais seres/objetos, reais ou inanimados. 1.1. Grau comparativo de igualdade Visa a colocar dois ou mais seres/objetos, reais ou inanimados, em um mesmo patamar de observação. Exemplo: A prova da EsFCEx de 2022 será tão fácil quanto a do ano passado. 1.2. Grau comparativo de inferioridade Visa a colocar dois ou mais seres/objetos, reais ou inanimados, em um patamar diferenciado de observação, estando um deles inferiorizado. Exemplo: A prova da EsFCEx de 2022 será menos fácil que a do ano passado. 1.3. Grau comparativo de superioridade Visa a colocar dois ou mais seres/objetos, reais ou inanimados, em um patamar diferenciado de observação, estando um deles superiorizado. Exemplo: A prova da EsFCEx de 2022 será mais fácil que a do ano passado. 2. Grau superlativo É aquele que faz referência a apenas um ser/objeto, real ou inanimado. 2.1. Grau superlativo relativo Alude a um conjunto/grupo, enaltecendo a qualidade de um ser/objeto, real ou inanimado em relação ao agrupamento. 2.1.1 Grau superlativo relativo de superioridade Enaltece positivamente a qualidade de um ser/objeto, real ou inanimado em relação ao agrupamento. Exemplo: Carreira de Tenente é o melhor curso preparatório para a EsFCEx. 2.1.2 Grau superlativo relativo de inferioridade Enaltece negativamente a qualidade de um ser/objeto, real ou inanimado em relação ao agrupamento. Exemplo: ‘Tô Reprovado’* é o pior curso preparatório para a EsFCEx. *Nome fictício criado pera fins de exemplificação. 2.2. Grau superlativo absoluto Vangloria a qualidade de um ser/objeto, real ou inanimado, excedendo as expectativas. 2.2.1 Grau superlativo absoluto analítico Utiliza uma palavra intensificadora para complementar o adjetivo. Exemplo: Guilherme é muito organizado. 2.2.2 Grau superlativo absoluto sintético Utiliza um sufixo para complementar o adjetivo, intensificando-o. Exemplo: Guilherme é organizadíssimo. Observe a tabela abaixo, que traz exemplos de todos os graus. Grau normal O Mateus é inteligente. Grau comparativo de superioridade O Mateus é mais inteligente que o Bruno. Grau comparativo de inferioridade O Mateus é menos inteligente que a Camila. Grau comparativo de igualdade O Mateus é tão inteligente quanto a Luana. Grau superlativo relativo de superioridade O Mateus é o mais inteligente da turma. Grau superlativo relativo de inferioridade O Mateus é o menos inteligente da turma. Grau superlativo absoluto analítico O Mateus é muito inteligente. Grau superlativo absoluto sintético O Mateus é inteligentíssimo. Aprecie os quadrinhos abaixo. Note que, no segundo quadrinho, tem-se a utilização do grau comparativo de inferioridade. O mais interessante é a utilização da conjunção coordenada adversativa no início do quadrinho intermediário, quebrando a expectativa, seja dos personagens, seja dos leitores. No terceiro quadrinho há a presença do grau comparativo de superioridade, mesmo que seja em um contexto aparentemente negativo (que é o fato de apanhar). Abaixo, uma representação ilustrativa de exemplos de adjetivos. Locução adjetiva Ocorre quando dois ou mais adjetivos se unem, possuindo valor de um único adjetivo, sempre caracterizando o substantivo. Majoritariamente, quase que em sua totalidade, tem-se a formação da preposição ‘de’ e suas flexões + um substantivo. Exemplos: amor de pai = amor paterno, coração de mãe = coração materno, tratamento de cabelo = tratamento capilar, brincadeira de criança = brincadeira infantil, águas da chuva = águas pluviais. Substantivação dos adjetivos Em determinadas situações, os adjetivos podem ser substantivados, isso é, representam o substantivo oculto que seria qualificado e se tornam independentes. Por conseguinte, isso metamorfoseia o adjetivo em substantivo. Exemplo: A mulher linda se chama Samara – A linda se chama Samara. Pronomes adjetivos São aqueles que desempenham função de adjetivo sendo um pronome. Exemplos: Aquele é o batalhão no qual sirvo. (‘Aquele’ acompanha o substantivo ‘batalhão’); Esse material é muito bom para papirar. (‘Esse’ acompanha o substantivo ‘material’). Adjetivos adverbializados São aqueles que, em um contexto convencional, desempenhariam papel de adjetivo, mas acabam desenvolvendo função de advérbio. Exemplos: Os meninos da praça falam de um jeito engraçado – Os meninos da praça falam engraçadamente – Os meninos da praça falam engraçado. Adjetivos explicativos São aqueles que expõem uma característica inerente a um ser/objeto, real ou inanimado, chegando a ser pleonástico. Exemplos: fogo quente, céu azul, mar salgado, negro preto. Adjetivos restritivos São aqueles que expõem uma característica que não é inerente a um ser/objeto, real ou inanimado, mas os tornam únicos em decorrência do(s) adjetivo(s). Exemplos: cantora sergipana, camisa branca, criança superinteligente. Exercício 1. Leia o poema de Antônio Cícero para responder à questão. Balanço A infância não foi uma manhã de sol: demorou vários séculos; e era pífia, em geral, a companhia. Foi melhor, em parte, a adolescência, pela delícia do pressentimento da felicidade na malícia, na molícia, na poesia, no orgasmo; e pelos livros e amizades. Um dia, apaixonado, encarei a minha morte: e eis que ela não sustentou o olhar e se esvaiu. Desde então é a morte alheia que me abate. Tarde aprendi a gozar a juventude, e já me ronda a suspeita de que jamais serei plenamente adulto: antes de sê-lo, serei velho. Que ao menos os deuses façam felizes e maduros Marcelo e um ou dois dos meus futuros versos. (Porventura, 2012.) No trecho “e era pífia, em geral, a companhia”, um adjetivo é utilizado como predicativo do sujeito. Outro exemplo de adjetivo utilizado na mesma função ocorre em: a) “Tarde aprendi a gozar a juventude” b) “A infância não foi uma manhã de sol” c) “encarei a minha morte” d) “de que jamaisserei plenamente adulto” e) “e já me ronda a suspeita” 2. Leia o trecho inicial de um poema de Álvaro de Campos, heterônimo do escritor Fernando Pessoa (1888-1935), para responder à questão. Esta velha angústia, Esta angústia que trago há séculos em mim, Transbordou da vasilha, Em lágrimas, em grandes imaginações, Em sonhos em estilo de pesadelo sem terror, Em grandes emoções súbitas sem sentido nenhum. Transbordou. Mal sei como conduzir-me na vida Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma! Se ao menos endoidecesse deveras! Mas não: é este estar entre, Este quase, Este poder ser que..., Isto. Um internado num manicômio é, ao menos, alguém, Eu sou um internado num manicômio sem manicômio. Estou doido a frio, Estou lúcido e louco, Estou alheio a tudo e igual a todos: Estou dormindo desperto com sonhos que são loucura Porque não são sonhos. Estou assim... Pobre velha casa da minha infância perdida! Quem te diria que eu me desacolhesse tanto! Que é do teu menino? Está maluco. Que é de quem dormia sossegado sob o teu teto provinciano? Está maluco. Quem de quem fui? Está maluco. Hoje é quem eu sou. (Obra poética, 1965.) No verso “Pobre velha casa da minha infância perdida!” (4ª estrofe), a anteposição dos adjetivos “pobre” e “velha” ao substantivo “casa”, em lugar da posposição, a) traduz a insatisfação do eu lírico com a casa em que passou a infância. b) produz um efeito sonoro sem, contudo, provocar alteração do sentido. c) confere aos dois adjetivos uma acentuada carga de subjetividade. d) atende a uma necessidade rítmica, tendo em vista a predominância no poema de versos decassílabos. e) conserva o sentido do primeiro adjetivo e intensifica o do segundo. 3. Instrução: A questão toma por base uma passagem da Proposta Curricular do Estado de São Paulo (2008). Prioridade para a competência da leitura e da escrita A humanidade criou a palavra, que é constitutiva do humano, seu traço distintivo. O ser humano constitui-se assim um ser de linguagem e disso decorre todo o restante, tudo o que transformou a humanidade naquilo que é. Ao associar palavras e sinais, criando a escrita, o homem construiu um instrumental que ampliou exponencialmente sua capacidade de comunicar- se, incluindo pessoas que estão longe no tempo e no espaço. Representar, comunicar e expressar são atividades de construção de significado relacionadas a vivências que se incorporam ao repertório de saberes de cada indivíduo. Os sentidos são construídos na relação entre a linguagem e o universo natural e cultural em que nos situamos. E é na adolescência, como vimos, que a linguagem adquire essa qualidade de instrumento para compreender e agir sobre o mundo real. A ampliação das capacidades de representação, comunicação e expressão está articulada ao domínio não apenas da língua mas de todas as outras linguagens e, principalmente, ao repertório cultural de cada indivíduo e de seu grupo social, que a elas dá sentido. A escola é o espaço em que ocorre a transmissão, entre as gerações, do ativo cultural da humanidade, seja artístico e literário, histórico e social, seja científico e tecnológico. Em cada uma dessas áreas, as linguagens são essenciais. As linguagens são sistemas simbólicos, com os quais recortamos e representamos o que está em nosso exterior, em nosso interior e na relação entre esses âmbitos; é com eles também que nos comunicamos com os nossos iguais e expressamos nossa articulação com o mundo. Em nossa sociedade, as linguagens e os códigos se multiplicam: os meios de comunicação estão repletos de gráficos, esquemas, diagramas, infográficos, fotografias e desenhos. O design diferencia produtos equivalentes quanto ao desempenho ou à qualidade. A publicidade circunda nossas vidas, exigindo permanentes tomadas de decisão e fazendo uso de linguagens sedutoras e até enigmáticas. Códigos sonoros e visuais estabelecem a comunicação nos diferentes espaços. As ciências construíram suas próprias linguagens, plenas de símbolos e códigos. A produção de bens e serviços foi em grande parte automatizada e cabe a nós programar as máquinas, utilizando linguagens específicas. As manifestações artísticas e de entretenimento utilizam, cada vez mais, diversas linguagens que se articulam. Para acompanhar tal contexto, a competência de leitura e de escrita vai além da linguagem verbal, vernácula – ainda que esta tenha papel fundamental – e refere-se a sistemas simbólicos como os citados, pois essas múltiplas linguagens estão presentes no mundo contemporâneo, na vida cultural e política, bem como nas designações e nos conceitos científicos e tecnológicos usados atualmente. (Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Língua Portuguesa / Coord. Maria Inês Fini. São Paulo: SEE, 2008. p. 16. Adaptado.) A humanidade criou a palavra, que é constitutiva do humano, seu traço distintivo. Considerando o contexto e o relacionamento sintático entre os elementos deste período do texto, verifica-se que humano é empregado como a) adjetivo. b) pronome indefinido. c) advérbio. d) substantivo. e) verbo. 4. Instrução: A questão toma por base o soneto Acrobata da dor, do poeta simbolista brasileiro Cruz e Sousa (1861-1898): Acrobata da Dor Gargalha, ri, num riso de tormenta, como um palhaço, que desengonçado, nervoso, ri, num riso absurdo, inflado de uma ironia e de uma dor violenta. Da gargalhada atroz, sanguinolenta, agita os guizos, e convulsionado Salta, gavroche, salta clown, varado pelo estertor dessa agonia lenta... Pedem-te bis e um bis não se despreza! Vamos! retesa os músculos, retesa, nessas macabras piruetas d’aço... E embora caias sobre o chão, fremente, afogado em teu sangue estuoso e quente, ri! Coração, tristíssimo palhaço. (João da Cruz e Sousa. Obra completa. Rio de Janeiro: Editora Aguilar, 1961.) O soneto Acrobata da dor revela, entre outras, uma das características notáveis do estilo poético de Cruz e Sousa, que é a grande presença de adjetivos, colocados antes ou após os substantivos a que se referem. Observe estes cinco exemplos retirados do texto: I. Riso absurdo. II. Gargalhada atroz. III. Agonia lenta. IV. Macabras piruetas. V. Tristíssimo palhaço. Aponte os dois exemplos em que o adjetivo precede o substantivo: a) I e II. b) II e III. c) I e III. d) II e IV. e) IV e V. Gabarito 1 – d; 2 – c; 3 – d; 4 – e. Morfologia - Advérbios Os advérbios compõem uma das 10 classes de palavras pertencentes à gramática normativa da língua portuguesa. Para que se compreenda essa classe gramatical, é necessário entender os aspectos referentes ao sentido que ela emprega no texto. Concernente às funções que o verbo desempenha, podemos afirmar, sem dificuldades, que desempenham funções morfológica e sintática. Morfologicamente propondo, ou seja, analisando as classes gramaticais como um todo, é possível dizer que os advérbios são invariáveis, tendo em vista que não flexionam/variam em gênero, nem em número. Sintaticamente, faz referência a determinadas classes gramaticais, como veremos a seguir. De forma objetiva, os advérbios são responsáveis por atribuir qualidade/predicamentar verbos, modificando o sentido deles e agregando uma circunstância; de maneira específica, serve para intensificar o sentido. Além disso, pode referir-se a um adjetivo ou a outro advérbio, podendo, inclusive, aludir a uma frase/oração inteira. Não se pode esquecer que a locução adverbial se enquadra nessas alusões. BIZU: o advérbio não varia em número e em gênero! Tipos de advérbios 1. Advérbios de lugar São aqueles que apontam uma posição ou um espaço, detalhando/pormenorizando o lugar ao qual o verbo faz referência. Isso não se dá aleatoriamente, já que se tem uma noção da direção apontada. Exemplos: perto, longe, aqui, lá, dentro, fora, acolá,adiante, atrás, aquém, defronte, afora. Exemplo em frase/período: O livro está dentro de casa. 2. Advérbios de tempo São aqueles que assinalam um período/um momento. É estabelecida, através desse tipo de advérbio, uma ideia de tempo propriamente dita. Exemplos: breve, ontem, hoje, amanhã, anteontem, outrora, provisoriamente, imediatamente, constantemente, doravante, depois, cedo, tarde, sempre. Exemplo em frase/período: Amanhã estudarei 2h a mais que hoje. 3. Advérbios de modo São aqueles que indicam a maneira pela qual a ação foi executada. Em regra, tem-se o acréscimo do sufixo –mente. Exemplos: cuidadosamente, depressa, bem, pacientemente, devagar, silenciosamente, cautelosamente. Exemplo em frase/período: Maria saiu-se bem na prova. 4. Advérbios de intensidade São aqueles que auxiliam na compreensão da intensidade proposta pelo verbo ou da qualidade de adjetivos (até mesmo de outros advérbios). De maneira sucinta, reforça algo ou corrobora com ele. Exemplos: bem, pouco, muito, demais, nada*, tão pouco, demasiado. Exemplo em frase/período: Não me disse nada. *ocorre em casos específicos. 5. Advérbios de afirmação São aqueles capazes de afirmar algo, reforçando o sentido afirmativo ou complementando-o. Exemplos: sim, claro, certamente, positivo, decerto, realmente, efetivamente, deveras, indubitavelmente, decididamente. Exemplo em frase/período: César gostou deveras da viagem à Brasília. 6. Advérbios de negação São aqueles capazes de negar algo, reforçando o sentido negativo ou complementando-o. Exemplos: não, nunca, tampouco, jamais, nada, nem, sequer. Exemplo em frase/período: Não saiu da escola ontem. 7. Advérbios de dúvida São aqueles que reforçam o sentido de dúvida ou complementam-no. Exemplos: quiçá, provavelmente, possivelmente, porventura, talvez, casualmente. Exemplo em frase/período: Possivelmente comerei picanha com fritas hoje à noite na fazenda. 8. Advérbios interrogativos São aqueles que perguntam ou questionam alguém acerca de algo. Exemplos: onde, aonde, donde, por que, como, quando. Exemplo em frase/período: Mariana, aonde você vai com tanta pressa? 9. Advérbios de inclusão São aqueles que acrescentam ou incluem algo na frase/oração. Exemplos: mesmo, inclusive, também, ainda. Exemplo em frase/período: As joias também desapareceram. 10. Advérbios de exclusão São aqueles que retiram ou excluem algo na frase/oração. Exemplos: mesmo, inclusive, também, ainda. Exemplo em frase/período: Marlon come somente frutas e verduras. Observe a tirinha abaixo, do Recruta Zero, do Addison Morton Walker. Na tirinha em questão, o Sargento Tainha faz um questionamento simples, e na certeza de ter concluído, o Recruta Zero responde ao Sargento com diversos advérbios de afirmação, indicando, de maneira diversa, que cumpriu a(s) missão(ões). Todavia, no último quadrinho, é perceptível que ele se esqueceu de realizar uma das atividades. Note que ele não utiliza mais os advérbios outrora utilizados, tendo em vista que não os cabem mais. Flexão dos advérbios Como já fora dito, os advérbios são invariáveis, e isso se dá porque, relativo ao gênero e ao número, não variam. Contudo, nos graus comparativo e superlativo podem sim serem flexionados. 1. Graus superlativos Expressam características de forma intensa ou de maneira bastante elevada. Dividem-se em analíticos ou sintéticos. 1.1 Grau superlativo analítico Quando um advérbio faz companhia a outro, a fim de afetar o grau do próprio advérbio. Exemplo: Paula sai muito cedo de casa. 1.2 Grau superlativo sintético Quando um advérbio utiliza um sufixo, a fim de afetar o grau do próprio advérbio. Exemplo: Paula sai cedíssimo de casa. Obs.: em se tratando de linguagem coloquial, pode-se afirmar que há variações do grau superlativo sintético, tendo em vista que são aceitas no meio social. Exemplo 1: Paula sai cedinho de casa. Exemplo 2: Paula sai cedão de casa. Exemplo 3: Paula sai megacedo de casa. 2. Graus comparativos É uma relação de comparação estabelecida pelos advérbios. 2.1 Grau comparativo de igualdade Colocam dois elementos em mesmo patamar de observação, comparando-os igualmente. Exemplo: São Paulo é tão grande quanto o Rio de Janeiro. 2.2 Grau comparativo de superioridade Colocam dois elementos em diferente patamar de observação, comparando-os distintamente. Um é superior ao outro. Exemplo: Marta é mais inteligente que Joana. 2.3 Grau comparativo de inferioridade Colocam dois elementos em diferente patamar de observação, comparando-os distintamente. Um é inferior ao outro. Exemplo: Marta é menos inteligente que Joana. Locuções adverbiais Há quando dois ou mais advérbios surgem formando uma expressão, exercendo função de um único advérbio. São classificados da mesma forma que os advérbios. Não se pode esquecer de afirmar algo superimportante: podem haver preposições. Exemplo: Em breve compraremos esse carro de luxo. Exercícios 1. Leia o texto abaixo. Assinale a alternativa em que o termo indicado seja classificado como advérbio. a) mais (L.124) b) conforme (L.12) c) nenhum (L.41) d) Nada (L.4) e) demais (L.51) 2. Assinale a opção que completa adequadamente as lacunas do período seguinte. Eduarda comeu ________ bacia de pipocas e ficou _______ enjoada. Para amenizar o mal-estar, foi à farmácia e comprou __________ anti-ácidos [sic] e fez ela ________ sua medicação. a) meia – meio – bastantes – mesmo b) meia – meia – bastante – mesmo c) meia – meio – bastante – mesma d) meia – meia – bastantes – mesma e) meia – meio – bastantes – mesma 3. Interprete o texto abaixo. Observe os trechos: I. Você está no meio desse ambiente. II. Campanha do meio ambiente. Sobre o vocábulo “meio”, destacado nos trechos, pode-se afirmar corretamente que: a) em I, exerce a função de predicativo do sujeito “você”. b) em I, é substantivo que forma uma locução adverbial indicando lugar. c) em II, está apresentando a circunstância de lugar onde a campanha ocorre. d) em II, é um advérbio de intensidade e pode ser substituído por “um pouco”. e) em I e II, são substantivos que formam locuções adjetivas qualificando “você” e “campanha”. 4. De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e com a gramática normativa e tradicional, assinale a alternativa em que o termo destacado tem valor de advérbio. a) Não há meio mais difícil de trabalhar. b) Só preciso de meio metro de aniagem para sacos de carvão. c) Encarou os meninos carvoeiros, esboçando meio sorriso. d) Os carvões caíram no meio da estrada. e) Achei o menino meio triste, raquítico. Gabarito 1 – d; 2 – e; 3 – b; 4 – e. Morfologia – Numeral Assim como as outras 9 classes gramaticais, os numerais fazem parte da morfologia. Essa classe, a depender, pode atribuir quantidade, ordem ou valor aos seres, reais ou inanimados, e objetos. Podem ser utilizados, morfologicamente, como substantivos ou adjetivos; sintaticamente, podem exercer função de adjunto adnominal. Na tirinha acima, os personagens utilizam diversos tipos de numerais para se referir às mais diversas situações. Isso demonstra que as diferentes variedades de numerais se encaixam de acordo com uma conjuntura específica. Tipos de numerais 1. Numerais cardinais São aqueles que indicam a quantidades exatas de seres, reais ou inanimados, e/ou objetos. Alguns variam em gênero e/ou número. Exemplos: um, dois, cinco, dez, sessenta, seiscentos e vinte e oito, quarenta e cinco, noventa e nove, oitocentos e oitenta e oito. Exemplo na frase: Quinze alunos viajaram para Salvador. Obs.: a palavra ‘ambos’ é considerada numeral, uma vez que aponta para mais de um, fazendo uma referência. Exemplo da observação: Gabriela, Marília e Joana adoram jogar basquete. Ambas são profissionais. 2. Numerais ordinais Expressam uma determinada ordem de seres, reais ou inanimados, e/ou objetos. Alguns variam emgênero e/ou número. Indicam, em uma observação crítica, uma posição hierárquica. Exemplos: primeiro, segundo, terceiro, décimo sexto, quadragésimo oitavo, septuagésimo nono, milésimo, centésimo milésimo. Exemplo na frase: Os militares russos ficaram em tricentésimo quinquagésimo sétimo na competição de progressão noturna. Obs.: alguns numerais ordinais têm valor de adjetivo. Exemplo da observação: Não compre carne de segunda, por favor. 3. Numerais multiplicativos Define, através de múltiplos, o aumento de seres, reais ou inanimados, e/ou objetos, paragonando um conjunto. Exemplos: dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, cêntuplo. Exemplo na frase: Ela ganhou o triplo de desconto que eu tive nas roupas. Obs.: Em regra, são invariáveis, exceto quando exercem função de adjetivo. Exemplo da observação: Essas palavras tiveram duplos sentidos. 4. Numerais fracionários São aqueles que assinalam diminuições, sejam elas fracionais, proporcionais ou divisionais. Exemplos: meio, terço, quarto, quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, milésimo, milionésimo, bilionésimo. Exemplo na frase: Ela ganhou o triplo de desconto que eu tive nas roupas. Obs.: Em regra, são invariáveis, exceto quando exercem função de adjetivo. Exemplo da observação: Essas palavras tiveram duplos sentidos. Para facilitar, observe a tabela abaixo. Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários um (1) primeiro - - dois (2) segundo dobro, duplo meio três (3) terceiro triplo, tríplice terço quatro (4) quarto quádruplo quarto cinco (5) quinto quíntuplo quinto seis (6) sexto sêxtuplo sexto sete (7) sétimo sétuplo sétimo oito (8) oitavo óctuplo oitavo nove (9) nono nônuplo nono dez (10) décimo décuplo décimo onze (11) décimo primeiro undécuplo onze avos doze (12) décimo segundo duodécuplo doze avos treze (13) décimo terceiro cardinal+avos treze avos catorze (14) décimo quarto - catorze avos quinze (15) décimo quinto - quinze avos dezesseis (16) décimo sexto - dezesseis avos dezessete (17) décimo sétimo - dezessete avos dezoito(18) décimo oitavo - dezoito avos dezenove (19) décimo nono - dezenove avos vinte (20) vigésimo - vinte avos trinta (30) trigésimo - trinta avos quarenta (40) quadragésimo - quarenta avos cinquenta (50) quinquagésimo - cinquenta avos sessenta (60) sexagésimo - sessenta avos setenta (70) septuagésimo - setenta avos Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários oitenta (80) octogésimo - oitenta avos noventa (90) nonagésimo - noventa avos cem (100) centésimo cêntuplo centésimo duzentos (200) ducentésimo - ducentésimo trezentos(300) trecentésimo - trecentésimo quatrocentos (400) quadringentésimo - quadringentésimo quinhentos (500) quingentésimo - quingentésimo seiscentos (600) sexcentésimo - sexcentésimo setecentos (700) septingentésimo - septingentésimo oitocentos (800) octingentésimo - octingentésimo novecentos (900) nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo mil (1000) milésimo - milésimo milhão (1.000.000) milionésimo - milionésimo bilhão (1.000.000.000) bilionésimo - bilionésimo Obs.: numeral um ≠ artigo indefinido um. Emprego dos numerais 1. Designação de papas, reis, capítulos e séculos Após substantivos, utiliza-se, até o décimo, numeral ordinal. A partir do décimo, numeral cardinal. Exemplos: Art. 9º, Art. 10. 2. Designação de leis e decretos Até o nono, numeral ordinal. A partir dele, numeral cardinal. Exemplos: Capítulo XI, Papa João Paulo II. 3. Em dias do mês Excetuando-se o primeiro dia do mês, todos os dias do mês utilizam cardinais. Exemplos: Primeiro de janeiro, quinze de março. Exercícios 1. Leia o texto abaixo. Com base no texto, assinale a alternativa em que o vocábulo “um” é classificado corretamente como numeral. A) “um segundo” (linha 13). B) “um canto” (linha 19). C) “um vulto” (linha 23). D) “um José Júnior pobre” (linhas 33-34). E) “um alvo humano” (linha 36). 2. No trecho "E já no seu primeiro jogo depois do pacto com o Diabo, Tinho assombrou. Fez cinco gols, dois com cada perna e o quinto com uma cabeceada perfeita.", os vocábulos em destaque são, respectivamente, numerais: a) ordinal, cardinal, cardinal e ordinal b) cardinal, cardinal, ordinal e ordinal c) cardinal, ordinal, ordinal e cardinal d) cardinal, cardinal, cardinal e cardinal e) ordinal, ordinal, ordinal e ordinal 3. Interprete o texto abaixo. No texto há uma série de numerais de diferentes tipos; a frase abaixo que apresenta um numeral ordinal é: a) O investidor Warren Buffett tem 75 anos bem vividos; b) Warren decidiu doar 85% de seus bens; c) Para os americanos, fazer filantropia é prioridade a; d) Gates é dono de várias obras-primas; e) Cerca de três quartos da fortuna foram doados. 4. Analise o texto que segue. "Mas estamos em pleno século XX..."; o item abaixo em que devemos ler o algarismo romano como ordinal é: a) no século XI antes de Cristo; b) o papa recebeu o nome de João XXIII; c) no século XII da nossa era; d) Inocêncio X foi papa; e) Luís XVI foi rei da França. Gabarito 1 – a; 2 – a; 3 – c; 4 – d. Morfologia - Interjeições As interjeições compõem a classe gramatical mais fácil de ser reconhecida, tendo em vista a sua peculiaridade de demonstrar, através do texto, expressões que apresentam, de forma representativa, os mais diversos tipos de emoções. Além disso, serve para que se prenda o leitor, chamando a sua atenção. A manifestação pode ser através de palavras exclamativas, sons vocálicos ou locuções interjetivas. As interjeições são partes independentes do discurso, ou seja, de forma autônoma, elas existem, não (necessariamente) se relacionando de forma dependente do texto. Em regra, são exclamativas, mas podem aparecer de outra(s) forma; o que vai definir é o tipo de sentimento expressado na manifestação enunciativa. É interessante relembrar que uma interjeição pode expressar diferentes emoções. BIZU: as interjeições não variam em número, grau e em gênero! Tipos de interjeições 1. Admiração/Surpresa/Espanto Exemplos: “Ah!”, “Oh!”, “Uau!” Puxa!, Nossa!, Que coisa!, Céus! caramba!, cruz!, putz!, que legal!, nossa!, vixe!, opa!,Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, Putz! 2. Advertência Exemplos: cuidado!, calma! Sentido!, atenção!, devagar!, olha lá!, Olhe!, Atenção!, Fogo!, Olha lá!, Alto lá!, Calma!, Alerta!, Vê bem!, Volta aqui! 3. Afugentamento Exemplos: fora!, rua!, xô!, passa!, Fora!, Toca!, Xô pra lá!, Passa!, Sai!, Roda!, Arreda!, Rua!, Cai fora!, Vaza! 4. Agradecimento Exemplos: Graças a Deus!, Obrigado!, Agradecido!, Grato! Muito obrigada!, Valeu!, Valeu a pena! 5. Alegria Exemplos: ah!, oba!, oh!, Eh!, Oba!, Viva!, Iupi!, Irra! Viva!, Olá!, Olé!, Eita!, Eia!, Uhu!, Que bom!, Gol! 6. Alívio Exemplos: ufa!, ah!, Ufa!, Uf!, Arre!, Ah!, Eh!, Puxa!, Ainda bem!, Nossa senhora!, Ai! 7. Animação Exemplos: vamos!, força!, firme!, coragem!, avante! Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!, Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!, Upa! , Inteirinho!, Bora! , Avante! 8. Apelo/chamamento Exemplos: olá!, alô!, socorro!, psiu!, ei!, ou!, Ei!, Ô!, Oh!, Psiu!, Olá!, Eh!, Psit!, Misericórdia! 9. Aplauso/Aprovação Exemplos: bis!, bravo!, mais um!, boa!, Muito bem!, Bem!, É isso aí!, Isso!, Parabéns!, Boa!, Apoiado!, Ótimo!, Viva!, Fiufiu!, Hup!, Hurra! 10. Chamamento Exemplos: Alô!, Olá!, Hei!, Psiu!, ô!, oi!, psiu!, psit!, ó! 11. Concordância Exemplos: claro!, sim!, tá!, tá bom!, Certo!, Sem dúvida!, Ótimo!, Então!, Sim!, Pois não!, Hã-hã! 12. Desaprovação Exemplos: credo!, francamente!, sinceramente!, puxa! 13. Desculpa Exemplos: Perdão!, Opa!, Desculpa!, Desculpe!, Foi mal! 14. Desejo/Intenção Exemplos: tomara!, se Deus quiser!, com fé em Deus! Quem me dera!, Pudera!,Queira Deus!, Oxalá! 15. Despedida Exemplos: Adeus!, Até logo!, Tchau!, Até amanhã! 16. Dor/Lástima/Tristeza Exemplos: ai!, ui!, que pena!, ai de mim!, ah!, oh!, Eh! 17. Dúvida/Incredulidade Exemplos: Hum?, hem?, hã?, Hein?! Ué!, Epa!, Oi? 18. Espanto/Terror/Medo Exemplos: puxa!, uai!, ué!, mesmo?, oh!! Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh! Barbaridade!, Socorro!, Francamente!,, Que medo!, Jesus!, Jesus Maria e José! 19. Saudação/Chamamento Exemplos: olá!, alô!, salve!, adeus!, Oi!, Olá!, Tchau!, Ave!, Viva! 20. Silêncio Exemplos: silêncio!, psiu!, quieto! Locução Interjetiva É quando duas ou mais palavras se juntam e expressam, em conjunto, função de interjeição. Exemplos: Valha-me Deus!, Cruz Credo! Ora bolas! Minha Nossa! Exercícios 1. (UNIFIL) Leia o texto abaixo. Negócio da China Por Mentor Neto Mais um ano, mais um vírus que vai acabar com a humanidade. Enquanto escrevo esta crônica, o Corona Vírus já contabiliza mais de 400 vítimas fatais, na China. Difícil saber se os dados são confiáveis, já que o governo chinês não preza exatamente por compartilhar informações. Apesar disso, estão fazendo o que podem. Interditaram entradas e saídas da cidade que foi o epicentro da doença. Wuhan tem mais de 11 milhões de habitantes. Um vilarejo para os padrões chineses, mas é gente que não acaba mais. Praticamente dois Rio de Janeiro de habitantes impossibilitados de transitar pelo país. Ao mesmo tempo, autoridades chinesas insistem em minimizar o problema ou culpar os Estados Unidos por difundir o medo. A falta de transparência chinesa apenas complica a situação e as consequências econômicas começam a se espalhar numa velocidade mais rápida do que uma pandemia. Azar do mundo que o Corona não surgiu no Brasil. Fosse aqui o berço dessa doença e o planeta estaria salvo. Acabaríamos com o vírus do mesmo jeito que acabamos com o Orkut. Afinal, não existe povo capaz de administrar crises melhor do que o brasileiro. Se a Natureza nos tivesse brindado com esta oportunidade, a raça humana estaria segura. De cara, já teríamos dado um apelido para a doença. “Gripe Cervejona”, por exemplo. — Cadê o Plínio, do RH? — Pegou a cervejona, mas amanhã ele tá aí. E pronto. Um belo dum apelido já desmoraliza o vírus de cara, que é para impor nosso ritmo. Claro que não seríamos capazes de fechar uma cidade inteira. Se alguém sugerisse uma maluquice dessas, metade do país diria que é coisa de fascista e que no tempo do Lula era melhor. A outra metade diria que o Corona é coisa de comunista e que temos sorte de ter o Mito para nos salvar. Divididos, permitiríamos que, em pouco tempo, o vírus se espalhasse por todo o país. Ótima notícia, pois possibilitaria que mais pesquisadores tivessem condições de estudar possíveis vacinas. Por aqui o Corona seria uma doencinha de verão, porque lidamos com doenças muito mais graves do que essa. O Bacilo da Corrupção, por exemplo. Isso sim é doença séria. Quando ataca, corrói o sujeito por dentro, apesar de não apresentar sintomas externos. Pelo contrário. Alguns doentes acabam vivendo melhor do que no tempo em que eram saudáveis. Pelo menos até serem diagnosticados. Alguns dizem que o foco inicial foi Brasília. Mas há registros de casos desde 1500. Mais grave que o Corona é, também, o Bala- Perdida Vírus. Surgiu no Rio de Janeiro e não tem cura conhecida. Mata mais do que a peste negra e é tão implacável quanto. Você está lá, saudável, assistindo o futebol na sua sala quando, sem mais nem menos, pimba! O vírus entra pela janela e já era para você. Outra doença muito comum nos últimos anos é causada pela misteriosa Bactéria da Barragem. Doença fulminante, capaz de dizimar cidades inteiras em questão de horas. Tem ainda a Epidemia do Desmatamento, o Microorganismo dos Rios Poluídos, a Metástase da Desigualdade e a mais grave de todas, que muitos chamam de a Matilde de Todas as Doenças: o Germe do Voto Errado, onde o sujeito perde completamente a habilidade de escolher seus representantes. Todas doenças gravíssimas, com que aprendemos a conviver, enquanto a cura não vem. Há quem diga, inclusive, que existem remédios para esses nossos males, mas que o sistema não permite que cheguem aos doentes, por interesses econômicos. O antibiótico da Educação e a vacina do Saneamento, por exemplo. Então, não me venham com esse escarcéu por causa de um viruzinho mequetrefe desses, ora por favor. Brasileiro que é brasileiro tira essa cervejona de letra, isso sim. Disponível em https://istoe.com.br/negocio-da-china-2/ Analise: “Você está lá, saudável, assistindo o futebol na sua sala quando, sem mais nem menos, pimba!” O termo sublinhado, na classificação de palavras, é a) substantivo. b) interjeição. c) numeral. d) adjetivo. 2. (SENADO FEDERAL) (Roberto Abdenur. Folha de S. Paulo, 25 de janeiro de 2012) E, surpresa!, quem a esta altura clama pelo surgimento de um lúcido pensamento de esquerda, a contrabalançar os populismos de direta, é o famoso Francis Fukuyama. (L.60-63) No período acima, o termo sublinhado assume um papel gramatical distinto de sua classificação original. Esse papel assumido no período é de a) conjunção. b) advérbio. c) interjeição. d) substantivo. e) adjetivo. 3. (SEFAZ-RJ) (Rodrigo Zoom. http://tirasnacionais.blogspot.com) Em relação à expressão Putz!, enunciada pelo menino, analise as afirmativas a seguir: I. Constitui exemplo de palavra formada por onomatopeia. II. Classifica-se como interjeição. III. É exemplo de estrangeirismo. Assinale: a) se apenas a afirmativa III estiver correta. b) se apenas a afirmativa I estiver correta. c) se todas as afirmativas estiverem corretas. d) se apenas a afirmativa II estiver correta. e) se nenhuma afirmativa estiver correta." 4. (Prefeitura de São José do Cedro – SC) Analise a tirinha abaixo: É exemplo de interjeição: a) Ai! b) Snap! c) Bem! d) Mais uma!" Gabarito 1 – b; 2 – c; 3 – d; 4 – a. Morfologia - Artigos Os artigos correspondem à classe gramatical que antecede os substantivos, determinando ou indeterminando seus número e gênero. Logo, é possível afirmar que os artigos podem se flexionar de várias maneiras, visando ao trabalho sobre o substantivo. Pode-se dizer, também, que o artigo busca fazer uma referência ao substantivo. Conforme Montenegro (2022) apud BECHARA (2009), Quanto à definição de artigo, vale ressaltar que: alguns gramáticos, como Evanildo Bechara (2009), por exemplo, denominam artigo autêntico apenas aqueles classificados como definidos (a, o, as, os), analisando as palavras “um, uma, uns, umas”, como semelhantes aos artigos, principalmente, por também funcionarem como adjunto do substantivo. Por esta semelhança as gramáticas em geral aproximam essas palavras tornando-as artigos indefinidos. Porém, diferem do artigo autêntico pela origem, tonicidade, comportamento no discurso, valor semântico e papeis gramaticais. Marcando, dessa forma, a diferença entre os termos que determinam o nome, daqueles que tornam o nome indeterminado dentro do contexto linguístico. Tipos de artigos 1. Artigos definidos Definem os substantivos, determinando-os em um específico contexto. Isso ocorre ou porque fizeram uma referência anterior, retomando a ideia proposta ou por haver um contexto recíproco. Isso, por conseguinte, nos faz compreender que há uma precisão quando se emprega quaisquer artigos definidos. Exemplo: Peguei a apostila da EsFCEx hoje. Observe a tabela abaixo, para memorizar de forma simples. masculin o feminin o singula r o a plural os as Obs.: o artigo definido pode, ainda, combinar-se com preposições. Analise a tabela a seguir. Preposições Artigo definido O A OS AS A Ao À Aos Às De Do Da Dos Das Em No Na Nos Nas Por (per) Pelo Pela Pelos Pelas A crase, conforme visto na tabela acima, é a junção do artigo ‘a’ + a preposição ‘a’. Sempre haverá essa junção e a consequentecolocação do acento grave (`) em cima de uma única letra ‘a’ quando vier antes de uma palavra feminina (sempre feminina) e quando a regência do verbo solicitar que haja essa junção. 2. Artigos indefinidos Inefinem os substantivos, indeterminando-os em um vago contexto. Isso ocorre ou porque fizeram não há referência anterior, nem contexto recíproco. Isso, por conseguinte, nos faz compreender que não há uma precisão quando se emprega quaisquer artigos indefinidos, e se tem uma ideia inexata, erma. Exemplo: Comprei um carro hoje pela manhã. Observe a tabela abaixo, para memorizar de forma simples. Artigo Indefinido Gênero Número um masculino singular uma feminino singular uns masculino plural umas feminino plural Obs.: o artigo definido pode, ainda, combinar-se com preposições. Analise a tabela a seguir. Preposições Artigo definido Um Uns Uma Umas A - - - - De Dum Duns Duma Dumas Em Num Nuns Numa Numas Por (per) - - - - Analise a charge abaixo. Observa-se, na primeira parte da charge, que uma senhora está conversando com um determinado artista, e solicita que ele crie três obras não muito específicas. Ao utilizar artigos indefinidos antes dos substantivos que propõem o que ela deseja, ela deixa aberto ao obreiro que faça o que ela deseja, mas de maneira livre, não necessariamente de um jeito singular/exclusivo. Já na segunda parte, tem-se que um senhor, supostamente chefe de uma quadrilha, informa o que ele quer, que basicamente é o que a senhora da primeira parte da charge informou. Isso é bem específico, e é possível notar pelo emprego dos artigos definidos. Observações extras/individualidades dos artigos 1. Substantivação Um artigo tem o poder de transformar em substantivos vocábulos que, naturalmente, exerceriam outras funções morfológicas. Exemplo: O vencer é mais importante que o participar. 2. Referenciação à distância Um artigo pode se referir a um substantivo mesmo que um adjetivo tenha sido colocado entre os dois. Exemplo: Um nobre e magnífico rei chegará amanhã. 3. Referenciação a diversos seres estando no singular Um artigo pode se referir a um ser ou à sua coletividade. Todavia, isso não é novidade, já que vimos a possibilidade de se flexionar dessa classe gramatical. O que se deseja expor aqui é a capacidade do artigo de, estando no singular, referir-se a outros seres/objetos propostos em uma implícita coletividade. Exemplo: O abacaxi é rico em betacaroteno. (A referência é a todos os abacaxis do planeta.) 4. Recurso expressivo Um artigo pode enaltecer, em um enunciado, algo que se queira afirmar. Exemplo: A festa estava uma delícia! 5. Indicar valor aproximado Um artigo, ao vir anteposto a um numeral, pode indicar valor aproximado, tendo em vista o poder de universalização. Exemplo: Porto Alegre dica a uns 1000 quilômetros de São Paulo. 6. Dar noção de totalidade Um artigo definido é colocado após o pronome indefinido ‘todo’ e suas variações a fim de dar noção de totalidade. Exemplo: Por toda a cidade vimos pessoas armadas. 7. Indicar precisamente local Um artigo definido é proposto, de forma automática, para definir um local, se for observada a necessidade que o substantivo próprio tem de o artigo completa-lo em uma frase. Exemplo: O Rio de Janeiro continua lindo. Exercícios 1. Leia o texto abaixo. Entre os apresentados a seguir, qual o único exemplo em que o a NÃO pode ser classificado como artigo? a) "... mostram como ponto em comum a capacidade de ..." (l. 8-9) b) "de suportar a frustração." (l. 10) c) "(sujeitos a condições subumanas, ...)" (l. 11-12) d) "Venceram a voz que falava:" (l. 16-17) e) "... sobre a atitude negativa." (l. 26-27) 2. Analise o texto abaixo. O trecho a seguir em que o emprego do artigo é equivocado é: a) Ambos os animais são dotados de alguma inteligência. b) Todos os quatro animais de estimação sobreviveram. c) Os biólogos trabalharam todo o dia. d) Entre os animais há diversos graus de inteligência. e) Toda a manhã eles chegavam sempre na hora. 3. Interprete o texto abaixo. As duas manas Lousadas! Secas, escuras e gárrulas como cigarras, desde longos anos, em Oliveira, eram elas as esquadrinhadoras de todas as vidas, as espalhadoras de todas as maledicências, as tecedeiras de todas as intrigas. E na desditosa cidade, não existia nódoa, pecha, bule rachado, coração dorido, algibeira arrasada, janela entreaberta, poeira a um canto, vulto a uma esquina, bolo encomendado nas Matildes, que seus olhinhos furantes de azeviche sujo não descortinassem e que sua solta língua, entre os dentes ralos, não comentasse com malícia estridente. (Eça de Queirós, A ilustre Casa de Ramires) No texto, o emprego de artigos definidos e a omissão de artigos indefinidos têm como efeito, respectivamente: a) atribuir às personagens traços negativos de caráter; apontar Oliveira como cidade onde tudo acontece. b) acentuar a exclusividade do comportamento típico das personagens; marcar a generalidade das situações que são objeto de seus comentários. c) definir a conduta das duas irmãs como criticável; colocá-las como responsáveis pela maioria dos acontecimentos na cidade. d) particularizar a maneira de ser das manas Lousadas; situá-las numa cidade onde são famosas pela maledicência. e) associar as ações das duas irmãs; enfatizar seu livre acesso a qualquer ambiente na cidade. 4. "...por outro lado, a taxa-Selic continuará a ser reduzida a partir do patamar de 16,5% a que chegou no fim do ano passado..." (L.38-40) Os termos grifados no trecho acima classificam-se, respectivamente, como: a) artigo − artigo − preposição − preposição b) preposição − artigo − preposição − artigo c) artigo − preposição − preposição − artigo d) artigo − preposição − preposição − preposição e) preposição − preposição − artigo − artigo Gabarito 1 – c; 2 – e; 3 – d; 4 – d. Morfologia – Preposições A classe gramatical invariável responsável por ligar/unir dois termos de uma oração, realizando uma subordinação de um ao outro; por conseguinte, pode-se dizer que há uma relação de dependência. Essa classe gramatical marca as relações que advérbios, verbos, adjetivos e substantivos executam na sentença. Obs.: as preposições podem introduzir: 1 – Locuções adjetivas. Ex.: João é uma pessoa ‘de caráter’. 2 – Locuções adverbiais. Ex.: Houve um momento em que agi ‘com cuidado’. 3 – Orações reduzidas. Ex.: ‘Ao chegar’, o tenente conversou com o comandante da guarda. 4 – Complementos verbais. Ex.: Obedeço ‘aos meus avós’. 5 – Complementos nominais. Ex.: Permaneço obediente ‘aos meus pais’. Classificação das preposições 1. Preposições essenciais São as preposições que sempre vão funcionar como preposições. Exemplos: a, ante, de, por, com, em, sob, até, desde, entre, contra, para, por (ou per, em algumas variações históricas e geográficas), perante, sem, sobe. Exemplo na frase: Caminhou até a escola para fazer a prova. 2. Preposições acidentais São vocábulos pertencentes a outras classes gramaticais que, perdendo o seu sentido/ a sua significação primária/primordial/original, passam a exercer função de preposição. Exemplos: como, conforme, segundo, durante, fora, exceto, consoante, mediante, tirante, fora, malgrado, afora, menos, salvo, segundo, visto. Exemplo na frase: Segundo testemunhas, o assalto ocorreu de forma rápida. Locução prepositiva São duas ou mais palavras que possuem o valor de preposição. Exemplos: por causa de, ao lado de, em virtude de, apesar de, acima de, junto de, a respeito de, atrás de, através de, embaixo de, a fim de, de acordo com, por causa de, longe de, perto de, ao redor de, junto a, ao lado de, por trás de, acerca de, cerca de, em favor de, de conformidade com, em que pese a, à custa de, em via de, à volta com, defronte de, a par de. Exemplo na frase: Através do cabo, o tenente soube das