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Terceirização: Uma Perspectiva Sociológica A terceirização é um fenômeno crescente no mundo do trabalho contemporâneo e refere-se à transferência de determinadas atividades de uma empresa para outra, que se responsabiliza por sua execução. Sob a ótica da Sociologia, a terceirização não é apenas uma estratégia de gestão, mas um reflexo das transformações estruturais no capitalismo e nas relações sociais de trabalho. Nas últimas décadas, especialmente com o avanço do neoliberalismo e da globalização, observou-se uma tendência das empresas em focarem nas chamadas “atividades-fim” e repassarem as “atividades-meio” para outras organizações. No entanto, a fronteira entre essas categorias tornou-se cada vez mais difusa, especialmente após reformas trabalhistas que flexibilizaram a legislação. Do ponto de vista sociológico, a terceirização está fortemente relacionada à precarização das relações de trabalho. Trabalhadores terceirizados, em média, enfrentam piores condições de emprego do que os contratados diretamente: recebem salários menores, têm menos estabilidade, sofrem mais acidentes de trabalho e enfrentam maiores dificuldades para se organizar sindicalmente. Isso aprofunda desigualdades dentro do ambiente de trabalho e contribui para a fragmentação da classe trabalhadora. Além disso, a terceirização pode ser vista como uma forma de desresponsabilização das empresas contratantes. Ao terceirizar funções, estas transferem não apenas tarefas, mas também obrigações trabalhistas e sociais, o que pode gerar um distanciamento em relação às condições reais de trabalho vividas pelos funcionários terceirizados. Outro ponto importante é a implicação subjetiva da terceirização na identidade do trabalhador. Muitos terceirizados sentem-se excluídos ou desvalorizados no espaço onde atuam, já que, muitas vezes, não têm os mesmos direitos, benefícios ou reconhecimento que os trabalhadores efetivos da empresa contratante. Isso pode gerar sentimentos de insegurança, frustração e baixa autoestima. Por fim, a terceirização deve ser analisada também à luz das desigualdades sociais mais amplas. Grupos mais vulneráveis — como mulheres, negros e jovens — são os mais afetados por esse modelo, reproduzindo padrões históricos de exclusão no mercado de trabalho. Em resumo, a terceirização, na perspectiva sociológica, vai além de uma simples mudança administrativa: ela reflete transformações profundas na lógica do trabalho, nas relações de poder dentro das organizações e nas desigualdades sociais. Entender esse processo é essencial para pensar políticas públicas e práticas empresariais que promovam mais justiça e equidade no mundo do trabalho. Nome: Thalita Tavares Brandão Turma: 1211 Data: 25/06/2025 Professor: victor