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❖ Distúrbios na Coagulação Síntese de Trombócitos (Trombopoese) A síntese de trombócitos, ou trombopoese, é o processo vital de formação das plaquetas, que são fragmentos celulares essenciais para a coagulação sanguínea e para estancar sangramentos. Esse processo ocorre principalmente na medula óssea, onde megacariócitos (células gigantes) se desenvolvem a partir de células-tronco. Os megacariócitos amadurecem e, então, liberam longos prolongamentos chamados pró-plaquetas que se fragmentam, liberando as plaquetas diretamente na corrente sanguínea. A produção de plaquetas é finamente regulada pela trombopoietina (TPO), um hormônio que estimula a produção e o amadurecimento dos megacariócitos. As plaquetas têm uma vida útil curta, de cerca de 7 a 10 dias, e são continuamente repostas pelo corpo para manter a hemostasia. “Quando esses megacariócitos crescem e amadurecem, eles começam a soltar um monte de pedacinhos de si mesmos. Esses pedacinhos são as plaquetas! Esses pedacinhos são liberados direto na sua corrente sanguínea, prontos para trabalhar. O hormônio trombopoietina (TPO). Ele fica de olho: se o número de plaquetas estiver baixo, a TPO dá a ordem para produzir mais. Se estiver tudo certo, ela diminui o ritmo.” ● Fator de von Willebrand (vWF) o Fator de von Willebrand é uma proteína multifuncional crucial para a integridade do sistema hemostático, garantindo tanto a adesão e agregação plaquetária quanto a estabilidade do Fator VIII, prevenindo sangramentos excessivos. “ Então, o FvW faz ponte: ele gruda no vaso danificado E nas plaquetas, ajudando as plaquetas a se fixarem firme no local do corte. Isso é a adesão plaquetária. Ele também ajuda as plaquetas a se fiquesare umas com as outras, formando uma primeira camada de "tampão" para fechar o buraco.” ● Hemostasia Primária: A Hemostasia Primária é a primeira e crucial etapa do processo de hemostasia, que é a capacidade do corpo de parar o sangramento após uma lesão vascular. Seu principal objetivo é formar um tampão plaquetário inicial no local da lesão, vedando temporariamente o vaso sanguíneo. • Vasoconstrição (imediata); • Adesão plaquetária (segundos); • Ativação plaquetária - vWF (segundos); • Agregação plaquetária – formação do trombo plaquetário (minutos). 1. Vasoconstrição (imediata): Imagine um cano furado. A primeira coisa que acontece é o próprio cano se apertar, diminuindo o fluxo de água. Da mesma forma, quando um vaso sanguíneo é danificado, ele se contrai imediatamente. Essa vasoconstrição diminui o diâmetro do vaso, reduzindo a perda de sangue na área. 2. 3. Adesão Plaquetária (segundos): Com o vaso contraído, o "interior" exposto da parede lesionada (principalmente o colágeno) atrai as plaquetas (pequenas células do sangue). Elas se grudam no local da lesão, um processo chamado adesão plaquetária. 4. Ativação Plaquetária - FvW (segundos): Uma vez grudadas, as plaquetas são "ativadas". Elas mudam de forma e liberam substâncias que chamam mais plaquetas. O Fator de von Willebrand (FvW), uma proteína, é essencial aqui: ele funciona como uma ponte, ajudando as plaquetas a se ligarem firmemente tanto ao vaso lesionado quanto umas às outras. 5. Agregação Plaquetária – formação do trombo plaquetário (minutos): Com mais plaquetas chegando e sendo ativadas, elas começam a se ligar umas às outras, formando uma massa compacta. Essa união é a agregação plaquetária, e o resultado é a formação de um trombo plaquetário (ou tampão plaquetário). Ele funciona como um "band-aid" temporário, vedando o local da lesão para impedir que o sangue continue vazando. Em resumo, seu corpo reage a um corte no vaso sanguíneo apertando-o, chamando e ativando as plaquetas com a ajuda do FvW, e fazendo com que elas se unam rapidamente para formar um tampão, controlando o sangramento em questão de minutos. Em resumo: Seu corpo é muito eficiente! Ao se machucar, o vaso sanguíneo se aperta, as plaquetas chegam correndo, grudam com a ajuda do FvW e se juntam pra formar um "tampão" provisório, estancando o sangramento rapidinho ● Fibrinólise - A Fibrinólise é o processo de degradação da fibrina. - Esta degradação é mediada pela PLASMINA, uma enzima ativa, produzida a partir do plasminogênio. ● Contagem de Plaquetas: plaquetose e plaquetopenia A plaquetose, ou trombocitose, ocorre quando a contagem de plaquetas está acima do normal A plaquetopenia, ou trombocitopenia, ocorre quando a contagem de plaquetas está abaixo do normal (geralmente, abaixo de 150.000 µL). Níveis muito baixos (abaixo de 50.000 µL) aumentam significativamente o risco de sangramentos, e abaixo de 20.000 µL o risco de hemorragias espontâneas e graves é muito alto. ● COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS “Doenças hemorrágicas resultantes da deficiência quantitativa e/ou qualitativa de uma ou mais das proteínas plasmáticas (fatores) da coagulação”. ● HEMOFILIAS • Deficiência do fator VIII ( Hemofilia A) • Deficiência do fator IX ( Hemofilia B) - Adquiridas: Decorrentes do desenvolvimento de autoanticorpos associados a doenças autoimunes, câncer ou origem idiopática - Hereditárias: Mutações nos genes do fator VIII ou IX que resultam na deficiência ou alteração funcional destes fatores. Em resumo: A hemofilia faz com que o sangue não forme coágulos de forma eficiente, levando a sangramentos prolongados. Geralmente é algo com que a pessoa nasce (hereditária) devido a um problema nos fatores de coagulação (Fator VIII "peça 8" na Hemofilia A, Fator IX "peça 9" na Hemofilia B), mas raramente pode ser adquirida durante a vida ❖ Diagnóstico das Leucemias Agudas e Crônicas ● LEUCEMIAS AGUDAS: As leucemias agudas são tipos de câncer que afetam o sangue e a medula óssea, o "berçário" das células sanguíneas. Elas se caracterizam pela produção rápida e descontrolada de células sanguíneas imaturas (chamadas blastos), que não funcionam corretamente e se acumulam na medula óssea e no sangue. Esse acúmulo impede que as células normais (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos maduros e plaquetas) sejam produzidas em quantidade suficiente, levando a diversos problemas. CONTAGEM DIFERENCIAL DE LEUCÓCITOS • Presença de blastos em circulação. OMS: ≥ 20% • Hiato leucêmico Hiato Leucêmico: Corresponde à ausência de células intermediárias entre os blastos e os neutrófilos maduros. Em resumo, a leucemia aguda é uma doença rápida onde a fábrica de sangue produz muitas células defeituosas que não funcionam, atrapalhando a produção das células saudáveis e causando uma série de problemas no corpo. O diagnóstico é feito olhando a quantidade dessas células imaturas no sangue e a ausência das formas intermediárias. ● Leucemia Linfóide Aguda (LLA): Características gerais: • Predomínio na população pediátrica (75% com menos de 6 anos); • 85% da linhagem B e 15% da linhagem T; • Taxas de cura são maiores na pop. pediátrica (85% dos casos); • Infiltração de SNC e Testículos; • LLA-B: adenomegalia, esplenomegalia e hepatomegalia • LLA-T: massa mediastinal Afeta na produção de linfócitos ( glóbulos brancos) ● Leucemia Mielóide Aguda (LMA) Características Gerais: ● Idade e Incidência: A LMA é o tipo de leucemia aguda mais comum em adultos, com a incidência aumentando com a idade. Em crianças, é menos frequente que a LLA. ● Linhagem Celular: Envolve a proliferação descontrolada de blastos mielóides (células imaturas que dão origem a neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos, e precursores de glóbulos vermelhos e plaquetas). ● Prognóstico: As taxas de cura da LMA variam bastante e, em geral, são menores que as da LLA pediátrica, especialmente em pacientes mais velhos ou com certas alterações genéticas. O prognóstico depende de subtipos genéticos e da resposta ao tratamento. ● Infiltração de Tecidos: A LMA pode infiltrar e causar sintomas em diversas áreas além da medula óssea e do sangue Afeta na produção de mieloide qvai ser ( glóbulos vermelhos, branco e plaquetas) ● LEUCEMIAS CRÔNICAS são um tipo de câncer do sangue e da medula óssea caracterizadas por uma progressão mais lenta, geralmente ao longo de meses ou anos. Diferente das leucemias agudas, elas envolvem a proliferação excessiva de células sanguíneas mais maduras (mas ainda anormais), que mantêm alguma capacidade de funcionar. No entanto, com o tempo, o acúmulo dessas células interfere na produção normal das outras células do sangue. Idade e Incidência: A LMC é mais comum em adultos, especialmente de meia-idade para idosos. Linhagem Celular: Envolve a produção excessiva e descontrolada de células da linhagem mieloide, incluindo neutrófilos, eosinófilos, basófilos e monócitos. Essas células, embora maduras, são anormais. Cromossomo Philadelphia (Ph): Uma característica marcante da LMC é a presença do cromossomo Philadelphia (Ph) em mais de 90% dos casos. Este é um cromossomo anormal resultante de uma troca de material genético entre os cromossomos 9 e 22, criando um gene de fusão chamado BCR-ABL. Esse gene produz uma proteína (tirosina quinase) que impulsiona o crescimento das células cancerosas. Fases da Doença: A LMC geralmente progride em fases: ● Fase Crônica: É a fase inicial e mais longa. Muitos pacientes são assintomáticos e a doença é descoberta em exames de sangue de rotina. Os sintomas, quando presentes, são leves, como fadiga, perda de peso, sudorese noturna e inchaço abdominal devido ao aumento do baço (esplenomegalia). ● Fase Acelerada: A doença começa a progredir mais rapidamente, com aumento dos sintomas e da quantidade de blastos. ● Fase Blástica: É a fase mais agressiva, assemelhando-se a uma leucemia mieloide aguda, com grande quantidade de blastos na medula óssea e no sangue, infecções graves e sangramentos. Tratamento: O tratamento revolucionou com a descoberta dos Inibidores de Tirosina Quinase (ITKs), como o Imatinibe, Dasatinibe e Nilotinibe. Esses medicamentos agem bloqueando a proteína BCR-ABL, controlando a doença de forma eficaz e permitindo que muitos pacientes vivam vidas longas e normais. O transplante de medula óssea pode ser uma opção em casos específicos ou quando há resistência aos ITKs. ● Leucemia Linfóide Crônica (LLC) Os linfoide si acumulâo no sangue e na medula ossea ● Leucemia Mielóide Crônica (LMC) As células se reproduzem descontroladamente no sangue e na medula óssea ❖ Diagnóstico de Linfomas LINFOMAS “Linfoma é o nome de um conjunto de cânceres que atacam o sistema responsável por ajudar a combater infecções.” • 3 tipos de células no linfonodo e em outros tecidos linfóides: - Linfoblastos - Linfócitos - Células reticulares ● LINFOMA de Hodgkin • Neoplasia maligna associada à linfoadenomegalia; • Localização mais frequente: Região acima do diafragma (linfonodos cervicais altos e supraclaviculares); • Pode ocorrer em qualquer idade ( maior incidência em adultos sexo masculino); • BOA RESPOSTA À TERAPIA: Cura chega a 80% dos casos. CLÍNICA: - Manifestação mais comum: 1 ou + linfonodos cervicais aumentados e indolores Linfóide B, e se multiplicam de forma organizada ● LINFOMA NÃO Hodgkin • + de 20 tipos de linfomas NÃO Hodgkin; • 5a causa de morte por câncer; • Alto grau de malignidade, LINFOMAS AGRESSIVOS; • Acometem o SNC em 60 % dos pacientes com AIDS; • Alta incidência em pacientes que utilizam medicamentos imunossupressores pós-transplantes de órgãos; Sítios envolvidos: Linfonodos, pele e ossos; Os linfócitos B e T e se multiplica de desorganizada ❖ Diagnóstico de Mieloma Múltiplo ● GAMOPATIAS MONOCLONAIS Grupo de doenças caracterizadas pela proliferação de um único clone de plasmócitos que produz uma proteína monoclonal (M). ● Mieloma Múltiplo Crescimento desordenado de células plasmáticas Anormais com substituição medular. • Anteriormente era chamada de Leucemia de células imortais; • Durante o desenvolvimento: - Aumento de osteoclastos ( produzem enzimas que degradam a matriz óssea); - Aumento de lesões líticas dos pacientes portadores de mieloma. • Ocorre com maior frequência em homens; • Idade média de surgimento >60 anos; • Maior incidência em pacientes de raça negra; • Representa 1% de todos os cânceres e 10% de todos os casos de doenças hematológicas. Síntese de Trombócitos (Trombopoese)