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Conteudista: Prof.ª Dra. Giovana Massarotto
Revisão Textual: Pérola Damasceno
 
Objetivo da Unidade:
Identi�car série leucocitária, suas funções e principais alterações
relacionadas. Estudo da hemostasia, fases da coagulação e principais
alterações.
QUESTION B AN KS
 Material Teórico
 Material Complementar
 Referências
Leucopoese e Trombopoese
Leucopoiese
A leucopoiese constitui uma das etapas da hematopoese, sendo responsável pela formação dos
leucócitos. Inicia no período gestacional, no saco vitelínico e, após alguns meses, a função de
produção dos leucócitos é transferida para medula óssea, permanecendo até a fase adulta. 
As células formadas são nucleadas e com características distintas de acordo com a
necessidade de�nida pelo organismo. A síntese ocorre a partir de precursores mieloides ou
linfoides.  No organismo humano, a leucopoiese forma um número de leucócitos que se
mantém na faixa aproximada de 4.000 a 11.000/mm3. Na Tabela 1 podemos conferir os valores
de referência para as linhagens de leucócitos no paciente adulto normal.
Tabela 1 – Contagem Sanguínea Normal para Linhagem de Leucócitos
Adultos
Contagem
Sanguínea
Crianças
Contagem
Sanguínea
Leucócitos
Totais
4 - 11 x 10³/
µL*
Leucócitos
Totais
 
Neutró�los 
1,8 - 7,5 x 10³/
µL* 
Recém-
nascidos 
10 – 25 x 10³/
µL
Eosinó�los 0,04 - 0,4 x 1 ano 6 - 18 x 10³/
1 / 3
 Material Teórico
10³/µL µL 
Monócitos 
0,2 - 0,8 x
10³/µL 
4 – 7 anos 
6 – 15 x 10³/
µL 
Basó�los 
0,01 – 0,1 x
10³/µL 
8 – 12 anos 
4,5 – 13,5 x
10³/µL 
Linfócitos 
0,01 - 0,1 x
10³/µL
 
*Sujeitos negros e do Oriente Médio podem ter contagens mais baixas. Em
uma gestação normal, os limites superiores são: leucócitos totais 14,5 x 10³/
µL, neutró�los 11 x 10/µL.
Fonte: Adaptada de HOFFBRAND, 2018 
Importante! 
Devido à variação no número e no per�l leucocitário dos pacientes, em
um curto período de tempo, justi�ca-se a realização do hemograma,
algumas vezes, mais de uma vez ao dia, para acompanhamento do
paciente, principalmente hospitalizado.
Podemos observar dois grupos que dividem os leucócitos: os fagócitos e os linfócitos. Os
fagócitos podem ser subdivididos em granulócitos e monócitos e são responsáveis pela defesa
inata do organismo, enquanto que os linfócitos pela resposta imune adaptativa. A morfologia
das células maduras na circulação periférica está ilustrada na Figura 1.
Figura 1 – Leucócitos (glóbulos brancos): (a) neutró�lo;
(b) eosinó�lo; (c) basó�lo; (d) monócito; (e) linfócito
Fonte: HOFFBRAND, 2018
Podemos destacar a células presentes na evolução dos granulócitos que inicia o processo com
o mieloblasto, evoluindo para pró-mielócito, mielócito, metamielócito, bastonete e
segmentado para neutró�los, eosinó�los e basó�los (Figura 2). Já a leucopoiese monocítica
envolve as seguintes etapas maturativas: monoblasto, pró-monócito e monócito. Os
linfoblastos evoluem a pró-linfócitos e, posteriormente, a linfócitos, e a resposta imune
adaptativa dos linfócitos depende de dois tipos: linfócitos T e B.
Figura 2 – Formação de fagócitos neutró�los e monócitos.
Os eosinó�los e os basó�los são formados na medula óssea
por um processo semelhante ao dos neutró�los
Fonte: HOFFBRAND, 2017
Quando estão em estágio de formação e maturação, as células permanecem na medula e
somente migram ao sangue periférico quando maduras. Há situações, como diante do
recrutamento celular para combater um agente invasor, num processo infeccioso agudo, em
que pode ocorrer a migração das células imaturas para corrente sanguínea, gerando a
leucocitose, ou seja, aumento no número de leucócitos com elevado número de neutró�los
bastonados, caracterizando o chamado “desvio à esquerda” leucocitário.
Leucemias Agudas
As leucemias agudas são doenças de alta complexidade e gravidade, onde há transformação
maligna nas linhagens progenitoras, gerando desequilíbrio na divisão celular e
comprometimento dos mecanismos que envolvem a apoptose. Na medula óssea observamos o
acúmulo dos blastos que com a progressão da doença invadem outros tecidos. 
Em 2008, a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou a classi�cação das leucemias
agudas utilizando critérios como a combinação da morfologia, imunofenótipo, aspectos
genético-moleculares e síndromes clínicas. Uma característica importante é a presença de um
percentual de blastos, tanto na circulação como na medula óssea, em torno de 20%. Mesmo
com percentuais menores de blastos, a presença de leucemia aguda pode ser identi�cada
considerando a presença de anormalidades genéticas e moleculares características.
As leucemias agudas podem ser classi�cadas em linfocíticas ou mielocíticas. A leucemia
linfocítica é a mais comum em crianças, enquanto que a mielocítica é de predominância em
Saiba Mais 
No meio médico, quando o hemograma apresenta muitos bastões,
chamamos este achado de “desvio à esquerda”. Esta denominação
deriva do fato dos laboratórios fazerem a listagem dos diferentes tipos
de leucócitos colocando seus valores um ao lado do outro. Como os
bastões costumam estar à esquerda na lista, quando há um aumento
do seu número se diz que há um desvio para a esquerda no
hemograma.
adultos. Para diferenciar os tipos, há necessidade de uma avaliação morfológica em
microscopia ou imunofenotipagem por citometria de �uxo. Atualmente, as análises
citogenéticas e moleculares são as técnicas de escolha por apresentarem uma precisão de
diagnóstico maior.
Para identi�cação do quadro de leucemia aguda é importante considerar a presença de
sintomas característicos e a prescrição do hemograma deve ser realizada sempre que houver a
manifestação dos sintomas a seguir:
Anemia de rápida instalação sem perda sanguínea;
Púrpura com equimoses, petéquias e sangramento de mucosas;
Febre;
Trombocitopenia e neutropenia;
Dor óssea, que ocorre em 40% dos casos;
Linfonodomegalias, que são mais comuns em Leucemias Linfocítica Aguda;
Esplenomegalia;
Dores reumáticas, comuns em crianças.
Importante! 
A escolha do laboratório para realização do hemograma diante dos
sintomas apresentados é de crucial importância. A indicação é para
Tipos de Leucemias Agudas
Leucemia Mielocítica Aguda ou Leucemia Mieloide
Aguda
O quadro de Leucemia Mieloide Aguda (LMA) ocorre devido a mutações genéticas,
desregulação de genes e alterações epigenéticas nas células progenitoras hematopoéticas.
Essas alterações geram modi�cações nos mecanismos de autorrenovação, proliferação e
diferenciação celular, sendo que a maioria dos casos dá-se pela presença de um defeito
genético. 
As mutações genéticas são determinantes para a classi�cação e a de�nição do prognóstico. As
mutações que mais ocorrem na LMA, são t(8;21) e inv(16) e estão associadas a um bom
prognóstico. Já na leucemia promielocítica aguda ocorre translocação t(15;17) gerando um
subtipo de LMA mais grave.
A OMS classi�cou as leucemias mielocíticas agudas em seis subtipos:
um laboratório dedicado à hematologia, pois leucemia aguda é um
diagnóstico difícil e urgente.
LMA com anormalidades genéticas recorrentes: possuem
translocações cromossômicas que de�nem a leucemia como
LMA, mesmo que haja um número de blastos inferior a 20%
na medula. É de bom prognóstico;
A LMA é uma doença rara que acomete preferencialmente adultos, correspondendo a 80% dos
casos. Na infância, a taxa de incidência é em torno de 10 %. Conforme a população envelhece,
a incidência aumenta, sendo de 1,7 a cada 100.000 pessoas para indivíduos com menos de 65
anos. 
A ocorrência de LMA é de difícil compreensão, estando relacionada a fatores de risco, tais
como: idade, presença anterior de síndromes mielodisplásicas ou neoplasia mieloproliferativa,
alterações genéticas, exposição ambiental ou ocupacional a agentes químicos, físicos ou
vírus. 
As manifestações clínicas da LMA estão associadas à presença de fraqueza e cansaço; há
sangramento das mucosas em função da trombocitopenia e febre associada à neutropenia.
Paciente acometido pode apresentar dor óssea,
hipertro�a gengival, sinais de coagulação
intravascular disseminada. Pacientes com elevação no número de leucócitos totais
(50.000/mm3) podem apresentar acúmulo de blastos leucêmicos na microcirculação,
especi�camente nos pulmões e cérebro, resultando em hipóxia, dispneia, confusão mental e
coma, que pode ser fatal. 
LMA com mutações relacionadas a mielodisplasias: na avaliação por microscopia,
apresentam mielodisplasia em mais de 50% das células e pelo menos em duas
linhagens. O prognóstico é pior em relação ao grupo anterior;
Neoplasias mieloides associadas ao tratamento (t-LMA): surgem após tratamento
com medicamentos antineoplásicos como agentes alquilantes. Em geral,
respondem mal ao tratamento;
LMA não especi�cada: não se conhece alterações citogenéticas associadas,
apresentam mutações gênicas sem alterações cromossômicas. Estão associadas a
30% das LMA;
Sarcoma mieloide: patologia rara que se apresenta como um tumor sólido
formado por células precursoras mieloides;
Proliferações mieloides associadas à síndrome de Down: crianças com síndrome
de Down apresentam um risco aumentado de leucemia.
O tratamento especí�co para LMA depende da idade e do estado geral do paciente, mas
também são consideradas as alterações genéticas de cada subtipo da LMA.
Diagnóstico Laboratorial
É importante a realização do hemograma como exame primário para veri�car a presença de
linhagens imaturas como mieloblastos, monoblastos, megacarioblastos, eritroblastos e
granulócitos imaturos. Na LMA promielocítica há predomínio de promielócitos anormais. As
linhagens primitivas apresentam bastões de Auer, que são aglomerados de grânulos
azuró�los, contendo mieloperoxidase. Observamos a presença de neutropenia e anemia
normocítica normocrômica acompanhada de trombocitopenia. Caso ocorra anteriormente
uma síndrome mielodisplásica, pode haver uma anemia macrocítica (Figura 3).
Figura 3 – (a) Mieloblastos em leucemia mieloide aguda
(b) Presença de bastões de Auer em mieloblastos
Fonte: FAILACE, 2015
Leucemia Linfocítica Aguda ou Leucemia Linfoide
Aguda
A patogênese da Leucemia Linfoide Aguda (LLA) pode estar associada a mutações genéticas
que ocorrem ainda durante o desenvolvimento intrauterino. Estudos sugerem que pode haver
uma resposta alterada do sistema imune à infecção, dessa forma crianças com sistema
imunológico mais ativado teriam menor incidência de LLA comparadas com crianças que têm
baixa exposição a infecções. 
Apresenta maior incidência em crianças e tem predominância no sexo masculino e na raça
branca. No Brasil, a incidência de leucemias agudas �ca em torno de 2 a cada 100.000
habitantes. A causa citogenética predominante é a translocação entre os cromossomos 12 e
21, t(12; 21) (p13; q22) (TEL–AML1), ocorrendo em, aproximadamente, 25% dos casos na
infância.
As leucemias linfocíticas agudas recebem uma classi�cação segundo grupo FAB (French,
American, British), que as divide em três grupos:
Importante considerar na classi�cação do tipo de leucemia linfocítica aguda características
citogenéticas e presença de marcadores imunológicos de diferenciação celular para um
diagnóstico mais preciso.
Na classi�cação das Leucemias Linfoblásticas Agudas consideramos duas categorias:
neoplasias de linhagem B ou T. A maioria das LLA é de linhagem B, tanto em crianças como
em adultos. A linhagem B é demonstrada pela expressão do CD19 (pan B) na grande maioria
dos casos, CD79a e CD22 citoplasmáticos, podendo o CD20 estar expresso. O CD79a foi
considerado um marcador citoplasmático para essas leucemias. Para a linhagem T são
marcadores: CD3 citoplasmático ou de superfície, CD7 com forte intensidade, CD2 e CD5. 
Com relação aos sintomas apresentados pelo paciente, observamos a presença de neutropenia
com febre, que costuma ceder com início da quimioterapia. Há presença de anemia com
palidez, letargia e dispneia e trombocitopenia com manifestação de equimoses espontâneas,
LLA L1: apresentam blastos pequenos e homogêneos, com alta relação
núcleo/citoplasma. Os núcleos são densos, di�cultando a visualização dos
nucléolos;
LLA L2: blastos heterogêneos com tamanhos diversos. Relação núcleo/citoplasma
pequena. Nucléolos grandes e visíveis;
LLA L3: blastos grandes, citoplasma abundante basó�lo e com a presença de
vacúolos. É grave e tem mau prognóstico.
púrpura e sangramento gengival. Quando ocorre in�ltração de órgãos observa-se dor óssea,
linfonodopatia, esplenomegalia, hepatomegalia, cefaleia, náuseas e vômitos. 
Para o tratamento são utilizados protocolos complexos de quimioterapia e, em algumas
situações, associados à radioterapia.
Diagnóstico Laboratorial
A suspeita inicial de LLA surge com a avaliação de alterações no hemograma e a con�rmação
ocorre por meio do mielograma e de testes citogenéticos. O hemograma apresenta anemia
normocítica e normocrômica associada à trombocitopenia. A contagem de leucócitos pode
estar elevada dependendo do número de blastos, podendo ultrapassar  200 × 103 ou mais. A
contagem de blastos na circulação periférica é variável, mas na medula é > 20% (Figura 4).
Figura 4 – Leucemia linfoide aguda com a presença de
linfoblastos nas imagens a, b e c
Fonte: FAILACE, 2015
 A imunofenotipagem é capaz de distinguir entre LMA e LLA e também diagnostica o tipo de
leucemia de cada classi�cação. O objetivo de realizar a classi�cação das leucemias é
diferenciar as mielocíticas das linfocíticas, especialmente nos casos com blastos muito
indiferenciados.
Leucemias Crônicas
As leucemias crônicas originam-se de precursores hemotopoiéticos granulocíticos ou
linfocíticos da medula óssea. A característica comum entre os tipos de leucemia crônica é a
capacidade de manter a diferenciação do clone neoplásico, resultando no acúmulo de células
maduras na medula óssea e no sangue periférico. As células possuem as suas funções
alteradas e ocorre um acúmulo delas no sangue.
A evolução da doença é mais lenta quando comparada com as leucemias agudas.
Leucemia Mielocítica Crônica ou Leucemia
Mieloide Crônica
Os quadros de Leucemia Mieloide Crônica (LMC) ocorrem devido a mutações genéticas
ocasionadas pela translocação entre os cromossomos 9 e 22, t(9;22) levando ao surgimento
do cromossomo Philadelphia (Ph). Essa alteração provoca desregulação na proteína de fusão
p210BCR-ABL1, responsável pela liberação das células para crescimento, e um quadro de
hiperplasia mieloide com leucocitose, neutro�lia e baso�lia. 
A LMC corresponde a, aproximadamente, 15% das leucemias em adultos, com incidência
estimada de 1 a 2 casos para 100.000 habitantes/ano. É de origem desconhecida, mas fatores
ambientais como radiação e exposição industrial ao benzeno já foram considerados como
importantes para desenvolvimento da doença.
 A suspeita clínica decorre da presença de sintomas como fraqueza, fadiga e emagrecimento,
além de sintomas associados a esplenomegalia como dor na região do baço. Esses sintomas
são mais frequentes na fase inicial crônica da doença e podem durar por anos. Na fase mais
agressiva, há resistência ao tratamento e encontramos valores no hemograma de presença de
leucocitose (> 10.000/mm3), trombocitose (> 1.000.000/mm3), trombocitopenia (<
100.000/mm3) ou baso�lia > 20%. A doença progride para fase blástica com > 20% de blastos
no sangue periférico ou na medula óssea. Essa fase leva o paciente a óbito em pouco tempo.
Diagnóstico Laboratorial
Identi�camos no hemograma do paciente com Leucemia Mieloide Crônica redução nos níveis
de hemoglobina, elevação nos números de leucócitos, intenso aumento de granulócitos em
circulação. Há presença de desvio à esquerda com linhagens primárias desde o mieloblasto até
o neutró�lo segmentado. Observamos aumento no número de basó�los e de eosinó�los; a
contagem de plaquetas pode ser normal ou elevada (Figura 5).
Figura 5 – Esfregaço de sangue periférico demonstrando
leucocitose com desvio à esquerda em LMC
Fonte: SANDES, 2020
A análise através do mielograma revela a hipercelularidade, com evidente
aumento da série
granulocítica. É um exame fundamental para o diagnóstico, assim como para de�nir a fase da
doença, seja pela porcentagem de blastos ou pela presença de baso�lia. 
O cariótipo realizado a partir do aspirado da medula óssea permite a identi�cação do
cromossomo Ph (cromossomo Philadél�a), resultante da translocação recíproca entre os
cromossomos 9 e 22. O cariótipo é um exame fundamental no diagnóstico uma vez que, ao
serem detectadas alterações adicionais ao Ph, pode-se de�nir a evolução clonal,
caracterizando estágios mais avançados da doença.
Leucemia Linfocítica Crônica ou Leucemia
Linfoide Crônica
A leucemia linfocítica crônica tem como característica o acúmulo de linfócitos B maduros,
pequenos e funcionalmente incompetentes no sangue periférico, medula óssea e órgãos
linfoides. Esses linfócitos geralmente expressam CD5 e CD23. Há presença de manifestações
linfonodais isoladas, sem linfocitose.
A LLC é a leucemia mais frequente nos países ocidentais, sendo mais comum entre homens
(1,7:1), e a média de idade é de cerca de 72 anos. De etiologia desconhecida, pode estar
associada a mutações genéticas e de alterações epigenéticas. 
O paciente acometido não apresenta sintomas característicos e a identi�cação ocorre durante
a realização de exames de rotina como hemograma. A doença evolui de forma indolente,
podendo o paciente não necessitar de tratamento. Quando evolui, cursa com fadiga, perda de
peso, anemia, trombocitopenia, linfonodomegalias e hepatoesplenomegalia. A LLC é uma
doença sem cura, onde são tratados os sinais e sintomas dos pacientes.
Diagnóstico Laboratorial
No hemograma observamos a presença de linfocitose com níveis que podem variar de
5.000/mm3 até mais de 500.000/mm3 linfócitos. Os linfócitos têm a aparência madura, núcleo
regular e cromatina condensada, com pouco citoplasma e sem grânulos (Figura 6). Podemos
observar um percentual inferior a 2% de prolinfócitos, porém, números maiores podem
indicar evolução da doença ou um curso clínico mais agressivo. A presença de sombras de
Gumprecht é característico da LLC. Anemia normocítica e trombocitopenia são comuns em
estágios clínicos mais avançados da doença.
Figura 6 – Linfócitos maduros; esfregaço de sangue
periférico com linfocitose e aspirado de medula óssea
mostrando linfocitose
Fonte: SANDES, 2020
A imunofenotipagem é uma ferramenta diagnóstica importante que permite diferenciar a LLC
de linfomas leucemizados. 
O exame de cariótipo revela a presença de três ou mais tipos diferentes de alteração
cromossômica estrutural. 
Diante do quadro de LLC é indicado a realização do exame de coombs direto, rotineiramente,
para avaliação da anemia hemolítica autoimune.
Plaquetas e Hemostasia
A hemostasia compreende fenômenos biológicos complexos, que tem por objetivo deter uma
hemorragia quando ocorre uma lesão em algum vaso sanguíneo. Esse processo mantém a
�uidez necessária do sangue, sem haver extravasamento pelos vasos ou obstrução do �uxo
pela presença de trombos.
As plaquetas são produzidas na medula óssea por fragmentação do citoplasma do
megacariócito. Os megacariócitos maduros correspondem a uma das maiores células do corpo
humano, apresentam um único núcleo lobulado excêntrico e baixa relação núcleo/citoplasma.
Cada megacariócito é capaz de produzir de 1.000 a 5.000 plaquetas. O megacarioblasto é o
precursor do megacariócito. O processo é regulado pela trombopoetina, acontece na sua maior
parte no fígado. As plaquetas, em circulação, quando não estão ativadas mantêm o aspecto em
forma de disco e, quando ativadas, assumem a forma esferoide.  A membrana plasmática
apresenta canais invaginados (Figuras 7 e 8).
Figura 7 – (A) Plaquetas normais em esfregaço de sangue
periférico; (B) Megacariócito da medula óssea corado por
Leishman; (C) Megacariócito da medula óssea corado por
LAS; (D) Corte de material da medula óssea com
megacariócito, células granulocíticas e eritoblastos corado
por HE
Fonte: FERREIRA, 2005
Figura 8 – Diagrama simpli�cado para ilustrar a produção
de plaquetas pelos megacariócitos
Fonte: Adaptada de HOFFBRAND, 2017
A quantidade de plaquetas em circulação varia de limites 150-400 × 103/mL, sendo a sobrevida
plaquetária normal de 9 a 10 dias. A sobrevida é regulada pelas proteínas BAX e BCL-2 que
estimulam ou bloqueiam o processo de morte celular.
Coagulação Sanguínea
A coagulação corresponde a uma cadeia de reações enzimáticas (serina-proteases) que ativam
proteínas precursoras para gerar a trombina que converte o �brinogênio solúvel do plasma
em �brina. A �brina in�ltra os agregados de plaquetas nos locais de lesão vascular e converte
os tampões primários e instáveis de plaquetas em tampões hemostáticos �rmes, de�nitivos e
estáveis. 
Associado ao processo de coagulação estão uma série de Fatores de Coagulação, conforme
descritos na Tabela 2.
Tabela 2 – Fatores de Coagulação Sanguínea
Número do
Fator
Nome Descritivo Forma Ativa
I Fibrinogênio
Subunidade de
Fibrina 
II Protrombina Serina–protease
III Fator Tecidual 
Receptor/
Cofator*
V Fator Lábil** Cofator
Número do
Fator
Nome Descritivo Forma Ativa
VII Proconvectina** Serina–protease
VIII 
Fator anti-
hemo�lico** 
Cofator
IX Fator Christimas*** Serina–protease
X Fator Stuart-Prower Serina–protease
XI 
Antecedente de
tromboplastina
plasmática** 
Serina–protease 
XII 
Fator Hageman*** 
(Contato) 
Serina–protease 
XIII 
 
Fator estabilizador de
�brina 
 
Transglutaminase
 
Pré–calicreína (Fator
Fletcher)*** 
Serina–protease 
 
HMWK ( Fator
Fitzgerald)*** 
Cofator
Número do
Fator
Nome Descritivo Forma Ativa
HMWK, quininogênio de alto peso molecular. 
*Ativo sem modi�cação proteolítica. 
**N. de T. Estes nomes descritivos estão em desuso; usam-se os
números romanos, pronunciados como numerais (p. ex., fator VIII =
"fator oito"). 
***N. de T. Os sobrenomes são os de pacientes (ou famílias) em que
as de�ciências respectivas foram descritas pela primeira vez.
Fonte: Adaptada de HOFFBRAND, 2018 
Os fatores coagulação circulam pelos sítios de lesão para promover o funcionamento da
cascata de enzimas necessária para o processo de coagulação. As reações mediadas por
superfície ocorrem no colágeno exposto, no fosfolipídio plaquetário e no fator tecidual. Com
exceção do �brinogênio, que é a subunidade do coágulo de �brina, os fatores de coagulação
são precursores de enzimas ou cofatores. Todas as enzimas, exceto o fator XIII, são serina-
proteases.
Um ponto fundamental dessa sequência é a geração de trombina, que transforma o
�brinogênio (uma proteína solúvel) em polímeros insolúveis, a �brina.
As plaquetas têm como papel fundamental agir no processo de hemostasia como um tampão
mecânico quando há uma lesão vascular. A função plaquetária pode dividir-se em: reações de
adesão, agregação, liberação e ampli�cação. A imobilização das plaquetas nos sítios de lesão
vascular requer interações especí�cas plaqueta-parede vascular (adesão) e plaqueta-plaqueta
(agregação), ambas parcialmente mediadas pelo Fator de von Willebrand (VWF).
O Fator von Willebrand (FVW) é uma glicoproteína de forma multimérica produzida pelo
endotélio que tem como funções ligar e estabilizar o fator VIII e atuar como co-fator para
ligação de plaquetas aos componentes expostos da matriz extracelular quando ocorre a lesão,
permitindo que as plaquetas permaneçam em ligação mesmo quando há com �uxo sanguíneo.
Testes de Função Hemostática
São realizados alguns testes de triagem que indicam o quadro funcional das plaquetas. Os
testes estão descritos na Tabela 3:
Tabela 3 – Testes de Triagem Utilizados no Diagnóstico de Distúrbios da Coagulação
Testes de triagem 
Anormalidades
indicadas pelo
alongamento
Causa mais comum
do distúrbio de
coagulação
Tempo de De�ciência ou CIVD 
Saiba Mais 
Os níveis plasmáticos circulantes do FVW podem sofrer elevações
transitórias durante episódios infecciosos ou in�amatórios. Desse
modo, o FVW comporta-se como uma proteína de fase aguda,
podendo
elevar seus níveis plasmáticos em vasculites autoimunes, diabetes
melito, hipertensão arterial e aterosclerose.
trombina (TT) anormalidade do
�brinogênio ou
inibição da
trombina por
heparina o ou FDPs
 Tratamento
com heparina
Tempo de
promotrobina 
(TP) 
De�ciência ou
Inibição de um ou
mais dos seguintes
fatores de
coagulação: VII, X,
V, II, Fibrinogênio
Doença hepática 
Tratamento com
varfatina 
CIVD 
Tempo de
Tromboplastina
parcial ativada
(TTPA ou K-TTP) 
De�ciência ou
inibição de um ou
mais dos seguintes
fatores de
coagulação: 
 XII, XI, IX (doença
de Christimas, VIII
(hermo�lia), X, V,
II,  Fibrinogênio
Hemo�lia, doença de
Christimas (+
condições acima) 
Dosagem de
�brinogênio 
De�ciência de
�brinogênio 
CIVD Doença 
hepática 
CIVD, coagulação intravascular disseminada; FDPs, produtos de degradação
da �brina. 
Nota: a contagem de plaquetas e os testes de função plaquetária também são
usados como testes de triagem em pacientes com síndromes hemorrágicas.
Fonte: Adaptada de HOFFBRAND, 2018
O hemograma com contagem de plaquetas é indicado, inicialmente, para avaliar a contagem
de plaquetas no caso de suspeita de trombocitopenia (redução no número de plaquetas). O
VPM (volume plaquetário médio) fornecido por contadores automáticos é um parâmetro
utilizado no diagnóstico de distúrbios plaquetários. 
O Tempo de Protrombina (TP) avalia os fatores VII, X, V, protrombina (II) e �brinogênio. O
tempo normal para coagulação é de 10 a 14 segundos. Ele costuma ser expresso, também,
como International Normalized Ratio (INR). O Tempo De Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA)
avalia os fatores VIII, IX, XI e XII, além dos fatores 
X, V, * N. de T.
Atualmente, a citometria em �uxo tem uso crescente na rotina para identi�cação de defeitos
das glicoproteínas plaquetárias.
Distúrbios da Hemostasia
Trombocitopenias
Quando há uma diminuição no número de plaquetas produzidas pela medula óssea,
denominamos de Trombocitopenias. A diminuição pode ocorrer por redução na produção ou
aumento na destruição das plaquetas. Geralmente, há indicativo de sangramentos com
contagem plaquetárias inferiores a 20.000/mm3.
Púrpura Cutânea Espontânea: é uma causa comum de trombocitopenia geralmente
devido à insu�ciência global da medula óssea. A redução na produção de
megacariócitos pode ser resultante de toxicidade a fármacos ou de infecção viral,
raramente é de causa congênita;
Púrpura Trombocitopênica Imunológica (PTI): ocorre por uma diminuição no
número das plaquetas, com produção aumentada na medula óssea. Apresenta-se
em uma forma aguda (em crianças, principalmente), que desaparece em poucos
meses, não necessitando de tratamento, e na forma crônica, que acomete mais
adultos, mantendo o paciente assintomático, com vida normal e mínima
incidência de hemorragias importantes;
Trombocitopatias
Nas trombocitopatias observamos plaquetas em um número normal, porém, há presença de
alterações funcionais e estruturais que não permitem a adesão e agregação plaquetária na
formação do tampão plaquetário, provocando tendência hemorrágica. 
A principal trombocitopatia adquirida ocorre devido a drogas de ação antiagregante, como
ácido acetilsalicílico, dipiridamol, ticlopidina e, em menor grau, vasodilatadores em geral.
Coagulopatias congênitas
Ocorrem devido à de�ciência funcional congênita das enzimas envolvidas na coagulação que
podem gerar uma maior tendência a hemorragias. O padrão de hereditariedade das
coagulopatias congênitas é variável; nas trombo�lias hereditárias, é autossômico dominante;
nas coagulopatias hemorrágicas e hemo�lia, é recessivo ligado ao cromossomo X; e
autossômico recessivo nas outras coagulopatias mais raras. 
O diagnóstico laboratorial das hemo�lias é por meio da determinação do tempo de
protrombina e de trombina normais, tempo de tromboplastina parcial ativada prolongado e
redução da concentração plasmática do fator VIII na hemo�lia A ou do fator IX na hemo�lia B.
As coagulopatias congênitas hemorrágicas menos frequentes apresentarão padrão laboratorial
que dependerá do fator de�ciente (Tabela 4).
Tabela 4 – Caracterização Laboratorial 
das Coagulopatias Hemorrágicas Congênitas menos Frequentes
Púrpura Trombocitopênica Crônica: é uma doença relativamente comum. A maior
incidência encontra-se em mulheres com idade entre 15 e 50 anos. É a causa mais
comum de trombocitopenia sem anemia ou neutropenia. Pode estar a associada a
doenças, como lúpus eritematoso sistêmico, infecções por vírus (HIV, HCV) ou
Helicobacter pylori, leucemia linfocítica crônica, linfoma de Hodgkin e anemia
hemolítica autoimune (síndrome de Evans).
Fator
De�ciente
TP TTPA TT Outros
Fibrinogênio ↑ ↑ ↑
↓
Fibrinogênio
Protrombina ↑ ↑ Normal ↓ Fator II
Fator V ↑ ↑ Normal ↓ Fator V 
Fator VIII ↑ Normal Normal ↓ Fator VII 
Fator X ↑ ↑ Normal ↓ Fator X 
Fator XI Normal ↑ Normal ↓ Fator XI 
Fator XII Normal ↑ Normal ↓ Fator XII 
Fator XIII Normal Normal Normal ↓ Fator XIII 
TP = tempo de protrombina; ITPA = tempo de tromboplastina parcial ativada;
T = tempo de trombina.
Fonte: Adaptada de HAMERSCHLAK, 2010
Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD)
A CIVD é um distúrbio secundário que se caracteriza por conversão de �brinogênio, consumo
dos fatores V e VIII, desenvolvimento de plaquetopenia e ativação do sistema �brinolítico. É
uma síndrome clínica adquirida com fatores desencadeantes diversos, levando à formação e à
deposição de �brina intravascular. Na maioria dos casos de CIVD, o sistema �brinolítico está
amplamente inativado, contribuindo para a deposição de �brina em diferentes órgãos.
A deposição de �brina intravascular gera obstrução dos vasos e lesão isquêmica de diversos
tecidos e órgãos, o que, em conjunto com alterações metabólicas e hemodinâmicas, contribui
para a falência de múltiplos órgãos nos pacientes. O consumo e a consequente depleção dos
fatores de coagulação e de plaquetas, resultantes da contínua ativação da coagulação,
favorecem o aparecimento de hemorragias, caracterizadas por sangramento difuso; essa é a
primeira manifestação clínica notada.
A ativação sistêmica da coagulação promove não somente deposição de �brina e trombose,
mas também consumo e consequente depleção dos fatores de coagulação e de plaquetas, o
que, frequentemente, resulta em manifestações hemorrágicas. No conjunto, esses
mecanismos �siopatológicos explicam a ocorrência simultânea de trombose e sangramento
na CIVD (Figura 9).
Figura 9 – Patogênese da coagulação intravascular
disseminada (CIVD)
Fonte: Adaptada de HAMERSCHLAK, 2010
Importante! 
É fundamental ressaltar que a CIVD é sempre secundária a uma
doença de base e, quase sempre, está associada à resposta
in�amatória sistêmica, cuja gravidade depende do tipo de mecanismo
Diante da suspeita de CIVD devem ser solicitados os exames de TP, TTPa, TT, dosagem de
�brinogênio, D‐dímero, contagem de plaquetas e análise microscópica do esfregaço sem
anticoagulante do sangue periférico. As alterações dos parâmetros podem ser analisadas na
Tabela 5. Para monitoramento do paciente, certeza do diagnóstico clínico, conduta correta na
orientação da evolução da CIVD, os exames são repetidos, de forma seriada, oferecendo dados
mais consistentes para análise. 
Tabela 5 – Alterações Clínicas e Laboratoriais na CIVD
Fase 1 (Ativação
compensada)
Poucos sintomas 
TTPA, TP, TT, �brinogênio: N 
Plaquetas: N/limite 
AT ↓ Discreta
Fase 2 (Ativação
descompensada)
Sangramentos + disfunção de órgãos TTPA,
TP, TT: ↑ 
Plaquetas, �brinogênio: ↓ 
AT, fatores da coagulação: ↓ 
DD, PDF, F1+2: ↑↑
Fase 3 – CIVD
Aguda (Plenamente
instalada)
Sangramentos + disfunção de múltiplos
órgãos TTPA, TP, TT: ↑↑/↑↑↑ 
Plaquetas, AT, Fibrinogênio: ↓↓ 
desencadeante; portanto, a identi�cação e o tratamento da condição
predisponente são fundamentais para a resolução da síndrome.
AT, fatores da coagulação: ↓ 
DD, PDF, F1+: ↑↑↑ 
TTPA = tempo de tromboplastina parcial ativada; TP = tempo de
protrombina; 
N = normal;
AT = antitrombina; DD = D-dímero; 
PDF = produtos de degradacao da �brina; F1 + 2 = �brinopeptideos 1 e 2 (1 +
2).
Fonte: Adaptada de HAMERSCHLAK, 2010
O tratamento da CIVD está relacionado a medidas imediatas que restaurem a oxigenação
tecidular com correção dos distúrbios metabólicos e suporte adequado de oxigênio.
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sanguíneas, onde podem ser encontradas informações sobre os tipos de
leucemias e sobre os processos de coagulação sanguínea.
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BAIN, B. J. Células sanguíneas: um guia prático. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
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SANDES, A. F. Diagnósticos em hematologia. 2. ed. Editora Manole, 2020.
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ANTUNES, S. R.; AYRES, L. S.; SILVA, S. S. D.; ZANELATTO, C.; RAHMEIER, F. L. Hematologia
clínica: Grupo A, 2020. 
FAILACE, R.; FERNANDES, F. Hemograma: manual de interpretação. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2016.
FERREIRA, L. T. Atlas Hematologia. Grupo: GEN, 2005. 
HAMMER, G. D.; MCPHEE, S. J. Fisiopatologia da doença: uma introdução à medicina clínica.
Porto Alegre: Penso, 2016.
HAMERSCHLAK, Nelson. Manual de hematologia: Programa Integrado de Hematologia e
Transplante de Medula Óssea. Editora Manole, 2010.
HOFFBRAND, A. V.; MOSS, P. A. H. Fundamentos em hematologia de Ho�brand. 7. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2018.
SANDES, A. F. Diagnósticos em hematologia. 2. ed. Editora Manole, 2020.
SILVA, P. H. et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Porto Alegre: Artmed,
2016. 
SOARES, J. L. M. F. et al. Métodos diagnósticos. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
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