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001 ADQUIRA AGORA MESMO SEU CERTIFICADO DE 120H RECONHECIDO ��o ,� ' • descrito aqui apenas comparou investimentos com desempenho escolar. O objetivo do mesmo é de ser uma ferramenta auxiliar para a comunidade escolar futuramente aplicar o recurso financeiro, visto que a administração financeira não é um caso isolado dos demais processos que compõem a escola, pois não basta elaborar um orçamento correto se não conseguir avaliar os dados nele contidos. Segundo Gitman (2012) destaca que a administração financeira é orientada por objetivos, sendo que cada organização possui os seus. Em essência, melhorar a educação é um processo de aprendizado baseado em um diagnóstico dos problemas e na avaliação contínua dos resultados. 037 REFERÊNCIAS Brasil, Constituição (1988) da Republica Federativa do Brasil. Brasília, Senado federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2010. BRASIL, Lei Darcy Ribeiro. Lei de diretrizes e bases da educação. 6. ed. Brasília. 2010. CARMO, Ana Elidia Lopes. 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O estudo parte da observação do fato de que ainda hoje há um grande número de professores, funcionários e, até mesmo, a maior parte dos integrantes do Conselho Escolar que não tem conhecimento dos recursos recebidos pela escola. Isso porque, muitos gestores não divulgam para a comunidade e, algumas vezes, porque as pessoas não têm interesse em saber ou não querem se envolver. Tendo em vista que a comunidade escolar deva estar sempre informada dos recursos repassados pelos governos, federal e estadual para que possa participar ativamente das decisões sobre a sua execução, nosso propósito despertar o interesse, a participação e futuras contribuições de alunos, professores, funcionários e pais, possibilitando-lhes entender como funciona a gestão dos recursos financeiros e sua aplicação pela escola. Portanto, a concepção administrativa de uma instituiçãode ensino, proposta neste estudo, prima pela boa qualidade e por procurar pautar-se nos princípios da Gestão Democrática, a qual estimule o interesse pela participação do coletivo da comunidade 042 escolar, visando às transformações positivas tanto no campo pedagógico como no campo administrativo. INTRODUÇÃO3 A escola se constitui não apenas como um espaço de transmissão do conhecimento, mas também como um local de interação durante o processo de ensino e aprendizagem, unindo não somente o corpo docente e alunos, como também todos os demais envolvidos, direta ou indiretamente nesse processo. Entretanto, ainda hoje, há um grande número de professores, funcionários e, até mesmo, a maior parte dos integrantes do Conselho Escolar e Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF), que não têm conhecimento dos recursos recebidos pela escola. Isso porque, muitos gestores não divulgam para a comunidade e, algumas vezes, porque as pessoas não têm interesse em saber ou não querem se envolver. Nesse sentido, a concepção administrativa de uma instituição de ensino que prima pela sua boa qualidade deve procurar pautar-se pelos princípios da Gestão Democrática, a qual estimule o interesse pela participação do coletivo da comunidade escolar, visando às transformações positivas tanto no campo pedagógico como no campo administrativo. A partir disso, intentamos por meio da linha de pesquisa e Mazda e Bassi (2009) propor como mecanismo de intervenção e de superação desse obscurantismo informacional, criar um espaço interativo de debates e sugestões, no qual todos possam informar-se e contribuir com a gestão escolar por meio de críticas construtivas. Este espaço não somente restrito ao 043 ambiente das reuniões em datas específicas ou dos sites institucionais, mas vinculado a outros momentos do cotidiano escolar. O recorte do estudo, ora apresentado, enfocou a origem e a destinação do Fundo Rotativo, criado pela Lei Estadual nº 10.050, de 16 de julho de 1992, verba repassada pelo governo do Estado e pelo Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), programa criado e mantido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em 1995, para a melhoria da infraestrutura física e pedagógica das escolas com vistas a reforçar o processo de autogestão escolar nos âmbitos: financeiro, administrativo e didático. Esse último programa busca a elevação dos índices de desempenho na esfera da educação básica. A importância desse estudo é refletir sobre a gestão democrática da escola pública e também sobre a forma de acesso às informações financeiras, incentivando a maior participação da comunidade escolar nas Instituições Colegiadas, no que tange ao acesso às informações sobre os recursos financeiros e sua aplicação pela escola. A expectativa em relação à abordagem desse tema é de que contribua para despertar o interesse e a criticidade dos participantes em relação à relevância de se conhecer e debater a gestão financeira da escola da qual fazemos parte. Isso porque, na visão atual, a escola se constitui não apenas como um espaço de transmissão do conhecimento, mas como um local de interação durante o processo de ensino e aprendizagem, unindo não somente o corpo docente e alunos, como também todos os demais envolvidos, direta ou indiretamente nesse processo. Além de uma atuação conjunta entre os vários segmentos que compõem a instituição de ensino, cabe também destacar que os avanços no campo tecnológico são outro fator importante para a conquista de melhorias na qualidade da educação hoje ofertada. Contudo, esse aspecto tecnológico ainda não está bem implementado e, até mesmo, bem conhecido por parte de todos os profissionais atuantes na educação. Há ainda vários desafios a serem superados em termos de acessibilidade e proficiência na utilização dos recursos tecnológicos, conforme aqui reforçamos, por parte de todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. 044 Assim sendo, a postura de um gestor engajado e responsável é a daquele que sempre está disposto a aprender e a repartir esse aprendizado com todos aqueles que estão a sua volta. O gestor de escola, no contexto moderno, deve atuar como um multiplicador de ideias e ações que diminuam as distâncias entre o conhecimento ofertado e aqueles que ainda não o detêm. Outro desafio é gerir a escola de forma a atender as novas necessidades que a atual ordenação social traz para a escola: desestruturação familiar, violência, sexualidade, preocupação ambiental, respeito às diversidades, inclusão social, cidadania e formação para o mundo do trabalho. Diante desse contexto, esse projeto é primordial para que o gestor escolar possa balizar suas ações e, ao mesmo tempo, discutir com sua comunidade a origem dos problemas vivenciados dentro do âmbito da escola, assim como, tomar em conjunto com a instituição as possíveis medidas solucionadoras desses mesmos problemas. Dessa forma, este artigo discute a origem e a destinação dos recursos financeiros no contexto escolar, tendo em vista que a comunidade escolar deva ter mais conhecimentos acerca dos recursos repassados pelos governos, federal e estadual para contribuir no processo de execução dos mesmos pela perspectiva de uma gestão democrática. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Nada se constrói de modo efetivo e eficaz se não há espaço para o diálogo coerente, aberto e extensivo a todos aqueles que fazem parte do processo educativo. Para atingir um ensino de qualidade é necessário saber compartilhar as responsabilidades assumidas e, constantemente, avaliar os resultados alcançados. Da mesma forma, também é necessário compartilhar com a comunidade escolar o momento de avaliar aquilo que se pretende alcançar, pois é nisso que consiste uma gestão democrática. Faz-se necessário, ainda nesse processo, o compromisso ético-político do gestor com a transformação da realidade social da sua comunidade escolar e com o trabalho voltado para a construção de um espaço público autônomo, ajustado com a função de educar para o exercício da cidadania e para o mundo do trabalho. 045 Por isso no que tange à transparência da gestão escolar, as ferramentas tecnológicas podem servir como instrumento necessário à ampliação do conhecimento de todos e da melhoria nos resultados do processo de ensino e aprendizagem. Sobretudo, no aspecto financeiro, tornar assim acessíveis as informações sobre a origem e a destinação de recursos é um meio prático, democrático e rápido para que a comunidade escolar acompanhe e fiscalize essa dinâmica. Para tanto, poderá ser proposto, por exemplo, a criação de um site direcionado à comunidade escolar, o qual se destinaria à disponibilização de acesso a tais informações. É fundamental importância a orientação dos parâmetros que nortearão a construção, a efetivação e a avaliação das ações colocadas em prática, pois esta apontará a linha de trabalho a ser seguida, bem como, os princípios éticos, filosóficos, legais e constitucionais que regulamentam e normatizam o andamento de todo o processo. Segundo Cunha (2005), o termo democracia, no Brasil, é algo que está mais circunscrito ao campo das ideias do que propriamente ao das realizações. Essa visão justifica-se no aspecto histórico da implantação do regime democrático no país, em que cronologicamente, em todos os períodos, parcelas da população eram impedidas de exercer sua cidadania democraticamente, dentre as quais se destacavam escravos, mulheres e analfabetos. No entanto, uma nova mentalidade no país começa a ser criada e a por em prática novas ações, as quais deram início à desconstruçãode concepções já ultrapassadas. Nessa nova perspectiva, Luck et al (1998, p. 13) destacam o aparecimento de uma mudança no campo educacional “em favor da descentralização e da democratização da gestão das escolas públicas iniciado no princípio da década de 1980”. De acordo com esse movimento, além da democratização, também se visa o aprimoramento da qualidade do ensino. Suas bases sustentam-se em três princípios básicos: participação da comunidade escolar na eleição dos gestores da escola; criação de instâncias colegiadas e de um conselho escolar com poderes deliberativos e decisórios; repasse de recursos financeiros diretamente às escolas e, consequentemente, o aumento de sua autonomia. 046 No que concerne aos recursos financeiros, sua origem, destinação e efetiva aplicação, é fundamental ter em mente que a principal fonte de arrecadação da receita pública provém dos tributos pagos pela população para satisfazer as suas necessidades básicas nas áreas: educacional, de saúde, transportes, trabalho e emprego, ambiental, cultural, seguranças e demais áreas de prestação de serviços à coletividade. (MADZA; BASSI, 2009). Portanto, a população pode e deve acompanhar o que determina a legislação sobre os mecanismos de oferta e financiamento, para realmente ter acesso a uma educação de qualidade, baseada em uma efetiva gestão democrática. Com relação a essas condições de financiamento da educação pública, assim afirma Marques: O financiamento da educação pública deve, portanto, criar condições para a efetivação do princípio da qualidade do ensino, definido no artigo 4º, inciso IX da LDB como a variedade e a quantidade mínimas por aluno de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. É necessário, pois, que o financiamento se baseie no quanto é preciso gastar para a garantia da qualidade do ensino, e não na distribuição do montante de recursos disponíveis para a educação. (MARQUES, 2007, p.82). Nesses termos, assim compreendidos o financiamento e a gestão da educação básica com qualidade de ensino para todos, carecem de um sistema articulado entre as políticas públicas de forma autônoma, os quais possam ser constatados na efetiva prática do gestor escolar. Para Passos (1999), o significado de autonomia não está dissociado do princípio de liberdade, pois ambos fazem parte da natureza do ato pedagógico. Por isso ela defende a necessidade do reconhecimento dessas ações por parte daqueles sujeitos envolvidos na ação educativa. A autora também ressalta a importância da identificação de todos os projetos nascidos externamente com a realidade da escola e com o seu projeto pedagógico. A escola é, portanto, um desses espaços de vivência democrática que precisa ser construído e reconstruído diariamente, por meio da ação coletiva, do empenho de toda a comunidade e, para que todos possam ser favorecidos com os resultados desse trabalho em equipe. 2.1 ASPECTOS ADMINISTRATIVOS E FINANCEIROS 047 A autonomia escolar se dá pela atuação co-participativa do gestor escolar e das Instâncias Colegiadas quanto à administração dos recursos recebidos do Governo Federal e Estadual. Da mesma forma co-participativa e sob gerência administrativa do gestor, também, a escola possui autonomia quanto à aplicação desses recursos destinados à preservação, manutenção e aquisição de materiais, conforme as necessidades da escola. Segundo PARO (1998), a autonomia administrativa precisa ser vista atentamente para não haver confusão entre descentralização de poder com “desconcentração” de tarefas, e da mesma forma, não tomar o sentido de autonomia como abandono e privatização. A descentralização do poder se dá na medida em que se possibilita cada vez mais aos destinatários do serviço público sua participação efetiva, por si ou por seus representantes, nas tomadas de decisão. Para que isso aconteça, no caso de ensino público, não basta a concentração das atividades e procedimentos de cunho meramente executivo, como vem acontecendo. É necessário que a escola seja detentora de um mínimo de poder de decisão que possa ser compartilhado com seus usuários com a finalidade de servi-los de maneira mais efetiva. (PARO, 1998, p. 77). Entretanto, essa autonomia está baseada no respeito aos princípios legais, que regulam e normatizam a destinação e aplicação dos recursos. As verbas que constituem os recursos financeiros, recebidos pela escola são advindas de segmentos diversificados, a saber: Programa Fundo Rotativo, Verbas Federais, Programas do Governo Federal - PDDE, PDE/ESCOLA, Escola Aberta, Mais Educação. Ao gestor é de fundamental importância acompanhar de perto o funcionamento destes suportes financeiros para que cada um seja aplicado de modo eficiente, pois a correta destinação desses incidirá nos resultados da qualidade do processo de ensino/aprendizagem e refletirão na sua melhoria. Aluno que não falta às aulas, que está bem alimentado, que é acolhido em uma escola com bom acervo de materiais e suprimentos necessários ao desenvolvimento do processo de ensino/aprendizagem tem mais chances de obter êxito na sua caminhada. Todos esses programas requerem do gestor e da comunidade escolar atitude consciente e participativa. É necessário conhecer bem, acompanhar de 048 perto o andamento de cada setor para poder solucionar obstáculos ou deficiências existentes. Para isso, também é fundamental que o gestor haja de acordo com a responsabilidade que lhe é atribuída e mantenha sempre atualizados os dados do Sistema Estadual de registro escolar (SERE) e Censo escolar, pois eles refletem os dados que possibilitam à SEED e aos demais órgãos competentes definir ainda o porte da escola e a quantidade de profissionais necessários, a abertura ou fechamento de turmas, assim como o montante de recursos destinados à escola. Um gestor e uma comunidade escolar omissa ou displicente somente farão agravar, ainda, mais os índices de insucesso no processo de aprendizagem, contribuindo para o aumento das taxas de abandono e repetência. Uma crítica, porém, faz-se necessária ao sistema administrativo ao qual a escola está subordinada junto à Secretária de Estado da Educação: a lentidão nas avaliações de processos para reformas ou ampliações dos prédios escolares. Contudo, gerir uma instituição de ensino é mais do que supervisionar, é também importante que o gestor faça um trabalho constante de conscientização junto à comunidade escolar sobre a boa utilização dos bens públicos, tanto os de consumo quanto os permanentes. Isso reduzirá os custos e incidirá em futuras aquisições. A parceria entre o gestor e a comunidade escolar é fundamental para que muitos projetos se tornem realidade, contrastando com a lentidão dos processos burocráticos que tramitam por variados setores até que se obtenha uma resposta final, a qual muitas vezes não corresponde às expectativas da comunidade escolar. E também em decorrência dessa parceria, que tem como princípio uma gestão democrática, tem-se a melhoria das condições de ensino ofertado na escola, assim como no maior interesse e satisfação de todos os envolvidos nesse processo. 3 METODOLOGIA – DESCRIÇÃO DA APLICAÇÃO 049 O referido trabalho fundamentou-se na elaboração de uma unidade didática com encaminhamentos ao professor e às instâncias colegiadas, na qual foram discutidas informações pertinentes à gestão dos recursos financeiros, bem como mecanismos de ampliação da divulgação destas, esperando despertar a maior participação da comunidade escolar. Ao todo foram ministradas 32aulas, divididas em quatro etapas a seguir descritas. A aplicação da unidade didática foi destinada aos diversos segmentos institucionais, e dessa forma, foi possível divulgar tais informações a um número expressivo de pessoas. Para a realização do projeto, houve o envolvimento direto e indireto de diversos profissionais da escola: professores, alunos, equipe pedagógica, direção, funcionários administrativos, bibliotecários, atendentes de pátio e pais. Vale ressaltar que, algumas vezes, foi necessário ocupar outros espaços da escola, e não somente a sala de aula. Além disso, diversos recursos materiais foram utilizados: computadores, data show, máquina fotográfica e aparelho de som. A 1ª etapa, com carga-horária de 2 horas aulas, foi dirigida às instâncias colegiadas, em formato de miniaudiências, nas quais se buscou explicar o que seria o projeto, as motivações que lhe deram origem, sua pertinência e como este seria desenvolvido. Para facilitar sua implementação, o projeto foi dividido entre segmentos de representantes das instâncias colegiadas (professor, alunos do ensino médio, agente educacional e comunidade de pais e familiares). Porém, depois, houve novos encontros coletivos. Além disso, paralelamente a partir da 4º etapa, houve a implantação do site 4da escola para a execução do projeto, no qual, no mínimo um representante de cada segmento foi convidado a participar de um Fórum de discussão e enquetes. Essas leituras foram necessárias, no sentido de melhor conhecer a linha de estudo, o que pensam os estudiosos sobre o assunto e como se dá a distribuição e aplicação dos recursos financeiros da educação pública. Na segunda etapa, deu-se início ao trabalho individualizado com as Instâncias Colegiadas: Conselho Escolar, Grêmio Estudantil, APMF e também, com os Professores, Funcionários e Equipe Pedagógica. Para tanto, o aporte teórico foi a leitura e a análise dos capítulos: 1 A origem dos recursos da educação: a tributação desigual e injusta da renda e da riqueza; e 2 A 050 legislação relativa à educação e ao seu financiamento, do livro Bicho de Sete Cabeças (Mazda; Bassi, 2009), o qual discute sobre o financiamento da educação brasileira e o tema proposto neste projeto, bem como, o envolvimento responsável de todos. As leituras das teorias que serviram de base para o desenvolvimento do projeto aconteceram em etapas. Tal estudo foi realizado pelos participantes de modo presencial e também à distância, pela divisão dos capítulos do Livro Bicho de Sete Cabeças para leitura, com a qual se objetivou levar ao conhecimento dos envolvidos a origem dos recursos que financiam a educação pública. Inicialmente, buscamos a compreensão da leitura individualizada, na sequência, procedemos a leitura no grande grupo. Todos realizaram as leituras solicitadas, no sentido de se embasar com criticidade as discussões. O tempo destinado a essa etapa de leituras foi de 10 horas, subdivididas entre as instâncias colegiadas. Na 3ª etapa, após o término das leituras dos capítulos 1 e 2 do livro de referência e, ainda, em instâncias separadas, demos início ao trabalho de exposição e análise crítica do livro fazendo uma relação entre a teoria e a prática vivenciada na escola. Os integrantes de cada grupo realizaram a exposição da leitura de cada capítulo. Em seguida, sob nossa mediação, foram orientados a estabelecer uma relação entre o conteúdo lido e a prática vivenciada. Na sequência, os mesmos foram questionados se houve mudança na sua concepção em relação ao financiamento educacional. O tempo destinado à realização dessa etapa foi um total de 15 horas, divididas entre os grupos participantes. Na 4ª etapa, iniciamos o trabalho com a exposição do site, no qual objetivou publicar, de modo acessível, a consulta aos valores recebidos pela verba do Fundo Rotativo e a quantidade de parcelas destinadas à escola, durante o ano. Com isso, demos continuidade ao que foi proposto no projeto de Intervenção Pedagógica. Portanto, foi fundamental, a realização de cinco encontros, que totalizaram cinco horas, para prestar esclarecimentos sobre como acessar as informações referentes à escola disponíveis nesta página eletrônica. Na 5ª etapa, ocorreu a execução da página eletrônica. Cada grupo, a sua maneira, deveria participar das discussões propostas pelo professor PDE, 051 apresentando suas opiniões, interagindo com os demais participantes e propondo sugestões. Ao final deste processo, o professor fez as intervenções necessárias, o que totalizou uma carga horária de 10 horas. Na 6ª etapa, realizamos um encontro coletivo e presencial, com a participação de alguns alunos do 3º ano e a professora de Literatura, no qual foi feita a abordagem do assunto pelo viés literário, por meio da leitura e análise do livro “Relatório” do escritor modernista Graciliano Ramos. Nesse momento, propomos uma representação teatral envolvendo o tema: Gestão de Recursos Financeiros. A duração dessa etapa foi de 3 horas. As atividades para produção do roteiro e ensaio da peça teatral foram desenvolvidas em contraturno, em um total de 14 horas. A peça foi apresentada a toda comunidade escolar, como forma de divulgação do projeto. Na 7ª etapa, com o propósito de socializar e enriquecer o conhecimento, realizamos uma audiência coletiva, na qual discutimos com o grande grupo todas as questões relativas à gestão democrática e ao acesso às informações sobre o financiamento educacional brasileiro. Levamos sempre em consideração a construção de uma consciência crítica sobre de que forma essas questões nos dizem respeito. O tempo de duração desta etapa foi de 3 horas. Na 8ª etapa, realizamos o encerramento do projeto e a apresentação de uma peça de teatro com alunos do Ensino Médio sobre o tema estudado. O evento teve 2 horas de duração. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES No terceiro período do PDE, ocorreu a implementação do projeto, que foi previamente apresentado, em linhas gerais, durante a Semana Pedagógica, na escola local, ao Conselho Escolar, Professores, APMF, Grêmio Estudantil, os quais o receberam muito bem, ressaltando a importância da realização do projeto para escola. Num segundo momento, o projeto foi apresentando aos pais. Como me encontrava também na direção do colégio (com 40 horas), procuramos conciliar a aplicação do projeto pela realização de miniaudiências, tal como acontece nas reuniões de pais, no início de ano. As mesmas ocorreram no período 052 noturno e foram organizadas por série e turno. Pelo que pudemos avaliar, os pais demonstraram-se bastante interessados, sempre participando com perguntas e proposições. Quanto à escola, recebemos todo o apoio necessário em todos os segmentos. A socialização do projeto atingiu quase a totalidade das cerca de 3000 mil pessoas que cotidianamente participam, direta ou indiretamente, de nossa vivência escolar, mesmo que nem todas consigam compreender na íntegra a essência deste projeto, pois cada pessoa é singular e subjetivo em suas interpretações. Conforme era esperado, de fato, esse tema contribuiu para despertar o maior interesse e a criticidade dos participantes em relação à relevância de se conhecer e debater a gestão financeira da escola da qual fazem parte. Outro ponto importante desenvolvido neste trabalho foi o fornecimento de ferramentas, tais como, reuniões sistemáticas em formato de mini audiências e incentivo à comunidade escolar a consultar o site, para que esta possa participar ativamente e debater a questão da gestão financeira daescola pública. Além disso, os mecanismos empregados durante todo o processo foram bastante satisfatórios no sentido de democratizar a disponibilização de acesso à prestação de contas da escola e ao nome dos membros da APMF e do Conselho Escolar. Com este projeto podemos reafirmar nossa crença de que é possível incentivar a maior participação da comunidade escolar nas Instituições Colegiadas e no interesse pelo acesso às informações sobre a origem dos recursos financeiros e sua aplicação pela escola, ainda que se encontrem muitas resistências ou comodismos. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Para concluirmos, cabe destacar que é de suma importância que toda a comunidade escolar tenha conhecimento sobre os recursos que são repassados pelos governos, federal e estadual, tendo em vista que há um número expressivo de participantes diretos da educação pública que não conhecem e não têm possibilidade de discutir a gestão financeira de seus estabelecimentos de ensino, além da discussão da sua execução por meio de 053 gestão democrática. Isso ocorre, não só porque alguns gestores não divulgam as informações para a comunidade, mas também porque algumas pessoas não querem se envolver, por não julgarem esse tipo de informação importante ou por confiarem plenamente em seus gestores. A escola pública que se almeja é uma escola aberta à participação coletiva no seu processo de gestão. É, portanto, fundamental abrir suas portas para que as instâncias colegiadas possam dispor de meios para que os participantes possam de fato exercer a gestão democrática, participando criticamente das decisões da escola, em especial da gestão dos recursos financeiros. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96. Texto integral da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Atualizada em 8/5/2013, 8ª edição. 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Os resultados demonstram que apesar da autonomia na gestão dos recursos ser contemplada na legislação, a falta de flexibilização imposta à aplicação tem gerado baixa autonomia das escolas no gerenciamento financeiro, impactando como um obstáculo para a consolidação da gestão democrática. Palavras-chave: Gestão democrática. Recursos financeiros. Autonomia. 056 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 Introdução Uma parte considerável dos brasileiros não se interessa pelas finanças públicas, consideram-nas complexas e difíceis de entender, entretanto, nota-se o aumento de exigências da participação social com relação ao controle e transparência na gestão pública, bem como ao acompanhamento e fiscalização de gastos neste setor. Essa ideia também é válida ao financiamento da educação pública. É recorrente o julgamento de que os recursos direcionados à educação não são utilizados de maneira coerente faltando fiscalização e controle que viabilize a sociedade uma clara visão da origem e destino desses recursos. Não obstante, tanto a sociedade quanto os próprios profissionais de educação muitas vezes desconhecem o seu papel nesse processo de acompanhamento dos gastos públicos bem como a origem dos recursos, os instrumentos de controle, as leis que os regulam e os deveres federais, estaduais e municipais. A sociedade está em constante transformação, demandando no campo da educação e em especial da gestão escolar, foco desse estudo, políticas e práticas cada vez mais autônomas para a construção de uma escola que transita de um modelo estático para um arquétipo dinâmico e participativo. Segundo Souza (2009), muitos são os trabalhos, estudos e análises realizados no campo da gestão escolar a fim de direcionar uma política educacional capaz de atuar direta e eficazmente na divisão do poder e no fortalecimento de ações democráticas. As políticas educacionais expressas no marco legislatório brasileiro sinalizam para a gestão democrática. A Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases, as Diretrizes Curriculares Gerais para a Educação Básica, dentre outras, elegem a gestão democrática como princípio e fundamento da direção dos processos escolares, mediante órgãos colegiados e representações que viabilizem a gestão compartilhada e participativa. Nesse cenário, em especial a partir da década de 1990, a descentralização dos recursos financeiros passa a ser incluída como uma alternativa viabilizadora para uma gestão democrática, bem como, para desencadear processos de autonomia e participação da comunidade escolar no planejamento, na aplicação e no acompanhamento da gestão financeira da educação. A Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 prevê em seu artigo 15 que “Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram 057 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público”. Ou seja, a autonomia na administração dos recursos financeiros é contemplada na legislação como meio para ampliação da gestão democrática. Será que essas orientações têm impactado às escolas promovendo um alargamento da gestão democrática? Os gestores têm sentido abertura de espaços autônomos para planejar e aplicar os recursos financeiros? A partir desses questionamentos a presente pesquisa estabelece como objetivos investigar o processo de gestão dos recursos financeiros na Escola Pública e avaliar o impacto da autonomia na administração dos recursos financeiros para uma Gestão Democrática. Escolheu-se como abordagem a pesquisa qualitativa, na modalidade de um estudo exploratório descritivo, envolvendo pesquisa bibliográfica sobre o tema e pesquisa de campo em escolas públicas municipais de um distrito da Zona Sul de São Paulo. A coletade dados se deu por meio de questionário semiestruturado com questões abertas, aplicado a onze diretores das escolas públicas de um distrito da Zona Sul do Município de São Paulo, escolhidos segundo critério de acessibilidade. O financiamento da educação no Brasil O financiamento da escola pública deve ser visto como um importante elemento de relação com as políticas públicas de educação. É um dos componentes primordiais para o aparelhamento da política e da gestão da educação. As vias ordinárias desse processo contam com fontes orçamentárias previstas em lei; o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB); o Salário-Educação; e os programas federais de financiamentos à educação. A educação pública recolhe recursos oriundos dos diferentes órgãos da administração direta e indireta nos âmbitos, federal, estadual e municipal, tendo suas fontes primordiais nas três esferas governamentais: a União, o Distrito Federal e os Estados e Municípios. Os recursos destinados à educação estão presumidos na Constituição Federal e na LDB, como se observa: 058 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 A União aplicará anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida e proveniente de transferências na manutenção e desenvolvimento do ensino (CF Art. 212 e LDB Art. 69). É importante salientar que os recursos que resultam de impostos podem custear todas as esferas e modalidades de educação escolar, abarcando a Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) e a Educação Superior. Contudo, a Constituição delimita setores com maior prioridade para atuação das três esferas do Poder Público. Como competência dos municípios cabe atuar com primazia no Ensino Fundamental e na Educação Infantil, permitindo a oferta de outros níveis somente quando o dever municipal estiver integralmente cumprido, é o que assegura a LDB em seu artigo 11, inciso V: Oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino. Ainda assegura a LDB como responsabilidade dos Estados e incumbências da União: “Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais” (LDB, artigo 8º). Segundo Vieira (2009), o Ensino Fundamental, que é de oferta obrigatória, direito público garantido pela Constituição, foi a única etapa da Educação Básica que entre os anos de 1998 e 2006 pôde contar com fundos assegurados em lei, através do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), que foi estabelecido pela Emenda Constitucional Nº 14/96, regulamentado pela lei Nº 9.424/96 com validade em todo país a partir de 1998. A Emenda Constitucional Nº 53/2006, regulamentada no final do ano de 2006, incorpora mudanças relevantes no financiamento da Educação Básica, alargando duas importantes fontes anteriormente específicas do Ensino Fundamental (o FUNDEF e o Salário-Educação) para as outras fases deste mesmo nível da educação escolar. Em 2007 o FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de 059 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 Valorização do Magistério) é substituído pelo FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). Com o objetivo de garantir a universalização do ensino, o FUNDEF foi criado e introduzido em todo Brasil a partir de 1998, por intermédio desse recurso, Estados e Municípios começaram a aplicar 60% dos 25% da receita resultante de impostos no Ensino Fundamental, baseando-se pelo número de alunos matriculados em cada rede de ensino público. A contribuição significativa do FUNDEF na ampliação deste nível de escolaridade mostrou a importância da discussão de subvinculação de recursos em outras etapas da Educação Básica, de modo particular o Ensino Médio e a Educação Infantil (Vieira, 2009). Em 19 de dezembro de 2006 foi aprovado pelo Congresso Nacional o FUNDEB, através da Emenda Constitucional Nº 53, regulamentado pela Medida Provisória Nº 339, de 28 de dezembro do ano supracitado e sancionado pela Lei Nº 11.494, de 20 de junho de 2007. A vigência do fundo é de 14 anos (até 2021), sua inserção foi gradativa de modo a atingir todos os estudantes da Educação Básica pública presencial (creches, pré-escola, ensino fundamental, ensino médio, educação especial e educação de jovens e adultos). Outro recurso importante ampliado com a Emenda citada acima foi o Salário-Educação, como podemos ver por meio do Artigo 212 da carta Magna: §5º. A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei. §6º. As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de ensino. O Salário-Educação subsidia os grandes programas federais no âmbito da educação – Merenda Escolar, Livro Didático, Bibliotecas nas Escolas, Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), Ações Complementares do FNDE. Para Estados e Municípios mais abastados esse recurso pode não significar muito, mas é de grande importância para as unidades da federação que precisam do apoio financeiro da União. Gestão dos recursos financeiros e reflexos para a gestão democrática 060 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 A legislação brasileira reafirma a necessidade de uma escola autônoma, que ressalte a importância dos profissionais de educação e da comunidade escolar na participação em Conselhos Escolares ou equivalentes, estimulando a autonomia da escola. Para garantir maior autonomia e melhor atuação dos gestores foram criadas duas importantes fontes de recursos: o PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola), repassado pelo Governo Federal e o PTRF (Programa de Transferência de Recursos Financeiros), este repassado pelo Município, destinado às escolas municipais de Ensino Básico, que constam do Censo Escolar realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, Anísio Teixeira (INEP/MEC), a partir de cálculos do ano imediatamente anterior ao do atendimento. O PDDE tem como objetivo repassar os recursos financeiros às escolas públicas da educação básica das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas privadas de educação especial, mantidas por entidades sem fins lucrativos, visando a melhoria e conservação da infraestrutura física e pedagógica das escolas e o reforço da autogestão escolar nos planos financeiro, administrativo e didático, colaborando para elevação dos índices de desempenho da educação básica. A distribuição de recursos do PDDE é anual e destina-se a solver despesas de manutenção, custeio e pequenos investimentos, sendo utilizados quando necessário em: a) obtenção de materiais permanentes; b) manutenção, conservação e pequenos reparos da escola; c) compra de materiais de consumo necessários ao funcionamento da unidade escolar; d) avaliação de aprendizagem; e) execução de projetos pedagógicos; f) enriquecer as atividades educacionais; g) andamento das escolas nos finais de semana; h) implementação do Projetode melhoria da Escola (Vieira, 2009). O PTRF foi instituído através da Lei nº 13.991, de 10 de junho de 2005, pela Secretaria Municipal de Educação – SME do Município de São Paulo, com a finalidade de assegurar maior autonomia às Unidades Educacionais, por intermédio da transferência de recursos consignados no orçamento municipal, às Associações de Pais e Mestres (APMs). Os recursos transferidos às Unidades Educacionais devem ser aplicados na aquisição de material de consumo e permanente, na manutenção das instalações físicas, na contratação de serviços, no desenvolvimento das atividades educacionais e na implementação do Projeto Pedagógico, objetivando a melhoria das Instituições de Ensino. Desde 2008 está em vigor a Portaria SME nº 1505, de 13/03/08, que define a base de cálculo, periodicidade e orientações para execução do Programa. A cada repasse serão 061 23 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 destinados 80% (oitenta por cento) para despesas de custeio e 20% (vinte por cento) para capital (Manual do PTRF, p. 12). Segundo o § 1º do artigo 12 da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, consideram-se como despesas de custeio os recursos para a manutenção de serviços anteriormente criados e o atendimento a obras de preservação de bens imóveis. Pela Portaria 146/06, amparada pala Portaria Federal nº448/02, são definidos como materiais de consumo aqueles que em decorrência do seu uso normalmente perdem sua identidade física e/ou tem sua utilização restrita a dois anos (Manual do PTRF, p. 19). A despesa de capital é aquela que assegura o aumento do patrimônio do órgão ou entidade, possibilitando a obtenção de bens permanentes. De acordo com a Portaria Federal nº 448/02, ratificada pela Portaria da Secretaria de Finanças do Município de São Paulo nº 146/06, define como bem permanente aquele que, em decorrência de seu uso, não perde a identidade física, e/ou é durável por um tempo superior a dois anos (Manual do PTRF, p. 19). A gestão escolar democrática deve ser compreendida como um processo político, onde as pessoas atuantes na escola possam identificar os problemas, discutir, planejar, deliberar, controlar e avaliar melhores soluções e ações para o desenvolvimento da escola. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Nº 9.394/96), em seu Artigo 14, regulamenta: Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Ainda no Artigo 15 da LDB: Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público. Segundo Cury (2007), Gestão, termo que provém do latim tem em seu significado: carregar, levar sobre si, exercer, gerar. Refere-se à gestação, ação de trazer algo novo 062 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 dentro de si. É antes de tudo a busca de novos caminhos que dialoguem com as necessidades reais da escola e estejam em consonância com a sua democratização. Com a mesma importância, Lima (2000), trata a gestão democrática como um acontecimento político, de governo, diretamente estruturado com práticas e ações democráticas. Refere-se a mecanismos voltados à educação política, criando e recriando ações e alternativas mais democráticas no cotidiano escolar. Sem a participação das pessoas na gestão da coisa pública, não há democracia. Vale a pena examinar o tratamento dispensado pela Resolução Nº4, de 13 de julho de 2010, Capítulo III, Artigo. 54: §2º É obrigatória a gestão democrática no ensino público e prevista, em geral, para todas as instituições de ensino, o que implica decisões coletivas que pressupõe a participação da comunidade escolar na gestão da escola e a observância dos princípios e finalidades da educação. A autonomia gerencial dos recursos empregados nas escolas favorece ao diretor um trabalho descentralizado e a escola o controle dos fundos a ela destinados, podendo assim empregá-los onde haja maior necessidade, assegura o PNE (Plano Nacional de Educação) – Lei Nº 10.172/01). A descentralização do poder, o trabalho coletivo e o modelo de gestão democrática, beneficiam as instituições escolares em vários fatores que são essenciais para o bom funcionamento da escola. As escolas em que funcionam os colegiados escolares deliberativos, onde todos os segmentos os representam, conseguem por sua vez gerenciar melhor as ações educacionais e os gastos, atuando com maior autonomia no uso dos recursos financeiros recebidos por parte das escolas. É importante falar sobre o bom uso desses recursos, a gestão escolar articulada aos outros segmentos do processo educativo precisa estar ciente e convicta que a administração correta dos gastos deve ser motivada não somente pelo temor das diligências movidas pelo TCU (Tribunal de Contas da União), órgão que fiscaliza os recursos públicos, mas pelo estímulo e zelo das ações que interferem diretamente na vida de milhares de pessoas. Esses repasses financeiros têm importante relevância para as escolas, eles representam grande suporte no orçamento escolar, principalmente a partir de 1997, onde as instituições escolares tiveram maior autonomia com relação aos gastos (Adrião & Peroni, 2007). 063 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 Análise dos dados: a voz dos gestores Examinam-se dados de uma pesquisa realizada em Escolas Públicas Municipais da Zona Sul do Estado de São Paulo, onde o foco é o emprego dos Recursos Públicos Financeiros e a autonomia dos Gestores na administração desses recursos. A coleta de dados constituiu-se de um questionário aberto aplicado a 11 diretores escolhidos pelo critério de acessibilidade. Para análise dos dados seguiu-se os procedimentos propostos por Ludke e André (2013), coerentemente com a abordagem qualitativa de pesquisa. Após sucessivas leituras estabeleceram-se as categorias de análise arroladas a seguir: percepção dos gestores sobre autonomia na administração dos recursos financeiros; conhecimento dos gestores sobre os recursos financeiros na educação pública; sugestões para uma maior autonomia na administração dos recursos financeiros. Na sequência apresenta-se a discussão dos dados integrando as falas dos entrevistados em diálogo com o referencial teórico. Percepção dos gestores sobre autonomia na administração dos recursos financeiros. Quando indagados se consideravam que os diretores têm autonomia na gestão dos recursos financeiros, três dos entrevistados foram categóricos em afirmar que não há autonomia. E, contraditoriamente aos princípios exarados na legislação prevendo a autonomia na administração dos recursos financeiros, citam a própria legislação como responsável pela limitação da autonomia, como pode ser observado nas falas a seguir: [...] os gestores só podem gastar os recursos financeiros de acordo com o que a legislação pertinente permite, para cada verba, uma forma de gasto. (E7) [...] apesar de ser os colegiados das unidades escolares (APM e CE) que aprovam as prioridades dos recursos do repasse do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e Programa de Transferência de Recursos Financeiros (PTRF), esses são regulamentados por leis específicas que determinam em que cada repasse de verbas pode ser aplicado [...]. (E8) De acordo com Portaria Federal n° 448/2002 e Manual do Programa de Transferência dos Recursos Financeiros é permitido com os recursosdo PTRF a aquisição de Bens Permanentes como: máquinas, utensílios e equipamentos como furadeira, escada, bebedouro, 064 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 scanner, datashow, móveis que estão fora do padrão da SME (armários e mesas), microscópio, cortinas, caixa de som, fax, filmadoras, ar condicionado, microondas. Também é permitida a aquisição de material para manutenção do prédio escolar como materiais de elétrica e hidráulica, alvenaria, pintura, para manutenção de quadras, pátio, reparos no mobiliário, nos equipamentos, aquisição de material de papelaria e para o desenvolvimento das atividades educativas de uso coletivo, material de copa e cozinha. É vetada a utilização dos recursos do PTRF na contratação de serviços de funcionários públicos, aquisição de uniformes, pagamento de palestrantes, oficineiros, ONG’s, comemorações, pagamento de passagens, aquisição de material de uso individual, compras via internet, entre outros. Um grupo maior constituído, por seis entrevistados, reconhece uma autonomia relativa, limitada e também citam as restrições estabelecidas na Legislação para uso dos recursos: [...] existem os limites estabelecidos pela legislação vigente e as exigências burocráticas [...]. (E3) Temos uma autonomia relativa, pois mesmo o Conselho de Escola podendo definir o direcionamento das verbas recebidas (PDDE, PTRF, etc.) elas têm restrições como bens de consumo, bens de capital, etc. (E5) [...] os recursos advindos de verbas públicas têm uma legislação específica e o cumprimento desta legislação acaba interferindo na autonomia da gestão [...]. (E6) Existe uma autonomia relativa, baseada em limites legais “legislação” sobre utilização e destinação dos recursos financeiros, repassados a U.E e a decisão sobre a priorização para o uso dos recursos é coletiva, pela APM e Conselho de Escola [...]. (E9) Um dos entrevistados coloca que a autonomia é relativa em razão dos princípios da Gestão Democrática: [...] na gestão democrática não é o gestor que estabelece isoladamente as prioridades da escola, ele tem o papel de gerenciar as discussões e indicar as reais necessidades da U.E (Unidade Escolar), as prioridades serão elencadas em reuniões destinadas a esse fim, onde toda comunidade educativa será ouvida: professores, familiares, alunos e demais funcionários da escola. (E3) Um dos dirigentes sentiu uma mudança, percebendo uma abertura de caminhos para uma democratização da gestão financeira: 065 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 [...] A SME (Secretaria Municipal de Educação) tem a função de descentralizar e repassar as verbas para as unidades, mas ainda decidem no que as escolas podem gastar e no que eles não permitem que a escola gaste. Esse aspecto ainda deixa a escola vulnerável, mas comparando com o passado das escolas, estamos no caminho certo para autonomia. (E2) Conhecimento dos gestores sobre os recursos financeiros na educação pública. Para uma educação de qualidade que garanta o acesso e permanência dos indivíduos na escola faz-se necessária à gestão consciente e responsável dos recursos financeiros da educação pública. Qual o conhecimento que os gestores têm do financiamento público da educação? Nesta temática os respondentes apresentaram um padrão semelhante de respostas. Estão mais voltadas à administração dos recursos financeiros no âmbito da escola, não abordando com profundidade fontes de onde provêm os recursos, formas de distribuição, aspectos legais, o controle e o acompanhamento da aplicação dos gastos públicos e as políticas sobre o financiamento da educação. Ao referirem-se a gestão dos recursos financeiros na esfera escolar os diretores demonstraram ter consciência do caráter participativo do planejamento e do uso dos recursos financeiros. Foi recorrente a menção a órgãos colegiados como APM (Associação de Pais e Mestres) e Conselho de Escola: Primeiro é realizado um plano de atividades para gastos dos recursos, plano este elaborado e discutido com o conselho de escola e APM (associação de pais e mestres), ao entrar os recursos em conta bancária, reúne-se novamente com os membros do Conselho de Escola e Associação de pais e mestres para levantamento das prioridades e gastos [...]. (E1) Através das decisões dos colegiados. APM e Conselho de escola. (E4) Toda verba recebida é totalmente revertida para as prioridades elencadas pelo Conselho de Escola que é formado por professores, gestores, pais, alunos e funcionários. (E5) As verbas que chegam às escolas municipais são as de Programa de Transferência de Recursos Financeiros PTRF e do Programa Dinheiro Direto na Escola PDDE. Essas verbas são administradas pela APM da escola que no início do ano letivo deve reunir-se para deliberar quanto à previsão de gastos [...]. Os gastos relativos aos repasses dos recursos desses programas devem ser aprovados pelo Conselho Deliberativo e pelo Conselho Fiscal da Associação de Pais e Mestres – APM – das unidades educacionais. (E8) 066 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 No início do ano o colegiado de pais, mestres e funcionários da escola sentam junto com a gestão e em conjunto fazem um plano de ação com a projeção de verbas que a Unidade irá receber. Este plano contempla a aquisição de bens patrimoniais, manutenção predial, uso pedagógico, impostos e outras tributações previstas em lei [...]. (E11) Nas Unidades de Educação da Secretaria de Educação do Município de São Paulo, prevalece a gestão democrática participativa, ou seja, anualmente é elaborado em plano de aplicação de recursos que é aprovado pelo Conselho de Escola e Associação de Pais e Mestres das Unidades Escolares [...]. (E3) Verificou-se que E11 e E9 fazem menção a composição dos órgãos colegiados: Iniciamos o ano letivo elegendo o Conselho de Escola e a APM, que são formados por Diretor de Escola e representantes eleitos dos docentes e equipes técnicas e de apoio à educação, alunos e pais, respeitando a proporcionalidade. Reunimos esses dois colegiados e decidimos em conjunto e priorização de gastos para recursos financeiros que a escola receberá . (E9) [...] Este colegiado é a Associação de Pais e Mestres, a conhecida APM que é formada obedecendo a seguinte proporção: 50% alunos ou responsáveis, 25% professores, 25% administrativo e apoio. Os membros são eleitos por seus pares. (E11) Nesse ponto percebe-se uma convergência com a legislação. De acordo com a Cartilha Conselho de Escola do Governo do Estado de São Paulo (2014), os Conselhos Escolares são formados por representação, com a participação de docentes, especialistas de educação, funcionários, pais e alunos e deve obedecer a seguinte proporção: 40% de docentes; 5% de especialistas de educação (exceto diretor da escola); 5% de funcionários; 25% pais de alunos; 25% alunos. O Conselho Escolar não atua como complementação na estrutura de poder da escola nem possui caráter jurídico independente, ele se fundamenta na organização política da comunidade escolar e local desempenhando o importante papel de decidir sobre a organização política e pedagógica da escola em conformidade com a legislação brasileira em vigor. No plano das fontes dos recursos financeiros foi mencionado pelos respondentes o PTRF e o PDDE: Basicamente as escolas recebem uma vez por ano o PDDE - Programa Dinheiro Direto na Escola que é do MEC, a porcentagem é calculada por número de alunos, esse dinheiro vem com especificação de gasto, Consumo 067 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 e Capital, sendo consumo com material pedagógico preferencialmente para desenvolver os projetos pedagógicos ligados ao PPP e pode-se ainda realizar alguma manutenção estrutural no prédio ou mobiliário, e o capital com material permanentevoltado ao PPP ou à parte administrativa da entidade, ex: comprar uma impressora. Temos ainda o PTRF - Programa de Transferência de Recursos Financeiros, nos mesmos moldes do anterior, cada escola recebe pela porcentagem entre consumo e capital, entre os 100% da verba, o consumo é para parte pedagógica e manutenção e o capital para adquirir bens duráveis. Ainda contamos com pequenas reformas pela DRE (Diretoria Regional de Ensino) e grandes reformas pela PMSP (Prefeitura Municipal de São Paulo) [...] (E2) [...] Nesse contexto, o diretor de escola utilizará os recursos financeiros como o PTRF (Programa de Transferência de Recursos Financeiros) que vem do governo municipal e a verba PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) que é repassado pelo governo federal de acordo com o plano previamente estabelecido. (E3) [...] No município a principal verba é oriunda do PTRF (Programa de Transferência de Recursos Financeiros) que é recebida da prefeitura. Também existe a possibilidade de arrecadação de sócios, que são as festas a campanhas realizadas na escola. Todo gasto realizado tem obrigatoriamente a prestação de contas feita para a APM e setor financeiro da Diretoria de Educação, com aprovação feita e publicada em Diário Oficial. (E11) As verbas que chegam às escolas municipais são as de Programa de Transferência de Recursos Financeiros PTRF e do Programa Dinheiro Direto na Escola PDDE [...]. [...] As verbas são aplicadas em despesas de custeio e capital cuja proporção é determinada pela escola de acordo com suas necessidades [...]. (E8) Percebe-se que nas falas houve uma menção às verbas, deixando uma lacuna quanto à origem desses recursos. Na educação pública, as principais fontes de recursos têm origem nas três esferas governamentais: a União, que tem por responsabilidade aplicar anualmente no mínimo 18%, o Distrito federal e os Estados e os Municípios que aplicam 25%, todas essas arrecadações são provenientes da receita resultante de impostos. Entre os anos de 1998 e 2006 o Ensino Fundamental foi a única etapa da Educação Básica que contou com o FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) instaurado pela Emenda Constitucional N° 14/96, regulamentado pela Lei N° 9.424/96. A referida Emenda incorpora importantes mudanças no financiamento da Educação Básica no final do ano de 2006 alargando fontes antes exclusivas do Ensino Fundamental para toda Educação Básica. A partir de 2007 o FUNDEF foi substituído pelo FUNDEB (Fundo de Manutenção e 068 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) que terá vigência até 2021, sua distribuição de recursos é feita com base nas matrículas das redes e abrange toda Educação Básica (creches, pré-escola, ensino fundamental, ensino médio, educação especial e educação de jovens e adultos). Desde 1995 foi criado pelo Ministério da Educação o Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE, que “consiste na transferência pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) de recursos financeiros, consignados em seu orçamento, em favor das escolas públicas do ensino fundamental das redes estadual, do Distrito Federal e Municipal, destinados à cobertura de despesas de custeio, manutenção e de pequenos investimentos, de forma a contribuir, supletivamente, para a melhoria física e pedagógica dos estabelecimentos de ensino beneficiários” (art. 1°, resolução/CD/FNDE n° 003, de 27/02/2003) e especialmente para garantir uma gestão mais democrática dos recursos financeiros. O PTRF (Programa de Transferência de Recursos Financeiros) foi criado no município de São Paulo por meio da Lei n° 13.991, de 10/06/2005, regulamentado recentemente pela Portaria 1505/08, com o objetivo de ampliar o processo de autonomia dos gestores e fortalecer a participação da comunidade escolar nas unidades de ensino. Segundo a legislação os recursos do PTRF destinam-se às despesas de Custeio (para a aquisição de material de consumo, contratação de serviços e pagamentos de tarifas bancárias, manutenção de equipamentos e conservação das instalações físicas) e de Capital (para a aquisição de bens permanentes e pequenos investimentos que contribuem para o bom funcionamento da Unidade Escolar). O planejamento por parte das escolas é imprescindível, os programas já citados, PTRF e PDDE passaram a garantir que as escolas atuem mesmo que muitas vezes de maneira insatisfatória com mais autonomia na resolução de problemas imediatos que não eram resolvidos pelo poder público, além de favorecer maior intervenção das escolas em tarefas cotidianas. Essas ações oportunizam a escola uma gestão mais democrática dos recursos financeiros, maior participação da comunidade escolar na tomada de decisão e a utilização desses recursos nas prioridades das unidades escolares. Uma das entrevistadas apresentou o detalhamento e gerenciamento do PDDE da seguinte forma: Elaboramos nosso Plano Anual de Atividades, envolvendo as 4 verbas, que são: PTRF, PDDE Básico, PDDE Educação Integral, PDDE Estrutura 069 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 (Escola Acessível). Pesquisamos 3 orçamentos para cada tipo de gasto, estabelecido em ata e fazemos a aquisição do que tiver menor preço. Em reunião apresentamos a prestação de contas a todos os membros do Conselho de Escola e APM, que avaliam e confirmam a exatidão dos documentos julgando-os em ordem e em condições de serem aprovados ou não e em seguida tudo é enviado ao setor de contabilidade/ financeiro da Diretoria Regional de Educação e depois de conferido é enviado para conferência pelo TCM (Tribunal de Contas do Município) e publicado em DOM (Diário Oficial do Município). (E9) Sugestões para uma maior autonomia na administração dos recursos financeiros Menções significativas direcionaram-se para a superação da limitação da autonomia na aplicação das verbas. Os diretores gostariam de utilizar os recursos de acordo com as reais necessidades da escola nem sempre contemplados pela legislação. [...] verificada a necessidade de aplicação dos recursos em custeio ou capital, não previstos no Manual de Orientações de cada programa, o gestor deveria ter autonomia para gastar essa verba com a necessidade da escola. Isso em comum acordo com a Supervisão e Diretoria Regional. (E8) Acreditamos que se a escola comprovasse e fundamentasse a necessidade, algumas aquisições poderiam ser consideradas e permitidas para garantir que todas as necessidades da escola fossem contempladas com os recursos financeiros disponíveis. No mais, entendemos que há necessidade de estabelecer parâmetros, legislações e critérios para uso dos recursos públicos. (E9) Tornar mais flexível a utilização, não limitando o valor que pode ser gasto a um único item. (E10) O principal é a flexibilização da aplicação, a restrição de itens a serem adquiridos é alta e nem sempre contemplam nossos projetos pedagógicos. Também a alteração de forma de pagamento poderia agilizar e até economizar gastos, seria a aceitação de cartão de débito para compras, pois como só podemos utilizar cheques ficamos reféns de algumas lojas que aceitam este tipo de pagamento não podendo usufruir de ampla concorrência. (E11) As falas apontam que apesar das verbas pretenderem conceder autonomia na gestão elas ainda carecem de flexibilização, limitando a sua utilização há um rol de itens pré- definidos. Foram consideradas também pelos entrevistados sugestões relativas ao valor das verbas, percebidas por estes como necessitando de uma ampliação: 070 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 A escola municipal paulistana pode dizer que tem garantida sua autonomia financeira dentro do que recebe, eu acredito queo valor por número de aluno é que é inadequado pois os prédios são antigos e grandes e o recurso é insuficiente para todas as demandas. Ainda não conseguimos garantir a plena realização dos nossos objetivos que foram expressos no nosso projeto pedagógico, com o valor a nós destinado. Os percentuais mínimos destinados às escolas deveriam ser repensados pelas autoridades que o distribuem. É necessário um volume maior de dinheiro nos repasses para que as escolas consigam concretizar a melhoria da qualidade de ensino tão desejado no Projeto Político Pedagógico das unidades. (E2) A burocracia deveria ser reduzida e os recursos deveriam ser aumentados para facilitar a administração dos mesmos. (E3) O problema maior dos recursos financeiros não é a falta de autonomia da verba que chega à escola, mas sim, os valores dos repasses diretos à escola. Depois que discutimos os percentuais dos valores repassados às escolas podemos medir o grau de autonomia dos recursos financeiros da educação pública. No portal da PMSP, há os valores... Receita educação PMSP – 17 bilhões Repasse às Escolas – 170 milhões. Eu poderia afirmar que a autonomia atual é 1%. (E6) Uma das entrevistadas demonstrou estar satisfeita apresentando como sugestão a liberação da verba para compra de material de informática. Acredito que da forma que é feita é satisfatória. Seria interessante e necessário a liberação de compra de material de informática. (E4) Relevante e até certo ponto surpreendente foi à menção de um gestor sugerindo uma verba destinada às necessidades do trabalho docente que nem sempre costumam ser lembradas: Talvez uma verba destinada somente às necessidades urgentes ao trabalho do professor. (E5) Considerações finais A Gestão dos recursos financeiros destinados às escolas é de fundamental importância para a educação, faz-se necessária uma prática autônoma e democrática que influencie uma boa administração e consequentemente a empregabilidade consciente do dinheiro que chega às unidades escolares. Nesse contexto, na década de 90, no marco legal foram criadas importantes iniciativas enfatizando o comprometimento dos gestores e de toda comunidade escolar no 071 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 emprego dos recursos financeiros, daí a importância de compreender essas legislações e o funcionamento do financiamento que são itens relevantes para formação de um gestor comprometido com a educação pública de qualidade. Não obstante os avanços no marco legislatório com a definição de políticas para uma gestão mais democrática dos recursos financeiros, os dados levantados a partir da opinião dos gestores revelam que há ainda há muito a avançar na prática no tocante a gestão participativa das verbas destinadas à educação. As falas dos gestores apontam que apesar das iniciativas da lei pretenderem conceder autonomia na gestão elas ainda carecem de flexibilização, reduzindo a sua utilização há um rol de itens pré-definidos, limitando o poder decisório da unidade escolar e comprometendo o destino dos recursos para suas reais prioridades devido ao engessamento legal que regulamenta a aplicação de tais verbas. Ao mesmo tempo que os dados apontam o desejo de maior autonomia, revelam também que os diretores não apresentaram informações aprofundadas sobre as fontes de onde provêm os recursos, formas de distribuição, aspectos legais, controle e acompanhamento da aplicação dos gastos públicos e das políticas sobre o financiamento da educação. Ao serem convidados para falar sobre o financiamento da educação, os gestores ficaram mais restritos à administração dos recursos financeiros no âmbito da escola. Este aspecto demanda atenção, pois, pode constituir-se em um obstáculo para uma participação mais ampla no debate sobre a problemática da aplicação dos recursos e a participação na aplicação, controle e acompanhamento das receitas públicas, bem como, na redefinição de políticas e ações mais democráticas do financiamento da educação. A pesquisa revelou como positivo, a ênfase que os gestores deram aos órgãos colegiados como APM (Associação de Pais e Mestres) e Conselho de Escola ao referirem-se a gestão dos recursos financeiros na esfera escolar, demonstrando possuir consciência do caráter participativo do planejamento e do uso dos recursos financeiros. Em suma, os dados demonstram que apesar dos avanços na legislação por uma orientação a favor da gestão democrática e da compreensão da autonomia das escolas no gerenciamento dos recursos financeiros como um item necessário para consolidar a gestão democrática, na prática, no dia a dia das escolas a baixa autonomia dos diretores e comunidade escolar no planejamento e gerenciamento das finanças tem impactado como um fator obstaculizador para a consolidação da gestão democrática. 072 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 Referências ADRIAO, Theresa; PERONI, Vera. Implicações do Programa Dinheiro Direto na Escola para a gestão de escola pública. Educ. Soc., v.28, n. 98, abr. 2007. Disponível em ˂http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101- 73302007000100013&Ing=pt&nrm=iso˃. acesso em 06 out. 2014. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-73302007000100013. BRASIL. Constituição (1998). Constituição da República Federativa do Brasil. Texto consolidado até a Emenda Constitucional nº 64 de 04 de fevereiro de 2010. Brasília, DF, Senado Federal, 2010. BRASIL. Ministério da Educação. Lei Nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996. Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, na forma prevista no art. 60, § 7º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e dá outras providências. Brasília, DF: Congresso Nacional, 1996. BRASIL. Ministério da Educação. PNE – Lei Nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Brasília, DF: Congresso Nacional, 2001. BRASIL. Ministério da Educação. RESOLUÇÃO Nº 04, de 13 de julho de 2010. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Brasília: CNE/CEB 4/2010. BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. LDB – Lei nº 9393/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: MEC, 1996. 073 http://dx.doi.org/10.1590/S0101-73302007000100013 Revista de Administração Educacional, Recife, V. 1 . Nº 2 . 2016 jul./dez 2016 p.17-35 BRASIL. Ministério da Fazenda. Portaria Nº 448, de 13 de setembro de 2002. DOU de 17. 09. 2002. Divulga detalhamento das naturezas de despesas 339030, 339036, 339039 e 449052. BRASIL. Resolução nº 003, de 27 de fevereiro de 2003. Dispõe sobre os critérios e as formas de transferência e de prestação de contas dos recursos destinados à execução do Programa Dinheiro Direto na Escola, PDDE, e dá outras providências. Disponível em http://www.fnde.gov.br/home/legislacao_manuais/pdde>. Acesso em: 03 set. 2015. CURY, Carlos Roberto Jamil. A gestão democrática na escola e o direito à educação. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação – Periódico científico editado pela Anpae, v.23, n. 3, 2007. LIMA, L. Organização Escolar e democracia radical: Paulo Freire e a governação democrática da escola pública. São Paulo: Cortez, 2000. LUDKE, Menga; ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 2013. SÃO PAULO (estado). Cartilha Conselho de escola. São Paulo: FDE, 2014. SÃO PAULO. Prefeitura da cidade de São Paulo. Procedimentos para aplicação dos repasses referentes ao Programa de Transferência de Recurso Financeiro – PTRF; Lei nº 13.991, de 10 de junho de 2005. São Paulo: SME, 2005. SOUZA, Ângelo Ricardo. Explorando e construindo um conceito de gestão escolar democrática. Educação em Revista, v. 25,suplementar, às escolas públicas da educação básica das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas privadas de educação especial mantidas por entidades sem fins lucrativos, registradas no Conselho Nacional de Assistência 006 Social (CNAS) como beneficentes de assistência social, ou outras similares de atendimento direto e gratuito ao público. As Escolas são unidades administrativa que se podem pertencer a estrutura diferenciadas de acordo com a forma de governo ao qual está vinculada em especial quanto a gestão de recursos financeiros, é importante que o gestor realize a gestão financeira numa atitude consciente e comprometido com a realidade escolar, e perceba a gestão financeira com uma de suas competências. A escola pública é parte integrante do sistema de administração pública da educação e tem o dever de atender todas as obrigações legais, funcionais, operacionais e de ordem hierárquica que cabem a ela. 3 Gestão Escolar É imprescindível a compreensão dos conceitos junto as concepções de Gestão Escolar e de participação como forma de incluir os sujeitos participantes, apontando os desafios da escola diante do exercício da gestão e da participação, efetivar um processo participativo escolar. Os gestores escolares têm o desafio de democratizar os saberes e as práticas dentro da escola, procurando envolver todos os sujeitos a fim de que cada um assume seu papel em prol de uma escola mais participativa. A gestão escolar, é gerenciar a Proposta Educacional, baseada no paradigma de homem e sociedade em que utilizamos, proposta está, presente no Plano Municipal de Educação como no Plano da Escola que estabelece a finalidade do sistema e o caracteriza através da especificidade da organização escolar. Essa especificidade precisa ser reconstruída a partir da leitura das demandas da nova sociedade do conhecimento e dos espaços abertos na nova legislação, concebida com flexibilidade para a construção de propostas pedagógicas adequadas às necessidades e circunstâncias locais e regionais, que busca, como meta, a inclusão da população de diferentes faixas etárias no processo educativo, incorporando a diversidade cultural contemporâneo. Administrar o trabalho pedagógico em uma escola de esfera requer conhecimento e autonomia por parte do profissional, requer uma formação de boa qualidade além de exigir do gestor um trabalho coletivo na construção do projeto político-pedagógico. 007 No âmbito da autonomia, o conhecimento específico sobre a condução das questões financeiras na escola vai além do domínio de cálculos ou operações simples de verbas. Para que haja eficiência na gestão dos recursos públicos destinados à educação. Os envolvidos, no trato deles, deverão ter a compreensão macro do financiamento da educação,com recursos como o PDDE e FNDE. A Gestão do Sistema Municipal de Ensino, fundamentada no Plano Municipal de Educação, compõe-se como um processo de articulação na construção e desenvolvimento da Proposta Pedagógica das escolas de sua jurisdição. A especificidade da organização educacional é encontrar/observar os aspectos diferentes das demais organizações, determinadas pelos fatores que a caracterizam e tornam a singular, diferentes das demais organizações, que são estes: a sua finalidade, estrutura pedagógica, relações internas e externas que surgem dessa estrutura; e sua produção, que se diferencia da produção em série, trabalhando a equidade social. Um processo educacional e ação escolar, significa definir um projeto de cidadania e atribuir uma finalidade à escola que seja congruente com aquele projeto. De acordo com BUAS e PERRENOUD (2008. p161 apud, 2000.p103): Administrar os recursos de uma escola é fazer escolhas, ou seja, é tomar decisões coletivamente. Na ausência de projeto comum, uma coletividade utiliza os recursos que tem, esforçando-se, sobretudo, para preservar uma certa equidade na repartição dos recursos. Por essa razão, se não for posta a serviço de um projeto que proponha prioridade, a administração descentralizada dos recursos pode, sem benefício visível, criar tensões difíceis de vivenciar, com sentimento de arbitrariedade ou injustiça pouco propício à cooperação. Os recursos recebidos devem ser cuidadosamente aplicados, com planejamento feito coletivamente com o conselho escolar. Para que esse processo tenha êxito é fundamental a participação, compromisso, seriedade e responsabilidade. Nesse processo, o diretor da escola, como líder do processo de gestão democrática, vai necessitar de competências que o ajudem a conduzir o processo junto com a comunidade escolar. De acordo com ARAÚJO (2003): Entre essas competências está a de garantir a participação de todos no processo, até porque um elemento fundamental no processo participativo está relacionado com a motivação dos atores envolvidos, que perpassa os objetivos comuns dos indivíduos e se amplia a partir dos interesses coletivos. 008 Os recursos financeiros podem ser utilizados para as seguintes finalidades: aquisição de material permanente; manutenção, conservação e pequenos reparos da unidade escolar; aquisição de material de consumo necessário ao funcionamento da escola; capacitação e aperfeiçoamento de profissionais da educação; avaliação de aprendizagem; implementação de projeto pedagógico; e desenvolvimento de atividades educacionais. O valor transferido a cada escola é determinado com base no número de alunos matriculados no ensino fundamental ou na educação especial estabelecido no censo escolar do ano anterior ao do atendimento. 3.1 REPASSE DE RECURSOS FINACEIROS O PDDE um programa federal implantado sob a responsabilidade do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), constituindo-se num dos programas de financiamento mais importantes. O PDDE presta assistência financeira, às escolas públicas da educação básica das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas privadas de educação especial mantidas por entidades sem fins lucrativos, registradas no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). De acordo com Peroni e Adrião (2006): O recebimento do PDDE pelas escolas apresenta dois aspectos favoráveis, sendo o primeiro que o dinheiro é repassado diretamente à escola, o que dá aos gestores liberdade para priorizar e definir seu plano de aplicação destes recursos. O segundo aspecto é concerne à melhoria das condições de manutenção, dos equipamentos e de funcionamento das escolas. O PDDE consiste na transferência de recurso financeiro anual, via FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) o qual disponibiliza os recursos financeiros diretamente a estas escolas, sendo feito em uma única parcela com o objetivo de contribuir para melhoria e manutenção da infraestrutura pedagógica e física dos estabelecimentos de ensino. Conforme o art. 70 da Resolução 03/97: Os recursos serão liberados diretamente às unidades executoras. De acordo com o manual de orientação a Unidade Executora tem como função administrar recursos transferidos por órgãos federais, estaduais, municipais, advindos da comunidade, de 009 entidades privadas e provenientes da promoção de campanhas escolares, bem como fomentar atividades pedagógicas da escola. (BRASIL, 1997b, p. 11). Para que este repasse seja feito, faz-se necessário que a escola esteja em atividade, possua o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Física) para que se constituam em órgãos deliberativos com poderes de compra, tomada de preços e prestação de contas de acordo com a situação, além disso, devem possuir conta bancária, dispor de unidade executora (UEx) e a matrícula de todos os alunos devem estar efetivados na escola, de acordo com o código do aluno no INEP – (Instituto Nacional de Estudo e Pesquisa). O referido programa ocupa papeln. 03, dez. 2009. VIEIRA, Sofia Lerche. Financiamento da Educação. In. VIEIRA, Sofia Lerche. Educação Básica: política e gestão da escola. Brasília: Liber Livro; 2009. 074 http://www.fnde.gov.br/home/legislacao_manuais/pdde ADQUIRA AGORA MESMO SEU CERTIFICADO DE 120H RECONHECIDO ��o ,� ' • presentes e futuros, das forças, valores, surpresas e incertezas e da ação dos atores sociais nesses cenários. Assim, a gestão da educação trabalha com atores sociais e suas relações com o ambiente, enquanto sujeitos da construção da história humana, gerando participação, corresponsabilidade e compromisso. Em 1995 foi desenvolvido o PDDE que tem por finalidade prestar assistência financeira, em caráter suplementar, às escolas públicas da educação básica das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas privadas de educação especial mantidas por entidades sem fins lucrativos, registradas no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) como beneficentes de assistência social, ou outras similares de atendimento direto e gratuito ao público. As Escolas são unidades administrativa que se podem pertencer a estrutura diferenciadas de acordo com a forma de governo ao qual está vinculada em especial quanto a gestão de recursos financeiros, é importante que o gestor realize a gestão financeira numa atitude consciente e comprometido com a realidade escolar, e perceba a gestão financeira com uma de suas competências. A escola pública é parte integrante do sistema de administração pública da educação e tem o dever de atender todas as obrigações legais, funcionais, operacionais e de ordem hierárquica que cabem a ela. 3 Gestão Escolar É imprescindível a compreensão dos conceitos junto as concepções de Gestão Escolar e de participação como forma de incluir os sujeitos participantes, apontando os desafios da escola diante do exercício da gestão e da participação, efetivar um processo participativo escolar. Os gestores escolares têm o desafio de democratizar os saberes e as práticas dentro da escola, procurando envolver todos os sujeitos a fim de que cada um assume seu papel em prol de uma escola mais participativa. A gestão escolar, é gerenciar a Proposta Educacional, baseada no paradigma de homem e sociedade em que utilizamos, proposta está, presente no Plano Municipal de Educação como no Plano da Escola que estabelece a finalidade do sistema e o caracteriza através da especificidade da organização escolar. Essa especificidade precisa ser reconstruída a partir da leitura das demandas da nova sociedade do conhecimento e dos espaços abertos na nova legislação, concebida com flexibilidade para a construção de propostas pedagógicas adequadas às necessidades e circunstâncias locais e regionais, que busca, como meta, a inclusão da população de diferentes faixas etárias no processo educativo, incorporando a diversidade cultural contemporâneo. Administrar o trabalho pedagógico em uma escola de esfera requer conhecimento e autonomia por parte do profissional, requer uma formação de boa qualidade além de exigir do gestor um trabalho coletivo na construção do projeto político-pedagógico. No âmbito da autonomia, o conhecimento específico sobre a condução das questões financeiras na escola vai além do domínio de cálculos ou operações simples de verbas. Para que haja eficiência na gestão dos recursos públicos destinados à educação. Os envolvidos, no trato deles, deverão ter a compreensão macro do financiamento da educação,com recursos como o PDDE e FNDE. A Gestão do Sistema Municipal de Ensino, fundamentada no Plano Municipal de Educação, compõe-se como um processo de articulação na construção e desenvolvimento da Proposta Pedagógica das escolas de sua jurisdição. A especificidade da organização educacional é encontrar/observar os aspectos diferentes das demais organizações, determinadas pelos fatores que a caracterizam e tornam a singular, diferentes das demais organizações, que são estes: a sua finalidade, estrutura pedagógica, relações internas e externas que surgem dessa estrutura; e sua produção, que se diferencia da produção em série, trabalhando a equidade social. Um processo educacional e ação escolar, significa definir um projeto de cidadania e atribuir uma finalidade à escola que seja congruente com aquele projeto. De acordo com BUAS e PERRENOUD (2008. p161 apud, 2000.p103): Administrar os recursos de uma escola é fazer escolhas, ou seja, é tomar decisões coletivamente. Na ausência de projeto comum, uma coletividade utiliza os recursos que tem, esforçando-se, sobretudo, para preservar uma certa equidade na repartição dos recursos. Por essa razão, se não for posta a serviço de um projeto que proponha prioridade, a administração descentralizada dos recursos pode, sem benefício visível, criar tensões difíceis de vivenciar, com sentimento de arbitrariedade ou injustiça pouco propício à cooperação. Os recursos recebidos devem ser cuidadosamente aplicados, com planejamento feito coletivamente com o conselho escolar. Para que esse processo tenha êxito é fundamental a participação, compromisso, seriedade e responsabilidade. Nesse processo, o diretor da escola, como líder do processo de gestão democrática, vai necessitar de competências que o ajudem a conduzir o processo junto com a comunidade escolar. De acordo com ARAÚJO (2003): Entre essas competências está a de garantir a participação de todos no processo, até porque um elemento fundamental no processo participativo está relacionado com a motivação dos atores envolvidos, que perpassa os objetivos comuns dos indivíduos e se amplia a partir dos interesses coletivos. Os recursos financeiros podem ser utilizados para as seguintes finalidades: aquisição de material permanente; manutenção, conservação e pequenos reparos da unidade escolar; aquisição de material de consumo necessário ao funcionamento da escola; capacitação e aperfeiçoamento de profissionais da educação; avaliação de aprendizagem; implementação de projeto pedagógico; e desenvolvimento de atividades educacionais. O valor transferido a cada escola é determinado com base no número de alunos matriculados no ensino fundamental ou na educação especial estabelecido no censo escolar do ano anterior ao do atendimento. 3.1 REPASSE DE RECURSOS FINACEIROS O PDDE um programa federal implantado sob a responsabilidade do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), constituindo-se num dos programas de financiamento mais importantes. O PDDE presta assistência financeira, às escolas públicas da educação básica das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas privadas de educação especial mantidas por entidades sem fins lucrativos, registradas no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). De acordo com Peroni e Adrião (2006): O recebimento do PDDE pelas escolas apresenta dois aspectos favoráveis, sendo o primeiro que o dinheiro é repassado diretamente à escola, o que dá aos gestores liberdade para priorizar e definir seu plano de aplicação destes recursos. O segundo aspecto é concerne à melhoria das condições de manutenção, dos equipamentos e de funcionamento das escolas. O PDDE consiste na transferência de recurso financeiro anual, via FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) o qual disponibiliza os recursos financeiros diretamente a estas escolas, sendo feito em uma única parcela com o objetivo de contribuir para melhoria e manutenção da infraestrutura pedagógica e física dos estabelecimentos de ensino. Conforme o art. 70 da Resolução 03/97: Os recursos serão liberados diretamente às unidades executoras. De acordo com o manual de orientação a Unidade Executora tem como função administrar recursos transferidos por órgãos federais, estaduais, municipais, advindos da comunidade, de entidades privadas e provenientes da promoção de campanhas escolares, bem como fomentar atividades pedagógicas da escola. (BRASIL, 1997b, p. 11). Para que este repasse seja feito, faz-se necessário que a escola esteja em atividade, possua o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Física) para que se constituam em órgãos deliberativos com poderes de compra, tomada de preços e prestação de contas de acordo com a situação, além disso, devem possuir conta bancária, dispor de unidade executora (UEx) e a matrícula de todos os alunos devem estar efetivados na escola, de acordocom o código do aluno no INEP – (Instituto Nacional de Estudo e Pesquisa). O referido programa ocupa papel estratégico nas escolas, redirecionando espaços de participação como os conselhos de escola ou unidades executoras (UEx). Esses repasses de recursos públicos federais são feitos através do governo federal às escolas de acordo com o cálculo do número de alunos matriculados e informados no Censo Escolar, tendo como data base o mês de Maio do ano anterior ao repasse do recurso financeiro. E destinam-se a beneficiar as escolas na aquisição de material permanente; na realização de pequenos reparos voltados à manutenção, conservação e melhoria do prédio da unidade escolar; na aquisição de material de consumo; na avaliação da aprendizagem; na implementação de projeto pedagógico e no desenvolvimento de atividades educacionais. (FNDE, 2011). O presidente do conselho deliberativo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) com o propósito de sistematizar, disciplinar e padronizar os procedimentos administrativos no processo de aplicação dos recursos financeiros resolve: Estabelecer os procedimentos a serem adotados para aquisição de materiais e bens e contratação de serviços, com os repasses efetuados à custa do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), pelas Unidades Executoras Próprias (UEx) e entidades qualificadas como beneficentes de assistência social ou de atendimento direto e gratuito ao público que ministram educação especial, denominadas de Entidades Mantenedoras (EM), de que trata o inciso I, § 2º, do art. 22 da Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009. (FNDE, 2011). As escolas públicas com mais de 99 estudantes matriculados devem criar suas unidades executoras para serem beneficiadas com recursos do PDDE. Apenas as escolas com mais de vinte e menos de cem alunos sem unidades executoras próprias podem receber indiretamente o recurso. Nesse caso, o FNDE transfere o dinheiro para as secretarias estaduais de Educação e as prefeituras. Para a aquisição de materiais e bens e/ou contratações de serviços efetuados com o repasse do PDDE as escolas estaduais do município adotam a pesquisa de preço e abrangem o maior número de fornecedores e prestadores de serviço do ramo do bem a ser adquirido ou contratado. A pesquisa de preço tem por escopo a competitividade que evita exigências por parte dos prestadores de serviços, no entanto, ela é realizada através das Unidades Executoras (UEx) que em reunião com os membros e/ou representantes do colegiado escolar selecionam os materiais e bens a serem adquiridos e/ou contratados para suprir as necessidades primárias da escola de acordo com a finalidade do programa, e registram em ata todos os produtos e/ou serviços escolhidos, sendo obrigatório a avaliação de no mínimo 03 (três orçamentos) para evitar favorecimentos. O repasse de recursos para administração direta das escolas é prática que vem sendo paulatinamente implantada. É necessário ressalvar que a maior fatia dos gastos em educação corresponde a pagamento de pessoal, sendo este realizado diretamente pelas mantenedoras. Há também uma série de despesas que são realizadas diretamente pelas mantenedoras, tais como aquelas com construção de escolas, manutenção de órgãos centrais da administração ou serviços de transporte escolar. Ou seja, quando as escolas recebem repasses de recursos públicos, em geral estes representam uma parte relativamente pequena dos custos da rede escolar. O PDE surgiu com várias intenções, uma delas foi a inclusão das metas de qualidade para a educação básica, fazendo parte destas, no sentido de contribuir para que escolas e secretarias de educação se organizem no atendimento aos alunos e consequentemente criem uma base sobre a qual as famílias possam se apoiar para exigir uma educação de maior qualidade. Já o FNDE é repassado uma vez por ano e seu valor é calculado com base no número de alunos matriculados na escola segundo o Censo Escolar do ano anterior. O dinheiro destina-se à aquisição de material permanente; manutenção, conservação e pequenos reparos da unidade escolar; aquisição de material de consumo necessário ao funcionamento da escola; avaliação de aprendizagem; implementação de projeto pedagógico; e desenvolvimento de atividades educacionais. Todas as escolas públicas rurais de educação básica recebem também uma parcela suplementar, de 50% do valor do repasse. As escolas urbanas de ensino fundamental que cumpriram as metas intermediárias do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) estipuladas para 2007 também recebem essa parcela suplementar. De acordo com a pesquisa feita em sites da internet e estudos em documentos pesquisados na prefeitura, os recursos financeiros que a escola recebe são oriundos do repasse anual do PDDE é gerenciado pelo conselho da escola. Após o recebimento do recurso, o gestor escolar combinado aos demais seguimentos decide no que será gasto, e quais a necessidade prioritária. Em seguida devem fazer a prestação de contas, com tudo em que foi gasto a verba e encaminhar para a secretaria de Educação do município. Compete a prefeitura ficar responsável pela documentação e analisar e fazer a prestação de contas e ainda deve ser feito um parecer, com o prazo para entrega até o mês de fevereiro, para que a escola receba o repasse do ano seguinte. 3.2 QUALIDADE ESCOLAR E SEUS DESAFIOS A construção da qualidade de ensino da escola pública no Brasil, relaciona-se à construção de uma gestão democrática, com o foco na escola como local de formação de cidadão e a sua construção da cidadania. Problematizar essas questões é um meio importante a se desenhar no nascimento da qualidade da educação. Os indicadores de qualidade da educação no Brasil, provenientes das políticas públicas de avaliação, têm se centrado nos resultados dos exames nacionais. A Prova Brasil, é uma forma de realizar a aferição do desempenho escolar e é composta de um exame nacional desconsiderando as particularidades locais, compreendendo-se que na rotina escolar não possa ser ignorada e que existe a necessidade de ser acompanhada, observada e avaliado na perspectiva de se definir as alterações que resultem em melhorias. Estratégias de avaliações internas junto aos resultados das avaliações externas pode ser composta de elementos indispensáveis na gestão escolar deslumbramento da construção de uma qualidade na educação. É debate entre indivíduos e grupos que têm um interesse em relação à rede educativa a qualidade a ser alcançada, que preocupasse admitindo responsabilidade junto a ela, que estão envolvidos e que trabalham para definir, de forma consensual os valores, os objetivos, as prioridades delas e as ideias sobre como deve/pode ser. A participação dos gestores escolares e dos secretários municipais de educação manifestam e garantem uma compreensão de grande importância singular para de como se articular as ações na unidade escolar com as provenientes da rede, em relação a responsabilidade com a construção de uma educação com qualidade. Nos desafios fomentadores de ações voltadas a melhoria dos processos e aprendizagem, ao que se refere à gestão educacional, os gestores escolares dos municípios, alvo desse estudo, enfatizaram como desafios a melhora do IDEB, junto a necessidade de aproximar a escola e família, quanto a valorização dos profissionais, desta maneira auxiliando para que desempenhem melhor as suas funções e realizem um trabalho com qualidade oferecendo atendimento aos alunos com dificuldades. Contudo, existem desafios à formação inicial e continuada dos professores ressaltando a ausência de conhecimento perante os professores para trabalharem as dificuldades no aprendizado dos alunos e necessidade de ampliação de especialistas na escola. Importante destacar como desafio a manutenção do grupo de educadores atualizados na área da educação e realizando encontros para planejamentos, avaliações das ações e brainstorn para a melhoria do aprendizado. Para construir uma escola é, essencial, desenvolver e colocar em prática tanto uma concepçãopolítica, quanto uma concepção pedagógica que se realimentam e que se concretize em sua Proposta Pedagógica. A concepção política se deve por motivos estabelecidos dela ser a promovedora da ação transformadora da sociedade e concepção pedagógica, visto que, é ela a essência da função escolar, a estrutura e os demais meios são definidos e agrupados/administrados em função desse projeto. Assim as diversas propriedades da gestão têm objetivo privilegiado, determinando a sua finalidade pedagógica dispostas em meios que possibilitem sua. O parecer político do Proposta Pedagógica Escolar, necessita de relações internas interpessoais sejam coerentes com a filosofia de educação, que localiza o ser humano em um processo de emancipação. Sendo assim, as relações interpessoais no processo educativo podem desenvolver-se no eixo da horizontalidade, assim ultrapassando as relações de verticalidades criadas pela hierarquia autoritária, podem estabelecer relações de reconhecimento dos iguais na condição humana, com diferentes responsabilidades sociais e profissionais, respeitada a vocação pessoal. As relações externas, de outro lado, procuram pela coerência da finalidade da escola no ambiente em que trabalham, assim assegurando a dimensão pública da prática social na educação. As novas práticas a serem estabelecidas na rede de ensino municipal, pode se afirmar que é mais do que necessário para assegurar a participação de todos, preparando a comunidade para que seus membros se interessem e possuam conhecimento para exercer a participação de maneira plena. A educação brasileira avançou no sistema público de ensino através de investimentos e financiamentos nos programas de incentivo à Educação, minimizando os problemas educacionais e melhorando seu desempenho. E, um desses programas de incentivo à Educação diz respeito ao PDDE, objeto da pesquisa e, tem por objetivo, prestar assistência financeira, às escolas públicas de educação básica, contribuindo para a garantia de seu funcionamento e melhoria na infraestrutura. Dessa forma, as Escolas, ao final de cada ano, reúnem seus conselhos de escola para definir as metas e elaborar o plano de aplicação da verba para o ano seguinte. 4 Conclusão ou considerações finais A Gestão Escolar tem a finalidade de integração os setores escolares na comunidade como um todo, assim como uma gestão e aplicação dos recursos de forma eficiente, na busca por melhoria no processo de ensino e de aprendizado. Administrar a educação fundamenta-se em fazer o coletivo, com processo permanente, que é a mudança contínua/continuada, baseando-se na concepção de qualidade na educação na escola, é importante na solução dos problemas escolares a identificação, reconhecimento e aceitação dos responsáveis por ações que visam superá-los, é o processo de construção das estratégias e as ações concretas que produzem as transformações/evoluções necessárias à resolução dos problemas, assim, é preciso que a escola tenha competência técnica e compromisso político, coletivos, necessita de mudanças de paradigmas que fortalecem na construção de um Proposta Educacional e no desenvolvimento de uma gestão atual diferente. Pode-se concluir, com base na pesquisa que, é necessário avançar no debate acerca do custo aluno e na redistribuição de recursos governamentais para que a Educação no Brasil possa avançar em qualidade, igualdade e oportunidade, uma vez que as dimensões do Brasil. Suas diferenças socioeconômico culturais exigem uma definição de um padrão mínimo de qualidade para garantir a todos as condições igualdade na oferta de ensino. Ao analisar a gestão da educação, seja ela desenvolvida no processo escolar ou no sistema municipal de ensino, implica refletir sobre as políticas de educação, pois, há uma ligação forte, na medida em que a gestão transforma metas e objetivos educacionais em ações, dando forma e resultado nas direções estabelecidas pelas políticas, sendo importante a presença do gestor como agente estimulador do trabalho em equipe, é importante que eles adquirem a consciência da implantação da gestão democrática participativa com captação de esforços e paciência, mas que é um dos fatores fundamentais na organização escolar e na qualidade do ensino aprendizagem, possibilitando melhorias no universo escolar consequentemente na educação. Enfim a análise dos dados da pesquisa nos permite indicar novos estudos acerca de quais são as reais necessidades das escolas públicas nos estados e municípios; de que forma os entes federativos podem elevar os investimentos e financiamento da educação básica e como pode ser feito o repasse de mais recursos financeiros pelo FNDE para suprir as necessidades das escolas públicas. Desta maneira, a partir da reflexão traçado ao longo do trabalho, é importante ressaltar que apesar de o presente texto ter a gestão dos sistemas municipais de ensino e da escola como foco privilegiado, políticas de educação surgem naturalmente como suporte às reflexões apresentadas, como meios essenciais na busca de uma boa gestão resultando na qualidade de ensino. 5 Referências AGUIAR, M. À. da S. Para onde vão à orientação e a supervisão educacional? Campinas: Papirus, 2002. ARAÚJO, Alexandre Viana. Política Educacional e Participação Popular: um estudo sobre esta relação no município de Camaragibe-PE. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2003 (Dissertação de Mestrado). BRASIL/MEC/FNDE, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Disponível em: acesso em: 08 de dezembro e 2018. BUSS,Rosinete Bloemer Picklers.Gestão Escolar-Associação Educacional Leonardo da Vinci(ASSElvi)-Indaial:Ed ASSELVI 2008. CARDOSO, Fernando Henrique. A Arte da Política – A História que Vivi. Civilização Brasileira, 2006. GADOTTI, Moacir e Romão, José E. Autonomia da escola: princípios e propostas.5ª ed. São Paulo: Cortez, Instituto Paulo Freire, 2002 – (Guia da Escola Cidadã; v.1). ENNERA BLOG. Gestão escolar: entenda o que é e como desenvolvido. Disponível em: . Acesso em: 16 set. 2018. FAUNDEZ, A. O Poder da participação. São Paulo: Cortez, 1993. FLORES, Maria Luiza R.; TOLEDO, Leslie (orgs). Da escola cidadã à cidade educadora: a experiência de Porto Alegre. Porto Alegre. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Secretaria Municipal de Educação. Páginas 11-17. FREIRE, P. Conscientização: Teoria e prática da libertação: Uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. 3a ed.; São Paulo: Centauro, 2006. FREITAS, L. C. et al. Avaliação educacional: caminhando na contramão. 3. Ed. Petrópolis: Vozes, 2011. GADOTTI, M. Escola cidadã, cidade educadora: projetos e práticas em processo. In: CONZATTI, Marli; GENUÍNO BORDIGNON. Gestão da educação: o município e a escola. Disponível em: . Acesso em: 17 set. 2018. GIL; CARLOS, Antônio; 1946. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. © 1987 por EDITORA ATLAS SA, São Paulo, v. 2002, n. 4 jul. 2002. Natália Juliani De Carvalho; MARIOTINI, Sérgio Donizeti. Revista Unifafibe online, [SL], mai. 2017. Disponível em: . Acesso em: 08 nov. 2018. PLACCO, V. M. N. de S. Formação de professores: o espaço de atuação do coordenador pedagógico-educacional. In: FERREIRA, S. C.; PROESC BLOG.COM. Gestão escolar: tudo o que você precisa saber. Disponível em: . Acesso em: 16 set. 2018. RIO. RJ. Resolução SME nº 1.074, de 14 de abril de 2010. Disponível em: >http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/3487204/DLFE-264117.pdf/1.0>. Acesso em: 13 out. 2018. SCHNEIDER, M. P. Projeto Político Pedagógico e pesquisa: uma nova escola. Videira: Unoesc, 2001. SOUZA, E. C. Cartografia Histórica: trilhas e trajetórias da formação de professores. Revista da FAEEBA: Educação e Contemporaneidade, Salvador.v. 12. n. 20, jul./dez., 2003, p. 431-446. TEIXEIRA, ELISEANE ALVES. RECURSOS FINANCEIROS QUE CONTRIBUEM PARA UM GESTÃO ESCOLAR. Web Artigos, Mato Grosso do Sul, nov. 2012. Disponível em: . Acesso em: 08 nov. 2018. WPWNSAR. O que é gestão é escolar?. Disponível em: . Acesso em: 17 set. 2018. Página em branco Página em brancoestratégico nas escolas, redirecionando espaços de participação como os conselhos de escola ou unidades executoras (UEx). Esses repasses de recursos públicos federais são feitos através do governo federal às escolas de acordo com o cálculo do número de alunos matriculados e informados no Censo Escolar, tendo como data base o mês de Maio do ano anterior ao repasse do recurso financeiro. E destinam-se a beneficiar as escolas na aquisição de material permanente; na realização de pequenos reparos voltados à manutenção, conservação e melhoria do prédio da unidade escolar; na aquisição de material de consumo; na avaliação da aprendizagem; na implementação de projeto pedagógico e no desenvolvimento de atividades educacionais. (FNDE, 2011). O presidente do conselho deliberativo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) com o propósito de sistematizar, disciplinar e padronizar os procedimentos administrativos no processo de aplicação dos recursos financeiros resolve: Estabelecer os procedimentos a serem adotados para aquisição de materiais e bens e contratação de serviços, com os repasses efetuados à custa do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), pelas Unidades Executoras Próprias (UEx) e entidades qualificadas como beneficentes de assistência social ou de atendimento direto e gratuito ao público que ministram educação especial, denominadas de Entidades Mantenedoras (EM), de que trata o inciso I, § 2º, do art. 22 da Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009. (FNDE, 2011). As escolas públicas com mais de 99 estudantes matriculados devem criar suas unidades executoras para serem beneficiadas com recursos do PDDE. Apenas as escolas com mais de vinte e menos de cem alunos sem unidades executoras próprias podem receber indiretamente o recurso. Nesse caso, o FNDE transfere o dinheiro para as secretarias estaduais de Educação e as prefeituras. 010 Para a aquisição de materiais e bens e/ou contratações de serviços efetuados com o repasse do PDDE as escolas estaduais do município adotam a pesquisa de preço e abrangem o maior número de fornecedores e prestadores de serviço do ramo do bem a ser adquirido ou contratado. A pesquisa de preço tem por escopo a competitividade que evita exigências por parte dos prestadores de serviços, no entanto, ela é realizada através das Unidades Executoras (UEx) que em reunião com os membros e/ou representantes do colegiado escolar selecionam os materiais e bens a serem adquiridos e/ou contratados para suprir as necessidades primárias da escola de acordo com a finalidade do programa, e registram em ata todos os produtos e/ou serviços escolhidos, sendo obrigatório a avaliação de no mínimo 03 (três orçamentos) para evitar favorecimentos. O repasse de recursos para administração direta das escolas é prática que vem sendo paulatinamente implantada. É necessário ressalvar que a maior fatia dos gastos em educação corresponde a pagamento de pessoal, sendo este realizado diretamente pelas mantenedoras. Há também uma série de despesas que são realizadas diretamente pelas mantenedoras, tais como aquelas com construção de escolas, manutenção de órgãos centrais da administração ou serviços de transporte escolar. Ou seja, quando as escolas recebem repasses de recursos públicos, em geral estes representam uma parte relativamente pequena dos custos da rede escolar. O PDE surgiu com várias intenções, uma delas foi a inclusão das metas de qualidade para a educação básica, fazendo parte destas, no sentido de contribuir para que escolas e secretarias de educação se organizem no atendimento aos alunos e consequentemente criem uma base sobre a qual as famílias possam se apoiar para exigir uma educação de maior qualidade. Já o FNDE é repassado uma vez por ano e seu valor é calculado com base no número de alunos matriculados na escola segundo o Censo Escolar do ano anterior. O dinheiro destina-se à aquisição de material permanente; manutenção, conservação e pequenos reparos da unidade escolar; aquisição de material de consumo necessário ao funcionamento da escola; avaliação de aprendizagem; implementação de projeto pedagógico; e desenvolvimento de atividades educacionais. Todas as escolas públicas rurais de educação básica recebem também uma parcela suplementar, de 50% do valor do repasse. As escolas urbanas de ensino fundamental que 011 cumpriram as metas intermediárias do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) estipuladas para 2007 também recebem essa parcela suplementar. De acordo com a pesquisa feita em sites da internet e estudos em documentos pesquisados na prefeitura, os recursos financeiros que a escola recebe são oriundos do repasse anual do PDDE é gerenciado pelo conselho da escola. Após o recebimento do recurso, o gestor escolar combinado aos demais seguimentos decide no que será gasto, e quais a necessidade prioritária. Em seguida devem fazer a prestação de contas, com tudo em que foi gasto a verba e encaminhar para a secretaria de Educação do município. Compete a prefeitura ficar responsável pela documentação e analisar e fazer a prestação de contas e ainda deve ser feito um parecer, com o prazo para entrega até o mês de fevereiro, para que a escola receba o repasse do ano seguinte. 3.2 QUALIDADE ESCOLAR E SEUS DESAFIOS A construção da qualidade de ensino da escola pública no Brasil, relaciona-se à construção de uma gestão democrática, com o foco na escola como local de formação de cidadão e a sua construção da cidadania. Problematizar essas questões é um meio importante a se desenhar no nascimento da qualidade da educação. Os indicadores de qualidade da educação no Brasil, provenientes das políticas públicas de avaliação, têm se centrado nos resultados dos exames nacionais. A Prova Brasil, é uma forma de realizar a aferição do desempenho escolar e é composta de um exame nacional desconsiderando as particularidades locais, compreendendo- se que na rotina escolar não possa ser ignorada e que existe a necessidade de ser acompanhada, observada e avaliado na perspectiva de se definir as alterações que resultem em melhorias. Estratégias de avaliações internas junto aos resultados das avaliações externas pode ser composta de elementos indispensáveis na gestão escolar deslumbramento da construção de uma qualidade na educação. É debate entre indivíduos e grupos que têm um interesse em relação à rede educativa a qualidade a ser alcançada, que preocupasse admitindo 012 responsabilidade junto a ela, que estão envolvidos e que trabalham para definir, de forma consensual os valores, os objetivos, as prioridades delas e as ideias sobre como deve/pode ser. A participação dos gestores escolares e dos secretários municipais de educação manifestam e garantem uma compreensão de grande importância singular para de como se articular as ações na unidade escolar com as provenientes da rede, em relação a responsabilidade com a construção de uma educação com qualidade. Nos desafios fomentadores de ações voltadas a melhoria dos processos e aprendizagem, ao que se refere à gestão educacional, os gestores escolares dos municípios, alvo desse estudo, enfatizaram como desafios a melhora do IDEB, junto a necessidade de aproximar a escola e família, quanto a valorização dos profissionais, desta maneira auxiliando para que desempenhem melhor as suas funções e realizem um trabalho com qualidade oferecendo atendimento aos alunos com dificuldades. Contudo, existem desafios à formação inicial e continuada dos professores ressaltando a ausência de conhecimento perante os professores para trabalharem as dificuldades no aprendizado dos alunos e necessidade de ampliação de especialistas na escola. Importante destacar como desafioa manutenção do grupo de educadores atualizados na área da educação e realizando encontros para planejamentos, avaliações das ações e brainstorn para a melhoria do aprendizado. Para construir uma escola é, essencial, desenvolver e colocar em prática tanto uma concepção política, quanto uma concepção pedagógica que se realimentam e que se concretize em sua Proposta Pedagógica. A concepção política se deve por motivos estabelecidos dela ser a promovedora da ação transformadora da sociedade e concepção pedagógica, visto que, é ela a essência da função escolar, a estrutura e os demais meios são definidos e agrupados/administrados em função desse projeto. Assim as diversas propriedades da gestão têm objetivo privilegiado, determinando a sua finalidade pedagógica dispostas em meios que possibilitem sua. O parecer político do Proposta Pedagógica Escolar, necessita de relações internas interpessoais sejam coerentes com a filosofia de educação, que localiza o ser humano em um processo de emancipação. Sendo assim, as relações interpessoais no processo educativo podem desenvolver-se no eixo da horizontalidade, assim ultrapassando as relações de verticalidades criadas pela hierarquia autoritária, podem estabelecer relações de reconhecimento dos iguais na condição humana, com diferentes responsabilidades sociais e profissionais, respeitada a vocação 013 pessoal. As relações externas, de outro lado, procuram pela coerência da finalidade da escola no ambiente em que trabalham, assim assegurando a dimensão pública da prática social na educação. As novas práticas a serem estabelecidas na rede de ensino municipal, pode se afirmar que é mais do que necessário para assegurar a participação de todos, preparando a comunidade para que seus membros se interessem e possuam conhecimento para exercer a participação de maneira plena. A educação brasileira avançou no sistema público de ensino através de investimentos e financiamentos nos programas de incentivo à Educação, minimizando os problemas educacionais e melhorando seu desempenho. E, um desses programas de incentivo à Educação diz respeito ao PDDE, objeto da pesquisa e, tem por objetivo, prestar assistência financeira, às escolas públicas de educação básica, contribuindo para a garantia de seu funcionamento e melhoria na infraestrutura. Dessa forma, as Escolas, ao final de cada ano, reúnem seus conselhos de escola para definir as metas e elaborar o plano de aplicação da verba para o ano seguinte. 4 Conclusão ou considerações finais A Gestão Escolar tem a finalidade de integração os setores escolares na comunidade como um todo, assim como uma gestão e aplicação dos recursos de forma eficiente, na busca por melhoria no processo de ensino e de aprendizado. Administrar a educação fundamenta-se em fazer o coletivo, com processo permanente, que é a mudança contínua/continuada, baseando-se na concepção de qualidade na educação na escola, é importante na solução dos problemas escolares a identificação, reconhecimento e aceitação dos responsáveis por ações que visam superá-los, é o processo de construção das estratégias e as ações concretas que produzem as transformações/evoluções necessárias à resolução dos problemas, assim, é preciso que a escola tenha competência técnica e compromisso político, coletivos, necessita de mudanças de paradigmas que fortalecem na construção de um Proposta Educacional e no desenvolvimento de uma gestão atual diferente. Pode-se concluir, com base na pesquisa que, é necessário avançar no debate acerca do custo aluno e na redistribuição de recursos governamentais para que a Educação no Brasil 014 possa avançar em qualidade, igualdade e oportunidade, uma vez que as dimensões do Brasil. Suas diferenças socioeconômico culturais exigem uma definição de um padrão mínimo de qualidade para garantir a todos as condições igualdade na oferta de ensino. Ao analisar a gestão da educação, seja ela desenvolvida no processo escolar ou no sistema municipal de ensino, implica refletir sobre as políticas de educação, pois, há uma ligação forte, na medida em que a gestão transforma metas e objetivos educacionais em ações, dando forma e resultado nas direções estabelecidas pelas políticas, sendo importante a presença do gestor como agente estimulador do trabalho em equipe, é importante que eles adquirem a consciência da implantação da gestão democrática participativa com captação de esforços e paciência, mas que é um dos fatores fundamentais na organização escolar e na qualidade do ensino aprendizagem, possibilitando melhorias no universo escolar consequentemente na educação. Enfim a análise dos dados da pesquisa nos permite indicar novos estudos acerca de quais são as reais necessidades das escolas públicas nos estados e municípios; de que forma os entes federativos podem elevar os investimentos e financiamento da educação básica e como pode ser feito o repasse de mais recursos financeiros pelo FNDE para suprir as necessidades das escolas públicas. Desta maneira, a partir da reflexão traçado ao longo do trabalho, é importante ressaltar que apesar de o presente texto ter a gestão dos sistemas municipais de ensino e da escola como foco privilegiado, políticas de educação surgem naturalmente como suporte às reflexões apresentadas, como meios essenciais na busca de uma boa gestão resultando na qualidade de ensino. 5 Referências AGUIAR, M. À. da S. Para onde vão à orientação e a supervisão educacional? Campinas: Papirus, 2002. 015 ARAÚJO, Alexandre Viana. Política Educacional e Participação Popular: um estudo sobre esta relação no município de Camaragibe-PE. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2003 (Dissertação de Mestrado). BRASIL/MEC/FNDE, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Disponível em: acesso em: 08 de dezembro e 2018. BUSS,Rosinete Bloemer Picklers.Gestão Escolar-Associação Educacional Leonardo da Vinci(ASSElvi)-Indaial:Ed ASSELVI 2008. CARDOSO, Fernando Henrique. A Arte da Política – A História que Vivi. Civilização Brasileira, 2006. GADOTTI, Moacir e Romão, José E. Autonomia da escola: princípios e propostas.5ª ed. São Paulo: Cortez, Instituto Paulo Freire, 2002 – (Guia da Escola Cidadã; v.1). ENNERA BLOG. Gestão escolar: entenda o que é e como desenvolvido. Disponível em: . Ac esso em: 16 set. 2018. FAUNDEZ, A. O Poder da participação. São Paulo: Cortez, 1993. FLORES, Maria Luiza R.; TOLEDO, Leslie (orgs). Da escola cidadã à cidade educadora: a experiência de Porto Alegre. Porto Alegre. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Secretaria Municipal de Educação. Páginas 11-17. FREIRE, P. Conscientização: Teoria e prática da libertação: Uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. 3a ed.; São Paulo: Centauro, 2006. FREITAS, L. C. et al. Avaliação educacional: caminhando na contramão. 3. Ed. Petrópolis: Vozes, 2011. 016 GADOTTI, M. Escola cidadã, cidade educadora: projetos e práticas em processo. In: CONZATTI, Marli; GENUÍNO BORDIGNON. Gestão da educação: o município e a escola. Disponível em: . Acesso em: 17 set. 2018. GIL; CARLOS, Antônio; 1946. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. © 1987 por EDITORA ATLAS SA, São Paulo, v. 2002, n. 4 jul. 2002. Natália Juliani De Carvalho; MARIOTINI, Sérgio Donizeti. Revista Unifafibe online, [SL], mai. 2017. Disponível em: . Acesso em: 08 nov. 2018. PLACCO, V. M. N. de S. Formação de professores: o espaço de atuação do coordenador pedagógico-educacional. In: FERREIRA, S.C.; PROESC BLOG.COM. Gestão escolar: tudo o que você precisa saber. Disponível em: . Acesso em: 16 set. 2018. RIO. RJ. Resolução SME nº 1.074, de 14 de abril de 2010. Disponível em: >http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/3487204/DLFE-264117.pdf/1.0>. Acesso em: 13 out. 2018. SCHNEIDER, M. P. Projeto Político Pedagógico e pesquisa: uma nova escola. Videira: Unoesc, 2001. SOUZA, E. C. Cartografia Histórica: trilhas e trajetórias da formação de professores. Revista da FAEEBA: Educação e Contemporaneidade, Salvador. v. 12. n. 20, jul./dez., 2003, p. 431-446. TEIXEIRA, ELISEANE ALVES. RECURSOS FINANCEIROS QUE CONTRIBUEM PARA UM GESTÃO ESCOLAR. Web Artigos, Mato Grosso do Sul, nov. 2012. Disponível em: . Acesso em: 08 nov. 2018. WPWNSAR. O que é gestão é escolar?. Disponível em: . Acesso em: 17 set. 2018. 017 http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/3487204/DLFE-264117.pdf/1.0 GESTÃO DE RECURSOS FINANCEIROS NA ESCOLA PÚBLICA E DESEMPENHO ESCOLAR RESUMO trabalho consistiu na busca de informações sobre programas do governo estadual e federal que contemplam instituições com recursos financeiros e o gerenciamento desses recursos, em uma escola pública na cidade de Estrela/RS. O principal objetivo foi comparar a relação entre os investimentos feitos pela escola pública e o desempenho escolar dos alunos do terceiro ano do ensino médio, usando como parâmetro de avaliação a nota geral da instituição obtida no Enem. Analisou-se o montante de recursos financeiros recebidos, o destino dado a eles, suas aplicações, processos de prestação de contas e os procedimentos participativos que envolveram sua gestão. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, com a análise de documentos e das prestações de contas. Conforme dados comparativos, concluiu-se que os investimentos realizados com recursos públicos, tiveram pouca significância nos resultados dos estudantes, ou seja, o montante aplicado não foi suficiente para a melhoria das notas. Palavras chave: Recursos financeiros. Desempenho. Gestão. O 018 INTRODUÇÃO A educação é o principal pilar do desenvolvimento econômico e social, sendo importante para a transformação social. Esta transformação se dá a partir da abertura de espaços para os alunos refletirem e analisarem sobre os acontecimentos do mundo e suas implicações, afim de que possam se posicionar de forma política. Dessa forma, haverá o desenvolvimento do educando através da sociologia. A aprendizagem é uma causa fundamental do comportamento humano, pois afeta poderosamente não somente a maneira pela qual as pessoas pensam, sentem e agem, mas também suas crenças valores e objetivos. (CHIAVENATTO, 1980, p.78) A gestão democrática na instituição escolar começou a ter força a partir dos anos de 1980, na luta pela redemocratização e a descentralização do poder, visando novos modelos de gestão educacional. A Constituição de 1988 procurou introduzir inovações e novos compromissos sociais ao poder público. Na educação com a implantação do processo da descentralização, transferiu- se para a escola a responsabilidade de importantes decisões, delegando à comunidade escolar a responsabilidade de conduzir, em conjunto com o Governo e com outros setores da sociedade, os destinos da educação. A partir de então, criou-se o repasse de recursos financeiros para administração direta das escolas. As experiências de descentralização bem-sucedidas caracterizam-se não somente por uma delegação administrativa de poderes do governo central para governos e comunidades locais, mas também por uma elevação do grau de autonomia e flexibilidade na gestão escolar. Dessa forma, a descentralização pode se refletir em uma mudança dos incentivos dentro da escola e em uma melhoria do desempenho escolar. No entanto, a descentralização pode ter consequências adversas sobre a qualidade da educação quando o governo ou gestor local não tem capacitação técnica ou recursos adequados. É nesse momento que entra a gestão escolar capacitada. 019 Segundo Paulo Nunes, Economista, Professor e Consultor de Empresas, sobre gestão financeira no setor empresarial: A gestão financeira é uma das tradicionais áreas funcionais da gestão encontradas em qualquer organização e à qual cabem as análises, decisões e atuações relacionadas com os meios financeiros necessários à atividade da organização. Desta forma, a função financeira integra todas as tarefas ligadas à obtenção, utilização e controle de recursos financeiro. (NUNES, 2011) A aplicação eficiente dos recursos públicos é um dos grandes desafios para os gestores das escolas. Cabe a eles aplicar os mesmos de forma responsável, com foco nos resultados positivos e na transparência, e também buscar inovações das práticas escolares que estão correlacionadas a maiores elevações no aprendizado dos alunos. Cada vez mais se observa a necessidade de realização de estudos sobre a aplicação de recursos públicos, para verificar onde estão os melhores resultados e a melhor utilização dos mesmos. Acredita-se que avaliar a relação entre os gastos em educação e o desempenho dos estudantes é uma forma de verificar se a aplicação de recursos públicos está sendo eficaz, eficiente e efetiva. Não se discute que existem diversos fatores que exercem influência nos resultados do desempenho escolar, mas especificamente nessa análise documentada, não está se levando em consideração outros fatores. O foco do trabalho foi o levantamento da realidade da gestão financeira escolar, buscando conhecer quais são os programas estaduais e federais que transferem dinheiro ou materiais a escola, no que ela aplica o recurso, e se esse investimento interferiu na nota de desempenho do aluno que prestou o exame do Enem. Essa análise pretende esclarecer se os alunos desse educandário que prestaram o Enem obtiveram resultados mais satisfatórios do que seus colegas em anos anteriores. O período analisado para as comparações compreende o ano de 2010 a 2015. O referido trabalho terá a seguinte estrutura: iniciado pela introdução, no desenvolvimento do estudo será abordado o sistema de avaliação, os programas que destinam recursos financeiros e a gestão dos mesmos pela comunidade escolar. Na sequência, o resultado da pesquisa e o método pelo qual foi possível alcançar o resultado obtido no trabalho. Por último, a análise dos dados e as considerações finais a partir da metodologia aplicada. 020 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO A revisão teórica aborda temas relevantes do curso. Nesta etapa será desenvolvido o entendimento dos tópicos referentes à escola, programas que beneficiam a instituição, avaliação do ensino médio, recursos financeiros e gestão de recursos financeiros, que são fundamentais para o alcance do objetivo proposto neste trabalho. A escola, enquanto instituição social é convocada a atender de modo satisfatório as exigências da modernidade. O principal objetivo da escola é promover a educação e isso é fortalecido pela gestão democrática, capaz de viabilizar a aquisição do saber, através do desenvolvimento de aptidões nos alunos que os possibilitem tornarem-se indivíduos críticos, formadores de opinião e capazes de buscar alternativas para os problemas no âmbito escolar e social. Por isso a importância da formação de um sujeito pensante e ativo, para que possa, quando necessário, intervir rompendo com a forma de administração autoritária e propondo uma melhoria nas ações e decisões coletivas desenvolvidas na comunidade escolar. A formação para a cidadania crítica e participativa diz respeito a cidadãos-trabalhadores capazes de interferir criticamente na realidade para transformá-la,e não apenas integrar o mercado de trabalho. (LIBÂNEO, 2009. p. 119) A avaliação faz parte do processo educativo, o aluno passa a ser objeto de avaliação, cujo principal interesse é o seu desempenho. Ela é função primordial do sistema de organização e de gestão, e permite por em evidência as dificuldades surgidas na prática diária, mediante confrontação entre planejamento e o funcionamento real do trabalho. Visa o melhoramento do trabalho escolar, pois conhecendo a tempo as dificuldades, podem-se analisar suas causas e encontrar meios de superá-las. A avaliação é algo inerente à própria prática humana, na atividade educativa ela ganha relevância especial, porque é aí que se consubstanciam as potencialidades de atualização histórico-cultural do ser humano, pela qual se forjam as personalidades dos indivíduos, dando condições para sua atuação cada vez mais efetiva como sujeitos. (PARO, 2001, p.38) 021 O acompanhamento e o controle comprovam os resultados do trabalho e evidenciam os erros, as dificuldades, os êxitos e os fracassos relativos ao que foi planejado, implicando assim em uma análise profunda sobre o planejamento futuro, concentrando-se sempre em uma margem de erro cada vez menor. O objetivo do trabalho não é sugerir qual o melhor meio de avaliação, nem o modo mais satisfatório, considera-se que esse assunto tem vários enfoques, visões e divergências, pois, trata-se de um assunto complexo. Aqui queremos apenas comparar se com os investimentos financeiros feitos, houve um melhor desempenho de alunos desse educandário no decorrer do período. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi criado em 1998 com o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao fim da educação básica, ele também é utilizado pelo governo para definir políticas públicas educacionais, buscando contribuir para a melhoria da qualidade desse nível de escolaridade. O foco principal da avaliação é verificar as competências e habilidades que o aluno domina. O aluno deve demonstrar capacidade para interpretar gráficos, textos, mapas e informações em diversas linguagens. O exame também verifica se ao aluno é capaz de argumentar, solucionar problemas cotidianos e práticos, elaborar propostas de intervenção na realidade e apresentar ideias bem estruturadas. A educação escolar brasileira conta atualmente com avaliações nacionais nos três graus de ensino: O Saeb no ensino fundamental, o Enem, no ensino médio, e o Provão, no ensino superior. (LIBÂNEO, 2009 p.203) Em 2009, o MEC apresentou uma reformulação do exame, que passou também a servir como meio de seleção unificada para entrar no ensino superior. O estilo da prova mudou, houve um aumento no número de questões e um novo método de avaliação, no qual é possível comparar as provas de um ano para o outro. Recursos O investimento na educação deve ser considerado como medida prioritária no desenvolvimento do país. A importância desses recursos para a 022 escola é inquestionável, seu funcionamento depende muito desses valores. A exigência de um domínio cada vez maior de conhecimentos e habilidades impõe novas concepções de ensino, e com isso o aumento dos gastos nas instituições. A maior parte das escolas recebe uma contribuição financeira em forma de repasse do Poder Público Estadual. Esse recurso financeiro tem como finalidade ajudar na manutenção das despesas que a escolas tem, para manter o atendimento dos alunos durante o ano letivo. Os recursos financeiros da educação no Brasil foram definidos legalmente a partir da Constituição de 1934 (Art. 156), que trazia como incumbência da União e dos municípios o dever de aplicar nunca menos de dez por cento, e dos Estados e do Distrito Federal nunca menos de vinte por cento da renda resultante dos impostos na manutenção e no desenvolvimento do sistema educativo. A atual Constituição Federal de 1988 reiterou em seu texto as vinculações dos recursos financeiros para educação (Art.212), afirmando a obrigação da União em aplicar, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino público. “A União aplicará anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências na manutenção e desenvolvimento de ensino público.” (CF Art. 212 e LDB Art. 69). Quando as escolas recebem repasses de recursos públicos, em geral estes representam uma parte relativamente pequena dos custos da rede escolar. De acordo com Silva et al. (2012), é necessário avaliar a alocação, a distribuição e a aplicação dos recursos públicos para desenvolver políticas que permitam a ampliação dos serviços ofertados pelo Estado à sociedade. A escola pública é parte integrante do sistema de administração pública da educação e tem o dever de atender todas as obrigações legais, funcionais, operacionais e de ordem hierárquica que cabem a ela. O papel da escola pública não é de gerir recursos, mas de nomear prioridades para que os 023 recursos destinados a ela pelo poder público sejam gastos respondendo às necessidades enfrentadas em cada instituição escolar. Programas A origem dos recursos financeiros que contemplaram a instituição no período de análise é proveniente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) /MEC (Ministério da Educação) e Governo do Estado do Rio Grande do Sul. A LDB nº 9. 394/96, em seu Art. 15, estabelece que: Os sistemas de ensino assegurarão ás unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira observada às normas gerais de direito financeiro público. (BRASIL, 2010 p.26) O PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) consiste na assistência financeira às escolas públicas da educação básica das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas privadas de educação especial mantida por entidades sem fins lucrativos. O objetivo desses recursos é a melhoria da infraestrutura física e pedagógica, o reforço da autogestão escolar e a elevação dos índices de desempenho da educação básica. Os recursos do programa são transferidos de acordo com o número de alunos, de acordo com o censo escolar do ano anterior ao do repasse. O PROEMI (Programa Ensino Médio Inovador), instituído pela Portaria nº 971, de 09 de outubro de 2009, integra as ações do PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), como estratégia do Governo Federal para induzir a reestruturação dos currículos do Ensino Médio. O objetivo do PROEMI é apoiar e fortalecer o desenvolvimento de propostas curriculares inovadoras nas escolas de ensino médio, ampliando o tempo dos estudantes na escola e buscando garantir a formação integral com a inserção de atividades que tornem o currículo mais dinâmico, atendendo também as expectativas dos estudantes e às demandas da sociedade contemporânea. Autonomia financeira é o repasse que a Secretaria do Estado do Rio Grande do Sul, destina mensalmente para a manutenção das escolas 024 estaduais. O termo “autonomia” significa capacidade do indivíduo de analisar e avaliar determinada situação, tomando decisões próprias a seu respeito. Através do NFG (Nota Fiscal Gaúcha), as instituições públicas de assistência social, saúde e educação tem a oportunidade para se cadastrarem no site com o intuito de receber recursos financeiros. Essas instituições são contempladas com esses recursos de acordo com a pontuação obtida pelas indicações dos cidadãos participantes do programa, quando estes fazem suas compras e inserem o CPF nos cupons fiscais. Desde 1998 o Estado do Rio Grande do Sul instituiu através da Lei nº11.179, que a população define diretamente parte dos investimentos e serviços que constarão no orçamento do Estado. Esse processo foi denominado de Consulta Popular, anualmente o Governo fixa o valor submetido à deliberação da população, sendo esse valor distribuído entre as 28 Regiões do Estado, de acordo critérios como a população de cada região e o IDESE (Índice de Desenvolvimento Socioeconômico). Definidos os valores para cada região, o governo e os COREDES (Conselhos Regionais de Desenvolvimento) organizam o processo de discussão em Audiências Públicas Regionais, Assembleias Municipais e Fóruns Regionais. Nestes encontros, é construída uma cédula de votação regional, a qual é submetida aos eleitores gaúchos para votação. A escola participa desse processo e mobiliza a comunidade para votar, sendo que os eleitores escolhem até quatro prioridades na cédula que beneficiam a sua região. Os recursos financeiros recebidos pelo FNDE/MEC (PDDE e PROEMI) tem como unidade executora o CPM (Círculo de Pais e Mestres) e é o presidente do mesmo e o diretor que assinam a prestação de contas. Os recursos financeiros recebidos pelo Estado do Rio Grande do Sul são assinados pelo diretor da escola e integrantes do CE (Conselho Escolar). Uma das funções destinadas ao Conselho Escolar é a de fiscalização das atividades pedagógicas, administrativas e financeiras da instituição. Ele é composto por todos os segmentos que compõem a comunidade escolar, ou seja, pais de alunos, professores, alunos, funcionários e direção. 025 O conselho de escola tem atribuições consultivas deliberativas e fiscais em questões definidas na legislação estadual ou municipal e no regime escolar. Essas questões, geralmente, envolvem aspectos pedagógicos, administrativos e financeiros. (LIBÂNEO, 2009, p.340) Para que o responsável possa adquirir os recursos materiais e contratar os serviços ele deve conhecer os procedimentos gerais fixados na legislação que institui as normas para licitações e contratos de administração pública. É através do processo licitatório que há o reconhecimento da legalidade na aquisição dos bens materiais. Tudo que se for comprar em uma instituição pública deve passar por esse processo, desde a compra de um lápis a construção de uma obra. Todos os recursos financeiros que beneficiam a instituição têm como exigência um plano de aplicação da direção e que deve ser amplamente discutido em reuniões com os integrantes dos conselhos. Essas reuniões devem ter atas documentadas e assinadas por todos os integrantes presentes nesses encontros. Somente após a aprovação do plano de aplicação é que a instituição aplica o recurso. Na conclusão do processo convocam-se novamente os conselheiros, e após aprovação, colhem-se as assinaturas de todos e envia-se a prestação de contas ao órgão responsável. Gestão A capacidade de gestão é pré-requisito para fortalecimento da escola e o exercício de sua autonomia. Dirigir e coordenar significa assumir a responsabilidade por fazer a escola funcionar mediante o trabalho em conjunto. A gestão refere-se a todas as atividades de coordenação e de acompanhamento do trabalho das pessoas, envolvendo o cumprimento das atribuições de cada membro da equipe, a realização do trabalho em equipe, a manutenção do clima de trabalho em equipe, a avaliação de desempenho. (LIBÂNEO, 2009, p.348) A escola é um todo, com a participação responsável do conjunto nas tomadas de decisões e na efetivação mediante um compromisso coletivo que se consegue resultados educacionais cada vez mais significativos. Complementando essa fundamentação teórica será utilizada a obra de José Carlos Libâneo, que afirma entre outras questões: 026 A direção de uma escola deve ser exercida, tendo em conta, de um lado o planejamento, a organização a orientação e o controle de suas atividades internas, conforme suas características particulares, e sua realidade. (LIBÂNEO, 2004, p. 33). O gestor enfrenta muitas adversidades dentro do ambiente escolar. Seu papel dentro da instituição é proporcionar um ambiente agradável e harmonioso, onde consiga envolver todos com os objetivos a serem alcançados. A falta de unidade de ação educativa escolar pode resultar em efeitos prejudiciais aos objetivos de aprendizagem. A gestão democrático-participativa valoriza a participação da comunidade escolar no processo de tomada de decisão, concebe a docência como trabalho interativo e aposta na construção coletiva dos objetivos e do funcionamento da escola, por meio de dinâmica intersubjetiva, do diálogo, do consenso. (LIBÂNEO, 2009, p. 344) A gestão democrática dos recursos da escola pode vir a favorecer o envolvimento e a participação da comunidade, o que promove o exercício de participação política, essencial para a cidadania e o convívio em sociedade, além de criar um vínculo entre a escola e a comunidade que reflete também nas ações pedagógicas e de seus sujeitos. No âmbito da autonomia, o conhecimento específico sobre a condução das questões financeiras na escola vai além do domínio de cálculos ou operações simples de recursos. O gestor tem conhecimento das necessidades básicas da escola e junto com a comunidade escolar, planeja, organiza e executa ações de melhorias na instituição, conforme os recursos financeiros recebidos e as normas vigentes dos programas. Para tanto, é preciso um planejamento adequado, com a participação ativa da comunidade escolar, através do Conselho Escolar, do Círculo de Pais e Mestres em conjunto com o Gestor. Planejar é um processo onde se define o que fazer e como fazer, visando à utilização racional dos recursos disponíveis, para que, com eficiência, eficácia, efetividade e humanidade os objetivos pretendidos possam ser atingidos. (POLO, 2001, p 144) Uma boa gestão envolve, de um lado, assegurar que os atores envolvidos no processo educacional, como pais, diretores, professores e funcionários, tenham os recursos e o conhecimento necessários para melhorar o desempenho dos alunos. 027 (...) a administração a ser exercida pelo gestor deve zelar pela correta aplicação e pelo eficiente gerenciamento dos recursos públicos, na forma da lei, sendo imperioso, ainda observar a supremacia do interesse público e os princípios aplicáveis a Administração pública. (CASTILHO, 2011, p 23) A escola precisa de tempo para consolidar sua proposta de trabalho, identificar falhas e aprender com elas, promovendo ajustes. Desse modo, avaliar a relação entre os gastos em educação e o desempenho dos estudantes é uma maneira de verificar se a aplicação de recursos públicos está sendo eficaz e eficiente. Metodologia A pesquisa bibliográfica é a busca de uma problematização de um projeto de pesquisa a partir de referências publicadas. Ela constitui uma excelente técnica para fornecer ao pesquisador a bagagem teórica do conhecimento, e o treinamento científico que habilitam a produção de trabalhos originais e pertinentes. A pesquisa é definida como: (...) Procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas ao problema que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde formação do problema até a apresentação e discussão dos resultados. (GIL, 2008, p 17) A pesquisa bibliográfica qualitativa não se apresenta como uma proposta rigidamente estruturada, ela permite que a imaginação e a criatividade levem os analisadores a propor que explorem novos enfoques com uma fonte natural de informações e auxilia com dados importantes no estudo de alguns temas. A escolha dos documentos não é um processo aleatório, mas se dá em função de alguns propósitos, ideias ou hipóteses. A pesquisa bibliográfica costuma ser desenvolvida como parte de uma pesquisa mais ampla, visando identificar o conhecimento disponível sobre o assunto, a melhor formulação do problema ou a construçãode hipóteses. (GIL, 2008, p.88) Essa pesquisa consiste na aplicação de instrumentos metodológicos para levantamento de dados junto à escola e ao site do MEC. Buscou-se desta forma compreender a origem dos recursos financeiros que chegam à instituição 028 escolar, os programas que destinam essa verba, os montantes recebidos, o destino e a aplicação dos recursos que a escola lhe designou, além dos processos de participação e decisão envolvidos em sua execução financeira, usando a análise de documentos da prestação de contas e das Notas Fiscais. Para se obter as informações referentes aos alunos, buscaram-se as notas do exame do Enem, através do site do MEC-ENEM. A maioria dos registros de arquivo é produzida para uma finalidade específica e para um público específico que não a da investigação do estudo de caso, essas condições devem ser avaliadas na interpretação da utilidade e da exatidão desses registros. (YIN, 2010 p.132) Para o desenvolvimento da pesquisa referente aos recursos financeiros, foram analisados documentos arquivados na instituição, bem como a prestação de contas de cada programa no período compreendido entre os anos de 2010 a 2015. Através da pesquisa dos dados referente ao resultado dos alunos compreendido entre os anos de 2010 a 2015 das notas do exame do Enem, obteve-se a nota geral, a qual foi usada como parâmetro de avaliação. Após os dados coletados, montaram-se os quadros para as devidas comparações e análises. Devido ao seu valor global, os documentos desempenham um papel explícito em qualquer coleta de dados na realização dos estudos de caso. As buscas sistemáticas de documentos relevantes são importantes em qualquer plano de coleta de dados. (YIN, 2010, p.130) De acordo com Cervo, Bervian e da Silva (2007, p.62) na pesquisa documental é realizada uma investigação, por meio de documentos, com o objetivo de descrever e comparar os costumes, comportamentos, diferenças e outras características, tanto da realidade presente, como do passado. Esse artigo foi planejado como forma de contribuir por meio da análise documental na definição do melhor destino para futuros investimentos financeiros na instituição e para que os alunos obtivessem um bom desempenho na avaliação do Exame Ensino Médio. Projeta-se que a escola continuará recebendo recursos financeiros, melhorando a qualidade dos investimentos realizados. 029 Análise de dados A partir dos dados colhidos pelos instrumentos metodológicos, levantou-se o histórico do montante de recursos financeiros recebidos disponibilizados através dos programas Federais e Estaduais. Analisaram-se os procedimentos sobre a movimentação de cada um deles, e sua aplicação, sendo que estes dados foram usados para comparar com os resultados obtidos nos exames prestados pelo alunado no período estipulado para a devida comparação. Para a realização desse estudo, comparou-se o investimento feito com a nota obtida no exame do Enem do respectivo ano. Análise de demonstrações financeiras visa essencialmente estudar o desempenho econômico-financeiro de uma empresa em determinado período, no sentido de diagnosticar sua posição atual e projetá-la para o futuro. (ASSAF, 2012, p.210) Essa análise se divide na primeira parte em trazer quais os valores recebidos dos programas mencionados, na segunda parte nas notas obtidas no exame do Enem, e por último se comparam os investimentos com o desempenho escolar de cada ano. Os programas PROEMI e Autonomia Financeira exigem que o total de recursos seja dividido em rubricas: setenta por cento materiais de manutenção e trinta por cento em materiais permanentes, são gastos com rubricas diferentes. Nesses programas não é possível usar os recursos de um para cobrir outro. Resultado da pesquisa No PDDE a escola define anteriormente, se o valor que vai receber será utilizado em uma só rubrica, em duas ou se quer dividir em porcentagens. 030 Tabela 1. Recursos recebidos do programa FNDE/PDDE PDDE por ano Valor recebido manutenção Valor recebido permanente 2010 R$ 4.604,70 R$ 4.604,70 2011 R$ 3.686,95 R$ 3.686,95 2012 R$ 3.291,47 R$ 3.291,47 2013 R$ 7.800,00 R$ 7.800,00 2014 R$ 5.680,00 R$ 1.420,00 2015 R$ 5.680,00 R$ 1.420,00 Fonte: CRE (Coordenadoria Regional de Educação) Tabela 2. Recursos recebidos do Programa PROEMI Recurso por ano Valor manutenção Valor permanente 2010 2011 R$ 10.500,00 R$ 4.500,00 2012 2013 2014 R$ 10.500,00 R$ 4.500,00 2015 Fonte: autora No PROEMI os itens indicados e depois adquiridos sofreram reajuste porque houve um lapso temporal até a liberação dos recursos financeiros. Com isso não foi possível adquirir todos os produtos, sendo necessário readequar a quantidade dos mesmos. Observou-se que com o PROEMI a instituição pode proporcionar formação aos discentes, viagens de estudos aos alunos com acompanhamento de professores, adquiriu livros e equipamentos, além de material pedagógico. A escola foi beneficiada com recursos desse programa nos anos de 2011 e 2014. Analisando a tabela do exame do Enem, percebe-se que foram os anos em que as notas são as mais baixas no desempenho dos alunos. Tabela 3. Recursos financeiros recebidos do Programa Autonomia Financeira. Recurso por ano Valor manutenção Valor permanente 2010 R$ 44.574,00 R$ 19.103,16 2011 R$ 44.574,00 R$ 19.103,16 2012 R$ 44.574,00 R$ 19.103,16 2013 R$ 44.574,00 R$ 19.103,16 2014 R$ 44.574,00 R$ 19.103,16 2015 R$ 44.574,00 R$ 19.103,16 Fonte: autora 031 Autonomia financeira é a verba que a Secretaria do Estado do Rio Grande do Sul, destina mensalmente para a manutenção das escolas estaduais. O valor recebido por mês dessa instituição em estudo é de R$ 5.306,43, destes recursos, destinado para manutenção R$ 3.714,50 e para investimento R$ 1.591,93 O material de manutenção é essencial para o bom andamento do ambiente escolar, não sendo possível deixar de adquiri-lo ou substituí-lo. O NFG, PDDE e a Autonomia financeira os recursos desses programas são utilizados em sua maioria para a conservação e manutenção da instituição e do prédio. Tabela 4. Recursos financeiro do Programa Nota Fiscal gaúcha Nota Fiscal Gaúcha Valor 2010 R$ 12.422,85 (ginásio) 2011 R$ 10.582,19 (ginásio) 2012 R$ 7.296,28 (ginásio) 2013 R$ 5.022,59 2014 R$ 6.477,15 2015 R$ 2.840,54 Fonte: Site Nota Fiscal Gaúcha O programa Nota Fiscal Gaúcha surgiu em meados de 2004. Desde o início do repasse dos recursos financeiros até o ano de 2012, a escola investiu todo o montante recebido na construção do ginásio de esportes. Em 2013, 2014 e 2015 os recursos foram investidos em manutenção e conservação e na aquisição de um ar Split. O programa Nota Fiscal Gaúcha não faz restrições quanto às rubricas, tendo a instituição autonomia para definir no que quer gastar. Tabela 5. Recurso financeiro do Programa Consulta Popular Recursos por ano Valor 2010 Não foi contemplada 2011 Não foi contemplada 2012 R$ 90.000,00 (ginásio) 2013 R$ 30.000,00 (computadores) 2014 R$ 10.000,00 (espécie) 2015 R$ 10.952,92 (equipamentos) Fonte: Site Consulta Popular 032 No programa Consulta Popular, a instituição em questão foi beneficiada no ano de 2012 com R$ 90.000,00 para a conclusão do Ginásio esportivo. Todo o projeto, licitação e obra foram planejados e executados pela CRO (Coordenadoria de Obras), a escola não interferiu nesse processo. Esse recurso beneficiou todos os alunos da instituição com um local apropriado para as aulas de Educação física e para os eventos festivos promovidos pelo educandário. Em 2013 a escola foi beneficiada com 30 aparelhos de computador para montagem do laboratório de Informática, tendo os mesmos vindos diretamente do governo estadual. Em 2014 a escola então recebeu a quantia de R$ 10.000,00, que foi investido em mobiliários para a biblioteca. Em 2015 a escola recebeu vários equipamentos. Paralelamente, nessestrês anos as notas dos alunos no exame do Enem sofreram um declínio, o que se faz acreditar que não tem importância o investimento que a escola faça, pois não se traduz em melhor desempenho escolar. Tabela 6. Resultado do Exame do Enem por ano. Ano Média total das notas por ano 2010 558,96 2011 524,17 2012 537,00 2013 529,87 2014 514,35 2015 534,28 Fonte: MEC/ENEM Supõe-se que a qualidade da estrutura física da escola como salas arejadas e aparelhadas, laboratório de informática, equipamentos conservados, viagem de estudos, livros novos, e o restante do material adquirido, tivessem certa influência para que o aluno obtivesse resultado melhor em comparação há anos anteriores. A média dos alunos manteve-se em 533,10. Observando- se a tabela, pode-se verificar que no ano se obteve menos recursos as notas foram maiores. Nos anos seguintes a média teve oscilações, mas não causou maior significância. Os gastos com viagens de estudos e aquisição de livros, ofertados pelo PROEMI, não alavancaram aumento nas notas do exame do Enem daquele ano. 033 Tabela 7. Total de valores recebidos Ano Valor para manutenção Valor para permanente Total dos recursos Média total 2010 R$ 49.178,70 R$ 23.710,86 R$ 72.889,56 558,96 2011 R$ 58.760,95 R$ 27.290,11 R$ 86.051,06 524,17 2012 R$ 47.865,47 R$ 22.394,63 R$ 70.260,10 537,00 2013 R$ 57.396,59 R$ 26.903,16 R$ 84.299,75 529,87 2014 R$ 67.231,15 R$ 35.023,16 R$ 102.254,31 514,35 2015 R$ 51.094,54 R$ 25.523,16 R$ 73.617,70 534,28 Fonte: autora A manutenção engloba tudo o que se refere a material de consumo1, material de expediente2, material de limpeza3, material de conservação4, material de EPI’s5, mão de obra. Vai de um alfinete até a telha. O material permanente engloba tudo que é patrimônio6. O que se constata nessa análise é que a maior parte do recurso transferido à escola é usado para sua manutenção, conservação e reparos. A escola investiu em gastos consideráveis no material permanente, todo esse material comprado beneficia diretamente o aluno. Tabela. 8 Valor manutenção e valor investimento X notas Enem Ano Valor Manutenção Valor Investimento Notas Enem 2010 R$ 44.574,00 R$ 19.103,16 558,96 2011 R$ 44.574,00 R$ 19.103,16 524,17 2012 R$ 44.574,00 R$ 19.103,16 537,00 2013 R$ 44.574,00 R$ 19.103,16 529,87 2014 R$ 44.574,00 R$ 19.103,16 514,35 2015 R$ 44.574,00 R$ 19.103,16 534,28 Fonte: autora Esse trabalho em sua consideração final e após análise das tabelas chegou à conclusão que é irrelevante a relação dos investimentos financeiros com o desempenho escolar. Na tabela 8 comparou-se o valor do repasse 1 Papel A4, tesoura, clips, grampos, fita adesiva, calculadora, cola quente, apagador, canetão para quadro branco, pincel atômico, perfurador, toner, cartuchos, telefone,etc. 2 Desinfetante, limpa classe, papel higiênico, papel toalha, copos descartáveis, alvejante, álcool, sabão, sabonete líquido, vassouras, baldes, rodos, guardanapos, cera, lixeiras, pás. 3 Cimento, areia, pregos, tábuas, tijolo, parafuso, telhas, tinta, vidros, lâmpadas, reatores, materiais esportivos. 4 Luvas, toucas, sapatos, botas de borracha. 5 Pedreiro, eletricista, marceneiro, encanador, pintor, técnico em informática, eletrônico. 6 Máquinas, equipamentos, móveis. 034 estadual com as notas obtidas pelos alunos. A responsabilidade do Ensino médio é do poder público estadual, e com base na tabela podemos verificar que não houve reajustes dos valores durante os anos. Pode-se afirmar que se não houvesse os recursos financeiros vindos de outros programas, a instituição permaneceria somente mantendo o básico para o funcionamento da mesma, não seria possível fazer maiores investimentos, pois o valor repassado pelo estado não teve alterações, não levando em conta nem a inflação do período. Diante de todas as inovações tecnológicas a escola pouco pode investir em equipamentos, também deixou a desejar na formação dos docentes que necessitariam de aperfeiçoamento para o domínio das mídias. A partir desses dados coletados trabalha-se com a hipótese de que, além desses fatores mencionados existem outros que exercem influência no desempenho do aluno. Em relação aos recursos financeiros, em uma primeira hipótese pode-se considerar que insumos escolares têm pouca ou nenhuma influência sobre o desempenho educacional. Também se pode considerar a hipótese de que os recursos que efetivamente chegam às escolas possam ser menores que os gastos previstos, em função do desvio de finalidade, com alocação para usos diferentes dos que foram destinados. Como segunda hipótese pode-se imaginar que o valor investido seja tão pouco que não faz muita diferença, haja vista a necessidade de melhorias estruturais e tecnológicas que se fazem necessárias. Além disso, não foi abordado nesse trabalho a qualificação e o desempenho dos docentes para melhoria da educação. Pode-se trabalhar com a terceira hipótese de que o parâmetro de avaliação dos alunos, através do Enem, não seja o modo mais correto de avaliar, pois esse método é realizado em nível nacional e não consegue contemplar as peculiaridades de cada região, devido à diversificação cultural. Com o término dessa análise, a sugestão deste trabalho é propor ao poder público uma reflexão mais ampla em torno da situação referente ao repasse dos recursos financeiros, para que os gestores tenham como oferecer um ensino de qualidade e a todos os envolvidos com a educação. 035 CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho se propôs a analisar e comparar a ligação entre investimentos de recursos financeiros em uma escola pública e notas do exame do Enem. Nas considerações finais, acredita-se que não é possível afirmar que houve influência desses investimentos nas notas obtidas pelos alunos no exame. Para se chegar a tal afirmação analisaram-se as tabelas, os documentos e as prestações de contas. No desenvolvimento desse trabalho se procurou verificar o montante de recursos financeiros que beneficiam as escolas públicas, os programas que contemplam as instituições com repasses e a alocação desses recursos por parte das escolas que se beneficiam com os mesmos. A instituição é beneficiada com recursos financeiros de alguns programas mencionados no decorrer do trabalho. Pode-se observar que a escola em parceria com CPM e CE, planeja, organiza e executa ação de melhorias, conforme os recursos financeiros recebidos e as normas vigentes dos programas. A comunidade escolar trabalha unida para que o destino dado aos recursos financeiros tenha efeito positivo e que isso retorne com reflexo no aumento do desempenho escolar. Levantaram-se hipóteses de que os recursos financeiros não seriam suficientes para impactar num resultado positivo mais satisfatório nas notas obtidas pelos alunos no Exame do Enem. Afirmam-se na conclusão que se não fossem os recursos financeiros que a instituição recebe dos demais programas, a escola não teria como fazer maiores investimentos, pois o valor da autonomia financeira que é o repasse para a manutenção das escolas estaduais não sofreu reajustes em todo o período analisado. Leva-se em consideração que a escola esta situada em um prédio antigo e carece de muitos reparos, sendo que a rubrica da manutenção não consegue suprir todas as necessidades de gastos, pois esse recurso é absorvido em sua totalidade para a compra de materiais de uso diário, ficando a parte física em segundo plano. Na análise da tabela oito, comparativa aos investimentos estaduais versus notas do exame do Enem, percebe-se que o Estado, o maior responsável pelo Ensino Médio, 036 não faz investimentos na área e também não aumenta o valor do repasse para que a escola possa fazer. Muitos parâmetros ainda carecem de estudo e análise. Nesse trabalho não foram abordado temas como desempenho e qualificação do professor, ou motivação e condições sociais do aluno. O trabalho