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Imprimir INTRODUÇÃO Prezado estudante, Nesta aula, você vai estudar conceitos que o levarão a uma nova perspectiva para pensar na sua futura sala de aula, e como prepará-la para os mais diversos alunos que você terá num futuro próximo. Entre os conteúdos, temos a sensação e a percepção, processos psicológicos básicos que se integram para compreendermos a realidade ao nosso redor. Você precisa saber que a nossa percepção sobre o mundo é influenciada pelos nossos fatores pessoais, sociais e motivacionais. Deste modo, a percepção dos nossos cinco sentidos pode ser modificada por esses fatores. Já pensou na implicação disso para o nosso trabalho? Além disso, nesta disciplina, vamos aprender tarefas que podem auxiliar o nosso futuro aluno a perceber seus próprios erros ortográficos, tarefa desafiadora, considerando que a nossa percepção falha para reconhecer Aula 1 PERCEPÇÃO Nesta aula, você vai estudar conceitos que o levarão a uma nova perspectiva para pensar na sua futura sala de aula, e como prepará-la para os mais diversos alunos que você terá num futuro próximo. 30 minutos PERCEPÇÃO, ATENÇÃO, MEMÓRIA E APRENDIZAGEM Aula 1 - Percepção Aula 2 - Atenção Aula 3 - Memória Aula 4 - Aprendizagem Referências 135 minutos 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 1/25 nossos próprios erros, uma vez que, pelo processamento top down acabamos por dar sentido a estímulos incorretos por causa do contexto. Aqui, mostraremos de maneira prática como os conteúdos teóricos podem ser aplicados. SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO A sensação e a percepção são os processos psicológicos básicos, que fazem a transformação do mundo físico em uma realidade psicológica; São os processos pelos quais acessamos o mundo. Separando esses conceitos, definimos a sensação como um processo cognitivo, nos quais os nossos órgãos dos sentidos respondem a estímulos externos (luzes, sons, calor, etc.) e, como essas respostas são transmitidas ao cérebro, não envolve interpretar aquilo que estamos sentindo. Já a percepção se refere ao processamento, à interpretação, à análise, à integração adicional dos sinais sensoriais no cérebro. É necessário salientar que é uma experiência consciente (GAZZANIGA et al., 2018). Esse processo de transformação da experiência sensorial em percepção é chamado de transdução (GAZZANIGA et al., 2018). A sensação e a percepção estão integradas na experiência. Isso significa que a percepção pode ser orientada por conhecimentos prévios, experiências anteriores, expectativas e motivações de cima pra baixo (top down, também chamado de processamento superior/inferior), ou seja, o contexto afeta a percepção e a interpretação dos estímulos; e também, a percepção pode se dar ao reconhecer e processar informações a respeito dos componentes (físicos) individuais dos estímulos, ou seja, processar as características fundamentais do estímulo, de baixo pra cima (bottom up, também chamada processamento inferior/superior). Por exemplo, você reconhece um jarro de suco através do cheiro, da umidade, do sabor, etc. (FELDMAN, 2015). Estamos observando como os cinco sentidos (a visão, a audição, o paladar, o olfato e o toque) nos possibilita acessar o mundo. Para que eles funcionem perfeitamente, e o cérebro capte as sensações que eles querem demonstrar, são necessárias informações quantitativas e qualitativas. A informação qualitativa se refere às qualidades mais básicas de um estímulo, por exemplo: diferença entre sabores (doce e salgado), diferença das cores (vermelho ou verde), diferença dos toques físicos (liso ou áspero). Já a informação quantitativa se refere à necessidade de uma intensidade mínima de estímulo para que a experiência perceptiva consciente ocorra (GAZZANIGA et al., 2018). Além de sabermos que as pessoas detectam ou não estímulos, quando estes possuem intensidade acima ou abaixo de um limiar específico, devemos saber que as pessoas de modo geral são bombardeadas por estímulos competidores, que podem ser produzidos por estímulos internos, tais como humor, emoções, memória, estados físicos, como dor de barriga, e por estímulos externos, como barulho alto, cheiro forte, vento frio. Estes elementos afetam os julgamentos, a atenção e, consequentemente, a percepção. A teoria da detecção de sinal descreve que a detecção de um estímulo não é um processo objetivo; pelo contrário, é uma decisão subjetiva. Ela tem dois componentes relevantes: a sensibilidade ao estímulo na presença dos distratores ambientais; e os critérios usados para fazer julgamento a partir de informações ambíguas. Ou seja, podemos ser influenciados ao tomar decisões se percebemos ou não determinado estímulo, a partir de uma história prévia, de um medo de errar, de aspectos subjetivos próprios do sujeito que está julgando. Nestes aspectos, precisamos verificar a tendenciosidade. (GAZZANIGA et al., 2018). 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 2/25 Por fim, é importante apresentar o último conceito deste bloco: adaptação sensorial. Isso significa dizer que a sensibilidade a determinado estímulo diminui com o passar do tempo, ou seja, se um dado estímulo for apresentado repetidamente, a resposta sensorial tenderá a diminuir, parecendo sumir. COMO A SENSAÇÃO E A PERCEPÇÃO SE INTEGRAM? Para melhor compreendermos os processos de sensação e percepção e como eles se relacionam, precisamos imaginar estas situações: Imagine que, sem querer você tenha esguichado um suco de limão gelado no seu rosto. Você consegue sentir a sensação gelada no seu rosto? Você consegue sentir o seu olho lacrimejando, pela acidez do limão? Sente o cheiro do suco? Sente a umidade na sua pele, experimentou um gosto azedo na língua? A todas estas experiências sensoriais, damos o nome de sensação. Como já vimos, as sensações podem ser as portas para a percepção, mas a nossa experiência prévia também pode guiar a maneira como captamos e sentimos determinado estímulo. Para entendermos mais claramente a ideia de sensação e percepção, veja o exemplo: uma luz vermelha emite fótons que são detectados nos olhos por neurônios especializados, que transmitem sinais para o cérebro (sensação). O cérebro processa esse sinal, e decodifica sensorialmente, e o observador pensa “essa é a luz vermelha” (percepção). Além disso, é possível interpretar ainda mais: se estiver num semáforo, a luz vermelha é um sinal para parar o automóvel. No exemplo abaixo, o autor apresenta a codificação da luz verde. Veja: Figura 1 | Da sensação à percepção Fonte: Gazzaniga et al. (2018, p.175). É importante salientar que o cérebro traduz as propriedades físicas (transdução) dos estímulos em impulsos neurais, o que se dá através da codificação, como representado na Figura 1. O cérebro codifica e interpreta o sinal sensorial e processa essa informação; a partir de então, a pessoa pode tomar uma decisão. Neste sentido, aprendemos que podemos processar as informações de duas formas: top down e bottom up. Figura 2 | O papel do contexto no reconhecimento de objetos 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 3/25 Fonte: GAZZANIGA et al. (2018, p.175). Como conseguimos ler o texto acima, mesmo com letras incompletas? V0C3 T4MB3M N40 T3M D1F1CULD4AD3 P4R4 L3R 1550. VO_Ê CO_SEGUE LE_ ES_A FR_ASE ME_SMO CO_ A TE_CEIRA LE_RA DE CA_A PA_AVRA FA_TANDO. Conseguimos por causa de seu conhecimento prévio de leitura e porque a língua escrita possui redundância. Segundo Feldman (2015), nem toda letra de cada palavra é necessária para decodificar seu significado. Além disso, o contexto nos ajuda a compreender a informação que está sendo apresentada. Observamos que o processamento top down foi fundamental para compreendermos as mensagens acima, mas é importante ressaltar que ele não ocorre sozinho - na verdade, os processamentos top down e bottom up ocorrem simultaneamente.O processamento bottom up permite processar as características essenciais do estímulo; através dele, identificamos o formato de cada letra, e as características que as diferenciam. E, para finalizarmos, a pergunta principal: como percebemos os estímulos no ambiente? Isso depende de o estímulo principal se destacar entre todos os distratores. Portanto, ele precisa ser em quantidade grande para ser percebido no ambiente, e ter um contraste para ser percebido em meio aos outros. Por fim, mesmo que percebamos determinados estímulos, podemos parar de percebê-los. Imagine que há um ventilador ou um ar condicionado ligado na sala onde você está – é possível que você pare de ouvir o barulho que ele está emitindo, pelo fenômeno da adaptação sensorial; entretanto, se ele for desligado, você percebe imediatamente e sente até um alívio com o silêncio. Você certamente já passou por essa experiência. PARA QUE SERVE A PERCEPÇÃO NO MEU DIA-A-DIA? Você deve ter percebido a importância da percepção em nossa vida. Agora imagine a importância da percepção na sala de aula. Como você pode organizar ou apresentar os estímulos na sala de aula, de modo que eles sejam mais bem-assimilados pelos alunos? Hoje, nossas salas de aula são inclusivas; deste modo, precisamos pensar que tipo de ambiente favorece a aprendizagem para a maioria dos alunos. Figura 3 | Exemplo de sala de aula da educação infantil 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 4/25 Fonte: Shutterstock. Observe a sala de aula acima e imagine uma criança com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Esta criança possui dificuldade de concentração, dificuldade de ficar quieta e parada, dificuldade de selecionar as informações relevantes no contexto e pode se distrair facilmente. Na sua opinião, é fácil ou difícil para ela selecionar e perceber a informação relevante nesta sala colorida, em meio a inúmeros estímulos distratores? Uma estratégia é reduzirmos a estimulação, e deixarmos exposto apenas os estímulos relevantes para que eles sejam percebidos mais facilmente, para que esta criança desenvolva a habilidade de se concentrar, habilidade que também pode ser ensinada. Então, quando reduzimos a estimulação ambiental, é mais fácil percebermos as informações relevantes. Você deverá estar atento à sua sala de aula, planejando que tipo de estímulo colocar, para que os alunos mais facilmente selecionem a informação necessária para a aprendizagem. Como vimos nos processamentos de informação top down e bottom up, observamos que podemos perceber determinado estímulo e deduzir com poucas informações apresentadas a partir de um contexto. Isso é importante, mas traz pontos de atenção, para você, que está em sala de aula. Suponhamos que o seu aluno escreveu um texto, com erros ortográficos, e você os sinalizou e pediu para ele ler novamente para descobrir os próprios erros; mas o estudante não cumpriu esta atividade com êxito. Não fique bravo, achando que ele não se esforçou o bastante ou que está com preguiça de fazer a tarefa. Sabe por que ele não teve êxito na atividade? A explicação está na percepção. Por causa do processamento top down, damos sentido aos estímulos incorretos pelo contexto, o que torna muito difícil percebermos nossas falhas na escrita. Falhamos na percepção dos erros. Deste modo, uma sugestão é que você peça que os alunos troquem os textos e procurem os erros ortográficos dos colegas. Com o texto do outro, é mais fácil perceber, lembrando de deixar claro no enunciado, que o objetivo é detectar o 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 5/25 erro do colega. Aprendemos que a detecção de sinais não é um processo objetivo; muito pelo contrário, ele é influenciado por uma série de fatores, inclusive do nosso julgamento pessoal. Portanto, o fato de o julgamento do aluno estar consciente de que há um erro a ser encontrado pode favorecer a sua percepção. Em suma, precisamos tornar a nossa sala de aula um lugar tranquilo e agradável ao aprendizado. Por mais que haja adaptação sensorial aos estímulos, é importante que ela seja preparada para atingirmos os objetivos de aprendizagem. Preste atenção nisso quando for preparar as atividades. Lembre-se de que são necessários estímulos na medida certa para serem percebidos por cada pessoa. Planeje com cuidado e você terá sucesso no seu trabalho. VÍDEO RESUMO Você verá neste vídeo como a sensação e a percepção se integram, e como elas são um importante processo psicológico para percebermos o ambiente e aprendermos sobre ele. Além disso, entenderemos os processos de informação top down e bottom up, que, integrados, possibilitam a percepção sobre os estímulos, embora também possam nos levar ao erro. Saiba mais Você deve ter percebido como nossa percepção pode ser influenciada por diversos fatores. Neste vídeo do TEDxUFSCar, o ilusionista Caio Ferreira demonstra como a nossa percepção pode ser manipulada. Ele conta ao público as diversas técnicas que a mágica trabalha e esclarece que o ilusionista deixa evidente as informações que ele quer que você perceba, e deixa em segundo plano os elementos que não quer que você note. Você sabe o que é misdirection? Descubra nesse vídeo: Manipulação da Percepção: O poder do ilusionismo. Caio Ferreira. TEDxUFSCar. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Aula 2 ATENÇÃO Nesta aula falaremos da atenção como um processo psicológico básico, processo este capaz de nos tornar sensíveis a uma determinada parte do mundo que nos interessa. 32 minutos 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 6/25 https://youtu.be/TvK6Q4t4PyI INTRODUÇÃO Prezado estudante, Nesta aula falaremos da atenção como um processo psicológico básico, processo este capaz de nos tornar sensíveis a uma determinada parte do mundo que nos interessa. É como se nos afastássemos de algumas coisas, para lidarmos de forma efetiva com outras. A atenção possui processos conscientes e inconscientes, como veremos a seguir. Além disso, vamos conhecer os vários tipos de atenção que nós temos – atenção focalizada, dividida, e até um tipo de atenção que nos possibilita fazer duas tarefas ao mesmo tempo. Também aprenderemos como podemos auxiliar nosso aluno a manter o foco atencional em determinado conteúdo, que precisa aprender. Vamos lá! ATENÇÃO E ECONOMIA DE ENERGIA Atenção é o meio pelo qual processamos ativamente uma quantidade limitada de informação, a partir de uma enorme quantidade disponível através de nossos sentidos, de nossas memórias armazenadas e de nossos processos cognitivos (STERNBERG, 2008). A atenção é um processo psicológico básico, que nos permite usar nossos recursos mentais de forma sensata. Ela diminui o foco sobre os estímulos exteriores (sensações) e interiores (pensamentos e memórias), permitindo-nos focar nos estímulos que nos interessam (STERNBERG, 2008). A atenção é a porta de entrada para a memória, o que significa que é mais provável que nos lembremos de informações às quais prestamos atenção, do que das que ignoramos (STERNBERG, 2008). Deste modo, é importante destacar o conceito de atenção focalizada, ou atenção seletiva, que nos permite focar em determinados estímulos, e evitar sermos distraídos por outros que não estão relacionados à tarefa (EYSENCK; KEANE, 2017). Atenção e consciência formam dois conjuntos sobrepostos. Os psicólogos já acreditaram que atenção era o mesmo que consciência, entretanto, já se sabe que não é, uma vez que parte da informação lembrada, da informação cognitiva e do processamento sensorial acontece sem consciência. Enquanto a consciência inclui o sentimento de percepção consciente, parte do qual pode estar sob o foco da atenção (para estar consciente, é necessário estar atento). Deste modo, você pode estar atento e não consciente, prestando atenção ou focado em determinada atividade e não consciente,o que chamamos de “piloto automático”, que nos permite fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo (STERNBERG, 2008). A essa habilidade que nos permite prestarmos atenção a mais de um estímulo, simultaneamente, chamamos de atenção dividida (EYSENCK; KEANE, 2017). Além dessas definições conceituais de atenção, temos a atenção externa (também chamada de exógena) e a atenção interna (endógena). A primeira diz respeito ao controle do ambiente externo, que nos ajuda a selecionar e a modular os estímulos sensoriais. A atenção interna se refere ao foco nas informações geradas internamente; deste modo, selecionamos e harmonizamos as informações oriundas da memória de longo prazo ou de trabalho, das regras da tarefa executada. Esse é um componente da memória de trabalho, o chamado executivo central, que está diretamente ligado ao controle da atenção, interna e externa (EYSENCK; KEANE, 2017). A atenção consciente tem três propósitos, de acordo com Sternberg: 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 7/25 1. Monitorar nossas interações com o ambiente. Por meio desse monitoramento, nossa consciência de quão adequados estamos à situação na qual nos encontramos, se estamos respondendo de maneira ajustada ou sendo inapropriados. 2. Ajudar a relacionar nosso passado (memória) e nosso presente (sensações) para que tenhamos um sentido de continuidade da experiência e também de identidade. 3. Ajudar a controlar e planejar as nossas ações futuras. Esse aspecto é fundamental para a tomada de decisão, pois a atenção consciente relaciona as informações monitoradas entre as memórias passadas e sensações e acontecimentos presentes, a fim de que sejam tomadas as melhores decisões a curto e longo prazo. Entretanto, pode haver algumas percepções que não são conscientes, mas podem afetar nosso comportamento de alguma forma. O chamado efeito priming ou percepção subliminar ocorre quando o reconhecimento de determinado estímulo é afetado pela apresentação anterior do mesmo estímulo. Pode ser através de dicas visuais sem consciência que favorecem posteriormente na identificação de estímulos. O efeito priming ocorre num estado pré-consciente, de forma que podemos observar que algumas de nossas funções cognitivas podem ocorrer fora da consciência (STERNBERG, 2008). Existem processos controlados e automáticos: O processo automático não envolve o controle consciente, não requer esforço ou mesmo intenção, ocorre de forma dinâmica e rápida, e é implementado como processo paralelo, no qual ocorre o processamento de várias coisas ao mesmo tempo. Por fim, temos o processo controlado, acessível totalmente ao controle consciente. Este consome muito recurso atencional e é processado de forma lenta, quando comparado com o processo automático. É implementado como processos em série, no qual ocorre um processo por vez e leva um tempo maior para ser executado, ao contrário do comportamento automatizado (STERNBERG, 2008). EM QUE PRESTAMOS ATENÇÃO? Sabe aquela chave que você não sabe onde guardou? Acha que é problema de memória? Errou! É a sua atenção. Muitas vezes fazemos coisas sem total atenção e consciência – frequentemente, estamos em piloto automático. Isso é bom para umas coisas, entretanto, para outras, pode nos trazer prejuízos. Temos a habilidade de selecionar o estímulo a que daremos foco. Experimentos realizados para observar essa função da atenção ocorrem da seguinte maneira: apresentam-se dois estímulos ao mesmo tempo, e instrui-se os indivíduos a responder a apenas um deles (EYSENCK; KEANE, 2017). No teste de Stroop (1935), é apresentado aos indivíduos um cartão contendo nomes de cores, as quais estão impressas em cores diferentes da que está escrita. O objetivo do sujeito é falar o número das cores da impressão ao invés de ler a palavra escrita. Deste modo, espera-se que o sujeito suprima o comportamento automático de ler, e foque no comportamento controlado, de direcionar a atenção à cor das palavras. No reino animal, também observamos atenção seletiva, quando um predador persegue uma presa no rebanho, por exemplo. Figura 1 | Teste de Stroop avalia atenção seletiva 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 8/25 Fonte: elaborada pela própria autora, baseada no experimento de John Ridley Stroop (1935). Para aprofundarmos a atenção dividida, podemos pensar em como o mundo exige que sejamos multitarefa, ou seja, que façamos várias coisas ao mesmo tempo. Você consegue dirigir e conversar, ou falar ao telefone enquanto digita um texto no computador; dirige e executa vários comandos ao mesmo tempo, envia mensagens enquanto caminha na rua. Isso se deve à atenção dividida. Existem diversas pesquisas para saber o quanto duas tarefas podem ser bem-realizadas juntas; o que se sabe até agora é que a prática é o fator mais importante na determinação da realização das tarefas – entretanto, as pesquisas não são conclusivas. Para realizar tarefas simultâneas, o tipo de processamento está bastante relacionado. Observa-se que, quando um comportamento é automático e outro controlado, parece ser possível realizar tarefas com um grau de acerto. Um está sob controle da atenção consciente, outro não. Então podemos realizar duas atividades ao mesmo tempo? Podemos, desde que uma tenha controle consciente, e a outra seja automatizada, senão, isso não é possível de acontecer, ou acontecerá com muitos erros (EYSENCK; KEANE, 2017; STERNBERG, 2010). E, de fato, em que prestamos atenção? Pesquisas nos mostram que, no mundo real, prestamos atenção principalmente ao que é determinado por nossos objetivos e estados emocionais; deste modo, estamos falando da atenção endógena, que é controlada pela intenção dos indivíduos. Este sistema se assemelha ao processo top down, relatado na aula sobre percepção; Esse sistema é influenciado pelas expectativas, conhecimentos e experiências prévias, propósito. Já na atenção relacionada ao processo bottom up, um estímulo exógeno captura atenção, quando existem estímulos evidentes ou diferentes dos outros. Estudos relatam que, novamente, os processos ocorrem junto para o controle da atenção, ambos se influenciam e interagem juntos. Segundo os autores Eysenck & Keane (2017), o sistema atencional direcionado para finalidade é muito importante, pois nos permite focar a atenção nos nossos estímulos de interesse. Entretanto, se tivéssemos apenas esse sistema, nossos processos atencionais seriam inflexíveis, e é importante que sejamos capazes de direcionar a atenção para os estímulos relevantes e ameaçadores, por exemplo. Isso é uma característica que pode, inclusive, salvar a nossa vida. ATENÇÃO NA PRÁTICA A atenção é um processo psicológico básico importantíssimo, cujos erros podem comprometer significativamente o desenvolvimento do sujeito. Existem alguns tipos de erros de atenção que podem ser evitados, quando devidamente observados. Por exemplo, você sai para um fim de semana prolongado, e decide que não vai estudar para a prova, mas ao chegar e fazer a prova, percebe que a prova é a mais difícil 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 9/25 do mundo. Isso é um tipo de erro de atenção de comportamento controlado. Chamamos esse erro de equívoco, que é um erro na escolha de um objetivo ou erro na estratégia para atingi-lo (STERNBERG, 2010). Além desse erro atencional, temos também o lapso. Por exemplo, você sai para o fim de semana prolongando e decide que vai estudar para a prova, e, quando chega ao seu destino, percebe que não levou o material necessário para estudar. Esse é um erro de processamento automático. Eles ocorrem principalmente quando saímos da rotina e os processos automáticos assumem inadequadamente processos intencionais e controlados ou quando processos automáticos são interrompidos. Atualmente, existem recursos disponíveis para não esquecermos determinadas tarefasque são imprescindíveis, por exemplo, colocar cinto de segurança – caso você não coloque, os carros mais novos podem não ligar, ou ficam emitindo um barulho, até que a tarefa seja completada. Pensando nessa estratégia de função forçada, o que podemos fazer para ajudar nossos alunos a não cometerem lapsos atencionais? Vimos anteriormente que a nossa atenção pode ser controlada por estímulos internos e externos e o mesmo ocorre com a atenção dos nossos alunos, que podem estar motivados, mas ter dificuldade de manter o foco da atenção. Podemos então usar de recursos externos para capturar sua atenção onde desejamos ou criar estratégias para auxiliá-los a se manterem focados, oferecendo-lhes a possibilidade de realizar atividades que despertem interesse e motivação. Pode-se também diversificar os materiais pedagógicos, tornando-os mais atrativos. Evite deixar os alunos desatentos próximos de portas e janelas, com a possibilidade de serem capturados por estímulos externos. Sempre que possível, sublinhe, sinalize, realce aquilo que é mais importante, assim, sua atenção se voltará para esse comando. Na literatura, já existem estratégias eficazes de tratamento para crianças que têm déficits de atenção, mas você, professor, tem o papel fundamental de observar se esse aluno não tem conseguido focar nas atividades, se tem cometido lapsos atencionais, erros por descuidos, se tem dificuldade de manter atenção em tarefas lúdicas, se parece não escutar quando lhe dirigem palavras, se tem dificuldade de seguir instruções, terminar e organizar as tarefas, se evita tarefas que exigem esforço mental, perde coisas necessárias para as atividades, se é frequentemente capturado por estímulos alheios a tarefa e se apresenta esquecimentos nas atividades diárias. A desatenção também pode vir acompanhada de hiperatividade e impulsividade – a criança pode ser agitada, com dificuldade de permanecer sentada, correndo e subindo nas mesas e cadeiras em situações impróprias. Esta criança parece estar sempre a mil por hora, fala frequentemente, dá respostas precipitadas, sem que as perguntas tenham sido completadas, tem dificuldade de esperar sua vez, interrompe e se intromete em assuntos que não lhe pertencem (APA, 2016). Percebida a dificuldade desta criança, você pode indicar aos pais e familiares que ela precisa de ajuda e avaliação, uma vez que este prejuízo atencional pode comprometer seu desenvolvimento cognitivo, levando a prejuízos na aprendizagem. Portanto, cabe a nós professores tornar a sala de aula atrativa aos nossos alunos, para que os auxilie na manutenção do foco atencional. Mas, se apesar de todas as tentativas, não der certo, pode ser que esse aluno precise ser encaminhado para uma ajuda especializada. Fique atento, professor! 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 10/25 VÍDEO RESUMO Estudante, venha assistir este vídeo. É a hora de contemplarmos a aula Percepção, atenção, memória e aprendizagem. Você não pode perder! Saiba mais O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), é um transtorno do neurodesenvolvimento que acomete adultos e crianças. O pesquisador Russel A. Barkley é um cientista renomado da área, estudioso da atenção e dos componentes comprometidos no TDAH. Ele escreveu um livro para população geral, explicando o que é o TDAH, oferecendo dicas para identificação do transtorno, ajudando quem sofre e quem cuida de pessoas com TDAH. Além disso, relata mitos e verdades sobre medicação e outros cuidados. É um livro importantíssimo para quem quiser se aprofundar mais sobre o assunto. Acesse o link para conhecer o livro que está disponível na Minha Biblioteca. BARKLEY, R. A. TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Belo Horizonte: Grupo Autêntica, 2020. 9788551306680. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788551306680/. Acesso em: 29 mar. 2022. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. INTRODUÇÃO Neste capítulo, vamos aprender o que é a memória, essa capacidade incrível que nós temos de guardar e recuperar informações ao longo do tempo. Conheceremos os tipos de memória, a memória sensorial, de curto prazo e de longo prazo, e aprenderemos todas as subdivisões que elas possuem. Além disso, conheceremos os pecados da memória, e veremos que nossa memória não é uma câmera filmadora, mas uma espécie de diretor que edita informações, e nosso humor está diretamente relacionado Aula 3 MEMÓRIA Neste capítulo, vamos aprender o que é a memória, essa capacidade incrível que nós temos de guardar e recuperar informações ao longo do tempo. Conheceremos os tipos de memória, a memória sensorial, de curto prazo e de longo prazo, e aprenderemos todas as subdivisões que elas possuem. 34 minutos 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 11/25 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788551306680/ com a forma de lembrar o que foi guardado. Por fim, aprenderemos estratégias para ajudar nossos alunos a potencializar a memória, o que favorecerá o aprendizado. Vamos lá? TIPOS DE MEMÓRIA O que é a memória? Pergunta interessante, mas com resposta simples: é nossa habilidade de armazenar e recordar informações (GAZZANIGA et al., 2017). Existem vários subtipos de memória. A saber: memória sensorial, memória de curto prazo (imediata e de trabalho) e memória de longo prazo (declarativa e não-declarativa). Figura 1 | Tipos de memória Fonte: Elaborada pela autora A memória possui três fases essenciais: a codificação, o armazenamento e a recuperação. A codificação ocorre no processo de aprendizagem, quando uma informação é tratada de modo que possa ser armazenada na memória. É a transformação de um estímulo sensorial em informação. O armazenamento é a retenção ou a manutenção das informações salvas na memória. Se as informações forem arquivadas de maneira adequada, elas poderão ser resgatadas mais tarde. A recuperação, processo pelo qual uma informação arquivada é acessível, localizada e trazida para a consciência sempre que necessário (FELDMAN, 2015). Embora as três fases do processo sejam essenciais para que a memória opere, elas não descrevem como a informação entra na memória. Observe o esquema abaixo: Figura 2 | Processo de armazenamento na memória de longo prazo 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 12/25 Fonte: Elaborada pela autora, inspirado em Gazzaniga et al. (2017, p. 272) e Feldman (2015, p. 210). De acordo com a teoria dos três sistemas de memória, existem diferentes estágios de armazenagem de memória pelos quais a informação precisa passar, caso ela deva ser lembrada. Essa teoria propõe a existência de três conjuntos de memória, separados, conforme proposto na Figura 2. A memória sensorial retém momentaneamente a informação e está ligada ao sistema de percepção sensorial; geralmente, essa memória não é consciente, dura frações de segundos. Em seguida, essas informações passam para a memória de curto prazo, que também tem uma capacidade limitada de tempo de armazenamento, de 15 a 25 segundos; essa memória armazena com mais significado, mais do que como uma mera estimulação sensorial, mas, se a informação não for repetida, será perdida. O próximo passo é o armazenamento na memória de longo prazo. Para que isso ocorra, depende do tipo e da quantidade de transferência das informações que são efetivadas. Esta tem capacidade ilimitada (GAZZANIGA et al., 2017; FELDMAN, 2015). Um tipo de memória de curto prazo é a memória de trabalho, que processa ativamente e manipula as informações em caso de necessidade e demanda. Essa memória é um sistema ativo de processamento, que mantém as informações “na linha” para que possam ser utilizados nos outros processos psicológicos, tais como: solução de problemas, raciocínio e compreensão. A memória de curto prazo imediata apenas armazena momentaneamentea informação e é facilmente resgatada por um curto período de tempo, não sendo possível trabalhar com essa informação. Sua capacidade é de 7 unidades de processamento, + ou - 2 dígitos (GAZZANIGA et al., 2017; FELDMAN, 2015; EYSENK; KEANE, 2017). A memória de longo prazo, diferente da memória de trabalho, tem duração mais longa e capacidade ilimitada (GAZZANIGA, HEATHERTON, HALPERN, 2017, FELDMAN, 2015 e EYSENK & KEANE, 2017). A memória de longo prazo pode ser declarativa, ou seja, referente a informações factuais. A memória declarativa pode ser episódica, relacionada à recordação de eventos e história de vida, ou semântica, que diz respeito aos conhecimentos gerais, fatos, e tem relação com a aprendizagem acadêmica (GAZZANIGA et al., 2017; FELDMAN, 2015; EYSENK; KEANE, 2017). Já a memória não-declarativa não requer esforço consciente e, muitas vezes, não pode ser descrita verbalmente; relaciona-se aos procedimentos, aos hábitos, às aptidões (por exemplo, andar de bicicleta, dirigir). Você consegue falar “como”, mas, muitas vezes, não consegue falar “sobre” as informações guardadas nessa memória, ou seja, você demonstra como faz, mas não consegue descrever como faz (GAZZANIGA et al., 2017; FELDMAN, 2015; EYSENK; KEANE, 2017). A memória, apesar de poder ser resgatada, não é uma cópia fidedigna do passado. Ela pode ser editada com o tempo, como veremos adiante. 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 13/25 MEMÓRIA E ESQUECIMENTO A importância de conhecer os elementos da memória é saber como eles podem implicar o processo de ensino-aprendizagem. Quando uma criança apresenta dificuldade de aprendizagem, precisamos avaliar os domínios cognitivos, para saber se eles estão preservados ou comprometidos. Uma das formas com que avaliamos a memória de curto prazo é a tarefa denominada “Dígitos”, presente na Escala de inteligência Wechsler (WISC). Neste teste, falamos alguns números para a criança e ela precisa repetir em voz alta, na ordem correta: 5- 7- 9. Para avaliarmos a memória de trabalho, falamos os números e pedimos para ela falar de trás pra frente - no caso do exemplo anterior, ficaria, 9 – 7 – 5. A memória de trabalho é um componente muito importante para a habilidade de leitura e compreensão, pensando-se que, ao ler, lemos palavra por palavra, mas é a memória de trabalho que dá sentido ao que foi lido. As provas são bons exemplos de avaliação de memória de longo prazo, principalmente semântica, já que ela está relacionada aos conhecimentos adquiridos. Quando pedimos a alguém para nos contar um “causo”, estamos avaliando a memória episódica. Para avaliar a memória procedimental, pode-se pedir tarefas de cópias de desenho e, depois, pode ser solicitada a recordação imediata do desenho feito. Trata-se de tarefas que podem nos dar um indício de prejuízos na memória procedimental. Em caso de suspeita de comprometimento da memória, é importante procurar ajuda especializada para uma avaliação aprofundada. Para auxiliar no armazenamento da memória, podemos usar alguns recursos para facilitar nosso trabalho. Por exemplo, tentar agrupar as informações: pense em como guardamos o número do CPF ou telefone (frequentemente agrupado, por exemplo 075.000.004-31). O agrupamento de elementos pode funcionar como feixes de estímulos, que, em conjunto, podem ser armazenados como uma unidade na memória de curto prazo, aumentando sua capacidade de armazenamento e memorização (FELDMAN, 2015). Além disso, temos uma memória que também é associativa, ou seja, formada por representações mentais de conjuntos de informações conectadas, o que torna mais fácil a recuperação de memórias relacionadas. Quando pensamos em um caminhão de bombeiro, associamos a cor vermelha; se pensarmos em um táxi, associamos a cor branca ou amarela, entre outros (FELDMAN, 2015). Entretanto, temos que tomar cuidado, pois a memória não é uma cópia perfeita do passado, pode ser editada. A memória de longo prazo, principalmente a episódica, segundo os autores, é de rápida codificação e alta maleabilidade, o que significa dizer que o cérebro pega rapidamente as informações perceptuais e forma uma nova memória, e ela é maleável, porque toda vez que buscamos a memória ela pode ser alterada (por exemplo, um novo elemento pode ser acrescentado a essa memória). Nosso cérebro é econômico, precisa preservar algumas memórias, e as que não estão sendo usadas, são apagadas (FELDMAN, 2015; STERNBERG, 2010). Segundo Daniel L. Schacter, autor de Os 7 pecados da memória, lançado em 2003, afirma que os pecados da memória podem ser por omissão (falta de informação, que se perde) e por cometimento (acréscimo ou adição de informação): • Omissão: - Pecado 1: Transitoriedade ou fugacidade: este pecado diz respeito a como a memória enfraquece com o tempo, ou seja, a memória não utilizada se perde. - Pecado 2: Falta de atenção: este pecado é o da distração – se não prestarmos atenção, não temos memória. Lembrem-se da importante relação entre a memória e atenção. 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 14/25 - Pecado 3: Bloqueio: infelizmente não podemos acessar a memória na hora que quisermos, pois ela pode ter alguns bloqueios. Lembra-se do fenômeno “tá na ponta da língua”? Refere-se a uma falha temporária no acesso à memória. • Cometimento: - Pecado 4: Atribuição errônea: é o pecado da atribuição errada, aquela informação cujas lacunas você preenche, atribuindo-a a outra pessoa ou situação. - Pecado 5: Sugestionabilidade: este pecado diz respeito às falsas memórias. É possível criar memórias que nunca aconteceram, induzidos por comentários, sugestão e pessoas tentando se lembrar de uma experiência passada. - Pecado 6: Viés ou pecado da distorção: as memórias são editadas de acordo com o que se está sentindo no momento em que se está recordando. - Pecado 7: Persistência: este pecado diz respeito às memórias não-prazerosas; quando importante para um aprendizado, ou fato marcante na sua vida, essa memória persiste. COMO POTENCIALIZAR A MEMÓRIA? Você se lembra da música Abecedário da Xuxa, de 1988? “A de amor, B de baixinho, C de coração, D de docinho, E de escola, F de feijão...”. Cantou baixinho aí na sua cabeça? Essa música da Xuxa, assim como outras, pode fazer parte da sua vida há muito tempo, desde sua infância. Pensando nisso, e em todo o conteúdo estudado, como podemos potencializar a aprendizagem do nosso aluno em sala de aula,para que ele não se esqueça e o conteúdo permaneça com ele sempre? A repetição é uma estratégia de armazenamento na memória de longo prazo; O efeito da prática é que, quanto mais vezes fazemos algo, mais fácil isso fica. Pesquisas recentes em sala de aula mostraram que testes repetidos que incluam a prática de recuperação são boas maneiras de fortalecer memórias. Por exemplo, quando o aluno lê o texto e tenta se recordar, praticando a recuperação e a recordação livre, fixa melhor o conteúdo. Isto pode ser uma boa estratégia para usarmos em sala de aula (GAZZANIGA et al., 2017). Além disso, podemos utilizar os exercícios de fixação. Como já foi dito, a repetição é uma estratégia de transferência de dados da memória de curto prazo para a memória de longo prazo, processo que podemos também chamar de consolidação da memória. Nesta disciplina, aprendemos que temos limites na nossa memória de curto prazo, já que são poucos elementos que ficam retidos ali. Com isso, ao apresentar conteúdos novos aos alunos, apresente poucos por vez – não adiantar querer dar muito conteúdo, pois os alunos têm uma capacidade limitada de reter informações. Ademais, favoreça um ambiente no qual o aluno consiga manter seu foco. Lembre-se sempre: a atenção é a porta da memória – limite as informações apresentadas, foque naquilo que é mais importante no momento. Também pode-se usar as pistas mnemônicas, estratégias para gravarmos determinada informação. Podemosassociar a informação nova a outra já presente. Por exemplo, apontar que a letra O se parece com o número 0 ajuda crianças que estão em fase de alfabetização a se recordar do conteúdo, associando-os. Podemos também ajudar os nossos estudantes a tomar nota, não de tudo o que é dito na aula, mas das informações mais relevantes, ou seja, ajudá-los a selecioná-las. Os mapas mentais podem ser úteis, uma vez que as informações são armazenadas em redes de associações. O mapa mental é uma estratégia para criar 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 15/25 essas redes e favorecer a memorização de determinada informação. Por fim, fique atento para o fato de que existem alguns transtornos que dão a impressão de que a criança esquece tudo o que aprendeu, e, talvez, suas evoluções apareçam pequenas à nossa vista. Por exemplo, ao refletirmos a respeito da deficiência intelectual, podemos ter situações em que crianças enfrentam desafios na aprendizagem, entretanto a memória pode ser um ponto de apoio no desenvolvimento, por meio da retomada de conteúdo. Além da deficiência intelectual, o transtorno de déficit de atenção por hiperatividade (TDAH) pode apresentar prejuízo na memória de trabalho, elemento que pode comprometer o desenvolvimento do nosso aluno de maneira significativa – a criança pode ler e não conseguir compreender e, em atividades de cálculos matemáticos, pode se perder no meio do processo para resolver determinada atividade. Deste modo, se você observar esses prejuízos, o melhor a se fazer é indicar aos pais uma avaliação, pois só em atendimento multidisciplinar conseguiremos pensar em estratégias melhores para esse aluno. VÍDEO RESUMO Estudante, vamos refletir juntos sobre as temáticas abordadas nesta aula. Neste vídeo contemplaremos os pontos mais relevantes da aula de Percepção, atenção, memória e aprendizagem. Saiba mais O pesquisador brasileiro Átila Iamarino apresenta a aplicação deste assunto no nosso dia-a-dia, abordando um assunto interessante: quanto tempo duram as memórias coletivas, já que a tendência é esquecer? Como vemos neste vídeo, até as memórias coletivas duram pouco e, à medida que vão passando as gerações, duram menos ainda – isso serve para desastres, como enchentes, tsunamis, e para temas como ditadura, escravidão, entre outros fatos no Brasil. Por motivos políticos, houve um apagamento na história brasileira, como Átila aponta, na tentativa de apagar o período da escravidão, por exemplo. O ministro da época, Rui Barbosa (1890), mandou destruir os documentos referentes à escravidão, com o intuito de não ter que indenizar os proprietários de escravos; com isso, foram apagados todos os registros históricos, a ponto de algumas pessoas relativizarem o quão grave foi a escravidão. No vídeo, Átila também aponta como podemos criar falsas memórias, com sugestões e novas interpretações sobre os fatos passados. É o que tem acontecido com a ditadura no Brasil, fato que tem sido relativizado, e, com isso, passa-se por um processo de apagamento de uma memória histórica real. Disponível em: https://youtu.be/BsMJ1LXDfTM. Acesso em 17 ago. 2022. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Aula 4 APRENDIZAGEM 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 16/25 https://youtu.be/BsMJ1LXDfTM INTRODUÇÃO Nesta disciplina vamos aprender sobre os tipos de aprendizagem: não-associativa, associativa e por observação. Na aprendizagem não-associativa, aprenderemos dois conceitos importantes, a habituação e a sensibilização. Na aprendizagem associativa, estudaremos os conceitos de condicionamento clássico e operante. E também veremos a aprendizagem por observação. Questionaremos aquele velho ditado “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” – será que ele funciona? Como resultado, essa disciplina proporcionará estratégias para que se aprenda a ensinar, aumentando a probabilidade de o comportamento desejado acontecer, e diminuir a probabilidade do comportamento indesejado ocorrer, tornando o seu próprio comportamento em sala de aula mais funcional e adequado. Convido-o a trilhar esse caminho e a seguir com sucesso ao final deste conteúdo! OS TIPOS DE APRENDIZAGEM Aprendizagem é uma mudança permanente no comportamento, resultante da experiência. Ela ocorre quando um sujeito se beneficia da experiência, apresentando uma maneira mais adequada de se comportar em situações semelhantes no futuro. Neste módulo, vamos aprender que existem três tipos de aprendizagem: não-associativa, associativa e por observação. A aprendizagem não-associativa diz respeito a alguma alteração no ambiente e à nossa percepção da mudança. Ela se refere ao processo de habituação e ao processo de sensibilização. A habituação ocorre quando nossa resposta comportamental a um estímulo diminui, por estarmos expostos frequentemente a ele. E a sensibilização, ocorre quando nossa resposta comportamental na presença de determinado estímulo aumenta (GAZZANIGAet al., 2018). A aprendizagem associativa é a associação entre dois eventos, que em geral ocorrem um seguido do outro. Essa associação se dá por meio de condicionamento. Temos dois tipos de condicionamento, o clássico e o operante. Para falar sobre o condicionamento clássico, também chamado de condicionamento Pavloviano, precisamos saber que nascemos com algumas habilidades para interagir com o mundo, uma preparação mínima para o organismo interagir com o ambiente e sobreviver. Essas habilidades de nascença são chamadas de reflexos inatos. Todas as espécies de animais nascem com esses reflexos, inclusive nós, humanos. A partir deles, podemos emparelhar estímulos neutros (que não provocam comportamento/resposta no indivíduo) com estímulos incondicionados (nascemos sabendo comportar/responder), e, assim, criamos um estímulo condicionado, que provoca uma resposta condicionada no sujeito, ou seja, uma resposta aprendida. Deste Nesta disciplina vamos aprender sobre os tipos de aprendizagem: não-associativa, associativa e por observação. Na aprendizagem não-associativa, aprenderemos dois conceitos importantes, a habituação e a sensibilização. 29 minutos 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 17/25 modo, um estímulo neutro passa a ser um estímulo condicionado, capaz de eliciar resposta e predizer eventos (MOREIRA; MEDEIROS, 2019). Cabe ressaltar que esta aprendizagem necessita que uma estimulação antecedente, que elicia e provoca uma resposta, ou seja, um estimulo ambiental, provoca uma resposta comportamental. No condicionamento operante, as coisas funcionam de maneira diferente; agora não mais precisamos de um estímulo ambiental para provocar uma resposta comportamental. No comportamento operante, o antecedente não vai provocar uma resposta. Agora, um comportamento acontece, e ele é influenciado pelas suas consequências (MOREIRA; MEDEIROS, 2019). Comportamentos que produzem consequências agradáveis tendem a se repetir. E comportamentos que produzem consequências desagradáveis ou que não produzem consequências tendem a parar de ocorrer, não é verdade? A esse tipo de comportamento chamamos comportamento operante. O condicionamento operante parte da seguinte premissa: todo comportamento produz uma consequência, e é modificado ou influenciado por ela. A consequência que aumenta a probabilidade de o comportamento ocorrer é chamada de reforço. A consequência que diminui a probabilidade de o comportamento ocorrer é chamada de punição. Quando o comportamento não tem consequência, chamamos de extinção. Então, esse tipo de condicionamento ocorre quando um comportamento passa a produzir consequências reforçadoras, tornando a reincidência mais provável (MOREIRA; MEDEIROS, 2019). Por fim, a aprendizagem por observação e imitação, também chamada de aprendizagem social, pode se dar por modelação, ou seja, imitando ocomportamento visto em outras pessoas. No entanto, só é possível se o observador for fisicamente capaz de imitar o comportamento. Também é conhecida como aprendizagem vicária, na qual se aprende um determinado comportamento, depois de ver as pessoas sendo recompensadas ou punidas por emitir este comportamento (GAZZANIGA et al., 2018). A aprendizagem por observação é vantajosa, porque é capaz de poupar tempo: ao invés de aprendermos por tentativa e erro, com acertos sendo recompensados, e erros sendo punidos, a observação torna a aprendizagem mais rápida e eficaz. COMO APRENDEMOS? Para aprofundarmos os processos de aprendizagem não-associativas, é necessário lembrar que temos várias estimulações no ambiente – o tempo todo somos bombardeados por informações, o que torna difícil se concentrar. A habituação nos ajuda a ignorar os ruídos do ambiente e a ficarmos sob controle daquilo que nos interessa. Neste momento enquanto trabalho, o ventilador está ligado, a ventoinha do computador também, meu companheiro está digitando; todos estes estímulos deixam de ser ouvidos, uma vez que estou aqui concentrada escrevendo este texto. Imagine que isso também ocorre numa escola; portanto, os alunos precisam aprender a ignorar os estímulos não relevantes, para conseguirem focar e sensibilizar nos estímulos que lhes são apresentados diretamente. Já no processo de aprendizagem associativo, o condicionamento respondente ficou conhecido a partir dos experimentos de Pavlov. O pesquisador condicionou cachorros a ter uma resposta de salivação diante de um estímulo anteriormente neutro. Por exemplo: o cachorro, quando vê uma comida, tem a resposta de salivação; não foi uma resposta ensinada, ela é incondicionada. Quando o cachorro vê um sino, ele não emite a resposta de salivação, entretanto, Pavlov conseguiu que o cachorro passasse a salivar diante de um sino, 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 18/25 apresentando-lhe o sino e a comida simultaneamente. Então, quando Pavlov apresentou o sino sem a comida, o cachorro salivou diante do sino, passando a apresentar uma resposta condicionada (MOREIRA; MEDEIROS, 2019). Figura 1 | Condicionamento clássico – Experimento Pavlov 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 19/25 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 20/25 Fonte: Wikimedia. Também foi realizado o condicionamento clássico em humanos. O mais famoso deles é o “caso do Pequeno Albert” de Jonh Watson. O objetivo de Watson era ensinar um bebê a ter medo, por meio de condicionamento Pavloviano. Para isso, Watson utilizou um som estridente (estímulo incondicionado para a resposta de medo), que eliciava a resposta de medo no bebê. Cabe ressaltar que a resposta incondicionada de medo era expressa por meio de contrações da face, choro, coração acelerado, entre outras expressões. Watson emparelhou o som estridente com um rato albino (estímulo neutro), lembrando que, na presença do rato, a criança não tinha nenhuma reação de medo. Após apresentar o som estridente e o rato simultaneamente, por algumas vezes, Watson observou que o pequeno Albert começou a ter respostas de medo, apenas na presença do rato. Então, o rato, que era estímulo neutro, passa a ser estímulo condicionado. Albert aprendeu a ter medo do rato, a partir desses procedimentos. Assim, podemos adquirir várias fobias, ou mesmo comportamentos ansiosos, diante de determinados estímulos ambientais. Já no comportamento operante, podemos imaginar a seguinte situação: uma criança vai ao supermercado e faz birra. Na Situação A, a mãe dá o brinquedo. Na Situação B, a mãe bate. O brinquedo ou a palmada são consequências da birra emitida pela criança. Para analisarmos essa situação, é importante observarmos a probabilidade do comportamento. Se a consequência tornar mais provável o comportamento ocorrer, dizemos que a consequência foi reforçadora. Se a consequência tornar menos provável o comportamento ocorrer, dizemos que a consequência foi punitiva. Quando a criança faz birra e ganha o brinquedo, provavelmente, no futuro ela deve emitir esse comportamento novamente, uma vez que, ao emitir esse comportamento, a criança teve uma consequência reforçadora. Figura 2 | Análise do comportamento operante “Birra” 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 21/25 Fonte: elaborada pela autora. Para a aprendizagem associativa do condicionamento operante, precisamos pensar na história do indivíduo. Então, pergunta-se: por que a criança faz birra? Para análise do comportamento, a criança faz birra, porque no passado, emitiu comportamentos semelhantes que produziram consequências reforçadoras. E para aprofundarmos a compreensão da aprendizagem por observação, vale ressaltar que aprendemos imitando outras pessoas. Um teórico muito importante, Albert Bandura, fez um experimento, no qual crianças observavam um filme com adultos golpeando um boneco inflável, o “João Bobo”. Após um tempo, as crianças tiveram oportunidade de brincar com o boneco, e foi observado que todas as crianças exibiram o mesmo tipo de comportamento agressivo do adulto (FELDMAN, 2015). Observa-se que a aprendizagem por imitação é extremamente importante, e nos faz repensar aquele ditado popular “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Se as crianças aprendem também observando, precisamos estar atentos ao nosso próprio comportamento. APRENDENDO A ENSINAR Já imaginou uma sala lotada, uma escola barulhenta, alguns alunos no recreio enquanto outros estudam? Como alguns alunos conseguem se manter atentos e estudando? Pelo fenômeno da habituação, os alunos aprendem com o tempo a não responder a determinados estímulos e a ficar sob controle ou sensíveis a estímulos relevantes e importantes para o aprendizado. É importante saber que é possível modelar o comportamento de atentar dos alunos. 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 22/25 Podemos reforçar o comportamento que desejamos que aumente de frequência, e ignorar o comportamento que desejamos que diminua de frequência. Desta forma, podemos estabelecer uma forma de aprendizagem, como vimos anteriormente, o condicionamento operante, modelando o comportamento de atentar dos nossos alunos em sala de aula. Quando eles estiverem atentos, focados, fazendo atividades, podemos oferecer alguma consequência reforçadora, de modo que aumentem a frequência de ficar atento. É imprescindível identificar o que é reforçador para a criança. Reforçador é uma consequência que aumenta a frequência do comportamento. Reforçadores são individuais, dependem da história de cada um. Além do condicionamento operante, também podemos demonstrar ao nosso aluno estratégias para que ele possa otimizar seu comportamento em sala de aula. As habilidades socioemocionais são aprendidas de maneira significativa por observação. Você não pode pedir para seu aluno não gritar em sala de aula, gritando. Pedir desculpas, pedir licença para entrar, dizer obrigada e por favor são modelos de comportamento que podem ser aprendidos a partir da observação. É fundamental emitirmos bom comportamento, para que os nossos alunos aprendam e os imitem. O que explica um aluno ter diarreia, quando é chamado na frente da sala de aula para apresentar um trabalho? Como a sala de aula deixa de ser um estímulo neutro e passa a ser um estímulo condicionado, a ponto de eliciar respostas emocionais nos alunos? Imagine, se em algum momento da vida, a criança tiver sua atenção chamada, for humilhada, exposta, envergonhada por algum motivo dentro da sala. A criança pode emparelhar um estímulo neutro – sala –, com um estímulo condicionado – bronca, humilhação –, e passar a emitir a resposta de medo e ansiedade diante da sala. É muito importante estarmos atentos a isso,e não tornarmos a sala de aula um ambiente aversivo para aprendizagem, o que pode comprometer de maneira significativa o desenvolvimento da criança. Figura 3 | Criança levando bronca em sala de aula. Fonte: Shutterstock. 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 23/25 VÍDEO RESUMO Chegou o momento de finalizarmos a unidade e assistirmos o vídeo que trata sobre o tema desta aula: a aprendizagem. Bom vídeo e até mais! Saiba mais A análise do comportamento aplicada (Applied Behavior Analysis - ABA) parte do pressuposto da aprendizagem do tipo associativa, principalmente do condicionamento operante. O analista do comportamento é um profissional capaz de ensinar comportamentos para que uma criança possa aprender e se desenvolver, inclusive as crianças com comportamento atípico. O instituto CEI Desenvolvimento Humano, operacionalizou estratégias para ensinar habilidades básicas de atenção, imitação, linguagem, entre outras, para crianças com Transtorno do Espectro Autista. Para você que tem interesse em aprofundar esse conteúdo, segue o link do vídeo ensinando a habilidade de sentar, uma habilidade básica para aprender habilidades complexas. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Aula 1 FELDMAN, R. S. Introdução à psicologia. Porto Alegre: Grupo A, 2015. 9788580554892. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554892/. Acesso em: 21 mar. 2022. GAZZANIGA, M.; HEATHERTON, T.; HALPERN, D. Ciência psicológica. Porto Alegre: Grupo A, 2017. 9788582714430. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714430/. Acesso em: 21 mar. 2022. MANIPULAÇÃO da Percepção: O poder do ilusionismo: Caio Ferreira. YouTube, 2016. 1 vídeo (12min). Publicado pelo Canal TEDXUFSCAR. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TvK6Q4t4PyI. Acesso em: 26 jul. 2022. REFERÊNCIAS 10 minutos 16/08/25, 21:48 wlldd_222_u1_pro_psi_bas https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811092 24/25 https://youtu.be/-4WiNQgKmJw https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554892/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714430/ https://www.youtube.com/watch?v=TvK6Q4t4PyI Aula 2 (APA), American Psychiatric A. DSM-5. Porto Alegre: Grupo A, 2016. 9788582711835. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582711835/. Acesso em: 29 mar. 2022. BARKLEY, R. A. TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Belo Horizonte: Grupo Autêntica, 2020. 9788551306680. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788551306680/. Acesso em: 29 mar. 2022. EYSENCK, M. W.; KEANE, M. T. Manual de psicologia cognitiva. Porto Alegre: Grupo A, 2017. 9788582713969. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713969/. Acesso em: 29 mar. 2022. STERNBERG, R. J. Psicologia cognitiva. Trad. Roberto Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed., 2008. Aula 3 EYSENCK, M. W.; KEANE, M. T. Manual de psicologia cognitiva. Porto Alegre: Grupo A, 2017. 9788582713969. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713969/. Acesso em: 29 mar. 2022. STERNBERG, R. J. Psicologia cognitiva. Trad. Roberto Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed., 2008. FELDMAN, R. S. Introdução à psicologia. Porto Alegre: Grupo A, 2015. 9788580554892. 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