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Anatomia do Timo O timo é uma glândula linfóide primária, fundamental para o desenvolvimento do sistema imunológico, especialmente na infância. Ele está localizado no mediastino superior, na região anterior do tórax, logo atrás do esterno e à frente do coração e dos grandes vasos (como a aorta e a veia cava superior). Localização e forma - O timo é um órgão bilobado, com dois lobos assimétricos, direito e esquerdo, que podem variar em tamanho e forma entre os indivíduos. - Cada lobo é dividido em múltiplos lobículos por septos conjuntivos que se originam da cápsula que envolve o órgão. - A cápsula é uma camada fina de tecido conjuntivo denso que envolve o timo e envia septos para o interior, dividindo-o em lobículos. Desenvolvimento e tamanho - O timo é relativamente grande e ativo durante a infância e adolescência, atingindo seu maior tamanho por volta dos 10 a 15 anos de idade. - Após a puberdade, o timo sofre involução, diminuindo de tamanho e sendo progressivamente substituído por tecido adiposo (gorduroso), processo que continua durante a vida adulta. - Apesar da involução, o timo mantém alguma atividade imunológica ao longo da vida. Função anatômica - O timo é o local onde os linfócitos T (células T) amadurecem e são educados para reconhecer antígenos próprios e estranhos, um processo essencial para a imunidade adaptativa. - Ele não produz linfócitos T, mas sim promove a diferenciação e seleção desses linfócitos que migram da medula óssea. --- Histologia do Timo Microscopicamente, o timo apresenta uma organização característica que permite sua função imunológica. Estrutura geral - O timo é composto por uma "cápsula conjuntiva" externa que envolve o órgão. - A cápsula envia "septa conjuntivos" para o interior, dividindo o timo em lobículos. - Cada lobículo apresenta duas regiões distintas: o "córtex" e a "medula". Córtex tímico - O córtex é a região mais externa do lobículo e é mais escuro ao microscópio devido à alta densidade de linfócitos T imaturos (timócitos). - É composto principalmente por:- "Timócitos": linfócitos T imaturos em proliferação intensa. - "Células epiteliais reticulares do tipo I e II": formam uma rede de sustentação e atuam na barreira hematotímica, protegendo os timócitos de substâncias nocivas do sangue. - "Macrófagos": responsáveis pela fagocitose de timócitos que não passam na seleção. - No córtex ocorre a "seleção positiva" dos linfócitos T, processo que garante que os linfócitos reconheçam o complexo MHC próprio. Medula tímica - A medula é a região mais interna do lobículo, menos celular e mais clara ao microscópio. - Contém:- Linfócitos T mais maduros, que já passaram pela seleção positiva. - Células epiteliais reticulares do tipo III, IV e V, que formam uma rede de sustentação e participam da seleção negativa. - Células dendríticas, que apresentam antígenos para os timócitos. - "Corpúsculos de Hassall" (ou corpúsculos tímicos Histologia do Timo Microscopicamente, o timo apresenta uma organização característica que permite sua função imunológica. Estrutura geral - O timo é composto por uma "cápsula conjuntiva" externa que envolve o órgão. - A cápsula envia "septa conjuntivos" para o interior, dividindo o timo em lobículos. - Cada lobículo apresenta duas regiões distintas: o "córtex" e a "medula". Córtex tímico - O córtex é a região mais externa do lobículo e é mais escuro ao microscópio devido à alta densidade de linfócitos T imaturos (timócitos). - É composto principalmente por:- "Timócitos": linfócitos T imaturos em proliferação intensa. - "Células epiteliais reticulares do tipo I e II": formam uma rede de sustentação e atuam na barreira hematotímica, protegendo os timócitos de substâncias nocivas do sangue. - "Macrófagos": responsáveis pela fagocitose de timócitos que não passam na seleção. - No córtex ocorre a "seleção positiva" dos linfócitos T, processo que garante que os linfócitos reconheçam o complexo MHC próprio. Medula tímica - A medula é a região mais interna do lobículo, menos celular e mais clara ao microscópio. - Contém:- Linfócitos T mais maduros, que já passaram pela seleção positiva. - Células epiteliais reticulares do tipo III, IV e V, que formam uma rede de sustentação e participam da seleção negativa. - Células dendríticas, que apresentam antígenos para os timócitos. - "Corpúsculos de Hassall" (ou corpúsculos tímicos Anatomia do Baço O baço é o maior órgão linfóide secundário do corpo humano e desempenha funções importantes na imunidade, na filtragem do sangue e na remoção de células sanguíneas envelhecidas ou danificadas. Localização e forma - O baço está localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, logo abaixo do diafragma, atrás do estômago e próximo ao rim esquerdo. - Tem formato oval ou em forma de feijão, com dimensões médias de aproximadamente 12 cm de comprimento, 7 cm de largura e 4 cm de espessura, embora o tamanho possa variar. - O baço é envolvido por uma cápsula conjuntiva espessa, que contém fibras musculares lisas, permitindo alguma contração do órgão. Superfícies e bordas - O baço possui duas superfícies principais:- (Superfície diafragmática): lisa e convexa, em contato com o diafragma. -(Superfície visceral): côncava, em contato com órgãos abdominais como o estômago, o rim esquerdo, o cólon e o pâncreas. - Apresenta duas bordas:- "Borda superior (borda gástrica)": onde se localiza o hilo esplênico, por onde entram e saem vasos sanguíneos, nervos e linfáticos. - "Borda inferior (borda renal)": mais arredondada e livre. Vasos sanguíneos - A artéria esplênica, ramo do tronco celíaco, é a principal artéria que irriga o baço. - A veia esplênica drena o sangue do baço e se junta à veia mesentérica superior para formar a veia porta hepática. - No hilo esplênico, entram e saem vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Funções anatômicas - O baço atua na filtragem do sangue, removendo hemácias envelhecidas ou danificadas. - Participa da resposta imune, produzindo anticorpos e ativando linfócitos. - Armazena sangue e plaquetas, podendo liberar em situações de necessidade. - Atua na remoção de partículas estranhas e microrganismos do sangue. Histologia do Baço Microscopicamente, o baço apresenta uma organização característica que permite suas funções hematológicas e imunológicas. Estrutura geral - O baço é envolvido por uma (cápsula conjuntiva espessa), que contém fibras colágenas e musculares lisas. - A cápsula envia "trabéculas" para o interior do órgão, formando um suporte conjuntivo para os tecidos internos. - O parênquima do baço é dividido em duas regiões principais: a (polpa branca) e a (polpa vermelha). Polpa branca - A polpa branca é composta por tecido linfóide organizado em torno das arteríolas centrais, formando os chamados "folículos linfáticos". - Contém principalmente linfócitos T e B, células dendríticas e macrófagos. - As principais estruturas da polpa branca são:- (Arteríola central): um ramo da artéria esplênica que é envolvido por uma bainha de células T (bainha periarteriolar de tecido linfóide, PALS). - (Folículos linfáticos): áreas ricas em linfócitos B, que podem conter centros germinativos durante a ativação imune. - A polpa branca é o local onde ocorre a resposta imune adaptativa contra antígenos presentes no sangue. Polpa vermelha - A polpa vermelha é responsável pela filtragem do sangue e remoção de células sanguíneas envelhecidas ou danificadas. - É composta por:- (Sinusoides esplênicos): vasos sanguíneos especializados com paredes fenestradas que permitem a passagem seletiva de células. - "Cordões esplênicos (cordões de Billroth)": tecido conjuntivo rico em macrófagos, células reticulares, linfócitos, plasmócitos e células sanguíneas em trânsito. - A polpa vermelha atua na fagocitose de hemácias velhas, plaquetas e partículas estranhas, além de armazenar sangue. Circulação esplênica - O sangue entra no baço pela artéria esplênica, que se ramifica em arteríolas centrais na polpabranca. - Destas arteríolas, o sangue pode seguir dois caminhos:- (Circulação fechada): o sangue flui diretamente para os sinusoides da polpa vermelha. - (Circulação aberta): o sangue sai das arteríolas para os cordões esplênicos, onde as células sanguíneas são examinadas antes de retornarem aos sinusoides e à circulação venosa. - Essa circulação aberta permite a remoção eficiente de células defeituosas. Células importantes do baço - Linfócitos T e B: responsáveis pela resposta imune adaptativa. - Macrófagos: fagocitam células envelhecidas e detritos. - Células dendríticas: apresentam antígenos para os linfócitos. - Células reticulares: formam a estrutura de sustentação do órgão. Resumo: O baço tem funções imunológicas, filtrando e removendo células sanguíneas velhas ou danificadas, produzindo glóbulos brancos e anticorpos, e armazenando sangue (incluindo hemácias e plaquetas) como reservatório. Ele atua como um filtro essencial para o sangue e um componente vital do sistema imunológico, embora seja possível viver sem ele, com o fígado e outros órgãos assumindo parte dessas funções. Anatomia dos linfonodos Estrutura geral ● Os linfonodos são órgãos linfoides secundários em forma de feijão, situados ao longo dos vasos linfáticos. ● Apresentam cápsula de tecido conjuntivo denso que envia trabéculas ao interior, delimitando lóbulos. ● Têm um hilo por onde entram vasos sanguíneos e saem vasos linfáticos eferentes. Circulação linfática ● A linfa penetra pelos vasos linfáticos aferentes na superfície convexa. ● Flui pelos seios subcapsulares, depois pelos seios corticais e paracorticais, alcançando os seios medulares. ● Finalmente, sai pelos vasos linfáticos eferentes no hilo. Divisão anatômica ● Córtex: Região periférica que contém os folículos linfáticos com linfócitos B. ● Paracórtex: Zona intermediária rica em linfócitos T e vênulas de endotélio alto (HEV), fundamentais para entrada de linfócitos vindos do sangue. ● Medula: Constituída por cordões medulares (linfócitos, plasmócitos, macrófagos) e seios medulares (espaços de circulação linfática). Histologia dos linfonodos Cápsula e trabéculas ● A cápsula é composta por tecido conjuntivo denso não modelado. ● Contém fibras colágenas, fibroblastos e fibras elásticas, além de células musculares lisas ocasionais. ● Das cápsulas partem trabéculas que sustentam e compartimentalizam o órgão. Estroma e retículo ● A sustentação interna é dada por uma rede de fibras reticulares (colágeno tipo III). ● Essa rede serve de arcabouço para células imunes (linfócitos, macrófagos, células dendríticas). Córtex ● Folículos linfáticos primários: massas de linfócitos B pequenos e inativos. ● Folículos linfáticos secundários: apresentam centro germinativo com linfoblastos em proliferação, células dendríticas foliculares e macrófagos. Paracórtex ● Rica em linfócitos T. ● Região de grande importância imunológica devido às HEVs, que permitem migração seletiva de linfócitos do sangue para o tecido linfóide. Medula ● Cordões medulares: aglomerados de linfócitos, plasmócitos e macrófagos dispostos em cordões. ● Seios medulares: espaços irregulares revestidos por células endoteliais descontínuas e sustentados pela rede reticular. Seios linfáticos ● Seio subcapsular: logo abaixo da cápsula, recebe a linfa dos vasos aferentes. ● Seios corticais e paracorticais: ramificações que permeiam o parênquima. ● Seios medulares: convergem para o hilo, coletando a linfa antes da saída. ● Sua função é filtrar a linfa, expondo antígenos às células imunológicas. Linfonodos, ou gânglios linfáticos, são estruturas em forma de feijão do sistema linfático que filtram o líquido linfático, combatem infeções, e removem resíduos e células anormais, protegendo o corpo contra patógenos e tumores. Comuns nas regiões do pescoço, axilas e virilha, o aumento ou inchaço dos linfonodos, chamado linfadenite, pode indicar uma resposta a infeções ou inflamações, mas também pode ser um sinal de condições mais sérias como linfomas ou metástases de outros cânceres. Sintomas como inchaço persistente, dor, vermelhidão, febre, suores noturnos ou perda de peso inexplicável exigem atenção médica. A linfa forma-se do excesso de fluido intersticial que é recolhido pelos capilares linfáticos nos tecidos. A linfa circula unidirecionalmente pelos vasos linfáticos, sendo impulsionada por movimentos do corpo e musculatura lisa, passando por filtros (linfonodos) que removem impurezas e microrganismos antes de ser devolvida ao sistema circulatório sanguíneo. Formação da Linfa 1. Fluido Intersticial: No espaço entre as células (interstício), encontra-se o fluido intersticial, uma parte do plasma sanguíneo que vaza dos capilares. 2. Captação pelos Vasos Linfáticos: Uma porção desse fluido, contendo água, nutrientes e células brancas (mas não glóbulos vermelhos), é absorvida pelos capilares linfáticos, que são vasos que iniciam a rede do sistema linfático. 3. Formação da Linfa: Assim que o fluido intersticial entra no sistema linfático, ele passa a ser chamado de linfa Circulação da Linfa 1. Vasos Linfáticos: A linfa viaja através de vasos linfáticos que se tornam progressivamente maiores 2. Linfonodos: Ao longo do seu trajeto, a linfa passa por linfonodos (ou gânglios linfáticos), órgãos que atuam como filtros. 3. Ação dos Linfonodos: Dentro dos linfonodos, células de defesa (como linfócitos e macrófagos) removem bactérias, vírus e outras substâncias estranhas, impedindo que retornem ao sangue 4. Drenagem para o Sangue: Finalmente, os vasos linfáticos maiores, chamados de ductos linfáticos, drenam a linfa filtrada de volta para a corrente sanguínea, geralmente nas regiões do pescoço, perto das veias jugular e subclávia• Propulsão da Linfa ● Sem Coração: O sistema linfático não tem um coração para bombear ativamente a linfa. ● Mecanismos de Bombeamento: A linfa é impulsionada através dos vasos: -Pela contração dos músculos esqueléticos. -Pela respiração. -Pela contração da musculatura lisa dos próprios vasos linfáticos. -Pelas válvulas unilaterais (semilunares) nos vasos, que garantem que o fluxo seja sempre em direção ao coração e impedem o refluxo. 3- Sistema Linfático O sistema linfático recolhe o excesso de fluidos dos tecidos, o transporta como linfa através de vasos e gânglios linfáticos, onde é filtrado e purificado. As suas principais funções incluem manter o equilíbrio de fluidos, transportar gorduras absorvidas no intestino e atuar na defesa do corpo, produzindo e transportando células do sistema imunitário (como os linfócitos) para combater infeções. A sua importância é vital para evitar edemas (inchaços), nutrir o organismo e manter uma resposta imunitária eficaz, protegendo-o contra agentes patogénicos. Em resumo, o sistema linfático é essencial para a saúde, atuando como um sistema de drenagem e defesa, e garantindo o bem-estar geral do organismo.