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DIREITO PENAL
 
Direito Penal
Este material foi elaborado com um objetivo claro: 
auxiliar na preparação para o concurso de Escrevente 
do TJ-SP, organizado pela Vunesp. Não é nosso intuito 
aprofundamentos em doutrina e jurisprudência des-
necessários ao fim a que se destina. 
Bom ressaltar que nas demais disciplinas deste con-
curso, a banca geralmente não exige aprofundamen-
tos doutrinários mais intensos. No entanto, em Direito 
Penal, especialmente nas duas últimas provas de 2024, 
percebe-se que a Vunesp adotou uma abordagem 
mais exigente.
Isso não significa que, em outras matérias, a banca 
seja simples. Pelo contrário, em CPC, por exemplo, 
vem cobrando questões com situações hipotéticas 
complexas, embora sem um enfoque doutrinário tão 
aprofundado.
Com base em nossa experiência de mais de 25 anos na 
preparação para esse concurso, identificamos a neces-
sidade de um material de Direito Penal que combine 
texto legal e notas doutrinárias. Para otimizar o apren-
dizado, utilizaremos quadros de memorização sempre 
que necessário.
Este material também trará, de forma preliminar, um 
resumo estruturado de Direito Penal, semelhante a um 
guia prático, destacando conceitos essenciais para a 
análise dos crimes.
Sabemos que cada estudante adota uma metodolo-
gia de estudo distinta – alguns preferem videoaulas, 
outros optam por materiais escritos, e muitos combi-
nam ambos os recursos. Independentemente do mé-
todo escolhido, esperamos que este material seja um 
suporte valioso em sua preparação e o guie rumo à 
aprovação.
Que Deus nos guie nessa jornada!
Bons estudos!
PARTE GERAL
TEMAS RELEVANTES PARA A PROVA
Crime Considera-se crime a infração penal que a lei co-
mina pena de reclusão ou de detenção, quer iso-
ladamente, quer alternativa ou cumulativamente 
com a pena de multa.
Atualmente, prevalece a teoria tripartida para 
conceituar materialmente crime, sendo esse um 
fato típico, ilícito e culpável.
Contravenção Considera-se contravenção a infração penal a 
que a lei comina, isoladamente, pena de prisão 
simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou 
cumulativamente.
Tipicidade É a relação entre um fato e uma norma penal. As 
pessoas realizam condutas o tempo todo, das 
mais simples às mais complexas. Quando uma 
conduta está totalmente descrita em uma norma 
penal, tem-se uma CONDUTA TÍPICA. Por outro 
lado, o fato será atípico se não encontrar previsão 
na norma penal.
Ilicitude É a contrariedade do fato com o ordenamento ju-
rídico por meio da exposição a perigo de dano ou 
da lesão a um bem jurídico penalmente tutelado. 
A lesão cometida pelo agente deve ser proibida 
pela Direito para ser considerada ilícita. Se hou-
ver alguma norma jurídica que considere aquela 
conduta como lícita, não haverá crime, ainda que 
a conduta esteja prevista como crime em alguma 
norma penal.
Culpabilidade É o juízo de reprovação/censura que recai sobre 
o autor do fato que é típico e antijurídico. Culpa-
bilidade é o juízo de repúdio que incide sobre a 
formação e exteriorização da vontade do respon-
sável por um fato típico e ilícito, com o propósito 
de aferir a necessidade de imposição de pena.
Conduta (teoria 
finalista)
É a ação ou omissão humana, consciente e vo-
luntária, dirigida a uma finalidade. Por isso, 
tem-se como necessários os três elementos: 
exteriorização do pensamento, consciência e 
voluntariedade.
A ação é uma conduta positiva (ou comissiva), 
que se manifesta por um movimento corpóreo 
como “fabricar”, “falsificar”, “apropriar-se” etc.
Já a omissão é uma conduta negativa (ou omis-
siva), que consiste na indevida abstenção de um 
movimento quando a lei obriga o indivíduo a 
agir, como na condescendência criminosa.
Dolo e culpa Ao analisar a conduta penal típica, deve-se veri-
ficar se ela ocorreu mediante dolo, dolo eventual 
ou culpa. Esse fator é relevante, pois, segundo 
o Código Penal, salvo os casos expressos em lei, 
ninguém pode ser punido por fato previsto como 
crime, senão quando o pratica dolosamente. Ou 
seja, só existe crime culposo mediante previsão 
legal expressa, como é o caso do peculato culpo-
so (CP, art. 312, § 2º).
Nesse contexto, o crime é doloso quando o 
agente quis o resultado ou assumiu o risco de 
produzi-lo.
Por sua vez, será culposo quando o agente deu 
causa ao resultado por imprudência (agiu de 
forma precipitada, sem cuidado ou cautela), ne-
gligência (descuido ou desatenção, deixando de 
observar precaução normalmente adotada na 
situação) ou imperícia (agiu sem habilidade ou 
qualificação técnica).
Iter criminis 
(consumação e 
tentativa)
Iter Criminis é uma expressão em latim que pode 
ser traduzida para “itinerário do crime” ou “cami-
nho do crime”, referindo-se às várias etapas que 
se sucedem cronologicamente no desenvolvi-
mento do delito: 
Fase Interna (Cogitação): não é punível. Enquan-
to a ideia delituosa não ultrapassar a esfera do 
pensamento do indivíduo, por pior que seja, não 
se poderá censurar criminalmente o ato, pois 
ainda está apenas na fase de cogitação. A exte-
riorização da vontade por meio de uma ação ou 
omissão é necessária para a tipificação de uma 
conduta.
Fase externa: composta por Preparação, Execu-
ção e Consumação. 
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Iter criminis 
(consumação e 
tentativa)
• Preparação: a conduta que vai além da mera 
cogitação, mas ainda não se iniciou a realização 
do núcleo do tipo. Os atos considerados mera-
mente preparatórios não são punidos criminal-
mente, pois o Código Penal exige, pelo menos, 
o início da execução, salvo se houver previsão 
expressa da preparação como conduta típica. 
É o caso, por exemplo, do delito de petrechos 
de falsificação (CP, art. 294), em que se pune o 
agente que possui ou guarda o objeto destina-
do à falsificação, independentemente de seu 
efetivo uso.
• Execução: trata-se do ato idôneo e inequívoco 
tendente à consumação do crime. A execução 
se inicia quando a conduta do sujeito passa a 
colocar em risco o bem jurídico tutelado pelo 
delito ou quando o agente pratica alguma con-
duta que se amolda ao verbo núcleo do tipo.
• Consumação: ocorrerá quando se fazem pre-
sentes todos os elementos da definição legal 
do delito, ou seja, quando há total subsunção 
da conduta do sujeito com a norma penal. A 
consumação se dá em momentos diferentes a 
depender da espécie de crime:
a) crimes materiais ou de resultado: consu-
mam-se com a ocorrência do resultado na-
turalístico ou material previsto na norma, ou 
seja, com a modificação no mundo exterior 
provocada pela conduta; 
b) crimes de mera conduta: consumam-se 
com a ação ou omissão prevista e punida 
na norma penal incriminadora. Nesses de-
litos, o tipo penal não faz alusão a nenhum 
resultado naturalístico. Dessa forma, basta a 
conduta, positiva ou negativa, para que haja 
consumação;
c) crimes formais ou de consumação anteci-
pada: apesar da alusão ao resultado natura-
lístico no tipo penal, não exigem, para fins 
de consumação, que ele ocorra, de tal modo 
que, praticada a conduta prevista em lei, o 
delito estará consumado.
O que é exaurimento do crime? O exaurimento 
se dá quando o agente, depois de consumar o 
delito e, portanto, encerrar o iter criminis, prati-
ca nova conduta, intensificando a agressão ao 
bem jurídico penalmente tutelado. Diz-se crime 
exaurido (ou esgotado plenamente) os aconteci-
mentos posteriores ao término do iter criminis. É 
o caso do funcionário público que, após atingir a 
consumação do delito de corrupção passiva me-
diante a solicitação de vantagem indevida, vem a 
efetivamente recebê-la (CP, art. 317)
Tentativa (conatus): ocorre quando, iniciada a 
execução, não se consuma por circunstâncias 
alheias à vontade do agente. O crime é perfeito 
na esferacompreendida como o con-
junto de características próprias de deter-
minada pessoa, capazes de identificá-la e 
individualizá-la em sociedade, tais como o 
nome, a filiação, a idade, o estado civil, o sexo 
e profissão. No conceito de identidade não 
ingressam o endereço, o telefone e a conta 
de e-mail de alguém (Cleber Masson).
Conduta / Núcleo 
do Tipo
“Atribuir”, no sentido de imputar a si próprio 
ou a terceiro falsa identidade.
Sujeito ativo Trata-se de crime comum, que pode ser co-
metido por qualquer pessoa. 
Sujeito passivo É o Estado e, de forma indireta (mediata), a 
pessoa física ou jurídica que tenha sido pre-
judicada pela conduta criminosa.
Elemento 
subjetivo
Dolo, acrescido de um especial fim de agir 
(elemento subjetivo específico), representa-
do pela expressão “para obter vantagem, em 
proveito próprio ou alheio, ou para causar 
dano a outrem”.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal, que se consuma 
com o ato de atribuir a si ou a terceiro uma 
identidade falsa, independentemente da 
obtenção de vantagem para si ou para ou-
tra pessoa, ou da ocorrência de prejuízo a 
terceiros.
A possibilidade de tentativa dependerá da 
natureza do crime, sendo viável nos casos 
em que a infração for plurissubsistente, 
mas inaplicável quando se tratar de crime 
unissubsistente.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime simples, comum, formal, expressamen-
te subsidiário, instantâneo e unissubjetivo.
Destaques 
jurisprudenciais
Súmula 522/STJ: A conduta de atribuir-se 
falsa identidade perante autoridade policial 
é típica, ainda que em situação de alegada 
autodefesa”.
Subsidiariedade 
expressa (Art. 
307, parágrafo 
único)
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou 
multa, se o fato não constitui elemento de 
crime mais grave.
Crime subsidiário – aplicável apenas quando 
não há outro crime mais grave que possa ser 
imputado ao agente. Em outras palavras, é 
uma infração penal que funciona como uma 
espécie de “reserva”, sendo aplicada apenas 
se a conduta não for enquadrada em um 
crime mais severo previsto na legislação. Ge-
ralmente, os crimes subsidiários são mencio-
nados com expressões como “se o fato não 
constitui crime mais grave” na redação do 
tipo penal.
Art. 308. USAR, como próprio, passaporte, título de eleitor, 
caderneta de reservista ou qualquer documento de identi-
dade alheia OU CEDER a outrem, para que dele se utilize, 
documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:
PENA: DETENÇÃO de 4 MESES a 2 ANOS + MULTA, se o 
fato não constitui elemento de crime mais grave.
Considerações 
iniciais
O legislador não conferiu nomen juris ao cri-
me definido no art. 308 do Código Penal. Na 
doutrina é chamado de “uso de documento 
de identidade alheia”.
Objetividade 
jurídica
É a fé pública.
Objeto material É o passaporte, título de eleitor, caderneta de 
reservista ou qualquer outro documento de 
identidade alheia.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
Usar (empregar, utilizar) documento de ou-
trem como próprio, e ceder (emprestar, for-
necer) a outrem seu documento para que se 
utilize como se fosse próprio. 
Sujeito ativo Trata-se de crime comum, que pode ser co-
metido por qualquer pessoa. 
Sujeito passivo É o Estado e, de forma indireta (mediata), a 
pessoa física ou jurídica que tenha sido pre-
judicada pela conduta criminosa.
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DIREITO PENAL
 
Elemento 
subjetivo
Na modalidade “usar, como próprio, docu-
mento de identidade alheia”, é o dolo, in-
dependentemente de qualquer finalidade 
específica. Por seu turno, na conduta de 
“ceder a outrem, para que dele se utilize, 
documento dessa natureza, próprio ou de 
terceiro”, exige-se, além do dolo, um especial 
fim de agir (elemento subjetivo específico), 
representado pela expressão “para que dele 
se utilize”. (Cleber Masson). 
Consumação / 
Tentativa
Na primeira conduta – “usar, como próprio, 
documento de identidade alheia” –, a consu-
mação se verifica quando o sujeito faz efeti-
vo uso do documento alheio como se fosse 
próprio. Já na segunda conduta – “ceder a 
outrem, para que dele se utilize, documento 
dessa natureza, próprio ou de terceiro” – o 
delito se consuma no momento da tradi-
ção do documento. Não se exige a efetiva 
utilização do documento pelo destinatário. 
Todavia, se este o utilizar, a ele será também 
imputado o crime em apreço, na modalida-
de “usar como próprio documento alheio”.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime simples, comum, formal, instantâneo, 
expressamente subsidiário e unissubjetivo.
Subsidiariedade 
expressa 
Pena – detenção, de quatro meses a dois 
anos, e multa, se o fato não constitui elemen-
to de crime mais grave.
(...)
CAPÍTULO V
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO 
Fraudes em certames de interesse público
Art. 311-A. UTILIZAR OU DIVULGAR, indevidamente, com 
o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a 
credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:
I – concurso público;
II – avaliação ou exame públicos;
III – processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou
IV – exame ou processo seletivo previstos em lei: 
PENA: RECLUSÃO de 1 a 4 ANOS + MULTA.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem PERMITE OU FACILI-
TA, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas 
às informações mencionadas no caput. 
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração 
pública: 
PENA: RECLUSÃO de 2 a 6 ANOS + MULTA. 
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 se o fato é cometido por 
funcionário público. 
Considerações 
iniciais
O conteúdo sigiloso de um concurso ou se-
leção envolve não apenas as perguntas e 
respostas das provas a serem aplicadas, po-
dendo abranger toda e qualquer informação 
que não seja de conhecimento público e 
que, se divulgada, tenha potencial para be-
neficiar alguém ou comprometer a credibili-
dade do certame.
Considerações 
iniciais
Atualmente entende-se que a chamada “cola 
eletrônica” é crime tipificado no art. 311-A.
Objetividade 
jurídica
É a fé pública na lisura dos concursos, ava-
liações ou exames públicos, processos sele-
tivos para ingresso no exame superior e exa-
mes ou processos seletivos previstos em lei.
Objeto material São quatro os objetos materiais do crime: 
I — concurso público (meio de acesso a car-
gos/empregos na Administração Pública); 
II — avaliação ou exame públicos (meio de 
seleção de pessoas pela Administração Pú-
blica que não sejam cargo/emprego, como 
ingresso de escolas técnicas, escolas milita-
res ou em residência médica); 
III — processo seletivo para ingresso no ensi-
no superior (vestibular ou ENEM); 
IV — exame ou processo seletivo previstos 
em lei (exame da OAB, por exemplo). 
Conduta / Núcleo 
do Tipo
 2 núcleos: utilizar (fazer uso, empregar) e di-
vulgar (dar conhecimento, comunicar). 
Sujeito ativo Trata-se de crime comum. Tanto o responsá-
vel pela prova (em qualquer etapa da formu-
lação) quanto o candidato que obtém a in-
formação maliciosamente respondem pelo 
crime.
Sujeito passivo É o Estado e de forma mediata as pessoas fí-
sicas ou jurídicas prejudicadas pela conduta 
criminosa.
Elemento 
subjetivo
O dolo, acrescido de especial fim de agir (ele-
mento subjetivo específico), representado 
pelas expressões “com o fim de beneficiar a si 
ou a outrem” ou “com o fim de comprometer 
a credibilidade do certame”.
Consumação / 
Tentativa
Por parte de quem divulga, o crime se consu-
ma no momento em que o conteúdo é trans-
mitido, ainda que o destinatário não consi-
ga dele fazer uso por ser a farsa descoberta 
antes da realização da prova. Por parte do 
destinatário, o crime se consuma no instante
Consumação / 
Tentativa
em que ele utiliza as informações recebidas, 
ainda que não seja aprovado no concurso ou 
que a prova seja cancelada ou anulada.
A tentativaé admissível, pois se trata de um 
crime plurissubsistente, permitindo o fracio-
namento do iter criminis.
Ação Penal Pública incondicionada.
Figura 
equiparada (Art. 
311-A, § 1º) 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem per-
mite ou facilita, por qualquer meio, o acesso 
de pessoas não autorizadas às informações 
mencionadas no caput.
Qualificadora 
(Art. 311-A, § 2º)
Se da ação ou omissão resulta dano à admi-
nistração pública: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e 
multa. 
* A qualificadora é aplicável somente quan-
do houver “dano à Administração Pública”, 
não incidindo em crimes ocorridos em ves-
tibulares de instituições privadas de ensino
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Qualificadora 
(Art. 311-A, § 2º)
superior. Nesses casos, o crime permanece 
configurado, porém sem a forma qualificada.
Causa de 
aumento de 
pena (Art. 311-A, 
§ 3º)
Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o 
fato é cometido por funcionário público.
* Se uma questão de prova exigir a resposta 
nos termos do Código Penal, deve-se seguir 
a interpretação literal da lei, reconhecendo a 
majorante pelo simples fato de o agente ser 
funcionário público. No entanto, segundo 
a doutrina, essa compreensão não preva-
lece, pois se entende que a mera condição 
de funcionário público não é suficiente para 
justificar o aumento da pena, sendo neces-
sário que o crime tenha relação direta com a 
função exercida.
Classificação 
doutrinária
Crime simples, comum, formal, instantâneo 
e unissubjetivo.
TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS POR 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Peculato
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, 
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, 
de que tem a posse em razão do cargo, OU desviá-lo, em 
proveito próprio ou alheio:
PENA: RECLUSÃO de 2 a 12 ANOS + MULTA.
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, em-
bora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, O SUB-
TRAI, OU CONCORRE PARA QUE SEJA SUBTRAÍDO, em 
proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe 
proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo
§ 2º Se o funcionário CONCORRE culposamente para o cri-
me de outrem:
PENA: DETENÇÃO de 3 MESES a 1 ANO.
§ 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se 
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se 
lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
§ 3º SE HÁ REPARAÇÃO DO DANO:
ANTES da sentença 
irrecorrível
APÓS a sentença 
irrecorrível
EXTINGUE-SE A 
PUNIBILIDADE
REDUZ DE 1/2 A PENA 
IMPOSTA
Considerações 
iniciais
Pode-se falar em várias espécies de peculato 
descritos no artigo 312 do CP. Vejamos:
• Peculato apropriação (caput, 1.ª parte) – 
Peculato próprio.
• Peculato desvio (caput, parte final) – Pecu-
lato próprio.
Considerações 
iniciais
• Peculato furto (§ 1.º) – Peculato impróprio.
• Peculato culposo (§ 2.º).
O art. 313 do Código Penal prevê o pecu-
lato mediante erro de outrem (peculato 
estelionato). 
O art. 313-A do Código Penal trata do crime 
de inserção de dados falsos em sistemas de 
informações (peculato eletrônico). Já o arti-
go 313-B – Modificação ou alteração não au-
torizada de sistema de informações é o que a 
doutrina apelidou de peculato hacker. 
Objetividade 
jurídica
Administração Pública.
Objeto material É o dinheiro, valor ou qualquer outro bem 
móvel, público ou particular.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
No peculato apropriação o núcleo do tipo é 
“apropriar-se”, O sujeito comporta-se como 
se fosse dono do objeto material. Já no pe-
culato desvio o núcleo do tipo é “desviar”. No 
peculato furto (ou impróprio) os núcleos são 
“subtrair” e “concorrer” para subtração.
Sujeito ativo Trata-se de crime próprio. Somente o funcio-
nário público (CP, art. 327, caput) e as pesso-
as a ele equiparadas legalmente (CP, art. 327, 
§§ 1º e 2º) podem praticar o delito. Poderia 
o particular responder também por peculato 
em concurso de pessoas, tendo em vista a 
comunicabilidade da elementar do crime 
(CP, art. 30). O particular precisa saber que 
seu comparsa é funcionário público (liame 
subjetivo). 
Sujeito passivo O Estado. O particular, de forma secundária, 
poderá ser sujeito passivo, na hipótese em 
que seus bens forem apropriados ou des-
viados pelo funcionário público (peculato 
malversação).
Elemento 
subjetivo
Dolo.
CUIDADO: existe apenas um crime neste ca-
pítulo em que se pune com forma culposa – é 
o crime de peculato culposo, artigo 312, § 2º.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime material. É possível a tenta-
tiva (conatus) de peculato doloso, em todas 
as suas formas, pois é possível o fraciona-
mento do iter criminis. A tentativa (conatus), 
que ocorre quando iniciada a execução, não 
se consuma por circunstâncias alheias à von-
tade do agente, é possível em peculato. Na 
modalidade culposa não há possibilidade de 
tentativa.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime simples, próprio, material, instantâneo 
(regra) e unissubjetivo.
Considerações Específicas
Peculato desvio: CUIDADO: Servidor públi-
co que se apropria dos salários que lhe foram 
pagos e não presta os serviços, não comete 
peculato. Por exemplo: Tício, vereador, con-
tratou seu primo Mévio para exercer o cargo 
público de assessor na Câmara Municipal. 
Ocorre que ele não trabalhava efetivamente. 
Apenas comparecia ao trabalho para assinar 
o ponto, sem que exercesse suas atribuições
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DIREITO PENAL
 
Classificação 
doutrinária
do cargo. Apesar disso, Mévio recebia remu-
neração todos os meses. Tício e Mévio não 
praticaram nenhum crime. Não é típico o ato 
do servidor que se apropria de valores que 
já lhe pertenceriam, em razão do cargo por 
ele ocupado. Assim, a conduta do servidor 
poderia ter repercussões disciplinares ou 
mesmo no âmbito da improbidade adminis-
trativa, mas não se ajusta ao delito de pecu-
lato, porque seus vencimentos efetivamente 
lhe pertenciam. Se o servidor merecia per-
ceber a remuneração, à luz da ausência da 
contraprestação respectiva, é questão a ser 
discutida na esfera administrativo-sanciona-
dora, mas não na instância penal, por falta 
de tipicidade. (STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 
2073825-RS, j. 16/08/2022).
Pergunta: o servidor público (ex: um De-
putado Federal) que se utiliza do trabalho 
de outro servidor público (ex: assessor par-
lamentar) para lhe prestar serviços particu-
lares pratica crime de peculato (art. 312 do 
CP)?
• Situação 1: Servidor público que se utiliza 
da mão-de-obra de outro servidor público 
(normalmente seu subordinado) para, em 
determinados momentos, fazer com que 
este preste serviços particulares a ele. Esta 
conduta não configura peculato nem qual-
quer outro crime. Atenção: se o indivíduo 
que se utilizou do servidor público for Pre-
feito, ele cometerá o delito do art. 1º, II, do 
DL 201/67.
• Situação 2: Servidor público que utiliza a 
Administração Pública para pagar o salá-
rio de empregado particular. Aqui o chefe 
contrata um indivíduo supostamente para 
ser servidor público (cargo comissionado), 
mas, na verdade, ele manda que a pessoa 
contratada preste exclusivamente serviços 
particulares ao seu superior. Esta conduta, 
em tese, configura peculato. Isso porque 
o dinheiro público está sendo desviado 
para o pagamento de um “servidor” que 
formalmente, está vinculado à Administra-
ção Pública, mas que, na prática, apenas 
executa serviços para outro servidor pú-
blico no interesse particular deste último. 
Peculato de uso: Há divergência na doutri-
na – O funcionário que recebe a posse de 
um bem em razão docargo, dele se utiliza 
sem autorização, mas o restitui (“peculato de 
uso”), não incorre no peculato. Pode-se falar 
em ato de improbidade administrativa que 
importa enriquecimento ilícito (Art. 9º da lei 
nº 8.429/92). Interessante que uma prova em 
2015 assim colocou a assertiva como verda-
deira: II. No caso de Funcionário Público que 
faz uso pessoal de veículo pertencente à Ad-
ministração Pública não cabe Peculato (Art. 
312 do CP) com relação ao veículo. Entretan-
to, é admissível o crime em comento no que 
diz respeito ao combustível utilizado (TRT 16 
/ REGIÃO (MA) / Juiz do Trabalho Substituto).
Peculato furto: Trata-se de peculato impró-
prio. O Art. 312, § 1º estabelece que deve-se 
aplicar a mesma pena (reclusão, de dois a
Classificação 
doutrinária
doze anos, e multa), se o funcionário público, 
embora não tendo a posse do dinheiro, valor 
ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja 
subtraído, em proveito próprio ou alheio, va-
lendo-se de facilidade que lhe proporciona a 
qualidade de funcionário. Não há posse do 
bem por parte do funcionário público – o 
crime aqui se assemelha ao crime de furto 
(crime contra o patrimônio). 
Cuidado: não basta afirmar que um servidor 
subtraiu algo que já podemos afirmar que 
houve peculato-furto. Para ser Peculato fur-
to o sujeito precisa se valer da facilidade que 
lhe proporciona a qualidade de funcionário. 
Por exemplo – um Escrevente furtou uma 
impressora da Receita Federal sem se valer 
de qualquer facilidade cometerá o delito de 
furto, não de peculato-furto. 
Peculato Culposo: O art. 312, § 2.º, do Có-
digo Penal apresenta a figura culposa do 
peculato. A pena não é de reclusão, de dois 
a doze anos, e multa, mas sim detenção, de 
três meses a um ano.
No Peculato culposo é punido o funcioná-
rio público que por negligência, imprudên-
cia ou imperícia concorre para a prática de 
crime de outrem. Esse terceiro pode ser um 
particular ou outro funcionário público. 
Exemplo clássico: João, Procurador de As-
sembleia Legislativa, ao deixar seu gabinete 
ao final do expediente, esquece de trancar a 
porta de sua sala, como determinam as re-
gras de segurança. Aproveitando-se desse 
fato, Miguel, outro funcionário público que 
exerce suas funções no local, ingressa no ga-
binete e subtrai o computador pertencente 
à Assembleia. Não existe conluio entre eles. 
Um que agiu com culpa responderá por pe-
culato culposo e Miguel poderá responder 
por Peculato-furto. 
No Peculato culposo a doutrina ensina que o 
funcionário público somente poderá respon-
der por essa modalidade culposa se o crime 
doloso praticado por terceiro consumar-se. 
Não se admite tentativa de crime culposo, 
de forma que, se o crime doloso ficar na fase 
da tentativa, não há falar na configuração do 
crime de peculato culposo. 
Peculato Culposo e a reparação do dano: No 
Peculato culposo (não no doloso), a repara-
ção do dano, se precede à sentença irrecorrí-
vel (transitada em julgado), extingue a puni-
bilidade; se lhe é posterior, reduz de metade 
a pena imposta.
Peculato Culposo e a reparação do dano:
• Se for feita antes da sentença irrecorrível – 
ou seja antes do trânsito em julgado: extin-
gue a punibilidade.
• Se for feita após a sentença irrecorrível – ou 
seja após o trânsito em julgado: reduz de 
metade a pena imposta.
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Destaques 
jurisprudenciais
STJ – O mero proveito econômico não é su-
ficiente para tipificar o crime de peculato-
-desvio, é necessário que o agente pratique 
alguma conduta voltada ao desvio de verbas 
públicas.
STJ – Configura o crime de peculato-desvio 
o fomento econômico de candidatura à ree-
leição por Governador de Estado com o pa-
trimônio de empresas estatais. As empresas 
estatais gozam de autonomia administrativa 
e financeira. Ainda assim, a posse necessá-
ria para configuração do crime de peculato 
deve ser compreendida não só como a dis-
ponibilidade direta, mas também como dis-
ponibilidade jurídica, exercida por meio de 
ordens. (STJ. 5ª Turma. REsp 1776680-MG, j. 
11/02/2020).
STJ – Pratica o crime de peculato-desvio o 
Governador que determina que os valores 
descontados dos contracheques dos servi-
dores para pagamento de empréstimo con-
signado não sejam repassados ao banco, 
mas sim utilizados para quitação de dívidas 
do Estado. O administrador que desconta 
valores da folha de pagamento dos servido-
res públicos para quitação de empréstimo 
consignado e não os repassa à instituição 
financeira pratica peculato-desvio, sendo 
desnecessária a demonstração de obtenção 
de proveito próprio ou alheio, bastando a 
mera vontade de realizar o núcleo do tipo. 
Peculato-desvio é crime formal para cuja 
consumação não se exige que o agente pú-
blico ou terceiro obtenha vantagem indevi-
da mediante prática criminosa, bastando a 
destinação diversa daquela que deveria ter 
o dinheiro. (STJ. Corte Especial. APn 814-DF, 
j. 06/11/2019).
Causa de 
aumento de 
pena
A pena será aumentada da terça parte se o 
autor for ocupante de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento 
de órgão da administração direta, socieda-
de de economia mista, empresa pública ou 
fundação instituída pelo poder público (Art. 
327, § 2º do CP).
Peculato mediante erro de outrem
Art. 313. APROPRIAR-SE de dinheiro ou qualquer utilida-
de que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
PENA: RECLUSÃO de 1 a 4 ANOS + MULTA.
Considerações 
iniciais
A doutrina chama este crime de peculato-es-
telionato. A bem da verdade não há nada de 
estelionato, pois o funcionário não induz a 
vítima em erro, mas se aproveita do erro em 
que ela sozinha incidiu para se apropriar do 
bem (dinheiro ou qualquer utilidade).
Objetividade 
jurídica
Tutela-se a Administração Pública.
Objeto material É o dinheiro ou qualquer outra utilidade.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
Apropriar-se. O erro da pessoa que entrega 
o dinheiro ou qualquer outra utilidade (víti-
ma) deve ser espontâneo, pouco importando 
qual a sua causa (desatenção, confusão etc.); 
se dolosamente provocado pelo funcionário 
público, estará configurado o crime de este-
lionato (CP, art. 171). 
Sujeito ativo Crime próprio (cometido por funcionário 
público).
Sujeito passivo É o Estado. Pode-se considerar como sujeito 
passivo secundário o particular lesado.
Elemento 
subjetivo
Dolo.
Na doutrina se diz que é dolo supervenien-
te, pois surge após o bem se encontrar na 
posse do funcionário público. Exemplo – Ao 
receber a intimação para efetuar pagamen-
to decorrente de condenação judicial, o réu, 
pessoa de baixa instrução, entrega o valor 
pertinente ao oficial de justiça Roberto, que 
o utiliza para o pagamento de uma dívida 
própria. Sobre a conduta praticada por Ro-
berto, é correto afirmar que foi cometido o 
crime de peculato mediante erro de outrem, 
já que o oficial de justiça não colaborou para 
o erro do sujeito passivo (FGV). Interessante 
observar que, caso o funcionário também 
esteja convencido de que, por exemplo, tem 
competência para receber o bem, não haverá 
o crime do artigo 313. Não se admite a moda-
lidade culposa.
Resumindo: O Funcionário não iludiu a pessoa. 
Ela errou solitariamente. O problema é que o 
servidor, percebendo o erro – deveria avisar e 
não receber algo indevido. O crime realmente 
ocorre quando ao descobrir o erro de outrem, 
se apodera do bem. Prevalece o entendimen-
to de que não pode o funcionário provocar o 
erro, porque se isso acontecer o crime será de 
estelionato. O erro deve ser espontâneo.
Consumação / 
Tentativa
Consuma-se com a apropriação. Admite-se a 
forma tentada.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime simples (atinge um único bem jurídico); 
próprio (o sujeito ativo tem que ser funcioná-
rio público); material (o tipo contém conduta 
e resultadonaturalístico, exigindo este último 
para a consumação); em regra comissivo; ins-
tantâneo (consuma-se em momento determi-
nado, sem continuidade no tempo); e geral-
mente plurissubsistente (a conduta pode ser 
fracionada em diversos atos).
Causa de 
aumento de 
pena
A pena será aumentada da terça parte se o 
autor for ocupante de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento 
de órgão da administração direta, sociedade 
de economia mista, empresa pública ou fun-
dação instituída pelo poder público (Art. 327, 
§ 2º do CP).
Inserção de dados falsos em sistema de informações 
Art. 313-A. INSERIR OU FACILITAR, o funcionário auto-
rizado, a inserção de dados falsos, ALTERAR OU EXCLUIR 
indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados 
ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de 
obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para 
causar dano:
PENA: RECLUSÃO de 2 a 12 ANOS + MULTA. 
Considerações 
iniciais
Chamado pela doutrina de peculato 
eletrônico.
Exemplo da Vunesp: José, funcionário públi-
co municipal, responsável pelo banco de da-
dos eletrônico da dívida ativa, excluiu todas
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DIREITO PENAL
 
Considerações 
iniciais
as certidões da dívida ativa que existiam em 
nome da empresa “Boa Viagem”, de proprie-
dade de sua amiga íntima. A conduta de José 
pode ser tipificada como: inserção de dados 
falsos em sistema de informações.
O preceito secundário é o mesmo que o 
peculato – reclusão, de dois a doze anos, e 
multa.
Objetividade 
jurídica
Administração Pública (em especial a segu-
rança do seu conjunto de informações).
Objeto material São os dados, falsos ou corretos, integrantes 
dos sistemas informatizados ou bancos de 
dados da Administração Pública.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
O art. 313-A do Código Penal, delineado em 
um tipo misto alternativo / crime de ação 
múltipla / de conteúdo variado, pois possui 
4 núcleos: (a) inserir; (b) facilitar a inserção; 
(c) alterar; e (d) excluir. A prática de duas ou 
mais condutas descritas é irrelevante, consis-
tindo em crime único.
Sujeito ativo Crime próprio (cometido por funcionário pú-
blico que, nesse caso, deve ser “autorizado” a 
acessar o sistema restrito aos demais funcio-
nários e ao público em geral).
Sujeito passivo É o Estado. Pode-se considerar como sujeito 
passivo secundário o particular lesado.
Elemento 
subjetivo
Dolo. Nesse caso, exige-se um especial fim 
de agir “com o fim de obter vantagem inde-
vida para si ou para outrem ou para causar 
dano”.
Consumação / 
Tentativa
Consuma-se no instante em que o sujeito 
ativo realiza a conduta legalmente prevista 
(formal). Basta a prática da conduta crimino-
sa com a intenção de alcançar a finalidade 
específica, ainda que esta não se concretize. 
A consumação independe da ocorrência de 
efetivo prejuízo para a Administração Públi-
ca. É possível a tentativa. 
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime simples (atinge um único bem jurí-
dico); próprio (o sujeito ativo tem que ser 
funcionário público); formal; instantâneo 
(consuma-se em momento determinado, 
sem continuidade no tempo); e geralmente 
plurissubsistente (a conduta pode ser fracio-
nada em diversos atos).
Causa de 
aumento de 
pena
 A pena será aumentada da terça parte se o 
autor for ocupante de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento 
de órgão da administração direta, socieda-
de de economia mista, empresa pública ou 
fundação instituída pelo poder público (Art. 
327, § 2º do CP).
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de 
informações
Art. 313-B. MODIFICAR OU ALTERAR, o funcionário, siste-
ma de informações ou programa de informática sem autori-
zação ou solicitação de autoridade competente: 
PENA: DETENÇÃO de 3 MESES a 2 ANOS + MULTA. 
Parágrafo único. As penas são aumentadas de 1/3 ATÉ a 
METADE se da modificação ou alteração resulta dano para 
a Administração Pública ou para o administrado.
Considerações 
iniciais
Este crime, também chamado de peculato 
eletrônico e, por alguns, de peculato hacker. 
Objetividade 
jurídica
Tutela-se a Administração Pública e a inte-
gridade e confiabilidade do seu sistema de 
informações ou programas informáticos.
Objeto material 1) sistema de informações; 2) programa de 
informática.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
Modificar ou alterar.
Sujeito ativo Trata-se de crime próprio. CUIDADO: nesse 
delito não se exige a condição de “funcioná-
rio autorizado”, como ocorre no art. 313-A, 
de modo que qualquer funcionário público 
pode cometer o crime.
Sujeito passivo É o Estado. Pode-se considerar como sujeito 
passivo secundário o particular lesado.
Elemento 
subjetivo
Dolo, independentemente de qualquer fina-
lidade específica. Não se admite a modalida-
de culposa
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal, de modo que a 
consumação se dá com a efetiva modifica-
ção ou alteração do sistema de informações 
ou programa de informática pelo funcioná-
rio público. É possível a tentativa, pois pode 
ocorrer o fracionamento do iter criminis.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Próprio (somente pode ser cometido por 
funcionário público); formal / consumação 
antecipada / resultado cortado, instantâneo 
(consuma-se em momento determinado, 
sem continuidade no tempo); plurissubsis-
tente (a conduta pode ser fracionada em 
diversos atos).
Causa de 
aumento de 
pena
As penas são aumentadas de 1/3 até a me-
tade se da modificação ou alteração resulta 
dano para a Administração Pública ou para 
o administrado. (Art. 313-B, parágrafo único)
A pena também será aumentada da terça 
parte se o autor for ocupante de cargos em 
comissão ou de função de direção ou assesso-
ramento de órgão da administração dire ta, a
Causa de 
aumento de 
pena
sociedade de economia mista, emprespúbli-
ca ou fundação instituída pelo poder público 
(Art. 327, § 2º do CP).
CRIMES ELETRÔNICOS
Inserção de dados falsos em 
sistema de informações
Modificação ou alteração não 
autorizada
Art. 313-A. INSERIR OU FACILI-
TAR, o funcionário autorizado, a 
inserção de dados falsos, ALTE-
RAR OU EXCLUIR indevidamen-
te dados corretos nos sistemas 
informatizados ou bancos de 
dados da Administração Pública 
com o fim de obter vantagem in-
devida para si ou para outrem ou 
para causar dano:
Art. 313-B. MODIFICAR OU AL-
TERAR, o funcionário, sistema 
de informações ou programa 
de informática sem autorização 
ou solicitação de autoridade 
competente: 
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CRIMES ELETRÔNICOS
PENA: RECLUSÃO de
2 ANOS a 12 ANOS
+ MULTA.
PENA: DETENÇÃO de
3 MESES a 2 ANOS
+ MULTA.
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou 
documento
 Art. 314. EXTRAVIAR livro oficial ou qualquer documento, 
de que tem a guarda em razão do cargo; SONEGÁ-LO OU 
INUTILIZÁ-LO, total ou parcialmente:
PENA: RECLUSÃO de 1 a 4 ANOS, se o fato não constitui 
crime mais grave.
Considerações 
iniciais
O nomen iuris (rubrica) do crime em análise 
é Extravio, sonegação ou inutilização de livro 
ou documento.
O crime ocorre com o extravio de livro ofi-
cial ou qualquer documento, de que tem a 
guarda em razão do cargo ou sonegá-lo ou 
inutilizá-lo, total ou parcialmente.
O crime do artigo 314 é de funcionário pú-
blico contra a administração em geral. Já o 
crime do artigo 337 (semelhante) é crime de 
particular contra a administração em geral. 
Objetividade 
jurídica
Administração Pública.
Objeto material É o livro oficial ou documento.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
O art. 314 contém três núcleos: “extraviar”, 
“sonegar” e “inutilizar”. 
Sujeito ativo Funcionário público. O crime é próprioou 
especial e somente pode ser cometido por 
funcionário público. Cuidado: Não basta ser 
funcionário público, pois exige o tipo penal 
que seja o “que tem a guarda em razão do 
cargo”.
Sujeito passivo É o Estado. Pessoa física ou jurídica prejudi-
cada pela conduta pode ser considerada, de 
forma secundária.
Elemento 
subjetivo
É o dolo, independentemente de qualquer 
finalidade específica. Não se admite a moda-
lidade culposa
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal, consumando-se no 
instante em que o sujeito extravia livro oficial 
ou documento, de que tem a posse em razão 
do cargo, ou quando os sonega ou inutiliza, 
total ou parcialmente, pouco importando se 
resulta, ou não, efetivo prejuízo à Adminis-
tração Pública. É possível a tentativa.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime simples, próprio, formal, instan-
tâneo, unissubjetivo e normalmente 
plurissubsistente.
Importante: trata-se de crime tipo misto 
alternativo / de ação múltipla / conteúdo 
variado: a prática de duas ou mais condutas, 
no mesmo contexto fático e contra o mesmo 
bem jurídico, caracteriza um único crime.
Causa de 
aumento de 
pena
A pena será aumentada da terça parte se o 
autor for ocupante de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento 
de órgão da administração direta, socieda-
de de economia mista, empresa pública ou 
fundação instituída pelo poder público (Art. 
327, § 2º do CP).
Subsidiariedade 
expressa (Art. 
314, parágrafo 
único) 
Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o 
fato não constitui crime mais grave.
DOS CRIMES 
PRATICADOS POR 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
DOS CRIMES PRATICADOS 
POR PARTICULAR
Art. 314 – Extravio, sonega-
ção ou inutilização de livro ou 
documento
Art. 337 – Subtração ou inutili-
zação de livro ou documento
Extraviar livro oficial ou qual-
quer documento, de que tem a 
guarda em razão do cargo; so-
negá-lo ou inutilizá-lo, total ou 
parcialmente:
Subtrair, ou inutilizar, total ou 
parcialmente, livro oficial, pro-
cesso ou documento confiado 
à custódia de funcionário, em 
razão de ofício, ou de particular 
em serviço público:
RECLUSÃO de 1 a 4 ANOS, se 
o fato não constitui crime mais 
grave.
* Nota explicativa: Crime ex-
pressamente subsidiário... se 
o fato não constitui crime mais 
grave.
RECLUSÃO de 2 a 5 ANOS, se 
o fato não constitui crime mais 
grave.
* Nota explicativa: Crime ex-
pressamente subsidiário... se 
o fato não constitui crime mais 
grave.
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Art. 315. DAR às verbas ou rendas públicas aplicação diver-
sa da estabelecida em lei:
PENA: DETENÇÃO de 1 a 3 MESES OU MULTA.
Considerações 
iniciais
Importante se atentar à distinção em relação 
ao chamado peculato desvio. No peculato, o 
funcionário público desvia o dinheiro, valor 
ou qualquer outro bem móvel em proveito 
próprio ou alheio, ou seja, age para satisfazer 
interesses particulares. Já aqui no artigo 315, 
o funcionário público também desvia valo-
res públicos, porém em benefício da própria 
Administração Pública. Não há enriqueci-
mento ilícito.
Objetividade 
jurídica
Administração Pública. Em especial a regu-
laridade da aplicação dos recursos públicos.
Objeto material Verbas públicas e as rendas públicas.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
“Dar” que, no contexto do crime em apre-
ço, significa empregar ou utilizar verbas ou 
rendas públicas em finalidade diversa da es-
tabelecida em lei (em sentido estrito – não 
decreto).
Sujeito ativo Crime próprio, praticável pelo funcionário 
público que tem o poder de dispor de verbas 
ou rendas públicas.. 
Sujeito passivo É o Estado e, secundariamente, a pessoa fí-
sica ou jurídica prejudicada pela conduta 
criminosa.
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DIREITO PENAL
 
Elemento 
subjetivo
É o dolo, independentemente de qualquer 
finalidade específica. Não se admite a moda-
lidade culposa.
Consumação / 
Tentativa
Consuma-se com a aplicação das verbas ou 
rendas públicas de forma diversa da estabe-
lecida em lei, isto é, com o efetivo emprego 
irregular de verbas ou rendas. É dispensável 
que ocorra dano ao erário. A tentativa é ad-
missível, pois se trata de um crime plurissub-
sistente, permitindo o fracionamento do iter 
criminis.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime simples, próprio, material, unissubjeti-
vo e normalmente plurissubsistente.
Causa de 
aumento de 
pena
A pena será aumentada da terça parte se o 
autor for ocupante de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento 
de órgão da administração direta, socieda-
de de economia mista, empresa pública ou 
fundação instituída pelo poder público (Art. 
327, § 2º do CP).
Concussão
Art. 316. EXIGIR, para si ou para outrem, direta ou indireta-
mente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas 
em razão dela, vantagem indevida:
PENA: RECLUSÃO de 2 a 12 ANOS + MULTA. 
Considerações 
iniciais
O núcleo do tipo é “exigir”, no sentido de or-
denar ou impor. O verbo transmite a ideia de 
imposição e intimidação no comportamento 
do funcionário público, que se aproveita do 
temor proporcionado à vítima em decorrên-
cia dos poderes inerentes ao cargo público 
por ele ocupado. (Cleber Masson)
CUIDADO – Não há neste crime emprego de 
violência à pessoa.
Importante lembrar que um eventual par-
ticular que concorde (aquiesce) com a exi-
gência de funcionário público e, paga o valor 
exigido, não comete nenhum crime.
Objetividade 
jurídica
Tutela-se a Administração Pública
Objeto material É a vantagem indevida exigida por um fun-
cionário público. A vantagem pode ser atual 
ou futura, e pode ser exigida para si ou para 
outrem.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
O núcleo do tipo é “exigir”.
Sujeito ativo É o funcionário público, “ainda que fora da 
função ou antes de assumi-la, mas em razão 
dela”.
Sujeito passivo É o Estado e eventual vítima lesada pela 
conduta.
Elemento 
subjetivo
É o dolo, acrescido do elemento subjetivo 
específico “para si ou para outrem”. Não se 
admite a modalidade culposa.
Consumação / 
Tentativa
O delito é formal, bastando a conduta de 
“exigir”, que deve chegar ao conhecimento 
da vítima. Não demanda o recebimento que, 
se ocorrer, figura mero exaurimento. Admi-
te-se tentativa, salvo na modalidade verbal.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime pluriofensivo, próprio, formal, de 
dano, instantâneo, unissubjetivo, unilateral 
ou de concurso eventual.
Causa de 
aumento de 
pena
A pena será aumentada da terça parte se o 
autor for ocupante de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento 
de órgão da administração direta, socieda-
de de economia mista, empresa pública ou 
fundação instituída pelo poder público (Art. 
327, § 2º do CP).
Excesso de exação
§ 1º Se o funcionário EXIGE tributo ou contribuição social 
que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, 
emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a LEI 
não autoriza: 
PENA: RECLUSÃO de 3 a 8 ANOS + MULTA. 
§ 2º Se o funcionário DESVIA, em proveito próprio ou de 
outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos 
cofres públicos:
PENA: RECLUSÃO de 2 a 12 ANOS + MULTA.
Considerações 
iniciais
A conduta delineada no art. 316, § 1º, do 
CP é autônoma e independe da narrada no 
caput. No excesso de exação, o funcionário 
público exige ilegalmente tributo ou contri-
buição social em benefício da Administração 
Pública.
Trata-se de subtipo do delito de concussão 
que implica pena mínima mais grave que a 
prevista no tipo principal.
Objetividade 
jurídica
Tutela-se a Administração Pública
Objeto material É o tributo ou contribuição social. Aqui se in-
cluem os impostos, as taxas, as contribuições 
de melhoria, os empréstimos compulsórios e 
as contribuições sociais (teoria pentapartite 
– STF).
Conduta / Núcleo 
do Tipo
 Há dois núcleos: (i) “exigir” tributo ou con-
tribuiçãosocial que sabe ou deveria saber 
indevido; e (ii) “empregar” na cobrança meio 
vexatório ou gravoso, que a LEI não autoriza.
Sujeito ativo É qualquer funcionário público.
Sujeito passivo É o Estado e eventual contribuinte lesado 
pela conduta.
Elemento 
subjetivo
Dolo.
Consumação / 
Tentativa
Em ambas as espécies do § 1º é delito formal, 
consumando-se com a exigência indevida 
ou com o emprego de meio vexatório ou 
gravoso, independente do efetivo pagamen-
to pelo contribuinte.
A tentativa é possível na modalidade “exigir”, 
exceto quando a exigência for verbal. Já na 
cobrança vexatória ou gravosa a tentativa é 
plenamente possível.
Ação Penal Pública incondicionada.
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Classificação 
doutrinária
Crime pluriofensivo, próprio, formal, de 
dano, instantâneo, unissubjetivo, unilateral 
ou de concurso eventual.
CUIDADO: não há crime se a cobrança em 
excesso se der por dificuldade na interpreta-
ção da legislação tributária no caso concreto, 
pois ausente o dolo, o que torna a conduta 
atípica.
Causa de 
aumento de 
pena
A pena será aumentada da terça parte se o 
autor for ocupante de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento 
de órgão da administração direta, socieda-
de de economia mista, empresa pública ou 
fundação instituída pelo poder público (Art. 
327, § 2º do CP).
Qualificadora Há previsão de figura qualificada no § 2º: Se 
o funcionário DESVIA, em proveito próprio 
ou de outrem, o que recebeu indevidamente 
para recolher aos cofres públicos – PENA: RE-
CLUSÃO de 2 a 12 ANOS + MULTA.
CUIDADO: se a quantia foi regularmente re-
colhida aos cofres públicos, e o funcionário 
público a desvia ulteriormente, estará carac-
terizado o peculato desvio, nos termos do 
art. 312, caput, parte final, do Código Penal. 
O excesso de exação qualificado depende do 
desvio do tributo ou contribuição social in-
devido antes da sua incorporação aos cofres 
públicos.
A consumação da forma qualificada se ope-
ra com o desvio dos valores indevidamente 
recebidos, de modo que se trata de crime 
material, sendo a tentativa possível.
Um alerta: o crime de concussão, previsto 
no caput, é formal, assim como o Excesso de 
Exação, mas a figura qualificada, do crime de 
excesso de exação, previsto no parágrafo 2º, 
é material.
Corrupção passiva
Art. 317. SOLICITAR OU RECEBER, para si ou para outrem, 
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes 
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, OU 
ACEITAR promessa de tal vantagem:
PENA: RECLUSÃO de 2 a 12 ANOS + MULTA. 
§ 1º A pena é aumentada de 1/3, se, em consequência da 
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de 
praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo de-
ver funcional.
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda 
ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a 
pedido ou influência de outrem:
PENA: DETENÇÃO de 3 MESES a 1 ANO OU MULTA.
Considerações 
iniciais
A doutrina alerta que o CP, ao tratar de cor-
rupção, rompeu com a teoria monista no 
concurso de pessoas. Houve uma exceção 
pluralística, ou seja, há dois delitos distintos 
de corrupção: 1) corrupção passiva artigo 
317 (crime de funcionário público contra a 
administração em geral) e 2) corrupção ativa
Considerações 
iniciais
– artigo 333 (crime de particular contra a ad-
ministração em geral).
Exemplo clássico: Particular está em alta 
velocidade na estrada com seu veículo e é 
parado por um policial. Oferece R$ 500,00 ao 
policial para seguir sem sofrer penalidade. 
O servidor aceita a oferta e libera o veículo. 
Temos corrupção ativa (Art. 333) para quem 
ofereceu e corrupção passiva para quem 
aceitou (Art. 317).
Objetividade 
jurídica
É a Administração Pública.
Objeto material É a vantagem indevida.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
3 núcleos: “solicitar”, “receber” e “aceitar”. 
Cuida-se de tipo misto alternativo, crime de 
ação múltipla ou de conteúdo variado.
Sujeito ativo Crime próprio, pois somente pode ser come-
tido pelo funcionário público em razão da 
sua função, ainda que esteja fora dela (exem-
plo: férias)ou antes de assumi-la (exemplo: 
candidato já aprovado em concurso público 
e regularmente nomeado, mas ainda não 
empossado). 
Sujeito passivo É o Estado e, de forma secundária, a vítima 
prejudicada pela conduta criminosa.
Elemento 
subjetivo
dolo, acrescido de um especial fim de agir 
(elemento subjetivo específico), representa-
do pela expressão “para si ou para outrem”, 
ou seja, em proveito próprio ou de terceiro, 
compreendido este último como qualquer 
pessoa diversa do próprio funcionário públi-
co responsável pela conduta criminosa ou da 
Administração Pública. Não se pune a moda-
lidade culposa.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal. Consuma-se quan-
do o funcionário público solicita, recebe ou 
aceita a promessa de vantagem indevida.
Na conduta “solicitar”, não se exige a real en-
trega da vantagem indevida pelo particular. 
Já na conduta “aceitar a promessa”, é prescin-
dível (desnecessário) posterior recebimento.
Cuidado! O crime de corrupção passiva con-
suma-se ainda que a solicitação ou recebi-
mento de vantagem indevida, ou a aceitação 
da promessa de tal vantagem, esteja relacio-
nada com atos que formalmente não se inse-
rem nas atribuições do funcionário público,
Consumação / 
Tentativa
mas que, em razão da função pública, mate-
rialmente implicam alguma forma de facilita-
ção da prática da conduta almejada.
A tentativa é admissível em alguns casos. Na 
modalidade verbal, impossível.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
É crime próprio (somente pode ser cometido 
pelo funcionário público); formal (consuma-
-se com a prática da conduta, independen-
temente da superveniência do resultado; 
instantâneo (consuma-se em um momento 
determinado, sem continuidade no tempo); 
unissubjetivo, unilateral ou de concurso 
eventual (normalmente praticado por um
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DIREITO PENAL
 
Classificação 
doutrinária
só agente, mas admite o concurso); e unis-
subsistente ou plurissubsistente (conforme 
a conduta seja exteriorizada em um ou mais 
atos de execução).
A doutrina fala ainda em corrupção pas-
siva própria e imprópria, antecedente e 
subsequente.
Corrupção passiva própria – funcionário pú-
blico negocia um ato ilícito. Exemplo: policial 
rodoviário que deixa de multar motorista de 
automóvel surpreendido em excesso de ve-
locidade em troca do recebimento de deter-
minada quantia em dinheiro. 
Corrupção passiva imprópria o ato sobre o 
qual recai a transação é lícito. Exemplo: De-
legado de Polícia que solicita propina da ví-
tima de um crime para agilizar o trâmite de 
um inquérito policial sob sua presidência).
Corrupção passiva antecedente – a vanta-
gem indevida é entregue ou prometida ao 
funcionário público em vista de uma ação 
ou omissão futura (exemplo: Um oficial de 
justiça recebe dinheiro do réu para não apre-
ender o seu veículo). 
Corrupção passiva subsequente – relaciona-
-se a um comportamento pretérito. Exem-
plo: Delegado de Polícia que ganha um carro 
de um empresário pelo fato de propositada-
mente não tê-lo investigado criminalmente 
há 2 anos).
Destaques 
jurisprudenciais
STJ – Não comete crime o médico do SUS 
que cobra do paciente um valor pelo fato de 
utilizar, na cirurgia, a sua máquina particular 
de videolaparoscopia (que não é oferecida 
na rede pública). Isso porque, para tipifica-
ção do art. 317 do Código Penal, deve ser de-
monstrada a solicitação ou recebimento de 
vantagem indevida pelo agente público, não 
configurada quando há mero ressarcimento 
ou reembolso de despesa. (STJ. 5ª Turma. HC 
541447-SP, j. 14/09/2021).
STJ – Ao contrário do que ocorre no crime de 
corrupçãoativa, o tipo penal de corrupção 
passiva não exige a comprovação de que a 
vantagem indevida solicitada, recebida ou 
aceita pelo funcionário público esteja cau-
salmente vinculada à prática, omissão ou 
retardamento de “ato de ofício”. A expressão 
“ato de ofício” aparece apenas no caput do 
art. 333 do CP, como um elemento norma-
tivo do tipo de corrupção ativa, e não no
Destaques 
jurisprudenciais
caput do art. 317 do CP, como um elemen-
to normativo do tipo de corrupção passiva. 
Ao contrário, no que se refere a este último 
delito, a expressão “ato de ofício” figura ape-
nas na majorante do art. 317, § 1º, do CP e na 
modalidade privilegiada do § 2º do mesmo 
dispositivo. (STJ. 6ª Turma. REsp 1745410-SP, 
j. 02/10/2018).
Causa de 
aumento de 
pena (Art. 317, 
§ 1º)
No parágrafo 1º há causa de aumento de 
pena de um terço, se, em consequência da 
vantagem ou promessa, o funcionário retar-
da ou deixa de praticar qualquer ato de ofí-
cio ou o pratica infringindo dever funcional.
Causa de 
aumento de 
pena (Art. 317, 
§ 1º) 
A pena será aumentada da terça parte se o 
autor for ocupante de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento 
de órgão da administração direta, socieda-
de de economia mista, empresa pública ou 
fundação instituída pelo poder público (Art. 
327, § 2º do CP).
Corrupção 
passiva 
privilegiada. 
(Art. 317, § 2º)
Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou 
retarda ato de ofício, com infração de dever 
funcional, cedendo a pedido ou influência 
de outrem: Pena – detenção, de três meses 
a um ano, ou multa. Neste caso a pena não é 
de reclusão, mas sim detenção, de três me-
ses a um ano, ou multa.
CONCUSSÃO CORRUPÇÃO PASSIVA
Art. 316. EXIGIR,
1. Para si ou para outrem,
2. Direta ou indiretamente,
3. Ainda que fora da função ou 
antes de assumi-la,
4. Mas em razão dela, vantagem 
indevida:
Art. 317. Solicitar ou receber,
1. Para si ou para outrem,
2. Direta ou indiretamente,
3. Ainda que fora da função ou 
antes de assumi-la,
4. Mas em razão dela, vantagem 
indevida,
OU aceitar promessa de tal 
vantagem:
Pena – RECLUSÃO de
2 a 12 ANOS + MULTA.
Pena – RECLUSÃO de
2 a 12 ANOS + MULTA.
(...)
Prevaricação
Art. 319. RETARDAR OU DEIXAR DE PRATICAR, indevi-
damente, ato de ofício, OU PRATICÁ-LO contra disposição 
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento 
pessoal:
PENA: DETENÇÃO de 3 MESES a 1 ANO + MULTA.
Considerações 
iniciais
Prevaricação é a infidelidade ao dever de ofí-
cio, à função exercida. É o não cumprimento 
pelo funcionário público das obrigações que 
lhe são inerentes, em razão de ser guiado por 
interesses ou sentimentos próprios. O delito 
foi criado com o escopo de evitar a prática de 
retaliações ou favoritismos no funcionalismo 
público. 
Objetividade 
jurídica
O bem jurídico penalmente protegido é a 
Administração Pública.
Objeto material Ensina Cleber Masson que “...É o ato de ofício 
– compreendido como todo e qualquer ato 
em que se exterioriza o exercício da função 
pública ou do cargo público – indevidamen-
te retardado ou omitido pelo agente, ou pra-
ticado contra disposição expressa de lei. In-
cluem-se nessa categoria os atos públicos de 
qualquer natureza, executivos, judiciais ou 
legislativos. Como o ato é de ofício, não há 
prevaricação quando o ato retardado, omiti-
do ou praticado não integra a competência 
ou atribuição do funcionário público...”. (Di-
reito Penal – Vol 3 Parte Especial, 8ª Edição, 
Gen/Método)
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Conduta / Núcleo 
do Tipo
3 núcleos: “retardar”, “deixar de praticar” e 
“praticar”. As duas primeiras condutas (Re-
tardar ou deixar de praticar indevidamente), 
são crimes omissivos. Na conduta de “prati-
car contra disposição expressa de lei”, temos 
crime comissivo (por ação). Trata-se tipo mis-
to alternativo, crime de ação múltipla ou de 
conteúdo variado.
Sujeito ativo Trata-se de crime de mão própria (atuação 
pessoal ou de conduta infungível), pois so-
mente pode ser praticado pelo funcionário 
público.
Sujeito passivo É o Estado e, em caráter secundário, eventual 
particular prejudicado.
Elemento 
subjetivo
O dolo, mas deve ser acrescido de um espe-
cial fim de agir: “para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal”.
CUIDADO: na doutrina existe a advertência 
de que o interesse pessoal de natureza moral 
não pode ser confundido com o mero como-
dismo, desleixo ou preguiça. Aqui não seria 
crime de prevaricação.
Consumação / 
Tentativa
Nas duas primeiras modalidades do delito, a 
prevaricação se consuma quando o funcio-
nário público retarda ou deixa de praticar 
indevidamente o ato de ofício. Na última 
modalidade, a consumação verifica-se no 
instante em que o funcionário público prati-
ca o ato de ofício contra disposição expressa 
de lei. Em todos casos, o crime é formal, pois, 
para seu aperfeiçoamento, basta a intenção 
do funcionário público de satisfazer interes-
se ou sentimento pessoal, ainda que este re-
sultado não venha a ser concretizado. 
A tentativa é possível na conduta comissiva 
(praticar contra disposição expressa de lei). 
Já nas condutas omissivas (Retardar ou dei-
xar de praticar) é impossível.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime simples, de mão própria, formal, co-
missivo ou omissivo próprio ou puro, unis-
subjetivo e unissubsistente (nas modali-
dades omissivas) ou plurissubsistente (na 
modalidade comissiva).
Causa de 
aumento de 
pena
A pena será aumentada da terça parte se o 
autor for ocupante de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento 
de órgão da administração direta, socieda-
de de economia mista, empresa pública ou 
fundação instituída pelo poder público (Art. 
327, § 2º do CP).
Art. 319-A. DEIXAR o Diretor de Penitenciária e/ou agente 
público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a 
aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a co-
municação com outros presos ou com o ambiente externo:
PENA: DETENÇÃO de 3 MESES a 1 ANO.
Considerações 
iniciais
Este crime recebeu diversas denominações 
na doutrina. O legislador não atribuiu uma 
rubrica marginal (nomen iuris), ou seja, não 
deu um nome específico ao delito. Nas pro-
vas, é comum que ele apareça sob a designa-
ção de Prevaricação Imprópria.
Objetividade 
jurídica
Administração Pública, responsável pela se-
gurança pública, tanto no interior dos esta-
belecimentos prisionais como no âmbito da 
sociedade em geral.
Objeto material É o aparelho telefônico (fixo ou móvel), de 
rádio (aparelho que emite e recebe ondas 
radiofônicas – exemplos: walkie-talkies, 
Nextel etc.), ou similar (qualquer outro meio 
de comunicação entre pessoas – exemplo: 
aparelhos de informática e conversação via 
webcam).
Conduta / Núcleo 
do Tipo
O núcleo do tipo é “deixar”, no sentido de 
omitir-se ou não fazer algo. 
Sujeito ativo Trata-se de crime próprio ou especial, pois 
somente pode ser cometido pelo Diretor de 
Penitenciária, responsável pela administra-
ção prisional, ou agente público. 
Sujeito passivo É o Estado e, mediatamente, a sociedade, 
suscetível à prática de novas infrações pe-
nais em decorrência do uso do aparelho de 
comunicação no interior dos estabelecimen-
tos prisionais.
Elemento 
subjetivo
O dolo, independentemente de qualquer fi-
nalidade específica.
*Se o funcionário público se omite movido 
pelo recebimento, solicitação ou promessa 
de entrega de vantagem indevida, estará 
caracterizado o crime de corrupção passiva 
(CP, art. 317).
Consumação / 
Tentativa
Dá-se no momento em que o Diretor de Pe-
nitenciária ou agente público, conhecendo a 
situação ilícita, não faz nada para impedir o 
acesso do preso a aparelho telefônico, de rá-
dio ou similar. É dispensável a efetiva utiliza-
ção do meio de comunicaçãopelo detento. 
Basta que tenha a possibilidade de fazê-lo. A 
tentativa não é cabível, por se tratar de cri-
me omissivo próprio ou puro.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
É simples, próprio, formal, omissivo próprio 
ou puro, unissubjetivo e unissubsistente.
Causa de 
aumento de 
pena
A pena será aumentada da terça parte se o 
autor for ocupante de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento 
de órgão da administração direta, socieda-
de de economia mista, empresa pública ou 
fundação instituída pelo poder público (Art. 
327, § 2º do CP).
Corrupção Passiva 
Privilegiada (doutrina) Prevaricação
Art. 317. § 2º Se o funcionário 
PRATICA, DEIXA DE PRATICAR 
ou RETARDA ato de ofício, com 
infração de dever funcional, ce-
dendo a pedido ou influência de 
outrem:
Art. 319. RETARDAR OU DEI-
XAR DE PRATICAR, indevida-
mente, ato de ofício, OU PRA-
TICÁ-LO contra disposição 
expressa de lei, para satisfazer 
interesse ou sentimento pessoal:
Pena – DETENÇÃO de 
3 MESES a 1 ANO 
OU MULTA.
Pena – DETENÇÃO de 
3 MESES a 1 ANO 
+ MULTA.
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DIREITO PENAL
 
Condescendência criminosa
Art. 320. DEIXAR o funcionário, por indulgência, de res-
ponsabilizar subordinado que cometeu infração no exercí-
cio do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o 
fato ao conhecimento da autoridade competente:
PENA: DETENÇÃO de 15 DIAS a 1 MÊS OU MULTA.
Considerações 
iniciais
Esse crime nada mais é do que uma moda-
lidade de prevaricação, em que o superior 
hierárquico deixa de responsabilizar o seu 
subordinado, que cometeu infração no exer-
cício do cargo, por indulgência. Em razão do 
princípio da especialidade, se a omissão do 
superior hierárquico for motivada por indul-
gência, estará configurado o crime do art. 
320, especial em relação ao do art. 319. Tal 
tipificação diz respeito à omissão no exercí-
cio do poder disciplinar. 
Objetividade 
jurídica
A proteção da Administração Pública.
Objeto material A infração não punida pelo superior hierár-
quico ou não comunicada à autoridade com-
petente quando lhe faltar competência para 
fazê-lo.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
O tipo penal contém 2 núcleos: “deixar de res-
ponsabilizar” e “não levar ao conhecimento”. 
Sujeito ativo Somente pode ser o funcionário público (art. 
327 do CP) hierarquicamente superior ao 
infrator. 
Sujeito passivo É o Estado.
Elemento 
subjetivo
O dolo. Parte da doutrina ainda menciona 
um especial fim de agir, qual seja: intenção 
de ser indulgente com o funcionário. 
Indulgência é sinônimo de perdão, compla-
cência, brandura, clemência ou tolerância.
*Se o agente, por culpa, não toma conheci-
mento da infração praticada pelo funcioná-
rio subalterno, não há configuração do tipo 
penal.
Consumação / 
Tentativa
O Crime é omissivo próprio, portanto, a 
consumação se dá com a mera omissão em 
deixar de agir ou, quando lhe falte compe-
tência, não levar o fato ao conhecimento da 
autoridade competente. 
A tentativa (conatus) se mostra impossível. 
Não há fracionamento do caminho do crime 
(iter criminis).
*Se for o caso de satisfazer interesse ou sen-
timento pessoal – teremos prevaricação (CP, 
art. 319).
Consumação / 
Tentativa
**Se o Intuito for receber vantagem indevida 
– poderemos ter corrupção passiva (CP, art. 
317).
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime próprio, omissivo puro, monos-
subjetivo ou de concurso eventual e 
unissubsistente.
Causa de 
aumento de 
pena
A pena será aumentada da terça parte se o 
autor for ocupante de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento 
de órgão da administração direta, socieda-
de de economia mista, empresa pública ou 
fundação instituída pelo poder público (Art. 
327, § 2º do CP).
Advocacia administrativa
Art. 321. PATROCINAR, direta ou indiretamente, interes-
se privado perante a administração pública, valendo-se da 
qualidade de funcionário:
PENA: DETENÇÃO de 1 a 3 MESES OU MULTA.
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:
PENA: DETENÇÃO de 3 MESES a 1 ANO + MULTA.
Considerações 
iniciais
No crime de advocacia administrativa não 
importa o fato de ser lícito ou ilegítimo o 
interesse patrocinado ou apadrinhado pelo 
agente público. 
Não há necessidade que o sujeito ativo seja 
advogado. A palavra utilizada na rubrica 
marginal (“advocacia”) transmite a equivoca-
da ideia de crime praticado exclusivamente 
por advogados, porém a bem da verdade, é 
preciso ficar claro que a ideia de “advogar” 
seria no sentido de “defesa” ou “patrocínio”. 
Objetividade 
jurídica
É a Administração Pública, relativamente ao 
seu regular funcionamento e à moralidade 
administrativa.
Objeto material É o interesse (legítimo ou ilegítimo) privado 
e alheio patrocinado, compreendido como 
qualquer vantagem ou meta a ser alcançada 
pelo particular. 
Segundo a doutrina, quando o interesse pa-
trocinado é legítimo, trata-se de advocacia 
administrativa imprópria. Por outro lado, se 
o interesse for ilegítimo, configura-se a advo-
cacia administrativa própria.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
“Patrocinar”, ou seja, amparar, advogar, 
defender ou pleitear interesse privado de 
outrem. 
Sujeito ativo Trata-se de crime próprio.
Sujeito passivo É o Estado.
Elemento 
subjetivo
É o dolo, independentemente de qualquer 
finalidade específica. Não se admite a moda-
lidade culposa.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal, consumando-se 
com o simples patrocínio pelo funcionário 
público do interesse privado e alheio, inde-
pendentemente da efetiva obtenção de be-
nefício pelo particular.
A tentativa é admissível, salvo na conduta 
omissiva.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime simples, próprio, formal e instantâneo.
Causa de 
aumento de 
pena
A pena será aumentada da terça parte se o 
autor for ocupante de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento 
de órgão da administração direta, socieda-
de de economia mista, empresa pública ou 
fundação instituída pelo poder público (Art. 
327, § 2º do CP).
Qualificadora Se o interesse é ilegítimo (parágrafo único): 
Pena – detenção, de três meses a um ano, 
além da multa.
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Violência arbitrária
Art. 322. PRATICAR violência, no exercício de função OU a 
pretexto de exercê-la:
PENA: DETENÇÃO de 6 MESES a 3 ANOS, além da pena 
correspondente à violência.
Considerações 
iniciais
Consiste na prática de violência, no exercício 
de função ou a pretexto de exercê-la.
“Há anos existe séria controvérsia a respeito 
da vigência deste tipo penal. São vários os 
doutrinadores que sustentam ter sido tacita-
mente revogado pela Lei 4.898/65 (esta, por 
sua vez, revogada pela Lei 13.869/19). (Ma-
nual de Direito Penal, ROGÉRIO SANCHES 
CUNHA, Parte Especial, 2021).
De qualquer forma e, por cautela, analisare-
mos o dispositivo.
Deve-se observar que nem toda violência 
usada pelo funcionário público leva à confi-
guração do delito. Há dispositivos legais que, 
de forma expressa, indicam o uso de violên-
cia por agentes públicos e seus auxiliares. 
Elementar violência: lesão corporal ou vias 
de fato. Aqui é violência física, excluindo vio-
lência moral (grave ameaça).
Objetividade 
jurídica
Trata-se de crime pluriofensivo. Há proteção 
da Administração Pública e da integridade 
física e da liberdade das pessoas em geral.
Objeto material É a pessoa contra quem a violência é dirigi-
da, podendo ser um particular ou mesmo 
outro funcionário público
Conduta / Núcleo 
do Tipo
Onúcleo do tipo penal é “praticar”, no sen-
tido de exercer ou cometer violência contra 
a pessoa
Sujeito ativo Crime próprio.
Sujeito passivo É o Estado e, de forma indireta, a pessoa físi-
ca afetada pela conduta criminosa.
Elemento 
subjetivo
É o dolo, acrescido de um especial fim de agir 
(elemento subjetivo específico), consistente 
na intenção do funcionário público de abu-
sar de sua autoridade.
Consumação / 
Tentativa
O crime é material ou causal: consuma-se 
no momento em que o funcionário público, 
de forma abusiva, pratica o ato violento, no 
exercício da função ou a pretexto de exercê-
-la. É possível a tentativa, em face do caráter 
plurissubsistente do delito, permitindo o fra-
cionamento do iter criminis.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime pluriofensivo, próprio, material, unis-
subjetivo e normalmente plurissubsistente.
Causa de 
aumento de 
pena
A pena será aumentada da terça parte se o 
autor for ocupante de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento 
de órgão da administração direta, socieda-
de de economia mista, empresa pública ou 
fundação instituída pelo poder público (Art. 
327, § 2º do CP).
Abandono de função
Art. 323. ABANDONAR cargo público, fora dos casos per-
mitidos em lei:
PENA: DETENÇÃO de 15 DIAS a 1 MÊS OU MULTA.
§ 1º Se do fato resulta prejuízo público:
PENA: DETENÇÃO de 3 MESES a 1 ANO + MULTA.
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de 
fronteira:
PENA: DETENÇÃO de 1 ANO a 3 ANOS + MULTA.
Considerações 
iniciais
A rubrica do crime se utiliza da expressão 
abandono de função, mas o tipo penal em 
exame faz menção a cargo público, conceito 
mais estreito.
A ação nuclear está consubstanciada no ver-
bo abandonar cargo público. Abandonar é 
afastar-se, largar. O abandono pode ocorrer 
de duas formas: pelo mero afastamento do 
funcionário ou quando ele não se apresenta 
no momento devido. 
Objetividade 
jurídica
O bem jurídico penalmente tutelado é a Ad-
ministração Pública.
Objeto material O cargo abandonado pelo funcionário 
público.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
“Abandonar”, ou seja, largar algo, deixando-o 
ao desamparo. 
Sujeito ativo Crime próprio. Tendo em conta que o crime 
de abandono de função encontra-se no rol 
daqueles que exigem uma atuação pessoal, 
personalíssima do próprio agente, é chama-
do de crime de mão própria. 
Sujeito passivo É o Estado.
Elemento 
subjetivo
É o dolo, independentemente de qualquer 
finalidade específica. Não há espaço para a 
forma culposa
Consumação / 
Tentativa
O crime consuma-se com o abandono do 
cargo público por tempo juridicamente re-
levante, de forma a criar probabilidade de 
dano ou prejuízo à Administração Pública. 
Por se tratar de delito omissivo próprio, não 
admite a forma tentada.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime simples, de mão própria, for-
mal, omissivo próprio, unissubjetivo e 
unissubsistente.
Causa de 
aumento de 
pena
A pena será aumentada da terça parte se o 
autor for ocupante de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento 
de órgão da administração direta, socieda-
de de economia mista, empresa pública ou 
fundação instituída pelo poder público (Art. 
327, § 2º do CP).
Qualificadoras 
(Art. 323, § 1º 
e 2º) 
§ 1º – Se do fato resulta prejuízo público: 
Pena – detenção, de três meses a um ano, 
e multa. 
§ 2º – Se o fato ocorre em lugar compreendi-
do na faixa de fronteira: Pena – detenção, de 
um a três anos, e multa.
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DIREITO PENAL
 
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou 
prolongado
Art. 324. ENTRAR no exercício de função pública antes de 
satisfeitas as exigências legais, OU CONTINUAR a exercê-la, 
SEM AUTORIZAÇÃO, depois de saber oficialmente que foi
1. Exonerado,
2. Removido,
3. Substituído ou
4. Suspenso:
PENA: DETENÇÃO de 15 DIAS a 1 MÊS OU MULTA.
Objetividade 
jurídica
O bem jurídico penalmente protegido é a 
Administração Pública.
Objeto material É a função pública ilegalmente exercida.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
O tipo penal contém duas condutas típicas: 
“entrar no exercício” e “continuar a exercê-lo”. 
Entrar no exercício equivale a começar a de-
sempenhar uma determinada função públi-
ca; continuar a exercê-la, por sua vez, signi-
fica dar a ela prosseguimento. Em ambas as 
situações, o crime é instantâneo.
Sujeito ativo Trata-se de crime próprio, pois somente 
pode ser praticado por funcionário público. 
*Caso seja uma conduta cometida por al-
guém que não foi nomeado – um particular 
– pode responder pelo artigo 328 – Usurpa-
ção de função pública (Usurpar o exercício 
de função pública). 
Sujeito passivo É o Estado.
Elemento 
subjetivo
Dolo, independentemente de qualquer fina-
lidade específica.
Consumação / 
Tentativa
O crime se aperfeiçoa quando o sujeito ativo 
realiza indevidamente o primeiro ato ineren-
te à função pública, prescindindo do efetivo 
prejuízo à Administração Pública. A tentativa 
é admissível, pois se trata de um crime pluris-
subsistente, permitindo o fracionamento do 
iter criminis.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime de mão própria, formal, unissubjetivo 
e normalmente plurissubsistente. 
Causa de 
aumento de 
pena
A pena será aumentada da terça parte se o 
autor for ocupante de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento 
de órgão da administração direta, socieda-
de de economia mista, empresa pública ou 
fundação instituída pelo poder público (Art. 
327, § 2º do CP).
Violação de sigilo funcional
Art. 325. REVELAR fato de que tem ciência em razão do 
cargo e que deva permanecer em segredo, OU FACILITAR-
-LHE a revelação:
PENA: DETENÇÃO de 6 MESES a 2 ANOS OU MULTA, se o 
fato não constitui crime mais grave.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: 
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento 
e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso 
de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou 
banco de dados da Administração Pública; 
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. 
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração 
Pública ou a outrem: 
PENA: RECLUSÃO de 2 a 6 ANOS + MULTA.
Considerações 
iniciais
Um dos princípios administrativos expressos 
no artigo 37 da CF é a publicidade, pois a ati-
vidade funcional do Estado deve ser pautada 
pela transparência.
Por outro lado, a própria Constituição Fede-
ral impõe o sigilo das informações imprescin-
díveis à segurança da sociedade e do Estado. 
Art. 5º (...) XXXIII: “todos têm direito a rece-
ber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo 
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, 
sob pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à se-
gurança da sociedade e do Estado”.
Resumindo: a regra é a publicidade dos 
atos do Poder Público, mas existem exce-
ções em que o funcionário público tem 
o dever de guardar sigilo, sob pena de 
responsabilização. 
Objetividade 
jurídica
Administração Pública, relativamente à pro-
teção de informações que devem perma-
necer em segredo no tocante às pessoas em 
geral.
Objeto material É o segredo funcional, ou seja, a informação 
sigilosa obtida em razão da função pública.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
2 núcleos: (1) “revelar” fato de que tem 
ciência em razão do cargo e que deva per-
manecer em segredo; e (2) “facilitar-lhe a 
revelação”.
Sujeito ativo Trata-se de crime próprio. Para uma parce-
la da doutrina a norma também alcança o 
funcionário aposentado ou posto em dispo-
nibilidade, pois, embora não exerça mais as 
funções, continua a ser funcionário público.
Sujeito passivo O Estado e, mediatamente, a pessoa física ou 
jurídica prejudicada pela conduta criminosa.
Elemento 
subjetivo
O dolo, independentemente dequalquer 
finalidade específica. Não se admite a moda-
lidade culposa.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal. Tanto na modalida-
de “revelar” quanto na “facilitar a revelação”, 
o crime se consuma com a simples revelação 
do segredo pelo funcionário público a uma 
terceira pessoa, a quem o conhecimento do 
fato não se destinava. 
Na modalidade “revelar”, a tentativa somente 
é admissível quando a conduta for praticada 
por escrito. Não há tentativa na revelação 
verbal.
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DI
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Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime de mão própria, formal, unissubjetivo 
e normalmente plurissubsistente. 
Figuras equiparadas:
O §1º inciso I prevê que nas mesmas penas 
do artigo incorre quem: 
I – permite ou facilita, mediante atribuição, 
fornecimento e empréstimo de senha ou 
qualquer outra forma, o acesso de pesso-
as não autorizadas a sistemas de informa-
ções ou banco de dados da Administração 
Pública;
II – se utiliza, indevidamente, do acesso 
restrito.
Qualificadora 
(Art. 325, § 2º)
Se da ação ou omissão resulta dano à Admi-
nistração Pública ou a outrem: Pena – reclu-
são, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Causa de 
aumento de 
pena
A pena será aumentada da terça parte se o 
autor for ocupante de cargos em comissão 
ou de função de direção ou assessoramento 
de órgão da administração direta, socieda-
de de economia mista, empresa pública ou 
fundação instituída pelo poder público (Art. 
327, § 2º do CP).
Violação do sigilo de proposta de concorrência
Art. 326. DEVASSAR o sigilo de proposta de concorrên-
cia pública, OU PROPORCIONAR a terceiro o ensejo de 
devassá-lo:
PENA: DETENÇÃO de 3 MESES a 1 ANO + MULTA.
Considerações 
iniciais
O crime descrito no artigo 326 do Código 
Penal foi tacitamente revogado pelo artigo 
94 da lei 8666/93. Já o artigo 94 da lei de 
licitações foi revogado pelo artigo 337 J do 
CP, acrescentado pela lei 14.133/2021 (Lei de 
licitações e contratos administrativos). 
Funcionário público
Art. 327. Considera-se FUNCIONÁRIO PÚBLICO, para os 
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem re-
muneração, exerce:
1. Cargo,
2. Emprego ou
3. Função Pública.
§ 1º Equipara-se a FUNCIONÁRIO PÚBLICO quem exer-
ce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e 
quem trabalha para empresa prestadora de serviço contra-
tada ou conveniada para a execução de atividade TÍPICA da 
Administração Pública. 
§ 2º A pena será aumentada da 1/3 quando os autores 
dos crimes previstos neste Capítulo* forem ocupantes de 
cargos em comissão ou de função de direção ou assessora-
mento de órgão**:
1. Da administração direta,
2. Sociedade de economia mista,
3. Empresa pública ou
4. Fundação instituída pelo poder público.
* (crimes de Funcionário Público contra Adm em Geral) 
** (não se fala em aumento quando se tratar de 
autarquia)
Considerações 
iniciais
Trata-se de norma penal interpretativa, pois 
esclarece o conteúdo e o significado de ou-
tras normas penais. Temos aqui um conceito 
amplo de funcionário público para efeitos 
penais. Na doutrina, este dispositivo é cha-
mado também de interpretação autêntica 
ou Legislativa, ou seja, a interpretação é feita 
pela própria lei.
O art. 327, caput, do Código Penal refere-se a 
cargo, emprego e função pública. Já o cha-
mado “munus público” (os encargos públicos 
atribuídos por lei a algumas pessoas) não é 
abarcado pelo conceito do artigo 327. Assim, 
tutores, administrador judicial, depositário 
judicial, curadores e inventariantes judiciais 
não são funcionários para efeitos penais. 
Destaques 
jurisprudenciais
STJ – O advogado dativo, embora não seja 
integrante dos quadros da Defensoria Públi-
ca, tem sido compreendido como funcioná-
rio público para fins penais (STJ. 5ª Turma. HC 
264459-SP, j. 10/3/2016).
STJ – Os empregados da OAB são equipara-
dos a funcionários públicos para fins penais 
(STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 750.133-GO, j. 
14/5/2024).
E o jurados? Resposta: podem ser sujeitos 
ativos de todas as infrações penais definidas 
no Capítulo I do Título XI da Parte Especial do 
Código. CPP, Artigo 445: O jurado, no exercí-
cio da função ou a pretexto de exercê-la, será 
responsável criminalmente nos mesmos ter-
mos em que o são os juízes togados.
Figura 
equiparada
A pena será aumentada da terça parte quan-
do os autores dos crimes previstos neste Ca-
pítulo (Crimes de funcionário público contra 
a Administração em geral) forem ocupantes 
de cargos em comissão ou de função de di-
reção ou assessoramento de órgão da ad-
ministração direta, sociedade de economia 
mista, empresa pública ou fundação instituí-
da pelo poder público.
Equipara-se a funcionário público quem 
exerce cargo, emprego ou função em entida-
de paraestatal, e quem trabalha para empre-
sa prestadora de serviço contratada ou con-
veniada para a execução de atividade típica 
da Administração Pública. 
Exercem cargo, emprego ou função pública 
em entidade paraestatal (ou terceiro setor): 
paraestatal é a entidade que se posta para-
lelamente ao Estado, com a finalidade de 
prestar serviços de relevância pública. São 
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins 
lucrativos, que integram o chamado tercei-
ro setor (o primeiro é o Estado, detentor do 
Poder Público, e o segundo as empresas que 
estão no mercado, visando lucro). Exemplos: 
SESC, o SENAI e o SESI.
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DIREITO PENAL
 
Figura 
equiparada
Trabalham para empresa prestadora de ser-
viço contratada ou conveniada para a exe-
cução de atividade típica da Administração 
Pública: Cuida-se aqui de empresas privadas 
que executam serviços de natureza públi-
ca por delegação estatal, a qual poderá ser 
feita mediante concessão, permissão ou 
autorização.
CUIDADO: Não há equiparação quando o 
trabalhador da empresa exerce atividade atí-
pica da Administração Pública. Exemplo: O 
TJ SP contrata uma empresa de manobristas 
para estacionar os carros num evento públi-
co. Um dos empregados subtrai, para si, um 
automóvel da frota pública. Não é considera-
do funcionário por equiparação. Responderá 
por eventual crime contra o patrimônio.
E se um pedreiro de empresa contratada 
para a reforma da fachada do prédio do TJ 
SP se apropriar de uma impressora do Tribu-
nal de Justiça? Resposta: Não é equiparado 
a funcionário público quem trabalha para 
empresa prestadora de serviço contratada 
ou conveniada para a execução de atividade 
típica da Administração Pública. Aqui se tra-
ta de atividade típica para a Administração e 
não da Administração Pública.
Causa de 
aumento de 
pena
Caso um funcionário, ocupante de cargo em 
comissão ou de função de direção ou asses-
soramento de órgão da administração dire-
ta, sociedade de economia mista, empresa 
pública ou fundação instituída pelo poder 
público, cometa um dos crimes descritos nos 
artigos 312 ao 326, haverá aumento de pena 
de terça parte. A palavra “autores” há de ser 
interpretada em sentido amplo, podendo 
abranger autores, coautores e partícipes do 
delito funcional.
Cargo em comissão: preenchido mediante 
provimento em comissão, compreendido 
como o que se faz mediante nomeação para 
cargo público, independentemente de con-
curso público e em caráter transitório.
A causa de aumento se dará quando os au-
tores dos crimes previstos neste Capítulo 
forem ocupantes de cargos em comissão ou 
de função de direção ou assessoramento de 
órgão da administração direta, sociedade de 
economia mista, empresa pública ou funda-
ção instituída pelo poder público. 
E as autarquias? Resposta: Cuidado com 
este ponto. Funcionáriosubjetiva do agente (queria a consu-
mação do delito e agiu para alcançar tal fim), 
mas imperfeito na esfera objetiva (crime não se 
consuma por circunstâncias alheias à vontade do 
agente).
Há três elementos fundamentais para caracteri-
zar a tentativa: início da execução do crime; au-
sência de consumação por circunstâncias alheias 
à vontade do agente; e dolo de consumação. Ela 
é punida com a pena correspondente ao crime 
consumado, diminuída de um a dois terços.
Iter criminis 
(consumação e 
tentativa)
Importante: só há viabilidade da tentativa se o 
iter criminis puder ser fracionado. Por exemplo: 
Crime de Peculato – Art. 312 – Apropriar-se o fun-
cionário público de dinheiro, valor ou qualquer 
outro bem móvel, público ou particular, de que 
tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em 
proveito próprio ou alheio. É possível se falar em 
tentativa em face do caráter plurissubsistente 
(conduta é fracionada em diversos atos que, so-
mados, provocam a consumação) do delito, per-
mitindo o fracionamento.
Se não for possível fracionar a conduta, a tentati-
va será inviável. Um exemplo disso ocorre na for-
ma verbal do crime de corrupção passiva (“solici-
tar”) ou na condescendência criminosa (“deixar”).
Preceito 
primário e 
secundário
Toda lei penal incriminadora é formada por um 
preceito primário e um preceito secundário. O 
preceito primário é aquele encarregado de des-
crever detalhadamente a conduta que se procura 
proibir ou impor. Já o preceito secundário é aque-
le que fica encarregado de individualizar a pena.
Exemplo: Condescendência criminosa
(Preceito primário) Art. 320 – Deixar o fun-
cionário, por indulgência, de responsabilizar 
subordinado que cometeu infração no exer-
cício do cargo ou, quando lhe falte compe-
tência, não levar o fato ao conhecimento da 
autoridade competente:
(Preceito secundário) Pena – detenção, de 
quinze dias a um mês, ou multa.
Observações:
• Rubrica ou nome iuris é a denominação da in-
fração penal (no exemplo, condescendência 
criminosa).
• Norma penal em branco: em regra, as normas 
penais possuem preceitos primário e secundá-
rio definidos. Entretanto, alguns tipos penais 
têm seu preceito primário incompleto, neces-
sitando de complementação por outra norma 
(norma penal em branco). É o caso do emprego 
irregular de verbas ou rendas públicas (CP, art. 
315), em que é necessário analisar a lei que con-
fere às verbas ou rendas públicas uma finalida-
de específica para só então concluir se ocorreu 
o emprego de valores em destinação diversa.
Causa de 
aumento 
de pena X 
qualificadora
Qualificadoras e causas de aumento são circuns-
tâncias que, agregadas ao tipo penal, influem na 
quantidade de pena.
As qualificadoras alteram as penas mínima e/
ou máxima do tipo ao preverem algum detalhe a 
mais na prática do crime ou no seu resultado. Um 
exemplo é o crime de resistência (art. 329). O tipo 
simples prevê:
Art. 329 – Opor-se à execução de ato legal, 
mediante violência ou ameaça a funcionário 
competente para executá-lo ou a quem lhe 
esteja prestando auxílio:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos.
Já o § 1º prevê a modalidade qualificada:
§ 1º – Se o ato, em razão da resistência, não 
se executa:
Pena – reclusão, de um a três anos.
Já as causas de aumento, também conhecidas 
como majorantes, são circunstâncias que aumen-
tam a pena, aplicando-se uma fração à sanção es-
tabelecida no tipo penal. Essa fração de aumento
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DIREITO PENAL
 
Causa de 
aumento 
de pena X 
qualificadora
pode ser fixa (ex. 1/2 , 1/3, 1/4) ou um intervalo 
(ex. de 1/3 a 1/2). Um exemplo é o parágrafo úni-
co do art. 299 que traz um aumento de 1/6 para o 
crime de falsidade ideológica. 
Falsidade ideológica
Art. 299 – Omitir, em documento público ou 
particular, declaração que dele devia cons-
tar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração 
falsa ou diversa da que devia ser escrita, com 
o fim de prejudicar direito, criar obrigação 
ou alterar a verdade sobre fato juridicamen-
te relevante:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e mul-
ta, se o documento é público, e reclusão de 
um a três anos, e multa, de quinhentos mil 
réis a cinco contos de réis, se o documento 
é particular. 
Parágrafo único – Se o agente é funcionário 
público, e comete o crime prevalecendo-se 
do cargo, ou se a falsificação ou alteração é 
de assentamento de registro civil, aumenta-
-se a pena de sexta parte.
Concurso de 
pessoas
Tem-se o chamado concurso de pessoas quando 
houver a participação consciente e voluntária de 
duas ou mais pessoas na mesma infração penal.
A doutrina aponta como requisitos do concurso 
de pessoas:
a) Pluralidade de agentes: duas ou mais pes-
soas envolvidas na prática da infração;
b) Relevância causal das condutas: contri-
buição pessoal dos agentes de forma física 
ou moral, direta ou indireta, comissiva ou 
omissiva, anterior ou simultânea à execução 
do crime, de forma que o crime não teria 
ocorrido da forma que ocorreu sem aquelas 
condutas;
c) Vínculo/liame subjetivo: todos os agentes 
devem estar vinculados subjetivamente, ou 
seja, deve haver um nexo psicológico entre 
os agentes em concurso visando alcançar o 
resultado do crime;
Consideremos a seguinte situação: se o Peculato 
é um crime que só pode ser cometido por funcio-
nário Público, poderia um particular que ajuda o 
servidor responder por Peculato (Art. 312 do CP)?
Resposta: Sim! Não se comunicam as circuns-
tâncias e as condições de caráter pessoal, salvo 
quando elementares do crime. A condição de 
funcionário público é elementar do crime de 
peculato, pois essencial para o delito do art. 312 
do CP. Assim, o particular que, conscientemente, 
participar de um peculato responde por esse cri-
me (CP, art. 30), desde que saiba que seu compar-
sa é funcionário público (liame subjetivo). 
A doutrina prevê duas modalidades de concurso 
de pessoas: COAUTORIA e PARTICIPAÇÃO.
a) Coautoria: duas ou mais pessoas, conjun-
tamente, praticam a conduta descrita no 
tipo penal. Ambos os agentes praticam a 
ação ou omissão.
b) Participação: um dos agentes, chamado 
de partícipe, não realiza o ato de execução 
descrito no tipo penal, mas, de alguma ou-
tra forma, concorre intencionalmente para 
o crime.
Principais 
classificações 
de crime para 
fins de concurso
• Quanto à qualidade do sujeito ativo
Crime comum (geral): é aquele que não exige ne-
nhuma qualidade específica do sujeito ativo para 
sua prática (Ex. Falsidade ideológica e corrupção 
ativa).
Crime próprio (especial: é aquele que exige de-
terminada qualidade do sujeito ativo para sua 
prática (ex. corrupção passiva – somente pode 
ser praticada por funcionário público). Caso a 
conduta do crime próprio seja realizada por 
agente que não detém as características exigidas 
tem-se um fato atípico ou a prática de outro cri-
me. Exemplo: um funcionário público que deixa 
seu cargo sem justificativa legal comete o crime 
de abandono de função; um particular que deixa 
seu emprego não comete crime.
Crime de mão própria: também se trata de crime 
que exige determinada qualidade do sujeito ati-
vo para sua prática, mas que não admite coauto-
ria. Ex. crime de falso testemunho ou falsa perícia. 
Somente a testemunha ou o perito podem come-
ter tal crime.
• Quanto ao resultado naturalístico ou mate-
rial (modificação no mundo exterior provo-
cada pela conduta)
Crime material ou de resultado: tipo penal des-
creve uma conduta e um resultado material (ou 
naturalístico) e exige ambos para efeito de con-
sumação. Ex.: Peculato. Tipo define a conduta 
(ação dirigida a se apropriar ou desviar) e o resul-
tado (apropriação ou desvio).
Crime formal: tipo penal descreve uma conduta 
e um resultado, contentando-se com a conduta 
(dirigida ao resultado) para consumação.de autarquia pode 
ser considerado funcionário para efeitos 
penais, mas não pode ser aplicado o § 2º do 
art. 327 aos dirigentes de autarquias (ex: a 
maioria dos Detrans) porque esse dispositi-
vo menciona apenas órgãos, sociedades de 
economia mista, empresas públicas e funda-
ções (STF. 2ª Turma. AO 2093/RN, j. 3/9/2019). 
Exemplo colhido de prova: O Ministério Pú-
blico denunciou Joana, servidora ocupante 
de função de direção de determinada au-
tarquia, por delito de peculato, mas com a 
incidência da causa de aumento de pena 
prevista no parágrafo segundo do art. 327 
do Código Penal, in verbis: “A pena será au
Causa de 
aumento de 
pena
mentada da terça parte quando os autores 
dos crimes previstos neste Capítulo forem 
ocupantes de cargos em comissão ou de 
função de direção ou assessoramento de 
órgão da administração direta, sociedade de 
economia mista, empresa pública ou funda-
ção instituída pelo poder público.” Acerca do 
caso, assinale a alternativa correta. Não inci-
de a causa de aumento de pena, pois as au-
tarquias não foram mencionadas em referida 
causa de aumento e, com base no princípio 
da legalidade, veda-se analogia in malam 
partem.
CUIDADO: A mera afirmação de que o de-
nunciado ocupa o cargo de desembargador 
é insuficiente para a incidência da causa de 
aumento de pena prevista no art. 327, § 2º, 
do Código Penal. (STJ. Corte Especial. AgRg 
na APn 970-DF, j. 04/05/2022).
Essa causa de aumento aplica-se tam-
bém para agentes políticos detentores de 
mandato eletivo? Sim. É o caso, por exem-
plo, de um Governador do Estado que, valen-
do-se de seu cargo, pratique crime contra a 
Administração Pública. Como ele desempe-
nha uma função de direção do Estado, con-
tra ele incidirá a causa de aumento do § 2º 
do art. 327 do CP. (STF. Plenário. Inq 2606/MT, 
j. 4/9/2014).
Contudo, o simples fato de o réu ocupar 
um cargo eletivo já faz com que incida 
obrigatoriamente esta causa de aumen-
to? Não. O simples fato de o réu exercer um 
mandato popular não é suficiente para fazer 
incidir a causa de aumento do art. 327, § 2º, 
do CP. É necessário que ele ocupe uma posi-
ção de superior hierárquico (o STF chamou 
de “imposição hierárquica”). (STF. Plenário. 
Inq 3983/DF, j. 02 e 03/03/2016).
CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Usurpação de função pública
Art. 328. USURPAR o exercício de função pública:
PENA: DETENÇÃO de 3 MESES a 2 ANOS + MULTA.
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere vantagem:
PENA: RECLUSÃO de 2 a 5 ANOS + MULTA.
Considerações 
iniciais
Usurpar o exercício de função pública é in-
vestir-se nela e executá-la indevidamente, 
ou seja de forma arbitrária, sem possuir mo-
tivo legítimo para tanto.
Comete o delito aquele que pratica função 
própria da administração indevidamente, ou 
seja, sem estar legitimamente investido na 
função de que se trate. Não bastando, por-
tanto, que o agente se arrogue na função, 
sendo imprescindível que este pratique atos 
de ofício como se legitimado fosse, com o 
ânimo de usurpar, consistente na vontade 
deliberada de praticá-lo (RHC 20.818/AC, rel. 
Min. Felix Fischer, 5.ª Turma, j. 22.05.2007).
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Objetividade 
jurídica
É a Administração Pública.
Objeto material Função pública – compreendida como qual-
quer atividade desempenhada pelo Estado 
para satisfazer as necessidades de interes-
se público – indevidamente exercida pelo 
agente. 
Conduta / Núcleo 
do Tipo
O núcleo do tipo penal é usurpar, no sentido 
de apoderar-se indevidamente ou exercer 
ilegitimamente uma função pública. Dessa 
forma, como visto, é imprescindível a execu-
ção de atos inerentes à função pública pelo 
usurpador. 
Sujeito ativo Trata-se de crime comum. O funcionário 
público pode ser autor do delito, desde que 
usurpe função distinta da sua. 
Sujeito passivo É o Estado, titular do bem jurídico protegido, 
e, de forma mediata, a pessoa física ou jurídi-
ca prejudicada pela conduta criminosa.
Elemento 
subjetivo
É o dolo (animus de usurpar função pública), 
independentemente de qualquer finalida-
de específica. Não se admite a modalidade 
culposa.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal, consumado-se com 
a simples usurpação da função pública, ou 
seja, a realização pelo agente de algum ato 
de ofício inerente à função da qual não é titu-
lar. Vale frisar que não é necessário que o ato 
tenha produzido efeito de dano patrimonial. 
O tipo penal também não exige obtenção de 
qualquer vantagem pelo sujeito ativo.
Admissível a tentativa.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime comum, formal (na modalidade sim-
ples, consuma-se com a prática da conduta 
criminosa, independentemente do efetivo 
prejuízo à Administração Pública) ou mate-
rial (na forma qualificada), unissubjetivo, uni-
lateral ou de concurso eventual.
Qualificadora 
(Art. 328, 
parágrafo único)
Se do fato o agente aufere vantagem: Pena – 
reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Resistência
Art. 329. OPOR-SE à execução de ato legal, mediante vio-
lência ou ameaça a funcionário competente para executá-
-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
PENA: DETENÇÃO de 2 MESES a 2 ANOS.
§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
PENA: RECLUSÃO de 1 a 3 ANOS.
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das 
correspondentes à violência.
Considerações 
iniciais
A resistência é um crime caracterizado por 
ser uma forma mais grave de desobediência, 
ou seja, um crime que se dá mediante em-
prego de violência ou ameaça. Na doutrina 
já se chamou esse crime de desobediência 
belicosa.
Objetividade 
jurídica
É a administração pública.
Objeto material É o funcionário público competente para a 
execução do ato legal ou o particular que lhe 
presta auxílio.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
“Opor-se”, no sentido de impedir ou obstruir 
a execução de ato legal. 
Sujeito ativo Trata-se de crime comum. Um funcionário 
público, despido de sua função, também 
pode cometer o crime.
Sujeito passivo É o Estado. De forma secundária, o funcio-
nário público competente para executar o 
ato legal ou eventualmente até mesmo um 
terceiro, ou seja, particular que esteja pres-
tando auxílio.
Elemento 
subjetivo
Exige-se o dolo, acrescido de um especial fim 
de agir (elemento subjetivo específico), que 
consiste na intenção de impedir a execução 
de um ato legal.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal, ou seja, consuma-
-se com o emprego da violência ou ameaça 
a funcionário competente para execução 
do ato legal ou quem lhe esteja prestando 
auxílio. 
*O crime de resistência somente ocorre 
quando há oposição à execução de ato legal, 
mediante violência e ameaça, não se confi-
gurando quando o ato for ilegal.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime comum, formal (na modalidade 
simples) ou material (na forma qualifica-
da), unissubjetivo e unissubsistente ou 
plurissubsistente. 
Qualificadora 
(Art. 329, § 1º)
Se o ato, em razão da resistência, não se exe-
cuta: Pena – reclusão, de um a três anos.
Concurso 
Material (Art. 
329, § 2º)
As penas deste artigo são aplicáveis sem pre-
juízo das correspondentes à violência.
Desobediência
Art. 330. DESOBEDECER a ordem legal de funcionário 
público:
PENA: DETENÇÃO de 15 DIAS a 6 MESES + MULTA.
Considerações 
iniciais
O crime de desobediência se diferencia do 
crime de resistência pela ausência de empre-
go de violência ou ameaça ao funcionário 
público. 
Na doutrina o crime de desobediência já foi 
chamado de resistência passiva.
O crime de desobediência não exige, para 
sua configuração, que a ordem seja emana-
da apenas por autoridadejudiciária.
Objetividade 
jurídica
É a Administração Pública.
Objeto material É a ordem legal emanada do funcionário 
público, ou seja, a determinação dirigida a 
alguém para fazer ou deixar de fazer algo, e 
não um mero pedido ou solicitação.
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DIREITO PENAL
 
Conduta / Núcleo 
do Tipo
É “desobedecer”, que significa desatender ou 
recusar o cumprimento à ordem legal de um 
funcionário público competente para emiti-
-la. Não há a utilização de grave ameaça ou 
violência contra o agente público ou qual-
quer outra pessoa.
Sujeito ativo Trata-se de crime comum ou geral.
Sujeito passivo É o Estado e, mediatamente, o funcionário 
público emissor da ordem legal injustifica-
damente descumprida.
Elemento 
subjetivo
É o dolo, que envolve o conhecimento da 
legalidade da ordem e da competência do 
funcionário público para emiti-la, indepen-
dentemente de qualquer finalidade específi-
ca. Não se admite a modalidade culposa.
Consumação / 
Tentativa
O crime se consuma quando o agente faz ou 
deixa de fazer alguma coisa contrariamen-
te à ordem legal de funcionário público. A 
tentativa é cabível somente na modalidade 
comissiva (ação), pois nesse caso a desobedi-
ência é crime plurissubsistente, comportan-
do o fracionamento do iter criminis.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime comum, formal, unissubjetivo, unilate-
ral ou de concurso eventual e unissubsisten-
te ou plurissubsistente.
Desacato
Art. 331. DESACATAR funcionário público no exercício da 
função ou em razão dela:
PENA: DETENÇÃO de 6 MESES a 2 ANOS OU MULTA.
Considerações 
iniciais
O funcionário público representa o estado, 
ou seja, está agindo em seu nome e em seu 
benefício, devendo ser respeitado e pro-
tegido contra qualquer ação violenta ou 
ameaçadora. 
CUIDADO: Isoladamente ofender uma pes-
soa que é funcionário público não é desa-
cato, precisa ter relação com o exercício da 
função ou em razão dela. Por exemplo: Tícia 
xingou o seu vizinho, que é funcionário pú-
blico, de ignorante e agressor de mulheres – 
obviamente pode ter cometido crime contra 
a honra, mas não crime de desacato.
Objetividade 
jurídica
É a Administração Pública.
Objeto material Funcionário público contra quem se dirige a 
conduta criminosa.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
“Desacatar”.
Sujeito ativo Trata-se de crime comum.
Sujeito passivo É o Estado e, indiretamente, a pessoa física 
(funcionário público) afetada pela conduta 
criminosa.
Elemento 
subjetivo
o dolo. Não se admite a modalidade culposa.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal, consumando-se 
quando o agente pratica atos ofensivos ou 
dirige palavras ultrajantes ou ofensivas ao 
funcionário público com o propósito de me-
nosprezar as funções por eles exercidas. É 
indiferente se o agente público sentiu-se ou 
não ofendido. 
Não se admite tentativa de desacato quando 
estivermos diante da forma verbal, pois tere-
mos o caráter unissubsistente do delito. Há 
divergência na doutrina sobre possibilidade 
de tentativa nos demais casos. 
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime comum, formal, unissubjetivo, unilate-
ral ou de concurso eventual.
RESISTÊNCIA DESOBEDIÊNCIA DESACATO
Art. 329 OPOR-SE à 
execução de ato le-
gal, mediante violên-
cia OU ameaça a fun-
cionário competente 
para executá-lo ou 
a quem lhe esteja 
prestando auxílio:
Art. 330 DESOBE-
DECER a ordem le-
gal de funcionário 
público:
Art. 331 DESACA-
TAR funcionário pú-
blico no exercício da 
função OU em razão 
dela:
DETENÇÃO de
2 MESES a
2 ANOS.
Sem multa.
DETENÇÃO de
15 DIAS a
6 MESES
+ MULTA.
DETENÇÃO de
6 MESES a
2 ANOS
OU MULTA.
§ 1º Se o ato, em 
razão da resistên-
cia, não se executa: 
RECLUSÃO de 1 a 3 
ANOS.
§ 2º As penas deste 
artigo são aplicáveis 
sem prejuízo das 
correspondentes à 
violência.
Tráfico de Influência
Art. 332. SOLICITAR, EXIGIR, COBRAR OU OBTER, para 
si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a 
pretexto de influir em ato praticado por funcionário público 
no exercício da função:
PENA: RECLUSÃO de 2 a 5 ANOS + MULTA. 
Parágrafo único. A pena é aumentada da METADE, se o 
agente ALEGA OU INSINUA que a vantagem é também 
destinada ao funcionário. 
Considerações 
iniciais
Esse delito é verdadeiro estelionato, pois o 
agente ilude, frauda o pretendente ao dizer 
que possui influência. O próprio tipo penal 
ao afirmar “a pretexto de influir” deixa bem 
cristalina essa situação.
Objetividade 
jurídica
 É o prestígio da Administração Pública.
Objeto material É a vantagem ou promessa de vantagem, de 
qualquer natureza (econômica, moral, sexu-
al etc.).
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Conduta / Núcleo 
do Tipo
Solicitar, exigir, cobrar ou obter (S.E.C.O)
Sujeito ativo Trata-se crime comum. 
Sujeito passivo O Estado é o titular do bem jurídico prote-
gido e, indiretamente, também pode ser 
considerada vítima a pessoa que paga ou 
promete vantagem para obter um benefício, 
lícito ou ilícito, junto ao funcionário público. 
No entanto, ainda que sua conduta seja ilíci-
ta, o comprador de influência não pode ser 
sujeito ativo do crime.
Elemento 
subjetivo
Trata-se de crime doloso, exigindo um espe-
cial fim de agir, expresso na fórmula “para si 
ou para outrem”. Isso significa que o agente 
deve atuar com a intenção de obter a vanta-
gem para si próprio ou destiná-la a terceiros. 
Consumação / 
Tentativa
Nas condutas de solicitar, exigir e cobrar, te-
mos crime formal, ou seja, consuma-se com 
a realização da conduta independentemente 
da efetiva obtenção da vantagem desejada. 
No núcleo “obter” é crime material e, portan-
to, a consumação se dará no momento em 
que o sujeito alcança a vantagem almejada. 
A tentativa é possível, exceto nos casos em 
que a conduta se dá por meio de ato verbal. 
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
 Crime comum, formal (nos núcleos “so-
licitar”, “exigir” e “cobrar”) ou material (no 
núcleo “obter”), unissubjetivo, unilateral 
ou de concurso eventual e normalmente 
plurissubsistente.
Causa de 
aumento de 
pena (Art. 332, 
parágrafo único)
A pena é aumentada da metade, se o agente 
alega ou insinua que a vantagem é também 
destinada ao funcionário. 
Cuidado: “...se for a pretexto de influir em ato pratica-
do por funcionário público no exercício da 
função: Tráfico de Influência.
“...se for a pretexto de influir em ato pratica-
do por Juiz de Direito / Promotor: Explora-
ção de Prestígio.
“...se for a pretexto de influir em ato pratica-
do por Escrevente do TJ: Exploração de Pres-
tígio (funcionário da Justiça).
Cuidado: “...se for a pretexto de influir em ato pratica-
do por Oficial de Promotoria do MP: Tráfico 
de Influência. ( aqui não é o Promotor, é um 
funcionário público).
Crimes praticados por 
PARTICULAR contra a 
Administração Em Geral
Dos Crimes contra a 
ADMINISTRAÇÃO 
DA JUSTIÇA
Tráfico de Influência
(1/2 SECO)
Exploração de prestígio 
(RESO 1/3)
Art. 332.
SOLICITAR,
EXIGIR,
COBRAR OU
OBTER,
Art. 357.
SOLICITAR OU
RECEBER
1 – Dinheiro ou qualquer outra 
utilidade,
1 – Para si ou para outrem,
2 – Vantagem ou promessa de 
vantagem,
3 – A pretexto de influir em ato 
praticado por funcionário públi-
co no exercício da função.
2 – A pretexto de influir em (aqui 
há um rol):
2.1 – Juiz;
2.2 – Jurado;
2.3 – Órgão do Ministério 
Público;
2.4 – Funcionário de Justiça;
2.5 – Perito;
2.6 – Tradutor;
2.7 – Intérprete; ou
2.8 – Testemunha.
Pena – RECLUSÃO de
2 a 5 ANOS + MULTA.
Pena – RECLUSÃO de
1 a 5 ANOS + MULTA.
Parágrafo único. A pena é au-
mentada da METADE:
Se o agente alega ou insinua 
que a vantagem é também des-
tinada ao funcionário.
Parágrafo único. As penas au-
mentam-se de 1/3:
Se o agente alega ou insinua 
que o dinheiro ou utilidadetam-
bém se destina a qualquer das 
pessoas referidas neste artigo.
Corrupção ativa
Art. 333. OFERECER OU PROMETER vantagem indevida a 
funcionário público, para determiná-lo a PRATICAR, OMI-
TIR OU RETARDAR ato de ofício:
PENA: RECLUSÃO de 2 a 12 ANOS + MULTA. 
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3, se, em razão 
da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite 
ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
Considerações 
iniciais
Corrupção ativa é crime de particular contra 
a administração pública (Art. 333) e Corrup-
ção passiva é crime de funcionário público 
contra a administração pública (Art. 317) .
A corrupção ativa (Art. 333) possui dois ver-
bos: “oferecer” e “prometer”. A corrupção pas-
siva (Art. 317) contém três verbos: “solicitar”, 
“receber” e “aceitar” promessa.
Objetividade 
jurídica
É a administração pública.
Objeto material É a vantagem indevida.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
2 núcleos: “oferecer” e “prometer” vantagem 
indevida. 
Sujeito ativo Trata-se de crime comum, que pode ser 
cometido por qualquer pessoa, inclusive o 
próprio funcionário público, desde que ele 
venha a realizar uma conduta e não esteja se 
aproveitando das facilidades inerentes à sua 
condição funcional. Exemplo: um delegado 
de polícia em viagem de férias com a família 
é parado por um policial de trânsito e ofere-
ce R$ 100,00 para não ser multado. Cometeu 
o crime de corrupção ativa consumada, in-
dependentemente do recebimento do valor 
pelo policial. (já ofereceu).
Sujeito passivo É o Estado e, de forma indireta, a pessoa físi-
ca ou jurídica lesada pela conduta criminosa.
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DIREITO PENAL
 
Elemento 
subjetivo
Trata-se de crime doloso, exigindo um espe-
cial fim de agir (elemento subjetivo especí-
fico), caracterizado pela intenção de deter-
minar que o funcionário público pratique, 
omita ou retarde ato de ofício.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal, consumando-se 
com a oferta ou promessa de vantagem in-
devida ao funcionário público, não depen-
dendo da aceitação do funcionário ou do 
pagamento posterior, ainda que em parce-
las. Eventual recebimento seria mero exauri-
mento do crime. 
Na forma verbal, é impossível a tentativa.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime comum, formal, unissubjetivo, unilate-
ral ou de concurso eventual e unissubsisten-
te ou plurissubsistente.
Causa de 
aumento de 
pena (Art. 333, 
parágrafo único)
A pena é aumentada de um 1/3, se, em ra-
zão da vantagem ou promessa, o funcionário 
retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica 
infringindo dever funcional.
Crimes praticados por 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
contra a Adm. Em Geral
Crimes praticados por 
PARTICULAR contra a 
Adm. Em Geral
CORRUPÇÃO PASSIVA CORRUPÇÃO ATIVA
Art. 317. SOLICITAR OU RE-
CEBER, para si ou para outrem, 
direta ou indiretamente, ainda 
que fora da função ou antes de 
assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida, OU ACEI-
TAR promessa de tal vantagem:
Art. 333. OFERECER OU PRO-
METER vantagem indevida a 
funcionário público, para deter-
miná-lo a PRATICAR, OMITIR 
OU RETARDAR ato de ofício:
Pena – RECLUSÃO de
2 a 12 ANOS + MULTA.
Pena – RECLUSÃO de
2 a 12 ANOS + MULTA.
§ 1º A pena é aumentada de 1/3, 
se, em consequência da vanta-
gem ou promessa, o funcionário 
RETARDA OU DEIXA DE PRATI-
CAR qualquer ato de ofício OU 
O PRATICA infringindo dever 
funcional.
Parágrafo único. A pena é au-
mentada de 1/3, se, em razão 
da vantagem ou promessa, o 
funcionário RETARDA OU OMI-
TE ato de ofício, OU O PRATICA 
infringindo dever funcional.
(...)
Inutilização de edital ou de sinal
Art. 336. RASGAR OU, de qualquer forma, INUTILIZAR 
OU CONSPURCAR edital afixado por ordem de funcionário 
público; VIOLAR OU INUTILIZAR selo ou sinal empregado, 
por determinação legal ou por ordem de funcionário públi-
co, para identificar ou cerrar qualquer objeto:
PENA: DETENÇÃO de 1 MÊS a 1 ANO OU MULTA.
Considerações 
iniciais
A conduta é (i) rasgar ou de qualquer forma 
utilizar ou conspurcar o edital afixado por or-
dem de funcionário ou (ii) violar ou inutilizar 
selo ou sinal empregado por determinação 
legal ou por ordem do funcionário para iden-
tificar ou cerrar qualquer objeto.
Objetividade 
jurídica
É a Administração Pública.
Objeto material É o edital afixado por ordem de funcionário 
público ou o selo ou sinal empregado, por 
determinação legal ou por ordem de funcio-
nário público, para identificar ou cerrar qual-
quer objeto.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
Na primeira parte do caput do art. 336 do 
Código Penal, há três núcleos verbais: “ras-
gar”, “inutilizar” e “conspurcar”. Já na segunda 
parte, além de repetir o verbo “inutilizar”, o 
tipo penal acrescenta o verbo “violar”, em-
pregado no sentido de infringir, transgredir 
ou devassar.
Sujeito ativo Trata-se de crime comum.
Sujeito passivo É o Estado.
Elemento 
subjetivo
Dolo, independentemente de qualquer fina-
lidade específica. Não se admite a modalida-
de culposa. 
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime de dano, consumando-se 
quando o agente rasga, inutiliza ou conspur-
ca o edital mencionado pela primeira parte 
do artigo 336 do código penal. 
De igual modo ocorrerá consumação quan-
do a gente vier a violar inutilizar o selo ou 
sinal empregado por determinação legal ou 
por ordem de funcionário público para iden-
tificar ou cerrar qualquer objeto.
Tendo em vista se tratar de crime plurissub-
sistente, é possível o fracionamento do iter 
criminis e, portanto, o reconhecimento de 
eventual tentativa (conatus).
Exemplo de prova TJ SP: Tício, intencional-
mente, inutilizou o lacre colocado por perito 
criminal do Instituto Médico Legal para cer-
rar e preservar quarto de hotel em que fora 
praticado um crime. 
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime comum material, unissubjetivo, uni-
lateral ou de concurso eventual e em regra 
plurissubsistente. 
Subtração ou inutilização de livro ou documento
Art. 337. SUBTRAIR, OU INUTILIZAR, total ou parcialmen-
te, livro oficial, processo ou documento confiado à custódia 
de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em ser-
viço público:
PENA: RECLUSÃO de 2 a 5 ANOS, se o fato não constitui 
crime mais grave.
Considerações 
iniciais
No artigo 337, o crime de subtração ou inuti-
lização de livro ou documento é considerado 
comum. Já o crime do artigo 314 é praticado 
por funcionário público (crime próprio). 
Objetividade 
jurídica
É a administração pública.
Objeto material Livro oficial, processo ou documento (públi-
co ou particular) confiado à custódia de fun-
cionário, em razão de ofício, ou de particular 
em serviço público.
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Conduta / Núcleo 
do Tipo
“Subtrair” e “inutilizar”.
Sujeito ativo Trata-se crime comum ou geral.
Sujeito passivo É o Estado e, de forma indireta, a pessoa fí-
sica ou jurídica prejudicada pela conduta 
criminosa, como no caso do titular do docu-
mento confiado à custódia do funcionário 
público.
Elemento 
subjetivo
dolo, independentemente de qualquer fina-
lidade específica. A modalidade culposa não 
é admitida.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime material, consumado-se 
quando o livro oficial, processo ou documen-
to é subtraído mediante seu apoderamento 
pelo agente.
Tendo em vista a possibilidade de fraciona-
mento do iter criminis é possível a tentativa.
Ação Penal Pública incondicionada.Classificação 
doutrinária
Crime comum, material, unissubjetivo, uni-
lateral ou de concurso eventual e em regra 
plurissubsistente.
Subsidiariedade 
expressa (Art. 
337, parágrafo 
único)
No preceito secundário consta expressa-
mente que a pena é de “reclusão, de dois a 
cinco anos, se o fato não constitui crime mais 
grave”. 
DOS CRIMES 
PRATICADOS POR 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
DOS CRIMES 
PRATICADOS POR 
PARTICULAR
Art. 314 – Extravio, sonega-
ção ou inutilização de livro ou 
documento
Art. 337 – Subtração ou inutili-
zação de livro ou documento
Extraviar livro oficial ou qual-
quer documento, de que tem a 
guarda em razão do cargo; so-
negá-lo ou inutilizá-lo, total ou 
parcialmente:
Subtrair, ou inutilizar, total ou 
parcialmente, livro oficial, pro-
cesso ou documento confiado 
à custódia de funcionário, em 
razão de ofício, ou de particular 
em serviço público:
RECLUSÃO de 1 a 4 ANOS, se 
o fato não constitui crime mais 
grave.
* Nota explicativa: Crime ex-
pressamente subsidiário... se 
o fato não constitui crime mais 
grave.
RECLUSÃO de 2 a 5 ANOS, se 
o fato não constitui crime mais 
grave.
* Nota explicativa: Crime ex-
pressamente subsidiário... se 
o fato não constitui crime mais 
grave.
CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
Denunciação caluniosa
Art. 339. DAR causa à instauração de inquérito policial, de 
procedimento investigatório criminal, de processo judicial, 
de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou 
de ação de improbidade administrativa contra alguém, im-
putando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímpro-
bo de que o sabe inocente:
PENA: RECLUSÃO de 2 a 8 ANOS + MULTA.
§ 1º A PENA É 
AUMENTADA 
§ 2º A PENA É 
DIMINUÍDA 
A pena é AUMENTADA de 
1/6, se o agente se serve de 
ANONIMATO ou de NOME 
SUPOSTO.
A pena é DIMINUÍDA de 
METADE, se a imputação é de 
prática de CONTRAVENÇÃO.
Considerações 
iniciais
Não se deve confundir esse crime com o cri-
me de calúnia. Caso uma pessoa se limite a 
imputar falsamente a outra a prática de um 
crime, sem comunicar tal fato à autoridade 
competente, poderá responder apenas pelo 
crime contra a honra (calúnia). 
Por outro lado, se alguém apresentar ao de-
legado uma acusação contra outra pessoa, 
sabendo que esta é inocente, e essa denún-
cia resultar na instauração de um inquérito 
policial para averiguação do suposto crime, 
estará configurado o crime previsto no arti-
go 339 do Código Penal. 
Objetividade 
jurídica
É Administração da justiça. Também se pro-
tege, de forma mediata, a honra e o patrimô-
nio da pessoa física ou jurídica.
Objeto material Inquérito policial, procedimento investigató-
rio criminal, processo judicial, processo ad-
ministrativo disciplinar, inquérito civil e ação 
de improbidade administrativa.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
É “dar causa”, o que significa provocar ou 
ocasionar a instauração de inquérito poli-
cial, procedimento investigatório criminal, 
processo judicial, processo administrativo 
disciplinar, inquérito civil ou ação de impro-
bidade administrativa.
Sujeito ativo Quando a falsa imputação se refere a um cri-
me de ação penal pública incondicionada ou 
a uma contravenção penal com ação penal 
da mesma natureza, a denunciação calu-
niosa é classificada como crime comum ou 
geral, podendo ser cometida por qualquer 
pessoa. Por outro lado, se a imputação falsa 
recai sobre um crime ou contravenção penal 
de ação penal pública condicionada – seja à 
representação do ofendido ou de seu repre-
sentante legal, seja à requisição do Ministro 
da Justiça – ou de ação penal privada, a de-
nunciação caluniosa configura-se como cri-
me próprio ou especial.
Sujeito passivo É o Estado e, de forma mediata, também a 
pessoa física ou jurídica prejudicada pela 
conduta pode ser considerado sujeito 
passivo.
Elemento 
subjetivo
Trata-se de dolo direto, pois o tipo penal 
utiliza a expressão “imputando-lhe crime de 
que o sabe inocente”. É fundamental que o 
agente tenha pleno conhecimento da ino-
cência da pessoa a quem atribui falsamente 
a infração penal. 
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime material, consumando-se 
com a efetiva instauração do inquérito po-
licial, procedimento investigatório criminal, 
processo judicial, processo administrativo 
disciplinar, inquérito civil ou ação de improbi-
dade administrativa contra alguém, em ra zão 
da imputação falsa de crime, contravenção
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DIREITO PENAL
 
Consumação / 
Tentativa
penal, infração ético-disciplinar ou ato ím-
probo, de que o agente saiba ser inocente.
Doutrinariamente, afirma-se que é possível a 
tentativa, devido ao caráter plurissubsisten-
te do delito, compatível com o fracionamen-
to do iter criminis.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime comum, material, unissubjetivo, unila-
teral ou de concurso eventual e normalmen-
te plurissubsistente.
Causa de 
aumento de 
pena (majorante 
– Art. 339, § 1º)
A pena é aumentada de sexta parte, se o 
agente se serve de anonimato ou de nome 
suposto.
Causa de 
diminuição de 
pena (Art. 339, 
§ 2º)
A pena é diminuída de metade, se a imputa-
ção é de prática de contravenção.
Comunicação falsa de crime ou de contravenção
 Art. 340. PROVOCAR a ação de autoridade, comunican-
do-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe 
não se ter verificado:
PENA: DETENÇÃO de 1 a 6 MESES OU MULTA.
Considerações 
iniciais
O crime descrito no artigo 340 apresenta 
semelhanças se comparado com o crime de 
denunciação caluniosa do artigo 339, mas 
são delitos diferentes.
No crime de denunciação caluniosa, o sujeito 
dá causa à instauração de inquérito policial, 
de procedimento investigatório criminal, de 
processo judicial, de processo administrativo 
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de 
improbidade administrativa contra alguém, 
imputando-lhe crime, infração ético-discipli-
nar ou ato ímprobo de que o sabe inocente. 
Por outro lado, na comunicação falsa de 
crime ou contravenção (Art. 340), o sujeito 
apenas irá comunicar falsamente a ocorrên-
cia de um crime ou de contravenção de que 
sabe não ter se verificado, provocando ação 
da autoridade. Aqui não se acusa falsamente 
nenhuma pessoa.
Outro detalhe interessante se compararmos 
denunciação caluniosa (Art. 339) e comuni-
cação falsa de crime ou contravenção (Art. 
340): se a imputação for de contravenção 
haverá diminuição de pena no crime de de-
nunciação caluniosa, o que não acontece 
com o crime de comunicação falsa de crime 
ou contravenção. 
Considerações 
iniciais
Aqui neste crime, o agente provoca a ação 
de autoridade, comunicando-lhe a ocorrên-
cia de crime ou de contravenção que sabe 
não se ter verificado
Objetividade 
jurídica
É a Administração da Justiça.
Objeto material A ação da autoridade ilegalmente provocada 
pela conduta criminosa.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
É “provocar”, que, no contexto desse crime, 
significa dar causa à ação da autoridade 
pública, induzindo sua atuação no caso 
concreto. 
Sujeito ativo Trata-se de crime comum.
Sujeito passivo É o Estado.
Elemento 
subjetivo
dolo, acrescido de um especial fim de agir 
(elemento subjetivo específico), caracteri-
zado pela intenção de provocar, de forma 
inútil, a ação da autoridade. A modalidade 
culposa não é punida. 
O sujeito deve comunicar a ocorrência de 
crime ou de contravenção que “sabe” não 
se ter verificado. Portanto, se a pessoa tem 
dúvida acerca da existência da infração pe-
nal, e ainda assim comunica sua ocorrência à 
autoridade, o fato é atípico (não será crime).
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime material, consumando-se 
quando a autoridade pública adota alguma 
ação ou providência com a finalidade de 
apurar a ocorrência do crime ou contraven-
ção penal falsamente comunicados. Em ra-
zão do caráter plurissubsistentedo delito, é 
possível a tentativa.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime comum, material, unissubjetivo, unila-
teral ou de concurso eventual e normalmen-
te plurissubsistente.
Auto-acusação falsa
 Art. 341. ACUSAR-SE, perante a autoridade, de crime ine-
xistente ou praticado por outrem:
PENA: DETENÇÃO de 3 MESES a 2 ANOS OU MULTA.
Considerações 
iniciais
Não se trata de algo muito comum, mas são 
diversos motivos que podem levar alguém a 
se auto acusar falsamente: razão de nature-
za mercenária, sacrifício, álibi ou até mesmo 
exibicionismo. 
Pode-se destacar os seguintes pontos: a) a 
conduta de se acusar; b) perante autoridade; 
c) de crime (não contravenção) inexistente; 
d) ou praticado por outrem.
Não configuraria o crime se uma pessoa afir-
masse falsamente à autoridade policial, a fim 
de isentar o filho, ser o responsável pelo jogo 
de bicho (contravenção penal). 
Objetividade 
jurídica
É a Administração da justiça.
Objeto material É a autoacusação falsamente prestada pe-
rante a autoridade, ou seja, uma declaração 
contaminada pela falsidade.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
É “acusar-se”, ou seja, imputar ou atribuir a si 
próprio a prática de crime.
Sujeito ativo Crime comum, que pode ser praticado por 
qualquer pessoa, salvo o autor, coautor ou 
partícipe do crime noticiado no bojo da au-
toacusação falsa. 
Sujeito passivo É o Estado.
Elemento 
subjetivo
É o dolo, independentemente de qualquer 
finalidade específica. Não se admite a moda-
lidade culposa.
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DI
RE
IT
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PE
NA
L
 
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal, consumando-se 
no instante em que o sujeito efetua a auto 
acusação falsa perante a autoridade, inde-
pendentemente de ser tomada qualquer 
providência por parte desta. 
A doutrina entende que é possível a tentati-
va unicamente na autoacusação falsa come-
tida por meio escrito (exemplo: carta que foi 
extraviada). 
Não se admite a tentativa (conatus) quando 
o crime é praticado verbalmente, em face do 
seu caráter unissubsistente, impedindo o fra-
cionamento do iter criminis.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime comum, formal, unissubjetivo, unila-
teral ou de concurso eventual, mas admite o 
concurso.
Denunciação 
Caluniosa
Art.339
Comunicação Falsa 
De Crime 
Ou De 
Contravenção
Art.340
Autoacusação 
Falsa
Art.341
DAR causa à instau-
ração de inquérito 
policial, de procedi-
mento investigatório 
criminal, de processo 
judicial, de processo 
administrativo disci-
plinar, de inquérito 
civil ou de ação de 
improbidade ad-
ministrativa contra 
alguém, imputando-
-lhe crime, infração 
ético-disciplinar ou 
ato ímprobo de que 
o sabe inocente:
PROVOCAR a ação 
de autoridade, co-
municando-lhe a 
ocorrência de crime 
ou de contravenção 
que sabe não se ter 
verificado:
ACUSAR-SE, peran-
te a autoridade, de 
crime inexistente 
ou praticado por 
outrem:
RECLUSÃO de 2 
ANOS a 8 ANOS 
+ MULTA.
DETENÇÃO de 1 a 6 
MESES 
OU MULTA.
DETENÇÃO de 3 
MESES 
a 2 ANOS OU 
MULTA.
§ 1º A pena é au-
mentada de 1/6, se 
o agente se serve de 
anonimato ou de 
nome suposto.
§ 2º A pena é di-
minuída de me-
tade, se a imputa-
ção é de prática de 
contravenção.
Observação: Foi 
mantido o texto 
original do CP em 
relação ao termo “au-
to-acusação falsa”, 
porém, pelo Acordo 
Ortográfico de 1990, 
a grafia correta é “au-
toacusação falsa”.
Falso testemunho ou falsa perícia
 Art. 342. FAZER afirmação falsa, OU NEGAR OU CALAR 
a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou 
intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquéri-
to policial, ou em juízo arbitral: 
PENA: RECLUSÃO de 2 a 4 ANOS + MULTA. 
§ 1º As penas aumentam-se de 1/6 a 1/3, se o crime é prati-
cado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter 
prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em 
processo civil em que for parte entidade da administração 
pública direta ou indireta. 
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no 
processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou de-
clara a verdade. 
Considerações 
iniciais
O que se busca por meio da proteção penal 
é impedir que as pessoas descritas no tipo 
penal (Testemunha, Perito, Contador, Tra-
dutor ou Intérprete – 2 T P C I) prejudiquem 
a busca da verdade no processo judicial ou 
administrativo, inquérito policial ou em juízo 
Arbitral – seja falseando ou omitindo a ver-
dade, de forma a prejudicar a realização da 
justiça. 
Cuidado: o acusado, mesmo se calar a ver-
dade ou mentir, não comete crime de Falso 
Testemunho.
Objetividade 
jurídica
É a Administração da justiça.
Objeto material É o depoimento prestado perante a autori-
dade competente. A falsa perícia, de outro 
lado, pode ter como objeto material o laudo 
pericial, o cálculo, a tradução ou a interpre-
tação, sejam estas últimas orais ou escritas.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
3 núcleos: “fazer afirmação falsa”, “negar a 
verdade” e “calar a verdade”.
Sujeito ativo A doutrina denomina este crime de crime 
de mão própria / de atuação pessoal / de 
conduta infungível, ou seja, somente pode 
ser praticado pelas pessoas expressamente 
indicadas na lei.
São elas: Testemunha, Perito, Contador, Tra-
dutor ou Intérprete (2TPCI). 
Sujeito passivo É o Estado, e, de forma secundária, a pessoa 
física ou jurídica prejudicada pela falsidade 
nas declarações ou nos laudos.
Elemento 
subjetivo
É o dolo, independentemente de qualquer 
finalidade específica. 
Consumação / 
Tentativa
Consuma-se com o encerramento do de-
poimento, momento em que será reduzido 
a termo e assinado pela testemunha, pelo 
magistrado e pelas partes. 
A doutrina diverge sobre a possibilidade de 
tentativa. Majoritariamente se diz que não é 
possível. 
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime de mão própria, doloso. comissivo 
ou omissivo próprio (na hipótese em que o 
agente, por exemplo, se cala sobre a verda-
de), monossubjetivo (praticados por apenas 
um sujeito, entretanto, admite-se a co-au-
toria e a participação) e monossubsistente 
(admite a prática do crime por meio de um 
único ato) . 
Causa de 
aumento de 
pena (Art. 342, 
§ 1º) 
As penas aumentam de um sexto a um terço, 
se o crime é praticado mediante suborno ou 
se cometido com o fim de obter prova desti-
nada a produzir efeito em processo penal, ou 
em processo civil em que for parte entidade 
da administração pública direta ou indireta.
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DIREITO PENAL
 
Causa de 
extinção da 
punibilidade – 
Retratação (Art. 
342, § 2º) 
O fato deixa de ser punível se, antes da sen-
tença no processo em que ocorreu o ilícito, o 
agente se retrata ou declara a verdade.
Exemplo de prova: A Banca Vunesp deu 
como incorreta a seguinte frase: No crime de 
falso testemunho ou falsa perícia, é extinta a 
punibilidade, se o agente se retrata ou decla-
ra a verdade, até sentença irrecorrível no pro-
cesso instaurado para apurar aludido crime. 
(pois não se trata de sentença irrecorrível).
Art. 343. DAR, OFERECER OU PROMETER dinheiro ou 
qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, 
tradutor ou intérprete, para FAZER afirmação falsa, NEGAR 
OU CALAR a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tra-
dução ou interpretação: 
PENA: RECLUSÃO de 3 a 4 ANOS + MULTA. 
Parágrafo único. As penas aumentam-se de 1/6 a 1/3, se 
o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a 
produzir efeito em processo penal ou em processo civil em 
que for parte entidade da administração pública direta ou 
indireta.
Considerações 
iniciais
O legislador não atribuiu o nome iuris (rubri-
ca) à figura típicadescrita no artigo 343 do CP. 
Na doutrina e na jurisprudência é chamado 
de corrupção ativa de testemunha ou perito.
Os artigos 342 e 343 do Código Penal, de 
fato, tratam de condutas que visam prejudi-
car a Administração da Justiça por meio do 
falso testemunho ou da falsa perícia, mas 
com diferenças quanto à atuação de cada 
envolvido na empreitada criminosa.
Art. 342: Trata da testemunha ou perito 
que, em razão de suborno, faz afirmação fal-
sa, nega ou omite a verdade. O § 1.º deste 
artigo dispõe que, se o agente agir de forma 
a falsear a verdade, ele estará sujeito a pe-
nas por falso testemunho ou falsa perícia. 
Art. 343: Este artigo descreve o terceiro que 
oferece, promete ou dá dinheiro ou qualquer 
outra vantagem a uma testemunha ou perito 
com a intenção de que ele se comporte de 
maneira ilícita, seja fazendo uma afirmação 
falsa, seja se omitindo. A conduta do terceiro 
também é criminalizada, mas com pena mais 
específica, punindo o ato de corromper ou 
influenciar o comportamento da testemunha 
ou perito.
Portanto, enquanto o art. 342 pune o agen-
te (testemunha ou perito) que age ilicita-
mente, o art. 343 pune o terceiro que ofe-
rece ou promete vantagens para induzir a 
testemunha ou perito a cometer a infração. 
Inclusive a Vunesp deu a seguinte frase como 
incorreta: “Caio, por pagar Tício para prestar 
falso testemunho, e Tício, por aceitar e efe-
tivamente prestar falso testemunho, incor-
rem, em tese, no crime de falso testemunho.” 
O crime de falso testemunho não engloba a 
conduta de pagar alguém para prestar falso 
testemunho. Tal conduta possui tipo penal 
próprio, previsto no art. 343 do CP. Obser-
ve-se que o crime de falso testemunho é 
crime próprio, uma vez que apenas aquele 
que presta a afirmação ou cala a verdade, nas
Considerações 
iniciais
condições especificadas no art. 342, pode ser 
autor do crime. 
Objetividade 
jurídica
É a Administração da justiça.
Objeto material Testemunha, perito, contador, tradutor ou in-
térprete a quem se entrega, oferece ou pro-
mete dinheiro ou qualquer outra vantagem.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
3 núcleos: “dar”, “oferecer” e “prometer”. Tra-
ta-se de tipo misto alternativo, crime de ação 
múltipla ou de conteúdo variado.
Sujeito ativo Trata-se de crime comum podendo ser co-
metido por qualquer pessoa.
Sujeito passivo É o Estado. Secundariamente, também pode 
ser considerado sujeito passivo a pessoa físi-
ca ou jurídica que eventualmente seja lesado 
pelo Falso Testemunho.
Elemento 
subjetivo
É o dolo, acrescido de um especial fim de agir 
(elemento subjetivo específico). Esse fim de 
agir consiste na intenção de efetuar o subor-
no para que a testemunha, perito, contador, 
tradutor ou intérprete realize afirmações 
falsas, negue ou omita a verdade durante o 
depoimento, perícia, cálculos, tradução ou 
interpretação. Esse tipo penal não admite 
modalidade culposa.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal, consumando-se 
com a prática da conduta de dar, oferecer 
ou prometer dinheiro ou qualquer outra 
vantagem a testemunha, perito, contador, 
tradutor ou intérprete, independentemente 
da anuência ou recusa dessas pessoas. A 
consumação do crime previsto no art. 343 
do Código Penal ocorre independentemente 
da consumação do crime de falso testemu-
nho ou falsa perícia (CP, art. 342), e sempre 
a antecede.
A tentativa seria possível quando se fala em 
fracionamento do iter criminis (Carta extra-
viada com oferecimento de valores para tes-
temunha mentir).
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime comum, formal, unissubjetivo, unilate-
ral ou de concurso eventual.
Causa de 
aumento de 
pena (Art. 343, 
parágrafo único)
As penas aumentam de um sexto a um 
terço, se o crime é cometido com o fim de 
obter prova destinada a produzir efeito em 
processo penal ou em processo civil em que 
for parte entidade da administração pública 
direta ou indireta.
ARTS. 342 E 343
Art. 342. FAZER afirmação falsa, 
OU NEGAR OU CALAR a verda-
de como:
1. Testemunha;
4. Tradutor;
2. Perito;
3. Contador;
Art. 343. DAR, OFERECER OU 
PROMETER dinheiro ou qual-
quer outra vantagem a:
1. Testemunha;
4. Tradutor;
2. Perito;
3. Contador;
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DI
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PE
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5. Intérprete.
Em:
6. Processo Judicial; ou
7. Administrativo;
8. Inquérito Policial; ou em
9. Juízo Arbitral.
5. Intérprete.
Para FAZER afirmação falsa, NE-
GAR OU CALAR a verdade em:
1. Depoimento;
2. Perícia;
3. Cálculos;
4. Tradução; ou
5. Interpretação.
Pena – RECLUSÃO de 
2 a 4 ANOS + MULTA.
Pena – RECLUSÃO de 
3 a 4 ANOS + MULTA.
§ 1º As penas aumentam-se de 
1/6 a 1/3, se o crime é praticado 
mediante suborno ou se come-
tido com o fim de obter prova 
destinada a produzir efeito em:
1. Processo penal;
2. Processo civil em que for par-
te entidade da administração 
pública direta OU indireta.
Parágrafo único. As penas au-
mentam-se de 1/6 a 1/3, se o 
crime é cometido com o fim de 
obter prova destinada a produ-
zir efeito em*:
1. Processo penal;
2. Processo civil em que for par-
te entidade da administração 
pública direta OU indireta.
*não traz previsão “crime prati-
cado mediante suborno”
Coação no curso do processo
Art. 344. USAR de violência ou grave ameaça, com o fim 
de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, 
parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chama-
da a intervir em processo:
1. Judicial,
2. Policial ou
3. Administrativo, ou em
4. Juízo arbitral.
PENA: RECLUSÃO de 1 a 4 ANOS + MULTA, além da pena 
correspondente à violência.
Parágrafo único. A pena aumenta-se de 1/3 até a metade 
se o processo envolver crime contra a dignidade sexual. 
Considerações 
iniciais
O propósito do crime de coação no curso do 
processo é impedir manobras violentas ou 
ameaçadoras que frustrem a administração 
da justiça, interferindo no regular andamen-
to do processo de qualquer natureza ou em 
juízo Arbitral.
Objetividade 
jurídica
É a Administração da Justiça, com ênfase 
na independência e isenção que devem 
orientar a atuação das autoridades responsá-
veis pela condução e desenvolvimento dos 
processos judiciais, policiais ou administrati-
vos, ou até mesmo juízos arbitrais.
Objeto material É a pessoa física que sofre a violência ou a 
grave ameaça imposta pelo sujeito ativo, 
com o objetivo de beneficiar interesse pró-
prio ou de terceiros.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
“Usar”, no sentido de empregar ou aplicar 
violência (vis absoluta) ou grave ameaça (vis 
compulsiva) com a intenção de favorecer in-
teresse próprio ou de terceiros, a fim de co-
agir qualquer pessoa envolvida em processo 
judicial, policial ou administrativo, ou em 
juízo arbitral.
Sujeito ativo Trata-se de crime comum. Não é necessário 
que o sujeito ativo tenha interesse próprio 
no processo judicial, policial ou administra-
tivo, ou em juízo arbitral.
Sujeito passivo O Estado, responsável pela integridade da 
Administração da justiça, e, de forma media-
ta, a autoridade, a parte envolvida ou qual-
quer outra pessoa que atue ou seja chamada 
a intervir em um processo.
Elemento 
subjetivo
O dolo, acrescido de um especial fim de agir 
(elemento subjetivo específico), representa-
do pela expressão “com o fim de favorecer 
interesse próprio ou alheio”. Não é punida a 
modalidade culposa.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal, consumando-se no 
momento em que o sujeito usa da violência 
ou grave ameaça com o fim de favorecer 
interesse próprio ou alheio contra uma ou 
mais pessoas indicadas no tipo penal.
É possível se falar em tentativa, tendo em 
vista que é cabível fracionamento da con-
duta. Na modalidade verbal, não será pos-
sível a tentativa, pois o crime se consuma 
no momento em que a ameaça é proferida,não sendo passível de fracionamento do iter 
criminis.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime comum, formal, unissubjetivo, unila-
teral ou de concurso eventual e unissubsis-
tente ou plurissubsistente, conforme o caso 
concreto.
Causa de 
aumento de 
pena (Art. 344, 
parágrafo único)
A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a 
metade se o processo envolver crime contra 
a dignidade sexual. 
Concurso 
material
A pena cominada para o artigo 344 é de re-
clusão de 1 a 4 anos e multa. O próprio dis-
positivo ressalva que é possível ter, além da 
penalidade prevista, a pena correspondente 
à violência. 
Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 345. FAZER justiça pelas próprias mãos, para satisfazer 
pretensão, embora legítima, SALVO quando a lei o permite:
PENA: DETENÇÃO de 15 DIAS a 1 MÊS OU MULTA, além 
da pena correspondente à violência.
Parágrafo único. Se não há emprego de violência, somente 
se procede mediante QUEIXA.
Considerações 
iniciais
Tutela-se a administração da Justiça, ou seja, 
ninguém pode arbitrariamente fazer justiça 
por si mesmo. Caso uma pessoa tenha ou 
suponha ter um direito contra alguém deve 
buscar o Poder Judiciário e não resolver as 
questões pelo uso da força. 
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DIREITO PENAL
 
Objetividade 
jurídica
É a Administração da justiça.
Objeto material Pessoa ou coisa contra a qual se dirige o 
exercício arbitrário das próprias razões.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
“Fazer” justiça pelas próprias mãos, no sen-
tido de satisfazer pretensão pessoal sem 
buscar ajuda Estatal, mediante a atuação do 
Poder Judiciário.
Cuidado: A parte final do caput do art. 345 
do Código Penal – “salvo quando a lei o per-
mite” – aqui o legislador desejou afirmar ex-
pressamente que não há crime de exercício 
arbitrário das próprias razões nas situações 
em que a lei taxativamente autoriza a auto-
tutela de um direito (por exemplo a legítima 
defesa ou desforço imediato para proteção 
da posse)
Sujeito ativo Trata-se de crime comum.
Sujeito passivo É o Estado e, mediatamente, a pessoa fí-
sica ou jurídica prejudicada pela conduta 
criminosa.
Elemento 
subjetivo
dolo, acrescentado de um especial fim de 
agir (elemento subjetivo específico), repre-
sentado pela expressão “para satisfazer pre-
tensão, embora legítima”. Não se admite a 
modalidade culposa
Consumação / 
Tentativa
Consuma-se com o emprego do meio ar-
bitrário, ainda que o agente não consiga 
satisfazer a sua pretensão (STJ. 6ª Turma. 
REsp 1860791, j. 09/02/2021). Há divergência 
doutrinária. 
É possível o reconhecimento da tentativa, 
haja vista tratar-se de crime plurissubsistente.
Ação Penal Se não há emprego de violência, somente 
se procede mediante queixa (Ação penal 
privada).
Caso haja violência, a ação penal será 
pública.
Classificação 
doutrinária
Crime comum no que diz respeito ao sujeito 
ativo, bem quanto ao sujeito passivo, doloso, 
plurissubsistente e transeunte.
Art. 346. TIRAR, SUPRIMIR, DESTRUIR OU DANIFICAR 
coisa própria, que se acha em poder de terceiro por deter-
minação judicial ou convenção:
PENA: DETENÇÃO de 6 MESES a 2 ANOS + MULTA.
Considerações 
iniciais
Não existe qualquer rubrica ao artigo 346 do 
CP. A doutrina chama este crime de subtra-
ção ou dano de coisa própria em poder de 
terceiro.
Objetividade 
jurídica
É a Administração da justiça.
Objeto material A coisa própria, móvel ou imóvel, que se 
acha em poder de terceiro por determina-
ção judicial ou convenção, tirada, suprimida, 
destruída ou danificada.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
4 núcleos: “tirar”, “suprimir”, “destruir” e 
“danificar”.
Sujeito ativo Crime próprio, somente o proprietário da 
coisa que se acha em poder de terceiro por 
determinação judicial ou convenção é que 
pode ser considerado sujeito ativo do delito 
tipificado no art. 346 do Código Penal. 
Sujeito passivo É o Estado, bem como aquele que foi preju-
dicado com a conduta praticada pelo sujeito 
ativo.
Elemento 
subjetivo
O dolo, independentemente de qualquer 
finalidade específica. Não se admite a moda-
lidade culposa.
Consumação / 
Tentativa
Consuma-se com a prática de uma das ações 
típicas, isto é, com a tirada, supressão, des-
truição ou danificação da coisa própria que 
se acha em poder de terceiro. 
A tentativa é admissível.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime próprio, material, unissubjetivo, unila-
teral ou de concurso eventual e normalmen-
te plurissubsistente.
Trata-se de crime de ação múltipla. 
Ações nucleares: Tirar, suprimir, destruir ou 
danificar.
Fraude processual
Art. 347. INOVAR artificiosamente, na pendência de pro-
cesso civil ou administrativo, o estado de:
3. Lugar;
4. de Coisa; ou
5. de pessoa. 
Com o fim de induzir a erro o:
1. Juiz ou
2. Perito.
PENA: DETENÇÃO de 3 MESES a 2 ANOS + MULTA.
Parágrafo único. Se a inovação se destina a produzir efei-
to em PROCESSO PENAL, ainda que não iniciado, as penas 
aplicam-se em DOBRO.
(...)
Considerações 
iniciais
Quando o dispositivo fala “inovar artificiosa-
mente”, está indicando um ardil ou artifício 
com finalidade de enganar, iludir, modifican-
do o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, 
com escopo de induzir a erro o juiz ou o 
perito.
Objetividade 
jurídica
É a Administração da justiça.
Objeto material É a coisa, o lugar ou a pessoa que suporta a 
inovação artificiosa.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
É “inovar”, no sentido de modificar ou alterar 
algo, introduzindo uma novidade.
Sujeito ativo Trata-se de crime comum. 
Sujeito passivo O sujeito passivo é o Estado, bem como 
aquele que foi de alguma forma prejudicado 
com a conduta praticada pelo sujeito ativo.
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Elemento 
subjetivo
o dolo, acrescido de um especial fim de agir 
(elemento subjetivo específico), consistente 
na intenção de induzir a erro o juiz ou perito. 
Não se admite a modalidade culposa.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal. Consuma-se no 
momento em que o agente utiliza de artifí-
cio (meio fraudulento) para inovar na pen-
dência de processo civil, administrativo, ou 
de processo penal, ainda que não iniciado, o 
estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com 
o fim de induzir a erro o juiz ou o perito. 
A tentativa é possível, em razão do caráter 
plurissubsistente do delito, compatível com 
o fracionamento do iter criminis.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime comum, formal, unissubjetivo e nor-
malmente plurissubsistente.
Causa de 
aumento de 
pena (Art. 347, 
parágrafo único)
Se a inovação se destina a produzir efeito em 
processo penal, ainda que não iniciado, as 
penas aplicam-se em dobro.
Exploração de prestígio
Art. 357. SOLICITAR OU RECEBER dinheiro ou qualquer 
outra utilidade, a pretexto de influir em:
1. Juiz;
2. Jurado;
3. Órgão do Ministério Público;
4. Funcionário de justiça;
5. Perito;
6. Tradutor;
7. Intérprete; ou
8. Testemunha:
PENA: RECLUSÃO de 1 a 5 ANOS + MULTA.
Parágrafo único. As penas aumentam-se de 1/3, se o agen-
te alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se 
destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.
(...)
Considerações 
iniciais
Trata-se de hipótese similar àquela prevista 
pelo art. 332 do Código Penal, que cuida do 
delito de tráfico de influência. 
A bem da verdade, ele não possui influência 
na atuação do magistrado, apenas alega ter 
total prestígio. Eventualmente, se o sujeito 
ativo realmente ostentar e possui prestígio e 
que possa corromper o magistrado, o crime
Considerações 
iniciais
seria de corrupção ativa descritono artigo 
333 e o destinatário (magistrado) responderá 
pelo artigo 317 (corrupção passiva).
Objetividade 
jurídica
É a Administração da justiça.
Objeto material Dinheiro ou qualquer outra utilidade, seja 
qual for sua natureza (econômica, moral, se-
xual etc.), solicitada ou recebida a pretexto
Objeto material de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério 
Público, funcionário de justiça, perito, tradu-
tor, intérprete ou testemunha.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
Contém dois núcleos: “solicitar” e “receber”.
Sujeito ativo Trata-se de crime comum. 
Sujeito passivo É o Estado e, mediatamente, o comprador do 
prestígio, ou seja, a pessoa que entrega di-
nheiro ou outra utilidade com o propósito de 
obter algum benefício, lícito ou ilícito, junto a 
qualquer das pessoas indicadas no art. 357, 
caput, do Código Penal
Elemento 
subjetivo
Dolo + um especial fim de agir (elemento 
subjetivo específico), representado pela ex-
pressão “a pretexto de influir em juiz, jurado, 
órgão do Ministério Público, funcionário de 
justiça, perito, tradutor, intérprete ou teste-
munha”. Não é punida a forma culposa.
Consumação / 
Tentativa
Na modalidade “solicitar”, o crime é formal 
(consuma-se no instante em que o sujeito 
ativo formula o pedido de dinheiro ou qual-
quer outra utilidade). 
Na modalidade “receber”, o crime é material 
ou causal: dá-se a consumação no momento 
em que o agente efetivamente ingressa na 
posse do dinheiro ou da utilidade de outra 
natureza. 
Dependendo da forma como for praticado 
o delito, poderá ser reconhecida a tentativa. 
Se a forma for verbal, impossível a tentativa 
(conatus)
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime comum, formal (na modalidade “solici-
tar”) ou material (no núcleo “receber”), unis-
subjetivo, unilateral ou de concurso eventual 
e unissubsistente (na solicitação verbal) ou 
plurissubsistente (nos demais casos).
Causa de 
aumento de 
pena (Art. 357, 
parágrafo único)
 As penas aumentam-se de 1/3, se o agente 
alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade 
também se destina a qualquer das pessoas 
referidas no artigo.
Crimes praticados por 
PARTICULAR contra a 
Administração Em Geral
Dos Crimes contra a 
ADMINISTRAÇÃO 
DA JUSTIÇA
Tráfico de Influência
(1/2 SECO)
Exploração de prestígio 
(RESO 1/3)
Art. 332.
SOLICITAR,
EXIGIR,
COBRAR OU
OBTER,
1 – Para si ou para outrem,
2 – Vantagem ou promessa de 
vantagem,
3 – A pretexto de influir em ato 
praticado por funcionário públi-
co no exercício da função.
Art. 357.
SOLICITAR OU
RECEBER
1 – Dinheiro ou qualquer outra 
utilidade,
2 – A pretexto de influir em (aqui 
há um rol):
2.1 – Juiz;
2.2 – Jurado;
2.3 – Órgão do Ministério 
Público;
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DIREITO PENAL
 
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2.4 – Funcionário de Justiça;
2.5 – Perito;
2.6 – Tradutor;
2.7 – Intérprete; ou
2.8 – Testemunha.
Pena – RECLUSÃO de
2 a 5 ANOS + MULTA.
Pena – RECLUSÃO de
1 a 5 ANOS + MULTA.
Parágrafo único. A pena é au-
mentada da METADE:
Se o agente alega ou insinua 
que a vantagem é também des-
tinada ao funcionário.
Parágrafo único. As penas au-
mentam-se de 1/3:
Se o agente alega ou insinua 
que o dinheiro ou utilidade tam-
bém se destina a qualquer das 
pessoas referidas neste artigo.
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou sus-
pensão de direito
Art. 359. EXERCER
1. Função,
2. Atividade,
3. Direito,
4. Autoridade ou
5. Múnus,
De que foi suspenso ou privado por decisão judicial:
PENA: DETENÇÃO de 3 MESES a 2 ANOS OU MULTA.
Considerações 
iniciais
Trata-se de modalidade especial do delito 
de desobediência, tipificado pelo art. 330 do 
Código Penal. Aqui no art. 359, há elementos 
especiais, pois o agente não desobedece
Considerações 
iniciais
uma simples ordem legal emitida por qual-
quer funcionário público, ele avança e exer-
ce função, atividade, direito, autoridade ou 
múnus que estava suspenso ou privado por 
decisão judicial.
Objetividade 
jurídica
É a Administração da justiça.
Objeto material É a função, atividade, direito, autoridade ou 
múnus indevidamente exercido pelo agente, 
em oposição a determinação judicial. 
Conduta / Núcleo 
do Tipo
Exercer função, atividade, direito, autoridade 
ou múnus do qual o sujeito ativo estava sus-
penso ou privado por decisão judicial.
Sujeito ativo Crime próprio, pois somente pode ser prati-
cado pela pessoa que, por decisão judicial, 
foi suspensa ou privada relativamente ao 
exercício de determinada função, atividade, 
direito, autoridade ou múnus (maioria da 
doutrina).
Sujeito passivo É o Estado.
Elemento 
subjetivo
o dolo, independentemente de qualquer fi-
nalidade específica. Não se admite a moda-
lidade culposa
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal, consumando-se 
quando o agente inicia o exercício, afrontan-
do a decisão judicial.
A tentativa é admissível.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime próprio, formal, unissubjetivo, unilate-
ral ou de concurso eventual e normalmente 
plurissubsistente.
FONTE: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del 
2848compilado.htm
ÚLTIMAS QUESTÕES DE ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO APLICADAS EM 2024 PELA BANCA VUNESP
1. (VUNESP – 2024 – TJSP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁ-
RIO) A respeito do crime de petrechos de falsificação, previsto no 
artigo 294 do Código Penal, assinale a alternativa correta. 
A) Tem por objeto material o objeto (instrumento) destinado à falsi-
ficação de papéis públicos e particulares. 
B) Admite a modalidade culposa. 
C) É crime instantâneo e inadmite tentativa. 
D) É crime próprio de funcionário público. 
E) É crime de ação múltipla ou de conteúdo variado. 
 COMENTÁRIOS:
A) Incorreta. O art. 294 do CP tipifica diferentes condutas que 
envolvem objeto destinado à falsificação dos papéis especifi-
cados pelo art. 293 do CP. Observa-se que os dois artigos inte-
gram o Capítulo II do Título “crimes contra a fé pública”, deno-
minado “da falsidade de títulos e outros papéis públicos”. Dessa 
forma, a alternativa, ao incluir a falsificação de papéis particu-
lares como destinação do objeto, vai além do que prevê o 
artigo. 
Petrechos de falsificação
Art. 294 – Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar 
objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer 
dos papéis referidos no artigo anterior:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Falsificação de papéis públicos
Art. 293 – Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qual-
quer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tri-
buto; (Redação dada pela Lei n. 11.035, de 2004)
II – papel de crédito público que não seja moeda de curso 
legal;
III – vale postal;
IV – cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa eco-
nômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade 
de direito público;
V – talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento 
relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou 
caução por que o poder público seja responsável;
VI – bilhete, passe ou conhecimento de empresa de 
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transporte administrada pela União, por Estado ou por 
Município:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
[...]
B) Incorreta. Cabe lembrar que a regra geral do CP é que os 
crimes sejam dolosos, de modo que a admissão da modalida-
de culposa está vinculada à necessária previsão legal. Diferen-
te da admissão de tentativa, por exemplo, que abre margem 
para discussão doutrinária, a tipificação culposa de um crime 
está atrelada ao texto da lei. No caso do art. 294, não há men-
ção à modalidade culposa, o que se estende a todos os crimes 
contra a fé pública. 
C) Incorreta. O crime instantâneo é aquele cujo exaurimento 
não se prolongano tempo, diferente do crime permanente. No 
caso de crimes de ação múltipla (também chamados de ação 
multinuclear ou de tipo misto), existe uma variedade de dife-
rentes ações caracterizadoras do tipo penal, permitindo que 
algumas sejam instantâneas e outras de caráter permanente. É 
o caso do crime previsto no art. 294. Enquanto o verbo forne-
cer, por exemplo, indica uma ação pontual, o verbo possuir su-
gere uma ação que se prolonga no tempo. Dessa forma, pode-
-se concluir que o crime em análise pode ser instantâneo ou 
permanente, a depender da ação efetivada no caso concreto. 
Na doutrina, afirma-se que o crime é considerado instantâneo 
nas modalidades de “fabricar”, “adquirir” e “fornecer”, pois essas 
condutas se consumam em um único momento, sem continui-
dade no tempo. Por outro lado, é considerado permanente 
nas condutas de “possuir” e “guardar”, já que a situação ilícita se 
prolonga enquanto o agente mantiver o objeto da infração 
sob sua posse ou guarda.
Com relação à possibilidade de tentativa, observa-se que os 
crimes a admitem quando podem ser fracionados. Com rela-
ção ao artigo 294, não existe um consenso doutrinário a respei-
to. Enquanto autores como Cleber Masson consideram que o 
crime em questão não admite tentativa, outros doutrinadores, 
como Rogerio Sanches, consideram possível a forma tentada 
desse tipo penal. 
D) Incorreta. Para que um crime seja próprio de funcionário pú-
blico, é necessário que haja expressa previsão legal, como ocorre 
em qualquer crime próprio. No caso do art. 294, não há qualquer 
especificação nesse sentido. Trata-se, portanto, de crime co-
mum, ou seja, que não atribui qualidades específicas ao autor.
Cuidado: Se o agente é funcionário público, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. 
(Art. 295) 
E) Correta. O tipo penal em questão de fato apresenta diferen-
tes núcleos tipificadores, conforme apontado no comentário 
da alternativa “C”. 
GABARITO ALTERNATIVA “E”
2. (VUNESP – 2024 – TJSP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁ-
RIO) Mévia, advogada, cedeu a Tícia, sua irmã gêmea, a carteira 
profissional da OAB, para ela ingressar no presídio, passando-se 
por advogada, a fim de visitar, quando quisesse, o namorado que 
se encontrava preso. Tícia, de fato, usou o documento profissional 
de Mévia, por várias vezes, sendo descoberta na última vez. Dian-
te da situação hipotética, assinale a alternativa correta. 
A) Mévia e Tícia incorreram no crime do artigo 308, do Código Penal 
(uso de documento de identidade alheia). 
B) Tícia incorreu no crime do artigo 308, do Código Penal (uso de 
documento de identidade alheia). Mévia não incorreu em qual-
quer crime, por ausência de previsão típica para a cessão de do-
cumento de identidade a outrem. 
C) Tícia incorreu no crime do artigo 307, do Código Penal (falsa 
identidade). Mévia não incorreu em qualquer crime, por ausên-
cia de previsão típica para a cessão de documento de identidade 
a outrem. 
D) Mévia e Tícia não incorreram em qualquer crime, visto que o uso 
de documento de identidade alheia e falsa identidade, para se 
caracterizar como crime, exige vantagem patrimonial indevida. 
E) Mévia e Tícia incorreram no crime do artigo 307, do Código Penal 
(falsa identidade).
 COMENTÁRIOS:
A) Correta. O artigo 308 do CP apresenta mais de um núcleo 
tipificador, de modo que tanto o uso quanto a cessão dos obje-
tos especificados caracterizam o crime. CUIDADO: O legislador 
não conferiu nomen juris ao crime definido no art. 308 do Có-
digo Penal. Na doutrina é chamado de “uso de documento de 
identidade alheia”.
Art. 308 – Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, 
caderneta de reservista ou qualquer documento de identi-
dade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, do-
cumento dessa natureza, próprio ou de terceiro:
Pena – detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o 
fato não constitui elemento de crime mais grave. 
B) Incorreta. Conforme observado no comentário da alternati-
va anterior, a cessão de documento de identidade também 
compõe o tipo penal do art. 308. 
C) Incorreta. O crime previsto no art. 307 possui caráter mais 
genérico, limitando-se a tipificar a atribuição de falsa identida-
de a si ou a terceiro. Já o art. 308 descreve condutas específicas, 
delimitando, entre outras, a ação de utilizar documento de 
identidade alheio. 
Art. 307 – Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identida-
de para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou 
para causar dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato 
não constitui elemento de crime mais grave.
D) Incorreta. A redação do art. 308 não impõe finalidade espe-
cífica ou resultado naturalístico para o uso ou cessão dos obje-
tos listados no tipo penal, entre os quais o documento de iden-
tidade alheia. Dessa forma, o uso ou a cessão desses objetos 
resultam na incidência do crime independentemente da finali-
dade por trás dessas ações ou da ocorrência de um resultado, 
como uma vantagem patrimonial indevida. Trata-se, portanto, 
de crime formal, bastante o uso ou a cessão do documento de 
identidade alheia para caracterizar o tipo penal. 
E) Incorreta. Conforme já comentado, o art. 308 é responsável 
por tipificar o uso ou a cessão de documento de identidade 
alheio. 
GABARITO ALTERNATIVA “A”
3. (VUNESP – 2024 – TJSP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁ-
RIO) Tendo em conta o crime de fraudes em certames de interes-
se público, é correto afirmar: 
A) o dano à administração pública enseja causa de aumento da 
pena. 
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DIREITO PENAL
 
B) é crime próprio de funcionário público ou de pessoas que te-
nham por função atuar na elaboração e na aplicação de concur-
sos, processos seletivos, avaliações e exames. 
C) tem por objeto material conteúdo sigiloso de concurso público; 
de processo seletivo para ingresso no Ensino Superior, pouco im-
portando se em instituição pública ou privada; de avaliação ou 
exame públicos e de exame ou processo seletivo previstos em 
lei. 
D) só se caracteriza se resultar comprometimento à credibilidade 
do certame. 
E) é qualificado quando praticado por funcionário público. 
 COMENTÁRIOS:
A) Incorreta. O dano à administração pública constitui qualifi-
cadora do tipo penal. Vale lembrar que a qualificadora altera o 
intervalo da pena imposta ao crime, ao invés de implicar em 
uma fração de aumento, como ocorre com as causas de au-
mento de pena. 
Art. 311-A.  Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim 
de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibi-
lidade do certame, conteúdo sigiloso de:    (Incluído pela Lei 
12.550. de 2011)
I – concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
II – avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550. 
de 2011)
III – processo seletivo para ingresso no ensino superior; 
ou (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
IV – exame ou processo seletivo previstos em lei:  (Incluído 
pela Lei 12.550. de 2011)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Inclu-
ído pela Lei 12.550. de 2011)
§ 1º  Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, 
por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas 
às informações mencionadas no caput.       (Incluído pela Lei 
12.550. de 2011)
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração 
pública:  (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído 
pela Lei 12.550. de 2011)
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é come-
tido por funcionário público.  (Incluído pela Lei 12.550. de 
2011)
CUIDADO: O Crime do art 311-A também apresenta causa de 
aumento de pena – pena será aumentada em 1/3 se o crime for 
cometido por funcionário público, valendo-se da sua condição 
profissional. 
B) Incorreta. Trata-se de crime comum, que não restringe a au-
toria a qualidades específicas do agente. O fato de o autor ser 
funcionáriopúblico constitui causa de aumento de pena, pre-
vista no parágrafo 3º do art. 311-A do CP.
Art. 311-A.  
...
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometi-
do por funcionário público.  
C) Correta. O art. 311-A do Código Penal contempla os seguin-
tes objetos materiais: I – concurso público; II – avaliação ou 
exame públicos; III – processo seletivo para ingresso no ensino 
superior; e IV – exame ou processo seletivo previstos em lei. É 
provável que o objetivo da banca, nessa alternativa, tenha sido 
confundir o aluno com relação ao processo seletivo para 
ingresso no ensino superior. Isso porque, diferente das demais 
hipóteses previstas, nesse caso, não há vinculação ao caráter 
público do objeto ou à lei, como ocorre nas demais hipóteses 
listadas pelo art. 311-A do CP.
D) Incorreta. O comprometimento da credibilidade do certame 
é uma das finalidades delimitadas pelo tipo penal, que não exi-
ge sua efetivação (crime formal). A concretização de qualquer 
prejuízo à administração pública caracteriza qualificadora, 
conforme previsto pelo § 2º do art. 311-A do CP.
Art. 311-A.  Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim 
de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibi-
lidade do certame, conteúdo sigiloso de
...
§ 2º  Se da ação ou omissão resulta dano à administração 
pública:   
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
E) Incorreta. Como comentado na alternativa “B”, o fato de o 
agente ser funcionário público caracteriza causa de aumento de 
pena e não qualificadora, prevista no § 3º do art. 311-A do CP.
GABARITO ALTERNATIVA “C”
4. (VUNESP – 2024 – TJSP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁ-
RIO) A respeito da reparação do dano no crime de peculato, assi-
nale a alternativa correta. 
A) Extingue a punibilidade, no peculato culposo, e implica diminui-
ção da pena, da metade, no peculato mediante erro de outrem, 
desde que feita antes da denúncia. 
B) Extingue a punibilidade, no crime de peculato mediante erro de 
outrem, desde que feita antes da denúncia. Se feita posterior-
mente, implica diminuição da pena, da metade. 
C) Extingue a punibilidade, no peculato culposo e no peculato me-
diante erro de outrem, desde que feita antes da sentença irrecor-
rível. 
D) Extingue a punibilidade, no peculato culposo, quando feita an-
tes da sentença irrecorrível. Se feita posteriormente, implica di-
minuição da pena, da metade. 
E) Extingue a punibilidade, no peculato culposo, e implica diminui-
ção da pena, da metade, no peculato mediante erro de outrem, 
desde que feita antes da sentença irrecorrível.
 COMENTÁRIOS:
A) Incorreta. De fato, a reparação do bem, no peculato culposo, 
extingue a punibilidade, desde que realizada antes da sentença 
irrecorrível. Contudo, no caso do peculato mediante erro de ou-
trem, que constitui tipo penal próprio, não há previsão de que a 
reparação do dano implique diminuição de metade da pena. 
Observe-se que a reparação do dano, antes do julgamento, 
sempre caracteriza hipótese atenuante genérica, prevista no 
art. 65 do CP, inciso III, “b” (incidindo, portanto, na segunda fase 
de dosimetria da pena). Para que tal circunstância seja causa de 
diminuição de pena, no entanto, é necessária disposição espe-
cífica (que incide na terceira fase da dosimetria da pena), o que 
não ocorre no caso do crime previsto no art. 313. 
Art. 312 – Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, 
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, 
de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em pro-
veito próprio ou alheio:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º – Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, em-
bora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, 
ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou 
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alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qua-
lidade de funcionário.
Peculato culposo
§ 2º – Se o funcionário concorre culposamente para o crime 
de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
§ 3º – No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, 
se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; 
se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Peculato mediante erro de outrem
Art. 313 – Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade 
que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
B) Incorreta. Os efeitos descritos estão corretos, mas ocorrem 
no caso do peculato culposo, e não no peculato mediante erro 
de outrem. 
C) Incorreta. A punibilidade é extinta por reparação do dano 
antes da sentença irrecorrível apenas no caso do peculato 
culposo. 
D) Correta. Para resolver a questão, o candidato tinha que lem-
brar os efeitos da reparação do dano no peculato culposo, a 
depender do momento dessa reparação. Ou seja, lembrar que, 
até a sentença irrecorrível, ocorre a extinção da punibilidade, 
enquanto a reparação posterior resulta na diminuição de me-
tade da pena. 
E) Incorreta. Não há diminuição da pena por reparação do 
dano no peculato mediante erro de outrem. 
GABARITO ALTERNATIVA “D”
5. (VUNESP – 2024 – TJSP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁ-
RIO) A respeito dos crimes contra a administração pública e con-
tra a administração da justiça, assinale a alternativa correta. 
A) Mévio, ao praticar o crime de exercício arbitrário das próprias ra-
zões, empregando violência, somente será processado median-
te ação penal pública condicionada à representação da vítima. 
B) Caio, por pagar Tício para prestar falso testemunho, e Tício, por 
aceitar e efetivamente prestar falso testemunho, incorrem, em 
tese, no crime de falso testemunho. 
C) Tício, funcionário público, ao deixar de punir Mévio, seu subordi-
nado, por falta funcional, em razão de ter sido presenteado por 
ele com uma caixa de vinho, em tese, incorre no crime de con-
descendência criminosa. 
D) Caio, ao dar ensejo à instauração de procedimento administrati-
vo contra Tício, funcionário público, imputando infração discipli-
nar que o sabe inocente, em tese, incorre no crime de denuncia-
ção caluniosa. 
E) Tício, ao afirmar falsamente à autoridade policial, a fim de isentar 
o filho, ser o responsável pelo jogo de bicho (contravenção pe-
nal), em tese, incorre no crime de autoacusação falsa.
 COMENTÁRIOS:
Essa questão da VUNESP realmente demonstra uma mudança 
no estilo de cobrança da banca, que parece ter exigido do can-
didato um conhecimento mais técnico e aprofundado do Di-
reito Penal. A abordagem foi bem detalhada e desafiadora, 
apresentando casos hipotéticos e exigindo um exame cuida-
doso dos tipos penais descritos nas alternativas. O examinador 
explorou diversas modalidades de crimes, exigindo que o can-
didato fosse além do básico e aplicasse o conhecimento da “lei 
seca” para fazer o enquadramento adequado (tipicidade).
A questão reflete uma exigência de atenção extrema, pois 
além de demandar um conhecimento sólido da legislação, ela 
também requer a capacidade de identificar nuances nos tipos 
penais apresentados. Provas com esse estilo, que são mais tra-
balhosa e cansativas, forçam o candidato a aprimorar a capaci-
dade de análise e interpretação das questões.
O aprendizado principal desse estilo de cobrança é a neces-
sidade de treinar para o tradicional, mas também estar atento 
às novas formas de indagação. O candidato deve ser capaz de 
identificar e analisar com precisão as alternativas, perceber as 
sutilezas e, principalmente, aplicar de forma técnica e assertiva 
os conceitos do Direito Penal.
A) Incorreta. A alternativa afirmou que “Mévio, ao praticar o cri-
me de exercício arbitrário das próprias razões, empregando 
violência, somente será processado mediante ação penal pú-
blica condicionada à representação da vítima.” 
De modo geral, os crimes contra a administração pública e 
contra a administração da justiça são de açãoO resul-
tado naturalístico é mencionado como um fim 
almejado pelo agente, e não como algo que deva 
ser concretizado. Ex: crime de corrupção passiva 
(art. 317). A conduta descrita consiste em solici-
tar ou receber vantagem ou aceitar promessa de 
vantagem em razão da função pública exercida. 
A mera solicitação ou aceite de promessa são su-
ficientes para consumação do crime, não sendo 
necessária a efetiva entrega do solicitado.
Crime de mera conduta: tipo penal somente des-
creve a conduta, sem fazer qualquer alusão a re-
sultado naturalístico. Ex. Art. 296, § 1º, III, do CP 
(quem altera, falsifica ou faz uso indevido de mar-
cas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos 
utilizados ou identificadores de órgãos ou entida-
des da Administração Pública). Segundo o Supe-
rior Tribunal de Justiça, é crime de mera conduta, 
sendo suficiente, para sua caracterização, o uso 
indevido das marcas, logotipos, siglas ou outros 
símbolos identificadores de órgãos ou entidades 
da Administração Pública, mostrando-se desne-
cessária a demonstração de dolo específico, bem 
como de ocorrência de prejuízo a terceiros.
Quanto à conduta
Crime comissivo (ação): conduta nuclear corres-
ponde a uma ação. Ex. subtrair, apropriar-se, so-
licitar, etc.
Crime omissivo (omissão) : conduta nuclear con-
substancia uma omissão. Ex. Condescendência 
criminosa (CP, art. 320). Os crimes comissivos di-
videm-se em: omissivos próprios ou puros (fato 
descrito no tipo corresponde a um não-fazer) e
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Principais 
classificações 
de crime para 
fins de concurso
omissivos impróprios, impuros ou comissivos por 
omissão (crimes comissivos praticados por meio 
de uma inatividade).
Quanto ao momento consumativo
Crime instantâneo: a consumação ocorre de 
modo instantâneo. 
Crime permanente: têm uma consumação que se 
prolonga no tempo (Crime instantâneo de efeito 
permanente: efeitos subsistem após a consuma-
ção, independentemente da vontade do agente; 
ex. bigamia). 
Observação: não confundir o crime perma-
nente com o crime instantâneo de efeitos 
permanentes. O delito permanente carac-
teriza-se por ter um momento consumativo 
duradouro, sendo a prolongação da fase 
consumativa dependente da vontade do 
agente. O crime instantâneo de efeitos per-
manentes é aquele em que a consumação 
ocorre instantaneamente, muito embora 
seus efeitos se façam sentir de modo dura-
douro, pois a prorrogação dos efeitos não 
depende do sujeito, mas é inerente ao fato 
praticado (ex. homicídio).
Em 2021 e em 2024, a Vunesp cobrou tal conhe-
cimento na prova de escrevente, indagando se o 
crime de Petrechos de falsificação, previsto no ar-
tigo 294 do Código Penal, era instantâneo ou per-
manente. Parcela da doutrina ensina que o crime 
é instantâneo (nos núcleos “fabricar”, “adquirir” e 
“fornecer”) e permanente (nas modalidades “pos-
suir” e “guardar”).
• Quanto à possibilidade de fracionamento da 
conduta
Crime unissubsistente: conduta típica não admi-
te qualquer fracionamento. Comportamento de-
finido no verbo núcleo do tipo penal constitui-se 
de uma ação ou omissão indivisível.
Crime plurissubsistente: conduta que admite ci-
são (fracionamento). O comportamento descrito 
no verbo nuclear pode ser dividido em vários 
atos. Importante destacar que somente os crimes 
plurissubsistentes admitem a forma tentada.
• Quanto à pluralidade de verbos nucleares
Crime de ação simples: crime possui apenas 
um verbo nuclear. Ex. peculato cujo núcleo é 
apropriar-se.
Crime de ação múltipla, de ação plurinuclear, 
de conteúdo variado ou tipo misto: possuem 
dois ou mais núcleos e, se um for praticado, já se 
consumou o crime. Ex. petrechos de falsificação 
(fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar). 
Os crimes de ação múltipla dividem-se em: tipo 
misto alternativo (prática sucessiva de diversos 
núcleos caracteriza um único crime) e tipo misto 
cumulativo (prática de mais de um núcleo carac-
teriza concurso material).
Vunesp cobrou 2 vezes essa classificação para 
Escrevente. Em 2021, indicou como correta alter-
nativa que qualifica o crime de petrechos de fal-
sificação como tipo misto alternativo e, em 2024, 
indicou como correta alternativa que afirma ser o 
crime de petrechos de falsificação delito de ação 
múltipla ou conteúdo variado.
Principais 
classificações 
de crime para 
fins de concurso
Outras classificações importantes
Crime obstáculo: O legislador opta por incrimi-
nar, de maneira autônoma, atos que constituem 
a fase preparatória de outros crimes, tais como: 
petrechos de falsificação (CP, art. 294).
Crime remetido: é aquele cuja definição remete 
a outros crimes. Ex: crime de uso de documento 
falso (art. 304, CP): “Fazer uso de qualquer dos pa-
péis falsificados ou alterados, a que se referem os 
arts. 297 a 302”.
Estrutura da 
análise dos 
crimes
Considerações iniciais: apresentaremos consi-
derações que reputamos importantes acerca do 
delito sob análise.
Objetividade jurídica: é o bem jurídico tutelado 
pela norma penal.
Objeto material: é a pessoa ou coisa sobre a qual 
recai a conduta criminosa.
Conduta / Núcleo do Tipo: é o verbo que descre-
ve a ação criminosa, sendo o elemento central da 
tipificação penal.
Sujeito ativo: é quem pratica o delito.
Sujeito passivo: é o titular do bem jurídico lesa-
do ou ameaçado pela conduta criminosa, ou seja, 
aquele que sofreu pela infração penal cometida 
pelo sujeito ativo.
Elemento subjetivo: é a finalidade específica 
que deve ou não animar o agente, o que está na 
cabeça do agente, sua intenção, finalidade.
Consumação Tentativa: Consumação – quando 
se reúnem todos os elementos da definição legal 
do delito; Tentativa: quando, iniciada a execu-
ção, o crime não se consuma por circunstâncias 
alheias à vontade do agente.
Ação Penal: É a ação para examinar a ocorrên-
cia de crime ou contravenção. Pode ser privada, 
quando promovida pela pessoa que foi ofendi-
da, ou pública. Ela é privada quando é o próprio 
ofendido que pede a punição do ofensor, porque 
o bem violado é exclusivamente privado (por 
exemplo, exercício arbitrário das próprias razões 
sem o emprego de violência – art. 345, parágra-
fo único, do CP). A ação é penal pública quando 
os crimes têm reflexos na sociedade, por isso o 
próprio Estado tem interesse na sua punição e 
repressão. Nesse caso, ele vai agir por intermé-
dio do Ministério Público. Só o MP pode propor 
a ação penal pública em juízo.
Classificação doutrinária: apresentaremos as 
qualificações doutrinárias específicas de cada 
delito. Como visto, a Vunesp tem explorado es-
sas classificações em questões recentes. Apre-
sentaremos as qualificações doutrinárias espe-
cíficas de cada delito. Observa-se que a Vunesp 
tem abordado essas classificações em questões 
recentes. Como os critérios variam conforme a 
abordagem de cada doutrinador, algumas cate-
gorias geram debates sobre sua aplicação. Busca-
remos, sempre que possível, alinhar nossa análise 
ao entendimento adotado pelo examinador da 
Vunesp.
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DIREITO PENAL
 
DECRETO LEI N. 2.848, 
DE 07 DE DEZEMBRO DE 1940
CÓDIGO PENAL
PARTE ESPECIAL
TÍTULO X
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
CAPÍTULO II
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS 
PAPÉIS PÚBLICOS
Falsificação de papéis públicos
Art. 293. FALSIFICAR, fabricando-os OU alterando-os:
I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou 
qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação 
de tributo; 
II – papel de crédito público que não seja moeda de curso 
legal;
III – vale postal;
IV – cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa eco-
nômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade 
de direito público;
V – talão, recibo,penal pública in-
condicionada, sendo que as poucas exceções dependem de 
previsão legal em sentido diverso. Observe-se que, apesar de 
protegerem também outros bens jurídicos, a repressão aos cri-
mes dessa natureza busca proteger bens como a fé pública, o 
que torna natural que o Estado possa mover a ação em caso de 
violação. 
Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 345 – Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer 
pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além 
da pena correspondente à violência.
Parágrafo único – Se não há emprego de violência, somen-
te se procede mediante queixa.
No caso do artigo 345: A ação penal, como regra, será de inicia-
tiva privada, passando a ser de natureza pública incondiciona-
da se houver o emprego de violência contra a pessoa. O pará-
grafo é expresso: Se não há emprego de violência, somente se 
procede mediante queixa.
B) Incorreta. A alternativa afirmou que “Caio, por pagar Tício 
para prestar falso testemunho, e Tício, por aceitar e efetiva-
mente prestar falso testemunho, incorrem, em tese, no crime 
de falso testemunho.”
O crime de falso testemunho não engloba a conduta de pagar 
alguém para prestar falso testemunho. Tal conduta possui tipo 
penal próprio, previsto no art. 343 do CP. Observe-se que o cri-
me de falso testemunho é crime próprio, uma vez que apenas 
aquele que presta a afirmação ou cala a verdade, nas condi-
ções especificadas no art. 342, pode ser autor do crime. 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade 
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete 
em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral:  (Redação dada pela Lei n. 10.268, de 
28.8.2001)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.     (Re-
dação dada pela Lei n. 12.850, de 2013)     (Vigência)
§ 1º  As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o 
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DIREITO PENAL
 
crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o 
fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo 
penal, ou em processo civil em que for parte entidade da ad-
ministração pública direta ou indireta. (Redação dada pela 
Lei n. 10.268, de 28.8.2001)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no pro-
cesso em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara 
a verdade.(Redação dada pela Lei n. 10.268, de 28.8.2001)
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer 
outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor 
ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a 
verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou in-
terpretação: (Redação dada pela Lei n. 10.268, de 28.8.2001).
Pena – reclusão, de três a quatro anos, e multa (Redação 
dada pela Lei n. 10.268, de 28.8.2001).
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a 
um terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova 
destinada a produzir efeito em processo penal ou em pro-
cesso civil em que for parte entidade da administração pú-
blica direta ou indireta. (Redação dada pela Lei n. 10.268, de 
28.8.2001).
Vejamos exemplo que ilustra bem a chamada exceção pluralís-
tica, em que dois delitos distintos são cometidos por diferentes 
sujeitos, cada um respondendo por um tipo penal específico, 
de acordo com a sua posição na relação com a Administração 
Pública.
O particular que oferece dinheiro ao policial para que ele deixe 
de multá-lo estará cometendo o crime de corrupção ativa (art. 
333 do Código Penal), pois é ele quem propõe ou oferece a 
vantagem indevida ao servidor público.
O policial que recebe o dinheiro para deixar de realizar a multa 
comete o crime de corrupção passiva (art. 317 do Código Pe-
nal), pois ele é o funcionário público que aceita a vantagem 
indevida, em troca de não exercer a função que lhe cabe 
corretamente.
A exceção pluralística ocorre porque, apesar de ambos os indi-
víduos estarem envolvidos em um mesmo contexto de corrup-
ção, cada um responde por um crime distinto, conforme sua 
conduta específica. O particular, ao oferecer a vantagem, res-
ponde pela corrupção ativa, e o policial, ao recebê-la, respon-
de pela corrupção passiva. Ambos são responsabilizados de 
acordo com as diferentes modalidades de crime previstas no 
Código Penal.
C) Incorreta. A alternativa afirmou que “Tício, funcionário pú-
blico, ao deixar de punir Mévio, seu subordinado, por falta fun-
cional, em razão de ter sido presenteado por ele com uma cai-
xa de vinho, em tese, incorre no crime de condescendência 
criminosa.”
No crime de condescendência criminosa, o que motiva a ação 
do funcionário é o sentimento de indulgência. Na situação 
descrita, o que motivou a conduta de Tício foi o recebimento 
de uma vantagem indevida (o vinho). Dessa forma, estão pre-
sentes as circunstâncias que caracterizam a corrupção passiva, 
uma vez que Tício recebeu a vantagem em razão da função pú-
blica que exerce. No caso, existe ainda, a incidência da qualifi-
cadora prevista no art. 317, §2º, pois, além de aceitar o vinho, 
Tício efetivamente deixou de praticar o ato devido (punição de 
Mévio). 
Condescendência criminosa
Art. 320 – Deixar o funcionário, por indulgência, de respon-
sabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do 
cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao 
conhecimento da autoridade competente:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Corrupção passiva
Art. 317 – Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta 
ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de as-
sumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar 
promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Reda-
ção dada pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º – A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüên-
cia da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou dei-
xa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo 
dever funcional.
§ 2º – Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda 
ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pe-
dido ou influência de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
D) Correta. A alternativa afirmou que “Caio, ao dar ensejo à ins-
tauração de procedimento administrativo contra Tício, funcio-
nário público, imputando infração disciplinar que o sabe ino-
cente, em tese, incorre no crime de denunciação caluniosa.” 
Há uma lista abrangente de atos que caracterizam a denuncia-
ção caluniosa, todas baseadas na ideia de movimentar a “má-
quina estatal” de forma indevida. É o caso da instauração de 
procedimento administrativo. O candidato deve estar atento 
ao fato de que o agente deve estar ciente da inocência do ter-
ceiro, assim como ao fato de que o tipo penal engloba não ape-
nas a atribuição de crimes a terceiro, mas também infração 
ético-disciplinar ou ato ímprobo. 
Denunciação caluniosa
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de 
procedimento investigatório criminal, de processo judicial, 
de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou 
de ação de improbidade administrativa contra alguém, im-
putando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímpro-
bo de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei n. 14.110, 
de 2020)
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º – A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se 
serve de anonimato ou de nome suposto.
§ 2º – A pena é diminuída de metade, se a imputação é de 
prática de contravenção.
E) Incorreta. A alternativa afirmou que “Tício, ao afirmar falsa-
mente à autoridade policial, a fim de isentar o filho, ser o res-
ponsável pelo jogo de bicho (contravenção penal), em tese, 
incorre no crime de autoacusação falsa.”
Diferente do crime discutido na alternativa anterior, no caso da 
auto-acusação falsa, o tipo penal delimita que a acusação deve 
ser necessariamente de um crime. Dessa forma, tendo em vistaque o jogo do bicho é uma contravenção penal, Tício não in-
correu no crime em questão. 
Auto-acusação falsa
Art. 341 – Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexis-
tente ou praticado por outrem:
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Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
GABARITO ALTERNATIVA “D”
6. (VUNESP – 2024 – TJSP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁ-
RIO – REAPLICAÇÃO) Tendo em conta as condutas criminaliza-
das no artigo 296, caput e parágrafos, do Código Penal (crime de 
falsificação de selo ou sinal público), é correto afirmar:
A) todas as modalidades previstas exigem elemento subjetivo es-
pecial, consistente na finalidade de prejudicar terceiros, em be-
nefício próprio ou alheio.
B) a modalidade de falsificar, prevista no caput, tem por objeto ma-
terial selo para autenticação de ato oficial da União e dos Esta-
dos, excluídos os Municípios.
C) a modalidade de utilizar, prevista no inciso II, do parágrafo 1º, 
tem por objeto material selo ou sinal público verdadeiros.
D) todas as modalidades previstas são crime de perigo abstrato, 
não se exigindo resultado naturalístico diverso da conduta reali-
zada.
E) todas as modalidades previstas são crimes próprios de funcioná-
rios públicos.
 COMENTÁRIOS:
A) Incorreta.
Antes de adentrar à resolução da questão, importante esclare-
cer que o tipo penal é sempre composto por núcleo e elemen-
tos. Nas figuras qualificadas e privilegiadas, são acrescentadas 
circunstâncias. Essa é a fórmula do tipo penal incriminador:
Tipo Penal = Núcleo (verbo) + Elementos (Objetivos, Subjeti-
vos, Normativos) + Circunstâncias (para as figuras privilegiadas 
ou qualificadas)
O núcleo é representado pelo verbo. Na falsificação do selo ou 
sinal público, é falsificar. Em torno do núcleo se agregam ele-
mentos, que visam descrever a conduta criminosa. Essas ele-
mentares podem ser objetivas (constatáveis por qualquer pes-
soa, prescindindo de valoração cultural ou jurídica; ex. “alguém” 
nos crimes de homicídio e estupro); subjetivas (dizem respeito 
à esfera anímica do agente, ou seja, à sua especial finalidade de 
agir e suas intenções); e, normativas (reclamam juízo de valor 
acerca da situação de fato por parte do destinatário da lei pe-
nal, ex. “honesto”, “sem justa causa”, “cruel”).
Nesse contexto, a análise das condutas descritas no art. 296, 
caput e parágrafos, do Código Penal permite concluir que ine-
xiste previsão dessa especial finalidade de agir do agente 
como ocorre, por exemplo, no crime de “Fraudes em certames 
de interesse público”, previsto no art. 311-A do Código Penal. 
Veja-se a título comparativo:
FALSIFICAÇÃO DO SELO OU 
SINAL PÚBLICO
FRAUDES EM CERTAMES DE 
INTERESSE PÚBLICO
Art. 296 – Falsificar, fabricando-
-os ou alterando-os:
I – selo público destinado a au-
tenticar atos oficiais da União, de 
Estado ou de Município;
II – selo ou sinal atribuído por lei 
a entidade de direito público, ou 
a autoridade, ou sinal público de 
tabelião:
“Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, 
indevidamente, com o fim de 
beneficiar a si ou a outrem, 
ou de comprometer a credibi-
lidade do certame, conteúdo 
sigiloso de: 
I – concurso público; 
II – avaliação ou exame públicos; 
Pena – reclusão, de dois a seis 
anos, e multa.
§ 1º – Incorre nas mesmas penas:
III – processo seletivo para in-
gresso no ensino superior; ou 
IV – exame ou processo seletivo 
previstos em lei:
FALSIFICAÇÃO DO SELO OU 
SINAL PÚBLICO
FRAUDES EM CERTAMES DE 
INTERESSE PÚBLICO
I – quem faz uso do selo ou sinal 
falsificado;
II – quem utiliza indevidamente 
o selo ou sinal verdadeiro em 
prejuízo de outrem ou em pro-
veito próprio ou alheio.
III – quem altera, falsifica ou faz 
uso indevido de marcas, logoti-
pos, siglas ou quaisquer outros 
símbolos utilizados ou identifi-
cadores de órgãos ou entidades 
da Administração Pública. (In-
cluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º – Se o agente é funcionário 
público, e comete o crime preva-
lecendo-se do cargo, aumenta-
-se a pena de sexta parte.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 
(quatro) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre 
quem permite ou facilita, por 
qualquer meio, o acesso de pes-
soas não autorizadas às informa-
ções mencionadas no caput. 
§ 2º Se da ação ou omissão 
resulta dano à administração 
pública: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 
(seis) anos, e multa. 
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 
(um terço) se o fato é cometido 
por funcionário público. 
Desse modo, a alternativa está incorreta.
B) Incorreta. 
O conceito de “objeto material”, abordado na alternativa, con-
siste na pessoa ou na coisa sobre a qual recai a conduta crimi-
nosa. Conforme se extrai do art. 296, I, do Código Penal, a mo-
dalidade de falsificar, prevista no caput, abrange “selo público 
destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de 
Município”. Desse modo, ao contrário do quanto afirmado, es-
tão incluídos os Municípios.
“Art. 296 – Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I – selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, 
de Estado ou de Município”; (g.n.)
C) Correta.
O art. 296, § 1º, II, do Código Penal prevê que “quem utiliza in-
devidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem 
ou em proveito próprio ou alheio” (g.n.). Como se vê, a conduta 
tipificada nesse inciso recai sobre o selo ou sinal verdadeiro 
(objeto material), estando correta a alternativa.
Art. 296 – Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: (...)
§ 1º – Incorre nas mesmas penas: (...)
II – quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadei-
ro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio”. 
(g.n.)
D) Incorreta.
Dentre as classificações possíveis dos crimes, tem-se aquela 
que os divide entre de dano (ou de lesão) e de perigo:
Crimes de dano (ou lesão): aqueles em que a consumação 
somente se produz com a efetiva lesão ao bem jurídico. É o 
caso do delito de homicídio (art. 121 do Código Penal) ou de 
lesão corporal (art. 129 do Código Penal).
Crimes de perigo: aqueles que se consumam com a mera 
exposição do bem jurídico à situação de perigo, ou seja, bas-
ta a possibilidade de dano.
Há os crimes de perigo concreto, que se consumam com a efe-
tiva comprovação, no caso concreto, da situação de perigo.
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DIREITO PENAL
 
Também há os crimes de perigo abstrato, tema abordado pela 
alternativa, em que ocorre consumação com a mera prática da 
conduta, não se exigindo a comprovação da situação de peri-
go (há presunção absoluta de que determinadas condutas 
acarretam perigo a bens jurídicos, como no caso do tráfico de 
drogas).
A alternativa também aborda o conceito de resultado natura-
lístico. Segundo a essa concepção, resultado é a modificação 
do mundo externo causada por um comportamento humano 
(por exemplo, no caso do homicídio, se dá com a morte da 
vítima).
Especificamente em relação ao art. 296 do Código Penal, há 
parcela da doutrina que defende se tratar de crime formal, de 
consumação antecipada ou de resultado cortado, pois se con-
suma com a falsificação, mediante fabricação ou alteração, do 
selo ou sinal público, independentemente da obtenção de 
vantagem indevida ou da provocação de prejuízo a alguém. 
Questões de prova objetiva deveriam evitar pontos de diver-
gência doutrinária e jurisprudencial. 
E) Incorreta.
Outra classificação possível dos crimes envolve os crimes co-
muns, próprios e de mão própria:
Crimes comuns são aqueles que podem ser praticado por 
qualquer pessoa.
Crimes próprios são aqueles em que o tipo penal exige si-
tuação fática ou jurídica diferenciada do sujeito ativo (agen-
te), como é o caso do peculato, que só pode ser praticado por 
funcionário público.
Crimes de mão própria: são aqueles que só podem ser pra-
ticados por pessoasexpressamente indicadas no tipo penal. 
É o caso do falso testemunho (art. 342 do Código Penal), que 
só pode ser praticado por testemunha, perito, contador, tra-
dutor ou intérprete.
No caso do art. 296 do Código Penal, está-se diante de crime 
comum, pois pode ser cometido por qualquer pessoa. O fato 
de ser o delito praticado por funcionário público é mera causa 
de aumento de pena prevista no § 2º. Logo, a alternativa está 
incorreta.
Art. 296 – 
§ 2º – Se o agente é funcionário público, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta 
parte.
GABARITO ALTERNATIVA “C”
7. (VUNESP – 2024 – TJSP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁ-
RIO – REAPLICAÇÃO) Caio, comerciante, contratou Mévia para 
trabalhar como recepcionista na loja de sua propriedade, tendo 
procedido à anotação do contrato de trabalho na carteira profis-
sional, mas com remuneração menor à efetivamente paga. Tício 
alterou o número do chassi constante do documento de Certifica-
do de Registro e Licenciamento de Veículo. Seprônia, em petição 
protocolizada em processo em que atua como advogada, afirmou 
de forma inverídica a hipossuficiência de Mévio, seu cliente, para 
o fim da concessão da justiça gratuita. Mévio, por sua vez, cliente 
de Seprônia, firmou declaração inverídica de hipossuficiência, 
para instruir pedido de justiça gratuita.
Com base nas situações hipotéticas, assinale a alternativa 
correta.
A) Tício, em tese, incorreu no crime de falsidade de documento pú-
blico.
B) Mévio, em tese, incorreu no crime de falsidade de documento 
particular.
C) Mévia, em tese, ao permitir a anotação de informação não verda-
deira em sua carteira profissional, incorreu no crime de falsidade 
ideológica, em coautoria com Caio.
D) Caio, em tese, incorreu no crime de falsidade de documento par-
ticular, na modalidade omissiva, já que deixou de anotar a corre-
ta remuneração de Mévia.
E) Seprônia, em tese, incorreu no crime de falsidade de documento 
público.
 COMENTÁRIOS:
Incluiremos, no comentário de cada alternativa, a situação hi-
potética de cada personagem citado no enunciado para facili-
tar e tornar mais clara a assimilação dos conteúdos.
A) Correta. Consta do enunciado que ”Tício alterou o número 
do chassi constante do documento de Certificado de Registro 
e Licenciamento de Veículo.”
Ao alterar o número do chassi, Tício incorreu na prática de fal-
sidade material. Considerando que o Certificado de Registro e 
Licenciamento de Veículo é documento público, está configu-
rado o delito previsto no art. 297 do Código Penal:
Falsificação de documento público
Art. 297 – Falsificar, no todo ou em parte, documento públi-
co, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º – Se o agente é funcionário público, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta 
parte.
§ 2º – Para os efeitos penais, equiparam-se a documento 
público o emanado de entidade paraestatal, o título ao por-
tador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade 
comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
§ 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: 
(Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
I – na folha de pagamento ou em documento de informa-
ções que seja destinado a fazer prova perante a previdência 
social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obri-
gatório;(Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empre-
gado ou em documento que deva produzir efeito perante a 
previdência social, declaração falsa ou diversa da que deve-
ria ter sido escrita; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
III – em documento contábil ou em qualquer outro docu-
mento relacionado com as obrigações da empresa perante 
a previdência social, declaração falsa ou diversa da que de-
veria ter constado. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documen-
tos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados 
pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de traba-
lho ou de prestação de serviços. (Incluído pela Lei n. 9.983, 
de 2000)
Assim, a alternativa está correta.
B) Incorreta. Consta do enunciado que ” Mévio, por sua vez, 
cliente de Seprônia, firmou declaração inverídica de hipossufi-
ciência, para instruir pedido de justiça gratuita.”
Ao firmar declaração inverídica de hipossuficiência, Mévio não 
adulterou materialmente o documento, de modo que, estando 
a falsidade concentrada em seu conteúdo, a conduta, em tese, 
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se amoldaria ao delito de falsidade ideológica. Contudo, con-
forme entendimento dos Tribunais Superiores, tal conduta é 
atípica:
Supremo Tribunal Federal: “FALSIDADE IDEOLÓGICA. DE-
CLARAÇÃO DE POBREZA PARA FINS DE GRATUIDADE JUDI-
CIÁRIA. Declaração passível de averiguação ulterior não 
constitui documento para fins penais. HC deferido para 
trancar a ação penal”. (HC 85976, Relator(a): ELLEN GRACIE, 
Segunda Turma, julgado em 13-12-2005, DJ 24-02-2006 PP-
00051 EMENT VOL-02222-02 PP-00375 RT v. 95, n. 849, 2006, 
p. 490-491)
Superior Tribunal de Justiça: “2. O entendimento do Su-
perior Tribunal de Justiça é no sentido de que a mera de-
claração de estado de pobreza para fins de obtenção dos 
benefícios da justiça gratuita não é considerada conduta 
típica, diante da presunção relativa de tal documento, que 
comporta prova em contrário “(RHC 24.606/RS, Rel. Ministro 
NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, DJe 02/06/2015) (...)”. (AgRg 
no RHC n. 43.279/SP, relator Ministro Ribeiro Dantas, Quinta 
Turma, julgado em 13/12/2016, DJe de 19/12/2016.)
Assim, a alternativa está incorreta, pois o fato é atípico. Ainda 
que se desconhecesse o entendimento jurisprudencial, nesse 
caso, poder-se-ia eliminar a alternativa pois, como visto acima, 
a conduta descrita não se amolda ao delito de falsidade de do-
cumento particular.
Falsificação de documento particular 
Art. 298 – Falsificar, no todo ou em parte, documento parti-
cular ou alterar documento particular verdadeiro:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Falsificação de cartão 
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipa-
ra-se a documento particular o cartão de crédito ou débito. 
C) Incorreta. Consta do enunciado que ” Mévia, em tese, ao per-
mitir a anotação de informação não verdadeira em sua carteira 
profissional, incorreu no crime de falsidade ideológica, em co-
autoria com Caio.”
A conduta realizada por Mévia se enquadra no disposto no art. 
297, § 3º, II, do Código Penal:
Falsificação de documento público
Art. 297 – Falsificar, no todo ou em parte, documento públi-
co, ou alterar documento público verdadeiro: (...)
§ 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: 
(Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000) (...)
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empre-
gado ou em documento que deva produzir efeito perante a 
previdência social, declaração falsa ou diversa da que deve-
ria ter sido escrita; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Logo, ainda que exista controvérsia doutrinária acerca da cor-
reta inclusão dessa hipótese no delito de falsificação de docu-
mento público, já que ela mais se aproximaria do delito de fal-
sidade ideológica, fato é que, diante da previsão legal expressa, 
o delito em tese praticado seria de falsificação de documento 
público. Assim, a alternativa está incorreta.
D) Incorreta. Consta do enunciado que ” Caio, em tese, incorreu 
no crime de falsidade de documento particular, na modalidade 
omissiva, já que deixou de anotar a correta remuneração de 
Mévia.”
Inicialmente, há de se destacar a classificação do crime de acor-
do com a forma pela qual a conduta criminosa é praticada:
Crimes comissivos (de ação): são praticados mediante 
conduta positiva, um fazer. Nessa categoria seenquadra a 
ampla maioria dos crimes.
Crimes omissivos: são os cometidos através de uma condu-
ta negativa, de inação, um não fazer. Podem ser próprios, 
quando a inação está prevista no próprio tipo penal (p. ex., 
o delito de omissão de socorro, previsto no art. 135 do Có-
digo Penal, que prevê as condutas negativas de “deixar de 
prestar” e de “não pedir” socorro). Também podem ser im-
próprios, quando existir um dever jurídico de agir, conforme 
hipóteses previstas no art. 13 do Código Penal.
No presente caso, a conduta de Caio é comissiva (ação), pois 
ele praticou ativamente a conduta de “anotação do contrato 
de trabalho na carteira profissional, mas com remuneração 
menor à efetivamente paga”. Ademais, o delito, em tese, é de 
falsificação de documento público, nos termos do art. 297, § 3º, 
II, do Código Penal, conforme descrito na alternativa anterior. 
Assim, há dois equívocos na alternativa: o delito não é omissivo 
e tampouco de falsidade de documento particular.
E) Incorreta. Consta do enunciado que ” Seprônia, em tese, in-
correu no crime de falsidade de documento público.”
Inicialmente, cabe destacar que a conduta de Seprônia, em 
tese, se amoldaria ao delito de falsidade ideológica, pois não 
há qualquer falsidade material na petição protocolizada, ape-
nas seu conteúdo é inverídico. Não obstante, aplica-se o enten-
dimento dos Tribunais Superiores abordado acima para o caso 
de Mévio, de modo que a conduta é atípica, pois tal documen-
to goza de presunção relativa de veracidade, estando sujeito à 
verificação posterior.
GABARITO ALTERNATIVA “A”
8. (VUNESP – 2024 – TJSP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁ-
RIO – REAPLICAÇÃO) Caio, após finalizar e resolver prova para 
seleção em exame público, ao deixar o local, através de equipa-
mento eletrônico (ponto de escuta), passa a divulgar o gabarito 
das questões a Mévia, sua namorada, que também prestava o 
exame. Contudo, Mévia, após assinalar algumas das respostas di-
tadas na folha própria, é flagrada pelo fiscal da prova, sendo ime-
diatamente desclassificada.
Caio também foi desclassificado, e o exame público foi mantido, 
sem a necessidade de anulação, dada a inocorrência de prejuízo.
Com base na situação hipotética e tendo em vista o crime de 
fraude em certames de interesse público, previsto no artigo 
311-A do CP, assinale a alternativa correta.
A) Caio e Mévia não incorreram no crime de fraude em certame de 
interesse público, que tem por objeto material apenas concurso 
público e processo seletivo para ingresso no ensino superior.
B) Caio e Mévia não incorreram no crime de fraude em certame de 
interesse público, que, para se caracterizar, exige o recebimento 
de vantagem patrimonial indevida.
C) Caio incorreu no crime de fraude em certame de interesse públi-
co, pois divulgou conteúdo sigiloso de certame público. Mévia, 
contudo, não incorreu nesse crime, pela atipicidade da conduta 
de utilizar conteúdo sigiloso em certame público.
D) Caio e Mévia incorreram no crime de fraude em certame de inte-
resse público; ele, por divulgar conteúdo sigiloso de certame pú-
blico, e ela, por utilizar esse conteúdo.
E) Caio e Mévia não incorreram no crime de fraude em certame de 
interesse público, que, para se caracterizar, exige a ocorrência de 
prejuízo à administração pública, o que inexistiu.
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DIREITO PENAL
 
 COMENTÁRIOS:
A) Incorreta.
O delito previsto no art. 311-A do Código Penal possui a se-
guinte redação:
Fraudes em certames de interesse público 
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim 
de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibi-
lidade do certame, conteúdo sigiloso de: 
I – concurso público; 
II – avaliação ou exame públicos; 
III – processo seletivo para ingresso no ensino superior; 
ou 
IV – exame ou processo seletivo previstos em lei: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, 
por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às 
informações mencionadas no caput. 
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração 
pública: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometi-
do por funcionário público. 
O conceito de “objeto material”, abordado na alternativa, con-
siste na pessoa ou na coisa sobre a qual recai a conduta crimi-
nosa. Desse modo, o delito sob análise tem como objeto mate-
rial concurso público, avaliação ou exame públicos, processo 
seletivo para ingresso no ensino superior ou exame ou processo 
seletivo previsto em lei.
Desse modo, ao contrário do que afirma a alternativa, também 
se incluem como objeto material avaliação ou exame públicos 
ou exame ou processo seletivo previsto em lei. Assim, a alternati-
va está incorreta, sendo a conduta praticada por Caio e Mévia 
típica.
B) Incorreta. 
Ao contrário do que afirma a alternativa, a caracterização do 
crime de fraude em certame de interesse público exige que a 
utilização ou divulgação indevida do conteúdo sigiloso se dê 
com o fim de beneficiar a si ou a outrem ou de comprometer a 
credibilidade do certame. Logo, não se exige o recebimento de 
vantagem patrimonial indevida, bastando que estejam pre-
sentes as elementares subjetivas já descritas, de forma 
alternativa.
Fraudes em certames de interesse público 
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim 
de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibi-
lidade do certame, conteúdo sigiloso de: 
C) Incorreta.
A primeira parte da alternativa está correta, pois, a conduta de 
Caio de fato se amolda, em tese, ao delito de fraude em certa-
me de interesse público. Contudo, está incorreta a afirmação 
de que a conduta de Mévia seria atípica, pois, o delito é tipo 
misto alternativo (aquele em que o tipo penal possui dois ou mais 
verbos nucleares, que definem a conduta do agente. No caso, a 
prática de somente uma ou mais dessas condutas, é suficiente 
para a caracterização do crime). Ou seja, pune-se igualmente 
quem divulga e quem se utiliza:
Fraudes em certames de interesse público 
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim 
de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibi-
lidade do certame, conteúdo sigiloso de: 
D) Correta.
De fato, como visto, Caio divulgou conteúdo sigiloso de sele-
ção em exame público com a finalidade de beneficiar sua na-
morada. Mévia, por sua vez, utilizou-se das informações divul-
gadas por Caio em benefício próprio. Logo, ambos incorreram 
nas condutas descritas pelo art. 311-A, conforme corretamente 
descrito pela alternativa.
Fraudes em certames de interesse público 
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim 
de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibi-
lidade do certame, conteúdo sigiloso de: 
E) Incorreta.
Como visto, o delito de fraudes em certames de interesse pú-
blico, para se configurar, demanda apenas que a utilização ou 
divulgação indevida do conteúdo sigiloso se dê com o fim de 
beneficiar a si ou a outrem ou de comprometer a credibilidade 
do certame. A eventual existência de prejuízo à administração 
pública enseja aplicação da figura qualificada, prevista no § 2º 
do art. 311-A do Código Penal:
Fraudes em certames de interesse público 
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim 
de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibi-
lidade do certame, conteúdo sigiloso de: 
...
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administra-
ção pública: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
Apenas a título de esclarecimento, há qualificadora quando o 
tipo penal prevê preceito secundário (quantidade de pena) es-
pecífico para determinada conduta, distinto daquele previsto 
para o caput do dispositivo.
No crimeprevisto no Art. 311-A, a pena base é de reclusão, de 
1 (um) a 4 (quatro) anos, além de multa. Já na figura qualifica-
da, a pena é de reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
Observa-se uma alteração nos limites (marcos) das penas.
Assim, considerando que o dano à administração pública não 
é elementar do tipo, mas mera qualificadora, a alternativa está 
incorreta.
GABARITO ALTERNATIVA “D”
9. (VUNESP – 2024 – TJSP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁ-
RIO – REAPLICAÇÃO) Considerando os crimes de concussão e de 
excesso de exação, previstos no caput e nos parágrafos do artigo 
316 do Código Penal, é correto afirmar:
A) são crimes formais.
B) o crime de excesso de exação prevê a extinção da punibilidade, 
na hipótese de reparação do dano, até a sentença condenatória 
irrecorrível.
C) admitem a modalidade culposa.
D) são crimes materiais.
E) o crime de concussão, previsto no caput, é formal, mas a figura 
qualificada, do crime de excesso de exação, previsto no parágra-
fo 2º, é material.
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 COMENTÁRIOS:
A) Incorreta.
Antes de adentrar à análise da alternativa, é importante distin-
guir a classificação entre crimes materiais, formais e de mera 
conduta:
Crimes materiais: aqueles em que o tipo penal aloja em 
seu interior uma conduta e um resultado naturalístico (veri-
ficável no mundo exterior), sendo a ocorrência deste último 
necessária para a consumação. É o caso do homicídio (art. 
121 do Código Penal), em que a conduta é matar alguém e o 
resultado naturalístico ocorre com o falecimento da vítima, 
quando se dá a consumação.
Crimes formais: aqueles nos quais o tipo penal contém 
uma conduta e um resultado naturalístico, mas este último 
é desnecessário para a consumação. Ou seja, apesar de pos-
sível a produção de resultado no mundo exterior, o crime 
está consumado com a mera prática da conduta. É o caso 
do delito de concussão (art. 316 do Código Penal), em que a 
mera exigência já consuma o delito, sendo o eventual rece-
bimento da vantagem indevida mero exaurimento.
Crimes de mera conduta: são aqueles em que o tipo pe-
nal se limita a descrever uma conduta, ou seja, não contém 
resultado naturalístico, de modo que ele jamais poderá ser 
verificado.
Como visto, no caso do delito de concussão (art. 316, caput, do 
Código Penal), trata-se de crime formal, que se consuma com a 
exigência (que deve chegar ao conhecimento da vítima) pelo 
funcionário público, para si ou para outrem, da vantagem inde-
vida, sendo desnecessário o efetivo recebimento.
Concussão
Art. 316 – Exigir, para si ou para outrem, direta ou indireta-
mente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas 
em razão dela, vantagem indevida:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
O excesso de exação (art. 316, § 1º, do Código Penal) também 
é delito formal, consumando-se com a exigência indevida ou 
com o emprego de meio vexatório ou gravoso para cobrança 
do tributo ou contribuição social, independentemente do seu 
efetivo pagamento.
Art. 316 – 
Excesso de exação
§ 1º – Se o funcionário exige tributo ou contribuição social 
que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, em-
prega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não 
autoriza: 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
Contudo, o excesso de exação qualificado (art. 316, § 2º, do Có-
digo Penal) é delito material, pois se consuma com o efetivo 
desvio dos valores recebidos indevidamente. Logo, a alternati-
va está incorreta.
Art. 316 – 
§ 2º – Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de ou-
trem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres 
públicos:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.
B) Incorreta. 
Não há referida previsão no delito de excesso de exação:
Art. 316 – 
Excesso de exação
§ 1º – Se o funcionário exige tributo ou contribuição social 
que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, em-
prega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não 
autoriza: 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
§ 2º – Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de ou-
trem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres 
públicos:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Logo, a reparação do dano ou a restituição da coisa ao ofendi-
do não exclui o delito, ensejando, no máximo, a diminuição da 
pena pelo arrependimento posterior (art. 16 do Código 
Penal).
Dentre os delitos contra Administração Pública, a reparação do 
dano até a sentença irrecorrível enseja extinção da punibilida-
de no peculato culposo:
Art. 312 – 
Peculato culposo
§ 2º – Se o funcionário concorre culposamente para o crime 
de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
§ 3º – No caso do parágrafo anterior, a reparação do 
dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a pu-
nibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena 
imposta. 
C) Incorreta.
Os delitos culposos se configuram quando o agente, deixando 
de observar o dever objetivo de cuidado, por imprudência, ne-
gligência ou imperícia, realiza voluntariamente uma conduta 
que produz resultado naturalístico, não previsto nem querido, 
mas objetivamente previsível, e excepcionalmente previsto e 
querido, que podia, com a devida atenção, se evitado.
Conforme prevê o art. 18, parágrafo único, do Código Penal, 
salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato 
previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
Resumindo: crime culposo precisa estar previsto de forma 
expressa!
No caso dos delitos contra Administração Pública, o único que 
contém previsão de punibilidade da modalidade culposa é o 
peculato. Logo, a alternativa está incorreta.
D) Incorreta. 
Conforme explicação contida na análise da alternativa “a”, os 
delitos de concussão e excesso de exação são formais, de 
modo que apenas o excesso de exação qualificado é crime ma-
terial. Assim, a alternativa está incorreta.
E) Correta.
Conforme explicação contida na análise da alternativa “a”, de 
fato, o crime de concussão, previsto no caput, é formal, consu-
mando-se com a exigência (que deve chegar ao conhecimento 
da vítima) pelo funcionário público, para si ou para outrem, da 
vantagem indevida, sendo desnecessário o efetivo recebimen-
to. Por outro lado, a figura qualificada, do crime de excesso de 
exação, previsto no parágrafo 2º, é material, consumando-se 
com o efetivo desvio dos valores recebidos indevidamente. 
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DIREITO PENAL
 
Logo, a alternativa está correta.
Concussão (Formal)
Art. 316 – Exigir, para si ou para outrem, direta ou indireta-
mente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas 
em razão dela, vantagem indevida: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
Excesso de exação (Formal)
§ 1º – Se o funcionário exige tributo ou contribuição social 
que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, em-
prega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não 
autoriza: 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
§ 2º – Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de ou-
trem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres 
públicos: (Material)
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
GABARITO ALTERNATIVA “E”
10. (VUNESP – 2024 – TJSP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁ-
RIO – REAPLICAÇÃO) Caio, em aplicativo de namoro, apresenta-
-se como delegado de polícia, sem ser, ostentando foto de distin-
tivo da Polícia Civil. Mévia, ao ser abordada por oficial de justiça 
para proceder sua citação, recusa-se a receber e assinar o manda-
do. Tício, intencionalmente, inutilizou o lacre colocado por perito 
criminal do Instituto Médico Legal para cerrar e preservar quarto 
de hotel em que fora praticado um crime. Seprônio inutilizou livro 
fiscal da empresa privada onde trabalhava.Tícia xingou o seu vizi-
nho, que é funcionário público, de ignorante e agressor de mulhe-
res.
Com base nas situações hipotéticas, assinale a alternativa 
correta.
A) Mévia praticou o crime de resistência (artigo 329 do CP).
B) Seprônio praticou o crime de subtração ou inutilização de livro 
ou documento (artigo 337 do CP).
C) Tício praticou o crime de inutilização de edital ou sinal (artigo 
336 do CP).
D) Tícia praticou o crime de desacato (artigo 331 do CP).
E) Caio praticou o crime de usurpação de função pública (artigo 
328 do CP).
 COMENTÁRIOS:
Incluiremos, no comentário de cada alternativa, a situação hi-
potética de cada personagem citado no enunciado para facili-
tar e tornar mais clara a assimilação dos conteúdos.
A) Incorreta. Consta do enunciado que “Mévia, ao ser abordada 
por oficial de justiça para proceder sua citação, recusa-se a re-
ceber e assinar o mandado.”
Mévia, ao ser abordada por oficial de justiça para proceder sua 
citação, recusa-se a receber e assinar o mandado. Referida con-
duta, em tese, amolda-se ao delito de desobediência (art. 330 
do CP), pelo fato de estar presente a mera recusa. A configura-
ção do delito de resistência (art. 329 do CP) exige que a oposi-
ção se dê mediante violência ou ameaça a funcionário compe-
tente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio, o 
que não se verificou no caso concreto.
Resistência
Art. 329 – Opor-se à execução de ato legal, mediante violên-
cia ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou 
a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º – Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 2º – As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das 
correspondentes à violência.
Desobediência
Art. 330 – Desobedecer a ordem legal de funcionário 
público:
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
B) Incorreta. Consta do enunciado que ” Seprônio inutilizou li-
vro fiscal da empresa privada onde trabalhava.”
A configuração do delito previsto no art. 337 do Código Penal 
demanda que o livro oficial, processo ou documento estejam 
confiados à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de 
particular em serviço público:
Subtração ou inutilização de livro ou documento
Art. 337 – Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, li-
vro oficial, processo ou documento confiado à custódia de 
funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço 
público:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui 
crime mais grave.
No caso, como Seprônio inutilizou livro fiscal da empresa priva-
da onde trabalha, não se amoldando ao tipo penal, de modo 
que a alternativa está incorreta.
C) Correta. Consta do enunciado que “Tício, intencionalmente, 
inutilizou o lacre colocado por perito criminal do Instituto Mé-
dico Legal para cerrar e preservar quarto de hotel em que fora 
praticado um crime.”
O delito previsto no art. 336 do CP assim dispõe:
Inutilização de edital ou de sinal
Art. 336 – Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou cons-
purcar edital afixado por ordem de funcionário público; 
violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determi-
nação legal ou por ordem de funcionário público, para 
identificar ou cerrar qualquer objeto:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Ao intencionalmente inutilizar o lacre colocado por perito cri-
minal do Instituto Médico Legal para cerrar e preservar quarto 
de hotel em que fora praticado um crime, a conduta de Tício, 
em tese, se amolda ao delito do art. 336 do CP, de modo que a 
alternativa está correta.
D) Incorreta. Consta do enunciado que “Tícia xingou o seu vizi-
nho, que é funcionário público, de ignorante e agressor de 
mulheres.”
O delito de desacato (art. 331 do CP) exige para sua configura-
ção que a conduta se dê contra funcionário público no exercí-
cio da função ou em razão dela:
Desacato
Art. 331 – Desacatar funcionário público no exercício da 
função ou em razão dela:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Desse modo, apesar de o vizinho de Tícia ser funcionário públi-
co, o xingamento contra ele proferido (ignorante e agressor de 
mulheres) não se deu no exercício da função, tampouco em 
razão dela, de modo que a conduta não se adequa ao tipo pe-
nal. Em tese, seria hipótese de crime contra a honra. Assim, a 
alternativa está incorreta.
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E) Incorreta. Consta do enunciado que “Caio, em aplicativo de 
namoro, apresenta-se como delegado de polícia, sem ser, os-
tentando foto de distintivo da Polícia Civil.”
O delito de usurpação de função pública (art. 328 do CP) tem 
como núcleo usurpar, no sentido de apoderar-se indevida-
mente ou exercer ilegitimamente uma função pública. Dessa 
forma, para sua configuração, é imprescindível a execução de 
atos inerentes à função pública pelo usurpador:
Usurpação de função pública
Art. 328 – Usurpar o exercício de função pública:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único – Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Desse modo, como a conduta de Caio se limitou a, em aplicati-
vo de namoro, apresenta-se como delegado de polícia, osten-
tando foto de distintivo da Polícia Civil, não houve a efetiva 
usurpação da função, de modo que a alternativa está 
incorreta.
Curiosamente: Existe uma contravenção e não um crime, pre-
vista no art. 45 do Decreto-lei 3.688/1941 – Lei das Contraven-
ções Penais, que assim expressa: “Fingir-se funcionário público: 
Pena – prisão simples, de um a três meses, ou multa”. 
GABARITO ALTERNATIVA “C”
11. (VUNESP – 2024 – TJSP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁ-
RIO – REAPLICAÇÃO) A respeito dos crimes contra a administra-
ção da justiça, assinale a alternativa correta.
A) No crime de denunciação caluniosa, incidirá causa de aumento 
da pena se a imputação mentirosa for de crime.
B) O crime de desobediência à decisão judicial sobre perda ou sus-
pensão de direito admite a modalidade culposa.
C) O crime de exploração de prestígio é material em todas as moda-
lidades.
D) No crime de falso testemunho ou falsa perícia, é extinta a punibi-
lidade, se o agente se retrata ou declara a verdade, até sentença 
irrecorrível no processo instaurado para apurar aludido crime.
E) O crime de fraude processual, para se caracterizar, exige o ele-
mento subjetivo especial, consistente no especial fim de induzir 
a erro o juiz ou o perito.
 COMENTÁRIOS:
Questão no formato tradicional da Vunesp, mas com elemen-
tos doutrinários inseridos.
A) Incorreta. 
O delito de denunciação caluniosa tem como causas de au-
mento se o agente se serve de anonimato ou nome suposto:
Denunciação caluniosa
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de 
procedimento investigatório criminal, de processo judicial, 
de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou 
de ação de improbidade administrativa contra alguém, im-
putando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímpro-
bo de que o sabe inocente: 
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º – A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se 
serve de anonimato ou de nome suposto.
§ 2º – A pena é diminuída de metade, se a imputação é de 
prática de contravenção.
Assim, como se vê, é elementar do tipo (e não causa de 
aumento) a imputação de crime de que se sabe inocente, dan-
do causa à instauração de inquérito policial, de procedimento 
investigatório criminal, de processo judicial, de processo admi-
nistrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbi-
dade administrativa contra alguém. Desse modo, a alternativa 
está incorreta.
B) Incorreta. 
O crime do art. 359 do CP não prevê expressamente a modali-
dade culposa:Desobediência a decisão judicial sobre perda ou sus-
pensão de direito
Art. 359 – Exercer função, atividade, direito, autoridade ou 
múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Contudo, conforme prevê o art. 18, parágrafo único, do Código 
Penal, salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido 
por fato previsto como crime, senão quando o pratica 
dolosamente.
Desse modo, ante a ausência de previsão legal expressa, a al-
ternativa está incorreta. 
Cumpre relembrar que, no caso dos delitos contra a Adminis-
tração Pública, o único que contém previsão de punibilidade 
da modalidade culposa é o peculato:
Peculato culposo
§ 2º – Se o funcionário concorre culposamente para o crime 
de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
§ 3º – No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, 
se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; 
se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
C) Incorreta.
Antes de adentrar à análise da alternativa, é importante distin-
guir a classificação entre crimes materiais, formais e de mera 
conduta:
Crimes materiais: aqueles em que o tipo penal aloja em 
seu interior uma conduta e um resultado naturalístico (veri-
ficável no mundo exterior), sendo a ocorrência deste último 
necessária para a consumação. É o caso do homicídio (art. 
121 do Código Penal), em que a conduta é matar alguém e o 
resultado naturalístico ocorre com o falecimento da vítima, 
quando se dá a consumação.
Crimes formais: aqueles nos quais o tipo penal contém 
uma conduta e um resultado naturalístico, mas este último 
é desnecessário para a consumação. Ou seja, apesar de pos-
sível a produção de resultado no mundo exterior, o crime 
está consumado com a mera prática da conduta. É o caso 
do delito de concussão (art. 316 do Código Penal), em que a 
mera exigência já consuma o delito, sendo o eventual rece-
bimento da vantagem indevida mero exaurimento.
Crimes de mera conduta: são aqueles em que o tipo pe-
nal se limita a descrever uma conduta, ou seja, não contém 
resultado naturalístico, de modo que ele jamais poderá ser 
verificado.
No caso da exploração de prestígio, na modalidade solicitar, a 
consumação se dá no instante em que o sujeito ativo formula 
o pedido de dinheiro ou qualquer outra utilidade, indepen-
dentemente da anuência do destinatário do pleito, tratando-
-se de crime formal. Contudo, no núcleo receber, a 
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DIREITO PENAL
 
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consumação se dá quando o agente efetivamente ingressa na 
posse do dinheiro ou da utilidade de outra natureza, de modo 
que se está diante de crime material:
Exploração de prestígio
Art. 357 – Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra 
utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Mi-
nistério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, in-
térprete ou testemunha:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único – As penas aumentam-se de um terço, se o 
agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também 
se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.
Assim, a alternativa está incorreta, pois a modalidade receber 
é crime material.
D) Incorreta.
A alternativa está incorreta pois, nos termos do art. 342, § 2º, 
do CP, o fato deixa de ser punível se, antes da sentença (não irre-
corrível) no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata 
ou declara a verdade:
Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade 
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete 
em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o 
crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o 
fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo 
penal, ou em processo civil em que for parte entidade da ad-
ministração pública direta ou indireta. 
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no pro-
cesso em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara 
a verdade. 
E) Correta. 
Antes de adentrar à resolução da questão, importante esclare-
cer que o tipo penal é sempre composto por núcleo e elemen-
tos. Nas figuras qualificadas e privilegiadas, são acrescentadas 
circunstâncias. Essa é a fórmula do tipo penal incriminador:
Tipo Penal = Núcleo (verbo) + Elementos (Objetivos, Subjeti-
vos, Normativos) + Circunstâncias (para as figuras privilegiadas 
ou qualificadas)
O núcleo é representado pelo verbo. Na fraude processual é 
inovar, no sentido de modificar ou alterar algo, especificamen-
te nos casos em que essa inovação é artificiosa, ou seja, com 
emprego de fraude material. Nesse caso, o elemento subjetivo 
especial (dolo, acrescido de um especial fim de agir) consiste 
na intenção de induzir a erro o juiz ou perito, como correta-
mente afirmado na alternativa.
CUIDADO: O tipo penal (do art 347) não alcança as alterações 
naturais dos lugares – exemplo: deixar a barba crescer para in-
duzir a erro o reconhecimento. Para incluir-se no âmbito de 
proteção normativa do artigo 347 do Código Penal, a inovação 
da coisa na pendência de processo notadamente precisa ser 
cênica e/ou ardilosa.
Fraude processual
Art. 347 – Inovar artificiosamente, na pendência de proces-
so civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de 
pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único – Se a inovação se destina a produzir efei-
to em processo penal, ainda que não iniciado, as penas apli-
cam-se em dobro.
GABARITO ALTERNATIVA “E”
CONTROLE DE ARTIGOS
Direito Penal
Artigo Lido Revisão
Falsificação de papéis públicos
Art. 293
Petrechos de falsificação
Art. 294
Art. 295
Falsificação do selo ou sinal público
Art. 296
Falsificação de documento público
Art. 297
Falsificação de documento particular e 
Falsificação de cartão
Art. 298
Falsidade ideológica
Art. 299
Falso reconhecimento de firma ou letra
Art. 300
 Certidão ou atestado ideologicamente falso e 
Falsidade material de atestado ou certidão
Art. 301
Falsidade de atestado médico
Art. 302
Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
Art. 303
 Uso de documento falso
Art. 304
Supressão de documento
Art. 305
Falsa identidade
Art. 307
Uso de documento de identidade alheia*
Art. 308
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Fraudes em certames de interesse público
Art. 311-A
Peculato
Art. 312
Peculato mediante erro de outrem
Art. 313
Inserção de dados falsos em sistema de informações
Art. 313-A
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações
Art. 313-B
Extravio, sonegação ou inutilização de livro 
ou documento
Art. 314
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Art. 315
Concussão e Excesso de exação
Art. 316
Corrupção passiva
Art. 317
Prevaricação
Art. 319
Prevaricação Imprópria*
Art. 319-A
Condescendência criminosa
Art. 320
Advocacia administrativa
Art. 321
Violência arbitrária
Art. 322
Abandono de função
Art. 323
Exercício funcional ilegalmente antecipado 
ou prolongado
Art. 324
Violação de sigilo funcional
Art. 325
Violação do sigilo de proposta de concorrência
Art. 326
Funcionário público
Art. 327
Usurpação de função pública
Art. 328
Resistência
Art. 329
Desobediência
Art. 330
Desacato
Art. 331
Tráfico de Influência 
Art. 332
Corrupção ativa
Art. 333
Inutilização de edital ou de sinal
Art. 336
Subtração ou inutilização de livro ou documento
Art. 337
Denunciação caluniosa
Art. 339
Comunicação falsa de crime ou de contravenção
Art. 340
Auto-acusação falsa
Art. 341
 Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 342
Corrupção ativa detestemunha, perito, contador, tradutor ou 
intérprete
Art. 343
Coação no curso do processo
Art. 344
Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 345
Subtração ou dano de coisa própria em poder de terceiro
Art. 346
Fraude processual
Art. 347
Exploração de prestígio
Art. 357
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou 
suspensão de direito
Art. 359
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xixixx xixxxxxxxxxx xixxxixxxxxx i xxxxxix iixxxxxxxxx
xixixx xixxxxxxxxxx xixxxixxxxxx i xxxxxix iixxxxxxxxxguia, alvará ou qualquer outro documento 
relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou 
caução por que o poder público seja responsável;
VI – bilhete, passe ou conhecimento de empresa de trans-
porte administrada pela União, por Estado ou por Município:
PENA: RECLUSÃO de 2 a 8 ANOS + MULTA.
§ 1º Incorre na mesma pena quem:
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsifi-
cados a que se refere este artigo; 
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, 
guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado des-
tinado a controle tributário; 
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, man-
tém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, 
porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio 
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, 
produto ou mercadoria: 
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a contro-
le tributário, falsificado; 
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária 
determina a obrigatoriedade de sua aplicação. 
§ 2º Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legíti-
mos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo 
ou sinal indicativo de sua inutilização:
PENA: RECLUSÃO de 1 a 4 ANOS + MULTA.
§ 3º Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, 
qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.
§ 4º Quem usa ou restitui à circulação, embora recebido 
de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a 
que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer 
a falsidade ou alteração, incorre na:
PENA: DETENÇÃO de 6 MESES a 2 ANOS OU MULTA.
§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso 
III do § 1º, qualquer forma de comércio irregular ou clandes-
tino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logra-
douros públicos e em residências. 
Objetividade 
jurídica
É a fé pública presente nos papéis elencados 
no tipo penal.
Objeto 
material
São os papéis públicos indicados nos incisos do 
art. 293, caput, do Código Penal, quais sejam:
Inciso I: Selo destinado a controle tributário, 
papel selado ou qualquer outro papel de emis-
são legal destinado à arrecadação de tributo. 
O dispositivo se refere a marcas que devem 
ser inseridas ou afixadas em produtos a fim de 
demonstrar o pagamento de qualquer tipo de 
tributo. 
Inciso II: Papel de crédito público que não seja 
moeda de curso legal. O dispositivo se refere a 
apólices e títulos da dívida pública.
Inciso III: Vale postal. O dispositivo foi tacita-
mente revogado pelo art. 36 da Lei n. 6.538/78.
Inciso IV: Cautela de penhor, caderneta de 
depósito de caixa econômica ou de outro esta-
belecimento mantido por entidade de direito 
público. A cautela de penhor é o título com o 
qual o sujeito pode retirar o bem empenhado 
das mãos do credor. Na doutrina se diz que a 
falsificação de cadernetas de estabelecimen-
tos privados configura o crime de falsificação 
de documento particular (CP, art. 298), e não o 
delito em análise.
Inciso V: Talão, recibo, guia, alvará ou qualquer 
outro documento relativo a arrecadação de 
rendas públicas ou a depósito ou caução por 
que o poder público seja responsável. Trata-se 
de documentos relativos a tributação. Exemplo: 
falsificação de guias de arrecadação da Receita 
Federal (DARFs), mediante inserção de autenti-
cação bancária, como forma de comprovação 
do recolhimento dos tributos devidos.
Inciso VI: Bilhete, passe ou conhecimento 
de empresa de transporte administrada pela 
União, Estado ou Município. Bilhete e passe são 
papéis que autorizam o transporte de pessoas, 
de forma gratuita ou não, em veículo de trans-
porte coletivo; conhecimento diz respeito ao 
transporte de mercadorias.
Conduta / 
Núcleo do Tipo
Falsificar, que pode se dar por fabricação (criar 
imitando um verdadeiro) ou alteração (modifi-
cação de um documento verdadeiro).
Sujeito ativo Trata-se de crime comum ou geral.
Sujeito 
passivo
É o Estado e, de forma indireta, a pessoa física 
ou jurídica afetada pela conduta criminosa.
Elemento 
subjetivo
É o dolo, não sendo exigida qualquer finali-
dade específica. Não se admite a modalidade 
culposa.
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Consumação / 
Tentativa
A consumação se dá no momento em que o 
agente realiza a figura típica, ou seja, quando 
falsifica o papel. Trata-se de crime formal (de 
resultado cortado), prescindindo da efetiva cir-
culação/utilização do papel falsificado. A ten-
tativa é possível devido ao caráter plurissub-
sistente do delito, permitindo o fracionamento 
do iter criminis.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Trata-se de crime de forma livre, de conteúdo 
múltiplo ou variado, de concurso eventual, for-
mal, instantâneo e plurissubsistente. 
O art. 293 traz em seus parágrafos figuras equi-
paradas e figuras privilegiadas, ou seja, tipos 
penais próximos ao previsto no caput, mas 
com alguns elementos especiais. 
O § 1º, inciso I não criminaliza aquele que re-
alizou a falsificação do papel, mas quem usou, 
guardou, possuiu ou deteve o papel que sabia 
ser falsificado.
Já o § 1º, inciso II prevê que incorre na mesma 
pena quem importa, exporta, adquire, vende, 
troca, cede, empresta, guarda, fornece ou res-
titui à circulação selo falsificado destinado a 
controle tributário.
Por fim, o § 1º, inciso III criminaliza a conduta 
do empresário que negocia mercadorias que 
sabe possuírem selo público falsificado. 
Os parágrafos 2º, 3º e 4º trazem figuras 
privilegiadas. 
O § 2º trata da hipótese em que se tem papéis 
públicos legítimos, mas que foram, por algum 
motivo, inutilizados. A conduta criminosa está 
em suprimir/apagar o carimbo de inutilização, 
a fim de reutilizar o papel de forma ilícita.
O § 3º estabelece as mesmas penas do §2º 
para quem usa, depois de alterado, qualquer 
dos papéis a que se refere o §2º (papel legítimo 
com carimbo de uso suprimido).
O § 4º pune o agente que teria recebido o pa-
pel falsificado de boa-fé, mas, ao perceber que 
se trata de documento falso, coloca o papel 
novamente em circulação a fim de livrar-se do 
prejuízo sofrido.
Por fim, o § 5º equipara a atividade comercial, 
para os fins desse dispositivo, qualquer forma 
de comércio irregular ou clandestino, inclusive 
o exercido em vias, praças ou outros logradou-
ros públicos ou em residências. Dessa forma, 
não é necessário que seja uma empresa ou co-
mércio regularizado.
Causa de 
aumento de 
pena
Se o sujeito ativo for funcionário público e 
cometer o crime prevalecendo-se do cargo, 
aumentar-se-á a pena de sexta parte (Art. 295 
CP).
Petrechos de falsificação
Art. 294. Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar 
objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer 
dos papéis referidos no artigo anterior:
PENA: RECLUSÃO de 1 a 3 ANOS + MULTA.
Art. 295. Se o agente é funcionário público, e comete o cri-
me prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de 1/6.
Considerações 
iniciais
O crime de petrechos de falsificação previsto 
no art. 294 do Código Penal se refere especifi-
camente à falsificação de papéis públicos pre-
vista no art. 293 do mesmo diploma.
Trata-se de autêntico “crime obstáculo”, pois, 
não se aguarda que o agente execute os atos 
tendentes a imitar, alterar os papéis públicos 
verdadeiros, já configurando crime a simples 
conduta de adquirir, possuir, guardar esses ma-
teriais/equipamentos destinados especifica-
mente a falsificar os papéis públicos previstos 
no art. 293.
Objetividade 
jurídica
A proteção da fé pública.
Objeto 
material
É o objeto especialmente destinado à falsifica-
ção dos papéis públicos especificados no art. 
293 do Código Penal.
Conduta / 
Núcleo do Tipofabricar (inventar, construir), adquirir (obter), 
fornecer (dar, abastecer), possuir (ter como pro-
priedade), guardar (abrigar, vigiar). Trata-se de 
tipo misto alternativo, crime de ação múltipla 
ou de conteúdo variado.
Interessante observar que o crime pode ser 
considerado instantâneo nos núcleos “fabri-
car”, “adquirir” e “fornecer” e crime permanente 
nas modalidades “possuir” e “guardar”.
Sujeito ativo Trata-se de crime comum.
Sujeito 
passivo
É o Estado.
Elemento 
subjetivo
É o dolo, independentemente de qualquer fi-
nalidade específica. Não se admite a modalida-
de culposa
Consumação / 
Tentativa
Ocorre com a realização das condutas típicas.
Há controvérsia na doutrina acerca da possi-
bilidade de tentativa. Enquanto Rogério San-
ches a defende, Cleber Masson diz que “Não é 
cabível, pois o legislador incriminou de forma 
autônoma atos representativos da preparação 
do delito tipificado no art. 293 do Código Pe-
nal (falsificação de papéis públicos). Em outras 
palavras, o delito de petrechos de falsificação é 
classificado como crime obstáculo, logicamen-
te incompatível com o conatus”.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Trata-se de crime de forma livre (crime onímo-
do), de conteúdo múltiplo ou variado, unissub-
jetivo ou de concurso eventual, formal, instan-
tâneo e plurissubsistente.
CUIDADO: Se o agente utilizar os petrechos e 
efetivamente falsificar os papéis públicos, res-
ponderá apenas pelo crime do art. 293 do Có-
digo Penal, restando absorvido o crime do art. 
294 do mesmo diploma.
Causa de 
aumento de 
pena
Se for funcionário público e cometer o crime 
prevalecendo-se do cargo, aplica-se o disposto 
no art. 295 do Código Penal, aumentando-se a 
pena de sexta parte.
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DIREITO PENAL
 
CAPÍTULO III
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
Falsificação do selo ou sinal público
Art. 296. FALSIFICAR, fabricando-os OU alterando-os:
I – selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, 
de Estado ou de Município;
II – selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito públi-
co, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:
PENA: RECLUSÃO de 2 a 6 ANOS + MULTA.
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
I – quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
II – quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro 
em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio.
III – quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, 
logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados 
ou identificadores de órgãos ou entidades da Administra-
ção Pública. 
§ 2º Se o agente é funcionário público, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de 1/6.
Considerações 
iniciais
A conduta consiste em falsificar (fabrican-
do ou alterando): selo público destinado a 
autenticar atos oficiais da União, Estado ou 
Município; ou selo ou sinal atribuído por lei a 
entidade de direito público (pessoas jurídicas 
de direito público, abrangendo autarquias e 
fundações), autoridade, ou sinal público de 
tabelião.
Objetividade 
jurídica
É a fé pública.
Objeto material É o selo público destinado a autenticar atos 
oficiais da União, de Estado ou de Município, 
bem como o selo ou sinal atribuído por lei à 
entidade de direito público, ou a autoridade, 
ou sinal público de tabelião.
Cuidado: Inciso I não se refere ao Distrito Fe-
deral (DF) e o Direito Penal não admite ana-
logia in malam partem, então, caso ocorra 
falsificação de um selo público destinado a 
autenticar atos oficiais do DF, não configura 
este crime porque o Direito Penal não permi-
te analogia que venha a prejudicar o réu.
IMPORTANTE: empresas públicas e socieda-
des de economia mista (espécies de empre-
sas estatais) possuem natureza jurídica de 
pessoa de direito privado, por isso seus selos 
não são objeto do tipo do art. 296, CP.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
Falsificar, que significa imitar, reproduzir ou 
modificar. “Na fabricação, também conhecida 
como contrafação, opera-se a formação ou re-
produção integral do selo ou sinal público. Na 
alteração, por sua vez, há modificação do selo 
ou sinal público, para que passe a ostentar, 
mediante acréscimo ou supressão, informação 
diversa da original” (Cleber Masson).
Sujeito ativo Trata-se de crime comum.
Sujeito passivo É o Estado e, mediatamente, a pessoa física ou 
jurídica prejudicada pela conduta criminosa.
Elemento 
subjetivo
É o dolo, sem a exigência de qualquer finali-
dade específica. Não se admite a modalidade 
culposa.
Cuidado: No § 1º, II (quem utiliza indevida-
mente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo 
de outrem ou em proveito próprio ou alheio) 
exige-se uma finalidade especial do agente.
Consumação / 
Tentativa
Consuma-se com a prática de uma das con-
dutas, sendo irrelevante a efetivação do dano. 
A Tentativa é possível, tendo em conta que é 
permitido o fracionamento do iter criminis.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Trata-se, em regra, de crime comum, comissi-
vo, instantâneo e plurissubsistente. A nature-
za formal ou material do delito dependerá da 
figura típica analisada.
O artigo 296 do Código Penal apresenta di-
versas modalidades típicas, abrangendo o 
caput, seus incisos e figuras equiparadas 
previstas no § 1º. Diante dessa diversidade, a 
doutrina reconhece que o tipo pode assumir 
natureza formal ou material, conforme o caso.
Quando se trata da falsificação de selo ou si-
nal público, como descrito no caput e nos in-
cisos I e II, o crime é tipicamente formal, sen-
do suficiente a prática do ato de falsificação 
para sua consumação, independentemente 
da ocorrência de prejuízo efetivo.
Por outro lado, há entendimento de que o de-
lito previsto no § 1º, inciso II — que trata do 
uso indevido de selo ou sinal verdadeiro em 
prejuízo de outrem ou em proveito próprio 
ou alheio — possui natureza material, exigin-
do a demonstração de um resultado natura-
lístico, ou seja, a efetiva produção de prejuízo 
ou obtenção de vantagem indevida, para que 
se configure a consumação do delito.
A jurisprudência e a interpretação adotada 
por bancas examinadoras como a VUNESP 
reforçam essa distinção. Em questão aplicada 
ao concurso de Delegado de Polícia Civil de 
Roraima, a banca considerou correta a asser-
tiva de que o crime de utilizar indevidamente 
selo ou sinal verdadeiro é de natureza mate-
rial, por exigir, para sua consumação, a ocor-
rência de prejuízo ou vantagem. Um detalhe 
importante: a Banca não considerou o crime 
(inteiro do art 296) como sendo material, mas 
apenas o caso de “utilizar indevidamente selo 
ou sinal verdadeiro”.
Interessante observar que numa prova de Es-
crevente do TJ, a VUNESP considerou incorre-
ta a seguinte afirmação:
“todas as modalidades previstas são crime de 
perigo abstrato, não se exigindo resultado na-
turalístico diverso da conduta realizada”
Precisamos dividir as informações em duas 
partes: 1) “todas as modalidades previstas são 
crime de perigo abstrato 2) não se exigindo 
resultado naturalístico diverso da conduta 
realizada.
Não podemos afirmar nem a primeira parte 
e nem a segunda como corretas, como um 
todo.
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Classificação 
doutrinária
A doutrina ensina que:
Crime de Perigo Abstrato – É aquele em que 
a lei presume o perigo ao bem jurídico, sem 
exigir prova de que o risco realmente ocorreu.
Crime de Perigo Concreto – É aquele que exi-
ge a comprovação efetiva de que houve risco 
real ao bem jurídico protegido.
Crimes contra a fé pública são, via de regra, 
crimes de perigo abstrato, pois a simples con-
duta já compromete aconfiança da coletivi-
dade nas instituições e documentos.
Alguns tipos equiparados ou específicos exi-
gem resultado naturalístico (como o §1º, II do 
art. 296 do CP – uso indevido de selo público, 
quando há prejuízo efetivo). Nestes casos, o 
crime pode assumir natureza material.
Condutas equiparadas:
O § 1º inciso I prevê que incorre nas mesmas 
penas quem faz uso do selo ou sinal falsifica-
do. Importante observar que a lei fala em uso, 
o que torna atípica a conduta de guardar, de-
ter ou possuir.
Caso o agente tenha falsificado o selo e pos-
teriormente utilizado, responderá apenas 
pela falsificação sendo o uso um post factum 
impunível. Responderá pelo uso quando não 
for o falsificador, mas dolosamente utilizar um 
selo ou sinal público sabidamente falsificado.
O § 1º inciso II prevê que incorre nas mesmas 
penas quem utiliza indevidamente selo ou si-
nal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em 
proveito próprio. Nesta hipótese, o sinal é ver-
dadeiro, mas sua utilização é indevida.
Por fim, o § 1º inciso III prevê que incorre nas 
mesmas penas quem altera, falsifica ou faz 
uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou 
outros símbolos que identifiquem órgãos da 
Administração: considera-se quaisquer carac-
teres aptos a identificar órgãos ou entidades 
da Administração.
Causa de 
aumento de pena 
(Art. 296, § 2º)
Se o agente é funcionário público, e comete o 
crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se 
a pena de sexta parte.
Falsificação de documento público
Art. 297. FALSIFICAR, no todo ou em parte, documento 
público, OU ALTERAR documento público verdadeiro:
PENA: RECLUSÃO de 2 a 6 ANOS + MULTA.
§ 1º Se o agente é funcionário público, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de 1/6.
§ 2º Para os efeitos penais, equiparam-se a DOCUMENTO 
PÚBLICO:
1. O emanado de entidade paraestatal;
2. O título ao portador ou transmissível por endosso;
3. As ações de sociedade comercial;
4. Os livros mercantis; e
5. O testamento particular.
§ 3º Nas mesmas penas incorre quem INSERE ou FAZ 
INSERIR:
I – na folha de pagamento ou em documento de informa-
ções que seja destinado a fazer prova perante a previdên-
cia social, pessoa que não possua a qualidade de segurado 
obrigatório; 
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empre-
gado ou em documento que deva produzir efeito perante a 
previdência social, declaração falsa ou diversa da que deve-
ria ter sido escrita; 
III – em documento contábil ou em qualquer outro docu-
mento relacionado com as obrigações da empresa perante 
a previdência social, declaração falsa ou diversa da que de-
veria ter constado. 
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem OMITE, nos docu-
mentos mencionados no § 3º, nome do segurado e seus 
dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de 
trabalho ou de prestação de serviços. 
Considerações 
iniciais
Esse crime é conhecido como falsificação 
MATERIAL de documento público. Nesse 
caso, a falsificação recai sobre a forma do 
documento, sobre a expressão externa do 
documento.
Objetividade 
jurídica
É a fé pública contida nos documentos públi-
cos. Documento público é aquele elaborado 
por funcionário público no exercício de fun-
ção pública de acordo com as formalidades 
previstas em lei, como o RG, Carteira de tra-
balho, CNH, Passaporte, Certificado de Regis-
tro e Licenciamento de Veículo etc.
Objeto material o documento público falsificado, no todo ou 
em parte, ou o documento público verdadei-
ro alterado.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
2 núcleos: falsificar e alterar.
Falsificar significa criar materialmente, for-
mar um documento falso. A falsificação pode 
ser total (quando o documento é integral-
mente forjado) ou parcial (quando uma parte 
do documento é verdadeira quanto à forma 
e parte é falsa). 
Conduta / Núcleo 
do Tipo
Alterar significa modificar um documento 
verdadeiro. P. ex: uma pessoa troca a foto-
grafia em um documento de identidade, ou 
altera a categoria para a qual é habilitado em 
sua CNH. RG ou a CNH em questão são ver-
dadeiros, mas foram ilicitamente alterados.
Sujeito ativo Trata-se de crime comum.
Sujeito passivo É o Estado e, de forma indireta, a pessoa física 
ou jurídica afetada pela conduta criminosa.
Elemento 
subjetivo
Dolo, independentemente de qualquer fina-
lidade específica, não sendo admitida a for-
ma culposa.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal. Na modalidade 
falsificar, a consumação se dá quando o do-
cumento falso fica pronto; na modalidade 
alterar, quando a modificação se concretiza.
A tentativa é possível, considerando o caráter 
plurissubsistente do delito, o que permite o 
fracionamento do iter criminis.
Ação Penal Pública incondicionada.
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DIREITO PENAL
 
Classificação 
doutrinária
Crime comum, formal, instantâneo e 
plurissubsistente.
Condutas equiparadas:
O § 2º equipara alguns documentos par-
ticulares a documentos públicos para fins 
penais: documentos emanados de entidade 
paraestatal (p.ex. autarquias, empresas pú-
blicas, sociedades de economia mista, fun-
dações instituídas pelo Poder Público); título 
ao portador ou transmissível por endosso (p. 
ex. cheque, nota promissória etc.); ações das 
sociedades mercantis (sociedades anônimas 
ou em comandita por ações); livros mercan-
tis; e testamento particular (holográfo). Todas 
essas espécies de documentos são produzi-
das por particulares, mas para fins penais são 
considerados públicos.
O diploma de conclusão de curso superior é 
documento público, ainda que emitido por 
instituição particular, porque a instituição 
atua como delegada da União, integrando o 
sistema federal de ensino superior.
Bom ressaltar que o registro em cartório não 
altera a natureza do documento. A cópia 
autenticada de documento público é do-
cumento público. Já a cópia autenticada de 
documento particular continua sendo docu-
mento particular.
A Lei n. 9.983/2000 acrescentou os § 3º e § 4º 
ao art. 297, punindo com as mesmas penas 
da falsidade material de documento público 
a falsificação de determinados documentos 
que têm reflexos na Previdência Social. 
Causa de 
aumento de pena 
(Art. 297, § 1º) 
O § 1º prevê que se o agente é funcionário 
público, e comete o crime prevalecendo-se 
do cargo, aumenta-se a pena em 1/6.
Falsificação de documento particular
Art. 298. FALSIFICAR, no todo ou em parte, documento 
particular OU ALTERAR documento particular verdadeiro:
PENA: RECLUSÃO de 1 a 5 ANOS + MULTA.
Falsificação de cartão 
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-
-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.
Considerações 
iniciais
Os mesmos comentários feitos em relação ao 
crime do art. 297 cabem aqui, pois a única mu-
dança é o objeto do crime: no art. 298 trata-se de 
falsificação MATERIAL de documento privado. 
No crime de falsificação de documento públi-
co, previsto no artigo 297, a pena é maior: re-
clusão 2 a 6 anos de reclusão e multa. Já no 
crime de falsificação de documento particular, 
ora analisado, a pena é levemente menor: re-
clusão 1 a 5 anos e multa.
Objetividade 
jurídica
É a fé pública nos documentos particulares. 
Considera-se documento particular todo aque-
le que não é público nem equiparado ao pú-
blico. Os requisitos do documento particular 
são os mesmos do documento público: forma 
escrita, autor certo, conteúdo com relevância 
jurídica e valor probatório. A única diferença é 
que não são elaborados por funcionário públi-
co no desempenho de suas funções. 
Objetividade 
jurídica
OBSERVAÇÃO: o documento particular regis-
trado em cartório não tem sua natureza altera-
da. O registo apenas dá publicidade ao docu-
mento, assim como cópia autenticada. 
Objeto 
material
É o documento particular falsificado, no todo 
ou em parte, bem como o documento particu-
lar verdadeiro alterado. 
Conduta / 
Núcleo do Tipo
2 núcleos: falsificar e alterar. Falsificar significacriar materialmente, formar um documento 
falso. A falsificação pode ser total (quando o 
documento é integralmente forjado) ou parcial 
(quando uma parte do documento é verdadei-
ra quanto à forma e parte é falsa). Alterar signi-
fica modificar um documento verdadeiro. P. ex. 
um contrato de locação de imóvel.
Sujeito ativo Trata-se de um crime comum, passível de ser 
praticado por qualquer pessoa.
Sujeito 
passivo
É o Estado e, de forma indireta (mediata), a pes-
soa física ou jurídica que tenha sido prejudica-
da pela conduta criminosa.
Elemento 
subjetivo
Dolo, sem a necessidade de qualquer finali-
dade específica. A modalidade culposa não é 
admitida.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal. Na modalidade falsifi-
car, a consumação se dá quando o documento 
falso fica pronto; na modalidade alterar, quando 
a modificação se concretiza. A tentativa é possí-
vel devido ao caráter plurissubsistente do delito, 
permitindo o fracionamento do iter criminis.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime comum, formal, instantâneo e 
plurissubsistente.
Norma penal 
explicativa 
(Art. 298, 
parágrafo 
único)
Falsificação de cartão – Parágrafo único. Para 
fins do disposto no caput, equipara-se a docu-
mento particular o cartão de crédito ou débito.
FALSIDADE DE DOCUMENTO PÚBLICO X FALSIDADE DE 
DOCUMENTO PARTICULAR
Falsificação de documento 
PÚBLICO
Falsificação de documento 
PARTICULAR
Art. 297. FALSIFICAR, no todo 
ou em parte, documento públi-
co, OU ALTERAR documento 
público verdadeiro:
Art. 298. FALSIFICAR, no todo 
ou em parte, documento parti-
cular OU ALTERAR documento 
particular verdadeiro:
RECLUSÃO de 2 a 6 ANOS + 
MULTA.
RECLUSÃO de 1 a 5 ANOS + 
MULTA.
EQUIPARAÇÃO DE DOCUMENTO
PÚBLICO PARTICULAR
Equiparam-se a documento 
PÚBLICO
Equipara-se a documento 
PARTICULAR
1. O emanado de entidade 
paraestatal,
1. O cartão de crédito.
2. O título ao portador ou trans-
missível por endosso,
2. O cartão de débito.
3. As ações de sociedade 
comercial,
4. Os livros mercantis e
5. O testamento particular.
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Falsidade ideológica
Art. 299. OMITIR, em documento público ou particular, 
declaração que dele devia constar, ou nele INSERIR OU FA-
ZER INSERIR declaração falsa ou diversa da que devia ser 
escrita, com o fim de:
1. Prejudicar direito;
2. Criar obrigação; ou
3. Alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
PENA
SE O DOCUMENTO FOR
PÚBLICO
SE O DOCUMENTO FOR
PARTICULAR
RECLUSÃO de 1 a 5 ANOS + 
MULTA.
RECLUSÃO de 1 a 3 ANOS + 
MULTA.
Parágrafo único. Se o agente é funcionário público, e co-
mete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação 
OU alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-
-se a pena de 1/6.
Considerações 
iniciais
Também conhecida por falsidade intelectual, 
ideal ou moral, tem como objeto documen-
to autêntico em seus requisitos extrínsecos, 
tendo sido emanado realmente pela pessoa 
que nele figura como seu autor e seguindo 
os ditames legais, entretanto seu conteúdo 
é falso. A mensagem/ideia exposta no docu-
mento é mentirosa ou diversa da que deve-
ria ter sido escrita.
As condutas podem recair sobre documento 
público ou particular, sendo que, na primeira 
hipótese, a pena é de reclusão, de um a cin-
co anos, e multa, e, na segunda, reclusão, de 
um a três anos, e multa. 
Objetividade 
jurídica
É a fé pública contida em documentos públi-
cos ou particulares.
Objeto material O documento público ou particular.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
São três as condutas típicas:
Omitir declaração que devia constar do do-
cumento: trata-se de conduta omissiva. O 
agente elabora um documento deixando, 
dolosamente, de inserir alguma informação 
que era obrigatória.
Inserir declaração falsa ou diversa da que de-
via constar: trata-se de conduta comissiva. O 
agente confecciona o documento inserindo 
informação inverídica ou diversa da que de-
via constar.
Fazer inserir declaração falsa ou diversa da 
que devia constar: trata-se de conduta co-
missiva. O agente fornece informação falsa a 
terceira pessoa, responsável pela elaboração 
do documento, e esta, sem ter ciência da fal-
sidade, o confecciona.
Nas duas primeiras hipóteses (omitir e inse-
rir) existe a chamada falsidade imediata, pois 
é a própria pessoa que confecciona o docu-
mento quem comete o falso ideológico. Na 
última modalidade (fazer inserir) a lei não 
pune quem confecciona o documento, mas 
quem lhe passa a informação falsa (falsidade 
mediata), pois, neste caso, quem o elabora 
está de boa-fé. 
Sujeito ativo Crime comum ou geral, podendo ser cometi-
do por qualquer pessoa.
Sujeito passivo É o Estado e, de forma indireta (mediata), a 
pessoa física ou jurídica que tenha sido pre-
judicada pela conduta criminosa.
Elemento 
subjetivo
O dolo, acrescido de um especial fim de agir 
(elemento subjetivo específico), representa-
do pela expressão “com o fim de prejudicar 
direito, criar obrigação ou alterar a verdade 
sobre fato juridicamente relevante”.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal, sendo que a con-
sumação se dá quando o documento fica 
pronto com a efetiva omissão ou inserção 
de declaração, de forma a tornar falso o seu 
conteúdo, mesmo que o agente não atinja 
a sua finalidade de prejudicar direito, criar 
obrigação etc.
Na modalidade omissiva – “omitir, em docu-
mento público ou particular, declaração que 
dele devia constar” – não se admite tentativa 
– ou o sujeito omite a declaração, e o delito 
estará consumado, ou corretamente efetua 
a declaração, e seu comportamento será 
atípico. Por outro lado, nas modalidades co-
missivas – “inserir ou fazer inserir declaração 
falsa ou diversa da que devia ser escrita” – a 
tentativa é possível.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime comum, formal, instantâneo e pluris-
subsistente nas modalidades inserir e fase in-
serir e unissubsistente na modalidade omitir.
Causa de 
aumento de 
pena (Art. 299, 
parágrafo único)
1) Se o agente é funcionário público, e co-
mete o crime prevalecendo-se do cargo, 
aumenta-se a pena de sexta parte.
2) Se a falsificação ou alteração é de assenta-
mento de registro civil, aumenta-se a pena 
de sexta parte.
Falso reconhecimento de firma ou letra
Art. 300. RECONHECER, como verdadeira, no exercício de 
função pública, firma ou letra que o não seja:
PENA
SE O DOCUMENTO FOR
PÚBLICO
SE O DOCUMENTO FOR
PARTICULAR
RECLUSÃO de 1 a 5 ANOS + 
MULTA.
RECLUSÃO de 1 a 3 ANOS + 
MULTA.
Considerações 
iniciais
Para gerar mais segurança jurídica a certos 
procedimentos e documentos, o Estado 
criou o instituto do reconhecimento de firma 
ou letra. Trata-se da conduta positiva de um 
servidor público, especialmente designado 
para tal função, na qual se reconhece a au-
tenticidade de uma assinatura (firma) lançada 
por alguém em determinado papel. O art. 
300 do Código Penal criminaliza a conduta 
desse servidor público que dolosamente re-
conhece como verdadeira uma firma ou letra 
que não é.
Objetividade 
jurídica
Trata-se da fé pública nas letras ou firmas 
reconhecidas.
Objeto material É a firma ou letra falsa
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DIREITO PENAL
 
Conduta / Núcleo 
do Tipo
Consiste em reconhecer (afirmar, declarar, 
proclamar), no exercício de função pública, 
como verdadeira firma ou letra que não o 
seja. Firma é a assinatura de alguém, e letra é 
o manuscrito de uma pessoa. 
Sujeito ativo Trata-se de crime próprio que só pode ser 
cometido por quem tem atribuição legal 
para reconhecer firma ou letra: tabelião, es-
creventedo tabelionato, oficial do cartório 
de registro civil etc. 
Sujeito passivo É o Estado e, de forma indireta (mediata), a 
pessoa física ou jurídica que tenha sido pre-
judicada pela conduta criminosa.
Elemento 
subjetivo
dolo, independentemente de qualquer fina-
lidade específica. Não se admite a modali-
dade culposa.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal, cuja consumação 
se dá com o reconhecimento da firma ou 
letra, independentemente de qualquer con-
sequência posterior. 
A tentativa é admissível, pois se trata de um 
crime plurissubsistente, permitindo o fracio-
namento do iter criminis.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime simples, próprio, formal, instantâneo e 
unissubjetivo. 
Certidão ou atestado ideologicamente falso
Art. 301. ATESTAR OU CERTIFICAR falsamente, em razão 
de função pública, fato ou circunstância que habilite al-
guém a obter:
1. Cargo público;
2. Isenção de ônus; ou
3. De serviço de caráter público; ou
4. Qualquer outra vantagem:
PENA: DETENÇÃO de 2 MESES a 1 ANO.
Falsidade material de atestado ou certidão
§ 1º FALSIFICAR, no todo ou em parte, atestado ou certi-
dão, OU ALTERAR o teor de certidão ou de atestado ver-
dadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite 
alguém a obter:
1. Cargo público;
2. Isenção de ônus; ou
3. De serviço de caráter público; ou
4. Qualquer outra vantagem:
PENA: DETENÇÃO de 3 MESES a 2 ANOS.
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, 
além da pena privativa de liberdade, a de MULTA.
Considerações 
iniciais
No exercício da função pública, o servidor 
é capaz de certificar ou atestar certas situa-
ções relacionadas a sua função. As certidões 
são feitas com base em um documento guar-
dado ou em tramitação em uma repartição 
pública (p.ex. o escrevente judiciário certifica 
que a petição foi juntada aos autos de um
Considerações 
iniciais
processo em certa data), enquanto os atesta-
dos são um testemunho por escrito do fun-
cionário público sobre um fato ou circuns-
tância que ocorreu em sua presença (p.ex. o 
oficial de promotoria atesta que um advoga-
do esteve presente na promotoria e solicitou 
verbalmente vistas de um processo).
O crime em tela é hipótese especial de falsi-
dade ideológica, na qual o agente, funcioná-
rio público, em documento materialmente 
verdadeiro, atesta ou certifica fato ou cir-
cunstância que não é verdadeira.
Objetividade 
jurídica
É a fé pública contida em certidões ou ates-
tados públicos.
Objeto material É o atestado ou a certidão ideologicamente 
falso. 
Conduta / Núcleo 
do Tipo
2 núcleos: “atestar” e “certificar”. Atestar é 
afirmar a ocorrência de fato ou situação de 
que o funcionário público tenha ciência dire-
ta e pessoal. Certificar é afirmar a existência 
ou inexistência de determinado documento 
ou registro junto ao órgão público. 
Sujeito ativo Trata-se de crime próprio, que só pode ser 
cometido por funcionário público no exercí-
cio de suas funções. 
Aquele que recebe o atestado ou certidão 
e dele faz uso incide no art. 304, CP (uso de 
documento falso).
Sujeito passivo É o Estado e, de forma indireta (mediata), a 
pessoa física ou jurídica que tenha sido pre-
judicada pela conduta criminosa.
Elemento 
subjetivo
É o dolo, independentemente de qualquer 
finalidade específica. Não se admite a moda-
lidade culposa.
Consumação / 
Tentativa
Crime é formal, ou seja, sua consumação 
independe de o destinatário efetivamente 
conseguir, com o atestado ou certidão, ob-
ter o benefício visado, bastando a confecção 
do atestado ou certidão de conteúdo falso. 
A tentativa é admissível, pois se trata de um 
crime plurissubsistente, permitindo o fracio-
namento do iter criminis.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime simples, próprio, formal, instantâneo e 
unissubjetivo.
Falsidade 
material de 
atestado ou 
certidão (Art 
301, § 1º)
No caput temos um crime de falsidade de or-
dem ideológica e no § 1º um crime de ordem 
material. 
O § 1º trata-se de crime de falsidade material 
de atestado ou certidão. Nessa modalidade, 
a falsidade do atestado ou certidão é mate-
rial, portanto, consiste em falsificar, no todo 
ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar 
o teor de certidão ou atestado verdadeiro. 
É também necessário que o objeto da falsi-
ficação seja fato ou circunstância que habi-
lite alguém a obter cargo público, isenção 
de ônus ou de serviço de caráter público, ou 
qualquer outra vantagem.
O caput do art. 300 configura um crime pró-
prio, sendo sua prática restrita a funcionário 
público no exercício de suas funções. 
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Falsidade 
material de 
atestado ou 
certidão (Art 
301, § 1º)
O § 1º descreve um crime comum, que pode 
ser cometido por qualquer pessoa ao fal-
sificar ou alterar um atestado ou certidão 
verdadeiros.
Multa: o § 2º prevê que se há intenção de 
lucro na conduta, aplica-se também pena 
de multa. Essa pena aplica-se tanto ao caput 
quanto ao § 1º.
CERTIDÃO OU ATESTADO 
IDEOLOGICAMENTE FALSO
FALSIDADE MATERIAL DE 
ATESTADO OU CERTIDÃO
ATESTAR OU CERTIFICAR falsa-
mente, em razão de função pú-
blica, fato ou circunstância que 
habilite alguém a obter:
1. Cargo público;
2. Isenção de ônus; ou
3. De serviço de caráter público; 
ou
4. Qualquer outra vantagem:
FALSIFICAR, no todo ou em par-
te, atestado ou certidão, OU AL-
TERAR o teor de certidão ou de 
atestado verdadeiro, para prova 
de fato ou circunstância que ha-
bilite alguém a obter:
1. Cargo público;
2. Isenção de ônus; ou
3. De serviço de caráter público; 
ou
4. Qualquer outra vantagem:
PENA: DETENÇÃO de
2 MESES a 1 ANO.
PENA: DETENÇÃO de
3 MESES a 2 ANOS.
Falsidade de atestado médico
Art. 302. DAR o médico, no exercício da sua profissão, ates-
tado falso:
PENA: DETENÇÃO de 1 MÊS a 1 ANO.
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de lucro, 
aplica-se também MULTA.
Considerações 
iniciais
No exercício da profissão, o médico tem a ca-
pacidade de atestar fatos/acontecimentos, 
como a existência de certa doença, a neces-
sidade de repouso para convalescência, o 
atendimento de pessoa em consulta médica, 
atestado de óbito etc. Esse poder do médi-
co recebe fé pública, pois o que foi atestado 
tem relevância jurídica. Portanto, quando o 
médico atesta algo falsamente está violan-
do a fé pública que foi depositada nesse seu 
poder.
É importantíssimo ressaltar que se trata 
de crime praticado por médico particular. 
Quando o médico fornece o atestado no de-
sempenho de função pública (por trabalhar 
em hospital público, por exemplo), comete o 
crime do art. 301, CP (Certidão ou atestado 
ideologicamente falso), que é mais grave. 
Caso o médico funcionário público receba 
alguma vantagem para a emissão do atesta-
do falso, haverá o crime de corrupção passi-
va (art. 317, CP), que é ainda mais grave.
Objetividade 
jurídica
Fé pública nos atestados médicos.
Objeto material É o atestado médico falso.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
É “dar”, ou seja, fornecer, entregar, produzir 
documento em que se atesta fato médi-
co relevante e não correspondente com a 
realidade.
Sujeito ativo Trata-se de crime próprio, pois só pode ser 
cometido por médico. 
Possíveis situações:
• Médico Particular – Art. 302 – Falsidade de 
atestado médico
• Médico Funcionário Público Público: Art. 
301 – Certidão ou Atestado Ideologica-
mente Falso
• Dentista, veterinário, psicólogo – Particula-
res – Art. 299 – Falsidade ideológica
• Dentista, veterinário, psicólogo – Funcio-
nários Públicos – Art. 301 – Certidão ou 
Atestado Ideologicamente Falso
• Quem usa o atestado médico falso incorre 
no crime do art. 304, CP (uso de documen-
to falso).
Sujeito passivo Sujeito passivo do crime é o Estado e qual-
quer outra pessoa prejudicada pelo uso do 
atestado falso, como o empregador a quem 
o atestado é apresentado a fim de abonar 
faltas ao trabalho.Elemento 
subjetivo
O dolo, independentemente de qualquer fi-
nalidade específica.
Consumação / 
Tentativa
É crime formal que se consuma no momen-
to em que o médico fornece o atestado a 
alguém, mesmo que não chegue a ser utili-
zado. A tentativa é admissível, pois se trata 
de um crime plurissubsistente, permitindo o 
fracionamento do iter criminis.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime simples, próprio, formal, de forma li-
vre, instantâneo e unissubjetivo.
Multa (Art. 302, 
parágrafo único)
Parágrafo único – Se o crime é cometido 
com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Se o médico particular dá o atestado com o 
intuito de lucro, cobrando por sua emissão, 
incorre na figura agravada do parágrafo úni-
co, cuja única consequência é a aplicação 
cumulativa de pena de multa. Caso se trate 
de médico funcionário público e haja co-
brança, tem-se o crime de corrupção passiva. 
Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
Art. 303. REPRODUZIR OU ALTERAR selo ou peça filatélica 
que tenha valor para coleção, SALVO quando a reprodução 
ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no ver-
so do selo ou peça:
PENA: DETENÇÃO de 1 a 3 ANOS + MULTA.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, para fins 
de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.
Referido dispositivo legal foi tacitamente revogado 
pelo art. 39 da Lei n. 6.538/78 (Lei dos Serviços Postais). 
Considerações 
iniciais
Trata-se de um tipo penal que tutela o mer-
cado filatelista, ou seja, o mercado de cole-
cionadores de selos. A doutrina entende que 
este crime está tacitamente revogado, tendo 
em vista que a Lei n. 6.538/78 (art. 39) pune 
as mesmas condutas e é mais recente. 
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DIREITO PENAL
 
Uso de documento falso
Art. 304. FAZER USO de qualquer dos papéis falsificados 
ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: 
Considerações 
iniciais
Trata-se de crime remetido, pois faz referên-
cia ao uso de quaisquer dos documentos fal-
sos descritos nos arts. 297 a 302, CP. 
O uso de documento falso enquadra-se no 
conceito de crime acessório (de fusão ou 
parasitário), pois sua existência pressupõe a 
ocorrência de um crime anterior, qual seja, o 
de falsificação do documento.
Além disso, para se caracterizar o crime de 
uso de documento falso é preciso que a fal-
sidade seja apta a iludir alguém. Falsidades 
grosseiras tornam a conduta atípica, mesmo 
que o agente busque convencer alguém.
Objetividade 
jurídica
É a fé pública nos documentos públicos e 
particulares.
Objeto material Qualquer dos papéis falsificados ou altera-
dos a que se referem os arts. 297 a 302 do 
Código Penal.
Artigos 297 ao 302:
Art. 297 Falsificação de Documento Público;
Art. 298 Falsificação de documento parti- 
cular;
Art. 299 Falsidade Ideológica;
Art. 300 Falso reconhecimento de firma ou 
letra;
Art. 301 Certidão ou atestado ideologica-
mente Falso;
Objeto material Art. 301 – § 1º Falsidade material de atesta-
do ou certidão;
Art. 302 Falsidade de atestado médico.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
“Fazer uso”, no sentido de utilizar ou empre-
gar qualquer dos papéis falsificados ou alte-
rados, a que se referem os arts. 297 a 302 do 
Código Penal.
Sujeito ativo Trata-se de crime comum, praticável por 
qualquer pessoa, exceto o autor da falsifica-
ção, visto que o entendimento é de que o fal-
sário que posteriormente usa o documento 
responde apenas pela falsificação, sendo o 
uso um post factum impunível.
Deve-se ter atenção apenas à hipótese em 
que o agente pratica o delito de falsidade 
ideológica e, posteriormente, faz uso do do-
cumento falsificado. Nesse caso, entende o 
Superior Tribunal de Justiça que o delito de 
falsidade ideológica (art. 299) será absorvido 
pelo de uso de documento falso (art. 304) 
em razão do princípio da consunção.
Sujeito passivo É o Estado e, de forma indireta (mediata), a 
pessoa física ou jurídica que tenha sido pre-
judicada pela conduta criminosa.
Elemento 
subjetivo
O dolo.
Consumação / 
Tentativa
Dá-se com o uso, independentemente de o 
agente ter obtido qualquer vantagem, ou 
seja, mesmo que não engane o destinatá-
rio. É crime formal. A possibilidade de ten-
tativa no crime de uso de documento falso 
dependerá da interpretação do tipo penal, 
sendo que a doutrina se divide entre os que 
defendem a natureza unissubsistente e os 
que defendem a natureza plurissubsistente 
do crime.
Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime simples, comum, formal, instantâneo 
e unissubjetivo. 
Supressão de documento
Art. 305. DESTRUIR, SUPRIMIR OU OCULTAR, em bene-
fício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, docu-
mento público ou particular verdadeiro, de que não podia 
dispor:
PENA
SE O DOCUMENTO FOR
PÚBLICO
SE O DOCUMENTO FOR
PARTICULAR
RECLUSÃO de 2 a 6 ANOS + 
MULTA.
RECLUSÃO de 1 a 5 ANOS + 
MULTA.
Considerações 
iniciais
Parte da doutrina entende que este tipo pe-
nal está equivocadamente neste Capítulo 
(Da falsidade documental), pois não há falsi-
dade envolvida. O art. 305 criminaliza aquele 
que destrói, suprime ou oculta documento 
verdadeiro que não podia dispor.
Objetividade 
jurídica
Fé pública contida nos documentos públicos 
e particulares.
Objeto material É o documento público ou particular verda-
deiro, de que não podia dispor.
Conduta / Núcleo 
do Tipo
3 núcleos: destruir (eliminar), suprimir(fazer 
desaparecer) e ocultar (esconder).
Sujeito ativo Trata-se de crime comum, praticável por 
qualquer pessoa. Inclusive, o próprio pos-
suidor do documento pode cometer o cri-
me caso seja um documento que não possa 
dispor.
Sujeito passivo É o Estado e, de forma indireta (mediata), a 
pessoa física ou jurídica que tenha sido pre-
judicada pela conduta criminosa.
Elemento 
subjetivo
O dolo, acrescido de um especial fim de agir 
(elemento subjetivo específico), representa-
do pelas expressões “em benefício próprio 
ou de outrem” (vantagem patrimonial ou 
de qualquer outra natureza) e “em prejuízo 
alheio”.
Consumação / 
Tentativa
Trata-se de crime formal que se consuma no 
momento em que o agente destrói, suprime 
ou oculta o documento, ainda que não atinja 
sua finalidade de obter vantagem ou causar 
prejuízo. A tentativa é admissível, pois se tra-
ta de um crime plurissubsistente, permitindo 
o fracionamento do iter criminis.
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Ação Penal Pública incondicionada.
Classificação 
doutrinária
Crime simples, comum, formal, instantâneo 
e unissubjetivo.
(...)
CAPÍTULO IV
DE OUTRAS FALSIDADES
Falsa identidade
Art. 307. ATRIBUIR-SE OU ATRIBUIR a terceiro falsa identi-
dade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, 
ou para causar dano a outrem:
PENA: DETENÇÃO de 3 MESES a 1 ANO ou MULTA, se o 
fato não constitui elemento de crime mais grave.
Considerações 
iniciais
O art. 307 criminaliza a conduta de atribuir-se 
ou atribuir a terceiro uma falsa identidade, 
mentindo a idade, dando nome inverídico 
ou característica que atribua personalidade. 
Nesse crime, não há uso/apresentação de 
documento falso ou verdadeiro, mas mera 
atribuição verbal falsa de identidade. Como 
o núcleo do tipo é “Atribuir”, entende-se que 
se trata de uma conduta ativa/comissiva do 
agente. Não se consuma o crime se o agente 
permanecer em silêncio quando questiona-
do sobre sua identidade ou se deixar de ne-
gar falsa identidade a ele atribuída por ter-
ceiro.Trata-se da chamada falsidade pessoal.
Se houver uso de documento verdadeiro de 
terceiro como se fosse próprio tem-se o cri-
me do art. 308 (uso de documento de iden-
tidade alheio). 
Objetividade 
jurídica
É a fé pública.
Objeto material É a identidade,

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