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Como lidar
com as
doenças da
infância
@drleandrobuck
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O objetivo deste capitulo é dar uma ideia geral dos sintomas
apresentados pelas crianças e as principais doenças, quando
se preocupar, quando levar ao médico e outras dicas.
Para iniciarmos vamos relembrar alguns conceitos da escola:
 Infecção: invasão de parte do corpo causada por algum
agente infeccioso, que pode ser um vírus, bactéria, fungo,
parasita... 
Vírus: São agentes infecciosos muito pequenos e simples,
formados por uma cápsula cujo interior apresenta material
genético ( DNA ou RNA). Eles apenas conseguem se replicar
no interior de células. Existe uma infinidade de tipos de vírus
que podem se disseminar por inúmeras maneiras e causar
uma variedade de doenças. Alguns exemplos: Gripe,
transmissão por contato, espirros, tosse; Rotavirus, causa
diarreia, transmitido por contato, água ou comida; HIV, causa
AIDS, transmissão sexual; Dengue, transmitido pela picada de
inseto.
As doenças típicas da infância também são virais como
sarampo, caxumba, catapora, roséola, entre muitas outras.
Fique claro que ANTIBIÓTICOS NÃO MATAM VIRUS, apenas
em situações especiais são utilizados antivirais, como p.ex: HIV.
Bactérias: São microorganismos vivos complexos unicelulares
capazes de se replicar sozinhas em grande velocidade. Estão
presentes em todos os ambientes possíveis.
Podem causar doenças nos seres vivos (infecção) ou
participarem da sua vida (colonização). Um grande exemplo
disso é a
microbiota intestinal (flora intestinal) do ser humano.
Possuímos dez vezes mais bactérias em nosso intestino do
que o total de células do nosso corpo. Elas são fundamentais
em processos finais de digestão, regulam o sistema
imunológico, participam de vários processos fisiológicos, entre
outros. Este é um importante motivo para se evitar o uso de
antibióticos rotineiramente, por alterarem a microbiota, ainda
mais em crianças. Temos também flora bacteriana em nossa
pele, boca, vagina...
A criança doente
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A doença se dá quando há uma proliferação excessiva da
flora normal ou migração para algum lugar diferente do
habitual, ou bactérias estranhas conseguem penetrar
nossas defesas. 
Alguns exemplos de infecções bacterianas são: pneumonia,
sinusite, otite, celulite (infecção de pele).
Os antibióticos sim são utilizados para matar bactérias.
 Fungos: São organismos multicelulares que nos seres
humanos causam micoses e outras infecções. Um exemplo
em crianças é a monilíase, que pode acometer a língua e a
região de fraldas, dando placas esbranquiçadas. São
tratadas
com antifúngicos.
 Parasitas: aqui temos os “vermes”, piolho, sarna...Cada um
possui um medicamento específico para seu tratamento.
O foco aqui são as infecções mais comuns nas crianças,
dando maior atenção às virais, tentando dar uma visão geral
dos sintomas e os sinais de gravidade, e falaremos um
pouco sobre as infecções bacterianas mais comuns.
Como dito, são inúmeros os vírus e suas manifestações, sendo
a enorme maioria quadros sem gravidade e autolimitados
(pois irão melhorar sem necessitar de nenhum tratamento
específico).
As famosas Viroses se iniciam com o que chamamos de
pródromo, sendo ele os primeiros sintomas:
 Febre; adinamia (“moleza”); falta de apetite; irritabilidade,
dor de cabeça, dor no corpo, vômitos, mal estar.
Após algum tempo (dias ou horas) podem aparecer os
outros sintomas, podendo vir apenas um deles ou todos
juntos; ou até nenhum. Podem também ir aparecendo
alguns enquanto outros melhoram ao longo dos dias:
 Respiratórios: tosse, coriza – catarro no nariz - (que se inicia
clara epode ficar amarela ou verde ao longo dos dias), dor ou
irritação no ouvido e garganta, chiado no peito (Sibilos).
 Intestinais: dor abdominal, vômitos, diarréia, gases@
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Mau hálito: causado pela secreção nasal e também pela
respiração bucal devido congestão nasal.
 Boca: estomatite, uma inflamação da gengiva, língua e
lábios, levando a dor na boca e dificuldade na alimentação.
 Pele: manchas avermelhadas (exantema).
 Olhos: conjuntivite, com irritação, vermelhidão e secreção
(“remela”).
 Linfonodos aumentados: as chamadas popularmente
“ínguas”, são mais visíveis em crianças na região do pescoço,
podendo algumas vezes serem a única manifestação.
Regridem espontaneamente após alguns dias.
Em geral, a doença só piora nos primeiros 3 a 5 dias, e irá
melhorar espontaneamente após o ciclo do vírus terminar e
o próprio corpo combater a infecção e se recuperar das
inflamações, o que pode levar entre 7 a 14 dias
em média.
O tratamento é apenas de alivio dos sintomas, paciência e
carinho; o que muitas vezes deixa os pais frustrados e
angustiados.
Em geral trata-se:
 Tosse e coriza: inalação e lavagem nasal com soro
fisiológico.
*Falaremos de tosse em capitulo separado.
 Dores e Febre: analgésicos/antitérmicos comuns podem
sempre ser administrados à criança se não houver contra
indicações ou alergia.
Não precisa deixar o coitado sofrendo com medo de dar
remédio.
Dipirona (novalgina®), Paracetamol (tylenol®) e Ibuprofeno
(alivium®) são os mais seguros na pediatria. Não use AAS
(aspirina).
 Diarréia: Não se deve dar nada para “cortar”.
Sais para reposição oral (Pedialyte®) evitam a desidratação.@
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Alimentação deve permanecer o habitual da criança, sem
restrições de alimentos. Não oferecer bebidas esportivas
(Gatorade®). 
Alguns casos prolongados podem necessitar da reposição de
Zinco ou suspensão de lactose por um período, mas esses
devem ser recomendados pelo médico.
 
Vômitos: pode-se usar anti-hemético ondasentrona
(Vonau®).
 Conjuntivite : higiene ocular e compressas geladas com água
mineral.
Obs: a dose das medicações estão em capitulo a seguir
 É esperado que crianças doentes reduzam o apetite, muitas
vezes drasticamente. Aquelas que apresentam quadros
infecciosos repetidamente podem apresentar
comprometimento no desenvolvimento por deficiências
nutricionais, e estas irão levar a uma baixa imunidade,
predispondo a mais doenças. Caso a criança esteja consumindo
a alimentação da família, pode ser necessário modificar a
consistência (alimentos mais pastosos) para facilitar a aceitação,
oferecer em menores quantidades e mais vezes ao dia. 
Importante focar na ingesta de líquidos, evitando a
desidratação, que por si só irá piorar todos os sintomas.
Devido a alta chance de contágio, crianças doentes devem
sempre ser afastadas das creches e escolas por um tempo. 
É também devido a isso que crianças frequentadoras de creche
ficam muito mais doentes em relação às não frequentadoras. A
média é de cerca de 10 viroses por ano, quase uma por mês, por
isso parecem estar sempre doentes.
As viroses podem evoluir mal, com manifestações mais graves,
como meningite, pneumonia, bronquiolite, miocardite, etc.
Pode também ocorrer de bactérias aproveitarem as
inflamações, secreções, e também da baixa no sistema
imunológico, e causar infecções secundárias. É por isso que
crianças resfriadas/gripadas tem maior propensão a apresentar
otites, pneumonias, sinusite bacteriana p.ex.
Pode também ocorrer de bactérias aproveitarem as
inflamações, secreções, e também da baixa no sistema
imunológico, e causar infecções secundárias. É por isso que
crianças resfriadas/gripadas tem maior propensão a apresentar
otites, pneumonias, sinusite bacteriana p.ex. @
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Essa evolução às vezes pode ocorrer em algumas horas. Por
isso a “mania” do pediatra sempre orientar uma reavaliação
caso haja piora do quadro ou manutenção da febre. Como
exemplo, não raro a criança ser avaliada pela manhã sem
nenhuma manifestação e a noiteretorna ao PS com uma
otite. Ou então cansada por uma bronquiolite.
Esses são alguns Sinais de Alarme que podem sugerir uma
evolução ruim, necessitando de uma avaliação ou reavaliação
médica:
Febre: se persistir por mais de 72 hs ou estiver aumentando
em valor e/ou frequência; ou retorna após alguns dias afebril.
Em menores de 3 meses qualquer febre é sinal de alarme
(exceto nas primeiras 24hs após vacina).
Respiração mais rápida que o normal, cansaço (identificado
quando o esforço para respirar faz aparecerem as costelas ou a
criança usa o abdômen), chiado audível.
Irritabilidade importante, dor intensa que não melhora com
analgésicos (melhor se avaliados fora da febre).
Vômitos que não melhoram com medicação anti-hemética ou
quando a criança não aceita nenhum liquido ou alimento.
Sinais de desidratação: ficar sem urinar por mais de 6 horas,
olhos fundos, choro sem lágrimas, boca e língua secas,
prostração intensa.
Fezes com sangue.
Manchas no corpo devem ser sempre avaliadas por um
médico.
A qualquer momento onde haja dúvidas na gravidade do
quadro.
Considerações sobre algumas doenças comuns:
 
Resfriados x Gripes:
 A gripe é um quadro parecido com o resfriado, porém com
sintomas mais intensos. Ambos dão tosse, coriza (nariz
escorrendo), dor de garganta, febre e outros sintomas virais.
Em crianças pequenas às vezes é difícil a diferenciação, em
maiores e adultos as gripes são aquelas que deixam de cama.
 
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Existem vários vírus causadores de ambos, e eles mudam todos
os anos através de mutações. Por isso, mesmo pessoas vacinadas
continuarão a pegar gripes, pois a vacina cobre os vírus mais
“perigosos” daquele ano, assim como pode-se contrair vários
resfriados no ano.
Pneumonia:
 Ocorre quando algum agente infeccioso consegue se instalar no
pulmão. Portanto podemos ter pneumonia viral ( p.ex: os casos
graves de gripe) ou então por bactérias , que muitas vezes se
aproveitam do aumento de secreções e baixa na imunidade
causado por processo viral, e causam a pneumonia. O quadro
clinico pode ser de febre persistente, cansaço, dor no peito, tosse
produtiva sem melhora, vômitos em crianças pequenas e até dor
abdominal. Geralmente sempre trata-se com antibióticos, pois
não há um método que diferencie com segurança quadros virais
de bacterianos.
Bronquiolite:
 É uma complicação que acomete crianças pequenas de até 2
anos de idade, sendo mais comum até os 6 meses de vida. É
secundária a um resfriado, sendo o vírus mais comum o vírus
sincicial respiratório. As inflamações causadas pelo vírus
acometem o bronquíolo, causando algo semelhante à asma (veja
capitulo sobre “tosse”). Com isso há chiado (Sibilos), tosse e
dificuldade de respirar, que se iniciam no 3o dia de doença e
piora até o 5o, em geral. Quanto mais novo o bebê, mais grave a
doença. Como já sabemos, não há tratamento específico, apenas
suporte com inalações com soro, higiene nasal, fisioterapia e, se o
cansaço é muito intenso, pode-se precisar de internação para
uso de oxigênio ou até intubação, para que aparelhos auxiliem o
pulmão trabalhar, até a pior fase passar e o pulmão se recuperar.
Na maior parte dos casos o tratamento é domiciliar, a criança fica
um pouco cansada e com tosse e vai melhorando aos poucos ,
mas como veremos no capitulo de tosse, ela pode persistir por
um período longo.
Otites:
Existem 2 tipos:
Otite média bacteriana: é quando há infecção no ouvido “para
dentro” do tímpano. Ocorre quando há acúmulo de secreção e
multiplicação de bactérias nessa região, que é conectada com os
seios da face e nariz, por isso são comuns após algum resfriado.@
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Sinusite:
 Aqui um assunto polêmico. Por alguma razão obscura muitos
pais adoram e enchem a boca para iniciar a consulta “ Então Dr. ele
TEM sinusite e ai ....” não importa se é uma unha encravada ou uma
batida de cabeça, a sinusite é a culpada. Vamos tentar elucidar um
pouco sobre esta doença.
Essas necessitam antibióticos via oral. Geralmente a dor é
intensa
e persistente, a febre mais alta e a criança fica irritada. 
Pode apresentar vômitos e, se o tímpano romper, a secreção
(pús) irá sair pelo ouvido. 
Nem toda dor de ouvido necessita antibióticos. Muitas delas são
otites virais, quando a dor é mais leve, melhora com medicação e
a febre é mais branda. Melhoram após poucos dias e trata-se
com analgésicos e antiinflamatórios. Panos quentes ou bolsas de
água morna também ajudam bastante na dor.
Otite Externa: quando há inflamação no canal auditvo, “para
fora” do tímpano. São aquelas dores de ouvido quando a criança
frequenta piscina ou praia. O tratamento é com gotas otológicas
que possuem uma mistura de anti-inflamatórios, antibióticos e
anestésicos.
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Possuímos na face cavidades preenchidas por ar, conectadas à
cavidade nasal, chamadas Seios (sinus) da Face ( abreviarei como
SF) conforme figura : 
 Suas funções são aquecer e umidificar o ar inspirado, diminuir
o peso do crânio, equilibrar pressão na cavidade nasal, entre
outras.
 Eles naturalmente produzem muco, sendo este enviado para ser
deglutido ou expelido pelo nariz e boca. Em algumas situações
essa produção fica aumentada devido haver uma inflamação na
mucosa (o tecido que reveste os SF), como nas IVAS – infecção
de vias aéreas superiores (veja capítulo de “tosse”) - e nas rinites.
Com isso há acumulo de secreção, causando uma sinusite (
Sinu=Seio, “Ite”=inflamação). Sendo assim, qualquer resfriado
pode causar uma sinusite, no caso viral, levando a secreção nasal
e todos sintomas associados, que podem ser tosse com piora
noturna (pois quando se deita o catarro escorre para a garganta),
dor ou peso na cabeça, mau hálito, dor de garganta e febre.
Mesmo nos quadros virais, a secreção pode se iniciar clara e
passar para amarelada e esverdeada.
 A sinusite que todos conhecemos seria a bacteriana aguda, esta
sim necessita de antibióticos para tratar. Ela ocorre quando
bactérias invadem essa secreção estagnada e levam a uma
infecção nos seios da face, e para isso ocorrer leva cerca de 10
dias.
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 Suspeitamos de sinusite bacteriana quando há secreção nasal por
mais de 7 a 10 dias que esteja piorando ao invés de melhorar; ou
quando a secreção persiste por período prolongado; ou a criança
mantém os sintomas do resfriado após esse período e volta a ter febre.
Para o diagnóstico rotineiro não é necessário um raio x dos SF........
NÃÃÃOOOO???? Como assim??? Todos os médicos sempre pedem!!!!!
Eu explico.
 1- Os SF não estão aerados e formados por completo nas crianças
pequenas e ainda são bem pequenos. Eles vão se expandindo e
aerando e estarão na forma do adulto por volta dos 12 anos
terminando seu desenvolvimento aos 20 anos. Portanto o Rx de
crianças abaixo dos 5 anos não se vê muita coisa. 
 2- Mesmo que se faça o Rx de SF e ele venha alterado, mostrando
secreção em algum deles, isso não significa que seja uma sinusite
bacteriana. Qualquer resfriado pode causar esse acúmulo de
secreção. Por isso o diagnóstico é clínico.
 Em algumas situações o Rx pode ser útil, mas isso geralmente quem
necessita são os otorrinos durante o acompanhamento de casos mais
complicados, podendo ser necessário realizar uma tomografia, que
fornece muito mais informações.
 Mas porque muitos médicos pedem o bendito Rx ???
 Na maior parte das vezes por pressão dos cuidadores. Como foi
utilizado por muito tempo, ficou enraizado no costume popular e
também de muitos médicos; e muitos pais não ficam satisfeitos se
você faz o diagnóstico apenas clínico. Logo, é mais fácil e rápido pedir
o Rx do que tentar convenceralguém.
 Então agora você já sabe: Nem toda dor de cabeça é sinusite. Nem
toda sinusite precisa de antibiótico. O aspecto da secreção não é tão
relevante. Não precisa duvidar do médico se ele falar ser ou não
sinusite sem Rx.
Diarréia:
 Mais comumente causada por vírus, sendo o principal o Rotavirus,
com diarréia aquosa e abundante. As bacterianas são semelhantes aos
vírus, mas podem causar muco e sangue nas fezes e se forem graves
necessitam antibióticos. Há também diarréia secundária ao uso de
antibióticos, por eles alterarem a flora intestinal normal. 
O tratamento geral já foi descrito acima e o principal é não deixar a
criança desidratar. Diarréias agudas podem durar até 14 dias e
também melhoram sozinhas na maior parte dos casos. Se persistirem
por período maior que este ou estiverem piorando, devem ser
investigadas.@
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 Para se evitar o contágio entre o doente e os cuidadores sempre
lave as mãos após trocar a criança e antes de comer, e lave as dele com
frequência também. A vacina de rotavírus é importante para diminuir
o contágio e formas graves.
RESUMINDO:
Sempre que seu filho apresentar uma virose, você pode iniciar o
tratamento geral sem preocupações maiores, pois na enorme
maioria das vezes não irão evoluir para algo mais grave. Quem
conhece melhor a criança são os pais, então confie se achar não ser
nada grave. Na dúvida contate seu pediatra.
Fique atento aos Sinais de Alarme, eles servem para você
identificar que algo não esta indo bem e procurar atendimento
médico. E também confie nos seus instintos. Se achar que seu filho
não está bem, leve-o para avaliação médica.
Note que os quadros virais apresentam diversos sintomas juntos,
enquanto os bacterianos costumam ser mais localizados. P.ex: uma
pneumonia em geral dá tosse, febre, cansaço e um rx alterado. Não
vem com acometimento de outros locais.
Não adianta ir vários dias seguidos no PS queixando-se de não ter
melhorado. Como dito acima, viroses demoram para melhorar.
Também não adianta “já levar logo pra não piorar”. Médico não
faz milagre. Se seu filho iniciou uma virose hoje ou ontem, ele irá
piorar no inicio, como explicado.
Acredite se seu médico disse ser “só uma virose”. É muito mais
trabalhoso convencer os pais disso do que sair prescrevendo
antibióticos e exames para qualquer febre. E, na maioria dos casos,
não é preciso colher exames para confirmar.
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Tosse
 
 A tosse é um reflexo importante cuja função é ajudar a limpar secreções
(catarro) das vias aéreas, que são todas as ramificações que levam e
trazem o ar dos pulmões (fig.1). Ela também ajuda a impedir que algo
estranho entre nas vias aéreas , como líquidos, alimentos e objetos. Na
ausência deste reflexo, estamos muito mais predispostos a adquirir
pneumonias.
Figura 1
 
Figura 2
 
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Ela é um dos maiores incômodos nos pacientes pediátricos , e também
um dos maiores desafios aos pediatras, pois crianças tossem o tempo todo,
deixando pais angustiados e pediatras com a orelha quente.
Principais causas em crianças são :
Infecções das vias aéreas superiores (IVAS) - traquéia para cima.
Infecções das vias aéreas inferiores (Pneumonias) - traquéia para
baixo.
Asma ( Bronquite, bronquite alérgica, bronquite asmática, todos
nomes usados para asma).
Objetos (corpo estranho) em vias respiratórias.
 A causa mais frequente disparado são os Resfriados e Gripes (chamamos
comumente de infecção de vias aéreas superiores – IVAS), já abordado em
parte no capítulo sobre “A criança doente”. As vias aéreas superiores são
mostradas na figura 2.
 Infelizmente ainda não se descobriu alguma medicação efetiva e segura
na faixa pediátrica para o tratamento da tosse causada pelas IVAS.
 As recomendações na literatura médica, inclusive da Organização Mundial
da Saúde, são para não utilizar medicações em crianças. 
Sabemos da agonia dos pais em querer fazer alguma coisa por seu filho, mas
os “xaropes pra tosse” possuem medicações, e estas não possuem benefícios
comprovados, muitas não possuem estudos comprovando sua segurança
em crianças, levam a gastos desnecessários e podem, inclusive, causar mal.
São muito vendidos e geram muito dinheiro, por isso se encontra uma
infinidade nas prateleiras das farmácias, mas servem apenas para os pais
pensarem estar fazendo algo pelo filho. São muito prescritos devido à
pressão sobre os pediatras, pois já se tornou cultural que toda tosse necessita
do bendito xarope. O pediatra que não prescreve é tido como um péssimo
médico (“onde já se viu !! Fiquei 2 horas nessa fila pra ele não me passar nada
!!?? E nem pediu um raio X!!! ”… já ouvi muito essa
frase nos PS’s, mas tento não sucumbir).
 O objetivo aqui é tentar quebrar esse pensamento, com argumentos
baseados em estudos médicos e recomendações atuais. São inúmeras as
formulações de medicações que prometem acabar com a tosse, soltar o
catarro ou outras maravilhas (Hedera helix, ambroxol, acetilcisteina,
dropropizina,…). Os “antigripais” nada mais são do que a associação de algum
analgésico associado a uma ou mais destas drogas:
Entre as mais comuns no mercado são:
Antitussígenos: inibem o reflexo da tosse, causando retenção de
secreções e predispondo a pneumonias, além de possuírem efeitos sedativos,
levando a sonolência e com isso menor ingesta de alimentos e líquidos pela
criança. Devido a isso, há risco de intoxicações graves.
Anti-histamínicos (antialérgicos): apesar de comumente receitados para
qualquer tosse, eles só possuem algum efeito nos casos de alergia.
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Também possuem efeito sedativo, além de deixarem as secreções mais
espessas e difíceis de serem expulsas. Podem causar sonolência
excessiva em bebês pequenos.
Expectorantes/Fluidificantes: não possuem nenhum efeito
comprovado em auxiliar nas IVAS. São usados em casos específicos
de doenças crônicas e graves do pulmão, como fibrose cística e
enfisema.
Descongestionantes: podem levar a casos graves de bradicardia
(coração bate muito devagar) quando ingeridos em dose elevada. Não são
raros os casos de intoxicação atendidos em PS’s. Além disso, os tópicos
causam irritação no revestimento das cavidades nasais se
usados por tempo prolongado, não sendo recomendados nem para
adultos.
Ahhhhh…mas espera ai Dr. Eu dou o xarope X pro meu filho e depois
de uns dias ele sempre melhora…. Sim, porquê iria melhorar de
qualquer forma. A não ser que seja um corticóide, o mais usado é a
prednisolona (Predsim®,Prelone®) ou Dexametasona (Decadron®).
Esses realmente podem aliviar a tosse, porém possuem vários efeitos
colaterais se usados de forma inadequada, entre eles: influência no
crescimento, baixa na imunidade, doenças ósseas, ganho de peso. Se
a criança receber toda vez que tiver tosse, praticamente todo mês ela
estará tomando corticóides. São medicações excelentes se usadas com
indicação precisa, como veremos mais a frente.
 Além do exposto, qualquer medicação possui chance de efeitos colaterais
diversos, risco de intoxicação (algo muito comum em
pediatria, pois geralmente os xaropes são gostosos e a criança bebe o
frasco todo por prazer), causa de alergias (mais comum pelos corantes do
que pela própria medicação). Ou seja, administra-se algo à criança sem
nenhum benefício comprovado, e corre-se o risco de efeitos indesejáveis,
levando a retornos a PS, estresse pela criança e novas medicações para
sanar os malefícios das outras.
 Sendo assim, a máxima em pediatria “menos é mais” se aplica muito
bem aqui.
 Meu Deus e agora ?? Não tem o que fazer ??
 Calma... Temos sim algumas opções eficazes.
O tratamento recomendadopara os resfriados e tosses sem gravidade é:
Higiene nasal com soro fisiológico, podendo ser com uma seringa ou
com os diversos tipos de dispositivos comercializados, como spray, jato
e conta-gotas (Rinosoro, Salsep, Maresis, etc.). Existem, para auxliar na
higiene, perinhas e outros aparatos que sugam o catarro, específicas
para esse fim.
Inalação com soro fisiológico em aparelhos para nebulização.
Ambos podem ser realizados à vontade. Nesse caso, quanto mais
melhor.
Umidificadores de ambiente se o tempo estiver seco.@
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Mel de abelhas, puro, não os xaropes industrializados. Ele
comprovadamente possui ação antioxidante e antimicrobiana, sua
propriedade emoliente (hidratante) das vias aéreas superiores reduz os
sintomas da tosse, melhoram a qualidade do sono e diminuem a
secreção. Não existe uma dose preconizada, apenas cuidado para não
exagerar, pois o mel contém bastante açúcar. Uma colher de sobremesa
já é suficiente.
Apenas utilizar em crianças acima de 1 ano de vida, de preferência
mel pasteurizado.
E quanto tempo pode durar a tosse ?
Infelizmente a resposta é: talvez bastante.
Estudos mostram a duração dos sintomas em média das IVAS:
Neste gráfico temos % de Pacientes com sintomas x Dias de doença.
Note neste estudo que, como dito no capítulo “Criança Doente”, os
sintomas pioram nos primeiros dias. Tosse e secreção nasal podem durar
até mais de 14 dias, dor de garganta 9 e febre 7 dias.
Neste outro estudo esses períodos são corroborados, mostrando ainda
o tempo de dor de ouvido de até 8 dias, tosse por bronquiolite 21 dias,
tosses em geral 25 dias.
 
-Cold=resfriado
-Flu=gripe
-Fever=febre
-Sore throat=dor de garganta -Nasal discharge=secreção
nasal -Cough=tosse
-Patients with sintoms=pacientes
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 Conclui-se então que, com todo esse tempo para a completa
recuperação de uma virose, é muito comum a criança estar se
recuperando.... e pegar uma nova. Dai a queixa de “Essa criança vive
doente Doutor...” ou “ Ah ele está com essa tosse há 4 meses...” ou “
Foi entrar na creche e não pára de tossir...”
Outras causas de tosse:
Pneumonia, Sinusite e Laringite: são abordadas no capítulo “Criança
Doente”
Asma:
 É uma das doenças crônicas mais comuns em pediatria. Ela ocorre
devido a uma resposta inflamatória exagerada de certos indivíduos
frente a estímulos alérgicos, chamado de hiper-reatividade das vias
aéreas. Daí que vem o nome bronquite (“ite” em medicina é quando há
inflamação em algum lugar, nesse caso dos brônquios). Essa resposta
inflamatória leva a inchaço na parede dos brônquios e bronquíolos
(relembre na figura 1 e veja figura 3) e produção aumentada de muco
(catarro). Com isso o ar passa, com mais dificuldade, e não consegue sair
normalmente dos alvéolos, e isso gera o chiado e falta de ar.
Duration of symptoms of respiratory tract infections in children: systematic review 
BMJ 2013; 347 doi: https://doi.org/10.1136/bmj.f7027 (Published 11December 2013).
 
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Figura 3
 Os sintomas dependerão do grau desta inflamação. O quadro em geral
pode apresentar:
Tosse: é o principal.
Pode ter características específicas: Ser persistente por mais de 3
semanas, e/ou tosse noturna recorrente, e/ou então desencadeada por
exercício, risadas ou choro.
Sibilos (chiado no peito): Geralmente quando estão presentes a
criança fica cansada, com respiração difícil e a tosse piora. Nesse caso
temos uma crise aguda de asma.
Sintomas sazonais (em estações determinadas do ano) - crises pioram
no inverno p.ex.
Se os sintomas melhoram com uso de broncodilatadores (serão
explicados `a frente), é bem sugestivo de asma.
Dor ou aperto no peito.
Crises de tosse e cansaço podem ser desencadeadas por quadros de
gripes e resfriados, assim como mudanças climáticas, poeira, cigarro,
cheiros, mofo, pólen, ambientes com animais, entre outros.
É muito comum a história familiar de asma ou outras doenças
alérgicas.
Também muito comum a associação com outras alergias como rinite,
dermatite atópica (alergia de pele) ou alergia alimentar.
 O diagnóstico é feito pelo quadro clinico e pelo exame chamado
espirometria, que só consegue ser feito a partir dos 5 anos de idade. Antes
disso chamamos de criança sibilante ou “chiadora”, podendo evoluir para
asma no futuro ou nunca mais apresentar nenhuma crise.
 O tratamento da crise aguda é feito com broncodilatadores de ação
rápida,salbutamol (Aerolin®) ou fenoterol (Berotec®). Eles rapidamente
abrem os brônquios e facilitam a passagem do ar. Aqui sim usa-se
corticóides por via oral, para tirar da crise, pois os benefícios são bem
maiores que os malefícios.@
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Em casos graves em PS usamos corticóide endovenoso (Solumedrol®) e
oxigênio, entre outras medicações de acordo com a gravidade e
resposta do paciente.
 A asma pode evoluir para quadros graves, com insuficiência
respiratória, necessitando intubação (quando passamos um tubo pela
laringe e acoplamos em um ventilador para auxiliar o trabalho do
pulmão) ou até a morte, portanto crianças sibilantes devem sempre ter
um acompanhamento rigoroso com seu pediatra.
 Os broncodilatadores podem ser admnistrados por inalação junto ao
soro fisiológico ou pelas “bombinhas” (Spray oral) acopladas à um
espaçador e, dependendo da idade, máscara. Ainda existe um pavor
em relação às bombinhas, muitos acham que “viciam” ou “atacam o
coração”, quase uma lenda urbana. Isso é mera crendice. Os
broncodilatadores possuem efeitos colaterais, podendo levar a
taquicardia (batedeira) e tremores, até enjôo, vômitos ou mal estar;
porém eles passam em alguns minutos, e os benefícios de tirar uma
criança da crise superam de longe os riscos dos efeitos colaterais.
 Atualmente o de escolha para qualquer idade é o Aerolin na forma de
spray oral. Isso porque ele possui muito menos efeitos colaterais que o
fenoterol (Berotec). Os efeitos colaterais também ocorrem mais nas
inalações, pois uma parte da medicação é absorvida pela mucosa do
nariz, sendo levada para o sangue, algo que quase não acontece com o
spray oral, onde a medicação vai direto para o pulmão.
 Portanto, pais de crianças sibilantes que sabem como utilizar os
broncodilatadores, podem usá-los em casa nos casos de crises leves
sem receio. Muitas vezes essas crises melhoram com uma ou duas
doses, evitando-se a exposição e incômodo de uma visita ao PS.
 Para pacientes com quadros recorrentes de crise ou mantenham
sintomas persistentes, utiliza-se medicações preventivas de uso
contínuo, tornando as crises mais espaçadas e mais leves, com objetivo
final de não acontecerem mais até a melhora completa dos sintomas.
Os corticóides inalatórios, associados ou não à broncodilatadores de
longa duração, são os mais utilizados
(flixotide®,seretide®,fluir®,clenil®...). Existem diversos tipos de
medicamentos e dispositivos para este fim. Há também o montelucaste
(montelair®) que pode ser associado aos anteriores ou usados como
única terapia para quadros mais leves.
Aspiração de corpo estranho:
 Crianças engolem e colocam objetos em todos orifícios, sendo o mais
perigoso quando os aspiram. Objetos pequenos podem ir para os
brônquios, causando desconforto respiratório. O melhor é a prevenção,
sempre evitando a manipulação de pequenos objetos pela criança.
 A aspiração deve ser suspeitada em casos de quadro súbito de tosse
numa criança que engasgou com comida ou manipulava objetos, e
deve ser levada prontamente ao PS.
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Visão Geral da Febre
 Febre éuma resposta normal do organismo a uma variedade de
condições. Por causa da variação normal da temperatura do corpo, não
há nenhum valor único que é definido como febre. Em geral,
consideramos a medida da temperatura axilar maior que 37.8oC, esta
que estamos mais habituados no Brasil. Você pode obter valores
diferentes, dependendo de como tirar a temperatura– oral, axilar, orelha,
testa, ou retal.
 A temperatura normal das pessoas varia entre cada individuo e de
acordo com o horário do dia (variação circadiana): é mais baixa pela
madrugada e no início da manhã, e é máxima no final da tarde e no
início da noite.
Sendo assim, a febre se dá quando a temperatura do corpo está mais
elevada do que o usual.
 Como medir a febre? Na minha opinião, os únicos termômetros
confiáveis são os axilares. Todos os outros dão erro de leitura muito
frequente. Sempre deixe de 3 a 5 minutos no total . Não confie no bip.
 Infecções também podem causar hipotermia (temperatura baixa,
abaixo de 36oC) que se associado à mau estado geral , pode indicar algo
mais grave.
Porém a hipotermia numa criança bem pode ser apenas a variação
normal do dia como visto acima.
 Febre é uma das causas mais comuns de procura por atendimento
pediátrico, principalmente o que chamamos de febre sem sinais de
localização (FSSL), quando a criança apenas tem febre sem nenhum
outro sintoma. Isso é muito comum e na maioria das vezes são
processos virais que ainda não manifestaram outros sintomas.
Veremos à frente quando essa FSSL necessita avaliação urgente ou
quando podemos observar e ver se sintomas virais aparecem.
E porquê existe esse medo?
 Sim, a febre pode ser assustadora e indicar alguma coisa grave, porém
é na minoria das vezes onde isso ocorre. Na década de 1980 criou-se
o termo “fever phobia” (febrefobia) para se estudar esse assunto,
visto que ocorre no mundo todo, e se mantém desde aquela época,
apesar de todo avanço em termos de informação nos dias atuais. Os
estudos mostram que muito do medo se dá por falta de
informação, pois os cuidadores não sabem identificar quando pode-
se tratar de algo grave, e também que o maior medo dos pais são
dano cerebral, convulsão, infecções graves ou morte.
 Por isso é importante saber o básico por fontes confiáveis para não viver
em pânico, pois seu filho terá febre algumas, ou inúmeras, vezes na vida.
 Tentaremos aqui elucidar quais os indícios de gravidade e como lidar
com a febre.@
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Causas:
 Infecções, principalmente virais, são a causa mais comum
disparadamente, Mas podem ser bacterianas ou fúngicas.
 Câncer, desidratação grave, doenças neurológicas, entre outras
condições.
 Nascimento dos dentes não possui nenhuma base cientifica
comprovada, sendo assim, não se deve pensar ser esta a causa. O que
acontece muitas vezes a criança estar com os dentes nascendo e pega
uma virose, e todos associam então a febre com dente.
 Agasalhar demais crianças menores de três meses pode aumentar
ligeiramente sua temperatura, pois eles ainda não conseguem controlá-la
adequadamente. No entanto, uma temperatura acima de 38oC não deve
ser considerada por excesso de roupas e deve ser avaliada.
 Psicogênica: pessoas que em situações de estresse fazem febre, ainda
não se sabe exatamente quais os mecanismos envolvidos.
 Vacinas: podem causar febre por períodos variáveis dependendo de
qual foi aplicada, em geral duram até 48 horas.
 O desafio para os pais é saber quando deve se preocupar e procurar
atendimento médico.
 Crianças que já possuem alguma doença crônica ou condição
especial devem seguir as recomendações de seus médicos.
Quando procurar atendimento médico ou consultar seu pediatra 
(sinais de alarme):
Bebês com idade inferior a três meses sempre devem ser avaliados
em caráter de urgência, salvo no período pós-vacinal imediato, se
estiverem bem (ativos, mamando bem, bom estado geral)
Febre persistente por mais de 72 horas
Febre acima de 39,4°C
Crianças de qualquer idade que tenham uma primeira convulsão
febril
Crianças com febre e manchas na pele
Quando a criança apresentar uma má impressão geral, aspecto abatido,
inapetência importante, irritabilidade acentuada, letargia, apatia, fácies de
sofrimento, choro inconsolável, gemência. ou se houver alguma dúvida na
gravidade, 
Ou seja, sinais de uma criança que não está bem. Tudo isso observado
após baixar a temperatura.
Lembrando que febre não é uma emergência. Pode ser tratada e
observada sem desespero.@
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Quando posso medicar e observar?
 A febre deixa a criança mais irritada, manhosa, com dor de cabeça e
dor no corpo, indisposta, inapetente, taquicárdica (batedeira) e
taquipneica (respirando rápido) durante o período de temperatura mais
elevada. Por isso, sempre que precisar, pode medicar,
Porém, se fora da febre ela apresentar melhora do abatimento e
sintomas, ativa, brincando, aceitando liquidos, urinando normalmente,
sem alguma dor importante, pode-se controlar a febre e observar.
 Muito comum o atendimento em PS de crianças pulando e correndo
no hospital, por febre há menos de 24 horas e pais desesperados…
claramente elas não precisariam de uma consulta naquele momento. 
E ao invés de estarem em suas casas sossegadas descansando ou
brincando, ficaram horas num PS lotado expostas a inúmeras doenças,
e vão para casa com receita de dipirona e observação.
Devo tratar a febre?
 Aqui a literatura médica é controversa. Na minha opinião não existe
porquê manter uma criança com febre, sendo assim sempre pode-se
ministrar algum antitérmico, mesmo se for levar ao médico...
 Jamais usar AAS (aspirina) pelo risco de uma complicação grave
chamada síndrome de Reye. Hoje temos Dipirona (Novalgina®), que na
minha experiência parece ser mais efetivo, Paracetamol (Tylenol®) e
Ibuprofeno (Alivium®), sendo este ultimo um anti-inflamatório, e por
esse motivo não deve ser utilizado com frequência ou por períodos
prolongados pelo risco de gastrites ou injurias renais, e deve ser evitado
em menores de 6 meses. (leia a bula )
Posso alternar medicações?
 Alguns estudos mostram que há riscos nessa prática. Os maiores riscos
relatados são lesão no rim (por muito remédio circulando no
organismo) ou superdosagens e intoxicação por confusão de
medicações.
 Alguns estudos mostram beneficio, por manter a temperatura baixa
por mais tempo. Na prática acabamos por orientar a alternância, pois
algumas febres são mais persistentes ou voltam antes das 6 horas da
medicação. Então deve-se escolher duas medicações e dar em
intervalos mínimos de 3 horas entre elas, mas só se a febre voltar.
 
 Mas sempre tome cuidado, verifique com outros cuidadores qual
medicação foi dada, não use remédios que possuam mais de uma
droga na formulação.@
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E o banho frio?
 Estudos mostram que o banho apenas baixa a temperatura da pele,
não modificando a temperatura central do corpo, e causa calafrios e
sensação ruim. Portanto não são recomendados pois apenas fazem a
criança sofrer mais. Claro que um banho morno não terá problemas,
ainda porque a criança sua muito e irá precisar. 
Banhos com álcool, como são costume em alguns lugares, são
proibidos, não servem para nada e há relatos de bebês intoxicados
pelo álcool absorvido pela pele!
 Aumente a oferta de líquidos, pois a febre pode causar desidratação;
deixe a criança em repouso, evitando passeios ou atividades, ofereça
alimento sem forçar ou substituir por guloseimas e mantenha com
roupas leves.
Desmistificando os medos:
Dano cerebral por febre é algo muito difícil de ocorrer, necessita uma
temperatura muito elevada, algo raro em crianças saudáveis e por
doenças comuns.
Infecções graves: nesses casos a criança irá apresentar ossinais de
alarme citados acima. O valor da febre isoladamente não costuma
representar algo grave, porém temperaturas acima de 39,4oC há uma
maior chance de ser por causa bacteriana.
Convulsão febril: são quadros convulsivos benignos, não evitados por
antitérmicos, ocorrem na faixa entre seis meses e seis anos de idade,
não causam sequelas e cessam com a idade. Ocorrem apenas em
crianças geneticamente predispostas, geralmente algum dos pais tinha
quando criança. Não é o valor que causa e sim uma mudança brusca na
temperatura (ou seja: uma criança predisposta pode convulsionar com
37,8oC, enquanto uma não predisposta não irá convulsionar nem com
40oC). Como citado, sempre uma criança que não possua o diagnóstico
de ser convulsiva febril, deve ser levada ao PS se apresentar febre e
convulsão.
Conclusão:
 Febre não representa algo a se temer numa criança em bom estado
geral e que fica bem no período de temperatura normal. Podemos
observar e aguardar o período de 48 a 72 horas, se não houverem
sintomas sugestivos de alguma doença especifica ou sinais de
alarme.
 Tudo depende de bom senso... e sempre que houver dúvida quanto à
gravidade, contate seu pediatra ou procure um PS.@
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medicações, o único jeito de saber é tomando…
As doses foram indicadas de acordo com as bulas e fontes técnicas
confiáveis e são calculadas de acordo com o peso.
Sempre verifique qual a concentração do remédio que você irá usar.
Que é mg/ml. Pois isso muda bastante o volume de remédio a ser
oferecido.
Cuidado: a maior parte das medicações 20 gotas correspondem a 1
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Porém não são todas.
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Xarope: 50mg/ml
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O cálculo fica: Peso x 0.4. Em ml
Ex: criança pesa 10 kg. 10 x 0.4 = 4 ml por dose. Máximo de 20 ml
Paracetamol (Tylenol®)
Pode ser dado cada 6 horas se necessário
Dose : 20 mg/ kg
Apresentações: existem várias. As mais comuns:
Gotas: 200mg/ml = 10 mg/gota
Como usar:
O cálculo fica: Peso x 1. Em gotas.
Ex: criança pesa 10 kg. 10 x 1 = 10 gotas por dose. Máximo de 60 gotas.@
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Gotas: 100mg/ml = 5 mg/gota
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O cálculo fica: Peso x 2. Em gotas.
Ex: criança pesa 10 kg. 10 x 2 = 20 gotas por dose. 
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ou baixo.
Exemplos:
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-Criança pesa 15kg: 0,15 x 15 = 2,25mg. Então pode-se dar ½ cp
(2mg ) de 8/8hs..
-Criança pesa 20 kg: 0,15 x 20 = 3mg , pode-se usar 1 cp de 8/8hs
Medicações para Pais
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Dimenidridrato (Dramin®) gotas:
 Não é mais recomendado para vômitos pois o vonau tem efeito
superior e não dá sonolência.
 Usamos atualmente para Cinetose, aquele enjôo e mal estar ao
andar de carro, avião ou navio.
 A dose é 1 gota por kilo até de 6/6 horas, maximo 40 gotas.
Plasil (metoclopramida), Motilium (Domperidona) e Digesan
(Bromoprida) não se recomenda o uso rotineiro em pediatria por
apresentarem efeitos colaterais importantes.
Tosse e Coriza
Inalação e lavagem nasal com soro fisiológico podem ser
realizadas à vontade sempre que precisar, geralmente se utiliza 5
ml na inalação e a lavagem nasal com seringa ou garrafas
próprias. Anti alérgicos podem ser tentados mas não efeitos
muito significativos. Veja os principais abaixo.
Alergia
 
Quadros alérgicos de pele ou rinite, os quais os pais já estejam
acostumados e já possuem o diagnóstico correto e não sejam
graves (p.ex: criança sempre faz alergia a picadas de pernilongo ou
entrou em contato com pelo de gato e começou espirrar..) sempre
podem utilizar anti-alérgicos.
Os mais comuns:
Hidroxizina (Hixizine® ) de 8/8 horas (seguir a dose recomendada
na bula para idade e peso). De 6 meses a 2 anos.
Desloratadina (Desalex®): 
6 meses a 1 ano: 2 ml 1 vez ao dia
1 a 5 anos: 2,5 ml ; 5 a 12 anos: 5ml,
Sempre 1 vez ao dia
Loratadina (Claritin®) xarope - 2 a 6 anos 5 ml; acima de 6 anos 10
ml. Sempre 1 vez ao dia.
Fexofenadina (Allegra® xarope) - 2 a 11 anos: 5ml de 12/12 horas@
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