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Vigas a flexão simples: seções T Apresentação Nas estruturas de concreto armado, os elementos estruturais trabalham de forma solidária uns com os outros, transferindo as cargas atuantes e auxiliando na resistência dos esforços solicitantes. As vigas são elementos lineares cujo principal esforço atuante é o de flexão, ocorrendo casos em que as lajes contribuem com parte da resistência do elemento a esse esforço. Assim, essas vigas são denominadas vigas T, em função do formato da junção entre a viga e laje. Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá a correlacionar as semelhanças entre as vigas T e as lajes, a diferença entre vigas de seção retangular e seção T, com base na posição da linha neutra e nos pontos nulos do diagrama de momento fletor, como dimensionar as vigas T simplesmente armadas e o seu uso como lajes. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Relacionar semelhanças entre vigas T e lajes.• Dimensionar vigas T simplesmente armadas.• Reconhecer o uso de vigas T como lajes.• Desafio No dimensionamento de estruturas de concreto armado, um dos grandes desafios é desenvolvimento dos cálculos de forma correta para determinar os esforços solicitantes nos elementos estruturais e como combatê-los. Você é profissional de uma grande empresa e foi solicitado que realizasse o projeto estrutural para um cliente especial. Nesse contexto, responda: a) Qual é o momento atuante na mesa da viga? b) Qual é o momento atuante na nervura da viga? c) Qual é a profundidade da linha neutra? d) Realize as verificações relativas ao posicionamento da linha neutra na viga. e) Qual é a área de aço total da viga? Infográfico O processo de dimensionamento das vigas de seção T será diretamente influenciado por variáveis como a posição da linha neutra na viga e a atuação dos momentos solicitantes; de acordo com estes, ela poderá ser falsa ou verdadeira. Por isso, é muito importante que esses conceitos sejam bem assimilados. Acompanhe, neste Infográfico, os casos em que a linha neutra e os momentos atuam para definir se as vigas T são falsas ou verdadeiras. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/083084ab-cdbb-420a-8029-68021ad2e98f/8d4aef7c-6ecd-454f-b9ab-0c5aeb6abbbf.jpg Conteúdo do livro Lajes maciças e vigas geralmente trabalham de forma colaborativa. Parte da laje é incorporada pela viga e a auxilia na resistência aos esforços de flexão, assim a viga passa ter uma seção do tipo T. Além das lajes maciças, as lajes nervuradas apresentam comportamento semelhante às vigas T. Essas vigas são compostas por uma parte horizontal da laje, chamada de mesa, e uma parte vertical, chamada de nervura ou alma. Para determinar o comportamento dessas vigas e o seu dimensionamento, parâmetros como a posição da linha neutra são de extrema importância, pois a depender de sua posição, a viga, mesmo que ligada à laje, pode assumir uma seção retangular. No capítulo Vigas a flexão simples: seções T, da obra Concreto armado aplicado em vigas, lajes e escadas, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá a identificar as semelhanças entre vigas T e lajes e a dimensionar vigas T simplesmente armadas e o uso de vigas T como lajes. Boa leitura. CONCRETO ARMADO APLICADO EM VIGAS, LAJES E ESCADAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Relacionar semelhanças entre vigas T e lajes. > Dimensionar vigas T simplesmente armadas. > Reconhecer o uso de vigas T como lajes. Introdução As lajes podem ser moldadas de forma monolítica com as vigas, ou seja, quando determinada largura da laje se torna parte integrante da viga, temos o que cha- mamos de viga seção T. Nesta associação, as lajes contribuem para a resistência da viga nos esforços de flexão. Neste capítulo, você estudará a respeito da interação existente entre lajes e vigas, aprenderá a diferenciar uma seção T verdadeira de uma seção retangular, com base na determinação da posição da linha neutra, e conseguirá fazer o dimensionamento das vigas T simplesmente armadas e sua aplicação na indústria da construção. Interação entre vigas T e lajes No Brasil, a NBR 6118: projeto de estruturas de concreto — procedimento (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS [ABNT], 2014) é o documento que estabelece os requisitos básicos para os projetos de estruturas de con- creto armado. As vigas podem ter variadas formas geométricas de seção transversal, sendo as mais comuns as de seção retangular — I, T e duplo T —, também conhecidas como lajes Pi (π). Vigas a flexão simples: seções T Eduarda Pereira Barbosa Em casos reais de construção, ocorrem situações nas quais as lajes transferem cargas para as vigas, estas, por sua vez, para os pilares e por conseguinte para as fundações. Isso porque as estruturas de concreto são consideradas monolí- ticas, isto é, todos os elementos que a compõem trabalham de forma conjunta. A seção T é muito comum quando se considera a contribuição das lajes sobre as vigas, ou seja, à medida que a viga sofre uma deformação, as lajes vizinhas nela apoiadas também sofrem essa deformação e podem colaborar com a resistência, atuando como partes integrantes da viga. Assim, ela incorpora parte da laje e sua seção transversal deixa de ser retangular e passa a assumir o formato de um T visualmente imperceptível (CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO, 2014). As vigas T apresentam a configuração geométrica exibida na Figura 1a. Figura 1. (a) Seção transversal de uma viga T. (b) Viga T falsa. (c) Viga T verdadeira. Fonte: Adaptada de Carvalho e Figueiredo Filho (2014). Uma viga T é composta pela mesa que representa a parcela da laje que faz parte da viga, e a parte vertical é chamada de nervura ou alma. A altura total da viga é representada por h, enquanto hf corresponde à espessura da mesa. A largura da mesa é dada por bf, e bw representa a largura da nervura (BASTOS, 2019). Apesar dessa representação, a seção transversal em formato T não é o único requisito necessário para que se considere uma viga T verdadeira, já que há casos em que, mesmo com a seção transversal nesse formato, a viga para fins de cálculo deve ser considerada retangular, em função da posição da linha neutra (x) em relação à espessura da mesa. Vigas a flexão simples: seções T2 Quando a viga está submetida a um momento positivo, para que seja T ver- dadeiramente, a linha neutra deve passar pela nervura (CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO, 2014; PORTO; FERNANDES, 2015). Nas Figuras 1b e 1c, as regiões hachuradas representam a região comprimida das vigas analisadas. Para diferenciar a seção transversal a ser adotada, consideramos as seguintes hipóteses: � Se 0,8 ⋅ x ≤ hf: a profundidade da linha neutra será igual ou inferior à espessura da mesa; então, a região comprimida será retangular. Nessa condição, os procedimentos de cálculos serão realizados conforme o dimensionamento de uma viga retangular (Figura 1b). � Se 0,8 ⋅ x ≥ hf: a profundidade da linha neutra será superior à espessura da mesa, e a região comprimida estará situada em toda mesa e em parte da alma. Assim, é considerada uma viga T verdadeira (Figura 1c). Nessa análise das seções retangulares, cabe também verificar os sentidos dos momentos atuantes. Para vigas submetidas a momentos negativos, você deve adotar a seção retangular, pois a profundidade da linha neutra não atingirá a mesa da viga, assim como a região comprimida estará posicionada na parte inferior da nervura. Observe, na Figura 2, o diagrama de momento fletor para um piso de concreto armado no qual os elementos atuam de forma colaborativa, e as seções transversais adotadas para as vigas estão de acordo com o sentido do momento fletor atuante. Figura 2. Consideração da seção retangular de vigas em um piso de concreto armado. Fonte: Bastos (2019, p. 44). Vigas a flexão simples: seções T 3 Largura colaboranteImagine uma viga central com lajes adjacentes nos dois lados apoiadas nas outras extremidades em vigas situadas em um vão de 4,5 m para os dois lados. Apenas partes dessas lajes adjacentes colaborarão para a resistência da viga central aos esforços solicitantes, e não toda a sua largura de 4,5 m. Essa parcela da laje que colabora para a resistência da viga é chamada de largura colaborante. Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014), a adoção de uma largura colaborante da laje associada à viga para formar uma seção trans- versal T é utilizada para estabelecer as distribuições de esforços internos, tensões, deformações e deslocamentos de maneira mais real, considerando os elementos estruturas colaborativas, e não isoladas. Portanto, apenas as partes mais próximas à viga colaboram com ela. Na Figura 3, é possível observar que a distribuição da tensão de compres- são σx na viga de seção T concentra-se na região central da nervura da viga e reduz conforme se distancia da viga (BASTOS, 2019). Figura 3. Distribuição de tensões do concreto na largura colaborante. Fonte: Bastos (2019, p. 49). Vigas a flexão simples: seções T4 Para determinar a largura colaborante, a NBR 6118 (ABNT, 2014) estabelece que a bf seja dada pela largura da viga bw acrescida de no máximo 10% da distância a. A variável a equivale à distância entre dois pontos de momento fletor nulo em uma viga e pode ser estimada em função do comprimento desta (l), de acordo com o tipo de vínculo nos apoios nas seguintes relações, representadas graficamente na Figura 4: I. viga simplesmente apoiada: a = 1,00 l; II. viga com momento em uma só extremidade: a = 0,75 l; II. viga com momentos nas duas extremidades: a = 0,60 l; IV. viga em balanço: a = 2,00 l. Figura 4. Distância a de acordo com o tipo de vínculo nos apoios. Fonte: Adaptada de Carmo (2017). Na Figura 5, estão representados dois casos de posicionamento para as vigas T: a primeira parte da viga corresponde a uma viga em balanço em uma extremidade e com continuidade na outra; e a segunda refere-se a uma viga com continuidade nas duas extremidades. As dimensões ilustradas na figura são definidas como: � b1 = largura da aba da mesa entre vigas; � b3 = largura da aba da mesa em vigas em balanço; � b2 = largura do vão entre as faces de vigas; � b4 = largura do vão em balanço. Vigas a flexão simples: seções T 5 A largura colaborante é determinada pelas dimensões bw, b1 e b3. Para isso b1 e b3 devem respeitar os limites estabelecidos pela NBR 6118 (ABNT, 2014). Figura 5. Representações para a largura da mesa colaborante em vigas T. Fonte: Adaptada de ABNT (2014). Determine a largura da mesa (bf) da viga V1. Considere as vigas simplesmente apoiadas nos apoios. Todas as medidas estão em cm. Vigas a flexão simples: seções T6 Dimensionamento de vigas T simplesmente armadas Nesta seção, apresentaremos um roteiro de cálculo para o dimensionamento de vigas T simplesmente armadas. Na fl exão simples, como não existem forças normais (perpendiculares à seção transversal da viga), para o dimensiona- mento, serão aplicadas as equações de equilíbrio de um corpo (BASTOS, 2019). Observe, na Figura 6a, que a viga T representada está submetida a tensões decorrentes da ação de forças resultantes das suas regiões comprimidas e tracionadas, Fcdf representa a resultante do concreto atuante na aba colabo- rante da viga, Fcwd representa a resultante do concreto atuante na nervura e Fsd a resultante da região tracionada. As formulações matemáticas necessárias para o dimensionamento de vigas são determinadas com base nas equações de equilíbrio. Assim, para que a viga esteja em equilíbrio, as forças atuantes na região comprimida devem ser iguais às forças atuantes na região tracionada. De maneira análoga, realiza-se o equilíbrio dos momentos. Figura 6. Esquema para dimensionamento das vigas T. Fonte: Adaptada de Bastos (2019). Entender a Figura 6a será de grande importância para os passos a serem seguidos no dimensionamento, já que a NBR 6118 (ABNT, 2014) determina que a distribuição de tensões no concreto seja realizada em um diagrama do tipo tensão-deformação; porém, pode ser substituído por um diagrama retangular simplificado que correlaciona a tensão máxima do concreto (σcd) com a profundidade do retângulo (y), como demonstrado na Figura 6a. Vigas a flexão simples: seções T 7 Os valores dessas variáveis são determinados de acordo com a classe de resistência do concreto a ser adotado, divididas em dois grupos: � Grupo I (concretos com fck ≤ 50 MPa): Equações (1 e 2) � Grupo II (concretos com 50de momento fletor atuante na nervura (M2). O momento fletor atuante na nervura é calculado levando em consideração que esta é uma seção retangular e assim deve ser calculado. O momento M2 é determinado pela Equação (12): Equação (12) Substituindo-se os valores de Fcwd e z2, obtém-se a Equação (13): Equação (13) Os momentos também podem ser determinados por meio das equações de equilíbrio, em que o momento total ou momento de cálculo (Md) é a soma de M1 e M2, de acordo com a Equação (14): Equação (14) O quinto passo consiste em determinar a profundidade da linha neutra (x). A profundidade da linha neutra (x) é determinada por meio da Equação (15): Equação (15) Para que as vigas estejam submetidas aos esforços de flexão simples, é necessário que x atenda aos seguintes requisitos: Vigas a flexão simples: seções T10 Xlim2 e xlim3 referem-se aos limites de domínios de deformação estabeleci- dos pela ABNT NBR 6118 (2014), os quais podem ser obtidos com as seguintes relações em função da altura útil da viga (d), considerando concretos do Grupo I e aço CA-50: x2lim = 0,26d e x3lim = 0,63 d. Caso este requisito não seja atendido, não será possível dimensionar a viga com a armadura simples, exigindo-se a utilização de armaduras duplas ou ajustes na geometria da viga. Além disso, a ABNT NBR 6118 (2014) estabelece condições de ductilidade para a viga com base na posição da linha neutra (x) e na altura útil da viga (d), a partir dos seguintes critérios: � x/d ≤ 0,45 para concretos com fck ≤ 50 MPa; � x/d ≤ 0,35 para concretos com 50 ≤ fck ≤ 90 MPa. O sexto passo consiste em determinar a área de aço. Para a determinação da área de aço necessária para a armadura da viga, são utilizadas as Equações (16) e (17). A área de aço 1 (A1) será dada pela Equação (16): Equação (16) A área de aço 2 (A2) será determinada da mesma maneira, pela Equação (17): Equação (17) A armadura total (As) é determinada pela soma de A1 e A2, de acordo com a Equação (18): Equação (18) Quando a condição estabelecida pela relação entre a posição da linha neutra e a altura útil da viga (x/d) não for atendida, para que não se modifi- quem as características geométricas iniciais da viga, você poderá fazer o uso da viga de seção T duplamente armada, que tem armaduras tanto na região comprimida do concreto quanto na região tracionada, conforme a Figura 7, na qual Asc representa a armadura de compressão e Ast, a armadura de tração. Vigas a flexão simples: seções T 11 Figura 7. Viga de seção T com armadura dupla. A variável fyd das Equações (16) e (17) corresponde à resistência de cálculo à tração do aço, obtida pela relação fyd = fyk / γs, em que fyk é a resistência ao escoamento do aço e γs, o coeficiente de ponderação da resistência do aço, geralmente equivalente a 1,15. Utilização de vigas T como lajes As vigas T são elementos encontrados principalmente nas lajes maciças, nervuradas e em vigas de pontes. A NBR 6118 (ABNT, 2014), em seu item 14.7.7, defi ne as lajes nervuradas como “lajes moldadas no local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração para momentos positivos esteja localizada nas nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte”. Esses materiais inertes podem ser tijolos cerâmicos, blocos de concreto celular ou isopor e não exercem infl uência na resistência do elemento. As lajes com nervuras pré-moldadas se classifi cam de acordo com o elemento que as compõem, conforme os exemplos da Figura 8. Vigas a flexão simples: seções T12 Figura 8. Elementos pré-moldados de lajes nervuradas. Fonte: Adaptada de Ferreira (2015). Nas estruturas de concreto armado, o concreto é responsável por resistir aos esforços de compressão e o aço aos esforços de tração. Em lajes maci- ças, estas são completamente preenchidas por concreto, com uma região comprimida e outra tracionada, embora apenas o concreto situado na região comprimida contribua de fato para a resistência do elemento. O concreto situado na região tracionada pouco contribui para a resistência à flexão, uma função das armaduras (FERREIRA, 2015). À medida que o vão a ser vencido aumenta, é natural que a espessura da laje também aumente, porém chega a um ponto em que esta altura se torna inviável por critérios técnicos, como a influência do peso próprio do concreto e econômicos, pois, quanto maior a espessura, maior será o volume de con- creto necessário, acarretando maiores custos para a obra. Nesse contexto, as lajes nervuradas configuram-se como uma evolução das lajes maciças, pois o concreto situado na região tracionada é suprimido (BASTOS, 2015). Na Figura 9, está representada a seção transversal de uma laje nervurada. Uma laje nervurada, por ser definida também como uma combinação de vigas unidas pela mesa, tem uma seção transversal em formato “T” com estes elementos atuando de forma monolítica (FERREIRA, 2015). Geralmente, a mesa ou capa de concreto é responsável por resistir aos esforços de compressão e as vigas ou nervuras podem sofrer os esforços de compressão e tração, a depender da posição da linha neutra no elemento (BASTOS, 2015), da mesma forma como visto para as vigas T. Vigas a flexão simples: seções T 13 Note que a seção transversal da laje nervurada se assemelha à seção das vigas de seção T, com os mesmos elementos constituintes. Portanto, o comportamento desse conjunto é semelhante ao de uma viga de seção T. Figura 9. Seção transversal de uma laje nervurada. Fonte: Bastos (2015, p. 68). Diante dos conceitos quanto às lajes nervuradas em relação às vigas de seção T, o seu dimensionamento ocorre da mesma maneira. Uma vez que isso acontece, torna-se necessária a determinação da largura colaborante da mesa, que segue os mesmos procedimentos das vigas. A distância também pode ser determinada levando em consideração o comprimento L do tramo analisado. Além disso, a determinação das áreas tracionadas e comprimidas é feita de acordo com a posição da linha neutra, assim como nas vigas T. Exemplo de dimensionamento de vigas T Neste exemplo, você aplicará as formulações para o dimensionamento de vigas T, demonstradas no tópico anterior. Veja como determinar a área de aço (As) necessário para a armadura. Vigas a flexão simples: seções T14 1. Determinar o momento M1 (Equação 11). Note que, em fcd, é necessário converter o valor de fck em MPa para KN/ cm2, uma vez que as unidades estão em cm. 2. Determinar o momento M2 (Equação 14). Uma vez que o momento Md é fornecido, utiliza-se a relação de equilíbrio de momentos. 3. Determinar a profundidade da linha neutra (Equação 15). Para que a viga seja uma seção T verdadeira, a seguinte condição deve ser satisfeita: Satisfeita a condição, a viga pode ser considerada uma viga de seção T. As condições relacionadas a seguir são necessárias para que a viga esteja submetida à flexão simples e utilize apenas a armadura simples. Vigas a flexão simples: seções T 15 Verifique que a condição foi atendida, e a viga utilizará a armadura simples. É necessária, ainda, a verificação da viga com relação à sua ductilidade, dada pela relação: Após realizadas todas as verificações e sendo estas atendidas, você pros- seguirá para o cálculo da área de aço da viga. 4. Determinar a área de aço (Equação 18). A área de aço A1 é definida pela Equação 16. A área de aço A2 é determinada pela Equação (17). A área de aço total (As) é determinada pela Equação (18), por meio das somas das áreas A1 e A2. Vigas a flexão simples: seções T16 Assim, a área de aço total necessária para a armadura longitudinal é de 12,96 cm2. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto – procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2014. BASTOS, P. S. S. Flexão normal simples - vigas. Bauru: Unesp, 2019. Apostila - Estruturas de concreto I. Disponível em: http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/concreto1/Flexao- Simples.pdf. Acesso em: 26 nov. 2020. BASTOS,P. S. S. Lajes de concreto. Bauru: Unesp, 2015. Notas de aula - Estruturas de concreto I. Disponível em: https://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/concreto1/Lajes.pdf. Acesso em: 26 nov. 2020. CARMO, L. C. Flexão pura - vigas T. Goiânia: PUC Goiás, 2017. Notas de aula. Disponível em: http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/14280/ material/03_05%20-%20Flex%C3%A3o%20pura%20%20-%20vigas%20T.pdf. Acesso em: 26 nov. 2020. CARVALHO, R. C.; FIGUEIREDO FILHO, J. R. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de concreto armado: segundo a NBR 6118:2014. 4. ed. São Paulo: Editora EdUFSCAR, 2014. v. 1. FERREIRA, R. M. Laje nervurada unidirecional com pré-laje treliçada em elemento de enchimento. 2015. 58 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015. PORTO, T. B.; FERNANDES, D. S. G. Curso básico de concreto armado: conforme NBR 6118:2014. São Paulo: Oficina de Textos, 2015. Leituras recomendadas BANDEIRA, A. A. Estruturas de concreto armado segundo a NBR 6118/2014. Salvador: [s. n.], 2015. Notas de aula. Disponível em: http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/ admin/arquivosUpload/3922/material/Alex%20Bandeira_Concreto%20(Apostila%20 de%20Lajes%20e%20Vigas).pdf. Acesso em: 26 nov. 2020. CLÍMACO, J. C. T. Estruturas de concreto armado: fundamentos de projeto, dimensio- namento e verificação. 3. ed. Brasília: Editora Unb, 2016. PINTO, L. E. M. Otimização do projeto de lajes lisas nervuradas com painéis sólidos de diferentes tamanhos. 2016. 86 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Univer- sidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016. Vigas a flexão simples: seções T 17 Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Vigas a flexão simples: seções T18 Dica do professor Em uma viga de seção T submetida aos esforços de flexão, são realizadas verificações com base em suas características. A partir dessas verificações, poderá se determinar se essa viga será simplesmente armada ou duplamente armada. Nesta Dica do Professor, você verá as diferenças entre essas vigas e saberá quando utilizar cada uma delas. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/5bad103edc6ee4df6905818869e5858c Exercícios 1) A distância a utilizada na determinação da largura colaborante de uma viga representa a distância entre dois pontos de momento nulo do diagrama de momento fletor da viga em análise; o cálculo de a varia conforme o tipo de vínculo nos apoios. Analise as vigas a seguir: Qual é o valor da distância a em cada viga? A) a1 = 5,5m; a2 = 4,3m; a3 = 3,0m; a4 = 1,5m. B) a1 = 3,5m; a2 = 6,0m; a3 = 4,5m; a4 = 2,0m. C) a1 = 5,0m; a2 = 2,02m; a3 = 2,70m; a4 = 6,0m. D) a1 = 10,0m; a2 = 2,3m; a3 = 2,9m; a4 = 5,0m. E) a1 = 3,7m; a2 = 5,0m; a3 = 1,5m; a4 = 6,5m. 2) As estruturas de concreto armado trabalham de forma conjunta; nas vigas de seção, por exemplo, a laje colabora com a viga para resistir aos esforços de flexão. Leia as assertivas a seguir: I - Uma viga é considerada de seção T quando a posição da linha neutra é maior que a espessura da mesa e a região comprimida da viga abrange a mesa e a nervura. II - Quando a posição da linha neutra da viga for maior que X3lim, significa dizer que a mesma está submetida aos esforços de flexão simples. III - Quando a viga T está submetida à solicitação de momentos negativos, a região comprimida abrange a mesa e a nervura. IV - As lajes adjacentes às vigas colaboram com a resistência a flexão destas apenas em uma determinada extensão, pois à medida que se distancia da viga, a tensão diminui. Quais estão corretas? A) II e IV. B) I e III. C) III e IV. D) I e IV. E) II e III. A posição da linha neutra em vigas de seção T é de grande importância para o dimensionamento destas, pois a depender de sua localização, a viga será considerada de seção T verdadeiramente ou de seção retangular. Qual é a posição da linha neutra (x) e o formato da seção transversal para a viga com as características a seguir? 3) A) x = 15,25cm, seção T. B) x = 8,00cm, seção retangular. C) x = 11,33cm, seção T. D) x = 30,52cm, seção T. E) x = 10,70cm, seção retangular. 4) A largura colaborante representa a parcela da laje incorporada na viga que colabora na resistência aos esforços solicitantes. Qual é a largura colaborante de uma viga T em balanço de largura 30cm, com comprimento de 370cm? A largura do vão entre as faces da viga adjacente é de 460cm e comprimento do vão em balanço é de 300cm. A) bf = 157cm. B) bf = 178cm. C) bf = 190cm. D) bf = 165cm. E) bf = 143cm. 5) As vigas T são elementos encontrados principalmente nas lajes maciças e nervuradas e em vigas de pontes. Uma laje nervurada por ser definida também como uma combinação de vigas unidas pela mesa, com uma seção transversal em formato T. Sobre as lajes nervuradas e as vigas T, qual é a afirmativa correta? A) O concreto suprimido das lajes nervuradas se encontra na região comprimida das nervuras, assim como nas vigas T. B) O comportamento, assim como a sua seção transversal, são semelhantes às vigas retangulares. C) A largura colaborante das lajes nervuradas é calculada da mesma forma que para as vigas T. D) As lajes nervuradas não consideradas como vigas de seção T, pois cada elemento estrutural trabalha independente. E) Nas lajes nervuradas, a posição da linha neutra não é considerada, pois pouco influencia no dimensionamento. Na prática Nas construções atuais, é cada vez mais exigido que as estruturas possam vencer grandes vãos, que tragam mais agilidade e menos desperdícios para o processo construtivo. Em função disso, as soluções estruturais tradicionais vêm evoluindo ao longo do tempo, dando lugar a novos produtos e estruturas. Acompanhe, Na Prática, o caso de Rafael, que utilizou sua experiência na resolução de um problema de aplicação de lajes Pi. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ab17bea5-250c-431d-85eb-b2f098598dde/3b0ff019-5624-4adc-8be0-81c74b08ba10.jpg Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Conceitos sobre lajes de concreto armado Neste link, você acessa uma apostila sobre lajes de concreto armado desenvolvida pelo Prof. Dr. Paulo Sérgio dos Santos Bastos, da Universidade Estadual Paulista - UNESP. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Vigas submetidas aos esforços de flexão simples Neste link, você acessa uma apostila a respeito dos conceitos abordados no dimensionamento de vigas. Confira. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Dimensionamento automatizado de vigas de seção T Neste link, você acessa um estudo a respeito do desenvolvimento de um aplicativo em linguagem Java para automatizar o dimensionamento de vigas T. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://wwwp2.feb.unesp.br/pbastos/concreto1/Lajes.pdf https://wwwp2.feb.unesp.br/pbastos/concreto1/FlexaoSimples.pdf https://revista.facfama.edu.br/index.php/ROS/article/view/348