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A introdução do artigo discute a importância do capital humano para a competitividade das empresas, especialmente em um ambiente globalizado e em constante mudança. Destaca-se que, além das hard skills (habilidades técnicas), as soft skills (habilidades interpessoais) são essenciais para o sucesso organizacional, pois contribuem para a adaptação e produtividade. O estudo visa avaliar a percepção dos estudantes e dos profissionais de recursos humanos sobre essas competências, com foco na sua relevância para o futuro mercado de trabalho. A pesquisa também considera o impacto das soft skills, especialmente em culturas que valorizam as relações interpessoais, como em Portugal.
A metodologia do estudo usou uma abordagem mista (qualitativa e quantitativa). Foi realizada uma revisão da literatura para embasar a pesquisa, seguida de um questionário com estudantes portugueses, dividido em duas partes: dados demográficos e percepções sobre soft skills e hard skills, utilizando uma escala de Likert. O questionário foi aplicado entre 9 e 19 de novembro de 2021, com 82 respostas obtidas. Além disso, foi feita uma entrevista presencial com uma técnica de recursos humanos de uma instituição financeira, para entender as competências valorizadas pelas empresas no recrutamento e as tendências para o futuro.
A revisão literária discute as diferenças entre soft skills e hard skills, conceitos que, embora antigos, têm ganhado crescente importância no desenvolvimento profissional. No passado, as hard skills eram mais valorizadas, especialmente durante a era industrial, quando competências técnicas, como habilidades de produção, eram essenciais. Contudo, com a evolução dos mercados e da sociedade, surgiu a necessidade de soft skills, como competências interpessoais e pessoais.
As hard skills são habilidades técnicas específicas e mensuráveis, como programação, matemática ou idiomas, que podem ser ensinadas, certificadas e testadas. Já as soft skills referem-se a competências não técnicas, como comunicação, liderança e gestão de conflitos, que são essenciais para o bom relacionamento interpessoal e o sucesso profissional, mas não podem ser facilmente quantificadas ou ensinadas formalmente. A revisão destaca que, embora as hard skills sejam importantes para a execução de tarefas técnicas, as soft skills são fundamentais para a inserção e continuidade no mercado de trabalho, pois influenciam diretamente a dinâmica no ambiente profissional e os resultados organizacionais.
3.2 aborda a importância das soft e hard skills para as empresas. Estudos indicam que, enquanto as hard skills são fundamentais para o desempenho técnico, as soft skills são cruciais para o sucesso a longo prazo.
Klaus (2010) destaca que 75% do sucesso depende das competências pessoais, com apenas 25% das competências técnicas. Ribeiro (2017) enfatiza a necessidade de equilíbrio entre ambas as competências, com as hard skills essenciais na integração da empresa e as soft skills vitais para seu crescimento. A combinação de ambas é essencial para o sucesso organizacional e profissional.
3.3 discute como as empresas avaliam candidatos durante o recrutamento e seleção. Com o ambiente empresarial mais competitivo, as soft skills passaram a ser mais valorizadas, além das hard skills. As entrevistas são o método principal de avaliação, focando tanto nas competências técnicas quanto nas pessoais. Um estudo de Kohnová e Papula (2019) identificou que as habilidades mais procuradas pelos recrutadores são pensamento crítico, trabalho em equipe e capacidade de aprendizagem. Essas competências são essenciais para o sucesso no mercado de trabalho.
3.4 destaca a crescente importância das soft skills no futuro do trabalho, impulsionada pela tecnologia. A Deloitte prevê que dois terços dos empregos dependerão dessas habilidades comportamentais, e a McKinsey estima que até 2030, 24% das horas de trabalho serão voltadas para competências sociais e emocionais. Empresas como Google e Amazon já priorizam capacidade de aprendizagem e resolução de problemas. O LinkedIn também aponta que habilidades como criatividade, adaptabilidade e colaboração serão cruciais para o sucesso organizacional em um cenário de automação crescente.
4.1 descreve a caracterização da amostra do estudo, composta por 82 respostas ao questionário. A maioria dos participantes tem entre 18 e 21 anos (67,1%), seguida pelas faixas de 22 a 25 anos (23,2%). Em termos de gênero, 63,4% são femininas e 35,4% são masculinas. Quanto ao nível de estudo, a maioria está em Licenciatura (48,8%) ou Mestrado (47,6%). As áreas mais representadas incluem Ciências Empresariais (26,8%), Direito (18,3%), Engenharias (18,3%), Letras (15,9%) e Saúde (9,8%), revelando uma amostra diversificada.
4.2 analisa as percepções dos estudantes sobre o desenvolvimento de soft e hard skills. A maioria (84,1%) sabe o que são essas competências, e 37,8% investem em soft skills. As hard skills mais valorizadas foram línguas estrangeiras (56,1%), enquanto as soft skills preferidas foram inteligência emocional, negociação e gestão de tempo. A maioria dos estudantes (84,1%) acredita que as universidades devem promover mais o desenvolvimento dessas competências. Além disso, 70,7% acredita que as soft skills serão mais importantes no futuro para as empresas, em comparação com as hard skills (29,3%).
4.3 apresenta uma entrevista com uma especialista em Gestão de Recursos Humanos (GRH), revelando a evolução nas exigências das empresas quanto às competências dos candidatos. Inicialmente, as empresas priorizavam as hard skills, mas hoje buscam uma combinação de habilidades técnicas e soft skills, como comunicação, trabalho em equipe e pensamento crítico. A entrevistada ressalta que, enquanto em áreas técnicas, como tecnologia da informação, as hard skills continuam sendo essenciais, em outras áreas, como gestão, as soft skills são prioritárias. Para o futuro, ela prevê uma crescente valorização de competências como criatividade, inteligência emocional e pensamento crítico, essenciais para a inovação e adaptabilidade no ambiente de trabalho.
4.4 destaca a concordância entre as opiniões dos estudantes, de um profissional de Gestão de Recursos Humanos (GRH) e a literatura sobre a importância das soft e hard skills. A profissional de GRH e a literatura reforçam que a combinação de ambas as competências é essencial. Além disso, tanto os estudantes (47,5%) quanto a literatura reconhecem que o sucesso no mercado de trabalho depende mais de habilidades além das técnicas. As soft skills, como inteligência emocional e pensamento crítico, serão cada vez mais importantes, com 70,7% dos estudantes acreditando que serão as mais valorizadas no futuro.
As soft skills e hard skills são essenciais tanto no presente quanto no futuro. As soft skills são vistas como fundamentais, especialmente em Portugal, onde as relações humanas têm grande importância. Apesar de poucos estudantes investirem nelas ativamente, muitas preferem cursos de soft skills, como inteligência emocional, negociação e gestão de tempo, embora a hard skill de aprender uma nova língua também seja altamente valorizada. A tecnologia exige hard skills, mas o futuro das profissões dependerá da capacidade de adaptação e aprendizado contínuo. A pesquisa sugere que, no futuro, a integração entre estudantes, empresas e instituições de ensino será crucial para o desenvolvimento dessas competências.

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