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REVISTA DIREITO GV | SÃO PAULO | V. 16 N. 1 | e1955 | 2020ESCOLA DE DIREITO DE SÃO PAULO DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Criptomoedas e lavagem 
de dinheiro
CRYPTOCURRENCIES AND MONEY LAUNDERING
Heloisa Estellita1
Resenha de:
GRZYWOTZ, JOHANNA. VIRTUELLE KRYPTOWÄHRUNGEN UND
GELDWÄSCHE. BERLIN: DUNCKER & HUMBLOT, 2019.
1 Escola de Direito de São Paulo 
da Fundação Getulio Vargas 
(FGV DIREITO SP), São Paulo, 
São Paulo, Brasil
https://orcid.org/0000-0002-5054-4116
Recebido: 08.08.2019
Aprovado: 04.09.2019
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/2317-6172201955
V. 16 N. 1
2020
ISSN 2317-6172
:RESENHAS
http://dx.doi.org/10.1590/2317-6172201955
https://orcid.org/0000-0002-5054-4116
2:CRIPTOMOEDAS E LAVAGEM DE DINHEIRO
INTRODUÇÃO
Johanna Grzywotz publicou, recentemente, a sua tese de doutorado, defendida, em 2018, na
Faculdade de Direito da Friedrich-Alexander-Universität Erlangen-Nürnberg. O trabalho
Virtuelle Kryptowährungen und Geldwäsche (2019) apresenta uma análise profunda dos riscos
penais dos criptoativos em face do crime de lavagem de capitais (§ 261 StGB).1A hipótese de
partida é a de que o uso de moedas virtuais traz consigo um incremento do risco de lavagem
de capitais. Para confirmar sua hipótese, a autora escolheu, entre as centenas de moedas vir-
tuais, o Bitcoin (adiante, BTC) por ser a mais conhecida desde sua criação em 2009.
A importância do tema não pode ser minimizada e já é objeto de literatura inabarcável,
fora e dentro do país, valendo destacar, entre nós e por seu caráter recente e específico, as
dissertações de mestrado de Grupenmacher (2019) e Telles (2018), tratando, a primeira, das
plataformas de negociação de criptoativos sob as lentes do direito do mercado de capitais, e
a segunda especificamente do sistema BTC e da lavagem de capitais. Tal atualidade é compro-
vada, ainda, pela recente regulação das exchanges2 pela Receita Federal Brasileira (RFB) por
meio da Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil (IN RFB) n. 1888/2019.3
O livro objeto desta resenha está estruturado em cinco capítulos e trata do fenômeno das
moedas virtuais (Capítulo 2), do fenômeno da lavagem de capitais (Capítulo 3), dos pontos
de contato entre BTC e lavagem de capitais (Capítulo 4) e dos riscos específicos de lavagem de
capitais decorrentes da BTC (Capítulo 5). Não cumpre fazer aqui um resumo da obra, mas
destacar seus pontos principais, especialmente naquilo que podem ser úteis às reflexões do
leitor brasileiro. Trata-se, assim, de uma resenha mais com cunho comparativo do que pro-
priamente crítico, e, nesse sentido, as contribuições verdadeiramente relevantes são dadas
pelos temas tratados nos Capítulos 4 e 5, nos quais a autora analisa os pontos de conexão
entre BTCs e lavagem de dinheiro. 
1 StGB é a abreviação de Strafgesetzbuch, o Código Penal alemão. Ofereço aqui uma tradução livre e limitada
aos parágrafos que definem as condutas incriminadas do § 261 do StGB, que é o dispositivo que incrimina
a lavagem de dinheiro: “§ 261 Lavagem de dinheiro; dissimulação de valor patrimonial obtido ilegalmente.
(1) Quem, relativamente a um objeto proveniente de um fato típico e antijurídico mencionado no nr. 2,
oculte-o, dissimule sua origem, impeça ou ponha em perigo a investigação de sua origem, sua descoberta,
seu confisco ou seu asseguramento, será punido com pena privativa de liberdade de três meses a cinco
anos. Fatos típicos e antijurídicos no sentido deste número são: […]. (2) Incidirá nas mesmas penas quem,
relativamente a um objeto mencionado no nr. 1, 1. consiga-o para si ou para outrem; ou, 2. guarde-o ou
o utilize para si ou para outrem, desde que conheça sua proveniência no momento em que o obteve”.
2 O termo será aqui empregado no sentido definido pela IN n. 1888/2019, art. 5º, II: “exchange de crip-
toativo: a pessoa jurídica, ainda que não financeira, que oferece serviços referentes a operações realizadas
com criptoativos, inclusive intermediação, negociação ou custódia, e que pode aceitar quaisquer meios de
pagamento, inclusive outros criptoativos”.
3 Já alterada pela IN RFB 1899, de 10 de julho de 2019.
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1. BTCS E OS CATALISADORES PARA A LAVAGEM DE DINHEIRO
O exame de manifestações oficiais de vários organismos internacionais sobre o tema, publica-
das até o começo de 20184 – FATF, Autoridade Bancária Europeia (Europäischen Bankenaufsicht
– EBA), Banco Central Europeu e União Europeia –, evidencia que os catalisadores para a
lavagem que acompanham as moedas virtuais são a descentralização, a transnacionalidade livre
de obstáculos, as possibilidades de anonimato e a possibilidade de transição do mundo vir-
tual para o mundo real viabilizada pelas exchanges.5 Esses catalisadores são por ela agrupados
em três características com especial relevância para o tema da lavagem de dinheiro: a) descen-
tralização; b) pseudoanonimidade; c) globalidade.
Quanto à descentralização, na falta de uma instância gerenciadora central, não há um agen-
te que possa examinar operações suspeitas e reportá-las. Esse papel, relativamente ao tráfego
de dinheiro eletrônico, é desempenhado por bancos. Isso inexiste no sistema da BTC. Desse
modo, a descentralização, que é uma vantagem operacional, acaba sendo uma desvantagem
sob o ponto de vista da administração da justiça. Em caso de investigação, a única instância à
qual se pode recorrer é representada pelos intermediários, as exchanges, que fazem a conexão
entre o sistema do BTC e o mundo real econômico. E não se deve olvidar que nem todos os
usuários de BTC necessitam de um intermediário para negociar a moeda, que pode ser comer-
cializada diretamente entre (os próprios) usuários, no que se denomina P2P (GRZYWOTZ,
2019, p. 98).
Quanto à pseudoanonimidade e ao contrário do que se pode pensar, as operações com BTC
não são um meio de pagamento anônimo, mas garantem um grau de privacidade que é rele-
vante em termos de persecução penal da lavagem de capitais. Ao abrir uma “conta”, a pessoa
não tem de se identificar e basta o acesso à internet e a um cliente de BTC para gerar um par
de chaves e ter acesso a transações. Ademais, uma mesma pessoa pode ter diversos endereços
de BTCs, o que agrega mais anonimidade às transações. Porém, o fluxo de transações é todo
registrado no blockchain,6 o que dá uma transparência relevante quanto a todo o histórico de
transações com os BTCs. A atribuição de identidade aos endereços de BTCs só pode ser feita
por um terceiro (uma exchange, por exemplo), já que o código não contém ou comporta os
dados pessoais do titular do endereço (GRZYWOTZ, 2019, p. 99-100). É isso que explica que
3:CRIPTOMOEDAS E LAVAGEM DE DINHEIRO
4 Após essa data, merecem destaque a publicação do FATF (2019) e a proposta de alteração na legislação de
lavagem de capitais alemã anunciada no dia 31/07/2019 (BUNDESREGIERUNG 2019), que trata espe-
cificamente das moedas virtuais.
5 Exchanges “são plataformas por meio das quais os indivíduos operacionalizam a troca de ativos criptografados
ou realizam a compra desses ativos por meio de moeda corrente nacional” (GRUPENMACHER, 2019, p. 57).
6 Sobre esses conceitos, já traduzidos para a área de interesse dos juristas, cf. Stella (2017). Ver uma abordagem
completa em Antonopoulos (2017).
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os atuais esforços de regulação do setor, sob o ponto de vista da prevenção de lavagem, diri-
jam-se especialmente às exchanges, exigindo que tomem medidas de identificação dos usuá-
rios (Know Your Customer – KYC).7
Por fim, a globalidade se caracteriza pelo fato de que as transações podem ser realizadas glo-
balmente sem nenhum obstáculo; para isso, de novo, é suficiente o acesso à internet e a um
cliente de BTC. Isso também vale para a troca de BTC por moedas estatais, que pode ser feita
por intermediários ou mesmo por pessoas privadas. Todas essas transaçõessão realizadas sem
instâncias de controle, o que torna esse ambiente propício para aqueles que pretendem lavar
dinheiro, nas tradicionais fases da lavagem de dinheiro: colocação, dissimulação ou transfor-
mação e integração (GRZYWOTZ, 2019, p. 100).
2. BTCS E AS FASES DA LAVAGEM DE CAPITAIS
Na fase da colocação, pode-se pensar na inserção de valores patrimoniais no sistema de BTC,
ou seja, a obtenção de BTCs com valores provenientes da prática de crime anterior. Isso pode
ser feito por meio da aquisição em exchanges; em caixas automáticos de compra de BTCs com
valores em espécie; em plataformas que conectam usuários para transações diretas; por meio
da venda direta de bens obtidos com a prática de crimes e do recebimento do pagamento dire-
tamente em BTC; pela aquisição direta de BTCs com o produto de crime, quando, por exem-
plo, a venda de drogas é remunerada em BTCs; ou pela transferência de BTCs de um para
outro endereço de BTC (GRZYWOTZ, 2019, p. 101-103).
A dissimulação pode ser diferenciada em simples e complexa. A simples se dá ante a possi-
bilidade de que uma mesma pessoa possa gerar infinitas chaves públicas, mudando o endereço
dos BTCs sem que o usuário perca o controle sobre eles. Também se pode usar os endereços
de BTCs de terceiros ou mesmo de agentes financeiros. Em qualquer desses casos, porém, o
caminho e o rastro das transações serão facilmente identificáveis, dada a transparência do
blockchain. A identidade dos usuários, ou seja, dos titulares dos endereços de BTC, contudo,
não é passível de conhecimento a partir dos dados do sistema (GRZYWOTZ, 2019, p. 104).
É essa combinação entre alta rastreabilidade e não identificação do titular do endereço que
permite falar em pseudoanonimidade, e não em uma anonimidade total.
As formas mais complexas de dissimulação ou transformação envolvem os chamados
mixing-services (serviços de mistura ou mescla), cuja função é justamente apagar o rastro das
BTCs dentro do blockchain, ou seja, romper com a transparência inerente ao sistema. 
O mixing pode ser feito já por meio de serviços de carteiras (web-wallets), nos quais o con-
trole sobre a chave privada não fica com o usuário, mas com o prestador de serviço. Tal qual
4:CRIPTOMOEDAS E LAVAGEM DE DINHEIRO
7 Cf. referências na nota 4. 
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em um banco, que gere os valores depositados pelos clientes, os quais, consequentemente,
têm contra ele apenas uma pretensão de pagamento das cédulas depositadas, e não diretamen-
te, direito a esta ou àquela cédula, assim funcionam esses serviços de web-wallet. Os BTCs cus-
todiados por esses provedores de serviços não necessariamente serão os mesmos que serão
pagos ao usuário. Por isso, as web-wallets podem ser usadas para fazer o mixing. A diferença no
caso do uso de web-wallets é que há uma espécie de autoridade central (o provedor do serviço)
que tem acesso a todas as informações quanto às transações e que poderá, se o desejar ou se
for a isso obrigada, implementar medidas de identificação de cada usuário (KYC), o que dimi-
nuirá o grau de anonimidade, permitindo, ainda, a implementação de medidas de supervisão
antilavagem (GRZYWOTZ, 2019, p. 104-105). Entre nós, a INRFB n. 1888/2019 passou a
exigir a identificação dos usuários de exchanges de criptoativos, todavia a regulação tem fins
tributários e não de prevenção à lavagem.
Há, ainda, serviços de mixing especializados, cuja função é criar uma camada a mais de
encobrimento entre o remetente e o receptor de BTCs. Cada usuário remete uma quantidade
de moedas virtuais para o mixer e designa um ou mais endereços (geralmente novos) nos quais
quer receber a mesma quantia, descontado o preço cobrado pelo serviço de mescla. As moe-
das, para falar de modo metafórico, são jogadas em uma “piscina” com as moedas de outros
usuários, misturadas e, então, remetidas para os endereços designados pelo usuário. A remessa
pode, ainda, ser fracionada em diversas pequenas transações,8 usando diversos provedores de
mixing em operações sucessivas. Pesquisas mostram que esses serviços têm o potencial de tor-
nar impossível o rastreamento das moedas, além de implicarem riscos aos próprios usuários,
como o de furto ou mesmo de desvio ou perda dos valores pelo encerramento ou bloqueio
do serviço (GRZYWOTZ, 2019, p. 106-107).9
A integração pode ser feita pela troca de BTCs por moedas estatais por meio de exchanges
de criptoativos ou pela aquisição direta de bens e produtos. Em países com controle sobre
as exchanges, isso pode levar à descoberta da transação. Entretanto, como uma das caracte-
rísticas da BTC é justamente a globalidade, pode-se facilmente optar pela execução dessa
transação em países com medidas de controle antilavagem menos rigorosas (GRZYWOTZ,
2019, p. 109).
5:CRIPTOMOEDAS E LAVAGEM DE DINHEIRO
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8 Vídeo explicativo do BestMixer, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=UxCezLbVT-w. Esse
serviço foi fechado pela Interpol em maio de 2019: “EU authorities shut down bitcoin transaction mixer”,
disponível em: https://www.coindesk.com/eu-authorities-crack-down-on-bitcoin-transaction-mixer. Acessos
em: 13 dez. 2019.
9 Como aconteceu com o serviço Bitcoin Blender em maio de 2019, cf. Guia do Bitcoin (s/d).
https://www.coindesk.com/eu-authorities-crack-down-on-bitcoin-transaction-mixer
https://www.youtube.com/watch?v=UxCezLbVT-w
3. BTCS E AS CONDUTAS DE LAVAGEM DE DINHEIRO
Comprovado que o BTC goza de características que o tornam apto a ser utilizado como ins-
trumento de lavagem de capitais, a autora submete a fenomenologia a um rigoroso processo
de subsunção às condutas de lavagem de dinheiro previstas no § 261 do StGB. Desse pro-
cesso, merecem destaque alguns pontos pelo aporte que dão a todos os que desejem estudar
o tema independentemente da específica configuração do crime de lavagem em seu orde-
namento jurídico.
3.1. APLICABILIDADE TERRITORIAL E EXTRATERRITORIAL DO DIREITO PENAL ALEMÃO
Enquanto as modalidades de lavagem estruturadas como crimes de perigo somente se submetem
à legislação alemã se praticadas dentro do território alemão, a complexidade fica por conta
das modalidades de resultado (no caso, as modalidades de obstrução, descritas nas figuras 3 e
4 do § 261 [1] do StGB), pois nessas, exceção feita aos casos nos quais há uso de uma exchange
ou de um mixing-service, as transferências de BTCs são realizadas de forma descentralizada ao
redor do mundo. Isso quer dizer que o resultado típico pode ocorrer em inúmeros países, o
que poderá gerar uma concorrência de ordenamentos jurídicos na aplicação de suas próprias
leis penais sobre a mesma transação, gerando fricções com o mandato de determinação deri-
vado do princípio da legalidade, com a proibição de arbitrariedade, com o “ne bis in idem” e
com o princípio da proporcionalidade (GRZYWOTZ, 2019, p. 136-142).
3.2. BTCS COMO OBJETO DO CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO
O tipo de lavagem de capitais, seja na Alemanha, seja no Brasil, sempre exige que as condutas
incriminadas recaiam sobre um objeto que tem sua origem na prática de um dos crimes ante-
cedentes.10 No ordenamento jurídico alemão, o termo utilizado pelo legislador para referir
o objeto material do crime é “objeto” (Gegenstand), o que conduz a autora à necessidade de
examiná-lo à luz dos métodos hermenêuticos gramatical, histórico, sistemático e teleológico
para investigar se o BTC poderia ser assim considerado (GRZYWOTZ, 2019, p. 203 e seguin-
tes). Entre nós, como veremos adiante, a discussão exige menos esforço interpretativo.
Primeiro é necessário diferenciar o BTC tanto do dinheiro em espécie (Bargeld) como
do dinheiro escritural (Buchgeld) e do dinheiro eletrônico (E-Geld). O BTC se distingue
do dinheiro em espécie por não ser reconhecido como meio legal de pagamento e por lhe
faltar uma existência corporal. Do dinheiro escritural,diferencia-se por não ser uma preten-
são exigível ante uma instituição de crédito legalmente reconhecida. Com o E-Geld, por sua
vez, tem em comum ser um meio de pagamento digital, todavia diferencia-se dele por não
ter um emitente contra o qual exista uma pretensão jurídica de recebimento (GRZYWOTZ,
6:CRIPTOMOEDAS E LAVAGEM DE DINHEIRO
10 A norma alemã contempla um rol bastante amplo de crimes antecedentes.
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2019, p. 54 e seguintes). Em 2013, o BaFin alemão classificou o BTC como uma unidade de
conta (Rechnungseinheit), reconhecendo sua natureza de instrumento financeiro, que pode ser
comparado a “divisa” (GRZYWOTZ, 2019, p. 56-57), classificação esta que tem impacto na
possibilidade de os BTCs serem objeto do crime de lavagem de capitais.
Um BTC é uma cadeia de assinaturas, que tem um valor de mercado, o qual, por meio da
detenção da chave privada, dá ao seu detentor ou detentores a possibilidade fática e exclusiva
de disposição sobre eles (GRZYWOTZ, 2019, p. 209). Isso posto, as interpretações grama-
tical, histórica e sistemática não permitem qualificar as BTCs nem como coisas (Sachen),
nem como pretensões jurídicas (Forderungsrecht) (GRZYWOTZ, 2019, p. 205-220). Tam-
bém não são meios legais de pagamento, o que lhes retira a característica de dinheiro. Resta
examinar, então, se a interpretação teleológica do termo “objeto” pode levar à compreen-
são das BTCs como tendo uma função equivalente à do dinheiro e, assim, se poderiam ser
entendidas como “objeto” para fins do § 261 do StGB. Essa modalidade de interpretação
tem por norte a finalidade desse tipo penal no direito penal alemão: a “garantia do acesso
do Estado a valores patrimoniais ilegais e o impedimento de sua introdução nos círculos
financeiros e econômicos legais” (GRZYWOTZ, 2019, p. 219). 
O dinheiro tem três funções: meio de troca e de pagamento, unidade de conta e reserva
de valor. A função de meio de troca e de pagamento se mostra na possibilidade de adquirir
e pagar por mercadorias e serviços. Essas possibilidades estão presentes relativamente aos
BTCs. A função de unidade de conta manifesta a possibilidade de que o valor de bens e mer-
cadorias possa ser expresso em dinheiro. O BaFin, como vimos, classificou os BTCs como
unidades de conta. Embora seu valor seja altamente flutuável, valores de bens e mercado-
rias podem ser expressos em BTCs. Sob o aspecto da fungibilidade, é duvidoso que os BTCs
sejam fungíveis. Isso porque eles guardam consigo toda a sua história de transações, e,
assim, não são, a rigor, fungíveis no sentido de poderem ser trocados por outros da mesma
espécie. Na prática, porém, são negociados e trocados como se fungíveis fossem. A função
de reserva de valor implica que o dinheiro possa ser usado também no futuro como meio
de troca e de pagamento. Embora o BTC esteja sujeito a uma alta flutuação, especialmente
em virtude da inexistência de uma autoridade central que possa tomar medidas para sua
estabilidade, ele sem dúvida pode ser usado no futuro como meio de troca e de pagamento,
ainda que sujeito a diversas limitações. Essas limitações, tanto como unidade de conta como
reserva de valor, levam a autora a negar que tenham função de dinheiro.11
Entretanto, a autora argumenta que a interpretação teleológica do termo “objeto” empre-
gado pelo § 261 (1) do StGB deve levar em conta também a rubrica do dispositivo, na qual se
emprega a expressão “Vermögenswert” (que traduzimos por “valor patrimonial”) (GRZYWOTZ,
7:CRIPTOMOEDAS E LAVAGEM DE DINHEIRO
11 Entre nós, concorda com isso Stella (2017, p. 155 e seguintes). 
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2019, p. 220-222). E, muito embora o BTC não tenha função de dinheiro, tem inegavelmen-
te a de um substituto ou sucedâneo dele (Geldersatz), o que se ajusta à finalidade do § 261
do StGB, que, como dito, é a de garantir ao Estado acesso a valores patrimoniais obtidos por
meio da prática de crimes, além de servir como obstáculo à sua introdução nos círculos finan-
ceiros e econômicos legais. Conclui a autora, então, que o conceito de objeto, no sentido
empregado no § 261 do StGB, não está limitado a conceitos legais rígidos, não se restrin-
gindo a coisas ou pretensões jurídicas, mas abarcando quaisquer objetos que gozem das seguin-
tes características: individualização (Abgrenzbarkeit), valor patrimonial (Vermögenswert) e fun-
ção de exclusão (Ausschlussfunktion) (GRZYWOTZ, 2019, p. 225). 
O BTC goza de todas essas características. A individualização se manifesta na possibilidade
de que os BTCs possam ser atribuídos, em determinado momento temporal, a um endereço
de BTC, e ainda a partir de sua unidade individualizável mínima, que são os outputs individual-
mente considerados.12 Gozam também de valor patrimonial não só dentro do próprio sistema
Bitcoin, como fora dele, pois podem ser usados como meio de pagamento e ser trocados por
moedas estatais. Seu enquadramento, na Alemanha, como unidades de conta pelo BaFin, ade-
mais, reflete sua característica de instrumentos financeiros, o que lhes dá, induvidosamente,
o caráter de valor patrimonial (GRZYWOTZ, 2019, p. 226-227). Finalmente, a função de
exclusão exige que alguém tenha uma posição de domínio, que exclua a intervenção de ter-
ceiros sobre o objeto. No caso do BTC, uma posição individualizada de domínio se dá sobre
cada output isoladamente, cujo acesso só está garantido ao detentor da chave privada. Isso
implica dizer que um poder de disposição autêntico só tem aquele que detém a chave privada,
ou seja, só ele pode assinar a transação, o que garante ao BTC (na verdade, a cada output iso-
lado) a função de exclusão. Com isso, no entendimento da autora, o BTC goza de todas as
características para ser considerado “objeto” no sentido do § 261 do StGB.
Entre nós, como adiantado, o esforço interpretativo é menor, pois o legislador especi-
ficou como objeto das condutas quaisquer “bens, direitos ou valores” provenientes da prática
de infrações penais (art. 1º, caput, Lei n. 9.613/1998). Embora não tenhamos lei que defina
o que são moedas criptografadas (STELLA, 2017, p. 150), sugere-se que, no estágio atual,
devam ser tratadas como “coisas incorpóreas, mais especificamente, com um domínio eletrô-
nico com valor abstrato ao qual se atribui direito de propriedade” (STELLA, 2017, p. 161).
8:CRIPTOMOEDAS E LAVAGEM DE DINHEIRO
12 Sobre a estrutura das transações com BTCs, cf. Antonopoulos (2017, p. 111 e seguintes). Eis a explicação
sobre os outputs das transações: “Every bitcoin transaction creates outputs, which are recorded on the bit-
coin ledger. Almost all of these outputs, with one exception (see ‘Data Output (OP_RETURN)’ on page
130) create spendable chunks of bitcoin called unspent transaction outputs or UTXO, which are then rec-
ognized by the whole network and available for the owner to spend in a future transaction. Sending some-
one bitcoin is creating an unspent transaction output (UTXO) registered to their address and available for
them to spend” (ANTONOPOULOS, 2017, p. 113).
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A Receita Federal, por sua vez, trata as moedas digitais como ativos, exigindo a declaração
no IR dos ganhos de capitais com ela obtidos no âmbito de preenchimento da ficha “(outros)
bens e direitos”. No ano de 2019, como dito, esse mesmo órgão emitiu a INRFB n. 1888,
de 3 de maio, instituindo e disciplinando a obrigatoriedade de prestação de informações rela-
tivas às operações realizadas com criptoativos à Secretaria Especial da Receita Federal do Bra-
sil. Nela, como vimos, define os criptoativos como “a representação digital de valor deno-
minada em sua própria unidade de conta, cujo preço pode ser expresso em moeda soberana
local ou estrangeira, transacionado eletronicamente com autilização de criptografia e de tec-
nologias de registros distribuídos, que pode ser utilizado como forma de investimento, ins-
trumento de transferência de valores ou acesso a serviços, e que não constitui moeda de curso
legal” (art. 5º, I). Embora não seja esta a sede para tal discussão, o reconhecimento do valor
patrimonial dos criptoativos já se impõe ao menos perante a Receita Federal, e, no caso da
tecnologia envolvida no BTC, esses valores são individualizáveis e passíveis de domínio exclu-
sivo por parte do detentor da chave privada.
3.3. O PROBLEMA DA ORIGEM CRIMINOSA, DA SUBSTITUIÇÃO E DA MESCLA
O próximo pressuposto típico que pode causar dificuldades em relação ao BTC é o de que
o objeto tenha sua origem ou causa (herrühren) na prática de um crime anterior. Isso quer
dizer, na linguagem da dogmática penal, que a causalidade é uma exigência mínima a ligar o
bem objeto da lavagem ao crime antecedente. O impacto dessa exigência para o caso dos BTCs
se dá em três grupos de casos: dos objetos obtidos diretamente com a prática do crime ante-
cedente; de seus substitutos ou sucedâneos (Surrogate); e quando há mescla ou mistura entre
valores legais e ilegais (GRZYWOTZ, 2019, p. 231). Entre eles, certamente os mais comple-
xos são os dois últimos, porque entram em cena duas ordens de questões: a primeira é saber
se os bens adquiridos com o produto do crime, ou seja, seus sucedâneos ou substitutos, con-
sideram-se total ou parcialmente contaminados; se afirmada a contaminação parcial, entra
em jogo a segunda questão, a de determinar a proporção da contaminação (GRZYWOTZ,
2019, p. 236).
A discussão é objeto de muita polêmica e se vê agravada em países como a Alemanha,
cujo ordenamento jurídico contempla modalidades de condutas típicas que se limitam ao
“conseguir para si ou para outrem”, “guardar” ou “utilizar” (§ 261 [2], StGB). Isso porque a
mistura dos valores legais com os ilegais implica que seu ulterior uso, para qualquer fina-
lidade, pode configurar conduta punível. Esse é um problema com significado menos amplo
no Brasil, onde tais modalidades de conduta apenas são puníveis quando praticadas “para ocul-
tar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal”
(art. 1º, § 1º, Lei n. 9.613/1998) ou como etapa já da integração (art. 1º, § 2º, I, Lei
n. 9.613/1998). 
Após amplo registro da discussão na doutrina e na jurisprudência alemãs, a autora con-
clui que os BTCs têm, na verdade, vantagens quando comparados ao dinheiro vivo ou mesmo
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ao dinheiro escritural, vantagens essas que tornam possível a aplicação do critério da con-
taminação parcial, impraticável com relação ao dinheiro em espécie ou escritural. Diferente-
mente do que acontece com depósitos bancários, as transações com BTCs são rastreáveis até
a primeira transação incriminada, de forma que sempre será possível determinar a parcela cri-
minosa, o que viabiliza a aplicação do critério da contaminação parcial (GRZYWOTZ, 2019,
p. 252). Para tal fim, inclusive, já foram sugeridos sistemas como o de lista de bloqueio de
transações (Transaktionssperrlistenansatz), por meio dos quais as exchanges não deveriam mais
aceitar BTCs que estivessem na lista, o que destituiria o BTC, na prática, de qualquer valor
(GRZYWOTZ, 2019, p. 253). No sistema BTC, também seria viável determinar um limite
mínimo para a contaminação, medida que evitaria o bloqueio do tráfego econômico e finan-
ceiro pela contaminação de grande parte dos valores nele utilizados. Isso evidencia como
uma possível aplicação da tecnologia de blockchain aos depósitos bancários traria para a moeda
legal as vantagens dessa tecnologia: a rastreabilidade até a primeira transação com valores ile-
gais, a aplicação da contaminação parcial e, consequentemente, o afastamento da perspectiva
de bloqueio significativo ou total do tráfego econômico por uma contaminação ampla e gene-
ralizada (GRZYWOTZ, 2019, p. 258-261). 
3.4. AS CONDUTAS DE OCULTAR E DISSIMULAR
A norma incriminadora alemã difere da brasileira quanto às condutas típicas, e, assim, da minu-
ciosa análise feita pela autora, destaco as que são comuns aos dois ordenamentos: as condutas
de ocultação e dissimulação.
Em transações simples, a conduta de ocultação não pode ser praticada com BTCs. Em
primeiro lugar, falta uma atividade corpórea de esconder o bem, exigível para essa moda-
lidade. Pode-se, claro, esconder um USB-Stick ou uma Paper-Wallet, mas a chave privada não
representa o BTC, apenas garante a possibilidade de disponibilidade sobre ele. Um ocultar no
sentido de esconder das autoridades a existência e as transações com os BTCs também não é
possível porque, como visto, o histórico das transações está totalmente disponível publicamen-
te no blockchain. Assim, mesmo a entrega a um terceiro, quando entendida como ocultação,
é rastreável até o endereço desse terceiro. Se é verdade que, pela falta de uma autoridade cen-
tral, não se sabe a qual pessoa natural um endereço é atribuído, verdade é que as autoridades
têm pontos de partida para o descobrir, ou seja, o objeto aqui não desaparece sem deixar
rastros. As transações simples também não podem se subsumir, por essas mesmas razões, à
modalidade de dissimular, já que todos os remetentes e recebedores de BTCs estão registra-
dos publicamente (GRZYWOTZ, 2019, p. 268-269).
No que tange aos mixing-services, seu uso não implica ocultação dos BTCs, porque a única
coisa que fazem é obscurecer a relação entre o remetente (sender) e o destinatário ou recipien-
te (empfänger), bastando descobrir a quem pertence esse último endereço para evitar a ocul-
tação. O mesmo não se pode dizer da modalidade de dissimulação. Como a função desses ser-
viços é justamente tornar nebulosa a relação entre remetente e destinatário, a realização de
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várias transações dificulta enormemente a descoberta da origem dos BTCs (GRZYWOTZ,
2019, p. 280-281).
Por outro lado, as transações de troca abarcam o universo de trocas por moeda estatal ou
por mercadorias e podem ser feitas utilizando provedores de serviços de troca ou câmbio
(exchanges), diretamente entre parceiros (amigos ou conhecidos), por meio da compra de bens
em troca de BTCs ou da compra em máquinas automáticas. Dada a rastreabilidade das tran-
sações, a mera troca não implica nem ocultação, nem dissimulação (GRZYWOTZ, 2019,
p. 281-282).
Finalmente, a operação de uma empresa de serviços com BTCs (as exchanges, no sentido
da INRFB n. 1888/2019) pode, porém, gerar riscos de prática de lavagem, seja na modalidade
de autoria, seja na de participação. Esses riscos estão especialmente associados aos operadores
de mixing-services: para que BTCs ilegais sejam misturados, a disponibilidade sobre eles precisa
ser transferida temporariamente ao provedor do mixing-service, o que poderia caracterizar a
guarda para fins de ocultação ou dissimulação do nosso art. 1º, § 1º, da Lei n. 9.613/1998, e
para o § 261 (2) do StGB. De qualquer forma, como com cada operação de mistura ou mescla
incrementa-se a dificuldade de atribuir os BTCs a determinada pessoa, pode-se falar, no direi-
to penal alemão, na prática das modalidades de obstrução (impedir ou pôr em perigo a inves-
tigação, o confisco e o asseguramento) (GRZYWOTZ, 2019, p. 292-293), e, entre nós, na
modalidade de ter em depósito ou receber para ocultar ou dissimular a utilização de bens,
direitos ou valores provenientes de infração penal (art. 1º, § 2º, II, Lei n. 9.613/1998).
CONCLUSÃO
A autora confirma sua hipótese de partida no sentido de que o uso de moedas virtuais implica
incremento do risco de lavagem de capitais. Isso se deve especialmente à descentralização e,
em particular, à pseudoanonimidade inerentes aos BTCs. A isso sesoma o fato de que os ende-
reços de BTC não podem ser atribuídos a pessoas sem a correlata implementação de um sis-
tema de KYC obrigatório, o que somente poderá ser feito pelos intermediários. Ou seja, o
acesso ao sistema só pode se dar por meio anônimo, o que pode implicar ampliação do espec-
tro de incidência de crime de lavagem de dinheiro. Não obstante, se, de fato, os BTCs oferecem
novas oportunidades para que criminosos lavem o produto do crime, também apresentam pos-
sibilidades reais para a aplicação de uma intervenção menos intensa do § 261 do StGB no
que tange aos limites da contaminação, sem, contudo, frustrar suas finalidades (GRZYWOTZ,
2019, p. 341).
Para o leitor brasileiro, a obra representa um mergulho profundo na matéria, ainda não
realizado entre nós, e que, respeitadas as diferenças entre os ordenamentos, pode servir como
ponto de arranque para as reflexões ligadas a uma futura regulação de prevenção de lavagem
de dinheiro por meio de BTCs. 
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Heloisa Estellita
AGRACIADA COM A HUMBOLDT RESEARCH FELLOWSHIP PARA
REALIZAÇÃO DE PÓS-DOUTORADO NA ALEMANHA, NA LUDWIG-
-MAXIMILIANS-UNIVERSITÄT DE MUNIQUE E NA UNIVERSIDADE DE
AUGSBURG (2015-2017), EM COOPERAÇÃO COM A CAPES.
DOUTORA EM DIREITO PENAL PELA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
(USP). MESTRA EM DIREITO PELA UNIVERSIDADE ESTADUAL
PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” (UNESP). GRADUADA EM
DIREITO PELA UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO. PROFESSORA
DA ESCOLA DE DIREITO DE SÃO PAULO DA FUNDAÇÃO GETULIO
VARGAS (FGV DIREITO SP) E COORDENADORA DO GRUPO DE
DIREITO PENAL ECONÔMICO NA MESMA INSTITUIÇÃO.
heloisa.estellita@fgv.br
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COMO CITAR ESTE ARTIGO:
ESTELLITA, Heloisa. Criptomoedas e
lavagem de dinheiro. Resenha de:
GRZYWOTZ, Johanna. Virtuelle
Kryptowährungen und Geldwäsche.
Berlin: Duncker & Humblot, 2019.
Revista Direito GV, v. 16, n. 1, jan./abr.
2020, e1955. doi: http://dx.doi.org/
10.1590/2317-6172201955.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-6172201955
http://dx.doi.org/10.1590/2317-6172201955
mailto:heloisa.estellita@fgv.br

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