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00 AESP CE ACADEMIA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DO CEARÁ CEARÁ GOVERNO DO ESTADO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ ELMANO de FREITAS da Costa GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL - SSPDS Antonio ROBERTO Cesário de SÁ - DPF SECRETÁRIO DA SSPDS ACADEMIA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DO CEARÁ – AESP|CE LEONARDO D`Almeida Couto BARRETO - DPC DIRETOR-GERAL DA AESP|CE CIRO de Assis Lacerda – DPC DIRETOR-GERAL ADJUNTO DA AESP|CE EVANDRO Queiroz de Assunção – Cel PM DIRETOR DE ENSINO POLICIAL MILTAR DA AESP|CE Pâmela Costa LANDIM Saboya – Maj PM SECRETÁRIA ACADÊMICA DA AESP|CE CURSO DE HABILITAÇÃO A SUBTENENTE POLICIAL MILITAR - CHST PM/2025 DISCIPLINA Armas e Munições Letais e Menos Letais e Equipamentos CONTEUDISTA Carlos Frederico Fernandes Gadelha FORMATAÇÃO JOELSON Pimentel da Silva – 1º SGT PM • 2025 • SUMÁRIO ARMAS E MUNIÇÕES LETAIS E MENOS LETAISE E EQUIPAMENTOS ..................................... 1 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1 1.1 Normas de Segurança ................................................................................................ 1 2. NOÇÕES LEGAIS .............................................................................................................. 3 2.1 Legislação – Uso seletivo progressivo da força ........................................................... 3 2.2 Doutrina sobre uso da arma de fogo ...................................................................... 5 3. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DO ARMAMENTO LETAL .................................................... 7 3.1 Conceito de Arma de fogo: ........................................................................................ 8 3.2 Classificação: .............................................................................................................. 8 4. NOÇÕES DE BALÍSTICA .................................................................................................. 11 4.1 Calibre ..................................................................................................................... 11 4.2 Munições ................................................................................................................. 12 5. ARMAMENTO LETAL ..................................................................................................... 13 6. INSTRUMENTOS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO (IMPO) ......................................... 15 6.1 Classificação dos sistemas não-letais: ...................................................................... 16 6.2 Técnicas de Menor Potencial Ofensivo (TeMPO) ...................................................... 16 6.3 Equipamentos de Menor Potencial Ofensivo (EMPO)............................................... 16 6.4 Armas/Munições de Menor Potencial Ofensivo (AMPO/MuMPO) ........................... 17 6.5 Armas e Munições de Menor Potencial Ofensivo ..................................................... 17 7. EQUIPAMENTOS POLICIAIS ........................................................................................... 24 TERMOS TÉCNICOS DE ARMAS E MUNIÇÕES (ANEXO AO DECRETO 10.030 DE 30.09.2019) ......................................................................................................................................... 26 1 ARMAS E MUNIÇÕES LETAIS E MENOS LETAISE E EQUIPAMENTOS 1. INTRODUÇÃO A cada nova graduação conquistada, novas responsabilidades surgem. Neste sentido, com os anos, devemos sempre buscar estar mais preparados para o exercício das nossas missões. Chega um momento que não seremos somente operadores de armamentos letais e menos letais. Passaremos a ser indagados sobre como usar e seremos orientadores e até mesmo fiscais, ajudando os escalões mais subordinado para o uso legal e correto. 1.1 Normas de Segurança Uma das principais preocupações que você deve ter neste contexto é saber usar com total segurança e cobrar que todos também tenham esse devido zelo profissional. A grande maioria dos acidentes de tiro e os possíveis nefastos resultados são decorrentes do Excesso de Confiança. Nunca se permita relaxar em relação às regras de segurança. Importante serem, logo neste início, relembradas abaixo algumas regras de seguranças consagradas e constantes na maioria dos manuais dos armamentos: 1. Considere toda arma como se estivesse carregada; 2. Mantenha seu dedo fora do gatilho, salvo necessidade de efetuar algum disparo (entenda aqui uma ação em legítima defesa, quando outro meio menos gravoso não seja hábil); 3. Nunca aponte a arma para qualquer coisa ou pessoa que você não pretenda acertar; 4. Antes de utilizar uma arma, obtenha informações sobre seu manuseio com um competente instrutor; 5. Antes de qualquer limpeza, certifique-se de que a arma esteja descarregada; 2 6. Nunca deixe uma arma de forma descuidada (Neste caso se algum inimputável se apoderar da arma, você estará praticando o crime de Omissão de Cautela, além do risco que poderá estar incidindo e poder acontecer uma tragédia); 7. Sempre que entregar uma arma a alguém, entregue-a descarregada e aberta e ao recebê-la verifique se a mesma está realmente descarregada; 8. Nunca engatilhe a arma quando não houver intenção de atirar; 9. Nunca manuseie arma sem necessidade, especialmente dentro de ambientes fechados ou dentro de viaturas (O manuseio deve ser feito com o cano apontado para um local seguro, como é o caso das caixas de areia perto das reservas nos quartéis); 10. Não dispare quando na mesma linha de tiro houver pessoas inocentes (cuidado com o “fogo amigo”); 11. Não dispare se houver possibilidades, por mínimas que sejam, do projétil, como “bala perdida”, atingir pessoas inocentes; 12. Não dispare em agressor que esteja no meio do povo; proteja-se; chame apoio; faça o cerco; 13. Não dispare contra “pessoas suspeitas” ou em atitude suspeita, inclusive as que estiverem dentro de veículos, pois pessoas inocentes poderão estar no seu interior, inclusive no porta-malas. Peça apoio; faça o acompanhamento; efetue o cerco; faça a abordagem; 14. Não efetue disparo de advertência; 15. Em caso de dúvida, não dispare; 16. Numa instrução de tiro só atire mediante ordem do instrutor; 17. Caso a arma apresente qualquer defeito na instrução, continue com a mesma apontada para o alvo e faça o sinal convencional (levantar o braço que não estiver empunhando a arma). Todas as regras são importantes e o respeito a elas irão lhe proteger e a todos. 3 2. NOÇÕES LEGAIS Não basta tentarmos ser peritos em todos os armamentos letais e menos letais disponíveis na PMCE (algo que já é extremamente difícil). Imperioso se faz que saibamos as nuanças legais que tutelam o uso dos armamentos. A ação policial deve estar sempre pautada e ser guiada pela Lei, sob pena de não assim fazendo estarmos incorrendo na prática de crimes e agindo com excesso ou até mesmo de forma marginal. 2.1 Legislação – Uso seletivo progressivo da força Conforme legislação vigente, o policial pode usar de força em legítima defesa própria ou de terceiros, em caso de resistência à prisão e em caso de tentativa de fuga. Alguns dispositivos legais disciplinam o assunto: Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso. (Cód. de Proc. Penal) Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duastestemunhas. (Código de Processo Penal) Art. 234 § 2º O recurso ao uso de armas só se justifica quando absolutamente necessário para vencer a resistência ou proteger a incolumidade do executor da prisão ou a de auxiliar seu.(Código de Processo Penal Militar) Ressalte-se que apenas na Lei Adjetiva Penal Militar existe referência ao uso de armas, deixando claro que somente pode ser utilizada em último caso. Alguns instrumentos internacionais que o Brasil assinou também pontuam de igual forma, como o caso do Código de Conduta dos Encarregados da Aplicação da Lei - CCEAL e os Princípios Básicos do Uso da Força e da Arma de Fogo – PBUFAF, onde o recurso do uso da força e da arma devem ser exceções e quando você estiver agindo albergado por alguma excludente de criminalidade. 4 Em relação às excludentes de ilicitude, temos os seguintes disciplinamentos: Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Existem várias nuanças sobre a ação estar ou não protegida por uma excludente de ilicitude, quando será tratada de forma casuística, ou seja, caso a caso. Quanto ao uso da arma de fogo, é prudente que só efetuemos disparos quando estivermos agindo em legítima defesa, buscando salvar vidas, que pode ser pessoal, de outro policial da composição ou de terceiro inocente, lembrando que o excesso será punível. Portanto, é imperioso para o profissional de segurança pública estudar a legislação, a doutrina e os manuais de táticas e técnicas policiais, pois sendo um representante da lei, precisa saber como se conduzir em situações adversas, pois nem sempre no cumprimento do seu dever as ocorrências serão resolvidas por meio da verbalização ou negociação. Portanto, dentro das possibilidades de cada situação, utilize a força gradativamente. Sobre o tema e a necessidade do uso seletivo e proporcional, foi editada a Lei 13.060/2014 que determina a priorização dos armamentos menos letais em relação aos letais, vedando o uso da arma de fogo em algumas circunstâncias, conforme podemos ver: Art. 2º Os órgãos de segurança pública deverão priorizar a utilização dos instrumentos de menor potencial ofensivo, desde que o seu uso não coloque em risco a integridade física ou psíquica dos policiais, e deverão obedecer aos seguintes princípios: I - legalidade; II - necessidade; III - razoabilidade e proporcionalidade. Parágrafo único. Não é legítimo o uso de arma de fogo: I - contra pessoa em fuga que esteja desarmada ou que não represente risco imediato de morte ou de lesão aos agentes de segurança pública ou a terceiros; e II - contra veículo que desrespeite bloqueio policial em via pública, exceto 5 quando o ato represente risco de morte ou lesão aos agentes de segurança pública ou a terceiros. 2.2 Doutrina sobre uso da arma de fogo Como já relatado na análise da legislação pátria, já vimos que o disparo de arma de fogo em ocorrência só poderá ser realizado em último caso, quando outros meios menos extremados não possibilitem conter a ação injusta do agressor que esteja pondo em risco a vida a sua vida ou de alguém. Neste mesmo sentido, podemos ilustrar tal emprego de acordo com a utilização tática do conhecido “Triângulo do Tiro”, se tratando da confirmação da previsão legal do uso da arma de fogo (força letal) sob a ótica doutrinária da tática policial. O triângulo de tiro reforça e ratifica, taticamente, as excludentes de ilicitude na ação policial, em especial a legítima defesa. Portanto, é o reflexo da legislação vigente na práxis policial, não existindo divergências entre a teoria do triângulo de tiro e a legislação vigente no aspecto do uso da arma de fogo. A diferença basilar está na forma de identificar o momento correto de utilizar a força letal, sem desrespeitar a legislação vigente. O ensinamento jurídico-legalista ensina o policial a visualizar o momento do uso de força letal, sob os auspícios da Lei, enquanto o modelo do triângulo do tiro ensina sob o ponto de vista tático operacional. O triângulo do tiro determina que o policial só poderá utilizar sua arma de fogo (força letal), quando observar ou perceber um agressor lhe atacando ou qualquer cidadão na situação de vitima e quando estiver formado o trinômio demonstrado pela figura abaixo: 6 Entendendo os conceitos: Oportunidade - é a potencialidade do agressor em usar suas habilidades em forma de agressão letal. Trata-se da chance que o criminoso tem em agredir letalmente você ou alguém. Perigo - é a confirmação ou a constatação da intenção/vontade de agressão do agressor contra você ou qualquer outro cidadão, com MEIO e OPORTUNIDADE letais. Meio - são os meios físicos utilizados pelo agressor para provocar em você ou em qualquer cidadão agressões letais. Ex: posse de armas de fogo, armas brancas, etc. Os três itens ou fatores acima referenciados, OPORTUNIDADE, PERIGO e MEIO são indispensáveis para a configuração do triângulo de tiro. A ausência de qualquer desses, descaracterizará a formação do triângulo de tiro, impedindo o uso da força letal pelo policial. Ressalte-se que o triângulo do tiro deve se formar em relação ao agressor, e não ao policial. A condição não está na possibilidade do policial atirar, mas do agressor ter a chance de agir de forma injusta e letal. Não é algo simples, mas é muito importante que você consiga fazer essa análise antes de efetuar disparos. Abaixo exemplificamos algumas situações que formam ou não o triângulo do tiro: 1. Policial identifica uma pessoa armada próximo a ele próximo a uma ocorrência. Existe o meio e a oportunidade, mas ainda não se configurou o perigo, pois o suspeito ainda não demonstrou nenhuma intenção de agressão e nem mesmo que estava participando ao ato criminoso. O policial não deve atirar. Situação real ocorreu no ano de 2008, durante uma ocorrência de roubo a uma locadora, quando um policial atirou pelas costas em uma pessoa armada, achando tratar-se de um assaltante. Era outro policial que estava à paisana. O ideal seria se abrigar e verbalizar com o suspeito antes. 2. Um assaltante que estava atirando se rende com a chegada do policial, largando a arma no chão e levantando as mãos. Não se justifica atirar mais a partir deste momento, pois apesar do perigo e da oportunidade, perdeu-se o meio, necessitando apenas os cuidados necessários de se distanciar o criminoso do armamento, na aproximação e na efetivação da busca pessoal e prisão do agressor. 7 3. Em um presídio rebelado, um detendo armado de faca, atrás das grades, ameaça atacar um policial penal. Não se justifica atirar, pois apesar de haver o meio e o perigo, não há a oportunidade do agressor em agir, pois está confinado em uma cela. 4. Um veículo passa em alta velocidade por um bloqueio policial, não obedecendo à ordem de parada, quase atropelando um policial e foge. Não se justifica atirar na fuga. Houve o meio (o carro como arma letal) e o perigo (intenção do suspeito), mas se perdeu a oportunidade (distância do agressor para agir contra o policial) quando o carro se afastou do bloqueio, salvo ele passe a colocar outras vidas em risco. Outra situação importante de ser lembrada, por exemplo: um agressor toma uma pessoa como refém, apontando a arma em sua cabeça e ameaçando matá-la. Formou-se o triângulo do tiro: há a oportunidade e o meio do agressor atingir um inocente e o perigo (intenção). O policial, como agente da lei, pode usar a força letal, mas a configuração da situação não lhe permite agir sem equipamentos adequados, armamento especializado e o emprego de alternativastáticas mais adequadas para salvar a vida do refém, como a negociação. Interessante salientar que o uso progressivo e seletivo da força não impede que o policial escolha de pronto um armamento letal, quando entender ser o instrumento mais adequado e o único hábil para enfrentar uma situação específica, no intuito de tentar salvar vidas e veja como configurado o triângulo do tiro. 3. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DO ARMAMENTO LETAL O profissional de segurança pública é submetido a situações adversas, com as quais terá que saber lidar. Tendo como instrumentos de trabalho as armas menos letais e as armas de fogo, é necessário ter consciência de que não basta apenas saber quando e como utilizá-la, é preciso saber também que armamento usar. Para isso, necessário conhecer seus armamentos amiúde para fazer uso daquele que será o mais adequado para a situação que ora enfrentará é de bastante valia. 8 3.1 Conceito de Arma de fogo: O Decreto Nº 10.030 de 30 de setembro de 2019, trouxe em seu anexo diversas definições relativas a armamentos e demais produtos controlados, tendo sido especificado que arma de fogo é: “arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases, gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara, normalmente solidária a um cano, que tem a função de dar continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil.”. Vejam, a seguir, as principais classificações existentes das armas de fogo: 3.2 Classificação: Quanto ao Tipo: 1. De porte – são armas pequenas tipo Pistolas e Revólveres, normalmente conduzidas em coldres; 2. Portátil – são armas de médio porte, podendo ser conduzidas por uma bandoleira, tipo Submetralhadoras, Fuzis de Assalto, Espingardas, etc.; 3. Não portátil – são armas de porte maior, transportadas por mais de um atirador ou em veículos, tipo Canhões, Fuzis e Metralhadoras Pesadas. Quanto ao Emprego: 1. Individual – são armas de porte ou portáteis, as quais são conduzidas e manuseadas por um só atirador; 2. Coletiva – são armas não portáteis, as quais são conduzidas e manuseadas por mais de um atirador. Quanto ao Funcionamento: 1. De repetição – são armas em que o princípio motor utiliza a força muscular do atirador, ou seja, o atirador executa todas as ações de funcionamento para o disparo (carregamento, acionamento do gatilho e descarregamento), tipos na PMCE: Revólver, 9 Carabina Puma, Espingarda CBC 586.2 Pump-action e Mosquefal; 2. Semiautomática – são as armas em que o princípio motor utiliza a ação dos gases sobre o ferrolho ou sobre o êmbolo, realizando as operações de funcionamento, com exceção de um próximo disparo, exigindo do atirador somente o acionamento do gatilho (tiro a tiro), tipos na PMCE: Pistolas, Carabinas e Espingarda Benelli M3-A1, na função específica; 3. Automática – são armas em que o princípio motor também utiliza a ação dos gases sobre o ferrolho, sobre o êmbolo ou sobre o cano, dependendo do tipo da arma, realizando todas as operações de funcionamento inclusive o disparo, exigindo somente do atirador o contínuo acionamento do gatilho, conhecido como tiro em rajada (tiro contínuo), tipos na PMCE: Fuzis com uso no seletor de rajada (quando houver), Metralhadoras e Submetralhadoras. Quanto ao Princípio de Funcionamento: 1. Força muscular do atirador – o atirador executa todas as operações de funcionamento da arma, tipo: armas de repetição; 2. Pressões ou ações dos gases – resultantes de queima da carga de projeção (pólvora) sobre o ferrolho, sobre o êmbolo e/ou sobre o recuo do cano, tipo: armas semiautomáticas e automáticas. Quanto à alma do cano (Raiamento): 1. Alma raiada – existe dois tipos de alma raiada, destrógiras (da esquerda para direita) e sinistrógiras (da direita para esquerda); 2. Alma lisa – são armas sem raias (Espingardas). Quanto ao Sistema de Carregamento: 1. De antecarga – o carregamento é feito pela boca do cano da arma. Normalmente são armas antigas, exemplo: socadeira; 2. De retrocarga – o carregamento é feito pela retaguarda do cano. São as mais encontradas. Na PMCE todas são de retrocarga. 10 Quanto ao Sistema de Inflamação ou Ignição: 1. Por mecha – tipo fecho de serpentina (uma espécie de pavio), obsoleto; 2. Por atrito – tipo fecho de roda e fecho de miquelete, obsoleto; 3. Por percussão – tipo percussores, usados até hoje em diversas armas (todas em uso da PMCE); 4. Por eletricidade – tipo baterias (armas de guerra). Quanto à Refrigeração: 1. Refrigerada a ar – arma refrigerada pelo ar atmosférico (todas da PMCE); 2. Refrigerada a água – arma que possui um tubo ou depósito de água; 3. Refrigerada a ar e água – arma refrigerada pelo ar atmosférico e por jatos de água. Quanto ao Sentido da Alimentação: 1. Da direita para esquerda – tipo carabina Puma; 2. Da esquerda para a direita – tipo metralhadora; 3. De cima para baixo – tipo mosquefal; 4. De baixo para cima – tipo pistola e submetralhadora; 5. De trás para frente – tipo revólveres; 6. De frente para trás – tipo canhão. Quanto à Alimentação: 1. Manual – o próprio atirador alimenta a arma; 2. Com carregador – existem vários tipos de carregadores dependendo do tipo de arma. Exemplo: fita de pano, lâmina, cofre, fita de elos e speed-loaders e jet-loaders. 11 4. NOÇÕES DE BALÍSTICA Do grego “ballo”, que quer dizer lançar, atirar. Balística é a ciência que estuda, em particular, as armas de fogo, a munição e os efeitos dos tiros dessas armas. Segundo Roberto Albarracin, a Balística pode ser dividida em: Balística Interior, Balística Exterior ou Externa e Balística dos efeitos. Na Balística Interior estuda-se a estrutura, mecanismo, funcionamento e técnica do disparo, bem como os efeitos da queima da pólvora no interior das armas de fogo, até que o projétil disparado abandone a boca do cano. Por projétil entende-se todo o corpo A Balística Externa ou Exterior estuda a trajetória do projétil, desde que este deixa a boca do cano da arma até chegar ao alvo, sendo conhecidas as condições iniciais de movimento, a velocidade do projétil, sua forma, massa e superfície, além de considerar a gravidade, resistência do ar e os obstáculos que lhe foram interpostos. Para a Balística dos efeitos, como o nome já sugere, ficou o estudo dos efeitos produzidos pelo projétil em seu impacto contra o alvo. No caso do alvo atingido for um ser humano, esse estudo se relacionará de forma direta com a Medicina Legal. Mais sobre o assunto, podemos visitar os sites: http://www.zecamat.com.br/pag0110.htm e http://midiadeofertas.blogspot.com.br/2014/03/cano-curto-vs-cano-longo.html 4.1 Calibre Toda munição é apresentada em um calibre específico, para uso em um tipo particular de arma para o qual foi fabricado. Quando se fabrica o cano de uma arma, longa ou curta, um cilindro de aço é furado, alargado e retificado até um determinado diâmetro. Este diâmetro, antes de procedido o raiamento, é chamado de calibre real ou diâmetro entre cheios, ou seja, é a medida tomada diretamente na boca do cano da arma, através de um paquímetro. Em seguida, o raiamento, constituído de certo número (par ou ímpar) de ranhuras de pequena profundidade, será usinado de forma helicoidal ao longo do cano. A distância entre os fundos opostos do raiamento é chamada de calibre nominal ou diâmetro entre fundos que é igual ao diâmetro ou calibre do projétil que será usado na arma. Conclui-se, portanto, que o calibre do projétil será sempre maior que o calibre real 12 do cano, sendo essa diferença a mais necessária para que o mesmo seja forçado de encontro ao raiamento, nele se engastando e adquirindo rotação, assim, a rotação necessária para sua estabilização em sua trajetória. No casodas armas de caça (alma lisa), o calibre é expresso sempre no calibre nominal no sistema Gauge, ou seja, sua referência equivale ao número de balins de chumbo, de diâmetro igual ao da boca da arma, portanto esféricos, necessários para obter-se o peso de uma libra (453,6 gramas). 4.2 Munições Com a invenção da pólvora, foi possível dar início a era das armas de fogo. No entanto, somente com a invenção do cartucho metálico é que chegamos ao nível atual de avanço tecnológico. O cartucho metálico reúne todos os componentes necessários ao tiro: o estojo, a espoleta (misto detonante), a pólvora (carga de projeção) e o projétil. Com o acionamento do gatilho, o percussor atinge a espoleta que produz as chamas de alto poder calorífico que dão início à combustão da pólvora. Esta por sua vez, produz um volume muito grande de gases e como o cartucho está confinado na câmara da arma e a única saída livre é o seu cano, a pressão exercida pelos gases acaba por impelir o projétil através dessa saída. A unidade de medida de pólvora é o “grain”. Um grama (g) equivale a 15,432 grains (gr). 13 O cartucho e suas partes: 1. Projétil 2. Carga propelente 3. Estojo 4. Espoleta 5. ARMAMENTO LETAL A Polícia Militar do Ceará conta com um vasto arsenal, a fim de permitir o uso adequado de acordo com a necessidade operacional. Atualmente vivemos um grande avanço no cenário de tipos de armas de fogo, incluindo várias de qualidade reconhecida internacionalmente, no que exemplificamos com a Pistola P320 SigSauer, que é utilizada pelo Exército Americano e a Espingarda Benelli M3-A1 (A1 = primeira alteração), de fabricação italiana e uma das melhores espingardas do mundo, na versão já com melhorias (incluindo tratamento com cerakote) em relação à versão utilizada pela Polícia Federal. Outra questão que merece destaque é que praticamente todos os policiais militares já estão com sua arma de porte acautelada., permitindo uma melhor destreza, pois estará usando sempre o mesmo equipamento, além de poder sempre estar trabalhando com uma arma com a manutenção em dia. Na sequência abaixo podemos ver as armas de porte de dotação da Polícia Militar do Ceará: o revólver TAURUS, modelo 827S, calibre 38; a pistola TAURUS PT 100; a pistola TAURUS PT 24/7; a pistola TAURUS PT 840; a pistola IMBEL MD2/5 e a pistola SigSauer P320. Importante que se diga que temos a Pistola SigSauer P320 nos calibres .40 e 9mm e as demais são todas no calibre .40. 14 Nessa sequência, seguem as armas portáteis mais utilizadas da dotação da Polícia Militar do Ceará: a Carabina TAURUS FAMAE CT 40, a metralhadora TAURUS FAMAE MT 40, a Submetralhadora SMT TAURUS .40 (praticamente o mesmo modelo da CTT. 40), o Fuzil IMBEL MD 2 A1 e A2, o Fuzil IMBEL MD 97, o Fuzil IMBEL IA2, o Fuzil Radical Firearms RF15 (Fuzis no calibre 556) e as espingardas CBC 586.2 e Benelli M3-A1, ambas calibre 12 GA. 15 Sobre a nova Espingarda (Benelli M3-A1) é importante que se diga que se trata de uma Espingarda de 4ª Geração, que significa que opera tanto no sistema semi-automático como no sistema de repetição. Essa escolha técnica deve-se em virtude de permitir a utilização de munições letais e menos letais no mesmo equipamento. No caso do uso das munições menos letais, necessário a utilização dela como pump-action (repetição), igualmente como utilizávamos na Espingarda CBC. No caso das munições letais, fica a critério do operador, sendo sugerida a utilização no regime semi-auto, possibilitando maior velocidade no combate. Essa situação ocorre porque no caso das munições menos letais a energia não é suficiente para acionar o sistema inercial, não ocasionando a ciclagem da arma. 6. INSTRUMENTOS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO (IMPO) Trata-se do conjunto de armas, munições e equipamentos desenvolvidos com a finalidade de preservar vidas e minimizar danos à integridade das pessoas. Segundo consta no anexo do Decreto Nº 10.030 de 30 de setembro de 2019, entende-se por menos-letais os: “produtos que causam fortes incômodos em pessoas, com a finalidade de interromper comportamentos agressivos e, em condições normais de utilização, não causam risco de morte, incluídos os instrumentos de menor potencial ofensivo ou não-letais, nos termos da Lei nº 13.060 de 22 de dezembro de 2014.” As características que diferenciam os IMPOs dos sistemas letais são: a) Em tese, possuem efeitos relativamente reversíveis sobre as pessoas e materiais; b) Afeta os objetos em seu raio de ação de forma diferenciada; c) Preserva vidas e integridade física/material. 16 6.1 Classificação dos sistemas não-letais: a) Antipessoal: → Físicas: munições de borracha, canhão d'água, redes, ar-comprimido, etc. → Químicas: agentes olfativos, espumas aderentes, lacrimogêneos, calmantes, etc. → Energia dirigida: laser, infra-sons, etc. → Biológicas: repudiado mundialmente. b) Antimaterial: → Físicas: redes para veículos, estrepes, tiras de espeto, etc. → Químicas: espumas aderentes, superácidos, solventes, etc. → Energia dirigida: pulsos de energia, interferidores, Infra-sons, etc. → Biológicas: derivados de petróleo, concreto, plásticos, etc. 6.2 Técnicas de Menor Potencial Ofensivo (TeMPO) Conjunto de procedimentos empregados em intervenções que demandem o uso da força, através do uso de instrumentos de menor potencial ofensivo, com intenção de preservar vidas e minimizar danos à integridade das pessoas. 6.3 Equipamentos de Menor Potencial Ofensivo (EMPO) Todo dispositivo ou produto, de uso individual (EPI) ou coletivo (EPC) destinado a redução de riscos à integridade física ou à vida dos agentes de segurança pública. 17 6.4 Armas/Munições de Menor Potencial Ofensivo (AMPO/MuMPO) São aquelas projetadas e/ou empregadas, especificamente, com a finalidade de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, preservando vidas e minimizando danos à sua integridade. As terminologias são variadas, não-letal, menos letal, menos que letal ou de menor potencial ofensivo, mas se referem ao mesmo sentido. O termo mais utilizado está sendo “menos letal” para deixar a noção de que o uso inadequado pode acarretar a morte de alguém, como o exemplo de um operador utilizar uma munição de impacto controlado na altura do rosto de um manifestante quase à queima roupa, gerando o óbito do indivíduo. 6.5 Armas e Munições de Menor Potencial Ofensivo Vejamos algumas armas e munições menos letais em uso na Polícia Militar do Ceará: Armas de Choque A Pistola Taser, produzida pela empresa americana Taser International Inc e a SPARK da empresa CONDOR-WELSER lançam dois dardos por cartucho, conectados com fios condutores de até 7,6 metros que, quando lançados, fixam-se à roupa ou à pele, disparando uma carga elétrica de 50 mil volts, intensidade de 26 watts de potência e 162 miliamperes, transmitidos através dos fios. Tais armas possuem mira a laser, bateria recarregável e guardam, num chip, a data e a hora dos últimos dois mil disparos. Ademais, soltam cerca de 40 confetes coloridos, cada um com o número de identificação do cartucho. E mais recente no calibre 12GA 18 Agentes CS e OC O CS (Ortoclorobenzalmalononitrilo) é um agente químico irritante lacrimogêneo para o emprego em operações de combate à criminalidade e controle de distúrbios. Foi desenvolvido para uso em áreas abertas. O CS é um produto químico (agressivo) sintético apresentado na forma de micro partículas sólidas que em diversas concentrações forma o misto químico ou a solução lacrimogênea. É classificado como um agente irritante, lacrimejante e esternutatório (que causa espirros). O efeito inicia-se de 3 a 10 segundos após o contatoinicial e causa lacrimejamento intenso, espirros, irritação da pele, das mucosas e do sistema respiratório. Não surte efeito contra animais e pode não ser eficaz contra pessoas alcoolizadas ou drogadas. Causa contaminação em roupas e materiais absorventes. Normalmente após 10 minutos os efeitos da atuação do CS desaparecem. No entanto, em ambientes úmidos o efeito se potencializa e dura por longo tempo. Alguns cuidados devem ser tomados quando do emprego do agente lacrimogêneo: utilização em condições adequadas por profissionais treinados, utilização em locais abertos e arejados, uso de máscara contra gases e SEMPRE usar a favor do vento. O CS atua nos olhos, pele, mucosas e vias respiratórias, causando grande desconforto. É persistente e devido à sua dispersão em micropartículas é de difícil remoção. Para alívio e descontaminação das pessoas afetadas, devem ser tomadas as seguintes providências: 1. Remova a pessoa da área contaminada; 2. Estimule a pessoa a remover as lentes de contato (se for o caso). Se necessário, solicitar ajuda médica para a remoção das lentes; 3. Não deixe que a pessoa contaminada esfregue os olhos; 4. Submeta a pessoa à ventilação prolongada; 5. No caso de contaminação acentuada, lavar as partes afetadas com água em abundância com sabão neutro ou solução de bicarbonato de sódio(10%) 6. Troque as roupas da pessoa contaminada. 7. Persistindo os sintomas, procure um médico. 19 O OC (Oleoresin Capsicum) é uma substância natural extraída da pimenta, utilizada em operações de combate à criminalidade, controle de distúrbios e defesa pessoal, desenvolvida para uso em áreas abertas e ambientes fechados. Assim como no CS, exige do agente da lei, treinamento específico para aplicação, descontaminação e primeiros socorros. O OC é um produto natural que em diversas concentrações, forma a solução agente de pimenta. É um agente natural, irritante, que causa grande desconforto devido à dificuldade de respiração, impossibilidade de abertura dos olhos e sensação de forte ardência nas áreas afetadas. Seu efeito é imediato e dura cerca de 40 minutos. É eficaz contra animais e pessoas alcoolizadas ou drogadas. A contaminação de ambientes, utensílios e roupas é leve e não requer providências especiais para a descontaminação. Por ser um produto natural agressivo, o agente de pimenta deve ser utilizado em concentrações adequadas, por profissionais treinados. Em casos excepcionais onde haja a necessidade de desalojar pessoas o OC deverá ser usado preferencialmente ao CS. É recomendável o uso de máscara contra gases quando do emprego do agente de pimenta. Use-o sempre a favor do vento. Sua atuação se dá nos olhos, pele, mucosas e vias respiratórias, causando grande desconforto. Para alívio e descontaminação das pessoas afetadas devem ser adotadas as mesmas providências da descontaminação do CS. Esse processo é fácil, pois alguns minutos após a sua aplicação o ambiente já estará livre dos efeitos do agente de pimenta. O calor e a exposição ao sol potencializam a ação do OC. Geralmente são usados em forma de spray (espargidores) e ampolas. Fonte: www.flickr.com/photo/condornaoletal 20 Munições de Impacto Controlado Cal.12 Eficientes na intimidação contra indivíduos isolados ou em grupos, através do efeito impactante dos projeteis de borracha. Essas munições provocam hematomas e fortes dores. As munições de borracha podem ser disparadas por qualquer arma cal .12 de alma lisa, sem “choke”, ou pelo Lançador CONDOR AM-402. É importante que o cano da arma esteja limpo. As especificações para uso são individuais, ressaltando que a maioria preconiza que o disparo seja feito apontando-se a arma para as pernas dos infratores da lei, não devendo ser realizado a distâncias inferiores a 20m, nem atirar contra a cabeça ou baixo ventre. AM-403 - Cartucho cal . 12; - Um projétil cilíndrico; - Distância de utilização: 20 a 50m; - Efetuar os disparos na linha de pernas, respeitando o baixo ventre AM-403/A - Cartucho cal . 12; - Três projéteis esféricos; - Distância de utilização: 20 a 50m; - Efetuar os disparos na linha de pernas, respeitando o baixo ventre. AM-403/C - Cartucho cal . 12; - Três projéteis cilíndricos; - Distância de utilização: 20 a 50m; - Efetuar os disparos na linha de pernas, respeitando o baixo ventre. 21 AM-403/M - Cartucho cal . 12; - Múltiplos projéteis esféricos; - Distância de utilização: 20 a 50m; - Efetuar os disparos na linha de pernas, respeitando o baixo ventre. AM-403/P - Cartucho cal . 12; - Um projétil com formato aerodinâmico e saia estabilizadora; - Distância de utilização: 20 a 50m; - Efetuar os disparos na linha de pernas, respeitando o baixo ventre. AM-403/PSR - Cartucho cal . 12; - Um projétil com formato aerodinâmico; - Distância de utilização: 05 a 20m; - Efetuar os disparos na linha de pernas, respeitando o baixo ventre. fonte: http://armasnaoletais.blogspot.com.br/ 22 Munições de Impacto Controlado cal. 38,1 e 40mm Para estes calibres, deve ser utilizado o Lançador CONDOR AM-600 ou um lançador de mesmo calibre da munição: Fonte: www.reporterbrasil.org.br Fonte: recarga tática. wordpress.com Elas foram projetadas para serem utilizadas em operações de controle de graves distúrbios e no combate à criminalidade, quando os infratores da lei encontram-se protegidos por barricadas ou colchões. Possui grande efeito atordoante provocado pela detonação da carga explosiva, associada ao impacto dos múltiplos projéteis de borracha, aos efeitos dos agentes lacrimogêneos ou de pimenta. Granadas Explosivas Projetadas para serem utilizadas por grupos especiais em operações de adentramento em ambientes fechados, tendo como característica principal, o seu corpo fabricado inteiramente em borracha e o retardo de 1,5 seg (próprio para ações de adentramento). São equipadas com sistema de iniciação de duplo estágio, exclusivo da CONDOR, que permite a ejeção do corpo do acionador, antes da explosão da carga principal. Provocam surpresa e atordoamento, criando condições favoráveis para uma rápida intervenção. 23 Fonte: www.flickr.com/photo/condornaoletal Granadas Fumígenas Disponíveis em vários modelos com diferentes tempos de emissão podem também ser disparadas por lançadores especiais. Produzem densa fumaça contendo agente lacrimogêneo, garantindo a efetiva ação policial. Possuem um corpo metálico de alumínio. Fonte: www.defesanet.com.br Fonte: dc191.4shared.com 24 7. EQUIPAMENTOS POLICIAIS Durante a realização dos treinamentos de tiro, o uso de equipamentos de proteção individual – EPI (óculos e protetores auriculares) devem fazer parte do seu uniforme. No cotidiano policial esses cuidados devem ir muito além; onde não podem faltar alguns equipamentos importantíssimos na execução do policiamento ostensivo geral: escudo balístico, colete balístico (principal equipamento de proteção individual), capacete balístico, coldre, bastão policial/tonfa, algemas, lanterna, máscaras contra gases, perneiras, luvas, balaclavas, dentre outros. A seguir, vemos uma tabela com a resistência dos níveis dos coletes balísticos: Fonte: https://www.consultorianapion.com.br/noticias/conheca-os-niveis-de-blindagem-automotiva/1 25 REFERÊNCIAS ARAÚJO, F. Erivaldo Gomes. Técnicas de Defesa para Agentes de Segurança. Fortaleza: Premius, 2006. ALEXANDER, John B. Vencendo a guerra. Rio de Janeiro: Lidador, 2005. BALESTRERI, Ricardo Brizolla. Direitos humanos: Coisa de Polícia. Passo Fundo: CAPEC, 1998. BARBERA & TUREGANT. Armas de fogo: aspectos técnicos periciais. Revista urídica – CCJ ISSN 1982-4858 v. 15, no. 30, p. 137 - 156, ago./dez. 2011.BRASIL. Decreto Nº 10.030, de 30 de setembro de 2019. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2019/decreto-10030- 30-setembro-2019-789175-publicacaooriginal-159118-pe.html. Acesso em 31 mar 2021. _____. Decreto Nº 10.627, de 12 de fevereiro de 2021. Disponivel em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/decreto-n-10.627-de-12-de-fevereiro- de-2021-303712257. Acesso em 04 abr 2021. ______. Lei Nº 13.060, de 22 de dezembro de 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13060.htm. Acesso em 31 mar 2021. GIRALDI, Nilson. Tiro Defensivo na Preservação da Vida: método giraldi. ed. PMESP. São Paulo, 2005. MINAS GERAIS. PMMG Manual de Prática Policial. Belo Horizonte, 2002. SENASP – MJ. Uso Progressivo da Força. MACHADO, Mauricio C. Pimentel. Coleção Armamento. Gráfica Tuicial, Paraná, 2011. MARINHO, Jano Emanuel. Apostila de Tiro Policial Defensivo. AESP/CE, CEARÁ, 2012. GADELHA, Carlos Frederico Fernandes. Apostila de Armamento e Equipamento. AESP/CE, CEARÁ, 2012. 26 TERMOS TÉCNICOS DE ARMAS E MUNIÇÕES (ANEXO AO DECRETO 10.030 DE 30.09.2019) Acessório de arma de fogo: artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a melhoria do desempenho do atirador, a modificação de um efeito secundário do tiro ou a modificação do aspecto visual da arma. Acessório explosivo: engenho não muito sensível, de elevada energia de ativação, que tem por finalidade fornecer energia suficiente à continuidade de um trem explosivo e que necessita de um acessório iniciador para ser ativado. Agente químico de guerra: substância em qualquer estado físico (sólido, líquido, gasoso ou estados físicos intermediários), com propriedades físico-químicas que a torna própria para emprego militar e que apresenta propriedades químicas causadoras de efeitos, permanentes ou provisórios, letais ou danosos a seres humanos, animais, vegetais e materiais, bem como provoca efeitos fumígenos ou incendiários. Área perigosa: local de manejo de Produto Controlado pelo Exército (PCE) no qual são necessários procedimentos específicos para resguardar a segurança de pessoas e patrimônio. Arma de fogo automática: arma em que o carregamento, o disparo e todas as operações de funcionamento ocorrem continuamente enquanto o gatilho estiver sendo acionado. Arma de fogo de repetição: arma em que a recarga exige a ação mecânica do atirador sobre um componente para a continuidade do tiro. Arma de fogo semiautomática: arma que realiza, automaticamente, todas as operações de funcionamento com exceção do disparo, exigindo, para isso, novo acionamento do gatilho. Arma de fogo: arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases, gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara, normalmente solidária a um cano, que tem a função de dar continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil. 27 Arma de pressão: arma cujo princípio de funcionamento é o emprego de gases comprimidos para impulsão de projétil, os quais podem estar previamente armazenados em uma câmara ou ser produzidos por ação de um mecanismo, tal como um êmbolo solidário a uma mola. Artifício pirotécnico: qualquer artigo, que contenha substâncias explosivas ou uma mistura explosiva de substâncias, concebido para produzir um efeito calorífico, luminoso, sonoro, gasoso ou fumígeno, ou uma combinação destes efeitos; devido a reações químicas exotérmicas autossustentadas. Bacamarteiros: grupo de pessoas que se apresentam em folguedos regionais dando salvas de tiros com bacamartes em homenagem a santos católicos reverenciados no mês de junho. Bélico: termo usado para referir-se a produto de emprego militar de guerra. Blaster: elemento encarregado de organizar e conectar a distribuição e disposição dos explosivos e acessórios empregados no desmonte de rochas. Calibre: medida do diâmetro interno do cano de uma arma, medido entre os fundos do raiamento; medida do diâmetro externo de um projétil sem cinta; dimensão usada para definir ou caracterizar um tipo de munição ou de arma. Canhão: armamento bélico que realiza tiro de trajetória tensa e cujo calibre é maior ou igual a vinte milímetros. Carregador: acessório para armazenar cartuchos de munição para disparo de arma de fogo. Pode ser integrante ou independente da arma. Ciclo de vida do produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final. Detonação: é o fenômeno no qual uma onda de choque autossustentada, de alta energia, percorre o corpo de um explosivo causando sua transformação em produtos mais estáveis com a liberação de grande quantidade de calor; ou prestação de serviço com utilização de explosivos. Designação: ato pelo qual se atribui competência nas hipóteses previstas neste regulamento a Organismo de Avaliação da Conformidade - OAC para coordenar o processo de avaliação da conformidade e expedir certificados de conformidade. Dignitário estrangeiro: pessoa que exerce alto cargo em representações diplomáticas de países estrangeiros. 28 Equipamento de bombeamento: equipamento utilizado para injetar material explosivo em receptáculos com fins de detonação, podendo ser móvel ou fixo. Explosivo: tipo de matéria que, quando iniciada, sofre decomposição muito rápida, com grande liberação de calor e desenvolvimento súbito de pressão. Explosivos de ruptura ou altos explosivos: são destinados à produção de um trabalho de destruição pela ação da força viva dos gases e da onda de choque produzidos em sua transformação. Explosivos primários ou iniciadores: são os que se destinam a provocar a transformação (iniciação) de outros explosivos menos sensíveis. Decompõem-se, unicamente, pela detonação e o impulso inicial exigido é a chama (calor) ou choque. Fogos de artifício: é um artigo pirotécnico destinado para ser utilizado em entretenimento. Grupo de produtos controlados: é a classificação secundária referente à distinção dos produtos vinculados a um tipo de PCE. Homologação: ato pelo qual nas hipóteses e nas formas previstas neste regulamento reconhece-se os certificados de conformidade. Iniciação: fenômeno que consiste no desencadeamento de um processo ou série de processos explosivos. Iniciador explosivo: engenho sensível, de pequena energia de ativação, cuja finalidade é proporcionar a energia necessária à iniciação de um explosivo. Iniciador pirotécnico: engenho sensível, de pequena energia de ativação, cuja finalidade é proporcionar a energia necessária à iniciação de um produto pirotécnico. Manuseio de produto controlado: trato com produto controlado por pessoa autorizada e com finalidade específica. Menos-letais: produtos que causam fortes incômodos em pessoas, com a finalidade de interromper comportamentos agressivos e, em condições normais de utilização, não causam risco de morte, incluídos os instrumentos de menor potencial ofensivo ou não-letais, nos termos da Lei nº 13.060 de 22 de dezembro de 2014. Morteiro: armamento bélico pesado de carregamento antecarga (carregamento pela boca), que realiza tiro de trajetória curva. 29 Munição de salva: munição de pólvora seca de canhões e obuseiros, usada em cerimônias militares. Obuseiro: armamento pesado, que realiza tanto o tiro de trajetória tensa quanto o de trajetória curva e dispara granadas de calibres acima de vinte milímetros, com velocidade inicial baixa. Organismo de Avaliação da Conformidade (OAC): organismo que realiza os serviços de avaliação da conformidade e emite o certificado de conformidade. PCE de uso permitido: é o produto controlado cujo acesso e utilização podem ser autorizados para as pessoas em geral, naforma estabelecida pelo Comando do Exército. PCE de uso restrito: é o produto controlado que devido as suas particularidades técnicas e/ou táticas deve ter seu acesso e utilização restringidos na forma estabelecida pelo Comando do Exército. Produto de interesse militar: produto que, mesmo não tendo aplicação militar finalística, apresenta características técnicas ou táticas que o torna passível de emprego bélico ou é utilizado no processo de fabricação de produto com aplicação militar. Propelentes ou baixos explosivos: são os que têm por finalidade a produção de um efeito balístico. Sua transformação é a deflagração e o impulso inicial que exigem a chama (calor). Apresentam como característica importante uma velocidade de transformação que pode ser controlada. Proteções balísticas: produto com a finalidade de deter o impacto ou modificar a trajetória de um projétil contra ele disparado. Réplica ou simulacro de arma de fogo: para fins do disposto no art. 26 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, é um objeto que, visualmente, pode ser confundido com uma arma de fogo, mas que não possui aptidão para a realização de tiro de qualquer natureza. Tipo de produtos controlados: é a classificação primária dos produtos controlados pelo Exército que os distingue em função de características e efeitos. Trem explosivo: nome dado ao arranjamento dos engenhos energéticos, cujas características de sensibilidade e potência determinam a sua disposição de maneira crescente com relação à potência e decrescente com relação à sensibilidade. 30 Uso industrial: quando um produto controlado pelo Exército é empregado em um processo industrial. Fonte: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2019/decreto-10030-30-setembro- 2019-789175-publicacaooriginal-159118-pe.html