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A crise ambiental
A grave crise ambiental gerada pelo uso predatório que o homem faz dos recursos naturais e as possíveis
soluções para os desafios ambientais atuais.
Prof.ª Juliana Velloso Durão
1. Itens iniciais
Propósito
A ação antrópica baseada no uso intensivo dos recursos naturais gerou uma crise ambiental sem precedentes.
A partir deste conteúdo, entenderemos o que são os recursos naturais e sua importância; o atual modelo de
exploração dos recursos naturais e seus consequentes impactos ambientais; e as propostas de soluções para
os atuais desafios ambientais por que passa a humanidade.
Objetivos
Reconhecer os principais recursos naturais e sua importância.
Analisar de que forma a sociedade industrial e de consumo está ancorada na exploração dos recursos 
naturais.
Identificar os principais impactos ambientais da atualidade e as alternativas para minimizá-los.
Introdução
A sociedade atual se baseia no uso intensivo dos recursos naturais. Esse modelo, instituído desde a Revolução
Industrial, que promoveu avanços para a sociedade, no entanto gerou uma grave crise ambiental, além de
enorme desigualdade social. O modelo de sociedade baseado no consumo crescente, que depende de
extração contínua de recursos naturais, é insustentável em longo prazo e gera inúmeras externalidades
negativas.
Os recursos naturais, apesar de muitas vezes abundantes, são finitos e seu uso indiscriminado e exploratório
tem gerado perdas ambientais e sociais imensuráveis. Contudo, se houver real compromisso em prol das
mudanças necessárias, ainda é possível minimizar e, pelo menos em alguns casos, reverter os impactos
ambientais atuais. 
Nos módulos a seguir, apresentaremos os principais recursos naturais e sua importância, discutiremos como a
Revolução Industrial acirrou a utilização desses recursos e os consequentes impactos ambientais do atual
modelo de sociedade. Além disso, veremos algumas das soluções que podem ajudar a reverter a trajetória
insustentável que seguimos atualmente. 
Esperamos que você reflita sobre o impacto das suas ações e escolhas diárias no meio ambiente e comece
agora a promover as mudanças necessárias.
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1. O que são e quais são os recursos naturais
Recursos naturais
O que são recursos naturais?
Recursos naturais são elementos fundamentais para a manutenção da vida, incluindo a sobrevivência da
espécie humana no planeta. São definidos como qualquer elemento da natureza que ainda não tenha sido
transformado pela ação humana, sendo vitais para a sobrevivência no planeta. 
Os recursos naturais nos permitem satisfazer nossas necessidades e transformar o ambiente natural
em busca de maior conforto. 
São de extrema importância no nosso cotidiano, pois fornecem alimento, energia e permitem o
desenvolvimento da sociedade. Em resumo, os recursos naturais são todos os elementos disponíveis na
natureza que podem ser consumidos ou utilizados para a realização das atividades humanas. 
Nem sempre os recursos naturais podem ser utilizados diretamente na forma em que são extraídos da
natureza, necessitando, portanto, passar por um processo de transformação e beneficiamento para serem
utilizados. Além disso, os recursos naturais não são distribuídos de forma homogênea ao redor do globo,
havendo lugares com maior ou menor disponibilidade de determinado recurso. 
Exemplo
O petróleo se apresenta abundante em poucas regiões da Terra, gerando concentração de poder e
recursos financeiros e, consequentemente, conflitos sérios entre nações. 
Vamos entender, adiante, as diferentes classificações dos recursos naturais.
Recursos naturais de origem animal e vegetal
Os recursos naturais podem ser classificados como de origem animal ou vegetal. Como recursos animais,
podemos citar as diversas espécies de animais presentes não só na alimentação diária do homem, mas que
também são utilizadas como meio de locomoção ou como matéria-prima para indústrias. O setor
agropecuário, por exemplo, tem grande importância econômica para o Brasil e utiliza recursos naturais animais
em seu processo produtivo.
No que se refere aos recursos vegetais, também são utilizados em inúmeras atividades produtivas. Diversas
espécies vegetais são utilizadas nos diferentes setores, tais como o de alimentação, o têxtil, o farmacêutico,
entre outros. Podemos citar a madeira usada para a fabricação de móveis e moradias; as fibras vegetais
utilizadas no artesanato e fabricação de ferramentas; os óleos essenciais que são matéria-prima para
produção de produtos cosméticos; princípios ativos explorados pela indústria farmacêutica; e tantas espécies
que são a base da nossa alimentação, como o arroz, o feijão, o milho e o trigo.
Recursos naturais renováveis e não renováveis
Ainda, os recursos naturais são classificados em renováveis e não renováveis. 
Para exemplificar os recursos renováveis, podemos mencionar a luz solar, que pode gerar energia elétrica e
energia térmica por meio de tecnologias, como os painéis fotovoltaicos, aquecedores solares e usinas
heliotérmicas; o vento, que pode gerar energia por meio de sua força utilizando aerogeradores; e a água,
recurso natural essencial à vida no planeta, utilizada para o consumo humano, animal e vegetal, assim como
para produzir energia por meio das turbinas em hidrelétricas.
Cerca de 90% da energia utilizada no mundo é proveniente de fontes de recursos naturais não renováveis.
Entre os recursos não renováveis, podemos mencionar os minérios, o petróleo e o carvão mineral.
Outras classificações dos recursos naturais
Os recursos naturais podem também ser classificados conforme as tipologias a seguir:
 
Biológicos
Minerais
Hídricos
Energéticos
Vamos entender cada um em detalhes:
Recursos naturais renováveis 
São os que se renovam na natureza e, por isso,
são considerados abundantes. Ou seja,
geralmente tais recursos não se esgotam
rapidamente e possuem facilidade de
renovação. No entanto, é importante destacar
que a velocidade e a maneira como são
utilizados pelo homem podem ser
determinantes para sua manutenção na
natureza, pois sua renovabilidade pode ter
uma velocidade menor do que sua extração. 
Recursos naturais não renováveis 
Recursos naturais não renováveis são
aqueles que se renovam em um espaço
de tempo que não atende à demanda
do homem. A utilização desenfreada de
tais recursos pode levar ao seu
esgotamento e, atualmente, essa é uma
grande preocupação, considerando o
uso extensivo e irracional por parte da
sociedade, em velocidade maior do que
a natureza é capaz de repor. 
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Recursos biológicos
São representados pelas espécies animais e
vegetais, pelas florestas e ecossistemas
naturais que têm importância fundamental na
nossa alimentação, locomoção, vestuário,
fornecimento de medicamentos para a indústria
farmacêutica, manutenção do clima, entre
outras ações.
Recursos minerais
São representados pelos minérios, rochas e
pedras preciosas, são materiais inorgânicos que
geralmente possuem alto valor econômico. A
exploração de minérios, como o ferro e o cobre,
é destinada para fabricar uma série de bens,
incluindo eletrodomésticos, equipamentos
tecnológicos, joias, carros, aviões, navios e
muito do que utilizamos no dia a dia. Os
recursos minerais metálicos mais consumidos
pela humanidade são o alumínio, ferro, zinco,
cobre, chumbo, prata, platina e ouro, por
exemplo.
Recursos hídricos
São representados pelo elemento mais
abundante da Terra, a água. Contudo, é preciso
considerar que apenas uma pequena
porcentagem da água do planeta (cerca de
0,3%) é considerada utilizável por seres
humanos. Os outros 99,7% estão nos oceanos,
solos, calotas polares e na atmosfera. A água é
muito importante para a manutenção da vida,
para a produção de alimentos, transporte,
produção de energia, irrigação etc.
Recursos energéticos
São aqueles representados pelo sol, vento,
elementos radioativos utilizados em usinas
nucleares e combustíveis fósseis, como o
petróleo, o gás natural e o carvão. São capazes
de fornecer energia e podem ser recursosrenováveis e não renováveis.
Independentemente de sua classificação, os recursos naturais vêm sendo explorados e utilizados de forma
irracional e sem a devida atenção para sua manutenção em curto, médio e longo prazos. A sociedade vive
hoje um momento em que a gestão inteligente de recursos naturais se torna cada vez mais importante,
necessária e urgente.
Exploração dos recursos naturais 
Os recursos naturais mais utilizados no Brasil
O Brasil é um país com dimensões continentais e recursos naturais abundantes. Além de sua extensão
territorial, o clima tropical, mais quente, e sua variedade de biomas (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata
Atlântica, Pampa e Pantanal) colocam o país como um grande detentor de recursos naturais diversos.
Além disso, o país conta com uma enorme extensão de litoral e com, aproximadamente, 12% da água doce
disponível no mundo para consumo em estado líquido. Por causa da enorme disponibilidade hídrica do Brasil,
o país tem uma matriz elétrica majoritariamente renovável baseada nas hidrelétricas, o que é um grande
diferencial quando comparado com a maioria dos outros países do mundo, que possuem matrizes elétricas
majoritariamente não renováveis baseadas em fontes fósseis de energia.
O Brasil é também um grande produtor de commodities, sendo liderança agrícola mundial em produtos como
soja, laranja, cana-de-açúcar, entre outros.
Curiosidade
O Brasil é um país primário-exportador, possuindo um sistema econômico predominantemente baseado
na agricultura e na exportação de matérias-primas. 
Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), os 10 produtos mais
exportados pelo Brasil em 2020 foram:
Soja.
Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos.
Minério de ferro e seus concentrados.
Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos.
Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada.
Celulose.
Carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas.
Farelos de soja e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos), farinhas de carnes e
outros animais.
Produtos para a Indústria da Transformação.
Açúcares e melaços.
A crescente exploração dos recursos naturais
A sociedade atual tem sua economia baseada em extração, produção, consumo e descarte. Ainda, a economia
segue uma lógica de crescimento progressivo, em que o principal indicador de desenvolvimento de um país é
o crescimento do PIB (produto interno bruto). Mesmo frente a um contexto de deterioração e diminuição de
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recursos naturais, tal lógica continua sendo seguida, o que legitima um modelo insustentável dentro de um
planeta onde os recursos são, em sua maioria, finitos.
A extração desenfreada de recursos naturais, as
queimadas, o desmatamento, a poluição da água, do solo e
do ar, são corriqueiros no cotidiano da humanidade e tudo
isso foi potencializado pelos processos de industrialização,
urbanização, desenvolvimento da agricultura e da pecuária.
Em consequência, lidamos com o crescente impacto
ambiental a partir das diferentes atividades humanas,
afetando direta e indiretamente os ecossistemas naturais.
Dentre os vários problemas com os quais nos deparamos,
estão a extinção de espécies, o crescente esgotamento de
recursos naturais, mudanças climáticas, aquecimento global e suas consequências. Tais desafios ambientais
são vividos com cada vez mais frequência e têm deixado claro a gravidade do problema ambiental a ser
resolvido para que as futuras gerações, e provavelmente a atual, possam continuar habitando o planeta Terra.
Recursos naturais críticos
Sabemos que há muitos recursos naturais que são de extrema importância para a sociedade atual e que não
são renováveis. Há uma série de setores econômicos que fazem uso extensivo de materiais críticos para sua
produção. Exemplos incluem a indústria metalúrgica, a de computadores e eletrônicos, de equipamentos
elétricos e a indústria automotiva e de transporte.
É comum ouvirmos falar sobre a crescente escassez de água, de petróleo e sobre o declínio nas populações
naturais de abelhas, por exemplo, mas há outros recursos que também estão se exaurindo e cujo
desaparecimento poderá modificar a vida da sociedade em vários aspectos. Alguns exemplos destes recursos
que vêm sendo explorados numa velocidade tal que não permite sua renovabilidade são:
Areia
Um dos materiais sólidos mais explorados do mundo e que o homem
utiliza em um ritmo muito mais rápido do que esta pode ser renovada
naturalmente, de acordo com a ONU.
Gás hélio
O gás hélio não é somente utilizado em balões, tem uso essencial em
equipamentos de exames médicos de imagem. É extraído de depósitos
naturais subterrâneos e, segundo estimativas, pode atingir escassez em
30 a 50 anos.
Terra agriculturável
A erosão, a agricultura intensiva, o desmatamento e o aquecimento
global têm contribuído para a perda da camada superior do solo, que é a
mais relevante para a produção de alimentos. Estima-se que pode levar
até 500 anos para que uma polegada de terra, da camada superior do
solo, se forme de maneira natural.
Lítio: um exemplo de recurso cada vez mais relevante
O lítio é um metal considerado estratégico e vem sendo utilizado nas indústrias farmacêutica e de
eletroeletrônicos, ganhando cada vez mais relevância por causa do desenvolvimento e aumento da demanda
por baterias elétricas. Pesquisadores defendem que, no futuro, o lítio será quase tão importante quanto o
petróleo é atualmente para a humanidade.
O lítio é mundialmente requisitado, pois tem grande versatilidade e pode ser utilizado para diversas
finalidades.
Curiosidade
A indústria de fármacos utiliza o lítio para produzir antidepressivos, sendo necessário um alto grau de
pureza. Além disso, o lítio é usado como selante em reatores nucleares, na fabricação de celulares,
laptops e tablets. No entanto, a grande procura pelo lítio atualmente é para produção de baterias, visto
que os melhores acumuladores de energia são à base desse recurso. 
A Bolívia tem a maior reserva de lítio do planeta, localizada no Salar de Uyuni. O Brasil também possui
reservas de lítio, mas apenas cerca de 1% da reserva mundial de lítio está no país e ele se encontra,
majoritariamente, na região de Minas Gerais.
Otimização do uso de recursos naturais
Com o objetivo de ilustrar a busca por otimização do uso de recursos naturais, apresentaremos um caso de
uma empresa privada que vem transformando rejeitos em areia, um recurso natural muito demandado pela
sociedade moderna. 
Rejeitos viram areia para construção civil
Todos os anos, a empresa mineradora Vale produz cerca de 70 milhões de toneladas de resíduos
sólidos, encaminhados para diferentes barragens, como as de Mariana e Brumadinho – que romperam
e causaram centenas de mortes e irreparável destruição ambiental.
Do montante total de resíduos, 55 milhões de toneladas são sílica ou, como popularmente chamada,
areia. Tais resíduos passaram então a ser reciclados e transformados em areia, o recurso natural mais
consumido no mundo, depois da água. Com isso, agora parte dos rejeitos que causaram as duas
tragédias mencionadas passa a ser vendida para o setor de construção civil.
Os volumes vendidos ainda são pequenos: foram 250 mil toneladas em 2021, um número que deve
chegar a 1 milhão de toneladas em 2022 e 2 milhões em 2023. Esse montante é apenas uma fração
dos 320 milhões de toneladas de areia produzidos anualmente no Brasil, mas já representa um grande
avanço ao dar destino a rejeitos que podem provocar consideráveis danos ambientais e sociais e
ainda gerar um recurso altamente demandado pelo mercado.
O benefício ambiental da produção de areia a partir de resíduos é duplo: primeiro, cada tonelada
vendida para uma concreteira significa uma tonelada a menos de resíduos que precisaria ser
armazenada; segundo, pelo fato de as estimativas apontarem que até 75% de toda a areia consumida
no Brasil seja extraída informal ou ilegalmente de leitos de rios, do mar e de jazidassem autorização.
Temos, dessa forma, um produto mais sustentável.
Você já ouviu falar do Dia da Sobrecarga da Terra e da Pegada Ecológica?
Neste vídeo, apresentaremos o Dia da Sobrecarga da Terra e a Pegada Ecológica. O Dia da Sobrecarga da
Terra marca anualmente a data na qual a humanidade consumiu todos os recursos naturais que o planeta é
capaz de renovar ao longo daquele ano. A Pegada Ecológica mensura o impacto do estilo de vida de cada um
no planeta.
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Recursos naturais renováveis e não renováveis
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Os recursos naturais mais utilizados no Brasil
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Vivemos em um planeta com abundância de recursos naturais. No entanto, a maioria dos recursos são finitos
ou se renovam em longos períodos. Em relação a isso, sinalize a opção que apresenta apenas recursos
naturais considerados renováveis.
A
Carvão, sol e água.
B
Sol, vento e água.
C
Petróleo, vento e água.
D
Madeira, petróleo e carvão.
E
Sol, vento e minérios.
A alternativa B está correta.
Os recursos naturais renováveis são os que se renovam na natureza e não se esgotam com facilidade e por
isso são considerados abundantes. Entre os recursos naturais renováveis mais utilizados estão o sol, o
vento e a água. Tais recursos proporcionam a geração de eletricidade considerada renovável.
Questão 2
Os recursos naturais são classificados de diferentes formas. Marque a resposta correta em relação às
diferentes classificações dos recursos naturais.
A
Os recursos naturais podem ser classificados como esgotáveis e abundantes.
B
Os recursos naturais podem ser classificados de acordo com sua localização no planeta e sua quantidade.
C
Os recursos naturais podem ser classificados como recursos renováveis e não renováveis e também como
biológicos, minerais, hídricos e energéticos.
D
Os recursos naturais podem ser classificados como fósseis e não fósseis.
E
Os recursos naturais podem ser classificados como renováveis e não renováveis, apenas.
A alternativa C está correta.
Os recursos naturais são classificados como renováveis e não renováveis, assim como biológicos, minerais,
hídricos e energéticos ou, ainda, como de origem animal e vegetal.
2. Revolução Industrial e a exploração dos recursos naturais
A Revolução Industrial e os recursos naturais
A Revolução Industrial
A Revolução Industrial se refere a um período de grande desenvolvimento tecnológico que se iniciou na
Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII, e que se difundiu pelo mundo, promovendo expressivas
transformações.
A partir dessa revolução, houve o surgimento das indústrias e se consolidou o capitalismo. A Revolução
Industrial também promoveu uma nova forma de organização da sociedade, baseada em consumo e descarte
crescentes. Com a industrialização, as máquinas passaram a fazer o trabalho realizado pelos homens de
forma mais rápida, aumentando a produção de modo significativo. O uso da máquina a vapor, por exemplo, foi
considerado a grande mudança promovida à época.
A Revolução Industrial promoveu, ainda, um expressivo êxodo rural, que fazia com que as pessoas migrassem
do campo para a cidade e, com isso, surgiram muitos problemas sociais. Alguns autores defendiam que as
fábricas haviam destruído a vida tradicional e mais organizada do campo, criando cidades imundas, bairros
miseráveis e multidões de operários alienados, como é retratado no livro A Situação da Classe Trabalhadora
na Inglaterra, de Friedrich Engels.
As transformações tecnológicas, econômicas e sociais causadas pela Revolução Industrial tiveram inúmeros
desdobramentos e acabaram caracterizando diferentes fases, denominadas: primeira, segunda e terceira
Revolução Industrial. Vamos conhecer cada uma.
Primeira Revolução Industrial
Ocorreu entre os anos 1760 e 1850 e se caracterizou pela substituição da energia produzida pelo
homem pelas energias a vapor, eólica e hidráulica; pela substituição da produção artesanal pela
indústria; e pela existência de novas relações de trabalho. Além disso, passou-se a utilizar o carvão
como fonte de energia e a máquina a vapor e a locomotiva foram desenvolvidas e amplamente
utilizadas. A produtividade aumentou muito e, consequentemente, a extração de matéria-prima, a
produção e o consumo.
Segunda Revolução Industrial
Ocorreu entre a segunda metade do século XIX e a metade do século XX, terminando durante a
Segunda Guerra Mundial. Foi nesse momento que a industrialização avançou os limites da Europa e se
espalhou por países como os Estados Unidos e Japão. Naquele momento, ocorreram avanços
tecnológicos mais expressivos e o aperfeiçoamento de tecnologias já existentes. Iniciou-se o uso do
petróleo como fonte de energia e do motor a combustão. Além disso, a eletricidade passou a ser
utilizada para o funcionamento de motores, especialmente os elétricos e a explosão.
Terceira Revolução Industrial
Ocorreu na metade do século XX, logo após a Segunda Guerra Mundial. Incorporou expressivo
desenvolvimento tecnológico e difundiu a sociedade de consumo por todo o globo. Nesse momento é
também estabelecido o capitalismo financeiro, que inaugura o crescimento da especulação financeira
(ações de empresas, juros, títulos de dívidas e outras formas de crédito se transformam em
mercadorias, sendo comercializadas como tais).
Avanços na biotecnologia, robótica, genética, telecomunicações, eletrônica, transporte, entre outras áreas,
promoveram transformações não somente na produção, como também nas relações sociais, no modo de vida
e no espaço geográfico. Iniciou-se um movimento importante, a globalização, que derrubou as barreiras
geográficas ao redor do mundo.
A intensa exploração dos recursos naturais
A partir da Revolução Industrial, com a legitimação do capitalismo e da produção e consumo crescentes,
iniciou-se uma intensa e desenfreada utilização dos recursos naturais. A necessidade de a humanidade
sobreviver no meio ambiente foi se alterando ao longo da história, deixando de ser mais um elemento de
interação amigável e em prol da subsistência, para legitimar uma relação de domínio e posse, na qual a
natureza passou a ser apenas fornecedora dos recursos naturais.
Como vimos, os recursos naturais são esgotados quando são usados mais rápido do que podem reabastecer-
se. Foi a partir da Revolução Industrial que essa lógica de exploração intensa dos recursos naturais começou a
ser posta em prática.
À medida que as culturas avançavam e nossa espécie inventava ferramentas e objetos que
teoricamente facilitariam nossas vidas, nossa demanda por matérias-primas foi aumentando
expressivamente e passamos a utilizá-las de forma excessiva e sem cuidado. 
O problema é que o planeta simplesmente não consegue acompanhar tais demandas cada vez maiores.
No último século, os recursos naturais – renováveis e não renováveis – foram explorados em uma velocidade e
intensidade nunca registradas e, consequentemente, os ecossistemas naturais vêm sendo alterados ou
destruídos para satisfazer a necessidade da espécie humana, entre milhões de outras espécies que habitam o
mundo.
Após a Revolução Industrial houve um aumento do uso da água e das áreas para agricultura e pecuária,
enquanto as áreas de floresta nativa diminuíram consideravelmente para dar lugar a essas atividades. A maior
parte das áreas usadas para agricultura e pecuária é fruto do desmatamento de florestas nativas, atividade
ilegal e criminosa.
A Revolução Industrial e o modelo econômico que se consolidou a partir dela impactaram
negativamente os reservatórios de água doce, as florestas, os oceanos, o ar, o solo, a
biodiversidade e o clima.
Hoje, a humanidade se depara com um cenário de crescente escassez e dificuldade para obtenção de
diversos dosrecursos naturais. Tal cenário não é equânime, pois diferentes regiões do mundo são atingidas
de diferentes formas, umas de modo mais intenso que outras.
A economia linear e o esgotamento dos recursos naturais
A economia linear
O atual modelo de desenvolvimento da nossa sociedade é pautado em constante e crescente extração de
recursos naturais e seu consequente descarte. Esse modelo pode ser também denominado de economia
linear, cuja lógica é:
 
Extrair
Produzir
Consumir
Descartar
Em outras palavras, a economia linear é uma forma de organização que se baseia na extração crescente dos
recursos naturais, em que os produtos feitos a partir desses recursos são utilizados até serem descartados
como resíduos. Nessa forma de economia, a maximização do valor dos produtos se dá pela maior quantidade
de extração, produção e descarte.
A economia linear é considerada uma forma de organização econômica insustentável, que, em longo prazo,
faz com que os limites planetários sejam todos ultrapassados. Vamos entender melhor os limites planetários
adiante. Em uma economia linear, a incerteza sobre a oferta de recursos para a manutenção do sistema é
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crescente, considerando a existência de limites planetários e o aumento da população mundial. A economia
linear é resultado da Revolução Industrial e, desde então, se tornou a lógica vigente na sociedade.
A economia linear é baseada em um paradigma do berço ao túmulo, no qual a utilização dos
recursos naturais não é pensada para ser realizada da forma mais inteligente e em que o descarte se
torna algo trivial. No entanto, em um mundo onde os recursos são finitos e os problemas ambientais
e sociais crescentes, tal lógica não faz sentido.
É por causa desse modelo de economia linear que a humanidade vive uma trajetória de desenvolvimento
insustentável com recursos naturais beirando à escassez ou já escassos, níveis altíssimos de poluição e
vulnerabilidade das espécies, incluindo a humana.
O que causa o esgotamento dos recursos naturais?
Alguns fatores podem ser elencados como causadores do esgotamento dos recursos naturais. A 
superpopulação humana, que hoje contempla mais de 7 bilhões de pessoas, é claramente um importante fator
de pressão da demanda pelos recursos naturais da Terra. Outro ponto se refere ao consumo excessivo e
desperdício, que está diretamente relacionado ao uso também excessivo e desnecessário dos recursos
naturais.
Ainda, pode-se mencionar o desmatamento e destruição de ecossistemas naturais que levam, dia após dia, à
perda crescente de biodiversidade; a atividade de mineração de minerais e petróleo, que promove expressiva
destruição e poluição. Os processos erosivos, que acontecem de forma crescente no mundo, assim como a 
poluição que causa a contaminação de recursos associada a diferentes atividades humanas.
Tais fatores não são exaustivos no que tange ao esgotamento dos recursos naturais, mas são exemplos
importantes do que gera essa consequência.
Consequências do atual modelo de desenvolvimento dominante
Consumir é um ato necessário à vida e à sobrevivência humana. Quando respiramos, consumimos o oxigênio;
para nos hidratar, consumimos água; para nosso desenvolvimento saudável, consumimos os alimentos. A
questão é quando o consumo se dá de forma exagerada, não por necessidade, e leva à exploração excessiva
de recursos naturais, gerando impactos negativos para o planeta.
Como mencionado, consumimos mais do que a capacidade do planeta de se regenerar, alteramos o equilíbrio
da Terra, como nunca registrado na história. Com o aumento crescente da população mundial dentro de uma
lógica voltada para o consumo, o resultado tem sido uma depleção sem precedentes dos recursos naturais.
No início da Revolução Industrial éramos cerca de 750 milhões de habitantes. Hoje, somos 7,8 bilhões de seres
humanos habitando a Terra. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial deve
chegar a 8,6 bilhões de habitantes até 2030. Os números demonstram que a desigualdade social e o consumo
excessivo feito por uma parcela da população (de maior poder aquisitivo) são os principais agravantes do
cenário de destruição dos recursos e dos impactos ambientais. 
O mito da inesgotabilidade de recursos naturais presente nas principais teorias econômicas, nas
quais o mito tecnológico desempenha um papel fundamental, há muito se mostra falacioso.
As teorias econômicas não consideram em suas análises o capital natural como um recurso finito e continuam
propondo o crescimento ilimitado como solução de todos os males. No entanto, ao invés de solucionar todos
os males, o modelo econômico baseado em busca por crescimento constante tem é promovido diversos
males para a sociedade. 
Comentário
É fundamental uma profunda revisão dos modelos econômicos vigentes e uma transformação radical
dos valores que movem a humanidade. A sociedade atual impõe ao ser humano uma sensação de vazio
e necessidade de mais bens de consumo. Com isso, gera-se ao mesmo tempo uma sensação de
angústia individual generalizada por não se possuir bens que são, na verdade, totalmente dispensáveis e
que geram problemas socioambientais globais graves. 
A sobrevivência da espécie humana e de outras milhares de espécies que compõem a biodiversidade da Terra
exigirá, de forma urgente, uma grande revisão do atual modelo capitalista de desenvolvimento, que passa pela
busca por mitigar suas consequências, que podem ser resumidas conforme a seguir:
 
Desigualdade social;
Pobreza;
Fome;
Escassez de recursos naturais;
Poluição;
Perda de espécies da fauna e da flora;
Crescente geração de resíduos;
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Plataforma de extração de petróleo.
Mudanças climáticas.
Perspectivas globais sobre os recursos naturais
O relatório Global Resources Outlook 2019, publicado pela ONU Meio Ambiente, apresentou as tendências dos
recursos naturais e seus padrões de consumo correspondentes, desde a década de 1970. O relatório afirma
que a extração e o processamento de materiais, combustíveis e alimentos contribuem com metade do total de
emissões globais de gases de efeito estufa e mais de 90% da perda de biodiversidade e estresse hídrico.
Além disso, o relatório afirma que a extração de recursos
naturais mais que triplicou desde 1970, incluindo um
aumento de cinco vezes no uso de minerais não metálicos e
um aumento de 45% no uso de combustíveis fósseis. O
relatório defende que até 2060 o uso global de materiais
pode dobrar para 190 bilhões de toneladas (de 92 bilhões),
enquanto as emissões de gases de efeito estufa podem
aumentar em 43%.
O produto interno bruto global dobrou desde 1970,
permitindo um progresso imenso e tirando bilhões de
pessoas da pobreza. No entanto, houve acirramento da
desigualdade, com uma pequena parcela da população se
apropriando da maior parte dos recursos materiais e financeiros. 
O crescimento econômico vivido no mundo tem sido sempre alimentado por uma demanda
implacável por recursos naturais. 
Nosso modelo de consumo promove impactos devastadores em nosso planeta. A ONU (2019) afirma que 90%
da perda de biodiversidade e estresse hídrico são causados pela extração e processamento de recursos
naturais. Essas mesmas atividades contribuem para cerca de metade das emissões globais de gases com
efeito de estufa. Além disso, os benefícios desse tipo de uso de recursos permanecem limitados a apenas
parte da população mundial.
As desigualdades na pegada material de países, ou seja, na quantidade de recursos naturais, que devem ser
mobilizados globalmente para atender ao consumo de um indivíduo, são gritantes. Um morador dos EUA
possui uma pegada material muito superior à de um morador brasileiro ou indiano, por exemplo. Países de alta
renda mantêm níveis de consumo de pegada de material per capita que são 60% mais altos do que os países
de renda média alta e mais de treze vezes o nível dos países de baixa renda.
Comentário
O crescimento econômico obtido às custas dos recursos naturais da Terra simplesmente não é
sustentávele o grande desafio ambiental atual é atender às necessidades de todas as pessoas dentro
dos meios de nosso planeta. A concretização disso exige que governos, empresas e sociedade civil
repensem e reformulem suas ideias sobre o que entendemos por progresso e inovem para mudar as
escolhas, estilos de vida e comportamentos. 
Somente por meio de uma combinação de políticas de eficiência de recursos, mitigação climática, remoção de
carbono e proteção da biodiversidade poderá ser viável promover bem-estar e permanecer dentro dos limites
planetários – como veremos no próximo módulo.
Você já parou para pensar na toxicidade dos itens que consome?
Neste vídeo, faremos uma reflexão, com alguns dados, sobre a toxicidade de produtos que consumimos em
nosso dia a dia.
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Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
A economia linear
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Perspectivas globais sobre os recursos naturais
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Verificando o aprendizado
Questão 1
O uso de recursos naturais foi intensificado após a Revolução Industrial, que promoveu mudanças
significativas na sociedade. Dentre as consequências da Revolução Industrial, podemos afirmar que
A
houve posteriormente uso mais eficiente da água e das áreas para agricultura e pecuária, enquanto as áreas
de floresta nativa passaram a ser cada vez mais protegidas.
B
os recursos naturais, renováveis e não renováveis, passaram a ser explorados em uma velocidade e
intensidade menores e de forma mais racional.
C
os ecossistemas naturais passaram a ser alterados ou destruídos de forma crescente, visando à produção e
ao consumo desenfreados.
D
a desigualdade social diminuiu e a sociedade se tornou mais igualitária, apesar da produção e consumo
acelerados.
E
o meio ambiente se tornou um tema estratégico na agenda mundial e a biodiversidade se tornou o ativo mais
importante da sociedade.
A alternativa C está correta.
Uma das consequências da Revolução Industrial foi a implementação da sociedade de produção e consumo
intensivos, baseados na intensa exploração de recursos naturais animais e vegetais, promovendo, assim,
alterações e destruição dos ecossistemas naturais terrestres e aquáticos.
Questão 2
A economia linear é a lógica que rege a sociedade atual e ela se baseia em um modelo no qual
A
os recursos naturais são vistos como itens valiosos e escassos e que precisam ser utilizados com o máximo
de eficiência.
B
a extração, a produção, o consumo e o descarte são a sequência seguida, que provoca crescente impacto
socioambiental.
C
os resíduos são vistos como recursos, em que o conceito de lixo tende a não existir mais.
D
a busca por maior eficiência na utilização dos recursos e minimização na geração de resíduos é legitimada e
norteia a decisão de empresas e governos.
E
todos os seres vivos são considerados relevantes para a manutenção da biodiversidade, assim como todos os
recursos naturais são vistos como fundamentais para equilibrar a convivência entre as espécies.
A alternativa B está correta.
A economia linear segue a lógica da extração, produção, consumo e descarte exacerbados, não levando
em consideração a escassez dos recursos naturais e a importância que todas as formas de vida possuem
para promover o equilíbrio e a manutenção da vida no planeta.
3. Principais impactos ambientais globais e propostas de soluções
Impactos ambientais e riscos globais 
Principais desafios ambientais da atualidade
Há inúmeros desafios ambientais na atualidade e neste conteúdo indicaremos os principais. Podemos
mencionar a poluição do ar, as mudanças climáticas, o desmatamento, a extinção de espécies e a degradação
do solo como os desafios expressivos da atualidade e que devem ser solucionados para que o planeta
continue sendo um habitat para as diferentes espécies, para que mantenha sua biodiversidade.
No que se refere à poluição do ar e às mudanças climáticas, sabemos da importância da presença do CO² na
atmosfera, já que absorve e reemite radiação infravermelha, fazendo com que o ar, os solos e as águas
superficiais dos oceanos fiquem mais quentes. Isso é importante, pois, caso contrário, a terra congelaria.
Contudo, a questão é que há emissão excessiva de CO² e
outros gases de efeito estufa para a atmosfera. O uso de
combustíveis fósseis e o desmatamento crescentes
aumentaram as concentrações atmosféricas de CO² de 280
partes por milhão (ppm), há 200 anos, para cerca de 400
ppm. 
Isso representa um aumento sem precedentes, tanto em
escala quanto em velocidade, e o resultado são as
perturbações climáticas que já são realidade, ou seja, já
ocorrem em todo o mundo.
Atenção
O excesso de carbono na atmosfera é apenas uma das formas de poluição do ar causada pela queima de
combustíveis fósseis, mas há inúmeros componentes nocivos que são liberados a cada segundo na
atmosfera por causa das atividades humanas. A OMS estimou que uma em cada nove mortes em 2012
estava relacionada a doenças causadas por agentes cancerígenos e outras substâncias poluentes
presentes no ar. 
Frente à questão climática, que se tornou a grande preocupação ambiental mundial, dos governos e de
instituições privadas, faz-se necessário substituir os combustíveis fósseis por energia renovável, assim como
reflorestar e reduzir as emissões da agricultura, melhorar os processos industriais e diminuir o atual padrão
insustentável de consumo excessivo.
No que se refere ao desmatamento, esse é um problema crítico. Florestas nativas ricas em recursos naturais e
biodiversas vêm sendo destruídas para dar espaço à pecuária e às monoculturas agrícolas, além de outras
atividades antrópicas. No Brasil, o uso e modificação do solo é a maior fonte de emissões de gases de efeito
estufa, por exemplo, e o desmatamento só cresce a cada ano.
Comentário
Milhares de hectares de floresta nativa são destruídos todo ano, principalmente nos trópicos, ou seja, na
região tropical, onde se concentram as florestas mais biodiversas, como a Amazônia e a Mata Atlântica,
por exemplo. As florestas não atuam apenas como espaços ricos em biodiversidade, mas também como
reservatórios que mantêm o carbono fora da atmosfera e dos oceanos e peças-chave na regulação do
clima, formação das chuvas e controle da temperatura. 
Nesse sentido, preservar, conservar e recuperar as florestas nativas do planeta é fundamental, assim como é
fundamental cuidar da saúde dos oceanos e de todo ecossistema natural do planeta. 
Governos, empresas e cidadãos devem assumir esse compromisso como algo de grande
importância para a manutenção da vida no planeta, incluindo a nossa.
A extinção das espécies que habitam o planeta é um problema crítico. De acordo com a organização não
governamental internacional WWF (World Wide Fund for Nature), há estimativas de que a perda acelerada de
espécies que presenciamos hoje está entre 1.000 e 10.000 vezes acima da taxa de extinção natural (não
antrópica) e que entre 0,01 e 0,1% de todas as espécies são extintas por ano. Esses números ilustram o grau
de perda da biodiversidade que estamos enfrentando.
WWF (World Wide Fund for Nature).
Se considerarmos a menor estimativa do número de espécies como verdadeira, significa que todo ano
ocorrem entre 200 e 2.000 casos de extinções. Se a maior estimativa estiver correta, então entre 10.000 e
100.000 espécies entram extinção a cada ano. De fato, o que ocorre é que a Lista Vermelha da União
Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) de espécies ameaçadas de extinção cresce a cada dia.
Ainda, muitas das espécies ainda não têm seu risco de ameaça de extinção avaliado e outras muitas espécies
ainda são desconhecidas pela ciência, fato que torna ainda mais difícil estimar o impacto negativo das
mudanças ambientais na vida da Terra.
Nesse sentido, é importante destacar que as diferentes espéciesde seres vivos não apenas têm o direito de
existir, como também são fundamentais por fornecerem produtos e serviços naturais essenciais para a nossa
sobrevivência, a sobrevivência humana.
Um exemplo prático são as abelhas e seu trabalho de polinização das plantas, tão importante para o cultivo de
alimentos, produção de frutos e sementes.
É fundamental que sejam realizadas ações voltadas para a proteção da biodiversidade, tais como
preservar e recuperar habitats naturais, combater a caça e a pesca ilegais, assim como o comércio
ilegal de animais selvagens. 
Em relação à degradação do solo, há no mundo hoje uma exploração excessiva das pastagens, a erosão
crescente, as monoculturas, a compactação do solo, a exposição excessiva a poluentes, entre outros fatores
que representam diferentes formas de degradação.
De acordo com a ONU, cerca de 12 milhões de hectares de terras agrícolas são degradados anualmente. No
entanto, é possível promover uma recuperação dos solos degradados. Existe uma diversidade de técnicas de
conservação e restauração dos solos e é fundamental que sejam colocadas em prática para a manutenção
desse recurso importante em boas condições.
Riscos globais da humanidade
O Relatório de Riscos Globais é produzido pelo Fórum Econômico Mundial anualmente e apresenta os
principais riscos que a humanidade enfrenta na atualidade. De acordo com os relatórios recentes, a economia
global enfrenta um risco cada vez maior de estagnação, as mudanças climáticas estão ocorrendo com maior
intensidade e rapidez do que o esperado e o ciberespaço fragmentado ameaça todo o potencial das
tecnologias de próxima geração. 
Ciberespaço
Espaço de comunicação por redes de computação ou espaço criado pela interconexão mundial de
computadores. 
Em meio a esse cenário, cidadãos em todo o mundo
protestam contra as condições políticas e econômicas
atuais e expressam preocupações sobre o sistema
socioeconômico predominante que apenas exacerba a
desigualdade. Os desafios que a humanidade enfrenta
exigem ação coletiva imediata.
O relatório alerta para riscos em diferentes temas:
econômico, ambiental, geopolítico, societário e tecnológico.
Os riscos são mapeados de acordo com maior
probabilidade de ocorrer e com maior impacto associado.
Riscos ambientais se apresentam como os riscos com maior probabilidade de ocorrer, assim como com os
maiores impactos associados, sendo os riscos ambientais elencados a seguir os mais críticos:
 
Clima extremo
Falha na ação climática
Perda de biodiversidade
Desastres naturais
É importante ressaltar que o relatório é realizado por instituições mainstream (ou instituições convencionais),
por agentes relevantes do contexto socioeconômico atual. São riscos reais que a humanidade já enfrenta e
que serão cada vez mais desafiadores e enfrentados por todos nós.
No Relatório de Riscos Globais do Fórum Econômico Mundial publicado em 2022, foram apresentados os
principais riscos decorrentes das atuais tensões econômicas, sociais, ambientais e tecnológicas da sociedade.
Os principais riscos definidos no relatório deste ano são a crise climática, divisões sociais crescentes,
aumento dos riscos cibernéticos e uma recuperação global desigual em relação à pandemia da covid-19.
O documento reforça que, para resolver tais questões sistêmicas, os líderes globais devem se unir e adotar
uma resposta coordenada dos vários setores da sociedade. De acordo com ele, os principais riscos de curto e
• 
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• 
• 
longo prazo são, respectivamente: clima extremo e falha na ação climática (ou seja, falha no combate às
mudanças climáticas).
Fronteiras planetárias e soluções para desafios ambientais
Fronteiras planetárias
Em 2009, o ex-diretor do Stockholm Resilience Centre (SRC), Johan Rockström, coordenou um grupo de 28
cientistas de renome internacional para identificar os nove processos que regulam a estabilidade e a
resiliência do sistema Terra. Os cientistas propuseram limites quantitativos planetários dentro dos quais a
humanidade pode continuar a se desenvolver e prosperar pelas próximas gerações. Atravessar essas
fronteiras aumenta o risco de gerar mudanças ambientais abruptas ou irreversíveis em larga escala, podendo
impedir a vida na Terra.
A seguir, veremos a lista das nove fronteiras planetárias:
Perda da biodiversidade;
Mudanças climáticas;
Ciclos biogeoquímicos (ciclo do nitrogênio e ciclo do fósforo);
Abusos no uso da terra;
Acidificação dos oceanos;
Mudanças no uso da água;
Degradação da camada de ozônio;
Carregamento de aerossóis para a atmosfera;
Poluição química.
Atualmente, quatro das nove fronteiras planetárias foram cruzadas como resultado da atividade humana:
 
Mudança climática
Integridade da biosfera (perda de biodiversidade)
Mudanças no uso da terra
Ciclos biogeoquímicos alterados (do fósforo e do nitrogênio)
Dois deles, mudança climática e integridade da biosfera, são os que os cientistas chamam de "limites
centrais". A alteração significativa de qualquer um desses "limites centrais" levaria "o sistema Terra a um novo
estado" que nem os cientistas conseguem ainda prever.
As fronteiras planetárias e as interações complexas entre elas podem ser difíceis de se compreender em um
primeiro momento, mas precisam ser tomadas como prioridade na agenda de toda a sociedade para que
possamos pensar em um futuro viável para a espécie humana no planeta.
Propostas de soluções para os desafios ambientais
Conforme já mencionado no início do módulo, há soluções para todos os desafios ambientais. O que não
ocorre muitas vezes é vontade política e corporativa para que tais soluções sejam colocadas em prática.
Mesmo em relação à questão climática, o maior desafio ambiental atual da humanidade, há tecnologia,
recursos humanos e financeiros disponíveis para que soluções sejam alcançadas, no entanto, não houve
muitos avanços até o momento e a fonte energética fóssil, uma das principais responsáveis pelo problema
climático, continua sendo a principal nas matrizes energéticas da maior parte dos países do mundo.
Diante desse panorama, para trazermos otimismo em relação a trajetórias diferentes, mais sustentáveis e
possíveis de serem colocadas em prática, apresentaremos três linhas teóricas alternativas ao modelo de
desenvolvimento socioeconômico vigente: a teoria do decrescimento, a economia circular e a economia
Donut.
1. 
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A busca pelo decrescimento
A teoria do decrescimento tem duas fontes. A primeira fonte é a antropológica e se refere a uma crítica antiga
com relação à economia tradicional, à modernidade e à base original do homo economicus. Essa linha defende
que viveríamos melhor de outra maneira para sair desse sistema de produção e consumo excessivos que nos
leva à catástrofe. A segunda fonte se refere ao relatório do Clube de Roma, que defende o decrescimento por
razões físicas, associadas aos limites da Terra por causa da finitude de seus recursos naturais. Nessa
perspectiva, não há espaço para crescimento contínuo e desenfreado, pois os recursos naturais se esgotarão
em algum momento.
O que a teoria do decrescimento preconiza é o abandono do objetivo do crescimento ilimitado,
objetivo cujo motor não é outro senão a busca do lucro por parte dos detentores do capital, com
consequências desastrosas para o meio ambiente e para a humanidade.
A teoria do decrescimento tem como meta uma sociedade em que se viverá melhor trabalhando e consumindo
menos e defende que a sociedade de crescimento não é apenas não desejável, mas também não sustentável.
Além disso, argumenta que o crescimento econômico excessivo se confronta com os limites da finitude da
biosfera. A capacidade de regeneração da Terra já não consegue acompanhar a demanda humana, ou seja, a
humanidade transforma os recursos naturais em resíduos mais rápido do que a natureza consegue
transformar em novos recursos.
Diante desse contexto, os adeptos do decrescimento defendem uma revolução para a construção de uma
sociedade autônoma de decrescimentobaseada em oito mudanças interdependentes, que se reforçam
mutuamente e são sintetizadas em oito “erres”: reavaliar, reconceituar, reestruturar, redistribuir, relocalizar,
reduzir, reutilizar, reciclar. A aplicação desses oito objetivos seria capaz de promover um processo de
decrescimento sereno e sustentável.
Comentário
De acordo com o filósofo francês Serge Latouche, um dos defensores e desenvolvedores da teoria do
decrescimento, ela possui como fundamento o abandono do objetivo do crescimento pelo crescimento e
o abandono da ilusão de que a felicidade está baseada na possibilidade de consumo. Além disso, o PIB,
indicador de progresso que se tornou a maior referência no mundo para medir o desenvolvimento de
uma nação, precisa ser abandonado ou completamente reestruturado. 
Vejamos alguns exemplos de alternativas que já demonstram a importância de se introduzir outras variáveis
para medir o progresso de um país:
 
Herman Daly estabeleceu um índice sintético, o Genuine Progress Indicator (Indicador de Progresso
Autêntico – IPA), que corrige o PIB por perdas causadas pela poluição e pela degradação do meio
ambiente. A partir da década de 1970, tal índice estagnou, e regrediu, para os Estados Unidos,
enquanto o PIB não parava de aumentar.
A ONU (Organização das Nações Unidas) criou o indicador FIB (Felicidade Interna Bruta), como forma
de complementar medidas de desenvolvimento de uma nação. Os elementos básicos para calcular o
FIB consideram variáveis muito além do contexto econômico, tais como aquelas relacionadas à saúde
física, saúde mental, satisfação no trabalho, felicidade social, bem-estar político, bem-estar econômico
e bem-estar ambiental.
O presidente francês Nicolas Sarkozy, em 2008, criou uma comissão denominada “Comissão para a
Mensuração do Desempenho Econômico e do Progresso Social” ou Comissão Stiglitz-Sem, cujo
objetivo era sinalizar os limites do PIB como indicador de desempenho econômico e problemas
associados à sua mensuração. A comissão foi criada devido à insatisfação com as informações
estatísticas disponíveis sobre a economia e a sociedade. A comissão buscou construir indicadores que
efetivamente mensurassem o progresso social, legitimando as dificuldades do sistema dominante na
sociedade.
Economia circular e economia Donut
A economia circular
A economia circular pode ser pensada como um conceito que associa o desenvolvimento econômico a um
melhor uso dos recursos naturais. Ela preconiza uma nova forma de se relacionar com o planeta, dissociando a
prosperidade econômica e o bem-estar humano do consumo crescente e exacerbado de novos recursos.
Nesse sentido, os materiais (recursos já extraídos da natureza) precisam circular ao máximo no sistema
econômico, considerando a valorização de seus nutrientes técnicos e biológicos em sistemas industriais
integrados, restaurativos e regenerativos.
A lógica circular defende que os fluxos de materiais são de dois tipos:
Nutrientes biológicos
Projetados para retornar à biosfera de forma
segura.
Nutrientes técnicos
Projetados para circular ao máximo na
sociedade.
Uma parte de extrema importância na lógica circular se refere ao design intencional de produtos e processos
que contemplem a circularidade, para que ocorra o aproveitamento inteligente dos recursos. 
Em um sistema circular, a ideia é eliminar o conceito de “lixo”, já que os resíduos também passam a
ser considerados recursos e se tornam nutrientes em novos processos.
Os produtos ou materiais podem ser reparados, reutilizados, atualizados ou reinseridos em novos ciclos com a
mesma qualidade ou qualidade superior, suprimindo o conceito tão normalizado em nossa sociedade de “jogar
fora” ou descartar. Até porque, se pararmos para pensar, não existe fora, pois o que descartamos, continua no
nosso planeta. Nesse tipo de economia, a ideia é que não haja “fim da vida do produto” ou de seus
componentes. O conceito de final de vida útil é deixado de lado e substituído pelo conceito de restauração.
Entenda como funciona a economia circular:
• 
• 
• 
A economia circular também se baseia na busca por entender melhor o funcionamento dos processos que
ocorrem na natureza para buscar replicá-los em processos industriais, otimizando, assim, os sistemas
produtivos e modelos de negócios.
Além disso, a economia circular preconiza:
 
A utilização de fontes renováveis de energia, principalmente a solar fotovoltaica.
A substituição de produtos químicos nocivos.
A eliminação da geração de resíduos por meio da melhoria do desenho industrial e dos negócios.
Ao contrário da economia linear que parte do princípio do “compre e consuma”, a economia circular está
baseada no compartilhamento, em que os produtos duráveis são alugados ou compartilhados sempre que
possível pela população. Na economia circular existem incentivos para garantir o retorno do produto ao
sistema e sua reutilização – ou de seus componentes e materiais – ao final de seu período de uso primário.
Isso representa o contrário do que vivemos hoje na sociedade do consumo desenfreado. Vivemos hoje a
obsolescência programada dos produtos, que define um tempo de vida útil para esses produtos, para que o
consumo excessivo continue ocorrendo.
Para exemplificar que a economia circular é possível de ser colocada em prática, apresentaremos, a seguir,
alguns casos de sucesso seguindo as premissas da circularidade:
1
Empresa Adidas
A Adidas lançou o tênis Futurecraft.Loop 100% reciclável e de alta performance. Ao final do uso, a
empresa recolhe o calçado para reciclagem, e transforma os materiais em insumos para novos
calçados. Tais insumos podem ser reutilizados inúmeras vezes, sem perda de qualidade. O tênis é
feito com um único polímero, o TPU (polímero termoplástico) e nenhum tipo de cola é utilizado. O
material é tricotado, moldado e fundido com a sola, permitindo sua futura reciclagem e reuso
infinitos. Esse exemplo demonstra o potencial do design circular em desenhar produtos pensados
para retornarem aos seus ciclos.
• 
• 
• 
2Empresa Algramo
Uma empresa chilena que tem ganhado cada vez mais espaço em outros países por permitir a
compra de produtos a granel, na qual o consumidor usa potes reutilizáveis. Seu sistema de
embalagens reutilizáveis para alimentos e produtos de higiene e limpeza funciona a partir da
colocação de uma máquina de venda a granel em diferentes pontos de venda espalhados pelas
cidades. Com isso, a empresa possibilita o reuso contínuo dos recipientes, ao mesmo tempo que gera
um impacto social positivo pela distribuição mais justa de produtos básicos para a população de
baixa renda. Seu modelo de negócio tem gerado crescente interesse por parte de empresas
multinacionais, tais como Unilever e Walmart, que já estabeleceram parcerias para a venda de seus
produtos a granel e distribuição em seus pontos de venda.
3
Empresa C&A
A C&A lançou uma coleção que oferta diferentes opções de jeans feminino e masculino produzidos
com 100% de algodão mais sustentável, certificado pelo selo obtido com o processo Better Cotton
Initiative (BCI) para os tecidos e com certificação de algodão orgânico na origem para as linhas de
costura. A fabricação usa elastano adaptado ao ciclo biológico e produtos químicos seguros, livres
de metais pesados ou outras substâncias tóxicas em peças como botões, por exemplo.
A economia Donut
Um modelo econômico simples, ambicioso, revolucionário e original foi proposto pela economista Kate
Raworth, da Universidade de Oxford, a economia Donut. A economista defende a ideia de que devemos incluir
os limites planetários na concepção de um novo modelo de desenvolvimento socioeconômico. Sua obra é uma
tentativa interessante de expandir os horizontes do pensamento econômico, que ainda é bastante
ultrapassado ao não incorporar a questão ambiental como central em seus modelos, premissas e propostas.
A economia Donut defende uma mudança de paradigma afirmando que o modelo econômico vigente não
contempla os grandes desafios contemporâneos. Ressalta a necessidade de transformarmoso capitalismo,
que sustenta a sociedade de consumo excessivo, em um sistema sustentável do ponto de vista social e
ambiental.
Na economia Donut, o bem-estar da humanidade estaria em primeiro lugar, ou seja, à frente de
sistemas e modelos de desenvolvimento que perseguem o crescimento econômico infinito e
desumano a qualquer custo.
No modelo Donut, a economia é associada ao formato de uma rosquinha, na qual o círculo interno representa
a base social (serviços e produtos como alimentos, saúde e habitação), enquanto o círculo externo está
associado às fronteiras planetárias. No espaço entre um e outro, vemos um ambiente seguro e justo para a
humanidade viver. Devemos compreender e aceitar que temos que estar dentro desse espaço: com limites
para produzir e consumir.
Entenda como funciona o modelo Donut no esquema a seguir.
Modelo Donut.
A sociedade é considerada próspera quando todas as bases sociais são atendidas sem ultrapassarmos
nenhum dos limites planetários, tais como mudanças climáticas, acidificação dos oceanos, poluição química,
poluição por nitrogênio e fósforo, excesso de uso de água doce, degradação do solo, perda de biodiversidade,
poluição do ar, destruição da camada de ozônio, entre outros. O grande desafio da humanidade para o século
atual é atender e incluir todos dentro das possibilidades do planeta, ou seja:
As fronteiras sociais e planetárias devem nortear o modelo de desenvolvimento da sociedade.
Você já ouviu falar sobre obsolescência programada?
Neste vídeo, faremos uma apresentação sobre o conceito de obsolescência programada. 
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Riscos globais da humanidade
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A economia circular
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Verificando o aprendizado
Questão 1
A economia circular é um contraponto à economia linear – a lógica vigente em nossa sociedade. Sobre a
economia circular, podemos afirmar que esta defende
A
o uso de produtos ou materiais que podem ser reparados, reutilizados, atualizados ou reinseridos em novos
ciclos, suprimindo o conceito de descarte.
B
os recursos naturais como ilimitados, podendo ser utilizados de forma contínua, crescente e exacerbada.
C
a extração, a produção e o descarte contínuos e ilimitados.
D
a prosperidade da nação, que está relacionada apenas ao crescimento do seu PIB.
E
o bem-estar da humanidade, que está diretamente associado ao maior consumo de produtos supérfluos no
seu dia a dia.
A alternativa A está correta.
A economia circular defende que os materiais ou produtos devem ser reparados, reutilizados e reinseridos
em novos ciclos, com qualidade igual ou superior. Além disso, defende que a geração de lixo é um erro de
design e que os produtos devem ser pensados, desde o seu desenvolvimento, para ter alta durabilidade e
não gerar descarte.
Questão 2
Em 2009, cientistas propuseram limites quantitativos planetários dentro dos quais a humanidade pode
continuar a se desenvolver e prosperar pelas próximas gerações. Assinale a alternativa que apresenta as
fronteiras planetárias que já foram cruzadas atualmente.
A
Acidificação dos oceanos e degradação da camada de ozônio.
B
Mudança climática e integridade da biosfera.
C
Acidificação dos oceanos e poluição química.
D
Degradação da camada de ozônio e carregamento de aerossóis para a atmosfera.
E
Poluição química e mudanças no uso do solo.
A alternativa B está correta.
Atualmente, quatro das nove fronteiras planetárias foram cruzadas como resultado da atividade humana:
mudança climática, integridade da biosfera (perda de biodiversidade), mudanças no uso da terra e ciclos
biogeoquímicos alterados (do fósforo e do nitrogênio).
4. Conclusão
Considerações finais
A sociedade vive uma crise ambiental sem precedentes. De problemas locais a questões globais de alta
complexidade, nossa realidade atesta as consequências de um modelo de desenvolvimento econômico
insustentável e nocivo em termos sociais e ambientais.
A busca por crescimento contínuo e progressivo baseado na produção e consumo desenfreados consolidou
uma utilização insustentável dos recursos naturais com consequente impacto em diferentes contextos (social
e ambiental) e diferentes intensidades. A desigualdade se tornou padrão nas sociedades atuais, tornando
ainda mais graves os impactos ambientais, que estão relacionados às condições socioeconômicas.
Contudo, apesar da grave situação ambiental que vivemos, sob uma perspectiva otimista há soluções sendo
desenvolvidas e colocadas em prática. Na maioria das vezes, não são os recursos financeiros que faltam, mas
recursos humanos comprometidos com as mudanças necessárias para a resolução dos desafios ambientais. 
Este conteúdo objetivou apresentar um panorama atual da crise ambiental, suas causas, os principais desafios
e possibilidades de mudança de trajetória que visam a uma vida mais sustentável para a humanidade. Espera-
se que você, futuro profissional, tenha desenvolvido ainda mais sua capacidade crítica e motivação para atuar
em prol das questões ambientais e escolhas mais sustentáveis. 
Podcast
Neste podcast, a especialista demonstrará como o lixo – também chamado de resíduo – é um recurso
valioso em nossa sociedade e como estamos desperdiçando essa riqueza.
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se depara!
 
A História das Coisas
Uma Verdade Inconveniente
A Era da Estupidez
O Planeta
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Wall-E
Alimentos S.A
Home – Nosso Planeta, Nossa Casa
Lixo Extraordinário
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A Última Hora
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Você pode acessar a plataforma WaterBear para assistir a muitos dos filmes que abordam temáticas
ambientais de forma gratuita.
Referências
BAPTISTA, V. F. A relação entre o consumo e a escassez dos recursos naturais: uma abordagem histórica.
Saúde & Ambiente em Revista, Duque de Caxias, v. 5, n. 1, p. 8-14, 2010.
 
IDEIA CIRCULAR. 28 estudos de caso: design e inovação para a economia circular no Brasil e no mundo –
2021. Consultado na Internet em: 11 jul. 2022.
 
LATOUCHE, S. Pequeno tratado do decrescimento sereno. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
 
MINISTÉRIO DA INDUSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS. Exportações e importações brasileiras. Sd.
Comextat. Consultado na Internet em: 11 jul. 2022.
 
ONU. Global Resources Outlook: natural resources for the future we want. 2019.
 
PENTEADO, H. Ecoeconomia – uma nova abordagem. São Paulo: Lazuli, 2003.
 
SANTOS, E. de J. Capitalismo e a questão ambiental: reflexões teóricas sobre a Economia do Meio Ambiente.
VIII Jornada Internacional de Políticas Públicas, São Luís – MA, 2017.
 
TEIXEIRA JR., S. Na Vale, rejeitos viram areia para construção civil. Capital Reset. Publicado em: 18 maio 2022.
Consultado na Internet em: 11 jul. 2022.
 
WWF. Quantas espécies estamos perdendo. 2022. Consultado na Internet em: 11. jul. 2022.
	A crise ambiental
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	1. O que são e quais são os recursos naturais
	Recursos naturais
	O que são recursos naturais?
	Exemplo
	Recursos naturais de origem animal e vegetal
	Recursos naturais renováveis e não renováveis
	Outras classificações dos recursos naturais
	Recursos biológicos
	Recursos minerais
	Recursos hídricos
	Recursos energéticos
	Exploração dos recursos naturais
	Os recursos naturais mais utilizados no Brasil
	Curiosidade
	A crescente exploração dos recursos naturais
	Recursos naturais críticos
	Areia
	Gás hélio
	Terra agriculturável
	Lítio: um exemplo de recurso cada vez mais relevante
	Curiosidade
	Otimização do uso de recursos naturais
	Rejeitos viram areia para construção civil
	Você já ouviu falar do Dia da Sobrecarga daTerra e da Pegada Ecológica?
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Recursos naturais renováveis e não renováveis
	Conteúdo interativo
	Os recursos naturais mais utilizados no Brasil
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. Revolução Industrial e a exploração dos recursos naturais
	A Revolução Industrial e os recursos naturais
	A Revolução Industrial
	Primeira Revolução Industrial
	Segunda Revolução Industrial
	Terceira Revolução Industrial
	A intensa exploração dos recursos naturais
	A economia linear e o esgotamento dos recursos naturais
	A economia linear
	O que causa o esgotamento dos recursos naturais?
	Consequências do atual modelo de desenvolvimento dominante
	Comentário
	Perspectivas globais sobre os recursos naturais
	Comentário
	Você já parou para pensar na toxicidade dos itens que consome?
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	A economia linear
	Conteúdo interativo
	Perspectivas globais sobre os recursos naturais
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. Principais impactos ambientais globais e propostas de soluções
	Impactos ambientais e riscos globais
	Principais desafios ambientais da atualidade
	Atenção
	Comentário
	Riscos globais da humanidade
	Fronteiras planetárias e soluções para desafios ambientais
	Fronteiras planetárias
	Propostas de soluções para os desafios ambientais
	A busca pelo decrescimento
	Comentário
	Economia circular e economia Donut
	A economia circular
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	A economia circular
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	Verificando o aprendizado
	4. Conclusão
	Considerações finais
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	Referências

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