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Aula 4: Bioquímica I Propriedades e estrutura molecular de aminoácidos, peptídeos e proteínas Aminoácidos são as unidades básicas formadoras de peptídeos e proteínas. Peptídeos são cadeias de (resíduos) aminoácidos (até 99 resíduos de aminoácidos) Proteínas são cadeias peptídicas (100+ resíduos de aminoácidos) Obviamente pode sempre variar. Proteínas apresentam uma variabilidade muito grande em uma célula, pois desempenham diversas funções diferentes dentro da mesma. Na célula a quantidade de proteína é igual a quantidade de RNA (vide a transcrição) Macromoléculas na célula: Há 4 principais tipos de macromoléculas, cada uma formada por subunidades: Fonte de açúcar: Carboidratos. ● Podem ajudar a compor tecidos, por exemplo. ● Transporte de gases o sangue – as hemácias são anucleadas: liberação de espaço celular. ● Aminoácido específico (não essencial): Triptofano-sintetase – ajuda na produção do triptofano ● Anticorpos ● Rodpsina: Capta luz, fótons, relacionada com a visão ● Ferritina: Ajuda no armazenamento do ferro ● Miosina: contração muscular ● Insulina: Glicemia; Ajuda na absorção de açúcares, ligada ao metabolismo. ● Luciferase: proteína responsável por uma reação química que emite luminosidade (ex.: insetos, peixes, etc.) ● Paquidermes: espécies com pele muito grossa, dificilmente lesada: acumulo de determinadas proteínas na pele desses animais Cada uma dessas proteínas tem uma forma diferente, justamente devido a constituição de aminoácidos diversificada que conforma diversas funções. O carbono α acima é quiral, assimétrico, ou seja, apresenta isômero quiral Quando o radical R (cadeia lateral) for um átomo de hidrogênio, ele não será assimétrico – aminoácido GLICINA. Há 20 aminoácidos que compõe as proteínas conhecidas no planeta, 19 deles com carbono quiral. A diferença físico-química de um aminoácido para outro é o grupo radical/cadeia lateral -R A cadeia lateral, portanto, define o tipo de aminoácido. A lisina tem carga líquida positiva +1, há um próton a mais (não é uma generalização). Os átomos de carbono são nomeados como letras gregas em ordem crescente. Algarismos também podem ser utilizados – Grupo carboxila será 1 e o carbono assimétrico será o 2. Nomenclatura não usual. Geralmente, a maioria dos aminoácidos que compõe as proteínas é de configuração L. Como classificar? Grupo amina do lado esquerdo = aminoácido do tipo L Grupo amina do lado direito = aminoácido do tipo D O gliceraldeído (grupos químicos intercambiáveis) é utilizado para comparar e classificar as moléculas de aminoácidos para D ou L - em aminoácidos do tipo L, a hidroxila está do lado esquerdo, ao contrário em moléculas do tipo D onde a hidroxila estará do lado direito. Os aminoácidos, por terem um carbono assimétrico, desviam a luz polarizada (levorrotatória/dextrorrotatória)., entretanto a classificação acima não tem relação com isso, mas sim em relação a posição dos grupos específicos de cada um. Os aminoácidos, como observado na tabela acima, são divididos em grupos. Eles são identificados através de suas abreviações – artigos, papers, etc. - primeira letra sempre maiúscula e as outras duas minúsculas. Obs.: Triptofano (W) Grupos ionizados – pKa correspondentes vide à carboxila e as aminas. Os aminoácidos supracitados são APOLARES. São muito importantes no processo de enovelamento, na forma das proteínas (conformacional) i O triptofano é o maior aminoácido de todos, justamente devido ao tamanho de sua cadeia lateral. A fenilamina é apolar, ao contrário de tirosina que é polar devido à hidroxila ionizável (OH), portanto, pode formar ligações de hidrogênio por conta desse fato. Os aminoácidos aromáticos possuem uma boa absorção de luz na faixa de 280 nm. Espectrofotômetros emitem radiação na faixa de 280 nm e de acordo com a quantidade de triptofano (ou outro aromático), há uma absorção X de luz. Quanto maios a absorção, maior a quantidade de proteína – quantificação de proteínas. Não possuem carga elétrica liquida. A hidroxila confere polaridade à cadeia lateral, como no caso da serina e treonina No caso da cisteína, há enxofre – confere carga à proteína: é um grupo ionizável – não é amino nem carboxila, é o SH (grupo reativo em alguns tipos de enzima). A prolina não é polar devido a sua conformação. Asparigina e glutamina são bastante polares. Em pH=7 os grupos não são ionizáveis, por isso são polares mas não carregados. (proteínas extracelulares) A cistina é composta por dois aminoácidos do tipo cisteína, ligadas covalentemente. Em pH=7 eles são carregados/protonados, isso pode variar de acordo com a posição. Lisina e arginina são +1 Histidina tem um grupo ionizável (NH) com pK muito próximo de 7 (6,8), tem uma tendência a receber e (ou) doar o próton dos substratos (atua como base ou ácido), sendo considerada um aminoácido com carga positiva. Com muita facilidade, portanto é encontrado muito comumente em sítios catalíticos de enzimas PROVAAAAAAAAAAAAAA! Em pH=7 os aminoácidos supracitados são negativamente carregados. Qual a importância da diferença de cargas entre os aminoácidos? Interação eletrostática muito alta – os aminoácidos e proteínas podem interagir entre si, se posicionar corretamente dentro dos sítios catalíticos, como também está relacionada a função dessas proteínas. Zwitter(alemão)=dois Em pH não biológicos esses aminoácidos estão na forma não iônica, mas em phs biológicos eles se comportam zwitterionicamente. Efeito tampão/titulação de ácidos fracos Pontos de tamponamento desse tipo de aminoácido: pK1=2,34 e pK2=9,60 Os aminoácidos que possuem dois grupos ionizáveis com duas faixas de tamponamento, como o acima. Pi=5,97 - anulação da carga liquida, todo mundo protonado e todo mudo desprotonado=cargas de anulam (média aritmética entre os pKa’s). Glicina é barata e simples, ou seja, é bastante usada como método de tampão em ensaios bioquímicos. Há 3 grupos ionizáveis, portanto, há 3 pKas e 3 regiões de tamponamento. O pI (ponto isoelétrico) está, provavelmente, nesse caso, entre o 1º e o 2º pKa = 3,22 Ligações peptídicas: elas ocorrem entre um grupo carboxila ligado ao carbono alfa de um aminoácido e um grupo amino de outro aminoácido para formar através de uma reação de condensação (moléculas de água são liberadas) por ligações covalentes Através da hidrólise (entrada de uma molécula de água) há quebra de um dipeptídeo A PROTEÍNA É FORMADA, PORTANTO, POR RESÍDUOS DE AMINOÁCIDOS Átomos que fazem parte dos aminoácidos iniciais são “perdidas” pela reação de condensação. Há 4 ligações peptídicas Convenção: O aminoácido que possui um grupo amino livre é chamado de resíduo N-terminal (resíduo número 1 da cadeira) e o ultimo resíduo é chamada de resíduo C-terminal (grupo carboxila livre) As cadeias laterais NÃO PARTICIPAM NUNCA DAS LIGAÇÕES PEPTÍDICAS). *observar as diferenças entre as quantidades/proporção de resíduos de aminoácidos nas proteínas acima, o que ocasiona as funções e atividades/estruturas distintas para cada uma delas. *grupos prostéticos As proteínas muitas vezes não funcionam sozinhas. Formada por 4 cadeias polipeptídicas (duas alfas e duas betas) com 4 grupos prostéticos (Heme) ligados a um Fe+2, responsável pela ligação com o oxigênio que será transportado pelos tecidos. Cofatores: átomos metálicos que participam de atividades biológicas essenciais, “gatilho” para o funcionamento da molécula proteica. No caso da molécula supracitada é o Zn+2. A reação catalítica ocorre justamente na parte destacada na imagem acima, onde está o zinco. O enovelamento é determinado pelos tipos de aminoácidos (obviamente) e os tipos de ligações/interações que compõe as proteínas. Elas se dobram sobre elas mesma, principalmente as proteínas globulares. A ligação peptídicatem uma característica estrutural típica. Há mecanismos de ressonância Grupo amida: carbonila + nitrogênio As ligações peptídicas tem caráter coplanar e são rígidas, por isso não é possível girar essas moléculas, elas possuem posições bem definidas. Se é necessário que a cadeia se dobre, em que ponto ela fará isso? As ligações simples DENTRO dos aminoácidos e não as ligações ENTRE os aminoácidos (ligações peptídicas). Entre o carbono alfa e o carbono do grupo carboxila (carbonila) – ângulo psi. - dentro de um aminoácido, e o carbono alfa e o grupo amina – ângulo fi - dentro de um aminoácido. Níveis estruturais de uma proteína ● Estrutura primária: sequência dos resíduos de Aas ● Estrutura secundária: arranjo espacial dos resíduos de Aas próximos. Formação de sequencias tridimensionais periódicas (alfa-hélice, fita beta etc.) ● Estrutura terciária: arranjo espacial relativo de todos s resíduos de Aas de uma proteína. Forma como a proteína se “dobra” sobre si mesma. ● Estrutura quaternária: Há mais que uma cadeia polipeptídica, é referente ao arranjo espacial das subunidades constituintes de uma proteína (monômeros) e a natureza dos seus contatos. Monômero: 1 cadeia polipeptídica após o enovelamento. ▪ 2 monômeros=dímero (conjunto de 2 monômeros) ▪ 3 monômeros=trímero (conjunto de 3 monômeros) ▪ 4 monômeros=tetrâmero (conjunto de 4 monômeros) ▪ Etc. Podem ser hétero-dímeros ou homo-dímeros, trímero, tetrâmeros, etc. – formada por cadeias idênticas ou diferentes, segue a definição A hemoglobina é um hétero-tetrâmero, por exemplo. Estruturas secundarias de uma proteína α-hélice: helicoidal ● Estabilizada pelas ligações de H formadas entre os grupos N-H e C-O da cadeia principal; ● Ligações de H formadas entre resíduos não adjacentes (n+4); ● Número de resíduos por volta completa da hélice: 3,6; ● Podem ser orientadas no sentindo horário (comuns) ou anti-horários (raras) Folha-β ● Estabilizada pelas ligações de H formadas entre os grupos N-H e C-O da cadeia principal.; ● Ligações de H formadas entre resíduos localizados em fitas betas distintas.; ● Distância entre resíduos adjacentes: 3,5 A; ● Podem ser paralelas ou anti-paralelas; Resíduos espacialmente próximos interagindo e sequencialmente distantes. Reações mais “retas” e frontais são mais fortes. E quando oblíquas, são mais fracas. *várias fitas juntas=folha Aminoácidos com cadeias laterais pequenas – α-hélice; - Exceções: Glicina (muito flexível), Prolina (muito rígida). Aminoácidos hidrofóbicos tem maior tendência de formar α-hélice. Outros exemplos de estrutura secundarias: Loops ● Não apresentam padrão definido de estrutura secundaria ● Tendem a situar-se na superfície das proteínas ● Constituídos por resíduos carregados e polares Estudo sobre as conformações das estruturas secundárias de acordo com a angulação fi e psi ▪ Pontinhos pretos: aminoácidos ▪ Áreas azuis: possíveis proteínas Os aminoácidos tem tendências a estarem em determinadas regiões energeticamente favoráveis desse gráfico. Quando uma proteína desnatura, ele perde sua função. Produzir essa proteína de forma recombinante é difícil. Proteínas Fibrosas ● Função estrutural ● Insolúveis em água ● Ricas em resíduos de aminoácidos hidrofóbicas