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Microbiologia 
Caderno de estudos de micologia 1 
Estrutura fúngica 
o Constituída pelos principais componentes 
encontrados nos organismos eucarióticos. 
o Podem ser uni ou multicelulares (quando 
as células são tubulares – hifas- cujo 
conjunto constitui o micélio). 
o São células eucarióticas. 
 
Principais estruturas da célula fúngica 
 
Parede celular 
o Responsável pela rigidez da célula fúngica. 
o Composta de polissacarídeos de natureza 
celulósica ou quitínica, proteínas e lipídios 
 rigidez à parede celular. 
o As glucanas e as mananas estão 
combinadas com proteínas, formando as 
glicoproteínas, manoproteínas e 
glicomanoproteínas. 
o A quitina, um polímero (1,4) de 2-
acetamida-2-deoxi--beta-D-glicose  
principal componente estrutural do 
exoesqueleto de invertebrados e da parede 
celular fúngica. 
o Não possui peptídeoglicanos. 
Parede celular 
o Composta de duas camadas de 
fosfolipídios revestidas por proteínas e 
inúmeras invaginações originam um 
sistema de vacúolos e vesículas (contato 
com meio interno e externo). 
o Proteínas servem como enzimas, que 
fornecem à membrana diferentes 
propriedades funcionais. 
o Membrana citoplasmática contendo 
esteróis na forma de ergosterol (não 
colesterol!)  síntese de antifúngicos. 
 
Citoplasma 
o Onde ocorrem as sínteses e o metabolismo 
energético e plástico. 
o Contém: 
 Inclusões de glicogênio  principal 
substância de reserva de energia dos 
fungos 
 Vacúolos de alimentos e gorduras; 
→ Vacúolos são de vários tamanhos e 
podem ter a função digestiva ou de 
reserva, armazenando glicogênio. 
 Mitocôndrios  responsáveis pelos 
mecanismos energéticos; 
→ Sítio da fosforilação oxidativa e 
contem DNA e ribossomos 
próprios. 
 Ribossomos e retículo 
endoplasmático responsável pela 
síntese de proteínas. 
→ Sistema comunicante que se 
espalha pela célula e é ligado à 
membrana nuclear, mas não à 
membrana plasmática e pode ser 
revestido externamente por 
ribossomos ou não. 
 Aparelho de Golgi  sistema de 
vesículas, canalículos e estruturas 
tubulares, está envolvido em processos 
de síntese e secreção, ligados à química 
de carboidratos. 
 
Núcleo 
o Podem ter um, dois ou mais núcleos. 
o Núcleo contendo carioteca. 
o O núcleo contém: 
 Cromossomos lineares. 
 DNA de fita dupla  em hélice, de 
natureza proteica, contendo DNA e 
RNA. 
o Nucléolo: 
 Corpúsculo. 
 Sítio de produção do RNA ribossomal. 
 
Cápsula 
o Alguns fungos (como Cryptococcus 
neoformans) apresentam uma cápsula de 
natureza mucopolissacarídica com 
estrutura fibrilar composta de amilose. 
o A cápsula é importante na patogenia desse 
fungo por dificultar a fagocitose. 
Morfologia e reprodução dos fungos 
 
Morfologia 
o A identificação dos fungos é baseada 
principalmente em suas características 
morfológicas. 
o Apresentam uma variedade grande de 
tipos morfológicos, desde os mais simples 
até os mais complexos. 
o Fungos incluem as leveduras, os bolores e 
os cogumelos (fungos macroscópicos). 
 Os bolores: formam colônias 
filamentosas de variados tipos 
morfológicos (algodonosas, 
pulverulentas, aveludadas e outros) e 
com grande variedade grande de 
pigmentos. 
→ Multicelulares 
→ Unidade estrutural  
representada pela hifa. 
→ Estrutura tubular, cujo conjunto é 
denominado de micélio (se 
desenvolve no interior do substrato 
funcionando como elemento de 
sustentação e de absorção dos 
nutrientes  micélio vegetativo). 
→ O micélio que se projeta na 
superfície e cresce acima do meio 
de cultivo é o micélio aéreo. 
 Micélio aéreo  pode se 
diferenciar e formar o micélio 
reprodutivo (formação dos 
esporos ou propágulos  
origem sexuada e assexuada). 
 O micélio reprodutivo é de 
importância fundamental na 
identificação morfológica da 
maioria das espécies fúngicas. 
 O micélio vegetativo dos 
bolores é pluricelular 
filamentoso e pode ser septado 
ou contínuo (cenocítico)  
pode formar estruturas de 
resistência, propagação ou 
fixação em substratos. 
a) Artroconídio ou 
artrósporo  
fragmentação do micélio 
vegetativo em estruturas 
retangulares com formação 
de uma parede espessa ao 
redor. 
b) Clamidoconídio ou 
clamidósporo estruturas 
de resistência 
(apresentando células 
arredondadas, de parede 
dupla e espessa e volume 
aumentado, de localização 
apical ou intercalar em 
relação ao micélio). 
Formados em condições 
ambientais adversas, como 
escassez de nutrientes, de 
água e temperaturas não 
favoráveis ao 
desenvolvimento fúngico. 
 
c) Esclerócio  corpúsculo 
duro e parenquimatoso de 
coloração escura, formado 
pelo entrelaçamento de 
hifas; 
d) Rizóide  prolongamentos 
emitidos pelo micélio e que 
servem para absorver 
alimentos. 
e) Apressórios  (órgãos de 
fixação) 
f) Outras estruturas, como 
hifas em espiral, hifas 
pectinadas, etc.  funções 
não são bem conhecidas. 
 Leveduras: 
→ Apresentam colônias pastosas, de 
cor creme, branca, preta, rosa, 
dependendo da espécie, sendo que 
a maioria varia de branca a creme. 
→ Unicelulares 
→ Não apresentando diferenciação 
morfológica entre parte vegetativa 
e reprodutiva. 
→ Células têm formas arredondadas, 
ovóides ou alongadas. 
 
o Principais estruturas de reprodução dos 
fungos leveduriformes e filamentoaoa: 
 
 
O micélio vegetativo 
 Em determinados pontos se diferencia 
em estruturas de reprodução, com 
morfologias características 
importantes na identificação dos 
fungos. 
 Essas estruturas constituem o micélio 
reprodutivo, que cumpre as funções de 
disseminação e preservação da espécie. 
 No micélio reprodutivo há formação de 
células especiais denominadas esporos, 
que apresentam formas variadas: 
→ Cilíndricos, elípticos, fusiformes, 
ovoides, baciliformes, piriformes e 
outras; hialinos ou pigmentados; 
simples ou septados, com septos 
transversais, longitudinais; lisos, 
verrucosos ou ciliados; grandes, 
pequenos. 
→ A morfologia dos esporos e o modo 
de formação são características 
importantes na identificação de 
gêneros e espécies de fungos. 
Esporos 
o De acordo com sua origem, podem ser: 
 Assexuados  quando são formados 
por reprodução assexual ou agâmica. 
 Sexuados  quando formados pela 
fusão de células com caráter de 
sexualidade. 
o Os esporos sexuados e assexuados podem 
ser formados no interior (endósporo) ou 
fora (ectosporo) de estruturas do micélio 
reprodutivo. 
 
 
Ectosporo assexuados e sexuados 
 
 Ectosporos assexuados: 
→ Origem assexuada  denominadas 
conídios. 
→ Podem ser formadas na 
extremidade das hifas especiais 
(mais comum)  conidióforos 
(ramificados ou não). 
→ Podem ser formadas ao longo do 
micélio vegetativo  conídios 
sésseis. 
 Conídios  representam o 
modo mais comum de 
reprodução assexuada e 
cumprem importante papel na 
dispersão dos fungos na 
natureza. 
 Podem ser: 
a) Hialinos ou pigmentados e 
apresentam; 
b) Formas diferentes — 
esféricos, fusiformes, 
cilíndricos, piriformes etc.; 
c) Com parede lisa ou rugosa; 
d) Formados por uma única 
célula ou ter septos em um 
ou dois planos, 
apresentando-se isolados ou 
agrupados. 
 
Endósporo 
→ Estrutura dos fungos assexuados 
filamentosos que possuem hifas não 
septadas. 
→ Os endósporos assexuados originam-se 
em estruturas denominadas 
esporângios por um processo de 
clivagem do citoplasma e são 
chamados de esporangiosporos  
zigomicetos. 
 
 Ectosporos sexuados (propagulos): 
→ Originam-se da fusão de estruturas 
diferenciadas com caráter de 
sexualidade. 
→ O núcleo haplóide de uma célula 
doadora funde-se com o núcleo 
haplóide de uma célula receptora, 
formando um zigoto. 
→ Posteriormente, por divisão 
meiótica, originam-se quatro ou 
oito núcleos haplóides, alguns dos 
quais se recombinarão 
geneticamente. 
 Propágulos sexuados externos: 
→ Denominados basidióporos.→ São formados na extremidade de 
uma hifa fértil (basídio). 
 Propágulos sexuados internos: 
→ Endósporo: 
 Denominados ascósporos e são 
formados no interior de células 
especiais (ascos). 
 Podem ser simples, ou 
distribuir-se em locus ou 
cavidades do micélio. 
 A reprodução sexuada entre os 
fungos contribui, através da 
recombinação genética, para a 
variabilidade necessária ao 
aperfeiçoamento da espécie. 
o A fase sexuada dos fungos é denominada 
teleomórfica ou perfeita e a fase assexuada, 
anamórfica ou imperfeita. 
 
 Parassexualidade: Aspergillus. 
Fusão entre hifas e formação de hetocário que 
contém núcleos haplóides. 
Às vezes, esses núcleos fundem-se e originam 
núcleos diploides, heterozigóticos, cujos 
cromossomos homólogos sofrem recombinação 
durante a mitose. 
Pleomorfismo: dificuldade de identificação de 
determinadas espécies de fungos, devido perda 
das características morfológicas originais 
(diferenciação prejudicada). 
 
Taxonomia dos Fungos 
o A classificação dos fungos  baseada, 
principalmente, em critérios morfológicos, 
reprodutivos e fisiológicos ou 
características comuns entre níveis 
taxonômicos. 
Cada nível apresenta um nome seguido de 
sufixo especial: Phylum ou filo: sufixo mycota; 
Subfilo: sufixo mycotina; Classe: sufixo 
mycetes; Ordem: sufixo ales; Família: sufixo 
aceae; Gênero e espécie: sem radicais 
específicos. 
o Os fungos patogênicos e oportunistas mais 
importantes estão distribuídos em três 
filos do reino Fungi: Zygomycota, 
Basidiomycota, Ascomycota e no grupo dos 
Deuteromycetes, atualmente denominados 
de fungos anamórficos. 
Filos 
o Filo Ascomycota 
→ A principal característica  presença 
de asco (estrutura em forma de bolsa 
ou saco, onde são produzidos os 
ascósporos esporos de origem 
sexuada), com várias formas e número, 
dependendo da espécie. 
→ A maioria das espécies patogênicas 
para o homem é enquadrada nesse filo 
nas classes Hemiascomycetes, 
Loculoascomycetes e Plectomycetes. 
o Filo Basidiomycota: 
→ Engloba os fungos superiores ou 
cogumelos. 
→ Os fungos desse filo são caracterizados 
por ectosporos de origem sexuada, os 
basidiósporos, típicos para cada 
espécie. 
o Filo Zygomycota 
→ Fungos com micélio cenocítico. 
→ Representantes desse filo  
reprodução sexuada pela formação de 
zigosporos ou assexuada com a 
produção de esporos, os 
esporangiosporos, no interior de 
esporângios. 
→ Os fungos de interesse médico são 
agrupados principalmente na classe 
dos Zygomycetes, ordens Mucolares e 
Entomophthorales. 
o Fungos anamórficos 
→ pertencentes ao antigo grupo 
Deuteromycetes, atualmente denominado 
de fungos anamórficos ou fungos 
imperfeitos, fungos assexuados, fungos 
conidiais, ou fungos mitospóricos. 
→ Grande parte destes fungos, 
atualmente, com os recursos da 
biologia molecular, está sendo 
reenquadrado principalmente no filo 
Ascomycota. 
→ A maioria dos fungos deste grupo tem 
hábitat no solo e são os principais 
componentes da microbiota 
atmosférica e incluem fungos 
patogênicos e oportunistas, 
antigamente agrupados nas classes 
Blastomycetes, Coelomycetes e 
Hyphomycetes. 
o Filo Oomycota 
→ Compreende aproximadamente 700 
espécies que possuem características 
de parede celular com celulose e 
hábitat próprio, geralmente a água. 
→ Nesse filo, é enquadrado o fungo 
Pythium insidiosum, de relativa 
importância em micologia médica. 
 
 
Ecologia dos fungos 
 
Habitat e vias de dispersão 
o Constituem nichos ecológicos nos mais 
variados ambientes. 
o Maioria encontrada no solo, junto a outros 
microorganismos  ciclagem de 
nutrientes. 
→ Fungos patogênicos também podem 
ser encontrados no solo. 
o Alguns fungos têm os vegetais como 
hospedeiros exclusivos (só se multiplicam 
em contato com esses). 
o Fungos associados à raízes de vegetais  
micorriza. 
→ Micoses subcutâneas  podem ser 
adquiridas através de ferimentos com 
fragmentos vegetais. 
o A água constitui um habitat para alguns 
grupos de fungos  algumas espécies 
causam doenças em peixes, humanos e 
outros animais. 
→ Não crescem em meios de cultivo 
usuais na clinica médica. 
o Alguns fungos fazem parte da microbiota 
endógena ou transitória do homem e de 
outros animais. 
→ Espécies do gênero cândida  
habitantes natural do trato intestinal e 
cavidade vaginal. 
→ Malassezia  microbiota normal do 
couro cabeludo do homem e do 
conduto auditivo do cão. 
o Dispersão: 
→ Eficiência da dispersão  produção de 
propágulos, principalmente os esporos, 
em alta quantidade ou fragmentos de 
micélio vegetativo. 
→ Ocorre através de várias vias: 
 Ar atmosférico; 
 Água; 
 Insetos; 
 Homens; 
 Outros animais; 
a) Principal via de dispersão  ar 
atmosférico (propágulos levados a 
grandes distâncias). 
 Anemófilos. 
 Causadores de alergias 
respiratórias  asma brônquica e 
rinites alérgicas. 
 São introduzidos a ambientes 
internos através do ar atmosférico 
 colonizam ambientes anteriores, 
se multiplicam e aumetam o seu 
numero nesses mabientes. 
 Em determinado momento uma 
espécie pode suplantar outra  
desequilíbrio  doença. 
 Causam micoses sistêmicas 
(Paracoccidioidomicose, 
Histoplasmose e Criptococose  
adquiridas pela aspiração dos 
propágulos). 
b) Água: 
 Fungos presentes em água doce e 
salgada. 
 São os mesmos fungos 
transportados pelo ar atmosférico, 
com pequenas diferenças. 
c) Homens e animais: 
 Importantes dispersores. 
 Fungos presentes na microbiota 
endógena e na superfície corporal 
(microbiota transitória). 
 Podem ainda constituir-se em 
agentes primários de lesões 
oculares, otites e onicomicoses, 
entre outras micoses. 
 Maioria dos fungos presentes na 
superfície corporal dos homens e 
animais  mesmo verificados no ar 
atmosférico. 
d) Insetos: 
 Importantes dispersores de fungos. 
o Habitat dos fungos e forma de dispersão 
 importância diagnóstica. 
→ Processo de dispersão: os fungos 
encontram um substrato adequado e 
condições ambientais favoráveis  
germinam  multiplicam-se  
formam colônias, ou dependendo da 
espécie, permanecem invisíveis a olho 
nu, por longos períodos. 
o Fungos possuem uma grande variabilidade 
enzimática  colonização de vários tipos 
de substrato (alimento, madeira, 
argamassas, tintas, vegetais, homem, 
animais e outros). 
o Em condições inadequadas permanecem 
invisíveis a olho nu. 
 
Síndrome dos edifícios doentes (SED) 
Sinais e sintomas relacionados à má 
qualidade do ar de interiores, principalmente em 
ambientes climatizados artificialmente, com 
concentrações acima do aceitável de 
contaminantes químicos e biológicos. 
Sinais e sintomas: congestão, ressecamento 
e prurido nasal, dispnéia, cefaléia, faringites, 
tonturas, fadiga, dificuldades de concentração, 
náuseas, urticária, letargia, prurido e ardor nos 
olhos, anormalidades na pele, irritação do nariz e 
garganta. 
 
Doenças relacionadas a edifícios (DRE) 
Doenças com causa definida geralmente, 
desencadeadas por agentes biológicos ou 
químicos presentes no ar de determinados 
ambientes. 
São relacionadas a mecanismos 
imunológicos, processos infecciosos ou toxicidade 
direta dos agentes causais. 
Asma brônquica, pneumonite alérgica, 
febre do umidificador, legionelose e aspergilose 
são alguns exemplos. 
 
Fisiologia dos fungos 
o Fungos: 
→ Micro-organismos eucarióticos; 
→ Amplamente distribuídos no solo, na 
água, em alimentos, nos vegetais, em 
detritos em geral, em animais e no 
homem. 
→ Em sua maioria são aeróbios 
obrigatórios, com exceção de certas 
leveduras fermentadoras anaeróbias 
facultativas. 
→ Não possuem mecanismos químicos 
fotossintéticos ou autotróficos para 
produção de energia ou síntese de 
constituintes celulares. 
o Metabolismo dos fungos: 
→ Fungos absorvem oxigênio e 
desprendem anidrido carbônico 
duranteseu metabolismo oxidativo. 
→ Meio com pouco oxigênio  fungos se 
desenvolvem de maneira muito lenta 
 crescimento vegetativo e 
reprodução assexuada. 
→ Meios ricos me oxigênio reprodução 
sexuada. 
→ Respiração  oxidação da glicose 
(obtenção de energia). 
→ Condições aeróbias: 
 Via da hexose monofosfato  30% 
da glicose. 
→ Condições anaeróbias: 
 Via de Embden-Meyerhof  
formção do piruvato. 
 Saccharomyces cerevisiae  
fermentação alcoólica  
importância econômica. 
→ Não apresentam clorofila  se nutrem 
de substâncias orgânicas não 
produzidas por eles. 
 Podem ser: sapróbios, parasitas ou 
simbiontes. 
a) Sapróbios  substâncias orgânicas 
inertes (muitas em decomposição). 
b) Parasitas  se desebcilvem em 
outros organismos vivos 
(hospedeiros) e se nutrem de 
substâncias em suas células vivas. 
c) Simbiontes  associam-se com 
outros organismos (funções 
mutuas). 
 
o Nutrição dos fungos: 
→ Absorção: processo em que 
exoenzimas hidrolisam 
macromoléculas, tornando-as 
assimiláveis através de mecanismos de 
transporte. 
 Principais enzimas encontradas em 
fungos: 
 Lípases; 
 Invertases; 
 Lactases; 
 Amilases; 
 Proteinases; 
 Alguns fungos conseguem 
hidrolisar substâncias complexas 
como: quitina, osso, couro e 
materiais plásticos. 
→ Substâncias essenciais para o 
desenvolvimento de fungos: 
 D-glicose, sacarose, amido, 
celulose, maltose; 
 substâncias nitrogenadas (sais de 
amonia ou nitratos)  inorgânicos. 
 Peptonas e sais minerais de sulfatos 
e fosfatos  orgânicos. 
 Oligoelementos ferro, zinco, 
manganês, cobre, molibdênio e 
cálcio  pouca quantidade. 
 Alguns fungos requerem fatores de 
crescimento que não conseguem 
sintetizar, em especial vitaminas 
como tiamina, biotina, riboflavina, 
ácido pantotênico e outros. 
O meio artificial mais utilizado  Sabouraud. 
Utiliza como fonte de carbono (C) a glicose 
Como fonte de nitrogênio (N), a peptona; 
A maioria dos fungos assimila essas duas 
substâncias conseguindo desenvolver-se nesse 
meio. 
Identificação de grupos de leveduras  
auxanograma (teste de assimilação de fonte de 
carbono e nitrogênio) baseado na capacidade e 
assimilação. 
o Unidade: 
→ Faixa ótima: 75-95%. 
→ Podem suportar uma grande de 
variação de temperatura  
extremamente baixos e altos. 
o Osmolaridade: 
→ Todos os fungos necessitam de água 
para seu desenvolvimento. 
→ Espécies halófilicas  vivem em 
ambiente com alta concentração de sal. 
→ Necessidades de crecmento do fungo 
 medida pela atividade da água. 
Aa = p/po. 
 Pressão de vapor de um 
determinado material (p) 
 Pressão de vapor da água pura (po), 
nas mesmas condições. 
 Valores da atividade de água 
oscilam entre 0 e 1. 
 À medida que uma solução se 
concentra, a pressão de vapor e a 
atividade de água diminuem, a 
partir do valor máximo 1, que é o 
valor encontrado na água pura. 
 Atividade mínima da água  faixa 
de 0,80; abaixo de 0,60 de atividade 
de água, os fungos em geral não se 
reproduzem. 
o Temperatura: 
→ Abrange uma larga faixa. 
→ Há espécies psicrofilas, mesófilas e 
termófilas. 
→ Importância medica  fungos 
mesófilos (20°-30°). 
o A morfologia dos fungos varia de acordo 
com as condições nutricionais e 
temperaturas de seu desenvolvimento. 
o Dimorfismo fungico expressa por um 
crescimento micelial entre 22°C e 28°C e 
leveduriforme entre 33°C e 37°C. Em geral, 
essas formas são reversíveis. 
→ Forma micelial (M, mould) ou 
saprofítica é a forma infectante e está 
presente no solo, nas plantas etc. 
→ A forma leveduriforme (Y, yeast) ou 
parasitária é encontrada nos tecidos e 
in vitro em meios enriquecidos a 37°C. 
→ Este fenômeno é conhecido como 
dimorfismo e se observa entre os 
fungos agentes de micoses sistêmicas e 
subcutâneas, como Histoplasma 
capsulatum, Paracoccidioides 
brasiliensis, Sporothrix schenckii, 
Blastomyces dermatitidis. 
→ Na Candida albicans, a forma 
saprofítica infectante é a leveduriforme 
e a forma parasitária, isolada dos 
tecidos, é a micelial. 
o pH do meio: 
→ Maioria dos fungos tolera um ampla 
variação de pH. 
→ pH ótimo  5,6. 
→ Os fungos filamentosos podem crescer 
em ampla faixa de pH variando de 1,5 a 
11. 
→ As leveduras não toleram pH alcalino. 
o Iluminação: 
→ No desenvolvimento vegetativo, os 
fungos preferem a obscuridade ou luz 
difusa; 
→ No desenvolvimento da parte 
reprodutiva, procuram a luz para a sua 
formação. 
→ Luz solar direta  fungicida (devido 
às radiações ultravioletas). 
o Interação ecológicas dos fungos: 
→ Antagônicas: 
 Antagonismo ativo: ocorre quando 
há inibição por contato ou inibição 
de crescimento pela produção de 
antibióticos, ácidos, etc. 
 Antagonismo passivo: não há 
inibição de um micro-organismo 
pelo outro, ocorrendo a competição 
por espaço ou por nutrientes 
essenciais 
→ Sinérgicas: 
 Há o favorecimento de um ou 
ambos os micro-organismos que 
colonizam o mesmo substrato. 
 
Micoses 
 
Aspectos gerais das micoses 
o Doenças fúngicas  causadas por 
elementos fúngicos e seus produtos 
metabolitos (alergias, intoxicação e 
doenças infecciosas). 
→ Doença alérgica: 
 Causada pela interação de um 
hospedeiro sensibilizado, com 
antígenos fúngicos 
imunologicamente reativos, 
existentes no ar 
 Pode estar associada com 
elementos fúngicos de localização 
endógena no hospedeiro. 
→ Doença toxigênica: 
 Pode ser provocada pela ingestão 
de alimentos contaminados por 
fungos (produção de micotoxinas 
 micotoxinases). 
 Pode ser causada pela ingstão de 
fungos macroscópicos venenosos 
 micetismos. 
→ Doença infecciosa: 
 Agente possui propriedade de agir 
como patógeno primário ou 
oportunista, ex.: 
paracoccidioidomicose ou 
candidíases. 
 São as doença mais representativas. 
o As micoses são classificadas em; 
→ Micoses superficiais  pele e anexos. 
 Micoses superficiais estritas: 
 Localizam-se nas camadas 
superficiais da pele ou do pelo. 
 Habitat principal é o homem, 
mas podem ser encontradas na 
natureza. 
 Dermafitoses: 
 Atingem a pele, pelo ou unhas. 
 São causadas por fungos 
queratinofílicos, os 
dematofítos. 
 Podem ser transmitidas de 
homem para homem ou de 
animal para animal. 
 Hialo-hifomicoses: 
 Localização: pele, unha ou 
mucosa. 
 Produzidas por fungos 
filamentosos não dermatófitos 
hialinos. 
 Feo-hifomicoses: 
 Localização: pele, unha ou 
mucosa. 
 Produzidas por fungos 
filamentosos não dermatófitos 
escuros. 
 Micoses muco-cutâneas e 
Levduroses: 
 Produzidas por leveduras, 
tendo origem endógena 
(quando parte da microbiota do 
hospedeiro) ou exógena 
(transmitida por outros 
individuos). 
→ Micoses subcutâneas  pele e tecidos 
subcutâneos. 
 Geralmente adquirida por 
traumatismos com materiais 
contaminados (vegetais e 
madeiras), pode ser transmitida 
por picadas de insetos ou 
mordeduras de animais. 
 Habitat: geralmente o solo. 
→ Micoses sistêmicas  profundas 
atingindo órgãos internos e vísceras 
(abrange muitos tecidos diferentes). 
 Originadas principalmente pela 
inalação de propágulos fúngicos 
levados do solo pelos ventos. 
o Existem doenças micóticas oportunistas 
 são manifestadas quando o paciente 
está em imunossupressão. 
o Idade, sexo e raça desempenham papel 
importante na frequência de certas 
micoses. 
o A atividade profissional influi na 
incidência de certas micoses que são 
conhecidas como doenças profissionais. 
o O tamanho da forma infectante do fungo é 
importante. 
→ Partículas maiores do que 10 μm de 
diâmetro só alcançam as vias aéreas 
superiores, causando rinite. 
→ Partículas de 5 a 10 μm atingem os 
brônquios e são responsáveis por 
quadros asmáticos. 
→ Menores de 5 μm podem alcançar 
alvéolos pulmonares. 
o A quantidade do inóculo também é 
importante, principalmente na aquisição 
dasmicoses sistêmicas. 
o Medidas preventivas dependem do tipo da 
micose. 
→ Uso de mascaras, luvas, cuidado no 
manuseio de determinados objetos, 
filtro, higiene local, assepsia, uso de 
roupas longas e fechadas, etc. 
 
Patogenicidade dos fungos 
o Causas da patogenicidade dos fungos: 
→ Variabilidade fenotípica. 
→ Aderência nos tecidos do hospedeiro. 
→ Produção de toxinas e enzimas. 
o Os mecanismos de defesa do organismo 
envolvem mecanismos inespecíficos 
(imunidade inata) e específicos 
(imunidade adaptativa). 
Diagnóstico laboratorial 
o Feito pela verificação do fungo no material 
clínico, em preparações microscópicas, em 
exame histopatológico e em cultivos 
complementados por provas indiretas, 
como testes intradérmicos, pesquisa de 
anticorpos séricos e de antígenos 
circulantes. 
o O material clínico para exame 
microscópico depende do tipo da micose. 
→ Nas micoses superficiais e cutâneas, 
são coletados principalmente pelos e 
escamas de pele ou de unha. 
→ Nas micoses subcutâneas, o material 
inclui secreções, pus sangue, enquanto 
→ Nas micoses profundas são 
examinados, por exemplo, escarro, 
fezes, urina e líquido 
cefalorraquidiano. 
→ A biópsia também é bastante útil para 
elucidar o diagnóstico, principalmente 
das micoses subcutâneas e sistêmicas.

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