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ESTADOS DE TENSÃO: Introdução: De acordo com o que foi visto no item 1.2 do capítulo 1, a intensidade e a intensidade e o tipo da tensão varia com a orientação do elemento a ser considerado. Para relembrar este tópico, considere o corpo abaixo, submetido a ação de forças exteriores e que será secionado por planos com diferentes direções: Figura 1 O plano a-a’ seciona o corpo perpendicularmente a força R, que é a resultante entre as forças externas P3 e P4. Considerando a figura 1.b observa-se que na seção considerada apenas ocorre o Esforço Normal N, o que dividido pela área produz TENSÃO NORMAL . Na figura 1.c o plano b-b’ secciona o corpo numa direção inclinada em relação a resultante R, e que provoca o aparecimento da FORÇA NORMAL N e da FORÇA CORTANTE Q, as quais divididas pela área produzem TENSÕES NORMAIS e TENSÕES TANGENCIAIS , respectivamente. Assim, pode-se verificar que para um mesmo ponto, dependendo da orientação do plano as tensões poderão variar. Considere a viga da figura 2, submetida a um carregamento P. O elemento A da figura 2.b está submetido a TENSÕES NORMAIS DE COMPRESSÃO (), por este estar situado acima da linha neutra e, a TENSÕES DE CISALHAMENTO () POSITIVAS, as quais encontram-se orientadas de acordo com o sentido da força P. Neste caso as tensões normais e de cisalhamento são necessárias para descrever, de forma completa, todas as tensões que agem sobre o elemento, isto é, para definir o ESTADO DE TENSÃO DO ELEMENTO. Observando a figura 2.c, verifica-se novamente que girando o plano de corte de um ângulo , este provocará novas tensões, as quais estão denominadas de , +90 e as quais serão posteriormente discutidas. P1 P2 a b b’ a’ P3 P4 a a’ N P3 P4 R F N Q b’ b P3 R P4 (a) (b) (c) Figure 2 De acordo com os exemplos anteriores, demonstrar-se-á neste capítulo que, através de alterações na orientação de um elemento (giro de um ângulo ), é possível descrever o estado de tensão em um ponto de UM NÚMERO INFINITO DE MANEIRAS, as quais são todas EQUIVALENTES. ESTADO UNIAXIAL E BIAXIAL: Como definiu-se anteriormente, as tensões variam com a orientação dos planos que seccionam o elemento. Para a determinação das expressões analíticas, as quais fornecem as tensões no entorno de um ponto, considere a barra abaixo submetida a uma força P, de tração: y' Figura 3 b a a b P x (a) +90 +90 (b) (c) m n (a) P A P x n' m' A D B C x.sen x.cos x' (b) (c) Secciona-se a barra por um plano m-n, normal a sua seção e, seja o elemento A submetido somente a tensão normal x, determinada pelo quociente da força normal P e a área da seção transversal, a qual atua na face AB e CD do elemento. Logo: x = P A sendo este valor possível de ser determinado e representado na figura 3.b. Quer-se determinar as tensões normais () e tangencial () que atuam na face AC do elemento o qual girou de um ângulo , conforme representado na figura 3.c. Para tanto, aplicar-se-á as equações de equilíbrio da estática, em função das tensões, sendo necessário determinar-se, as áreas das faces do elemento. Faz-se, então, a área da face AC igual a unidade e assim, tem-se as áreas das faces AB e BC, como sendo cos e sen, respectivamente. Decompondo as tensões e fazendo o somatório das forças na direção do eixo x' e y', tem-se: Fx'= 0 .1 + x.sen .cos = 0 Fy'= 0 .1 - x.cos .cos = 0 Assim: = x . cos2 = x . sen 2 2 Estas expressões fornecem a tensão normal e a tensão tangencial, respectivamente as quais atuam sobre um plano num elemento cuja normal forma um ângulo com o eixo x, no qual atua a tensão x. No ESTADO BIAXIAL, no qual atuam tensões normais em duas direções, a determinação das expressões é feita de modo análogo, utilizando o Princípio da Superposição dos Efeitos. Considere o estado de tensão abaixo: y A A x x x B C B C y y (a) (b) Figura 4 As tensões x e y são conhecidas, quer-se determinar as tensões e que ocorrem sobre o plano inclinado, para tanto emprega-se o princípio da superposição dos efeitos. Assim: y' y' x.sen ' ' " " x = x + x.cos x' x' sy y.sen y.cos y (a) (b) (c) Figura 2.5 De modo análogo ao ESTADO UNIAXIAL determina-se ' e '. Assim, tem-se: ' = x . cos2 ' = x . sen 2 2 Para a determinação das tensões " e ", indicadas na figura 5.c, procede-se de modo análogo. Sabendo-se que a área da face AC é unitária, logo a área das faces AB e BC será dada, respectivamente, pelo cos e pelo sen. Aplicando as equações de equilíbrio da estática para as tensões dadas, em relação aos eixos x' e y', tem-se: Fx'=0 y.cos .sen - ".1 = 0 Fy'=0 y.sen .sen - ".1 = 0 Logo: " = y.sen2 " = y.sen 2 2 Aplicando o princípio da superposição dos efeitos, a tem-se: = ' + " = ' +" Logo: = x.cos2 + y.sen2 = x-y.sen 2 2 As expressões anteriores fornecem as tensões normais e tangenciais em um elemento, sujeito a um estado biaxial, cujo plano de corte sofreu uma rotação de um ângulo . Convenção de Sinais: Convenciona-se POSITIVO a TENSÃO NORMAL ()DE TRAÇÃO. A TENSÃO TANGENCIAL ( será POSITIVA quando o giro for HORÁRIO, considerando as tensões perpendiculares a direção x. O giro do ângulo será POSITIVO, quando ocorrer no sentido ANTI- HORÁRIO, em relação ao eixo plano de atuação de x. Figura 2.6 ESTADO PLANO DE TENSÕES: Neste estado atuam simultaneamente tensões normais e de cisalhamento, conforme demonstrado na figura 2.7 y A A x x x B C B C y y (a) (b) Figura 2.7 As tensões nas faces AB e BC (x, y e ) são conhecidas, quer-se determinar as tensões nas faces AC ( e ). Assim, de modo análogo aos realizados anteriormente, e empregando as equações de equilíbrio em função das tensões e o princípio da superposição dos efeitos, tem-se: Fx'=0 .1 - x.cos .sen + y.sen .cos -.sen2 + .cos2 =0 Fy'=0 .1-x.cos 2-y.sen 2-.cos .sen -.sen cos =0 Conclui-se que: = x.cos2 +y.sen2 -.sen 2 = x-y .sen 2+.cos 2 Estas expressões permitem determinar as tensões normais e tangenciais para qualquer estado de tensão, sendo conhecidas as tensões normais x e y, a tensão tangencial e o ângulo , em que se deseja o plano de corte. Tensões Principais e Planos Principais: Para a Resistência dos Materiais, o interesse é na determinação dos maiores valores possíveis das tensões. Para tanto, inicialmente deve-se determinar os planos em que estas tensões atuam, fazendo-se a derivada da tensão em relação ao plano, igual a zero, ou seja: d = - 2.x.cos .sen + 2.y.sen .cos + 2..cos 2 (2.19) d igualando a equação anterior a zero, tem-se: -2.x.cos .sen + 2.y.sen .cos + 2..cos 2 = 0 (2.20) -x.sen 2+ y.sen 2 + 2..cos 2 = 0 (2.21) Dividindo a equação anterior por cos2a: - x.tg 2 + y.tg 2 + 2 = 0 (2.22) Logo: tg 2P = - 2. (2.23) x - y Esta equação define dois valores de p com diferença de 90o e, portanto, caracterizam dois planos que são ortogonais entre si, o qual denomina-se de plano p e p+90 o. Estes dois planos definem os chamados PLANOS PRINCIPAIS. A equação anterior tem duas raízes, pois a tangente de um ângulo apresenta o mesmo valor em quadrantes opostos conforme pode ser verificado na figura 2.8. x-yque ela atua. d) Construir o círculo de Mohr. 12MPA 12MPA 6 MPA 6MPA 5,4 MPA 21º 15 MPA 15MPA 3,2 MPA 3,2 MPA 20 MPA 15º 24,5 MPA 24,5MPA 8 MPA 35º 150 MPA 150 MPA 45 MPA 45 MPA 150 MPA 32º 150 MPA 22,4 MPA 11 MPA 11 MPA 22,4 MPA 66º 114MPA 114MPA 89 MPA 89MPA 20,6 MPA 52ºque ela atua. d) Construir o círculo de Mohr. 12MPA 12MPA 6 MPA 6MPA 5,4 MPA 21º 15 MPA 15MPA 3,2 MPA 3,2 MPA 20 MPA 15º 24,5 MPA 24,5MPA 8 MPA 35º 150 MPA 150 MPA 45 MPA 45 MPA 150 MPA 32º 150 MPA 22,4 MPA 11 MPA 11 MPA 22,4 MPA 66º 114MPA 114MPA 89 MPA 89MPA 20,6 MPA 52º