Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Autora: Profa. Raquel Gonçalves Octávio
Colaboradoras: Profa. Silmara Maria Machado
 Profa. Christiane Mazur Doi
Gestão da Escola de 
Educação Infantil
Professora conteudista: Raquel Gonçalves Octávio 
Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas. Mestre em Educação pela Universidade São 
Francisco. Graduada em Letras, Pedagogia, História e Psicologia. Como docente, ministra aulas em cursos de graduação 
e de pós‑graduação (lato sensu) na área da educação e psicologia. Na área de educação, trabalha como docente e 
pesquisadora em dois eixos temáticos, um referente aos processos de formação inicial e continuada de professores 
e outro concernente às práticas de leitura de professores e alunos. Nos dois eixos de atuação, utiliza aportes teóricos 
das áreas da educação, da psicologia e da sociologia. Atua, ainda, como secretária de Educação no município de Casa 
Branca, interior paulista.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
O21g Octávio, Raquel Gonçalves.
Gestão da Escola de Educação Infantil / Raquel Gonçalves 
Octávio. – São Paulo: Editora Sol, 2025.
124 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517‑9230.
1. Gestão. 2. Planejamento. 3. PPP. I. Título.
CDU 371.2
U521.50 – 25
Prof. João Carlos Di Genio
Fundador
Profa. Sandra Rejane Gomes Miessa
Reitora
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração e Finanças
Profa. M. Marisa Regina Paixão
Vice-Reitora de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento
Prof. Marcus Vinícius Mathias
Vice-Reitor das Unidades Universitárias
Profa. Silvia Renata Gomes Miessa
Vice-Reitora de Recursos Humanos e de Pessoal
Profa. Laura Ancona Lee
Vice-Reitora de Relações Internacionais
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Assuntos da Comunidade Universitária
UNIP EaD
Profa. Elisabete Brihy
Profa. M. Isabel Cristina Satie Yoshida Tonetto
Material Didático
Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. M. Deise Alcantara Carreiro
 Profa. Ana Paula Tôrres de Novaes Menezes
Projeto gráfico: Revisão:
 Prof. Alexandre Ponzetto Lucas Ricardi
 Vitor Andrade
Sumário
Gestão da Escola de Educação Infantil
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 10
Unidade I
1 EDUCAÇÃO INFANTIL E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DAS CRIANÇAS ................................... 13
1.1 A educação de bebês e crianças de 0 a 5 anos nas políticas públicas 
e na legislação educacional: avanços e retrocessos ...................................................................... 16
2 FUNDAMENTAÇÃO E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO E DA GESTÃO DA ESCOLA 
DE EDUCAÇÃO INFANTIL .................................................................................................................................. 19
2.1 Gestão democrática na Educação Infantil ................................................................................. 28
3 QUEM SÃO OS PROFISSIONAIS QUE COMPÕEM A GESTÃO ESCOLAR E QUAIS 
SÃO AS SUAS FUNÇÕES? ................................................................................................................................. 32
3.1 Diretor e vice‑diretor escolar .......................................................................................................... 33
3.2 Coordenador pedagógico .................................................................................................................. 37
3.3 Orientador pedagógico ...................................................................................................................... 40
4 GESTÃO ESCOLAR PARA A FORMAÇÃO E IDENTIDADE DE PROFISSIONAIS 
DE EDUCAÇÃO INFANTIL .................................................................................................................................. 43
Unidade II
5 FUNDAMENTOS DE GESTÃO, PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA 
DE EDUCAÇÃO INFANTIL .................................................................................................................................. 53
5.1 Projetos Político‑Pedagógicos em instituições de Educação Infantil ............................. 57
5.2 Planejamento e organização do trabalho escolar na creche ............................................. 59
5.3 Planejamento e organização do trabalho escolar na pré‑escola ..................................... 62
5.4 O compartilhamento da educação e do cuidado das crianças: tensões 
e possibilidades ............................................................................................................................................. 68
6 GESTÃO ESCOLAR E A RELAÇÃO COM AS FAMÍLIAS ......................................................................... 75
6.1 Formas de comunicação com as famílias ................................................................................... 76
6.2 Participação das famílias no conselho da escola de Educação Infantil ......................... 78
6.3 Participação das famílias na Associação de Pais e Mestres ................................................ 81
Unidade III
7 PROJETO POLÍTICO‑PEDAGÓGICO PARA UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE: 
GARANTIA DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL ....................................................................................... 93
7.1 Inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais (NEE) ........................... 99
7.2 Relações étnico‑raciais e gênero na infância .........................................................................102
7.3 Cenas inspiradoras .............................................................................................................................106
8 A VEZ E A VOZ DAS CRIANÇAS: PROTAGONISMO INFANTIL .......................................................108
7
APRESENTAÇÃO
Olá, aluno!
Os temas abordados neste livro‑texto contemplam singularidades inerentes à fundamentação e aos 
princípios que orientam a Educação Infantil, bem como a gestão de creches e de pré‑escolas. São temas 
que estão diretamente alinhados com a concepção do curso de Pedagogia, que preconiza o incentivo à 
sólida formação geral e ao desenvolvimento da pessoa humana.
Nosso objetivo é incentivar você, aluno, a fazer reflexões que subsidiem a formação de um 
profissional capaz de compreender e atuar no campo da Educação Infantil, articulando teoria e prática 
para enfrentar os desafios da gestão e da organização desse nível de ensino.
De acordo com Libâneo (2004), a gestão pedagógica é caracterizada pelo conjunto de exercícios 
empreendidos pelos educadores, incluindo as famílias, para coordenar os diferentes elementos que, na 
unidade educacional, servem de mediadores das vivências e das aprendizagens. Esse conceito vai além 
da organização administrativa e burocrática, pois prioriza a articulação das práticas pedagógicas com 
o Projeto Político‑Pedagógico (PPP) da instituição. Logo, a gestão pedagógica não se limita às questões 
operacionais, mas envolve a construção constante e dinâmica de um ambiente de aprendizagem que 
reflete os princípios, os valores e os objetivos educacionais.
Isto posto, vê‑se que esse processo implica a integração de todos os atores envolvidos no cotidiano 
escolar, como professores, gestores,promovendo uma educação de qualidade e criando um ambiente que favoreça o aprendizado, a 
convivência e o desenvolvimento integral dos alunos. Ela abrange aspectos pedagógicos, administrativos, 
financeiros e humanos, sempre considerando a participação ativa da comunidade escolar e o alinhamento 
com as diretrizes educacionais.
No que tange a dimensão pedagógica, ela foca no processo de ensino e aprendizagem e envolve o 
planejamento curricular, o acompanhamento do desempenho dos alunos e a formação continuada dos 
professores. Ainda, é responsável por garantir a implementação do Projeto Político‑Pedagógico (PPP).
Já a dimensão administrativa é responsável por organizar os recursos materiais, financeiros e 
logísticos da escola, a manutenção da infraestrutura, a aquisição de materiais e a gestão do orçamento, 
buscando eficiência nos processos operacionais da escola.
E a dimensão financeira é responsável por gerenciar os recursos financeiros da escola de maneira 
transparente e responsável. Envolve a elaboração do orçamento, a captação de recursos e a prestação de 
contas e visa otimizar os investimentos para atender às necessidades educacionais.
Convém mencionar a dimensão que envolve a gestão de pessoas, a qual trata do relacionamento 
com os profissionais da escola, promovendo um ambiente de trabalho saudável e colaborativo, e inclui 
a formação, motivação e avaliação da equipe escolar.
No âmbito da gestão escolar estão os seus princípios, que englobam:
• Participação: envolver todos os atores da comunidade escolar no planejamento e na tomada 
de decisões.
• Transparência: garantir clareza e acesso às informações sobre o funcionamento da escola.
33
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
• Equidade: promover oportunidades iguais para todos os alunos e respeitar a diversidade.
• Qualidade: buscar continuamente a melhoria dos processos e resultados educacionais.
• Eficiência: utilizar os recursos disponíveis de forma otimizada para atingir os objetivos educacionais.
Muitos são os desafios da gestão escolar, sobretudo para garantir a articulação entre as dimensões 
pedagógica e administrativa, gerenciar recursos limitados de forma eficiente, promover a formação 
contínua da equipe escolar, enfrentar desigualdades educacionais e sociais e estimular a participação 
ativa da comunidade escolar em um contexto democrático.
Nesse contexto, uma gestão escolar eficaz impacta diretamente a qualidade da educação. Ela é 
essencial para criar um ambiente que promova o desenvolvimento integral dos alunos, incentive a 
inovação e a criatividade no processo de ensino, garanta a inclusão e o respeito à diversidade e fortaleça 
os laços entre a escola e a comunidade.
Desta feita, a gestão escolar, ao integrar essas dimensões e princípios, tem o potencial de transformar 
a escola em um espaço de aprendizado, convivência e cidadania, contribuindo para a formação de 
indivíduos críticos e participativos.
De acordo com Libâneo (2004), os profissionais que compõem a gestão escolar desempenham papéis 
vitais para o funcionamento eficiente da instituição de ensino. Esses profissionais atuam de forma 
articulada, integrando diferentes áreas e dimensões, com o objetivo de garantir a qualidade da educação 
e promover uma administração participativa e integrada.
A gestão escolar é composta por profissionais que assumem funções específicas, mas complementares, 
garantindo que os aspectos pedagógicos, administrativos, financeiros e sociais sejam atendidos. A seguir, 
veremos os principais profissionais e suas funções.
3.1 Diretor e vice‑diretor escolar
Pais
Alunos
Gestão
Educadores
Escola
Figura 4 – Articulação de ações e práticas na escola
34
Unidade I
Segundo Libâneo (2004), o diretor escolar é o principal líder da instituição de ensino, com a 
responsabilidade de articular, organizar e coordenar as diversas dimensões da gestão escolar. Sua 
atuação é essencial para garantir o funcionamento eficiente da escola, promover a qualidade do ensino 
e consolidar uma cultura de convivência democrática.
No cenário brasileiro as funções do diretor escolar são regulamentadas por leis e normas, sendo 
sua principal responsabilidade a administração da escola para garantir o cumprimento da missão 
educacional. Essa função é embasada pela LDB, a Lei n. 9.394/96.
Entre as principais funções do diretor escolar está a gestão pedagógica, a qual consiste em 
coordenar a elaboração, implementação e avaliação do PPP, bem como garantir a articulação entre 
professores, coordenadores pedagógicos e a comunidade escolar para melhorar os processos de ensino 
e aprendizagem e promover ações que valorizem o desenvolvimento integral dos alunos.
O diretor também tem a função da gestão administrativa, que implica supervisionar a administração 
de recursos materiais e financeiros da escola, organizar e manter a infraestrutura escolar em condições 
adequadas para as atividades educativas e coordenar o planejamento e a execução do calendário escolar.
No âmbito da gestão de pessoas, o diretor tem a função de liderar a equipe escolar, promovendo a 
integração entre os diferentes profissionais, incentivar a formação continuada dos professores e demais 
colaboradores e resolver conflitos e promover um ambiente de trabalho saudável e colaborativo.
No que concerne à gestão financeira, o diretor tem a função de supervisionar o uso do orçamento 
escolar de forma eficiente e transparente e garantir a prestação de contas junto aos órgãos competentes 
e à comunidade escolar.
Na esteira de suas funções, mencionamos questões relativas à gestão relacional e democrática, 
que tem a ver com a estimulação e a participação ativa de alunos, pais, professores e comunidade no 
planejamento e na tomada de decisões, como também a representação da escola perante a sociedade, 
estabelecendo parcerias e fortalecendo os vínculos com outras instituições. Ele deve, ainda, assegurar 
um ambiente escolar inclusivo, equitativo e participativo.
Suas funções também preconizam o cumprimento de normas e diretrizes, no que tange a assegurar 
que a escola esteja em conformidade com as políticas educacionais vigentes, monitoramento e 
cumprimento das diretrizes curriculares e das legislações educacionais.
Nesse contexto, o diretor deve apresentar características eficazes, as quais devem contemplar 
aspectos atrelados a uma liderança transformadora, a qual inspira e mobiliza a equipe para alcançar os 
objetivos educacionais. Deve apresentar também uma visão estratégica, que busca antecipar demandas e 
propor soluções inovadoras, habilidade de comunicação, que busca facilitar o diálogo entre os diferentes 
membros da comunidade escolar, e competência administrativa, para gerenciar recursos e processos 
com eficiência. E não podemos esquecer da empatia e resiliência para compreender as necessidades de 
alunos e colaboradores, enfrentando desafios com equilíbrio.
35
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Sendo assim, a figura diretor escolar é central na gestão educacional, pois atua como mediador entre 
as necessidades da escola, as políticas públicas e as expectativas da comunidade. Ele tem o papel de 
garantir que a instituição de ensino seja um espaço de aprendizado significativo, inclusão, convivência 
harmônica e formação cidadã.
A liderança do diretor é um fator determinante para o sucesso da escola, pois sua atuação impacta 
diretamente a qualidade do ensino, a motivação da equipe escolar e o desempenho dos alunos. Como 
gestor, ele exerce um papel estratégico ao integrar diferentes dimensões da gestão escolar, garantindo 
que todas as ações estejam alinhadas aos objetivos pedagógicos e administrativos da instituição.
Monção (2021) destaca que a liderança eficaz do diretor promove muitos resultados positivos, entre 
eles a qualidade do ensino, pois, ao supervisionar e apoiar o desenvolvimento do PPP, o diretor assegura 
que as práticas pedagógicas sejam coerentes e eficazes, gerando melhores resultados no aprendizado 
dos alunos. Ainda, a sua capacidadede articular professores e coordenadores pedagógicos permite a 
adoção de metodologias inovadoras e a superação de desafios educacionais.
Promove também a equipe escolar, já que como líder é responsável por criar um ambiente de trabalho 
colaborativo e acolhedor, no qual professores e demais funcionários sintam‑se valorizados. E quando 
atua na resolução de conflitos e no fortalecimento das relações interpessoais, aumenta o engajamento 
dos colaboradores.
Consequentemente, toda essa liderança positiva e eficaz acaba impactando diretamente o 
desempenho dos alunos, uma vez que um ambiente escolar bem gerido, com infraestrutura adequada e 
práticas pedagógicas eficientes, influencia diretamente o desempenho dos estudantes. Assim, o diretor, 
ao garantir um espaço seguro, inclusivo e democrático, favorece o desenvolvimento integral dos alunos, 
incentivando a aprendizagem e a cidadania.
Por essas razões, o diretor é mais do que um gestor administrativo; ele é um agente essencial para 
transformar a escola em um espaço de aprendizado significativo, convivência saudável e formação 
cidadã. Sua liderança define o rumo e o alcance dos objetivos educacionais, tornando‑se uma peça‑chave 
para o sucesso escolar.
Contudo, o diretor escolar não realiza a gestão da escola de forma isolada. Ele conta com o apoio 
de uma equipe composta por outros profissionais que, juntos, contribuem para o funcionamento 
eficiente da instituição e para o alcance de seus objetivos educacionais. Essa atuação conjunta permite 
a articulação entre as diferentes dimensões da gestão escolar e promove uma administração mais 
integrada e democrática. No próximo tópico, conheceremos as funções do coordenador pedagógico.
Já o vice‑diretor, também chamado de assistente de direção, diretor adjunto ou diretor substituto, 
desempenha um papel fundamental na administração da escola. Ele é o principal apoio do diretor, 
auxiliando na gestão das atividades diárias e na execução das políticas educacionais. Suas atribuições 
podem incluir a coordenação de equipes pedagógicas e o acompanhamento do cumprimento de normas 
e regulamentos, além da tomada de decisões em situações emergenciais ou na ausência do diretor.
36
Unidade I
O vice‑diretor tem um papel vital no funcionamento e na gestão escolar. Ele não apenas auxilia o 
diretor nas suas funções cotidianas, mas também assume uma série de responsabilidades próprias e, em 
casos de ausência do diretor, garante a continuidade da administração escolar. Ele é um elo importante 
entre a equipe pedagógica, os professores, os alunos e a comunidade escolar.
Entre as responsabilidades dessa função destacam‑se às relacionadas à gestão administrativa 
e pedagógica, pois auxilia na organização administrativa da escola, como o acompanhamento de 
documentos e registros, controle de frequência de alunos e gestão de recursos. O vice‑diretor ainda 
participa no planejamento pedagógico, colaborando na implementação do currículo, no desenvolvimento 
de projetos educativos e na organização de atividades pedagógicas.
No âmbito da gestão da disciplina, ele fica encarregado de questões disciplinares, resolvendo conflitos, 
orientando alunos e promovendo um ambiente escolar respeitoso e organizado. Também implementa 
políticas e práticas para a manutenção de um ambiente escolar saudável, com foco na convivência e no 
respeito mútuo.
O vice‑diretor também acompanha o desenvolvimento das atividades pedagógicas, supervisionando 
aulas e observando o trabalho dos professores, e auxilia na avaliação e melhoria da qualidade do ensino, 
de modo a garantir que as metodologias aplicadas estejam alinhadas às diretrizes curriculares e aos 
objetivos da escola.
Quando atua na gestão de projetos educacionais, pode ser encarregado de coordenar e implementar 
projetos educacionais, como feiras de ciências, eventos culturais, atividades extracurriculares, entre outros. 
Assim, envolve‑se na inovação de práticas pedagógicas e na integração de atividades interdisciplinares, 
com foco no desenvolvimento integral dos alunos.
E, quando o diretor está ausente, ele faz a representação da direção, ou seja, a representação 
institucional, assumindo as funções do diretor em reuniões, eventos e decisões administrativas, de 
modo a garantir a continuidade da gestão escolar, sem comprometer o andamento das atividades e a 
resolução de questões urgentes.
No mais, o vice‑diretor atua como intermediário entre a escola e as famílias, mantendo uma 
comunicação constante com os pais sobre o desempenho e a convivência dos alunos. Assim, facilita a 
participação da comunidade nas atividades escolares, promovendo a colaboração e o envolvimento de 
todos os envolvidos no processo educativo.
No que tange ao perfil do vice‑diretor, ele deve ter habilidades de liderança, organização e 
comunicação eficaz. Ele deve ser capaz de lidar com diferentes situações e demandas de forma 
estratégica e colaborativa. A capacidade de trabalhar em equipe, a competência para lidar com questões 
administrativas e pedagógicas, e a habilidade de mediar conflitos são fundamentais para o sucesso 
dessa função.
Ao exercer todas essas responsabilidades, o vice‑diretor contribui diretamente para a melhoria do 
ambiente escolar e para o fortalecimento da qualidade educativa na instituição. Há muitas instituições 
37
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
de ensino que não têm um vice‑diretor escolar. Já há outras que chegam a ter três. O fator determinante 
para isso é o número de alunos da escola. Por conta disso, esse é um cargo sempre presente em redes 
públicas, que são as que têm mais alunos. Nelas, é comum que haja até um por turno. Já nas escolas 
particulares, esse profissional tende a aparecer apenas nas maiores, geralmente pertencentes a uma 
rede. Nesse caso, é possível que haja mais de um também. Se houver níveis de ensino divididos em 
diferentes prédios, por exemplo, pode haver um vice em cada um.
É importante mencionar que, na maioria dos casos, o profissional que exerce essa função é escolhido 
ou indicado por alguém. Isso ocorre por várias razões, entre elas a confiabilidade e a lealdade: o diretor 
pode indicar alguém em quem confia e que compartilha seus valores e objetivos. Outra razão está 
atrelada às experiências e habilidades específicas que sejam necessárias para o cargo, bem como o fator 
continuidade, pois a indicação do vice‑diretor pode garantir a continuidade das políticas e dos projetos 
em andamento.
Nesse contexto, o processo de indicação do vice‑diretor pode variar dependendo da instituição ou 
organização. Geralmente, envolve quatro fatores:
• Análise de necessidades: o diretor ou a equipe de liderança identifica as necessidades e os 
desafios da instituição.
• Seleção de candidatos: o diretor ou a equipe de liderança seleciona candidatos potenciais 
para o cargo.
• Avaliação e entrevistas: os candidatos são avaliados e entrevistados para avaliar suas habilidades 
e experiências.
• Indicação: o diretor ou a equipe de liderança indica o candidato escolhido para o cargo.
Vê‑se que a indicação de um vice‑diretor é, sem dúvida, uma estratégia fundamental para preparar 
a instituição para o futuro, garantindo a continuidade e a estabilidade da gestão escolar. Essa figura de 
liderança não apenas exerce um papel de apoio ao diretor, mas também contribui significativamente 
para o desenvolvimento e a sustentabilidade da escola a longo prazo.
3.2 Coordenador pedagógico
O coordenador pedagógico é um profissional essencial na gestão escolar, com foco na dimensão 
pedagógica. Sua atuação é voltada para acompanhamento, orientação e suporte aos professores e 
alunos, garantindo que o processo de ensino e aprendizagem esteja alinhado ao PPP da escola e às 
políticas educacionais vigentes.
De acordo com Libâneo (2004, p . 75):
O coordenador pedagógico ou professor‑coordenador supervisiona, 
acompanha, assessora, apoia, avalia as atividades pedagógico‑curriculares. 
38
Unidade I
Sua atribuição prioritária é prestar assistênciapedagógico‑didática aos 
professores em suas respectivas disciplinas, no que diz respeito ao trabalho 
interativo com os alunos. Outra atribuição que cabe ao coordenador 
pedagógico é o relacionamento com os pais e a comunidade, especialmente 
no que se refere ao funcionamento pedagógico‑curricular e didático da 
escola e comunicação e interpretação da avaliação dos alunos.
Isto posto, vê‑se que as principais funções do coordenador pedagógico englobam o planejamento 
pedagógico, principalmente nos aspectos quem envolvem a coordenação, elaboração e implementação 
do planejamento pedagógico da escola, de modo a assegurar a coerência entre o currículo, o PPP 
e as práticas de ensino desenvolvidas em sala de aula. Ele também propõe estratégias para superar 
dificuldades no processo de aprendizagem.
O coordenador ainda realiza ações de acompanhamento e avaliação, pois observa e avalia as práticas 
pedagógicas, oferecendo feedbacks construtivos aos professores, bem como monitora o desempenho 
acadêmico dos alunos e propõe intervenções pedagógicas quando necessário. Esse profissional também 
promove práticas de formação continuada para os professores, incentivando o aprimoramento de 
práticas educacionais, e atualiza a equipe sobre tendências pedagógicas, novas metodologias e 
diretrizes educacionais.
Além disso, realiza mediação de conflitos entre professores, alunos e famílias, ajudando a resolver 
conflitos que possam surgir no ambiente escolar. Atua também como um facilitador de diálogos 
entre a comunidade escolar para garantir a harmonia e o bom relacionamento. Procura promover 
práticas pedagógicas inclusivas que respeitem as diversidades culturais, sociais e individuais dos 
alunos e desenvolve estratégias para atender às necessidades específicas dos estudantes, promovendo 
a equidade educacional.
É importante mencionar que o coordenador também produz práticas de fomento à inovação 
pedagógica, pois incentiva o uso de tecnologias educacionais e metodologias inovadoras que enriqueçam 
o processo de ensino e aprendizagem e estimula a interdisciplinaridade e projetos que integrem diferentes 
áreas do conhecimento.
Segundo Monção (2021), um coordenador pedagógico eficaz deve apresentar uma visão pedagógica 
ampla, pois deve compreender os processos de ensino e aprendizagem de forma global. Deve também 
ter habilidade de liderança, para inspirar e orientar a equipe docente, ter capacidade de comunicação, 
para facilitar o diálogo e a troca de ideias entre os membros da escola, ter empatia e sensibilidade, para 
entender e apoiar as necessidades de professores e alunos, e, por último, ter resiliência e organização, 
para lidar com desafios diários e manter o planejamento pedagógico em dia.
Consequentemente, o coordenador pedagógico se apresenta como um elo entre a gestão escolar 
e os professores, sendo responsável por transformar diretrizes em práticas pedagógicas significativas. 
Ele tem um papel fundamental na qualidade do ensino, pois acompanha e orienta os professores, para 
melhorar continuamente suas práticas, e os apoia, de modo a oferecer suporte para superar desafios em 
sala de aula.
39
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Assim, ele atua no desenvolvimento dos alunos, garantindo que todos tenham oportunidades iguais 
de aprendizado e na consolidação do PPP, ajudando a escola a alcançar seus objetivos educacionais.
A presença de um coordenador pedagógico competente é essencial para o sucesso da escola, pois 
ele desempenha um papel estratégico na criação de um ambiente de aprendizado eficaz, acolhedor e 
inclusivo. Sua atuação vai além do suporte técnico aos professores, pois envolve a mediação de relações, 
a promoção de inovações pedagógicas e a garantia de que o currículo seja executado de forma alinhada 
às diretrizes educacionais e às necessidades da comunidade escolar.
Desse modo, o coordenador pedagógico tende a potencializar os resultados da escola, principalmente 
no que tange à qualidade do ensino, isso porque um coordenador competente trabalha para assegurar 
que os professores desenvolvam práticas pedagógicas significativas e inovadoras, aprimorando 
continuamente os processos de ensino e aprendizagem. Ele, ao acompanhar os indicadores de desempenho 
dos alunos, consegue propor intervenções pedagógicas que promovam a superação de dificuldades.
Convém mencionar que práticas eficazes desse profissional também preveem o acolhimento  e 
bem‑estar, de modo a promover um ambiente de trabalho colaborativo e acolhedor para professores 
e funcionários, fortalecendo o engajamento e a motivação da equipe. Ele ainda trabalha para que os alunos 
se sintam respeitados e apoiados, criando um espaço seguro para o desenvolvimento emocional e social.
O fator da promoção da inclusão educacional também compõe as funções do coordenador, haja vista 
ele ter o compromisso de garantir que as práticas pedagógicas sejam adaptadas às necessidades dos alunos 
com deficiência, dificuldades de aprendizagem ou condições de vulnerabilidade, bem como valorizar as 
diversidades culturais, sociais e individuais, promovendo a equidade dentro do ambiente escolar.
A promoção de um ambiente acolhedor também integra a lista de suas funções, pois estimula a escuta 
de ideias, tal qual a adoção de novas metodologias, ferramentas tecnológicas e práticas interdisciplinares 
que enriqueçam o aprendizado. São ações que estimulam e incentivam o desenvolvimento de projetos 
pedagógicos que envolvam toda a comunidade escolar. Isto posto, as funções impactam diretamente o 
fortalecimento do PPP, uma vez que o coordenador atua como guardião do PPP, assegurando que ele 
seja implementado de maneira efetiva e atualizado conforme as demandas educacionais e sociais.
Nesse universo de ações funções, vê‑se que a competência do coordenador pedagógico, portanto, é 
um diferencial que impacta diretamente os resultados escolares. Seu trabalho reflete‑se na formação de 
cidadãos mais preparados, conscientes e inseridos em uma sociedade plural e democrática, reafirmando 
o compromisso da escola com a qualidade e a inclusão educacional.
No que tange às suas competências para desempenhar suas funções com excelência, Libâneo (2004) 
nos informa que esse profissional deve ter habilidade de liderança, ou seja, inspirar e orientar a equipe 
docente; ter empatia e sensibilidade, para compreender as necessidades individuais de professores e 
alunos; ter visão pedagógica estratégica, ao planejar ações que promovam o ensino de qualidade; 
demonstrar capacidade de comunicação, para facilitar o diálogo entre os diferentes membros da escola; 
e se atualizar constantemente, se mantendo em sintonia com as novas tendências educacionais e as 
legislações vigentes.
40
Unidade I
Diante dessas considerações, vê‑se que o coordenador pedagógico é um agente transformador no 
ambiente escolar. Sua atuação vai além de acompanhar o trabalho docente; ele desempenha um papel 
estratégico na construção de um ambiente de aprendizagem acolhedor, inovador e inclusivo. Com 
sua liderança, é possível alinhar os objetivos pedagógicos aos desafios contemporâneos, contribuindo 
significativamente para o sucesso da escola e para a formação integral.
3.3 Orientador pedagógico
O orientador pedagógico, muitas vezes chamado de orientador educacional, é uma figura que 
desempenha um papel essencial na mediação entre os diferentes atores do ambiente escolar – alunos, 
professores, famílias e equipe gestora. Ele tem como foco promover o desenvolvimento integral dos 
estudantes, fortalecendo o processo de ensino‑aprendizagem e a qualidade do trabalho pedagógico.
Dessa maneira, ele tem como principal função apoiar o processo de ensino‑aprendizagem, auxiliando 
estudantes, pais e professores em questões relacionadas ao desenvolvimento acadêmico, social e 
emocional dos alunos. Suas responsabilidades podem variar de acordo com o contexto da instituição 
de ensino, mas geralmente incluem o apoio psicológico e emocional, uma vez que esse profissional 
ajuda osalunos a lidar com questões emocionais, comportamentais e sociais que podem interferir no 
aprendizado, como ansiedade, bullying ou dificuldades familiares.
Libâneo (2004) nos esclarece que o orientador pedagógico é uma peça‑chave para construir 
um ambiente educacional acolhedor, participativo e voltado para a formação de cidadãos críticos e 
conscientes de seu papel na sociedade. Esse profissional apresenta características que definem o seu 
papel de atuação.
A seguir, listamos algumas de suas funções:
• Facilitador do aprendizado, pois identifica desafios no processo educativo e trabalha para 
criar estratégias que promovam a inclusão, a superação de dificuldades e a melhoria contínua 
da aprendizagem.
• Promotor do diálogo, já que é tido como um elo de comunicação entre a escola e as famílias, 
haja vista que promove um relacionamento saudável e colaborativo em prol do bem‑estar 
dos estudantes.
• Apoiador da equipe docente, uma vez que orienta e acompanha os professores, propondo 
metodologias, reflexões e estratégias pedagógicas que favoreçam uma prática educativa eficiente 
e inovadora.
• Mediador de conflitos, pois atua para resolver situações de conflito no ambiente escolar, 
seja entre alunos, entre professores ou entre alunos e professores, com foco no respeito e na 
convivência harmônica.
41
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
• Articulador do projeto pedagógico, já que ele participa da construção e execução do PPP, 
garantindo que ele fique alinhado às necessidades da escola e da comunidade escolar.
• Incentivador do desenvolvimento humano, já que ele trabalha não apenas os aspectos 
acadêmicos, mas também as questões emocionais e sociais, entendendo que a educação é um 
processo integral e contínuo.
À vista disso, vê‑se que o orientador pedagógico também desempenha um papel fundamental na 
educação, pois é responsável por apoiar e orientar os professores e alunos em questões relacionadas 
ao ensino e aprendizagem. Ele oferece suporte ao professor principalmente em ações relacionadas ao 
desenvolvimento de habilidades e conhecimentos dos docentes, melhorando a qualidade do ensino. 
Auxilia também no planejamento de aulas e gestão da sala de aula.
Segundo Longo e Pereira (2011, p. 5):
Cabe ao orientador educacional, em sua prática educativa com os 
professores, assessorá‑los no acompanhamento e compreensão de sua 
turma, integrar‑se às diversas disciplinas visando ao desenvolvimento de 
um trabalho comum e à formulação das habilidades didático‑pedagógicas a 
serem desenvolvidas com os alunos.
No que se refere ao suporte aos alunos, esse profissional auxilia na orientação acadêmica, no apoio 
emocional e no desenvolvimento de habilidades. E quanto às contribuições à escola como um todo, o 
seu suporte tende a impactar diretamente a melhoria da qualidade do ensino, o desenvolvimento de 
políticas educacionais e a avaliação e melhoria contínua.
Longo e Pereira (2011) ainda ressaltam um aspecto crucial do papel do orientador educacional, 
que vai além da prática pedagógica dentro da escola, incluindo a construção de uma rede de apoio e 
comunicação entre a escola, a família e a comunidade. Esse envolvimento do orientador educacional 
com os pais e responsáveis visa criar um ambiente de colaboração, no qual as necessidades do aluno são 
focadas de maneira integral, considerando suas necessidades e potencialidades.
Ao orientar, ouvir e dialogar com os pais, o orientador fortalece a parceria entre a escola e a família, 
possibilitando que ambos os lados fiquem alinhados quanto ao desenvolvimento e à aprendizagem dos 
estudantes. Essa inter‑relação é fundamental para o sucesso educacional, pois permite uma abordagem 
mais holística, que considera o aluno em seus múltiplos contextos e fortalece o suporte necessário para 
seu crescimento acadêmico e sua formação integral.
Ademais, a colaboração com a comunidade amplia as possibilidades de recursos e apoio, 
favorecendo a criação de um ambiente educacional mais acolhedor e participativo. O trabalho conjunto 
do orientador com a família e a comunidade contribui para o desenvolvimento de estratégias que 
atendam às necessidades dos alunos e para o fortalecimento do papel da escola como um agente de 
transformação social.
42
Unidade I
O orientador pedagógico, de fato, tem ainda responsabilidade não apenas de apoiar o processo de 
ensino‑aprendizagem, bem como de se comprometer com a evolução constante de seus conhecimentos. 
Esse comprometimento envolve a busca por atualização em teorias e práticas contemporâneas que se 
mostram detalhadas, atendendo às demandas de tempos e espaços.
Destarte, o orientador pedagógico deve estar alinhado com os objetivos educacionais  que 
transcendem  a formação acadêmica, promovendo o desenvolvimento de habilidades e valores 
que contribuem para a construção da cidadania e o fortalecimento do papel social do indivíduo. Isso 
significa que, ao agir, o orientador precisa considerar não apenas as questões pedagógicas e acadêmicas, 
mas também o impacto social da educação.
Essa perspectiva amplia a visão do papel do orientador pedagógico, que deve estar atento tanto aos 
avanços teóricos e metodológicos quanto às necessidades sociais e individuais dos alunos, buscando 
sempre um equilíbrio entre todos os envolvidos no processo de ensinar e aprender.
Diante do exposto, vê‑se que o orientador pedagógico desempenha um papel crucial no processo 
educacional, funcionando como um elo de apoio entre os professores, os alunos e a gestão escolar. Ele 
contribui diretamente para a qualidade do ensino, para o desenvolvimento contínuo da instituição e 
para a promoção de um ambiente educacional mais eficaz, inclusivo e acolhedor.
Desta feita, o orientador pedagógico apresenta‑se como uma peça‑chave para a qualidade 
educacional de uma instituição. Seu trabalho é fundamental para o suporte aos professores, para o 
acompanhamento dos alunos e para a gestão do ambiente escolar como um todo. Ele contribui para a 
criação de um espaço educacional mais integrado, coeso e voltado ao desenvolvimento integral de cada 
aluno, apoiando a constante evolução da instituição.
Figura 5 – Identidade de profissionais da Educação Infantil
Disponível em: https://tinyurl.com/5c4a926u. Acesso em: 20 mar. 2025.
43
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
4 GESTÃO ESCOLAR PARA A FORMAÇÃO E IDENTIDADE DE PROFISSIONAIS 
DE EDUCAÇÃO INFANTIL
A gestão escolar desempenha um papel fundamental na formação e na construção da identidade 
dos profissionais da educação, haja vista a gestão apresentar‑se como referência para os profissionais 
da escola, tanto referência positiva como negativa. Ela exerce uma influência direta nas práticas 
pedagógicas, nas condições de trabalho e no ambiente educacional como um todo, sendo um fator 
essencial para a qualidade do ensino.
No domínio das referências positivas, a gestão escolar atua como um modelo para os profissionais 
de Educação Infantil ao estabelecer diretrizes claras, criar um ambiente de apoio e incentivar a formação 
continuada. Para mais, ela define os princípios e as práticas pedagógicas que propendem a orientação de 
ações dos educadores, alinhando‑se às necessidades das crianças e às demandas da comunidade escolar.
Além disso, uma gestão escolar eficaz respeita a diversidade de saberes dos educadores, criando um 
ambiente de trabalho colaborativo e acolhedor. Esse espaço favorece a construção de uma identidade 
profissional sólida, em que os educadores se sentem valorizados e motivados a contribuir para o processo.
E essa situação não é diferente no contexto da Educação Infantil. Sendo assim, ela é responsável por 
criar um ambiente pedagógico e organizacional que favoreça o desenvolvimento não apenas das crianças, 
mas também dos educadores que trabalham diretamente com elas. Isso inclui a promoção de condições 
adequadas de trabalho, a valorização profissional, o apoio contínuo ao desenvolvimento pedagógico e a 
criação de uma cultura escolar que respeite e potencializeas práticas da Educação Infantil.
Isto posto, essa gestão está intimamente atrelada à formação dos profissionais de Educação Infantil, 
a qual, segundo Monção (2021), deve ser vista como um processo contínuo, pois suas funções vão além 
das ações de planejamento, coordenação e direção.
A construção da identidade do profissional/gestor que atua na Educação Infantil não se limita 
apenas às formações institucionais formais, mas também se apoia em saberes, vivências e experiências 
acumuladas no dia a dia da prática educativa. Isso implica que o processo de desenvolvimento 
profissional é enriquecido por uma visão holística e contextualizada, que considera tanto a teoria 
quanto a experiência prática vivida dentro da escola.
Essa perspectiva mais ampla permite que os profissionais, sejam educadores ou gestores, compreendam 
melhor o contexto da Educação Infantil, que envolve a atenção da criança de 0 a 5 anos, com suas 
necessidades específicas de desenvolvimento cognitivo, emocional e social. A reflexão contínua sobre 
as exigências atuais para atender a essa faixa etária é essencial, pois o campo da Educação Infantil está 
em constante evolução, sendo necessário que os profissionais se adaptem e se capacitem de maneira a 
atender essas demandas.
O fortalecimento da identidade do profissional de Educação Infantil também está condicionado à 
sua capacidade de construir práticas pedagógicas e de gestão que sejam mais democráticas, inclusivas 
e colaborativas. Ao compreendê‑la como uma etapa fundamental na formação humana, o educador 
44
Unidade I
e o gestor devem buscar constantemente formas de promover um ambiente escolar que respeite  a 
diversidade das crianças, que permita a participação ativa da comunidade escolar e que garanta 
a igualdade de oportunidades entre todos.
A Educação Infantil, como a primeira etapa da Educação Básica, desempenha um papel crucial no 
desenvolvimento integral da criança, sendo responsável por aspectos cognitivos, sociais, emocionais e 
físicos fundamentais para sua formação. Nos últimos anos, houve uma transformação significativa em 
sua função social e política, refletida em uma maior valorização dessa etapa educacional. Essa mudança 
representa uma oportunidade ímpar para a gestão escolar alinhar e articular as diretrizes legais, sobretudo 
a BNCC (2018), com as demandas e necessidades que ora estão presentes na ambiência escolar.
Ao articular os documentos legais às práticas pedagógicas, os gestores educacionais, sejam eles 
diretores, coordenadores pedagógicos ou orientadores, têm a oportunidade de planejar e implementar 
atividades significativas que respeitem as especificidades da Educação Infantil, de modo a promoverem 
um ambiente de aprendizagem mais envolvente e transformador.
Nesse processo é essencial que se considerem não apenas as diretrizes normativas, mas também 
as concepções que fundamentam a gestão da Educação Infantil e as compreensões sobre o que é ser 
criança e o que se entende por desenvolvimento infantil.
As concepções de gestão de Educação Infantil envolvem uma abordagem que vai além da 
administração administrativa e financeira; ela abrange práticas pedagógicas que respeitam e valorizam 
o desenvolvimento integral da criança. Consequentemente, a gestão deve ser focada na criação de um 
ambiente de aprendizagem acolhedor, estimulante e seguro, que favoreça o desenvolvimento cognitivo, 
social, emocional e físico das crianças.
Nesse sentido, a gestão escolar precisa ser reflexiva, participativa e democrática, envolvendo todos 
os atores da comunidade escolar – professores, coordenadores pedagógicos, pais e responsáveis – no 
processo de construção de um projeto interdisciplinar e integrador.
Essa abordagem de gestão deve considerar as especificidades da Educação Infantil, com a adaptação 
de conteúdos e métodos pedagógicos às características da faixa etária, que exijam estratégias mais 
lúdicas, interativas e contextualizadas. E mais, é fundamental que a gestão escolar esteja alinhada com 
os documentos legais e as diretrizes educacionais.
A gestão de Educação Infantil deve ainda estar alinhada à concepção de criança que considera 
esse ser como sujeito ativo e protagonista de seu próprio processo de aprendizagem, com direitos, 
capacidades e necessidades próprias de fase de desenvolvimento. Essa visão implica compreender que a 
criança é um ser em constante construção, com um potencial imenso para aprender, explorar e interagir 
com o mundo ao seu redor.
Além disso, a gestão deve considerar que a infância é uma etapa única e essencial na formação do ser 
humano, merecendo um olhar atento às suas especificidades. Sendo assim, a concepção de criança que 
45
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
orienta a gestão da Educação Infantil, ao considerar a infância como uma etapa única e fundamental 
no processo de formação do ser humano, deve priorizar, sobretudo, o respeito aos direitos da criança.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990, e as normativas e diretrizes 
para essa modalidade de ensino, a criança é um sujeito de direitos, o que significa que, além de ser 
destinatária de cuidados e afetos, ela tem direito a uma educação de qualidade, à proteção e à promoção 
do seu desenvolvimento integral.
Assim, a gestão da Educação Infantil, bem como o perfil dos profissionais que trabalham nessa 
modalidade, precisam estar comprometidas em garantir que esses direitos sejam não apenas reconhecidos, 
mas efetivamente assegurados no ambiente escolar. Isso implica uma série de práticas que envolvem 
numerosas ações, em específico, o acesso à educação de qualidade. Logo, esses profissionais devem 
garantir que todas as crianças tenham acesso a uma educação que seja inclusiva, que respeitem suas 
diversidades e que promovam seu desenvolvimento de forma integral, ponderando suas necessidades 
cognitivas, emocionais, sociais e físicas. Isso envolve desde a organização do currículo até a escolha de 
metodologias pedagógicas que favoreçam o aprendizado significativo.
Faz‑se mister mencionar ações em prol ao respeito à individualidade e ao desenvolvimento das 
crianças, pois cada criança é única e tem seu próprio ritmo de aprendizagem e desenvolvimento. Desta 
feita, esses profissionais devem criar um ambiente pedagógico que respeite essas individualidades, 
permitindo que as crianças se desenvolvam em seu próprio tempo e de acordo com suas próprias 
capacidades. Isso pode ser feito por meio de práticas pedagógicas diferenciadas, que incentivem a 
curiosidade e a autonomia das crianças, além de promoverem a inclusão e a participação ativa de todos 
no processo de aprendizagem.
Sob tais entendimentos, vê‑se que a gestão escolar tende a contribuir significativamente para 
a formação e identidade de profissionais de Educação Infantil, em razão de desempenhar um papel 
fundamental na criação de ambientes que favoreçam o desenvolvimento pedagógico e o fortalecimento 
da prática profissional.
A gestão escolar, ao investir em ações que favorecem a capacitação contínua dos educadores, na 
valorização do seu trabalho e no apoio às suas necessidades, contribui diretamente para a construção 
de uma identidade profissional sólida e segura. Além disso, ao promover um ambiente colaborativo, em 
que os educadores se sintam integrados e participantes do processo educativo, a gestão escolar reforça 
o comprometimento e a motivação dos profissionais com o trabalho que desempenham.
Outro aspecto crucial é a promoção de uma cultura de respeito e valorização das práticas 
pedagógicas, o que resulta na confiança dos educadores em suas próprias habilidades e na realização de 
uma prática pedagógica de qualidade. A gestão escolar atua, portanto, como uma força estruturante e 
dinamizadora, que não só organiza e orienta a rotina escolar, mas também contribui para a formação 
de  uma identidade profissional que é continuamente reconfigurada por meio da experiência e da 
reflexão sobre a prática educativa.
46
Unidade I
Em síntese,a gestão escolar exerce um papel essencial na construção e na consolidação da identidade 
dos profissionais de Educação Infantil, ao criar as condições necessárias para que esses educadores se 
sintam preparados, valorizados e inseridos em um processo coletivo de formação e melhoria constante 
da educação.
Exemplos de aplicação
Exemplo 1. Na Educação Infantil, as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças têm como 
eixos estruturantes as interações e a brincadeira, assegurando‑lhes os direitos de:
I – conviver;
II – brincar;
III – participar;
IV – refletir;
V – expressar‑se;
VI – interagir.
Assinale a alternativa que contempla todos os objetivos assegurados dentro da BNCC:
A) Somente as afirmativas I, II, III e V estão corretas.
B) Somente as afirmativas II, III, IV e VI estão corretas.
C) Somente as afirmativas III, IV, V e VI estão corretas.
D) Somente as afirmativas I, III, V e VI estão corretas.
E) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.
Resolução
A BNCC (Brasil, 2018) estabelece seis direitos de aprendizagem para que as crianças possam 
aprender e se desenvolver na Educação Infantil. São eles: conviver, brincar, participar, explorar, expressar 
e conhecer‑se. 
Logo, a alternativa A está correta.
47
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Exemplo 2. A gestão democrática é um pilar para a organização e bom funcionamento das instituições 
de ensino, e adquire desafios adicionais quando se trata de implementar um modelo inclusivo.
Assinale a opção que indica, corretamente, um dos principais obstáculos nesse caso:
A) A falta de uma estrutura burocrática rígida e hierarquizada dificulta a tomada rápida de decisões.
B) As demandas particulares de cada aluno exigem adaptações e personalizações constantes.
C) O apego dos professores aos modelos tradicionais de ensino cria resistência às mudanças 
necessárias.
D) A multiplicidade de vozes da comunidade escolar dificulta a implementação eficaz das 
ações inclusivas.
E) A interferência das famílias nas decisões da escola retira a autonomia decisória da instituição 
de ensino.
Resolução
O apego dos professores aos modelos tradicionais de ensino pode, de fato, ser considerado um 
entrave à implementação de mudanças necessárias para melhorar a educação. Isso ocorre porque, 
quando os educadores estão muito ligados a práticas pedagógicas tradicionais e muitas vezes 
ultrapassadas, pode ser mais difícil incorporar novas metodologias, tecnologias ou abordagens que 
promovam uma educação mais inclusiva, dinâmica e adaptada às necessidades atuais dos alunos. 
Logo, a alternativa C está correta.
 Observação
A gestão eficaz precisa ser centrada não só na organização e na 
estrutura da instituição, mas também na criação de um ambiente de 
aprendizagem acolhedor, estimulante e seguro. Esse tipo de gestão propõe 
um olhar atento às necessidades de desenvolvimento cognitivo, social, 
emocional e físico da criança, criando condições para que cada uma delas 
possa explorar seu potencial de maneira plena e respeitosa. Ao integrar esses 
aspectos, a gestão educacional promove a formação de cidadãos críticos 
e conscientes, respeitando a infância como uma fase única e fundamental 
na construção do ser humano.
48
Unidade I
 Saiba mais
Leia mais sobre gestão escolar para a formação e identidade de 
profissionais da Educação Infantil na obra a seguir:
LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão escolar: teoria e prática. 5. ed. 
Goiânia: Alternativa, 2004. Disponível em: https://tinyurl.com/4brfekp2. 
Acesso em: 11 mar. 2025.
49
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
 Resumo
Nesta unidade, vimos que os temas abordados neste livro‑texto 
contemplam singularidades da gestão escolar da Educação Infantil. 
Estudamos conceitos inerentes aos direitos fundamentais das crianças, 
sobretudo no contexto da Educação Infantil.
Verificamos que, na Educação Infantil, os direitos das crianças 
são fundamentais para garantir o seu desenvolvimento integral e  a 
promoção de um ambiente educativo inclusivo e acolhedor. Esses direitos 
estão garantidos por diversos documentos legais, como a Constituição 
Federal  (1988), o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (1990) e 
a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (2018), além de outras normas 
e diretrizes que asseguram um atendimento adequado às necessidades das 
crianças em sua primeira etapa educacional.
Estudamos, ainda, assuntos relacionados à educação de bebês e de 
crianças de 0 a 5 anos nas políticas públicas e na legislação educacional 
no que tange aos avanços e aos retrocessos. Aprendemos que a educação 
de bebês e de crianças de 0 a 5 anos, no Brasil, tem sido um tema central 
nos debates da área, refletindo tanto ganhos quanto desafios persistentes 
em garantir a universalização e a qualidade do atendimento educacional 
nessa faixa etária.
Abordamos conteúdos relativos à fundamentação e aos princípios da 
educação e da gestão da escola de Educação Infantil: vimos que eles são 
essenciais para a construção de um ambiente pedagógico que respeite o 
desenvolvimento integral das crianças, assegure seus direitos e favoreça a 
aprendizagem significativa.
Para tal, a gestão democrática na Educação Infantil é mais do que 
importante e necessária, visto que promove a participação ativa de todos 
os envolvidos no processo educacional, como educadores, familiares, 
gestores e comunidade, assegurando que as decisões sejam tomadas 
de forma colaborativa e levando em consideração as necessidades e os 
interesses das crianças.
Explicamos quem são os profissionais que compõem a gestão 
escolar  e  quais são as suas funções, visto que o sucesso de uma 
gestão  democrática e de qualidade na Educação Infantil depende da 
atuação conjunta e eficiente desses profissionais, que desempenham 
papéis fundamentais para o desenvolvimento das crianças e para a criação 
50
Unidade I
de um ambiente escolar saudável e eficaz. Estamos falando do diretor, do 
vice‑diretor, do coordenador pedagógico e do orientador educacional, 
profissionais que desempenham funções essenciais na gestão e no 
desenvolvimento do trabalho pedagógico da Educação Infantil. Cada um 
tem um papel específico na estrutura escolar, mas todos têm em comum a 
responsabilidade de garantir que a instituição ofereça uma educação de 
qualidade, respeitando os direitos das crianças e promovendo um ambiente 
de aprendizagem positivo e inclusivo.
Por fim, vimos conteúdos relativos à gestão escolar para a formação e 
a consolidação da identidade de profissionais de Educação Infantil. Esses 
conteúdos são fundamentais para compreender como a gestão pedagógica 
e as práticas de formação continuada influenciam a identidade profissional 
dos educadores, bem como o impacto dessas práticas no desenvolvimento 
da Educação Infantil de qualidade.
A gestão escolar, quando bem estruturada, vai além da administração de 
recursos e de processos. Ela também tem um papel central na formação 
contínua dos profissionais, na construção da identidade e na valorização dos 
educadores que atuam com as crianças de 0 a 5 anos.
Isto posto, nesta unidade, procuramos ensinar a você, aluno do 
curso de Pedagogia, que a gestão da escola de Educação Infantil é um 
componente essencial para garantir que as crianças tenham acesso a uma 
educação de qualidade, que favoreça seu desenvolvimento integral e que 
respeite seus direitos e suas necessidades. Essa gestão envolve uma série 
de práticas administrativas, pedagógicas e de organização que devem 
ser articuladas de forma a criar um ambiente de aprendizagem seguro, 
acolhedor e estimulante.
51
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
 Exercícios
Questão 1. Vimos, no livro‑texto, que a transformação mais significativa na história da Educação 
Infantil no Brasil ocorreu com a Constituição de 1988.
Em relação a esse tema, avalie as asserções e a relação proposta entre elas:
I – A Constituição de 1988 é um ponto de inflexão que chancela a Educação Infantil como parte da 
Educação Básica e considera‑a um direito da criança.porque
II – Antes de 1988, a Educação Infantil era predominantemente vista como um serviço assistencialista 
voltado para atender às demandas das mulheres trabalhadoras, com foco no cuidado, e não na 
educação em si.
Assinale a alternativa correta:
A) As asserções I e II são verdadeiras, e a asserção II justifica a asserção II.
B) As asserções I e II são verdadeiras, e a asserção II não justifica a asserção I.
C) A asserção I é verdadeira, e a asserção II é falsa.
D) A asserção I é falsa, e a asserção II é verdadeira.
E) As asserções I e II são falsas.
Resposta correta: alternativa A.
Análise da questão
A Constituição de 1988 reconheceu a Educação Infantil como um direito da criança, e não apenas 
como uma necessidade da mulher trabalhadora. Trata‑se de um ponto de inflexão que chancela a 
Educação Infantil como parte da Educação Básica e considera‑a um direito da criança.
De acordo com Silva (2020), a Constituição Federal de 1988 foi um marco fundamental para a 
Educação Infantil no Brasil ao garantir que essa etapa fosse reconhecida como parte integrante 
da Educação Básica, estabelecendo‑a como um direito da criança e um dever do Estado e da família.
52
Unidade I
Questão 2. Vimos, no livro‑texto, que a Educação Infantil deve ser entendida como um direito que 
abrange não apenas o acesso, mas também a permanência em condições adequadas.
Em relação aos direitos a serem garantidos na Educação Infantil, avalie os itens a seguir:
I – Pluralidade cultural.
II – Ambiente seguro e acolhedor.
III – Brincadeiras e interações.
IV – Universalização da pré‑escola.
São direitos a serem garantidos na Educação Infantil os citados em:
A) I e II, apenas.
B) III e IV, apenas.
C) I, II e III, apenas.
D) II, III e IV, apenas.
E) I, II, III e IV.
Resposta correta: alternativa E.
Análise da questão
Entre os direitos a serem garantidos na Educação Infantil, temos os que seguem:
• Pluralidade cultural: devem ser respeitadas as diferenças culturais, sociais e linguísticas das 
crianças e das suas famílias.
• Ambiente seguro e acolhedor: devem existir espaços que promovam o bem‑estar físico e 
emocional da criança.
• Brincadeiras e interações: o brincar deve ser reconhecido como um direito central da infância e 
como um elemento essencial no processo de aprendizagem.
• Universalização da pré-escola: o PNE e as políticas locais reforçam a universalização da 
pré‑escola (4 e 5 anos) e a ampliação do atendimento em creches (0 a 3 anos).alunos e famílias, de maneira colaborativa e reflexiva, articulando a 
promoção do desenvolvimento integral das crianças e a criação de uma cultura escolar que valorize o 
aprendizado, a participação, a inclusão e a equidade.
A gestão pedagógica deve ser, portanto, um meio para garantir que as decisões pedagógicas sejam 
consistentes com as necessidades da comunidade escolar e com as diretrizes educacionais vigentes, 
permitindo que o projeto pedagógico seja constantemente revisado e alinhado às demandas cotidianas.
Nesse sentido, é fundamental destacar a importância de formar educadores e gestores que 
compreendam as especificidades da infância e sua relação com os espaços educativos, sobretudo da 
Educação Infantil.
De acordo com Ostetto (2018), a Educação Infantil, como primeira etapa da Educação Básica, exige 
um olhar atento e uma prática e gestão pedagógica que respeitem as singularidades das crianças, a 
fim de promover o desenvolvimento integral e em todas as suas dimensões: física, emocional, social 
e cognitiva. Essa abordagem solicita que educadores e gestores sejam capazes de criar ambientes 
educativos que valorizem as experiências infantis, promovam interações significativas e incentivem 
a autonomia das crianças.
8
Ostetto (2018) ainda evidencia que a prática pedagógica e de gestão na Educação Infantil deve ser 
pautada na escuta sensível e no respeito às expressões das crianças, reconhecendo‑as como sujeitos 
de direitos e protagonistas de suas aprendizagens. Essa perspectiva reforça a necessidade de um 
planejamento pedagógico que articule o brincar, as interações e as diversas linguagens como eixos 
centrais da prática.
Assim, a formação inicial e continuada dos profissionais da Educação Infantil deve integrar teoria e 
prática, permitindo‑lhes enfrentar os desafios cotidianos da gestão e organização desse nível de ensino. 
Essa formação deve considerar não apenas os conhecimentos técnicos e científicos, mas também a 
capacidade de refletir criticamente sobre o contexto sociocultural.
Na mesma perspectiva, Monção (2021) defende que a gestão da escola de Educação Infantil desempenha 
papel central na garantia de um ambiente educativo de qualidade, voltado para o desenvolvimento 
integral da criança. Trata‑se de um processo que envolve a organização, o planejamento e a articulação de 
práticas pedagógicas, administrativas e sociais, em consonância com os princípios da gestão democrática 
e participativa, que são preconizadas pela LDB (Lei n. 9394/96).
Nesse contexto, esta disciplina apresenta como objetivos:
• assegurar meios para que os estudantes possam compreender a fundamentação e os princípios da 
Educação Infantil e da gestão de creches e pré‑escolas;
• problematizar o papel e as atribuições dos gestores educacionais e escolares no cenário das 
demandas da Educação Infantil na contemporaneidade;
• descrever e analisar o cenário da Educação Infantil no Brasil na perspectiva das políticas públicas;
• examinar e discutir a estrutura, a organização e a cultura das instituições escolares de Educação 
Infantil tendo como referência o princípio da gestão democrática;
• analisar a organização e a gestão escolar na Educação Infantil (creches e pré‑escolas);
• compreender as relações entre gestão e cotidiano da escola de Educação Infantil, de modo a 
problematizar o papel social da educação na sociedade contemporânea.
Por meio dos objetivos propostos, nossa intenção é orientar seu olhar, enquanto aluno e futuro professor, 
oferecendo recursos que permitam compreender os fundamentos e os princípios que embasam a Educação 
Infantil e a gestão de creches e de pré‑escolas. Isso por meio de documentos norteadores, formativos e 
legais, com destaque para a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (Brasil, 2018), que, para a Educação 
Infantil, no Brasil, estabelece diretrizes e objetivos com o intuito de garantir o desenvolvimento integral 
das crianças de maneira alinhada às necessidades contemporâneas de formação. Para a Educação Infantil, 
a BNCC enfatiza o desenvolvimento intelectual das crianças, promovendo a aquisição de competências e 
de habilidades que são essenciais para o seu aprendizado e o seu crescimento.
9
É importante mencionar que essa modalidade de ensino, em especial a gestão dela, enquanto tema 
de pesquisas, segundo Monção (2021), ainda passa por estudos e processos de consolidação no Brasil 
e no mundo, situação que requer do gestor uma abordagem específica, sensível às necessidades e às 
singularidades da infância.
Nesse contexto, este livro‑texto também objetiva estimular reflexões que fortaleçam sua capacidade 
de articular teoria e prática, promovendo uma visão ampla sobre a importância da Educação Infantil 
como base do desenvolvimento integral das crianças. Esperamos que, ao longo desta leitura, este material 
contribua para a formação de profissionais comprometidos com práticas educativas de qualidade e de 
gestão eficientes, alinhadas às demandas contemporâneas.
Convidamos você a participar desse percurso formativo, refletindo e dialogando sobre os desafios 
e as possibilidades de envolvimento na gestão e nas políticas públicas da Educação Infantil. Juntos, 
poderemos construir um entendimento mais amplo e aprofundado das responsabilidades e das 
oportunidades que essa etapa educativa oferece, contribuindo para o aprimoramento da qualidade do 
ensino e para o desenvolvimento integral das crianças.
Ótima leitura!
10
INTRODUÇÃO
Esta disciplina visa apresentar a você, aluno do curso de Pedagogia, temas atinentes à gestão da 
Educação Infantil, como a gestão de políticas de Educação Infantil no Brasil e a gestão democrática 
nessa modalidade de ensino. Ainda, intenciona discorrer sobre a escola como espaço sociocultural, sobre 
a cultura e o cotidiano na escola de Educação Infantil: sujeitos, saberes, espaços, tempos e formas de 
organização. E, por fim, busca desenvolver aspectos relativos à relação entre educadores e famílias.
Nessa perspectiva, evidencia‑se a relevância da disciplina no contexto atual, visto que a Educação 
Infantil no Brasil passa por desafios contínuos, principalmente relacionados à qualidade do ensino, 
ao acesso e à permanência de crianças em idade escolar, considerando sempre a diversidade. Logo, a 
formação de pedagogos com uma visão crítica e preparada para lidar com esses desafios é essencial para 
transformar o ambiente educacional.
A disciplina contribui diretamente para essa formação ao preparar os alunos para atuarem de 
maneira competente em um contexto educacional que exige não apenas conhecimento pedagógico, 
mas também habilidades de gestão, acolhimento e colaboração. Assim, ao concluir esta disciplina, você 
estará apto a organizar e administrar espaços educativos que favoreçam o desenvolvimento integral das 
crianças, respeitando as diversidades e promovendo um ambiente de aprendizagem seguro, inclusivo 
e democrático.
Para atingir os objetivos propostos na disciplina e oferecer conhecimentos e subsídios para a 
excelência da atuação profissional, este material está organizado em três unidades.
Na unidade I, estudaremos aspectos relacionados ao cenário e à gestão escolar da Educação Infantil 
no Brasil, no que tange às fundamentações e aos princípios dessa modalidade, bem como a Educação 
Infantil e os direitos fundamentais das crianças. Veremos a educação de bebês e de crianças de 0 a 5 anos 
em termos de políticas públicas e de legislação educacional. Abordaremos os avanços, os retrocessos e as 
identidades profissionais da Educação Infantil: professor, coordenador, orientador educacional e diretor.
Já na unidade II, estudaremos questões relativas às relações entre gestão e cotidiano da escola de 
Educação Infantil no que diz respeito aos fundamentos de gestão; ao planejamento e à organização 
da escola de Educação Infantil; aos projetos político‑pedagógicos em instituições de Educação Infantil; 
ao planejamento e à organização do trabalho escolar na creche; ao planejamento e à organização dotrabalho escolar na pré‑escola; ao compartilhamento da educação; ao cuidado das crianças (tensões e 
possibilidades); e à gestão escolar e sua relação com as famílias.
Por fim, na unidade III, estudaremos práticas exitosas de gestão escolar na Educação Infantil, com 
enfoque no PPP para uma educação de qualidade. Abordaremos a garantia do desenvolvimento integral, 
a inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais (NEE) e as relações étnico‑raciais e de 
gênero na infância.
Os conteúdos deste livro‑texto são de extrema importância para você, aluno e futuro profissional da 
Educação Básica, uma vez que contemplam questões essenciais sobre a gestão da escola de Educação 
11
Infantil. Esses conteúdos foram cuidadosamente elaborados para proporcionar uma compreensão 
aprofundada dos desafios e das responsabilidades que envolvem esse tipo de gestão, de modo a 
prepará‑lo para atuar com competência e comprometimento na formação das novas gerações.
Ao longo deste material, exploramos aspectos teóricos, normativos e legais que visam fortalecer 
sua base de conhecimentos e oferecer subsídios para enfrentar as demandas cotidianas da profissão de 
gestor, as quais não se resumem apenas à gestão. Com isso, esperamos contribuir para sua formação 
integral, capacitando‑o a se tornar um pedagogo reflexivo, crítico e inovador, capaz de promover uma 
educação de qualidade e inclusiva.
Bom estudo!
13
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Unidade I
1 EDUCAÇÃO INFANTIL E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DAS CRIANÇAS
Educação Infantil no Brasil é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal de 
1988, e seu desenvolvimento tem sido acompanhado por políticas públicas que buscam expandir o 
acesso e melhorar a qualidade desse nível de ensino. No entanto, a realidade da Educação Infantil ainda 
enfrenta desafios em termos de acesso, qualidade e gestão. Para compreender a gestão escolar, nesse 
contexto, é essencial analisar o cenário atual da Educação Infantil no Brasil, os avanços conquistados, 
as dificuldades persistentes e as perspectivas de melhoria.
Para começar a nossa conversa, é importante mencionar que a Educação Infantil no Brasil ocupa 
um papel central no desenvolvimento social, cognitivo e afetivo das crianças. A partir dessa perspectiva, 
a Educação Infantil tem como objetivo garantir a formação integral da criança, por meio de ações 
pedagógicas que favoreçam o seu desenvolvimento nas dimensões cognitiva, emocional, social e física. 
Isso está intimamente ligado ao cumprimento dos direitos fundamentais das crianças, que são essenciais 
para garantir um futuro mais justo, equitativo e inclusivo.
A trajetória da Educação Infantil no Brasil reflete uma transformação significativa nas concepções 
sobre o papel das instituições de ensino voltadas para a primeira infância, desde um espaço voltado para o 
atendimento assistencialista até a concepção atual de um direito da criança, que visa um desenvolvimento 
integral. Esse percurso histórico está intimamente ligado ao contexto social, econômico e político do 
país, especialmente em relação ao papel da mulher no mercado de trabalho e às necessidades sociais 
da infância.
Figura 1 – Educar, brincar e cuidar na Educação Infantil
Disponível em: https://tinyurl.com/yzhk9bns. Acesso em: 20 mar. 2025.
14
Unidade I
A transformação mais significativa na história da Educação Infantil no Brasil ocorreu com a 
Constituição de 1988, que passou a reconhecer essa modalidade de ensino como direito da criança, 
e não apenas uma necessidade da mulher trabalhadora. Esse marco legal é um ponto de inflexão que 
chancela a Educação Infantil como parte da Educação Básica e a considera um direito da criança.
De acordo com Silva (2020), a Constituição Federal de 1988 foi um marco fundamental para a 
Educação Infantil no Brasil, ao garantir que essa etapa fosse reconhecida como parte integrante 
da Educação Básica, estabelecendo‑a como um direito da criança e um dever do Estado e da família. 
Sob essa perceptiva Silva (2020, p. 29) ainda reforça e nos alerta que questões relacionadas ao processo 
histórico fazem parte dessa garantia:
Muitas vezes se menciona a Constituição Federal de 1988 e a LDB (1996) 
como marcos da Educação Infantil. Porém, nem sempre se lembra de 
fatos e acontecimentos anteriores, cujos desdobramentos repercutem na 
atualidade. O reconhecimento oficial da Educação Infantil como direito da 
criança pequena é fruto de um longo processo histórico, que só foi assumido 
pelo Estado, efetivamente, ao ser mencionada na Lei máxima do país.
Antes de 1988, a Educação Infantil era predominantemente vista como um serviço assistencialista 
voltado para atender às demandas das mulheres trabalhadoras, com foco no cuidado, e não na educação 
em si. Com a Constituição houve uma mudança de paradigma ao enfatizar que a Educação Infantil deve 
promover o desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social.
Além disso, esse reconhecimento pavimentou o caminho para legislações complementares, como a 
LDB ou LDBEN de 1996, que regulamentou a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação 
Básica, destinada a crianças de 0 a 5 anos, e estabeleceu princípios pedagógicos voltados para o pleno 
desenvolvimento infantil, e também para o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069, de 13 
de julho de 1990), Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil  (2010), Plano Nacional de 
Educação (Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014), BNCC (2018), entre outros.
Essa transformação consolidou a visão de que a Educação Infantil é essencial para a formação 
integral da criança e deve ser garantida como um direito universal, independentemente de gênero, 
classe social ou contexto familiar.
Com o reconhecimento da criança como cidadã de fato e de direito, o Estado assumiu a 
responsabilidade de oferecer uma educação pública e de qualidade que respeite sua condição de sujeito 
sócio‑histórico e cultural. Isso significa que a criança passa a ser vista em sua integralidade, demandando 
práticas pedagógicas que contemplem todas as dimensões de seu desenvolvimento: físico, emocional, 
social e cognitivo.
15
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
A ruptura com os modelos sanitarista e assistencialista, predominantes antes de 1988, foi essencial 
para que a Educação Infantil se distanciasse de abordagens que limitavam a escola à função de cuidado 
básico e vigilância. Logo, passa a haver um entendimento de que essa etapa deve ser orientada por 
práticas político‑pedagógicas comprometidas com o desenvolvimento integral da criança.
Para esse desenvolvimento, a Educação Infantil deve ser entendida como um direito que abrange 
não apenas o acesso, mas também a permanência em condições adequadas, garantindo o que se lê no 
quadro a seguir.
Quadro 1 – Garantia de direitos e ações na Educação Infantil
Direitos Ações
Ambiente seguro e acolhedor Espaços que promovam o bem‑estar físico e emocional da criança
Brincadeiras e interações Reconhecendo o brincar como um direito central da infância e um elemento 
essencial no processo de aprendizagem
Pluralidade cultural Respeitando as diferenças culturais, sociais e linguísticas das crianças e 
suas famílias
Políticas públicas e universalização
O Plano Nacional de Educação (PNE) e políticas locais reforçam a 
universalização da pré‑escola (4 e 5 anos) e a ampliação do atendimento 
em creches (0 a 3 anos). Tais políticas visam reduzir desigualdades e garantir 
igualdade de oportunidades para todas as crianças
Educação como transformação social
Ao garantir a Educação Infantil como direito fundamental, o Estado reconhece 
seu papel na promoção da equidade social, no fortalecimento das bases 
para o aprendizado ao longo da vida e na formação de cidadãos conscientes 
e participativos. Essa abordagem integrada faz da Educação Infantil uma 
ferramenta essencial para o desenvolvimento humano, para a redução de 
desigualdades e para a construção de uma sociedademais justa e inclusiva
Isto posto, essa nova concepção de ensino necessita reconhecer a singularidade da criança, no 
que diz respeito a considerar sua trajetória de vida, cultura e contexto social, respeitando sua voz e 
protagonismo; promover o direito de brincar, de modo a valorizar o brincar como forma de expressão, 
aprendizagem e desenvolvimento; garantir um ambiente acolhedor e inclusivo, o qual promova 
interações saudáveis e estimule a autonomia e a criatividade; e integrar as múltiplas linguagens, ou 
seja, trabalhar aspectos pedagógicos pautados nas dimensões como a oralidade, a leitura, a escrita, 
a música, o corpo e a natureza.
Toda essa transformação, fundamentada nos marcos legais e nas políticas públicas subsequentes, foi 
determinante para que a Educação Infantil se consolidasse como um espaço educativo e formador, além 
de contribuir para a construção de uma sociedade mais equitativa, em que as crianças são reconhecidas 
como sujeitos de direitos desde a primeira infância.
Silva (2020) informa que no cenário atual a Educação Infantil é vista como um direito da criança e 
um objetivo em si mesma, não mais apenas como uma etapa preparatória para o Ensino Fundamental. 
A ênfase está no desenvolvimento global da criança, considerando suas necessidades afetivas, cognitivas, 
motoras e sociais. A criança deve ser reconhecida como um sujeito de direitos, e a educação deve ser 
vista como um processo ativo e participativo, no qual a criança é protagonista do seu aprendizado, não 
mais apenas receptora de cuidados ou conhecimentos transmitidos passivamente.
16
Unidade I
A gestão da Educação Infantil no cenário contemporâneo deve, portanto, segundo Silva (2020), 
ser orientada para o desenvolvimento integral das crianças, com práticas pedagógicas que promovam 
o brincar, o aprender pela experiência e o respeito às diversas formas de expressão e aprendizagem. 
A  escola de Educação Infantil não é mais vista como um espaço apenas para guardar as crianças 
enquanto os pais trabalham, mas como um espaço de aprendizagem e socialização, onde se promovem 
as primeiras experiências educativas.
 Saiba mais
Leia mais sobre o assunto nos documentos a seguir:
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases 
da educação nacional. Brasília, 1996. Disponível em: https://tinyurl.com/4cedb7bk. 
Acesso em: 10 mar. 2025.
BRASIL. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. ECA – Estatuto da Criança e 
do Adolescente. Brasília, 1990. Disponível em: https://tinyurl.com/mtd8danx. 
Acesso em: 10 mar. 2025.
1.1 A educação de bebês e crianças de 0 a 5 anos nas políticas públicas e na 
legislação educacional: avanços e retrocessos
A educação de bebês e crianças de 0 a 5 anos tem sido alvo de avanços significativos nas últimas 
décadas, mas também enfrenta desafios e retrocessos no contexto das políticas públicas e da legislação 
educacional no Brasil.
Nas últimas décadas, a Educação Infantil no Brasil, destinada a crianças de 0 a 5 anos, passou por 
importantes transformações que garantiram maior reconhecimento, acesso e qualidade dessa etapa da 
Educação Básica. Os avanços estão diretamente ligados a mudanças na legislação, políticas públicas e 
práticas pedagógicas.
No que diz respeito aos avanços, mencionamos novamente os aspectos legais, em especial ao 
reconhecimento constitucional (1988), que consolidou a Educação Infantil como um direito da criança 
e um dever do Estado, rompendo com a visão assistencialista e sanitarista predominante até então, e 
estabeleceu a creche e a pré‑escola como parte da Educação Básica, ampliando sua relevância social.
Outro avanço foi a regulamentação dada pela LDB (Brasil, 1996), que definiu a Educação Infantil 
como a primeira etapa da Educação Básica, com foco no desenvolvimento integral da criança e no 
respeito à  sua individualidade, e ressaltou o papel pedagógico dessa etapa, fixando diretrizes para 
o atendimento em creches (0 a 3 anos) e pré‑escolas (4 e 5 anos).
17
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Ainda na esteira dos avanços, citamos o PNE (2014‑2024), que em sua meta 1 estabeleceu a 
universalização da pré‑escola para crianças de 4 e 5 anos e a ampliação progressiva do atendimento em 
creches para pelo menos 50% das crianças de 0 a 3 anos. O referido plano ainda definiu a qualificação 
do atendimento, no que tange à formação continuada de professores, e melhorias na infraestrutura 
das unidades escolares têm sido prioridade em diversos estados e municípios, com incentivo ao uso de 
abordagens pedagógicas centradas no brincar, nas múltiplas linguagens e na interação social. Estabeleceu 
também práticas efetivas de equidade e inclusão pautadas em políticas voltadas para atender crianças 
de grupos vulneráveis, como as populações indígenas, quilombolas e crianças com deficiência, que têm 
ganhado força nos últimos anos.
Nesse contexto de ampliação do acesso na Educação Infantil, vale mencionar a universalização da 
Pré‑Escola (4 e 5 anos), a qual tornou obrigatória a matrícula para crianças de 4 e 5 anos, conforme a 
Emenda Constitucional n. 59/2009 e a LDB (1996), garantindo maior alcance dessa etapa educacional.
Destaque também para o aumento no atendimento em creches e políticas como o ProInfância, 
que ampliaram o número de creches públicas, beneficiando crianças de 0 a 3 anos, especialmente em 
comunidades de baixa renda. Importante informar que o ProInfância diz respeito ao Programa Nacional 
de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil, 
instituído pela Resolução n. 6, de 24 de abril de 2007, e foi uma importante iniciativa do Ministério da 
Educação (MEC), integrada ao Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Seu objetivo principal é 
ampliar o acesso de crianças a creches e pré‑escolas, além de promover a melhoria da infraestrutura 
física das unidades de Educação Infantil em todo o Brasil.
Os avanços também contemplaram a valorização do papel pedagógico da Educação Infantil, com 
destaque para as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), de 2010, as quais 
estabeleceram princípios e práticas que valorizam o brincar, as múltiplas linguagens e as interações, 
reconhecendo a criança como protagonista do processo educativo, e a BNCC, de 2018, que definiu 
direitos de aprendizagem e desenvolvimento para a Educação Infantil, estruturando uma abordagem 
pedagógica que respeita as especificidades dessa etapa.
Silva (2020) menciona que para os avanços também foram preconizadas ações orçamentárias 
como a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização 
dos Profissionais da Educação (Fundeb) no ano de 2007, fato que, pela primeira vez no país, fez valer a 
representação de uma política de financiamento público para a Educação Infantil.
Outro ponto de ação para garantir melhorias e eficiências na Educação Infantil foram os programas 
de formação de professores e profissionalização, bem como exigência de formação específica para atuar 
nessa modalidade de ensino. Assim, a LDB e as DCNEI passaram a exigir formação em Pedagogia ou 
áreas correlatas para professores da Educação Infantil e aumento de iniciativas de formação continuada 
para profissionais dessa etapa.
Ações de inclusão e equidade para a atendimento às crianças com deficiência também ganharão 
potência para o avanço da Educação infantil, isso com a expansão de políticas para inclusão de crianças 
com NEE na Educação Infantil, com adaptações pedagógicas e infraestrutura acessível. Outras ações 
18
Unidade I
potentes foram as de valorização da diversidade cultural como ponto de defesa, isso com a promoção 
de práticas pedagógicas que respeitam e incorporam a diversidade cultural, étnica e social das crianças 
e suas famílias.
No âmbito das ações de potencialização, verifica‑se o fortalecimento das políticas públicas – como 
já mencionado, o PNE (2014‑2024 – meta 1) –, programas federais e locais, iniciativas como o Bolsa 
Família eo Brasil Carinhoso ajudaram a garantir que crianças em situação de vulnerabilidade tivessem 
acesso à Educação Infantil.
Vale mencionar, nesse contexto, a integração entre educação e cuidado, quanto à superação do 
modelo assistencialista, promovendo uma visão integral que considera a criança como um sujeito de 
direitos, com necessidades cognitivas, sociais, emocionais e físicas a serem atendidas simultaneamente.
Isto posto, verifica‑se que os avanços na Educação Infantil têm contribuído para a redução das 
desigualdades educacionais, promoção de uma base sólida para a aprendizagem ao longo da vida e 
fortalecimento da equidade social, com maior inclusão de crianças em situações de vulnerabilidade.
Apesar dos desafios que persistem, os avanços conquistados representam passos fundamentais 
na consolidação da Educação Infantil como um direito essencial para o desenvolvimento humano e a 
construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
No que tange às situações de retrocessos, há destaques para desafios de financiamento, uma vez 
que a Emenda Constitucional n. 95/2016, ao estabelecer o teto de gastos públicos, comprometeu o 
investimento em políticas educacionais, dificultando a ampliação e a manutenção de vagas em creches 
e pré‑escolas. No âmbito orçamentário, há que se evidenciar que os recursos são insuficientes para 
atender à demanda crescente, especialmente em áreas periféricas e comunidades rurais.
Outro ponto de retrocessos refere‑se às desigualdades regionais. Apesar dos avanços, ainda há 
disparidades significativas no acesso à Educação Infantil entre regiões urbanas e rurais, bem como entre 
estados do Norte e Nordeste em relação ao Sul e Sudeste.
Mencionamos aqui a retrocessão vinculada à descontinuidade de políticas, haja vista que a 
alternância de governos e as mudanças na prioridade dada à Educação Infantil causam descontinuidade 
na implementação de programas e projetos de longo prazo. Outro ponto que causa retrocesso está 
vinculado às políticas que valorizam o aspecto assistencialista em detrimento do pedagógico e que 
ainda persistem em alguns contextos.
Cabe citar também fatores destacados por Silva (2020), os quais são ligados à desvalorização do 
profissional, pois muitos profissionais da Educação Infantil ainda enfrentam baixos salários, condições 
precárias de trabalho e falta de reconhecimento social. Evidencia‑se que a ausência de uma política 
nacional estruturada para a formação inicial e continuada dos educadores afeta diretamente a qualidade 
do atendimento.
19
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Os avanços conquistados na Educação Infantil no Brasil são inegáveis, mas é necessário reforçar a 
luta contra os retrocessos que ameaçam a universalização e a qualidade do atendimento. A educação de 
bebês e crianças pequenas deve ser prioridade contínua nas políticas públicas, com foco no investimento 
adequado, formação dos profissionais e garantia de acesso equitativo e inclusivo.
A valorização da Educação Infantil como direito humano e base do desenvolvimento integral exige 
esforços conjuntos entre sociedade civil, gestores públicos e legisladores, garantindo que essa etapa seja 
preservada como essencial na construção de um futuro mais justo e inclusivo.
 Lembrete
A Educação Infantil é a etapa da Educação Básica destinada a crianças 
de 0 a 5 anos e tem um papel crucial no desenvolvimento integral da 
criança. Além de ser um direito garantido pela Constituição Brasileira, a 
Educação Infantil deve garantir uma formação que respeite os direitos 
fundamentais das crianças, como o direito à vida, à liberdade, à dignidade, à 
saúde, à convivência familiar e comunitária, entre outros. Esses direitos são 
essenciais para assegurar que as crianças possam crescer em um ambiente 
seguro, estimulante e respeitador de suas individualidades.
 Saiba mais
Para entender mais sobre o tema, acesse o Fundo Nacional de Desenvolvimento 
da Educação (FNDE):
Disponível em: https://tinyurl.com/mr3vmnam. Acesso em: 10 mar. 2025.
2 FUNDAMENTAÇÃO E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO E DA GESTÃO DA ESCOLA 
DE EDUCAÇÃO INFANTIL
A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica e tem como objetivo o desenvolvimento 
integral das crianças de 0 a 5 anos, contemplando aspectos físicos, emocionais, sociais e cognitivos. 
A gestão da escola de Educação Infantil deve estar alinhada a esses propósitos e fundamentada em 
princípios pedagógicos, éticos e organizacionais que garantam um ambiente de qualidade para o 
desenvolvimento infantil.
Monção (2021) entende a Educação Infantil como espaço de socialização das crianças pequenas, 
direito delas e de suas famílias, o qual deve ser convertido em uma política pública, e sinaliza que os 
aspectos inerentes às fundamentações da Educação Infantil, no que tange à base legal, são estruturados 
pela Constituição Federal de 1988, que reconhece a Educação Infantil como direito da criança e dever 
do Estado, e pela LDB (Brasil, 1996), que define essa modalidade como a primeira etapa da Educação 
20
Unidade I
Básica, destinada a crianças de 0 a 5 anos, com foco no desenvolvimento integral nos aspectos físico, 
psicológico, intelectual e social.
Conforme o Parecer n. 20/2009 – CNE/CEB e a Resolução n. 5/2009 – CNE/CEB, as DCNEI reforçam 
que essa etapa, a da Educação Básica, deve ser primeiramente planejada e estruturada para garantir os 
direitos das crianças a uma educação de qualidade. O foco está na criação de ambientes que promovam 
o aprendizado, o cuidado e a socialização. Esses espaços devem ser organizados de maneira a atender 
às necessidades físicas, emocionais, sociais e cognitivas das crianças, respeitando sua diversidade e 
seus contextos culturais. Além disso, é essencial que o planejamento das atividades pedagógicas seja 
integrado com a organização do espaço físico, do tempo e dos recursos disponíveis, garantindo que o 
processo educativo seja inclusivo e significativo.
Desta feita, por seu caráter educativo atrelado à exigência de formação mínima e específica 
dos profissionais e ao fato de estarem submetidas a legislações que regulam seu credenciamento e 
funcionamento, a Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica deve seguir os princípios 
estabelecidos nas suas diretrizes, os quais são definidos na Resolução n. 5/2009 – CNE/CEB, no artigo 6º:
I – Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito 
ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades 
e singularidades.
II – Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do 
respeito à ordem democrática.
III – Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da 
liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais 
(Brasil, 2009, p. 2).
Trata‑se de princípios que se complementam e expressam uma formação fundamentada  na 
integralidade do ser humano, que precisa se apropriar dos sentidos éticos, políticos e estéticos 
na construção de sua identidade pessoal e social. Esses princípios estão vinculados à BNCC (Brasil, 2018) 
por meio da definição de seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento, os quais visam garantir 
uma educação que respeite as diversidades, promover a igualdade de oportunidades e contribuir para o 
desenvolvimento pleno dos alunos.
Sob essas perspectivas, os direitos de conhecer‑se e de conviver relacionam‑se aos princípios éticos, 
os direitos de expressar e de participar partem dos princípios políticos e os direitos de brincar e de 
explorar contemplam os princípios estéticos. A figura a seguir exemplifica esses vínculos:
21
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Expressar Brincar
Explorar
Conviver
Participar
Conhecer‑se
Ético
Político Estético
Figura 2 – Direitos de aprendizagem
No que tange aos princípios éticos, estes estão relacionados às ações e às relações adversas com 
e entre as crianças, com e entre os adultos das unidades de Educação Infantil e também com os 
familiares, com experiências de responsabilidade, solidariedadee respeito. Nesse sentido, é necessária 
a intencionalidade na organização do trabalho pedagógico, partindo de saberes e conhecimentos que 
garantam a participação e a expressão das crianças, de modo a objetivar a autonomia delas.
Em razão disso, no percurso da aprendizagem e do desenvolvimento, há que se considerar a 
afetividade e os vínculos estabelecidos pelas crianças, de modo que promovam uma autoestima 
positiva e uma construção da identidade da sua autonomia. A afetividade, ao ser considerada no 
planejamento pedagógico, contribui para que as crianças se sintam seguras, validadas e respeitadas em 
sua autoimagem positiva. Tudo isso também tem um impacto direto na formação da identidade social, 
de um vínculo sólido, de empatia e de solidariedade. Portanto, ao integrar a afetividade e os vínculos 
sociais no processo pedagógico, a Educação Infantil não apenas favorece os aspectos educacionais, 
como também o desenvolvimento pleno da criança, na perspectiva biopsicossocial.
Nesse contexto e processo, a criança tem a possibilidade de conhecer‑se, conhecer o outro e conviver 
na diversidade étnico‑racial, cultural, regional, religiosa, entre outras, respeitando o ser humano e os 
espaços em que vive. Dessa forma, de acordo com a BNCC (Brasil, 2018, p. 36):
Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, 
constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, 
nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens 
vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário.
Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, 
utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do 
outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.
22
Unidade I
Essas experiências são fundamentais para o desenvolvimento da criança e estão alinhadas aos princípios 
da BNCC, que expressam direitos e objetivos essenciais para a formação integral dos alunos. Ela reforça a 
importância de ações educativas que promovam o autocuidado e o respeito ao próximo e ao meio ambiente.
Com relação à intencionalidade que acabamos de citar, Ostetto (2018) evidencia que o planejamento 
intencional na Educação Infantil é de suma importância, haja vista a organização pedagógica voltada 
para as necessidades de reflexão cuidadosa e estratégica, em especial nas questões cognitivas, sociais, 
emocionais e físicas.
Já os princípios políticos expressam a ideia de cidadania, criticidade e democracia, que, ligada aos 
princípios políticos, tende a fomentar a participação empreendedora do sujeito ativo. Logo, a função da 
educação é a de formadora de cidadãos críticos, agentes de mudanças, que saibam considerar o coletivo 
e o individual.
É mister, então, que as crianças aprendam a ouvir e a respeitar a opinião do outro, bem como a 
expressar suas opiniões, sentimentos e ideias sobre si, o outro e o mundo. Esse processo de escuta ativa 
e expressão cria as condições para que as crianças se sintam valorizadas, compreendidas e capazes de 
interagir com os outros de maneira construtiva e respeitosa. Com isso, a educação, ao promover esses 
direitos e habilidades desde a Educação Infantil, ajuda a formar uma geração de cidadãos conscientes, 
capazes de pensar criticamente, respeitando as diferentes ações do bem‑estar comum.
Nessa linha de considerações concernentes aos princípios políticos, a BNCC (2018, p. 36) assim 
se posiciona:
Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, 
sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por 
meio de diferentes linguagens.
Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do 
planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador 
quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha 
das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes 
linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.
Esses direitos são essenciais para crianças no que diz respeito ao seu desenvolvimento integral, pois 
favorecem a construção da autonomia, da identidade e da capacidade de se comunicar de maneira clara 
e respeitosa. Assim, ao garantirmos esses direitos no contexto da Educação Infantil, estamos colaborando 
não só para a promoção do desenvolvimento integral, mas também preparando‑os para se tornarem 
agentes ativos de transformação social, com habilidade na comunicação.
Os princípios estéticos referem‑se às ideias de que ser aplicado na Educação Infantil envolve muito 
mais do que apenas o contato com as manifestações artísticas. Ele está intimamente ligado à construção 
da sensibilidade da criança, ou seja, à sua imaginação criativa e às habilidades cognitivas e emocionais, 
que por sua vez impulsionam o seu desenvolvimento.
23
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Quanto às práticas pedagógicas, os princípios estéticos propõem atividades que envolvem diferentes 
tipos de expressões culturais e artísticas, como percepção estética e exercício de habilidades cognitivas. 
Dessa forma, os momentos e possibilidades de criação afloram.
Na BNCC (Brasil, 2018, p. 36), os princípios estéticos aparecem nos direitos de:
Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, 
com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando 
seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua 
criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, 
cognitivas, sociais e relacionais.
Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, 
transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, 
na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas 
diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.
Isto posto, as brincadeiras, as quais são tidas como manifestações culturais e artísticas próprias 
da infância, tendem a permitir a expressão da liberdade e da ludicidade. Logo, a brincadeira é uma 
forma de interação e também uma promotora do desenvolvimento. É preciso considerar que, ao brincar, 
a criança explora objetos, aprende sobre as diferentes funções sociais da cultura e desenvolve o controle 
de conduta, pois realiza as ações de um adulto, imitando‑o em diferentes situações.
À vista disso, esses pensamentos estão alinhados com a compreensão de que a infância é uma fase 
crucial no desenvolvimento humano. Os princípios e direitos das crianças precisam ser contextualizados 
de acordo com as especificidades dessa fase, levando em conta não apenas as necessidades físicas, mas 
também as emocionais, cognitivas e sociais. Dessa forma, as políticas e práticas educacionais devem ser 
fundamentadas em um entendimento profundo do que é ser criança e de como elas interagem com 
o mundo à sua volta, respeitando suas etapas de desenvolvimento e proporcionando um ambiente 
propício para seu crescimento integral.
Sob tais perspectivas, o objetivo final das leis, diretrizes e normativas é garantir que a Educação 
Infantil seja uma etapa fundamental para o desenvolvimento integral das crianças. Nesse contexto, 
busca‑se proporcionar experiências educativas que respeitem os direitos humanos e promovam 
valores democráticos.
Por meio de práticas pedagógicas intencionais, que consideram o cuidado, o aprendizado e a 
socialização, a Educação Infantil desempenha um papel essencial na garantia de uma educação inclusiva, 
equitativa e de qualidade, contribuindo para o desenvolvimento das capacidades físicas, emocionais, 
cognitivas e sociais das crianças. Assim, essa etapa inicial da educação pública cumpre seu papel não 
apenas como um direito garantido, mas também como um investimento na formação integral do ser 
humano, promovendo uma base sólida para a construção de uma sociedade mais justa, consciente 
e participativa.
24
Unidade I
No âmbito dos aspectos pedagógicos, mencionamos aquias DCNEI, que definem os fundamentos 
pedagógicos e organizacionais que orientam a prática educativa nessa etapa. A abordagem pedagógica 
define que a Educação Infantil é pautada em concepções teóricas que enfatizam a criança como sujeito de 
direitos, pois ela é reconhecida em sua singularidade, diversidade e potencialidade e como sujeito ativo, 
uma vez que é participante no processo de construção de conhecimentos, a partir de suas vivências, 
interesses e interações.
Nesse contexto, impera o desenvolvimento integral; logo, a prática pedagógica deve contemplar 
os aspectos cognitivos, relacionados ao estímulo da curiosidade, da criatividade e da resolução de 
problemas. Deve contemplar ainda os aspectos sociais e emocionais, atrelados à promoção de relações 
saudáveis e desenvolvimento de habilidades socioemocionais, e os aspectos físicos e sensoriais, com 
relação ao incentivo à motricidade e ao uso dos sentidos e à inclusão e diversidade, de modo a promover 
a inclusão, garantindo o acesso de todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, 
sociais, culturais ou econômicas, a um ambiente educativo respeitoso e acolhedor.
Sendo assim, o planejamento das atividades pedagógicas e a organização dos elementos 
fundamentais, como espaço, tempo e recursos, devem ser intencionalmente orientados para atender às 
necessidades físicas, emocionais, sociais e cognitivas das crianças. Essa estruturação deve atender às suas 
especificidades individuais, o contexto cultural em que estão inseridas e as fases de desenvolvimento, 
garantindo o equilíbrio entre o cuidar e o educar, que são eixos essenciais da educação.
Na esfera dos princípios que orientam a Educação Infantil no Brasil, estes estão fundamentados nos 
direitos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, os quais preconizam:
• Direito à educação de qualidade: a Educação Infantil deve garantir o acesso universal, 
igualitário e inclusivo a todas as crianças, independentemente de suas condições sociais, culturais 
ou econômicas.
• Indissociabilidade entre cuidar e educar: os processos de cuidado e educação devem ser 
integrados, assegurando o bem‑estar físico e emocional das crianças, bem como seu aprendizado.
• Respeito à singularidade e à diversidade: deve‑se considerar a individualidade de cada criança, 
respeitando suas origens culturais, étnicas e sociais.
• Brincar como direito fundamental: o brincar é reconhecido como elemento central no 
desenvolvimento infantil, sendo a principal linguagem da criança e uma forma de expressão, 
interação e aprendizagem.
• Desenvolvimento integral: a Educação Infantil deve promover o desenvolvimento físico, 
cognitivo, emocional, social, cultural e ético das crianças.
• Participação da família e da comunidade: a colaboração entre escola, família e comunidade é 
essencial para criar um ambiente educativo acolhedor e participativo.
25
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
• Organização do espaço e do tempo: o ambiente escolar deve ser seguro, estimulante e adaptado 
às necessidades das crianças, com um planejamento que respeite seus ritmos e interesses.
• Inclusão e equidade: a Educação Infantil deve ser inclusiva, atendendo às necessidades de crianças 
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
• Avaliação processual e qualitativa: a avaliação deve acompanhar o desenvolvimento das 
crianças de forma contínua e não classificatória, respeitando seus ritmos de aprendizagem.
No que diz respeito às práticas pedagógicas fundamentais, sobretudo aos direitos de aprendizagem e 
desenvolvimento, a BNCC representa um marco significativo na consolidação da Educação Infantil 
como uma etapa essencial da Educação Básica no Brasil. Ao estabelecer seis direitos de aprendizagem 
e  desenvolvimento, o documento orienta os educadores a promover experiências significativas que 
favoreçam o desenvolvimento integral de bebês e crianças de 0 a 5 anos.
No quadro a seguir, evidenciamos, de maneira explicativa, os seis direitos definidos pela BNCC, bem 
como as possibilidades para garantir esses direitos.
Quadro 2 – Direitos de aprendizagem na Educação Infantil, de acordo com a BNCC
Direitos Significação Possibilidades para garantir esses direitos
Conviver
“Conviver com outras crianças e adultos, em 
pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes 
linguagens, ampliando o conhecimento de si e 
do outro, o respeito em relação à cultura e às 
diferenças entre as pessoas” (Brasil, 2018, p. 38)
Situações em que os pequenos possam brincar 
e interagir com os colegas são fundamentais. 
Jogos, por exemplo, são importantes para que 
as crianças convivam em uma situação em que 
precisam respeitar regras
Permitir que as crianças participem da 
organização da convivência do grupo, 
envolvendo‑as nas tarefas que viabilizam o 
cotidiano, como organizar o ambiente das 
refeições ou acomodar os brinquedos
Brincar
“Brincar cotidianamente de diversas formas, em 
diferentes espaços e tempos, com diferentes 
parceiros (crianças e adultos), ampliando e 
diversificando seu acesso a produções culturais, 
seus conhecimentos, sua imaginação, sua 
criatividade, suas experiências emocionais, 
corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, 
sociais e relacionais” (Brasil, 2018, p. 38)
As brincadeiras são essenciais e devem estar 
presentes intensamente na rotina da criança. 
Trata‑se de iniciativas infantis que o adulto 
deve acolher e enriquecer, porém devem ser 
planejadas e variadas. Para isso, a partir da 
observação dos pequenos brincando, o professor 
pode disponibilizar materiais que auxiliem 
o desenvolvimento da brincadeira ou que 
conduzam a outras experiências. Ele também 
pode promover conversas posteriores para discutir 
o que observou
Participar 
Participar ativamente, com adultos e outras 
crianças, tanto do planejamento da gestão da 
escola e das atividades propostas pelo educador 
quanto da realização das atividades da vida 
cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, 
dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo 
diferentes linguagens e elaborando 
conhecimentos, decidindo e se posicionando” 
(Brasil, 2018, p. 38) 
Procurar envolver a família nas tarefas escolares. 
Um exemplo é construção de casinhas de 
brinquedo
Permitir que elas participem das decisões que 
dizem respeito a elas mesmas e que organizam o 
cotidiano coletivo é fundamental
26
Unidade I
Direitos Significação Possibilidades para garantir esses direitos
Explorar
“Explorar movimentos, gestos, sons, 
formas, texturas, cores, palavras, emoções, 
transformações, relacionamentos, histórias, 
objetos, elementos da natureza, na escola e fora 
dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em 
suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a 
ciência e a tecnologia” (Brasil, 2018, p. 38)
Permitir que as crianças explorem sozinhas 
diferentes materiais fornecidos pelo professor
Além da exploração de elementos concretos, 
explorar os elementos simbólicos, como músicas e 
histórias, por exemplo
Criar momentos de reflexão para que, a partir de 
observação e escuta, o professor perceba o que é 
pertinente e necessário para os pequenos
Expressar
“Expressar, como sujeito dialógico, criativo 
e sensível, suas necessidades, emoções, 
sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, 
opiniões, questionamentos, por meio de 
diferentes linguagens” (Brasil, 2018, p. 38)
Rodas de conversa são imprescindíveis para que 
as crianças tenham seu direito garantido
É importante que essas situações sejam 
frequentes para que o professor apresente 
materiais variados para que a criança explore e se 
expresse a partir de diferentes linguagens
Criação de momentos de falas e de escuta 
Conhecer‑se
“Conhecer‑se e construir sua identidade pessoal, 
social e cultural, constituindo uma imagem 
positiva de si e de seus grupos de pertencimento, 
nas diversas experiências de cuidados, interações, 
brincadeiras e linguagens vivenciadas na 
instituição escolar e em seu contexto familiar e 
comunitário” (Brasil,2018, p. 38) 
Ajudar os alunos nas práticas de autopercepção, 
isso para que eles aprendam do que gostam. Para 
isso, o professor pode, a partir da observação, 
criar situações simples, mas que os auxiliem a 
descobrir a si próprios e aos outros 
Os direitos que acabamos de apresentar evidenciam que a BNCC organiza a Educação Infantil em 
campos de experiência, garantindo a articulação entre as vivências e os direitos de aprendizagem, e 
seus objetivos articulam as vivências das crianças com os direitos de aprendizagem, promovendo um 
desenvolvimento integral. Essa estrutura assegura que as práticas pedagógicas considerem a criança 
como protagonista, respeitando suas necessidades, interesses e contextos socioculturais.
Isto posto, vê‑se que a Educação Infantil se fundamenta no reconhecimento da criança como sujeito 
de direitos, cuja formação integral requer práticas pedagógicas inclusivas, afetivas e contextualizadas. 
Ao respeitar os princípios de cuidado, educação, brincadeira e inclusão, essa etapa torna‑se essencial 
para a construção de bases sólidas para o desenvolvimento humano e social. A escola de Educação 
Infantil deve ser um espaço democrático, acolhedor e transformador, que priorize o bem‑estar e a 
aprendizagem das crianças.
A Educação Infantil, ao respeitar os princípios de cuidado, educação, brincadeira e inclusão, cumpre 
um papel essencial na construção das bases para o desenvolvimento humano e social. Um espaço 
de acolhimento, aprendizado e transformação, a escola de Educação Infantil é o ponto de partida 
para a formação de cidadãos conscientes, solidários e preparados para contribuir positivamente com 
a sociedade.
Nesse contexto, para respeitar os princípios e direitos de cuidado, educação, brincadeira e inclusão 
e ainda promover o desenvolvimento pleno da criança, o modelo mais indicado para a gestão é o 
democrático e participativo, defendidos pelos amparos legais.
A gestão democrática e participativa é essencial para garantir que as necessidades e direitos das 
crianças sejam atendidas de forma equitativa e respeitosa, permitindo uma educação inclusiva e de 
27
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
qualidade. Além disso, esse modelo de gestão fortalece o relacionamento entre todos os membros da 
comunidade escolar, promove a troca de experiências e saberes e contribui para a construção de um 
ambiente educacional mais justo, transparente e democrático, em consonância com os valores 
defendidos pela Constituição Federal (1988), pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996) e pelas leis 
e normativas posteriores.
A implementação de uma gestão eficaz nos espaços de Educação Infantil é, de fato, um fator 
essencial para garantir que esses ambientes sejam mais do que locais de aprendizagem. Eles devem ser 
espaços que promovem o desenvolvimento integral das crianças, em que o cuidado, a educação e o 
respeito aos direitos dos pequenos são fundamentais.
Importante ratificar que a gestão de qualidade na Educação Infantil deve englobar aspectos de 
organização, planejamento e práticas pedagógicas que incentivem a participação ativa das crianças e 
de todos os envolvidos na comunidade escolar.
Esses aspectos são vitais para criar um ambiente educacional onde as crianças possam se desenvolver 
de forma integral e ativa, sendo reconhecidas como sujeitos de direitos e protagonistas de seu próprio 
aprendizado. A participação ativa das crianças, assim como de todos os membros da comunidade escolar, 
é crucial para garantir uma educação inclusiva, colaborativa e significativa.
 Observação
Educação Infantil vai além da simples preparação para o Ensino 
Fundamental; ela é um espaço de crescimento emocional, social, 
cognitivo e físico, em que os direitos das crianças devem ser protegidos 
e promovidos de maneira contínua e eficaz. A ideia de que os direitos 
fundamentais como o direito à vida, liberdade, dignidade, saúde e à 
convivência familiar e comunitária devem ser respeitados e garantidos 
no ambiente educacional é essencial para criar uma base sólida para o 
desenvolvimento da criança.
 Saiba mais
Leia mais sobre a BNCC no documento a seguir:
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, 
MEC/Consed/Undime, 2018. Disponível em: https://tinyurl.com/3wj7jphj. 
Acesso em: 10 mar. 2025.
28
Unidade I
2.1 Gestão democrática na Educação Infantil
Figura 3 – As engrenagens da gestão democrática
Disponível em: https://shre.ink/MCRK. Acesso em: 20 mar. 2025.
A gestão escolar tem sua garantia fundamentada em dispositivos legais de grande relevância, sendo 
as principais referências a Constituição Federal de 1988 e a Lei n. 9.394/96 (LDB) com destaque para a 
gestão democrática do ensino público.
Embora esses marcos legais garantam a democratização das instituições públicas de ensino, sua 
implementação ainda enfrenta resistências. Questões culturais, estruturais e até mesmo políticas, 
muitas vezes, dificultam a consolidação de práticas democráticas nas escolas. Essa resistência pode 
ser atribuída a modelos tradicionais de gestão centralizada que ainda persistem em algumas regiões e 
sistemas educacionais.
Segundo Monção (2021), esses instrumentos legais, no entanto, têm sido fundamentais para a 
contribuição de reformas educacionais no campo da gestão escolar. Eles promovem a descentralização 
administrativa, a participação coletiva nos processos decisórios e a criação de instâncias colegiadas, 
como os conselhos escolares e grêmios estudantis, que fortalecem o papel da comunidade escolar na 
definição das políticas e práticas pedagógicas.
Assim, a gestão democrática e participativa se apresenta como um modelo de gestão que não 
apenas promove a autonomia da escola, mas também fortalece o vínculo entre os diferentes atores 
da educação, permitindo a troca de ideias, o compartilhamento de responsabilidades e a construção 
conjunta de ações.
Ao adotar uma gestão democrática e participativa, a escola, nesse caso de Educação Infantil, reforça 
seu compromisso com o desenvolvimento integral das crianças, garantindo que seus direitos sejam 
respeitados e que o ambiente escolar seja um espaço de aprendizagem, cuidado e inclusão, como 
preconizam as DCNEI (2010), os princípios defendidos pela Constituição Federal (1988) e as orientações 
apresentadas pela BNCC (2018).
29
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Portanto, esse tipo de gestão é essencial para que a Educação Infantil e as demais etapas da Educação 
Básica possam efetivamente cumprir seu papel de promover a formação de cidadãos conscientes, críticos 
e engajados, contribuindo para o fortalecimento da democracia e a construção de uma sociedade mais 
justa e solidária.
A gestão democrática e participativa é, portanto, uma ferramenta que tende a promover o 
envolvimento de todos os atores da comunidade escolar – professores, pais, alunos, funcionários e 
gestores – na tomada de decisões. Sendo assim, esse modelo de gestão possibilita a construção de 
soluções coletivas e mais adequadas às necessidades de cada grupo.
Monção (2021) nos esclarece que a gestão envolve dois principais processos. O primeiro é o uso mais 
adequado dos recursos existentes (os meios) e o segundo é o foco em determinado objetivo (os fins). Há 
que se compreender, todavia, que os meios e o fins são interdependentes e mutuamente condicionados. 
Dessa forma, diante de um determinado fim, é importante selecionar os meios mais adequados para se 
alcançar o que deseja. De forma similar, meios inadequados acabam por desvirtuar os fins ou mesmo 
tornam‑se inválidos para alcançar o propósito desejado.
Nesse contexto, Silva (2020) nos alerta que na Educação Infantil, uma das primeiras questões 
necessárias para se pensar em relação às instituições de atendimento à infância é refletir sobre qual é 
a finalidade delas. Dessa forma, a reflexão proposta pelo autor nos convida a questionar a finalidade 
das instituições de Educação Infantil, destacando que essa etapa da educação não deve ser apenas um 
espaço decuidado, mas, sobretudo, um lugar de direitos, desenvolvimento integral e formação cidadã. 
Esse olhar crítico é essencial no contexto da gestão democrática, pois reforça a necessidade de alinhar 
as práticas institucionais aos objetivos sociais, culturais e educacionais da infância.
No que tange às principais finalidades da Educação Infantil, destaca‑se a garantia dos direitos das 
crianças. Assim, as instituições que oferecem essa modalidade têm o papel de assegurar os direitos 
fundamentais da criança e na Constituição Federal (1988). Isso inclui o direito à educação, ao lazer, à 
saúde, à proteção e à participação.
Tais instituições devem promover o desenvolvimento integral das crianças em seus aspectos físico, 
emocional, social e cognitivo, respeitando suas especificidades e o ritmo de cada uma, de modo a 
oferecer uma educação de qualidade. Isso implica práticas pedagógicas planejadas e fundamentadas, 
que promovam experiências significativas e respeitem a diversidade cultural e individual das crianças 
por meio de ambientes acolhedores e seguros, onde as crianças possam interagir, aprender com seus 
pares e construir valores sociais como respeito, cooperação e empatia.
Ainda no domínio das principais finalidades da Educação Infantil, é mister destacar o favorecimento 
e a participação da comunidade, que inclui o fortalecimento dos laços entre a escola e a comunidade, 
promovendo a participação ativa das famílias e outros atores sociais no processo educativo. Também 
convém destacar fatores atrelados à preparação para a vida em sociedade, uma vez que embora a 
Educação Infantil não tenha caráter escolarizante, ela deve ajudar as crianças a desenvolver 
competências e habilidades que as preparem para a vida em sociedade, como o diálogo, a autonomia e 
o pensamento crítico.
30
Unidade I
À vista disso, refletir sobre a finalidade das instituições de Educação Infantil é essencial para orientar 
práticas de gestão democrática que respeitem os direitos das crianças e garantam a construção de um 
espaço educativo que valorize a infância. Isso implica:
• Planejar com propósito: alinhar o planejamento pedagógico à visão de infância como uma 
etapa crucial do desenvolvimento humano.
• Formar parcerias: engajar a comunidade escolar e as famílias nesse diálogo sobre a finalidade e 
os objetivos da Educação Infantil.
• Valorizar a voz das crianças: incorporar a perspectiva das crianças no planejamento e nas 
decisões pedagógicas, reconhecendo‑as como sujeitos ativos no processo educativo.
• Monitorar e avaliar: verificar continuamente se as práticas institucionais estão de fato 
promovendo os direitos e as finalidades propostas.
A provocação de Silva (2020) serve como um guia para que as instituições de Educação Infantil se 
tornem verdadeiros espaços de transformação social e desenvolvimento humano. Essa reflexão é um 
passo indispensável para construir uma gestão democrática que valorize e respeite a infância.
Essa afirmação sintetiza a importância de um olhar crítico e consciente sobre o papel das instituições 
de Educação Infantil, especialmente em contextos em que a gestão democrática é o princípio norteador.
Nesse contexto, Silva (2020) destaca a necessidade de ressignificar as práticas educativas e 
administrativas, considerando a infância como uma etapa essencial e autônoma do desenvolvimento 
humano, com finalidades próprias e direitos garantidos.
Ao refletir sobre a finalidade dessas instituições, reconhecemos que elas não se limitam a cuidados 
básicos, são espaços de transformação social, onde crianças são vistas como sujeitos de direitos, com 
potencial para contribuir ativamente no presente e para construir o futuro. Nessa perspectiva, convém 
considerarmos questões vinculadas:
• À transformação social, uma vez que as instituições de Educação Infantil têm o poder de 
transformar a realidade social ao proporcionar às crianças vivências que promovem equidade, 
inclusão e respeito às diversidades. Ao fomentar o diálogo com a comunidade, fortalecem o senso 
de pertencimento e a construção coletiva.
• Ao desenvolvimento humano integral, haja vista compreender a infância em sua totalidade, 
o que implica promover o desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional das crianças. 
Logo, a gestão democrática desempenha um papel central nesse processo ao ouvir, respeitar e 
incorporar as necessidades e as vozes de todas as partes envolvidas: crianças, famílias, educadores 
e comunidade.
31
GESTÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
• À cultura da participação, já que a gestão democrática valoriza o diálogo e a corresponsabilidade, 
garantindo que as decisões institucionais estejam alinhadas às finalidades educativas e aos 
interesses das crianças. Assim, a reflexão sobre as práticas institucionais se torna um processo 
contínuo de aprendizagem e aperfeiçoamento.
• Ao respeito e valorização da infância, já que, ao colocar a infância no centro das reflexões, as 
instituições podem construir ambientes que respeitem os tempos, os ritmos e as necessidades 
próprias das crianças, promovendo o bem‑estar e a autonomia desde os primeiros anos de vida.
Portanto, as considerações de Silva (2020) acentuam que educadores, gestores e comunidades 
escolares devem assumir um compromisso ético com a infância. Refletir sobre a finalidade das instituições 
de Educação Infantil não é apenas uma questão teórica, mas uma prática vital para consolidar espaços 
democráticos que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e humana.
Assim, a gestão democrática na Educação Infantil tende a promover um ambiente educacional que 
valoriza a participação ativa de todos os envolvidos, garantindo transparência nos processos de tomada 
de decisão e fortalecendo o vínculo entre escola, famílias e comunidade.
Essa abordagem possibilita respeitar e valorizar a voz das crianças, reconhecendo‑as como sujeitos 
de direitos e participantes no processo educativo, com escuta ativa e inclusão em práticas significativas. 
Possibilita, ainda, o fortalecimento do diálogo com as famílias, de modo a ampliar o envolvimento delas 
nas decisões pedagógicas e administrativas, criando uma corresponsabilidade no desenvolvimento das 
crianças. Esse diálogo também é fortalecido com toda a equipe que desempenha papéis nas escolas, 
como professores e outros profissionais.
Além disso, propicia a promoção da inclusão e a equidade, porque constrói estratégias que atendem à 
diversidade e asseguram que todas as crianças tenham acesso às mesmas oportunidades de aprendizado 
e cuidado. E mais, articula políticas e práticas, pois alinha‑se às diretrizes legais e promove ações que 
refletem as demandas reais da comunidade escolar. Por fim, cria espaços de reflexão e colaboração, 
priorizando o planejamento coletivo e o aperfeiçoamento contínuo das práticas pedagógicas 
e administrativas.
Dessa forma, a gestão democrática na Educação Infantil se consolida como uma prática 
transformadora, que contribui para o desenvolvimento integral das crianças, o fortalecimento da 
cidadania e a construção de uma sociedade mais justa e participativa.
 Lembrete
A importância de um olhar crítico e consciente sobre o papel das 
instituições de Educação Infantil, especialmente em contextos de gestão 
democrática, é fundamental para garantir que as práticas educativas e 
administrativas respeitem a infância como uma fase essencial e autônoma 
do desenvolvimento humano.
32
Unidade I
 Saiba mais
Leia mais sobre gestão escolar e gestão democrática na Educação Infantil 
na obra a seguir:
SILVA, O. H. F. Gestão democrática na Educação Infantil. Contagem: 
Escola Cidadão, 2020. Disponível em: https://tinyurl.com/388z8jky. Acesso 
em: 10 mar. 2025.
3 QUEM SÃO OS PROFISSIONAIS QUE COMPÕEM A GESTÃO ESCOLAR E 
QUAIS SÃO AS SUAS FUNÇÕES?
A gestão escolar é o processo de organização, planejamento, coordenação e controle das atividades 
realizadas em uma instituição de ensino. Seu principal objetivo é garantir o funcionamento eficiente da 
escola,

Mais conteúdos dessa disciplina