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UNIDADE 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA, CONCEITUAÇÃO, OBJETO E 
CAMPO DE ATUAÇÃO 
• Aula 1 - A evolução da Psicopedagogia no Brasil e no Mundo 
• Aula 2 - Conceitos básicos em Psicopedagogia 
• Aula 3 - Bases teóricas da psicopedagogia 
• Aula 4 - Campos de atuação do psicopedagogo 
• Referências 
 
UNIDADE 2 A FORMAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO 
• Aula 1 - A formação em Psicopedagogia 
• Aula 2 - A Associação Brasileira de Psicopedagogia – ABPp 
• Aula 3 - Diretrizes para a formação do psicopedagogo no Brasil 
• Aula 4 - Diretrizes para a atuação do psicopedagogo 
• Referências 
UNIDADE 3 A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO E A INTERDISCIPLINA-
RIDADE 
118 minutos 
• Aula 1 - Avaliação e intervenção psicopedagógica clínica 
• Aula 2 - Avaliação e intervenção psicopedagócia institucional 
• Aula 3 - A psicopedagogia e a inclusão 
• Aula 4 - A atuação interdisciplinar em psicopedagogia 
• Referências 
 
UNIDADE 4: ÉTICA E ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM PSICOPEDAGOGIA 
• Aula 1 - Código de ética profissional em Psicopedagogia 
• Aula 2 - Princípios gerais do Código de Ética Profissional em Psicope-
dagogia 
• Aula 3 - Exercício e responsabilidade da atuação em Psicopedagogia 
• Aula 4 - Demais aspectos do Código de Ética Profissional em Psicope-
dagogia 
 
 
] 
 
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U1/index.html#aula1
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U1/index.html#aula2
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U1/index.html#aula3
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U1/index.html#aula4
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U1/index.html#referencias
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U2/index.html#aula1
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U2/index.html#aula2
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U2/index.html#aula3
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U2/index.html#aula4
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U2/index.html#referencias
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U3/index.html#aula1
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U3/index.html#aula2
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U3/index.html#aula3
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U3/index.html#aula4
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U3/index.html#referencias
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U4/index.html#aula1
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U4/index.html#aula2
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U4/index.html#aula2
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U4/index.html#aula3
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U4/index.html#aula4
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U4/index.html#aula4
UNIDADE 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA, CONCEITUAÇÃO, OBJETO E 
CAMPO DE ATUAÇÃO 
50 minutos 
• Aula 1 - A evolução da Psicopedagogia no Brasil e no Mundo 
• Aula 2 - Conceitos básicos em Psicopedagogia 
• Aula 3 - Bases teóricas da psicopedagogia 
• Aula 4 - Campos de atuação do psicopedagogo 
• Referências 
 
UNIDADE 1 Aula 1 
A EVOLUÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL E NO MUNDO 
Nesta primeira aula, discutiremos um pouco sobre a origem e his-
tória da Psicopedagogia, veremos como ela surge na França en-
quanto um espaço interdisciplinar na solução de problemas de 
comportamento e aprendizagem, bem como a respeito de sua che-
gada à América Latina e, por fim, sua constituição enquanto um 
campo de estudos e atuação no Brasil 
INTRODUÇÃO 
A Psicopedagogia é um campo disciplinar que surge no século 
XX e por isso devemos entender duas características a seu respeito: 
de um lado pode ser considerada bastante nova, se comparada com 
outras áreas das ciências humanas, especialmente aquelas do 
campo da educação e cognição. Por outro lado, com pouco mais de 
um século de desenvolvimento, encontramos muitas discussões 
teóricas já bem consolidadas e práticas documentadas atestando 
não apenas sua importância, mas também sua eficácia. 
Nesta primeira aula, discutiremos um pouco sobre a origem 
e história da Psicopedagogia, veremos como ela surge na França 
enquanto um espaço interdisciplinar na solução de problemas de 
comportamento e aprendizagem, bem como a respeito de sua che-
gada à América Latina e, por fim, sua constituição enquanto um 
campo de estudos e atuação no Brasil. 
 
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U1/index.html#aula1
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U1/index.html#aula2
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U1/index.html#aula3
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U1/index.html#aula4
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U1/index.html#referencias
ORIGEM DA PSICOPEDAGOGIA 
Sejam muito bem-vindos a esta disciplina em que começare-
mos a partir de agora a traçar um panorama das origens de nosso 
campo disciplinar. É preciso nos atentarmos ao fato de que a Psi-
copedagogia tem uma longa história de desenvolvimento sobre 
qual nos debruçaremos, não deixando de observar, porém, a im-
portância de trabalhos precursores, nas áreas da Educação e da 
Psicologia, que durante o século XVIII já buscavam compreender 
melhor os variados elementos relacionados à aprendizagem. 
A Psicopedagogia, em si, é um campo disciplinar secular, cu-
jas raízes remontam, ao menos, à década de 1920, quando psicana-
listas franceses discutiam aplicações práticas de pressupostos teó-
ricos da psicanálise infantil, de forma que em 1946 ocorre a funda-
ção do primeiro centro psicopedagógico, no Liceu Claude Bernard, 
em Paris, sob iniciativa do psicanalista Georges Mauco. 
Neste centro, podemos observar que a Psicopedagogia se 
abria, desde seus primórdios, a uma articulação positiva e trans-
disciplinar entre Psicologia, Psicanálise, Medicina e Pedagogia 
para solucionar problemas de comportamento e aprendizagem 
(COSTA; PINTO; ANDRADE 2013). 
De acordo com o próprio Mauco, o termo “Psicopedagogia” 
foi cunhado como uma substituição para os chamados “Centros 
Médico-Pedagógicos” buscando suavizar a resistência de pais em 
enviar seus filhos, ainda que mantivesse um médico enquanto res-
ponsável pelo diagnóstico dos sujeitos (RAMOS, 2007). 
Observamos, assim, que neste primeiro momento a Psicopedago-
gia operava sobretudo sob um caráter médico-pedagógico, cujo ob-
jetivo era, a partir de diagnósticos médicos, “reeducar” ou “readap-
tar” sujeitos classificando dificuldades como se fossem patologias 
às quais, como apontou Bossa (2019), a Psicopedagogia aparecia 
como “Curativa”. 
 
Sabemos que a partir da década de 1960 essa visão passou 
por uma série de críticas e transformações, entretanto, essa base 
fundamentou em grande parte a expansão da Psicopedagogia pelo 
mundo. 
Seria impossível falarmos sobre essa expansão sem discutir-
mos em primeiro lugar sua chegada à Argentina, sendo deste país 
a maior influência para todos os países vizinhos sul-americanos, 
como o próprio Brasil.de caráter científico-cultural, sem fins lu-
crativos, que congrega profissionais atuantes na área da Psicope-
dagogia. 
Tem por objetivo a promoção do desenvolvimento da profissão re-
alizando diversos eventos, como reuniões, debates, congressos, se-
minários, conferências, cursos, entre outros, de abrangência regi-
onal, nacional e internacional. Esses eventos têm por finalidade o 
desenvolvimento do profissional com aperfeiçoamento na área 
técnico-científica, pois a cada dia surgem novas deficiências, trans-
tornos e novas causas para o fracasso escolar. 
Através desta troca de saberes que acontece entre os profissionais, 
o psicopedagogo torna-se cada vez mais capacitado para lidar com 
as peculiaridades apresentadas pela clientela que procura atendi-
mento e auxílio na superação de sua dificuldade de aprendizagem. 
Outro fator de suma importância que é exercido pela ABPp é a di-
vulgação da Psicopedagogia visando à ampliação da proeminência 
da atuação do profissional psicopedagogo, fazendo-o visível diante 
da sociedade e demonstrando a sua relevância para desenvolvi-
mento humano no transpassar do fracasso escolar e na superação 
da baixa estima que muitas vezes se instaura nestas pessoas, de-
vido ao fato de se sentirem incapazes de aprender e executar algo. 
Ela também defende os interesses dos associados representando a 
categoria diante da comunidade social e científica, com o intuito 
de conquistar benefícios de reconhecimento da profissão e de va-
lorização do trabalho deste profissional que potencializa as con-
quistas do ser humano traçando estratégias que auxiliam a supe-
rar as dificuldades de aprendizagem. 
Atesta e valida como sendo um profissional qualificado para o 
exercício da profissão aqueles que têm formação a nível de gradu-
ação ou pós-graduação em Psicopedagogia desde que tenha sido 
cursada em instituição reconhecida e autorizada pelos órgãos pú-
blico de acordo com a legislação atual e que se encontre dentro dos 
padrões do delineamento de formação preconizados pela ABPp. 
Preconiza a realização de estudos e pesquisas, com o objetivo de 
desenvolver estratégias utilizando tecnologias alternativas, produ-
ção e divulgação de informações e conhecimentos de nível técnico 
e científico relacionados à Psicopedagogia, Educação e Saúde. 
Atualmente existem 15 seções e 5 núcleos que se encontram espa-
lhados pelo país, mas são relacionados e sob a orientação da Asso-
ciação Brasileira de Psicopedagogia nacional. Essas seções e nú-
cleos são vinculados à ABPp e não contam com estatuto próprio, 
devendo ter como parâmetro o estatuto nacional que traça com de-
talhes o objetivo da Associação, sua função perante a sociedade, os 
cargos que possui, a função de cada membro da diretoria, assim 
como dos associados que passam a ter muitos benefícios mediante 
a sua inserção na ABPp. 
É mais um mecanismo para fortalecer a classe na busca de seus 
direitos profissionais, na construção de uma identidade e no reco-
nhecimento diante do corpo social enquanto uma profissão que de-
vido às suas peculiaridades de atuação faz jus a uma legitimação e 
valorização. 
PAPEL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA NA 
FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO 
Como foi mencionado no tópico anterior, a Associação Brasileira 
de Psicopedagogia atua com o objetivo de auxiliar o psicopedagogo 
no que se faz necessário para o reconhecimento deste trabalho, as-
sim como luta pelos direitos dos profissionais atuantes. 
A ABPp define a Psicopedagogia (ABPP, 2013) como área de 
conhecimento, atuação e pesquisa que lida com o processo de 
aprendizagem humana, visando ao apoio aos indivíduos e aos gru-
pos envolvidos neste processo, na perspectiva da diversidade e da 
inclusão. 
Um de seus interesses além dos mencionados está na formação do 
psicopedagogo, que é uma preocupação no sentido de divulgar as 
diretrizes de formação, assim como orientar as instituições que 
pretendem oferecer o curso no que tange ao cumprimento de algu-
mas normas que foram estabelecidas. 
Seu objetivo é o oferecimento de conteúdos teóricos, não ape-
nas fundamentados na prática, mas priorizando a vivência e ob-
servação de sua aplicação mediante o acompanhamento em está-
gios supervisionados e trabalhos de campo, primordiais para que 
o psicopedagogo compreenda de maneira global a sua atuação 
como profissional inserido no mercado de trabalho. 
Para auxiliar os profissionais numa vertente pós-formação, a 
ABPp realiza constantemente cursos de atualização visando ao de-
senvolvimento contínuo e aprimoramento técnico-científico, que 
são extremamente importantes para o profissional psicopedagogo 
que lida com a influência de uma sociedade cada vez mais exi-
gente, em constante transformação. Sem esquecermos do objeto de 
estudo da Psicopedagogia, que é o indivíduo parte integrante deste 
contexto influenciador de suas atitudes, percepções, ações e rea-
ções refletindo diretamente na necessidade da superação de suas 
limitações relacionadas à aprendizagem e ao convívio social. 
A marca ímpar da Associação Brasileira de Psicopedagogia, 
que completou 40 anos de existência e atuação no ano de 2020, vem 
sendo a realização de congressos, simpósios, encontros, fóruns e 
seminários que abrangem um público a nível regional, racional e 
até mesmo internacional. 
Os profissionais precisam estar em constante atualização, 
mas tendo como princípio um conteúdo de cunho confiável e com 
referência de profissionais reconhecidos e conceituados diante da 
sociedade. Objetivando tal feito a Associação Brasileira de Psicope-
dagogia realiza a publicação da Revista Psicopedagógica, que é um 
periódico científico que tem como propósito a divulgação de arti-
gos, estudos e pesquisas na área da Psicopedagogia, assim como em 
áreas semelhantes que compõem a atuação de parceria com outras 
esferas que são parceiras na busca da superação do fracasso esco-
lar. 
Em relação aos cursos de Psicopedagogia, é colocado pela ABPp 
que ela, como órgão representativo dos psicopedagogos, entende 
que o curso de Psicopedagogia deve formar profissionais para ga-
rantir a aprendizagem como direito de todos. 
Com base nessa colocação percebemos que a Associação pri-
oriza a equidade no desenvolvimento e formação do indivíduo que 
independentemente de suas condições físicas, sociais ou psicológi-
cas deve estar inserido num ambiente que tenha como finalidade 
a aprendizagem de habilidades e competências necessárias para se 
tornar um cidadão consciente de seus direitos e deveres perante o 
outro e atuante na sociedade na busca por melhores padrões de 
qualidade de vida e a superação da inclusão como algo impossível 
de acontecer de maneira eficaz. 
Muitas das vezes observamos um discurso robusto que tenta 
transparecer que a inclusão acontece naturalmente e que as pes-
soas já compreenderam a sua importância, mas o que na verdade 
vivemos é mais a inserção do que a inclusão em seu real signifi-
cado, pois as instituições de ensino, assim como os professores e os 
profissionais que nela atuam, em sua maioria ainda não consegui-
ram compreender a necessidade de fazer acontecer a inclusão em 
seu sentido real. 
ABPP E A REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE PSICOPEDA-
GOGIA NO BRASIL 
A regulamentação da profissão de Psicopedagogia é mais uma das 
lutas travadas pela Associação Brasileira de Psicopedagogia, que 
acompanha, discute e participa de todas as etapas que transcorrem 
na esfera legislativa. 
Essa luta não é nova e circula pelo Congresso Nacional desde 15 de 
maio do ano de 1997, quando o deputado Barbosa Neto apresentou 
o Projeto de Lei – PL3124/1997. Nesse mesmo ano no mês de setem-
bro recebeu parecer favorável do então relator Sandro Mabel. 
Após muitos arquivamentos, desarquivamentos e emendas, no dia 
13 de abril de 2010 chega ao Senado Federal, tornando-se PLC – 
Projeto de Lei da Câmara, Nº 031/2010, e no dia 21 de maio de 2010 
chega à Comissão de Educação – CE. 
No dia 16 de outubro de 2013 o parecer foi aprovado pela Comissão 
de Educação,Cultura e Esporte. Em 13 de novembro de 2014 o pro-
jeto passa a tramitar juntamente com o Projeto de Lei n° 196, de 
2009, que trata da regulação do exercício de pedagogo, deixando 
assim de ser um projeto autônomo. 
Em 21 de dezembro de 2018, já na Secretaria Legislativa do Senado 
Federal, o projeto foi arquivado. Mas em 2 de abril de 2019 conse-
gue-se o seu desarquivamento. 
Segue até os dias atuais na espera dos próximos passos para a sua 
aprovação final. 
 
A formação do(a) psicopedagogo(a), no Brasil ocorre desde a dé-
cada de setenta em instituições de nível superior em todo território 
nacional. Esta formação atende a Resolução 1, de 6 de abril de 2018 
do MEC que estabelece diretrizes e normas para ofertas dos cursos 
de pós-graduação lato sensu denominados cursos de especializa-
ção no âmbito do sistema federal de educação superior. A previsão 
da matriz curricular traz carga horária mínima de 360 horas. Os 
estudos e levantamentos da Comissão de Formação e Regulamen-
tação do Conselho Nacional da ABPp indicaram que a maioria dos 
cursos são ministrados com 600 horas ou mais, conforme as Dire-
trizes Básicas de Formação de Psicopedagogos no Brasil. 
(ABPP, 2022, p. 1) 
É necessário o desenvolvimento de políticas públicas que saiam do 
papel e passem a ser executadas em sua totalidade para que o fra-
casso escolar seja encarado como um problema a ser superado por 
todos envolvidos no processo e não somente daquele que apre-
senta alguma limitação. Desta maneira o profissional psicopeda-
gogo também será reconhecido como aquele que pode oferecer su-
porte não apenas para o indivíduo em questão, mas para toda uma 
instituição que clama pela tentativa de traçar estratégias de supe-
ração do fracasso escolar como um todo. 
A regulamentação da profissão é um passo de suma importância 
para que ocorra essa homologação que vai declarar como válida e 
legal a profissão de Psicopedagogia. Essa demora no processo de 
regulamentação da profissão é algo de difícil entendimento, pois já 
temos diversos estudos que tratam sobre os benefícios do trabalho 
de um Psicopedagogo para a superação das dificuldades de apren-
dizagem e do desenvolvimento humano, mas ainda é uma área que 
não fez jus a ter uma regulamentação para a atuação profissional-
mente. 
Deixo aqui essa importante reflexão para vocês, futuros colegas de 
trabalho. 
 
 
VIDEOAULA 
Neste vídeo conversaremos um pouco sobre os diversos campos de 
atuação do psicopedagogo. Como sabemos, ele está em todo lugar 
que possa acontecer a aprendizagem, seja ela de maneira direta ou 
indireta. Mas para isso é necessário que seja uma profissão regula-
mentada e reconhecida diante da sociedade. 
Nos dias de hoje estamos atuando mesmo sem regulamentação, o 
que não é um empecilho para o exercício da profissão, mas nossa 
identidade permanece confusa e se mistura com as de outros pro-
fissionais. 
O vídeo vem proporcionar uma reflexão acerca desses temas de 
área de atuação e a importância da regulamentação da profissão. 
Saiba mais 
Para os futuros psicopedagogos recomendo a leitura na íntegra 
do Projeto de Lei da Câmara, Nº 031/2010, que traz as diretrizes 
para regulamentação da profissão: 
Para conhecer a Revista da Associação Brasileira de Psicopedago-
gia deixo como recomendação o relato de pesquisa Competência 
socioemocional, trabalho e projeto de vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=398499
http://revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/735/competencia-socioemocional--trabalho-e-projeto-de-vida
http://revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/735/competencia-socioemocional--trabalho-e-projeto-de-vida
UNIDADE 2 Aula 3 
DIRETRIZES PARA A FORMAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO 
BRASIL 
Nesta aula, iremos realizar algumas análises sobre o perfil do pro-
fissional psicopedagogo, assim como as modalidades existentes de 
formação deste profissional que são pautadas em diretrizes de for-
mação referentes ao Brasil 
10 minutos 
 
INTRODUÇÃO 
Nesta aula, iremos realizar algumas análises sobre o perfil do pro-
fissional psicopedagogo, assim como as modalidades existentes de 
formação deste profissional que são pautadas em diretrizes de for-
mação referentes ao Brasil e de acordo com a Associação Brasileira 
de Psicopedagogia. 
Espera-se que, ao final desta aula, você possa ter compreendido a 
importância desta Associação, assim como ter sido conduzido a 
uma análise de muita importância na condução da construção do 
perfil do psicopedagogo que perpassa por diretrizes que são con-
duzidas durante a sua formação acadêmica, na busca de ampliação 
do papel deste profissional para a sociedade. 
Ao longo da aula você será instigado a pensar sobre o objeto de 
estudo com a finalidade de desenvolvimento de um senso crítico 
sobre a atual realidade deste profissional no Brasil. 
PERFIL DO PSICOPEDAGOGO 
Atualmente, temos uma busca intensa de profissionais que alme-
jam se especializar em Psicopedagogia, mas qual seria o seu perfil? 
Que áreas podemos delimitar como sendo os alicerces do trabalho 
deste profissional? Quais seus campos de atuação? 
Essas são perguntas que precisam ser discutidas objetivando al-
guns esclarecimentos sobre o que realmente faz um psicopedagogo 
e qual a sua relevância dentro de um ambiente escolar, ou mesmo 
clínico, exercendo um atendimento individualizado, mas não só, 
pois a psicopedagogia como já dissemos em outra área é interdis-
ciplinar e necessita do apoio de outras áreas para se atingir sua 
meta e seu êxito no que tange o desenvolvimento humano. 
Vamos começar conversando um pouco sobre o perfil deste aluno 
que nada mais é do que o futuro profissional e, por isso, também 
devemos analisar o perfil destas pessoas que buscam a formação. 
Geralmente, os objetivos destas pessoas estão em torno da necessi-
dade de articulação de conhecimentos prévios com novos conheci-
mentos buscando aprofundamento e melhoria de suas análises 
teóricas que baseiam o seu trabalho atual. A aplicabilidade dos co-
nhecimentos adquiridos no curso de Psicopedagogia relacionada à 
prática profissional também é um fator muito relevante para aque-
les que optam adquirir tal formação, embora devesse ser uma rea-
lidade dos cursos de formação nem sempre isso é executado de ma-
neira objetiva e clara. 
Essa aplicabilidade está diretamente ligada a uma única interface 
que é a de melhorias significativas reais dentro do contexto de sua 
atuação educativa com propósito de entender o que leva ao insu-
cesso escolar e como isso pode ser amenizado por intervenções es-
truturadas e de busca para alcançar o êxito no processo ensino-
aprendizagem que permeia o trabalho escolar. 
O perfil deste profissional é baseado naquele que compreende que 
é uma área de atuação interdisciplinar, que tem como objeto de 
estudo a aprendizagem humana e sua relação com as interações 
sociais, tendo como referência para embasamento teórico duas ci-
ências: a Pedagogia e a Psicologia. Assim também como conhecer, 
compreender e interpretar as causas que se referem aos distúrbios 
de aprendizagem, traçando estratégias possíveis de serem execu-
tadas e que contribuam para minimizar o insucesso escolar. 
 
O psicopedagogo é o profissional habilitado para atuar com os 
processos de aprendizagem junto aos indivíduos, aos grupos, às 
instituições e às comunidades. Desde 2002, pela Classificação Bra-
sileira de Ocupações (CBO) do Ministério do Trabalho e Emprego 
(MTE), a Psicopedagogia foi inserida na Família Ocupacional 
2394-25 dos Programadores, Avaliadores e Orientadores de En-
sino. O psicopedagogo é o profissional que deve assegurar: 
a) a produção e divulgação do conhecimento científico e tecnoló-
gico relacionado com a aprendizagem humana; 
b) os compromissos éticos e políticos com a Educação de quali-
dade para todos; 
c) a articulação com os demais profissionais da Educação e da Sa-
úde para a construção de uma sociedade justa, respeitando a 
equidade e a diversidade, onde todos tenhamo direito ao apren-
der. 
(ABPP, 2013) 
Ele será um profissional reflexivo, ativo, com conhecimentos teó-
ricos, que no desenvolver de sua atuação prática necessitará cons-
truir, re(construir), significar e re(significar), sua prática, na busca 
de caminhos que possam possibilitar o alcance do sucesso, tendo 
como fator influenciador uma sociedade em constante transforma-
ção e na busca incessante de profissionais cada vez mais polivalen-
tes e de alta performance. 
Objetivando o alcance destas exigências de cunho social, mas que 
são de grande valia para o ser humano enquanto ser aprendente 
que é, o profissional psicopedagogo também carrega um perfil de 
ser aquele que contribui para a compreensão e transformação das 
práticas pedagógicas na medida analisa a relação estabelecida en-
tre educadores, educandos e objeto do conhecimento. Auxilia tam-
bém aos professores numa re(elaboração) e re(significação) de sua 
prática com a finalidade de atingir o seu propósito, que é o desen-
volvimento cognitivo do educando, impossibilitando o surgimento 
dos possíveis problemas de aprendizagem. 
MODALIDADES DE FORMAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA: GRA-
DUAÇÃO, ESPECIALIZAÇÃO LATO E STRICTO SENSU 
O curso de Psicopedagogia possui diferentes modalidades de for-
mação, mas independente dessas diferenciações que iremos apro-
fundar um pouco, vale deixar aqui uma reflexão no intuito de não 
perdermos o foco central de atuação do profissional 
psicopedagogo. Ele é aquele que com seu trabalho poderá oportu-
nizar às pessoas sua humanização colocando o direito à aprendi-
zagem como um valor primaz do seu desempenho profissional. 
Sua concepção é facilitar a aprendizagem de todas as pessoas sem 
levar em consideração como eixo limitador qualquer diferença ou 
dificuldade. 
A formação acadêmica do psicopedagogo pode ocorrer de diferen-
tes maneiras que abarcam diferentes níveis de formação. 
Temos a formação a nível de graduação que se baseia na Resolução 
que trata dos cursos de graduação, com adoção de questões espe-
cíficas da formação do psicopedagogo. As disciplinas que compõem 
a matriz curricular devem estar dinamizadas numa vertente de cu-
nho que envolva a pesquisa e a atuação supervisionada, conclu-
indo com a apresentação de monografia ou artigo científico. 
Formação a nível de pós-graduação lato sensu mais conhecida po-
pularmente como especialização. Esta formação se baseia na Reso-
lução que trata sobre os cursos de pós-graduação, com adoção de 
questões específicas da formação do psicopedagogo. As disciplinas 
que compõem a matriz curricular devem estar dinamizadas numa 
vertente de cunho que envolva a pesquisa e a atuação supervisio-
nada, concluindo com a apresentação de monografia, trabalho de 
conclusão de curso ou artigo científico. 
Formação a nível de pós-graduação stricto sensu, referente ao mes-
trado profissional respeitando a Portaria Normativa da CAPES. 
Esse nível de formação deverá ter no máximo quatro semestres ou 
dois anos, seu objetivo é a capacitação para uma prática profissio-
nal avançada e contemporânea de procedimentos, objetivando 
causas sociais, organizacionais ou profissionais e do mercado de 
trabalho. Uma característica peculiar do mestrado, além de todo o 
aprofundamento teórico avançado, é que ele precisa objetivar uma 
inserção social estruturada numa infraestrutura de ensino e pes-
quisa. A formação se conclui com a apresentação de uma disserta-
ção. 
E, por fim, a formação EAD que para contemplar as exigências es-
tabelecidas para a formação necessita ser semipresencial, mas 
desde que preserve as especificações desta formação. 
Podemos perceber que o curso de Psicopedagogia se apresenta em 
diferentes modalidades e cabe ao estudante a escolha da melhor 
opção para o objetivo que se quer atingir, todas elas obedecem a 
princípios norteadores que garantem um processo exitoso para os 
educandos ao final do curso que é o momento em que terão a opor-
tunidade de apresentar um trabalho que irá demonstrar seu cres-
cimento teórico e prático em torno do trabalho do profissional psi-
copedagogo. 
Vale ressaltar a importância da relação teoria e prática permitindo 
a quebra de paradigma que gira em torno de muitas formações a 
nível de graduação, em que na maioria das vezes a maior queixa 
do estudante é em relação ao distanciamento que se instaura entre 
teoria acadêmica e a práxis. 
DIRETRIZES PARA A FORMAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO 
BRASIL DE ACORDO COM A ABPP 
Como dito anteriormente nesta aula, a Psicopedagogia é a área de 
conhecimento, atuação e pesquisa que tem como alicerce a apren-
dizagem humana, visando o direito à educação para todos e auxi-
liando a inserção dos indivíduos no contexto escolar e no trabalho 
numa perspectiva da diversidade e da inclusão. 
A Associação Brasileira de Psicopedagogia traça as diretrizes para 
a formação do psicopedagogo no Brasil e essas diretrizes são com-
postas por alguns pontos de relevância. 
Temos o perfil profissional que foi explorado na primeira parte 
desta aula e que aqui não se faz necessária uma nova reflexão. 
Os princípios norteadores da formação abrangendo a conscienti-
zação da diversidade, respeitando as diferenças de qualquer natu-
reza seja ela cultural, social ou ambiental; ações que visam uma 
sociedade inclusiva e não apenas integrativa priorizando as poten-
cialidades de cada indivíduo dentro de um contexto de aprendiza-
gem; estímulo e desenvolvimento de um pensamento crítico, refle-
xivo e transformador; trabalho pautado na ética e no sigilo profis-
sional e apreço aos saberes de cada área específica e de seus pro-
fissionais. 
 
Habilidades e competências que fomentem o desenvolvimento 
para adequação às exigências que se fazem necessárias dentro da 
sociedade contemporânea. Junto às habilidades e competências 
está a atuação profissional que se baseia no planejamento, na in-
tervenção e na avaliação do processo de aprendizagem assim como 
do ambiente em que ele acontece, mas não deixando de lado o con-
texto social em que aquele educando está inserido e que pode ser 
um fator de muita relevância para se entender as causas do insu-
cesso escolar que se instaurou. Além de sua ação prática direta-
mente com os educandos podendo acontecer em clínicas de forma 
individualizada ou no ambiente escolar de maneira coletiva, o psi-
copedagogo também pode realizar consultorias, assessorias psico-
pedagógicas, assim como exercer a docência, coordenação e super-
visão em cursos de Psicopedagogia. 
Da mesma maneira que temos uma etapa deste material que 
aborda o perfil do profissional psicopedagogo também temos uma 
que estudou sobre os níveis de formação e modalidades do curso, 
por isso apesar de ser parte integrante das diretrizes de formação, 
não iremos nos ater a repetir tal estudo de maneira desnecessária. 
 Contamos também com alguns eixos temáticos que norteiam os 
projetos pedagógicos priorizando a pluralidade de conhecimentos 
sejam eles teóricos e práticos. São eles: 
• A especificidade e a conceituação da Psicopedagogia. 
• Psicopedagogia e as áreas do conhecimento. 
• Avaliação e intervenção psicopedagógica. 
Esses eixos são articulados de uma maneira que proporcione ao 
estudante a realização de pesquisas teóricas e atuações supervisi-
onadas, que é o momento desprendido para se ver na prática o que 
foi estudado na teoria. Tudo isso ao final deve gerar a elaboração 
de uma monografia, de um trabalho de conclusão de curso, artigo 
científico ou uma dissertação, isso de acordo com o nível de forma-
ção que o indivíduo esteja cursando. 
E por fim, mas não menos importante, a organização dos cursos 
que deve contar com uma coordenação, um corpo docente, a sele-
ção dos candidatos aos cursos, a carga horária, a atuação 
supervisionada, o trabalho final de curso, a formação pessoal e 
continuada, a avaliação discente e do curso e a relação com o órgão 
de classe. 
VIDEOAULA 
Neste vídeo iremos nos aprofundar um pouco sobre o papel desem-
penhado pelo profissional psicopedagogo dentro do ambientees-
colar. Encontramos ainda profissionais e familiares que atribuem 
o trabalho do psicopedagogo como algo desnecessário e encarado 
como uma aula de reforço escolar. Mas sabemos que esse não é o 
papel deste profissional que dentro de uma unidade escolar inter-
vém não apenas diretamente no ser aprendente, mas no trabalho 
pedagógico desenvolvido para se alcançar o sucesso escolar neces-
sário para o bom desenvolvimento cognitivo e emocional daquele 
indivíduo que ali está inserido. 
 
Saiba mais 
Como indicação de aprofundamento dos estudos recomendo a lei-
tura do artigo A atuação do psicopedagogo na escola: um estudo do 
tipo estado do conhecimento, uma leitura leve que relaciona teoria 
e prática sobre o relevante papel do psicopedagogo no ambiente 
escolar. 
E para os futuros profissionais vale a leitura do Estatuto Associa-
tivo da Associação Brasileira de Psicopedagogia que aborda diver-
sas questões relevantes para quem pretende se inserir nesta atua-
ção profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862019000400009
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862019000400009
https://www.abpp.com.br/wp-content/uploads/2021/07/Estatuto-Registrado.pdf
https://www.abpp.com.br/wp-content/uploads/2021/07/Estatuto-Registrado.pdf
UNIDADE 2 Aula 4 
DIRETRIZES PARA A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO 
Nesta aula, iremos realizar algumas análises sobre a atuação da psi-
copedagogia clínica e institucional, e fazermos algumas compara-
ções e enumerações de questões que se diferenciam uma da outra em 
relação à estratégia de abordagem. 
INTRODUÇÃO 
Nesta aula, iremos realizar algumas análises sobre a atuação da 
psicopedagogia clínica e institucional. Faremos algumas compara-
ções e enumerações de questões que se diferenciam uma da outra 
em relação à estratégia de abordagem, mas o objeto de estudo per-
manece o mesmo nas duas abordagens à aprendizagem humana. 
Espera-se que, ao final desta aula, você possa ter compreendido a 
tenha obtido requisitos suficientes para diagnosticar as principais 
diferenciações que existem entre estas duas atuações. 
Além disso, será abordado também questões relacionadas às ten-
dências inovadoras na atuação em Psicopedagogia, que ressalta a 
importância de estarmos sempre em busca de novos conhecimen-
tos diante da sociedade dinâmica em que estamos inseridos. 
ATUAÇÃO NA ÁREA DE PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA DE 
ACORDO COM A ABPP 
A Psicopedagogia é uma área que o profissional possui diversas 
frentes de atuação. Uma delas é a atuação na área clínica que como 
o nome já nos diz será aquele profissional que atuará num ambi-
ente clínico de consultório e o indivíduo receberá em sua maioria 
das vezes um atendimento individualizado e fora do contexto es-
colar. 
Ele tem por objetivo traçar estratégias que possam estimular o su-
jeito a obter melhoras em seu desempenho cognitivo, utilizando 
como recurso atividades intelectualmente estimulantes que são de-
finidas com o propósito de auxiliar na memorização, que servirão 
de base para melhorar o desenvolvimento da linguagem, na aten-
ção, no raciocínio e no processamento das informações. 
Apesar de ser um atendimento com caráter individual ao sujeito é 
importante que durante o atendimento clínico o profissional 
psicopedagogo inclua dados sobre a família e também sobre os pro-
fessores para que facilite a compreensão em relação ao contexto 
que o sujeito está inserido, que é uma das peças do quebra-cabeça 
para desvendar o que pode estar levando a uma determinada difi-
culdade de desenvolvimento cognitivo e insucesso escolar. 
Quando se trabalha com o processo de aprendizagem o profissio-
nal psicopedagogo deve traçar meios de compreender as causas 
que podem ter levado ou estejam funcionando como barreiras 
para esse insucesso. Após a detecção desses fatores é o momento 
de delinear estratégias que possam ser executadas permeando as 
causas da dificuldade apresentada e que possam ser exequíveis 
dentro de um processo constante de ensino, aprendizagem e recu-
peração da estima. 
Vale ressaltar que o delinear dessas estratégias não é algo estan-
que, engessado, são possibilidades que durante o caminhar do tra-
tamento podem tomar novos rumos que antes não haviam sido 
planejados, mas que se fizeram necessários durante o processo de 
execução do planejamento. Portanto a reavaliação do planeja-
mento é muito importante para realização de adaptações caso se-
jam necessárias durante o processo. 
Para traçar as estratégias o psicopedagogo poderá fazer uso de tes-
tes psicopedagógicos e que os seus resultados servirão de embasa-
mento para o desenhar das estratégias a serem executadas e das 
intervenções que deverão ser realizadas. 
Muitas vezes a avaliação de um psicopedagogo sozinho não será 
suficiente e neste momento lembramos da característica interdis-
ciplinar que a psicopedagogia possui e então pode-se trilhar um 
caminho em conjunto com um neuropediatra quando se tratar de 
crianças, neurologista quando se tratar de jovens ou adultos, fono-
audiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo e até mesmo um fisio-
terapeuta e qual área mais ser de relevante valia para ajudar na 
superação da dificuldade e no alcance do sucesso. 
 
 
Neste sentido educar o indivíduo para conhecer e acreditar em 
suas reais capacidades, desenvolver seus talentos, ensiná-lo a colo-
car o conhecimento a serviço de sua construção como sujeito, criar 
oportunidades para que aprenda a enfrentar obstáculos e precon-
ceitos sociais, são ações que significam contribuir para promover 
a sua qualidade de vida e para o aprimoramento de sua cidadania. 
(SILVA, 2021, [s. p.]) 
O psicopedagogo clínico além de atuar em uma clínica de maneira 
individualizada com o sujeito também pode realizar análise de sis-
tema escolar, de instituições de ensino e de reabilitação. 
ATUAÇÃO NA ÁREA DE PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL DE 
ACORDO COM A ABPP 
Como já dissemos no bloco anterior a Psicopedagogia é uma área 
com diversas frentes de atuação, analisamos um pouco sobre a atu-
ação clínica e agora neste bloco iremos analisar questões relevan-
tes para a atuação institucional. Apesar de colocarmos como atua-
ção institucional o profissional psicopedagogo em sua maioria, ele 
é tido como aquele que tem como instituição de atuação as unida-
des escolares, mas não é apenas neste ambiente institucional que 
ele se faz presente podendo encontrá-lo atuando também em ins-
tituições empresariais e hospitalares. 
A relação da atuação institucional do psicopedagogo se faz mais 
forte na instituição escola devido a ser um local que todos que ali 
frequentam estão em busca da aprendizagem sistematizada de 
conteúdos de leitura, escrita e cálculo que são os pré-requisitos 
para que se faça um cidadão autônomo e atuante no meio social 
que está inserido. 
Sua função está diretamente relacionada à avaliação do comporta-
mento humano seja o indivíduo um aluno, um funcionário ou um 
paciente, a depender do local em que está desenvolvendo o seu tra-
balho. 
Mesmo em locais tão diversos e de características muito peculiares 
o foco do seu trabalho em instituições não se difere de maneira tão 
grandiosa do trabalho clínico, pois ele irá avaliar o comportamento 
do indivíduo, identificar causas, fatores, razões e aspectos que pos-
sam estar interferindo diretamente ou indiretamente na aprendi-
zagem ou no desempenho dessas pessoas. E após essa observação 
minuciosa e análise ele deve oferecer caminhos, estratégias que 
possam servir de solução para melhorar o que foi detectado como 
obstáculo, barreira ou dificuldade. 
Dentro de instituições ele pode realizar atendimentos individuais 
ou em grupo a depender do objetivo a ser alcançado e do melhor 
desenvolvimento da estratégia e intervenção a serem realizados. 
Esses atendimentos visam o fomento de atividades que tenham 
como propósito a ampliação das habilidades e competências cog-
nitivas. 
Considerando o ambiente institucional, o profissional deve pensarno todo da instituição, considerando questões-chaves de desenvol-
vimento cognitivo do sujeito, mas também envolvendo a observa-
ção da dinâmica que se faz presente naquele ambiente e propondo 
também mudanças para além do indivíduo somente, mas para pa-
drões de desenvolvimento institucionais, ampliando assim as pos-
sibilidades de aprendizagem. 
O psicopedagogo institucional num primeiro momento será visto 
pelas pessoas que fazem parte da instituição como uma pessoa que 
veio para “bagunçar” o que já funciona bem, mas no dia a dia aque-
les que se encontram envolvidos em suas tarefas, muitas vezes não 
percebem que algumas coisas podem ser alteradas num primeiro 
momento parecendo ser em benefício de um grupo pequeno ou de 
apenas um sujeito, mas que numa dinâmica de mudança e dese-
quilíbrio quando tudo se estabilizar novamente irá perceber que 
aquela mudança beneficiou a todos e o aumento de desempenho 
se fez mais presente no cotidiano. 
TENDÊNCIAS INOVADORAS NA ATUAÇÃO EM PSICOPEDAGO-
GIA 
Sabemos que o psicopedagogo precisa estar em constante estudo e 
formação, para que ele consiga acompanhar as mudanças sociais 
que afetam diretamente o seu trabalho, pois lida com pessoas em 
formação. 
A atuação profissional do psicopedagogo está sendo influenciada 
por tendências inovadoras que vão se despertando de acordo com 
os movimentos que a sociedade faz com o adentrar da tecnologia 
em massa e de novos modelos para o desenvolvimento da apren-
dizagem, quebrando as barreiras que ainda existiam entre profes-
sor (sujeito que ensina) e aluno (sujeito que aprende), colocando 
ambos num mesmo nível de trabalho colaborativo na busca da 
aprendizagem exitosa. 
Mas será que a sociedade estava preparada para isso? 
A tendência contemporânea da Psicopedagogia busca a compreen-
são de alguns aspectos que antes talvez não fossem tratados com 
tanto zelo e como um fator influenciador, mas hoje percebe-se a 
sua importância para a compreensão da dinâmica que o processo 
ensino-aprendizagem está tomando. 
Não basta apenas identificar a dificuldade e traçar estratégias se 
antes não conhecermos que relação que o sujeito da aprendizagem 
estabelece com o conhecimento e o saber, percebemos que não de-
pende apenas do profissional se o ser aprendente não perceber a 
importância daquilo para sua vida, então conteúdos descontextu-
alizados que priorizam apenas a memorização caem por terra 
nesse momento e o ser aprendente necessita dialogar, discutir, ex-
pressar a sua opinião para que tenha algum sentido e a aprendiza-
gem se estabeleça. 
É necessário a construção de uma relação cordial entre professor 
e aluno como meio facilitador da aprendizagem e desta forma des-
construirmos a ideia de que o professor é o detentor do saber e o 
aluno deve ser aquele ser passivo que apenas recebe as informa-
ções sem questioná-las. Quando se constrói uma relação saudável 
entre professor e aluno é possível ver o estudante como um todo 
que tem sentimentos, opiniões, ideias e que carrega uma história 
de vida que precisa ser levada em consideração na busca do estí-
mulo para a aprendizagem. 
 
 
A principal contribuição da Psicopedagogia contemporânea está 
no modo de fazer o diagnóstico psicopedagógico: visa-se observar 
o potencial de aprendizagem do aluno e quais são as melhores con-
dições para um processo satisfatório de aprendizagem. 
(RUBINSTEIN, 2004, [s. p.]) 
O que percebemos hoje é que as instituições têm procurado a Psi-
copedagogia com o propósito de compreender, analisar e intervir 
nas práticas docentes e nas relações que se estabelecem dentro do 
ambiente institucional. Elas levam em consideração que a experi-
ência clínica e singular que o psicopedagogo desenvolve com o su-
jeito de maneira individualizada possa contribuir significativa-
mente para reverter ou diminuir o insucesso escolar. Como diz Ru-
binstein (2004) em seu artigo intitulado Rumos da psicopedagogia 
brasileira delineia-se, portanto, uma outra atuação do psicopeda-
gogo: intervir na escola, aproveitando a sua habilidade na escuta 
clínica. 
E diante de tudo isso não podíamos deixar de comentar sobre o 
excesso do uso da tecnologia na qual percebemos cada vez mais 
crianças e jovens imediatistas, ansiosos, que não sabem lidar com 
as próprias frustrações e que devido ao excesso de informação não 
conseguem estabelecer o que é relevante para o seu desenvolvi-
mento e o que é descartável. Temos então mais um papel de atua-
ção psicopedagógica, sendo formada objetivando o desenvolvi-
mento de competências necessárias para esses sujeitos que preci-
sam ser motivados para lidar com tudo isso, mas sabendo selecio-
nar o que é válido e o que oferece apenas conteúdo irrelevante 
para o seu desenvolvimento humano. 
VIDEOAULA 
Neste vídeo iremos analisar o uso da tecnologia no ambiente de 
aprendizagem relacionando os avanços e os desafios que surgem 
com a inserção deste recurso riquíssimo no ambiente escolar. 
Falaremos também sobre como a tecnologia, que é um meio muito 
eficaz na superação do insucesso escolar servindo como um bali-
zador para que possamos descobrir as potencialidades das pessoas 
que estão envolvidas no processo ensino-aprendizagem e 
desvelando muitos rótulos de dificuldades de aprendizagem que 
podem não serem reais e sim estarem envolvidas com o modo de 
ensinar e que dificulta a compreensão de determinados sujeitos. 
Saiba mais 
Como indicação de aprofundamento dos estudos recomendo a lei-
tura do artigo A atuação do psicopedagogo em relação à inovação 
no ambiente escolar: uma revisão sistemática integrativa. 
Para conhecer com maiores detalhes sobre a Psicopedagogia e suas 
áreas de atuação deixo aqui um artigo que descreve com uma lin-
guagem clara e explicativa, questões importantes sobre a atuação 
do profissional psicopedagogo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/601/a-atuacao-do-psicopedagogo-em-relacao-a-inovacao-no-ambiente-escolar--uma-revisao-sistematica-integrativa
https://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/601/a-atuacao-do-psicopedagogo-em-relacao-a-inovacao-no-ambiente-escolar--uma-revisao-sistematica-integrativa
https://www.getulio.ideau.com.br/wp-content/files_mf/a46e3d694f089c13044bc750c45c778d230_1.pdf
https://www.getulio.ideau.com.br/wp-content/files_mf/a46e3d694f089c13044bc750c45c778d230_1.pdf
UNIDADE 3 
A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO E A INTERDISCIPLINARI-
DADE 
118 minutos 
• Aula 1 - Avaliação e intervenção psicopedagógica clínica 
• Aula 2 - Avaliação e intervenção psicopedagócia institucional 
• Aula 3 - A psicopedagogia e a inclusão 
• Aula 4 - A atuação interdisciplinar em psicopedagogia 
• Referências 
 
UNIDADE 3 AULA 1 
AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLÍNICA 
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29 minutos 
 
INTRODUÇÃO 
Olá, estudante! 
Neste bloco estudaremos sobre as concepções de avaliação e inter-
venção psicopedagógica clínica; técnicas de avaliação em psicope-
dagogia clínica e modalidade de intervenção em psicopedagogia 
clínica. Vamos refletir sobre como diagnosticar um paciente que 
apresenta alguma dificuldade de aprendizagem e entender que no 
decorrer de todo este processo, a relação entre o profissional da 
Psicopedagogia, a família e a escola é extremamente valiosa! 
Não deixe de refletir sobre suas leituras e de compreender que vi-
vemos numa sociedade heterogênea. Como profissionais da educa-
ção, devemos sempre compreender o outro e mergulharmos nas 
diferentes formas de intervenção que auxiliem o paciente nesse 
processo. 
Bons estudos! 
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U3/index.html#aula1
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https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U3/index.html#referencias
PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA: AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO 
Antes de adentrarmos no assunto “avaliação”, cabe ressaltar que 
por mais que o psicopedagogo consiga realizar avaliações e inter-
venções psicopedagógicas, o profissional dessa área não está apto 
a emitir laudos. Na Psicopedagogia, a avaliação serve para levan-
tamento de hipóteses. Sampaio (2012) nos apresenta o objetivo da 
avaliação psicopedagógica clínica: identificar as causas dos blo-
queios que se apresentam nos sujeitos com dificuldades de apren-
dizagem. Podemos entender esses bloqueios como sintomas: baixo 
rendimento escolar, agitação, baixa concentração, agressividade, 
etc. Esses sintomas são os sinais de que algo não está indo bem com 
o sujeito. Fernandez (1991) ressalta que a avaliação diagnóstica dá 
suporte ao psicopedagogo, a fim de que o profissional consiga rea-
lizar os encaminhamentos necessários. 
A psicopedagogia é um campo multidisciplinar, com isso, temos di-
ferentes caminhos que podem ser percorridos a fim de obter a ava-
liação psicopedagógica. Destes, vamos estudar o modelo proposto 
por Weiss (1994). 
Maria Lúcia Weiss, em seu livro Psicopedagogia Clínica: uma visão 
diagnóstica aborda aspectos que remetem um sujeito ao fracasso 
escolar. Segue a sequência investigativa proposta por ela: 
1- Entrevista Familiar Exploratória Situacional (E.F.E.S): uma en-
trevista com a família e com o paciente, com duração aproximada 
de 50 minutos, que consiste em compreender as dimensões fami-
liar e escolar do paciente. 
2- Anamnese: coleta de dados significativos sobre a história de vida 
do paciente. 
3- Sessões Lúdicas centradas na aprendizagem (para crianças): co-
letar dados que trazem aspectos afetivos para a aprendizagem. 
4- Complementação com provas e testes: para que esse momento 
tenha eficácia, são necessárias 3 a 4 sessões, em que terão provas e 
testes para a avaliação psicopedagógica. 
5- Síntese Diagnóstica – Prognóstico: momento em que o psicope-
dagogo faz uma análise de toda a problemática levantada nos itens 
anteriores, com a finalidade de chegar a conclusão da situação. 
6- Devolução – Encaminhamentos: relato aos responsáveis e ao pa-
ciente a síntese obtida, juntamente com as orientações necessárias. 
Caso houver necessidade, nesse momento, é feito também o enca-
minhamento a outros profissionais. 
Após estudarmos sobre um dos vários métodos de avaliação psico-
pedagógica, é importante que conheçamos sobre a modalidade de 
intervenção em Psicopedagogia Clínica, que é o momento em que 
o psicopedagogo atua quando o paciente apresenta algum sintoma, 
a fim de gerar mudanças que auxiliem positivamente a rotina de 
quem receberá a assistência. 
Existem diferentes modalidades de intervenção, aqui iremos estu-
dar a Metodologia por meio de Projetos de Trabalho, de Barbosa 
(2003). 
Laura Monte Serrat Barbosa, em seu livro O projeto de trabalho: 
uma forma de atuação psicopedagógica, traz essa forma de inter-
venção que trabalha o cognitivo e cria situações que favorecem o 
desenvolvimento do paciente. As competências cognitivas do pro-
jeto de trabalho são: observação, atenção, planejamento, memória 
e avaliação. 
São etapas do projeto de trabalho: 
• Determinação da temática a ser estudada (a partir do interesse 
do paciente). 
• Definição de etapas: planejamento e organização das ações. 
•Apresentação dos resultados. 
• Estabelecimento de critérios de avaliação. 
• Avaliação das etapas de trabalho, com os devidos ajustes, 
quando necessário. 
• Fechamento, com proposta de produção final. 
Por meio dessa metodologia, desenvolve-se habilidades que pos-
sam interferir no processo de aprendizagem. É importante que o 
profissional esteja alinhado com seus objetivos, a fim de alcançar 
as expectativas do paciente. 
 
PRINCIPAIS CAUSAS DE PROCURA PELO PROFISSIONAL DA 
PSICOPEDAGOGIA 
A essa altura de seus estudos, você já deve imaginar que nas inter-
venções psicopedagógicas clínicas, com um paciente, conseguimos 
alcançar os objetivos quando ocorre uma parceria entre psicope-
dagogo, família do paciente e a escola. 
Considerando isso, é importante conhecermos as principais causas 
que levam os responsáveis a buscarem o apoio de um psicopeda-
gogo. Vale ressaltar que muitas vezes, os responsáveis já possuem 
algumas suspeitas, considerando relatos de professores ou até 
mesmo, encaminhamento médico. 
As maiores procuras pela consulta psicopedagógica são: 
• Transtorno de Matemática. 
• Transtorno da Leitura. 
• Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). 
• Transtorno do Espectro Autista. 
Existem outros transtornos, conforme o Manual Diagnóstico e Es-
tatístico de Transtornos Mentais (DSM-V). Iremos nos ater somente 
aos mais procurados. 
Transtorno de Matemática: conhecido como discalculia. O paci-
ente com esse transtorno apresenta dificuldades para domínio de 
cálculos e raciocínios lógicos. Em alguns casos, não reconhece nú-
meros e precisa contar nos dedos para associar o número à quan-
tidade. 
Transtorno de Leitura: conhecido como dislexia. O paciente com 
esse transtorno apresenta dificuldade ortográfica, muitas vezes, 
não conseguindo decodificar. A leitura é lenta e isolada. 
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): o paci-
ente com esse transtorno apresenta falta de atenção, impulsivi-
dade e hiperatividade. É facilmente distraído em suas tarefas, 
apresenta esquecimento em sua rotina, é agitado. Para um exitoso 
trabalho com esse paciente, é necessário desmistificar o conceito 
de “sem limites” ou “desatento”. Os responsáveis precisam estar ci-
entes de que o apoio e o entendimento nesses momentos são pri-
mordiais para o desenvolvimento do paciente. 
Transtorno do Espectro Autista (TEA): o paciente com TEA apre-
senta dificuldade linguística, comportamental e sociológica. Em al-
guns casos, é agressivo. 
Cabe salientar que não existem métodos prontos para solucionar 
essas situações. Ao profissional da Psicopedagogia, cabe realizar a 
intervenção, conforme o desenvolvimento do paciente vai aconte-
cendo, sempre estimulando que o contexto seja multidisciplinar. 
Tendo em vista o que estudamos até agora, sobre a importância da 
avaliação psicopedagógica, devemos salientar que o principal ob-
jetivo desta é identificar as dificuldades de aprendizagem do paci-
ente e os processos psicológicos que abarcam a compreensão de 
fala e escrita. Tendo o diagnóstico pronto, a atuação do profissional 
da Psicopedagogia passa a ter como objetivo principal a reaproxi-
mação do paciente no contexto escolar, auxiliando-o com novas 
perspectivas de interação, de forma que favoreça seu autodesen-
volvimento. 
Iniciamos este bloco, trazendo a reflexão sobre a parceria entre 
psicopedagogo, família do paciente e escola e finalizaremos nesse 
âmbito: o profissional da Psicopedagogia precisa de liberdade para 
entrar em contato com a escola do paciente, agendar reuniões para 
um diagnóstico preciso. Ouvir atentamente a escola é tão impor-
tante quanto ouvir os responsáveis. Essa junção fará com que o tra-
balho psicopedagógico tenha sensibilidade para compreender to-
dos os ambientes que cercam o paciente. 
AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA 
Diante do que estudamos até agora, podemos refletir sobre o dia a 
dia de um profissional da Psicopedagogia. Certo? Vamos analisar a 
situação a seguir: 
Na escola X, o aluno J., de nove anos de idade, apresenta dificulda-
des de interação social. Não gosta de brincar com outras crianças, 
enquanto a professora regente está ensinando algo, mesmo que de 
maneira lúdica, o aluno está distraído com suas pinturas no ca-
derno. A professora solicita ao aluno que guarde o caderno e preste 
atenção na aula, mas ele não atende o solicitado pela professora e 
fica agressivo, jogando seus pertences no chão. 
A educadorasolicita à coordenação da escola que entre em contato 
com os responsáveis da criança para uma reunião. 
Ao iniciar a reunião, a professora inicia suas falas destinadas ao 
aluno: desatento, desobediente, só faz o que quer, não brinca com 
ninguém. A coordenação da escola, por sua vez, orienta os respon-
sáveis a irem em busca de um profissional da Psicopedagogia, a fim 
de investigar as causas que levam J. a se portar como tem se por-
tado. 
Ao consultar, o psicopedagogo inicia seu trabalho investigativo, 
com aplicação de técnica de avaliação. Faz uma longa entrevista 
com a família, incluindo dados sobre a rotina de J. e sobre sua sig-
nificativa história de vida. Feito isso, o psicopedagogo inicia o tra-
balho lúdico nas sessões, desafiando J. com jogos, verificando como 
J. reage a diferentes formas de aprendizagem. Cabe salientar que 
esse momento pode ser realizado em mais sessões e cabe também 
como um teste. 
Após esses momentos, o psicopedagogo observou que J. sente-se 
atraído por atividades que envolvam músicas. Quando as ativida-
des não são com o que J. sente-se atraído, este demonstra carência 
de interesse e agressividade. 
Feita a síntese diagnóstica, o profissional da Psicopedagogia entra 
em contato com a escola. Em conversa com a professora, esclarece 
todos os sintomas de Déficit de Atenção e Hiperatividade e Trans-
torno de Espectro Autista: J. apresenta comportamentos que tra-
zem indícios a esses prognósticos. Sugere também que a professora 
tenha mais cuidado com palavras taxativas e auxilie a família 
nesse processo. 
O diálogo e a parceria entre o profissional da Psicopedagogia e o 
professor é imprescindível nesse momento, a fim de realizar inter-
venções que facilitem o desenvolvimento do paciente. 
O profissional da Psicopedagogia faz a devolutiva aos responsá-
veis, trazendo à tona todas as características do TDAH e do Trans-
torno do Espectro Autista e orienta-os de buscarem um neurolo-
gista, a fim de uma investigação mais aprofundada, com laudo mé-
dico. 
A situação descrita serve para que você reflita sobre a atuação do 
profissional da Psicopedagogia. Não esqueça que não podemos for-
necer laudos médicos, mas podemos levantar diagnósticos e auxi-
liar no desenvolvimento do paciente. Caso tenhamos suspeitas, 
precisamos solicitar à família que busque um profissional que 
possa emitir o laudo médico. 
VÍDEO RESUMO 
Olá, estudante! Tudo bem? 
Nesta aula você conhecerá sobre as principais causas de dificul-
dade de aprendizagem que fazem parte do cotidiano escolar. Você 
aprenderá como realizar um diagnóstico e conseguirá perceber 
que existem diferentes formas de intervenção para que o desen-
volvimento do paciente ocorra de forma exitosa, com a parceria 
entre profissional da Psicopedagogia, escola e família. 
 
Saiba mais 
Dicas de ensino para crianças e adultos com autismo. 
Autora: Temple Grandin – PhD. 
Tradução: Kathia (Delegada Regional e Funcionária da APAE - Be-
tim/MG). 
 
 
 
 
 
http://www.autismoevida.org.br/p/inclusao.html
UNIDADE 3 Aula 2 
AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓCIA INSTITUCIO-
NAL 
A partir de agora, você irá estudar sobre um campo de trabalho em 
que a contribuição do psicopedagogo é valiosa. 
29 minutos 
 
INTRODUÇÃO 
Olá, estudante! 
A partir de agora, você irá estudar sobre um campo de trabalho em 
que a contribuição do psicopedagogo é valiosa: a psicopedagogia 
institucional. Seus saberes são essenciais para o desenvolvimento 
de uma instituição e dos sujeitos que nela atuam. Neste bloco, você 
irá estudar sobre concepções de avaliação e intervenção psicope-
dagógica institucional, bem como técnicas de avaliação e modali-
dade de intervenção na área. 
Com o objetivo de mergulhar nos conhecimentos psicopedagógicos 
institucionais, iremos apropriar-nos de conceitos e práticas de atu-
ação no campo das organizações. 
Desejo que você tenha um ótimo aprendizado e continue em busca 
de novos conhecimentos! 
 
PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL: ÁREA DE ATUAÇÃO 
Estudaremos agora sobre as teorias que abarcam a avaliação e in-
tervenção psicopedagógica institucional. 
Até aqui, decerto, você já compreendeu sobre o papel de um psico-
pedagogo, não é mesmo? Sendo assim, iniciaremos nossos estudos 
com o conceito de psicopedagogia institucional, que acaba sendo 
mais ampla que a psicopedagogia clínica, pois pode-se atuar em di-
versas áreas institucionais. A psicopedagogia institucional traba-
lha com o grupo e com os formadores deste grupo. Exemplo: se 
você trabalhar numa instituição escolar, sua atuação, enquanto 
profissional da Psicopedagogia, será diretamente ligada à equipe 
profissional, você será o profissional que atuará com a formação 
desse grupo de trabalho. Logo, você irá atingir toda a instituição, 
pois executará a formação da equipe e isso irá se refletir nos estu-
dantes. 
Cabe salientar que, quando utilizamos o termo instituição, este se 
aplica a: escolas, hospitais, centros de saúde, organizações empre-
sariais e organizações não-governamentais. 
Dentro dessas instituições existem processos educacionais e orga-
nizacionais. Ao profissional da psicopedagogia institucional com-
pete analisar o que está havendo dentro desses processos, que a 
aprendizagem não está sendo significativa – sintoma do grupo – e 
realizar o diagnóstico e a intervenção na causa do sintoma do 
grupo. 
Para estudarmos com mais profundidade, iremos nos ater aos es-
tudos de Maria Lúcia Lemme Weiss. 
Para Weiss (1994), psicopedagogia institucional apresenta três ver-
tentes diferentes: 
Primeira vertente: o psicopedagogo atua com assessoria psicope-
dagógica, realizando a escuta e o diálogo sobre a instituição com os 
profissionais atuantes. Assim, a autora afirma que seu trabalho 
será diagnosticar, compreender e analisar as práticas institucio-
nais e suas relações com a aprendizagem. Juntamente com os de-
mais profissionais da instituição, construiriam novas práticas para 
melhor aprendizagem. 
Segunda vertente: o psicopedagogo institucional precisa atuar em 
âmbitos que trazem suporte pedagógico e/ou clínico realizado na 
instituição, juntamente com apoio da equipe de profissionais que 
ali atuam. 
Terceira vertente: o trabalho de um psicopedagogo institucional 
deve ser preventivo no que tange a problemas de aprendizagem. 
Aqui, precisamos compreender que a instituição é a solução e não 
o problema e, o responsável por efetivar tal compreensão, é o psi-
copedagogo institucional. 
Ao psicopedagogo institucional, compete colaborar com o ambi-
ente da instituição de forma que este se torne um espaço de cons-
trução de conhecimento. Assim, o profissional da psicopedagogia 
institucional pode contribuir com projetos pedagógicos que englo-
bem três questões: o que ensinar, como ensinar e para quê ensinar. 
A seguir, trago algumas reflexões sobre diagnóstico e intervenção 
no que tange à psicopedagogia institucional. Não trago um modelo 
pronto, pois o psicopedagogo institucional precisa saber renunciar 
a este e compreender que existem sempre novas formas de busca 
de conhecimento e intervenção, fazendo deste profissional, um 
eterno pesquisador, pois aprender e ensinar deve fazer parte de 
sua rotina de atuação, que deve ter a incumbência para executar 
as intervenções necessárias, a fim de solucionar as problemáticas 
encontradas. 
REFLEXÕES SOBRE DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO PSICOPE-
DAGÓGICA INSTITUCIONAL 
É fundamental que uma instituição tenha uma equipe que trabalhe 
de forma cooperativa, sendo assim, as instituições precisam for-
mar os profissionais que nela atuam, sempre analisando críticas e 
sugestões que possam vir a valorizar o trabalho da equipe. Cabe 
aqui salientar que ambientes com excesso de competitividade e 
hostilidade entre a equipe pode causar dificuldades para a apren-
dizagem das competências, pois acaba influenciando nos talentos 
que poderiam auxiliar a instituição como um todo. 
A análise psicopedagógica institucional atua com a prevenção, de-
tecção e intervenção dessas questões de aprendizagem,que aca-
bam por refletir nos objetivos da instituição e até mesmo, na qua-
lidade de vida dos profissionais que nela atuam. 
No campo profissional há constantes mudanças e elas, quando não 
há engajamento de equipe, geram incertezas, angústias e, em al-
guns casos, conflitos. Caso os profissionais da instituição tenham 
resiliência, tais mudanças podem gerar transformações no ambi-
ente. Por isso, é fundamental que os profissionais das instituições 
se adequem às novas formas de trabalho. Encontrar falta de resili-
ência é algo comum no diagnóstico de um psicopedagogo 
institucional, que é o profissional que faz a mediação desses pro-
cessos, auxiliando na aprendizagem dos colaboradores. Lembre-se 
que a Psicopedagogia é uma ciência que trabalha com o ato de 
aprender, acreditando que a aprendizagem proporciona novos es-
paços para o sujeito, favorecendo novas competências para que ele 
atue conforme as necessidades que o cercam. 
Vamos refletir sobre diagnóstico e intervenção, fundamentando-
nos em Carvalho (2006), que aborda três áreas que devem ser 
analisadas para um diagnóstico preciso: análise da empresa, aná-
lise das tarefas e análise psicológica do colaborador. Abordarei 
cada uma delas, a seguir: 
• Análise da empresa: deve indicar os segmentos onde se faz ne-
cessária a intervenção. 
• Análise das tarefas: deve indicar em quê e como o profissional 
da instituição realiza seu trabalho. 
• Análise psicológica dos colaboradores: deve indicar quais as 
competências são exercidas pelos colaboradores dentro da insti-
tuição. 
Carvalho (2006) ainda complementa que algumas perguntas de-
vem ser respondidas no diagnóstico, a fim de nortear as interven-
ções futuras. São elas: 
• Quem está necessitando de formação? 
• Em que setor há urgência de formação? 
• Que tipo de formação é necessária? 
Feito o diagnóstico, o psicopedagogo institucional inicia o plano 
de ação (ou plano de intervenção). Nesse plano, Carvalho (2006) 
traz as finalidades que devem conter: 
• Estabelecimento de procedimentos, com métodos de formação 
padronizados. 
• Definição orçamentária da formação, caso houver necessidade 
de recursos financeiros. 
• Programação da intervenção, com sequências e prioridades. 
• Esclarecimento quanto ao objetivo da intervenção, inclusive es-
tabelecendo os resultados desejados. 
Para que o trabalho tenha eficácia, a todo o momento, o profissio-
nal da psicopedagogia institucional precisa ter clareza de seus 
maiores objetivos: proporcionar aos profissionais da instituição 
novas oportunidades de reconstruir conceitos como trabalho em 
equipe, criatividade e autonomia nas competências. 
ANÁLISE, DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA 
INSTITUCIONAL 
Conseguimos refletir acerca da atuação do psicopedagogo institu-
cional. Que tal, agora, analisarmos uma situação fictícia, porém co-
mum em algumas instituições escolares? Cabe salientar que pode-
ria aqui citar inúmeros exemplos de diversas instituições, mas va-
mos nos ater ao exemplo de uma instituição escolar. 
A aluna Maria, de 14 anos, iniciou seus estudos na escola X. A es-
cola X é uma instituição municipal e conta com profissionais como: 
coordenação pedagógica, equipe docente, direção, secretaria esco-
lar, serviços gerais (merenda, limpeza e portaria). 
Maria apresentava boas notas de outra instituição escolar. Cabe sa-
lientar que foi transferida no meio do ano, com início dos estudos 
na escola X no segundo semestre. Sua família resolve buscar apoio 
da escola, pois percebe que Maria não demonstra mais o mesmo 
interesse pelos estudos, as primeiras avaliações não foram exitosas 
e tem apresentado comportamentos rebeldes, a fim de não fre-
quentar as aulas. 
A direção da escola executa esse atendimento sozinha, alegando 
que a estudante está rebelde pela mudança de escola e pelos pro-
blemas que possui em casa e que nada pode fazer a respeito. 
Mas, assim como o caso de Maria, a escola X possui um grande nú-
mero de alunos que não cumprem com os objetivos de ensino e 
aprendizagem propostos pelos docentes, chegam atrasados e mui-
tos ainda são encaminhados para o órgão responsável, por não fre-
quentarem à escola regularmente. 
Observando a situação, o Secretário de Educação do município 
encaminha um psicopedagogo institucional para realizar um di-
agnóstico. Nesse diagnóstico, o profissional conseguiu identificar: 
• Carência de diálogo da direção escolar com a coordenação esco-
lar: podemos perceber que no caso do atendimento à família, a 
direção escolar não encaminhou para a coordenação. 
• Dificuldade para analisar a equipe e investigar situações: em ne-
nhum momento, os professores são questionados sobre seus alu-
nos e suas aulas. Seus planejamentos são entregues à coordena-
ção somente para cumprimentos burocráticos. 
• Equipe desunida e desmotivada: os professores demonstram 
cansaço e se queixam do excesso de trabalho. 
Cito aqui apenas alguns diagnósticos identificados, mas com a si-
tuação de Maria, outros diagnósticos poderiam surgir. Faça uma 
reflexão a respeito de possíveis causas para os acontecimentos re-
latados. 
Considerando tais análises, o psicopedagogo institucional inicia 
seu plano de intervenção. Sendo resumido com os seguintes obje-
tivos: 
• Promover a união da equipe, por meio de dinâmicas que incenti-
vem diálogos abertos. 
• Conscientizar a equipe gestora (direção e coordenação escolar) 
que seu trabalho precisa ser em conjunto. 
• Demonstrar à equipe gestora diferentes formas de avaliar o de-
sempenho da equipe de profissionais atuantes na escola, pro-
pondo rotinas de feedbacks a fim de solucionar os sintomas exis-
tentes. 
• Em conjunto com todo o corpo docente, criar estratégias para 
que a escola consiga reverter o índice de evasão de alunos. 
Repare que poderíamos extrair diversos objetivos para esse plano 
de intervenção. Observe também, que com esse plano de inter-
venção, mudanças ocorreriam com os alunos também, mesmo 
que o profissional da Psicopedagogia não atue diretamente com 
eles. Agora, faça uma reflexão sobre alguns objetivos que aqui po-
deriam ser inseridos. 
Você percebeu que é solicitado que reflita sobre o diagnóstico e a 
intervenção? Essa provocação foi realizada para que você, caro es-
tudante, compreenda que não há um modelo engessado. Ao profis-
sional da psicopedagogia institucional compete analisar os sinto-
mas e intervir com um trabalho de desconstrução de identidades 
já formadas. 
VÍDEO RESUMO 
Mais do que uma introdução a este bloco, eu convido você a fazer 
uma viagem. Viagem esta que iremos percorrer os caminhos da 
psicopedagogia institucional, uma área multidisciplinar que re-
quer imprevisibilidade e novos aprendizados. Dizem que depois 
de uma viagem, não somos mais os mesmos, que mudanças acon-
tecem e nos transformam! 
Vamos lá? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE 3 Aula 3 
A PSICOPEDAGOGIA E A INCLUSÃO 
Querido estudante, há pouco tempo, mal ouvíamos falar sobre pes-
soas com deficiência e, hoje, graças à ciência, temos uma mudança 
nesse cenário. 
 
INTRODUÇÃO 
Querido estudante, há pouco tempo, mal ouvíamos falar sobre pes-
soas com deficiência e, hoje, graças à ciência, temos uma mudança 
nesse cenário. Por isso, precisamos sempre aprofundar nossos es-
tudos científicos. Sendo assim, nesta aula, você conhecerá as leis 
que regem a educação especial e inclusiva e estudará a respeito da 
inclusão escolar. Diretrizes para a educação inclusiva farão parte 
de seus estudos, além da relação entre a psicopedagogia especial e 
inclusiva. 
Você refletirá que é comum vivenciarmos, na rotina das institui-
ções escolares, dificuldades para que a educação especial inclusiva 
seja implantada. 
Que tal mergulharmos juntos nesse conhecimento e fazermos a di-
ferença nesse cenário? 
Bons estudos! 
DIRETRIZES PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
Para darmos início aos nossos estudos, é necessário que se compre-
endam sobre algumas legislações que regem a educação especial, 
para que você consiga ficar por dentro das diretrizesda educação 
inclusiva. Cabe salientar que, sempre que há um estudo sobre le-
gislação, há recortes de textos que acreditamos serem pertinentes 
para que você compreenda o contexto. Entretanto, é extrema-
mente válido que você busque a legislação na íntegra e faça uma 
leitura minuciosa, pois todo o profissional, independentemente da 
área, precisa conhecer a legislação que ampara sua profissão. 
Em 1994, tivemos a Declaração de Salamanca, uma Conferência 
Mundial de Necessidades Educativas Especiais, que aconteceu na 
cidade de Salamanca, na Espanha, realizada pela Unesco. Seu ob-
jetivo foi discutir sobre a carência de acessibilidade a todos os es-
tudantes nas instituições escolares. 
Segundo o art. 58 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação – LDB), a educação especial é “a 
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na 
rede regular de ensino para educandos com deficiência, transtor-
nos globais de desenvolvimento e altas habilidades ou superdota-
ção” (BRASIL, 1996, [s. p.]). 
Somente em 2015 foi consolidada, no Brasil, a Lei Brasileira de In-
clusão (LBI) – Lei nº 13.146 –, que tem como finalidade principal 
“assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos 
direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, 
visando à inclusão social e à cidadania” (BRASIL, 2015, [s. p.]). 
Com a LBI em vigor, consegue-se estabelecer a prevenção de dis-
criminação contra os deficientes, além de deixar claro que não é 
permitido que as escolas recusem a matrícula de alunos deficien-
tes, bem como deixá-los sem a acessibilidade que eles necessitam 
para que participem do cotidiano escolar. 
Tendo conhecimento sobre a legislação, trataremos, agora, sobre o 
profissional da psicopedagogia e a sua relação com a educação es-
pecial e inclusiva. Para isso, faz-se necessário que conheçamos a 
contribuição de Vygotsky (1997), com os fundamentos da defecto-
logia, que estão presentes em Obras escogidas. 
Vygotsky estudou crianças com problemas (defeitos) intelectuais e 
físicos. Dentre elas, surdos, cegos e deficientes intelectuais. Para o 
autor, existiam dois tipos de deficiência: primária e secundária. 
A deficiência primária era relacionada a lesões e malformações, 
caracterizada como biológica e apresentava características físicas 
no indivíduo. Já a deficiência secundária era caracterizada como 
orgânica e relacionada ao desenvolvimento do indivíduo nas inte-
rações sociais e culturais em seu entorno. 
Graças a esses estudos de Vygotsky, novas formas de analisar as 
pessoas com deficiência se fizeram presentes, pois, para ele, os su-
jeitos se desenvolvem na interação e nos estímulos, pois são consi-
derados as experiências destes e seus contextos sociais e familia-
res, que acabam por produzir a personalidade de cada um. 
Até os dias atuais, estudiosos da área fundamentam seus trabalhos 
com essas escrituras de Vygotsky. 
ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO COM EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
Tendo conhecimento das leis que regem a educação especial e in-
clusiva, podemos aprofundar nossos estudos, porém, antes de dar-
mos continuidade, é importante lembrarmos que cada ser humano 
é um, mesmo que o diagnóstico seja o mesmo, sendo assim, o olhar 
atento a cada paciente se torna imprescindível. 
Aos profissionais da psicopedagogia, compete levar novas possibi-
lidades pedagógicas aos sujeitos, além de pesquisar sobre as espe-
cificidades que contribuem para a promoção do conhecimento so-
bre a inclusão destes na sociedade. Sendo assim, é importante que 
o profissional da psicopedagogia tenha sensibilidade na sua rotina, 
pois a relação psicopedagogo e paciente implica a construção de 
um trabalho em rede, que engloba: instituição escolar, psicopeda-
gogo, paciente e família. 
Para que o trabalho do psicopedagogo tenha eficácia, o primeiro 
ponto a ser analisado e estudado é a acessibilidade, pois, caso não 
seja contemplada, não haverá inclusão social. 
Em nosso dia a dia, deparamo-nos com muitos problemas de aces-
sibilidade. Como profissionais que atuam com educação especial, 
essa consciência deve sempre existir, para que a participação dos 
deficientes na sociedade não se torne mais debilitada do que já é. 
Sassaki (2009) nos apresenta seis dimensões da acessibilidade. 
São elas: 
• Acessibilidade arquitetônica: quando não há impedimentos fí-
sicos para circulação de deficientes em locais públicos ou priva-
dos. 
• Acessibilidade comunicacional: quando não há barreiras que 
dificultem a comunicação interpessoal. 
• Acessibilidade metodológica: quando não há impedimentos 
para os métodos de estudo. 
• Acessibilidade instrumental: quando não há impedimento nos 
instrumentos e nas ferramentas. 
• Acessibilidade programática: quando as barreiras nas políti-
cas públicas são eliminadas. 
• Acessibilidade atitudinal: quando não há atitudes discrimina-
tórias. 
A acessibilidade possibilita a inclusão de todos e deve ser univer-
sal. Compreender essa dimensão auxiliará na atuação do psicope-
dagogo na diversidade, promovendo práticas pedagógicas para 
todos e sensibilidade às diferenças individuais. 
Sobre essas práticas pedagógicas, cabe estudarmos também sobre 
as práticas psicopedagógicas na educação inclusiva. Para aden-
trarmos nesse assunto, lembre-se de que não estamos lidando 
com uma área de exatas, em que existem fórmulas precisas para 
solucionar determinadas questões. Quando lidamos com seres hu-
manos, devemos sempre lembrar-nos de que cada sujeito é um, 
tendo as suas demandas, conforme a sua realidade. Sendo assim, 
apresentamos apenas reflexões que devem servir de apoio ao 
profissional, quando planejar sua intervenção: 
• Adapte recursos didático-pedagógicos, conforme dificuldade do 
paciente. 
• Estimule sempre a participação nas atividades com colegas e fa-
miliares, porém respeite o tempo de aprendizagem. 
• Lembre-se de analisar se, apesar de o paciente não se comuni-
car, ele compreende o que você está orientando. 
• Regras de convivência não devem ser extintas de serem traba-
lhadas. 
• Antes de qualquer atividade, é importante explicar para o paci-
ente o que será feito. 
• Elogios devem sempre fazer parte desse processo, mesmo que o 
paciente não atinja o objetivo planejado. Lembre-se: ele está evo-
luindo gradativamente. 
A DIFICULDADE DE INCLUSÃO 
Vamos refletir juntos sobre tudo o que estudamos até aqui? Não se 
esqueça de que, além desse material, você pode pesquisar em 
nossa biblioteca, a fim de aprofundar suas reflexões. 
Numa escola municipal, de ensino fundamental I, a demanda com 
alunos especiais tem crescido a cada dia. Com apenas dez turmas, 
sendo cinco no período matutino e cinco no período vespertino, a 
escola possui uma média de dois a três alunos especiais por turma, 
em sua maioria, autistas. 
Quando há barulho, alguns dos alunos especiais entram em crise, 
ficando agressivos. Outros não gostam de socializar com os demais, 
enquanto outros apresentam movimentos repetitivos com excesso 
na aula (por exemplo, palmas), de forma que os colegas de sala se 
dispersam facilmente. Além disso, alguns alunos são isolados em 
outras salas, com a intenção de não “atrapalharem” a aprendiza-
gem dos demais colegas de classe. Com todos esses fatores, alguns 
professores começaram a demonstrar inquietude, queixando-se 
das situações e solicitando ajuda da coordenação pedagógica, pois, 
mesmo com a professora de educação especial, eles não estavam 
conseguindo contornar essas situações. 
Sendo assim, a direção escolar percebeu a necessidade de uma for-
mação pedagógica com um profissional de psicopedagogia, a fim 
de mostrar caminhos para que esses alunos estejam incluídos na 
escola. 
O psicopedagogo agendou uma reunião com toda a equipe, le-
vando conceitos e legislações que tratam sobre a igualdade de di-
reitos e oportunidades de desenvolvimento individual, afirmando 
que a escola se torna inclusiva quando esses itens estão assegura-
dos. Explicou também que, para que a inclusão se torneeficaz, 
deve haver mobilização de toda a comunidade escolar, pois todos 
são pertencentes àquele espaço. 
Antes de iniciar seu trabalho, o psicopedagogo fez um diagnóstico 
e, nesse dia, apresentou seu plano de intervenção, que apresen-
tava objetivos que reduziriam as queixas: 
• Sobre os barulhos: alunos autistas costumam ter a audição 
aguçada, logo é comum que entrem em crise quando há ba-
rulhos que fogem da rotina. Sendo assim, o primeiro passo é 
conscientizar os colegas de sala a respeito disso, a fim de 
que estes saibam conviver com as limitações dos colegas au-
tistas. 
• Sobre a socialização: alunos autistas possuem dificuldade de 
interação social. É um processo de conquista e afeto, que 
deve ser inserido diariamente na sua rotina. 
• Sobre os movimentos repetitivos: chama-se estereotipia e 
comumente acontece quando o aluno recebe excesso de estí-
mulo e precisa de mediação para auxiliar no controle. O psi-
copedagogo orientou que não há necessidade de retirar a es-
tereotipia, mas reduzi-la, a ponto de que não dificulte o 
aprendizado de quem convive no ambiente. Orientou tam-
bém que converse com os estudantes a respeito. 
• Sobre isolar os alunos em outra sala: o psicopedagogo vetou 
essa prática e orientou que isso é uma prática de exclusão. A 
inclusão ocorre quando o aluno é inserido na sociedade de 
forma igualitária. 
 
Querido estudante, você consegue refletir sobre a atuação e orien-
tação do psicopedagogo para a instituição escolar e associar a 
tudo o que vimos até aqui? Espero que você tenha percebido que 
a escola inclusiva é local de respeito e de pertencimento. 
VÍDEO RESUMO 
Prezado aluno, os conteúdos disponibilizados nesse material objetivam construir novos 
conhecimentos, por meio de reflexões voltadas às práticas pedagógicas e às particularida-
des do processo de ensino-aprendizagem na educação especial inclusiva. Podemos falar 
de inclusão quando, de fato, houver compreensão e respeito às diferenças que cotidiana-
mente estão inseridas no espaço escolar. Desejo uma boa jornada a todos! 
Saiba mais 
Você já ouviu falar em Temple Grandin? É uma mulher diagnosticada com autismo, que 
tem sua história contada em um filme. Ela escreveu algumas dicas sobre o transtorno. A 
matéria está disponível no site do Instituto Autismo e Vida. 
 
 
http://www.autismoevida.org.br/p/inclusao.html
UNIDADE 3 Aula 4 
 
A ATUAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM PSICOPEDAGOGIA 
Caro aluno, seja bem-vindo a mais um estudo a respeito da atuação 
do profissional da psicopedagogia e suas contribuições para o ensino 
e a aprendizagem. 
28 minutos 
 
INTRODUÇÃO 
Caro aluno, seja bem-vindo a mais um estudo a respeito da atuação 
do profissional da psicopedagogia e suas contribuições para o en-
sino e a aprendizagem. 
Estudaremos, no primeiro momento, sobre o conceito de interdis-
ciplinaridade e o conceito de equipe multidisciplinar, e no segundo 
momento, sobre o papel do psicopedagogo em equipes multidisci-
plinares. Tudo isso com o objetivo de ampliar seus conhecimentos 
a respeito da atuação deste profissional, no que tange ao desenvol-
vimento de ensino-aprendizagem. 
Desejo a você um excelente trabalho e que tire o máximo proveito 
dos assuntos aqui tratados. Estimo ótimos estudos e sucesso na sua 
trajetória acadêmica e profissional! 
A INTERDISCIPLINARIDADE E A MULTIDISCIPLINARIDADE 
Caro aluno, certamente, você já ouviu falar sobre os termos “inter-
disciplinaridade” e “multidisciplinaridade, certo? Mas, você sabe-
ria explicar a alguém sobre esses conceitos? Vamos estudar mais a 
respeito? 
Iniciaremos nossos estudos através do conceito de interdisciplina-
ridade. 
Interdisciplinaridade “deriva da palavra primitiva disciplinar (que 
diz respeito à disciplina), por prefixação (inter – ação recíproca co-
mum) e sufixação (dade – qualidade, estado ou resultado da ação)” 
(ANDRADE, 1998, p.143). 
Devemos considerar que muito falamos sobre o termo e que exis-
tem várias definições a respeito. Considerando a definição de An-
drade (1998), podemos afirmar que a interdisciplinaridade acon-
tece quando os conhecimentos de outras disciplinas podem ser uti-
lizados em diversas áreas do conhecimento, ocorrendo aí uma in-
teração entre disciplinas. Digamos que, através do ensino interdis-
ciplinar, se aprende sobre um assunto, com diversas perspectivas, 
mas lembre-se: não é de maneira linear, é sempre interdisciplinar, 
estabelecendo conexões com diversas redes de conhecimentos. 
Japiassu (1976, p. 74) afirma que a “interdisciplinaridade caracte-
riza-se pela intensidade das trocas entre os especialistas e pelo 
grau de interação real das disciplinas no interior de um mesmo 
projeto de pesquisa”. Sendo assim, é importante que o professor se 
aproprie de conceitos de outras disciplinas, a fim de aprofundar os 
conceitos da sua própria disciplina, pois há cooperação entre essas 
disciplinas, tendo assim, uma ação coordenada. 
Agora que você já conseguiu visualizar os conceitos básicos de in-
terdisciplinaridade, vamos conhecer mais a respeito do termo 
“multidisciplinaridade”? 
Para Japiassu (1976), multidisciplinaridade nada mais é que um 
conjunto de disciplinas, sem cooperação entre elas, apenas discu-
tindo sobre um determinado tema comum. As disciplinas acabam 
se mantendo fixas, não havendo preocupação de interligá-las entre 
si. 
Nogueira (2001, p. 189) afirma que na multidisciplinaridade “não 
existe nenhuma relação entre as disciplinas, assim como todas es-
tariam no mesmo nível, sem a prática de um trabalho coopera-
tivo”. Sendo assim, podemos afirmar que as disciplinas estudam 
perto, mas não juntas, sendo uma ideia de justaposição, ou seja, há 
uma temática comum, mas não há relação entre as disciplinas. 
Para Domingues (2005), existem algumas características que po-
dem ser elencadas, quando o assunto é multidisciplinaridade: 
 
 
a) aproximação de diferentes disciplinas para a solução de proble-
mas específicos; 
b) diversidade de metodologias: cada disciplina fica com a sua me-
todologia; 
c) os campos disciplinares, embora cooperem, guardam suas fron-
teiras e ficam imunes ao contato. 
 (DOMINGUES, 2005, p. 22) 
Caro estudante, com base nas leituras realizadas até aqui, você 
consegue distinguir e relacionar os termos interdisciplinaridade e 
multidisciplinaridade? 
Na interdisciplinaridade, o professor tem domínio do conteúdo de 
sua disciplina e busca outras disciplinas, a fim de explorar mais a 
respeito do assunto tratado. Já na multidisciplinaridade, há um 
único assunto, sendo trabalhado em todas as disciplinas, sem in-
terligação entre elas. 
Agora que compreendemos ambos os conceitos, conseguimos re-
fletir sobre a atuação do profissional da psicopedagogia. Vamos em 
frente! 
A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO FRENTE À EQUIPE MULTI-
DISCIPLINAR 
Querido aluno, nesse bloco, temos o objetivo de compreender so-
bre a atuação do psicopedagogo frente à equipe multidisciplinar. 
Para isso, você estudou os conceitos de interdisciplinaridade e mul-
tidisciplinaridade. 
Agora, refletiremos sobre a inter-relação desses conceitos na atua-
ção do profissional da psicopedagogia. 
O trabalho do profissional da psicopedagogia está cada vez mais 
requisitado, tendo em vista que seu trabalho é fundamental no au-
xílio com dificuldades e transtornos de aprendizagem. Diante do 
que estudamos até agora, pudemos perceber que existem áreas 
multidisciplinares de atuação desse profissional: instituições, clíni-
cas, empresas, hospitais e ONGs. 
Cabe salientar que o profissional da psicopedagogia atua também 
no contexto familiar, realizando diagnósticos e intervenções sobre 
os fatores que possam influenciar nas dificuldades do paciente. 
Todo o contexto citado é tratado pelo profissional da psicopedago-
gia, junto ao apoio de uma equipe multidisciplinar. Tal equipe não 
atua com situações isoladas, mas, sim, de maneira coletiva, envol-
vendo todas as especialidades, para que, assim, consigam fazer 
uma análise individual do paciente, partindo-se de suas respecti-
vasConforme observaram Ventura, Gagliardi e Moscoloni (2012), 
o primeiro curso universitário de Psicopedagogia é fundado na Ar-
gentina em 1956 de forma pioneira em toda a América do Sul, tal 
qual é possível observar pelo seu desenvolvimento no campo aca-
dêmico brasileiro na década de 1970 ou no Chile em 1981. 
Como mostra Bossa (2019), na Argentina a atuação psicope-
dagógica ocorre em duas áreas principais: educação e saúde, em 
que na primeira busca-se combater o chamado fracasso escolar, 
levando em conta tanto a instituição de ensino quanto o sujeito, 
trabalhando com professores, planos escolares, sendo habilitados 
a utilizar uma série de testes, que no Brasil são de uso exclusivo de 
habilitados em Psicologia. Já na área da saúde, os psicopedagogos 
trabalham em clínicas, hospitais, fazem diagnósticos, reconhe-
cendo e atuando sobre alterações da aprendizagem. 
Conforme afirmamos, a Argentina exerceu uma grande in-
fluência no desenvolvimento da Psicopedagogia na comunidade 
universitária brasileira, especialmente a partir dos anos 1960, 
sendo recebida tanto a partir de exilados políticos (RAMOS, 2007) 
quanto pesquisadores argentinos que vinham para o Brasil parti-
cipar de conferências, como o caso do célebre professor Julio Ber-
naldo de Quirós (BOSSA, 2019). 
Conforme mostra Portella (2005), embora tenhamos um his-
tórico desde a década de 1950 no Brasil e, em especial no Rio 
Grande do Sul, de colaborações entre áreas da Psicologia/Medicina 
e Educação, é na década de 1970 que passam a ser oferecidos cur-
sos de Psicopedagogia propriamente ditos, seja através do curso de 
formação em “Psicopedagogia Terapêutica” (1971) – com carga de 
880h e 2 anos de duração, ou o Mestrado em “Aconselhamento Psi-
copedagógico” (1972) oferecido pela PUC/RS e a constituição do 
próprio “Centro Psicopedagógico” dirigido pelo renomado psiquia-
tra Dr. Nilo Fichtner. 
PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL 
Como pudemos observar, em um primeiro momento, houve 
sobretudo uma visão médico-pedagógica do trabalho psicopedagó-
gico, que patologizava as dificuldades de aprendizagem, buscando 
adequar os indivíduos às sociedades a que pertenciam. 
Neste viés, a Psicopedagogia no Brasil durante a década de 
1970 foi marcada pela atuação em disfunções neurológicas, parti-
cularmente pelo que se convencionou chamar de “DCM – Disfun-
ção Cerebral Mínima”, que acabou servindo como um rótulo, mui-
tas vezes indiscriminado, para um número de crianças e adoles-
centes que apresentavam dificuldades de aprendizagem. 
Conforme mostraram Rosa, Lopes e Carbello (2015), nesse pe-
ríodo o Brasil passava por um processo de democratização do en-
sino, observável pelo salto de matrículas na educação primária em 
1971 de 13 milhões para 22,5 milhões nos anos 1980, de modo que 
o rótulo do DCM foi, de fato, muito utilizado para ocultar a preca-
riedade da falta de políticas públicas para educação e planeja-
mento pedagógico das instituições de ensino, transferindo a res-
ponsabilidade dos problemas de aprendizagem às crianças e ado-
lescentes em termos biológicos e individuais. Firmava-se assim 
uma visão de dificuldades justificadas por fatores orgânicos. 
Nos dias de hoje ainda é muito comum que pais, professores, 
diretores e um grande número de adultos indiquem ou levem a cri-
ança ou adolescente, e muitos vezes o próprio adulto se direciona 
ao psicopedagogo em busca de algum diagnóstico de patologia que 
possa explicar – ou justificar – as dificuldades apresentadas por 
aquele indivíduo, tornando-se cada vez mais popular a utilização, 
antes de ser realizada a avaliação, do jargão médico, como, por 
exemplo, “distúrbios” ou “transtornos”, para classificá-los. 
A Psicopedagogia atual não busca mais patologizar as dificul-
dades de aprendizagem e problemas de comportamento ou “curar” 
os indivíduos, transformando-os em pessoas “normais”. Ao contrá-
rio, o papel do psicopedagogo na atualidade é de uma visão abran-
gente do sujeito e seu contexto, incluindo os fatores sociopolíticos 
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem e que dizem res-
peito também, conforme afirma Bossa (2019), às más condições de 
vida e subsistência da população escolar. 
Neste sentido, encontramos discussões desde a década de 
1980 (cf. BRANDÃO, 1983; PATTO, 1996) em que se tensiona o termo 
“dificuldade de aprendizagem” para “fracasso escolar”, de forma a 
repensar o foco do problema movendo-se exclusivamente de quem 
aprende, para o conjunto de políticas e planejamento de ensino, e 
analisar – em vez de diagnosticar – a relação entre o sujeito e seu 
desejo com o aprender. 
PSICOPEDAGOGIA ENQUANTO PROFISSÃO NO BRASIL 
O pioneirismo argentino em institucionalizar a Psicopedago-
gia sem uma discussão acadêmica maior sobre a formação dos pro-
fissionais apresenta-nos algumas situações distintas a depender de 
cada instituição de ensino superior. Por exemplo, enquanto é pos-
sível encontrar universidades argentinas em que a Psicopedagogia 
é, ela mesma, um curso de graduação, em outras instituições, como 
a Universidade de Buenos Aires, a Psicopedagogia é, desde 1986, 
entendida apenas como uma especialização da Psicologia ou ainda 
uma das cinco orientações de carreira para as Ciências da Educa-
ção. 
No Brasil a formação em Psicopedagogia se dá tradicional-
mente em cursos de pós-graduação lato sensu. Nos últimos anos, a 
Psicopedagogia passou a ser oferecida também em cursos de gra-
duação, sobretudo em universidades particulares, contando a Uni-
versidade Federal da Paraíba como a única Instituição de Ensino 
Superior Pública a oferecê-la (Bacharelado). 
Ademais, o exercício da profissão passa atualmente pelos estágios 
finais do processo de regulamentação no Congresso Nacional atra-
vés do PLC 31/2010, que prevê: 
 
Art. 2º Poderão exercer a atividade de Psicopedagogia no País: 
 I – os portadores de diploma em curso de graduação em Psicope-
dagogia expedido por escolas ou instituições devidamente autori-
zadas ou credenciadas nos termos da legislação pertinente; 
 II – os portadores de diploma em Psicologia, Pedagogia, Fonoau-
diologia, ou Licenciatura que tenham concluído curso de especia-
lização em Psicopedagogia, com duração mínima de 600h horas e 
carga horária de 80% na especialidade 
III – os portadores de diploma de curso superior que já venham 
exercendo ou tenham exercido, comprovadamente atividades 
profissionais de psicopedagogia em entidade Pública ou Privada, 
até a data de publicação desta Lei. 
Assim como atribui aos seus profissionais: 
 
I - intervenção psicopedagógica, visando à solução dos problemas 
de aprendizagem, tendo por enfoque o indivíduo ou a instituição 
de ensino público ou privado ou outras instituições onde haja a 
sistematização do processo de aprendizagem na forma da lei; 
II - realização de diagnóstico e intervenção psicopedagógica, me-
diante a utilização de instrumentos e técnicas próprios de Psico-
pedagogia; 
III - utilização de métodos, técnicas e instrumentos psicopedagógi-
cos que tenham por finalidade a pesquisa, a prevenção, a avalia-
ção e a intervenção relacionadas com a aprendizagem; 
IV - consultoria e assessoria psicopedagógicas, objetivando a iden-
tificação, a compreensão e a análise dos problemas no processo 
de aprendizagem; 
V - apoio psicopedagógico aos trabalhos realizados nos espaços 
institucionais; 
VI - supervisão de profissionais em trabalhos teóricos e práticos 
de Psicopedagogia; 
VII - orientação, coordenação e supervisão de cursos de Psicope-
dagogia; 
VIII - direção de serviços de Psicopedagogia em estabelecimentos 
públicos ou privados; 
IX - projeção, direção ou realização de pesquisas psicopedagógi-
cas. 
As atribuições profissionais dos psicopedagogos, conforme 
elencadas pelo projeto de lei, apontam para duas questões princi-
pais acerca de sua atuação: de um lado, fica claro seu papel en-
quanto agente institucional na rede brasileira de educação, seja em 
instituições de caráter público ou privado. Podemos interpretar 
esta questão não apenas para a aberturaáreas, que podem ser: neurologia, psicologia, psiquiatria, en-
fermaria, pedagogia, fonoaudiologia, endocrinologia, nutrição, en-
tre outras. Atuando com esses profissionais qualificados, o paci-
ente terá uma resposta promissora em seu tratamento. 
Você deve estar se perguntando: qual é a importância da atuação 
do profissional da psicopedagogia, considerando toda essa multi-
disciplinaridade? 
Caro aluno, nem todos esses profissionais terão aptidão nas áreas 
de aprendizagem e na tratativa de dificuldades de aprendizagem 
do paciente. São áreas distintas e que precisam do psicopedagogo 
para eficácia no tratamento do paciente. Cabe ressaltar que cada 
profissional possui sua área de atuação, e isso precisa ser respei-
tado e dialogado rotineiramente. 
A equipe multidisciplinar também deve possuir contato frequente 
com a família, pois todo o processo é executado com o objetivo do 
bem-estar do paciente, promovendo o melhor para ele, de maneira 
tranquila. 
A atuação do profissional da psicopedagogia deve ser interdiscipli-
nar e multidisciplinar, ou seja, deve interligar seu trabalho com os 
diferentes setores necessários. O psicopedagogo precisa explorar a 
criação de projetos e desenvolver tarefas estimuladoras aos paci-
entes. Essa forma de atuação oferece uma visão global do que está 
sendo aprendido, contribuindo para o desenvolvimento de uma 
melhor compreensão do cotidiano, que pode ser aproveitado no 
dia a dia do paciente. 
Tanto a abordagem interdisciplinar quanto a multidisciplinar for-
necem vantagens e benefícios aos pacientes. A abordagem multi-
disciplinar faz com que o paciente tenha um aprofundamento em 
algum assunto específico, já a abordagem interdisciplinar também 
traz o aprofundamento desses assuntos, porém agrega com a for-
mação mais diversificada, promovendo troca de experiências e tra-
balho colaborativo, que tornam a aprendizagem mais positiva. 
Sendo assim, o processo de atendimento multidisciplinar promove 
a participação e o compromisso constituídos entre os setores mul-
tidisciplinares e o diálogo entre instituição, equipe multidiscipli-
nar e família. 
DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM: UM CASO A SER ANALI-
SADO 
Querido aluno, até aqui, vimos bastante a respeito da atuação do 
profissional da psicopedagogia. Analisaremos a situação a seguir, 
para que, posteriormente, façamos a devida reflexão. 
Ana é uma menina muito dócil e aplicada no espaço escolar. In-
gressou na turma de 1º ano do ensino fundamental I no mês de 
junho. Logo no início, a professora regente notou que a menina não 
se concentra em seus afazeres, bem como sente dores de cabeça 
frequentemente, pedindo para ir embora. 
A professora, então, entra em contato com a responsável, sua mãe, 
após duas semanas de aula, a fim de investigar se Ana já se portava 
assim na outra escola. 
A mãe de Ana responde que sua filha é “preguiçosa” e “fingida”. 
Isso faz com que a docente fique alerta, visto que a estudante tem 
apenas seis anos de idade. 
Com o tempo, a professora repara como a mãe de Ana age no que 
tange ao desenvolvimento da garota. Situações como as listadas a 
seguir aconteceram entre os meses de junho, julho e agosto: 
• Frequentemente, a mãe de Ana entra em contato com a es-
cola, a fim de obter comunicações se sua filha está faltando à 
aula. A professora questionou a mãe, que respondeu que tem 
medo de que a filha esteja gazeando aula, visto que deixa a 
filha apenas dentro do ônibus escolar. A professora, então, 
explicou à mãe que Ana é apenas uma criança, sem maturi-
dade e entendimento para cometer tais atitudes. 
• Quando existem exames agendados, a mãe de Ana entra em 
contato com a professora um dia antes, perguntando sobre os 
conteúdos a serem estudados, sendo que a professora envia 
um comunicado aos responsáveis sobre o assunto com 
quinze dias de antecedência. Uma hora após a professora en-
viar os conteúdos, a mãe de Ana entra novamente em con-
tato, em tom nervoso, explicando que sua filha não entende 
nada. A professora, então, explica que Ana é uma criança, 
que o processo de aprendizagem é lento e estimulador e que 
não é estudando um dia antes do exame que as coisas se re-
solvem. 
• Quando Ana sente dores de cabeça e a escola entra em con-
tato com a mãe dela, esta responde que a filha está apenas 
simulando a dor para ir embora. A professora entra em con-
tato com a mãe, explica que tem observado que a menina 
apresenta dificuldades para enxergar o quadro e executar al-
gumas tarefas. 
• Em Conselho de Classe, ao se tratar da aluna Ana, a profes-
sora relata todos os ocorridos mencionados. A Coordenação 
Pedagógica, então, opta por encaminhar a aluna para: 
 
• Atendimento psicopedagógico, para tratar de assuntos re-
ferentes à aprendizagem. 
• Atendimento oftalmológico, a fim de identificar possíveis 
dificuldades para enxergar. 
• Atendimento psicológico, a fim de investigar como se dá a 
sua relação familiar. 
 
Estudante, você consegue perceber a multidisciplinaridade 
nesse caso? A aluna Ana será encaminhada para três profis-
sionais. A interdisciplinaridade ocorrerá quando os 
profissionais dialogarem e solucionarem os sintomas conco-
mitantemente. 
 
• VÍDEO RESUMO 
Oi, estudante! Tudo bem com você? Você verá sobre os conceitos 
de interdisciplinaridade e de equipe multidisciplinar e o papel do 
psicopedagogo em equipes multidisciplinares. Ampliar seus conhe-
cimentos a respeito da atuação deste profissional, no que tange ao 
desenvolvimento de ensino-aprendizagem, é imprescindível! Va-
mos embarcar nessa jornada? Vem comigo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE 4: ÉTICA E ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM PSICOPE-
DAGOGIA 
92 minutos 
• Aula 1 - Código de ética profissional em Psicopedagogia 
• Aula 2 - Princípios gerais do Código de Ética Profissional em 
Psicopedagogia 
• Aula 3 - Exercício e responsabilidade da atuação em Psicope-
dagogia 
• Aula 4 - Demais aspectos do Código de Ética Profissional em 
Psicopedagogia 
 
UNIDADE 4 Aula 1 
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL EM PSICOPEDAGOGIA 
Nesta aula iremos iniciar nossas aprendizagens sobre o Código de 
Ética profissional da Psicopedagogia, este que define os princípios 
que regem a atividade psicopedagógica. 
25 minutos 
 
INTRODUÇÃO 
Olá, estudante! 
Nesta aula iremos iniciar nossas aprendizagens sobre o Código de 
Ética profissional da Psicopedagogia, este que define os princípios 
que regem a atividade psicopedagógica. Para isso, faremos, primei-
ramente, uma breve reflexão sobre o conceito da palavra “ética” e 
sobre a ética profissional. Em seguida, conheceremos a estrutura e 
os objetivos deste documento que orienta a atividade profissional 
do psicopedagogo. Mais do que memorizar as normas e os parâme-
tros estabelecidos pelo Código de Ética da Psicopedagogia, o obje-
tivo principal da nossa aula será evidenciar a importância dessas 
diretrizes para a prática e conduta profissional. 
Vamos lá? 
 
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U4/index.html#aula1
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https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U4/index.html#aula4
VAMOS FALAR DE ÉTICA? 
Afinal, o que é ética? 
Vamos começar nossas aprendizagens parando para refletir sobre 
o conceito da palavra ética. 
Segundo Cotrim (1997, p. 223) a ética se refere a uma especificidade 
da filosofia que visa a compreensão do comportamento humano 
sob a perspectiva do “bem” e do“mal” e sob a ótica da vida moral 
em sociedade. Nesse sentido, podemos complementar que: 
 
A ética estuda as relações entre o indivíduo e o contexto em que 
está situado. Ou seja, entre o que é individualizado e o mundo à 
sua volta [mundo moral]. Procura enunciar e explicar as regras 
[sobre as quais se fundamenta a ação humana ou razão pela qual 
se deve fazer algo], normas, leis e princípios que regem os fenôme-
nos éticos. São fenômenos éticos todos os acontecimentos que ocor-
rem nas relações entre o indivíduo e o seu contexto. 
(KORTE, 1999, p. 136) 
Trata-se, portanto, de um conceito filosófico que atua na relação 
entre o individual e o coletivo, isto é, na perspectiva de um indiví-
duo pertencente a um ambiente social, este que contém em sua es-
sência, regras morais que discernem toda ação e relação humana. 
Neste aspecto, vale acrescentar à nossa reflexão quanto à definição 
da ética que o senso comum costuma, em certa medida, “confun-
dir” os conceitos de “ética” e “moral”. Em nosso estudo, entendere-
mos a distinção de moral e ética baseando-nos no que afirma por 
Yves de La Taille (p. 1): 
 
Moral é o conjunto de deveres derivados da necessidade de respei-
tar as pessoas, nos seus direitos e na sua dignidade. Logo, a moral 
pertence à dimensão da obrigatoriedade, da restrição de liberdade, 
e a pergunta que resume é: Como devo agir? Ética é a reflexão so-
bre a felicidade e sua busca a procura de viver uma vida significa-
tiva, uma boa vida. Assim definida, a pergunta que a resume é: Que 
vida quero viver? É importante atentar para o fato de essa per-
gunta implicar outra: Quem eu quero ser? Do ponto de vista psico-
lógico, moral e ética, assim definidas, são complementares. 
A ética profissional 
Diante desta breve conceituação do que significa “ética”, é possível 
concluirmos que as relações humanas perpassam pelo conceito da 
ética, definindo, a grosso modo, o que é socialmente justo ou in-
justo, correto ou incorreto, adequado ou inadequado. 
Desse modo, as relações profissionais estão, consequentemente, 
também inseridas neste contexto ético e demandam princípios que 
possam nortear os parâmetros e os valores necessários para o exer-
cício de uma atividade profissional. 
Para todo processo formativo profissional, esta reflexão evidencia 
a ideia de que temos a responsabilidade de exercer uma conduta 
profissional pautada nos princípios éticos esperados para o bem-
estar individual e coletivo. É para normatizar tais preceitos que as 
representações no campo das profissões se organizam na elabora-
ção de diretrizes de conduta profissional, cabendo ao profissional 
o comprometimento em respeitar tais deliberações durante o exer-
cício de seu trabalho. 
O CÓDIGO DE ÉTICA DA PSICOPEDAGOGIA 
A elaboração do Código de Ética da Psicopedagogia 
O Código de Ética foi elaborado pelo Conselho Nacional da entidade 
representativa da Psicopedagogia, a ABPp (Associação Brasileira 
de Psicopedagogia), na gestão bienal de 1991/1992 e foi aprovado 
no dia 12 de Julho de 1992 durante o II Congresso de Psicopedago-
gia (RAMOS, 2007). 
Mendes (2007) ao elencar as principais ações da gestão de 1991 e 
1992 da ABPp, destacou a importância da elaboração deste docu-
mento para a construção identitária da profissão: 
 
 
Conscientes do momento histórico que atravessávamos, elabora-
mos o Código de Ética, o que era essencial, já que não tínhamos 
(como até hoje não temos) nossa profissão reconhecida. Este pas-
sou a ser o documento norteador dos Princípios da Psicopedagogia, 
das Responsabilidades Gerais do Psicopedagogo, das Relações 
deste com outras Profissões, sobre a Importância do Sigilo, etc. 
(MENDES, 2007, p. 202-203) 
 
Já nos biênios de 1995/1996 foi reformulado pelo Conselho Nacio-
nal. Novas reformulações ocorreram ao documento em 2010 e 
2013, a partir da criação da Comissão de Ética da ABPp, tendo sua 
última versão aprovada em Assembleia Geral em 26 de outubro de 
2019. 
Composição do Código de Ética da Psicopedagogia 
Atualmente o Código de Ética da Psicopedagogia é formado por 
vinte artigos, dispostos em dez capítulos que abordam os seguintes 
aspectos: 
• Os princípios norteadores da Psicopedagogia. 
• Os critérios de formação do psicopedagogo. 
• As diretrizes para o exercício da atividade psicopedagógica. 
• As responsabilidades do profissional psicopedagogo. 
• Os critérios para o uso de instrumentos. 
• As normas para as publicações científicas na área da psico-
pedagogia. 
• Esclarecimentos quanto à questão honorária. 
• A necessária observância e cumprimento do Código de Ética. 
Os objetivos 
O Código de Ética do psicopedagogo inicia seu teor demarcando os 
seguintes objetivos: “O código de ética tem o propósito de estabele-
cer parâmetros e orientar os profissionais da psicopedagogia bra-
sileira quanto aos princípios que regem a boa conduta profissional 
e instituir diretrizes para o exercício profissional” (ABPp). 
Diante destes objetivos, fica clara a perspectiva da ABPp em deli-
mitar o procedimento ético do psicopedagogo durante sua ativi-
dade profissional, normatizando por meio dos parâmetros e das 
diretrizes dispostos neste documento, a esperada conduta profissi-
onal, algo notadamente explicitado no Capítulo 4 que evidencia as 
responsabilidades do psicopedagogo: 
 
Artigo 11 
São deveres do psicopedagogo: 
a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e 
técnicos que tratem da aprendizagem humana; 
b) desenvolver e manter relações profissionais pautadas pelo res-
peito, pela atitude crítica e pela cooperação com outros profissio-
nais; 
c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e 
nos parâmetros da competência psicopedagógica; 
d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia; 
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas, fornecer definição 
clara do seu parecer ao cliente e/ou aos seus responsáveis por 
meio de documento pertinente; 
f) preservar a identidade do cliente nos relatos e discussões feitos 
a título de exemplos e estudos de casos; 
g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a 
harmonia da classe e a manutenção do conceito público. 
Nas próximas aulas, abordaremos mais profundamente os princi-
pais aspectos dispostos neste documento. 
A ÉTICA NA PRÁXIS PSICOPEDAGÓGICA 
Até aqui, entendemos a relação da ética para com o exercício de 
uma atividade profissional, em nosso caso, a Psicopedagogia, bem 
como conhecemos como o Código de Ética foi elaborado. Vamos 
agora sintetizar como o Código de Ética do Psicopedagogo se fun-
damenta na práxis psicopedagógica. 
Edith Rubinstein (2017, [s. p.]) propõe uma reflexão quanto a cons-
trução da identidade do psicopedagogo e aborda a conceituação da 
atuação clínica na prática educacional esta que, segundo ela, “visa 
trazer uma parte dos conhecimentos teóricos como respostas às si-
tuações vividas, o que obriga o professor a refletir sobre sua ação, 
compreender os fenômenos e a rever sua prática”. 
Neste viés, a práxis psicopedagógica perpassa pela fundamental 
necessidade do profissional rever sua prática por meio da reflexão 
constante sobre sua ação diante dos fenômenos e das situações vi-
venciadas. Deste ponto de partida, podemos compreender que a 
esperada atividade clínica psicopedagógica é a que: 
 
Perante uma situação complexa, possui as regras e dispõe de meios 
teóricos e práticos para: a) avaliar a situação; b) pensar numa in-
tervenção eficaz; c) pô-la em prática; d) avaliar sua eficácia apa-
rente; e) corrigir a pontaria. Ensinar não consiste em aplicar cega-
mente uma teoria nem conformar-se com um modelo. É, antes de 
mais nada, resolver problemas, tomar decisões, agir em situações 
de incerteza e, muitas vezes, de emergência. Sem para tanto afun-
dar no pragmatismo absoluto e em ações pontuais. 
(PERRENOUD, 1993, p.130) 
Assim, podemos entender que fazem parte da atuação profissional 
em Psicopedagogia enquanto atividade relacional, “lidar com im-
previstos, desequilíbrios, incertezas, como dispositivospertinentes 
e presentes no ato pedagógico e no encontro psicopedagógico” (RU-
BINSTEIN, 2017). É neste sentido que a reflexão ética sobre a con-
duta profissional ganha necessária evidência, pois é esta prá-
xis aqui conceituada que exigirá do profissional decisões e atitudes 
que demandam os princípios éticos, conforme podemos perceber 
na afirmação a seguir: 
 
É a Psicopedagogia, hoje, a área de conhecimento que mais se pro-
põe a uma práxis que atenda a estes requisitos e princípios éticos. 
Também aqui vemos muitos profissionais que sequer conhecem 
seu código de ética. A ética profissional é um compromisso social; 
não existe bem-estar individual sem bem-estar coletivo. 
(GRIZ, 2007, p. 78) 
Partindo dessa perspectiva, podemos destacar a importância do 
profissional ter o total conhecimento de todas as diretrizes que 
guiam suas ações profissionais dispostas no Código de Ética da Psi-
copedagogia, pois são elas que nortearão a práxis profissional di-
ante de todas as pessoas e instituições envolvidas em seu campo de 
atuação. 
O que se propõe, mediante este estudo, é a busca reflexiva cons-
tante quanto à ideal conduta ética do psicopedagogo, o que per-
passa ao conhecimento documental do Código de Ética, pois esta 
área de atuação se fundamenta principalmente na relação direta 
com o outro e por isso exige do profissional o zelo em sua conduta 
ética por meio do cumprimento das diretrizes estabelecidas, a fim 
de se evitar quaisquer prejuízos individuais ou coletivos para a sua 
identidade profissional e para a identidade institucional da Psico-
pedagogia enquanto ciência e profissão. 
VIDEOAULA 
Olá, estudante! 
Neste vídeo iremos nos aprofundar um pouco mais no conteúdo 
trabalhado, compreendendo como a ética está relacionada em 
nossa vida profissional. Vamos também sintetizar nossas aprendi-
zagens sobre o Código de Ética da Psicopedagogia, conhecendo 
como ele foi elaborado, seus objetivos e suas principais aborda-
gens. 
Espero por você! 
Saiba mais 
Para um aprofundamento de entendimento do conceito da ética, 
recomendo a leitura do artigo Ética: origens e distinção da moral. 
Neste artigo você terá esclarecimentos teórico-filosóficos sobre a 
origem e as divergências conceituais das palavras “ética” e “mo-
ral”. Boa leitura! 
 
 
 
https://www.revistas.usp.br/sej/article/view/44359
UNIDADE 4 Aula 2 
PRINCÍPIOS GERAIS DO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL EM 
PSICOPEDAGOGIA 
Nesta aula, vamos conversar sobre a atuação do psicopedagogo, so-
bre os objetivos das intervenções psicopedagógicas e sobre como se 
dá a formação deste profissional tão importante para a habilitação 
ou reabilitação das aprendizagens do sujeito. 
19 minutos 
 
INTRODUÇÃO 
Olá, estudante! 
Vamos continuar nos adentrando neste mundo maravilhoso que é 
a Psicopedagogia! Aqui, neste nosso encontro, vamos conversar so-
bre a atuação do psicopedagogo, sobre os objetivos das interven-
ções psicopedagógicas e sobre como se dá a formação deste profis-
sional tão importante para a habilitação ou reabilitação das apren-
dizagens do sujeito. 
Assim, como em toda prática baseada em evidência científica a atu-
ação do psicopedagogo, bem como a sua construção enquanto pro-
fissional deve se pautar em estudos, ética, reflexão e raciocínio clí-
nico. 
Este é o convite desta aula, conhecer a “alma” da Psicopedagogia 
enquanto ciência e também a sua “essência” como profissão. 
Eis o convite! Vamos? 
AFINAL, O QUE É A PSICOPEDAGOGIA? 
A pergunta que abre este bloco possui um grande escopo de res-
postas, não é mesmo? Mas a que costumeiramente ouvimos do 
senso comum é: a psicopedagogia é uma mistura de psicologia com 
pedagogia! 
Não está totalmente equivocado! O dicionário Aurélio (1986) de-
fine Psicopedagogia como aplicação da Psicologia experimental à 
Pedagogia. São as interfaces entre os saberes vindos das duas dis-
ciplinas – Psicologia e Pedagogia – mas, não apenas delas, de várias 
outras que se voltam ao estudo do desenvolvimento humano, das 
neurociências, das linguagens, com o objetivo de oportunizar as 
aprendizagens do sujeito, mas, principalmente entender os moti-
vos que podem obstaculizar este processo. 
A Psicopedagogia é uma área de conhecimento que busca compre-
ender e atuar sobre os processos de aprendizagem, bem como so-
bre o que os dificulta, a partir da relação de diferentes campos teó-
ricos (MASINI, 2006). Investigar, avaliar e intervir em como o su-
jeito se apropria da aprendizagem e sobre os possíveis motivos da 
não aprendizagem constituem as especificidades da atuação psico-
pedagógica. 
Segundo Masini (2006) delimitar a Psicopedagogia como um campo 
de estudo é ainda algo desafiador, talvez por carregar dentro de si 
a interface com várias outras ciências e ter uma perspectiva inter-
disciplinar. E, esta interdisciplinaridade constrói o saber próprio 
psicopedagógico. Desta forma, o seu objeto de estudo é amplo e 
complexo visto que, busca entender o sujeito de forma integral. 
Bossa (2020) afirma que a Psicopedagogia vem para compreender 
os fracassos na aprendizagem, inclusive no fracasso escolar, com-
preendendo a importância do desempenho pedagógico para o de-
senvolvimento do sujeito que aprende, ou seja, o aprendente. No 
texto a autora coloca em cheque se, de fato, as condições de não 
aprendizagem são diretamente relacionadas a déficits neurológi-
cos ou transtornos. 
Logo, para que posso ser definida a Psicopedagogia necessário será 
definir o seu objeto de estudo. Desta forma, apenas desta forma, 
uma profissão pode ser definida, ou seja, por meio de seu objeto de 
estudo. 
Então, de que se ocupa a Psicopedagogia? Qual o seu objeto de es-
tudo? 
Neste texto usaremos duas grandes referências teóricas. 
A primeira, Neves (1991) traz a perspectiva da interdisciplinari-
dade e complexidade teórica: 
 
A Psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar, levando sem-
pre em conta as realidades internas e externa da aprendizagem, 
tomadas em conjunto. E, mais, procurando estudar a compreensão 
do conhecimento em toda a sua complexidade, procurando colocar 
em pé de igualdade os aspectos cognitivos, afetivos e sociais que 
lhe estão implícitos. 
(NEVES, 1991, p. 120) 
A segunda definição do objeto de estudo que citaremos aqui é de 
Scoz (1992, p. 2) “a psicopedagogia estuda o processo de aprendiza-
gem e suas dificuldades em uma ação profissional que engloba vá-
rios campos do conhecimento, integrando-os e sintetizando-os”. 
Fica evidente então, o caráter interdisciplinar e holístico, voltado 
para as aprendizagens e suas dificuldades que é o objeto da Psico-
pedagogia. Este se volta tanto para um aparato teórico quanto prá-
tico ou, se volta tanto para a construção científica quanto para as 
áreas de atuação. 
OBJETIVOS DA PSICOPEDAGOGIA 
A Psicopedagogia é antes de tudo uma possibilidade! Trazer para o 
campo do possível o que é um desafio para a aprendizagem do su-
jeito, seja em qual fase do desenvolvimento ele estiver. 
Assim, traçar objetivos requer primordialmente uma avaliação cri-
teriosa e raciocínio clínico pautado nas necessidades de aprendi-
zagem de acordo com idade, contexto, escola e até mesmo diagnós-
tico deve ser levado em consideração. 
Os objetivos terapêuticos então serão elaborados a partir da de-
manda que se apresenta: clínica ou institucional. 
Na Psicopedagogia Clínica o objetivo é investigar as possíveis cau-
sas das dificuldades de aprendizagem e a compreensão do funcio-
namento cognitivo do sujeito. 
Segundo Serra (2004) temos a Psicopedagogia Clínica que volta seu 
olhar para um modelo reabilitador com enfoque no tratamento, na 
extinção dos sinais e sintomas que fazem parte das dificuldades 
apresentadas pela criança. O seu modelo tem o cunho curativo. 
Nesta área de atuação os atendimentos acontecem preferencial-
mente em um ambiente de consultório após a avaliação é a elabo-
ração de um plano de tratamento. Vale lembrar que as interven-
ções são voltadas para às necessidades exclusivas de apenas um 
indivíduo. Em contrapartidatemos a Psicopedagogia Institucional 
que tem um foco na prevenção por meio da intervenção nas insti-
tuições, seja a escola, tanto atuando com grupos de professores, 
quanto de alunos, quanto nos processos educativos. Nesta aborda-
gem as empresas, os hospitais ou as indústrias também são objeto 
de intervenção psicopedagógica. A área institucional se divide hoje 
em três formas de atuação: a escolar, a empresarial e a hospitalar. 
Cada uma destas áreas citadas anteriormente, a clínica e a institu-
cional têm objetivos específicos. 
Na Psicopedagogia Clínica diferenciar os conceitos de dificuldade 
de aprendizagem e transtornos de aprendizagem é um passo im-
portante para traçar os objetivos da terapia. 
De acordo Mental Health Foundation (2021) a diferença principal 
entre dificuldade e transtorno de aprendizagem se baseia na defi-
nição de que o segundo constitui uma condição orgânica, física, 
neurológica que prejudica além da aprendizagem outras áreas da 
vida do sujeito. Já o primeiro, as dificuldades de aprendizagem, é 
uma condição de causa não orgânica que se torna um obstáculo ao 
desenvolvimento da aprendizagem. De modo geral as dificuldades 
são de cunho emocional ou contextual e seu prognóstico é bom 
com o estímulo correto. Já os transtornos tendem a ser uma condi-
ção mais duradoura. 
E, a Psicopedagogia Clínica atua em ambas com o objetivo de ava-
liar, investigar e tratar as dificuldades e os transtornos de aprendi-
zagem que impactam diretamente no desempenho escolar, em cri-
anças e adolescentes ou da rotina domiciliar ou de trabalho, no 
caso de adultos ou idosos. 
A Psicopedagogia Institucional tem como objetivo do atendimento 
no âmbito escolar: auxiliar a equipe pedagógica tanto para criar 
estratégias preventivas às dificuldades de aprendizagem quanto 
nos processos de inclusão de alunos com deficiência; no âmbito 
hospitalar: realizar o atendimento psicopedagógico a crianças em 
processo de internação prolongada com a proposta pedagógica e 
também social e lúdica; no âmbito empresarial: cuidar da parte hu-
mana das pessoas, no sentido da gestão das pessoas e também re-
cursos humanos. 
Assim, a Psicopedagogia é uma área que possui múltiplas possibi-
lidades e inúmeros objetivos! 
A FORMAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO 
Para um profissional se tornar psicopedagogo e se apropriar das 
técnicas de avaliação e intervenção psicopedagógica é necessário 
inicialmente que possua uma graduação, para assim, tornar-se es-
pecialista. Mas, de acordo com a ABPp esta formação do psicope-
dagogo também pode acontecer em (https://www.abppbrasi-
lia.com) em níveis de graduação e de pós-graduação lato sensu (es-
pecialização) e stricto sensu (mestrado profissional). Mas para se 
caracterizar como tal, critérios precisam ser cumpridos. 
• Pós-graduação Lato Sensu: deve conter as disciplinas refe-
rentes à formação; requer atividades práticas e supervisiona-
das e, é necessária a apresentação de monografia, trabalho 
de conclusão de curso ou artigo como culminância do curso. 
Esta modalidade de formação pauta-se pelas exigências da 
Resolução CNE/CES nº 1, de 8 de junho de 2007.Caracteriza-se 
como especialização. 
• Graduação: a formação na graduação baseia-se na Resolução 
CNE/CP 28/2001. Caracteriza-se como nível superior. 
• Mestrado Profissional: também denominado como especiali-
zação Stricto Sensu. A duração desta modalidade é de dois 
anos e confere ao aluno o título de mestre. 
Estas modalidades de formação visam a habilitação do profissional 
para atuar e intervir nas aprendizagens e seus transtornos ou suas 
dificuldades de crianças, adolescentes, idosos ou instituições. 
Ao se tornar um profissional com título de especialista em apren-
dizagem é fundamental que o compromisso com a atualização con-
tínua por meio da formação continuada seja prioridade e 
https://www.abppbrasilia.com/
https://www.abppbrasilia.com/
constante para garantir ao nosso paciente uma prática baseada em 
evidências científicas sempre atualizadas. 
Outro ponto fundamental é a busca constante por autoconheci-
mento! O profissional psicopedagogo deve ser capaz de entender o 
seu próprio funcionamento cognitivo e sua forma de aprendiza-
gem, bem como seus pontos fracos no processo de aprendizagem. 
Ao finalizar o curso de especialização em Psicopedagogia o profis-
sional não tem a obrigatoriedade de fazer parte de associações ou 
sindicatos, visto que nossa Constituição não obriga a participação 
nestes órgãos. Para a atuação profissional, de modo geral, faz-se 
necessário se inscrever em um conselho profissional. Mas, a psico-
pedagogia ainda não é uma profissão regulamentada, portanto não 
existe um conselho que fiscalize a atuação do psicopedagogo. 
Desta forma é o código da Classificação Brasileira de Ocupações 
(CBO), de responsabilidade do Ministério do Trabalho e que é uma 
forma de reconhecer as profissões que é válido para identificar os 
profissionais psicopedagogo sob o número 2394-25. 
Apesar de não ser obrigatório fazer parte das associações é uma 
forma de garantir o desenvolvimento, crescimento e reconheci-
mento da profissão. É ela que irá garantir que a profissão cresça e 
se firme enquanto área de importância e conquiste seu espaço no 
âmbito teórico e prático. Uma profissão que se faz necessária e con-
quista cada dia mais o seu espaço no mercado. 
VIDEOAULA 
Olá, estudante! 
Quantas possibilidades de intervenção, quantas áreas de atuação são possíveis, 
inúmeras as possibilidades de aprimoramento profissional, um mercado de tra-
balho que necessita dos conhecimentos e da atuação deste profissional. 
Neste vídeo iremos falar sobre a formação profissional, sobre os objetivos da in-
tervenção psicopedagógica. Neste vídeo falaremos de possibilidades! 
Vem comigo! 
 
Para aprofundamento de entendimento do conceito da ética , recomendo a leitura 
do artigo “Ética: origens e distinção da moral”. Neste artigo você terá esclareci-
mentos teórico-filosóficos sobre a origem e as divergências conceituais das pala-
vras “ética” e “moral”. Boa leitura! 
 
https://www.revistas.usp.br/sej/article/view/44359
https://www.revistas.usp.br/sej/article/view/44359
Unidade 4 Aula 3 
EXERCÍCIO E RESPONSABILIDADE DA ATUAÇÃO EM PSICOPE-
DAGOGIA 
Nesta aula iremos aprofundar em questões que dão suporte a uma 
prática clínica eficaz e respeitosa tanto para os pacientes quanto 
para com outros profissionais. 
21 minutos 
 
INTRODUÇÃO 
Olá, estudante! 
Pensar nas possibilidades que a Psicopedagogia dá ao sujeito 
aprendente é algo maravilhoso e transformador! 
Mas, para que haja a atuação do profissional com competência e 
responsabilidade a intervenção não pode ser pautada apenas na 
habilidade teórica e técnica, baseada em evidências científicas. A 
atuação deve também ter o foco na conduta ética! E, esta conduta 
é balizada por normas estabelecidas pelo Código de Ética do Psico-
pedagogo. 
Nesta aula iremos então aprofundar em questões que dão suporte 
a uma prática clínica eficaz e respeitosa tanto para os pacientes 
quanto para com outros profissionais. 
Vamos lá? 
A PSICOPEDAGOGIA E O USO DE INSTRUMENTOS 
Mas, afinal, quais são os instrumentos que um psicopedagogo uti-
liza? 
O Código de Ética da Psicopedagogia, em seu Capítulo I – Dos Prin-
cípios – art. 1 afirma que o psicopedagogo pode utilizar procedi-
mentos próprios da Psicopedagogia, procedimentos próprios de 
sua área de atuação. 
Para uma intervenção que tenha resultados positivos o raciocínio 
clínico começa com uma avaliação diagnóstica muito bem 
elaborada. Esta irá se compor por uma anamnese estrutura com o 
objetivo de conhecer o histórico de gestação, nascimento e desen-
volvimento da criança. Também nela é importante trazer a tona 
dados sobre o histórico do percurso escolar, a rotina domiciliar, 
antecedentes familiares, socialização, relação com os irmãos. Esta 
anamnese, de modo geral, acontece com o terapeuta direcionando 
as perguntas aos pais ou responsáveis. Além disso, entender o mo-
tivo do encaminhamento é um passoimportante para orientar a 
avaliação. Faz parte da análise dos dados também a análise do re-
latório escolar. 
Um segundo momento contará com a avaliação da criança com a 
observação do brincar livre, do brincar dirigido, dos testes pedagó-
gicos e psicopedagógicos e dos instrumentos de avaliação padroni-
zados. 
A avaliação psicopedagógica é o momento mais importante para a 
tomada de decisões e traçar as metas para o desenvolvimento do 
plano terapêutico, visto que no raciocínio clínico é feita a análise 
de todos os dados colhidos. 
Para tanto, será preciso ao profissional definir quais as ferramen-
tas, os instrumentos irá utilizar para realizar a avaliação de seu 
paciente. 
Dos instrumentos de avaliação também podemos destacar: escrita 
livre e dirigida, visando avaliar a grafia, ortografia e produção tex-
tual (forma e conteúdo); leitura (decodificação e compreensão); 
provas de avaliação do nível de pensamento e outras funções cog-
nitivas; cálculos; jogos simbólicos e jogos com regras; desenho e 
análise do grafismo (MORAES, 2010, p. 5). 
Bossa (2000) traz como instrumentos da avaliação psicopedagógica 
provas de Inteligência (WISC); Testes Projetivos; Avaliação percep-
tomotora (Teste de Bender); Teste de Apercepção Infantil (CAT.); 
Teste de Apercepção Temática (TAT.); Provas de nível de pensa-
mento (Piaget); Avaliação do nível pedagógico (nível de escolari-
dade); Desenho da família; Desenho da figura humana; Teste HTP 
(casa, árvore e pessoa); Testes psicomotores; Lateralidade; Estrutu-
ras rítmicas. A autora não apresenta restrição quanto ao uso dos 
testes, no entanto, alguns destes (Wisc, Teste de Bênder, CAT, TAT, 
Testes Projetivos). No Brasil estes testes são exclusivos do profissi-
onal de Psicologia, sendo vetado a todos os outros o seu uso. Assim, 
o psicopedagogo deve buscar alternativas como exemplo, avaliar 
de forma não padronizada as habilidades que são avaliadas em 
cada um dos testes citados. Outra alternativa é o trabalho interdis-
ciplinar que irá favorecer o discurso entre a Psicologia e a Psicope-
dagogia. 
Testes que avaliam as funções psicomotoras também são instru-
mentos importantes no diagnostico psicopedagógico. 
Portanto, o uso dos instrumentos facilita a avaliação e diagnóstico 
psicopedagógico e, consequentemente o sucesso da intervenção! 
 
DISPOSIÇÕES SOBRE PUBLICIDADE E HONORÁRIOS 
Em tempos digitais, onde a internet ocupa um lugar importante na 
divulgação de produtos e serviços, um olhar cuidadoso para a pu-
blicidade de profissionais da saúde e educação se faz muito neces-
sário. O limite entre a exposição e a informação deve ser bem esta-
belecido de forma a resguardar a identidade do paciente e o sigilo 
de seu tratamento e levar ao público uma informação acessível, em 
linguagem fácil, mas comprometida com a ciência. 
No Código de Ética do Psicopedagogo, o art. 13 fala sobre a publici-
dade profissional e diz respeito à honestidade na divulgação dos 
serviços psicopedagógicos. 
Assim, cabe ao profissional zelar pela qualidade da informação 
que divulga de forma publicitária em suas redes sociais ou em ou-
tros meios de comunicação. 
De modo geral, no trabalho publicitário de profissionais que traba-
lham com reabilitação, principalmente de crianças, alguns padrões 
de conduta são muito importantes como: 
• Cuidado com a imagem do paciente. 
• A não divulgação de “antes e depois” apresentando os resul-
tados da terapia. 
• Não divulgar mensagens de WhatsApp exaltando o próprio 
trabalho. 
• Prometer curas. 
• Indicar técnicas milagrosas. 
• Utilizar e divulgar métodos sem comprovação científica. 
• Divulgar valores de seus serviços. 
• Realizar promoções. 
Assim, cabe ao profissional pensar em uma prática publicitária 
que seja congruente com sua prática clínica e amparada por evi-
dências científicas. Desta forma, garante que uma informação de 
qualidade chegue ao público por meio de seus canais de comuni-
cação sejam eles digitais ou analógicos. 
A contrapartida da publicidade é o aumento da demanda de aten-
dimentos. Assim, com o aumento da divulgação do serviço ocorre 
a busca pelo profissional. Novamente, a responsabilidade ética e 
técnica fica evidenciada. 
Neste aspecto podemos desdobrar nossa reflexão e enveredar so-
bre o tema da valorização do profissional. E aqui, pensar também 
sobre os honorários do profissional. E, sobre este tema existe tam-
bém a orientação do código de ética que dispõe o seguinte no art. 
15: 
• Os honorários devem considerar as condições socioeconômi-
cas da região e o tempo de atendimento. 
• Os honorários deverão ser fixados com cuidado, a fim de que 
representem justa retribuição aos serviços prestados e de-
vem ser contratados previamente. 
O sindicato dos psicopedagogos em convenção realizada entre os 
meses de agosto e setembro de 2022 discutiu sobre o piso salarial 
da profissão sugerindo os valores mínimos a serem cobrados pelos 
atendimentos psicopedagógicos individuais ou em grupo. Esta reu-
nião teve como objetivo além do estabelecimento do piso salarial 
refletir sobre a valorização da categoria e a dignidade da profissão 
que vem crescendo a cada dia em importância e relevância. O piso 
salarial vai variar de acordo com a carga horária e região do Brasil. 
 
Tabela 1| Diretrizes para trabalhadores de Psicopedagogia 
 
Fonte: elaborada pela autora. 
RELAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO COM OUTROS PROFISSIONAIS 
Quando pensamos em um trabalho que reabilita, pensamos em um 
sujeito que necessita de nossa assistência! Esta assistência é com-
plexa, visto que quando falamos de dificuldades ou transtornos de 
aprendizagem estamos falando de algo que transcende o orgânico, 
mas que não se explica totalmente pelo viés emocional ou contex-
tual. 
Assim, ao pensar em uma intervenção psicopedagógica se faz ne-
cessário elaborar uma prática que conta com a conduta de vários 
profissionais! 
Nesta perspectiva a atuação pode ser de três formas: 
• Multiprofissional – ou seja, vários profissionais, de diferentes 
áreas, embora sejam afins, podem estar compondo a equipe 
e intervindo em apenas um caso clínico. Neste caso, não ne-
cessariamente ocorrerá um diálogo entre as especialidades. 
O plano terapêutico pode não ser elaborado a partir da visão 
integrada de todos os profissionais envolvidos. 
• Interdisciplinar: aqui também ocorre a presença de vários 
profissionais. Mas, o diferencial é que existe uma articulação 
entre os saberes que encontram um “ponto comum” para 
atender às necessidades do sujeito que está em atendimento. 
• Transdisciplinar: nesta abordagem os saberes se esbarram, 
se entrelaçam, se abraçam, talvez até possamos dizer que se 
fundem. Não é apenas um completar o outro! Mas, um saber 
se tornar um com o outro, ou a partir do outro! 
O psicopedagogo já possui um raciocínio clínico que se nutre de 
várias e diversas fontes de saber. Mas, extrapola esta relação téc-
nica para as possibilidades do trabalho em equipe. Esta possibili-
dade beneficia grandemente a evolução de nosso paciente. 
Dada a importância da interlocução de saberes tanto para a cons-
trução teórica quanto clínica o Código de Ética da Psicopedagogia 
se posiciona sobre o tema da seguinte forma em seu art. 16: 
• A Psicopedagogia e as questões da interdisciplinaridade e da 
transdisciplinaridade estão indissoluvelmente associadas, 
simplesmente pelo fato de que a Psicopedagogia tem a voca-
ção de trabalhar nestas duas abordagens. 
• A Interdisciplinaridade e a Transdisciplinaridade são dois 
termos que vêm assumindo importância crescente, como 
parte de um amplo movimento de interesse e, com isso, de 
crítica que se trava, atualmente, ao paradigma científico mo-
derno que até então nos alicerçava. 
• Tanto a Interdisciplinaridade quanto a Transdisciplinari-
dade apontam para outras possibilidades de atuação como 
resposta aos limites do modelo atual, caracterizado pela sim-
plificação, redução e fragmentação da realidade, que já não 
mais responde às perguntas dos pesquisadores e pensadores 
em Educação.• A Educação, por ser um campo de dimensões pública e cole-
tiva, tradicionalmente, é considerada como multidisciplinar, 
mas muito tem a se beneficiar com as propostas de aborda-
gem inter e transdisciplinar. 
• O estabelecimento de um trabalho interdisciplinar e trans-
disciplinar provoca uma sobrecarga de trabalho como toda e 
qualquer ação a que não se está habituado a fazer. Há um 
certo medo de errar, de perder privilégios e direitos adquiri-
dos. 
• A orientação pelos enfoques interdisciplinar e transdiscipli-
nar direcionada para a prática pedagógica implica em 
romper hábitos e acomodações; é ir em busca do novo e do 
desconhecido. Isso tudo, realmente, é um grande desafio. 
Fato é que, o paciente só ganha quando a equipe está integrada! 
VIDEOAULA 
Olá, estudante! 
Vamos para mais uma importante jornada. 
Aprender sobre os desafios de trabalhar na perspectiva interdisci-
plinar; a se valorizar profissionalmente, inclusive no sentido finan-
ceiro; adequar a demanda das redes sociais à ética profissional e 
segurança do paciente; utilizar os instrumentos adequados para 
uma avaliação completa e com evidências para elaborar um plano 
de tratamento eficaz. Neste vídeo iremos pensar sobre estes aspec-
tos e trazer para a nossa realidade da intervenção clínica ou insti-
tucional os conceitos discutidos nesta aula. 
Espero por você lá! 
Saiba mais 
Neste link você encontra o Código de Ética completo para sua lei-
tura e para enriquecer ainda mais a sua aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.abpp.com.br/wp-content/uploads/2020/11/codigo_de_etica.pdf
UNIDADE 4 Aula 4 
DEMAIS ASPECTOS DO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL EM 
PSICOPEDAGOGIA 
Nesta aula nosso objetivo será estudar sobre as características do 
exercício profissional, sobre os deveres do psicopedagogo e sobre a 
atuação responsável durante as intervenções que o profissional se 
propõe a fazer. 
21 minutos 
INTRODUÇÃO 
Olá, estudante! 
O Código de Ética de uma profissão é algo de suma relevância para 
balizar a conduta dos profissionais que a exercessem. Com a Psico-
pedagogia não é diferente! 
Nele o profissional psicopedagogo poderá identificar várias nor-
mas de conduta durante o exercício da profissão. Nesta aula nosso 
objetivo será estudar sobre as características do exercício profissi-
onal, sobre os deveres do psicopedagogo e sobre a atuação respon-
sável durante as intervenções que o profissional se propõe a fazer. 
Vamos lá? 
AS CARACTERÍSTICAS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL 
A Psicopedagogia é uma área de atuação profissional que volta seu 
olhar para as especificidades da aprendizagem humana, tanto no 
campo de estudo e pesquisa quanto no campo da atuação em suas 
dificuldades e seus desdobramentos nas seguintes áreas de atua-
ção: 
• No desempenho escolar e pedagógico de crianças. 
• Na capacidade de aprendizagem de idosos. 
• Nas instituições – de ensino, hospitalares ou empresas. 
Por ter sua especificidade na aprendizagem (uma função cognitiva, 
coordenada pelas funções cerebrais) a Psicopedagogia faz inter-
face com várias outras áreas de estudo, outras disciplinas, outros 
saberes que dialogam entre si para melhor compreensão do pro-
cesso de aprender. Por englobar aspectos físicos, emocionais, soci-
ais, culturais e motores, este aprender é um ato complexo e de-
manda um aparato neurofisiológico e psíquico muito elaborado, 
complexo e interdependente e que esteja íntegro em sua estrutura 
e função. Assim, compreender como se dá a aprendizagem possibi-
lita entender como surgem as suas dificuldades e como ocorrerá o 
planejamento das intervenções. Para que haja esta compreensão 
há que se ter, por parte do profissional, a grande necessidade de 
estar constantemente comprometido com sua formação continu-
ada e com seu aprimoramento profissional por meio da busca 
constante de conhecimento científico que embase sua prática. 
Logo, estar comprometido com o desenvolvimento da profissão no 
sentido de aprimoramento e também da construção do conheci-
mento é uma característica do profissional de Psicopedagogia. 
De modo geral, o psicopedagogo é o profissional que: 
• Utiliza de métodos e técnicas. 
• Desenvolve a escuta, a empatia. 
• Tem a habilidade de ser criativo na elaboração de seus aten-
dimentos. 
• Investe em recursos. 
• Percebe o que seu paciente lhe traz para além do óbvio que 
se apresenta na queixa principal apresentada pela escola e 
pela família. 
• Tem habilidade de análise e síntese. 
• Sabe transitar entre as áreas de conhecimento. 
• Nunca se canse de aprender. 
• Tem um bom relacionamento interpessoal. 
• Sabe se organizar e planejar. 
• Tem previsibilidade. 
• Relata seus atendimentos por meio de prontuários. 
• Sabe dialogar com os responsáveis pelos seus pacientes 
quando o mesmo for menor ou incapaz. 
• É comprometido com seu desenvolvimento pessoal e com 
seus próprios processos de aprendizagem. 
• Mantém sigilo sobre os dados dos seus pacientes. 
• É imparcial e desprovido de preconceitos durante a realiza-
ção de seus atendimentos. 
• Tem compromisso com seu desenvolvimento pessoal, bus-
cando sempre o autoconhecimento. 
Com estas características pessoais e profissionais o exercício da 
Psicopedagogia como profissão será realizado com maestria e ex-
celência. Além de criar conhecimento e construir as bases teóricas 
na área exercida. 
O exercício profissional do psicopedagogo deve ter as característi-
cas citadas em prol da atuação profissional baseada na ética e com 
embasamento científico. 
OS DEVERES DO PSICOPEDAGOGO 
Estar em sociedade exige do sujeito o cumprimento de normas e 
regras que balizam a convivência com o objetivo de regular a con-
duta e estabelecer o respeito nas relações. Para tanto, todo cidadão 
tem os seus direitos e também os seus deveres. Na atuação profis-
sional do psicopedagogo não é diferente! Também se faz necessá-
rio para este grupo de profissionais ter os seus direitos resguarda-
dos, mas também os seus deveres delimitados. 
Nesta aula falaremos sobre as responsabilidades ou os deveres do 
psicopedagogo. Estes estão descritos no Código de Ética Profissio-
nal, como veremos a seguir: 
 
CAPÍTULO II - DAS RESPONSABILIDADES DOS PSICOPEDAGOGOS 
Artigo 6º 
São deveres fundamentais dos psicopedagogos: 
A) Manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e 
técnicos que tratem o fenômeno da aprendizagem humana; 
B) Zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outras 
áreas, mantendo uma atitude crítica, de abertura e respeito em 
relação às diferentes visões do mundo; 
C) Assumir somente as responsabilidades para as quais esteja pre-
parado dentro dos limites da competência psicopedagógica; 
D) Colaborar com o progresso da Psicopedagogia; 
E) Difundir seus conhecimentos e prestar serviços nas agremia-
ções de classe sempre que possível; 
F) Responsabilizar-se pelas avaliações feitas fornecendo ao cliente 
uma definição clara do seu diagnóstico; 
G) Preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente nos 
relatos e discussões feitos a título de exemplos e estudos de casos; 
H) Responsabilizar-se por crítica feita a colegas na ausência des-
tes; 
I) Manter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem 
ser conivente ou acumpliciar-se, de qualquer forma, com o ato ilí-
cito ou calúnia. O respeito e a dignidade na relação profissional 
são deveres fundamentais do psicopedagogo para a harmonia da 
classe e manutenção do conceito público. 
(ABPP, 1996, p. 1) 
Estes deveres citados são, de modo geral, deveres de todo pro-
fissional da área da saúde. E, com a Psicopedagogia não é diferente! 
Embora, ela seja uma profissão que transita entre a saúde e a edu-
cação, considera-se que, no âmbito clínico que trata as dificuldades 
de aprendizagem, sua prática realizada em consultório assemelha-
se bastante às intervenções que ocorrem em consultórios de pro-
fissionais da saúde. E, nesta perspectiva pensamos aqui na inter-
venção do profissional psicopedagogo voltada para a saúde, pois a 
visão desaúde apenas como ausência de doença é arcaica e não 
condiz com o seu atual conceito. De acordo com a Organização 
Mundial da Saúde (OMS), em 1946, definiu saúde como um “estado 
de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a 
ausência de doença ou enfermidade” (BRASIL, 2021, [s. p.]). A per-
cepção do conceito de qualidade de vida também tem muitos pon-
tos em comum com a definição de saúde. 
Sendo assim, a prática profissional deve sempre resguardar 
o paciente tanto em sua integridade física quanto emocional; por 
outro lado, profissional nenhum em nossa área trabalha sozinho, 
geralmente ocorre o trabalho em equipe que, além de beneficiar o 
paciente deve zelar por ser respeitosa com todos os membros da 
equipe. 
É, portanto, dever do psicopedagogo garantir ao seu paciente a 
melhor intervenção possível e que traga resultados assertivos para 
sua queixa e melhore seu desempenho garantindo a sua evolução. 
EXEMPLO DE ATUAÇÃO RESPONSÁVEL MODELAR 
Para que a atuação do psicopedagogo seja responsável é necessário 
aplicar os conhecimentos adquiridos neste capítulo. 
Mas afinal, o que é uma atuação profissional responsável? E, como 
é possível aplicar esta responsabilidade dentro de um atendimento 
psicopedagógico? 
Todo atendimento é iniciado pelo processo de avaliação, que tem 
início com o acolhimento da demanda trazida pelo paciente. Este 
deve ser feito desde o primeiro contato do paciente, seja este con-
tato telefônico ou já no consultório. 
Em um segundo momento inicia-se a avaliação propriamente 
dita. O contato inicial no qual todo o histórico do paciente é levan-
tado do nascimento até o período atual. De modo geral, este mo-
mento é realizado com pais ou responsáveis. 
Realizada a anamnese o próximo passo é a avaliação propria-
mente dita. Neste momento as observações estruturadas e os ins-
trumentos de avaliação (já descrito em aula anterior) são aplica-
dos. Aqui também a análise de relatórios e encaminhamentos de 
outros profissionais ou escola é feita. 
Com os dados citados anteriormente em mãos, chega o mo-
mento da análise e síntese destes para a elaboração do plano de 
intervenção e dos objetivos terapêuticos. 
A devolutiva, para os pais ou responsáveis, tanto por crianças 
ou idosos, quanto por instituições é dever do profissional. Neste 
momento os resultados da avaliação são passados, assim como o 
plano terapêutico. As dúvidas são esclarecidas e os acordos para 
um bom andamento do atendimento são estabelecidos. Nestes 
acordos devem constar: 
• Honorários. 
• Horários. 
• Frequência. 
• Duração dos atendimentos. 
Então, inicia-se a terapia propriamente dita. Neste momento são 
aplicados os conhecimentos técnicos para alcançar os objetivos 
elaborados a partir da avaliação. 
As sessões devem ser planejadas e bem-estruturadas. O ambiente 
deve ser preparado com antecedência e estar pronto para receber 
o paciente para atendimento. 
As atividades devem ser previamente elaboradas e, sempre deve-
mos contar com o desinteresse do paciente, por isso, sempre ter 
uma segunda opção irá favorecer o andamento proveitoso do aten-
dimento. 
A ludicidade, os jogos, os livros, o faz de conta e, até mesmo o brin-
car livre serão os recursos utilizados dentro da sessão. A terapia 
psicopedagógica deve ser motivante e prazerosa para o paciente, 
pois somente desta forma é possível alcançar os objetivos e traba-
lhar com as dificuldades identificadas durante o processo de avali-
ação. 
Elaborar relatórios também faz parte da rotina de atendimento do 
psicopedagogo. Estes relatórios podem ser: 
• Relatório de avaliação – são descritos os métodos utilizados 
na avaliação e o seu resultado. 
• Relatório de evolução – geralmente neste relatório é descrito 
o resultado da avaliação, o processo terapêutico e os objeti-
vos já alcançados. 
• Relatório de orientação – aqui, apresentamos os déficits iden-
tificados na avaliação e sugerimos formas de intervir em 
cada um deles. Também podemos fazer sugestões de adapta-
ção de atividades. 
É importante também sempre dar devolutivas aos pais ou respon-
sáveis sobre o andamento das terapias e manter sempre a orienta-
ção de atividades para a casa que favorecerão o sucesso da terapia. 
Uma atuação profissional responsável sempre será conduzida por 
estes norteadores. Leve-os para sua prática profissional! 
 
VIDEOAULA 
Olá, estudante! 
A atuação profissional responsável é sempre conduzida pela ética 
e baseada em evidências científicas. Neste vídeo veremos sobre 
como se constrói esta prática responsável! A nossa deve ser sempre 
pautada pela ética e norteada pelo código de conduta que orienta 
as atividades do psicopedagogo. O respeito ao nosso paciente é 
sempre o norte para nossa prática. E, a condução do processo tera-
pêutico sempre pautado na motivação do paciente e embasado nas 
teorias da Psicopedagogia. 
Vamos lá? 
 
Saiba mais 
Neste link você encontra uma reflexão sobre a construção histó-
rica da Psicopedagogia. Vale muito a pena a leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/VIDYA/article/view/346
 
REFERÊNCIAS UNIDADE 110 minutos 
 
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embates e desafios. Revista Psicopedagogia, 23(72), 248-de espaço para contrata-
ção em escolas de ensino fundamental e médio, mas abrindo todo 
um leque que permite sua inserção nas variadas instituições rela-
cionadas ao ensino: secretarias de educação, institutos federais, 
centros educacionais, centros universitários, fundações e muitas 
outras. 
Por outro lado, resta assegurada a constituição de um espaço 
clínico para a atuação dos profissionais, resguardada sua total au-
tonomia para a realização de diagnósticos e intervenções a partir 
de instrumentos e técnicas próprias da Psicopedagogia, em um ine-
quívoco reconhecimento de se tratar de um campo disciplinar pró-
prio e específico, o qual requer estudos e habilitação legal para 
exercê-lo. 
VIDEOAULA 
A Psicopedagogia é um campo disciplinar que surge no século XX 
e por isso devemos entender duas características a seu respeito: de 
um lado pode ser considerada bastante nova, se comparada com 
outras áreas das ciências humanas, especialmente aquelas do 
campo da educação e cognição. Por outro lado, com pouco mais de 
um século de desenvolvimento, encontramos muitas discussões 
teóricas já bem consolidadas e práticas documentadas atestando 
não apenas sua importância, mas também sua eficácia. 
 
 
 
UNIDADE 1 Aula 2 
CONCEITOS BÁSICOS EM PSICOPEDAGOGIA 
Nesta aula, continuaremos a tratar do desenvolvimento de 
nosso campo, observando, de um lado, conceitos fundamen-
tais do trabalho psicopedagógico, bem como, de outro, sua 
aplicação tanto no aspecto clínico quanto institucional, 
aprofundando-nos nas possibilidades de atuação dos pro-
fissionais da área. 
10 minutos 
 
INTRODUÇÃO 
A Psicopedagogia, conforme visto na aula anterior, desen-
volve-se como campo científico a partir do início do século XX, com 
um enfoque interdisciplinar combinando conhecimentos e práti-
cas da Psicanálise, Educação, Medicina e Psicologia. 
Nesta aula, continuaremos a tratar do desenvolvimento de nosso 
campo, observando, de um lado, conceitos fundamentais do traba-
lho psicopedagógico, bem como, de outro, sua aplicação tanto no 
aspecto clínico quanto institucional, aprofundando-nos nas possi-
bilidades de atuação dos profissionais da área. 
PATOLOGIA NA EDUCAÇÃO 
Olá, alunos e alunas da nossa disciplina! Nesta aula daremos 
continuidade às discussões que iniciamos anteriormente, reto-
mando determinados conceitos fundamentais no âmbito do traba-
lho psicopedagógico, bem como determinados marcos temporais 
de nossa profissão, afim de melhor compreendê-los. Vamos lá? 
Conforme observamos na aula anterior, a Psicopedagogia contem-
porânea abandonou por completo o viés patologizante das dificul-
dades de aprendizagem. Mas podemos nos perguntar o que de fato 
isso significa? 
Para respondermos essa questão, é necessário, em primeiro 
lugar, compreendermos a relação entre medicalização/patologiza-
ção e a educação. Conforme nos mostram Maria Moysés e Cecilia 
Collares (2014), é frequente a translocação para o campo médico 
de questões inerentes à vida, sobretudo pela transformação de 
questões que inicialmente seriam de ordem social e coletivas em 
biológicas e individuais. 
Tal qual apontamos na aula anterior, essa é uma estratégia que, 
pela falta de políticas e de planejamento, isenta de responsabili-
dade não apenas a sociedade, mas as variadas instituições públicas 
ou privadas, bem como os poderes constituídos no Estado. 
A partir do viés individual e biológico, encontramos o termo “me-
dicalização”, que nada mais é do que a transformação de aspectos 
naturais da vida (como, por exemplo, o sofrimento pela dor da 
perda/morte) em doenças que precisam ser tratadas, bem como a 
criação de separações artificiais entre o “normal” e o “patológico” 
(MOYSES & COLLARES 2014). 
No campo da educação nas décadas de 1970/1980, observamos esse 
processo patologizante pela utilização do termo médico “DCM – 
Disfunção Cerebral Mínima”, um rótulo criado para diagnosticar 
crianças e adolescentes que apresentavam, no linguajar da época, 
dificuldades de aprendizagem. 
É importante notarmos como, embora atualmente o termo tenha 
caído em desuso, outras patologias se tornaram extremamente co-
muns no jargão educacional, utilizadas inclusive sem qualquer 
tipo de avaliação profissional, com o TDAH (transtorno de déficit 
de atenção e hiperatividade) como o grande campeão de populari-
dade. 
Nesse sentido, o campo da educação tem passado por uma série de 
discussões que visam enquadrar a questão das “dificuldades de 
aprendizagem”, de forma a sair da esfera individual e biológica, 
patológica, sob diferentes vieses que não busquem culpabilizar 
alunos e famílias pelo baixo desempenho escolar, de modo que ou-
tros termos foram buscados, especialmente o chamado “Fracasso 
Escolar” (POZZOBON; MAHENDRA; MARIN 2017). 
O termo, como mostram as mesmas autoras, não é um consenso 
entre os especialistas, pois é bastante vago e impreciso, existindo 
muitas críticas ao seu uso, mas um dos pontos mais importante de 
sua conceituação reside na compreensão da importância de aspec-
tos além do cognitivo, a serem considerados: aqueles afetivos e so-
ciais relacionados ao processo de construção do saber. 
De fato, consonante a estas questões, encontramos outro ele-
mento essencial apontado por Bossa (2019), que é a compreensão 
de outro movimento de deslocamento, na fuga da culpabilização 
de estudantes: não se trata de falarmos exclusivamente de proble-
mas de aprendizagem, mas sim de problemas ou dificuldades nos 
“processos de ensino-aprendizagem”. 
Não queremos, com essas palavras, no entanto, indicar que 
as patologias não existam ou não tenham um papel importante a 
ser trabalhado em nossa profissão. Ao contrário, partindo da com-
preensão de que cada caso precisa ser individualmente estudado e 
diagnosticado, partimos da compreensão essencial de que não é no 
estudo de doenças que chegaremos ao âmago da questão: é preciso 
um novo movimento de translocação, em que não tratamos de dis-
túrbios de aprendizagem, mas dos processos de ensino-aprendiza-
gem (MOYSÉS & COLLARES 2014). 
AS FORMAÇÕES EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITU-
CIONAL 
Conforme Mostram Olga Kubo e Silvio Botomé (2001), a pers-
pectiva de Paulo Freire foi essencial para trazer à tona na comuni-
dade educacional o necessário equilíbrio acerca do papel do “ensi-
nar” e “como ensinar” de um lado, e de outro a inserção da própria 
realidade dos estudantes em sua aprendizagem. Como indicam os 
autores, “ensino” e “aprendizagem” não são “coisas estáticas” ou 
fixas, e tratam, na verdade, de um processo que nem sequer pode 
ser tomado em suas partes de maneira independente. Os processos 
de ensino-aprendizagem seguem um fluxo contínuo em que a fi-
gura do mediador aparece de maneira central. 
Nesse exato sentido encontramos os profissionais com formação 
em Psicopedagogia: grandes mediadores dos processos de ensino-
aprendizagem atuando em diversas frentes, a partir de diferentes 
jornadas complementares de formação. 
De um lado encontramos o campo relacionado à Psicopedagogia 
Institucional, que. segundo Serra (2012), se divide em três ramos 
principais: escolar, empresarial e hospitalar. Dos três ramos o pri-
meiro é, certamente, o mais conhecido e o mais estudado, e diz res-
peitos às formas de atuação e mediação nos ambientes escolares 
públicos e privados brasileiros. 
O ambiente escolar, conforme estamos mostrando, tem pas-
sado por uma série de mudanças de paradigmas. Como mostrou 
Vercelli (2012), a Psicopedagogia Institucional escolar tem como 
principal objetivo a ação de prevenção, fomentando o aprendi-
zado, trabalhando para a diminuição das situações que levam ao 
fracasso escolar, bem como desempenhando um importante papel 
de apoio à família, aos professores e à equipe escolar como um todo 
no processo de inclusão de alunos com necessidades especiais. 
Já no ambiente empresarial o psicopedagogo desempenha uma 
função bem importante: facilitar a construção de um conheci-
mento coletivo pelos diferentes colaboradores, criando um ambi-259, 2006. 
• MENTAL HEALTH FOUNDATION. 2021. Learning disabili-
ties. [online] Disponível em: https://www.menta-
lhealth.org.uk/cy/node/1955. Acesso em: 3 ago. 2022. 
• MORAES. D. N. M. de. Diagnóstico e avaliação psicopeda-
gógica. 2010. Disponível em: http://www.sindpsicop-
pbr.com.br/noticia/. Acesso em: 30 nov. 2022. 
• SERRA, D. C. G. Teorias e práticas da psicopedagogia insti-
tucional. Curitiba: IESDE Brasil, 2004. 
• SCOZ, B. J. L. Psicopedagogia: contextualização, formação e 
atuação profissional. Porto Alegre: Artmed, 1992. 
• VERCELLI, L. D. C. A. O trabalho do psicopedagogo instituci-
onal. Revista Espaço Acadêmico, 12(139), 71-76, 2012. 
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-exercitar/noticias/2021/o-que-significa-ter-saude
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-exercitar/noticias/2021/o-que-significa-ter-saude
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-exercitar/noticias/2021/o-que-significa-ter-saude
https://www.mentalhealth.org.uk/cy/node/1955
https://www.mentalhealth.org.uk/cy/node/1955
http://www.sindpsicoppbr.com.br/noticia/
http://www.sindpsicoppbr.com.br/noticia/ente mais harmônico com gestores a partir da compreensão de que 
ensino e aprendizagem são processos contínuos que não se inter-
rompem na vida adulta, seja por motivos de idade ou de conclusão 
de ciclos acadêmicos (Educação Básica ou Superior). 
Por fim, o ramo hospitalar, conforme aponta Serra (2012), 
ainda é pouco usual no Brasil. Tem o objetivo é realizar a mediação 
do desenvolvimento cognitivo de indivíduos que, por motivos mé-
dicos, estejam internados ou acamados por longos períodos de 
tempo e, portanto, afastados do sistema de ensino escolar tradicio-
nal. 
Por sua vez, o campo clínico forma-se a partir de um caráter 
terapêutico, no qual o profissional especializado avalia e intervém 
nas causas das dificuldades de aprendizagem apresentadas pelo 
indivíduo, levando em consideração todo o contexto social, político 
e econômico em que ele está envolvido. Observamos, de pronto, 
que ao contrário do que se poderia imaginar, a clínica psicopeda-
gógica não é um espaço reservado apenas a crianças e adolescen-
tes, mas ocupa-se de todas as faixas etárias, incluindo adultos e ido-
sos. 
Devemos enfatizar a importância deste último elemento: os 
processos de ensino-aprendizagem continuam por toda a vida do 
ser humano, e isso, obviamente, também é válido para os próprios 
psicopedagogos e psicopedagogas: nós sempre podemos aprender 
mais sobre o ramo em que estamos atuando, bem como buscar co-
nhecimento sobre outras formas de mediar e colaborar com os ou-
tros. 
O TRABALHO PSICOPEDAGÓGICO 
A partir do panorama que apontamos na seção anterior, pas-
samos agora às especificidades das diferentes modalidades de atu-
ação psicopedagógica, como, por exemplo, no campo institucional, 
as tarefas de coordenação e planejamento, bem como no campo 
clínico, acerca da avaliação e intervenção. 
 Se, como apontamos, o papel do psicopedagogo institucional 
é variado, existem algumas tarefas transversais que podem fazer 
parte de suas atribuições, em especial processos de planejamento 
e coordenação de atividades. 
A palavra planejamento, porém, pode assumir muitos senti-
dos, dentre os quais é preciso destacar tanto o quesito macro, como 
aquele relacionado ao desenvolvimento de projetos político-peda-
gógicos da instituição, bem como o seu planejamento curricular, 
quanto o quesito micro como a própria constituição de planos de 
aula e/ou roteiros de atividades de aprendizagem. 
Como aponta Gandin (1999), a finalidade do planejamento é 
a eficiência para execução da tarefa que se realiza, em outras pa-
lavras, buscamos otimizar e buscar a excelência na tarefa, inde-
pendentemente de qual ela seja. Planejar é uma tarefa sistêmica 
que, no contexto psicopedagógico, deve ser pormenorizada em 
uma sequência de ações iniciando com uma atividade diagnóstica 
da realidade e, após isso, a apresentação de uma programação, isto 
é, uma proposta de ação que inclui: objetivos, descrição das estra-
tégias, atribuição de responsabilidades/responsáveis, e demais ins-
truções para execução. 
A coordenação das atividades, por sua vez, também pode ser 
uma atividade do profissional – tendo ou não sido ele próprio a re-
alizar o planejamento – servindo, como estamos abordando, en-
quanto um mediador/facilitador de relacionamentos ou das pró-
prias atividades de aprendizagem. Cabe ressaltar que, no ambiente 
corporativo, o psicopedagogo se encontra frequentemente no setor 
de Recursos Humanos da empresa, dividindo espaços e atribuições 
com colegas de outras áreas, especialmente da psicologia. 
No que diz respeito às atividades clínicas, é necessário obser-
var que toda atividade e qualquer atividade se inicia com uma ava-
liação específica, individual e pormenorizada do paciente. Maria 
Lúcia Weiss (2016), nesse sentido, é paradigmática: através da ava-
liação busca-se um diagnóstico psicopedagógico que é uma grande 
investigação, a partir do esclarecimento de uma queixa que é tra-
zida pelo próprio sujeito, sua família, responsáveis e/ou da escola. 
Conforme estamos abordando, não se trata da busca patolo-
gizante, isto é, aquela que transforma em uma doença a ser tra-
tada, da dificuldade de aprendizagem, mas tal qual aponta Weiss 
(2016:31), uma “compreensão global da sua forma de aprender e 
dos desvios que estão ocorrendo nesse processo”. 
A investigação/avaliação para o diagnóstico correto é impres-
cindível para todo e qualquer trabalho psicopedagógico, podendo 
ocorrer ao longo de diferentes sessões, conforme a necessidade de 
cada caso, de forma que a avaliação precisa ser entendida en-
quanto um processo. 
Observamos que a queixa é aquele elemento trazido no pri-
meiro contato com o profissional, e deve ser entendida como uma 
hipótese a ser testada, e não necessariamente o ponto de partida 
ou chegada do diagnóstico psicopedagógico, podendo o 
profissional utilizar-se de uma gama de ferramentas e atividades. 
Em relação à utilização das ferramentas, é preciso ressaltar, con-
forme também faz esta autora, que: 
 
O sucesso de um diagnóstico não reside no grande número de ins-
trumentos utilizados, mas na competência e sensibilidade do tera-
peuta em explorar a multiplicidade de aspectos revelados em cada 
situação. 
(WEISS, 2016:34) 
Em outras palavras, não se deve deslocar para os instrumentos 
(como testes) a capacidade de diagnóstico que reside nas atribui-
ções do profissional. Após o processo de avaliação, inicia-se, caso 
haja interesse dos pais/responsáveis, o processo de intervenção 
psicopedagógica, em que poderão ser trabalhadas todas as habili-
dades do paciente (cognitivas, motoras, afetivas) para reescrever 
seu histórico de dificuldades de aprendizagem. 
VIDEOAULA 
Nesta videoaula, continuaremos a tratar do desenvolvimento de 
nosso campo, observando, de um lado, conceitos fundamentais do 
trabalho psicopedagógico, e de outro, sua aplicação tanto no as-
pecto clínico quanto institucional, aprofundando-nos nas possibi-
lidades de atuação dos profissionais da área. 
Saiba mais 
Que tal conhecer mais sobre as questões ligadas ao conceito de Fra-
casso Escolar? Leia no artigo Cultura do fracasso escolar afeta mi-
lhões de estudantes e desigualdade se agrava na pandemia, alertam 
UNICEF e Instituto Claro. 
 
 
 
 
 
 
https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/cultura-do-fracasso-escolar-afeta-milhoes-de-estudantes-e-desigualdade-se-agrava-na-pandemia
https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/cultura-do-fracasso-escolar-afeta-milhoes-de-estudantes-e-desigualdade-se-agrava-na-pandemia
https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/cultura-do-fracasso-escolar-afeta-milhoes-de-estudantes-e-desigualdade-se-agrava-na-pandemia
 
 
 
 
UNIDADE 1 Aula 3 
BASES TEÓRICAS DA PSICOPEDAGOGIA 
Nesta aula abordaremos os principais conceitos trabalhados nestas 
linhas teóricas, apresentando aos discentes a relação entre aspectos 
cognitivos, afetivos e sociais na constituição dos processos de en-
sino-aprendizagem. 
10 minutos 
 
INTRODUÇÃO 
As bases teóricas da psicopedagogia contemporânea são compos-
tas por três componentes principais: a epistemologia genética de 
Jean Piaget, a epistemologia convergente de Jorge Visca e a psica-
nálise freudiana. 
Nesta aula abordaremos os principais conceitos trabalhados nestas 
linhas teóricas, apresentando aos discentes a relação entre aspec-
tos cognitivos, afetivos e sociais na constituição dos processos de 
ensino-aprendizagem. 
Ressaltamos a importância de um olhar diferenciado em relação 
aos indivíduos que apresentam dificuldades de aprendizagem/fra-
casso escolar, contemplando mais do que meramente a sua relação 
com as instituições de ensino ou trabalho, mas uma visão completa 
do sujeito e sua inteiração com o meio social do qual faz parte. 
JEAN PIAGET E AS BASES DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
Caro estudante, nesta aula começaremos a sondar conceitos teóri-
cos que são a base de sustentação da atuação psicopedagógica, seja 
no campo clínico, seja no campo institucional. Vamos lá? 
Jean Piagetrealizou um estudo sistemático para definir o conceito 
de inteligência e, assim, trouxe grandes contribuições para a com-
preensão atual do processo de aprendizagem. Piaget (1996) com-
preende a inteligência como uma forma de os seres humanos se 
adaptarem à realidade em um processo evolutivo que se organiza 
de forma progressiva em busca do equilíbrio com o ambiente ex-
terno, o que denominou Teoria da Equilibração. Para ele, a ação 
humana advém de alguma necessidade que deve ser satisfeita, de 
algum problema a ser resolvido. Ao agir, o ser humano põe em jogo 
dois processos mentais: 
• Assimilação: o homem capta da realidade, com o auxílio de 
seus sentidos, as características que ela apresenta e estabe-
lece relações com as informações armazenadas em seu cére-
bro. 
• Acomodação: o homem é capaz de utilizar o que assimilou 
em situações novas, apresentando um comportamento ade-
quado e eficiente, adaptando-se às mudanças. 
Segundo Piaget (1976), esses processos não são tão simples, e uma 
equilibração precisa ser buscada quando, em contato com um ob-
jeto desconhecido a ser assimilado, é possível que haja conflito e 
resistências, de modo que o sujeito precisa modificar suas estrutu-
ras mentais para acomodá-lo. Em outras palavras, trata-se de um 
ciclo contínuo de equilíbrio, desequilíbrio e reequilíbrio. 
Em sua obra acerca de epistemologia genética (1970) Jean Piaget 
buscou, conforme aponta Pádua (2009), demonstrar a ordem de su-
cessão em que as diferentes capacidades cognitivas se desenvol-
vem, dividindo assim os períodos do desenvolvimento humano em 
quatro períodos ou estágios, conforme o surgimento de novas qua-
lidades do pensamento. Observemos o quadro a seguir: 
Quadro 1 | Os estágios do desenvolvimento conforme Piaget 
Estágio Idade Características principais 
Sensório-Mo-
tor 0 a 2 anos Desenvolvimento intenso em três 
etapas: reflexos; organização das 
percepções e hábitos; inteligência 
sensório-motora. 
Pré-operatório 2 a 7 anos 
Aparecimento da linguagem; 
comportamento profundamente 
modificado (afetivo/intelectual); 
primeira poda sináptica por volta 
dos três anos; início da socializa-
ção; interiorização das ações; re-
construções das imagens e experi-
ências mentais; cérebro inicia o 
processo de seleção das informa-
ções. 
Operatório-
concreto 7 a 12 anos 
Evidencia a socialização; o pensa-
mento; as operações racionais; o 
campo da afetividade. 
Operatório 
formal 
Por volta dos 
12 anos 
Início da adolescência: 
o cérebro chega ao tamanho má-
ximo do seu crescimento; conti-
nua o desenvolvimento das suas 
conexões sinápticas; não cessa seu 
aprendizado e desenvolvimento 
cognitivo; início da autonomia. 
Fonte: Dias (2021, p. 948). 
Para Piaget (1970), cada um desses estágios representa um 
salto de qualidade na inteligência do indivíduo e, conforme nos 
aponta o autor, são estágios sucessivos, e todo indivíduo deve pas-
sar por todos eles, na mesma ordem, ainda que, frisemos, os mo-
mentos de início e término para cada um dos estágios dependam 
exclusivamente de características individuais, de acordo com uma 
série de fatores sociais, políticos, culturais, econômicos etc. 
Conforme aborda Dias (2020), a grande importância do tra-
balho de Piaget está justamente no foco que é dado ao desenvolvi-
mento da criança, principalmente de sua forma e capacidade de 
aprender, quebrando totalmente com a visão pedagógica anterior 
que crianças eram como “depósitos vazios” aguardando apenas se-
rem preenchidas com o conhecimento a ser oferecido, consoli-
dando a visão, ainda atual, de crianças enquanto sujeitos ativos na 
construção do seu conhecimento. 
PSICANÁLISE E A QUESTÃO AFETIVA 
Considerada a base genética piagetiana da inteligência e do 
desenvolvimento de habilidades/qualidades do pensamento, trata-
remos do estudo de duas linhas teóricas que nos auxiliam a com-
preender elementos ligados aos processos de ensino-aprendiza-
gem. 
Podemos iniciar nossa discussão a partir de alguns aponta-
mentos realizados pelo próprio pai da psicanálise, Sigmund Freud. 
A psicanálise freudiana, segundo seu criador, pode ser entendida 
como método de investigação que caracteriza-se pelo seu caráter 
interpretativo, buscando o significado não revelado daquilo que é 
manifesto (FREUD, 1911). 
Uma das principais contribuições da psicanálise para a área 
da educação é a elaboração do conceito de transferência, e por con-
sequência, de contratransferência. 
A transferência, segundo Freud (1912), pode ser compreen-
dida a partir de duas atitudes distintas do analisando ao transferir 
seus sentimentos para a figura do analista, podendo ocorrer uma 
transferência positiva que leva à cooperação, ou negativa, na qual 
o analisando cria resistências ao processo analítico e à figura do 
analista. A contratransferência, por sua vez, seria o caminho in-
verso, no qual o próprio analista investe sentimentos em relação 
ao paciente, também de forma positiva ou negativa. 
Como mostraram Santos e Santiago (2011), diversos pesqui-
sadores notaram como a transferência não está de forma alguma 
restrita ao contexto psicanalítico, sendo um fenômeno constante e 
onipresente, isto é, parte todas as relações humanas, sejam de cu-
nho profissional, hierarquizadas ou amorosas, entre outras. 
A transferência no contexto educativo se refere aos conteúdos 
afetivos que alunos e alunas destinam à figura do professor. Nesse 
sentido, Maria Cristina Machado Kupfer assinala o seguinte: “um 
professor pode tornar-se a figura a quem serão endereçados os in-
teresses de seu aluno, porque é objeto de uma transferência. E o 
que se transfere são as experiências vividas primitivamente com 
os pais" (2004, p. 88). 
Fica mais do que empiricamente observado como o fator afe-
tivo e a relação que é construída entre alunos e professores são 
fundamentais nos processos de ensino-aprendizagem, de forma 
que o próprio Freud, embora não tenha elaborado o conceito para 
a educação, nos traz uma fala bastante interessante acerca de sua 
experiência pessoal: "é difícil dizer se o que exerceu mais influên-
cia sobre nós e teve importância maior foi a nossa preocupação 
pelas ciências que nos eram ensinadas, ou a personalidade de nos-
sos mestres" (1914, p. 248). 
Percebemos que a transferência se produz quando o desejo 
de saber do aluno se conecta a um traço particular da pessoa do 
professor. Transferir, neste contexto, traz uma grande responsabi-
lidade, pois uma vez instalada a transferência, o professor é carre-
gado de uma importância especial, de estar autorizado a construir 
o conhecimento com esse aluno. 
Nesse contexto, podemos finalmente compreender a obra do 
psicopedagogo argentino Jorge Visca, para quem a aprendizagem 
depende sempre de uma estrutura que envolve três dimensões: o 
cognitivo, o afetivo e o social (VISCA, 1987). Sua epistemologia con-
vergente busca, portanto, a compreensão destes três fatores nos 
processos de ensino-aprendizagem dos indivíduos, bem como a 
partir deles identificar os problemas de aprendizagem e causas 
que possam levar ao fracasso escolar. 
A epistemologia convergente é bastante clara ao propor que, 
conforme mostram Trentini e Bampi (2017), as dimensões cogniti-
vas e afetivas do indivíduo adquirem seu significado completo 
quando relacionadas ao meio em que ele vive – em outras palavras, 
é somente a partir da interação do sujeito com seu meio social que 
se constrói sua inteligência e se realizam os processos de ensino-
aprendizagem. 
JORGE VISCA E A EOCA 
A partir de sua epistemologia convergente, Jorge Visca cria 
uma técnica de investigação diagnóstica, chamada Entrevista Ope-
rativa Centrada na Aprendizagem (EOCA), que é, na verdade, um 
instrumento absolutamente simples mas bastante eficaz, tendo em 
vista sua riqueza de resultados, podendo ser aplicada já na pri-
meira entrevista de avaliação do paciente. 
A EOCA consiste em solicitar ao paciente que mostre aquilo 
que saber fazer ou aprender a fazer, a partir de um conjunto de 
materiaisque são disponibilizados à sua frente. Esses materiais po-
dem ser desde elementos básicos para escrita ou desenho como pa-
pel, canetas, lápis, lápis de cor, giz de cera, a objetos como bonecos 
e brinquedos, ou ainda jogos, gravuras e músicas; enfim, uma 
quantidade enorme de instrumentos que devem, certamente, cor-
responder às capacidades cognitivas/etárias de cada indivíduo. 
O principal objetivo da EOCA, conforme aponta Sampaio 
(2009, p. 35), é “investigar os vínculos que ela [o paciente] possui 
com os objetos e os conteúdos de aprendizagem escolar, observar 
suas defesas, condutas evitativas e como enfrenta novos desafios”, 
de modo a possibilitar que sejam investigados sintomas e, princi-
palmente, levantar hipóteses a respeito das causas dos problemas 
de aprendizagem, delimitando o campo de ação de intervenção a 
partir daquilo que tenha sido efetivamente constatado durante a 
EOCA – este aspecto é importante, pois o constatado durante a en-
trevista pode ou não ter relação com a queixa inicial trazida por 
pais, responsáveis, escola ou ainda pelo próprio paciente. 
Conforme apontam Trentini e Bampi (2017), a intenção do 
trabalho com a EOCA é permitir a espontaneidade do sujeito du-
rante a entrevista – ainda que esta seja dirigida e orientada pelo 
profissional. Observamos que, no caso de o paciente demonstrar 
insegurança e não conseguir escolher qual material utilizar e mos-
trar o que sabe fazer/aprendeu, tal fato, conforme apontado por 
Sampaio (2009), já está representando um elemento que o psicope-
dagogo não deve deixar de registrar e, consequentemente, fazer 
intervenções motivacionais ao paciente. 
No percurso da EOCA, conforme aponta Visca (1987), é neces-
sário observar três aspectos principais: a temática (o que o sujeito 
diz), a dinâmica (o que ele faz e como se expressa) e o produto (o 
que fica registrado). A partir da análise desses aspectos, o psicope-
dagogo conseguirá novos direcionamentos para novas avaliações 
e também para as sessões de intervenção. 
Os três aspectos mencionados são relevantes pois podem 
apresentar indícios importantíssimos acerca do mundo psíquico 
do sujeito em relação aos seus processos de ensino-aprendizagem, 
com especial enfoque à sua autoestima e seu desejo pelo conheci-
mento ou afastamento deste. 
A EOCA, conforme apresentamos, é um dos variados instru-
mentos à disposição dos profissionais formados em psicopedago-
gia e, como todo instrumento, a qualidade de sua aplicação de-
pende do profissional que o emprega, portanto, deve ser bem estu-
dado e conhecido. 
VIDEOAULA 
As bases teóricas da psicopedagogia contemporânea são compos-
tas por três componentes principais: a epistemologia genética de 
Jean Piaget, a epistemologia convergente de Jorge Visca, e a psica-
nálise freudiana. 
Nesta aula, abordaremos os principais conceitos trabalhados den-
tro destas linhas teóricas, apresentando a relação entre aspectos 
cognitivos, afetivos e sociais na constituição dos processos de en-
sino-aprendizagem. 
Saiba mais 
Conheça mais a respeito da EOCA: 
https://www.ericaalvim.com.br/blog/eoca. 
 
 
https://www.ericaalvim.com.br/blog/eoca
UNIDADE 1 Aula 4 
CAMPOS DE ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO 
A Psicopedagogia trabalha o entendimento do sujeito que aprende, 
através de sua própria subjetividade, ou seja, sua história pessoal, 
de seus vínculos, de sua modalidade de aprendizagem, compatibili-
zando conhecimento e saber.10 minutos 
INTRODUÇÃO 
A atuação do profissional psicopedagogo pode se dar de vá-
rias formas, a partir das perspectivas clínica e institucional. A Psi-
copedagogia trabalha o entendimento do sujeito que aprende, atra-
vés de sua própria subjetividade, ou seja, sua história pessoal, de 
seus vínculos, de sua modalidade de aprendizagem, compatibili-
zando conhecimento e saber. 
O profissional deve buscar compreender o sujeito a partir de 
seu processo de aprender e também o de não aprender, pergun-
tando-se sempre como, o que e de que maneira esse sujeito 
aprende. O psicopedagogo exerce suas funções nas dimensões clí-
nica e institucional, buscando a compreensão das relações de 
aprendizagem, dos lugares e papéis de sujeitos em suas redes his-
tóricas. Deve criar ações e metodologias voltadas para o desejo pela 
aprendizagem, através da formulação de espaço, vínculo de confi-
ança e também dos recursos adequados e específicos para cada su-
jeito. 
AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA: O CAMPO 
INSTITUCIONAL 
Olá, alunos e alunas da nossa disciplina. Nas aulas passadas conhe-
cemos e analisamos uma enorme gama de conceitos inerentes ao 
campo teórico da Psicopedagogia, bem como apontamos para di-
versos aspectos da atuação profissional na área. Nesta aula, a úl-
tima de nossa unidade, vamos nos aprofundar ainda mais nos con-
ceitos estudados, articulando, principalmente, sua relação com o 
desenvolvimento do trabalho psicopedagógico. 
Conforme observamos nas aulas anteriores, a atuação psicopeda-
gógica divide-se em dois campos: o clínico e o institucional, de ma-
neira que a abordagem dos problemas relacionados com as dificul-
dades de aprendizagem e o fracasso escolar depende em grande 
medida do campo de atuação. 
No campo institucional o trabalho psicopedagógico é, sobretudo, 
conforme mostrou Vercelli (2012), o de prevenção. Mas, afinal o 
que significa falar de “prevenção” no contexto psicopedagógico? 
Olívia Porto nos auxilia a compreender esta questão ao afirmar 
que, em primeiro lugar, a Psicopedagogia institucional busca “fun-
damentalmente, auxiliar o resgate da identidade da instituição 
com o saber e, portanto, com a possibilidade de aprender” (2011: 
116) e que, portanto, a ação psicopedagógica de prevenção é aquela 
que investe na melhoria da qualidade das relações de aprendiza-
gem e da autonomia dos sujeitos. No contexto escolar, tal investi-
mento não está centrado apenas na figura do aluno, mas principal-
mente nos educadores, na construção de uma postura crítica em 
relação ao seu repertório de práticas e ações pedagógicas. 
Nádia Bossa (2019) afirma que ao falarmos de prevenção devemos 
considerar três níveis distintos: o primeiro nível é aquele de atua-
ção em processos educativos com finalidade de diminuir a fre-
quência com que ocorrem os “problemas de aprendizagem”, preo-
cupado com questões didático-metodológicas atuando na forma-
ção e na orientação de docentes, bem como acolhendo e aconse-
lhando a família. 
O segundo nível de prevenção teria como objetivo tratar – e dimi-
nuir – problemas já instalados. Aqui encontramos a atuação psico-
pedagógica na tarefa de planejamento, através da criação de um 
plano diagnóstico da realidade e a avaliação conjunta com outros 
atores institucionais (como gestores ou docentes) de currículos 
educacionais. O terceiro nível trata da consequência das outras 
ações: eliminando-se os problemas instalados, segundo a autora, já 
se está prevenindo o aparecimento de outros problemas. 
Para Porto (2011), o primeiro nível de prevenção é aquele “ideal” 
sendo, por exemplo, o ponto-chave de intervenção psicopedagó-
gica no ambiente escolar. O exemplo trazido por Bossa (2019) é 
particularmente relevante: vamos considerar o processo de alfabe-
tização. 
Um papel exercido pelo psicopedagogo institucional seria o de, ao 
se deparar com novas teorias sobre esse processo, em conjunto 
com demais profissionais, elaborar e/ou facilitar a utilização de 
métodos de ensino compatíveis com as novas concepções da alfa-
betização. Nesse sentido, explica Bossa (2019), o trabalho psicope-
dagógico restaria em auxiliar professores a incorporar novos co-
nhecimentos e metodologias de ensino. 
Devemos frisar que o processo de prevenção depende, necessaria-
mente, de um estudo e diagnóstico da instituição tanto em nível 
macro, como, por exemplo, da compreensão de seu plano político-
pedagógico, quanto em nível micro, das relações e dinâmicas que 
são construídas entre docentes e discentes em sala de aula, sendo 
um trabalho rigoroso que exige tempo e atenção. 
O psicopedagogonão fará mágica no ambiente em que foi cha-
mado a trabalhar: será preciso compreender toda a cultura insti-
tucional – através de processos sistemáticos de mapeamento e ava-
liações, para que enfim possa ser feita uma intervenção de caráter 
preventivo efetiva. 
AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA: O CAMPO 
CLÍNICO 
A atuação psicopedagógica clínica é marcada pelo seu caráter 
eminentemente terapêutico. E novamente, cabe levantarmos a 
questão: o que significa ser “terapêutico” no contexto psicopedagó-
gico? 
Conforme apontou Fagali (2006: 2), existe uma acalorada dis-
cussão quando se buscam diferenciadores na “intersecção entre o 
terapêutico psicopedagógico e o psicoterápico”, embora devamos 
ter clareza em entender que existe uma enorme quantidade de es-
tudos que fornecem, de maneira consistente, colaborações que fir-
mam a identidade própria da Psicopedagogia. 
No exercício da atuação clínica não podemos mais aceitar 
uma divisão simplista que diferencie profissionais entre os que 
cuidam do emocional (psicoterapeutas psicólogos) e aqueles que 
lidam com o cognitivo (psicopedagogos) tendo em vista, conforme 
demonstramos em todas as aulas anteriores, ser impossível com-
preendermos questões de ensino-aprendizagem sem uma visão 
completa do sujeito, sendo verdadeiramente equivocado buscar-
mos separar o cognitivo do emocional. 
Esta discussão é importante porque o termo terapêutico, con-
forme definido no Dicionário Aurélio (FERREIRA, 2004,) como a 
“parte da medicina que estuda e põe em prática os meios adequa-
dos para aliviar ou curar os doentes”, costuma ter sua utilização 
fora do meio médico questionada. 
Deve-se entender que a Psicopedagogia é um campo que está 
na convergência das áreas da Saúde e da Educação, de modo que 
trabalha com ambos os elementos, porém a partir de um olhar di-
ferenciado. 
Em primeiro lugar devemos observar que nós, enquanto profissio-
nais da Psicopedagogia, não trabalhamos com “doentes”: a indivi-
dualidade do ser, sua existência e competências não podem ser as-
similadas ou reduzidas à doença, em outras palavras, não é lícito 
identificarmos manifestações da pessoa – como o “estar doente” – 
com a doença em si. De maneira mais clara: uma criança ou ado-
lescente não é “disléxico”. Trata-se de um indivíduo que manifesta 
como uma de suas muitas características a dislexia. Esta mudança 
no jargão deve representar uma mudança profunda do olhar psi-
copedagógico: olhamos para sujeitos e não doenças. 
Nesse exato sentido, Fagali (2006) aponta que se “estar do-
ente” é uma manifestação do ser, “ir se curando” é a busca cons-
tante de um movimento que possibilita ao sujeito deslocar-se da 
condição/fixação de “não saudável”, ampliando sua consciência, 
no sentido do seu “ser” e “existir”. 
A abordagem clínica visa auxiliar o paciente neste movi-
mento, colaborando com a ampliação de sua consciência, assim, o 
processo terapêutico psicopedagógico é aquele no qual é possível: 
 
1- Acolher o outro, o diferente, o fragmentado e cristalizado res-
peitando suas singularidades; 
2- Abrir espaço para que o outro possa se revelar criador / cons-
trutor de si próprio e do seu conhecimento 
3- Manter diálogos entre aqueles envolvidos com a dinâmica rela-
cional, proporcionando diferentes formas de contato com o mundo 
interno e externo para integrar o ‘pensar’ e o ‘emocionar’. 
(FAGALI, 2005: 28) 
Nesta mesma perspectiva encontramos a observação de Purifica-
ção (2000) de que o trabalho clínico não busca meramente compre-
ender o porquê de um sujeito não aprender, mas sim, especial-
mente, o que ele pode aprender e como aprende. 
O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO NA CLÍNICA 
PSICOPEDAGÓGICA 
Com base na discussão da seção anterior, nos aprofundare-
mos agora em questões práticas acerca do desenvolvimento do tra-
balho psicopedagógico clínico, de modo a entendermos seus dois 
momentos: a avaliação diagnóstica e a intervenção. 
O primeiro aspecto que deve ser muito bem compreendido é 
que, se a própria Psicopedagogia tem suas raízes na multidiscipli-
naridade, não há motivos para considerarmos que o profissional 
deva fazer tudo sozinho. Pelo contrário, o bom profissional em Psi-
copedagogia é aquele que tem a clareza de entender que talvez seja 
necessário encaminhar o paciente para outros profissionais, como 
neurologistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, etc., tanto nas fases 
de avaliação quanto de intervenção. 
Pois bem, podemos então questionar: o que é e para que serve 
a fase de avaliação diagnóstica? Conforme indicaram Pires, Sacilo-
tto e Próspero (2021), podemos começar a responder pela negativa: 
ela não é – e nem pode ser – a finalidade do processo clínico e, 
muito menos, a condenação dos processos do paciente. Isto é, o di-
agnóstico jamais deve ser a fixação de um rótulo que o sujeito car-
regará para o resto de sua vida, criando empecilhos para o pleno 
desenvolvimento de suas relações cognitivas, educacionais, soci-
ais, afetivas, etc. 
A avaliação, ou, ainda, o processo de avaliação é, conforme 
aponta Weiss (2016), uma grande investigação acerca do sujeito, 
levando-se em consideração aquilo que não vai bem a partir de 
uma conduta esperada. Ela não deve, entretanto, pautar-se so-
mente pelo aspecto negativo. Conforme discutido, é preciso obser-
var, ao mesmo tempo, as capacidades e habilidades do sujeito, o 
que ele sabe, o que ele aprende e como aprende. 
Uma avaliação que se resuma à simples afirmação de uma 
queixa trazida ao consultório, por exemplo, “fulano não consegue 
fazer contas de divisão”, nem sequer pode ser chamada de diag-
nóstica: é preciso ir mais fundo na compreensão de por que algo 
não pode ser feito, bem como das maneiras de contornar esta difi-
culdade. 
Ademais, não é possível fazermos uma avaliação apenas to-
mando-se o paciente no ambiente do consultório: é necessário 
compreender os outros fatores, ou mesmos pilares, nos quais o in-
divíduo está inserido, a saber, família-escola-comunidade. 
A família é consultada já na entrevista inicial, na qual traz as quei-
xas e motivos que a levaram a buscar o profissional. Nesse mo-
mento é importante inquirir sobre a vida e a qualidade dos relaci-
onamentos da criança/adolescente: qual sua relação com amigos, 
familiares, professores, suas atividades dentro e fora do ambiente 
escolar. Por vezes, é possível solicitar também uma conversa com 
agentes escolares, como professores ou coordenadores que este-
jam em contato com o paciente. 
Durante avaliação é comum – e muitas vezes criada uma ex-
pectativa por parte de pais e responsáveis – a utilização de testes. 
Nesse quesito, conforme muito bem explicita Weiss (2016: 105), “o 
uso de testes e provas não é indispensável num diagnóstico psico-
pedagógico. Ele representa um recurso a mais a ser explorado pelo 
terapeuta em alguns casos”. 
Conforme já observamos, testes são ferramentas que podem 
ser interessantes na compreensão de determinados problemas e 
situações, mas não devemos atribuir a eles a capacidade de ofere-
cer respostas; essas apenas podem ser encontradas pelo próprio 
profissional e suas observações. 
Após a conclusão da investigação, ocorre a devolutiva: o mo-
mento do processo de avaliação no qual o profissional reporta aos 
pais/responsáveis os elementos que foram encontrados em sua in-
vestigação, permitindo que eles possam compreender a real di-
mensão das questões apresentadas, bem como, se necessário, fazer 
os encaminhamentos para outros profissionais. 
Ao final da fase de avaliação, o profissional deve ser capaz de 
ter uma visão global de seu paciente, considerando todos os ele-
mentos que tenham afetado sua aprendizagem (sociais, educacio-
nais, afetivos, etc.), bem como uma clara compreensão de seu mo-
delo de aprendizagem, a fim de iniciar-se a fase de intervenção psi-
copedagógica, isto é, aquele trabalho que permitirá, conforme ob-
servamos, o processo terapêutico do paciente. 
VIDEOAULA 
A atuação do profissional psicopedagogo pode se dar de várias for-
mas, a partir dasperspectivas clínica e institucional. A Psicopeda-
gogia trabalha o entendimento do sujeito que aprende, através de 
sua própria subjetividade, ou seja, sua história pessoal, seus víncu-
los, sua modalidade de aprendizagem, compatibilizando conheci-
mento e saber. 
Saiba mais Conheça um pouco mais sobre a Associação Brasileira 
de Psicopedagogia acessando o seu site oficial. 
 
 
 
 
 
 
https://www.abpp.com.br/
 
UNIDADE 2 A FORMAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO 
50 minutos 
• Aula 1 - A formação em Psicopedagogia 
• Aula 2 - A Associação Brasileira de Psicopedagogia – ABPp 
• Aula 3 - Diretrizes para a formação do psicopedagogo no Bra-
sil 
• Aula 4 - Diretrizes para a atuação do psicopedagogo 
• Referências 
 
UNIDADE 2 Aula 1 
A FORMAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA 
 
Nesta aula conheceremos um pouco sobre a história da Psicopeda-
gogia no Brasil, sobre como ela surgiu e em quais condições, assim 
como alguns precursores que influenciaram a importância de seu 
desenvolvimento aqui em nosso país. 
10 minutos 
 
INTRODUÇÃO 
Nesta aula conheceremos um pouco sobre a história da Psicopeda-
gogia no Brasil. Como ela surgiu e em quais condições, assim como 
alguns precursores que influenciaram a importância de seu desen-
volvimento aqui em nosso país. Após explorarmos fatos históricos 
será o momento de analisarmos a formação da identidade do pro-
fissional de psicopedagogia, que vem sendo confundido com ou-
tros profissionais e chegando a perder suas principais característi-
cas. Para finalizar falaremos sobre as modalidades em que pode 
acontecer a formação do profissional psicopedagogo a nível de en-
sino superior. 
 
 
https://conteudo.colaboraread.com.br/202301/WHITE_LABEL/FUNDAMENTOS_DA_PSICOPEDAGOGIA/LIVRO/U2/index.html#aula1
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HISTÓRICO DA FORMAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO BRASIL 
A história da formação do psicopedagogo no Brasil inicia-se na dé-
cada de 1960, tendo surgido no Brasil e na Argentina a Psicopeda-
gogia Clínica na tentativa de compreender o fracasso escolar de 
maneira individualizada. Em 1966 deu-se a criação de clínicas de 
leitura no Rio Grande do Sul, devido ao alto número de alunos que 
apresentavam dificuldades de aprendizagem em leitura e escrita. 
Essas clínicas objetivavam um atendimento especializado para as 
crianças buscando superar tais dificuldades. 
Na década de 1970 em São Paulo na PUC-SP, começam a aparecer 
cursos relacionados às dificuldades que surgiam no ambiente es-
colar. Esses cursos eram organizados pela Professora Genney Go-
lubi de Mordes e tinham como finalidade preparar profissionais 
para exercer o atendimento de crianças nas escolas, assim como 
na clínica que coordenava que oferecia serviço de atendimento clí-
nico para crianças que estivessem matriculadas na rede pública 
com enfoque baseado na prevenção. 
Na Europa no século XIX, os problemas de aprendizagem eram tra-
tados por médicos. Foi desta forma que a Psicopedagogia foi intro-
duzida no Brasil, baseando-se em modelos médicos de atuação. 
Dentro desta realidade, a partir de 1970, iniciaram-se cursos de for-
mação de especialistas em Psicopedagogia na Clínica Médico Peda-
gógica de Porto Alegre que tinha duração de dois anos. 
Em 1979 o primeiro curso de Psicopedagogia surgiu em São Paulo 
no Instituto Sedes Sapientiae, tendo como precursoras Maria Alice 
Vassimon, que era pedagoga e psicodramatista, e Madre Cristina 
Sodré Dória, que na ocasião era diretora do Instituto. O curso trazia 
como proposta uma visão integrada do sujeito da aprendizagem. 
Uma visão dinâmica da Psicopedagogia inicia-se na década de 
1980, que buscava a compreensão do fracasso escolar englobando 
a dinâmica interna do espaço escolar assim como características 
psicológicas e sociais que poderiam interferir diretamente na rela-
ção aluno x conhecimento. 
Já na década de 1990 o desenvolvimento da Psicopedagogia nos 
permite dizer que sua direção caminha para uma perspectiva 
transdisciplinar, possibilitando analisar o sujeito como um todo e 
sua atuação nos diferentes ambientes que venha a se integrar, 
compreendendo que aprendizagem se constrói baseada nas con-
tradições, nos desequilíbrios e conflitos que estão presentes no pro-
cesso de estruturação e consolidação do conhecimento. 
Ainda hoje no Brasil percebemos que os familiares, ao perceberem 
algo diferente no processo de aprendizagem de seus filhos ou entes 
queridos, têm como primeira atitude procurar uma ajuda médica 
como acontecia antigamente, devido à crença de que o problema 
poderá ser sanado com medicamentos farmacológicos. Neste pro-
cesso na busca de um profissional da área médica o sujeito demora 
um longo tempo para receber um encaminhamento a um profissi-
onal Psicopedagogo que será uma das peças do “quebra-cabeça” 
que oferecerá subsídios pedagógicos para compreender o sujeito 
como um todo, traçar estratégias na busca da superação da dificul-
dade de aprendizagem ou apenas uma avaliação das potencialida-
des inatas daquele ser humano que precisa ser analisado global-
mente e não apenas em partes e fora do contexto em que está inse-
rido. 
Muitas vezes a formação em Psicopedagogia, uma das áreas mais 
procuradas pelos professores, faz com que a profissão seja confun-
dida também com a de um professor de reforço escolar, mas não 
percebem que é algo para além disso, pois traçar estratégias espe-
cíficas para um aprendente que demonstra algumas limitações é 
muito além de ensinar conceitos. É perceber e traçar caminhos que 
apenas o professor em sala de aula com vários estudantes e num 
curto período de tempo não tem a possibilidade de colocar em prá-
tica o que se faz necessário na busca do êxito. 
DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE DO PSICOPEDAGOGO 
NO BRASIL 
Falar da identidade do psicopedagogo é algo bem complexo, pois 
ela se forma a partir de um conjunto de crenças (o que o profissio-
nal acredita como eficiente), compreensões teóricas (leitura e com-
preensão de teorias que possam embasar o trabalho) e práticas (ex-
perimentos e atividades desenvolvidas que em sua avaliação final 
demonstrou resultado positivo ao que se propunha). 
Não existe como dizer que a identidade do psicopedagogo é única, 
pois ela depende da identificação do profissional com alguma teo-
ria que embasará o desenvolvimento do seu trabalho. Também te-
mos que levar em conta que cada indivíduo tem um estilo de tra-
balho, mesmo que utilizem o mesmo embasamento teórico, cada 
um será único diante de suas estratégias de intervenção. 
A pessoa que opta por cursar Psicopedagogia, de maneira geral, é 
proveniente de cursos de Pedagogia, Psicologia, Fonoaudiologia, 
Letras, Matemática, entre outros que tenham como princípio a 
área educacional como foco de atuação. Esta pessoa está na busca 
de compreender e saber intervir nas diversas questões com que se 
depara na sua rotina profissional. Busca sair de uma prática que 
até então avalia como ineficaz para a transformação daquele su-
jeito que está na busca do conhecimento. 
Na prática o profissional tem como referência o psicólogo no que 
diz respeito a uma atuação clínica e também o pedagogo na ver-
tente dos trabalhos que envolvem aprendizagem. É a partir deste 
arquétipo que surge a identidade própria do psicopedagogo com 
especificidades que apenas este profissional apresenta. 
A formação de origem das pessoas acaba por criar uma identidade 
pessoal que tende a ter um “pré-conceito” de pensamento e com-
portamento, isso ocorre cotidianamente com os psicopedagogos,que em sua maioria têm formação inicial em Pedagogia. Ele tenta 
se inserir no meio social no sentido de ser uma função que surgiu 
diante de uma demanda de fracasso escolar em ascensão. Seu tra-
balho tem início no estabelecimento e estreitamento de relações 
com outros profissionais de áreas afins, como o psicólogo e o fono-
audiólogo, mas nem sempre essa aproximação ocorre de forma 
tranquila, tendo que superar obstáculos. Este movimento de ação 
e reflexão faz com que a identidade vá se construindo e se consoli-
dando dentro de uma sociedade que ainda tem receios e dúvidas 
em relação ao verdadeiro papel do trabalho do profissional de Psi-
copedagogia. 
De acordo com Mendes (2006), em seu artigo Psicopedagogia: uma 
identidade em construção os personagens/psicopedagogos, estão fir-
mando cada vez mais seu espaço de atuação, procurando a legiti-
mação de seu agir de forma competente, constituindo o discurso 
da Psicopedagogia e consequentemente construindo a sua identi-
dade. 
Percebemos que a Psicopedagogia assim como os psicopedagogos 
estão demonstrando uma emancipação na busca da construção de 
uma identidade, através da socialização de seus conhecimentos 
para que a sociedade perceba que este profissional está embasado 
em teorias e práxis que visam suprir a demanda do fracasso esco-
lar que se instaura quando o indivíduo se depara com os conteúdos 
escolares e é surpreendido por uma dificuldade de aprendizagem 
que precisa de estratégias próprias para superá-la. 
Essas conquistas estão sendo percebidas no ambiente social das es-
colas e das famílias, com a busca por um profissional psicopeda-
gogo. Essa busca vem demonstrando que, apesar de termos muitas 
pessoas com esta formação, a atuação ainda se encontra em passos 
lentos, devido a todo esse trabalho que precisava ser galgado de 
uma construção da identidade do profissional e da valorização do 
trabalho que ele desenvolve. Atualmente encontramos uma cres-
cente busca por esse profissional, mas ainda há uma escassez de 
profissionais atuantes nessa área. 
MODALIDADES DE FORMAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA: GRA-
DUAÇÃO, ESPECIALIZAÇÃO LATO E STRICTO SENSU 
Analisando o papel da Psicopedagogia e sua atuação podemos di-
zer que se trata de uma área especializada na aprendizagem hu-
mana abarcando os diferentes contextos em que o ser humano está 
inserido e em que aconteça a aprendizagem, seja ela de maneira 
sistematizada e intencional ou de maneira natural e sem obedecer 
a um passo a passo para a sua implantação e desenvolvimento. Por-
tanto, dizemos que a Psicopedagogia está inserida em qualquer 
ambiente, pois onde houver inserção e relação humana está ocor-
rendo aprendizagem. 
A formação deste profissional acontece academicamente em 
cursos de pós-graduação lato sensu, que têm por finalidade a for-
mação de especialistas. Podemos dizer que essa formação é apenas 
inicial e o desafio marcado é a continuidade da formação. Esta for-
mação está pautada nas exigências da Resolução CNE/CES nº 1, de 
8 de junho de 2007. 
Devido a sua evolução constante, esta área do conhecimento, ape-
sar de não ser tão nova, ainda é desconhecida de uma maneira ge-
ral pela sociedade como um recurso eficiente e eficaz na superação 
do fracasso escolar. 
A habilitação do profissional psicopedagogo permite que a pessoa 
se ocupe dos processos de aprendizagem e suas variações, atuando 
com o sujeito individualmente e junto aos grupos em que está in-
serido, buscando contribuir para que a aprendizagem seja algo que 
possa ser alcançado por todos independentemente dos obstáculos 
que venham a surgir durante o processo de ensino-aprendizagem. 
Temos também a formação a nível de graduação baseada na Reso-
lução CNE/CP 28/2001 e a formação a nível de pós-graduação stricto 
sensu, que é o Mestrado Profissional, respeitando a portaria nor-
mativa n° 7 de 22 de junho de 2009 – CAPES, que é o órgão respon-
sável pelo Mestrado Profissional no âmbito da fundação e coorde-
nação de aperfeiçoamento de nível superior. 
Todas as formações, sejam elas em nível de graduação, pós-gradu-
ação lato sensu ou stricto sensu, além das exigências das legisla-
ções são acrescidas em sua formação as recomendações que pro-
cedem da especificidade da formação articulando a teoria com pes-
quisa e atuação supervisionada que devem ser concluídas com um 
trabalho de final de curso, podendo ser uma monografia, trabalho 
de conclusão, artigo científico ou dissertação para a pós-graduação 
stricto sensu (Mestrado). 
Vale ressaltar que os cursos de formação têm em sua organização 
a tentativa de reprodução do trabalho do psicopedagogo pós-for-
mação, que se dará numa constante de estudo teórico, testagem e 
comprovações práticas de estratégias que devem ser elaboradas 
através de métodos e técnicas que se julgam eficazes para aquela 
intervenção. Essa organização do trabalho do psicopedagogo é 
uma constante em sua atuação pois cada indivíduo tem suas parti-
cularidades que devem ser respeitadas e exploradas na busca de 
meios para compreender o que pode estar funcionando como obs-
táculo para que a aprendizagem não aconteça satisfatoriamente 
para o sujeito. 
O ambiente escolar é o laboratório perfeito para que os estudantes 
desta área conheçam as mais diversas dificuldades de aprendiza-
gem, inseridas em contextos familiares distintos, mas juntos no 
mesmo ambiente da sala de aula. O professor é peça-chave do pro-
cesso ensino-aprendizagem, tendo que atender a todos na tentativa 
da superação das dificuldades. 
VIDEOAULA 
Olá, estudante! 
Nesta videoaula, vamos conhecer alguns aspectos importantes so-
bre o estudo da Psicopedagogia. Será usada uma linguagem leve e 
objetiva com o intuito de proporcionar um estudo interessante, 
mas sem perder o foco profissional e acadêmico. 
Nossa reflexão será sobre as razões que podem levar um profissi-
onal da área educacional a almejar realizar esta formação. 
Saiba mais 
A leitura deste artigo fornecerá informações importantes sobre 
o surgimento da Psicopedagogia a nível mundial, fazendo um pa-
ralelo com a sua trajetória de inserção no Brasil. 
O estudo deste outro artigo proporcionará um aprofundamento so-
bre a formação profissional em Psicopedagogia discutindo alguns 
embates e desafios que fazem parte do contexto da formação e atu-
ação profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/19/15/psicopedagogia-aspectos-historicos-e-a-praxis-institucional
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862006000300009&lng=pt&nrm=iso
UNIDADE 2 Aula 2 
A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA – ABPP 
Nesta aula, trataremos de alguns assuntos que são muito importan-
tes para o profissional psicopedagogo, conheceremos a Associação 
Brasileira de Psicopedagogia – ABPp, o seu papel de atuação medi-
ante o empenho do reconhecimento da profissão diante da sociedade 
e de órgãos públicos. 
10 minutos 
 
INTRODUÇÃO 
Nesta aula, trataremos de alguns assuntos que são muito impor-
tantes para o profissional psicopedagogo, conheceremos a Associ-
ação Brasileira de Psicopedagogia – ABPp, o seu papel de atuação 
mediante o empenho do reconhecimento da profissão diante da so-
ciedade e de órgãos públicos, no que diz respeito à regulamentação 
desta profissão no Brasil a formação e atuação do psicopedagogo. 
Espera-se que compreenda a importância desta Associação, assim 
como ter sido conduzido a uma reflexão crítica sobre a relevância 
de se discutir e explorar tal assunto que permeia toda a vida pro-
fissional de um psicopedagogo na busca de ocupar um lugar de res-
peito diante da sociedade como um profissional de extrema noto-
riedade no meio educacional e social no que tange ao desenvolvi-
mento da aprendizagem humana. 
DEFINIÇÃO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGO-
GIA 
A Associação Brasileira de Psicopedagogia, que atende pela sigla 
ABPp, foi fundada em 12 de novembro de 1980. De acordo com a 
Revista da Associação Brasileira de Psicopedagogia, a ABPp é defi-
nida como uma entidade

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