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UNICV - ARTES - FOTOGRAFIA E ÁUDIOVISUAL - FORMATOS DISRUPTIVOS EM ÁUDIO E VÍDEO - TÓPICOS CONTEMPORÂNEOS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

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SOCIAL S SOLUÇÕES GaH INTEGRADASFormatos disruptivos em áudio e vídeo Jéssica de Cássia Rossi OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Identificar as novas vozes e personagens midiáticas. Relacionar os dispositivos tecnológicos e os novos formatos de experi- mentação. Reconhecer os temas emergentes nos formatos Introdução No contexto das tecnologias digitais, é possível que diferentes indivíduos sejam agentes ativos na produção e disseminação de conteúdos que não se pautam mais pelo interesse da mídia tradicional, mas sim dos próprios interesses que essas pessoas possuem. Desse modo, novas vozes têm surgido, que passam a reivindicar a discussão de temas que antes não eram pautados pelos meios de comunicação tradicionais. Nesse sentido, surgem então novas formas de produção de conteúdo de áudio e vídeo, assim como novos usuários de mídia, que experimentam novos formatos em que se discute assuntos relevantes para boa parte de um público que nem sempre se viu representado nas plataformas midiáticas. Assim, 0 papel de emissor da mensagem se amplia, possibilitando novas formas de experimen- tação e abordagens nas plataformas digitais, em que todos se tornam emissores e receptores da mensagem.2 Formatos disruptivos em áudio e vídeo Neste capítulo, você conhecerá um pouco mais sobre essas novas vozes e personagens midiáticos possibilitados por novas tecnologias, além de identificar como novos dispositivos permitem formas inovadoras de experimentação em termos de comunicação. Por fim, verá muitos dos temas que são discutidos nesse novo contexto, em consonância com interesses desse público midiático emergente. Novas vozes e personagens midiáticas As novas mídias redimensionaram as formas de comunicação no ambiente contemporâneo, possibilitando mais acesso a informações e o crescimento de produção de materiais e de formas de comunicação entre os indivíduos. Com isso, eles podem se relacionar a partir de diferentes locais através de uma estrutura de comunicação em rede, em que os participantes desse processo podem ser simultaneamente emissores e receptores de informação a partir de diferentes lugares de fala. Essa estrutura se tornou possível graças principalmente à emergência da internet, que na segunda metade do século XX vem reconfigurando as dinâmi- cas sociais. À medida que a web foi se estruturando, tornou-se mais interativa e democrática em sua participação, permitindo que indivíduos possam ser autores de conteúdos próprios e que suas vozes sejam ecoadas. Tal situação tem levado a uma nova relação entre os seres humanos e a tecnologia, o que promove novos valores e comportamentos, configurando um novo contexto cultural, chamado por alguns teóricos, como Martino (2014, p. 50), de cibercultura: [...] um "ambiente para o qual convergem as diversas mídias e elemen- tos produzidos por e através delas. No entanto, há um substrato comum a várias ciberculturas: são culturas de consumo. Fazer parte da cibercultura é participar. Considera-se que o cenário atual promove um ambiente mais democrático de comunicação, permitindo que os sujeitos possam expressar suas crenças, opiniões e conhecimentos sobre diversos assuntos. Além disso, promove novas formas de interação entre culturas em âmbito individual e coletivo, o que forma um ambiente cultural mais rico e diverso. Vale destacar que a cibercultura promove a convergência midiática, que se estabelece por meio da ligação entre veículos de comunicação, inteligência artificial e estímulo à participação. Na convergência midiática, o público é convidado a "[...] procurar novas informações e fazer conexões em meio a conteúdos de mídias dispersos [...]" (JENKINS, 2009, p. 29-30). Por esse caminho, é possível que um material disponibilizado em determinada plataforma também seja veiculado em ou-Formatos disruptivos em áudio e vídeo 3 tras simultaneamente, alterando a lógica de produção da informação e do entretenimento. Esse fenômeno não está relacionado diretamente à ligação entre os aparelhos tecnológicos, e sim à capacidade cognitiva dos usuários, suas conexões com outros participantes do ciberespaço e o intercâmbio de informações que fomenta uma espécie de inteligência coletiva (JENKINS, 2009). Dadas essas características, a função do receptor da comunicação se redimensionou completamente, tornando-o atuante frente às informações que recebe e que ele cria. Ao mesmo tempo, torna-se mais exigente e crítico frente às mídias e à realidade ao seu redor, uma vez que está em uma cultura participativa, cuja limitações e inatividade atribuídas ao público receptor da cultura de massa não fazem mais sentido. De acordo com Gonçalves e Silva (2015, p. 80), o "[...] sujeito on-line tem ganhado voz na polifonia e no dialogismo dos múltiplos espaços da inter- net; o crescimento desse universo, [...] [é] uma tendência muito significativa para o exercício da democracia". Tal situação exige que as plataformas de comunicação encontrem novas maneiras de enxergar esses agentes, além de modos para se relacionar com eles. As redes sociais digitais representam um exemplo de espaços ocupados por novas vozes que buscam se expressar e encontrar pertencimento em grupos e suas relações. No caso do Brasil, as pessoas gostam de usar essas plataformas, como aponta pesquisa da Qualibest 2017, documento on-line), que, em 2016, mostrou que as preferidas dos entrevistados eram: "WhatsApp (81%) e Facebook (71%), sendo também as mais acessadas, em- patando em 92%. [...] Em terceiro lugar o YouTube, com 82% dos acessos, Messenger [do Facebook], com 71%, e Instagram, com 59%". Entretanto, é preciso observar que nem todos têm acesso aos dispositivos tecnológicos. Mais do que ter um aparelho celular, por exemplo, o indivíduo pre- cisa compreender o funcionamento desses dispositivos e ter alguma espécie de renda para ser considerado incluído digitalmente. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2020) apontam que 46 milhões de brasileiros ainda não tinham acesso à internet no ano de 2018, principalmente na zona rural. Entre os motivos estão: não saberem como usar as tecnologias, falta de estrutura tecnológica para tal, falta de recursos financeiros, desinteresse, etc. Levando-se em consideração os aspectos abordados em relação aos dis- positivos de comunicação atuais, verifica-se a emergência de novos atores na cena midiática. Algumas dessas vozes vêm pessoas que, de alguma forma, foram excluídas econômica, cultural e politicamente de um contexto social ao longo da história recente, como mulheres, negros, homossexuais, pessoas com deficiência, residentes de periferias urbanas, indivíduos fora dos padrões de beleza, etc.4 Formatos disruptivos em áudio e vídeo Exemplo Um exemplo dessas novas vozes é o canal do YouTube "Sá Ollebar Preta Pariu", em que a youtuber Sá Ollebar apresenta conteúdos que passam por padrões sociais, receitas, maternidade, esportes, etc., temas ligados ao seu dia a dia e que são comuns a muitas mulheres negras que se identificam com sua voz. Seu canal no YouTube tem em torno de 75 mil inscritos, com inúmeros vídeos sobre as temáticas escolhidas por Na atualidade, o público não se deixa mais levar por aquilo que é pau- tado pelas grandes mídias, e as pessoas procuram fontes de informações e conexões que sejam de sua confiança ou preferência. Enquanto a mídia massiva extrai seu poder da sensação de "todo mundo está falando isso" subentendido em seu as interfaces de usuários encon- tram o seu poder na sensação de "meu amigo recomendou" ancorado na suposta confiabilidade da fonte da informação (MALINI; ANTOUN, 2013, p. 158). A credibilidade e a proximidade em relação à fonte de informação passam a ter muito mais valor do que as grandes mídias, cujo papel e valores passam a serem amplamente discutidos na sociedade em geral. Surgem novos agentes, como os influenciadores digitais, como referência para as pessoas comuns em diversos aspectos, que passam a adotar valores e hábitos estimulados por esses novos líderes de opinião. Conforme ocorrem as transformações na produção de conteúdos e nas relações que envolvem os indivíduos no espaço midiático, novos atores surgem para expressar sua visão nas plataformas digitais, ou seja, novos personagens midiáticos que reconfiguram as formas de se produzir e discutir conteúdos feitos por áudio e vídeo. Inúmeros materiais passam a serem produzidos por pessoas comuns e que expressam seu olhar espontâneo frente à realidade, fazendo novos formatos de comunicação que captam temas e situ- ações nem sempre exploradas pela Novos formatos de experimentação Diante de uma infinidade de recursos existentes, os novos agentes midiáticos têm explorado novas ferramentas de comunicação de inúmeras formas. Já não há mais receitas ou modos rígidos de produção de conteúdo, nem mesmo padrões estanques de qualidade. Fatores como autenticidade, acessibilidadeFormatos disruptivos em áudio e vídeo 5 e identificação são alguns dos critérios mais valorizados pela audiência contemporânea. Esses novos conteúdos também vêm ajudando profissionais da comunicação, como jornalistas, a realizarem seu trabalho de forma mais diversa e participativa na construção das informações. Entre os formatos considerados mais populares de áudio estão os podcasts, que podem ser consumidos em diferentes locais, muitas vezes com um nível não tão alto de exigência de atenção. Os podcasts permitem a experimen- tação de diferentes formatos e inúmeras oportunidades de monetização (Figura 1). De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), 40% dos brasileiros já ouviram podcasts, e o consumo desse formato no Brasil cresceu 67% em 2019 (QUAIS SÃO..., 2020). Diversas pessoas os utilizam para a produção de conteúdo como influenciadores digitais e empreendedores, mas também têm sido utilizado por empresas. Algumas das plataformas digitais que disponibilizam podcasts, conhecidas como agregadores de podcasts, são: SoundCloud, Spotify, Deezer, Google Podcast, Apple Podcast e Castbox. Figura 1. Podcasts são formatos de áudio explorados por personagens midiáticos que surfam a onda de democratização dos meios de comunicação de massa. Por sua vez, nos novos formatos em vídeo é possível utilizar o YouTube para a produção por qualquer indivíduo que tenha um dispositivo de filmagem, acesso à internet e algo para dizer. De acordo com a Pesquisa Video Vierwers,6 Formatos disruptivos em áudio e vídeo o YouTube vem garantindo cada vez mais presença na vida dos brasileiros, tornando-se a plataforma favorita de quem assiste a conteúdos em vídeo, até mesmo à frente da Netflix e da TV aberta e paga (MARINHO, 2018). Os vídeos permitem que haja mais proximidade e confiança com seu público-alvo, já que, muitas vezes, trata-se de uma pessoa comum que gera identificação com a audiência. Vale destacar que o YouTube é a terceira rede social preferida dos brasileiros, com 82% dos acessos 2017). No entanto, há outra plataforma de vídeo, o TikTok, cujo acesso vem crescendo nos últimos anos, mas ainda é pouco explorado. Em entrevista, Rodrigo Barbosa, gerente de comunidade do TikTok, afirmou: Notamos o alto nível de criatividade na plataforma. Todas as idades estão aderindo e inspirando outras pessoas por meio de suas experiências com o aplicativo. Temos uma estratégia local forte, na qual incentivamos os usuários a criar conteúdo para sua cultura e tendências regionais (OLIVEIRA, 2020, documento on-line). Diante da concorrência, redes sociais digitais como Instagram tem ampliado seu leque de recursos, disponibilizando a produção de vídeos curtos em sua ferramenta Reels. Ao reproduzir vídeos criativos com áudios e efeitos, o recurso tem despertado o interesse dos brasileiros, que também vêm experi- mentando em produções com essa ferramenta. Ademais, novos dispositivos tecnológicos permitiram que muitas pessoas se tornassem produtores de informação, transformando a atividade jornalística e levando a um questio- namento da exigência de graduação na área ou de registro profissional para exercício da profissão. Por outro lado, isso coloca em xeque a credibilidade do conteúdo disponibilizado pelos novos agentes informativos. Na realidade, é preciso entender que ambos fazem parte desse novo cenário digital, todos eles agentes participativos da rede de comunicação contemporânea. As novas mídias ampliaram as oportunidades de atuação de empreen- dedores individuais como jornalistas blogueiros, freelancers, entre outros. Vale destacar também a possibilidade desses profissionais apresentarem posicionamentos parciais, de acordo com seus valores, sem terem de ficar engessados à pretensa neutralidade da atividade jornalística. Desse modo, o trabalho jornalístico torna-se mais dinâmico, não sendo mais necessário muitos profissionais e equipamentos, já que, por meio do acesso à informação e de dispositivos como smartphones, pode-se produzir conteúdo de áudio e vídeo. Na área jornalística, é possível elaborar e publicar acontecimentos co- munitários aleatórios por meio de smartphones e outros dispositivos móveis com conexão de internet rápida.Formatos disruptivos em áudio e vídeo 7 Capazes de produzir e transmitir textos, áudios, fotos e vídeos com qualidade técnica aceitável, os smartphones e tablets estão criando um novo o denominado mobile journalist, e cidadãos cada vez mais interessados em parti- cipar das notícias ou mesmo criar caminhos alternativos à imprensa tradicional (CANAVILHAS; SANTANA, 2011, p. 54). As tecnologias digitais possibilitaram novas práticas nas rotinas ticas, ao se produzir conteúdos de som e imagem e inovações no âmbito da estética e da linguagem informativa. No entanto, ainda são usadas de forma limitada pelos profissionais da área e com tratamento de conteúdo, para não parecer que o material foi produzido em um aparelho portátil. Outro aspecto relevante é que os cidadãos comuns, muitos deles donos das novas vozes podem contribuir e participar do processo de construção da notícia. Essa presença torna o material mais por abordar fatos que envolvem o dia a dia dessas pessoas o que outrora dificilmente era veiculado pela mídia tradicional seja por meio de um vídeo ou áudio gravado por celular ou por cenas captadas em câmeras de segurança, retratando a realidade sem filtros sobre uma situação de injustiça, violência ou crime. Assim, a qualidade já não é um critério determinante para a produção de conteúdos midiáticos, prevalecendo a participação democrática dos sujeitos, a originalidade e a importância do conteúdo para o público-alvo da mensagem. Novos tópicos nos formatos contemporâneos As diversas ferramentas tecnológicas como redes sociais digitais, aplicativos, sites, etc., aumentam as possibilidades de comunicação entre os usuários dessas plataformas. A forma de consumir conteúdos altera- -se significativamente, bem como a forma como passam a ser produzidos em inúmeros formatos disponíveis, seja em áudio ou em vídeo. Por se tratar de espaços mais comunitários e interativos, em que há liberdade de expressão, novos assuntos ganham destaque entre os interlocutores digitais, promovendo "um novo espaço da comunicação, inclusivo, transparente e universal, que é levado a renovar profundamente as condições da vida pública no sentido de uma maior liberdade e responsabilidade dos cidadãos [...]" (LEMOS; LÉVY, 2010, p. 33). A presença de novas vozes nas instâncias midiáticas, além de ter pos- sibilitado a experimentação de novos formatos de produção de conteúdo, trouxe à tona a discussão de temas até então poucos explorados pela mídia tradicional. Novas vozes trazem consigo assuntos ligados à sua realidade8 Formatos disruptivos em áudio e vídeo social que, muitas vezes, estão relacionados a situações de dificuldades, temas cotidianos, falta de recursos materiais ou financeiros, diferentes for- mas de violência, a maneira como são estereotipados pela mídia ou pela sociedade, exploração do meio ambiente, etc. Nesse sentido, um dos temas vêm ganhando mais visibilidade em podcasts e vídeos, por exemplo, é o tema da inclusão social. Mulheres, negros, pessoas com deficiência, homossexuais e idosos têm reivindicado participação e representação de si próprios nos novos formatos midiáticos. Em meio à imersão do usuário das mídias digitais nesse ambiente no qual a circula- ção de informação provoca uma constante necessidade de atualização e consumo de conteúdo, podemos observar uma série de questões emergentes nesse cenário. Um cenário no qual o usuário busca não somente informação, mas interação. Estamos sobre uma vivência no ambiente virtual e no universo do audiovisual, seja no âmbito das inovações e atualizações da linguagem, seja na efervescência de conceitos e formas de produção de sentido (BERNARDAZZI; COSTA, 2017, p. 148). A velocidade com que a informação é produzida e consumida exige que os formatos midiáticos estejam constantemente em atualização, para acom- panhar as demandas cada vez mais imediatas de consumo dos usuários de mídia. Inicialmente, conforme esses espaços digitais foram surgindo, não se conhecia ao certo suas possibilidades, e tampouco os limites que essas pla- taformas encontrariam frente ao público internauta. o YouTube, por exemplo, existente desde 2005, deu oportunidade aos seus usuários para utilizá-lo de inúmeras maneiras, envolvendo, como apontam Burgess e Green (2009), cultura popular, produção amadora e consumo criativo. Na época, muita gente se perguntava se a plataforma serviria mais para o acesso aos produtos culturais ou para seus usuários veicularem conteúdo próprio. No entanto, à medida que essas tecnologias foram sendo incorporadas e conhecidas pelos indivíduos, verificou-se que na realidade seus usos são diversos, seja para consumo ou para a produção de informações. Os novos dispositivos de áudio e vídeo se caracterizam por uma comu- nicação mais segmentada, em que o público tem mais proximidade com os temas abordados, identificando-se com os novos personagens midiáticos. o YouTube, por exemplo: [...] possibilita a divisão por nichos, onde não somente o jovem, mas também o espectador do conteúdo no ambiente digital se sente confortável para consumir no momento que achar mais adequado o conteúdo que for de interesse. Dessa maneira, os interessados por videogame consomem vídeos voltados para explica- ção sobre jogos, pessoas que gostam de maquiagem buscam truques e dicas de beleza, entre diversas outras possibilidades (BERNARDAZZI; COSTA, 2017, p. 154).Formatos disruptivos em áudio e vídeo 9 Cada segmento possibilita a emergência de temáticas que lhes são pró- prias, sendo que aqueles usuários de mídia que conseguem captar esses assuntos e transformá-los em conteúdo de áudio e vídeo atrativo para pessoas desse grupo têm o potencial de ecoar as vozes de muitas pessoas que foram silenciadas ou que não foram representadas por si próprias. Saiba mais o público homossexual é um dos segmentos que mais vêm ganhando voz na internet nos últimos anos, dada sua luta por respeito e inclusão em diferentes espaços, como a mídia. Dessa forma, tem surgido uma série de influenciadores digitais capazes de estabelecer proximidade e identificação com esse público. Para conhecer alguns exemplos de produtores de conteúdo considerados influenciadores digitais e que fazem sucesso com o público ho- mossexual, consulte Giusti (2020). Referências BERNARDAZZI, R.; COSTA, M. H. B. Produtores de conteúdo no YouTube e as relações com a produção audiovisual. Communicare, São Paulo, V. 17, Ed. Especial, p. 146-160, 2017. Disponível em: https://casperlibero.edu.br/wp-content/uploads/2017/09/Artigo-7 Acesso em: 14 mar. 2021. BURGESS, J.; GREEN, I. YouTube e a revolução digital: como o maior fenômeno da cultura participativa transformou a mídia e a sociedade. São Paulo: Aleph, 2009. CANAVILHAS, J.; SANTANA, Jornalismo para plataformas móveis de 2008 a 2011: da autonomia à emancipação. Líbero, São Paulo, V. 14, n. 28, p. 53-66, 2011. Disponível Acesso em: mar. 2021. EQUIPE Qualibest. A nova cara das redes sociais. In: QUALIBEST. São Paulo, 10 fev. 2017. Disponível Acesso em: 14 mar. 2021. GIUSTI, I. Pessoas LGBT brasileiras para acompanhar nas redes sociais! In: CASA UM. São Paulo, mar. 2020. Disponível -para-acompanhar-nas-redes-sociais/ Acesso em: 14 mar. 2021. E. M.; SILVA, M. A comunicação organizacional em tempos de redes sociais digitais. In: BUENO, W. C. Estratégias de comunicação nas mídias sociais. Barueri: Manole, 2015. p. 69-86. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Acesso à internet e à te- levisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal 2018. Rio de Janeiro: IBGE, 2020. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?v iew=detalhes&id=2101705. Acesso em: 14 mar. 2021. JENKINS, H. Cultura da convergência. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2009. LEMOS, A.; LÉVY, P. o futuro da internet: em direção a uma ciberdemocracia. São Paulo: Paulus, 2010.10 Formatos disruptivos em áudio e vídeo MALINI, F.; ANTOUN, A internet e a rua: ciberativismo e mobilização nas redes sociais. Porto Alegre: Sulina, 2013. MARINHO, M. H. Pesquisa Video Viewers: como os brasileiros estão consumindo vídeos em 2018. In: THINK with Google. [S. 2018. Disponível em: https://www.thinkwithgoogle -brasileiros-estao-consumindo-videos-em-2018/ Acesso em: 14 mar. 2021. MARTINO, L. M. S. Teoria das mídias digitais: linguagens, ambientes e redes. 2. ed. RJ: Vozes, 2014. OLIVEIRA, P. Por que o TikTok se tornou uma febre entre os brasileiros. In: MUNDO do Marketing. Rio de Janeiro, 22 jun. 2020. Disponível em: https://www.mundodomarketing. html. Acesso em: 14 mar. 2021. QUAIS SÃO e como escolher um agregador de podcast. In: INOVAÇÃO SEBRAE MINAS. [Belo Horizonte], 3 fev. 2021. em: 14 mar. 2021. Fique atento Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.Conteúdo: S a SOLUÇÕES GaH EDUCACIONAIS INTEGRADAS