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Introdução à Semiologia 
🔹 Conceito de Semiologia: 
● Ramo da medicina que estuda os métodos de exame clínico, investiga sintomas 
e interpreta informações para a elaboração de hipóteses diagnósticas. 
 
🔹 Componentes principais: 
● Anamnese: entrevista com o paciente, levantamento do histórico. 
 
● Exame físico: observação direta dos sinais clínicos. 
 
 
🔸 Termos importantes: 
1. Semiotécnica 
● Conjunto de recursos práticos utilizados pelo examinador (ex: palpação, 
ausculta, percussão). 
 
● É o "como examinar" o paciente. 
 
2. Clínica Propedêutica 
● Parte que interpreta os dados obtidos por meio dos exames. 
 
● Relaciona-se ao raciocínio clínico. 
 
 
🔹 Tipos de sintomas: 
● Sintomas locais: estão diretamente ligados ao órgão afetado. 
 
● Sintomas gerais: indicam comprometimento mais sistêmico (ex: febre, mal-estar). 
 
 
🔸 Fases de evolução dos sintomas: 
1. Iniciais – primeiros sinais que revelam o início da doença. 
 
2. Tardios – surgem com a progressão ou estabilização da doença. 
 
3. Residuais – permanecem após a recuperação (ex: mioclonias). 
 
 
🔹 Síndrome: 
● Conjunto de sintomas e sinais clínicos com causas múltiplas, que podem afetar 
diferentes órgãos. 
 
● Origina o chamado diagnóstico sindrômico (baseado em manifestações clínicas 
agrupadas, sem definição ainda da causa exata). 
 
 
Contenção Física dos Animais Domésticos 
🔹 Objetivos da contenção 
● Restringir fisicamente o animal para exames, curativos ou procedimentos. 
 
● Evitar fugas, garantir a segurança do animal e do manipulador. 
 
● Facilitar a boa execução de técnicas clínicas. 
 
 
🔸 Cuidados gerais 
● Evitar movimentos bruscos ou violência. 
 
● Sempre tentar socializar com o animal antes da contenção. 
 
● A abordagem inadequada pode gerar reações perigosas ou até fatais. 
 
 
🔹 Fase pré-contenção 
● Abordagem calma: chamar o animal pelo nome, estalar os dedos, fazer carinho. 
 
● Permitir que o animal cheire e se familiarize com o profissional. 
 
● Durante a anamnese, manter contato visual com o animal. 
 
 
🔸 Ambiente ideal 
● Local tranquilo, bem iluminado e sem interrupções. 
 
● Evitar pisos duros ou escorregadios. 
 
● Escolher local apropriado para o tipo de animal e procedimento. 
 
 
🐶 Contenção de CÃES 
● A maioria aceita bem, mas deve-se conhecer o temperamento. 
 
● Cães agressivos exigem mordaça, cambão ou contenção química. 
 
● Evitar enforcamento ou lesões cervicais. 
 
● Utilizar mordaças ou focinheiras. 
 
● Procedimentos comuns: decúbito lateral, contenção manual. 
 
 
🐱 Contenção de GATOS 
● Mais difíceis de conter: são ágeis e se defendem com unhas e dentes. 
 
● Preferencialmente devem ser contidos em caixas de transporte. 
 
● Métodos: saco de contenção, toalha, botinhas de esparadrapo, compressão 
auricular (orelhas). 
 
● Aparar unhas se o procedimento for longo. 
 
 
🐴 Contenção de EQUINOS 
● Exige leitura do comportamento (conforto x desconforto). 
 
● Sinais de desconforto: coices, olhar fixo, orelhas baixas, empinar-se. 
 
● Aproximar sempre pelo lado esquerdo. 
 
● Instrumentos: cabresto, buçal, rosário, cachimbo/pito. 
 
 
🐄 Contenção de BOVINOS 
● Pode ser em posição quadrupedal (com brete) ou decúbito (animal derrubado). 
 
● Instrumentos: brete, cabresto, formigão, peia. 
 
● Métodos de derrubamento: cruzada, Burley, Rueff, Jong, Almeida. 
 
● Usado para exames físicos, ordenha, castrações e cirurgias. 
 
 
Contenção Química dos Animais Domésticos 
🔹 Objetivos da contenção química 
● Indicada para animais agressivos, estressados ou com dor. 
 
● Reduz riscos para o profissional e melhora a realização de exames (radiografia, 
ultrassonografia etc.). 
 
● Pode ser usada sozinha ou associada à contenção física. 
 
 
🔸 Fatores a considerar antes do uso 
● Espécie, raça, temperamento, estado clínico, presença de dor, jejum, local e 
tipo de exame. 
 
● Animais dóceis respondem melhor. Estressados ou jovens exigem mais cuidado com 
dose e tipo de fármaco. 
 
 
🔹 Vias de administração 
1. Oral (VO) 
● Uso de comprimidos, drágeas ou líquidos (misturados a petiscos). 
 
● Lenta (1–2h), mas menos estressante. Boa para domicílio. 
 
2. Tópica (VT) 
● Aplicação direta sobre pele ou mucosa (spray, colírio, pomada). 
 
● Ação local, analgésica, não altera o estado mental. 
 
● Usar apenas sobre mucosas e peles íntegras. 
 
3. Subcutânea (SC) 
● Absorção lenta (30–45 min), ideal para animais agressivos. 
 
● Regiões: dorso, lateral do tórax e abdômen. 
 
4. Intramuscular (IM) 
● Ação rápida (15–20 min), permite abordagem pela região posterior. 
 
● Risco de abscesso ou lesão do nervo ciático. 
 
5. Endovenosa (EV) 
● Efeito imediato, porém exige imobilidade e punção venosa. 
 
● Duração curta, risco de alterações cardiovasculares se mal administrada. 
 
 
🔸 Principais fármacos 
🔹 Tranquilizantes (ex: Acepromazina) 
● Reduzem ansiedade, causam sonolência, mas o animal continua responsivo. 
 
🔹 Sedativos (ex: Benzodiazepínicos) 
● Induzem sonolência profunda, usados em potros e bezerros. 
 
● Pouco efeito cardiovascular, podem causar decúbito. 
 
🔹 Agonistas α2 (Xilazina, Detomidina etc.) 
● Sedação profunda, miorrelaxamento, analgesia dose-dependente. 
 
● Equinos permanecem em pé, bovinos deitam após 10–15 min. 
 
🔹 Opioides (ex: Butorfanol) 
● Analgesia potente. Associados a sedativos para exames invasivos. 
 
🔹 Anestesia dissociativa (ex: cetamina) 
● Catalepsia (animal imóvel, mas com olhos abertos). 
 
● Contraindicada em epilépticos, hipertensos e exames oftálmicos. 
 
🔹 Anestesia geral (ex: Propofol, barbitúricos) 
● Uso EV. Eficiente para indução rápida e exames longos. 
 
 
🐴 Contenção química em grandes animais 
● Equinos: reagem com instabilidade postural. Raças como PSI e Árabe são mais 
agitadas. 
 
● Bovinos: adotam decúbito. Raças como Nelore são mais difíceis. 
 
● Fatores como sexo, idade, manejo, estado clínico e ambiente influenciam a 
resposta ao fármaco. 
 
 
🔸 Jejum recomendado 
● Equinos: hídrico 2h / alimentar 12–16h 
 
● Bovinos: hídrico 6h / alimentar até 72h (progressivo) 
 
 
 
Exame Físico Geral de Rotina de Pequenos Animais 
🔹 Itens avaliados no exame físico de rotina 
● Nível de consciência 
 
● Postura e locomoção 
 
● Condição física / estado nutricional 
 
● Pelame 
 
● Formato abdominal 
 
● Características respiratórias 
 
● Funções fisiológicas: apetite, sede, defecação, micção, vômito, secreções (nasal, 
ocular, vaginal), etc. 
 
 
🧠 Nível de consciência 
● Normal: alerta, responsivo. 
 
● Apático: sem interesse, reações lentas. 
 
● Excitado: agitado, hiperreativo. 
 
● Comatoso: não responde a estímulos. 
 
 
🦴 Postura e locomoção 
● Avaliar o posicionamento em pé, em decúbito e em movimento. 
 
● Sinais clínicos: 
 
○ Postura de foca → paralisia flácida dos membros posteriores. 
 
○ Cão sentado constante → paralisia espástica dos posteriores. 
 
● Animais doentes podem se esconder, gemer ou apresentar irritação. 
 
 
⚖ Estado nutricional 
● Considerar espécie, raça e aptidão. 
 
● Classificações: 
 
○ Caquético 
 
○ Magro 
 
○ Normal 
 
○ Gordo 
 
○ Obeso 
 
● Obesidade pode ser endógena (distúrbios endócrinos) ou exógena 
(superalimentação); pode ser mista. 
 
 
🧥 Pelame 
● Avaliar: 
 
○ Se as lesões são localizadas ou generalizadas. 
 
○ Se são únicas ou múltiplas, simétricas ou assimétricas. 
 
● Pode indicar dermatites, ectoparasitas, desequilíbrios hormonais, etc. 
 
 
💧 Formato abdominal e funções vitais 
● Observar aumento de volume, distensão, retração. 
 
● Avaliar também respiração, apetite, sede, vômitos, defecação, secreções e micção. 
 
 
👄 Mucosas 
● Pálidas: indicam anemia, hipoperfusão, choque. 
 
● Petéquias e equimoses: sugerem alterações na hemostasia. 
 
● Examinar: coloração, umidade, presença de lesões. 
 
 
🦠 Linfonodos 
● Importância: refletem processos patológicos da área que drenam. 
 
● Avaliar:○ Tamanho 
 
○ Sensibilidade 
 
○ Consistência 
 
○ Mobilidade 
 
○ Temperatura 
 
○ Biopsia se necessário. 
 
● Exemplo: aumento em casos de leishmaniose visceral canina. 
 
 
💦 Secreções (corrimentos) 
● Tipos e indicações: 
 
○ Fluido: aquoso, normal em algumas espécies. 
 
○ Seroso: mais denso, comum em processos virais/alérgicos. 
 
○ Catarral 
 
○ Purulento 
 
○ Sanguinolento 
 
 
🌡 Temperatura corporal 
● Avaliação essencial para identificar febre, hipotermia, ou alterações no metabolismo. 
 
 
Semiologia do Sistema Tegumentar 
 
🔹 Funções do sistema tegumentar 
● Maior órgão do organismo, atuando como barreira anatômica e fisiológica. 
 
● Proteção física, química e biológica. 
 
● Termorregulação: pelos, vasos sanguíneos e glândulas. 
 
● Reserva: água, eletrólitos, vitaminas, proteínas. 
 
● Imunorregulação: imunidade celular e humoral. 
 
● Percepção sensorial: calor, frio, dor, tato. 
 
● Pigmentação: melanina protege contra raios UV. 
 
● Secreção: glândulas sudoríparas e sebáceas. 
 
● Produção de vitamina D (ativada pelo sol). 
 
 
🔸 Importância clínica 
● A pele é considerada o “espelho do organismo”: alterações dermatológicas podem 
refletir distúrbios sistêmicos. 
 
● Casuística dermatológica representa até 75% dos atendimentos em clínica de 
pequenos animais. 
 
 
🧾 Anamnese específica em dermatologia 
● Queixa principal, tempo de evolução, tratamentos prévios. 
 
● Ambiente, manejo, hábitos, higiene, contato com outros animais. 
 
● Presença de ectoparasitas, zoonoses e periodicidade (sazonal x não sazonal). 
 
● Respostas terapêuticas: diagnóstico terapêutico pode ser útil, mas limitado se 
houver polifarmácia. 
 
● Fatores predisponentes: idade, raça, sexo, genética, coloração do pelame. 
 
 
🔬 Prurido (coceira) 
● Pode ser fisiológico ou patológico. 
 
● Escala de intensidade (0 a 10). 
 
● Doenças relacionadas: 
 
○ Escabiose (sim, severo) 
 
○ Demodicose (não) 
 
○ Atopia (sim, moderado a severo) 
 
○ Dermatofitose (geralmente não) 
 
 
🩺 Exame físico dermatológico 
🔹 Métodos: 
● Inspeção direta: alopecia, cor da pele, espessura, umidade, brilho. 
 
● Palpação: espessura, elasticidade, temperatura, edema, enfisema, dor. 
 
● Olfação: odores fúngicos (Malassezia), miíases. 
 
● Reflexo otopedal: coceira reflexa. 
 
● Inspeção indireta: exames complementares (citologia, raspado, lâmpada de Wood, 
biópsia, cultura). 
 
 
🧬 Classificação das lesões dermatológicas 
🔹 Distribuição e configuração 
● Localizadas, disseminadas, generalizadas 
 
● Simétricas ou assimétricas 
 
● Superficiais ou profundas 
 
🔹 Morfologia básica 
● Eritema: vermelhidão reversível com pressão (inflamação). 
 
● Púrpura: extravasamento sanguíneo (petéquias, equimoses). 
 
● Telangiectasia: vasos dilatados visíveis (hiperadrenocorticismo). 
 
● Manchas pigmentares: 
 
○ Hipopigmentação (leucodermia) 
 
○ Hipercromia (dermatopatias crônicas) 
 
🔹 Formações sólidas 
● Nódulo, placa, goma, vegetação, verrucosidade 
 
🔹 Coleções líquidas 
● Vesícula, bolha, pústula, cisto, abscesso, flegmão, hematoma 
 
🔹 Espessamento 
● Hiperqueratose, liquenificação (pele engrossada com sulcos visíveis) 
 
🔹 Perdas e reparações teciduais 
● Escamas, escoriações, erosões, úlceras, necroses, colarete epidérmico, 
fístulas, fissuras, cicatrizes 
 
🔹 Lesões particulares 
● Celulite juvenil 
 
● Comedões (cravos) 
 
● Milium (cisto branco) 
 
● Corno cutâneo (extrema queratinização) 
 
 
Sistema Urinário dos Animais Domésticos 
🔬 1. Funções do Sistema Urinário 
● Excreção de resíduos metabólicos via urina (produto da filtração sanguínea). 
 
● Reabsorção de metabólitos úteis. 
 
● Função endócrina: produção de renina (pressão arterial) e eritropoietina 
(eritropoiese). 
 
● Manutenção da homeostase: 
 
○ Regulação do volume de líquidos corporais. 
 
○ Equilíbrio ácido-base. 
 
 
🏗 2. Composição do Sistema Urinário 
● Rins (2): produzem urina (órgãos secretores). 
 
● Ureteres (2): transportam urina dos rins à bexiga. 
 
● Bexiga (1): armazena temporariamente a urina. 
 
● Uretra (1): conduz a urina para fora do corpo. 
 👉 Ureteres, bexiga e uretra = órgãos excretores. 
 
● Unidade funcional do rim: Néfron. 
 
 
⚠ 3. Fatores que Afetam o Sistema Urinário 
● Espécie, idade, sexo, raça, procedência (ex: leishmaniose). 
 
● Interação com outras doenças sistêmicas. 
 
● Influência de fatores alimentares e uso de anabolizantes. 
 
 
🧾 4. Sinais Clínicos e Alterações na Micção 
● Volume urinário: anúria, oligúria, poliúria. 
 
● Dor e esforço: disúria, estrangúria, tenesmo vesical. 
 
● Alterações visíveis: hematúria, postura anormal, distensão abdominal. 
 
● Frequência urinária: polaciúria, iscúria, incontinência. 
 
 
🩺 5. Semiologia do Sistema Urinário 
● Inspeção externa: genitais e região perineal. 
 
● Palpação renal: 
 
○ Cães: RD (T13–L1), RE (L2–L4) 
 
○ Gatos: RD (L1–L4), RE (L2–L5) 
 
○ Bovinos: rins lobulados 
 
○ Equinos: bordas lisas 
 
● Palpação da próstata: caudal à bexiga. 
 
● Palpação da bexiga: região hipogástrica, fácil quando distendida. 
 
 
🧪 6. Avaliação Urinária 
● Métodos de coleta: micção espontânea, massagem vesical, cateterismo, 
cistocentese. 
 
● Avaliação da urina: 
 
○ Cor: amarelo, âmbar, marrom, esverdeado, avermelhado. 
 
○ Aspecto: límpido ou turvo. 
 
○ Densidade urinária: por fita ou refratômetro. 
 
○ Sedimentos: hemácias, leucócitos, cristais, cilindros, epitélios. 
 
 
🧬 7. Hematúria vs Hemoglobinúria 
Característica Hematúria Hemoglobinúria 
Cor Vermelho vivo Escuro, “chocolate” 
Sedimento Presente Ausente 
Coágulos Possíveis Ausentes 
Causas 
comuns 
Cistite, urolitíase, 
traumas 
Anemias hemolíticas (ex: 
babesiose) 
 
📉 8. Azotemia e Síndrome Urêmica 
● Azotemia: aumento de ureia e creatinina no sangue. 
 
● Síndrome urêmica: desequilíbrio sistêmico grave com sinais: 
 
○ Gastrointestinais 
 
○ Neurológicos 
 
○ Hematológicos 
 
○ Cardiopulmonares 
 
○ Endócrinos e oculares 
 
 
🔍 9. Frequência e Volume Urinário Normal 
Espécie Micções/di
a 
Volume (24h) 
Bovinos/Equinos 5–7 3–6 L (máx 10L) 
Ovinos/Caprinos 1–4 6–12 L (máx 25L) 
Cães grandes Variável 0,5–2 L 
Gatos e cães 
pequenos 
2–4 40–200 mL 
 
Semiologia do Sistema Digestório de Pequenos 
Animais 
 
🔹 Função geral 
O sistema digestório tem como função: 
● Transformar mecanicamente e quimicamente os alimentos. 
 
● Absorver nutrientes (água, sais, eletrólitos). 
 
● Eliminar resíduos não digeridos. 
 
 
🧠 Componentes anatômicos 
● Boca, língua, dentes 
 
● Faringe, esôfago, estômago 
 
● Intestino delgado (duodeno, jejuno, íleo) 
 
● Intestino grosso (ceco, cólon, reto, ânus) 
 
● Glândulas anexas: fígado, pâncreas, vesícula biliar e glândulas salivares. 
 
 
⚙ Digestão 
● Mecânica: mastigação, deglutição, peristaltismo. 
 
● Química: enzimas digestivas e sucos (salivares, gástricos, pancreáticos, biliares). 
 
 
🧾 Anamnese e sinais clínicos principais 
Sinais gastrointestinais frequentes: 
● Alterações de apetite: hiporexia, polifagia, parorexia, coprofagia. 
 
● Vômitos (emese): biliosos, alimentares, com sangue (hematêmese). 
 
● Regurgitação: esofagite, estenose, megaesôfago. 
 
● Diarreia (origem intestinal alta x baixa). 
 
● Constipação, tenesmo, disquezia. 
 
● Sialorreia, halitose, borborigmos, flatulência, icterícia, dor abdominal. 
 
 
🔍 Relações com: 
● Espécie: gatos têm menos amilase salivar, são mais sensíveis a fármacos. 
 
● Raça: 
 
○ Pastores Alemães: doenças esofágicas, pancreáticas. 
 
○ Braquicefálicos: vômitos biliosos. 
 
○ Siameses: doenças inflamatórias intestinais. 
 
● Idade: 
 
○ Jovens: doenças virais, anomalias congênitas. 
 
○ Idosos: neoplasias. 
 
● Gênero: 
 
○ Fêmeas: vômitos por cistite/piometra. 
 
○ Machos idosos: constipação por aumento prostático. 
 
● Procedência: manejo, histórico sanitário da ninhada, vacinação materna. 
 
 
🩺 Exame físico digestivo● Inspeção: boca (dentes, língua, mucosa, palato, glândulas salivares). 
 
● Palpação abdominal: avaliação segmentar (epigástrio, mesogástrio, hipogástrio). 
 
● Percussão e ausculta: timpanismo, capoteio, borborigmos. 
 
● Região anal: inspeção e palpação retal. 
 
 
🔬 Exames complementares 
● Laboratoriais: hemograma, bioquímica hepática e pancreática (ALT, FA, lipase). 
 
● Imagem: ultrassonografia, radiografia, endoscopia, tomografia, fluoroscopia. 
 
● Exames fecais: coproparasitológico, coprológico funcional (esteatorreia). 
 
● Punção abdominal: para ascite. 
 
● Laparotomia exploratória: em abdômen agudo, hemorragia ou corpo estranho. 
 
 
Semiologia do Sistema Respiratório de Animais 
Domésticos 
 
🔹 Funções do sistema respiratório 
● Hematose: oxigenação do sangue e eliminação do CO₂. 
 
● Equilíbrio ácido-base: 
 
○ Hipoventilação → acidose respiratória 
 
○ Hiperventilação → alcalose respiratória 
 
● Termorregulação: pela evaporação (em cães, aves, suínos). 
 
● Proteção: barreira contra poeira, gases e agentes infecciosos (muco, cílios, 
macrófagos, IgA). 
 
 
🧠 Anatomia e divisão funcional 
● Porção de condução: narinas, cavidade nasal, coanas, faringe, laringe, traqueia, 
brônquios. 
 
● Porção respiratória: bronquíolos, alvéolos e pulmões. 
 
● Anterior: cavidade nasal até laringe. 
 
● Posterior: traqueia até alvéolos. 
 
 
🩺 Anamnese e queixas comuns 
● Tosse, espirros, secreção nasal, dispneia, cianose, hemoptise, intolerância ao 
exercício, síncope. 
 
● Investigar ambiente, vacinação, histórico sanitário, sinais agudos ou crônicos, e 
resposta a tratamentos. 
 
 
🧾 Tipos de respiração 
● Eupneia: respiração normal. 
 
● Dispneia: dificuldade respiratória: 
 
○ Inspiratória (obstruções extratorácicas, ex: laringe) 
 
○ Expiratória (lesão parenquimatosa) 
 
○ Mista (edema pulmonar) 
 
● Taquipneia: aumento da frequência 
 
● Hiperpneia: aumento da profundidade 
 
● Bradipneia: redução da frequência 
 
● Trepopneia: relacionada à posição em decúbito lateral 
 
 
🐾 Achados clínicos importantes 
● Roncos: comuns em braquicefálicos 
 
● Estertores: crepitações (fina/grossa) 
 
● Sibilos: sons agudos, típicos de broncoespasmo 
 
● Hemoptise: eliminação de sangue pelas vias aéreas (ICC, dirofilariose, neoplasias) 
 
● Cianose: coloração azulada por hipóxia tecidual 
 
 
👃 Secreções nasais 
● Classificação: 
 
○ Serosa (aquosa): normal ou viral 
 
○ Mucopurulenta: bacteriana 
 
○ Hemorrágica: epistaxe (trauma, neoplasia, distúrbio de coagulação) 
 
● Observar: unilateral x bilateral, cor, odor 
 
 
🩻 Exame físico 
● Inspeção: padrão respiratório, esforço, posição ortopneica 
 
● Palpação: reflexo da tosse, traqueia, dor torácica 
 
● Percussão: sons normais (claro pulmonar), anormais (maciço, timpânico) 
 
● Auscultação: ruídos normais (bronquiais/traqueais), adventícios (crepitações, 
sibilos, roncos) 
 
 
🧪 Parâmetros clínicos normais 
Parâmetro Cães Gatos 
Temperatura (°C) 37,5 – 
39,3 
37,5 – 
39,3 
FC (bpm) 60 – 140 145 – 200 
FR (mpm) 10 – 35 20 – 40 
TPC (segundos)

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