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1 
 
 
Faculdade de Ciências de Saúde 
Curso de Licenciatura em Medicina Dentaria 
5 Nível/ I-Semestre 
Cadeira: CIRURGIA-MAXILO FACIAL 
 
 
TEMA: 
INFECÇÕES ODONTOGÉNICAS 
Discente: Docente: 
 Amisse Francisco José 
 Joel Victorino Companhia Dr. António Alberto 
 Mardilethy De Lurdes Nicolau Martins 
 Paulo Francisco Sozinho 
 
 
 
 
 
 
 
Nampula, Janeiro de 2025 
2 
 
O presente trabalho enquadra-se no âmbito da 
cadeira de Cirurgia-Maxilo-Facial; e tem como 
proponentes os estudantes de Medicina Dentaria 5° 
ano; I semestre; a ser apresentado na Faculdade de 
Ciências de Saúde Universidade Lúrio, como meio 
investigativo sobre o tema acima referenciado. 
 
Amisse Francisco José 
Joel Victorino Companhia 
Mardilethy De Lurdes Nicolau Martins 
Paulo Francisco Sozinho 
 
 
TEMA: 
 INFECÇÕES ODONTOGÉNICAS 
 
 
 
 
 
 Docente: 
 
 Dr. António Alberto 
 
 
 
 
 
 
 
Nampula, Janeiro de 2025 
3 
 
ÍNDICE 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 4 
2 OBJECTIVOS ............................................................................................................... 5 
2.1 OBJECTIVOS GERAL: ......................................................................................... 5 
2.2 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS: .............................................................................. 5 
3 PROCESSO SÉPTICO DE CAUSA ODONTOGÉNICA ............................................ 6 
3.1 Definição e conceitos .............................................................................................. 6 
3.2 Etiologia .................................................................................................................. 6 
3.3 Principais localizações ............................................................................................ 7 
3.3.1 Espaços fasciais ................................................................................................ 7 
4 MICROBIOLOGIA ....................................................................................................... 8 
5 DIAGNÓSTICO ............................................................................................................ 9 
5.1 PRINCIPAIS INFECÇÕES DE CAUSA ODONTOGÉNICA .............................. 9 
5.1.1 ABCESSO ODONTOGÉNICO ....................................................................... 9 
Sintomas do abscesso dentário ................................................................................... 10 
Fatores de risco para o abscesso ................................................................................. 10 
Exames de Raios-X para diagnosticar abscesso ......................................................... 10 
5.1.2 CELULITE FACIAL ..................................................................................... 11 
5.1.3 ANGINA DE LUDWING .............................................................................. 13 
Angina de Ludwig causa ............................................................................................. 14 
Tratamento de angina de Ludwig ............................................................................... 15 
5.1.4 OSTEOMIELITE ODONTOGENICA .......................................................... 15 
6 TRATAMENTO DOS PROCESSOS SEPTICOS DE CAUSA ODONTOGENICA 17 
7 TERAPIA MEDICAMENTOSA ................................................................................ 19 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 20 
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................................ 21 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Os processos sépticos odontogénicos são as entidades infecciosas mais frequentes da 
região cervicofacial, e na prática estomatológica é uma das condições que mais exigem 
atenção. A sua correcta gestão requer a preparação de profissionais em aspectos 
microbiológicos, fisiológicos, anatómicos, semiológicos e farmacológicos. Portanto, foi 
realizada uma exaustiva revisão bibliográfica com o objectivo de elaborar um material 
bibliográfico que compila e ilustra as principais características dos processos sépticos 
odontogénicos. O presente tema foi estudado em profundidade, com o apoio de 
múltiplas referências bibliográficas nacionais e internacionais. Os cuidados primários 
têm um papel essencial na gestão inicial destas condições. 
As infecções odontogénicas são aquelas originadas dos tecidos dentais e de suporte, 
podendo se disseminar para os espaços fasciais subjacentes, tornando-se complexas.¹ Os 
sinais clínicos e sintomas mais comumente relatados são: edema, dor no assoalho bucal, 
febre, disfagia, odinofagia, sialose, trismo, odontalgia e respiração fétida.² As bactérias 
que causam infecções são mais comumente parte das bactérias nativas que normalmente 
vivem sobre o hospedeiro ou nele, aquelas que integram a placa bacteriana, aquelas 
encontradas nas superfícies mucosas e aquelas encontradas no sulco gengival.¹ Estas 
serão discutidas mais adiante. As infecções que se disseminam além das estruturas 
periodontais para espaços fasciais adjacentes costumam ser tratadas pelos 
procedimentos de incisão e drenagem (I&D), assim como pela extracção da causa da 
infecção (extracção dentária, tratamento endodôntico ou curetagem gengival). Em casos 
mais severos a terapia é acompanhada de antibioticoterapia e cuidados de suporte.¹ 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 OBJECTIVOS 
2.1 OBJECTIVOS GERAL: 
 Compreender a origem dos Processos Sépticos de Causa Odontogénica. 
2.2 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS: 
 Abordar a etiologia dos processos sépticos de causa odontogénica; 
 Caracterizar o Processo Séptico de Causa Odontogénica de acordo com a causa; 
 Descrever o principal factor que influencia na evolução dos processos sépticos 
odontologia; 
 Indicar/trazer exemplos de processos sépticos e a contudo a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
3 PROCESSO SÉPTICO DE CAUSA ODONTOGÉNICA 
3.1 Definição e conceitos 
A infecção pode ser definida como uma proliferação nociva de microrganismos dentro 
de um hospedeiro, que alteram e destroem células gerando sinais e sintomas locais.
2 
Os processos sépticos odontogénicos são as entidades infecciosas mais frequentes da 
região cervicofacial, e na prática estomatológica é uma das condições que mais exigem 
atenção.
1 
3.2 Etiologia 
A infecção odontogénica não é causada por um único microorganismo, mas 
frequentemente é polimicrobianas; e podem ser isolados, em alguns casos, até 6 
espécies bacterianas diferentes.
2 
Segundo Bascones et al. (2004), infecções que atingem a cavidade oral podem ser 
classificadas em dois grupos, baseados na sua origem: 
 Odontogênicas: infecções que se iniciam a partir de estruturas dentais. A sua 
origem pode ser periapical proveniente de cáries que causam necrose pulpar e se 
disseminam para o tecido periapical, ou periodontal decorrente de infecção 
bacteriana de uma bolsa periodontal ou de um folículo pericoronário de um 
dente parcialmente eruído. 
 Não Odontogênicas: infecções da mucosa oral, das glândulas salivares, dentre 
outras. 
Dentre as causas principais das infecções odontogênicas temos: cárie dentária, infecção 
dento-alveolar (infecção da polpa e abscesso periapical), gengivites, periodontites, 
osteíte, oteomielites ou ainda infecções pós-cirúrgicas. 
 
De acordo com ARAÚJO et al. (2007): 
As infecções odontogênicas possuem três origensprincipais 
 Periapical: a lesão de cárie se propaga pelo esmalte, dentina, cemento e polpa. 
Nestes locais os microrganismos aumentam o seu potencial de gerar infecção 
chegando à região periapical, onde a condição se dissemina. 
 Periodonto: as bactérias da placa subgengival leva a periodontite e à formação 
de bolsas, chegando no osso alveolar com suas exotoxinas. 
7 
 
 Pericoronário: bactérias colonizam o opérculo gengival que recobre um dente 
semi-incluso, gerando infecções. 
 
 
Figura 1 – Origem da infecção odontogénica (A) Carie dentaria (B) Doença periodontal 
no dente 35 (C) Pericoronarite Fonte: Antenor et al. 2007. 
A via de propagação mais frequente das infecções ontogénicas é a “Por Continuidade”. 
Como o próprio nome indica, está via se estabelece por continuidade, na medida em que 
são atingidos os tecidos adjacentes ao foco infeccioso. 
 
Quando a infecção perfura a lâmina cortical do processo alveolar, ela se dissemina por 
localizações anatómicas previsíveis. A localização da infecção oriunda de um dente 
especifica é determinada por dois factores principais: (1) a espessura do osso que cobre 
o ápice do dente e (2) a relação do local da perfuração no osso com as inserções 
musculares na maxila e mandíbula .
4 
3.3 Principais localizações 
3.3.1 Espaços fasciais 
Fatores que incluem a demora na procura do atendimento especializado, 
antibioticoterapia inicial inadequada, condições sistêmicas imunossupressoras e 
virulência do microrganismo podem contribuir para a rápida disseminação do processo 
infeccioso. Sendo assim, o conhecimento de condições que favorecem a progressão da 
doença é necessário ao profissional com a finalidade de diagnóstico de um quadro de 
potencial gravidade. 
Os espaços fasciais são compartimentos teciduais revestidos por fáscia, preenchidos por 
tecido conjuntivo frouxo, que podem torna-se inflamados quando invadidos por micro-
organismos.
4 
8 
 
Os espaços fasciais podem ser divididos em primário e secundário de acordo com a 
localização. 
 O espaço primário envolve a região da maxila e mandíbula, espaços secundários 
incluem a região mastigatória e os espaços cervicais. Vale ressaltar que factores 
como a virulência do microrganismo, a quantidade do patógeno no interior dos 
tecidos, a anatomia da região acometida, condição sistêmica e nutricional do 
hospedeiro e hábitos nocivos são cruciais para a instalação e progressão de uma 
infecção. 
 Os espaços massetérico, pterigomandibular e temporal são conhecidos como 
espaço mastigador, porque são limitados pelos músculos e fáscias da 
mastigação; esses espaços comunicam-se livremente entre si, de modo que, 
quando um é envolvido, os outros também podem estar.
5
 
 
 Figura 2 -Espaço Mastigador 
4 MICROBIOLOGIA 
Araújo et al. (2007) afirma que ao se tentar isolar o agente etiológico raramente será 
observada apenas uma bactéria, mas sim várias espécies com metabolismos distintos, 
9 
 
portanto as infecções odontogénicas têm como principal característica ser de natureza 
polimicrobianas e mista. 
2 
As bactérias nativas são as mesmas presentes na placa supra e subgengival, e sua 
predominância varia de acordo com o estágio e o tempo de evolução da infecção 
odontogênica. Dentre elas destacam-se: 
 Cocos aeróbicos Gram-positivo 
 Cocos anaeróbicos Gram-negativos 
 Bastonetes anaeróbicos Gram-negativos. 
3
 
5 DIAGNÓSTICO 
Como previamente descrito, infecção odontogênica evolui de uma lesão de cárie, da 
doença periodontal ou da pericoronarite possibilitando que as bactérias e suas toxinas 
cheguem ao osso alveolar. Neste local, os microrganismos aumentam sua 
patogenicidade e passam a ser combatidos pelo hospedeiro de uma maneira mais 
efetiva. Essa infecção restrita ao osso alveolar é chamada osteíte periapical e deve ser 
prontamente combatida para não ultrapassar o osso cortical ou periósteo, chegando aos 
tecidos periorais. Usualmente, ela está associada a dor intensa durante a percussão 
vertical e a sensação de dente extraído.
6 
 Quando a infecção chega aos tecidos adjacentes, geralmente, leva uma resposta 
inflamatória intensa disseminada e aguda com um grande aumento de volume 
em consistência firme, difuso e associada à dor intensa esse quadro é descrito 
como celulite, e requer atenção especial pela sua característica de evolução 
rápida e disseminativa. O metabolismo predominante nessa condição é o 
aeróbio.
5
 
5.1 PRINCIPAIS INFECÇÕES DE CAUSA ODONTOGÉNICA 
5.1.1 ABCESSO ODONTOGÉNICO 
O abscesso odontogênico é um processo infeccioso purulento, ou seja, quando há a 
presença de pus, causado por bactérias patogênicas.
1 
O abscesso pode ocorrer na estrutura interna de um dente (canais radiculares), na região 
dos tecidos de suporte ou na região do opérculo gengival que recobre um dente semi-
10 
 
incluso, podendo ser classificado, então, como: abscesso periapical (endodôntico), 
abscesso periodontal ou abscesso pericoronário, respectivamente 
Sintomas do abscesso dentário 
Os principais sintomas do abscesso dentário são: 
 Dor moderada ou intensa; 
 Inchaço na região do dente ou do rosto; 
 Febre; 
 Linfonodos da região do pescoço inchados. 
Fatores de risco para o abscesso 
Um abscesso odontogênico pode ter várias origens, como por exemplo: a doença cárie, 
a necrose pulpar, a doença periodontal, a dificuldade de higienização de um dente semi 
incluso, o pós operatório cirúrgico, algum trauma ou fratura, entre outras. 
Sendo assim, existem fatores que estão relacionados a essas condições e que, 
consequentemente, aumentam as chances de se desenvolver um abscesso odontogênico, 
que são: higiene bucal ineficiente, dieta pobre em nutrientes e rica em açúcar, fatores 
sistêmicos que afetam a saúde, entre outros.
4 
Exames de Raios-X para diagnosticar abscesso 
Os exames de raios X ou radiografias são exames complementares extremamente 
importantes na Odontologia para o diagnóstico de diversas doenças bucais. 
No caso dos abscessos odontogênicos, os principais exames radiográficos utilizados 
para seu diagnóstico são a radiografia periapical, que permite uma visualização e análise 
detalhadas do elemento dentário e de suas estruturas de suporte, e a tomografia 
computadorizada de feixe cônico, que permite uma análise tridimensional detalhada da 
região. 
11 
 
Diagnóstico clínico do dentista 
No exame clínico o Cirurgião-Dentista avaliará as condições de saúde bucal e 
principalmente do elemento dentário envolvido no processo infeccioso. 
Além disso, o profissional pode realizar testes como o teste de percussão e o teste de 
vitalidade pulpar para diagnosticar a localização e a origem do abscesso odontogênico e 
realizar o tratamento mais indicado.
4 
5.1.2 CELULITE FACIAL 
As celulites fasciais são infecções graves, de rápida progressão, que devem ser tratadas 
com imediatismo, pois podem levar o paciente a desenvolver sérias complicações, ou 
até mesmo, óbito. 
Celulite Facial: celulites faciais são infecções graves de características agudas, com 
rápida progressão (2 a 4 dias), localização difusa. 
Factores Etiológico 
A celulite fascial de origem odontogénica geralmente está associada a: 
 Cárie dentária, 
 Raízes residuais; 
 Necroses pulpares, 
As causas mais comuns de celulite são 
 Streptococcus pyogenes; 
 Staphylococcus aureus. 
A celulite é frequentemente causada pelos estreptococos do grupo A beta-hemolíticos. A 
barreira da pele geralmente está comprometida. 
Estas infecções são causadas mais comumente por bactérias que colonizam nossa 
pele outras podem ser: 
 Estreptococos Beta hemolitico (grupo A, B, C, G e F) 73 % dos casos 
 Haemophilus influenzae do tipo B (celulite bucal) 
12 
 
 Streptococcus pneumoniae 
 Neisseria meningitidis 
 Aeromonas hydrophila e Vibrio vulnificus (Histórico de exposição a água) 
 Pseudomonas aeruginosa (pessoas com imunidade baixa como portadores 
de AIDS e diabetesmellitus) 
Quadro Clinico( Sinais e Sintomas) 
Sinais e sintomas 
 Dor 
 Eritema 
 Calor no local da lesão 
 Sua coloração é bastante avermelhada, quente e dolorosa. 
 A pele enrijecida no local. 
 Podem ocorrer manifestações sistémicas como febre e mal-estar 
. 
 
Rev. cir. traumatol. buco-maxilo-fac. vol.12 no.3 Camaragibe Jul./Set. 2012 
Factores de risco 
 Ruptura da barreira cutânea devido a trauma. Esses traumas podem ser como 
abrasão, ferida penetrante, úlcera de pressão, úlcera venosa da perna, uso de 
drogas injetáveis 
 Inflamação (eczema, radioterapia) 
13 
 
 Infecção de pele preexistente; 
 Insuficiência venosa 
 Edema devido à drenagem linfática prejudicada, 
 Obesidade; 
 Imunossupressão (como diabetes ou infecção por HIV). 
 
A correta diferenciação entre celulite e abscesso é importante na condução do paciente 
com infecção odontogênica e as principais características dessa condição encontram-se 
descritas na tabela 01: 
Tabela 01 -Principais diferenças entre celulite e abscesso 
Características Celulite Abscesso 
Duração Aguda Crônica 
Dor Intensa e generalizada Localizada 
Volume Grande Pequeno 
Localização Limites difusos Bem delimitado 
Palpação Pastosa e endurecida Flutuante 
Presença de pus Não Sim 
Grau de gravidade Maior Menor 
Bactérias Aeróbicas Anaeróbicas 
 
5.1.3 ANGINA DE LUDWING 
 A angina de Ludwig é uma infecção rara no assoalho da boca. Causa inchaço nas áreas sob a 
língua (chamadas de espaço submandibular). É causada por bactérias e pode ser causada por não 
escovar os dentes regularmente, por infecções dentárias ou por tratamento dentário.
4 
O inchaço pode se tornar tão grave que afeta a capacidade de respirar. Pode rapidamente tornar-se 
fatal e pode ser necessário ir ao pronto-socorro. Eles irão ajudá-lo a respirar e iniciar o tratamento 
com antibióticos para tratar a infecção.
4 
14 
 
Sintomas mais comuns 
 Inchaço da boca e pescoço. 
 Dor surda na boca, com inchaço fazendo com que a língua se eleve ou fique para fora. 
 Excesso de baba e dificuldade para engolir. 
 Dificuldade em falar claramente. 
 Dificuldade em respirar e necessidade de se curvar para respirar. 
 Febre. 
 
 
 
Angina de Ludwig causa 
As principais causas da angina de Ludwig são não cuidar bem dos dentes (má higiene dental) e 
realizar procedimentos odontológicos. A má higiene dental significa que você tem muitas 
bactérias na boca. Também pode causar doenças gengivais, infecções dentárias e procedimentos 
odontológicos mais frequentes.
4 
https://www.buoyhealth.com/learn/swollen-mouth
https://www.buoyhealth.com/learn/trouble-swallowing
https://www.buoyhealth.com/learn/trouble-swallowing/
https://www.buoyhealth.com/learn/trouble-speaking
15 
 
Tratamento de angina de Ludwig 
O tratamento da angina de Ludwig é feito com o uso de antibióticos, que podem ser 
injetados via endovenosa, para que funcionem de forma mais rápida. 
Nos casos onde houver inchaço extenso causado pelo acúmulo de líquidos, o médico 
pode recomendar uma drenagem desses líquidos, para facilitar a eliminação pelo 
organismo. 
Ao realizar tratamentos odontológicos, recomenda-se seguir as orientações do dentista, 
fazendo o uso correto dos medicamentos antibióticos, como forma de prevenir o 
surgimento da angina de Ludwig.
7 
 
5.1.4 OSTEOMIELITE ODONTOGENICA 
Osteomielite é uma inflamação do osso e da medula óssea, podendo desenvolver-se nos 
maxilares em consequência de infecção odontogênica, associada ou não a condições 
sistêmicas. 
A osteomielite caracteriza-se por uma inflamação de origem infecciosa, que invade os 
espaços medulares do osso, podendo atingir a cortical óssea e o periósteo 
O tratamento de tal infecção é realizado com altas doses de antibióticos e, 
freqüentemente, a intervenção cirúrgica também é necessária para promover a 
curetagem e a remoção de seqüestros ósseos.
6 
A porta de entrada do agente infeccioso ou antígeno para o osso medular costuma se dar 
por meio de: 
 Dentes destruídos (necrose pulpar) 
 Periodonto ou região periimplantar 
 Alvéolos 
 Traumas 
 Dentes parcialmente irrompidos (pericoronarites) 
Outros fatores de ordem sistêmica, menos comuns podem ser: 
16 
 
 Infecções hidatogénicas de ordem sistémica; 
 Doses de Radiação X usadas em radioterapia. 
 
Caso I– A radiografia periapical mostra em detalhes, a imagem de densidade mista e 
limites difusos em região correspondente aos elementos 36, 37 e 38, sugerindo 
Osteomielite Supurativa Crônica.
7 
A falta de conhecimento sobre a etiologia da OED implica muitos problemas no manejo 
dessa doença. Diferentes tipos de tratamento têm sido aplicados, porém sem um 
resultado totalmente satisfatório a longo prazo. Em geral, a lesão se mantém sem 
complicações, não sendo recomendada nenhuma intervenção. Em casos de 
exacerbações, o tratamento se resume ao controle das fases de agudização com terapia 
medicamentosa e, se necessário, realização de desbridamento apenas do sequestro 
ósseo. A terapia medicamentosa é feita basicamente com antibioticoterapia, sendo as 
penicilinas referidas pela maioria dos autores como medicações de primeira escolha
2
. 
Nesse caso, a paciente foi submetida a uma abordagem cirúrgica conservadora apenas 
para remoção do sequestro ósseo em área de fistulação, submetendo-se terapia 
antibiótica à base de penicilina (Amoxicilina® 500 mg, de 8 em 8 horas, durante 15 
dias), já que essa é a medicação de primeira escolha no nosso centro, levando-se, 
também, em consideração a sua condição financeira da mesma. Houve resposta 
satisfatória ao tratamento, e a paciente encontra-se em bom estado e sob observação. 
17 
 
6 TRATAMENTO DOS PROCESSOS SEPTICOS DE CAUSA 
ODONTOGENICA 
Uma das principais indicações é a profilaxia antibiótica antes dos tratamentos 
odontológicos. O objectivo da prescrição de antibióticos profiláticos é prevenir a 
infecção ou a disseminação da infecção (BONILHA et al.,2014). 
De acordo com a estimativa do Centro Nacional de Controle e Prevenção de Doenças, 
aproximadamente um terço de todas as prescrições de antibióticos ambulatoriais é 
desnecessário. A prescrição de antibióticos pode estar associada ao desenvolvimento de 
resistência e lado desfavorável. 
Os aspectos mais importantes no tratamento das infecções odontogénicas são a 
eliminação da causa e a drenagem cirúrgica. A drenagem, quando indicada, varia desde 
um simples acesso endodôntico até incisões cervicais para o acesso aos espaços fasciais 
acometidos. O objetivo principal é a eliminação do agente causal, a drenagem de pus e o 
desbridamento ou remoção de restos necróticos. O tratamento local diminui a população 
bacteriana, reduz a tensão nos tecidos melhorando o fluxo sanguíneo, melhora a 
condição local para atuação das defesas do hospedeiro e facilita a chegada de 
antibióticos.
2 
Segundo Araújo et al. (2007) o tratamento cirúrgico é uma etapa fundamental na 
abordagem inicial do paciente portador de abcessos dentoalveolar e celulites severas. 
Nas celulites leves a moderadas, em pacientes saudáveis, não existe a necessidade de 
drenagem, pois apenas a eliminação da causa com antibioticoterapia associada 
promoverá a involução do processo. As incisões, quando indicadas, devem obedecer a 
determinados princípios: 
 Ser realizada no ponto de flutuação, o mais inferiormente possível; 
 
 Ser perpendicular à direcção das fibras musculares. 
 Ser ampla o suficiente para possibilitar uma drenagem efectiva e abranger todos 
os espaços envolvidos. A regra geral é uma incisão por espaço acometido para se 
obter uma drenagem adequada; 
 Envolver apenas pele e tecido celular subcutâneo ou mucosa oral.
2
 
 
18 
 
 
A divulsão deve ser realizada utilizando-se uma pinça hemostática curva que entre na 
ferida fechada e que seja aberta dentro dos tecidos. O objetivo é chegar à loja da 
secreção purulenta, sem lesar estruturas nobres. Assimque todas as cavidades forem 
acessadas e a secreção drenada efetivamente, deve-se inserir um dreno na abertura 
criada. O dreno utilizado pode ser o convencional de borracha do tipo Penrose ou 
drenos tubulares rígido. Os drenos Penrose são os mais utilizados, sendo o dreno rígido 
mais apropriado aos casos de infecções em espaços fasciais profundos, e quando se faz 
necessária a irrigação ou aspiração pós-drenagem. Os drenos devem ser fixados com fio 
de sutura para evitar sua saída antes do tempo adequado. Deve-se aplicar um curativo 
compressivo local. Os drenos devem permanecer no local até 2 ou 3 dias após a 
remissão da secreção purulenta. 
A Figura 5 demonstra uma drenagem extra-oral. Fonte: Antenor et al.2007 
 
Figura 5 -Drenagem extra-oral 
A) anestesia local 
B) Incisão em região de pele e tecido celular subcutâneo 
19 
 
C) Divulsão, drenagem e compressão digital 
D) Dreno Penrose instalado no local da incisão
5 
Os pacientes portadores de infecção odontogênica usualmente se apresentam com 
trismo e dificuldade de deglutição, o que limita a ingestão de líquidos e alimentos. 
Estes indivíduos, quando tratados ambulatorialmente, devem serorientados a se 
hidratarem e se alimentarem de maneira adequada. Caso o profissional julgue que o 
paciente não tem condições de realizar estes cuidados, deve interná-lo para a instalação 
de hidratação venosa e monitorização pela equipe de nutrição hospitalar. A fisioterapia 
com calor local deve ser iniciada, pois estimula a vasodilatação local, sempre desejada 
em quadros infecciosos. O calor local deve ser aplicado através de bochechos com água 
morna em abcessos intrabucais e com compressas úmidas em envolvimento extrabucal.
4 
7 TERAPIA MEDICAMENTOSA 
Os antibióticos devem ser utilizados quando existe invasão bacteriana nos tecidos da 
região maxilofacial, o qual exceda a capacidade de defesa do hospedeiro para combater 
estes patógenos. Os antibióticos atuariam como coadjuvante no combate ao processo 
infeccioso e o seu uso não elimina a necessidade do tratamento cirúrgico. Estão 
formalmente indicados nas seguintes situações: celulite facial, infecção aguda e 
generalizada, infecção difusa e não-circunscrita, pacientes com alterações sistêmicas 
graves, hospedeiro suscetível, envolvimento de espaços fasciais, pericoronarite 
moderada ou severa e osteomielite. Nestes casos, o paciente será altamente beneficiado 
pelo auxílio medicamentoso. 
5,6 
O antibiótico de primeira escolha no tratamento das infecções odontogênicas é a 
penicilina por ser bactericida, de espectro limitado ao combate dos principais patógenos 
da infecção odontogênica, de custo baixo, com poucos efeitos colaterais associados e de 
baixa toxicidade. As principais limitações ao uso da penicilina são a possibilidade de 
hipersensibilidade e ao alto índice de patógenos resistentes. A história de alergia à 
penicilina deve ser questionada durante a anamnese. A resistência à droga deve ser 
analisada durante o curso clínico da infecção.
6 
 
 
 
20 
 
 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Tendo chegado ao fim da revisão sobre processos sépticos de causa odontogénica ou 
infecções de causa odontogénica, compreendemos que no complexo maxilo-facial, as 
infecções podem ser classificadas em: Não Odontogênicas, que são causadas por 
infecções de mucosa oral, de glândulas salivares, dentre outras. e as de origem 
Odontogénica. As principais causas das infecções Odontogênicas são: cárie dentária, 
infecção Dento Alveolar, Periodontites, Osteíte, Osteomielites e infecções pós 
cirúrgicas. Do ponto de vista microbiológico é uma infecção causada por uma flora 
mista, aneróbios-aeróbios. Os sinais e sintomas característicos são: dor localizada, 
acompanhada de inchaço na região afetada, vermelhidão e perda de função como: o 
trismo, disfagia, dislalia e dispneia. Pode ocorrer ainda a febre e a prostração. É 
importante que o diagnóstico seja feito precocemente, sendo necessário não só o exame 
clínico dos sinais e sintomas, mas também a análise de exames complementares 
laboratoriais e de imagem, como: Tomografias Computadorizadas, Ressonâncias 
Magnéticas e Radiografias. O tratamento se baseia em drenagem cirúrgica, 
antibioticoterapia, além de compressas e bochechos aquecidos. Em casos mais graves o 
paciente deve ser hospitalizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 
1. Costa,F.P- Infecção odontogênica: revisão de literatura e análise dos 
procedimentos realizados em um hospital público de belo horizonte, minas 
gerais -brasil. Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Minas Gerais 
Belo Horizonte- 2018 
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