Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Execução Civil
REVISÃO DE PROVA
Código: 613986
Profª. Ma.: Márcia Gabriela Tramontini Fonseca Torcheti
E-mail: marcia.torcheti@prof.unipar.br
Conceito de execução
• Executar é satisfazer uma prestação devida. A execução pode ser
ESPONTÂNEA, quando o devedor cumpre espontaneamente a obrigação,
ou FORÇADA, quando o cumprimento da prestação é obtido por meio da
prática de atos executivos pelo Estado (DIDIER JR., 2017);
• Por isso, NÃO é OBJETIVO da execução forçada determinar quem tem
razão, mas sim realizar o direito material já ACERTADO no título executivo;
• “No processo executivo, a atividade jurisdicional restringe-se a atos
necessários à SATISFAÇÃO do direito do credor e, consequentemente, a
compelir o devedor a adimplir a obrigação, seja de pagar quantia, de
entregar coisa, de fazer ou de não fazer” (Donizetti, 2016).
Conceito de título executivo 
• Segundo JÔNATAS LUIZ M. DE PAULA (2015): “concebe-se por TÍTULO
EXECUTIVO a formalização num DOCUMENTO de uma obrigação de
dar quantia determinada, fazer, não fazer, ou de entregar coisa, onde
a sanção pode ser executada diretamente, dispensando-se qualquer
prévia homologação judicial para extração dos efeitos materiais da
obrigação. Exs. Documento assinado pelas partes e por duas
testemunhas, cheque, TAC, etc.
• Em suma, é o documento que a LEI atribui eficácia executiva
(ARAKEN ASSIS, 2016) > princípio da taxatividade ou tipicidade dos
títulos executivos – arts. 515 e 784 CPC.
Art. 784, III, CPC
• Qual o papel dessas duas testemunhas?
Aferir a existência e a validade do negócio jurídico. O intuito foi o de
permitir que, se houvesse alguma alegação de nulidade do negócio, as
testemunhas pudessem ser ouvidas para certificar a existência ou não
de vício na formação do instrumento, a ocorrência e a veracidade do
ato, com isenção e sem preconceitos;
As pessoas que assinam são “testemunhas instrumentárias”, ou seja,
elas apenas expressam a regularidade formal do instrumento
particular, mas não precisam saber a respeito do conteúdo do negócio
jurídico;
Art. 784, III, CPC
Em razão disso, a ausência de alguma testemunha ou a sua
incapacidade, por si só, não ensejam a invalidade do contrato ou do
documento, mas apenas a inviabilidade do título para fins de
execução, pela ausência de formalidade exigida em lei;
Assim, em regra, não havendo a assinatura das 2 testemunhas, o
contrato continua sendo válido, mas não poderá ser considerado como
título executivo extrajudicial;
Art. 784, III, CPC
Contudo, algumas vezes a parte alega algum “problema” com a
assinatura da testemunha, mas não aponta nenhum vício de
consentimento ou falsidade documental. Só alega algum “vício” da
testemunha. Ex: a testemunha do contrato foi o advogado de uma das
partes contratantes. Isso não pode considerando que a testemunha
deverá ser alguém desinteressado no contrato. No entanto, se a parte
alega apenas isso, mas não questiona a validade do ajuste, este
contrato continua sendo título executivo extrajudicial (STJ. 4ª Turma.
REsp 1453949/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
13/06/2017).
Art. 784, III, CPC
Da mesma forma, ainda que não se consiga ler direito o nome das
testemunhas no contrato, isso é considerado mera irregularidade e
não retira a força executiva do título, salvo se houver alguma
alegação de nulidade (STJ. 3ª Turma. AgRg no AREsp 609.407/RS, Rel.
Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 26/05/2015);
Ainda sobre o tema, as testemunhas precisam presenciar as partes
assinando o contrato? Todo mundo tem que assinar no mesmo
momento?
Art. 784, III, CPC
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. 
DISTRATO. DOCUMENTO PARTICULAR. ASSINATURA DAS TESTEMUNHAS POSTERIOR AO 
AJUSTE. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. ACÓRDÃO EM HARMONIA COM A 
JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. SÚMULA N. 83/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL 
PREJUDICADO. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.
1. Conforme bem delineado no acórdão recorrido, de acordo com a jurisprudência do 
Superior Tribunal de Justiça, "o fato das testemunhas do documento particular não 
estarem presentes ao ato de sua formação não retira a sua executoriedade, uma vez que 
as assinaturas podem ser feitas em momento posterior ao ato de criação do título 
executivo extrajudicial, sendo as testemunhas meramente instrumentárias" (REsp n. 
541.267/RJ, Relator o Ministro Jorge Scartezzini, DJ de 17/10/2005).
2. Verifica-se, assim, que a decisão da Corte estadual está em harmonia com a 
jurisprudência desta Corte Superior, incidindo, portanto, o óbice da Súmula n. 83/STJ, 
aplicável também à irresignação pela alínea c do permissivo constitucional.
3. Agravo interno desprovido.
(AgInt no AREsp n. 1.993.919/GO, relator Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, 
julgado em 4/4/2022, DJe de 7/4/2022.)
Art. 784, III, CPC
Sem a assinatura das 2 testemunhas é possível que o contrato seja
considerado título executivo extrajudicial?
Excepcionalmente, mesmo sem essas duas assinaturas é possível que o
contrato continue sendo título executivo se houver outras provas que
comprovem a avença (STJ. 4ª Turma. AgRg no AREsp 800.028/RS, Rel.
Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 02/02/2016).
Art. 784, III, CPC
AGRAVO INTERNO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. NÃO
OCORRÊNCIA. EMBARGOS À EXECUÇÃO. DOCUMENTO PARTICULAR. AUSÊNCIA DE ASSINATURA DE
TESTEMUNHAS. NÃO EXECUTIVIDADE DO TÍTULO. MITIGAÇÃO CONDICIONADA À EXISTÊNCIA DE
CIRCUNSTÂNCIAS EXCEPCIONAIS. ACÓRDÃO EM HARMONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE.
SÚMULA 83/STJ.
1. Se as questões trazidas à discussão foram dirimidas pelo Tribunal de origem, de forma
suficientemente ampla, fundamentada e sem omissões, deve ser afastada a alegada violação ao art.
1.022 do Código de Processo Civil de 2015.
2. "Para que o instrumento particular sirva como título executivo, é necessário que seja assinado
por duas testemunhas. Excepciona-se a regra apenas quando há comprovação da avença por
outros meios" (AgRg no AREsp 800.028/RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA,
DJe 5.2.2016).
3. O Tribunal de origem julgou nos moldes da jurisprudência pacífica desta Corte. Incidente,
portanto, o enunciado 83 da Súmula do STJ.
4. Agravo interno a que se nega provimento.
(AgInt no AREsp n. 2.233.303/RS, relatora Ministra Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, julgado em
9/10/2023, DJe de 16/10/2023.)
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=202203334106&dt_publicaca
o=16/10/2023
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=202203334106&dt_publicacao=16/10/2023
Art. 784, VIII, CPC
ATENÇÃO!!!
O contrato de locação não precisa estar assinado por 2 testemunhas
para servir como título executivo extrajudicial.
STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 970.755/RS, Rel. Min. Maria Isabel
Gallotti, julgado em 21/03/2017.
Lei nº 14.620/2023 – art. 784, §4º, CPC
ATENÇÃO!!!
§ 4º Nos títulos executivos constituídos ou atestados por meio eletrônico, é
admitida qualquer modalidade de assinatura eletrônica prevista em lei, dispensada
a assinatura de testemunhas quando sua integridade for conferida por provedor de
assinatura. (Incluído pela Lei nº 14.620, de 2023)
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14620.htm#art34
Lei nº 14.620/2023 – art. 784, §4º, CPC
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. EXECUTIVIDADE DE CONTRATO
ELETRÔNICO DE MÚTUO ASSINADO DIGITALMENTE (CRIPTOGRAFIA ASSIMÉTRICA) EM CONFORMIDADE COM A
INFRAESTRUTURA DE CHAVES PÚBLICAS BRASILEIRA. TAXATIVIDADE DOS TÍTULOS EXECUTIVOS. POSSIBILIDADE, EM FACE
DAS PECULIARIDADES DA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO, DE SER EXCEPCIONADO O DISPOSTO NO ART. 585, INCISO II, DO
CPC/73 (ART. 784, INCISO III, DO CPC/2015). QUANDO A EXISTÊNCIA E A HIGIDEZ DO NEGÓCIO PUDEREM SER VERIFICADAS
DE OUTRAS FORMAS, QUE NÃO MEDIANTE TESTEMUNHAS, RECONHECENDO-SE EXECUTIVIDADE AO CONTRATO
ELETRÔNICO. PRECEDENTES. 1. Controvérsia acerca da condição de título executivo extrajudicial de contrato eletrônico de
mútuo celebrado sema assinatura de duas testemunhas. 2. O rol de títulos executivos extrajudiciais, previsto na legislação
federal em "numerus clausus", deve ser interpretado restritivamente, em conformidade com a orientação tranquila da
jurisprudência desta Corte Superior. 3. Possibilidade, no entanto, de excepcional reconhecimento da executividade de
determinados títulos (contratos eletrônicos) quando atendidos especiais requisitos, em face da nova realidade comercial com
o intenso intercâmbio de bens e serviços em sede virtual. 4. Nem o Código Civil, nem o Código de Processo Civil, inclusive o
de 2015, mostraram-se permeáveis à realidade negocial vigente e, especialmente, à revolução tecnológica que tem sido
vivida no que toca aos modernos meios de celebração de negócios, que deixaram de se servir unicamente do papel,
passando a se consubstanciar em meio eletrônico. 5. A assinatura digital de contrato eletrônico tem a vocação de certificar,
através de terceiro desinteressado (autoridade certificadora), que determinado usuário de certa assinatura a utilizara e,
assim, está efetivamente a firmar o documento eletrônico e a garantir serem os mesmos os dados do documento assinado
que estão a ser sigilosamente enviados. 6. Em face destes novos instrumentos de verificação de autenticidade e
presencialidade do contratante, possível o reconhecimento da executividade dos contratos eletrônicos. 7. Caso concreto em
que o executado sequer fora citado para responder a execução, oportunidade em que poderá suscitar a defesa que entenda
pertinente, inclusive acerca da regularidade formal do documento eletrônico, seja em exceção de pré-executividade, seja em
sede de embargos à execução. 8. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. (STJ - REsp: 1495920 DF 2014/0295300-9, Relator: Ministro
PAULO DE TARSO SANSEVERINO, Data de Julgamento: 15/5/18, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 7/6/18)
Características do título executivo – art. 786, 
CPC: certeza, liquidez e exigibilidade
• Certeza
Segundo MEDINA (2008):
“Obrigação certa deve-se considerar aquela que é exata, precisa. Por
isso, deve-se definir obrigação certa como aquela que tem
precisamente definidos os elementos da obrigação, isto é, os sujeitos
(credor e devedor), a natureza (de dar, fazer, entregar e etc.) e o
objeto (móvel ou imóvel, por ex.) da relação jurídica sobre o qual
incidirá a execução”.
Características do título executivo – art. 786, 
CPC: certeza, liquidez e exigibilidade
• Liquidez
“A liquidez não é a determinação, mas a mera DETERMINABILIDADE de fixação do
QUANTUM DEBEATUR; ou seja, o “quanto se deve” ou o “que se deve” (NEVES, 2016);
“Obrigação líquida é aquela quantificada ou, pelo menos, quantificável por meio de
simples cálculo aritmético” (WAMBIER et al., 2015);
A necessidade de realização de simples cálculos aritméticos não retira a liquidez do título
(CPC, art. 786, § único);
Ser dotado de LIQUIDEZ significa que o objeto da obrigação tem mensuração já definida
(determinada) ou passível de ser definida (determinável), e diz respeito à quantidade,
extensão, volume, medida, enfim, à grandeza ou ao tamanho do que deve ser prestado, a
exemplo de dinheiro devido ou a entrega de 1.000 sacas de soja.
RECURSO INOMINADO. SERVIDOR PÚBLICO DO MUNICÍPIO DE
SARANDI. INSURGÊNCIA RECURSAL DO MUNICÍPIO. ALEGADA
NULIDADE DA SENTENÇA POR ILIQUIDEZ DO JULGADO NÃO
VERIFICADA. MERA REALIZAÇÃO DE CÁLCULOS ARITMÉTICOS QUE NÃO
CONFIGURA SENTENÇA ILÍQUIDA. AGENTE DE COMBATE A ENDEMIAS.
BASE DE CÁLCULO DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LEI FEDERAL N.
11.350/2006 ALTERADA PELA LEI FEDERAL N. 13.342/2016. LEI
NACIONAL DE APLICABILIDADE IMEDIATA. ADICIONAL A SER
CALCULADO SOBRE O VENCIMENTO BÁSICO DO SERVIDOR. EFEITOS
IMEDIATOS. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA MANTIDA. RECURSO
CONHECIDO E DESPROVIDO.
(TJPR - 6ª Turma Recursal dos Juizados Especiais - 0007219-
19.2021.8.16.0160 - Sarandi - Rel.: JUIZ DE DIREITO DA TURMA
RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS AUSTREGESILO TREVISAN - J.
07.02.2025)
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. CONTRATO
DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL DA COHAB-CT. CERCEAMENTO DE DEFESA. ILIQUIDEZ DO TÍTULO.
QUANTUM DEBEATUR. RECURSO DESPROVIDO.
I. CASO EM EXAME 1. Apelação interposta em face de sentença proferida em Embargos à Execução
de Título Extrajudicial, que julgou improcedente pedido de extinção da Execução, por inexigibilidade
do título (iliquidez), e impossibilidade de apuração do quantum debeatur.
II. QUESTÃO EM DISCUSSÃO 2. Há três questões em discussão: (i) saber se o título executivo é
líquido e exigível; (ii) se havia necessidade de prova pericial para apuração do quantun debeatur; (iii)
se houve cerceamento de defesa.
III. RAZÕES DE DECIDIR 3. O Contrato de Compra e Venda de Imóvel, com previsão expressa dos
encargos incidentes para o período de normalidade e em caso de atraso nos pagamentos, é título
executivo extrajudicial líquido e, no caso exigível, porque certa a inadimplência. 4. A base para o
cálculo do valor incontroverso não é a planilha do Exequente, mas o próprio Contrato inadimplido,
que contém os parâmetros a serem utilizados para apuração do valor. 5. Se não há complexidade ou
dubiedade no Contrato ou quanto ao montante adimplido, é desnecessária a realização de prova
pericial e o julgamento antecipado da lide não implica em cerceamento de defesa.
IV. DISPOSITIVO: 6. APELO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. Dispositivos Relevantes Citados: Art. 803,
i e Art. 917, §§ 3º e 4º , do Código de Processo Civil.
(TJPR - 5ª Câmara Cível - 0000966-61.2022.8.16.0004 - Curitiba - Rel.: DESEMBARGADOR LEONEL
CUNHA - J. 03.02.2025)
Características do título executivo – art. 786, 
CPC: certeza, liquidez e exigibilidade
• Exigibilidade
“É a inexistência de impedimento à eficácia atual da obrigação, que resulta
do seu inadimplemento e da ausência de TERMO, CONDIÇÃO OU
CONTRAPRESTAÇÃO” (NEVES, 2016);
Na lição de MEDINA (2008): “Precisa-se saber se é possível ao credor pleitear
a satisfação da obrigação, a qual, para tanto, não poderá estar sujeita a
termo, condição ou qualquer outras limitações temporais”;
Ex: uma sentença que diz que a obrigação de fazer deverá ser cumprida em
60 dias;
A petição deverá ser instruída com prova de que se verificou a condição ou o
termo (CPC, art. 798, I, “c”).
RECURSO INOMINADO. INSTITUIÇÃO DE ENSINO. CONTRATAÇÃO DE
SERVIÇOS EDUCACIONAIS. CANCELAMENTO DA MATRÍCULA POR
DESCUMPRIMENTO DO ADEQUADO DEVER DE INFORMAÇÃO.
VENCIMENTO ANTECIPADO DAS MENSALIDADES FUTURAS.
IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. DIREITO À
RESTITUIÇÃO DE VALORES. INEXIGIBILIDADE DO DÉBITO. INSCRIÇÃO
INDEVIDA NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. DANO MORAL IN
RE IPSA. PRETENSÃO DE ALTERAÇÃO DO QUANTUM ARBITRADO A
TÍTULO DE DANOS MORAIS. NÃO ACOLHIMENTO. SENTENÇA MANTIDA
POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO CONHECIDO E NÃO
PROVIDO.
(TJPR - 2ª Turma Recursal - 0000756-33.2024.8.16.0200 - Curitiba -
Rel.: JUIZ DE DIREITO DA TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS
IRINEU STEIN JUNIOR - J. 04.02.2025)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EMBARGOS À EXECUÇÃO. NOTA
DE CRÉDITO RURAL. DECISÃO QUE JULGA PARCIALMENTE O
MÉRITO.RECURSO DA PARTE RÉ. DEFESA PELA INEXIGIBILIDADE DO
CONTRATO. IMPERTINÊNCIA. CÉDULA QUE PREVÊ CLÁUSULA DE
VENCIMENTO ANTECIPADO DA DÍVIDA. INADIMPLEMENTO.
DESNECESSIDADE DE PRÉVIA NOTIFICAÇÃO. PRETENSÃO DE
ALTERAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
RECONHECIMENTO DE EXCESSO DA COBRANÇA NA EXECUÇÃO. BASE
DE CÁLCULO. PROVEITO ECONÔMICO OBTIDO PELA PARTE
EMBARGANTE. DECISÃO PARCIALMENTE REFORMADA. RECURSO DE
AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.
(TJPR - 13ª Câmara Cível - 0018771-68.2024.8.16.0000 - Marechal
Cândido Rondon - Rel.: DESEMBARGADORA ROSANA ANDRIGUETTO
DE CARVALHO - J. 07.06.2024)
Princípios da execução
• Princípio da disponibilidade da execução
Trata-se do princípio pelo qual o credor possui a FACULDADE de desistir
de todos os atos executivos, ou algumas medidas executivas, sem o
consentimento do executado (art. 775, CPC);
“O credor pode disporda execução, quer não executando o título, quer
desistindo, total ou parcialmente, da demanda executiva já proposta,
quer desistindo de algum ato executivo já realizado, por exemplo, uma
penhora” (DIDIER JR., 2008).
Princípios da execução
• Princípio da patrimonialidade
A execução é sempre real, e nunca pessoal, quer dizer, deve recair
sobre o patrimônio do executado > jamais em relação à sua pessoa!
A prisão civil não é forma de satisfação de direito, mas mera medida de
pressão psicológica do executado (execução indireta).
Princípios da execução
• Nulla executio sine titulo – não há execução sem título
Trata-se do princípio que diz que o procedimento executivo somente
pode ser instaurado se houver um documento a que a lei atribua a
eficácia executiva, o título executivo (DIDIER JR., 2008);
Ex: não é possível executar provisoriamente uma SENTENÇA
impugnada por RECURSO COM EFEITO SUSPENSIVO, pois, eventual
execução seria inadmissível pela ausência de título executivo (DIDIER
JR., 2008);
O título executivo é a prova mínima necessária e suficiente de que
deve valer-se o exequente para instauração de qualquer execução.
Princípios da execução
Sem título executivo não há execução, mas se a parte tiver título executivo extrajudicial e 
quiser optar pelo procedimento comum de cognição ao invés do procedimento de execução? 
Isso é possível?
SIM
Art. 785, CPC: “A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo de 
conhecimento, a fim de obter título executivo judicial.”
QUAL A LÓGICA DISTO?
“[...] o cumprimento/execução de sentença que se segue ao procedimento comum pode 
contemplar técnicas executivas não disponíveis, para o caso de execução fundada em título 
extrajudicial (ex: a multa referida no art. 523, § 1º, do CPC/2015)” (MEDINA, 2015). 
Princípios da execução
• Princípio da boa-fé ou lealdade processual
A conduta de todos os sujeitos processuais, e não somente
das partes, deve seguir um padrão ético e objetivo de
honestidade, diligência e confiança. Exige-se das partes o
respeito ao dever de lealdade e boa-fé processual, devendo
àquelas agirem de forma ética, leal, honesta, cooperativa, etc.,
sob pena de aplicação do art. 774 do CPC;
“Aquele que de qualquer forma participa do processo deve
comportar-se de acordo com a boa-fé” (CPC, art. 5º);
Princípios da execução
• Princípio da menor onerosidade possível
Princípio pelo qual a execução deve realizar-se de maneira menos gravosa ao Executado;
Havendo mais de um meio para a prestação da tutela jurisdicional executiva, esta deve se efetivar
pelo meio menos gravoso ao executado (WAMBIER, et al., 2015);
O foco do princípio não está na escolha do tipo de execução, mas sim nos atos executivos, que
devem ser menos gravosos ao executado;
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará
que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar
outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já
determinados.
Princípios da execução
• Princípio do contraditório
Processo amplamente dialético e democrático com efetiva participação
dos sujeitos processuais > não basta apenas INFORMAR, deve-se
franquear às partes a POSSIBILIDADE DE REAÇÃO (direito de influência);
Arts. 9º e 10 do CPC:
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a
respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate
de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Princípios da execução
• Princípio da cooperação ou da colaboração processual
Art. 6º CPC:
“Todos os SUJEITOS do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo
razoável, decisão de mérito justa e efetiva”;
O magistrado deixa de funcionar no processo apenas como um mero fiscal das regras legais para
assumir uma postura dialogal com as partes;
Exemplos de incidência do princípio:
Art. 774, V, CPC > indicação de bens à penhora pelo executado, sob pena de incidir em ato atentatório à
dignidade da justiça;
Art. 525, §4º, CPC > o executado deve apresentar o valor correto da dívida quanto impugna o cálculo
apresentado pelo exequente.
Princípios da execução
• Princípio da atipicidade dos meios executivos
Tal princípio já era consagrado no CPC/73, art. 461, §5º; agora repetido no
art. 536, caput, e § 1º, do CPC, que diz:
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de
fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da
tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente,
determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
§ §1º Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras
medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o
desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso
necessário, requisitar o auxílio de força policial.
Princípios da execução
• Princípio da atipicidade dos meios executivos
Ainda, o artigo 139 do CPC, que trata dos poderes do juiz, prevê em seu
inciso IV que um deles é a determinação de todas as medidas
necessárias para o cumprimento da ordem judicial:
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe:
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial,
inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;
Princípios da execução
• Princípio da atipicidade dos meios executivos
No mesmo sentido são os Enunciados do FPPC (nº 12) e ENFAM (nº
48), respectivamente:
“A aplicação das medidas atípicas sub-rogatórias e coercitivas é cabível
em qualquer obrigação no cumprimento de sentença ou execução de
título executivo extrajudicial. Essas medidas, contudo, serão aplicadas de
forma subsidiária às medidas tipificadas, com observação do
contraditório”;
“O art. 139, IV, do CPC/2015 traduz um poder geral de efetivação,
permitindo a aplicação de medidas atípicas para garantir o cumprimento
de qualquer ordem judicial, inclusive no âmbito do cumprimento de
sentença e no processo de execução baseado em títulos extrajudiciais”.
ADI 5.941 STF – julgamento em fevereiro de 2023
O STF, nos termos do voto do Min. Relator Luiz Fux, proclamou: "constitucional dispositivo
do Código de Processo Civil (CPC) que autoriza o juiz a determinar medidas coercitivas
necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, como a apreensão da
Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e de passaporte, a suspensão do direito de dirigir e
a proibição de participação em concurso e licitação pública. A maioria do Plenário
acompanhou o voto do relator, ministro Luiz Fux, para quem a aplicação concreta das
medidas atípicas previstas no artigo 139, inciso IV, do CPC, é válida, desde que não avance
sobre direitos fundamentais e observe os princípios da proporcionalidade e razoabilidade
(...). Ao votar pela improcedência do pedido, o relator ressaltou que a autorização genérica
contida no artigo representa o dever do magistrado de dar efetividade às decisões e não
amplia de forma excessiva a discricionariedade judicial. É inconcebível, a seu ver, que o
Poder Judiciário, destinado à solução de litígios, não tenha a prerrogativa de fazer valer os
seus julgados. Ele destacou, contudo, que o juiz, ao aplicar as técnicas, deve obedecer aos
valores especificados no próprio ordenamento jurídico de resguardar e promover a
dignidade da pessoa humana. Também deve observar a proporcionalidade e a
razoabilidade da medida e aplicá-la de modo menos gravoso ao executado. Segundo Fux, a
adequação da medida deve ser analisada caso a caso, e qualquer abuso na sua aplicação
poderá ser coibidomediante recurso.
Pressuposto executivo > título executivo + 
inadimplemento
• Título executivo judicial (art. 515, CPC);
• Título executivo extrajudicial (art. 784, CPC);
Execução direta e indireta
• Execução direta (sub-rogação/atos de expropriação):
Art. 825 > adjudicação, alienação, apropriação de frutos e rendimentos;
Caracterização do que entende-se por PREÇO VIL:
Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil.
Parágrafo único. Considera-se vil o preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante do edital, e, não tendo sido
fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a cinquenta por cento do valor da avaliação.
• Execução indireta:
Nesta espécie, o Estado não age expropriando os bens do executado, mas praticando atos de coação para
que se cumpra o descrito no título executivo;
Exemplos: aplicação de multa; incentivo ao pagamento tempestivo;
Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo
executado.
§ 1º No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela
metade.
Competência na execução
• Cumprimento de sentença
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória,
de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo
Tribunal Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar
pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se
encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser
executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos
autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
Competência na execução
• Cumprimento de sentença
No caso de cumprimento de sentença de obrigação de prestar alimentos,
poderá haver a escolha dos foros concorrentes do art. 516 ou do local de atual
domicílio do alimentando:
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação
alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento
do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias,
pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
§ 9º Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o exequente pode
promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de
prestação alimentícia no juízo de seu domicílio.
Competência na execução
• Execução de título extrajudicial
Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo
competente, observando-se o seguinte:
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição
constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de
qualquer deles;
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser
proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta
no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em
que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o
executado.
Súmulas do STJ
• Súmula 486: “É impenhorável o único imóvel residencial do
devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida
com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da
sua família.”
• Súmula 364: “O conceito de impenhorabilidade de bem de
família abrange também o imóvel pertencente a pessoas
solteiras, separadas e viúvas”.
• Súmula 449: “A vaga de garagem que possui matrícula própria no
registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de
penhora”.
É CABÍVEL A PENHORA DE BEM DE FAMÍLIA DECORRENTE DE OBRIGAÇÃO DE
FIANÇA CONCEDIDA EM CONTRATO DE LOCAÇÃO?
SIM
Tema 1127 – "É constitucional a penhora de bem de família pertencente a fiador de
contrato de locação, seja residencial, seja comercial." RE 1.307.334
Tema 295 – "É constitucional a penhora de bem de família pertencente a fiador de 
contrato de locação, em virtude da compatibilidade da exceção prevista no art. 3°, 
VII, da Lei 8.009/1990 com o direito à moradia consagrado no art. 6° da 
Constituição Federal, com redação da EC 26/2000." RE 612.360
Tema 1091 – "É válida a penhora do bem de família de fiador apontado em
contrato de locação de imóvel, seja residencial, seja comercial, nos termos do
inciso VII do art. 3º da Lei n. 8.009/1990." REsp 1.822.033/PR e REsp 1.822.040/PR
Tema 708 – "É legítima a penhora de apontado bem de família pertencente a fiador 
de contrato de locação, ante o que dispõe o art. 3º, inciso VII, da Lei n. 
8.009/1990." REsp 1.363.368/MS
Súmula 549 do STJ: "É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de 
contrato de locação."
Título executivo judicial
É NECESSÁRIO O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA 
CONDENATÓRIA CRIMINAL PARA QUE O OFENDIDO POSSA EXECUTÁ-
LA???
Segundo MARINONI, ARENHART E MITIDIERO (2015), “é imprescindível
o trânsito em julgado para que a sentença se revista de eficácia
executiva. Sentença penal condenatória não transitada em julgado não
tem o condão de desencadear a execução forçada no juízo cível;
No mesmo sentido NELSON NERY JR e ROSA MARIA DE ANDRADE NERY
(2015), “somente quando tiver transitado em julgado é que a sentença
penal condenatória se constitui como título executivo judicial”.
Título executivo judicial – art. 515, CPC 
QUEM PODE SER SUJEITO PASSIVO NA DEMANDA EXECUTÓRIA MOVIDA COM 
BASE EM SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA???
Na lição de NERY JR e NERY (2015), “a sentença penal condenatória não é título
executivo contra aquele que não participou do PROCESSO CRIMINAL, porquanto só
obriga, como sujeito passivo da execução aquele que foi condenado e (CPC,
art.779, I), como tal, consta do título judicial (CP, art. 91, I)”;
Para DANIEL AMORIM A. NEVES (2016), “a eficácia civil da sentença penal só atinge
a pessoa do condenado na esfera criminal, não podendo a liquidação de sentença e
posteriormente a execução serem propostas em face de corresponsáveis à
reparação do dano na esfera civil. Assim, não serão partes legítimas passivas os
preponentes, patrões, pais etc. Caso a vítima deseje lhes acionar na esfera cível,
será obrigada a ingressar com processo de conhecimento contra eles buscando a
formação do título (sentença civil condenatória)”.
Título executivo judicial
E NO CASO DE HAVER REVISÃO CRIMINAL QUE DECLARE A ABSOLVIÇÃO DAQUELE QUE FORA 
ANTERIORMENTE CONDENADO POR SENTENÇA PASSADA EM JULGADO, O QUE ACONTECE COM O 
TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL OUTRORA FIXADO???
NESTE CASO, TEMOS ALGUMAS ALTERNATIVAS:
1) se a execução ainda não se iniciou o processo não poderá mais ser proposto, por falta de título (nulla
executio sine titulo);
2) se a execução está em curso, com a perda do título executivo, o processo deverá ser extinto por perda
superveniente do título executivo (nulla executio sine titulo);
3) se a execução já foi extinta com a satisfação do credor, analisa-se as causas de absolvição:
se fundada em causa que NÃO EXCLUI a RESPONSABILIDADE CIVIL (por exemplo: prescrição penal, fato não ser considerado
crime), não será possível ao DEVEDOR a REPETIÇÃO DO INDÉBITO;
se fundada em CAUSA DE EXCLUSÃO da RESPONSABILIDADE CIVIL (por exemplo: legítima defesa ou descoberta de que o
condenado não foi o autor do fato delituoso), haverá a possibilidade da COBRANÇA pelo DEVEDOR do valor executado por meio
de ação de REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
Regras gerais
• FUNDAMENTO LEGAL: arts. 797 a 805 do CPC > preceitos básicos aplicáveis a todo e qualquer
processo executivo;
Art. 797. Ressalvado o caso de insolvênciado devedor, em que tem lugar o concurso universal,
realiza-se a execução no interesse do exequente que adquire, pela penhora, o direito de
preferência sobre os bens penhorados.
• O CPC adotou para o processo de execução singular, o PRINCÍPIO DO PRIOR TEMPORE POTIOR
JURE (primeiro no tempo, preferível no direito), segundo o qual o credor que efetiva a PENHORA
em primeiro lugar adquire o DIREITO DE PREFERÊNCIA sobre a execução do bem penhorado;
• No mesmo sentido, § 2º, art. 908, CPC:
“Não havendo título legal à preferência, o dinheiro será distribuído entre os concorrentes,
observando-se a anterioridade de cada penhora”.
Regras gerais
Assim, segundo TERESA ARRUDA ALVIM WAMBIER et al., (2015), havendo
PLURALIDADE DE PENHORAS sobre o mesmo bem (CONCURSO SINGULAR),
devem ser analisadas 02 (duas) situações:
1) Em primeiro lugar, a existência de CRÉDITO PRIVILEGIADO, conforme os
critérios estabelecidos em lei;
A penhora outorga DIREITO DE PREFERÊNCIA apenas se não há título legal de
preferência (CC, art. 957). Os títulos legais de preferência são os PRIVILÉGIOS
e os DIREITOS REAIS (CC, art. 958). Exemplos: crédito tributário na lei de
falências; garantias reais (penhor, hipoteca). Portanto, havendo privilégio ou
direito real sobre a coisa, esses preferem à constrição.
Regras gerais
2) Em segundo lugar, se não houver título de preferência
(PRIVILÉGIOS OU DIREITOS REAIS), analisa-se a ANTERIORIDADE DA
PENHORA;
O que interessa para efeitos de PREFERÊNCIA é a PRIMEIRA
CONSTRIÇÃO – POUCO IMPORTA QUEM PRIMEIRO PROMOVEU A
EXECUÇÃO (STJ – REsp. 2.435/MG);
A penhora realiza-se mediante auto ou termo de penhora nos autos
(CPC, art. 838). Logo, pouco importa também quem primeiro
REGISTROU A PENHORA, já que a preferência advém da realização da
constrição em si, e não do registro (STJ – REsp.2.258/RS).
Regras gerais
• O art. 798 e seus incisos do CPC versa acerca de aspectos
procedimentais do processo de execução de título extrajudicial (LER O
ARTIGO EM QUESTÃO);
• Além do art. 798 do CPC, exige-se que o credor demande para que se
inicie a execução autônoma, elaborando a petição inicial consoante
os arts. 319 e 320 do CPC/15 (MARINONI; ARENHART;MITIDIERO,
2015).
Regras gerais
• “Nada impede que as prestações exequendas estejam documentadas em
títulos distintos” (MARINONI; ARENHART; MITIDIERO, 2015).
• SÚMULA 27 DO STJ: “Pode a execução fundar-se em mais de um título
extrajudicial relativos ao mesmo negócio” (CUMULAÇÃO DE EXECUÇÕES).
• Art. 780, do CPC:
“O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos
diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja
competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento”.
• Exemplos: contrato de financiamento e nota promissória; cheque
e nota promissória.
Regras gerais
Percebida a ausência de qualquer elemento indispensável à propositura da
execução, deverá o juiz determinar que o exequente sane a pendência, ou
seja, EMENDE A PETIÇÃO, no prazo de 15 dias (CPC, arts. 6º e 801):
Art. 801, CPC: “Verificando que a petição inicial está incompleta ou que não está
acompanhada dos documentos indispensáveis à propositura da execução, o juiz
determinará que o exequente a corrija, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de
indeferimento”.
• EXCEÇÃO: na execução fiscal é desnecessária a apresentação de
demonstrativo de débito (LEF, art. 6º, § 1º). SÚMULA Nº 559 DO STJ: “Em
ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução da petição inicial com
o demonstrativo de cálculo do débito, por tratar-se de requisito não
previsto no art. 6º da Lei n. 6.830/1980”.
Regras gerais
O QUE ACONTECE A INTIMAÇÃO PREVISTA NO ART. 799, INCISOS I A VII DO CPC 
NÃO FOR PROMOVIDA PELO EXEQUENTE???
Art. 804. A alienação de bem gravado por penhor, hipoteca ou anticrese será ineficaz em
relação ao credor pignoratício, hipotecário ou anticrético não intimado.
Portanto, considera-se INEFICAZ a alienação em relação àquele que deveria ter sido cientificado,
caso não realizada a INTIMAÇÃO (CPC, art. 804 e parágrafos) (MEDINA, 2016);
A adjudicação, alienação ou arrematação, contudo, é existente, válida e eficaz entre o executado e
arrematante (STJ – REsp. 704.006);
De acordo com MARINONI, ARENHART E MITIDIERO (2015), “apenas o TERCEIRO NÃO INTIMADO
tem legitimidade para alegar a ausência de intimação”. A alegação pode se dar por EMBARGOS DE
TERCEIRO (CPC, art. 674, § 2º, IV).
Regras gerais
• Ainda, nos casos previstos em lei, é ÔNUS do EXEQUENTE proceder a
AVERBAÇÃO em registro público do ato de propositura da execução
(CPC, art. 828) e dos ATOS DE CONSTRIÇÃO PATRIMONIAL (CPC, art.
799, IX);
• Com isso, presumem-se em FRAUDE À EXECUÇÃO quaisquer
ALIENAÇÕES ou ONERAÇÕES desses bens realizados depois da
AVERBAÇÃO (CPC, art. 792, I, II e III);
• ATENÇÃO!!! SÚMULA 375 STJ: “O reconhecimento da fraude à
execução depende do REGISTRO DA PENHORA DO BEM ALIENADO ou
da PROVA DE MÁ-FÉ DO TERCEIRO ADQUIRENTE”.
Regras gerais
Art. 803. É nula a execução se:
I – o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa,
líquida e exigível;
II – o executado não for regularmente citado;
III – for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrer o
termo.
Parágrafo único. A nulidade de que cuida este artigo será pronunciada
pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte, independentemente de
embargos à execução.
Todas as três situações descritas são QUESTÕES DE ORDEM PÚBLICA e,
portanto, matérias sujeitas a controle oficial pelo juiz da execução que
podem ser declaradas e arguidas a qualquer tempo (WAMBIER et al.,
2015).

Mais conteúdos dessa disciplina