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📚✨✔ CPC _ MATERIAL DE REVISÃO TJ-CE TJAJ 
 
📘 Item 1 – Lei nº 13.105/2015 – Novo Código de Processo Civil 
(Base: CPC/2015 + Constituição Federal) 
🔹 1. Introdução 
 O CPC/2015 (Lei nº 13.105/2015) entrou em vigor em 18 de março de 
2016 e substituiu o CPC de 1973. 
 Ele é chamado de “novo” por comparação ao código antigo, mas hoje já 
consolidado. 
 O objetivo central: criar um processo civil mais eficiente, célere e 
justo, sem abrir mão das garantias constitucionais. 
📌 Art. 1º do CPC: 
“O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os 
valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República 
Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.” 
➡️isso significa que o CPC deve ser lido à luz da Constituição. 
 
🔹 2. Princípios Constitucionais incorporados pelo CPC 
O CPC “absorveu” vários princípios da Constituição Federal (art. 5º e art. 93), 
que funcionam como colunas estruturais do processo. 
a) Devido processo legal (art. 5º, LIV, CF) 
 Ninguém será privado de bens ou liberdade sem o devido processo. 
 Se desdobra em: 
o Formal/procedimental → respeito às regras processuais. 
o Material/substantivo → respeito à justiça, proporcionalidade e 
razoabilidade. 
b) Contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV, CF; CPC arts. 7º, 9º e 10) 
 Contraditório = direito de informação + reação. 
 Ampla defesa = uso de todos os meios de defesa admitidos. 
 No CPC/2015 → reforço do princípio da não-surpresa (art. 10): o juiz 
não pode decidir sem antes ouvir as partes. 
c) Juiz natural (art. 5º, XXXVII e LIII, CF) 
 Ninguém será processado senão pela autoridade competente. 
 Veda tribunais de exceção. 
 A competência deve estar definida em lei antes do caso. 
d) Publicidade e motivação das decisões (art. 5º, LX, CF; art. 93, IX, CF; 
CPC art. 11) 
 Regra = atos processuais públicos. 
 Exceções: segredo de justiça (interesse social, intimidade, menores). 
 Juiz deve fundamentar todas as decisões → proibição de decisão 
imotivada. 
e) Proibição da prova ilícita (art. 5º, LVI, CF) 
 Nenhuma prova obtida por meios ilícitos pode ser admitida. 
 Exemplo: interceptação telefônica sem ordem judicial. 
f) Acesso à Justiça (art. 5º, XXXV, CF; CPC art. 3º) 
 A lei não pode excluir da apreciação do Judiciário lesão ou ameaça a 
direito. 
 Inclui tutela jurisdicional efetiva, adequada e tempestiva. 
g) Razoável duração do processo e celeridade (art. 5º, LXXVIII, CF; CPC 
arts. 4º e 6º) 
 Direito fundamental de todos. 
 CPC traz instrumentos para agilizar (tutela provisória, calendário 
processual, cooperação). 
 
🔹 3. Outros princípios processuais (no CPC, mas não expressos na CF) 
 Princípio da inércia (art. 2º, CPC): o processo começa por iniciativa da 
parte. 
 Princípio da cooperação (art. 6º, CPC): juiz e partes devem cooperar 
para que o processo alcance decisão justa e efetiva. 
 Princípio da primazia da decisão de mérito (arts. 4º e 6º, CPC): o 
processo deve buscar a solução do conflito, evitando decisões apenas 
formais. 
 Princípio da autocomposição (art. 3º, §§ 2º e 3º, CPC): incentivo à 
conciliação, mediação e solução consensual dos conflitos. 
 
🔹 4. Observação de prova (Cebraspe gosta de cobrar!) 
 Perguntas comuns: 
o Identificar quais princípios estão expressos na Constituição e 
quais são apenas do CPC. 
o Questões sobre o contraditório diferido (quando a parte só é 
ouvida depois, como em liminares). 
o Publicidade x segredo de justiça (saber os casos 
excepcionais). 
o Vedação à decisão surpresa (art. 10 do CPC). 
o O CPC/2015 trouxe o modelo de processo cooperativo, em que 
as partes participam da construção da decisão. 
 
✅ Resumo-chave para decorar: 
 Constituição = coluna do processo. 
 CPC = regulamentação em detalhe. 
 Princípios básicos: devido processo, contraditório, ampla defesa, juiz 
natural, publicidade, motivação, proibição da prova ilícita, acesso à 
justiça, razoável duração. 
 Princípios só do CPC: inércia, cooperação, primazia da decisão de 
mérito, autocomposição. 
 
📘 Item 2 – Normas processuais civis 
(Base: arts. 1º a 15 do CPC/2015) 
🔹 1. O que são normas processuais civis? 
 São as regras jurídicas que disciplinam o processo civil: como ele 
se inicia, se desenvolve e termina. 
 Estão previstas no CPC/2015 e em outras leis correlatas. 
 Diferem das normas de direito material (como o Código Civil), porque 
não dizem “quem tem razão”, mas como se discute a razão em juízo. 
📌 Exemplo: 
 Direito material (CC): “Quem causa dano a outrem deve reparar” (art. 
927 CC). 
 Direito processual (CPC): regula como a vítima vai ingressar em juízo e 
como o juiz decide. 
 
🔹 2. Princípios orientadores das normas processuais (arts. 1º a 15 do 
CPC) 
a) Art. 1º – Subordinação à Constituição 
 O processo civil deve respeitar os valores constitucionais. 
 Significa que o CPC é “instrumento” da CF/88. 
b) Art. 2º – Inércia da jurisdição 
 O processo só começa quando alguém provoca o juiz (petição inicial). 
 Exceção: algumas hipóteses de jurisdição voluntária e de ofício (ex.: 
execução fiscal em fase de cobrança administrativa). 
c) Art. 3º – Acesso à justiça e autocomposição 
 Ninguém pode ser privado do direito de ir a juízo (art. 5º, XXXV, CF). 
 O CPC incentiva fortemente a conciliação e a mediação (art. 3º, §2º e 
§3º). 
d) Art. 4º – Razoável duração do processo 
 Direito fundamental (art. 5º, LXXVIII, CF). 
 O processo deve ser resolvido em tempo razoável, com efetividade. 
e) Art. 5º – Boa-fé processual 
 Todos os sujeitos do processo (juiz, partes, MP, advogados) devem agir 
de boa-fé. 
 É a ética processual → combate litigância de má-fé. 
f) Art. 6º – Cooperação 
 Juiz e partes devem cooperar entre si, garantindo decisão justa e 
efetiva. 
 Modelo cooperativo de processo (rompe com o modelo autoritário do 
CPC/73). 
g) Art. 7º – Paridade de armas 
 Igualdade de tratamento às partes (meios de defesa, prazos, ônus 
processuais). 
h) Art. 8º – Interpretação conforme valores constitucionais 
 O juiz deve aplicar as normas processuais buscando: 
o valores sociais, 
o dignidade da pessoa humana, 
o proporcionalidade, razoabilidade, legalidade, publicidade e 
eficiência. 
i) Art. 9º e 10 – Contraditório e não surpresa 
 Ninguém pode ser condenado sem antes se defender (art. 9º). 
 Juiz não pode decidir com base em argumento sem dar oportunidade de 
manifestação (art. 10). 
 Exceções: tutela provisória, tutela de evidência (II e III, art. 311), ação 
monitória. 
j) Art. 11 – Publicidade e fundamentação 
 Todos os julgamentos devem ser públicos. 
 Decisões devem ser fundamentadas (vedada decisão “copiada” ou “sem 
explicação”). 
k) Art. 12 – Ordem cronológica dos julgamentos 
 Juízes devem seguir a ordem cronológica de conclusão para julgamento. 
 Há exceções (ex.: réu preso, causas urgentes, metas do CNJ). 
 Obs.: cai muito em prova! 
l) Art. 13 – Duração razoável e gestão processual 
 O juiz deve zelar pelo cumprimento da duração razoável. 
m) Art. 14 – Igualdade entre advogados, defensores, MP e membros da 
advocacia pública 
 Todos têm os mesmos direitos e prerrogativas processuais. 
n) Art. 15 – Aplicação subsidiária e supletiva 
 Na falta de norma específica, aplicam-se as regras do CPC: 
o ao processo eleitoral, 
o ao processo trabalhista, 
o ao processo administrativo. 
📌 Observação: O CPC é supletivo (quando a lei prevê mas é incompleta) e 
subsidiário (quando a lei não prevê nada). 
 
🔹 3. Observações que a Cebraspe adora cobrar 
 Boa-fé processual (art. 5º) → não se confunde com boa-fé contratual 
do CC. 
 Cooperação (art. 6º) → novidade do CPC/2015. 
 Princípio da primazia da decisão de mérito → implícito nos arts. 4º e 
6º (objetivo é evitar decisões que extingam sem resolução de mérito). 
 Art. 12 – ordem cronológica → não é absoluta, há exceções. 
 Art. 15 – aplicação subsidiáriado CPC → Cebraspe adora inverter 
(ex.: dizer que o processo do trabalho se aplica subsidiariamente ao 
CPC). 
 
✅ Resumo-chave (memorização rápida): 
 Arts. 1 a 15 do CPC = Normas fundamentais do processo civil. 
 Palavras-chave: 
o Constituição (art. 1º) 
o Inércia (art. 2º) 
o Acesso/Autocomposição (art. 3º) 
o Celeridade (art. 4º) 
o Boa-fé (art. 5º) 
o Cooperação (art. 6º) 
o Igualdade/Paridade (art. 7º) 
o Valores constitucionais (art. 8º) 
o Contraditório/Não surpresa (arts. 9º e 10) 
o Publicidade/Fundamentação (art. 11) 
o Ordem cronológica (art. 12) 
o Duração razoável (art. 13) 
o Igualdade institucional (art. 14) 
o Aplicação supletiva/subsidiária (art. 15) 
 
📘 Item 3 – A Jurisdição 
🔹 1. Conceito 
 Jurisdição = poder-dever do Estado de dizer o direito no caso 
concreto, resolvendo conflitos e garantindo a paz social. 
 Etimologia: juris-dictio = “dizer o direito”. 
 Está ligada ao monopólio estatal da justiça → em regra, só o Poder 
Judiciário exerce jurisdição (art. 5º, XXXV, CF). 
📌 Diferença básica: 
 Direito material: regula condutas (quem tem razão). 
 Direito processual (jurisdição): regula como o Estado resolve a lide 
(quem vai decidir). 
 
🔹 2. Características da Jurisdição 
A doutrina e a jurisprudência apontam várias, mas as principais (muito 
cobradas) são: 
1. Substitutividade 
o O Estado substitui a vontade das partes. 
o Antes, o particular resolvia o conflito pela força; hoje, o Estado 
decide. 
2. Inércia 
o O juiz só age quando provocado (art. 2º do CPC). 
o Exceções: matérias de ordem pública (prescrição, por exemplo). 
3. Definitividade 
o A decisão judicial, após trânsito em julgado, é definitiva e imutável 
(coisa julgada). 
4. Imperatividade 
o A decisão judicial se impõe às partes, independentemente da 
vontade delas. 
5. Indelegabilidade 
o O juiz não pode transferir sua função jurisdicional a outro que não 
seja autorizado por lei. 
6. Unidade 
o A jurisdição é una: só existe um Poder Judiciário, apesar de 
subdividido em ramos e órgãos. 
7. Inafastabilidade 
o Nenhuma lesão ou ameaça a direito pode ser excluída da 
apreciação do Judiciário (art. 5º, XXXV, CF). 
 
🔹 3. Espécies de jurisdição (quanto à natureza da atuação) 
1. Jurisdição contenciosa 
o Há conflito entre as partes. 
o Ex.: ação de cobrança, ação de alimentos. 
2. Jurisdição voluntária 
o Não há conflito, mas o Estado intervém para conferir 
validade/segurança jurídica. 
o Ex.: homologação de divórcio consensual, alvará judicial. 
o Atenção: embora não haja litígio, o CPC considera que há 
jurisdição (arts. 719 a 770). 
 
🔹 4. Espécies de jurisdição (quanto ao ramo) 
 Civil 
 Penal 
 Trabalhista 
 Eleitoral 
(lembrando: todas pertencem ao mesmo Poder Judiciário, mas com 
competências diferentes). 
 
🔹 5. Limites da jurisdição 
 A jurisdição é limitada: 
o pelo território (juiz brasileiro não julga casos da justiça 
estrangeira, salvo homologação de sentença estrangeira pelo 
STJ). 
o pela competência (cada juiz só atua dentro de sua área definida 
em lei). 
 
🔹 6. Diferença importante (Cebraspe adora!) 
 Jurisdição x Arbitragem: 
o Jurisdição = só o Estado exerce. 
o Arbitragem = particulares escolhem árbitro, mas a decisão tem 
força de sentença judicial (art. 515, VII, CPC). 
 
🔹 7. Pontos que caem muito em prova 
 Jurisdição é una, indelegável, substitutiva e imperativa. 
 O juiz não pode julgar sem ser provocado (inércia). 
 A jurisdição voluntária também é jurisdição (não confundir com ato 
administrativo). 
 A arbitragem é diferente da jurisdição estatal, mas tem força de 
decisão judicial. 
 Nenhuma lesão ou ameaça a direito escapa da jurisdição → princípio da 
inafastabilidade (art. 5º, XXXV, CF). 
 
✅ Resumo-chave (memorização rápida): 
 Conceito: poder-dever estatal de aplicar o direito no caso concreto. 
 Características: substitutiva, una, indelegável, inerte, imperativa, 
definitiva. 
 Tipos: contenciosa e voluntária. 
 Limites: território e competência. 
 Arbitragem ≠ jurisdição, mas sentença arbitral = título judicial. 
 
 
📘 Item 4 – A Ação 
🔹 1. Conceito 
 Ação = direito subjetivo público de provocar a jurisdição. 
 É o poder de exigir do Estado a prestação jurisdicional, seja para 
reconhecer um direito, impor uma obrigação ou simplesmente obter uma 
declaração. 
 Está garantida na CF/88, art. 5º, XXXV: 
“A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a 
direito.” 
📌 Resumo: Ação = instrumento que abre a porta do Judiciário. 
 
🔹 2. Natureza jurídica 
A doutrina diverge, mas prevalece a visão de que a ação é um direito 
autônomo em relação ao direito material: 
 Você pode ter direito material (ex.: crédito de um contrato) sem ajuizar 
ação. 
 E pode ajuizar ação mesmo sem ter razão no mérito (ex.: ação 
improcedente → direito de ação existe, mas o pedido é rejeitado). 
➡️ Por isso, ação é um direito abstrato: não depende da existência real do 
direito material, mas da provocação do Judiciário. 
 
🔹 3. Elementos da ação (a chamada “tríplice identidade”) 
O CPC/2015 não traz em um só artigo, mas a doutrina resume em três 
elementos: 
1. Partes → quem pede (autor) e contra quem se pede (réu). 
2. Causa de pedir → fundamento do pedido: 
o próxima = fatos; 
o remota = fundamentos jurídicos. 
3. Pedido → aquilo que se quer do juiz: 
o imediato = provimento jurisdicional (sentença); 
o mediato = o bem da vida (ex.: receber dívida, guarda de filho). 
📌 Identidade de ação (art. 337, §2º, CPC): 
Duas ações são idênticas quando têm as mesmas partes, causa de pedir e 
pedido. 
 
🔹 4. Condições da ação (teoria e evolução) 
a) Teoria clássica (Chiovenda) 
 Condições da ação eram requisitos para o juiz analisar o mérito: 
1. Legitimidade ad causam 
2. Interesse de agir 
3. Possibilidade jurídica do pedido 
b) Teoria eclética (Liebman, adotada no CPC/73) 
 A ação existe, mas só pode ser apreciada se presentes as condições. 
c) CPC/2015 – posição atual 
 As “condições da ação” não aparecem mais com esse nome. 
 O CPC trata de pressupostos processuais e condições para 
julgamento do mérito. 
 Hoje se fala em legitimidade e interesse processual como questões 
de mérito (art. 17 e art. 485, VI, CPC). 
 A “possibilidade jurídica do pedido” deixou de ser condição da ação → é 
analisada como improcedência (mérito). 
📌 Resumo para prova: 
 CPC/2015 não fala em “condições da ação”. 
 Mas a doutrina e a jurisprudência ainda usam os termos “legitimidade” e 
“interesse”. 
 
🔹 5. Classificação das ações 
a) Quanto à tutela jurisdicional: 
1. Ação de conhecimento (ou cognitiva): busca sentença que declare, 
constitua, condene ou reconheça um direito. 
2. Ação de execução: busca satisfação de um direito já reconhecido (título 
executivo). 
3. Ação cautelar/tutela provisória: busca assegurar a utilidade de um 
processo principal. 
b) Quanto ao pedido do autor: 
1. Declaratória → obter simples declaração (ex.: declarar inexistência de 
débito). 
2. Constitutiva → criar, modificar ou extinguir relação jurídica (ex.: 
divórcio). 
3. Condenatória → impor ao réu uma obrigação (ex.: pagar dívida). 
4. Executiva lato sensu → autor pede cumprimento de título executivo 
(ex.: execução fiscal). 
5. Mandamental → juiz ordena comportamento do réu sob ameaça de 
sanção (ex.: mandado de segurança). 
6. Ação de execução stricto sensu → cobrança direta de título executivo. 
c) Quanto ao objeto: 
 Individual → protege interesse individual. 
 Coletiva → protege interesse difuso, coletivo ou individual homogêneo 
(ex.: ação civil pública, ação popular). 
 
🔹 6. Pontos de prova (Cebraspe gosta de cobrar) 
 Ação = direito público subjetivo, autônomo e abstrato. 
 Ação não depende do direito material existir → se não existir, o processo 
termina com improcedência, não com falta de ação. 
 Elementos da ação = partes, pedido e causa de pedir. Tríplice identidade → usada para verificar litispendência e coisa julgada. 
 Condições da ação mudaram no CPC/2015 → não se fala mais em 
“possibilidade jurídica do pedido”. 
 Classificação das ações (principalmente declaratória, constitutiva, 
condenatória). 
 
✅ Resumo rápido (flash): 
 Conceito: direito de provocar a jurisdição. 
 Natureza: direito autônomo e abstrato. 
 Elementos: partes + pedido + causa de pedir. 
 Condições: hoje vistas como pressupostos processuais/mérito. 
 Classificação: declaratória, constitutiva, condenatória, executiva, 
mandamental, cautelar. 
 
 
📘 Item 4 – A AÇÃO 
🔹 1. Conceito (visão doutrinária e jurisprudencial) 
🔹 Doutrina: 
 Para Chiovenda, ação é “o direito de obter do Estado uma providência 
jurisdicional”. 
 Para Carnelutti, ação e jurisdição formam dois lados da mesma moeda: 
uma é o direito (ação), outra é o dever (jurisdição). 
 Para Liebman, é “direito público subjetivo, autônomo e abstrato de 
provocar a atividade jurisdicional”. 
 Fredie Didier Jr. (CPC comentado, 2023): “A ação é o direito de pedir a 
tutela jurisdicional, independentemente de o autor ter ou não razão no 
mérito.” 
📌 Síntese doutrinária dominante: 
A ação é autônoma (não depende do direito material), abstrata (existe mesmo 
se o pedido for improcedente) e pública (só o Estado pode exercer jurisdição). 
🔹 Jurisprudência (STJ): 
“O direito de ação é autônomo e não se confunde com o direito material 
invocado; seu exercício independe do acolhimento do pedido.” 
(STJ, AgRg no AREsp 1.249.362/SC, rel. Min. Marco Buzzi, j. 25/09/2018) 
 
🔹 2. Natureza jurídica 
🔹 Doutrina: 
 É direito público subjetivo, pois se exerce perante o Estado-juiz. 
 É autônomo, porque não depende da existência do direito material. 
 É abstrato, pois basta a provocação legítima do Judiciário (ainda que o 
pedido seja infundado). 
🔹 Jurisprudência (STF): 
“O direito de ação é o direito de provocar a jurisdição e não se confunde com o 
direito subjetivo material cuja tutela se pretende.” 
(STF, RE 1057298 AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. 18/09/2020) 
 
🔹 3. Elementos da ação 
🔹 Doutrina (Liebman e Humberto Theodoro Júnior): 
 Tríplice identidade: 
o Partes: autor e réu; 
o Causa de pedir: fatos e fundamentos jurídicos; 
o Pedido: imediato (tipo de provimento) e mediato (bem da vida). 
🔹 Jurisprudência (STJ): 
“A identidade de partes, causa de pedir e pedido configura a tríplice identidade, 
caracterizando a litispendência ou coisa julgada.” 
(STJ, AgInt no AREsp 1.741.843/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, j. 
22/03/2021) 
 
🔹 4. Condições da ação (interpretação atual) 
🔹 Doutrina: 
 O CPC/2015 não traz mais o termo “condições da ação”. 
 Hoje, os antigos requisitos (legitimidade e interesse processual) são 
tratados como requisitos para julgamento de mérito (arts. 17 e 485, 
VI, CPC). 
 A “possibilidade jurídica do pedido” caiu em desuso: hoje, se o pedido for 
impossível, o juiz julga improcedente (mérito). 
📖 Fredie Didier Jr. e Leonardo Carneiro da Cunha: 
“O CPC de 2015 absorveu as condições da ação dentro do mérito, mantendo, 
porém, a utilidade prática da análise da legitimidade e do interesse processual.” 
🔹 Jurisprudência (STJ): 
“A ausência de interesse processual enseja extinção sem resolução de mérito, 
nos termos do art. 485, VI, do CPC/2015.” 
(STJ, AgInt no AREsp 1.526.517/GO, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 11/02/2020) 
“A impossibilidade jurídica do pedido deixou de ser causa de extinção sem 
julgamento do mérito no CPC/2015, devendo o magistrado julgar improcedente 
o pedido.” 
(STJ, REsp 1.250.849/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 26/06/2018) 
 
🔹 5. Classificação das ações 
a) Quanto ao tipo de tutela jurisdicional 
Doutrina (Didier, Marinoni, Mitidiero): 
1. Ações de conhecimento (ou cognitivas) → produzem sentença de 
mérito (declaratória, constitutiva, condenatória). 
2. Ações de execução → visam satisfação do direito já reconhecido (título 
executivo judicial ou extrajudicial). 
3. Ações cautelares ou de tutela provisória → servem para assegurar a 
eficácia da decisão final. 
Jurisprudência (STJ): 
“A execução de título extrajudicial é ação autônoma que visa à satisfação do 
direito já reconhecido, sendo desnecessário prévio processo de conhecimento.” 
(STJ, AgInt no AREsp 1.572.860/DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 
23/06/2020) 
 
b) Quanto à natureza do pedido 
1. Declaratória → busca simples declaração de direito. 
o Ex.: ação declaratória de inexistência de débito. 
o STJ: “O interesse processual na ação declaratória exige 
demonstração de utilidade e necessidade da tutela jurisdicional.” 
(AgInt no AREsp 1.666.703/SP, j. 2021). 
2. Constitutiva → cria, modifica ou extingue relação jurídica (ex.: divórcio). 
3. Condenatória → impõe obrigação (ex.: pagar, fazer, não fazer). 
4. Mandamental → impõe comportamento mediante ordem (ex.: mandado 
de segurança). 
5. Executiva lato sensu → permite satisfação direta (ex.: busca e 
apreensão). 
 
c) Quanto ao interesse protegido 
 Individual → quando o autor busca direito próprio. 
 Coletiva → quando há direitos difusos, coletivos ou individuais 
homogêneos. 
Jurisprudência (STF): 
“Ação civil pública é meio idôneo para defesa de direitos difusos e coletivos, 
inclusive de consumidores, desde que haja relevância social.” 
(STF, RE 576.155/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 16/04/2009) 
 
🔹 6. Ação e direito de defesa (visão moderna) 
 A ação é vista hoje como expressão do contraditório: o autor exerce o 
direito de ação; o réu exerce o direito de defesa. 
 Ambos estão dentro do mesmo “direito de participação no processo 
justo” (art. 5º, LIV e LV, CF). 
Doutrina (Nelson Nery Jr.): 
“O direito de ação e o direito de defesa são manifestações do mesmo direito ao 
processo justo, garantido pela Constituição.” 
 
🔹 7. Conclusão prática (como o Cebraspe costuma cobrar) 
 A ação é autônoma e abstrata (direito de provocar o Estado). 
 Condições da ação não são mais um “filtro” do direito de ação, mas uma 
análise processual ou de mérito. 
 A tríplice identidade (partes, causa de pedir, pedido) é usada para 
verificar litispendência e coisa julgada. 
 A “possibilidade jurídica do pedido” não extingue mais o processo — 
gera improcedência. 
 O interesse de agir exige utilidade e necessidade da tutela 
jurisdicional. 
 
✅ Resumo doutrina + jurisprudência (quadro final): 
Tema Doutrina Jurisprudência 
Conceito 
Direito público, autônomo e 
abstrato (Liebman, Didier) 
STJ: ação ≠ direito material 
(AREsp 1.249.362/SC) 
Natureza Direito público subjetivo 
STF: direito de provocar 
jurisdição (RE 1057298 AgR) 
Elementos 
Partes, causa de pedir, 
pedido 
STJ: tríplice identidade → 
litispendência/coisa julgada 
Condições da 
ação 
Interesse e legitimidade 
subsistem; possibilidade 
jurídica caiu 
STJ: art. 485, VI, CPC – ausência 
de interesse extingue sem mérito 
Classificação 
Declaratória, constitutiva, 
condenatória, executiva, 
mandamental 
STJ: execução de título é ação 
autônoma (AREsp 1.572.860/DF) 
Interesse de 
agir 
Utilidade e necessidade da 
tutela jurisdicional 
STJ: AgInt no AREsp 
1.666.703/SP 
 
 
📌 Resumo de Bolso – AÇÃO (Item 4 do edital TJ-CE/2023) 
🔹 Conceito 
 Direito público subjetivo, autônomo e abstrato de provocar a 
jurisdição. 
 Art. 5º, XXXV, CF: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito”. 
 
🔹 Natureza jurídica 
 Autônoma: não depende do direito material. 
 Abstrata: existe mesmo que o pedido seja improcedente. 
📌 Jurisprudência: STJ → direito de ação ≠ direito material. 
 
🔹 Elementos (tríplice identidade – art. 337, §2º, CPC) 
1. Partes (autor x réu). 
2. Causa de pedir (fatos + fundamentos jurídicos). 
3. Pedido: 
o imediato (provimento jurisdicional); 
o mediato (bem da vida). 
 
🔹 Condições da ação (CPC/2015) 
 Nãousa mais o termo, mas ainda se fala em: 
o Legitimidade; 
o Interesse de agir (utilidade + necessidade). 
 Possibilidade jurídica do pedido → hoje é questão de mérito 
(improcedência). 
📌 Jurisprudência: STJ → ausência de interesse = extinção sem mérito (art. 
485, VI, CPC). 
 
🔹 Classificação das ações 
Quanto à tutela jurisdicional: 
 Conhecimento → sentença (declaratória, constitutiva, condenatória). 
 Execução → satisfação de direito já reconhecido. 
 Cautelar/tutela provisória → assegurar eficácia do processo. 
Quanto ao pedido: 
 Declaratória, Constitutiva, Condenatória, Executiva lato sensu, 
Mandamental. 
Quanto ao interesse protegido: 
 Individual ou Coletiva (ex.: ACP, Ação Popular). 
📌 STF → ACP é meio idôneo p/ defesa de direitos difusos e coletivos. 
 
🔹 Dicas de prova (Cebraspe gosta de cobrar) 
 Ação ≠ direito material. 
 Elementos = partes + causa de pedir + pedido. 
 Tríplice identidade → litispendência e coisa julgada. 
 Condições da ação mudaram no CPC/2015. 
 Interesse = utilidade + necessidade da tutela. 
 Possibilidade jurídica do pedido não extingue mais o processo → julga 
improcedente. 
 
✅ Palavras-chave para memorização rápida: 
Ação = direito autônomo e abstrato. 
Elementos = partes + causa + pedido. 
Condições = legitimidade + interesse. 
Classificação = declaratória, constitutiva, condenatória, executiva, 
mandamental. 
 
 
📘 Item 5 – PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 
🔹 1. Conceito 
 São os requisitos necessários para que o processo exista e seja 
válido. 
 Sem eles, não há processo válido ou o processo não pode prosseguir. 
 Estão ligados à existência, validade e regularidade processual. 
 
🔹 2. Classificação (doutrina) 
1. Pressupostos de existência 
o Petição inicial; 
o Órgão jurisdicional investido de jurisdição; 
o Partes. 
2. Pressupostos de validade 
o Capacidade processual das partes; 
o Competência do juiz; 
o Citação válida; 
o Observância do contraditório. 
3. Pressupostos de desenvolvimento regular 
o Inexistência de fatos impeditivos/extintivos (ex.: coisa julgada, 
litispendência). 
📌 STJ: ausência de pressuposto processual = extinção sem resolução do 
mérito (art. 485, IV do CPC). 
 
🔹 3. Pontos cobrados em prova (Cebraspe) 
 Diferença entre condições da ação (interesse/legitimidade) e 
pressupostos processuais. 
 Nulidade absoluta (pressuposto de validade) pode ser reconhecida de 
ofício pelo juiz. 
 Nulidade de citação é vício transrescisório → pode ser alegado a 
qualquer tempo. 
 
📘 Item 6 – PRECLUSÃO 
🔹 1. Conceito 
 Perda do direito de praticar um ato processual, em razão de: 
o tempo (não fez no prazo), 
o comportamento (fez de forma incompatível), 
o consumação (já exerceu uma vez, não pode de novo). 
 
🔹 2. Espécies 
1. Temporal → não praticou o ato no prazo (ex.: não apresentou 
contestação em 15 dias). 
2. Lógica → praticou ato incompatível com outro (ex.: recorrer e depois 
aceitar a decisão). 
3. Consumativa → já praticou o ato e não pode repetir (ex.: já apresentou 
contestação, não pode apresentar outra). 
📌 STJ: a preclusão não atinge matérias de ordem pública (como competência 
absoluta e coisa julgada). 
 
📘 Item 7 – SUJEITOS DO PROCESSO 
🔹 7.1 Capacidade processual e postulatória 
 Capacidade processual: poder de estar em juízo (ex.: menor só com 
representante). 
 Capacidade postulatória: poder de postular em juízo → exige 
advogado. 
o Exceções: habeas corpus (dispensa advogado), Juizado Especial 
até 20 salários-mínimos. 
 
🔹 7.2 Deveres das partes e procuradores (art. 77, CPC) 
 Expor os fatos conforme a verdade; 
 Não formular pretensão/defesa infundada; 
 Não praticar ato inútil ou meramente protelatório; 
 Cumprir decisões judiciais. 
📌 Violação = litigância de má-fé (art. 79 a 81, CPC). 
 
🔹 7.3 Procuradores 
 Regra: partes devem ser representadas por advogado (capacidade 
postulatória). 
 Procuração é feita por instrumento de mandato (art. 105, CPC). 
 Substabelecimento: transferência de poderes para outro advogado. 
 
🔹 7.4 Sucessão das partes e dos procuradores 
 Das partes: quando há morte, sucessão empresarial ou cessão de 
direito → processo continua com sucessor (art. 108, CPC). 
 Dos procuradores: renúncia ou revogação de mandato → nova 
procuração deve ser juntada (arts. 112 a 117, CPC). 
 
🔹 7.5 Litisconsórcio (arts. 113 a 118, CPC) 
 Conceito: quando duas ou mais pessoas litigam no mesmo processo, 
como autoras ou rés. 
 Tipos: 
o Facultativo ou necessário; 
o Unitário ou simples; 
o Inicial ou ulterior. 
 STJ: litisconsórcio unitário = decisão deve ser uniforme para todos (ex.: 
concurso público). 
 
✅ Resumo prático dos itens 5, 6 e 7: 
 Pressupostos processuais: requisitos de existência, validade e 
regularidade do processo. 
 Preclusão: perda da faculdade de agir → temporal, lógica, consumativa. 
 Sujeitos do processo: partes, procuradores, juiz, MP, adv. público, 
defensoria. 
 Capacidade processual ≠ postulatória. 
 Deveres processuais: boa-fé, verdade, cooperação. 
 Litisconsórcio: pluralidade de partes, podendo ser simples ou unitário. 
 
 
📘 Item 8 – INTERVENÇÃO DE TERCEIROS (arts. 119 a 138, CPC) 
🔹 1. Conceito 
 É a entrada de pessoa estranha à relação processual originária em 
processo já existente. 
 Função: proteger direitos de terceiros e evitar decisões contraditórias. 
 
🔹 2. Modalidades no CPC/2015 
1. Assistência (arts. 119 a 124) 
o Terceiro intervém para ajudar uma das partes. 
o Simples: interesse jurídico reflexo (ex.: seguradora auxilia 
segurado). 
o Litisconsorcial: terceiro tem a mesma posição do assistido 
(decisão o afeta diretamente). 
2. Denunciação da lide (arts. 125 a 129) 
o Parte chama ao processo aquele que deve lhe garantir direito de 
regresso. 
o Ex.: comprador denuncia o vendedor em ação de evicção. 
3. Chamamento ao processo (arts. 130 a 132) 
o Réu chama outro coobrigado para responder junto. 
o Ex.: ação de cobrança → réu chama demais fiadores. 
4. Incidente de desconsideração da personalidade jurídica (arts. 133 a 
137) 
o Terceiro passa a responder pelas obrigações da pessoa jurídica 
(sócios). 
o Pode ser instaurado em qualquer fase processual. 
5. Amicus curiae (art. 138) 
o “Amigo da corte”: terceiro com representatividade adequada é 
admitido para auxiliar o juiz/tribunal. 
o Muito comum em ações coletivas e julgamentos no STF/STJ. 
 
🔹 3. Jurisprudência 
 STJ: intervenção de terceiro visa evitar decisões contraditórias e 
proteger direitos reflexos (REsp 1.812.636/SP, j. 2020). 
 STF: amicus curiae não é parte, mas pode recorrer em hipóteses 
excepcionais (ADI 4.071, j. 2019). 
 
🔹 4. Pontos de prova (Cebraspe) 
 Amicus curiae não tem direito subjetivo de ingresso (depende de 
decisão do juiz). 
 Denunciação da lide → obrigatória em alguns casos (evicção e 
responsabilidade civil indireta). 
 Chamamento ao processo só cabe nas hipóteses taxativas do art. 130. 
 Incidente de desconsideração é instrumento de defesa patrimonial → 
garante contraditório aos sócios. 
 
📘 Item 9 – PODERES, DEVERES E RESPONSABILIDADE DO JUIZ (arts. 
139 a 143, CPC) 
🔹 1. Poderes do juiz 
 Dirigir o processo conforme princípios constitucionais. 
 Determinar produção de provas, indeferir diligências inúteis. 
 Conceder tutela provisória. 
 Adotar medidas coercitivas, mandamentais e sub-rogatórias para 
efetivar ordens. 
 
🔹 2. Deveres do juiz (art. 139, CPC) 
 Assegurar igualdade de tratamento. 
 Zelar pelo contraditório e pela duração razoável. 
 Prevenir ou reprimir atos de má-fé. 
 Tentar conciliação a qualquer tempo. 
 
🔹 3. Responsabilidade do juiz 
 Civil: somente em casos de dolo, fraude ou recusa/omissão injustificada 
no exercício do cargo (art. 143, CPC). 
 Penal: crimes de responsabilidade. 
 Administrativa: responsabilidade disciplinar perante o CNJ. 
📌 STF: responsabilidade civil do magistradoé subjetiva, não objetiva (RE 
228.977/SP). 
 
📘 Item 10 – MINISTÉRIO PÚBLICO (arts. 176 a 181, CPC) 
🔹 1. Funções processuais 
 Intervém quando houver interesse público ou de incapaz. 
 Atua como fiscal da ordem jurídica (custos legis). 
 Pode propor ações em defesa de interesses difusos e coletivos (ex.: 
ação civil pública). 
 
🔹 2. Atuação 
 Deve ser intimado para todos os atos do processo em que atue. 
 Se não for intimado, o processo pode ser anulado. 
📌 STJ: nulidade relativa → deve ser arguida pela parte prejudicada (REsp 
1.544.041/PR). 
 
📘 Item 11 – ADVOCACIA PÚBLICA (art. 182, CPC) 
 Representa judicialmente a União, Estados, DF e Municípios. 
 Defende o interesse público em juízo. 
 Prazo em dobro para manifestações processuais (art. 183, CPC). 
📌 STJ: prazo em dobro não se aplica quando há procuradores distintos com 
representação autônoma (REsp 1.885.097/PR). 
 
📘 Item 12 – DEFENSORIA PÚBLICA (arts. 185 a 186, CPC) 
 Instituição essencial à justiça (art. 134, CF). 
 Presta assistência jurídica gratuita aos necessitados. 
 Tem prazo em dobro (art. 186, CPC). 
 Intimação deve ser pessoal (art. 186, §1º, CPC). 
📌 STF: prazo em dobro é garantia institucional da Defensoria (ADI 3.943/DF). 
 
 
 
📘 Item 13 – Atos Processuais 
(arts. 188 a 293 do CPC) 
🔹 Forma dos atos (arts. 188-192) 
 Regra: atos processuais são livres na forma, salvo se a lei exigir forma 
específica. 
 Atos podem ser praticados por meio eletrônico (Lei 11.419/2006). 
 Idioma: português; moeda: real. 
📌 STJ: petição em língua estrangeira é ato inexistente (REsp 1.188.435/SP). 
 
🔹 Tempo dos atos (arts. 212-216) 
 Regra: atos processuais em dias úteis, das 6h às 20h. 
 Prazos processuais = dias úteis (art. 219). 
 Suspensão de prazos: recesso forense (20/12 a 20/01). 
📌 Súmula 428, STJ: prazo começa no 1º dia útil seguinte à intimação. 
 
🔹 Lugar dos atos (arts. 217-224) 
 Regra: fórum do processo. 
 Exceção: atos podem ocorrer em outro local se o juiz entender 
necessário (ex.: inspeção judicial). 
 
🔹 Prazos (arts. 218-235) 
 Contagem: dias úteis, exclui o dia do começo, inclui o do vencimento. 
 Prazos em dobro: Fazenda Pública, Ministério Público, Defensoria (arts. 
180-186). 
 Preclusão: perda do direito de praticar ato fora do prazo. 
 
🔹 Comunicação dos atos (arts. 236-275) 
 Citação: chama o réu para integrar a relação processual. 
 Intimação: dá ciência dos atos do processo. 
 Notificação: usada em procedimentos especiais. 
 Preferência: meios eletrônicos. 
📌 STJ: nulidade de citação é vício transrescisório (pode ser alegado a 
qualquer tempo). 
 
🔹 Nulidades (arts. 276-283) 
 Princípio da instrumentalidade → só gera nulidade se houver prejuízo 
(art. 282). 
 Nulidade absoluta = pode ser reconhecida de ofício. 
 Nulidade relativa = deve ser arguida pela parte prejudicada. 
📌 STJ: ausência de intimação do MP em caso de incapaz = nulidade absoluta 
(REsp 1.804.606/RS). 
 
🔹 Distribuição e registro (arts. 284-290) 
 Petição inicial deve ser registrada e distribuída. 
 Regra: distribuição por sorteio (garantia do juiz natural). 
 
🔹 Valor da causa (arts. 291-293) 
 Deve constar na inicial. 
 Critérios no art. 292 (ações de cobrança, alimentos, divisão, inventário 
etc.). 
 Serve para fixar competência e custas. 
📌 STJ: ausência de valor da causa pode ser emendada pelo juiz (REsp 
1.147.595/RS). 
 
📘 Item 14 – Tutela Provisória 
(arts. 294 a 311, CPC) 
🔹 Conceito 
 Medidas de urgência/antecipação tomadas antes da sentença definitiva. 
 Visa evitar dano irreparável ou assegurar eficácia do processo. 
 
🔹 Espécies 
1. Tutela de urgência (art. 300) 
o Requisitos: probabilidade do direito + perigo de dano. 
o Pode ser cautelar (assegura o resultado útil) ou antecipada 
(antecipa os efeitos do pedido). 
2. Tutela de evidência (art. 311) 
o Concedida mesmo sem perigo de dano, quando há prova robusta 
e direito evidente. 
o Ex.: abuso do direito de defesa; prova documental incontestável. 
 
🔹 Características 
 Pode ser concedida liminarmente (sem ouvir a parte contrária). 
 Contraditório diferido = parte ré se manifesta depois. 
 Revogável/modificável a qualquer tempo. 
📌 STJ: tutela provisória exige fundamentação clara; decisão sem motivação é 
nula (AgInt no AREsp 1.465.971/SP). 
 
 
📘 Item 15 – Formação, Suspensão e Extinção do Processo 
(arts. 312 a 317, CPC) 
🔹 Formação 
 O processo se forma com o protocolo da petição inicial. 
 Mas só se estabiliza com a citação válida do réu (art. 240). 
 
🔹 Suspensão (arts. 313-315) 
 O processo pode ser suspenso por: 
o morte ou perda da capacidade processual da parte; 
o convenção das partes (até 6 meses); 
o dependência de outra causa; 
o arguição de impedimento ou suspeição do juiz. 
 
🔹 Extinção (arts. 316-317, 485, 487) 
 Sem resolução de mérito (art. 485): falta de pressuposto processual, 
ilegitimidade, ausência de interesse, desistência, perempção, 
litispendência, coisa julgada. 
 Com resolução de mérito (art. 487): quando o juiz julga procedente ou 
improcedente o pedido. 
📌 STJ: desistência da ação após contestação depende de anuência do réu 
(REsp 1.267.785/PR). 
 
 
📘 Item 16 – Processo de Conhecimento e Cumprimento de Sentença 
🔹 16.1 – Procedimento Comum (arts. 318 a 512) 
 Regra geral → aplica-se quando não houver rito especial. 
 Subdivide-se em fases: 
1. Postulatória (petição inicial, contestação, réplica). 
2. Saneamento e organização. 
3. Instrução. 
4. Decisão. 
📌 Cebraspe: se não houver rito especial, aplica-se o procedimento comum. 
 
🔹 16.2 – Disposições Gerais 
 Processo inicia-se com a petição inicial. 
 O juiz deve estimular a autocomposição em qualquer fase (art. 3º, §§2º e 
3º). 
 O contraditório deve ser efetivo: direito de ser ouvido e influenciar na 
decisão. 
📌 STF: contraditório não é só formal, é participação real das partes (ADI 
3.367). 
 
🔹 16.3 – Petição Inicial (arts. 319-321) 
 Requisitos: endereçamento, qualificação das partes, fatos e 
fundamentos, pedido, valor da causa, provas, opção por audiência de 
conciliação. 
 Indeferimento: quando faltar requisito essencial, pedido for juridicamente 
impossível ou carecer de interesse/legitimidade. 
 Juiz deve conceder prazo de 15 dias para emenda antes de indeferir 
(art. 321). 
📌 STJ: ausência de valor da causa → juiz deve intimar para emenda, não 
extinguir direto (REsp 1.147.595/RS). 
 
🔹 16.4 – Improcedência Liminar do Pedido (art. 332) 
 O juiz pode julgar improcedente de imediato quando: 
o houver súmula do STF/STJ; 
o houver entendimento firmado em IRDR ou repetitivo; 
o questão já decidida em repercussão geral; 
o prescrição ou decadência evidente. 
 Não precisa citar o réu antes. 
📌 Cebraspe adora: improcedência liminar → sem citação prévia do réu. 
 
🔹 16.5 – Audiência de Conciliação ou Mediação (arts. 334-342) 
 Designada após o recebimento da petição inicial. 
 Réu é citado para audiência. 
 Pode haver mais de uma sessão de conciliação, se necessário. 
 Não ocorre se: 
o ambas as partes manifestarem desinteresse; 
o matéria não admitir autocomposição (ex.: estado da pessoa). 
📌 STJ: ausência de advogado do réu na audiência de conciliação não gera 
nulidade, se não houver prejuízo (REsp 1.717.142/DF). 
 
 
📘 Item 16 – Processo de Conhecimento e Cumprimento de Sentença 
🔹 16.6 – Contestação, Reconvenção e Revelia (arts. 335-343, CPC) 
Contestação 
 Prazo: 15 dias úteis (conta da audiência de conciliação frustrada ou da 
data da citação, se não houver audiência). 
 Deve conter todas as defesas do réu → princípio da concentração da 
defesa. 
 Defesas possíveis: 
o Preliminares (art. 337): incompetência, litispendência, coisa 
julgada, perempção, ausência de legitimidade, ausência de 
interesse, convenção de arbitragem etc. 
o Defesa de mérito: negar fatos ou direito. 
📌 STJ:convenção de arbitragem deve ser alegada na contestação, sob pena 
de preclusão (REsp 1.861.769/DF). 
 
Reconvenção 
 Meio pelo qual o réu formula pedido contra o autor dentro da 
contestação (art. 343). 
 Pode ser proposta contra o autor e contra terceiros, desde que haja 
conexão com a ação principal. 
 Julgada na mesma sentença que o processo principal. 
📌 STJ: reconvenção não exige identidade absoluta de partes, basta a 
conexão (REsp 1.197.929/DF). 
 
Revelia 
 Ocorre quando o réu não contesta no prazo. 
 Efeitos (art. 344): 
o presumem-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor; 
o processo segue sem a participação do réu. 
 Não produz efeitos se: 
o a matéria for de ordem pública; 
o ação envolver incapaz; 
o litígio versar sobre direitos indisponíveis. 
📌 Súmula 231, STJ: revelia não induz, por si só, procedência do pedido. 
 
🔹 16.7 – Audiência de Instrução e Julgamento (arts. 358-368, CPC) 
 Objetivo: produção de provas orais (oitiva de testemunhas, depoimento 
pessoal, esclarecimento de peritos). 
 Juiz pode indeferir provas irrelevantes ou protelatórias. 
 Ordem da oitiva: autor → réu → testemunhas → peritos. 
 Encerrada a instrução, abrem-se os debates orais ou apresentação de 
memoriais. 
📌 STJ: ausência de intimação para audiência de instrução gera nulidade 
absoluta (REsp 1.492.556/RS). 
 
🔹 16.8 – Providências Preliminares e de Saneamento (arts. 347-357, CPC) 
 Providências preliminares: análise da contestação, eventual réplica do 
autor, saneamento de irregularidades. 
 Saneamento (art. 357): juiz organiza o processo → define questões de 
fato e de direito, delimita provas, designa audiência. 
 Possibilidade de saneamento compartilhado com as partes 
(planejamento conjunto do processo). 
📌 Cebraspe: saneamento é a fase em que o juiz define pontos controvertidos 
e organiza instrução. 
 
🔹 16.9 – Julgamento conforme o estado do processo (arts. 354-356, CPC) 
 Ocorre quando o processo está pronto para decisão sem necessidade 
de instrução: 
o Extinção sem mérito (art. 354). 
o Julgamento antecipado total do mérito (art. 355). 
o Julgamento antecipado parcial do mérito (art. 356). 
📌 STJ: julgamento antecipado parcial do mérito faz coisa julgada material e 
pode ser executado (REsp 1.698.344/DF). 
 
🔹 16.10 – Provas (arts. 369-484, CPC) 
 Meios de prova: todos os moralmente legítimos. 
 Provas típicas: documental, testemunhal, pericial, inspeção, depoimento 
pessoal, confissão. 
 Ônus da prova: regra do art. 373 (autor → fatos constitutivos; réu → 
fatos impeditivos, modificativos e extintivos). 
 Possibilidade de distribuição dinâmica do ônus da prova (art. 373, 
§1º). 
📌 STJ: inversão do ônus da prova no CDC é regra de direito material, não 
processual (REsp 802.832/SP). 
 
🔹 16.11 – Sentença e Coisa Julgada (arts. 485-508, CPC) 
Sentença 
 Ato que põe fim à fase de conhecimento. 
 Tipos: 
o Com resolução do mérito (art. 487): acolhe ou rejeita pedido. 
o Sem resolução do mérito (art. 485): questões processuais 
(litispendência, ilegitimidade, desistência etc.). 
📌 STJ: sentença sem fundamentação é nula (REsp 1.744.767/SC). 
 
Coisa Julgada 
 Autoridade da decisão judicial imutável e indiscutível. 
 Material: impede rediscussão da causa em outro processo (art. 502). 
 Formal: estabiliza decisão dentro do mesmo processo. 
 Limites objetivos: somente o que foi decidido. 
 Limites subjetivos: só atinge as partes do processo (salvo casos 
coletivos). 
📌 STF: coisa julgada não impede execução individual de decisão coletiva (RE 
573.232/SC). 
 
📘 Item 16 – Processo de Conhecimento e Cumprimento de Sentença 
(final) 
🔹 16.12 – Cumprimento da Sentença (arts. 513-538, CPC) 
 Fase que busca efetivar o que foi decidido na sentença. 
 Inicia-se após o trânsito em julgado ou decisão provisoriamente 
executável. 
 Intimação do devedor para pagamento no prazo de 15 dias úteis. 
 Não pagando → multa de 10% + honorários de 10% (art. 523, §1º). 
📌 STJ: multa do art. 523 é automática, não depende de requerimento (REsp 
1.134.186/RS). 
 
🔹 16.13 – Disposições Gerais 
 Cumprimento pode ser provisório ou definitivo. 
 Cumprimento provisório: exige caução, salvo hipóteses de dispensa 
(alimentos, natureza trabalhista). 
 Competência: juiz que proferiu a sentença. 
📌 STJ: cumprimento provisório não impede expedição de precatório (AgInt no 
REsp 1.707.611/PR). 
 
🔹 16.14 – Cumprimento (espécies) 
 Obrigação de pagar quantia certa: execução patrimonial. 
 Obrigação de fazer/não fazer: medidas coercitivas, astreintes. 
 Obrigação de entregar coisa: busca e apreensão, imissão na posse. 
📌 STJ: astreintes podem ser revistas a qualquer tempo, mesmo após trânsito 
em julgado (REsp 1.333.988/SP). 
 
🔹 16.15 – Liquidação da Sentença (arts. 509-512, CPC) 
 Necessária quando a sentença é ilíquida (não fixa valor). 
 Modalidades: 
o por cálculo aritmético; 
o por arbitramento (perícia); 
o por artigos (produção de novas provas). 
 Não altera a coisa julgada, apenas torna o título executivo certo e 
determinado. 
📌 STJ: liquidação não rediscute mérito da sentença (REsp 1.127.815/PR). 
 
📘 Item 17 – Procedimentos Especiais (arts. 539-770, CPC) 
🔹 Conceito 
 Procedimentos específicos aplicados a certas ações que demandam rito 
próprio. 
 Ex.: ação de consignação em pagamento, ação monitória, inventário e 
partilha, usucapião, ações de família, embargos de terceiro. 
🔹 Exemplos relevantes 
 Ação Monitória (art. 700): usada quando credor tem prova escrita sem 
eficácia de título executivo. 
 Embargos de terceiro (art. 674): terceiro busca proteger bem 
indevidamente atingido por decisão judicial. 
 Usucapião extrajudicial (art. 1.071): via cartório, sem necessidade de 
processo judicial, se não houver litígio. 
📌 STJ: ação monitória admite prova eletrônica (REsp 1.677.941/SP). 
 
📘 Item 18 – Procedimentos de Jurisdição Voluntária (arts. 719-770, CPC) 
🔹 Conceito 
 Não há conflito de interesses; juiz atua como administrador público da 
vontade das partes. 
 Exemplos: homologação de testamento, interdição, tutela e curatela, 
divórcio consensual, notificação e interpelação. 
🔹 Características 
 Juiz decide por conveniência/necessidade, não por lide. 
 Atuação mais administrativa que jurisdicional. 
📌 STJ: homologação de testamento em jurisdição voluntária não exige 
contraditório formal (REsp 1.544.514/SP). 
 
📘 Item 19 – Processos de Execução (arts. 771-925, CPC) 
🔹 Conceito 
 Visa satisfação de obrigação constante em título executivo (judicial ou 
extrajudicial). 
 Natureza: processo autônomo (quando título é extrajudicial) ou fase de 
cumprimento (quando título é judicial). 
🔹 Títulos executivos extrajudiciais (art. 784) 
 Exemplos: cheques, notas promissórias, contratos com assinatura de 
duas testemunhas, sentença arbitral. 
🔹 Características 
 Atos de expropriação: penhora, avaliação, alienação judicial. 
 Ordem de penhora: dinheiro → títulos → veículos → imóveis. 
 Defesa do executado: embargos à execução (art. 914). 
📌 STJ: penhora on-line via BacenJud/Sisbajud é plenamente válida (REsp 
1.134.186/RS). 
 
📘 Item 20 – Processos nos Tribunais e Meios de Impugnação das 
Decisões Judiciais 
🔹 1. Processos nos tribunais (arts. 926-975, CPC) 
 Recursos e ações de competência originária dos tribunais. 
 Princípios importantes: 
o Colegiado (decisão por mais de um julgador). 
o Publicidade e motivação (art. 93, IX, CF). 
o Uniformização da jurisprudência → súmulas, precedentes 
obrigatórios (arts. 926-927). 
📌 STF: dever de observância dos precedentes decorre da segurança jurídica 
(RE 988.818/SC – repercussão geral). 
 
🔹 2. Meios de impugnação (recursos) 
 Apelação (art. 1.009): contra sentença. 
 Agravo de instrumento (art. 1.015): contra decisões interlocutórias 
taxativamente previstas. 
 Embargos de declaração (art. 1.022): para sanaromissão, 
obscuridade, contradição ou erro material. 
 Recurso especial (art. 1.029): ao STJ por violação de lei federal. 
 Recurso extraordinário (art. 1.029): ao STF por violação 
constitucional. 
 Embargos de divergência: quando houver decisões divergentes nos 
tribunais superiores. 
📌 STJ: rol do art. 1.015 (agravo de instrumento) é taxativo, mas admite 
interpretação extensiva (REsp 1.704.520/MT – Tema 988). 
 
🔹 3. Ações autônomas de impugnação 
 Ação rescisória (art. 966): desconstitui coisa julgada em hipóteses 
específicas. 
 Mandado de segurança: contra ato judicial teratológico quando não há 
recurso cabível. 
 Reclamação constitucional: preserva competência e autoridade de 
decisões de tribunal. 
📌 STF: reclamação não substitui recurso (Rcl 4.374/PE). 
 
📘 Item 21 – Livro Complementar (arts. 1.046-1.072, CPC) 
🔹 Disposições gerais 
 Define aplicação do CPC aos processos em andamento: 
o Art. 1.046: normas aplicam-se imediatamente aos processos 
pendentes. 
 Revogações: CPC/2015 revogou o CPC/1973 e normas em contrário. 
 Integração com outras leis processuais → Juizados Especiais, execução 
fiscal, processo do trabalho. 
📌 STJ: aplica-se CPC/2015 aos atos processuais praticados a partir de sua 
vigência (REsp 1.404.532/RS). 
 
📘 Item 22 – Disposições Finais e Transitórias 
🔹 Finalidade 
 Garantir transição entre CPC/1973 e CPC/2015. 
 Ajustes para aplicação imediata. 
🔹 Destaques 
 Normas sobre honorários advocatícios → aplicam-se às ações ajuizadas 
após vigência do novo CPC. 
 Processos em curso adaptam-se às novas regras processuais. 
📌 STJ (Tema 1.050): fixou que o regime de honorários do CPC/2015 só vale 
para processos iniciados a partir de 18/03/2016. 
 
📘 Item 23 – Mandado de Segurança 
(Lei 12.016/2009 + CF, art. 5º, LXIX e LXX) 
🔹 Conceito 
 Remédio constitucional para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando houver 
ilegalidade ou abuso de poder. 
🔹 Características 
 Direito líquido e certo = comprovável de plano, por prova pré-constituída. 
 Autoridade coatora = quem pratica ou ordena o ato. 
 Prazo decadencial: 120 dias da ciência do ato. 
 Pode ser individual ou coletivo (partido político, sindicato, entidade de 
classe, associação). 
📌 STF (Súmula 266): não cabe MS contra lei em tese. 
📌 STJ: cabe MS contra ato judicial teratológico, quando não há recurso 
cabível (AgInt no RMS 52.213/PR). 
 
📘 Item 24 – Ação Popular 
(CF, art. 5º, LXXIII + Lei 4.717/65) 
🔹 Conceito 
 Qualquer cidadão pode propor para anular ato lesivo: 
o ao patrimônio público; 
o ao meio ambiente; 
o à moralidade administrativa; 
o ao patrimônio histórico e cultural. 
🔹 Características 
 Legitimidade ativa: só cidadão (eleitor, comprovação com título). 
 Se improcedente por má-fé → autor paga custas e honorários. 
 Gratuita se ajuizada de boa-fé. 
📌 STF: moralidade administrativa é bem jurídico autônomo tutelável por ação 
popular (RE 226.966/SP). 
 
📘 Item 25 – Ação Civil Pública (ACP) 
(Lei 7.347/85 + CF, art. 129, III) 
🔹 Conceito 
 Instrumento processual para defesa de interesses difusos, coletivos e 
individuais homogêneos. 
 Exemplos: meio ambiente, consumidor, patrimônio histórico, ordem 
econômica. 
 
🔹 Legitimados ativos (art. 5º, Lei 7.347/85) 
 Ministério Público, Defensoria Pública, União, Estados, Municípios, 
autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, 
fundações, associações civis constituídas há pelo menos 1 ano. 
🔹 Características 
 Pode ter efeito erga omnes (atinge toda a coletividade). 
 Não pode ter objeto tributos, FGTS ou contribuições previdenciárias. 
 Possível celebração de TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). 
📌 STF (RE 573.232/SC): decisão em ACP pode ser usada para execução 
individual pelos beneficiados. 
📌 STJ: legitimidade do MP é ampla, não se restringe ao interesse local (REsp 
1.100.781/RS). 
 
📘 Item 26 – Ação de Improbidade Administrativa 
(Lei 8.429/1992 – atualizada pela Lei 14.230/2021) 
🔹 Conceito 
 Visa responsabilizar agentes públicos e terceiros por atos que causem 
lesão à Administração. 
🔹 Tipos de atos (art. 9º ao 11) 
1. Enriquecimento ilícito. 
2. Prejuízo ao erário. 
3. Violação a princípios da Administração Pública. 
🔹 Características atuais (pós-2021) 
 Exige dolo para caracterização (culpa não basta). 
 Sanções: perda da função, suspensão dos direitos políticos, multa civil, 
proibição de contratar com o poder público. 
 Ação pode ser proposta pelo Ministério Público e pela Pessoa 
Jurídica interessada. 
📌 STF (ADI 6.305, 2022): improbidade sem dolo não gera responsabilização. 
📌 STJ: ação de improbidade tem natureza civil, mas com sanções políticas. 
 
📘 Item 27 – Reclamação Constitucional 
(CF, art. 102, I, “l” + CPC, arts. 988-993) 
🔹 Conceito 
 Instrumento para: 
1. Preservar competência de tribunal. 
2. Garantir autoridade das suas decisões. 
3. Garantir observância de súmulas vinculantes e decisões em 
controle concentrado de constitucionalidade. 
🔹 Características 
 Pode ser ajuizada no STF, STJ e tribunais locais. 
 Decisão tem efeito vinculante no caso concreto. 
 Não substitui recurso → uso subsidiário. 
📌 STF (Súmula 734): não cabe reclamação após trânsito em julgado da 
decisão reclamada. 
 
📘 Item 28 – Lei nº 8.245/1991 (Locação de Imóveis Urbanos) 
🔹 Procedimentos Especiais da Locação 
 Ação de despejo: retomada do imóvel pelo locador (falta de 
pagamento, término do prazo, infração contratual). 
 Ação de consignação em pagamento: quando o locatário quer pagar 
mas o locador recusa. 
 Ação revisional: para ajustar o aluguel ao preço de mercado. 
 Ação renovatória: para contratos comerciais com prazo ≥ 5 anos e 
mesma atividade ≥ 3 anos. 
🔹 Características 
 Prazos céleres (locação é área sensível). 
 Juizado Especial Cível pode julgar ações de despejo para uso próprio. 
📌 STJ (Súmula 335): é válida a cláusula de eleição de foro em contrato de 
locação. 
📌 STJ: fiador continua responsável mesmo após prorrogação automática do 
contrato (REsp 1.345.331/RS). 
 
📘 Item 29 – Jurisprudência dos Tribunais Superiores 
🔹 Conceito 
 A jurisprudência do STF e STJ é fonte de interpretação obrigatória no 
processo civil. 
 CPC/2015 reforçou a força vinculante dos precedentes (arts. 926 e 
927). 
 
🔹 Precedentes obrigatórios (art. 927, CPC) 
 Decisões do STF em controle concentrado de constitucionalidade. 
 Súmulas vinculantes do STF. 
 Julgamentos em recursos repetitivos (STF/STJ). 
 Decisões em IRDR (Incidente de Resolução de Demandas 
Repetitivas). 
 Decisões em IAC (Incidente de Assunção de Competência). 
📌 STF (RE 988.818/SC – Tema 1.037): tribunais devem seguir precedentes 
sob pena de violação à segurança jurídica. 
 
🔹 Súmulas importantes para Processo Civil (STJ/STF) 
 STF 266: não cabe mandado de segurança contra lei em tese. 
 STF 734: não cabe reclamação após trânsito em julgado da decisão. 
 STJ 7: recurso especial não reexamina provas. 
 STJ 83: recurso especial não cabe contra jurisprudência pacífica do 
STJ. 
 STJ 375: fraude à execução exige registro da penhora ou má-fé do 
terceiro adquirente. 
 STJ 410: prazo da execução fiscal só se interrompe com despacho do 
juiz que ordena a citação. 
 
🔹 Palavras-chave de prova (Cebraspe gosta) 
 Precedente vinculante ≠ jurisprudência persuasiva. 
 Súmula vinculante = STF; súmula comum = efeito persuasivo. 
 IRDR e recursos repetitivos → efeito vinculante dentro e fora do tribunal. 
 Desrespeito a precedente → pode gerar reclamação constitucional. 
 
✅ Com isso, fechamos os 29 itens do edital de Processo Civil do TJ-
CE/2023 em formato resumão de bolso com: 
 Conceito 
 Doutrina 
 Jurisprudência 
 Palavras-chave

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