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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE QUÍMICA LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS JULIA VITORIA DE OLIVEIRA SIQUEIRA LORRAYNE DE SOUZA MARIA EDUARDA ALVES DE ALMEIDA TONNEANDIS BISPO DOS SANTOS VARIAÇÃO DO VOLUME DE GASES COM A PRESSÃO LEI DE BOYLE GOIÂNIA – GO 2024 JULIA VITORIA DE OLIVEIRA SIQUEIRA LORRAYNE DE SOUZA MARIA EDUARDA ALVES DE ALMEIDA TONNEANDIS BISPO DOS SANTOS VARIAÇÃO DO VOLUME DE GASES COM A PRESSÃO LEI DE BOYLE Relatório avaliativo, como requisito parcial para a obtenção da aprovação na disciplina de Físico-Química Experimental, do curso bacharelado em Engenharia de Alimentos, sob orientação do professor Dr. Heibbe Cristhian Benedito de Oliveira. GOIÂNIA – GO 2024 SUMÁRIO RESUMO 1. INTRODUÇÃO No século XVII, Robert Boyle criou experimentos que demonstraram como a compressão de um gás em um recipiente fechado afeta seu volume. A Lei de Boyle é uma parte fundamental da teoria cinética dos gases e é utilizada para explicar uma variedade de fenômenos físicos, desde o funcionamento dos pulmões humanos até a operação de pistões em motores de combustão interna. A Lei de Boyle é uma das principais leis que descrevem o comportamento dos gases ideais. Ela estabelece a relação entre a pressão e o volume de uma certa quantidade de gás a temperatura constante. Segundo essa lei, o volume de um gás é inversamente proporcional à pressão exercida sobre ele, desde que a temperatura e a quantidade de gás permaneçam constantes. Matematicamente, a Lei de Boyle pode ser expressa pela equação: P x V = k Onde: P é a pressão do gás; V é o volume do gás; k é uma constante para uma determinada quantidade de gás a temperatura constante. Isso significa que, se a pressão de um gás aumenta, seu volume diminui, e vice-versa, enquanto a temperatura é mantida constante. Por exemplo, se comprimirmos um recipiente contendo gás, aumentando a pressão interna, o volume do gás diminuirá. Por outro lado, se permitirmos que o gás se expanda, reduzindo a pressão, o volume aumentará. Portanto, essa lei é fundamental na compreensão do comportamento dos gases e é aplicada em diversas áreas, como em processos industriais e sistemas respiratórios. 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivos Gerais Analisar a relação inversa entre pressão e volume de um gás em um sistema fechado, conforme a Lei de Boyle, verificando experimentalmente como a variação na pressão afeta o volume, mantendo a temperatura constante. 2.2 Objetivos Específicos Medir o volume do gás em diferentes condições de pressão, calcular a relação entre pressão e volume com base na Lei de Boyle, e avaliar a precisão das medições por meio do desvio padrão e do erro relativo. Além disso, pretende-se construir gráficos que ilustrem a relação entre pressão e volume, e discutir os resultados obtidos, abordando as limitações do experimento e a aplicabilidade da Lei de Boyle em situações reais. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Materiais: 1. Dois tubos de ensaio de raio 0,525 mm contendo mercúrio. 3.2 Métodos: Foi realizado o experimento em temperatura ambiente com um dos tubos sendo fixo e fechado em uma das extremidades e na outra extremidade sendo ligada ao segundo tubo móvel por uma mangueira. Na extremidade aberta tinha uma quantidade de mercúrio e na outra um pouco de gás (o ar). No início foram igualados os níveis de mercúrio dos dois lados. Depois foram feitas uma série de medições variando a altura do tubo móvel de 1 em 1 centímetros para se obter diferentes valores para o volume do gás. Os valores foram anotados para serem feitos os cálculos que vão ser apresentados nos resultados. Figura 1 – Equipamento experimental utilizado na verificação experimental da lei de Boyle. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Tabela com valores da pressão e o volume do primeiro experimento: ● Primeiramente, foi feita uma tabela com todos os valores medidos durante a aula. Tabela 1 - Valores medidos na aula Nivelamento: 51,3 cm Pontos (em cm) Fechado Aberto 50 47,5 49 46,6 48 44,3 47 41,3 46 38,8 45 36,5 44 34,2 43 31,5 42 28,6 41 25,7 ● Em seguida, foi feito o cálculo da pressão sendo: P = ρ x g x h Visto que, P = Pressão; ρ = Densidade (no caso usamos a densidade do mercúrio, sendo ela igual a 13600 Kg/m3); g = Gravidade (estabelecida sendo 9,8 m/s2; h = Altura medida. A partir disso, foram feitos os cálculos: Obs: É importante destacar que os valores medidos, fornecidos na Tabela 1 foram convertidos de centímetros para metros, para a realização do cálculo da pressão. - Para o Fechado: V1 = 13600 x 9,8 x 50 = 66640,00 Pa V2 = 13600 x 9,8 x 49 = 65307,20 Pa V3 = 13600 x 9,8 x 48 = 63974,40 Pa V4 = 13600 x 9,8 x 47 = 62641,60 Pa V5 = 13600 x 9,8 x 46 = 61308,80 Pa V6 = 13600 x 9,8 x 45 = 59976,00 Pa V7 = 13600 x 9,8 x 44 = 58643,20 Pa V8 = 13600 x 9,8 x 43 = 57310,40 Pa V9 = 13600 x 9,8 x 42 = 55977,60 Pa V10 = 13600 x 9,8 x 41 = 54644,80 Pa - Para o Aberto: V1 = 13600 x 9,8 x 0,475 = 63308,00 Pa V2 = 13600 x 9,8 x 0,466 = 62108,48 Pa V3 = 13600 x 9,8 x 0,443 = 59043,04 Pa V4 = 13600 x 9,8 x 0,413 = 55044,64 Pa V5 = 13600 x 9,8 x 0,388 = 51712,64 Pa V6 = 13600 x 9,8 x 0,365 = 48647,20 Pa V7 = 13600 x 9,8 x 0,342 = 45581,76 Pa V8 = 13600 x 9,8 x 0,315 = 41983,20 Pa V9 = 13600 x 9,8 x 0,286 = 38118,08 Pa V10 = 13600 x 9,8 x 0,257 = 34252,96 Pa ● Ademais, foram calculados os volumes, sendo o volume calculado como sendo: V = π x r2 x h Visto que, V = Volume; π ≅ 3,14; r2= Raio ao quadrado ( o raio foi nos dado no equipamento, sendo 0,0525 cm); h = Altura medida. A partir disso, foram feitos os cálculos: - Para o Fechado: V1 = 3,14 x (0,0525)2 x 50 = 0,43 cm3 V2 = 3,14 x (0,0525)2 x 49 = 0,42 cm3 V3 = 3,14 x (0,0525)2 x 48 = 0,41 cm3 V4 = 3,14 x (0,0525)2 x 47 = 0,41 cm3 V5 = 3,14 x (0,0525)2 x 46 = 0,40 cm3 V6 = 3,14 x (0,0525)2 x 45 = 0,40 cm3 V7 = 3,14 x (0,0525)2 x 44 = 0,38 cm3 V8 = 3,14 x (0,0525)2 x 43 = 0,37 cm3 V9 = 3,14 x (0,0525)2 x 42 = 0,36 cm3 V10 = 3,14 x (0,0525)2 x 41 = 0,35 cm3 - Para o Aberto: V1 = 3,14 x (0,0525)2 x 47,5 = 0,41 cm3 V2 = 3,14 x (0,0525)2 x 46,6 = 0,40 cm3 V3 = 3,14 x (0,0525)2 x 44,3 = 0,38 cm3 V4 = 3,14 x (0,0525)2 x 41,3 = 0,36 cm3 V5 = 3,14 x (0,0525)2 x 38,8 = 0,34 cm3 V6 = 3,14 x (0,0525)2 x 36,5 = 0,32 cm3 V7 = 3,14 x (0,0525)2 x 34,2 = 0,30 cm3 V8 = 3,14 x (0,0525)2 x 31,5 = 0,27 cm3 V9 = 3,14 x (0,0525)2 x 28,6 = 0,25 cm3 V10 = 3,14 x (0,0525)2 x 25,7 = 0,22 cm3 ● A partir dos cálculos da pressão e volume, foi feito uma tabela com os valores dos mesmos: Tabela 2 - Valores da Pressão e do Volume do experimento Valores da Pressão (em Pa) Número de Medições Fechado Aberto 1 66640,00 63308,00 2 65307,20 62108,48 3 63974,40 59043,04 4 62641,6 55044,64 5 61308,8 51712,64 6 59976,00 48647,2 7 58643,20 45581,76 8 57310,40 41983,20 9 55977,60 38118,08 10 54644,80 34252,96 Valores do Volume (em cm3) Número de Medições Fechado Aberto 1 0,43 0,41 2 0,42 0,40 3 0,41 0,38 4 0,41 0,36 5 0,40 0,34 6 0,40 0,32 7 0,38 0,30 8 0,37 0,27 9 0,36 0,25 10 0,35 0,22 4.2 Cálculo da estimativa do desvio padrão das medidas (pV) e o erro relativo: ● Foi feito o cálculo do desvio padrão e do erro relativo para as medições, sendo o desvio padrão calculado como sendo: Onde: N = número de observações na população; xi = cada valor individual da população; μ = média da população. E o erro relativo sendo calculado como sendo: Onde: Xr = Erro esperado; Xm = Erro calculado. - Para o Fechado: Dados obtidos: DP1= 1. 50 DP2= 2. 49 DP3= 3. 48 DP4= 4. 47 DP5= 5. 46 DP6= 6. 45 DP7= 7. 44 DP8= 8. 43 DP9= 9. 42 DP10= 10. 41 Média: 45,5 Quadrado da diferença: Qd1= (50−45,5)² = 20,25 Qd2= (49−45,5)² = 12,25 Qd3= (48−45,5)² = 6,25 Qd4= (47−45,5)² = 2,25 Qd5= (46−45,5)² = 0,25 Qd6= (45−45,5)² = 0,25 Qd7= (44−45,5)² = 2,25 Qd8= (43−45,5)² = 6,25 Qd9= (42−45,5)² = 12,25 Qd10= (41−45,5)² = 20,20 Variância do conjunto (média dos valores obtidos): 8,25DP (Desvio padrão): √8,25= 2,872 Erro relativo: DP/Média = 2,872/45,5 = 0,063 = 6,3% - Para o Aberto: Dados obtidos: DP1= 1. 47,5 DP2= 2. 46,6 DP3= 3. 44,3 DP4= 4. 41,3 DP5= 5. 38,8 DP6= 6. 36,5 DP7= 7. 34,2 DP8= 8. 31,5 DP9= 9. 28,6 DP10= 10. 25,7 Média: 37,5 Quadrado da diferença: Qd1= (47,5-37,5)² = 64,00 Qd2= (46,6-37,5)² = 82,81 Qd3= (44,3-37,5)² = 46,24 Qd4= (41,3-37,5)² = 14,44 Qd5= (38,8-37,5)² = 1,69 Qd6= (36,5-37,5)² = 1,00 Qd7= (34,2-37,5)² = 10,89 Qd8= (31,5-37,5)² = 36,00 Qd9= (28,6-37,5)² = 79,21 Qd10= (25,7-37,5)² = 139,24 Variância do conjunto (média dos valores obtidos): 47,552 DP (Desvio padrão) = √47,552 = 6,895 Erro relativo: DP/Média = 6,895/37,5 = 0,183 = 18,3% 4.3 Gráfico de 𝑝 versus 𝑉 e a equação da curva: ● A partir dos dados medidos, foi construído um gráfico para P = v. 1. Equação Neste gráfico, utilizamos a equação PxV , ou seja, o valor de P em cada ponto é multiplicado pelo valor correspondente de v . 1. Para a Ponta Aberta, os valores de v (50, 49, …, 41) foram fornecidos, e os valores de P \times v são obtidos multiplicando v por ele mesmo: P x V = VxV = V^2 Assim, para cada valor de v : P = 50 x 50, 49 x 49, …, 41 x 41 2. Para a Ponta Fechada, o cálculo é semelhante, multiplicando os valores fornecidos de V pelos respectivos valores: P = 47.5x 47.5, 46.6 x 46.6, …, 25.7 x 25.7 Este gráfico mostra a relação PxV , ou seja, a multiplicação de v por ele mesmo (ou v^2 ) para cada conjunto de dados. 2. Visualização As linhas representam a multiplicação dos valores P e v para as duas situações: Ponta Aberta e Ponta Fechada. Uma linha de referência para o “nivelamento” foi desenhada em 51,3 cm. 4.4 Gráfico de 𝑝 versus 1/𝑉 e a equação da curva: ● A partir dos dados medidos, foi construído um gráfico para P = 1/V. 1. Equação Neste gráfico, utilizamos a equação Px1/V ,que multiplica o valor de P pelo inverso de v 1. Para a Ponta Aberta e fechada, os os valores de v são multiplicados por 1/V: Px1/V = Vx1/V = 1 Assim, o resultado é sempre 1, pois Vx1/V é igual a 1, independentemente do valor de V. . 2. Visualização O gráfico exibe uma linha horizontal constante com valor 1 para todas as medidas de v , para as duas situações. Novamente, há uma linha de referência, que coincide com o valor 1. - Processo de Criação dos Gráficos Os gráficos foram gerados utilizando a linguagem de programação Python, com a biblioteca Matplotlib. Foram seguidos os seguintes passos principais: primeiramente, utilizou-se os valores fornecidos para Ponta Aberta e Ponta Fechada (valores de v). No primeiro gráfico, calculou-se ( PxV), equivalente a ( V^2 ), enquanto no segundo gráfico foi calculado ( Px1/V), resultando no valor 1. Posteriormente, as séries de dados foram plotadas com o eixo ( v ) no horizontal e ( PxV) ou ( Px1/V) no vertical. Uma linha horizontal de referência foi adicionada para marcar o nivelamento, conforme solicitado. 4.5 Valor estimado do número de mols de ar preso no tubo: 5. CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINS, P.; DE PAULA, J. Fisicoquímica. Porto Alegre: Bookman, 2010. GASKELL, D. R. Introdução à Termodinâmica da Engenharia dos Materiais. Rio de Janeiro: LTC, 2003. HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. Rio de Janeiro: LTC, 2008. HUNTER, John D. Matplotlib: A 2D Graphics Environment. Computing in Science & Engineering, v. 9, n. 3, p. 90-95, 2007. Disponível em: https://matplotlib.org/stable/contents.html. Acesso em: 16 set. 2024. SEARS, F. W.; ZEMANSKY, M. W. Termodinâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2006. TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros. Rio de Janeiro: LTC, 2009. VAN ROSSUM, Guido; DRAKE, Fred L. Python Language Reference, version 3.9. Python Software Foundation, 2021. Disponível em: https://docs.python.org/3. Acesso em: 16 set. 2024.