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DIREITO PENAL 
AÇÃO PENAL E CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
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AÇÃO PENAL E CAUSAS 
EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE 
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AÇÃO PENAL E CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
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Sumário 
DIREITO PENAL: AÇÃO PENAL E CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE ................................. 3 
1. AÇÃO PENAL .............................................................................................................................................. 4 
1.1. Espécies ................................................................................................................................................. 4 
1.2 Condições da Ação Penal ........................................................................................................................ 5 
1.2.1. Representação do ofendido ........................................................................................................... 6 
1.2.2. Requisição do Ministro da Justiça .................................................................................................. 6 
1.3. Princípios da Ação Penal Pública ........................................................................................................... 7 
1.4. Ação Penal Privada ................................................................................................................................ 7 
1.5. Procedimento ........................................................................................................................................ 9 
1.6. Denúncia ou Queixa Crime .................................................................................................................. 10 
2. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ............................................................................................................. 15 
2.1 Causas de Extinção da Punibilidade ..................................................................................................... 16 
2.1.1 Morte do Agente ........................................................................................................................... 17 
2.1.2 Anistia ............................................................................................................................................ 17 
2.1.3 Graça e Indulto .............................................................................................................................. 18 
2.1.4 Abolitio Criminis ............................................................................................................................ 21 
2.1.5 Decadência .................................................................................................................................... 23 
2.1.7 Prescrição ...................................................................................................................................... 24 
2.1.7 Perempção ..................................................................................................................................... 37 
2.1.8 Renúncia ........................................................................................................................................ 38 
2.1.9 Perdão Aceito ou Perdão do Ofendido .......................................................................................... 38 
2.1.10 Retratação ................................................................................................................................... 38 
2.1.11 Perdão Judicial ............................................................................................................................. 38 
QUESTÕES PROPOSTAS ............................................................................................................................. 43 
Questões Comentadas ................................................................................................................................ 43 
Outras Questões Propostas ........................................................................................................................ 45 
Comentários ............................................................................................................................................... 49 
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DIREITO PENAL: AÇÃO PENAL E CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE 
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA 
CF/88 
⦁ Art. 5º, XLII, XLIII e XLIV 
⦁ Art. 21, XVII 
⦁ Art. 48, VIII 
⦁ Art. 53, §§3º a 5º 
⦁ Art. 84, XII 
CÓDIGO PENAL: 
⦁ Art. 2º (abolitio criminis) 
⦁ Art. 100 a 120 
⦁ Art. 121, §5º (perdão judicial no homicídio) 
⦁ Art. 129, §8º (perdão judicial na lesão corporal) 
⦁ Art. 312, §3º 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
⦁ Art. 25 (retratação no processo penal) 
⦁ Art. 28, 30, 36, 41 
⦁ Art. 49 e 60 
⦁ Art. 92 a 94 
⦁ Art. 366 e 386 
OUTROS DIPLOMAS LEGAIS 
⦁ Art. 16 da Lei Nº 11.340 (retratação na Lei Maria da Penha) 
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER! 
⦁ Art. 107, CP (importantíssimo) 
⦁ Art. 109 a 112, CP 
⦁ Art. 116 e 117, CP 
SÚMULAS RELACIONADAS AO TEMA 
Súmula 497-STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na
sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação. 
Súmula 146-STF: A prescrição da ação penal regula-se pela pena concretizada na sentença, quando não 
há recurso da acusação.
Súmula 220-STJ: A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva.
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Súmula 191-STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a
desclassificar o crime. 
Súmula 592-STF: Nos crimes falimentares, aplicam-se as causas interruptivas da prescrição, previstas no
Código Penal. 
Súmula 438-STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com
fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal.
Súmula 18-STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não
subsistindo qualquer efeito condenatório. 
1. AÇÃO PENAL 
Embora seja um tema mais afeto ao processo penal, tendo em vista que várias questões relacionadas 
à ação penal implicam na extinção de punibilidade, o assunto também foi tratado pelo Código Penal, de modo 
que abordaremos aqui de modo breve e objetivo apenas algumas ideias iniciais. 
Ação penal x pretensão punitiva: 
● Ação penal: É o direito público e subjetivo de exigir do Estado-juiz o exercício da prestação 
jurisdicional, aplicando, no caso concreto, o direito penal objetivo ao indivíduo que praticou infração 
penal. 
Há juristas que dizem que a ação seria o instrumento, o mecanismo, e não o direito em si. 
É instrumentalmente conexa a uma pretensão punitiva, pois, ao propor a ação penal, o Ministério 
Público pede a condenação do réu, o que só será possível quando procedente a pretensão punitiva. 
● Pretensão punitiva: Possui o jus puniendi (direito de punir) como seu elemento intersubjetivo, 
situado dentro da relação jurídico-penal que se forma após a prática do crime. 
Sabe-se que o Estado é titular do direito de punir. Descumprida a norma incriminadora, o direito de 
punir do Estado passa ao plano concreto. 
1.1. Espécies 
O critério utilizado é a titularidade da ação penal. 
A ação penal pode ser: 
● Pública, cujo titular é o Ministério Público, subdividindo-se em: 
o Incondicionada – sem necessidade de manifestação da vontade de terceiros. 
o Condicionada à representação: Depende da manifestação de vontade do legítimo 
interessado para que a persecução penal possa se iniciar. 
▪ Pode ser representação da vítima ou requisição do ministro daRECEBIMENTO da denúncia ou queixa. Oferecimento ou rejeição não. 
● Embora o artigo fale em sentença de pronúncia, entende-se que a desclassificação imprópria nos casos 
do tribunal do júri (desclassifica para outro crime, também de competência do júri) também interrompe 
a prescrição. A desclassificação própria, impronúncia ou absolvição sumária não. Cuidado com a 
interpretação da súmula 191 do STJ. 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9268.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
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● No caso de crimes conexos que sejam objeto do mesmo processo, havendo sentença condenatória para 
um dos crimes e acórdão condenatório para o outro delito, tem-se que a prescrição da pretensão punitiva 
de ambos é interrompida a cada provimento jurisdicional (art. 117, § 1º, do CP). STJ. 5ª Turma. RHC 
40.177-PR, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/8/2015 (Info 568) (fonte: Dizer o 
direito). 
● O termo inicial no caso de fuga do preso é da data da recaptura, por ser uma infração disciplinar de 
natureza permanente. 
● O cumprimento da pena imposta em outro processo, ainda que em regime aberto ou prisão domiciliar, 
impede o curso da prescrição executória. (STF info 670) 
● Acórdão que confirma ou reduz a pena interrompe a prescrição? 
• SIM. É a posição atual da 1ª Turma do STF, que foi confirmada pelo Plenário do STF em abril de 2020. 
O acórdão confirmatório da sentença implica a interrupção da prescrição. 
A prescrição é, como se sabe, o perecimento da pretensão punitiva ou da pretensão executória pela 
inércia do próprio Estado. 
No art. 117 do Código Penal que deve ser interpretado de forma sistemática todas as causas interruptivas 
da prescrição demonstram, em cada inciso, que o Estado não está inerte. Não obstante a posição de 
parte da doutrina, o Código Penal não faz distinção entre acórdão condenatório inicial e acórdão 
condenatório confirmatório da decisão. Não há, sistematicamente, justificativa para tratamentos 
díspares. 
A ideia de prescrição está vinculada à inércia estatal e o que existe na confirmação da condenação é a 
atuação do Tribunal. Consequentemente, se o Estado não está inerte, há necessidade de se interromper 
a prescrição para o cumprimento do devido processo legal. 
STF. 1ª Turma. RE 1237572 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 26/11/2019. 
STF. 1ª Turma. RE 1241683 AgR/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 4/2/2020 (Info 965). 
Nos termos do inciso IV do artigo 117 do Código Penal, o acórdão condenatório sempre interrompe a 
prescrição, inclusive quando confirmatório da sentença de 1º grau, seja mantendo, reduzindo ou 
aumentando a pena anteriormente imposta. 
STF. Plenário. HC 176473/RR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/04/2020. 
● Prazos prescricionais: fixados no artigo 109 do CP. 
● Redução do prazo prescricional: 
- Se o agente for menor de 21 anos na data do fato ou maior de 70 anos na data da sentença, o prazo 
prescricional será reduzido pela metade. 
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● Prescrição dos atos infracionais: a prescrição será regulada pelos mesmos prazos. Porém, há de se 
salientar que sempre incidirá a redução do prazo pela metade, prevista no artigo 115 do CP, vez que são 
praticados por pessoas inevitavelmente menores de 21 anos. 
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso
era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, 
maior de 70 (setenta) anos
Veja a jurisprudência sobre o tema: 
Para que incida a redução do prazo prescricional prevista no art. 115 do CP, é 
necessário que, no momento da sentença, o condenado possua mais de 70 anos. 
Se ele só completou a idade após a sentença, não terá direito ao benefício, mesmo 
que isso tenha ocorrido antes do julgamento de apelação interposta contra a 
sentença. Existe, no entanto, uma situação em que o condenado será beneficiado 
pela redução do art. 115 do CP mesmo tendo completado 70 anos após a 
"sentença" (sentença ou acórdão condenatório): isso ocorre quando o condenado 
opõe embargos de declaração contra a sentença/acórdão condenatórios e esses 
embargos são conhecidos. Nesse caso, o prazo prescricional será reduzido pela 
metade se o réu completar 70 anos até a data do julgamento dos embargos. Nesse 
sentido: STF. Plenário. AP 516 ED/DF, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o acórdão 
Min. Luiz Fux, julgado em 5/12/2013 (Info 731). STF. 2ª Turma. HC 129696/SP, Rel. 
Min. Dias Toffoli, julgado em 19/4/2016 (Info 822). Cuidado! O STJ entende que é 
possível aplicar a redução do art. 115 do CP no momento do acórdão (ou seja, após 
a sentença), se a sentença foi absolutória e o primeiro decreto condenatório foi a 
apelação. Ex: João tinha 68 anos quando foi prolatada a sentença; a sentença foi 
absolutória; o MP apelou e o TJ reformou a sentença, condenando o réu; ocorre 
que, no momento do acórdão condenatório, João já tinha mais de 70 anos; neste 
caso, será possível aplicar a redução pela metade do prazo prescricional, conforme 
previsto no art. 115 do CP. Nesse sentido: "a redução do prazo prescricional à 
metade, com base no art. 115 do Código Penal, aplica-se aos réus que atingirem a 
idade de 70 anos até a primeira condenação, tenha ela se dado na sentença ou no 
acórdão, situação que não ocorreu na hipótese”. STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no 
AREsp 491.258/TO, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 07/02/2019. 
Assim, o termo "sentença", mencionado no art. 115 do CP, deve ser entendido 
como "primeira decisão condenatória, seja sentença ou acórdão proferido em 
apelação" (STJ. 6ª Turma. HC 316.110/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado 
em 25/06/2019). 
● Prescrição das medidas de segurança: 
- STF: não pode ser superior a 40 anos. (Alteração promovida pelo Pacote Anticrime) 
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- STJ: A prescrição da medida de segurança imposta em sentença absolutória imprópria é regulada 
pela pena máxima abstratamente prevista para o delito. (Info 535/2014) 
Em provas objetivas, utilize o entendimento do STF! No entanto, em uma prova 
discursiva, é importantíssimo mencionar a divergência jurisprudencial e o 
entendimento do STJ! 
● Pena de multa: 
- Se fixada isoladamente: 2 anos. 
- Se fixada cumulada ou alternativamente com pena privativa de liberdade: será regulada pelo prazo 
prescricional da pena privativa de liberdade. 
Caiu em prova - Vunesp - A prescrição da pena de multa ocorrerá sempre em dois anos. (item incorreto). 
● Crime do artigo 28 da lei de drogas: em 2 anos, conforme art. 30 da Lei 11.343/2006. 
● Substituição da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos: deve ser analisada a pena privativa 
de liberdade fixada antes da conversão para se chegar ao prazo prescricional. 
● Causas de aumento ou diminuição para o cálculo em abstrato: utilizar a fração que mais aumente ou 
que menos diminua, ou seja, pensar sempre na pior das hipóteses. 
● Atenuantes e agravantes: não são consideradas. 
● Concurso de crimes: Art. 119 do CP: No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá 
sobre a pena de cada um, isoladamente 
● Crime continuado: Súmula 497 do STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se 
pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação. 
Em resumo: a fração de aumento decorrente de concurso formalou crime continuado deve ser 
desconsiderada. O Cálculo deve ser só sobre a pena principal. 
Via de regra, deve ser feita, basicamente, a seguinte análise: 
a. Verificar a pena em abstrato ou em concreto a depender da hipótese, com as respectivas causas 
de aumento (fração que mais aumenta) ou diminuição (fração que mais diminui); 
b. Colocar essa pena da “tabela” do artigo 109 do CP e verificar seu prazo prescricional; 
c. Verificar se não é caso de prazo especial (pena de multa isolada ou artigo 28 da Lei de Drogas); 
d. Verificar se é cabível a redução do art. 115 do CP; 
e. Verificar se transcorreu o prazo prescricional obtido pelos passos anteriores dentro de algum dos 
intervalos do artigo 117 do CP. 
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Juris recente!!! 
O inadimplemento da pena de multa impede a extinção da punibilidade mesmo que já tenha sido cumprida 
a pena privativa de liberdade ou a pena restritiva de direitos? 
Regra: SIM 
Se o indivíduo for condenado a pena privativa de liberdade e multa, o inadimplemento da sanção pecuniária 
obsta (impede) o reconhecimento da extinção da punibilidade. Em outras palavras, somente haverá a 
extinção da punibilidade se, além do cumprimento da pena privativa de liberdade, houver o pagamento da 
multa. 
Exceção: se o condenado comprovar que não tem como pagar a multa. 
Se o condenado comprovar a impossibilidade de pagar a sanção pecuniária, neste caso, será possível a 
extinção da punibilidade mesmo sem a quitação da multa. Bastará cumprir a pena privativa de liberdade e 
comprovar que não tem condições de pagar a multa 
Foi a tese fixada pelo STJ: 
Na hipótese de condenação concomitante a pena privativa de liberdade e multa, o 
inadimplemento da sanção pecuniária, pelo condenado que comprovar impossibilidade de fazê-
lo, não obsta o reconhecimento da extinção da punibilidade. STJ. 3ª Seção. REsp 1785861/SP, 
Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 24/11/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 931). 
d. Prescrição da Pretensão Executória: A Prescrição da Pretensão Executória é prescrição de pena em 
concreto (regula-se pela pena aplicada na sentença) e pressupõe sentença condenatória com trânsito 
em julgado para ambas as partes (decisão irrecorrível). 
Se o Ministério Público não recorreu contra a sentença condenatória, tendo havido apenas recurso da 
defesa, qual deverá ser o termo inicial da prescrição da pretensão executiva? O início do prazo da prescrição 
executória deve ser o momento em que ocorre o trânsito em julgado para o MP? Ou o início do prazo deverá 
ser o instante em que se dá o trânsito em julgado para ambas as partes, ou seja, tanto para a acusação 
como para a defesa? 
O início da contagem do prazo de prescrição somente se dá quando a pretensão executória pode ser 
exercida. 
Se o Estado não pode executar a pena, não se pode dizer que o prazo prescricional já está correndo. 
Assim, mesmo que tenha havido trânsito em julgado para a acusação, se o Estado ainda não pode executar 
a pena (ex: está pendente uma apelação da defesa), não teve ainda início a contagem do prazo para a 
prescrição executória. É preciso fazer uma interpretação sistemática do art. 112, I, do CP. 
STF. Plenário. AI 794971 AgR, Relator(a) p/ Acórdão: Marco Aurélio, julgado em 19/04/2021.
STJ. 3ª Seção. AgRg no REsp 1.983.259-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado 26/10/2022. 
Fonte: Dizer o direito. 
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Aqui, SOMENTE AQUI, se o réu for reincidente, aumenta-se o prazo prescricional em 1/3, conforme 
o artigo 110 do CP e Súmula 220/STJ. 
Súmula 220/STJ: A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão 
punitiva. 
Art. 110, caput, do CP - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença 
condenatória (para acusação e defesa) regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos 
prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado 
é reincidente. 
Obs1: Do mesmo modo que a PPP em abstrato, a PPP retroativa e a PPP superveniente, a prescrição 
executória, havendo concurso de crimes, incide sobre cada delito isoladamente (art. 119, do CP). 
Art. 119, CP - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá 
sobre a pena de cada um, isoladamente. 
Obs2: A PPE extingue a pena aplicada, sem rescindir a sentença condenatória (que continua produzindo 
efeitos penais e extrapenais). 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA 
Rescinde eventual sentença condenatória, não 
operando efeitos penais e extrapenais. 
Não rescinde condenação, produzindo efeitos 
penais e extrapenais. 
Extingue o direito de punir. Extingue o direito de executar a pena imposta. 
Não gera reincidência. Gera reincidência. 
A sentença não serve como título executivo. A sentença serve como título executivo. 
● Termo inicial: art. 112, CP: A prescrição depois do trânsito em julgado é prescrição de pena efetivamente 
imposta, que pressupõe trânsito em julgado para ambas as partes. Porém tem termo inicial no trânsito 
em julgado para a acusação, verificando-se dentro dos prazos estabelecidos pelo art. 109, do CP, os 
quais são aumentados de 1/3 se o condenado é reincidente. 
Art. 112, CP - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: 
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação 
(regra), ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento
condicional; 
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção 
deva computar-se na pena. 
●Causas Interruptivas da PPE: art. 117, V e VI do CP. 
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Art. 117, CP - O curso da prescrição interrompe-se: 
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
VI - pela reincidência. 
§1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição 
produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que 
sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a 
qualquer deles. 
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o
prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. 
Atente-se à recente jurisprudência sobre o tema: 
O cumprimento de pena imposta em outro processo, ainda que em regime aberto 
ou em prisão domiciliar, impede o curso da prescrição executória
De acordo com o parágrafo único do art. 116 do Código Penal, “depois de passada 
em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em 
que o condenado está preso por outro motivo”. Ao interpretar o referido 
dispositivo legal, o STJ pacificou o entendimento de que o cumprimento de pena 
imposta em outro processo, ainda que em regime aberto ou em prisão domiciliar, 
impede o curso da prescrição executória. Assim, não há que se falar em fluência do 
prazo prescricional, o que impede o reconhecimento da extinção de sua 
punibilidade. O fato de o prazo prescricional não correr durante o tempo em que o 
condenado está preso por outro motivo não depende da unificação das penas. STJ. 
5ª Turma. AgRg no RHC 123523-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 13/04/2020 
(Info 670). 
2.1.7 Perempção 
Sanção processual imposta ao querelante omisso na ação penal exclusivamente privada, impedindo 
o seu prosseguimento. 
Não são todas as ações penais privadas que comportam perempção. No caso da ação penal privada 
subsidiária da pública, o MP retomará a titularidade da ação (ação penal indireta). 
Dar-se-á caso ocorra uma das seguintes hipóteses: 
● O querelante deixar de promover o andamento do processo durante30 dias seguidos, salvo se 
houver motivo justo; 
● Falecimento do querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, e ninguém compareceu para dar 
seguimento ao processo, dentro do prazo de 60 dias; 
● O querelante deixar de comparecer, injustificadamente, a qualquer ato do processo a que deva estar 
presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; 
● Quando o querelante for pessoa jurídica e se extinguir sem deixar sucessor. 
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https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/439fca360bc99c315c5882c4432ae7a4?categoria=11&subcategoria=101
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● Quando houver recurso da defesa e o querelante não apresentar contrarrazões recursais 
(entendimento jurisprudencial). 
- Caso haja dois querelantes e um deles seja desidioso, haverá perempção apenas para este, não sendo o 
outro prejudicado. 
2.1.8 Renúncia 
Ato voluntário do ofendido desistindo do direito de propor a ação penal privada. A renúncia em 
relação a um dos autores se estenderá a todos, se houver concurso de pessoas. 
2.1.9 Perdão Aceito ou Perdão do Ofendido 
● É ato voluntário para obstar o prosseguimento da ação penal privada. 
● Pode haver recusa do querelado, tratando-se de ato bilateral. Logo, o que extingue a 
punibilidade NÃO é o perdão, mas o perdão aceito. 
● Deve ser exercido APÓS a propositura da ação penal privada, mas ANTES do trânsito em 
julgado da sentença penal condenatória. 
● Se um dos ofendidos conceder o perdão, NÃO prejudicará o direito dos outros, no caso de 
haver ofensa a mais de uma pessoa. 
2.1.10 Retratação 
É ato de retirar o que foi dito. 
● Por ser ato pessoal, a retratação por um dos querelados NÃO se aplica aos demais. 
● Deve ser irrestrita e incondicional. 
● Aplicável nos casos de calúnia, difamação, falso testemunho. 
2.1.11 Perdão Judicial 
Possibilidade de o juiz deixar de aplicar a sanção penal ao autor do crime, se evidenciadas certas 
circunstâncias que demonstrem a desnecessidade de pena. 
Requisitos para aplicar o perdão judicial: 
1) As consequências podem ser físicas ou morais 
2) A gravidade deve ser aferida no caso concreto. 
Obs.: Natureza jurídica da sentença concessiva de perdão judicial: 
Súmula 18, STJ: a sentença concessiva do perdão judicial e declaratória da extinção 
da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório. 
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RECURSO ESPECIAL. HOMICÍDIO CULPOSO NO TRÂNSITO. ART. 302, CAPUT, DA LEI 
N. 9.503/1997. PERDÃO JUDICIAL. ART. 121, § 5º, DO CÓDIGO PENAL. VÍNCULO 
AFETIVO ENTRE RÉU E VÍTIMA. NECESSIDADE. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 
1. O texto do § 5º do art. 121 do Código Penal não definiu o caráter das 
consequências, mas não deixa dúvidas quanto à forma grave com que essas devem 
atingir o agente, ao ponto de tornar desnecessária a sanção penal. 
2. Não há empecilho a que se aplique o perdão judicial nos casos em que o agente 
do homicídio culposo - mais especificamente nas hipóteses de crime de trânsito - 
sofra sequelas físicas gravíssimas e permanentes, como, por exemplo, ficar 
tetraplégico, em estado vegetativo, ou incapacitado para o trabalho. 
3. A análise do grave sofrimento, apto a ensejar, também, a inutilidade da função 
retributiva da pena, deve ser aferido de acordo com o estado emocional de que é 
acometido o sujeito ativo do crime, em decorrência da sua ação culposa. 
4. A melhor doutrina, quando a avaliação está voltada para o sofrimento psicológico 
do agente, enxerga no § 5º a exigência de um vínculo, de um laço prévio de 
conhecimento entre os envolvidos, para que seja "tão grave" a consequência do 
crime ao agente. A interpretação dada, na maior parte das vezes, é no sentido de 
que só sofre intensamente o réu que, de forma culposa, matou alguém conhecido 
e com quem mantinha laços afetivos. 
5. Entender pela desnecessidade do vínculo seria abrir uma fenda na lei, que se 
entende não haver desejado o legislador, pois, além de difícil aferição - o tão 
grave sofrimento -, serviria como argumento de defesa para todo e qualquer caso 
de delito de trânsito, com vítima fatal. 
6. O que se pretende é conferir à lei interpretação mais razoável e humana, sem 
jamais perder de vista o desgaste emocional (talvez perene) que sofrerá o acusado 
dessa espécie de delito, que não conhecia a vítima. Solidarizar-se com o choque 
psicológico do agente não pode, por outro lado, conduzir a uma eventual 
banalização do instituto, o que seria, no atual cenário de violência no trânsito - que 
tanto se tenta combater -, no mínimo, temerário. 
7. Recurso especial a que se nega provimento. 
(REsp 1455178/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado 
em 05/06/2014, DJe 06/06/2014) 
STJ-Resp 1.455.178/DF: O perdão judicial não pode ser concedido ao agente do 
homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302 do CTB) que, embora 
atingido moralmente de forma grave pelas consequências do acidente, não tinha 
vínculo afetivo com a vítima nem sofreu sequelas físicas gravíssimas e 
permanentes. 
JURISPRUDÊNCIAS SOBRE O TEMA 
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→ Em caso de inatividade processual decorrente de citação por edital, ressalvados 
os crimes previstos na Constituição Federal como imprescritíveis, é constitucional 
limitar o período de suspensão do prazo prescricional ao tempo de prescrição da 
pena máxima em abstrato cominada ao crime, a despeito de o processo 
permanecer suspenso.STF. Plenário. RE 600851, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 
04/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 438) (Info 1001). 
→ A comunicabilidade da interrupção do prazo prescricional alcança tão somente 
os corréus do mesmo processo. Dessa forma, havendo desmembramento, os feitos 
passam a tramitar de forma autônoma, possuindo seus próprios prazos, inclusive 
em relação à prescrição. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 121.697/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 
19/10/2021. 
→ O recebimento da denúncia é previsto como causa de interrupção do prazo 
prescricional (art. 117, I, do CP). 
Situação1: se a denúncia foi recebida por juízo absolutamente incompetente, pode-
se dizer que houve interrupção do prazo de prescrição? 
NÃO. Doutrina e jurisprudência são uniformes no sentido de que o recebimento da 
denúncia por magistrado absolutamente incompetente não interrompe o curso do 
prazo prescricional. Assim, mesmo que, posteriormente, a denúncia seja recebida 
pelo juízo competente, aquele primeiro recebimento feito pelo magistrado 
absolutamente incompetente não servirá como marco interruptivo da prescrição. 
Ex: se um juiz de 1ª instância recebe denúncia formulada contra réu que detém foro 
por prerrogativa de função no Tribunal (STJ. Corte Especial. APn 295-RR, Rel. Min. 
Jorge Mussi, julgado em 17/12/2014). 
Situação 2: se o vício fosse de incompetência relativa, haveria interrupção da 
prescrição? A denúncia recebida por juízo relativamente incompetente interrompe 
a prescrição se depois for ratificada pelo juízo competente? 
SIM. Pelo princípio da convalidação, o recebimento da denúncia por parte de Juízo 
territorialmente incompetente tem o condão de interromper o prazo prescricional. 
Se a denúncia foi recebida pelo juízo relativamente incompetente em 2010 e depois 
foi ratificada em 2011, considera-se que houve interrupção em 2010. A 
convalidação posterior possui natureza declaratória, servindo apenas para 
confirmar a validade daquela primeira decisão. Repetindo: o recebimento da 
denúncia por parte de Juízoterritorialmente incompetente tem o condão de 
interromper o prazo prescricional (STJ. 5ª Turma. RHC 40.514/MG, Rel. Min. Laurita 
Vaz, julgado em 08/05/2014).STJ. Corte Especial. APn 295-RR, Rel. Min. Jorge Mussi, 
julgado em 17/12/2014 (Info 555). 
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ATENÇÃO!! Conforme o STJ, a queixa-crime apresentada perante juízo 
incompetente OBSTA (impede) a decadência, se tiver sido observado o prazo de seis 
meses previsto no CPP. 
→ Redução do prazo prescricional para condenados maiores de 70 anos e momento 
de aferição: 
Para que incida a redução do prazo prescricional prevista no art. 115 do CP, é 
necessário que, no momento da sentença, o condenado possua mais de 70 anos. 
Se ele só completou a idade após a sentença, não terá direito ao benefício, mesmo 
que isso tenha ocorrido antes do julgamento de apelação interposta contra a 
sentença. 
Existe, no entanto, uma situação em que o condenado será beneficiado pela 
redução do art. 115 do CP mesmo tendo completado 70 anos após a “sentença” 
(sentença ou acórdão condenatório): isso ocorre quando o condenado opõe 
embargos de declaração contra a sentença/acórdão condenatórios e esses 
embargos são conhecidos. Nesse caso, o prazo prescricional será reduzido pela 
metade se o réu completar 70 anos até a data do julgamento dos embargos. Nesse 
sentido: STF. Plenário. AP 516 ED/DF, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o acórdão 
Min. Luiz Fux, julgado em 5/12/2013 (Info 731). 
STF. 2ª Turma. HC 129696/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/4/2016 (Info 
822). 
Cuidado! O STJ entende que é possível aplicar a redução do art. 115 do CP no 
momento do acórdão (ou seja, após a sentença), se a sentença foi absolutória e o 
primeiro decreto condenatório foi a apelação. Ex: João tinha 68 anos quando foi 
prolatada a sentença; a sentença foi absolutória; o MP apelou e o TJ reformou a 
sentença, condenando o réu; ocorre que, no momento do acórdão condenatório, 
João já tinha mais de 70 anos; neste caso, será possível aplicar a redução pela 
metade do prazo prescricional, conforme previsto no art. 115 do CP. Nesse 
sentido:“a redução do prazo prescricional à metade, com base no art. 115 do 
Código Penal, aplica-se aos réus que atingirem a idade de 70 anos até a primeira 
condenação, tenha ela se dado na sentença ou no acórdão, situação que não 
ocorreu na hipótese”. 
STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no AREsp 491.258/TO, Rel. Min. Antonio Saldanha 
Palheiro, julgado em 07/02/2019. 
Assim, o termo “sentença”, mencionado no art. 115 do CP, deve ser entendido 
como “primeira decisão condenatória, seja sentença ou acórdão proferido em 
apelação” (STJ. 6ª Turma. HC 316.110/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado 
em 25/06/2019). 
Artigos relacionados para leitura: Arts. 100 ao 120 do CP. 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
- Direito Penal – Parte Geral – Volume 1 – 13ª edição – Cleber Masson; 
- Sinopse nº1 – Direito Penal – Parte geral – 7ª edição – Alexandre Salim e Marcelo André de Azevedo; 
- Manual de Direito Penal – Parte geral – 7ª edição – Rogério Sanches Cunha. 
- Site Dizer o Direito – www.dizerodireito.com.br 
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QUESTÕES PROPOSTAS 
Questões Comentadas 
1 - 2022 - INSTITUTO AOCP - PC-GO - INSTITUTO AOCP - 2022 - PC-GO - Agente de Polícia 
Preencha as lacunas e assinale a alternativa correta. 
_____________________ extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não 
atinge os efeitos secundários, penais ou ____________________. 
A-O perdão judicial / políticos 
B-A anistia / pecuniários 
C-O indulto / extrapenais 
D-O indulto / processuais 
E-A prescrição / cíveis 
2- 2022 - FGV - PC-AM - FGV - 2022 - PC-AM - Escrivão de Polícia - 4ª Classe 
Vitor, à época um senhor de 68 anos, foi preso em flagrante ao ser abordado em blitz da policial militar 
dirigindo um veículo roubado, no dia 07 de setembro de 2018, pelo crime de receptação. Vitor foi 
denunciado, tendo a denúncia sido recebida em 05 de janeiro de 2019. Em 08 de novembro de 2020, Vitor 
foi condenado à pena privativa de liberdade de 1 ano. Como não foi interposto recurso de apelação, o 
processo transitou em julgado sem chegar à segunda instância. Após permanecer foragido, Vitor foi 
finalmente preso, tendo a execução penal se iniciado em 30 de janeiro de 2021. 
Considerando as informações esposadas, assinale a afirmativa correta. 
A-Não ocorreu extinção da punibilidade pela prescrição. 
B-Ocorreu prescrição da pretensão executória. 
C-Ocorreu prescrição intercorrente. 
D-Ocorreu prescrição retroativa. 
E-O crime em questão é imprescritível. 
3 - 2022 - FGV - PC-AM - FGV - 2022 - PC-AM - Investigador de Polícia 
Kelly ajuizou queixa-crime em face de seu ex-namorado Daniel em razão de declarações atentatórias à sua 
honra, com caráter misógino, nas redes sociais, imputando-lhes os crimes de injúria e difamação. Após ser 
citado por oficial de justiça, Daniel manifestou-se publicamente nas mesmas redes sociais em pedido de 
desculpas a Kelly. 
Diante do cenário exposto, assinale a afirmativa correta. 
A-Poderá ser caracterizada a extinção da punibilidade pela retratação apenas quanto ao crime de difamação. 
B-A retratação não é cabível, pois Daniel manifestou-se somente após a citação. 
C-Tendo em vista a retratação realizada por Daniel, poderá ser decretar a extinção da punibilidade dos crimes 
de injúria e difamação. 
D-Quanto ao crime de injúria, Kelly poderá conceder o perdão do ofendido independentemente da vontade 
de Daniel, por se tratar de ato unilateral. 
E-Kelly poderá conceder perdão do ofendido quanto aos crimes de injúria e difamação. 
4 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova Anulada 
Quanto às disposições constitucionais aplicáveis ao direito penal, julgue o item subsequente. 
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Não é possível a concessão de indulto a condenados por crime comum que sejam igualmente condenados 
em definitivo por crimes hediondos. 
Certo 
Errado 
5- 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil 
Nos termos da lei, ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime. A esse 
fenômeno, denomina-se abolitio criminis. Acerca do tema, assinale a alternativa correta. 
A-A abolitio criminis descriminaliza conduta antes tipificada pela lei penal. Não se trata, contudo, de hipótese 
de extinção de punibilidade, mas de novatio legis in mellius, que deve retroagir a todos. 
B-A abolitio criminis descriminaliza conduta antes tipificada pela lei penal. Tem como efeito a extinção de 
punibilidade e retroage a todos, fazendo cessar os efeitos penais de eventual sentença condenatória. Os 
efeitos civis, contudo, permanecem. 
C-A abolitio criminis descriminaliza conduta antes tipificada pela lei penal. Como se trata de novatio legis in 
mellius, faz cessar todos os efeitos, penais e civis, de eventual sentença condenatória. 
D-Em hipótese de abolitio criminis, o indivíduo que porventura esteja cumprindo pena privativa de liberdade 
pelo delito objeto da descriminalização da conduta, deverá ser imediatamente posto em liberdade. Todavia, 
perderá sua primariedade. 
E-Em hipótese de abolitio criminis, aquele que já cumpriu pena pelo delito objeto da descriminalização nada 
poderá aproveitar, pois sua extinção de punibilidade já se deu pelo efetivo cumprimento de sua pena. 
6 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES- INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador 
Nos termos do artigo 107 do Código Penal, extingue-se a punibilidade 
A-pela anistia, mas não pela graça ou indulto. 
B-pelo perdão aceito, nos crimes de ação penal pública. 
C-pela prescrição e decadência, mas não pela perempção. 
D-pela retroatividade de lei que não mais considera o fato criminoso. 
E-pela retratação do agente, em qualquer delito contra o patrimônio. 
7 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia 
A respeito do perdão constitucional anistia, assinale a alternativa correta. 
A-Lei posterior poderá revogar lei anterior concessiva de anistia. 
B-A lei que conceder anistia será imune ao controle de constitucionalidade. 
C-Via de regra, o beneficiário da anistia não poderá recusá-la. Contudo a recusa torna-se possível caso a 
anistia seja condicionada, bastando que o destinatário recuse as condições impostas. 
D-Deve se operar a anistia antes do trânsito em julgado da sentença penal, não se admitindo a sua concessão 
após o trânsito em julgado da sentença penal em respeito ao instituto da coisa julgada. 
E-A anistia guarda relação com as pessoas envolvidas, ao passo que a graça e o indulto são destinados a fatos. 
8 - 2018 - VUNESP - PC-BA - VUNESP - 2018 - PC-BA - Investigador de Polícia 
Acácio, no dia 19 de fevereiro de 2018 (segunda-feira), foi vítima do crime de difamação. O ofensor foi seu 
vizinho Firmino. Trata-se de crime de ação privada, cujo prazo decadencial (penal) para o oferecimento da 
petição inicial é de 6 meses a contar do conhecimento da autoria do crime. Sobre a contagem do prazo, qual 
seria o último dia para o oferecimento da queixa-crime? 
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A-17 de agosto de 2018 (sexta-feira). 
B-18 de agosto de 2018 (sábado). 
C-19 de agosto de 2018 (domingo). 
D-20 de agosto de 2018 (segunda-feira). 
E-21 de agosto de 2018 (terça-feira). 
9 - 2015 - VUNESP - PC-CE - VUNESP - 2015 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil de 1a Classe 
No tocante às disposições previstas no Código Penal relativas à prescrição penal, causa de extinção da 
punibilidade, é correto afirmar que 
A-no caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo 
tempo total da pena 
B-depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu 
recurso, a prescrição regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime 
C-antes de transitar em julgado a sentença final, a prescrição começa a correr do oferecimento da denúncia. 
D-depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu 
recurso, a prescrição regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial 
data anterior à da denúncia ou queixa. 
E-nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação da 
pena resultante da conexão. 
10 - 2014 - Aroeira - PC-TO - Aroeira - 2014 - PC-TO - Escrivão de Polícia Civil 
É causa extintiva da punibilidade do agente, a 
A-obediência à ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico. 
B-emoção ou a paixão. 
C-coação física irresistível. 
D-retroatividade de lei que deixa de considerar o fato como criminoso. 
Outras Questões Propostas 
11 2022 - FGV - SEAD-AP Provas: FGV - 2022 - SEAD-AP - Papiloscopista - Edital nº 1 
Juliana, 29 anos, sorrateiramente subtraiu considerável quantia em dinheiro de seu pai, Afrânio, 62 anos, 
para adquirir um carro seminovo com o qual sonhava. 
Nesse caso, é correto afirmar que Juliana 
A-praticou conduta atípica, pois é herdeira de seu pai. 
B-é isenta de pena, visto que praticou crime de furto em prejuízo de seu ascendente. 
C-não é isenta de pena. 
D-não cometeu crime por ter agido em exercício regular de direito. 
E-praticou crime impossível, visto que foi em prejuízo de seu pai. 
12 - 2022 - VUNESP - PC-SP - VUNESP - 2022 - PC-SP - Escrivão de Polícia 
Tício, técnico em manutenção de equipamentos, de forma imperita, instalou, em sua própria casa, suporte 
de ar-condicionado não compatível com o peso do aparelho que, passados poucos dias da instalação, 
desprendeu-se da parede, vindo a atingir seu próprio filho, que brincava no quintal. A criança, atingida na 
cabeça, teve traumatismo craniano, com sequela de convulsões periódicas. 
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Haja vista a situação hipotética, assinale a alternativa correta. 
A-Tício praticou o crime de lesão corporal culposa, com causa de aumento em razão de a vítima ser criança, 
nos exatos termos do parágrafo 7º, do artigo 129, CP. 
B-Tício praticou o crime de lesão corporal, de natureza grave, nos termos do parágrafo 1º, do artigo 129, CP. 
C-Ticio praticou o crime de lesão corporal, nos exatos termos do “caput”, do artigo 129, do CP. 
D-A Tício, dadas as circunstâncias, é possível a aplicação de perdão judicial, nos exatos termos do parágrafo 
8º do artigo 129, CP. 
E-Tício praticou o crime de lesão corporal culposa, de natureza grave, nos exatos termos do artigo 129, 
parágrafo 6º, do CP 
13 - 2022 - FGV - PC-AM - FGV - 2022 - PC-AM - Escrivão de Polícia - 4ª Classe 
No dia 29 de junho de 2021, Maria, nascida em 20 de maio de 1944, foi vítima de um golpe, entregando a 
um estelionatário 10 mil reais, após ser induzida a erro pelo golpista. Hesita em procurar a polícia, mas o fato 
é comunicado à autoridade policial por uma vizinha da vítima. 
A propósito do início do inquérito policial que apura o crime de estelionato, no caso em questão, é correto 
afirmar que a autoridade policial 
A-só pode instaurar inquérito se houver representação da ofendida, pois o crime em questão é de ação penal 
pública condicionada. 
B-pode instaurar inquérito independentemente da representação da ofendida, pois o crime de estelionato 
praticado contra maior de 70 anos é de ação penal pública incondicionada. 
C-pode instaurar inquérito sem a representação da ofendida, independentemente de sua idade, pois em 
qualquer caso a ação penal no crime de estelionato é pública incondicionada. 
D-pode instaurar inquérito sem a representação da ofendida, pois qualquer investigação criminal pode ser 
iniciada de ofício pela autoridade policial, não se exigindo manifestação da vítima. 
E-só pode instaurar inquérito se houver requerimento da ofendida, pois o crime em questão é de ação penal 
privada. 
14 - 2022 - FGV - PC-AM - FGV - 2022 - PC-AM - Investigador de Polícia 
O crime de Estelionato, após recente alteração legislativa empreendida pela Lei nº 13.964/19, sofreu 
mudança no que diz respeito ao tipo de ação penal, que anteriormente era pública incondicionada em todos 
os casos. Com a mudança, o crime de estelionato passou a ser de ação penal pública condicionada à 
representação do ofendido, preservando, no entanto, algumas hipóteses de ação penal pública 
incondicionada, todas previstas no §5º do Art. 171. 
Dentre tais hipóteses não encontramos estelionato cometido contra 
A-a Administração Pública indireta. 
B-adolescente. 
C-pessoa com deficiência mental. 
D-pessoa maior de 60 anos. 
E-pessoa incapaz. 
15 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Agente de Polícia - Prova 
Anulada 
Acerca dos crimes contra a pessoa, julgue o item que se segue. 
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O crime de ameaça praticado por marido contra a sua esposa é processado por ação penal pública 
incondicionada, dispensando-se a representação da vítima. 
Certo 
Errado 
16 - 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil 
Rita é trabalhadora rural no interiordo nordeste brasileiro e, já sendo mãe solo de três filhos, todos menores 
de seis anos de idade, um deles portador de microcefalia, descobre que está grávida pela quarta vez. Não 
bastasse isso, Rita ainda descobre que o bebê dessa gestação também é portador de microcefalia. 
Desesperada, pois já vive abaixo da linha da pobreza, Rita percebe que não terá como sustentar e dar a 
atenção necessária à outra criança que vai nascer, razão pela qual pratica um aborto. 
Nessa hipótese, a respeito da situação de Rita, é correto afirmar que é possível alegar 
A-que Rita agiu no exercício regular de um direito, o que exclui a ilicitude da conduta. 
B-a tese de que Rita agiu em legítima defesa, o que exclui a ilicitude da conduta. 
C-que não houve dolo na conduta de Rita, o que exclui a tipicidade da conduta. 
D-uma causa supralegal de inexigibilidade de conduta diversa, o que exclui a culpabilidade. 
E-o perdão judicial, que vai isentar Rita de pena. 
17 - 2017 - FAPEMS - PC-MS - FAPEMS - 2017 - PC-MS - Escrivão de Polícia Judiciária 
Segundo o conceito analítico o crime é composto por três elementos: fato típico, antijurídico e culpável. 
Sendo a culpabilidade, dessa forma, elemento essencial para a caracterização do crime, marque alternativa 
correta. 
A-Aquele que pratica crime considerado hediondo poderá receber pena privativa de liberdade, mesmo que 
seja absolutamente incapaz de compreender a ilicitude de seu ato, desde que tenha capacidade de se 
autodeterminar. 
B-As doenças que afetam as capacidades intelectiva e cognitiva da pessoa por si excluem a culpabilidade 
daquele que praticarem fatos ilícitos, mesmo que no momento da conduta o sujeito tenha capacidade de 
entender e compreender. 
C-Aos sujeito julgados incapazes para fins penais serão excluídas suas culpabilidades, sendo-lhes imputadas 
medidas de segurança que consistirão em privação de liberdade, prestação de serviços ou pagamento de 
pena de multa. 
D-Ao sujeito que, na condução de veículo automotor, mata outra pessoa estando completamente 
embriagado, sendo a embriaguez fruto de força maior, será excluída sua culpabilidade, não sendo possível a 
aplicação de pena. 
E-O menor de dezoito anos que pratica uma conduta ilícita somente será considerado inimputável se não 
tiver condições de compreender a ilicitude de sua conduta ou não tiver condições de se autodeterminar. 
18- 2017 - FAPEMS - PC-MS - FAPEMS - 2017 - PC-MS - Escrivão de Polícia Judiciária 
Na busca de verdade real e visando a dar segurança aos procedimentos judiciais ou administrativos, o 
legislador, dada a relevância do dano, previu como crime a conduta de fazer afirmação falsa, ou negar ou 
calar a verdade. Nesse sentido, sobre o crime de falso testemunho ou falsa perícia, previsto no artigo 342, 
caput, do Código Penal (CP), assinale a alternativa correta. 
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AÇÃO PENAL E CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
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A-A falsa afirmação feita pela testemunha ouvida durante o inquérito policial deixa de ser punível se o autor 
do falso se retrata ou declara a verdade perante autoridade judicial, mesmo após a sentença. 
B-O contador do juízo não pratica o crime previsto no artigo 342, caput, do CP, uma vez que não ostenta a 
qualidade de perito oficial, pois nomeado para elaborar cálculos relacionados ao processo em que se 
investiga fato criminoso. 
C-A testemunha que, compromissada, se engana sobre a realidade pela falsa percepção desta, não havendo 
qualquer intenção em comprometer a verdade dos fatos, comete o crime do artigo 342 do CP na forma 
culposa. 
D-O coautor de crime que em seu interrogatório mente sobre a prática da conduta ou a existência do fato, 
impedindo com isso que seja esclarecida a verdade, não pratica crime de falso testemunho. 
E-Na garantia da verdade real, a falsa perícia é caracterizada na modalidade culposa, quando o perito, mesmo 
com qualidade técnica, profere parecer sobre determinado fato incorrendo em erro, sem agir, portanto, 
dolosamente. 
19 - 2013 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE - 2013 - PC-DF - Agente de Polícia 
Em relação ao direito penal, julgue os próximos itens. 
A abolitio criminis faz cessar todos os efeitos penais, principais e secundários, subsistindo os efeitos civis. 
Certo 
Errado 
20 - 2013 - CESPE / CEBRASPE - PC-DF - CESPE - 2013 - PC-DF - Escrivão de Polícia 
Acerca do direito penal, julgue os itens subsecutivos. 
Na contagem dos prazos de prescrição e decadência, e assim também na contagem do prazo de cumprimento 
da pena privativa de liberdade, deve-se incluir o dia do começo. 
Certo 
Errado 
Respostas1 
1 1: C 2: A 3: A 4: E 5: B 6: D 7: C 8: A 9: D 10: D 11: C 12: D 13: B 14: D 15: E 16: D 17: D 18: D 19: C 20: C 
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Comentários 
1 - 2022 - INSTITUTO AOCP - PC-GO - INSTITUTO AOCP - 2022 - PC-GO - Agente de Polícia 
Preencha as lacunas e assinale a alternativa correta. 
_____________________ extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não 
atinge os efeitos secundários, penais ou ____________________. 
A-O perdão judicial / políticos 
B-A anistia / pecuniários 
C-O indulto / extrapenais 
D-O indulto / processuais 
E-A prescrição / cíveis 
COMENTÁRIOS 
Resposta: C 
Súmula 631-STJ: O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas 
não atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais.
A – Errada – O perdão judicial extingue tanto os efeitos primários quanto os secundários. 
B – Errada – A anistia extingue totalmente a punibilidade, geralmente para crimes políticos. 
C – Certa – O indulto extingue os efeitos primários, mas mantém os efeitos secundários penais ou 
extrapenais. 
D – Errada – O indulto não se refere à extinção de efeitos processuais. 
E – Errada – A prescrição não extingue efeitos "cíveis", mas extrapenais. 
2- 2022 - FGV - PC-AM - FGV - 2022 - PC-AM - Escrivão de Polícia - 4ª Classe 
Vitor, à época um senhor de 68 anos, foi preso em flagrante ao ser abordado em blitz da policial militar 
dirigindo um veículo roubado, no dia 07 de setembro de 2018, pelo crime de receptação. Vitor foi 
denunciado, tendo a denúncia sido recebida em 05 de janeiro de 2019. Em 08 de novembro de 2020, Vitor 
foi condenado à pena privativa de liberdade de 1 ano. Como não foi interposto recurso de apelação, o 
processo transitou em julgado sem chegar à segunda instância. Após permanecer foragido, Vitor foi 
finalmente preso, tendo a execução penal se iniciado em 30 de janeiro de 2021. 
Considerando as informações esposadas, assinale a afirmativa correta. 
A-Não ocorreu extinção da punibilidade pela prescrição. 
B-Ocorreu prescrição da pretensão executória. 
C-Ocorreu prescrição intercorrente. 
D-Ocorreu prescrição retroativa. 
E-O crime em questão é imprescritível. 
COMENTÁRIOS 
Resposta: A 
A - Certa - Não ocorreu extinção da punibilidade pela prescrição, pois Vitor foi preso e a execução penal 
começou antes do prazo prescricional de 4 anos, conforme o art. 109, V, do CP. Além disso, Vitor tinha 68 
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anos à época da prisão, e a redução do prazo prescricional só se aplicaria caso ele tivesse 70 anos ou mais 
no momento da sentença condenatória, o que não ocorreu. 
B - Errada - Não ocorreu prescrição da pretensão executória, pois a execução penal foi iniciada em 30 de 
janeiro de 2021, dentro do prazo de prescrição. 
C - Errada - Não houve prescrição intercorrente, pois, a execução da pena foi iniciada dentro do prazo 
legal. 
D - Errada - Não ocorreu prescrição retroativa, pois o tempo entre os marcos processuais relevantes não 
foi suficiente para que a punibilidade fosse extinta retroativamente. 
E - Errada - O crime de receptaçãonão é imprescritível, pois a receptação não está entre os crimes 
considerados imprescritíveis pela Constituição (racismo e ação de grupos armados contra o Estado). 
3 - 2022 - FGV - PC-AM - FGV - 2022 - PC-AM - Investigador de Polícia 
Kelly ajuizou queixa-crime em face de seu ex-namorado Daniel em razão de declarações atentatórias à sua 
honra, com caráter misógino, nas redes sociais, imputando-lhes os crimes de injúria e difamação. Após ser 
citado por oficial de justiça, Daniel manifestou-se publicamente nas mesmas redes sociais em pedido de 
desculpas a Kelly. 
Diante do cenário exposto, assinale a afirmativa correta. 
A-Poderá ser caracterizada a extinção da punibilidade pela retratação apenas quanto ao crime de difamação. 
B-A retratação não é cabível, pois Daniel manifestou-se somente após a citação. 
C-Tendo em vista a retratação realizada por Daniel, poderá ser decretar a extinção da punibilidade dos crimes 
de injúria e difamação. 
D-Quanto ao crime de injúria, Kelly poderá conceder o perdão do ofendido independentemente da vontade 
de Daniel, por se tratar de ato unilateral. 
E-Kelly poderá conceder perdão do ofendido quanto aos crimes de injúria e difamação. 
COMENTÁRIOS 
Resposta: A 
A - Certa - A retratação só pode extinguir a punibilidade no caso de difamação ou calúnia, desde que 
ocorra antes da sentença e seja completa, conforme o art. 143 do Código Penal. Não cabe retratação no 
crime de injúria (honra subjetiva), nem exceção da verdade. 
B - Errada - A retratação é cabível mesmo após a citação, desde que seja antes da sentença, no caso de 
difamação e calúnia, conforme o art. 143 do CP. 
C - Errada - A retratação não extingue a punibilidade dos crimes de injúria e difamação simultaneamente, 
pois não cabe retratação para injúria. 
D - Errada - O perdão do ofendido no crime de injúria depende da aceitação do ofensor, sendo um ato 
bilateral, não unilateral. 
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E - Errada - O perdão do ofendido depende da aceitação de Daniel em ambos os crimes, tornando-se um 
ato bilateral. 
4 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - PC-AL - CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova Anulada 
Quanto às disposições constitucionais aplicáveis ao direito penal, julgue o item subsequente. 
Não é possível a concessão de indulto a condenados por crime comum que sejam igualmente condenados 
em definitivo por crimes hediondos. 
Certo 
Errado 
COMENTÁRIOS 
Resposta: Errado 
O indulto pode ser concedido para o crime comum, mesmo que o condenado tenha sido sentenciado por 
crime hediondo, desde que o indulto se aplique apenas ao crime comum. O STJ permite a comutação de 
penas e o indulto nessas circunstâncias. 
5- 2021 - IDECAN - PC-CE - IDECAN - 2021 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil 
Nos termos da lei, ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime. A esse 
fenômeno, denomina-se abolitio criminis. Acerca do tema, assinale a alternativa correta. 
A-A abolitio criminis descriminaliza conduta antes tipificada pela lei penal. Não se trata, contudo, de hipótese 
de extinção de punibilidade, mas de novatio legis in mellius, que deve retroagir a todos. 
B-A abolitio criminis descriminaliza conduta antes tipificada pela lei penal. Tem como efeito a extinção de 
punibilidade e retroage a todos, fazendo cessar os efeitos penais de eventual sentença condenatória. Os 
efeitos civis, contudo, permanecem. 
C-A abolitio criminis descriminaliza conduta antes tipificada pela lei penal. Como se trata de novatio legis in 
mellius, faz cessar todos os efeitos, penais e civis, de eventual sentença condenatória. 
D-Em hipótese de abolitio criminis, o indivíduo que porventura esteja cumprindo pena privativa de liberdade 
pelo delito objeto da descriminalização da conduta, deverá ser imediatamente posto em liberdade. Todavia, 
perderá sua primariedade. 
E-Em hipótese de abolitio criminis, aquele que já cumpriu pena pelo delito objeto da descriminalização nada 
poderá aproveitar, pois sua extinção de punibilidade já se deu pelo efetivo cumprimento de sua pena. 
COMENTÁRIOS 
Resposta: B 
A – Errada – A abolitio criminis extingue a punibilidade, não é uma novatio legis in mellius. 
B – Certa – A abolitio criminis extingue a punibilidade, retroage e mantém os efeitos civis. 
C – Errada – A abolitio criminis não extingue os efeitos civis, apenas os penais. 
D – Errada – A abolitio criminis não faz a pessoa perder a primariedade. 
E – Errada – Mesmo após cumprir a pena, a abolitio criminis beneficia a pessoa, extinguindo os efeitos 
penais. 
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6 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador 
Nos termos do artigo 107 do Código Penal, extingue-se a punibilidade 
A-pela anistia, mas não pela graça ou indulto. 
B-pelo perdão aceito, nos crimes de ação penal pública. 
C-pela prescrição e decadência, mas não pela perempção. 
D-pela retroatividade de lei que não mais considera o fato criminoso. 
E-pela retratação do agente, em qualquer delito contra o patrimônio. 
COMENTÁRIOS 
Resposta: D 
CP 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; 
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
A – Errada – A punibilidade se extingue tanto pela anistia, quanto pela graça ou indulto (art. 107, II, CP). 
B – Errada – O perdão aceito extingue a punibilidade somente nos crimes de ação penal privada, não em 
ação pública (art. 107, V, CP). 
C – Errada – A punibilidade pode se extinguir pela prescrição, decadência e perempção (art. 107, IV, CP). 
D – Certa – A punibilidade se extingue pela retroatividade de lei que não mais considera o fato criminoso (art. 
107, III, CP). 
E – Errada – A retratação do agente só extingue a punibilidade nos casos em que a lei admite, e não em 
qualquer delito contra o patrimônio (art. 107, VI, CP). 
7 - 2019 - INSTITUTO AOCP - PC-ES - INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia 
A respeito do perdão constitucional anistia, assinale a alternativa correta. 
A-Lei posterior poderá revogar lei anterior concessiva de anistia. 
B-A lei que conceder anistia será imune ao controle de constitucionalidade. 
C-Via de regra, o beneficiário da anistia não poderá recusá-la. Contudo a recusa torna-se possível caso a 
anistia seja condicionada, bastando que o destinatário recuse as condições impostas. 
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D-Deve se operar a anistia antes do trânsito em julgado da sentença penal, não se admitindo a sua concessão 
após o trânsito em julgado da sentença penal em respeito ao instituto da coisa julgada. 
E-A anistia guarda relação com as pessoas envolvidas, ao passo que a graça e o indulto são destinados a fatos. 
COMENTÁRIOS 
Resposta: C 
A – Errada – Uma lei posterior não pode revogar uma lei concessiva de anistia, devido à proibição da 
retroatividade maléfica. 
B – Errada – A lei que concede anistia não é imune ao controle de constitucionalidade. Caso a anistia viole 
normas constitucionais, poderá ser declarada inconstitucional. 
C – Certa – Via de regra, o beneficiário da anistia não pode recusá-la. Contudo, se a anistia for 
condicionada, o destinatário pode recusar as condições impostas, tornando a recusa possível. 
D – Errada – A anistia pode ser concedida tanto antes quanto após o trânsito em julgado da sentença, 
como previsto na anistia imprópria. 
E – Errada– A anistia é destinada a fatos, enquanto a graça e o indulto são relacionados a pessoas, e não 
o contrário. 
8 - 2018 - VUNESP - PC-BA - VUNESP - 2018 - PC-BA - Investigador de Polícia 
Acácio, no dia 19 de fevereiro de 2018 (segunda-feira), foi vítima do crime de difamação. O ofensor foi seu 
vizinho Firmino. Trata-se de crime de ação privada, cujo prazo decadencial (penal) para o oferecimento da 
petição inicial é de 6 meses a contar do conhecimento da autoria do crime. Sobre a contagem do prazo, qual 
seria o último dia para o oferecimento da queixa-crime? 
A-17 de agosto de 2018 (sexta-feira). 
B-18 de agosto de 2018 (sábado). 
C-19 de agosto de 2018 (domingo). 
D-20 de agosto de 2018 (segunda-feira). 
E-21 de agosto de 2018 (terça-feira). 
COMENTÁRIOS 
Resposta: A 
A – Certa – O último dia útil para o oferecimento da queixa-crime é 17 de agosto de 2018 (sexta-feira), 
pois o prazo de seis meses se encerra em 18 de agosto, um sábado. Como os prazos penais não se 
prorrogam para o final de semana, a queixa-crime deve ser oferecida até o último dia útil anterior. 
B – Errada – 18 de agosto de 2018 (sábado) não é o último dia útil, já que prazos penais não se prorrogam 
para fins de semana. 
C – Errada – 19 de agosto de 2018 (domingo) é um dia não útil, portanto, não seria o prazo final para o 
oferecimento da queixa-crime. 
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D – Errada – 20 de agosto de 2018 (segunda-feira) seria o primeiro dia útil após o fim do prazo, e não o 
último dia para o oferecimento da queixa-crime. 
E – Errada – 21 de agosto de 2018 (terça-feira) já está fora do prazo de seis meses, que encerrou em 17 de 
agosto de 2018. 
9 - 2015 - VUNESP - PC-CE - VUNESP - 2015 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil de 1a Classe 
No tocante às disposições previstas no Código Penal relativas à prescrição penal, causa de extinção da 
punibilidade, é correto afirmar que 
A-no caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo 
tempo total da pena 
B-depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu 
recurso, a prescrição regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime 
C-antes de transitar em julgado a sentença final, a prescrição começa a correr do oferecimento da denúncia. 
D-depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu 
recurso, a prescrição regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial 
data anterior à da denúncia ou queixa. 
E-nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação da 
pena resultante da conexão. 
COMENTÁRIOS 
Resposta: D 
A – Errada – A prescrição, no caso de fuga ou revogação do livramento condicional, é pelo tempo 
restante da pena, não pelo total. 
B – Errada – A prescrição, após o trânsito em julgado para a acusação, é regulada pela pena aplicada, 
não pela pena máxima cominada. 
C – Errada – A prescrição, antes do trânsito em julgado, é regulada pelo máximo da pena cominada ao 
crime, não pelo oferecimento da denúncia. 
D – Certa – Após o trânsito em julgado para a acusação, a prescrição é regulada pela pena aplicada e não 
pode ter início antes da denúncia ou queixa. 
E – Errada – A extinção da punibilidade de um crime não se estende aos crimes conexos. 
10 - 2014 - Aroeira - PC-TO - Aroeira - 2014 - PC-TO - Escrivão de Polícia Civil 
É causa extintiva da punibilidade do agente, a 
A-obediência à ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico. 
B-emoção ou a paixão. 
C-coação física irresistível. 
D-retroatividade de lei que deixa de considerar o fato como criminoso. 
COMENTÁRIOS 
Resposta: D 
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A – Errada – A obediência à ordem de superior hierárquico, não manifestamente ilegal, é uma excludente 
de ilicitude, e não uma causa extintiva da punibilidade. 
B – Errada – A emoção ou a paixão não são causas de exclusão da culpabilidade nem de extinção da 
punibilidade. 
C – Errada – A coação física irresistível é uma causa de exclusão da culpabilidade, mas não é uma causa de 
extinção da punibilidade. 
D – Certa – A retroatividade de lei que deixa de considerar o fato como criminoso (abolitio criminis) é uma 
causa de extinção da punibilidade, conforme o art. 107, III, do Código Penal. 
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http://www.iceni.com/infix.htmjustiça. 
▪ No entanto, ainda que haja tal manifestação, o MP não é obrigado a oferecer 
denúncia, apenas não pode oferecer sem ela. 
● Privada: A titularidade da persecução criminal pertence ao particular ofendido. 
Pode ser: 
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o Exclusivamente privada; 
o Personalíssima; 
o Subsidiária da pública. 
Regra: Ação penal pública incondicionada. 
* ATENÇÃO: Os crimes de lesões corporais leves e culposas no contexto da Lei Maria da Penha são 
de ação penal pública incondicionada. 
Súmula 542, STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de 
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada. 
1.2 Condições da Ação Penal 
São requisitos mínimos indispensáveis ao julgamento da causa. 
a) Condições genéricas da ação: 
● Possibilidade jurídica do pedido: O fato deve encontrar amparo no direito; 
● Interesse de agir: 
o Necessidade; 
o Adequação; 
o Utilidade da ação penal. 
* ATENÇÃO: O TAC entre MP e autor de crime contra o meio ambiente é causa suspensiva de 
punibilidade interrompendo o período de prescrição. 
● Legitimidade: ativa: via de regra o MP. Sendo ação privada, a vítima. Já a ativa, via de regra, é a 
pessoa física autora do delito, podendo ser pessoa jurídica em crimes ambientais; 
● Justa causa: É o fumus comissi delicti para o exercício da função penal. É o lastro probatório mínimo. 
b) Condições específicas (de procedibilidade): 
● Representação do ofendido; 
● Requisição do Ministro da Justiça; 
● Sentença anulatória de casamento, no crime do art. 236, do CP; 
● Ingresso no país do autor do crime praticado no estrangeiro; 
● Declaração de procedência da acusação pela Câmara dos Deputados, no julgamento do Presidente 
da República; 
● Sentença que decreta a falência, nas ações falimentares. 
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1.2.1. Representação do ofendido 
É condição de procedibilidade para o exercício da ação penal pública condicionada à representação, 
pela qual o ofendido informa a prática do crime e postula que seja instaurada a persecução penal. 
a) Prazo: Em regra, deve ser oferecida no prazo decadencial de 6 (seis) meses, contados do conhecimento 
da autoria (art. 38 do CPP). 
Se a ação penal privada for subsidiária da pública, o prazo é contado do dia em que se esgotar o prazo
para o oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público (art. 38, parte final, do CPP). 
No crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento, o prazo começa do trânsito 
em julgado da sentença que anulou o casamento. Além disso, por se tratar de ação penal privada 
personalíssima, caso haja a morte do ofendido, extingue-se a punibilidade. 
b) Capacidade Processual: A representação pode ser feita pessoalmente ou por procurador maior de 18 
anos, desde que possua poderes especiais. 
* ATENÇÃO: 
● Súmula 594 STF: Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, 
independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal; 
● Pessoas jurídicas: Se vítimas de infrações penais, podem oferecer representação por quem os 
respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-
gerentes. 
c) Destinatários: Autoridade policial, juiz ou membro do Ministério Público. 
Apresentada a representação ao MP, há uma vinculação, não podendo alargá-la para, por exemplo, 
incluir crime não mencionado. No entanto, pode enquadrar a conduta em dispositivo legal do apontado pela 
vítima. 
A representação oferecida contra um dos autores ou partícipes de uma infração penal permite que 
o Ministério Público a considere para todos os demais, por força do princípio da obrigatoriedade da ação 
penal, conforme já decidiu o STF. 
d) Retratação: É cabível até o oferecimento da denúncia (art. 25, CPP). 
Na Lei Maria da Penha, a retratação da vítima demanda audiência especial, com oitiva do juiz e MP, 
e é admissível até o recebimento da inicial acusatória. 
1.2.2. Requisição do Ministro da Justiça 
É ato de conveniência política, autorizando a persecução penal em alguns crimes. 
a) Prazo: A lei é omissa. Logo, pode ocorrer desde que não extinta a punibilidade; 
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b) Destinatário: MP (PGJ); 
c) Há discricionariedade do Ministro da Justiça e a requisição NÃO vincula o MP. 
d) Hipóteses: 
● Crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil; 
● Crimes contra a honra praticados contra o Presidente ou Chefe de Governo Estrangeiro. 
1.3. Princípios da Ação Penal Pública 
● Obrigatoriedade ou legalidade: O MP, titular da ação penal pública, está obrigado a oferecê-la, 
sempre que constatar a presença de prova da materialidade e indícios de autoria ou participação. A 
exceção se dá nas infrações de menor potencial ofensivo, em que o MP pode propor transação penal; 
● Indisponibilidade: O MP NÃO pode desistir da ação penal; 
● Oficialidade: O titular da ação é o órgão oficial do Estado; 
● Indivisibilidade ou divisibilidade: Não é pacífico sobre o que prevalece na ação penal pública. A ação 
penal deve se estender a todos aqueles que praticaram a infração penal. No entanto, o STF já 
entendeu que a ação penal pública estaria regida pelo princípio da divisibilidade, pois o processo 
poderia ser desmembrado, com o oferecimento de denúncia contra um ou mais réu, e posterior 
aditamento para inclusão de outros; 
● Oficiosidade: O MP, titular da ação penal, pode agir de ofício, não dependendo da autorização de 
ninguém. 
1.4. Ação Penal Privada 
Ocorre quando o Estado legitima o ofendido ou seu representante legal a ingressar com ação penal, 
pleiteando a condenação do agressor, em hipóteses excepcionais. O particular, portanto, passa a ter o direito 
de ação, a legitimidade para o oferecimento da ação penal privada, embora a titularidade do direito de punir 
permaneça com o Estado. 
a) Princípios: 
● Oportunidade e conveniência: Compete à vítima ou ao seu representante analisar a conveniência e 
oportunidade para o exercício da ação. 
o A vítima dispõe do prazo decadencial de 06 (seis) meses para o exercício da ação privada, 
contados do conhecimento do responsável pelo delito, sob pena de extinção da punibilidade 
(art. 107, IV, CP); (exceção: crime de induzimento a erro essencial e ocultação de 
impedimento - trânsito em julgado da sentença que anulou o casamento). 
o A renúncia da vítima é ato irretratável, incidindo nesse aspecto de oportunidade e 
conveniência, ensejando a extinção da punibilidade. 
● Disponibilidade: Iniciada a ação penal privada, a vítima pode dispor do direito de ação e desistir do 
feito já em curso, pelos seguintes institutos: 
o Perdão: Ato de liberalidade, que requer a aceitação pelo réu (ato bilateral); 
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o Perempção: É sanção processual pela desídia do querelante na ação privada (art. 60, CPP); 
● Indivisibilidade: Proposta ação penal privada, o querelante deve promovê-la contra todos os que 
contribuíram para o delito, não podendo deixar de processar os que sabidamente concorreram para 
a prática do crime. Caso ofereça renúncia em relação a um, será reconhecida a extinção da 
punibilidade de todos os agentes 
● Intranscendência ou pessoalidade: Os efeitos da ação penal privada são de natureza pessoal, não 
podendo atingir outras pessoas que não aquelas que contribuíram para o delito. 
b) Legitimidade ativa: É do ofendido ou o seu representante legal (art. 30 do CPP). 
-Se houver morte ou declaração de ausência do ofendido, passam a ter legitimidadeativa o cônjuge, 
ascendentes, descendentes e irmãos, nesta ordem de preferência (art. 31 do CPP), embora qualquer um 
possa prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone (art. 36 do CPP). 
Relevante julgado do STJ ventilado no informativo 654 (09/2019), estendendo o direito à 
representação ao companheiro. 
A companheira, em união estável homoafetiva reconhecida, goza do mesmo 
status de cônjuge para o processo penal, possuindo legitimidade para ajuizar a
ação penal privada. 
No caso, trata-se de crime de calúnia contra pessoa morta, o que aponta que os 
querelantes – mãe, pai, irmã e companheira em união estável da vítima falecida –
são partes legítimas para ajuizar a ação penal privada, nos termos do art. 24, § 1º, 
do CPP. Cumpre anotar que a companheira, em união estável reconhecida, goza do
mesmo status de cônjuge para o processo penal, podendo figurar como legítima
representante da falecida. Vale ressaltar que a interpretação extensiva da norma
processual penal tem autorização expressa do art. 3º do CPP ("a lei processual penal 
admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento 
dos princípios gerais de direito"). Ademais, o STF, ao apreciar o tema 498 da 
repercussão geral, reconheceu a "inexistência de hierarquia ou diferença de 
qualidade jurídica entre as duas formas de constituição de um novo e 
autonomizado núcleo doméstico, aplicando-se à união estável entre pessoas do 
mesmo sexo as mesmas regras e mesmas consequências da união estável 
heteroafetiva" (RE 646.721, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. Acd. Min. Roberto 
Barroso, Tribunal Pleno, julgado em 10/05/2017, DJe 11/09/2017). 
c) Renúncia: É ato unilateral do ofendido, e ocorre quando a vítima se recusa a tomar providência contra o 
seu agressor. 
● Opera-se até o oferecimento da ação penal; 
● É irretratável; 
● A renúncia feita para um agressor necessariamente beneficia os demais (art. 49, do CPP); 
● Pode ser expressa ou tácita (atos do ofendido incompatíveis com o desejo de processar o agressor). 
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RENÚNCIA PERDÃO 
Instituto pré-processual. Instituto processual. 
Ato unilateral. Ato bilateral. 
A renúncia feita a um dos agentes se estende 
aos demais (art. 49, CP). 
O perdão concedido a apenas um dos agentes 
delitivos não necessariamente se estende aos 
demais. 
Cabe a condenação do querelante em honorários advocatícios quando houver a rejeição da queixa-crime, 
por aplicação subsidiária do CPC. 
O princípio geral da sucumbência é aplicável no âmbito do processo penal quando se tratar de ação penal 
privada. Em outras palavras, é possível haver condenação em honorários advocatícios em ação penal 
privada. 
Assim, julgada improcedente a queixa-crime, é cabível a condenação do querelante ao pagamento dos 
honorários sucumbenciais ao advogado do querelado. 
Conclusão que se extrai da incidência dos princípios da sucumbência e da causalidade, o que permite a 
aplicação analógica do art. 85 do CPC/2015, conforme previsão constante no art. 3º do CPP. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 992.183/DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 07/06/2018. 
STJ. Corte Especial. EDcl na APn 881/DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 03/10/2018. 
Fonte: Dizer o direito. 
Atenção: O MP também pode recorrer da sentença condenatória em ações penais exclusivamente privadas, 
seja em favor ou desfavor do acusado, até mesmo pleiteando o aumento da pena fixada. Porém, haja vista 
que a ação penal privada é regida pelo princípio da disponibilidade, o MP não pode recorrer de sentença 
absolutória, caso o querelante não recorra. 
1.5. Procedimento 
Com o inquérito policial ou outras peças de informação, o MP pode adotar as seguintes hipóteses: 
● Oferecer denúncia; 
● Requisitar novas diligências, com retorno dos autos à DP, indispensáveis à denúncia; 
● Requerer/ promover o arquivamento; 
● Propor acordo de não persecução penal 
Enunciado 10, CJF: Recomenda-se a realização de práticas restaurativas nos 
acordos de não persecução penal, observada a principiologia das Resoluções n. 225 
do CNJ e 118/2014 do CNMP. 
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● Suscitar conflito de atribuição caso entenda não ter atribuição para atuar no feito; 
● E, ainda, declinar a atribuição para órgão do MP que entender ter atribuição no feito. 
Com a reforma produzida pela lei 13964/19, não há mais que se falar em arquivamento indireto ou 
arquivamento implícito, tendo em vista que o arquivamento passou a ser providência administrativa no 
âmbito do Ministério Público e não mais depende de decisão judicial. 
Entretanto, em medida cautelar na ADI 6298, o novo Art. 28 do CPP encontra-se com sua eficácia suspensa.
ARQUIVAMENTO INDIRETO X ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO 
Arquivamento indireto: O juiz, não concordando com o pedido de declinação de competência
formulado pelo MP, recebe tal manifestação como se fosse pedido de arquivamento, aplicando o 
art. 28, do CPP por analogia. 
● DICA: INDIRETO = INCOMPETÊNCIA. 
Arquivamento implícito: O titular da ação deixa de incluir na denúncia algum fato investigado ou 
alguns dos indiciados – NÃO é admitido pela doutrina e jurisprudência, devendo aplicar o art. 
28, do CPP. 
ATENÇÃO: Delegado não arquiva e nem manda arquivar inquérito. 
1.6. Denúncia ou Queixa Crime 
● Denúncia: É a peça privativa do Ministério Público que dá início à ação penal pública. 
● Queixa-crime: É a peça privativa do ofendido, de seu representante legal, seu sucessor ou ainda seu 
curador que dá início à ação penal privada. 
Súmula 714, STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do 
Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para ação penal por 
crime contra a honra de servidor público em razão de exercício de suas funções. 
Súmula 234, STJ: A participação de membro do Ministério Público na fase 
investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o 
oferecimento da denúncia. 
No momento da denúncia, prevalece o princípio do in dubio pro societate. 
STF. 1ª Turma. Inq 4506/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 
17/04/2018 (Info 898). 
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O princípio do in dubio pro societate significa que, na dúvida, havendo indícios mínimos da autoria, deve-se 
dar prosseguimento à ação penal, ainda que não se tenha certeza de que o réu foi o autor do suposto delito. 
Em uma tradução literal, seria algo como “na dúvida, em favor da sociedade”. 
O princípio do in dubio pro societate contrapõe-se ao princípio do in dubio pro reo (“na dúvida, em favor do 
réu”). 
Fonte: Dizer o direito. 
a) Requisitos formais da denúncia ou queixa crime: 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas 
as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se 
possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das 
testemunhas.
● Exposição do fato criminoso e suas circunstâncias; 
● Qualificação do acusado e demais esclarecimentos de identificação: Se os elementos são incertos 
ou incompletos, admite-se a utilização de elementos para a identificação física do acusado, a 
exemplo do sexo e estatura; 
● Classificação da infração: É o enquadramento típico; 
● Rol de testemunhas e demais diligências; 
● Nome e assinatura da parte acusadora. 
b) Não preenchimento dos requisitos formais: Se não preenchidos os requisitos formais da denúncia ou da 
queixa e isso implicar prejuízo à ampla defesa (vício insanável), deverá ocorrer a rejeição da inicial acusatória 
(art.395, I, CPP), bem como se faltar alguma condição da ação ou pressuposto processual ou se faltar justa 
causa à ação penal. 
- Decisão de rejeição da denúncia ou queixa: Cabe Recurso em sentido estrito (prazo de 05 dias). 
c) Prazos para oferecer a denúncia: 
Regra do CPP ● Réu preso: 05 dias; 
● Réu solto: 15 dias. 
Crimes eleitorais 10 dias 
Tráfico de drogas 10 dias 
Crimes contra a economia popular 2 dias 
Lei de falências Mesma regra do CPP. 
Se queixa crime: Prazo decadencial de 6 (seis) meses, contados a partir do conhecimento da autoria 
(art. 38, CPP), via de regra. 
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Atenção! Art. 42. O Ministério Público NÃO PODERÁ desistir da ação penal. 
Art. 576, CPP. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto. 
JURISPRUDÊNCIAS: 
→ Rejeição de queixa-crime desacompanhada de documentos hábeis a 
demonstrar, ainda que de modo indiciário, a autoria e a materialidade do crime.
Deve ser rejeitada a queixa-crime que, oferecida antes de qualquer procedimento 
prévio, impute a prática de infração de menor potencial ofensivo com base apenas 
na versão do autor e na indicação de rol de testemunhas, desacompanhada de 
Termo Circunstanciado ou de qualquer outro documento hábil a demonstrar, ainda 
que de modo indiciário, a autoria e a materialidade do crime. STJ. 5ª Turma. RHC 
61822-DF, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 17/12/2015 (Info 577). 
→ Queixa-crime deverá demonstrar o elemento subjetivo do agente. 
Deve ser rejeitada a queixa-crime que impute ao querelado a prática de crime 
contra a honra, mas que se limite a transcrever algumas frases, escritas pelo 
querelado em sua rede social, segundo as quais o querelante seria um litigante 
habitual do Poder Judiciário (fato notório, publicado em inúmeros órgãos de 
imprensa), sem esclarecimentos que possibilitem uma análise do elemento 
subjetivo da conduta do querelado consistente no intento positivo e deliberado de 
lesar a honra do ofendido. STJ. Corte Especial. AP 724-DF, Rel. Min. Og Fernandes, 
julgado em 20/8/2014 (Info 547). 
→ Denúncia – Princípio do in dubio pro societate. 
No momento da denúncia, prevalece o princípio do in dubio pro societate. STF. 1ª 
Turma. Inq 4506/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 17/04/2018 (Info 898). 
→ Denúncia em crimes de autoria coletiva. 
Nos crimes de autoria coletiva, não é necessária a descrição MINUCIOSA e 
INDIVIDUALIZADA da ação de cada acusado. Basta que o MP narre as condutas 
delituosas e a suposta autoria, com elementos suficientes para garantir o direito à 
ampla defesa e ao contraditório. Embora não seja necessária a descrição 
PORMENORIZADA da conduta de cada denunciado, o Ministério Público deve 
narrar qual é o vínculo entre o denunciado e o crime a ele imputado, sob pena de 
ser a denúncia inepta. STJ. 5ª Turma. HC 214861-SC, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado 
em 28/2/2012. 
→ Denúncia formulada com base em inquérito civil. 
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É possível o oferecimento de ação penal (denúncia) com base em provas colhidas 
no âmbito de inquérito civil conduzido por membro do Ministério Público. STF. 
Plenário. AP 565/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 7e 8/8/2013 (Info 714). 
→ Denúncia inepta em caso de homicídio na forma omissiva imprópria. 
É inepta denúncia que, ao descrever a conduta do acusado como sendo dolosa, o 
faz de forma genérica, a ponto de ser possível enquadrá-la tanto como culpa 
consciente quanto como dolo eventual. Com efeito, o elemento psíquico que 
caracteriza o injusto penal, em sua forma dolosa ou culposa, deve estar bem 
caracterizado, desde a denúncia, pois é tênue a linha entre o dolo eventual e a culpa 
consciente. Na hipótese em análise, há nítida violação da garantia do contraditório 
e da plenitude de defesa, por não despontar da exordial acusatória, com a clareza 
e a precisão exigidas, o dolo, em sua forma eventual, que teria animado o agente, 
sendo impossível conhecer no caso em apreço as circunstâncias subjetivas STJ. 6ª 
Turma. RHC 39.627-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 8/4/2014 (Info 
538). 
→ Em caso de norma penal em branco, a denúncia deverá explicitar qual é o 
complemento, sob pena de ser 
considerada inepta. 
A denúncia que deixa de mencionar a legislação complementar a que se refere o 
tipo penal não atende o disposto no art. 41 do CPP porque não descreve por 
completo a conduta delitiva, dificultando a compreensão da acusação e, por 
conseguinte, o exercício do direito de defesa. STJ. 5ª Turma. RHC 64430/SP, Rel. 
Min. Gurgel de Faria, julgado em 19/11/2015. 
→ Consequências da proposta de composição civil feita apenas para parte dos 
querelados. 
Se o querelante oferece queixa-crime contra três querelados e propõe a 
composição civil dos danos apenas para dois deles, isso significa que ele renunciou 
tacitamente ao direito de ação (art. 104 do CP), devendo essa renúncia 
ser estendida ao terceiro querelado para quem a proposta não foi feita. Na ação 
penal privada, vigora o princípio da indivisibilidade segundo o qual se, houver dois 
ou mais querelados e o querelante manifestar a sua intenção de não processar uma 
parte dos envolvidos, essa manifestação se estenderá aos demais. Assim, a 
renúncia em relação ao direito de processar um dos querelados beneficia todos os 
envolvidos. STJ. Corte Especial. AP 724-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 
20/8/2014 (Info 547). 
FACILITANDO: 
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CRIMES DE AÇÃO PENAL PRIVADA NO CP: 
→ calúnia, difamação e injúria (arts. 138, 139 e 140 c/c art. 145, caput); 
→ alteração de limites, usurpação de águas e esbulho possessório - quando não houver emprego de 
violência e a propriedade for particular (art. 161, § 1º, I e II e § 3º); 
→ dano simples e dano qualificado por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima (art. 
163, caput e p. único, IV c/c art. 167); 
→ introdução ou abandono de animais em propriedade alheia, desde que o fato resulte prejuízo (art. 164 
c/c art. 167); 
→ fraude à execução (art. 179 e p. único); 
→ violação de direito autoral na forma simples (art. 184, caput c/c art. 186, I); 
→ induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento (art. 236 e p. único); Obs.: única ação penal 
personalíssima. A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão 
depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. 
→ exercício arbitrário das próprias razões - se não houver emprego de violência (art. 345 e p. único). 
CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO NO CP 
→ Perigo de contágio venéreo (art. 130 e § 2º); 
→ Crimes contra a honra de funcionário público e injúria preconceituosa (art. 141, II e § 3º c/c art. 145, p. 
único) 
atenção!! Segundo o Código Penal, quando da injúria real (ou qualificada) resulta lesão corporal, a ação penal 
passa a ser pública incondicionada. (art. 140, § 2º CP) 
→Ameaça (art. 147 e p. único); 
→ Perseguição (art. 147-A, § 3º); 
→ Violação de correspondência, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º (art. 151 e § 4º); 
→Correspondência comercial (art. 152 e p. único); 
→Divulgação de segredo (art. 153 e § 1º) Exceção: Incondicionada se resultar prejuízo para a Administração 
Pública (§ 2º); 
→Violação de segredo profissional (art. 154 e p. único); 
→Invasão de dispositivo informático (art. 154-A c/c art. 154-B, 1ª parte) Exceção Incondicionada se contra 
a administração pública direta ou indireta, ou empresas concessionárias de serviços públicos(art. 154-B, 2ª 
parte); 
→ Furto de coisa comum (art. 156 e § 1º); 
→Estelionato (art. 171, § 5º) Exceção: Incondicionada (§ 5º, I a IV) se a vítima for: Administração Pública, 
direta ou indireta; criança ou adolescente; pessoa com deficiência mental; ou maior de 70 (setenta) anos de 
idade ou incapaz. 
→ Outras fraudes (art. 176 e p. único); 
→Crimes contra o patrimônio: do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; de irmão, legítimo ou 
ilegítimo; ou de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita (art. 182) Exceção Incondicionada (art. 183) 
se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à 
pessoa; ao estranho que participa do crime; se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou 
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superior a 60 anos. 
→violação de direito autoral na hipótese do § 3º (art. 184, § 3º c/c 186, IV); 
CAIU EM PROVA: 
→ (FGV 2022) O crime de racismo, constante na Lei nº. 7.716/1989, é de ação penal pública incondicionada, 
inafiançável e imprescritível. Por sua vez, o crime de injúria racial, disposto no Art. 140, § 3º, do Código Penal, 
é de ação penal pública condicionada à representação, inafiançável e imprescritível, conforme entendimento 
atual do Supremo Tribunal Federal. (item correto) 
2. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
A punibilidade consiste em consequência da infração penal. Conforme doutrina amplamente 
majoritária, não é seu elemento, razão pela qual o crime e a contravenção penal permanecem íntegros com 
a superveniência de causa extintiva de punibilidade. Desaparece do mundo jurídico somente o poder de punir 
do Estado, embora continue existindo o ilícito penal. 
Extinção da punibilidade nos crimes acessórios, complexos e conexos: a extinção da punibilidade 
do crime principal não se estende ao crime acessório; a extinção da punibilidade da parte (um dos crimes) 
não alcança o todo (crime complexo); a extinção da punibilidade do crime conexo não afasta a qualificadora 
da conexão. 
Princípio da consunção: nesse caso, a extinção da punibilidade do crime-fim atinge o direito de punir 
do Estado em relação ao crime-meio (STJ, RHC 31.321/PR). 
As causas de extinção da punibilidade podem recair sobre: 
1) A pretensão punitiva: elimina todos os efeitos penais de eventual sentença condenatória. 
Espécies: decadência, perempção, renúncia do direito de queixa, perdão aceito, retratação do 
agente e perdão judicial. 
2) A pretensão executória: retira unicamente o efeito principal da condenação (a pena), 
subsistindo os efeitos secundários da sentença condenatória, salvo em relação à abolitio criminis 
e à anistia. Espécies: graça, sursis e livramento condicional. 
3) Ambas as pretensões: os efeitos dependem do momento em que ocorrem. Espécies: morte do 
agente, anistia, abolitio criminis e prescrição. 
Podem ser encontradas primordialmente no rol descrito no artigo 107 do Código Penal, embora não 
seja este um rol taxativo, havendo outras causas de extinção da punibilidade, como por exemplo: 
⦁ Suspensão condicional do processo 
⦁ Transação penal 
⦁ Composição Civil dos Danos 
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⦁ Reparação do dano antes da sentença no peculato culposo (art. 312, §3º, CP) 
⦁ Cumprimento integral do Acordo de não persecução penal 
Condições objetivas de punibilidade: Em alguns casos, para ocorrer a punibilidade, NÃO basta a 
prática de um crime e a ausência de alguma causa de extinção da punibilidade, mas devem ser verificadas 
situações objetivas exteriores à conduta. Ex: Crimes contra a ordem tributária. 
A condição objetiva de punibilidade é um elemento exterior ao fato delituoso, não integrante do 
tipo penal, independente do dolo ou culpa do agente, que deve advir para a formação de um injusto culpável 
e punível, ou seja, são condições exigidas por lei para que o fato se torne punível, que estão fora do injusto 
penal, vinculadas à superveniência de determinado acontecimento. Trata se de uma condição incerta e 
futura. Relaciona-se ao Direito Penal. 
Exemplo1: Sentença declaratória da falência, que concede a recuperação judicial e a que concede a 
recuperação extrajudicial (art. 180 da Lei nº 11.101/05); 
Exemplo2: Decisão final do procedimento administrativo de lançamento nos crimes materiais contra 
a ordem tributária previstos no art. 1º, I a IV da Lei nº 8.137/90 (Súmula Vinculante 24 STF) 
Simplificando: 
– está ligada ao Direito Penal; 
– cuida-se de condição exigida pelo legislador para que o fato se torne punível; 
– se a condição objetiva de punibilidade não foi implementada, não há fundamento de direito para o 
ajuizamento de uma ação penal. 
Vamos aprofundar para uma dissertativa? 
Qual a diferença entre condição objetiva de punibilidade e condição de procedibilidade? 
Conforme ensinamentos do Professor Luiz Flávio Gomes, condição objetiva de punibilidade é aquela situação 
criada pelo legislador por razões de política criminal destinada a regular o exercício da ação penal sob a ótica 
da sua necessidade. Não está contida na noção de tipicidade, antijuridicidade ou culpabilidade, mas é parte 
integrante do fato punível. Ex: constituição definitiva do crédito tributário para que seja instaurada a ação 
penal por crime de sonegação. Já a condição de procedibilidade é o requisito que submete a relação 
processual à existência ou validez. Ex: representação do ofendido nas ações públicas condicionadas. 
2.1 Causas de Extinção da Punibilidade 
Extinção da punibilidade 
Art. 107, CP - Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
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III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação 
privada; 
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
2.1.1 Morte do Agente 
* Pegadinha de prova: Cuidado para não confundir com morte do ofendido!!! 
Decorre do princípio da intranscendência da pena, segundo o qual a pena não pode passar da pessoa 
do condenado. Os efeitos extrapenais subsistem, de sorte que os herdeiros respondem até o limite da 
herança; 
● Comprovação: Certidão de óbito; 
Lembrando que se o inquérito policial for arquivado com base numa certidão 
de óbito falsa, não faz coisa julgada material. 
● Concurso de pessoas: NÃO se estende aos demais concorrentes; 
● NÃO impede ação civil por danos contra os herdeiros; 
● NÃO desautoriza os familiares a ajuizarem revisão criminal. 
OBS.: CPP, Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois 
de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade 
2.1.2 Anistia 
É o esquecimento jurídico da infração, concedido por lei ordinária. 
● Atinge fatos e não pessoas; 
● Competência do Congresso Nacional; 
● Ato do Poder Legislativo de renúncia ao Poder-dever de punir em virtude de necessidade ou 
conveniência política; 
I. Espécies: 
● Própria: Concedida ANTES do trânsito em julgado; 
● Imprópria: APÓS o trânsito em julgado; 
● Especial: Concedida a crimes políticos; 
● Comum: Aplicada a crimes comuns; 
● Geral ou plena: Aplica-se a todos os agentes; 
● Condicionada: É imposta a prática de algum ato como condição para concessão. 
II. Efeitos: Ex tunc – Cessam os efeitos penais, mas não os civis. Isso significa que: 
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● Na anistia, o fato praticado deixa de ser considerado crime. Por esse motivo, na Lei de Lavagem 
de Capitais, se o crime antecedente ao delito de lavagem for anistiado, o crime de lavagem não 
subsistirá!!! 
● Não gera reincidência. 
III. Inaplicabilidade: Vedação constitucional prevista no art. 5º, XLIII 
● Crimes hediondos; (Não esqueça que o rol de crimes hediondos foi alterado pelo pacote 
Anticrime!) 
● Tortura; 
● Tráfico de entorpecentes; 
● Terrorismo. 
Art. 5º, XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou 
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
2.1.3 Graça e Indulto 
● Indulto: É uma forma de clemência. NÃO diz respeito a fatos, como na anistia, mas sim às pessoas, 
no plural. Diz-se que induto é a graça coletiva; 
● Graça: Benefício concedido a pessoa determinada. 
I) Competência: Presidente da República (por decreto), permitida a delegação para Ministros de Estado; 
Advogado Geral da União; Procurador Geral da República. 
II) Formas: 
● Total: Abrange todas as sanções; 
● Parcial: Quando houver redução ou substituição da sanção penal 
● Condicionados: impõe condições para ser beneficiado. Ex.: ressarcimento do dano. 
● Incondicionados: não impõem qualquer requisito. 
III) Efeitos: Extingue a pena, mas permanecem os efeitos penais secundários e os efeitos extrapenais. 
Súmula 631 do STJ: “O indulto extingue os efeitos primários da condenação 
(pretensão executória), mas não atinge os efeitos secundários, penais ou 
extrapenais”. 
Obs.: O réu condenado que foi beneficiado com graça ou indulto, se cometer novo crime, será reincidente. 
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IV) Momento da concessão: Em regra, após o trânsito em julgado da sentença, pois se refere à pena 
imposta. 
V) Inaplicabilidade: 
● Crimes hediondos; 
● Tortura; 
● Tráfico de entorpecentes; 
● Terrorismo. 
STF-HC 118.213/SP: Não é possível o deferimento de indulto a réu condenado por 
tráfico de drogas, ainda que tenha sido aplicada a causa de diminuição de pena 
prevista no art. 33, §4° da Lei 11.343/2006 à pena a ele imposta, circunstância que 
não altera a tipicidade do crime. 
STF-HC 123.381/PE: o período de prova do sursis não é computado para o 
preenchimento do requisito temporal para a concessão de indulto. 
STF-HC 628.658/RS: pode ser concedido indulto aos inimputáveis ou semi-
imputáveis que cumprem medida de segurança. 
Súmula 535 do STJ: a prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de 
comutação de pena ou indulto. 
JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 139 DO STJ - DO INDULTO E DA COMUTAÇÃO DE PENA 
 
1) O instituto da graça, previsto no art. 5º, XLIII, da Constituição Federal, engloba o 
indulto e a comutação de pena, estando a competência privativa do Presidente da 
República para a concessão desses benefícios limitada pela vedação estabelecida 
no referido dispositivo constitucional. 
2) A sentença que concede o indulto ou a comutação de pena tem natureza 
declaratória, não havendo como impedir a concessão dos benefícios ao 
sentenciado, se cumpridos todos os requisitos exigidos no decreto presidencial. 
3) O deferimento do indulto e da comutação das penas deve observar estritamente 
os critérios estabelecidos pela Presidência da República no respectivo ato de 
concessão, sendo vedada a interpretação ampliativa da norma, sob pena de 
usurpação da competência privativa disposta no art. 84, XII, da Constituição e, 
ainda, ofensa aos princípios da separação entre os poderes e da legalidade. 
4) A análise do preenchimento do requisito objetivo para a concessão dos 
benefícios de indulto e de comutação de pena deve considerar todas as 
condenações com trânsito em julgado até a data da publicação do decreto 
presidencial, sendo indiferente o fato de a juntada da guia de execução penal ter 
ocorrido em momento posterior 
à publicação do referido decreto. 
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5) A superveniência de condenação, seja por fato anterior ou posterior ao início do 
cumprimento da pena, não altera a data-base para a concessão da comutação de 
pena e do indulto. 
6) O indulto e a comutação de pena incidem sobre as execuções em curso no 
momento da edição do decreto presidencial, não sendo possível considerar na base 
de cálculo dos benefícios as penas já extintas em decorrência do integral 
cumprimento. 
7) Para a concessão de indulto, deve ser considerada a pena originalmente imposta, 
não sendo levada em conta, portanto, a pena remanescente em decorrência de 
comutações anteriores. 
8) O cumprimento da fração de pena prevista como critério objetivo para a 
concessão de indulto deve ser aferido em relação a cada uma das sanções 
alternativas impostas, consideradas individualmente 
9) Compete ao Juízo da Execução Fiscal a apreciação do pedido de indulto em
relação à pena de multa convertida em dívida de valor. 
Segundo pensa Márcio Cavalcante, do Dizer o Direito, essa tese está superada.
Isso porque o STF, ao julgar a ADI 3150/DF, decidiu que, a Lei nº 9.268/96, ao 
considerar a multa penal 
como dívida de valor, não retirou dela o caráter de sanção criminal que lhe é 
inerente por força do art. 5º, XLVI, “c”, da CF/88. Como consequência, por ser uma 
sanção criminal, a legitimação prioritária para a execução da multa penal é do 
Ministério Público perante a Vara de Execuções Penais (ADI 3150 e AP 470/MG, 
Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 12 e 13/12/2018). 
O Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019) acolheu esse entendimento e alterou a 
redação do art. 59 do CP para dizer expressamente que a competência para 
executar a multa é do juízo da vara de execuções penais: Art. 51. Transitada em 
julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da 
execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas 
à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas 
interruptivas e suspensivas da prescrição. Logo, se a multa, convertida em dívida 
de valor, estiver sendo executada no juízo da execução penal, caberá a ele 
apreciar o pedido de indulto. 
10) Não dispondo o decreto autorizador de forma contrária, os condenados por 
crimes de natureza hedionda têm direito aos benefícios de indulto ou de 
comutação de pena, desde que as infrações penais tenham sido praticadas antes 
da vigência da Lei n. 8.072/1990 e suas modificadoras. 
11) É possível a concessão de comutação de pena aos condenados por crime 
comum praticado em concurso com crime hediondo, desde que o apenado tenha 
cumprido as frações referentes aos delitos comum e hediondo, exigidas pelo 
respectivo decreto presidencial. 
12) É possível a concessão de indulto aos condenados por crime de tráfico de drogas 
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privilegiado (§4º do art. 33 da Lei n. 11.343/2006), por estar desprovido de natureza 
hedionda. 
13) O indulto humanitário requer, para sua concessão, a necessária comprovação, 
por meio de laudo médico oficial ou por médico designado pelo juízo da execução, 
de que a enfermidade que acomete o sentenciado é grave, permanente e exige 
cuidados que não podem ser prestados no estabelecimento prisional. 
14) O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), 
mas não atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais. (Súmula n. 631/STJ) 
2.1.4 Abolitio Criminis 
Ocorre quando lei nova deixa de considerar fato como crime, havendo umasupressão formal e 
material do fato criminoso do campo de incidência do direito penal. 
Efeitos: 
● Cessa a execução e efeitos penais da sentença condenatória 
● NÃO cessam os efeitos extrapenais. 
● NÃO gera reincidência 
Obs.1: A extinção da punibilidade se dará mesmo após o trânsito em julgado da sentença. 
Obs.2: Como o fato praticado deixa de ser considerado crime, se houver abolitio criminis em relação ao crime 
antecedente ao delito de lavagem, o crime de lavagem não subsistirá!!! 
Obs.3: Cuidado para não confundir abolitio criminis com princípio da continuidade normativo típica. Nesse 
caso, há apenas a revogação formal do tipo, de modo que a conduta continua sendo típica, porém abarcada 
em tipo penal diverso. O princípio da continuidade normativa ocorre “quando uma norma penal é revogada, 
mas a mesma conduta continua sendo crime no tipo penal revogador, ou seja, a infração penal continua 
tipificada em outro dispositivo, ainda que topologicamente ou normativamente diverso do originário.” (Min. 
Gilson Dipp, em voto proferido no HC 204.416/SP). 
ATENÇÃO PARA JULGADO RECENTE! 
A revogação da contravenção de perturbação da tranquilidade (art. 65 da LCP) pela Lei nº 14.132/2021 não 
significa que tenha ocorrido abolitio criminis em relação a todos os fatos que estavam enquadrados na 
referida infração penal. 
A Lei nº 14.132/2021 acrescentou o art. 147-A ao Código Penal, para prever o crime 
de perseguição, também conhecido como stalking: 
Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe 
a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, 
de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou 
privacidade. 
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
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Antes da Lei nº 14.132/2021, a conduta acima explicada era fato atípico? 
NÃO. Antes da criação do crime do art. 147-A, a conduta era punida como 
contravenção penal pelo art. 65 do Decreto-lei 3.688/41, que tinha a seguinte 
redação: 
Art. 65. Molestar alguém ou perturbar-lhe a tranquilidade, por acinte ou por 
motivo reprovável: Pena – prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de 
duzentos mil réis a dois contos de réis. 
A Lei nº 14.132/2021 revogou a contravenção de molestamento (art. 65 do DL 
3.688/41), punindo de forma mais severa essa conduta, que pode trazer graves 
consequências psicológicas à vítima. 
A revogação da contravenção de perturbação da tranquilidade pela Lei nº 
14.132/2021 não significa que tenha ocorrido abolitio criminis em relação a todos os 
fatos que estavam 
enquadrados na referida infração penal. 
De fato, a parte final do art. 147-A do Código Penal prevê a conduta de perseguir 
alguém, reiteradamente, por qualquer meio e “de qualquer forma, invadindo ou 
perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade”, circunstância que, a toda 
evidência, já estava contida na ação de “molestar alguém ou perturbar-lhe a 
tranquilidade, por acinte ou por motivo reprovável”, quando cometida de forma 
reiterada, porquanto a tutela da liberdade também abrange a tranquilidade. 
No caso concreto apreciado pelo STJ, o acusado, mesmo depois de processado e 
condenado em primeira instância pela contravenção penal do art. 65 da LCP, voltou 
a tentar contato com a mesma vítima ao lhe enviar três e-mails e um presente. Desse 
modo, houve reiteração. 
Com a entrada em vigor da Lei nº 14.132/2021, ele pediu o reconhecimento de que 
teria havido abolitio criminis. O STJ, contudo, não aceitou. Isso porque houve 
reiteração, de modo que a sua conduta se amolda ao que passou a ser punido pelo 
art. 147-A do CP, inserido pela Lei nº 14.132/2021. Logo, houve evidente 
continuidade normativo-típica. Vale ressaltar, contudo, que o STJ afirmou que esse 
réu deveria continuar respondendo pelas sanções da contravenção do art. 65 do 
Decreto-Lei nº 3.688/1941 (e não pelo art. 147-A do CP). Isso porque a lei anterior 
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era mais benéfica. STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no REsp 1863977-SC, Rel. Min. 
Laurita Vaz, julgado em 14/12/2021 (Info 722). 
2.1.5 Decadência 
Código Penal 
Art. 103 - SALVO disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de 
queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, 
contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º 
(ação privada subsidiária da pública) do art. 100 deste Código, do dia em que se 
esgota o prazo para oferecimento da denúncia 
 
Perda do direito de propor, mediante queixa, ação penal privada ou ação privada subsidiária, ou de 
oferecer representação nos crimes de ação penal pública condicionada. 
∘ Prazo de 06 meses do dia do conhecimento de quem foi o autor do fato. 
∘ Regra: dia em que souber quem é o autor do crime; 
∘ Exceção: ação privada subsidiária da pública – dia em que se esgotar o prazo para 
oferecimento da denúncia pelo MP 
∘ Caso a vítima seja menor de 18 anos, não haverá o termo inicial da contagem do prazo. Até os 18 
anos, a vítima é representada pelo seu representante legal. Caso o representante não ingresse com 
a representação, a vítima poderá representar a partir do momento em que completar 18 anos, 
correndo a partir desse momento o prazo de 6 meses. 
2.1.6 Perempção 
PEREMPÇÃO, que é a desídia processual, com consequente extinção da punibilidade; 
Art. 60. Nos casos em que SOMENTE se procede mediante queixa, considerar-se-
á PEREMPTA a ação penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo 
durante 30 dias seguidos; 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não 
comparecer em juízo, para prosseguir no 
processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem 
couber fazê-lo, ressalvado o disposto 
no art. 36 (CADI); 
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer 
ato do processo a que deva estar 
presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; 
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IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar 
sucessor. 
Obs.: A Perempção aplica-se única e exclusivamente a ação penal privada EXCLUSIVA. Muita atenção aos 
prazos na lei, cai muito! 
2.1.7 Prescrição 
É a perda da pretensão punitiva ou da pretensão executória. Esta perda ocorre em razão de o titular 
ter perdido o direito de punir ou de executar. Elimina os efeitos penais do crime. 
Por ser matéria de ordem pública, a prescrição deve ser conhecida de ofício pelo magistrado, 
podendo ocorrer em qualquer fase do processo. 
Decadência x prescrição: 
DECADÊNCIA PRESCRIÇÃO 
Atinge diretamente o direito de ação e 
indiretamente o direito de punir ou executar a 
punição. 
Atinge diretamente o direito de punir ou de 
executar uma punição e indiretamente o direito 
de ação. 
Ocorre em ação penal privada ou em ação penal 
pública condicionada à representação. 
Poderá ocorrer em qualquer ação, seja pública 
ou privada, condicionada ou incondicionada. 
Somente ocorre antes da ação penal. Pode ocorrer a qualquer momento. 
Não se suspende, nem se interrompe. Admite causas suspensivas e interruptivas. 
Conforme a CF, são imprescritíveis: (art. 5º, XLIV) 
⦁ Racismo (Lei 7.716); 
⦁ Ações de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional ou contra o estado 
democrático de direito. 
⦁ Injúria racial (Info 1036). 
Modalidades de prescrição: 
(1) Prescrição da pretensão punitiva: antes do trânsito em julgado paraambas as partes. Extingue o direito 
de punir / de condenar do Estado. 
(2) Prescrição da pretensão executória: após o trânsito em julgado para ambas as partes. Extingue o 
direito de executar a pena imposta. Os efeitos penais secundários continuam vigentes. 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA: 
Os marcos iniciais estão no artigo 112 do CP. 
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A prescrição da pretensão punitiva poderá se dividir em: 
a. Prescrição da pretensão punitiva propriamente dita / em abstrato: ocorre enquanto ainda não houver 
sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação. Se regula pela pena em abstrato
cominada ao delito; 
— Previsão legal: art. 109, CP 
— Termo inicial da PPP em abstrato: dia em que se consumou o delito. Adota-se, em regra, a 
Teoria do Resultado. (art. 111, CP) 
Art. 109, CP - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o 
disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa 
de liberdade cominada ao crime, verificando-se: 
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a 
doze; 
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a 
oito; 
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a 
quatro; 
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não 
excede a dois; 
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. 
Art. 111, CP - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final (PPPA), 
começa a correr: 
 
Espécies de 
Prescrição 
Prescrição da Pretensão 
Punitiva: 
Ocorre antes do trânsito 
em julgado e faz 
desaparecer todos os 
efeitos de eventual 
condenação – penais e 
extrapenais. Esta espécie 
de prescrição se divide em 
4 subespécies: 
a.1) PPP propriamente dita (art.109, CP); 
a.2) PPP retroativa (art. 110, §1º, CP); 
a.3) PPP superveniente ou intercorrente 
(art. 110, §1º, CP); 
a.4) PPP virtual ou antecipada ou por 
prognose ou em perspectiva - 
jurisprudência; 
Prescrição da Pretensão Executória (art. 110, caput, CP): 
Ocorre depois do trânsito em julgado e impede a execução da sanção. Os demais 
efeitos da condenação permanecem, pouco importando se penais ou extrapenais. 
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I - do dia em que o crime se consumou; 
LEVA-SE EM CONSIDERAÇÃO NÃO SE LEVA EM CONSIDERAÇÃO 
Qualificadora Circunstâncias judicias (art. 59 CP) 
- O valor de uma circunstância judicial não tem 
previsão legal. 
Causas de aumento e diminuição 
Atenção: tratando-se de amento ou diminuição 
variável (p. ex. 1/3 a 28/3), considerar o maior 
aumento e a menor diminuição. 
Agravantes e atenuantes 
Atenção: A atenuante da menoridade e da 
senilidade reduz o prazo prescricional pela metade 
(art. 115 CP). 
Concurso de crimes (art. 119 CP) 
b. Prescrição da pretensão punitiva retroativa: Leva esse nome por ser analisada da seguinte maneira: 
após a publicação da sentença condenatória, deve-se pegar a pena em concreto fixada, verificar o prazo 
prescricional definido para ela no artigo 109, e voltar no tempo para ver se ele foi ultrapassado entre a 
data do recebimento da denúncia e a publicação da sentença ou acórdão condenatório, ou seja, é uma 
análise retroativa baseada na pena em concreto. 
(Por expressa previsão legal, não há aqui o intervalo entre a consumação e o recebimento da 
denúncia.) 
Art. 110, §1o, CP - A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em 
julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena 
aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à 
da denúncia ou queixa. 
Características da PPP Retroativa: 
✔ Pressupõe sentença ou acórdão penal condenatório; 
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✔ Leva em conta a pena efetivamente imposta na sentença; 
✔ Pressupõe trânsito em julgado para acusação no que se relaciona à pena aplicada; 
✔ Os prazos prescricionais são os mesmos do art. 109, do CP; 
✔ Conta-se a PPP Retroativa da publicação da sentença condenatória até o recebimento da 
inicial; 
c. Prescrição da pretensão punitiva superveniente / intercorrente: utiliza o mesmo método da prescrição 
retroativa, porém, contada “para frente”. Havendo a publicação da sentença condenatória, pega-se a 
pena em concreto fixada e verifica-se o transcurso ou não do lapso temporal previsto no artigo 109 entre 
a publicação da sentença ou do acórdão condenatório e a data do trânsito em julgado para ambas as
partes. 
Prescrição da pretensão punitiva virtual (antecipada ou em perspectiva ou prognose): Sem previsão legal. 
Faz-se uma análise hipotética considerando as circunstâncias que seriam levadas em conta quando o juiz 
fosse graduar a pena, para que se chegue a uma provável condenação, sendo tal pena virtualmente 
considerada como base para se averiguar uma possível prescrição, de modo que, caso presente essa 
possibilidade, não haveria interesse do Estado em dar andamento a uma ação penal que levaria à extinção 
da punibilidade. Alega-se a ausência do interesse de agir. Não é admitida. Entendimento sumulado pelo STJ, 
enunciado 438. 
Súmula 438, STJ - É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com 
fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal. 
● Termo inicial da prescrição da pretensão punitiva: Artigo 111 do CP. Adota-se a teoria do resultado. 
- Crime consumado – regra geral: data da consumação; 
- Tentativa – regra geral: data da cessação da atividade criminosa; 
- Crimes permanentes e habituais: data da cessação da permanência; 
- Bigamia e falsificação ou alteração de assentamento do registro civil: Data do conhecimento do 
fato. 
- Crimes contra a dignidade sexual contra criança e adolescente ou que envolvam violência contra 
criança e adolescente, data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se já houver sido 
proposta ação penal. 
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- Crime do artigo 2º, I da Lei nº 8.137/90 praticado com fraude: data em que a fraude é praticada, 
e não a data em que ela é descoberta. Trata-se de crime formal e instantâneo de efeitos 
permanentes. 
- Crime do artigo 1º, I da Lei nº 8.137/90: data da constituição do crédito tributário (lançamento 
definitivo). Crime material. 
● Causas suspensivas da prescrição da pretensão punitiva: Art. 116 do CP. O lapso temporal anterior é 
contabilizado quando cessar a causa. 
Causas impeditivas da prescrição 
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: 
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o 
reconhecimento da existência do crime; 
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; (Redação dada pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais 
Superiores, quando inadmissíveis; e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução 
penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a 
prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro 
motivo. 
ANTES DO PACOTE ANTICRIME APÓS O PACOTE ANTICRIME 
I - enquanto não resolvida, em outro processo, 
questão de que dependa o reconhecimento daexistência do crime; 
II - enquanto o agente cumpre pena no 
estrangeiro 
I - enquanto não resolvida, em outro processo, 
questão de que dependa o reconhecimento da 
existência do crime; 
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; 
III - na pendência de embargos de declaração ou de 
recursos aos Tribunais Superiores, quando 
inadmissíveis; e 
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o 
acordo de não persecução penal. 
∘ Inciso I – Apesar de o presente inciso referir-se apenas à questão prejudicial obrigatória, prevalece na 
doutrina a aplicação dessa causa suspensiva de prescrição também para as questões prejudiciais 
facultativas, desde que o Juiz decida atacá-las. 
Para relembrar... (arts. 92 a 94 do CPP) 
DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS 
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Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de 
controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o 
curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia 
dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição 
das testemunhas e de outras provas de natureza urgente. 
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quando 
necessário, promoverá a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a 
citação dos interessados. 
 Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão 
sobre questão diversa da prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível, 
e se neste houver sido proposta ação para resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde 
que essa questão seja de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a lei 
civil limite, suspender o curso do processo, após a inquirição das testemunhas e 
realização das outras provas de natureza urgente. 
§ 1o O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoavelmente 
prorrogado, se a demora não for imputável à parte. Expirado o prazo, sem que o 
juiz cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará prosseguir o processo, 
retomando sua competência para resolver, de fato e de direito, toda a matéria da 
acusação ou da defesa. 
§ 2o Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso. 
§ 3o Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pública, incumbirá ao 
Ministério Público intervir imediatamente na causa cível, para o fim de promover-
lhe o rápido andamento. 
 Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos dos artigos anteriores, será 
decretada pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes. 
∘ Inciso II – A prescrição ficará suspensa enquanto o agente cumpre pena no exterior. (Atenção com 
as pegadinhas aqui, pois o Pacote Anticrime substituiu a palavra “estrangeiro” por “exterior”) 
∘ Inciso III – A terceira causa suspensiva foi inserida pelo Pacote Anticrime e impede o curso do prazo 
prescricional na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, 
quando inadmissíveis. Com isso, evita-se que os embargos (no geral, incapazes de modificar 
substancialmente a decisão) e os recursos de índole extraordinária sejam utilizados como 
instrumentos meramente protelatórios para se alcançar a prescrição por meio do adiamento do 
julgamento final. 
Trata-se de causa suspensiva irretroativa, aplicando-se somente a fatos cometidos após sua entrada 
em vigor! 
∘ Inciso IV – Esta causa suspensiva também foi inserida pelo Pacote Anticrime, e incide enquanto não 
cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal (previsto no art. 28-A, CPP). 
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http://www.iceni.com/infix.htm
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∘ §único – esta causa suspensiva somente é aplicada em relação à prescrição da pretensão executória, 
no sentido de que, após passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante 
o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. 
Obs.: Embora o rol do art. 116 não comporte analogia, não se trata de um rol taxativo, haja vista que existem 
outras causas suspensivas em nosso ordenamento jurídico. Como por exemplo: 
· Art. 366 do CPP, que regula a citação por edital no processo penal, suspendendo-se o curso 
prescricional durante este lapso. Lembrando que o STJ entende, conforme súmula 415, que este 
período de suspensão é regulado pelo máximo da pena cominada). 
· Art. 386 do CPP, que regula a suspensão do prazo prescricional em caso de carta rogatória, quando 
o acusado se encontra no estrangeiro. 
· Art. 53, §§ 3º a 5º da CF/88, que disciplina a suspensão do processo contra parlamentares. 
· Suspensão condicional da pena: 
Durante a suspensão condicional da pena não corre o prazo prescricional. STF. 2ª 
Turma. Ext 1254/Romênia, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 29/4/2014 (Info 
744). 
Facilitando: 
Causas suspensivas da prescrição: 
- questões prejudiciais 
- suspensão condicional do processo parlamentar 
- suspensão condicional da pena 
- suspensão condicional do processo 
- revel citado por edital 
Atenção!! STJ: Transação penal não suspende o curso do prazo prescricional. 
- Transação Penal: prescrição continua a correr. 
- Suspensão condicional da pena e do processo: prescrição NÃO corre. 
Impende rememorar, nesse sentido, que, “em observância ao princípio da legalidade, 
as causas suspensivas da prescrição demandam expressa previsão legal” (AgRg no 
REsp n. 1.371.909/SC, relator Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, 
julgado em 23/8/2018, DJe de 3/9/2018). 
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http://www.iceni.com/infix.htm
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Cabe destacar que a Lei n. 9.099/1995, ao tratar da suspensão condicional do processo, instituto diverso, 
previu, expressamente, no art. 89, § 6º, que “não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do 
processo”. 
Da mesma forma, semelhante previsão consta do art. 366 do Código de Processo Penal, que, ao cuidar da 
suspensão do processo, impõe, conjuntamente, a suspensão do curso do prazo prescricional. 
Assim, a permissão de suspensão do curso do prazo prescricional sem a existência de determinação legal 
consubstancia flagrante violação ao princípio da legalidade”. 
● Causas interruptivas da prescrição da pretensão punitiva: Art. 117 do CP. Diante da ocorrência de 
uma delas, o prazo prescricional é reiniciado por inteiro e valerá contra todos os autores e partícipes 
do delito. 
✔ Incisos I a IV – interrompem a prescrição da pretensão punitiva 
✔ Incisos V e VI – interrompem a prescrição da pretensão executória (estudaremos adiante) 
Causas interruptivas da prescrição 
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: 
I - Pelo recebimento da denúncia ou da queixa; 
II - Pela pronúncia; 
III - pela decisão confirmatória da pronúncia; 
IV - Pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; 
V - Pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
VI - pela reincidência. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da 
prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes 
conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a 
interrupção relativa a qualquer deles. 
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o 
prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984) 
CAIU EM PROVA – Vunesp - entre as causas que interrompem a prescrição, estão o início ou a 
continuação do cumprimento da pena. (item correto). 
Considerações importantes: 
● O que vale é o

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