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ECOLOGIA BÁSICA
E CONSERVACIONISMO
Pablo Ruggero Errante;
Francisco Sandro Menezes Rodrigues.
Ecologia Básica e 
Conservacionismo
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Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo
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Edição (Design Instrucional): Paula Maria da Silva, Adriana Ferreira, Márcia Gouveia,
Mônica Oliveira e Carlos Mello
Revisão: Etevaldo Brasil e Sâmara Costa
Projeto gráfico e diagramação: Sérgio Ramos, Caio Moura, Bruna Amaral
Ilustração: João Henrique Martins
Errante, Paolo Ruggero
Ecologia Básica Conservacional, Guia de Estudo: Recife: Grupo Ser Educacional, 2019.
Ecologia Básica Conservacional
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Apresentação dos autores
Autor Principal: Paolo Ruggero Errante
Graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual Paulista Júlio de 
 Mesquita Filho (UNESP – Campus Jaboticabal). Mestrado, doutorado e pós-doutora-
do em Imunologia pela Universidade de São Paulo (USP). Pesquisador colaborador do 
Laboratório de Imunologia Humana do ICB-IV-USP. Atuação na área de imunodeficiências 
primárias (imunodeficiência comum variável, displasia ectodérmica anidrótica com imu-
nodeficiência, síndrome da hiper-IgM, deficiência da adesão leucocitária) e secundárias 
(HIV) e interface entre imunodeficiências primárias e autoimunidade. Pesquisador cola-
borador do Laboratório de Farmacologia Autonômica e Cardiovascular – Escola Paulista 
de Medicina (Unifesp), na área de farmacologia celular e molecular. Realiza estudos da 
participação do cálcio no modelo de isquemia e reperfusão cardíaca, participação do 
cálcio e adenosina em novas estratégias cardioprotetoras; influência dos inibidores de 
fosfodiesterase, canais de cálcio voltagem-dependente do tipo L, trocador sódio/cálcio e 
uniporter mitocondrial no crescimento tumoral, angiogênese e metástase; e novas estra-
tégias farmacológicas no tratamento da doença de Parkinson.
Coautor: Francisco Sandro 
Menezes Rodrigues
Graduação em Farmácia-Bioquímica pela Universidade Bandeirante de São Paulo 
 (Uniban). Especialização em Farmacologia Clínica pela Universidade Católica de Santos 
(Unisantos). Especialização em Docência do Ensino Superior pela Universidade Anhan-
guera de São Paulo (Unian). Mestrado, doutorado e pós-doutorado em Farmacologia 
pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp). 
Professor dos Módulos de Fisiofarmacologia do Sistema Cardiovascular e Fisiofarmaco-
logia Renal para Residentes dos Programas de Residência Multiprofissional de Cardio-
logia, Onco logia, Transplantes e Captação de Órgãos Sólidos e Cuidados Intensivos na 
 (EPM-Unifesp). Revisor das revistas de pesquisa e inovação farmacêutica da Unian; de 
atas 
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de ciências da saúde das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU); de arquivos de neu-
ropsiquiatria e clínica. Pós-doutorando em Neurologia e Neurocirurgia na EPM-Unifesp. 
Participação em diversos projetos de pesquisa abordando os efeitos eletrofisiológicos, 
farmacológicos e bioquímicos envolvidos no fenômeno da morte súbita nas epilepsias e 
doença de Parkinson em animais normotensos e hipertensos submetidos a isquemia e 
reperfusão cardíaca. Pesquisador-colaborador no Laboratório de Farmacologia Autonô-
mica e Cardiovascular na EPM-Unifesp. Atuação na área de Farmacologia, com ênfase em 
Farmacologia Molecular e Celular, principalmente nos seguintes temas: sistema nervoso 
autônomo, interação cálcio-AMP cíclico, via extracelular AMP cíclico-adenosina, morte 
celular e estresse oxidativo causados por isquemia e reperfusão cardíaca, mecanismos 
de ação do ômega-3 envolvidos nas atividades protetoras em doenças cardiovasculares e 
neurológicas (epilepsia e doença de Parkinson) e fisiofarmacologia dos músculos estria-
dos esquelético e cardíaco.
Sumário
Unidade 1 – Fundamentos da Ecologia, Cadeias e Teias Alimentares
1.2 Conceitos Básicos em Ecologia
1.3 Cadeias Alimentares
1.3 Teias Alimentares
Unidade 2 – Fluxo de Energia, Níveis Tróficos e Ciclos Biogeoquímicos 
2.1 Fluxo de Energia
2.2 Níveis Tróficos
2.3 Ciclos Biogeoquímicos
2.4 Tipos de Ciclos Biogeoquímicos
Unidade 3 – Dinâmicas das Populações, Relações Ecológicas e 
Sucessão Ecológica
3.1 Características das Populações
3.2 Fatores que Regulam o Tamanho das Populações
3.3 Oscilações em Populações Naturais
3.4 Tipos de Relações Ecológicas, Relações Intraespecíficas, Relações Interespecíficas e 
Sucessão Ecológica
3.5 Fatores que Afetam a Evolução dos Ecossistemas
Unidade 4 – Biomas, Humanidade e Ambiente
4.1 Grandes Biomas do Mundo
4.2 Biomas Brasileiros
4.3 Impacto da Espécie Humana sobre a Natureza
4.4 Interferência Humana em Ecossistemas Naturais
4.5 Caminhos e Perspectivas
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Carta de boas-vindas ao estudante
Prezado(a) estudante,
Conhecer os conceitos de ecologia e conservacionismo é essencial para que seja 
possível relacionar os conhecimentos da ecologia aos de conservação ambiental. 
Esse conhecimento será a base fundamental para que você aprenda a utilizar a ecologia 
na conservação do ambiente.
Por isso, recomendamos que, durante sua leitura e processo de aprendizagem, procure 
estabelecer uma conexão entre os princípios de ecologia, conservação ambiental e suas 
aplicações.
Bons estudos!
8
9
Objetivos gerais da disciplina
Ao final desta disciplina, esperamos que você seja capaz de:
 l Observar e descrever os fatores básicos do ambiente físico e biótico e descrever 
as principais características que regem os padrões de organização das comunidades 
biológicas em ecossistemas naturais e artificiais 
 l Observar e descrever a ciclagem de nutrientes e o fluxo de energia por meio das 
comunidades nos ecossistemas.
 l Analisar os efeitos das atividades humanas sobre os ecossistemas, com ênfase nas 
alterações dos ciclos biogeoquímicos e nas comunidades biológicas
 l Ter senso crítico e determinar ações sobre o impacto da humanidade no ambiente.
Unidade 1
Fundamentos da Ecologia, 
Cadeias e 
Teias Alimentares
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Unidade 1
Objetivos da Unidade
• Conhecer os princípios básicos da ecologia
• Compreender como funcionam as cadeias alimentares
• Compreender como funcionam as teias alimentares.
Contextualizando
Pense na seguinte situação: os prejuízos pelo uso de agrotóxicos à saúde e ao ambiente 
são enormes, pois estão associados com o desaparecimento de diferentes espécies de 
abelhas em todo o mundo, prejudicando a polinização de 70% das espécies vegetais, 
além de morte e alterações no senso de direção de aves migratórias. Pardais-de-coroa- 
branca (Zonotrichia leucophrys) durante migração do sul dos EUA e parte do México para 
o Canadá, se alimentaram de milho tratado com organofosforados, causando perda 
das suas reservas de gordura e massa corporal, e, consequentemente, causando compro-
metimento físico, que prejudica o voo dessas aves, e leva a atrasos de migração, direção 
migratória inadequada, maior risco de mortalidade e menor chance de se reproduzir.
1.1 Fundamentos da Ecologia
1.1.1 Histórico
A ecologia apresenta seus primeiros passos na história com base em relatos gregos, 
a partir de Teofrasto, discípulo de Aristóteles, que iniciou as(TMB) para uma espécie animal endotérmica ou como taxa metabólica padrão (TMP) 
para uma espécie animal ectodérmica. 
TMB e TMP são medidas de taxa metabólica observadas em animais que estão em 
 descanso, calmos/sem estresse e que não estão digerindo alimento (jejum).
Nos animais endotérmicos, a TMB é medida quando o animal está em um ambiente 
termo neutro, no qual o organismo não gasta energia acima da linha de base para manter 
a temperatura.
Nos animais ectodérmicos, a TMP varia conforme a temperatura, em que a medida e a 
TMP é específica para a temperatura na qual o processo é realizado.
Os animais endotérmicos apresentam taxas metabólicas basais altas e também necessi-
dades energéticas elevadas para manutenção da temperatura corporal constante. 
Os animais ectodérmicos tendem a apresentar taxa metabólica padrão e necessidades 
energéticas baixas, quando comparados aos endotérmicos.
Entre os animais endotérmicos, quanto menor a massa do organismo, maior sua taxa me-
tabólica basal. Parte da explicação está relacionada à proporção entre a área superficial 
e o volume do animal, e como ela varia com o tamanho. Uma vez que os animais trocam 
calor com o ambiente através de toda sua superfície corporal, os animais de menor 
tamanho tendem a perder calor para um ambiente mais frio de modo mais rápido em 
comparação com os animais grandes. 
Portanto, uma espécie animal de menor tamanho necessita de mais energia e de taxa 
metabólica maior para manter a temperatura interna constante.
Para enfrentar as baixas temperaturas e a escassez de alimentos durante o inverno do 
hemisfério norte, os ursos passam um determinado tempo sem beber, comer, urinar e 
defecar. Esse processo é denominado hibernação. Para os ursos-negros, esse período 
varia de 5 a 7 meses ao ano, no qual o metabolismo fica reduzido em 25% da sua capa-
cidade, e sua temperatura corporal cai em média 6°C e a frequência cardíaca passa de 
De olho
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2.3 Ciclos Biogeoquímicos
Os ciclos biogeoquímicos são processos que ocorrem na natureza que garantem que 
diferentes elementos químicos circulem tanto pelo meio abiótico quanto pelo meio 
 biótico, promovendo o reaproveitamento desses elementos químicos.
Os ciclos biogeoquímicos garantem que os elementos químicos interajam continuamente 
com o ambiente e seres vivos, garantindo que os elementos químicos fluam ciclicamente 
pela atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera.
Os principais ciclos biogeoquímicos encontrados na natureza são o ciclo da água, 
carbono, oxigênio, nitrogênio, fósforo e enxofre. Para que tais ciclos ocorram na natu-
reza, é fundamental a presença de reservatórios naturais de elementos químicos como 
atmosfera, hidrosfera e crosta terrestre; existência de diferentes espécies de seres vivos; 
e a circulação dos elementos químicos pelo ambiente e através dos seres vivos de um 
determinado ecossistema.
Os ciclos biogeoquímicos podem ser classificados em dois principais grupos – os que 
fazem parte do ciclo gasoso e os que fazem parte do ciclo sedimentar. O ciclo gasoso 
tem como reservatório do elemento gasoso a atmosfera terrestre, na qual os elementos 
gasosos entram e saem da biosfera em sua forma gasosa. O ciclo sedimentar tem como 
principal reservatório a crosta terrestre.
A circulação dos elementos químicos gasosos e sedimentares é fundamental para que 
um ecossistema funcione de forma adequada.
A velocidade em que um elemento circula no meio abiótico e meio biótico depende de 
diferentes fatores, como a natureza do elemento químico que participa do ciclo. 
Em geral, o ciclo gasoso é mais rápido que o ciclo sedimentar. Além disso, a taxa de 
 crescimento dos seres vivos e sua decomposição afeta diretamente a cadeia alimentar e 
o fluxo de um elemento químico nessa cadeia. A decomposição, quando ocorre lenta-
mente, afeta a velocidade de liberação dos nutrientes químicos para o ambiente.
Poluição ambiental, extração de minerais e produção de energia pelo homem também 
afetam a ciclagem dos elementos químicos na natureza.
55 batimentos por minuto (bpm) para 9 bpm. A queima da gordura estocada no corpo 
ao longo do ano pelo grande consumo de nutrientes próximo do período de hiberna-
ção produz água e as calorias que necessitam para sobreviver. Durante o período de 
hibernação ocorre a reciclagem de componentes nitrosos como a ureia, que, combina-
dos com a glicerina produzida pela queima da gordura corporal, formam aminoácidos 
que auxiliam na manutenção das proteínas corporais.
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2.4 Tipos de Ciclos Biogeoquímicos
Os principais ciclos biogeoquímicos são: do carbono; da água; do nitrogênio; do oxigênio; 
do fósforo; do enxofre.
2.4.1 Ciclo biogeoquímico do carbono
O carbono é um dos principais elementos que faz parte da composição das moléculas 
orgânicas. O ciclo biogeoquímico do carbono tem início a partir do gás carbônico liberado 
pela respiração celular aeróbica dos animais, que depois é captado pelas plantas para a 
realização do processo de fotossíntese.
A seguir, os consumidores primários (animais) podem absorver o carbono através da 
ingestão de plantas que absorveram previamente o carbono presente na atmosfera. 
Dessa forma, o carbono passa da atmosfera para as plantas (produtores ou organismos 
autotróficos), e depois para os animais (consumidores ou organismos heterotróficos). 
Finalmente, quando os organismos autotróficos e heterotróficos morrem e sofrem ação 
dos organismos decompositores, o ciclo se completa, em que o carbono se transforma 
em matéria orgânica e depois inorgânica, sendo devolvido para o ambiente. Outra forma 
de o carbono retornar ao ambiente ocorre pelo processo de respiração celular ou através 
da queima de combustíveis fósseis (Figura 2.10).
Figura 2.10 Ciclo biogeoquímico do carbono. O dióxido de carbono é produzido por 
meio do processo de respiração celular dos seres vivos e queima de combustível fóssil. 
O dióxido de carbono é absorvido pelas plantas e algas marinhas e a decomposição das 
plantas e dejetos animais libera o carbono no solo. 
Fonte: adaptada de https://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ 
ecologia27.php.
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2.4.2 Ciclo biogeoquímico da água
A água é um elemento que se transforma o tempo todo, pois sofre mudanças em seu 
estado físico (sólido, líquido e gasoso). No começo do processo, a evaporação da água 
dos rios, lagos e oceanos, a transpiração e a evaporação fazem com que a água passe 
do estado líquido para o estado gasoso. A seguir, ocorre o processo de condensação da 
água, no qual ela passa agora do estado gasoso para o estado líquido, e por meio da 
precipitação da água através das chuvas, ela volta novamente para os lagos, rios, mares, 
oceanos e solo (Figura 2.11).
Figura 2.11 Ciclo biogeoquímico da água. A água que se encontra no estado líquido 
em rios e oceanos e no interior das plantas, ao sofrer evaporação, passa para o estado 
gasoso. Após a sua condensação, a água volta novamente em seu estado líquido através 
da chuva para o solo, rios e oceanos. 
Fonte: adaptada de https://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/
ecologia27.php.
2.4.3 Ciclo biogeoquímico do nitrogênio
Aproximadamente 78% da atmosfera é constituída por nitrogênio, porém a maioria dos 
organismos vivos é incapaz de utilizá-lo, uma vez que o nitrogênio se encontra na forma 
gasosa (N2), o que o torna estável, e faz com que ele apresente pouca tendência a reagir 
com outros elementos químicos.
O ciclo biogeoquímico tem início com o nitrogênio na sua forma gasosa (N2) no ambien-
te, sendo fundamental que o nitrogênio se fixe no solo por meio da ajuda de bactérias 
fixadoras de N2 no solo. 
Depois, o N2 reage com o hidrogênio, sendo transformado em amônia por um processo 
denominado amonificação, no qual a amônia será absorvida por bactérias produzindo 
nitritos em um processo denominado nitrificação. Também parte da amônia no solo 
50
pode ser proveniente da decomposição de proteínas e resíduos nitrogenados presentes 
na matéria orgânica morta e material excretado pelosseres vivos. 
A seguir, os nitritos são convertidos em nitratos e passam a ser absorvidos e utilizados 
pelas plantas no processo de síntese proteica. Depois ocorre o processo de denitrificação 
por bactérias denitrificantes, que convertem os nitratos em nitrogênio molecular, com o 
retorno do N2 para a atmosfera, fechando o ciclo do nitrogênio (Figura 2.12).
Figura 2.12 Ciclo biogeoquímico do nitrogênio. O nitrogênio é removido da atmosfera 
pela ação de bactérias que retiram o nitrogênio da atmosfera e depois é transformado 
em amônia e, a seguir, em nitritos e nitratos. Pelo processo de denitrificação, 
o nitrogênio retorna à atmosfera. 
Fonte: adaptada de https://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ 
ecologia27.php.
2.4.4 Ciclo biogeoquímico do oxigênio
O ciclo do oxigênio se encontra associado ao ciclo do carbono, uma vez que os fluxos de 
oxigênio e carbono estão associados aos processos de fotossíntese e respiração celular.
Durante o processo de fotossíntese, plantas e algas liberam o oxigênio para a atmosfera e 
removem gás carbônico, ao passo que os processos de respiração celular dos seres vivos 
e combustão a partir da queima de combustíveis fósseis consomem o oxigênio e geram 
gás carbônico, que é liberado para a atmosfera e depois será utilizado no processo de 
fotossíntese, dando continuidade ao ciclo (Figura 2.13).
51
2.4.5 Ciclo biogeoquímico do fósforo
O fósforo é um elemento químico que se encontra presente no material genético (ácido 
desoxirribonucleico, ácido ribonucleico) dos seres vivos e na molécula que fornece ener-
gia aos seres vivos (adenosina trifosfato).
No ciclo biogeoquímico do fósforo, as plantas absorvem o fósforo do solo e da água, ao 
passo que os animais e os seres humanos obtêm o fósforo através da ingestão de alimen-
tos. Quando os seres vivos morrem e sofrem decomposição pela ação dos organismos 
decompositores, ocorre o retorno do fósforo para o solo e a água, reiniciando o ciclo. 
Além disso, parte do fósforo é levada pela ação das chuvas, para os lagos, rios, mares e 
oceanos, onde acaba sendo incorporado às rochas desses locais. O fósforo retorna ao 
ecossistema mais tarde através da elevação das rochas por meio dos processos geológi-
cos e, depois, com o passar do tempo, já na superfície, as rochas sofrem decomposição e 
formam os solos, em que ocorre a liberação de fosfatos contendo fósforo, que novamen-
te será absorvido pelas plantas (Figura 2.14).
Figura 2.13 Ciclo biogeoquímico do oxigênio. O oxigênio é produzido pelas plantas e 
algas através do processo de fotossíntese que, ao mesmo tempo, utiliza o gás carbônico 
da atmosfera. A seguir, o oxigênio é utilizado pelos seres vivos no processo de respiração 
celular, produzindo gás carbônico, que é utilizado no processo de fotossíntese. 
Fonte: adaptada de https://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ 
ecologia27.php.
52
2.4.6 Ciclo biogeoquímico do enxofre
O enxofre é um elemento químico essencial à vida dos organismos vivos, fazendo parte 
da estrutura de aminoácidos, pontes dissulfeto, cadeias polipeptídicas e proteínas. 
 Também está presente em algumas vitaminas.
O enxofre pode ser encontrado em rochas sedimentares formadas por depósitos que se 
acumulam pela ação da natureza, rochas vulcânicas e solo. O enxofre é absorvido pelas 
plantas como íon sulfato, e algumas bactérias utilizam o sulfeto de hidrogênio presente 
na água como fonte doadora de elétrons. Quando um organismo autotrófico ou hete-
rotrófico morre e sofre decomposição, os sulfatos presentes na matéria orgânica em 
decomposição em combinação com a água são absorvidos pelas raízes das plantas (au-
totróficos). Já os organismos heterotróficos (consumidores) obtêm o enxofre através do 
consumo de vegetais e/ou animais que fazem parte da cadeia alimentar. O enxofre pode 
ser encontrado em pequenas quantidades na atmosfera, seja pela ação natural de vul-
cões ou pela queima de combustível de origem fóssil pelo homem, produzindo dióxido de 
Figura 2.14 Ciclo biogeoquímico do fósforo. As plantas obtêm fósforo do ambiente 
absorvendo os fosfatos dissolvidos na água e no solo, enquanto os animais obtêm 
fosfatos na água e nos alimentos. O processo de decomposição da matéria orgânica 
devolve o fósforo ao solo e à água. Parte do fósforo é arrastada pelas chuvas para 
coleções de água e acaba sendo incorporada às rochas. O fósforo retorna ao 
ecossistema quando as rochas se elevam nos processos geológicos e, depois de serem 
decompostas, são transformadas em solo com liberação de fosfato. 
Fonte: adaptada de https://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ 
ecologia27.php.
53
enxofre que se funde com a água e produz ácido sulfúrico, que retorna ao solo por meio 
da chuva ácida. Após retornar ao solo, o enxofre fica localizado nas rochas que se encon-
tram debaixo do solo ou debaixo da água (Figura 2.15). Este enxofre, em contato com 
bactérias do gênero Chlorobium, ou Pelodityonsendo, é transformado em sulfato, que é 
absorvido pelas plantas. Contudo, se sofre ação de bactérias do gênero Thiobacillus, 
é convertido em ácido sulfúrico e permanece no solo.
Figura 2.15 Ciclo biogeoquímico do enxofre. O enxofre é absorvido pelas raízes das 
plantas, que são consumidas pelos animais em seguida. Algumas bactérias conseguem 
decompor a matéria orgânica produzindo ácido sulfúrico, que fica incorporado ao solo. 
O enxofre pode ser encontrado em pequenas quantidades na atmosfera, na forma de 
seus óxidos, seja pela liberação durante atividades vulcânicas, ou pela ação do homem 
através da queima de combustível fóssil. A seguir, os óxidos de enxofre se combinam 
com a água e produzem ácido sulfúrico, que volta ao solo, ou com coleções de água 
(rios, lagos, mares) por meio da chuva ácida. 
Fonte: adaptada de https://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/
ecologia27.php.
54
Parágrafo de conclusão da unidade
O Sol é considerado a fonte básica de energia para a manutenção da vida na Terra, uma 
vez que as plantas absorvem e transformam esta energia através de reações químicas e a 
armazenam na forma de ligações químicas. Para isso, os vegetais, realizam a fotossíntese, 
reação química na qual os vegetais promovem a reação entre gás carbônico, proveniente 
da atmosfera, e água, na presença e absorção de energia luminosa, geralmente, 
proveniente do sol, a partir dos cloroplastos presentes nas plantas como, por exemplo, 
nas folhas e raízes. Assim, devido à realização da fotossíntese, os vegetais são capazes de 
produzirem matéria orgânica (carboidratos) e gás oxigênio. A cadeia alimentar representa 
as relações alimentares entre os seres vivos que constituem uma biota, onde se realiza o 
fluxo contínuo de energia e matéria entre os seres vivos, além disso, a cadeia alimentar 
sempre se inicia com os seres vivos produtores e termina com os seres vivos decomposi-
tores, que promovem a absorção final de nutrientes e energia entre os seres vivos. 
Assim, os componentes da cadeia alimentar são os produtores, consumidores e decom-
positores, estando cada um deles em um nível trófico distinto. A teia alimentar corres-
ponde a um conjunto de cadeias alimentares interligadas, representando as relações 
Em 29 setembro de 2017 houve o aparecimento de centenas de peixes mortos em 
Maringá, no Paraná, em função da queda de chuva ácida. Os peixes mortos apareceram 
às margens do Rio Pirapó, responsável por 80% do abastecimento de água de Maringá. 
Dois dias antes, a Defesa Civil do Paraná havia emitido um alerta de que chuvas isoladas 
contendo uma concentração moderada de substâncias químicas poderiam ocorrer em 
algumas partes do estado.
Na prática
Gostaria de aproveitar este momento para convidar você para assistir ao vídeo com o 
título “Conceitos Básicos da Ecologia – Biologia”, que vai ajudá-lo bastante a entender 
todo esse processo. https://www.youtube.com/watch?v=w8zHbA3CSBo.
Veja na web
55
entre os diferentes organismos que constituem um ecossistema. A matéria circula ao 
longodas cadeias alimentares dentro do ecossistema, em que as cadeias alimentares 
têm início a partir dos organismos produtores que, com a energia solar e a fotossíntese, 
têm a capacidade de transformar a matéria mineral em matéria orgânica. O fluxo de 
energia segue um movimento unidirecional, uma vez que a energia gasta ou perdida não 
é reaproveitada. Os organismos autotróficos transferem a energia disponível após serem 
utilizados como alimento pelos animais consumidores (herbívoros); e essa energia será 
passada dos animais consumidores primários (herbívoros) aos consumidores secundários 
(carnívoros) quando forem utilizados como fonte de alimento. Ao longo de uma cadeia 
alimentar em um determinado ecossistema ocorrem transferências, consumos, gastos e 
perdas de matéria e energia à medida que se sucedem os diferentes níveis tróficos. 
As pirâmides ecológicas representam graficamente as variações de número, massa e 
energia que são transferidos ao longo da cadeia alimentar, nos diferentes ecossistemas, 
apresentando as relações que ocorrem entre os diferentes níveis tróficos em termos 
quantitativos. As pirâmides ecológicas podem ser representativas de número, massa ou 
biomassa e energia. Os níveis tróficos são a representação organizacional dos organismos 
vivos que compõem uma determinada cadeia alimentar na qual ocorre a transferência de 
matéria e energia entre organismos vivos. O primeiro nível trófico é composto pelos pro-
dutores primários ou organismos autotróficos, pois são capazes de sintetizar seu próprio 
alimento por meio da fotossíntese. O próximo nível trófico é representado pelos consu-
midores primários, constituídos pelos organismos herbívoros, que consomem a matéria 
orgânica produzida pelos produtores (organismos autotróficos) para obter matéria, 
nutrientes e energia, fundamentais para a manutenção do seu metabolismo e sobrevi-
vência. O último nível trófico é constituído pelos organismos decompositores, composto 
por bactérias e fungos. Os ciclos biogeoquímicos são processos que ocorrem na natureza 
e garantem que diferentes elementos químicos circulem tanto pelo meio abiótico quanto 
pelo meio biótico, promovendo o reaproveitamento dos elementos químicos. 
Os principais ciclos biogeoquímicos encontrados na natureza são o ciclo da água, 
 carbono, oxigênio, nitrogênio, fósforo e enxofre. Na próxima unidade, você conhecerá a 
dinâmica das populações, as relações e as sucessões ecológicas.
56
Links e sites sugeridos
https://www.stoodi.com.br/blog/2018/07/30/ciclos-biogeoquimicos/.
https://www.todamateria.com.br/ciclos-biogeoquimicos/.
https://pt.khanacademy.org/science/biology/ecology/biogeochemical-cycles/a/ 
introduction-to-biogeochemical-cycles.
https://planetabiologia.com/ciclos-biogeoquimicos-resumo-o-que-sao-quais-sao/.
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/ciclos-biogeoquimicos.htm.
https://geekiegames.geekie.com.br/blog/ciclos-biogeoquimicos-resumo/.
http://www.ecycle.com.br/component/content/article/63/2409-dioxido-de-enxofre- 
e-um-dos-poluentes-do-ar-mais-perigosos.html.
http://www.uenf.br/uenf/centros/cct/qambiental/ar_chuvacida.html.
http://www.profpc.com.br/ciclo_enxofre.htm.
http://ciclosbiogeo.blogspot.com.br/2011/05/ciclo-do-enxofre.html.
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ecologia30.php.
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ecologia26.php.
http://educacao.globo.com/biologia/assunto/ecologia/ciclos-biogeoquimicos.html.
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/ciclos-biogeoquimicos.htm.
https://www.coladaweb.com/biologia/bioquimica/ciclos-biogeoquimicos.
https://pt.khanacademy.org/science/biology/ecology/biogeochemical-cycles/a/ 
introduction-to-biogeochemical-cycles.
https://guiadoestudante.abril.com.br/curso-enem-play/ecologia-ciclos-biogeoquimicos-a-
-reciclagem-das-substancias-essenciais-a-vida/.
https://www.stoodi.com.br/materias/biologia/materia-e-energia-nos-ecossistemas/ 
ciclos-biogeoquimicos-visao-geral-e-ciclo-da-agua/.
https://www.significados.com.br/ciclo-do-carbono/.
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ecologia29.php.
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/ciclo-nitrogenio.htm.
https://www.infoescola.com/meio-ambiente/ciclo-do-nitrogenio/.
https://www.infoescola.com/meio-ambiente/ciclo-do-enxofre/.
http://meioambiente.culturamix.com/recursos-naturais/ciclo-do-enxofre- 
caracteristicas-gerais.
https://www.todamateria.com.br/ciclo-do-fosforo/.
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/ciclo-fosforo.htm.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_biogeoqu%C3%ADmico.
https://pt.wikibooks.org/wiki/Introdu%C3%A7%C3%A3o_%C3%A0_Biologia/Ecologia/
Ciclos_biogeoqu%C3%ADmicos.
https://www.infoescola.com/biologia/ciclos-biogeoquimicos/.
Unidade 3
Dinâmicas das Populações, 
Relações Ecológicas e 
Sucessão Ecológica
58
Unidade 3
Objetivos da Unidade
• Conhecer os princípios da dinâmica populacional
• Conhecer os princípios das relações ecológicas
• Compreender como funciona o processo de sucessão ecológica
• Compreender quais são os fatores que afetam a evolução dos ecossistemas.
Contextualizando
Pense na seguinte situação: na Amazônia brasileira, a pesca é importante fonte de renda 
e de proteína animal para as populações ribeirinhas. Entre as espécies de peixes de 
maior volume desembarcado nos mercados e feiras da região se destacam as sardinhas, 
Triportheus albus (sardinha comum), T. angulatus (sardinha papuda) e T. auritus (sardinha 
comprida). O aumento da pressão pesqueira gera a redução dos estoques pesqueiros 
na Amazônia brasileira, interferindo na quantidade e no tamanho de várias espécies de 
 peixes. Em 2010 foi realizado um estudo a respeito das três espécies de sardinha cita-
das, no qual foi verificado que os peixes na natureza estavam apresentando crescimento 
rápido, porém com alta mortalidade, baixa expectativa de vida e curto ciclo de vida em 
função da pesca descontrolada. 
Para que essas espécies voltem a apresentar uma dinâmica populacional natural, quais 
medidas de controle de pesca deveriam ser utilizadas?
59
3.1 Características das Populações
3.1.1 Populações
Uma população consiste em todos os organismos vivos de uma espécie que vive em 
um determinado local em um certo tempo. A ciência que estuda estatisticamente essas 
populações ao longo do tempo é a demografia.
Existem duas medidas importantes do tamanho de uma população, o tamanho popula-
cional (número de organismos vivos) e a densidade populacional (número de organismos 
vivos por área).
Uma população animal ou vegetal em um determinado ecossistema pode, em teoria, 
apresentar crescimento infinito, mas existe uma curva real de crescimento dessa popu-
lação, determinada pelo aumento do número de animais ou plantas, que é modificada 
pela resistência ambiental.
A resistência ambiental é constituída pelos fatores abióticos capazes de influenciar o 
crescimento da população animal ou vegetal. Toda população animal ou vegetal dispõe 
de um equilíbrio dinâmico, que apresenta flutuações. O número de organismos vivos em 
valores constantes corresponde ao número de organismos vivos máximo ou à capacidade 
limite do ambiente em relação à população animal ou vegetal do ecossistema.
Na natureza, os organismos que compõem uma população podem estar distribuídos em 
um padrão uniforme, aleatório ou em agrupamentos, conforme a espécie.
Na distribuição uniforme, a população está espaçada igualmente em uma determina-
da área; na distribuição aleatória, a população apresenta espaçamento aleatório; e na 
distribuição em agrupamento, a população está distribuída em grupos ao longo de uma 
determinada área.
3.1.2 Mensuração do tamanho de uma população
Para avaliar o tamanho de uma população, não é possível somente contar os organismos 
existentes em uma determinada área em um certo período. Isso, na prática, nem sempre 
é possível, pois contar todos os organismos vivos em uma população pode ser muito 
dispendioso em termos de tempo e dinheiro, ou pode não ser possível.
Por essas razões, estima-seo tamanho de uma população ao utilizar uma ou mais 
 amostras de uma população, em que tais amostras são usadas para fazer inferências 
sobre a população como um todo.
60
Inúmeros métodos podem ser utilizados para determinar o tamanho das amostras de 
diferentes populações, seu tamanho e densidade. Dois métodos são muito comuns e im-
portantes para essa determinação: o método do quadrante e o de marcação e recaptura.
3.1.2.1 Método quadrante
O método do quadrante é utilizado para a contagem de organismos imóveis, como 
planta, ou para a contagem de organismos muito pequenos e lentos. Assim, as parcelas 
chamadas quadrantes podem ser utilizadas para determinar o tamanho e densidade de 
uma população.
Cada quadrante marca uma determinada área do mesmo tamanho, sendo tipicamente 
uma área quadrada estabelecida dentro do hábitat do organismo. O quadrante pode ser 
demarcado ao se cercar uma determinada área com palitos e/ou cordões, ou utilizando 
um quadrado de madeira, plástico ou metal colocado no chão.
Após a determinação dos quadrantes, são contados os números de organismos vivos 
existentes nos limites de cada quadrante.
Amostras múltiplas de quadrantes podem ser dispostas em todo o hábitat em diferentes 
locais aleatórios, garantindo que o número de registrados seja representativo para todo o 
hábitat. No final, os resultados são utilizados para estimar o tamanho e/ou densidade de 
determinada população no hábitat.
3.1.2.2 Método da marcação e recaptura
Para organismos vivos que se movimentam, como mamíferos, aves ou peixes, a técnica 
de método de marcação e recaptura é utilizada para identificar o tamanho das diferentes 
populações em uma determinada área em um certo período.
O método de marcação e recaptura envolve a coleta de amostras de animais e a marca-
ção destes com etiquetas, faixas, pinturas ou outras marcas no corpo. A seguir, os animais 
identificados são devolvidos ao ambiente, podendo agora se misturar com os animais 
restantes da população.
Mais tarde, após um determinado período estabelecido, uma nova amostra de animais é 
coletada. Esta irá incluir alguns animais que já estão marcados, ou seja, são recapturados, 
juntamente com alguns animais que não foram marcados.
Por meio da relação de animais marcados com animais não marcados, pode-se estimar a 
quantidade de animais existentes no total da população em estudo.
Contudo, essa abordagem não é perfeita, pois alguns animais da primeira captura 
podem se condicionar a evitar a recaptura, superestimando a estimativa populacional. 
Por outro lado, alguns animais podem ser preferencialmente recapturados se houver 
alguma recompensa pela recaptura, como comida, resultando em uma subestimativa do 
 tamanho populacional.
61
Além disso, algumas espécies animais podem ser prejudicadas pela técnica de marcação, 
reduzindo a sua sobrevivência naquele ecossistema. A abordagem do método de marca-
ção e recaptura tem como base o conceito que animais não morram, nasçam, saiam ou 
entrem naquela população durante o período do estudo.
Métodos alternativos para determinação do tamanho de uma população animal incluem 
o rastreamento eletrônico de animais marcados com radiotransmissores, ou uso de 
dados da pesca comercial ou de operações de captura.
3.1.3 Distribuição das espécies
Além de se conhecer o número e a densidade de organismos vivos em uma determinada 
área, é importante conhecer a sua distribuição.
Os padrões de dispersão ou de distribuição das diferentes espécies se referem ao padrão 
de distribuição dos organismos vivos em uma determinada área em um determinado 
período.
Os organismos que compõem uma população estão, individualmente, espaçados de 
forma mais ou menos igual, dispersos aleatoriamente sem nenhum padrão previsível, 
ou podem estar aglomerados em grupos.
Esses padrões de distribuição das espécies são conhecidos como padrão de dispersão 
uniforme, aleatório e aglutinado ou agrupado, respectivamente.
Na dispersão uniforme, os organismos individuais de uma determinada população estão 
distribuídos de forma mais ou menos uniforme. Um exemplo de dispersão uniforme diz 
respeito às plantas que secretam toxinas que inibem o crescimento de outras plantas que 
vivem nas proximidades, fenômeno denominado alelopatia. Também se pode observar 
a dispersão uniforme em espécie animal em que os indivíduos vigiam e defendem seus 
territórios de outras espécies animais, ou de sua própria espécie.
Na dispersão aleatória, os organismos individuais de uma determinada população estão 
distribuídos aleatoriamente, sem um padrão conhecido ou previsível. Um exemplo 
de dispersão aleatória é visto por meio da dispersão de flores e plantas que têm suas 
sementes dispersadas pela ação do vento. As sementes se espalham de forma ampla e 
brotam onde caem aleatoriamente, desde que o solo, os nutrientes, a água e a luz sejam 
suficientes.
Na dispersão aglutinada ou agrupada, os organismos individuais são aglomerados em 
grupos de acordo com áreas contendo plantas que dispersam suas sementes diretamen-
te no solo como, por exemplo, as árvores de carvalho, ou animais que vivem em grupos, 
como cardumes de peixes nos rios e mares, ou manadas de elefantes.
62
3.1.4 Variações da população dentro do 
ecossistema
O número de organismos vivos em um ecossistema normalmente varia, modificando o 
tamanho das populações que compõem o ecossistema. Os principais fatores que estão 
associados às modificações do número de organismos vivos em uma determinada popu-
lação são emigração, imigração, natalidade e mortalidade.
Isoladamente ou em combinação, esses fatores associados às modificações do número de 
organismos vivos podem modificar a densidade populacional, representada pela fórmula:
Densidade (D) 5 número de organismos vivos/área do ecossistema
3.1.5 Comunidades
Uma população corresponde a um determinado grupo de organismos vivos de uma 
mesma espécie que ocupa uma área geográfica em um certo período. Uma comunidade 
corresponde ao conjunto de todas as populações localizadas em uma determinada área. 
A posição ou a função de cada população animal ou vegetal dentro de uma comunidade 
é chamada de nicho ecológico.
Embora a hipótese da exclusão competitiva fale que somente uma espécie é capaz de 
ocupar o mesmo nicho ecológico em um determinado momento do tempo, fazendo com 
que outra espécie com o mesmo nicho ecológico seja eliminada, na prática, isso não é 
uma verdade absoluta. Na realidade, o tamanho de qualquer população animal ou vege-
tal é determinado pelas taxas de natalidade e de mortalidade.
Em teoria, a taxa de natalidade de uma população é exponencial, em função de seu 
 potencial reprodutivo, ou seja, quanto maior for o número de organismos de uma deter-
minada população, mais rápido esta população cresce.
A taxa de crescimento de uma determinada população que se expande de forma loga-
rítmica pode ser representada em um gráfico através de uma curva sigmoide. Tal curva 
começa lentamente e aumenta de modo exponencial durante um determinado período, 
e depois se estabiliza, à medida que a população alcança os limites dos recursos disponí-
veis, como alimentos, espaço físico ou, em ambientes aquáticos, a quantidade ideal de 
oxigênio para sobreviver.
Na maioria das comunidades que compõem um ecossistema, a taxa de mortalidade de 
uma espécie é quase igual à taxa de natalidade, fazendo com que a população animal ou 
vegetal permaneça numericamente relativamente estável.
Os fatores bióticos e abióticos desempenham importante papel na regulação natural do 
número de organismos que vivem em um ecossistema. Esses fatores podem ser indepen-
dentes de densidade (temperatura diária, duração da luminosidade do dia) ou dependen-
tes de densidade (presença ou ausência de fonte de alimento ou predadores).
63
Os diferentes tipos e a abundância numérica dos organismos vivos em uma comunidade 
dentro do ecossistema dependem tanto dos fatores abióticos quanto dos bióticos, além 
das diferentes formas de interação entreas variadas populações.
Dentre os tipos de interação entre os organismos vivos, está presente a competição, que 
pode levar a eliminação de uma determinada espécie ou sua conformidade a um quadro 
em que não ocorre um cenário competitivo.
Determinadas plantas podem competir entre si produzindo substâncias tóxicas que limi-
tam o crescimento de outras espécies de plantas próximas; em um processo chamado 
alelopatia.
A simbiose corresponde a outro tipo de interação entre os organismos vivos, sendo 
 normalmente uma associação estreita entre organismos de espécies diferentes. 
Esta associação simbiótica pode ser benéfica a ambas as espécies de organismos 
 (mutualismo), benéfica a uma espécie e inócua a outra (comensalismo) ou, em último 
caso, benéfica a uma espécie e prejudicial a outra (parasitismo).
Em alguns casos específicos de simbiose, como observado no caso dos liquens e formi-
gas cultivadoras de fungos, as formas associadas não podem viver separadas. Caso isso 
aconteça, as duas espécies são prejudicadas.
A maioria das doenças observadas na natureza nos organismos vivos é causada por 
 relações em que uma espécie acaba sendo prejudicada pela ação de parasitas.
A maior parte dos parasitas na natureza não mata o seu hospedeiro e dificilmente exter-
mina completamente uma determinada população. Isso não ocorre porque os parasitas 
tendem a se adaptar ao(s) seu(s) hospedeiro(s) natural(is) e, além disso, passam a depen-
der completamente do hospedeiro.
Em geral, os níveis tróficos de um determinado ecossistema estão associados a relações 
do tipo predador-presa, as quais exercem papel regulador no número de diferentes po-
pulações e promovem grandes efeitos evolutivos sobre as diferentes espécies associadas 
com essa relação.
Esses efeitos evolutivos fizeram com que vegetais e espécies animais diferentes desen-
volvessem uma grande variedade de processos de defesa contra os predadores.
Esses mecanismos de defesa incluem um invólucro externo resistente (cactos, tatus, 
tartarugas), armas químicas (venenos de plantas, secreções aversivas de insetos) ou 
camuflagem.
Determinados insetos se assemelham a organismos de outra espécie, exibindo um dispo-
sitivo protetor eficaz em comum com outra espécie (mimetismo mülleriano); ou para dar 
a impressão de possuírem um dispositivo protetor, embora, na realidade, não o tenham 
(mimetismo batesiano).
Todas essas diferentes associações em maior ou menor grau contribuem para definir o 
nicho ecológico das diferentes populações que estão presentes em uma determinada 
comunidade.
64
3.2 Fatores que Regulam o Tamanho das
Populações
A dinâmica das populações descreve as variações na abundância das diversas e numerosas 
espécies animais e vegetais e procura estabelecer quais são as causas dessas variações.
Os fatores que interferem no equilíbrio dinâmico de uma população incluem:
 l Relações interespecíficas e intraespecíficas entre os seres vivos
 l Alterações na taxa de natalidade (aumenta o efetivo populacional)
 l Alterações na taxa de mortalidade (diminui o efetivo populacional)
 l Alterações na taxa de imigração (aumenta o efetivo populacional)
 l Alterações na taxa de emigração (diminui o efetivo populacional).
Na prática, o crescimento e o tamanho de uma determinada população em um ecossis-
tema são limitados por inúmeros fatores. Dentre tais fatores, alguns são dependentes da 
densidade populacional, e outros são independentes da densidade populacional.
Os fatores dependentes da densidade promovem mudança na queda do crescimento 
per capita de uma população, com aumento da densidade populacional. Isso pode 
ocorrer na competição por alimentos em quantidade limitada entre os membros de uma 
mesma população.
Os fatores independentes da densidade influenciam a taxa de crescimento per capita de 
uma população, independentemente da densidade populacional. Na natureza, isso ocor-
re em virtude de catástrofes naturais como incêndios em matas e florestas.
O mimetismo é uma semelhança física ou comportamental, sendo considerado um 
mecanismo adotado por uma espécie que imita outra para a sua proteção contra 
 predadores. O mimetismo não tem a característica da coloração críptica (semelhan-
ça com o hábitat). O mimetismo corresponde a uma adaptação que ocorre entre 
diversas espécies pertencentes ao mesmo ou a grupos taxonômicos distintos, que se 
 assemelham no padrão de cor e/ou forma. Nessa semelhança, podem estar envolvidos 
o comportamento e a comunicação química. O mimetismo funciona como uma técnica 
de defesa. Há três tipos de mimetismo: ofensivo ou de ataque, defensivo e 
reprodutivo.
Saiba mais
65
Diferentes tipos de fatores limitantes do crescimento populacional podem interagir de 
forma complexa, produzindo padrões distintos de crescimento populacional. Em função 
disso, algumas populações apresentam oscilações cíclicas, em que o tamanho da popula-
ção muda conforme o ciclo de oscilação.
3.2.1 Fatores limitantes dependentes da densidade
Tratam-se dos fatores que afetam a taxa de crescimento per capita de uma determinada 
população de forma diferente, conforme o grau de densidade da população. Os fatores 
dependentes da densidade fazem a taxa de crescimento diminuir à medida que a popula-
ção aumenta numericamente.
Quando uma determinada população animal é pequena numericamente, a quantidade 
limitada de alimento, em tese, será suficiente para todos os membros da população. 
No entanto, quando a população animal ficar grande o suficiente em termos numéri-
cos, a quantidade limitada de alimentos pode não ser suficiente para todos os animais, 
 levando à competição entre os animais da mesma população por alimentos.
Em função da competição, alguns animais podem morrer de fome ou deixar de reprodu-
zir, diminuindo a taxa de crescimento per capita individual, fazendo com que o tamanho 
da população alcance um platô ou diminua numericamente. Assim, a competição por 
comida é um fator limitante do crescimento populacional dependente de densidade.
Fatores limitantes dependentes da densidade de uma população podem levar ao surgi-
mento de um padrão logístico de crescimento; quando o tamanho de uma população 
atinge um nível máximo determinado pelo ambiente onde se encontram, isso é chamado 
de capacidade de carga.
Os fatores limitantes dependentes da densidade tendem a ser bióticos, ou seja, estão 
relacionados aos organismos vivos, e não às características físicas do ambiente. São 
considerados exemplos de fatores dependentes da densidade a competição, a predação, 
o surgimento de doenças e o acúmulo de resíduos.
A competição dentro da população ocorre quando uma determinada população apre-
senta alta densidade populacional, em que existem muitos indivíduos tentando utilizar a 
mesma quantidade de recursos. Isso leva à competição por alimento, água, abrigo, luz e 
outros recursos naturais necessários para reprodução e sobrevivência.
Quando determinadas populações apresentam aumento de densidade populacional, 
estas podem atrair determinados predadores que não seriam atraídos se tais populações 
se mantivessem com baixa densidade populacional. Quando os predadores se alimentam 
dos indivíduos da população, a densidade populacional diminui, o que pode aumentar a 
densidade da população de predadores, levando ao surgimento de padrões cíclicos.
Em função do aumento da densidade populacional, algumas doenças e determinados 
parasitas podem se propagar, causando aumento do número de mortes quando existem 
mais indivíduos vivendo juntos em uma mesma área. Além disso, doenças infecciosas 
66
transmissíveis por vírus e bactérias, e os endoparasitas e ectoparasitas são mais propen-
sos a se espalharem nessas condições.
As altas densidades populacionais podem levar ao acúmulo de resíduos corporais que 
podem ser nocivos aos indivíduos da população, matando ou prejudicando a capacidade 
de reprodução, ou seja, reduzindo o crescimento da população.
A regulação dependente da densidade populacional também pode levar a alteraçõesfisiológicas ou comportamentais nos indivíduos que compõem a população. Por exemplo, 
isso pode ser visto através da emigração de vários indivíduos de uma população para a 
busca de um lugar ambiente, que não apresente uma alta densidade populacional.
3.2.2 Fatores limitantes independentes da 
densidade
Tais fatores afetam a taxa de crescimento per capita, independentemente da densidade 
populacional. Os fatores limitantes independentes da densidade são representados por 
desastres naturais, condições climáticas adversas e poluição. Isso ocorre, por exemplo, 
quando há um incêndio em uma floresta. O fogo irá queimar e matar qualquer animal 
que esteja presente, independentemente do tamanho da população. A chance de um 
animal morrer não depende da quantidade de animais da mesma população ao redor.
Tais fatores, isoladamente, não são capazes de manter a população em níveis constantes, 
ao contrário dos fatores limitantes dependentes da densidade. Isso ocorre porque sua 
força não depende do tamanho da população, não fazendo um controle da densidade 
quando o tamanho da população fica muito grande. Em vez disso, estes fatores podem 
levar a mudanças abruptas no tamanho da população, em que populações numericamen-
te pequenas podem correr o risco de serem dizimadas por eventos esporádicos indepen-
dentes da sua densidade.
3.2.3 Flutuações da população
Na prática, inúmeros fatores limitantes dependentes e independentes da densidade 
populacional podem interagir, produzindo padrões de mudança que são observados ao 
longo do tempo em uma determinada população em um ecossistema. Uma população 
pode ser mantida próximo de sua capacidade de carga pela pressão exercida por fatores 
limitantes dependentes da densidade por um determinado período, e então sofrer uma 
queda abrupta em sua densidade em função do surgimento de eventos independen-
tes da densidade populacional, pelo surgimento de desastres naturais (tempestades, 
 incêndios).
Contudo, mesmo na ausência de desastres naturais, as populações nem sempre se apre-
sentam estáveis na sua capacidade de carga.
67
Assim, as diferentes populações podem flutuar ou variar de densidade em função de 
muitos padrões diferentes que ocorrem ao longo do tempo.
Algumas populações passam por picos e quedas irregulares em números; para esse pro-
cesso, utilizamos o termo ciclo populacional.
3.2.3.1 Ciclo populacional
Algumas populações animais sofrem oscilações cíclicas de tamanho numérico. Elas cor-
respondem a repetitivos aumentos e quedas no tamanho numérico da população animal 
ao longo do tempo. Em inúmeros casos, as oscilações são produzidas pela interação 
entre diferentes populações, envolvendo pelo menos duas espécies diferentes.
Fatores como predação e infecção por vírus, bactérias, ectoparasitas, endoparasitas e 
flutuação na disponibilidade de alimentos têm se mostrado importantes nos processos 
de oscilações.
Isso é observado em populações de lemingues encontradas na Groenlândia, com oscila-
ções cíclicas no tamanho numérico em um período com duração de um ciclo completo 
de 4 anos. O ciclo pode ser explicado pelas interações entre os lemingues e quatro 
diferentes tipos de predadores – coruja, raposa, mandrião e arminho. Coruja, raposa e 
mandrião são predadores oportunistas que podem utilizar diferentes fontes de alimento 
e tendem a se alimentar de lemingues quando eles estão em abundância. O arminho, ou 
doninha da cauda curta, se alimenta basicamente de lemingues.
Quando os lemingues estão apresentando baixa densidade populacional, corujas, 
mandriões e raposas não prestam muita atenção neles, permitindo que a população se 
reproduza e cresça numericamente de modo rápido.
Conforme a população de lemingues cresce, a população de arminhos também cresce, 
porém com um atraso, pois arminho se reproduz uma vez por ano, ao contrário dos 
lemingues, que se reproduzem constantemente.
Conforme a densidade dos lemingues aumenta, corujas, raposas e mandriões são atraí-
dos pela alta densidade populacional e começam a se alimentar dos lemingues em maior 
abundância, do que quando eles se encontravam em baixa densidade populacional.
Assim, esse fenômeno funciona como um limite dependente da densidade populacional 
para o crescimento numérico dos lemingues, e impede que estes sejam numericamente 
superiores que os arminhos.
A população de arminhos aumenta numericamente e torna-se grande o suficiente para 
se alimentar de uma grande quantidade de lemingues, deixando poucos animais vivos 
para se reproduzir, causando um colapso na população de lemingues, que é acompa-
nhado por um impacto na população de arminhos, porém com atraso de 1 ano, pois os 
arminhos ficam com seu suprimento de alimentos reduzido. A partir disso, o ciclo popu-
lacional começa novamente.
68
3.3 Oscilações em Populações Naturais
A densidade numérica dos organismos em diferentes populações naturais apresenta 
sempre oscilações tanto de caráter espacial quanto temporal, uma vez que as populações 
naturais numericamente flutuam em resposta às variações nas condições ambientais ou 
porque apresentam fases oscilatórias intrínseca à sua dinâmica.
Algumas populações animais tendem a permanecer relativamente estáveis por longos 
períodos, ao passo que outras populações, principalmente constituídas por organismos 
de pequeno tamanho e vida curta, podem flutuar descontroladamente durante períodos 
muito curtos, como semanas ou dias. Isso ocorre porque espécies com tamanhos corpo-
rais maiores e de vida cronologicamente mais longa tendem a responder mais lentamen-
te às variações em seus ambientes.
3.3.1 Dinâmica temporal e espacial das populações
Não só espécies diferentes respondem de forma diferente ao ambiente, mas também 
espécies semelhantes, inclusive se estiverem vivendo no mesmo ambiente.
Os fatores que afetam a dinâmica de uma população podem ser de dois tipos: aqueles 
que causam mortalidade constante ao longo de um ano para outro ano e pouco afetam 
a variabilidade da população (ciclos periódicos) e aqueles que, ainda em menor número, 
causam mortalidade variada, sendo os principais responsáveis pelas mudanças obser-
vadas (fatores aleatórios) na população.
Os fatores aleatórios podem ser considerados cruciais, uma vez que influenciam a estru-
tura etária da população, fazendo com que ocorra variação no tamanho de uma geração 
para a outra geração que a sucede. As flutuações ambientais tendem a ser mais irregu-
lares do que periódicas. Os fenômenos diários (dia e noite), lunares (marés) e sazonais 
(estações do ano) são considerados fatores periódicos.
De acordo com a Ecological Applications, o número de ursos-polares do mar Beaufort, 
que faz parte do oceano ártico, situado ao norte dos territórios do noroeste e de Yukon 
(Canadá) e Alaska (EUA), norte da América do Norte e oeste do arquipélago ártico 
canadiano, caiu de 1.500 para 900 animais em um período de 9 anos, em função do 
aquecimento global que leva à falta de gelo, dificultando a caça para os ursos-polares.
Para refletir
69
Contudo, em períodos ou anos em que ocorre mais calor ou frio, chuva ou seca com mais 
frequência, furacões, tempestades, terremotos, erupções vulcânicas ou incêndios, 
os fatores periódicos variam aleatoriamente. Assim, as respostas biológicas a esses fato-
res são aleatórias ou irregulares.
As populações animais apresentam periodicidade intrínseca, e altas taxas de natalidade 
em baixas densidades numéricas fazem com que a população animal cresça rapidamen-
te e ultrapasse sua capacidade de suporte. Da mesma maneira, taxas de sobrevivência 
baixas em momentos de altas densidades numéricas fazem com que a população sobre-
compense e decline para abaixo da sua capacidade de suporte.
Sob a influência dos fatores dependentes da densidade, as populações animais tendem a 
aumentar ou diminuir sua densidade numérica para valores de equilíbrio que são deter-
minados pela capacidade de suporte do ambiente onde vivem.
Portanto, as populações animais podem se enquadrar em trêspadrões distintos de 
 variação em sua dinâmica populacional:
 l Quando a taxa de crescimento (r) é pequena (r , 1), a população animal se encontra 
próxima de sua capacidade suporte (k), sem oscilações
 l Quando a taxa de crescimento (r) excede 1, mas é menor que 2 (1 , r , 2), a população 
animal tende a ultrapassar seu ponto de equilíbrio, mas acaba ficando cada vez mais 
perto do ponto de equilíbrio a cada nova geração. Esse tipo de comportamento é 
chamado de oscilação amortecida
 l Quando a taxa de crescimento (r) excede 2 (r . 2), a população animal pode se encon-
trar mais distante do ponto de equilíbrio a cada nova geração, e as oscilações popula-
cionais aumentam. Contudo, tais populações ainda podem se estabelecer através de 
oscilações estáveis, chamadas de ciclos-limites.
Caso a taxa de crescimento (r) não se estabilize e continue crescendo, as oscilações 
 podem assumir formas muito complexas, passando a ser imprevisíveis, sendo denomi-
nadas por caos.
3.3.2 Metapopulações
Na natureza, é comum a presença de locais adequados, inadequados ou impróprios para 
existência de determinadas populações animais. As manchas de hábitat são as áreas ade-
quadas para a existência de determinadas populações animais, com recursos e condições 
necessários para uma determinada população animal existir e persistir. Essas áreas são 
separadas por outras áreas inadequadas à existência da mesma população animal.
Os indivíduos de uma determinada espécie que estão distribuídos nas manchas de 
hábitat formam uma subpopulação. Tais indivíduos, ao se moverem de uma mancha de 
hábitat para outra através das áreas inadequadas, não persistem nessas.
70
Portanto, o conjunto de subpopulações animais conectados por movimentos ocasionais 
dos indivíduos entre essas áreas é denominado metapopulação. Assim, as metapopula-
ções são populações que têm uma distribuição espacial descontínua devido às caracterís-
ticas do hábitat onde se encontram ao longo do tempo.
Muitas vezes, os mosaicos ou locais adequados e locais inadequados dos diferentes tipos 
de hábitats são criados a partir das atividades humanas como, por exemplo, o desmata-
mento de matas e florestas, construção de estradas, ferrovias ou represas. Os modelos de 
metapopulações ajudam a entender, manejar e conservar as populações que não podem 
se mover através de uma paisagem fragmentada.
Os processos que afetam a dinâmica das metapopulações são os processos de extinção e 
o de colonização. O processo de colonização das subpopulações é definido pela migração 
de indivíduos da população animal para as manchas vazias. Já o processo de extinção está 
associado ao tamanho da subpopulação. Uma vez que as subpopulações são menores 
que a metapopulação como um todo, as catástrofes locais e as flutuações aleatórias no 
número de indivíduos de uma população apresentam efeitos maiores nas subpopulações, 
podendo levar à extinção.
Existem três tipos de aleatoriedade que afetam as populações animais na natureza:
 l Catástrofes ou eventos aleatórios, que afetam todos os indivíduos da população 
 animal e causam grande proporção de mortes
 l Variações nas condições ambientais, que podem afetar a capacidade de suporte vital 
local
 l Processos estocásticos (família de variáveis aleatórias representando a evolução de 
um sistema de valores com o tempo), que são as mortes que ocorrem nas populações 
animais.
Além do tamanho das subpopulações, a capacidade de movimentação dos animais entre 
as manchas é um fator fundamental para a manutenção da metapopulação ou a persis-
tência da metapopulação a longo prazo, que depende não somente dos processos de 
nascimento e morte nas manchas, mas também da existência de várias subpopulações 
relativamente próximas que garantem o fluxo de animais entre fragmentos.
Quando os animais se locomovem com determinada frequência entre as subpopulações, 
as flutuações são amortecidas e as mudanças no tamanho numérico da subpopulação 
se tornam semelhantes em relação à população maior. Assim, uma alta taxa de migra-
ção transforma a dinâmica da metapopulação em uma dinâmica de uma única grande 
população.
Contudo, quando nenhum animal se locomove entre as manchas, as subpopulações ani-
mais se comportam de maneira independente. Quando essas populações animais forem 
muito pequenas, há grande probabilidade de extinção da população de forma gradual.
Na natureza, são observados quatro modelos de metapopulações: continente-ilha, 
população em manchas, metapopulação em desequilíbrio e o caso intermediário entre a 
população em manchas e a metapopulação em desequilíbrio (Figura 3.1).
71
No modelo de metapopulação continente-ilha existe uma população animal maior 
numericamente que nunca se extingue e que serve de fonte de animais colonizadores 
para as populações menores ou satélites que se extinguem com frequência, mas que são 
substituídas frequentemente por recolonização.
No modelo de metapopulação de população em manchas, o conjunto de subpopulações 
animais é constituído pelo movimento de indivíduos de forma frequente, impossibilitan-
do o processo de extinção.
No modelo de metapopulação em desequilíbrio não ocorre fluxo de indivíduos entre os 
fragmentos ambientais, e as populações são perdidas gradativamente por extinção, 
uma vez que não ocorre recolonização.
No modelo de metapopulação de caso intermediário, há um núcleo formado por um 
conjunto de populações animais, numericamente pequenas, mas que estão conectadas 
com frequência, fazendo com que o núcleo populacional nunca se extinga, servindo 
como fonte de recolonização para várias populações animais, as quais se encontram 
muito isoladas, que estão sempre se extinguindo e sendo substituídas.
Figura 3.1 Modelos de metapopulação. (A) Continente-ilha. (B) População em 
manchas. (C) Metapopulação em desequilíbrio. (D) Caso intermediário. Os círculos em 
azul representam as áreas ocupadas; as linhas vermelhas, o movimento de dispersão 
dos indivíduos da população; e as linhas pontilhadas, os limites das populações. 
Fonte: adaptada de https://ecologiaparatodos.wordpress.com/2013/02/26/a-fragmenta
cao-de-habitat-e-a-abordagem-da-dinamica-de-metapopulacoes-para-conservacao-da-
biodiversidade/.
72
3.4 Tipos de Relações Ecológicas,
Relações Intraespecíficas,
Relações Interespecíficas e Sucessão Ecológica
3.4.1 Interações
Nas comunidades bióticas são encontradas diferentes formas de interações entre os 
seres vivos, que se diferenciam em relação aos tipos de dependência que os organismos 
mantêm entre si. Algumas dessas interações são caracterizadas pelo mútuo benefício 
A perda de hábitat durante o processo de fragmentação diminui de forma considerável 
o tamanho das populações de espécies raras de plantas. Essas populações se encontram 
restritas a poucos fragmentos geográficos e, por isso, podem enfrentar declínios adicio-
nais por causa das elevadas taxas de mortalidade dos organismos adultos, extração de 
madeira, competição com outras espécies de plantas exóticas e espécies de plantas inva-
soras ou incêndios florestais. Além disso, há outros declínios que são esperados devido à 
alteração no processo de dispersão de sementes e recrutamento de plântulas (embrião 
vegetal já desenvolvido e ainda encerrado na semente, ou planta recém-nascida), visto 
que as perdas tanto do hábitat quanto da caça produzem eliminação dos vertebrados 
dispersores, consequências estas que podem levar à perda da biodiversidade em grandes 
áreas florestais.
Dentre os biomas com maior diversidade de epífitas, sendo as orquídeas as mais nume-
rosas entre elas, a Mata Atlântica tem importante destaque. A família das orquídeas é 
constituída por 800 gêneros e 30 mil espécies e, no Brasil, existem mais de 220 gêneros 
e 2.500 espécies. As orquídeas habitam nichos específicos, em que cada espécie 
depende de um microclima ideal para se desenvolver e de sua associação com fungos 
(micocorriza) para germinação das sementes e desenvolvimento de novas plantas. 
Na natureza, esse processoé lento e pode levar até 10 anos para a planta se tornar 
adulta, florescer, se reproduzir e dispersar novas sementes. As orquídeas atualmente 
sofrem grande pressão antrópica por coleta indiscriminada, comércio ilegal e supressão 
de hábitat. A coleta dirigida (coleta focada em umas ou mais espécies) está levando 
muitas espécies de orquídeas à extinção local.
De olho
73
dos seres vivos, ou de apenas um deles, sem que ocorra o prejuízo do outro organismo 
envolvido, sendo denominadas relações harmônicas ou positivas. Outras formas de inte-
rações são caracterizadas pelo prejuízo de um organismo em benefício do outro organis-
mo, sendo denominadas relações desarmônicas ou negativas.
As relações harmônicas e as relações desarmônicas podem ocorrer entre indivíduos 
da mesma espécie ou com indivíduos de espécies diferentes. Quando tais interações 
envolvem organismos da mesma espécie, são denominadas relações intraespecíficas 
ou homotípicas. Quando as relações envolvem organismos de espécies diferentes, são 
chamadas de relações interespecíficas ou heterotípicas.
3.4.2 Relações harmônicas ou positivas 
homotípicas
3.4.2.1 Colônias
Quando as colônias de seres vivos são constituídas por organismos que apresentam a 
mesma forma, não ocorre divisão de trabalho, pois todos os organismos são iguais e exe-
cutam as mesmas funções vitais, sendo denominadas colônias homomorfas ou isomor-
fas, como as colônias de corais (celenterados) e crustáceos do gênero Balanus (cracas).
Quando as colônias de seres vivos são formadas por organismos com distintas formas 
e funções, ocorre uma divisão de trabalho, sendo denominadas colônias heteromorfas, 
como os celenterados da espécie Phisalia caravela. Elas têm a capacidade de formar 
colônias com organismos especializados na proteção e defesa da colônia (dactilozoides), 
reprodução (gonozoides), natação (nectozoides), flutuação (pneumozoides) e alimenta-
ção (gastrozoides).
3.4.2.2 Sociedades
As sociedades são associações entre organismos de uma mesma espécie, que estão orga-
nizados de maneira cooperativa e não estão ligados anatomicamente, mas estão unidos 
em função dos estímulos recíprocos, como observado em alcateia (lobos), cardumes, 
manada de búfalos, sociedade humana, de formigas e de abelhas.
A sociedade constituída por abelhas melíferas (Apis mellifera) apresentam três castas 
distintas, compostas por abelhas-operárias, abelha-rainha e machos ou zangões.
As abelhas-rainhas e abelhas operárias são diploides (2n), resultando de óvulos que 
foram fecundados, e os zangões são haploides (n), tendo origem a partir de óvulos não 
fecundados (partenogênese).
A colmeia de abelhas melíferas pode apresentar até 40 mil abelhas-operárias, todas 
fêmeas estéreis, responsáveis pelo trabalho executado dentro da colmeia. As abelhas- 
operárias têm por função transportar o mel produzido e o pólen coletado do ambiente 
das celas de armazenamento para a rainha, zangões e larvas de abelhas, para promover a 
74
alimentação de todos. As abelhas-operárias vivem, em média, 6 semanas; elas produzem 
a cera para ampliar o tamanho da colmeia, fazem a limpeza dos detritos e a remoção de 
abelhas mortas.
A abelha-rainha apresenta a mesma constituição genética das abelhas-operárias, mas, 
em decorrência do tipo de alimento que recebe durante a fase de larva, se diferencia 
em abelha-rainha. Isso é possível uma vez que as larvas das futuras abelhas-operárias 
recebem mel e pólen, e as larvas que irão se desenvolver em rainhas recebem secreções 
glandulares (geleia real) de abelhas operárias adultas.
Cada colmeia de abelhas melíferas só apresenta uma abelha-rainha adulta, que controla 
as abelhas secretando feromônio que se espalha pela colmeia, sendo passado de boca 
em boca de cada abelha. O feromônio produzido pela abelha-rainha inibe o desenvolvi-
mento ovariano das abelhas-operárias, impossibilitando que estas se transformem em 
abelhas-rainhas.
Quando uma abelha-rainha adulta abandona sua colmeia para construir uma nova col-
meia, ela é seguida por quase metade das abelhas-operárias. Esse novo grupo de abelhas 
permanece durante alguns dias ao redor da abelha-rainha, em um local não definitivo. 
Depois, o enxame de abelhas se fixa em um determinado local para a construção de uma 
nova colmeia pelas abelhas-operárias.
Na colmeia antiga, surge uma nova abelha-rainha, que mata as que estão em desenvol-
vimento e, ao sair para o voo nupcial, libera feromônio que estimula os zangões, que a 
fecunda. Esta, depois de fecundada, retorna à colmeia e inicia a postura de ovos, durante 
um período de 5 a 7 anos.
3.4.3 Relações harmônicas ou positivas 
heterotípicas
3.4.3.1 Mutualismo
O mutualismo corresponde a uma associação entre organismos de espécies diferentes, 
na qual ambos os organismos se beneficiam, sendo esta associação tão íntima, a tal 
ponto que a sobrevivência dos organismos se torna impossível se esses seres vivos forem 
separados fisicamente. Os principais exemplos de mutualismo incluem liquens, micorriza, 
bacteriorriza e a relação entre bactérias e ruminantes.
3.4.3.1.1 Liquens ou fungos liquenizados
Os liquens são seres vivos complexos formados pela simbiose entre fungos (micobionte) 
e algas ou cianobactérias (fotobionte ou ficobionte). São encontrados em locais inóspitos 
e com poucos recursos nutritivos, como na superfície de geleiras, rochas, árvores, folhas 
e nos desertos.
75
Os micobiontes se beneficiam da relação através dos açúcares e carboidratos produzidos 
pelas algas pelo processo de fotossíntese. As algas recebem proteção, pois os fungos 
formam a superfície externa do líquen e mantêm o interior do talo úmido, criando um 
ambiente com umidade favorável para a sobrevivência das algas. Os fungos conseguem 
utilizar o açúcar através da presença de hifas denominadas apressórios ou haustórios, 
que entram em contato físico com a parede celular das algas.
3.4.3.1.2 Micorriza
A micorriza ou Micorrhyzum é uma associação mutualista existente entre determina-
dos fungos e as raízes de algumas plantas, em que as hifas dos fungos se encontram 
 associadas às raízes das plantas e auxiliam na absorção de água e sais minerais do solo 
(em especial, fósforo e nitrogênio), pois aumentam a superfície de absorção das raízes ou 
rizosfera.
As plantas absorvem maior quantidade de água e se adaptam a climas mais secos, e os 
fungos recebem das plantas carboidratos e aminoácidos essenciais ao seu desenvolvi-
mento. Os tipos de micorrizas existentes são: endomicorrizas ou micorrizas arbusculares; 
ectomicorrizas; ectendomicorrizas; micorrizas arbutoides; micorrizas monotropoides; 
micorrizas ericoides e micorrizas orquidoides.
As endomicorrizas ou micorrizas arbusculares, são formadas pela associação de fungos 
da ordem Glomares, classe Zigomicetos, que possuem hifas asseptadas que colonizam 
as raízes de plantas dos gêneros Gimnospermas, Angiospermas, Briófitas e Pteridófitas. 
Os fungos colonizam as células do córtex radicular internamente e extracelularmente, 
formando arbúsculos, que são estruturas ramificadas típicas das endomicorrizas. Nesse 
tipo de micorriza, é possível encontrar algumas espécies de fungos, hifas com dilatações 
terminais ou vesículas.
As ectomicorrizas são formadas na maioria por fungos com hifas septadas da classe Basi‑
diomicetos, em que as hifas penetram intercelularmente no córtex das raízes, formando 
uma estrutura denominada rede de Hartig nos espaços intercelulares, que substitui a 
lamela média, além de formar o manto fúngico ao redor das raízes.
As hifas formam um invólucro em torno das células das raízes e, por isso, aumentam a 
área de absorção, fato este que torna as plantas mais resistentes às condições de umida-
de muito baixa (seca) e baixas temperaturas, tornando mais longa a vida das raízes. Neste 
contexto, podemos citar que as endomicorrizas estão presentes na maioria das relações 
encontradas nos ecossistemas terrestres.
As ectendomicorrizas correspondem a um tipo intermediário de micorriza, situadoentre 
as endomicorrizas e ectomicorrizas. As ectendomicorrizas apresentam uma rede de 
Hartig grossa e com alto grau de penetração intracelular nas partes mais velhas da raiz. 
São encontradas principalmente em raízes de plantas-membros das coníferas, como no 
gênero Pinus e fungos da classe Ascomicetos, gênero Tricharina.
76
3.4.3.1.3 Bacteriorriza
A bacteriorriza corresponde à associação formada por bactérias do gênero Rhizobium 
fixadoras de nitrogênio atmosférico, transformado em compostos nitrogenados, que são 
utilizados pelas raízes das plantas leguminosas. Os locais de inserção das bactérias 
dão origem às nodosidades das raízes.
3.4.3.1.4 Cupins e protozoários
A associação entre cupins e triconinfas (protozoário que vive em relação mutualística no 
intestino de cupins, baratas e outros insetos, digerindo a celulose, transformando-a em 
glicose) é uma relação obrigatória, em que os cupins recém-nascidos recebem os proto-
zoários dos cupins adultos, pois, caso não recebam os protozoários, os cupins morrem 
de fome mesmo comendo madeira, papel e determinados tecidos, pois não conseguem 
digerir a celulose. Os protozoários produzem a enzima celulase, fundamental para os 
cupins, mas também dependem da associação, pois sobrevivem única e exclusivamente 
no trato digestivo do cupim. Depois de digerida, a celulose é utilizada como alimento para 
ambas as espécies.
3.4.3.1.5 Ruminantes e microrganismos
As bactérias presentes no rúmen dos ruminantes representam os microrganismos com 
maior atividade enzimática, sendo representados por mais de 20 espécies diferentes 
de bactérias, e uma população entre 1 3 109 a 1 3 1011 bactérias/grama de conteúdo 
 ruminal. A maioria é composta por bactérias anaeróbicas obrigatórias, celulolíticas, 
 amilolíticas, proteolíticas e metanogênicas.
As bactérias celulolíticas produzem a enzima celulase, que promove a hidrólise da celu-
lose. As principais espécies celulolíticas são Ruminococcus flavefaciens, Ruminococcus 
albus, Bacteroides succinogenes e Butyrivibrio fibrisolvens.
As bactérias amilolíticas são responsáveis pela degradação do amido, uma vez que 
estas produzem a enzima amilase. Dentre as espécies capazes de produzir a enzima 
 amilase, podemos destacar Bacteroides amylophilus, Streptococcus bovis e Selenomonas 
 ruminantium.
As bactérias proteolíticas presentes no rúmen degradam proteínas, utilizando aminoá-
cidos como fonte de energia primária e fornecendo nitrogênio ao hospedeiro, como as 
espécies Bacteroides amylophilus e Bacteroides ruminicola.
As bactérias metanogênicas são capazes de produzir metano, sendo importantes para o 
ecossistema ruminal, pois apresentam papel importante na regulação de fermentação 
pela remoção das moléculas de H2, representado pela bactéria do gênero Methanobacte‑
rium, contribuindo para a regeneração de cofatores, como NAD1 e NADP1.
77
3.4.3.2 Protocooperação
A protocooperação ou cooperação corresponde à associação entre organismos de 
espécies diferentes em que ambos se beneficiam, mas a coexistência entre os organis-
mos não é obrigatória. São exemplos de protocooperação a associação paguro-eremita 
e anêmonas-do-mar, pássaro-anu e determinados mamíferos e o pássaro-palito e os 
crocodilos.
3.4.3.2.1 Paguro‑eremita e anêmonas‑do‑mar
O paguro-eremita ou bernardo-eremita é um crustáceo marinho que tem abdome mole 
e desprotegido. O paguro-eremita vive no interior de uma concha vazia de moluscos e, 
presas a esta concha, podem estar presentes anêmonas-do-mar ou actínias, que produ-
zem substâncias urticantes, afugentando os predadores do paguro. O paguro-eremita, 
 ao se locomover, transporta a concha com a anêmona-do-mar, aumentando a sua área 
de alimentação.
3.4.3.2.2 Pássaro‑anu e determinados mamíferos
Os pássaros-anus se alimentam de carrapatos e outros ectoparasitas encontrados na 
superfície da pele de mamíferos como boi, búfalo e rinoceronte. Os pássaros-anus, 
ao removerem os ectoparasitas da superfície da pele dos mamíferos, se alimentam e 
livram os mamíferos dos parasitas.
3.4.3.2.3 Pássaro‑palito e crocodilo
Os crocodilos que vivem do rio Nilo, na África, ao dormirem sob o Sol, deixam a boca 
aberta, onde o pássaro-palito se alimenta de parasitas (sanguessugas) e restos de alimen-
tos encontrados entre os dentes e no interior da boca dos crocodilos. Desse modo, 
ele livra os crocodilos de parasitas e, ao mesmo tempo, se alimenta.
3.4.3.3 Comensalismo
Pode ser entendido como uma relação ecológica interespecífica entre duas espécies 
 diferentes. No comensalismo, as duas espécies envolvidas, em geral, vivem associadas. 
Essa interação consiste no beneficiamento de uma das espécies ou população, sem o 
prejuízo ou benefício da outra espécie.
O comensalismo representa um tipo de relação positiva, levando ao desenvolvimento de 
interações benéficas. O comensal (espécie que obtém ganhos dentro dessa relação) se 
aproveita, tendo, em alguns casos, vantagens de proteção e alojamento. O maior ganho 
do comensal é o ganho de alimento.
Por fim, o comensalismo pode ocorrer entre peixes como a rêmora e o tubarão. 
A rêmora é um peixe ósseo que tem a nadadeira dorsal transformada em ventosa, 
e se fixa no corpo do tubarão, um peixe com esqueleto cartilaginoso. A rêmora é trans-
portada pelo tubarão, aproveitando os restos de sua alimentação.
78
3.4.3.4 Inquilinismo
O inquilinismo corresponde à associação entre indivíduos de espécies diferentes em 
que uma espécie procura abrigo ou suporte no corpo da outra espécie sem prejudicá-lo. 
Como exemplos de inquilinismo, podemos citar as associações do peixe-agulha com a 
holotúria, e orquídeas e bromélias com os troncos de árvores.
3.4.3.4.1 Peixe‑agulha e holotúria
O peixe-agulha (gênero Fierasfer) tem corpo fino e alongado, que facilita a sua pene-
tração no interior do corpo da holotúria (ou pepino-do-mar), para se abrigar. O peixe-
-agulha sai apenas para a procura de alimento, voltando imediatamente ao seu local de 
proteção.
3.4.3.4.2 Orquídeas e bromélias e tronco de árvores
A relação em que orquídeas e bromélias vivem nos troncos de árvores designa-se epifitis-
mo. Por isso, orquídeas e bromélias são denominadas epífitas. O epifitismo corresponde 
a uma relação comensal entre duas plantas, em que uma vive sobre a outra, apenas 
como apoio, sem retirar nutrientes ou estabelecer contato com o solo. O epifitismo é 
muito comum nas florestas tropicais úmidas.
3.4.3.5 Forésia
A forésia corresponde à associação entre indivíduos de espécies diferentes em que 
uma espécie utiliza a outra como forma de transporte sem prejudicá-la. Como exemplo, 
 relação estabelecida entre a rêmora e o tubarão ou o transporte de sementes de plantas 
por pássaros e insetos.
3.4.4 Relações desarmônicas interespecíficas
3.4.4.1 Predatismo
A relação de predatismo consiste em uma interação desarmônica, na qual um indivíduo 
de uma determinada espécie (o predador) ataca, mata e devora outro indivíduo (a presa) 
de uma espécie diferente. Assim, podemos concluir que os predadores não causam 
benefícios às presas, uma vez que estas acabam sendo mortas. Os predadores eliminam 
os indivíduos da outra espécie que atuam como presas, menos adaptados, auxiliando no 
controle da população de presas.
Tanto os predadores quanto as presas mostram uma série de adaptações que permitem 
executar mais eficazmente as suas atividades de caça e de fuga. Dentre as adaptações 
apresentadas por predadores, e especialmente pelas presas, destacam-se a camuflagem 
e o mimetismo.
79
A camuflagem ocorre quando uma espécie apresenta a mesma cor (homocromia) ou o 
mesmo formato (homotipia) do ambiente, como aves e insetos de cor verde, mimeti-
zando a cor da vegetação; o inseto bicho-pau, mimetizando pedaços de galhos secos; e 
mariposas com aspecto de folhas.
O mimetismo ocorre quando uma determinada espécie apresenta o aspecto físico de 
outra espécie, como a falsa cobra-coral (não venenosa) que imita a cobra-coral verdadei-
ra (venenosa); a borboleta vice-rei, pequenae comestível por pássaros, imita a borbole-
ta-monarca, maior e de sabor repugnante para os pássaros; mariposas imitando vespas; 
e borboleta-coruja com as asas abertas lembram a cabeça e os olhos de uma coruja.
3.4.4.2 Parasitismo
O parasitismo corresponde a uma associação desarmônica entre indivíduos de espécies 
diferentes em que uma espécie vive à custa de outra espécie, prejudicando-a. O organis-
mo que prejudica é denominado parasita ou bionte, enquanto o organismo prejudicado 
é denominado hospedeiro ou biosado. Os parasitas podem ou não levar à morte do 
hospedeiro, e os parasitas são responsáveis por vários tipos de doenças ou parasitoses.
Os parasitas podem ser classificados de acordo com vários critérios, tais como o número 
de hospedeiros e a localização nestes.
Com relação ao número de hospedeiros, os parasitas podem ser classificados como 
monoxenos (ou monogenéticos) e heteroxenos (ou digenéticos). Os parasitas monoxenos 
ou monogenéticos realizam seu ciclo evolutivo em um único hospedeiro; os parasitas 
heteroxenos ou digenéticos completam o seu ciclo evolutivo passando por pelo menos 
dois hospedeiros.
Quanto à localização nos hospedeiros, os parasitas podem ser ectoparasitas ou endopa-
rasitas; os ectoparasitas estão sobre a superfície dos hospedeiros e os endoparasitas, no 
interior dos hospedeiros.
Já os parasitas vegetais podem ser de dois tipos: holoparasitas e hemiparasitas. Holo-
parasitas são vegetais que não realizam fotossíntese ou quimiossíntese, onde parasitam 
os vegetais superiores, roubando a seiva elaborada. Hemiparasitas são os vegetais que, 
mesmo realizando a fotossíntese, retiram do vegetal hospedeiro a seiva bruta. Os vege-
tais hemiparasitas apresentam tanto nutrição autótrofa quanto nutrição heterótrofa.
3.4.4.3 Antibiose ou amensalismo
Antibiose ou amensalismo corresponde a uma interação desarmônica em que uma 
determinada espécie produz e libera substâncias que dificultam o crescimento ou a 
 reprodução de outras espécies, podendo, inclusive, levar à morte. Certas algas planc-
tônicas dinoflageladas, quando apresentam uma superpopulação, liberam substâncias 
tóxicas na água, levando ao fenômeno da maré vermelha, que leva à morte de diferentes 
seres aquáticos intoxicados.
80
3.4.4.4 Escravagismo ou escravismo
O escravagismo ou escravismo corresponde a uma interação desarmônica em que uma 
espécie é capturada e utilizada como fonte de trabalho ou de alimento para outras 
espécies. Os pulgões são pequenos insetos parasitas de vegetais e se alimentam da seiva 
elaborada (rica em açúcares e pobre em aminoácidos) retirada dos vasos liberianos de 
determinadas plantas. Por absorverem muito carboidrato, os pulgões eliminam o seu 
excesso pelo seu canal excretor, que é aproveitado por formigas, que chegam a acariciar 
com suas antenas o abdome dos pulgões, fazendo com que eliminem mais açúcar.
As formigas chegam a transportar os pulgões para os formigueiros, onde são colocados 
sobre raízes delicadas, para que ocorra a retirada da seiva elaborada.
3.4.4.5 Competição
A competição corresponde a uma interação ecológica em que indivíduos de uma mesma 
espécie ou de espécies diferentes disputam alimento, território ou luminosidade. A com-
petição pode ser intraespecífica (própria espécie) ou interespecífica (espécies diferentes). 
Esse tipo de interação promove um processo seletivo que culmina com a preservação 
das formas de vida mais bem adaptadas ao ambiente, e extinção das espécies com baixo 
poder adaptativo, sendo considerado um fator regulador da densidade populacional.
As relações de competição entre indivíduos de espécies diferentes são observadas 
quando as diferentes espécies em competição apresentam preferências alimentares 
idênticas.
A predação é uma interação importante para a manutenção das taxas populacionais 
em determinadas espécies. Sem o predador, determinadas espécies apresentariam um 
crescimento populacional grande, afetando outras espécies e as dinâmicas ecológicas. 
Com o declínio da população de lobos nos EUA, no Parque Nacional Yellowstone, houve 
um crescimento da população de alces devido à ação humana e, além disso, essas 
ações também fizeram com que ocorresse migração dos alces para áreas que eles nor-
malmente não frequentavam. Os alces passaram a se alimentar em locais novos, fazen-
do com que pequenas árvores e gramíneas deixassem de crescer nesses locais. Como 
essas pequenas árvores e gramíneas eram utilizadas como alimentos por castores, a 
diminuição da oferta de alimentos levou a um declínio na população de castores.
Na prática
81
3.5 Fatores que Afetam a
Evolução dos Ecossistemas
O desenvolvimento de uma comunidade em um determinado ecossistema pode atingir 
seu clímax, que depende de um conjunto de características como insolação do planeta 
Terra, efeito da latitude, circulação do eixo terrestre, altitude, circulação de energia na 
 atmosfera, correntes oceânicas, solo e lençóis freáticos. Todos esses fatores, isolada-
mente ou em associação, alteram o clima, a quantidade diária de luz, a temperatura 
ambiental, o índice de chuvas e o tipo de solo nos diferentes ecossistemas.
3.5.1 Insolação do planeta Terra
Um dos fatores mais importantes que determinam a existência de condições de vida nas 
diferentes regiões da Terra é a insolação, ou a quantidade de radiação solar que incide 
sobre a superfície terrestre. A insolação do planeta depende de dois fatores: latitude 
e inclinação do eixo de rotação da Terra, em relação ao ângulo de incidência dos raios 
solares sobre a Terra.
As quatro estações do ano (primavera, verão, outono e inverno) estão relacionadas com 
o movimento de translação e a posição da Terra durante este movimento. As mudanças 
típicas de estação do ano são caracterizadas por mudanças da temperatura, umidade e 
duração do dia, e provocam diferentes alterações nos seres vivos, como comportamento 
de acasalamento, migrações de aves e mamíferos, queda de folhas e processo de flora-
ção de algumas plantas.
A rotação da Terra em seu eixo é responsável pela alternância do período dia e noite, 
que exerce grande influência nos seres vivos. Determinados animais são mais ativos 
durante o dia, ao passo que outros apresentam maior atividade durante a noite. Além 
disso, determinadas plantas sofrem influência dessa alternância do período dia e noite, 
que influencia o processo de fotossíntese, abertura das pétalas das flores e dobramento 
de folhas.
3.5.1.1 Efeito da latitude
Na linha do Equador ou latitude zero, os feixes de radiação solar incidem quase perpen-
dicularmente à superfície terrestre, ao passo que, nas regiões localizadas em latitudes 
crescentes, ou seja, para o norte e para o sul em relação ao equador, os feixes de radia-
ção solar incidem obliquamente. Assim, no Equador, a mesma quantidade de energia 
solar se distribui em uma área menor de superfície terrestre quando comparada à região 
dos polos norte e sul. Dessa forma, no Equador, a mesma quantidade de energia solar 
que incide sobre a superfície terrestre aquece com maior eficiência uma determinada 
área quando comparada à superfície dos polos norte e sul.
82
Nas regiões equatoriais, o aquecimento dos oceanos pelo Sol promove alta taxa de 
evaporação da água. O ar marítimo aquecido e com grande quantidade de vapor de água 
ascende para camadas mais elevadas da atmosfera e, por meio da ação dos ventos, 
se dirige aos trópicos. No trajeto, o vapor de água se condensa e ocorrem precipitações 
de chuva. As massas de ar, ao chegarem a latitudes próximas de 30° Norte ou Sul, quase 
não apresentam umidade. Por este motivo, nas latitudes entre 30° e 40°, são encon-
trados grandes desertos, como o deserto do Saara, o deserto da Austrália, e o deserto de 
Gobi, na Ásia.
3.5.1.2 Circulação do eixo terrestre
O eixo terrestre corresponde a uma linha reta imaginária que cruza o centro da Terra e 
os dois polos geográficos, em torno dos quais o planeta Terra gira. O eixo terrestre não 
forma um ângulo reto em relaçãoprimeiras descrições sobre as 
relações dos organismos vivos entre si e com o ambiente.
13
As bases fundamentais da ecologia moderna foram iniciadas a partir dos primeiros 
 trabalhos descritos por fisiologistas sobre a estrutura e determinadas funções em plantas 
e animais.
No início do século XIX, Thomas Malthus (1766-1834) chamou atenção da comunidade 
científica para o conflito entre as populações em expansão e a capacidade da Terra de 
fornecer alimento a essas populações. Thomas Malthus verificou que o crescimento 
populacional entre 1785 e 1790 havia dobrado, em função do aumento da produção de 
alimentos, melhores condições sanitárias e aperfeiçoamento no combate às doenças, 
causados pela Revolução Industrial. Em 1798, Thomas Malthus publicou a obra An Essay 
on the Principle of Population, na qual alertava que a população contemporânea à época 
crescia em escala geométrica, ao passo que a produção de alimentos crescia em escala 
aritmética, podendo causar escassez de alimentos e fome. Assim, ele propunha que o 
crescimento populacional humano deveria ser controlado.
Raymond Pearl (1879-1940), Alfred James Lotka (1880-1949) e Vito Volterra (1860-1940) 
desenvolveram as bases matemáticas a serem utilizadas no estudo das populações, 
que auxiliaram na compreensão das interações predadores e presas, das relações com-
petitivas entre as diferentes espécies e o controle populacional feito pela natureza.
O estudo da influência do comportamento instintivo e agressivo sobre a dinâmica das 
populações foi incentivado pelo reconhecimento da existência e aceitação da territoriali-
dade pelos pássaros em 1920.
Konrad Lorenz (1903-1989) e Nikolaas Tinbergen (1907-1988) criaram os conceitos de 
comportamento instintivo e agressivo através do estudo de pássaros, ao passo que Vero 
Copner Wynne-Edwards (1906-1977) estudou o papel do comportamento social no 
 controle das populações, em seu livro Animal Dispersion in Relation to Social Behavior, 
de 1962.
Durante o início e meados do século XX, dois grupos botânicos – um europeu e outro 
americano – estudaram comunidades vegetais, em que os cientistas europeus estuda-
ram a composição, a estrutura e a distribuição das comunidades vegetais, ao passo que 
os cientistas americanos estudaram o desenvolvimento e a sucessão de determinadas 
comunidades vegetais.
Em 1920, o biólogo August Thienemann (1882-1960) introduziu o conceito de níveis 
tróficos, no qual a energia dos alimentos é transferida a partir dos produtores (plantas 
verdes) aos diferentes tipos e níveis de consumidores (animais).
Em 1927, Charles Sutherland Elton (1900-1991) publicou os conceitos de nichos ecológi-
cos e pirâmides de números no livro Animal Ecology.
Na década de 1930, Eduard Asahel Birge (1851-1950) e Chancey Juday (1871-1944) 
 desenvolveram o conceito da produção primária ou proporção na qual a energia é 
 gerada por meio da fotossíntese.
Em 1942, Raymond Laurel Lindeman (1915-1942) criou o conceito trófico-dinâmico de 
ecologia, que detalha como é distribuído o fluxo da energia por meio do ecossistema. 
14
Assim, a ecologia moderna passou a se concentrar no conceito de ecossistema, composto 
por organismos integrados (biótico), e que envolve todos os aspectos do ambiente 
 (abiótico) em qualquer área específica.
Os ecossistemas possuem inter-relações estruturadas entre solo, água e nutrientes, produ-
tores, consumidores e decomponentes; funcionam graças à manutenção do fluxo de ener-
gia e ciclo de materiais em processos e relações energéticas, chamada cadeia alimentar.
Com o passar do tempo, os ecossistemas tendem à estabilidade, passando de um estado 
menos complexo para um mais complexo, chamado de sucessão. A principal unidade 
funcional do ecossistema é sua população, que ocupa um determinado nicho funcional, 
associado a um determinado papel no fluxo de energia e ciclagem de nutrientes.
1.1.2 Ecologia
A palavra ecologia vem do prefixo grego oikos, que significa “casa”, e do sufixo logos, que 
significa “estudo”. Assim, a ecologia corresponde ao estudo da casa, ou do ambiente e 
das inter-relações dos organismos vivos no meio físico.
A ecologia é considerada uma das ciências mais complexas e amplas, pois, ao compreen-
der o funcionamento da natureza, ela estuda diferentes campos da ciência como evolu-
ção, genética, citologia, anatomia e fisiologia.
A ecologia é uma ciência voltada para a natureza, com função de investigar as relações 
entre os seres vivos, o ambiente onde estes vivem, como vivem e o que faz os seres vivos 
continuarem a viver em um determinado local.
Também é possível compreender como certas espécies são capazes de influenciar uma 
determinada população e os impactos desta sobre o ambiente.
A ecologia pode ser subdividida em função de seu nível de organização em autoecologia 
e a sinecologia. A autoecologia corresponde ao estudo de uma determinada espécie, 
seu comportamento e os mecanismos adaptativos que garantem a sobrevivência dessa 
espécie em determinado ambiente. Já na sinecologia, realiza-se a análise dos diferentes 
grupos de organismos que interagem entre si e também com o ambiente em que se 
encontram e vivem.
1.1.3 Áreas de estudo da ecologia
A ecologia é uma ciência que se preocupa em estudar biologia vegetal e biologia animal, 
taxonomia, fisiologia, genética, comportamento animal, meteorologia, pedologia, geo-
logia, sociologia, antropologia, física, química e matemática. Esta ciência se desenvolveu 
ao longo do estudo das plantas e dos animais, sendo que a ecologia vegetal se preocupa 
em estudar as relações entre as plantas e o seu ambiente, enquanto a ecologia animal 
se preocupa em estudar a dinâmica, a distribuição e o comportamento das populações 
animais e inter-relações dos animais e o ambiente.
15
Tanto a ecologia vegetal quanto a ecologia animal podem ser avaliadas a partir do estudo 
das inter-relações de um animal ou vegetal e seu ambiente (autoecologia), ou pelo 
estudo de comunidades (sinecologia).
A autoecologia ou estudo clássico da ecologia é experimental e indutiva, uma vez que 
está interessada no relacionamento de um animal ou vegetal com uma ou mais variáveis. 
Além disso, a autoecologia contribui com dois importantes conceitos, sendo que o 
 primeiro consiste na constância da interação entre um animal ou vegetal e seu ambiente, 
e o segundo, na adaptabilidade genética das populações animais ou vegetais às condi-
ções ambientais onde vivem.
Já a sinecologia tem caráter filosófico, dedutivo e descritivo, sendo constituída por 
conceitos que estão ligados ao ciclo dos nutrientes, das reservas energéticas, formação e 
do desenvolvimento de ecossistemas. A sinecologia pode ser subdividida de acordo com 
o tipo de ambiente, ou seja, como terrestre ou aquático.
A ecologia terrestre pode ser subdividida de acordo com seu foco de estudo, para o 
estudo de florestas e desertos, abrangendo aspectos como, por exemplo, microclimas, 
ciclos hidrológicos, química e fauna dos solos, ecogenética e produtividade. Vale a pena 
destacar que os ecossistemas terrestres são influenciados por animais e vegetais e estão 
sujeitos a flutuações ambientais, enquanto os ecossistemas aquáticos são mais afetados 
pelas condições da água, correntes e composição química.
A ecologia aquática, ou limnologia, se propõe a estudar a ecologia de cursos d’água, 
águas correntes e lagos, enquanto a ecologia marinha se dedica ao estudo da vida em 
mar aberto e estuários.
O estudo da distribuição geográfica das plantas e animais denomina-se geografia ecológica 
animal e vegetal, enquanto a ecologia populacional se preocupa em estudar o crescimen-
to populacional, a mortalidade, a natalidade, a competição e a relação predador-presa.
O estudo de genética, ecologia das raças e espécies é foco da ecologia genética, visto que 
a ecologia comportamental estuda as relações comportamentais entre os animais e seu 
ambiente, e interações que afetam a dinâmica das populações animais.
As interações entre o ambiente físico e osao plano de órbita terrestre em volta do Sol, mas um 
ângulo de 66°33’. O eixo de rotação da Terra apresenta inclinação de 23,5° de circunfe-
rência em relação ao Sol.
A sua direção em relação às estrelas não é fixa, pois gira vagarosamente em torno da 
perpendicular ao plano da órbita, completando uma revolução a cada 26.000 anos e a 
precessão de equinócios (instante em que o Sol, em sua órbita aparente, cruza o Equador 
celeste).
O Equador tem inclinação de 23,5° em relação ao percurso que a Terra segue em sua 
órbita em torno do Sol. Assim, o hemisfério norte recebe mais energia solar que o hemis-
fério sul durante o verão boreal, e menos energia durante o inverno boreal.
A variação sazonal na temperatura aumenta em relação à distância a partir do Equador, 
principalmente no hemisfério norte, onde existem menos áreas com oceanos para con-
trolar as mudanças de temperatura. Nas altas latitudes do hemisfério norte, as médias 
mensais de temperatura variam em 30°C, com extremos de temperatura de mais de 50°C 
ao longo do ano.
A 60°N, o mês mais frio do ano tem média de –12°C, e o mês mais quente do ano apre-
senta média de 16°C, conferindo uma diferença de 28°C. Já as temperaturas médias em 
relação aos meses mais quentes e meses mais frios nas regiões próximas aos trópicos são 
maiores, mas diferem apenas entre 2°C e 3°C.
Por essa razão, o número de espécies animais e vegetais aumenta quando migramos em 
direção ao Equador, uma vez que os fatores que regulam a diversidade nos ambientes 
tropicais, terrestres e marinhos estão associados às condições de clima e equilíbrio 
 térmico nas diferentes comunidades biológicas.
3.5.1.3 Circulação de energia na atmosfera
A atmosfera corresponde a uma camada fina (32 km) constituída por gases e material 
particulado ou aerossóis, que envolve a Terra. Esta camada é essencial para a vida e o 
funcionamento dos processos físicos e biológicos sobre a Terra.
83
A atmosfera protege os organismos vivos da alta exposição à radiação ultravioleta e 
dispõe dos gases requeridos para que os processos de respiração celular e fotossíntese 
ocorram, além de fornecer a água necessária para a vida.
A atmosfera também desempenha papel fundamental na manutenção do clima da Terra, 
pois atua como uma manta gasosa que retém o calor irradiado pela superfície, mantendo 
a temperatura relativamente elevada.
Desde os anos 1970 tem existido contínua preocupação com a redução na camada de 
ozônio na atmosfera, cujo maior impacto é causado por produtos químicos clorofluor-
carbonos, utilizados como propelentes em spray aerossol, produção de plásticos, equipa-
mentos de refrigeração e condicionamento de ar. Os clorofluorcarbonos são inertes 
(não quimicamente ativos) na baixa atmosfera, e isso faz com que uma parte atinja a 
camada de ozônio, na qual a radiação solar separa seus átomos constituintes. Os átomos 
de cloro liberados convertem parte do ozônio em oxigênio. A redução da camada de 
ozônio aumenta o número de casos de câncer de pele e afeta negativamente as colheitas 
e os diferentes ecossistemas.
3.5.1.4 Correntes oceânicas
A rotação da Terra influencia a formação e a manutenção das correntes marítimas e 
correntes de ar. As correntes oceânicas que se movimentam dos polos em direção à linha 
equatorial são formadas por águas frias, e as correntes marítimas que se afastam da 
linha equatorial são formadas por águas quentes.
A corrente marítima quente é menos densa e se mantém superficialmente, já a corren-
te marítima fria é mais densa e tende a ficar no fundo. A América do Sul, no litoral do 
Oceano Pacífico, é banhada por uma corrente marítima fria, que faz com que ocorra na 
região o fenômeno da ressurgência ou afloramento de correntes marítimas com águas 
frias das profundezas oceânicas, que trazem nutrientes, facilitando o desenvolvimento 
do fitoplâncton e, consequentemente, todos os seres vivos envolvidos na teia alimentar 
marítima.
Parte da costa brasileira localizada no litoral do Oceano Atlântico é banhada por uma 
corrente quente e superficial, que faz com que surja um menor potencial pesqueiro em 
comparação ao Oceano Pacífico.
As correntes marítimas também podem influenciar a pluviosidade regional. No norte 
do Chile, os ventos marítimos carregados de umidade, quando passam sobre áreas de 
influência de correntes frias, sofrem resfriamento levando a precipitações de chuva. 
Depois, os ventos chegam secos ao continente, causando aridez e surgimento do deserto 
de Atacama. Este fenômeno também ocorre no deserto da Namíbia, na África.
3.5.1.5 Altitude
A mudança da altitude influencia a temperatura ambiental. Escalar uma montanha alta 
equivale a um deslocamento em direção aos polos, onde são encontradas regiões mais 
frias, contendo diferentes tipos de cobertura vegetal e vida animal.
84
3.5.1.6 Solo
O aquecimento das rochas pelo Sol e o resfriamento brusco causado pelas chuvas, em 
adição à ação dos ventos, constituem o intemperismo, fenômeno responsável pela frag-
mentação das rochas. As rochas são reduzidas a pequenas partículas, e sofrem alteração 
de suas propriedades físicas e químicas, que favorecem o crescimento das plantas.
A vegetação também participa da formação dos solos, pois quando a vegetação é muito 
densa, a camada superficial do solo é formada, principalmente, por matéria orgânica 
decomposta, ou húmus, rica em nutrientes que acabam penetrando no solo e, posterior-
mente, sendo absorvidos pelas raízes das plantas.
3.5.1.7 Lençol freático
Em locais em que as chuvas são abundantes, a água infiltra-se no solo e acumula-se junto 
à rocha matriz, formando uma zona permanente saturada de água, denominada lençol 
freático.
Existem seis ecossistemas dependentes de águas subterrâneas ou lençóis freáticos, que 
refletem a interferência que ocorre entre as águas subterrâneas e os ecossistemas terres-
tres. Os ecossistemas são classificados em:
1. Vegetação terrestre que depende em vários graus da difusão do lençol freático
2. Zonas úmidas constituídas por áreas que são sazonalmente alagadas ou inundadas
3. Sistemas de fluxo de base do rio, em que os fluxos de água superficial podem 
 apresentar uma descarga de águas subterrâneas como componente de estabilidade 
do rio
4. Cavernas e ecossistemas aquíferos que ocorrem em regiões cársicas (relevo origi-
nado em regiões calcárias, produzido pelo trabalho de dissolução realizado pelas 
águas superficiais e subterrâneas), cavernas, aquíferos porosos e/ou fissurados
5. Fauna terrestre que depende das águas subterrâneas como fonte de água potável
6. Áreas estuarinas e perto da costa, incluindo manguezais e restingas.
Os ecossistemas dependentes das águas subterrâneas podem também ser ecossistemas 
aquáticos associados aos aquíferos, como rios, cujo balanço hídrico depende, em parte, 
da água subterrânea e da água de nascentes.
Gostaria de aproveitar este momento para convidar você para assistir ao vídeo com o 
título “Sucessão Ecológica – Ecologia”, que vai ajudá-lo bastante a entender todo esse 
processo. https://www.youtube.com/watch?v5RPvTbMyfpok.
Veja na web
85
Parágrafo de conclusão da unidade
Conforme visto nesta unidade, uma população consiste em todos os organismos vivos 
de uma determinada espécie que vive em um local específico em um certo tempo. Para 
avaliar o tamanho de uma população, estima-se o seu tamanho ao utilizar uma ou mais 
amostras de uma população, em que tais amostras são utilizadas para fazer inferências 
sobre a população como um todo. De maneira geral, dois métodos são muito comuns e 
importantes para a determinação do tamanho de uma população: o método do quadran-
te e o de marcação e recaptura. Os organismos que compõem uma população podem 
ser encontrados, em geral, espaçados de forma mais ou menos igual, dispersos aleato-
riamente sem nenhum padrão previsível, ou podem estar aglomerados em grupos. Os 
padrões de distribuição das espécies são classificados como padrões de dispersão unifor-
me, aleatório e aglutinado ou agrupado, respectivamente.Uma comunidade correspon-
de ao conjunto de todas as populações localizadas em uma determinada área. Os fatores 
limitantes dependentes da densidade afetam a taxa de crescimento per capita de uma 
determinada população de forma diferente, conforme o grau de densidade da popula-
ção. Os fatores dependentes da densidade fazem a taxa de crescimento diminuir à medi-
da que a população aumenta numericamente. O segundo grupo de fatores limitantes da 
densidade populacional consiste em fatores limitantes independentes da densidade que 
afetam a taxa de crescimento per capita, independente da densidade populacional. Os 
fatores limitantes independentes da densidade são representados por desastres naturais, 
condições climáticas adversas e poluição. Algumas populações animais sofrem oscilações 
cíclicas de tamanho numérico, em virtude do aumento e da diminuição do tamanho 
numérico da população animal. O conjunto de subpopulações animais conectados por 
movimentos ocasionais dos indivíduos entre essas áreas é denominado metapopulação. 
Quando as colônias de seres vivos são constituídas por organismos que apresentam a 
mesma forma, não ocorre divisão de trabalho, pois todos os organismos são iguais e exe-
cutam as mesmas funções vitais, sendo denominadas colônias homomorfas ou isomor-
fas. Quando as colônias de seres vivos são formadas por organismos com distintas formas 
e funções, ocorre uma divisão de trabalho, sendo denominadas colônias heteromorfas. 
As sociedades são associações entre organismos de uma mesma espécie, que estão orga-
nizados de maneira cooperativa e não estão ligados anatomicamente, mas estão unidos 
em função dos estímulos recíprocos. O mutualismo corresponde a uma associação entre 
organismos de espécies diferentes em que ambos os organismos se beneficiam, sendo 
esta associação tão íntima, que a sobrevivência dos organismos se torna impossível 
quando estes são separados fisicamente. A protocooperação ou cooperação correspon-
de à associação entre organismos de espécies diferentes em que ambos se beneficiam, 
mas a coexistência entre os organismos não é obrigatória. O comensalismo corresponde 
a uma relação ecológica interespecífica, que ocorre entre duas espécies diferentes. No 
comensalismo, as duas espécies normalmente vivem associadas, sendo, portanto, uma 
interação que consiste no beneficiamento de uma das espécies ou população, em que a 
outra espécie não é prejudicada ou favorecida. O inquilinismo corresponde à associação 
entre indivíduos de espécies diferentes em que uma espécie procura abrigo ou suporte 
no corpo da outra espécie, sem prejudicá-la. A forésia corresponde à associação entre 
indivíduos de espécies diferentes em que uma espécie utiliza a outra como forma de 
transporte, sem prejudicá-la. O predatismo corresponde a uma interação desarmônica 
em que um indivíduo (predador) ataca, mata e devora outro indivíduo (presa) de espécie 
86
diferente. O parasitismo corresponde a uma associação desarmônica entre indivíduos 
de espécies diferentes em que uma espécie vive à custa de outra, prejudicando-a. 
O organismo que prejudica o outro é denominado parasita ou bionte, enquanto o or-
ganismo prejudicado é denominado hospedeiro ou biosado. Antibiose ou amensalismo 
corresponde a uma interação desarmônica em que uma determinada espécie produz 
e libera substâncias que dificultam o crescimento ou a reprodução de outras espécies, 
podendo, inclusive, levar à morte. Escravagismo ou escravismo corresponde a uma inte-
ração desarmônica em que uma espécie é capturada e utilizada como fonte de trabalho 
ou de alimento para outras espécies. Competição corresponde a uma interação ecológica 
em que indivíduos de uma mesma espécie, ou de espécies diferentes, disputam alimento, 
território ou luminosidade. O desenvolvimento de uma comunidade em um determinado 
ecossistema depende de um conjunto de características como insolação do planeta Terra, 
efeito da latitude, circulação do eixo terrestre, altitude, circulação de energia na atmosfe-
ra, correntes oceânicas, solo e lençóis freáticos.
Com base nos conceitos descritos, na próxima unidade, você irá conhecer as bases funda-
mentais dos biomas, da humanidade e do ambiente.
87
Links e sites sugeridos
https://pt.khanacademy.org/science/biology/ecology/population-ecology/a/
population-size-density-and-dispersal.
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2946842/mod_resource/content/4/
Provinha%201%20%28cap%C3%ADtulo%201%29.pdf.
https://www.inf.ufes.br/~neyval/Gestao_ambiental/Tecnologias_Ambientais2005/
Ecologia/CONC_BASICOS_ECOLOGIA_V1.pdf.
http://www.fc.up.pt/fcup/contactos/teses/t_050370130.pdf.
http://portal.virtual.ufpb.br/biologia/novo_site/Biblioteca/Livro_3/4-Ecologia_basica.pdf.
http://www.abfhib.org/FHB/FHB-02/FHB-v02-16-Leila-Cruz_Pedro-Rocha_
Charbel--El-Hani.pdf.
http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/EnCiMat_MarianiJuniorR_1.pdf.
http://uece.br/laboeco/dmdocuments/aula-02-introducao-a-ecologia.pdf.
http://www.hidro.ufcg.edu.br/twiki/pub/CA/CASemestreAtual/1Parte.pdf.
https://www.euquerobiologia.com.br/2016/06/
livro-ecologia-de-populacoes-e-comunidades-pdf.html.
http://www.scielo.br/pdf/sn/v25n3/v25n3a09.pdf.
https://www.infoescola.com/relacoes-ecologicas/colonias/.
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/colonia-uma-relacao-ecologica.htm.
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Ecologia/relacoesecologicas.php.
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/sociedade.htm.
https://alunosonline.uol.com.br/biologia/relacoes-harmonicas.html.
https://www.todamateria.com.br/relacoes-ecologicas/.
https://alunosonline.uol.com.br/biologia/relacoes-desarmonicas.html.
http://educacao.globo.com/biologia/assunto/ecologia/relacoes-desarmonicas.html.
https://www.resumoescolar.com.br/biologia/
relacoes-ecologicas-relacoes-harmonicas-e-desarmonicas/.
https://www.infoescola.com/relacoes-ecologicas/predatismo/.
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/predatismo.htm.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Inquilinismo.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Simbiose.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mutualismo_(biologia).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parasitismo.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Preda%C3%A7%C3%A3o.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coopera%C3%A7%C3%A3o_(biologia).
88
Unidade 4
Biomas, Humanidade e 
Ambiente
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Unidade 4
Objetivos da Unidade
• Conhecer os grandes biomas do mundo
• Conhecer os biomas brasileiros
• Compreender os impactos da espécie humana sobre a natureza
• Compreender a interferência humana em ecossistemas naturais
• Conhecer os novos caminhos e perspectivas.
Contextualizando
Pense na seguinte situação: o cerrado é considerado o segundo maior bioma da Améri-
ca do Sul, ocupando uma área de 2.036.448 km2, que corresponde a 22% do território 
nacional. O cerrado se estende por vários estados brasileiros, dentre os quais estão Goiás, 
Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, 
Rondônia, Paraná, São Paulo, Distrito Federal, Amapá, Roraima e Amazonas. Vale a pena 
destacar que o cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo sob 
o ponto de vista de vista da biodiversidade, abrigando 11.627 espécies de plantas, 199 
espécies de mamíferos, 1.200 espécies de peixes, 180 espécies de répteis e 150 espécies 
de anfíbios. Além de abrigar 13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos 
trópicos. O cerrado também fornece vários frutos comestíveis, que são consumidos pela 
população local, assim como vendidos nos centros urbanos, tais como pequi (Caryocar 
brasiliense), buriti (Mauritia flexuosa), mangaba (Hancornia speciosa), cagaita (Eugenia 
dysenterica), bacupari (Salacia crassifolia), cajuzinho do cerrado (Anacardium humile), 
araticum (Annona crassifolia) e barú (Dipteryx alata). No entanto, depois da Mata Atlânti-
ca, o cerrado é o bioma brasileiro que mais foi devastado devido à ocupação humana que 
objetivou a abertura de novas áreas para aumento da produção de carne e grãos para 
exportação. Nas últimas 3 décadas, o cerrado sofreu umaimportante degradação tanto 
91
por causa da expansão da fronteira agrícola brasileira quanto pela exploração predatória 
de seu material lenhoso para a produção de carvão vegetal. Para que este bioma volte a 
se restabelecer, quais seriam as medidas a serem adotadas?
4.1 Grandes Biomas do Mundo
4.1.1 Biodiversidade
A diversidade biológica, ou biodiversidade, corresponde a grande variedade de vida 
 presente no planeta Terra, incluindo:
 l Diferentes populações e espécies de animais e vegetais
 l Espécies da flora, fauna e microrganismos
 l Funções ecológicas desempenhadas pelos diferentes organismos nos mais distintos 
ecossistemas
 l Comunidades, hábitats e ecossistemas formados pelos organismos da terra.
A biodiversidade corresponde ao número de diferentes categorias biológicas e à 
 abundância dessas categorias, incluindo variabilidade local (alfadiversidade), comple-
mentaridade biológica entre os diferentes hábitats (betadiversidade) e variabilidade 
 promovida entre paisagens (gamadiversidade). Dessa forma, a biodiversidade inclui o 
total de recursos vivos, biológicos, ambientais e genéticos e, além disso, está relacio-
nada ao equilíbrio e à estabilidade dos diferentes ecossistemas, à base das atividades 
agrícolas, pecuárias, pesqueiras, florestais e indústria da biotecnologia. Assim, podemos 
concluir que a preservação da biodiversidade é condição básica para manter um ambien-
te sadio no planeta Terra, pois todos os seres vivos são interdependentes, participam 
continuamente de cadeias alimentares e reprodutivas; e os ecossistemas mais comple-
xos, com maior diversidade de espécies, são os mais duráveis e com grande capacidade 
de adaptação às mudanças ambientais.
Basicamente, existem os biomas aquáticos e os biomas terrestres.
4.1.1.1 Biomas aquáticos
Os biomas aquáticos podem ser constituídos por água doce ou por água salgada. 
Os ecossistemas de água salgada, ou talássicos, são representados por mares e oceanos. 
Apresentam como principais características: grande tamanho, que corresponde a 70% 
da superfície terrestre; alto teor de salinidade (35 g/L); presença de marés e corren-
tes; grandes variações de temperatura (–2oC a 32oC); grande variedade de nutrientes, 
 minerais, profundidade e luminosidade. Todos esses fatores dependem da sua locali-
zação ao longo do globo terrestre.
92
Os ecossistemas de água doce, ou límnicos são representados por rios, riachos, lagos, 
 lagoas e represas. Podem ser divididos em ecossistemas lênticos ou de água parada 
(lagos, lagoas, represas e pântanos); e ecossistemas lóticos ou de água em movimento 
(nascentes, córregos, riachos e rios).
4.1.1.2 Biomas terrestres
Os biomas terrestres têm como principais responsáveis pela sua formação o clima, 
influenciado pela temperatura e a precipitação de chuvas, e o solo. Os biomas terrestres 
representam 30% da biosfera, e apresentam grandes variações de temperatura, umi-
dade, luz, pressão e outros fatores abióticos. Além disso, apresentam grande variedade 
em termos de flora e fauna, e diferentes tipos de ecossistemas como florestas, matas, 
campos e savanas, montanhas e planaltos, desertos, mangues, praias e cavernas. 
Com base nesses diferentes tipos de ecossistemas, na biosfera, podem ser identificados 
os seguintes biomas terrestres ao longo do planeta Terra: tundra, taiga, floresta tempera-
da, floresta tropical, savanas, pradarias e desertos (Figura 4.1).
Figura 4.1 Representação dos principais biomas mundiais. Os principais biomas 
mundiais são representados por florestas tropicais, savanas, desertos (incluindo 
desertos absolutos com gelo, rocha ou areia), chaparral, campos de regiões temperadas 
e florestas temperadas, taigas e tundras. 
Fonte: adaptada de https://www.todamateria.com.br/biomas-do-mundo/.
4.1.1.2.1 Tundras
As tundras estão localizadas nas regiões próximas ao Polo Ártico, norte do Canadá, 
Europa e Ásia. A tundra corresponde a um bioma que apresenta baixas temperaturas e 
estações de crescimento vegetal, relativamente muito curtas, que impossibilitam o cresci-
mento de árvores. Existem três tipos de tundras: ártica, alpina e antártica.
93
A tundra apresenta verões muito curtos, mas com duração do dia muito longa, e tempe-
ratura média que oscila entre 5°C e 8°C.
Durante as horas de escuridão a neve cai e se acumula pela ação dos ventos nas regiões 
mais baixas, obrigando os animais a se manterem próximos ao solo, saindo apenas para a 
procura de alimentos.
As quantidades de precipitação de chuvas são pequenas (35 a 75 mm), porém o solo 
apresenta aspecto úmido e encharcado, em decorrência da lenta evaporação da água 
e da baixa drenagem do solo no verão. O verão na tundra costuma ser de aproximada-
mente 2 meses, quando a duração do dia é de 24h e a temperatura não excede 12°C. 
Nessa época, a camada superficial do solo descongela, e a água não se infiltra nas 
 camadas inferiores, formando charcos e pântanos.
No verão, em função da longa duração do dia, ocorre crescimento da vida vegetal, 
importante para a sobrevivência de herbívoros como, por exemplo, bois-almiscarados, 
lebres-árticas, renas e lemingues, em especial na Europa e na Ásia, e de caribus na 
tundra da América do Norte.
Esses herbívoros constituem a fonte de alimento de animais carnívoros, como arminhos, 
raposas-árticas e lobos.
A vegetação da tundra é composta por liquens, musgos, ervas e pequenos arbustos e, 
eventualmente, árvores dispersas, pois o subsolo é frio e a matéria orgânica sofre lenta 
decomposição. Para se adaptarem ao ambiente, as plantas apresentam folhas pequenas 
e crescem de forma maciça e rente ao solo.
O ecótono, área de transição ambiental localizada entre a tundra e uma floresta, é deno-
minado linha de árvores.
A maioria dos animais utiliza a tundra no verão, migrando para regiões mais quentes no 
inverno. Os animais que vivem permanentemente são os ursos-polares, bois-almisca-
rados na América do Norte, e lobos-árticos, que dispõem de pelo espesso, assim como 
espessas camadas de gordura sob a pele.
4.1.1.2.1.1 Tundra alpina
A tundra alpina, localizada no topo de montanhas altas, tem solo com boa drenagem e o 
mesmo tipo de vegetação da tundra, mas podem ser encontrados animais de diferentes 
espécies, como cabras montanhesas, alces, marmotas e pequenos insetos.
4.1.1.2.2 Taiga
A taiga é um bioma encontrado no hemisfério norte, que apresenta clima continental frio 
e polar, localizado ao sul da tundra ártica, em regiões que apresentam baixas tempera-
turas, pouca umidade e ventos fortes e gelados durante todo o ano, localizada na faixa 
entre 50° e 60° de latitude Norte, próximo às áreas da América do Norte, Alasca, Canadá, 
Sul da Groelândia, Suécia, Finlândia, Sibéria e Ásia.
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Na taiga, o solo é fino e pobre em nutrientes e se descongela por completo no verão, 
estando coberto por folhas que o tornam ácido, mantendo baixa diversidade em termos 
de flora, constituída principalmente por coníferas e pinheiros, que apresentam folhas 
aciculares cobertas por película oleosa que conserva a umidade e o calor, permitindo a 
formação de florestas aciculifoliadas com árvores de forma cônica, que evita o acúmulo 
de neve que poderia destruir os ramos e as folhas. Também podem ser encontradas 
 árvores de folhas largas, como vidoeiros, faias, salgueiros e sorveiras. As florestas são frias 
e recebem pouca precipitação anual (40 a 100 mm), com inverno frio, longo e seco, 
com dias curtos e temperatura entre –54° e 21°C.
A fauna da taiga é composta por animais de pequeno, médio e grande porte, como 
esquilos, lebres, martas, guaxinins, castores, raposas, linces, lobos, veados, renas, alces e 
ursos.
4.1.1.2.3 Floresta temperada
As florestas temperadas são encontradas em regiões como oeste da América do Norte, 
Europa, oeste da Ásia (Turquia, Geórgia, Azerbaijão, Irã), leste da Ásia (Coreia, Japão, 
China), Austrália, Nova Zelândia e sul do Chile, estando localizadas entre os círculos 
polares e as zonas tropicais.
Apresentam clima temperado e as quatroestações do ano bem-definidas. A primavera 
é quente e úmida, com muito Sol, que cobre o solo durante toda a estação, e as árvores 
apresentam folhas novas e verdes, que realizam fotossíntese. No verão, a vegetação 
 aumenta em quantidade e tamanho; no outono, o calor e a umidade podem ser 
elevados, e as plantas caducifólias passam a apresentar coloração dourada (cessando a 
fotossíntese) e depois caducam e caem periodicamente (outono/inverno). No inverno, 
as árvores como carvalho, bordos, faias, álamo, bétula, freixo, salgueiro, cerejeira, 
 castanheiro, pinheiro, cedro e nogueiras armazenam energia, água e nutrientes a partir 
das folhas e galhos para o caule e raízes. As folhas caem em seguida para, na próxima 
estação, servirem de nutrientes para novas folhas.
O solo dessas florestas é rico em nutrientes em função do processo de decomposição das 
folhas, fazendo com que a flora seja variável, apresentando desde coníferas, árvores com 
folhas que caducam a arbustos e herbáceas.
A fauna nas florestas temperadas é constituída por insetos, aves de hábitos noturnos, 
esquilos, lebres, roedores, javalis, felinos, lobos, raposas, veados e ursos. Alguns animais 
migram durante o inverno, enquanto outros hibernam.
4.1.1.2.4 Floresta tropical
As florestas tropical e subtropical úmidas correspondem a um ecossistema localizado 
dentro da região compreendida entre a latitude 35° norte e latitude 35° sul, na zona 
equatorial localizada entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio, onde o Sol 
fica a pino duas vezes por ano, sendo encontradas na Ásia, Austrália, América do Sul, 
América Central, México, e Caribe.
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Dentre os diferentes tipos de floresta tropical, existem a floresta tropical pluvial (úmida) e 
a floresta tropical estacional (semidecídua ou decídua). As florestas tropicais apresentam 
temperatura média mensal superior a 18°C todos os meses do ano e precipitação pluvio-
métrica anual de 1.200 mm.
Cerca de 40% a 75% de todas as espécies de animais e vegetais estão localizadas nas 
florestas tropicais. A temperatura e a umidade variam de acordo com a altura no interior 
da floresta. As áreas mais próximas da copa das árvores são mais secas e iluminadas, e as 
mais próximas do solo são mais úmidas e escuras.
Nesse tipo de floresta são encontradas árvores de grande e de médio porte, como 
 pau-brasil, peroba, jacarandá e jequitibá-rosa, que albergam bromélias, begônias, cipós, 
orquídeas e briófitas; a fauna é diversificada, sendo composta por diferentes espécies de 
insetos, anfíbios, répteis, aves, felinos, jacarés, símios e outros mamíferos.
São exemplos de florestas tropicais na América Central e América do Sul: Amazônia e 
Mata Atlântica; na África, florestas Ituri, Kilum-Liim e floresta da planície do Madagascar; 
na Ásia, a floresta de Harapan; e Austrália e Oceania, as florestas de Daintree e a floresta 
tropical do Havaí.
4.1.1.2.5 Savanas
As savanas correspondem a uma região plana com vegetação composta por gramíneas, 
árvores isoladas e esparsas e arbustos isolados e em pequenos grupos, sendo áreas 
de transição entre bosques e pradarias, localizadas em regiões de clima tropical que 
 apresentam uma longa estação seca. As savanas podem ser classificadas em: tropicais, 
da África, do Brasil, temperadas, mediterrâneas, pantanosas e montanhosas.
4.1.1.2.5.1 Savanas tropicais
Tanto as savanas tropicais quanto as subtropicais são biomas localizados nas latitudes 
tropicais e subtropicais dos cinco continentes, sendo caracterizadas por apresentarem 
clima semiárido; duas estações bem-definidas do ano, uma quente e seca e a outra 
chuvosa; solo fértil e gramíneas; e presença de diferentes espécies de insetos, anfíbios, 
répteis, aves e mamíferos.
4.1.1.2.5.2 Savanas da África
A savana africana é composta por grandes extensões territoriais da África, que apresen-
tam vegetação do tipo herbácea constituída por capões de arbustos e pequenas árvores. 
Também podem ser encontradas árvores baixas, espinhosas e de folhas pequenas, além 
de árvores de grande porte como o baobá e maruleira.
A savana apresenta períodos de secas prolongadas que podem chegar a 10 meses de 
duração e altas temperaturas e umidade de ar desértica. Na época das chuvas ocorre um 
rápido crescimento da vegetação, acompanhada de grandes manadas de animais herbí-
voros que pastam. Após o término das chuvas, a vegetação rasteira seca rapidamente, 
fornecendo material de fácil combustão e ocorrência de incêndios espontâneos.
96
A savana africana surge na região fronteiriça entre a floresta mais densa e o deserto nos 
trópicos, ocupando imensa faixa do continente africano, que vai desde o leste a oeste, e 
do Sudão aos Grandes Lagos.
A fauna da savana africana é composta por herbívoros de grande porte (girafas, 
elefantes, rinocerontes, búfalos), herbívoros que vivem em grandes manadas (antílopes, 
gnus, zebras, impalas, ônix), grandes felinos (guepardo, leopardo, leão), canídeos (chacal, 
mabeco), aves (falcão, águia, abutre, avestruz) e hienas.
4.1.1.2.5.3 Savanas do Brasil
No Brasil, a savana na região central do país recebe o nome de cerrado; na região 
 Nordeste, tabuleiro, agreste e chapada; na região norte de Minas Gerais, campina; e, 
em Roraima, lavrado.
Os cerrados brasileiros são formados por áreas herbáceas fechadas, constituídas por 
ervas altas e duras, e gramíneas com rizoma.
O clima é caracterizado por apresentar uma estação úmida durante a qual as plantas 
crescem rapidamente e um período seco e quente. As gramíneas estão adaptadas ao 
 clima tropical com estação seca prolongada, apresentam folhas compridas que aprovei-
tam ao máximo o período das chuvas e contêm rizomas capazes de resistir durante o 
período seco.
4.1.1.2.5.4 Savanas temperadas
As savanas temperadas são biomas encontrados em latitudes médias nos cinco conti-
nentes, e são caracterizadas por apresentarem verão quente e úmido e inverno frio e 
seco, conferindo características semiáridas ao ambiente. Os solos são férteis, porém com 
predomínio de gramíneas; e a fauna é constituída por diferentes insetos, aves, répteis e 
mamíferos.
4.1.1.2.5.5 Savanas mediterrâneas
As savanas mediterrâneas são biomas localizados em latitudes médias, em áreas que 
apresentam clima mediterrâneo semiárido. Apresentam solos pobres em nutrientes, e 
vegetação baixa, arbustos perenes e árvores pequenas.
4.1.1.2.5.6 Savanas pantanosas
As savanas pantanosas são ecossistemas encontrados nas regiões tropicais e subtropicais 
nos cinco continentes, com clima úmido e quente, e solo rico em nutriente, que apresen-
ta frequentemente inundações.
4.1.1.2.5.7 Savanas montanhosas
As savanas montanhosas são encontradas em áreas com altitudes elevadas (zonas alpinas 
e subalpinas) em diferentes partes do planeta Terra. As savanas montanhosas são carac-
97
terizadas pela evolução isolada em função das condições climáticas verificadas em deter-
minadas altitudes. As plantas apresentam peculiaridades como estruturas em forma de 
roseta, superfícies cerosas, folhas pubescentes e árvores com pequeno porte.
4.1.1.2.6 Pradaria ou campos
As pradarias ou campos localizam-se em determinadas regiões da América do Sul, Amé-
rica do Norte, Europa e Ásia, em locais que apresentam períodos de secas. As pradarias 
são um tipo de bioma composto por uma planície desprovida de árvores ou arbustos, 
sendo formada por uma cobertura constituída por grande quantidade de capim baixo. 
No Brasil, essa vegetação recebe o nome de campo, sendo encontrada no sul do Mato 
Grosso do Sul, nordeste do Paraná, norte do Maranhão e sul de Minas Gerais. No Rio 
Grande do Sul, recebe o nome de pampas gaúchos.
As pradarias também podem ser encontradas próximas a regiões desérticas; e existem 
três tipos de pradarias: pradaria alta (desenvolve-se em áreas de maior umidade, com 
presença de gramíneas que atingem 2 metros de altura e contêm raízes profundas); 
 pradaria mista (área de transição com grande variedade vegetativa, em solos férteis); 
e pradaria baixa (apresentabaixa diversidade, constituída basicamente por gramínea de 
pequeno porte).
Em geral, os animais preponderantes nesses ecossistemas são insetos, roedores, raposas 
e coiotes.
4.1.1.2.7 Desertos
Os desertos correspondem a uma região que recebe pouca precipitação pluviométrica, 
sendo quentes e áridos. Cerca de 20% da superfície terrestre é recoberta por desertos, 
cujo solo é composto principalmente por areia, com formação de dunas, embora 
existam áreas de solo rochoso, de escassa vegetação, que cresce apenas em locais com 
pouca água.
Aproximadamente 50% da superfície dos desertos são planícies formadas pela ação eóli-
ca, expondo o cascalho solto, composto por pedriscos ásperos ou pedras arredondadas. 
Outras superfícies são compostas de leitos de pedra expostos, solos desérticos e depósi-
tos fluviais, incluindo depósitos aluviais, lagos e oásis. Os oásis são áreas com vegetação 
irrigada por fontes subterrâneas.
A maioria das plantas que vivem no deserto é tolerante à seca e à salinidade, podendo 
armazenar água nas folhas, raízes e caules. Outras contêm raízes longas que penetram 
até o lençol freático. Os desertos têm uma cobertura vegetal esparsa, porém diversi-
ficada, que inclui a presença de cactos.
Apesar de poucas chuvas caírem nos desertos, estes recebem água corrente de fontes 
alimentadas pela chuva ou neve das montanhas adjacentes. Alguns desertos são atraves-
sados por rios com nascentes e parte do curso localizados fora da área desértica, como, 
por exemplo, os rios Nilo, Colorado e Amarelo, e desembocam no mar.
98
Quanto aos lagos localizados nos desertos, estes são rasos, temporários e salgados e 
formados pela ação da chuva. Quando secam, deixam uma crosta de sal no fundo. 
A área formada por argila, lama ou areia com sal é conhecida como salar ou playa, 
no México.
As maiores regiões desérticas da Terra estão situadas na África (deserto do Saara) e na 
Ásia (deserto de Gobi).
A fauna do deserto é composta por insetos, roedores (p. ex., ratos-cangurus) e répteis 
(p. ex., serpentes e lagartos), sendo que muitos desses seres vivos saem de suas tocas 
somente à noite, enquanto outros passam a vida inteira sem beber água, extraindo-a a 
partir de alimentos que ingerem.
4.1.1.2.7.1 Tipos de desertos
As classificações dos diferentes tipos de deserto estão fundamentadas na combinação 
do número de dias de chuva por ano, quantidade pluviométrica anual, temperatura e 
umidade.
Contudo, uma classificação mais aceita, é baseada no total de chuva recebida:
 l Terras extremamente áridas apresentam pelo menos 12 meses consecutivos sem 
chuva
 l Terras áridas apresentam menos de 250 milímetros de chuva anual em 1 m²
 l Terras semiáridas apresentam uma média de precipitação anual de 250 a 500 milíme-
tros, em 1 m².
As terras áridas e extremamente áridas são chamadas de desertos, e as terras semiáridas 
cobertas de gramíneas são chamadas de estepes.
Os desertos frios podem ser cobertos por neve e não recebem muita chuva, sendo 
 chamados de tundra, quando existe uma curta estação com temperaturas acima de 0°C.
Os desertos também são classificados pela sua localização geográfica e padrão climá-
tico predominante: desertos em regiões de ventos contra-alísios; desertos de latitu-
des médias; desertos devido a barreiras ao ar úmido; desertos costeiros; desertos de 
 monção; e desertos polares.
4.1.1.2.7.1.1 Desertos em regiões de ventos contra-alísios
Os desertos, localizados em regiões de ventos contra-alísios, são formados em áreas 
de ventos contra-alísios, nas quais são encontrados em duas faixas do globo terrestre, 
divididos pela linha do Equador, e, além disso, são formados pelo aquecimento do ar na 
região equatorial. Os ventos secos dissipam a cobertura de nuvens, permitindo que o Sol 
promova o aquecimento do solo. Dentre os exemplos desse tipo de deserto, podemos 
citar o deserto do Saara, localizado no norte da África.
99
4.1.1.2.7.1.2 Desertos de latitudes médias
Os desertos de latitudes médias são formados pela movimentação de massas de ar 
quente e sem umidade oriunda dos trópicos, e são influenciados pela rotação do planeta 
Terra. As massas de ar sofrem resfriamento na atmosfera e se deslocam para o Norte e o 
Sul, perdem latitude até 30° e ganham calor durante a descida, aumentando a capacida-
de de reter e absorver a água do solo. Um exemplo desse tipo de deserto é o Soonora, 
localizado na América do Norte.
4.1.1.2.7.1.3 Desertos devido a barreiras ao ar úmido
São formados pela ação de grandes barreiras montanhosas que impedem a chegada 
de nuvens úmidas nas áreas protegidas. À medida que o ar sobe a montanha, a água se 
precipita, formando um deserto do lado oposto da montanha. Um exemplo deste tipo de 
deserto é o da Judeia, localizado em Israel e Palestina.
4.1.1.2.7.1.4 Desertos costeiros
Os desertos costeiros estão localizados nas bordas ocidentais de continentes próximo aos 
trópicos de Câncer e o de Capricórnio, e existem em função da presença de correntes 
frias oceânicas costeiras que rumam em paralelo à costa. Uma vez que eles são forma-
dos pelos sistemas terrestres, oceânicos e atmosféricos, no inverno, o deserto pode ser 
coberto por um manto branco que impede a passagem dos raios solares. Um exemplo 
desse tipo de deserto é o de Atacama, localizado desde a região norte do Chile até a 
fronteira com o Peru.
4.1.1.2.7.1.5 Desertos de monção
Monções são ventos que apresentam acentuada reversão sazonal, que surgem em 
 resposta a variações de temperatura entre os continentes e oceanos. O deserto do 
Rajastão, localizado na Índia, e o deserto Thar, localizado no Paquistão, são parte de uma 
região de deserto de monção localizada a oeste da cadeia de montanhas.
4.1.1.2.7.1.6 Desertos polares
Os desertos polares correspondem a áreas em que a taxa de evaporação supera em duas 
ou mais vezes a taxa de precipitação anual, com temperatura média no mês mais quente 
menor que 10°C. Os desertos polares cobrem 5 milhões de quilômetros quadrados, e 
estão localizados principalmente na Antártida e Groelândia, e são formados por leitos 
e planícies cobertos por rocha ou cascalho. Sobre este solo predomina a presença de 
gelo e neve. As águas que correm abaixo do gelo carregam matéria orgânica produzida 
em outras regiões, abastecendo uma grande população de peixes. Muitos mamíferos 
marinhos vivem de peixes, tais como baleias orcas, focas e os ursos polares que estão no 
topo da cadeia alimentar.
100
4.2 Biomas Brasileiros
O Brasil é o país com maior biodiversidade no globo terrestre, cujo território é ocupado 
por seis biomas (áreas biogeográficas) terrestres e um marinho, apresentando 10% a 
20% do número total de espécies do planeta, com mais de 55.000 espécies descritas no 
 mundo, com 394 espécies de mamíferos, 1.573 espécies de aves, 468 espécies de répteis, 
502 espécies de anfíbios e mais de 3.000 espécies de peixes. Conta com a maior diversi-
dade de primatas do planeta Terra, com 55 espécies.
As principais zonas fitogeográficas do Brasil podem ser estudadas como unidades bióticas 
ou biomas, compreendem os biomas terrestres, amazônico, Caatinga, Cerrado, Pantanal, 
Mata Atlântica e Pampa (Figura 4.2). Também faz parte o bioma marinho, localizado na 
zona marinha do Brasil.
O termo Gaia foi utilizado pela primeira vez no século XVII por William Gilbert referin-
do-se a “Mãe Terra” e foi popularizado por James Lovelock que formulou a hipótese 
de Gaia, em que a Terra seria um superorganismo relativamente frágil, mas que tem 
capacidade de autorrecuperação. No planeta Terra, assim como no metabolismo de um 
organismo vivo, onde cada parte do planeta influencia, altera e depende da ocorrência 
de outras partes, qualquer perturbação numa única parte pode desencadear a pertur-
bação do todo.
Saiba mais
101
4.2.1 Biomas terrestres
4.2.1.1 Floresta Amazônica
A Floresta Amazônica ocupa uma área de 4.196.943 km2 do território brasileiro, sendo 
constituída essencialmente por uma floresta tropical, abrangendo os estadosdo Acre, 
Pará, Amazonas, Roraima e parte do Maranhão, Rondônia, Tocantins e Mato Grosso. 
Também abrange parte de outros países como Venezuela, Peru, Bolívia, Equador, Guiana, 
Suriname, Guiana Francesa e Colômbia.
Seu ecossistema é formado por áreas densas de terra firme, florestas de igapó per-
manentemente inundadas, florestas estacionais, florestas de várzeas periodicamente 
alagadas, cerrados isolados, campos rupestres, campos alagados e savanas. A Floresta 
Amazônica apresenta clima pluvial e subtropical.
A Floresta Amazônica corresponde a maior floresta tropical do mundo, o equivalente a 
35% das áreas florestais do planeta, e cobre quase metade do território brasileiro. Dispõe 
de um sistema hídrico, por onde corre 1/5 de toda a água doce do planeta. Aproxima-
damente 20% de todas as espécies vivas do planeta estão presentes neste ecossistema, 
apresentando mais de 20 mil espécies de vegetais superiores, 25.000.000 espécies de 
artrópodes, 1.700 espécies de peixes, 1.622 espécies de pássaros, 516 espécies de anfí-
bios, 467 espécies de répteis e 428 espécies de mamíferos.
Figura 4.2 Biomas brasileiros. O bioma brasileiro é constituído pelos biomas amazônico, 
Pantanal, cerrado, caatinga, Mata Atlântica e pampa. 
Fonte: adaptada de https://www.todamateria.com.br/biomas-brasileiros/.
102
4.2.1.2 Mata Atlântica
A Mata Atlântica ocupa uma área de 1.086.289 km2, o que corresponde a 13,04% do 
território brasileiro, constituído pela Mata Atlântica que se estende desde o Rio Grande 
do Norte até o Rio Grande do Sul. Estão inseridos nesta faixa de mata os estados de Rio 
Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Sergipe, Paraíba, Goiás, Espírito Santo, 
Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.
A Mata Atlântica é composta por florestas densas, mistas e abertas (ombrófila), florestas 
estacionais semideciduais e florestas estacionais deciduais. Também fazem parte deste 
bioma manguezais, campos de altitude e restingas. Seu clima varia do tropical úmido 
e semiárido, na região Nordeste do país, temperado úmido no Sul do país, e, na região 
Sul, há uma mescla de Mata Atlântica com a Mata de Araucárias, onde é encontrado o 
pinheiro-do-paraná.
A presença de manguezais é vista nas zonas de maré da costa oceânica brasileira atlânti-
ca, que se estende por mais de 7.000 km, apresentando recifes, costões, baías, estuários, 
brejos e falésias, sendo mais comum em pontos de encontro de rios com o mar.
As restingas ou mangues são áreas alagadas de fundo lodoso e salobro, sendo considera-
dos ecossistemas de alta produtividade, reprodução e refúgio, permanente ou temporá-
rio de diferentes espécies de peixes, crustáceos, moluscos e aves.
As restingas apresentam grande variedade de vegetação e quando avançam para o inte-
rior do continente, apresentam importante papel na fixação das dunas.
4.2.1.3 Pampas
Os pampas, ou campos do Sul, ocupam uma área de 176.496 km2, correspondendo a 
2,07% do território brasileiro, sendo constituído principalmente por vegetação campes-
tre, que ocupa aproximadamente 63% do território do Rio Grande do Sul. Nesse tipo 
de bioma, podem ser encontradas espécies herbáceas, áreas campestres e florestas de 
araucárias. Os pampas apresentam terrenos planos constituídos por planícies e planaltos, 
e coxilhas com relevo suave a levemente ondulados, que dispõem de espécies campes-
tres, formando um aspecto de savana aberta. Também podem ser encontradas áreas de 
florestas estacionais e campos abertos com cobertura gramíneo-lenhosa.
São ecossistemas característicos da região sul do Brasil e, pela sua constituição florestal, 
são ideais para o desenvolvimento da pecuária bovina. Atualmente, esse ecossistema 
se encontra restrito aos estados do Paraná e Santa Catarina, onde existe a Mata de 
 Araucárias.
4.2.1.4 Pantanal
O Pantanal é um bioma brasileiro terrestre que ocupa uma área de 150.355 km2, que cor-
responde a 1,76% do território brasileiro, presente nos estados do Mato Grosso e Mato 
Grosso do Sul, sendo caracterizado por uma savana estépica alagada em grande parte do 
103
ano. A área do Pantanal corresponde a uma planície aluvial que é drenada pelos rios da 
bacia do Alto Paraguai, sendo inundado continuamente. Tem vegetação aberta, 
com áreas arenosas e microrrelevos que apresentam constante inundação.
O pantanal é caracterizado pela presença de duas estações de ano bem-definidas – 
inverno e verão –, mistura de floras e a maior densidade de fauna das Américas, com 
650 espécies de aves, 230 espécies de peixes, 80 espécies de mamíferos, 50 espécies de 
répteis e milhares de insetos.
4.2.1.5 Caatinga
A caatinga tem área de 844.453 km2, o que corresponde a 9,92% do território brasi-
leiro, cobrindo mais de 70% da região Nordeste, podendo ser encontrada em diversos 
estados como, por exemplo, Ceará, Alagoas, Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, 
 Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. A caatinga é constituída principal-
mente por uma vegetação savana-estéptica, que apresenta plantas xerófilas adaptadas 
ao clima semiárido, com árvores e arbustos espaçados, de tamanho baixo e galhos 
 retorcidos.
Também é comum a presença de espécies cactáceas, tais como xique-xique e manda-
caru, e bromélias como macambira e caroá. Nos períodos de grande seca, as plantas 
 perdem suas folhas, ao passo que, na época de chuvas, as folhas voltam a crescer e 
algumas plantas chegam a florescer.
Ao adentrar na área de transição entre a caatinga e a Mata Atlântica próximo ao litoral, 
ocorre a transição do clima semiárido para o úmido, sendo esta área denominada 
 agreste, contendo uma mistura de vegetação dos dois biomas.
A caatinga tem como principal característica a presença de seca prolongada por pelo 
menos 9 meses, baixas precipitações médias anuais e predomínio de plantas xerófitas e 
arbustos esbranquiçadas pela seca.
4.2.1.6 Cerrado
O cerrado brasileiro ocupa uma área de 2.036.448 km2, o que corresponde a 23,92% do 
território brasileiro, sendo constituído principalmente por savanas. O cerrado brasileiro 
abrange Tocantins, Rondônia, Distrito Federal, Goiás, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, 
Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Piauí e Paraná. Apresenta clima com 
duas estações bem-definidas, e sua vegetação varia desde campos lindos sem vegeta-
ção lenhosa até a presença de cerradão, uma formação arbórea densa. Também estão 
 presentes matas ciliares e veredas ao longo dos cursos de água.
Os cerrados são biomas característicos da região central do Brasil, e apresentam a 
 queimada natural da vegetação como um importante fator ecológico de renovação. 
Após o fogo, muitas espécies de plantas florescem e suas novas folhas atraem os herbí-
voros encontrados em regiões de vegetação seca.
104
4.2.2 Bioma marinho
A classificação e a existência do bioma marinho é basicamente geopolítica, não tendo 
nenhuma relação com a classificação de bioma em ecologia, pois o bioma marinho é uma 
unidade territorial protegida pela legislação brasileira.
O bioma marinho brasileiro encontra-se na zona marinha brasileira, sendo considerado 
biótipo da plataforma continental, e que apresenta largura variável conforme a região. 
Por exemplo, no Amapá, contém 80 milhas náuticas; na foz do rio Amazonas, 160 milhas 
náuticas; e 20 a 30 milhas náuticas de largura no Nordeste. Nessas regiões, o solo é 
 constituído por fundos irregulares, contendo áreas calcárias, ao passo que, a partir do 
Rio de Janeiro, a plataforma se alarga, e passa a ser constituído por fundos cobertos de 
areia e lama.
Parte da energia solar que chega ao planeta Terra é refletida e, por isso, volta ao 
espaço; ao atingir o topo da atmosfera terrestre, parte dessa energia é absorvida 
pelos oceanos e pela superfície da Terra, promovendo o aquecimento do planeta. 
Uma parte do calor é irradiada de volta ao espaço, sendo bloqueada pela presença 
de gases de efeito estufa que tornam a Terra habitável. Caso não ocorresse este pro-
cesso, atemperatura do planeta Terra seria da ordem de –18°C. A troca de energia 
entre a superfície e a atmosfera proporciona uma temperatura média global próxima 
à superfície de 14°C.
Quando há um balanço entre a energia solar incidente e a energia refletida na forma 
de calor pela superfície terrestre, o clima se mantém praticamente inalterado. 
 Entretanto, quando o balanço de energia é alterado pela mudança das concentrações 
de gases relacionados ao efeito estufa, na atmosfera, pelas emissões antrópicas de 
gases como, por exemplo, dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso 
(N2O), hexafluoreto de enxofre (SF6), hidrofluorcarbonos (HFC) e perfluorcarbonos 
(PFC), ocorre o aquecimento global, com aumento da temperatura média do ar e dos 
 oceanos, promovendo o derretimento de neve e gelo e elevação do nível do mar.
Para refletir
105
4.3 Impacto da Espécie Humana sobre a Natureza
Os impactos ambientais descrevem as diversas formas de como o ambiente é afeta-
do pela ação do homem, desestruturando os ecossistemas e biomas. Esses impactos 
causam danos irreversíveis, como assoreamento de rios, desertificação, infertilidades do 
solo, poluição da água e perda de espécies vegetais e/ou animais.
Atualmente, devido ao aceleramento das alterações climáticas, os EUA implementaram 
uma regulamentação por meio da criação da Lei Federal National Environment Policy Act 
(NEPA), em 1969.
No Brasil, a Constituição Brasileira de 1888, artigo 225, define que todos têm direito a 
um ambiente ecologicamente equilibrado, de uso comum do povo e essencial à quali-
dade de vida, impondo-se ao Poder Público o dever de defendê-lo e preservá-lo.
O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), instituído pela Lei nº 6.938, 
de 31 de agosto de 1981, é responsável pela legislação ambiental, e, desde a década de 
1980, por meio do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), avalia os impactos ambientais no 
Brasil, a fim de apresentar soluções para os problemas causados ao ambiente.
Além do CONAMA, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (IBAMA), criado pela Lei nº 7.735 de 22 de fevereiro de 1989, é responsável 
pela execução das leis, promoção de ações de preservação, conservação e fiscalização do 
patrimônio ambiental.
4.3.1 Principais impactos ambientais produzidos 
pelo homem
O ser humano é o principal protagonista dos impactos ambientais, através da prática de 
queimadas, desmatamentos, poluição do solo, água e atmosfera, levando ao surgimento 
de efeito estufa, aquecimento global, chuva ácida e outras catástrofes ambientais, que 
provocaram alterações climáticas, perdas de espécies nativas e de hábitats.
4.3.2 Classificação de impacto ambiental
Toda intervenção do homem contra a natureza causa impactos, mesmo que não sejam 
de grande importância.
As atividades com impacto significativo consistem em construção de aeroportos, portos, 
ferrovias e rodovias, extração de combustíveis fósseis (petróleo, carvão, gás natural), 
construção de hidrelétricas, extração de minérios, aterros sanitários (lixos tóxicos e radio-
ativos) e extração econômica de madeira ou lenha.
106
Os principais pontos do impacto ambiental são a magnitude e sua importância. A magni-
tude corresponde à medida de alteração de uma característica do ambiente, ou grandeza 
do impacto.
Para verificar a magnitude e a importância de um impacto são avaliados inúmeros crité-
rios, tais como:
 l Extensão, ou tamanho da ação ambiental do empreendimento
 l Periodicidade ou tempo de duração da ação
 l Intensidade ou grau da ação impactante (baixa, média ou alta).
A importância corresponde à consequência da magnitude, e envolve todos os critérios:
 l Ação ou quantidade de efeitos que a ação causa
 l Ignição ou tempo que se demora sentir o efeito da ação (imediato, médio ou mediato)
 l Criticidade ou nível de relação entre a causa versus o efeito da ação.
O impacto ambiental também pode ser classificado de forma qualitativa e quantitativa. 
Qualitativamente, são levados em consideração os seguintes critérios:
 l Valor, critério que se refere tanto ao impacto positivo (quando causa benefício de 
um fator ambiental) quanto ao negativo (quando provoca algum dano em um fator 
ambiental)
 l Ordem, em que se verifica se o impacto é direto, primário ou de primeira ordem, 
exprimindo simplesmente a relação de causa e efeito, impacto indireto, secundário 
ou de ordem enésima, sendo resultado de uma reação secundária em relação à ação 
feita ou quando ocorrem as reações em cadeia
 l Espaço, que verifica se o impacto é local, quando a ação acomete as imediações ou 
o próprio sítio; regional, quando o impacto se propaga para além das imediações do 
sítio; e global, quando o impacto se propaga tão imensamente que afeta um compo-
nente do ambiente em nível nacional ou internacional
 l Tempo, no qual é verificado o impacto é de curto prazo, quando este surge imediata-
mente após a ação; de médio prazo, quando o impacto surge a um prazo médio que 
deve ser definido; e longo prazo, quando surge em longo prazo que, da mesma forma, 
deve ser definido
 l Dinâmica ou quando o impacto é de caráter temporário, ou seja, é definido em curto 
prazo ou no tempo determinado, após o término de realização da ação
 l Cíclico, quando o impacto ocorre em ciclos que podem ser constantes ou não ao 
longo do tempo
 l Permanente, quando os impactos se manifestam por tempo indeterminado
 l Plástico, em que os impactos são reversíveis, quando a ação é cessada e o fator do 
ambiente afetado volta às suas condições originais
 l Irreversíveis, quando a ação é cessada; o fator ambiental afetado não retoma às suas 
condições originais.
107
Quantitativamente, considera-se a magnitude do impacto gerado por uma ação, 
 avaliando o grau de alteração dos fatores ambientais em aspectos quantitativos.
Além de dados numéricos apresentados para classificação de impactos ambientais, a 
Avaliação de Impactos Ambientais pode apresentar os graus de impactos com cores em 
função dos valores numéricos, em que:
 l Branco (zero): inexistência de impacto
 l Amarelo (um): valor desprezível de impacto
 l Laranja (dois): baixo grau de impacto
 l Marrom (três): grau médio de impacto
 l Vermelho (quatro): alto grau de impacto
 l Preto (cinco ou acima): grau muito alto de impacto, que afeta o ambiente.
4.3.3 Avaliação de impactos ambientais
Em função da exploração dos recursos da natureza, existe a necessidade de regulamenta-
ção da questão ambiental na implantação de novos projetos, área na qual foram criados 
diversos instrumentos aplicáveis que permitem avaliar os possíveis impactos positivos e 
negativos de um projeto.
A evolução dos instrumentos da avaliação de impacto ambiental viabilizou uma explora-
ção mais adequada dos impactos negativos e positivos para o ambiente.
O lado positivo foi expandido enquanto o lado negativo foi minimizado ou compensado, 
buscando equilíbrio nas relações ecológicas, sociais e econômicas das atividades que o 
homem realiza.
A avaliação de impacto ambiental reúne todos os esforços necessários para a obtenção 
de informações sobre a possibilidade dos impactos ambientais, para que, a partir dessas 
informações, possa ser feita adequada tomada de decisões, objetivando impedir a 
 ocorrência do dano ambiental.
A avaliação de impacto ambiental é uma parte integrante da política ambiental que 
busca promover a prevenção, que recebeu divulgação para ser adotada para o reconhe-
cimento em nível global.
A avaliação de impacto ambiental é usada em todos os continentes, tornando-se de 
 fundamental importância para a realização de alterações e adequações nas legislações 
dos países e de cada estado, para, assim, atender às necessidades ambientais atuais.
108
4.4 Interferência Humana em
Ecossistemas Naturais
A interferência humana sobre o ambiente consiste basicamente em obtenção do poder 
econômico, associado aos processos de urbanização e industrialização. As grandes 
 aglomerações urbano-industriais consomemconsideráveis quantidades de energia e 
 matéria-prima, assim como produzem toneladas de subprodutos que não são reapro-
veitados e, além disso, são descartados incorretamente e, dessa maneira, causam impor-
tante desequilíbrio no meio em que vivemos.
É possível citar como forma de poluição:
 l Descarte indevido de resíduos sólidos, gerando grande acúmulo de lixo
 l Descarte incorreto de resíduos líquidos não tratados (esgoto), que chegam aos lençóis 
freáticos, rios e lagos, ocasionando morte de peixes e contaminação da água
 l Descarte indevido de resíduos gasosos (fumaças e gases tóxicos) que colaboram para 
o efeito estufa, chuvas ácidas e outros desastres ambientais
 l Desmatamento
 l Caça ilegal e tráfico de animais.
Recentemente, de forma trágica e criminosa de acordo com os noticiários da mídia 
em geral, ocorreu outro rompimento de uma barragem, no município de Brumadinho 
(MG), fato semelhantemente ao ocorrido Mariana em 2015. Vale a pena destacar que 
essa tragédia causou até o momento (18/02/2019) a morte de 169 pessoas identifica-
das e o desaparecimento de outras 141 pessoas, que, infelizmente e provavelmente, 
devem estar mortas também, de acordo com a Defesa Civil. Assim, a empresa Vale 
 detém dois recordes extremamente ruins para sua história sob dois pontos de vista, 
tanto humano quanto ambiental, uma vez que o rompimento da barragem de Bruma-
dinho é uma das maiores tragédias no que se refere à perda de vidas humanas, e tanto 
o rompimento da barragem de Brumadinho quanto a de Mariana são uma das maiores 
tragédias ambientais já vistas.
De olho
109
4.4.1 Problemas ambientais no Brasil
Os problemas ambientais no Brasil são inúmeros, vastos e de enorme gravidade, preju-
dicando todos os seus biomas, nos quais se inserem: poluição da água, do ar e do solo; 
desmatamentos e queimadas; depósito e disposição de lixo em locais inadequados; 
caça ilegal, tráfico de animais, pesca predatória; desperdício de alimentos e recursos 
naturais; aquecimento global.
Todos esses problemas têm sua gênese na grande explosão demográfica, expansão 
urbana e agropecuária e aumento no consumo de recursos, que, em combinação, 
 desencadeiam uma série de impactos negativos sobre a biodiversidade.
Tudo isso gera redução de fontes de alimento e energia, serviços ambientais, materiais 
de construção, princípios ativos medicinais e alimentos.
Os problemas ambientais também prejudicam o homem diretamente, causando doenças 
e outros danos à saúde, bem-estar e, inclusive, economia.
Existem inúmeras políticas e programas governamentais ou privados dedicados à 
 prevenção e ao combate às ameaças ambientais, que têm se revelado pouco eficientes 
ou pouco ambiciosos.
Os fatores culturais, econômicos e políticos privilegiam a exploração predatória, 
 imediatista, imprevidente, insustentável e a ilegalidade, dificultando a aplicação e a 
eficácia das normas legais de monitoramento, fomento e proteção dos ecossistemas e 
espécies selvagens.
A falta de educação ambiental e consciência da população sobre o papel da natureza 
sobre a vida humana é outro agravante desse contexto, embora o conhecimento seja 
acessível e os custos de transformação do modelo atual sejam baixos, comparados aos 
seus benefícios.
4.4.2 Principais ameaças ao ambiente no Brasil
4.4.2.1 Poluição, degradação do solo e acúmulo de resíduos
Consideram-se as principais causas da poluição do solo o uso de fertilizantes, herbicidas 
e pesticidas (agrotóxicos) na lavoura e nas regiões urbanizadas e incorreto manejo e 
descarte de lixo e outros resíduos. Também fazem parte desse processo o descarte de 
resíduos produzidos nas minerações e o descarte de substâncias poluentes.
4.4.2.1.1 Agrotóxicos
O uso intensivo de produtos químicos na lavoura está diretamente ligado à modernização 
da agricultura e à sua crescente mecanização. Os agrotóxicos contaminam o ambiente e 
os alimentos e, por consequência, os seres humanos que os consomem.
110
Têm causado problemas no solo, no ambiente e na saúde humana, com declínio da biodi-
versidade, de espécies animais, das próprias lavouras; indução do surgimento de resistên-
cia das espécies-alvo dos pesticidas e herbicidas; eutrofização das águas pelo excesso de 
fertilizantes; envenenamento de alimentos e intoxicações no homem.
A contaminação do solo afeta os mananciais hídricos subterrâneos e o lençol freático, 
e depois os agrotóxicos são carregados pela chuva e chegam até rios e lagos. No homem, 
essas substâncias podem causar doenças como câncer, provocar teratogenicidade e 
morte fetal, distúrbios renais, hepáticos, cerebrais, pulmonares, disfunções neuropsiquiá-
tricas e distúrbios motores.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IBDC), a partir de 2007, 
o número de casos relatados de intoxicação humana causada por agrotóxicos passou de 
2.178 para 4.537 em 2013. Além disso, o número anual de mortes ligadas à exposição 
direta ou indireta aos agrotóxicos passou de 132 para 206.
4.4.2.1.2 Degradação do solo
A degradação do solo é definida como a redução da sua qualidade ou produtividade, 
associada à erosão do solo pelo desmatamento que expõe o solos à ação das chuvas 
e ventos, que carrega parte do material do solo para os leitos de água, causando 
 assoreamento.
A degradação do solo também está associada a queimadas, construção de cidades, ruas e 
estradas, criação da pecuária extensiva e irrigação artificial.
Esses fatores causam grandes perdas na biodiversidade do solo, como a biodiversidade 
microscópica, responsável pela produção e fixação de nutrientes no solo, gerando 
 prejuízos à agricultura e pecuária.
A degradação do solo também pode levar também a alterações nos sistemas hídricos e 
desertificação, comum na região Nordeste do Brasil.
Na América do Sul, calcula-se que 244 milhões de hectares de solo estejam degradados, 
41% em função do desmatamento, 27,9% pela pecuária extensiva, 26,2% por atividades 
agrícolas e 4,9% pela exploração excessiva da vegetação.
4.4.2.1.3 Resíduos e lixo
O acúmulo irresponsável de lixo é uma das principais formas de poluição do solo, 
que afeta a qualidade da água e do ar.
As principais fontes do lixo são:
 l Lixo doméstico, produzido em residências, que contém resíduos sólidos como papel, 
plástico, vidro, metal; resíduos orgânicos, como restos de alimentos; e efluentes 
domésticos
111
 l Lixo comercial e industrial, produzido em estabelecimentos comerciais e industriais. 
Os restaurantes e hotéis produzem restos de comida, enquanto supermercados e 
 lojas produzem embalagens. Os escritórios produzem grandes quantidades de papel. 
O lixo das indústrias apresenta uma fração comum como, por exemplo, lixo de escri-
tórios e resíduos de limpeza de pátios e jardins; rejeitos e resíduos de processamen-
tos da indústria. Além de resíduos industriais especiais como explosivos, inflamáveis e 
produtos tóxicos
 l Lixo público ou resíduos de varrição, capina, raspagem, entre outros, provenientes 
dos logradouros públicos (ruas, praças), móveis velhos, galhos grandes, aparelhos de 
cerâmica, entulhos de obras e outros materiais deixados pela população nas ruas
 l Lixo de fontes especiais que, em função de determinadas características, merece 
cuidados especiais em seu acondicionamento, manipulação e disposição final, como 
determinados resíduos industriais, lixo hospitalar e material radioativo.
Embora, no Brasil, exista um bom sistema de coleta de lixo, capaz de captar 90,4% do 
total, os sistemas de disposição do lixo são precários, uma vez que 60% do total de lixo 
produzido recebe destinação adequada.
Mesmo no lixo que recebe destinação adequada, 44% acabam sendo incinerados, geran-
do poluição atmosférica. O restante acaba em lixões a céu aberto, rios, lagos e mar.
Este material mantido a céu aberto acaba sendo lavado pelas chuvas, liberando subs-
tâncias tóxicas durante a sua decomposição e se infiltram para o subsolo, atingindo os 
mananciais subterrâneos de água, ou são liberadas paraa atmosfera na forma de gases.
O lixo também gera problemas de saúde humana, modificações físicas na paisagem pelo 
seu acúmulo e impactos sobre a biodiversidade.
4.4.2.1.3.1 Lixos de fontes especiais
4.4.2.1.3.1.1 Material radioativo de origem hospitalar
Os órgãos oficiais fiscalizadores de resíduo radioativo de origem hospitalar são a Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o Conselho Nacional do Meio Ambiente 
 (CONAMA) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). A fiscalização da ANVISA 
é feita por meio da RDC n. 222/2018, e tem por objetivo evitar acidentes com a manipu-
lação ou estocagem de material radioativo.
A fiscalização do CONAMA é feita por meio da Resolução n. 358, e a agência fiscaliza 
todos os resíduos produzidos pelas unidades hospitalares, com exceção dos radioativos 
que devem ser encaminhados a CNEN.
A CNEN é o maior responsável pela fiscalização de resíduos radioativos, e os demais 
órgãos atuam conjuntamente na fiscalização, com foco na preservação do ambiente e na 
saúde da população.
112
Os princípios do descarte devem ser seguidos por quem gera os resíduos radiativos 
 hospitalares, responsáveis pelo transporte e a destinação final.
A norma CNEN NE-6.02 determina o descarte de resíduos radioativos hospitalares, sendo 
considerado resíduo radioativo hospitalar qualquer material proveniente de locais como 
hospitais e clínicas radiológicas, que contenha radionuclídeos em quantidades superiores 
aos limites especificados na CNEN NE-6.02. Em nenhuma hipótese este material pode ser 
reaproveitado ou tratado como lixo comum.
O gerenciamento do resíduo radioativo hospitalar busca garantir a proteção da saúde 
humana e do ambiente, sendo tomadas decisões preventivas em diversas etapas, dentre 
as quais podemos citar as etapas de coleta, segregação, manuseio, tratamento, acondi-
cionamento, transporte, armazenamento e descarte.
A primeira etapa no gerenciamento é o armazenamento não definitivo dos resíduos, 
no próprio local em que foi produzido, enquanto estes aguardam a disposição final. 
Posteriormente, o resíduo é recolhido e armazenado de forma definitiva e segura em 
unidades técnico-científicas da CNEN. 
É importante ressaltar que todas as vezes que uma unidade hospitalar for realizar o 
 descarte dos resíduos radioativos hospitalares, a CNEN deve ser notificada.
A empresa interessada em entregar resíduos radioativos hospitalares deve solicitar 
uma “Proposta de Recebimento” ao Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear 
(CDTN). Após as informações fornecidas, o CDTN prepara uma “Proposta de Recebimen-
to”, que é enviada para a empresa geradora. Caso a empresa não seja cadastrada como 
cliente do CDTN, uma “Ficha de Cadastro” é também encaminhada a ela. Após conferir os 
dados da “Proposta de Recebimento” o gerador dá o “Aceite da Proposta”. A seguir, a em-
presa geradora deve preencher um formulário de “Solicitação de Transferência de Fonte 
Radioativa e/ou Equipamento Gerador de Radiação Ionizante”, que deve ser encaminha-
do por e-mail junto com o aceite e a “Ficha Cadastral”.
Feito isso, é autorizada a transferência dos resíduos radioativos hospitalares para o CDTN, 
sendo definidos e divulgados os horários de entrega, o valor a ser cobrado pelo serviço 
prestado e a data.
4.4.2.1.3.1.2 Resíduos industriais
Os resíduos industriais são produzidos a partir da atividade industrial e suas peculiari-
dades os tornam inviáveis de serem descartados na rede pública de esgoto ou corpos 
d´água. Conforme as características físicas, químicas e biológicas, quantidade e qualida-
de dos resíduos industriais, é indicado qual o destino do resíduo industrial. Os resíduos 
industriais podem ser classificados em classe I, classe II, resíduos não inertes e inertes:
 l Resíduos de classe I ou perigosos apresentam corrosividade, reatividade, inflamabili-
dade, toxicidade e patogenicidade
 l Resíduos de classe II ou não perigosos são classificados em classe II A (não inertes), 
e classe II B (inertes).
113
 l Resíduos não inertes apresentam combustibilidade, biodegradabilidade e solubilida-
de em água
 l Resíduos inertes, quando em contato com a água, não a contaminam, ou seja, a água 
continua potável
A partir da classificação, o destino é estipulado: aterro para resíduos perigosos, sanitário 
para resíduo inerte ou tratamento térmico. Para que isso ocorra, a empresa responsável 
pela produção do resíduo industrial deve, mensalmente, etiquetar cada embalagem e 
redigir um inventário com a composição, a quantidade de lixo produzido e o seu grau 
de periculosidade, a fim de evitar a contaminação dos funcionários dos centros de 
reciclagem.
4.4.2.1.3.1.3 Lixo hospitalar
O descarte de lixo hospitalar deve seguir as normas da resolução RDC 222, de 28 de 
 março de 2018 da ANVISA, para coleta e transporte, e a resolução 237 de 19 de dezem-
bro de 1997 do CONAMA, para a disposição final desse material, em função dos riscos 
associados ao caráter infectante desses resíduos.
Estão inclusos nessa categoria todos os serviços relacionados ao atendimento de saúde 
humana ou animal, incluindo serviços de assistência domiciliar e trabalhos de campo, 
laboratórios de análises clínicas, necrotérios, funerárias, serviços de embalsamento, 
medicina legal, farmácias, centro de controle de zoonoses, distribuidores de produtos 
farmacêuticos, serviços de tatuagem e acupuntura.
Objetos cortantes, como lâminas cirúrgicas e agulhas, devem ser colocados em um 
compartimento separado de outros tipos de resíduos. Resíduos infectantes devem ser 
colocados em sacos plásticos brancos, identificados de forma visível com o símbolo de 
risco infectante em sua parte frontal.
4.4.2.2 Poluição da água
Poluição hídrica consiste em modificações nas propriedades físicas e químicas da água 
presente em rios, lagos, mananciais subterrâneos e o mar, poluição esta capaz de 
 provocar danos aos seres humanos e à vida selvagem.
A poluição da água é causada pelo descarrego de lixo e esgotos urbanos, assim como 
substâncias químicas usadas tanto na agricultura quanto na indústria e que, posterior-
mente, são lançadas diretamente nas águas ou levadas pelas chuvas ou por infiltrações.
O crescimento acelerado da população humana e o aumento na demanda da água para 
consumo e outras atividades reduzem os estoques disponíveis, aumentando o problema, 
porque, quantidades menores de água são menos capazes de diluir os produtos contami-
nantes.
Pode ocorrer o envenenamento da água por pesticidas utilizados em lavouras ou por 
efluentes industriais que contenham metais pesados, estimulando o crescimento de 
114
 populações microscópicas que desequilibram o ambiente aquático, consumindo o 
gás oxigênio e emitindo subprodutos do seu metabolismo, prejudicando outras formas 
de vida.
Uma água de má qualidade representa ameaça direta para seres humanos, peixes, 
crustáceos, moluscos, vegetação, répteis, mamíferos, aves e outras formas de vida que ali 
florescem.
Além disso, ao chegarem aos mananciais, as águas poluídas afetam as espécies selvagens 
e os ecossistemas.
4.4.2.3 Poluição do ar
A poluição do ar é um problema principalmente urbano e é dividida em duas categorias 
principais: material particulado (poeiras ou aerossóis) e gases ou vapores tóxicos. A polui-
ção do ar também eleva o risco de aquecimento global.
4.4.2.3.1 Material particulado
O material particulado, ou material de origem diversificada dividido em pequenas partí-
culas, é originado de processos industriais e produtivos, como a cinza e a fumaça geradas 
pela combustão de madeira e carvão em siderúrgicas e metalúrgicas; obras de engenha-
ria que usam cimento ou movimentam grandes quantidades de terra; poeira gerada na 
exploração e transporte de minérios; e poeira de rua levantada pelo vento, que pode 
conter substâncias tóxicas e metais pesados.
Conforme sua composição, algumas partículas têm a capacidade de carregar substân-
cias tóxicas para dentro do organismo. Também o afetam pelo acúmulo físico, causandodistúrbios das vias respiratórias no homem.
4.4.2.3.2 Gases
Combustíveis fósseis, processos industriais, agrícolas e decomposição de lixo orgânico 
emitem gases nocivos, que afetam direta ou indiretamente a saúde humana e a biodi-
versidade, como os compostos clorados, fluorados, sulfurados, nitrogenados, aldeídos, 
hidrocarbonetos e ácidos e outros.
Os principais poluentes gasosos incluem dióxido de enxofre, monóxido de carbono, 
dióxido de nitrogênio e ozônio. Muitos desses gases reagem com outros componentes 
atmosféricos produzindo poluentes secundários, como o óxido nitroso formado pela 
reação entre óxidos de nitrogênio e oxigênio; trióxido de enxofre gerado pela reação do 
oxigênio e dióxido de enxofre; que reage com o vapor d’água produzindo ácido sulfúrico; 
aldeídos, éteres, cetonas, álcoois e ésteres formados pela reação dos hidrocarbonetos 
com o oxigênio, hidrogênio, cloro ou enxofre.
Esses poluentes atmosféricos podem causar irritação nos olhos e vias respiratórias, 
 redução da capacidade pulmonar, aumento da suscetibilidade a infecções virais e 
115
 doenças cardiovasculares, dores de cabeça, alterações motoras e agravamento de 
 doenças crônicas do aparelho respiratório como asma, bronquite e enfisema pulmonar.
A precipitação das chuvas contendo ácido sulfúrico leva ao surgimento da chuva ácida, 
que, em combinação com outros poluentes corrosivos, causa a degradação de edifica-
ções e monumentos.
No Brasil, a poluição urbana é composta de uma mistura de partículas e gases. As princi-
pais fontes são os veículos automotores, mas a composição da atmosfera varia conforme 
a proximidade de outras fontes poluidoras, como indústrias e depósitos de lixo e regime 
de ventos e chuvas.
Ao longo do ano, a poluição do ar tende a piorar no inverno, e a tendência de concentra-
ção da população nos centros urbanos expõe mais pessoas a esses poluentes, acima dos 
níveis recomendados como seguros.
4.4.2.3.3 Aquecimento global
O gás carbônico é um produto da queima de combustíveis fósseis e queimadas e tem a 
propriedade de reter o calor atmosférico, impedindo que seja liberado no espaço.
O metano produzido por processos industriais e na decomposição de matéria orgânica 
(esgotos domésticos, lixo, restos de alimentos), juntamente com o óxido nitroso emitido 
na agricultura e o vapor d’água, tem provocado, desde o fim do século XIX, um sensível 
aumento na quantidade de calor retido pelo planeta Terra, desencadeando o fenômeno 
de aquecimento global.
O aquecimento global tem provocado desaparecimento das geleiras, elevação do nível 
do mar, aquecimento, desoxigenação e acidificação dos mares e oceanos, mudanças no 
padrão das chuvas, ventos e correntes marítimas, modificando a biodiversidade de todo 
o planeta Terra.
No Brasil, as ameaças mais significativas incluem declínio da biodiversidade terrestre e 
marítima; redução do aproveitamento dos recursos naturais e serviços; elevação do nível 
do mar; modificação no padrão de precipitação de chuvas.
4.4.2.4 Secas e enchentes
As secas e enchentes estão relacionadas às variabilidades das estações e regiões 
 geográficas, embora as mudanças climáticas e o aquecimento global possam modificar 
a intensidade e a duração desses eventos. Por exemplo, as secas são mais intensas na 
região Nordeste, onde, naturalmente, o clima é semiárido e prejudica a agropecuária e 
a sociedade local. É importante ressaltar que há previsões de agravamento das condi-
ções de seca nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste com o passar dos anos, sendo 
 esperada diminuição de 45% a 50% nos volumes de chuvas até o final deste século.
116
A diminuição nas precipitações sofre influências por diversos fatores como, por exemplo, 
o aquecimento global, evento que promove desequilíbrio em todos os padrões do clima 
e que causa diversos transtornos para populações que vivem em locais com deficiências 
na infraestrutura, que acarretam dificuldades tanto no armazenamento quanto na distri-
buição de água.
Outro importante fator que deve ser levado em conta no que diz respeito ao agravamen-
to do quadro de seca é o desmatamento, uma vez que a floresta participa da produção 
de umidade, que é distribuída pelos ventos para outras partes do país.
Estudiosos afirmam que há uma relação direta entre o aquecimento global e o aumento 
do risco de enchentes e deslizamentos de terra, em particular nas regiões Sul e Sudeste, 
assim como o aumento no número e na intensidade dos episódios de chuva torrencial.
Nas regiões litorâneas, o risco de cheias aumenta por causa da elevação do nível do mar, 
o que provoca a destruição de estruturas construídas pelo homem e alterações dos ecos-
sistemas que oferecem proteção contra tempestades e inundações, como os manguezais.
4.4.2.5 Desmatamento
O desmatamento tem como principais causas: conversão das terras para agricultura e 
pecuária; exploração madeireira (legal e ilegal); grilagem de terras; urbanização; e criação 
de pontes, estradas e barragens.
O desmatamento e a degradação dos ecossistemas florestais geram múltiplos impactos 
ambientais e sociais. As florestas são o maior reservatório de vida selvagem do país, por 
isso, sua destruição leva ao empobrecimento da biodiversidade e escassez dos recursos 
naturais obtidos a partir delas. Além disso, as florestas são de extrema importância para 
preservação, regulação e purificação dos mananciais hídricos. Assim, torna-se evidente 
que as florestas tenham papel relevante no que se refere à conservação da biodiversida-
de aquática e da fertilidade dos solos. Além disso, oferecem proteção contra tempestades 
e inundações e contra a erosão do solo e assoreamento dos rios e lagos; são cruciais para 
a produção do gás oxigênio, transformam em biomassa o gás carbônico que produz o 
aquecimento global e produzem umidade atmosférica que resulta em chuvas.
4.4.2.6 Queimadas
A realização de queimadas é uma prática comum e tradicional de supressão de forma-
ções vegetais, e, ainda hoje, continua sendo utilizada em larga escala com intuito de 
clarear o solo. Como descrito anteriormente, as queimadas contribuem de maneira sig-
nificativa para o aumento e a amplificação do aquecimento global, por meio da emissão 
de gases relacionados e causadores do efeito estufa, além de produzir uma série de 
outros efeitos negativos, dentre os quais podemos citar aqueles causados pela fumaça 
produzida, que é rica em substâncias tóxicas e material microparticulado e que, por 
isso, aumenta a poluição atmosférica e intensifica diversas doenças, principalmente as 
 doenças que acometem o aparelho respiratório, além de causar náuseas e tonturas, con-
juntivite, alergias, danos ao sistema nervoso, doenças cardiovasculares e gastrintestinais.
117
As queimadas também causam erradicação maciça da biodiversidade, promovendo dese-
quilíbrio da fauna das camadas superficiais do solo, forçando migrações e desorganizan-
do comunidades, fatos que fomentam o aumento dos conflitos populacionais por alimen-
tos e território. Além disso, as queimadas desencadeiam inúmeros problemas sistêmicos, 
dentre os quais destacamos: aumento de atendimentos hospitalares e de gastos gerais 
devido a doenças; problemas no abastecimento de energia elétrica e no fornecimento 
de água; bloqueio de nascentes; alteração na formação e nas propriedades das nuvens 
e nos ciclos das chuvas; aumento dos preços dos alimentos; e comprometimento da 
segurança e do funcionamento do transporte aéreo e rodoviário por causa da diminuição 
da visibilidade promovida pela fumaça.
4.4.2.7 Caça ilegal e tráfico de animais
No Brasil, a captura de animais silvestres ou nativos é proibida, tendo como exceções os 
chamados casos especiais, previstos e descritos na legislação, dentre os quais podemos 
destacar casos relacionados a estudos científicos e captura para museus e quando são 
realizados por povos indígenas. Vale a pena salientar que o tráfico ilícito de espécies 
silvestres ocupa a terceira posição no que diz respeito ao mercado negro e lucratividade,animais e vegetais são foco da ecoclimatologia.
A ecologia dos sistemas analisa e estuda a estrutura e a função dos ecossistemas, utili-
zando a matemática aplicada e modelos matemáticos. A análise de dados e resultados 
incentivou o desenvolvimento da ecologia aplicada, que estuda a aplicação dos princípios 
ecológicos no manejo dos recursos naturais, produção agrícola e poluição ambiental.
1.1.4 Níveis de organização na ecologia
A ecologia tem como base níveis hierárquicos de organização, que vão desde os sistemas 
mais simples até os sistemas mais complexos. Essa hierarquia de organização é definida a 
partir dos conceitos de população, comunidade, ecossistema e biosfera.
16
 l A população corresponde ao conjunto de organismos de uma mesma espécie, que 
vivem juntos em uma determinada área e que apresentam maiores probabilidades de 
se reproduzirem, em vez de se reproduzirem com indivíduos de outras populações
 l A comunidade corresponde ao conjunto de populações de uma determinada região 
ou área geográfica
 l O ecossistema corresponde ao conjunto formado pela comunidade e fatores abióticos
 l A biosfera corresponde ao conjunto formado por todos os seres vivos do planeta, suas 
relações em geral e as relações com o ambiente (Figura 1.1).
Outro fator importante na ecologia é o estudo do hábitat e o papel de certa espécie em 
determinada comunidade, e como os indivíduos de uma população específica se compor-
tam na comunidade.
O ambiente onde os organismos vivem é constituído por um componente abiótico e um 
ambiente biótico. O ambiente abiótico é formado por fatores estáveis como geomorfo-
logia, geologia, pedologia, topografia, fatores que levam à formação dos mais distintos 
relevos e paisagens e fatores variáveis como o clima e a disponibilidade de nutrientes.
O ambiente biótico envolve as interações entre os organismos em que estão incluídas 
as ações antrópicas (alterações provocadas pelo homem no ambiente) causadas pelas 
modificações na biodiversidade animal, vegetal e mineral do ambiente.
Figura 1.1 Representação de população, comunidade, ecossistema e biosfera. 
A população corresponde ao conjunto de organismos de uma mesma espécie; e 
a comunidade, ao conjunto de populações de uma determinada região ou área 
geográfica. O ecossistema corresponde ao conjunto formado pela comunidade e fatores 
abióticos; e a biosfera, ao conjunto de todos os seres vivos do planeta. 
Fonte: adaptada de https://www.todamateria.com.br/o-que-e-ecologia/.
17
1.1.4.1 Ambiente abiótico
O ambiente abiótico ou físico é formado pelo ambiente físico propriamente dito e o 
clima, que são estudados pelas ciências geomorfologia e climatologia.
A geomorfologia estuda os fatores que compõem a formação das diferentes formas de 
relevo e paisagens em suas resistências e fragilidades. Assim, a geologia oferece as carac-
terísticas dos diversos tipos de rochas; a pedologia, as características dos diversos tipos 
de solos; e a topografia, as diversas altitudes de cada paisagem.
A climatologia estuda o que é relacionado aos diferentes tipos de micro, meso e macro 
climas existentes no planeta Terra.
1.1.4.2 Ambiente biótico
O ambiente biótico é aquele que envolve as interações entre os organismos, em que 
são incluídos aspectos de competição, predação, herbivoria, reprodução e disper-
são, também denominadas interações intraespecíficas e interespecíficas, que levam à 
 formação do padrão de distribuição das diferentes espécies, sua abundância ou pauci-
dade. A espécie humana, embora não seja a mais abundante, é a que mais interfere na 
manutenção dos ambientes biótico e abiótico.
1.1.4.3 Interações entre os ambientes abiótico e biótico
Tanto os fatores bióticos quanto os fatores abióticos afetam a distribuição e a sobrevi-
vência dos seres vivos; em dado momento, favorecem uma determinada espécie e, 
em outro, a desfavorecem. As interações abióticas também interferem no componente 
biótico, em virtude da alteração de fatores como geologia, topografia, disposição e estru-
tura dos solos e clima (Figura 1.2).
Figura 1.2 Esquema das relações possíveis entre organismos e os componentes 
bióticos e abióticos. Os componentes abióticos (geologia, topografia, solos e clima) e 
o componentes bióticos (outros organismos vivos, predadores) apresentam influência 
sobre a sobrevivência dos organismos vivos. 
Fonte: adaptada de http://ecologia.ib.usp.br/lepac/bie426/Fundamentos.pdf.
18
1.1.5 Contribuição de geologia e pedologia 
sobre os seres vivos
Os compostos inorgânicos do solo são formados a partir do intemperismo (decomposição 
por processos físicos sem alteração das propriedades químicas) das rochas. As grandes 
variações das temperaturas proporcionam a quebra das rochas em pedaços menores, 
o que facilita a ação da água.
As rochas também podem sofrer ação do intemperismo químico, uma vez que o dióxido 
de carbono, ao ser dissolvido pelas águas da chuva, forma um meio ácido que reage com 
as rochas como o calcário, resultando em carbonato de cálcio; ou com o feldspato de 
rochas ígneas, formando argila e carbonato de potássio. O carbonato de potássio, ao se 
acumular na matéria orgânica, pode ser utilizado pelas plantas.
As rochas ígneas são formadas a partir do resfriamento do magma derretido ou parcial-
mente derretido, sendo formadas com ou sem cristalização, abaixo ou próximo à superfí-
cie. O magma é produzido a partir do derretimento parcial de rochas existentes na crosta 
terrestre.
Outros minerais também podem ser produzidos através do intemperismo físico, como 
ferro, magnésio e alumínio.
Também contribuem para a formação dos solos o processo de erosão (desgaste, trans-
porte e sedimentação do solo, substratos e rochas pela ação da água, ventos e seres 
vivos) e o processo de sedimentação (desgaste das rochas e do solo a partir de agentes 
externos, que levam à formação das rochas sedimentares).
1.1.6 Contribuição da topografia 
sobre os seres vivos
A altitude e a forma do relevo têm papel muito importante na distribuição e na abun-
dância dos organismos, uma vez que a temperatura diminui com o aumento da altitude, 
selecionando as espécies capazes de sobreviver a este ambiente.
A presença de escarpas (forma de relevo em transição entre diferentes províncias geo-
gráficas, que envolve uma elevação aguda superior a 49o, que forma um penhasco ou 
encosta íngreme) requer, das espécies animais e vegetais, habilidades específicas para 
viver nesse ambiente, além da disponibilidade de água local.
A topografia dos oceanos, mares, rios e lagos é importante para os organismos aquáticos, 
pois a luz solar vermelha pode ser absorvida por até 30 metros, ao passo que a luz verde 
e a luz azul penetram por até 140 metros, onde se encontram algas verdes.
Nos oceanos e mares, a camada superficial da coluna de água (zona fótica) é iluminada 
pela luz solar, que pode atingir até 100 metros de profundidade, e em águas tropicais 
pode chegar até 600 metros.
19
A zona fótica é fundamental, pois lá ocorre a produção primária através da fotossíntese 
realizada pelo fitoplâncton, ou por vegetais bentônicos (vivem no substrato dos fundos 
dos cursos de água, lagos, rios, mares e oceanos) em áreas nas quais a luz atinge o fundo 
do ecossistema aquático. Na zona fótica há uma alta concentração da quantidade de vida 
nos oceanos e mares; tal zona pode ser subdividida nas camadas eufótica e disfótica. 
Na zona eufótica, localizada próxima à superfície, a intensidade de luz é maior e sufi-
ciente para a produção primária de energia por fotossíntese realizada pelo fitoplâncton, 
 responsável por 90% da produção. Na zona disfótica, que apresenta pouca iluminação, 
é possível encontrar fitoplâncton, assim como peixes e seres invertebrados. Abaixo 
da zona disfótica, está a zona afótica, na qual a luz solar não é detectada e, por isso, 
 seleciona seres vivos com habilidade de sobreviver nesse ambiente.
1.1.7 Contribuição da latitude sobre os seres vivos
O Sol é a principal fonte de luz e de calor para ano mundo, produzindo uma renda de aproximadamente 10 bilhões de dólares por ano, 
sendo que, no Brasil, os valores correspondem a cerca de 15%, ou seja, algo em torno de 
38 milhões de animais capturados/mortos anualmente.
Alguns dados são assustadores e preocupantes como, por exemplo, os casos das espécies 
que são capturadas para serem colocadas em cativeiro, em que há muito sofrimento, 
uma vez que 90% dos animais capturados morrem antes mesmo de chegar aos seus 
compradores.
Fato semelhante ocorre com algumas espécies vegetais, que sofrem exploração exces-
siva como, por exemplo, as denominadas madeiras nobres. Tais atividades predatórias 
associadas a desmatamento, poluição, competição com espécies invasoras e expansão 
agrícola e urbana geram considerável diminuição na qualidade e na quantidade de espé-
cies nativas, podendo levar à extinção.
Com intuito de preservar o meio ambiente, diversas estratégias estão sendo elaboradas 
e implementadas tanto pela iniciativa privada quanto pelo poder público, dentre as 
quais podemos destacar a coleta seletiva de lixo, o processo de separação e o recolhi-
mento de todo o lixo seco descartado por empresas, escolas e casas. Todo o lixo que 
pode ser reciclado é separado do lixo orgânico, formado por restos de carne, frutas, 
verduras e outros alimentos. O lixo orgânico é descartado e levado para os aterros 
Na prática
118
sanitários, ou são utilizados na fabricação de adubos orgânicos, processo chamado de 
compostagem. O lixo que pode ser reciclável é dividido em quatro tipos: plástico, papel, 
vidro e metal.
Em geral, são encontradas lixeiras específicas para recolher esse material reciclável, que 
apresentam cores diferentes para que cada tipo de lixo seja separado. As lixeiras de cor 
amarela são usadas para metal; azul, para papel; verde, para vidro; e vermelha, para 
plástico. Pilhas e baterias são materiais não recicláveis e, se forem jogadas no meio 
ambiente, podem contaminá-lo. Os medicamentos também não devem ser descarta-
dos junto ao lixo orgânico, assim como as lâmpadas fluorescentes. Outro material que 
não é reciclável e merece tratamento especial é o lixo hospitalar, infectado com vírus e 
bactérias, e é retirado dos hospitais por meio de um procedimento específico e levado 
para a incineração em locais especiais. O Programa de Coleta Seletiva da Prefeitura de 
São Paulo promove e fomenta a reciclagem de vários materiais como papel, plástico, 
vidro e metais, que, após serem coletados, são encaminhados para cooperativas e cen-
trais mecanizadas de triagem, processo através do qual serão separados e comercializa-
dos pelas cooperativas. Em todo o município de São Paulo, a coleta seletiva é realizada, 
seja pelas cooperativas ou pelas concessionárias. Além disso, em algumas prefeituras 
regionais, a coleta é realizada por ambas, inclusive pelo método de coleta porta a porta. 
A Prefeitura conta também com aproximadamente 1.500 pontos de entrega voluntária, 
instalados em locais específicos para receber o material reciclável.
A coleta seletiva de lixo ajuda a diminuir a poluição dos solos e rios, promove desenvol-
vimento sustentável do planeta e gera emprego.
4.5 Caminhos e perspectivas
Até o início do século XX a consciência ecológica era nula, de maneira global e nacio-
nal. Algumas leis portuguesas nos séculos passados celebravam a proteção de algumas 
 espécies importantes e de certas áreas geográficas, a exemplo do monopólio real e 
 proteção às madeiras nobres na época colonial.
No Brasil, a situação começou a mudar no início do século XX, quando, em 1916, foi pro-
mulgado um novo Código Civil, em que os recursos ambientais passaram a ser abordados 
com mais especificidade.
119
Em 1934 foi promulgado o primeiro Código Florestal Brasileiro, que passou a se 
 preocupar com a preservação do patrimônio natural brasileiro, definindo parâmetros de 
proteção às florestas e sua exploração ordenada.
No mesmo ano apareceu o Código das Águas, e surgiram os primeiros parques nacio-
nais, como o de Itatiaia, o de Iguaçu e a Serra dos Órgãos. A seguir, em 1938, surgiu o 
Código de Pesca; em 1940, o Código de Minas; e, em 1943, o Código de Caça. Em 1964 
surgiu o Estatuto da Terra, e novas atualizações do Código Florestal (1965), do Código de 
Caça (1967) e do Código da Mineração (1967). Em 1967 foi criado o Instituto Brasileiro 
de Desenvolvimento Florestal, com a missão de formular a política florestal e desenvol-
ver medidas de controle e proteção dos biomas nacionais, introduzindo o conceito de 
 recursos renováveis.
Em 1973, foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente, vinculada ao Ministério 
do Interior, e, em 1981, foi criada a Política Nacional de Meio Ambiente, que pretendia 
estabelecer preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, 
visando assegurar condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da 
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.
Na mesma década foram criados o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), 
o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e o Instituto Brasileiro do Meio 
 Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), como órgãos auxiliares destina-
dos a descentralizar as decisões.
Em 1988, foi anexado à Constituição Federal o amparo legal à preservação, possibilitando 
que estados e municípios desenvolvessem suas políticas regionais por meio da repartição 
das competências entre eles e a União.
Em 1992, no Rio de Janeiro, foi realizada a II Conferência das Nações Unidas sobre 
Meio Ambiente e Desenvolvimento (RIO-92 ou ECO-92), que contou com participação 
da sociedade civil por meio do Fórum das ONGs e produziu importantes documentos 
e acordos relativos ao tema, como a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a 
Mudança do Clima, Convenção sobre Diversidade Biológica, Carta da Terra, Protocolo das 
Florestas e a Agenda 21.
Desde a RIO-92, novas normas e programas foram criados, tais como Lei de Crimes 
Ambientais, Política Nacional de Educação Ambiental, Lei de Recursos Hídricos, Sistema 
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e Agenda 21 Brasileira. Assim como 
novos órgãos de consulta e deliberação foram criados, como a Comissão Nacional 
de Florestas, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e o Painel 
 Brasileiro de Mudanças Climáticas.
O governo federal mantém uma extensa série de programas destinados a enfrentar as 
ameaças e multiplicar o conhecimento, divididos nas áreas principais de água, apoio a 
projetos, áreas protegidas, biodiversidade, biomas, cidades sustentáveis, clima, desenvol-
vimento rural, educação ambiental, florestas, gestão territorial, governança ambiental, 
patrimônio genético, responsabilidade socioambiental e segurança química.
120
Estados e municípios contribuem também por meio do desenvolvimento de diversas 
iniciativas nesse sentido. No século XXI, diversas leis protetoras e reguladoras foram 
aprovadas como, por exemplo, a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da 
Aquicultura e da Pesca, Política Nacional de Biossegurança e Política Nacional de Resíduos 
Sólidos.
Por ser signatário de várias convenções internacionais que protegem vários aspectos 
do meio ambiente, o Brasil participa de inúmeros acordos internacionais que buscam 
promover tal proteção, dentre os quais podemos citar: Protocolo de Quioto, Convenção 
de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio, Convenção sobre o Comércio Interna-
cional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres ameaçadas de extinção e o Protocolo 
de Cartagena sobre Biossegurança.
Apesar desses grandes esforços e avanços – que já podem ser percebidos por meio da 
sensível queda nas taxas de desmatamento na primeira década do século XXI –, os avanços 
e os progressos acontecem em meio a uma enorme resistência dos setores conservadores, 
empresariado e agronegócio, que muitas vezes entendem essa proteção à natureza como 
um meio de dificultar o desenvolvimento e a melhoria daqualidade de vida.
Além disso, são muitas as denúncias de corrupção nas esferas oficiais, prejudicando a 
aplicação da legislação, com elevados níveis de impunidade para os crimes ambientais.
Outras dificuldades vêm da condição deficitária na infraestrutura e pessoal para fiscali-
zação e verbas de fomento de programas, falta de planejamento urbano eficiente para 
orientar o crescimento das cidades e de articulação entre as políticas nacionais em um 
programa macroestrutural coerente e de longo prazo, havendo diretrizes setoriais que 
contradizem as políticas ambientais ou seus pressupostos.
Nos últimos anos, foi observado grande retrocesso pela aprovação de um novo texto para 
o Código Florestal, que anistiou crimes ambientais, reduziu as áreas protegidas, limitou 
a ação do IBAMA e a implementação de projetos de infraestrutura localizados em áreas 
protegidas ou onde existem espécies ameaçadas, comunidades indígenas e sítios arqueo-
lógicos e aceleração nas taxas de desmatamento.
A gravidade e a extensão dos problemas ambientais que o Brasil enfrenta mostram que a 
situação é crítica e se agrava dia após dia, evidenciando que os esforços governamentais 
e a conscientização popular ainda são insuficientes para o desafio de transformar os hábi-
tos de vida e os sistemas de produção e consumo em um modelo sustentável.
Gostaria de aproveitar este momento para convidar você para assistir ao vídeo com 
o título “Terra – O Filme”, que vai ajudá-lo bastante a entender todo esse processo. 
https://www.youtube.com/watch?v531P-XBa48K8.
Veja na web
121
Parágrafo de conclusão da disciplina
Os impactos ambientais descrevem as diversas formas de como o ambiente é afetado 
pela ação do homem, desestruturando os ecossistemas e biomas. Biodiversidade 
corresponde ao número de diferentes categorias biológicas e à abundância dessas 
categorias, incluindo variabilidade local (alfadiversidade), complementaridade biológica 
entre os diferentes hábitats (betadiversidade) e variabilidade promovida entre paisa-
gens (gamadiversidade). A biodiversidade inclui o total de recursos vivos, biológicos, 
 ambientais e genéticos. Biomas aquáticos podem ser constituídos por água doce ou 
por água salgada; biomas terrestres apresentam como principais responsáveis pela sua 
formação o clima (influenciado pela temperatura e precipitação de chuvas) e solo. Na 
biosfera podem ser identificados os seguintes biomas terrestres: tundra, taiga, floresta 
temperada, floresta tropical, savanas, pradarias e desertos. O Brasil é o país com maior 
biodiversidade no globo terrestre, cujo território é ocupado por seis biomas terrestres e 
um marinho. Os principais biomas brasileiros são: amazônico, cerrado, caatinga, Panta-
nal, Mata Atlântica e Pampa. A classificação do bioma marinho brasileiro é basicamente 
geopolítica, não tendo nenhuma relação com a classificação de bioma em ecologia. 
Os impactos ambientais causam danos irreversíveis, tais como assoreamento de rios, 
desertificação, infertilidades do solo, poluição da água e perda de espécies vegetais e/ou 
animais. Os principais pontos do impacto ambiental são a sua magnitude e a importân-
cia. A interferência humana sobre o ambiente gera toneladas de subprodutos que não 
podem ser reaproveitados e que são descartados de forma incorreta, causando assim 
desequilíbrio no ambiente. Os problemas ao ambiente são gerados pelo descarte de 
resíduos sólidos, gerando acúmulo de lixo; descarte de resíduos líquidos que contami-
nam lençóis freáticos, rios e lagos; descarte de resíduos gasosos que colaboram para o 
efeito estufa e chuvas ácidas. O desmatamento é causado principalmente pela conversão 
das terras para a agricultura e pecuária, exploração madeireira (legal e ilegal), grilagem 
de terras, urbanização e criação de pontes, estradas e barragens. Caça ilegal e tráfico de 
animais levam à diminuição da diversidade animal e até sua extinção. Apesar dos grandes 
avanços mundiais e nacionais na proteção ao ambiente, há enorme resistência dos seto-
res conservadores, empresariado e agronegócio, que entendem a proteção à natureza 
como um entrave ao desenvolvimento e à melhoria da qualidade de vida. Tanto a gravi-
dade quanto a extensão dos problemas ambientais, no Brasil, indicam que os esforços 
governamentais e a conscientização popular, ainda, são insuficientes para promover uma 
real mudança de hábitos de vida, sistemas de produção e de consumo dentro de um 
modelo que possa ser adequadamente denominado de sustentável. Com isso, chegamos 
ao final desta disciplina e esperamos que você tenha compreendido quais são os fatores 
básicos do ambiente físico e biótico e as principais características que regem os padrões 
de organização das comunidades biológicas em ecossistemas naturais e artificiais.
122
Links e sites sugeridos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bioma.
https://www.significados.com.br/bioma/.
http://www.mma.gov.br/biomas.html.
https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28516-o-que-e-um-ecossistema-e-um- 
bioma/.
https://escolakids.uol.com.br/geografia/bioma.htm.
https://www.todamateria.com.br/biomas-do-mundo/.
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/principais-biomas-mundo.htm.
https://www.infoescola.com/biologia/biomas-terrestres/.
https://www.todoestudo.com.br/geografia/biomas-terrestres.
https://alunosonline.uol.com.br/geografia/distribuicao-dos-biomas-mundo.html.
https://www.coladaweb.com/biologia/ecologia/biomas-terrestres.
https://www.todamateria.com.br/biomas-brasileiros/.
https://www.significados.com.br/biomas-brasileiros/.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Biomas_do_Brasil.
https://planetabiologia.com/os-principais-biomas-brasileiros-resumo/.
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floresta-amazonica-cerrado-e-mata-atlantica/.
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/impacto-ambiental-acao- 
do-homem-sobre-o-meio-ambiente/5382.
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https://www.stoodi.com.br/blog/2018/04/19/impactos-ambientais-o-que-e-acao-do-ho-
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https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/saiba-quais-os-principais-tipos- 
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https://www.suapesquisa.com/meio_ambiente/impactos_ambientais.htm
https://brainly.com.br/tarefa/12375587.
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/biologia/a-degradacao-meio-ambiente.htm.
123
https://www.dinamicambiental.com.br/blog/meio-ambiente/conheca-principais-i 
mpactos-ambientais-causados-homem/.
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/as-destruicoes-causadas- 
pelo-homem-e-como-consequencia-o-aquecimento-global/60210/ 
https://www.goconqr.com/p/4100719-A-degrada--o-ambiental-e-as-mudan-as- 
ecol- gicas-globais-mind_maps.http://meioambiente.culturamix.com/ecologia/a-
-degradacao-do-meio-ambiente.http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/13/
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Brasil.http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/3427425/RDC_222_2018_.pdf/
c5d3081d-b331-4626-8448-c9aa426ec410.http://www2.mma.gov.br/port/conama/
res/res97/res23797.html.
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47002609
https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/02/17/sobe-para-169-o-numero- 
de-mortos-identificados-na-tragedia-da-vale-em-brumadinho.ghtml
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TOWNSEND, C.R.; BEGON, M.; HARPER, J.L. Fundamentos em ecologia. 2. ed. Porto 
 Alegre: Artmed, 2006. 576p.terra, e o comprimento dos dias e a 
intensidade luminosa diária são fatores decisivos para a sobrevivência dos seres vivos em 
determinados locais.
A rotação da Terra em torno do seu eixo cria o dia e a noite, já a inclinação do eixo da 
 Terra juntamente com a translação faz parte do fato de a Terra se voltar para o Sol ao 
longo do ano, criando as bem-definidas estações.
No equador, em função da rotação e translação da terra em seu eixo e os comprimentos 
do dia e da noite são praticamente idênticos.
Contudo, nas altas latitudes e nos polos da Terra, isso pode levar ao surgimento de dias e 
de noites com 24 horas no verão e inverno, respectivamente.
Nas latitudes médias, localizadas próximas aos trópicos, os dias se tornam mais longos no 
verão e mais curtos no inverno.
1.1.8 Contribuição do clima e condições 
atmosféricas sobre os seres vivos
Em diferentes condições topográficas, de relevo e de latitude, são encontrados climas 
com variações anuais (estações do ano) que influenciam os ciclos abióticos e bióticos, 
como a fenologia (estudo dos fenômenos periódicos dos seres vivos e suas relações com 
as condições ambientais, tais como migração das aves, floração e frutificação) e ritmos 
circadianos (período de 24 horas no qual se baseia o ciclo biológico dos seres vivos, 
influenciado pela quantidade de luz, temperatura, marés e ventos entre o dia e a noite).
As variações nas estações do ano são observadas com maior facilidade nas plantas, 
que apresentam características fenológicas (senescência, floração, brotamento), e nos 
 animais, que apresentam mudanças do comportamento (hibernação e migração).
20
A distribuição do regime de chuvas é importante para a existência de determinados tipos 
taxonômicos, constituindo a formação de territórios similares e territórios antagônicos. 
O regime de chuvas é fundamental para a distribuição de alguns grupos de seres vivos 
que necessitam de grande quantidade de água para sobreviver. A distribuição das precipi-
tações pluviométricas é um condicionante climático, em que as atividades pluviométricas 
são determinadas através do ambiente climático, no qual as precipitações pluviométricas 
podem ser abundantes na zona equatorial e apresentar quantidades moderadas, altas e 
médias; as zonas subtropicais e áreas circunvizinhas aos polos são relativamente secas; 
as zonas litorâneas ocidentais nos subtópicos tendem a ser secas, enquanto as zonas 
litorâneas orientais tendem a ser úmidas; nas altas latitudes, as costas ocidentais são 
mais úmidas que as orientais; as atividades pluviométricas são abundantes nas vertentes 
a barlavento (lado em que sopra o vento) das montanhas, mas esparsas nos lados do 
solavento (lado oposto de onde sopra o vento); as áreas próximas dos grandes corpos 
hídricos recebem mais precipitação que o interior dos continentes, que se localizam 
distantes das fontes oceânicas e suprimento de umidade.
1.1.9 Contribuição das catástrofes 
sobre os seres vivos
Existem diversos fenômenos naturais que são gerados pela movimentação da terra, ar, 
ou água capazes de interferir na estrutura vital essencial para a vida, chamados de de-
sastres naturais. Desastres naturais como incêndios, deslizamentos, erupções vulcânicas, 
terremotos e furacões são capazes de modificar o ambiente biótico e abiótico, alterando 
a capacidade de adaptação das espécies animais e vegetais em determinados locais.
Os desastres naturais são classificados em tempestades, terremotos, maremotos, fura-
ções, ciclones e tufões, secas, erupções vulcânicas e inundações.
Tempestades são constituídas por chuvas intensas de granizo, neve, areia, raios e podem 
ser destrutivas conforme a quantidade precipitada e a sua força, podendo levar a desli-
zamento de terras e de gelo e a quedas de árvores. Terremotos são chamados de abalos 
sísmicos e representam fenômenos de vibração brusca e passageira da superfície da 
Terra, que ocorrem por movimentação das placas tectônicas, atividade vulcânica e des-
locamentos de gases no interior da Terra. Maremotos são os terremotos que acontecem 
no interior dos mares, provocando grandes deslocamentos de água. Furacões, ciclones 
e tufões são fenômenos causados pelo deslocamento abrupto de grandes massas de ar, 
que, dependendo da força, podem destruir um ecossistema.
A seca intensa das últimas décadas é uma consequência do aquecimento global, gerando 
a expansão do processo de desertificação de diversas áreas.
Erupções vulcânicas levam à expulsão de lava pelos vulcões, que tem a capacidade de 
destruir comunidades, flora e fauna.
Inundações e enchentes são fenômenos da natureza que podem ser intensificados pela 
ação humana. Enchentes e inundações causadas pelo aumento de quantidade das chuvas 
provocam desabamentos que podem alterar determinado ecossistema.
21
O Brasil, por sua localização e pela distância que se encontra das divisões das placas 
tectônicas, não é alvo de muitas ocorrências naturais, porém sua topografia faz com que 
sejam comuns problemas causados por situações extremas de chuvas e de secas.
1.1.10 Contribuição da ação antrópica sobre os 
seres vivos e ambiente
Os fatores antrópicos são decorrentes da ação do homem sobre o ambiente, podendo 
ser causados por construções de cidades, barragens, diques, assoreamento de corpos 
d’água, mudança do curso de rios, exploração do subsolo e alteração dos componentes 
do solo, água e atmosfera.
Ao formar novos ambientes urbanos, o homem modifica a biodiversidade local, a cober-
tura vegetal natural, a composição química do solo e subsolo, os cursos e a composição 
da água e promove a introdução de espécies exóticas.
O homem, ao realizar esses feitos, deixa marcas por onde passa, marcas estas conhe-
cidas como pegadas ecológicas ou modificações na natureza, definidas como impactos 
ambientais.
Conforme o tamanho do aglomerado urbano, os efeitos podem ser individuais (microes-
cala) ou regionais (macroescala). Em ambientes urbanos com menos de 20.000 habitan-
tes, os efeitos ambientais são locais. Em ambientes com vários milhões de habitantes, 
os efeitos são regionais. Contudo, existem casos de ações individuais com capacidade de 
causar danos regionais, como o derramamento de óleo no mar, que causa poluição ma-
rinha pelo vazamento de petróleo de navios ou plataformas, vazamentos em tubulações 
nas plataformas de petróleo instaladas em alto mar; vazamentos de petróleo em navios 
petroleiros; e lançamento no mar de água utilizada na lavagem de tanques (reservató-
rios) de petróleo dos navios petroleiros.
O petróleo pode atingir diretamente as aves e animais marinhos, causando a sua morte; 
fica na superfície da água marinha, impossibilitando a penetração dos raios solares e a 
fotossíntese por várias espécies de algas. Quanto atinge os mangues, o petróleo polui 
e contamina o ambiente, provocando a morte de várias espécies de vegetais e animais. 
Além disso, pode atingir as praias, que se tornam impróprias para os banhistas, podendo 
afetar o setor turístico da região, trazendo prejuízos econômicos.
1.1.11 Sequência de organização dos seres vivos
A organização dos seres vivos segue esta sequência: organismo, população, comunidade, 
ecossistema e bioma.
O organismo corresponde à forma individual de vida, cujo corpo é constituído por 
órgãos, organelas ou outras estruturas que interagem fisiologicamente, executando os 
diferentes processos fisiológicos e bioquímicos necessários à vida.
22
A população corresponde ao conjunto de indivíduos de uma mesma espécie. A comuni-
dade é formada por grupos populacionais integrados que coexistem em um determinado 
hábitat ou ambiente.
O ecossistema corresponde ao conjunto de comunidades vivendo em diferentes compar-
timentos de um mesmo ambiente, partilhando caraterísticas físicas, químicas e biológicas 
que influenciam a existência de determinadas espécies animais ou vegetais. O ecossistema 
pode ser dividido em ecossistema terrestre e ecossistema aquático. O bioma corresponde 
ao conjunto de seres vivos em uma determinadaárea, ou conjunto de ecossistemas.
O Brasil apresenta seis tipos de biomas: Amazônia, que ocupa cerca de 50% do país 
(região Noroeste); cerrado, que ocupa 24% do país (região Centro-Oeste); Mata Atlântica, 
que representa 13% do país (regiões Sul e Sudeste); a caatinga, que representa 10% do 
país (região Nordeste); Pampas, que ocupam 2% do país (região Sul); e Pantanal, que 
possui a extensão de 2% do país (região Centro-Oeste).
O bioma amazônico ocupa 50% do território nacional e se estende através dos esta-
dos do Pará, Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia, Roraima, Maranhão, Tocantins, Mato 
Grosso; e Guianas, Suriname, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia. A Floresta Amazônica 
abriga a maior biodiversidade do mundo, sendo encontradas milhares de espécies 
animais, vegetais e microrganismos. Além disso, a região dispõe de muitos rios, que 
formam a maior reserva de água doce de superfície do mundo.
Saiba mais
1.2 Conceitos Básicos em Ecologia
1.2.1 Glossário ecológico
Aqui estão listados alguns conceitos fundamentais para o entendimento da ecologia:
 l Biodiversidade ou diversidade biológica: conjunto de espécies de seres vivos (animais 
e vegetais) que compõem a vida na Terra, ou que estão presentes em determinada 
região, compondo a diversidade genética e a variedade dos ecossistemas em uma 
determinada área, bioma ou do planeta Terra
 l Biosfera: toda vida animal ou vegetal, que inclui a vida na superfície da Terra, rios, 
lagos, mares, oceanos e parte da atmosfera
23
 l Biótopo: área física na qual determinada comunidade vive
 l Ciclos biogeoquímicos: processo que envolve a energia e a matéria, que se movimen-
tam pelo ambiente de forma cíclica, ciclando dos nutrientes essenciais à manutenção 
da vida
 l Comunidade ou biocenese: conjunto de populações de diversas espécies animais 
e/ou vegetais que habitam uma mesma região em um determinado período
 l Consumidores: seres vivos que se alimentam dos seres vivos produtores (consumido-
res primários) ou de outros consumidores (consumidores secundários, consumidores 
terciários). Aqui estão inclusos os detritívoros, ou seres vivos que se alimentam de 
restos orgânicos
 l Decompositores: seres vivos que reciclam a matéria orgânica, decompondo e degra-
dando até a formação da matéria inorgânica, que é reaproveitada pelos produtores, 
continuando o ciclo
 l Ecossistema ou sistema ecológico: conjunto formado pelo ambiente físico e pela 
comunidade que se relacionam
 l Ecótono: região de transição entre duas comunidades ou dois ecossistemas. Na área 
de transição ou ecótono, encontra-se um grande número de espécies animais e 
 vegetais e, portanto, um grande número de nichos ecológicos
 l Equilíbrio ecológico: interações entre os seres vivos, mantido através da cadeia 
 alimentar
 l Espécie: conjunto de seres vivos semelhantes estrutural, funcional e bioquimicamen-
te, que se reproduzem de forma natural e originam descendentes férteis
 l Hábitat: lugar específico em que uma espécie animal ou vegetal pode ser encontrada 
dentro do ecossistema
 l Nicho ecológico: papel que o organismo animal ou vegetal desempenha no ecos-
sistema
 l População: conjunto de seres vivos da mesma espécie, que vivem em uma mesma 
área, em um determinado período
 l Produtores: todos os seres vivos autotróficos clorofilados, e estão presentes em todas 
as cadeias alimentares. Os produtores transformam a energia luminosa em energia 
química, o único processo de entrada de energia em um ecossistema
 l Relações ecológicas: interações que ocorrem entre os seres vivos dentro dos ecos-
sistemas, e podem ser entre indivíduos da mesma espécie (intraespecífica) ou de 
espécies diferentes (interespecíficas). As relações ecológicas podem ser benéficas 
(positivas) ou prejudiciais (negativas)
 l Teias alimentares: várias cadeias alimentares que se relacionam, representando o que 
ocorre na natureza.
24
1.3 Cadeias alimentares
A cadeia alimentar pode ser compreendida como as relações alimentares entre os seres 
vivos que constituem uma biota, na qual se realiza o fluxo contínuo de energia e matéria 
entre os seres vivos. Esta cadeia tem seu início com seres vivos chamados produtores e 
tem seu término com seres vivos denominados decompositores, que promovem a absor-
ção final de nutrientes e energia entre os seres vivos.
No que diz respeito aos seres vivos que compõem a cadeia alimentar, estes são classifi-
cados em produtores, consumidores e decompositores, os quais se encontram em nível 
trófico distinto.
 l Os produtores são os seres vivos capazes de produzir ou fabricar o seu próprio ali-
mento a partir da realização da fotossíntese e, por isso, são chamados de seres vivos 
autótrofos. Estes representam o primeiro nível trófico da cadeia alimentar e não têm 
a necessidade de se alimentar de outros organismos como, por exemplo, as plantas e 
o fitoplâncton
 l Os consumidores são os seres heterótrofos, ou seja, não produzem o seu próprio 
alimento e, por isso, necessitam de outros seres para obter a energia necessária para 
sobreviver. Os consumidores são classificados em consumidores primários (herbívoros 
que se alimentam dos seres produtores); consumidores secundários (carnívoros que 
se alimentam dos consumidores primários); e consumidores terciários (carnívoros de 
grande porte e outros predadores, que se alimentam dos consumidores secundários).
Acredita-se que, na Amazônia, haja 30 milhões de espécies animais. Os macacos estão 
entre os animais mais abundantes da região. As grandes árvores amazônicas abrigam 
coatás, cuxiús, barrigudos e outros primatas, além de mamíferos como onças, taman-
duás, peixes-boi e botos, que habitam outros nichos. A maior densidade de répteis 
está neste bioma, constituído por lagartos, jacarés, tartarugas, serpentes e anfíbios 
como rãs, sapos e pererecas. Mais de mil espécies de aves foram descobertas, incluin-
do araras, papagaios, periquitos e tucanos. Rios, lagos e igarapés abrigam 17 de cada 
20 espécies de peixes de toda a América do Sul. Contudo, a maior parte das espécies 
de animais amazônicos é formada por insetos como besouros, mariposas, formigas e 
vespas. O desmatamento para exploração da madeira ou para a criação de gado e a 
ocorrência de queimadas são as principais ameaças à Amazônia, que podem levar à 
extinção de várias espécies animais e vegetais.
Para refletir
25
 l Também neste nível trófico estão os detritívoros, ou animais que se alimentam de 
restos orgânicos.
 l Os decompositores são seres vivos que se alimentam da matéria orgânica em de-
composição, obtendo nutrientes e energia, transformando a matéria orgânica em 
inorgânica a ser utilizada pelos produtores. A partir disso ocorre o recomeço do ciclo 
de energia e matéria orgânica na cadeia alimentar
O nível trófico representa a ordem em que a energia flui em uma determinada cadeia 
alimentar
As pirâmides ecológicas representam as interações tróficas entre as diferentes espécies 
em uma comunidade localizada em um determinado ambiente.
As cadeias alimentares podem ser terrestres ou aquáticas. A cadeia alimentar terrestre 
pode ser demostrada pela Figura 1.3, em que as plantas correspondem aos produtores, 
que são consumidos pelos consumidores primários (insetos), que a seguir são consu-
midos pelos consumidores secundários (anfíbios), e em seguida estes são consumidos 
pelos consumidores secundários (répteis) e finalmente estes, pelos consumidores 
terciários (aves de rapina). Depois de mortos, os restos orgânicos de todos estes seres 
serão utilizados como fonte de energia e para os organismos decompositores que, depois 
de realizarem o processo de mineralização (transformação de substâncias orgânicas em 
Figura 1.3 Cadeia alimentar terrestre. Na cadeia alimentar terrestre, o Sol fornece 
energia solar para que os produtores realizem fotossíntese. A seguir, os produtores são 
consumidos pelos consumidores primários, estes são consumidos pelos consumidores 
secundários e depois pelos consumidores terciários e consumidorfinal. O processo 
termina com a ação dos organismos decompositores. 
Fonte: adaptada de https://www.todamateria.com.br/cadeia-alimentar/.
26
inorgânicas), levam ao início de um novo ciclo, no qual as substâncias inorgânicas serão 
utilizadas pelos consumidores primários (plantas).
A cadeia alimentar aquática, representada na Figura 1.4, demonstra que os produtores 
(fitoplâncton) são consumidos pelos consumidores primários (zooplâncton), que a seguir 
são ingeridos pelos consumidores primários (peixes de pequeno porte) e, estes, pelos 
consumidores terciários (peixes de médio porte), que finalmente serão consumidos pelos 
consumidores quaternários (superordem Selachimorpha). Todos estes, ao morrerem, 
serão fonte de energia e matéria para os organismos decompositores presentes no fundo 
do mar. Depois de realizarem o processo de mineralização (transformação de substâncias 
orgânicas em inorgânicas), tem início um novo ciclo.
Figura 1.4 Cadeia alimentar aquática (marinha).
Fonte: adaptada de https://www.todamateria.com.br/cadeia-alimentar/.
Resultados preliminares de um estudo desenvolvido pelo Instituto Nacional de 
 Pesquisas da Amazônia (INPA) apontaram que as mudanças climáticas estão afetando a 
cadeia alimentar aquática no Amazonas, prejudicando a atividade dos insetos fragmen-
tadores, que se alimentam de folhas, gravetos ou troncos, cortando esses materiais em 
 pequenos fragmentos que podem ser utilizados por outros insetos, peixes e animais. 
Isso está levando a uma diminuição na produção de matéria orgânica, fundamental 
para dar continuidade à cadeia alimentar.
De olho
27
1.4 Teias Alimentares
Na natureza, alguns seres vivos podem ocupar vários papéis em diferentes cadeias 
alimentares, uma vez que diferentes espécies animais podem apresentar um cardápio 
variado, alimentando-se de diferentes consumidores na cadeia, ou servindo de alimento 
para outros consumidores na mesma ou em outra cadeia alimentar. Isso leva ao cruza-
mento de cadeias alimentares, cujo nome do processo é teia alimentar.
Na teia alimentar, uma mesma espécie animal pode ocupar diferentes papéis, dependen-
do de qual cadeia está envolvida. A teia alimentar representa o que ocorre na natureza, 
pois demonstra as diversas relações que existem entre os seres vivos.
Em uma cadeia alimentar, o fluxo das setas é unidirecional, ao passo que, na teia alimen-
tar, existem várias setas pelo maior número de interações alimentares e fluxo de energia 
entre os organismos envolvidos. Na Figura 1.5 é possível observar um exemplo de teia 
alimentar, em que os vegetais são os produtores, consumidos tanto por herbívoros quan-
to por insetos. Os insetos podem ser consumidos pelos roedores e aves, 
Figura 1.5 Teia alimentar terrestre. Na teia alimentar terrestre, os produtores 
podem ser consumidos por diferentes espécies animais, ocorrendo o mesmo com os 
consumidores primários, secundários e terciários, em que o processo termina com o 
envolvimento dos predadores de topo da cadeia alimentar. 
Fonte: adaptada de https://www.todamateria.com.br/cadeia-alimentar/.
28
e estes são consumidos por raposas e aves predadoras. Os lobos podem tanto consumir 
os herbívoros quanto as raposas.
Um exemplo de teia alimentar mais complexa é representado pela Figura 1.6, em que 
ocorre o fluxo de energia e matéria envolvendo seres vivos aquáticos e terrestres.
Os produtores são representados pelo plâncton vegetal, consumido por plâncton animal, 
moluscos de água doce e camarões de água doce. O plâncton animal é consumido por 
larvas de insetos; as plantas aquáticas, por castores e pássaros; e os moluscos de água 
doce, por pássaros e peixes. Os besouros são consumidos por rãs e peixes, e os peixes 
menores são consumidos por peixes maiores, e estes, por ursos e lontras.
Figura 1.6 Teia alimentar envolvendo seres vivos terrestres e aquáticos. Na teia 
alimentar aquática, o plâncton vegetal e as plantas aquáticas atuam como produtores, 
que são consumidos por diferentes consumidores primários, e assim sucessivamente, 
de modo que o ciclo alimentar termina com a participação dos predadores de topo. 
Fonte: adaptada de https://www.todamateria.com.br/cadeia-alimentar/.
29
Parágrafo de conclusão da unidade
A ecologia é uma ciência, voltada para a natureza, que investiga as relações entre os 
seres vivos e o ambiente onde vivem, e pode ser subdividida em função de seu nível de 
organização em autoecologia e a sinecologia. A autoecologia corresponde ao estudo 
de uma determinada espécie, seu comportamento e os mecanismos adaptativos que 
garantem a sobrevivência dessa espécie em determinado ambiente, enquanto a sineco-
logia estuda os diferentes grupos de organismos que interagem entre si e também com 
o ambiente em que se encontram e vivem. O ambiente onde os organismos vivem é 
constituído por um componente abiótico e um ambiente biótico. O ambiente abiótico é 
formado por fatores estáveis que envolvem o ambiente, e fatores variáveis como o clima 
e a disponibilidade de nutrientes, enquanto o ambiente biótico envolve as interações 
entre os organismos vivos. A cadeia alimentar representa as relações alimentares entre 
os seres vivos que constituem uma biota, na qual se realiza o fluxo contínuo de energia e 
No início dos anos 1950, próximo a um lago dos EUA, foi utilizado um inseticida 
pertencente a um grupo de substâncias que se manteve no ambiente por anos, em 
decomposição lenta, com intuito de promover o controle da densidade de mosquitos. 
Após 5 anos, apareceram mergulhões mortos no lago devido à intoxicação causada 
pelo inseticida que entrou na cadeia alimentar, primeiramente, por meio da absorção 
do inseticida por algas microscópicas presentes no lago que, posteriormente, foram 
ingeridas por peixes pequenos que serviram de alimento para os peixes maiores que, 
por fim, foram ingeridos pelos mergulhões.
Na prática
Gostaria de aproveitar este momento para convidar você para assistir ao vídeo com o 
título “Biologia – Ecologia: Introdução”, que vai ajudá-lo bastante a entender todo esse 
processo.
https://www.youtube.com/watch?v50SRBL-ETDjU
Veja na web
30
matéria entre os seres vivos. Essa cadeia sempre se inicia com os seres vivos produtores e 
termina com os seres vivos decompositores, que promovem a absorção final de nutrien-
tes e energia entre os seres vivos, ou seja, os componentes da cadeia alimentar são os 
produtores, consumidores e decompositores, estando cada um deles em um nível trófico 
distinto. Os produtores são os seres vivos que fabricam o seu próprio alimento através 
da fotossíntese (seres autótrofos), e não têm a necessidade de se alimentar de outros 
organismos, como as plantas e o fitoplâncton. Os consumidores são os seres heterótrofos 
(não produzem o seu próprio alimento), necessitam de outros seres para obter a energia 
necessária para sobreviver e são classificados em consumidores primários, consumidores 
secundários e consumidores terciários. Os decompositores são seres vivos que se alimen-
tam da matéria orgânica em decomposição, obtendo nutrientes e energia, transforman-
do a matéria orgânica em inorgânica a ser utilizada pelos produtores. Na teia alimentar, 
uma mesma espécie animal pode ocupar diferentes papéis, dependendo de qual cadeia 
está envolvida. Com base nessas informações, na próxima unidade estudaremos o fluxo 
de energia, os níveis tróficos e os ciclos biogeoquímicos.
31
Links e sites sugeridos
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2946842/mod_resource/content/4/ 
Provinha%201%20%28cap%C3%ADtulo%201%29.pdf.
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https://gizmodo.uol.com.br/predadores-do-topo-da-cadeia-alimentar-podem-ser-os- 
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http://procarnivoros.org.br/index.php/projetos/predadores-de-topo-de-cadeia/.
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https://www.significados.com.br/cadeia-alimentar/.
https://www.todamateria.com.br/decompositores/.
https://www.infoescola.com/ecologia/decompositores/.
https://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/decompositores.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cadeia_alimentar.
https://www.estudopratico.com.br/cadeia-alimentar/.
https://www.infoescola.com/ecologia/produtores/.
https://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%ADvel_tr%C3%B3fico.
https://www.significados.com.br/teia-alimentar/.
https://www.euquerobiologia.com.br/2014/08/fluxo-de-energia-e-niveis-troficos.html.
https://www.fragmaq.com.br/blog/entenda-age-fluxo-energia-cadeia-alimentar/.
32
Unidade 2
Fluxo de Energia, 
Níveis Tróficos e 
Ciclos Biogeoquímicos
34
Unidade 2
Objetivos da Unidade
• Conhecer os principais fluxos e energia
• Conhecer os principais níveis tróficos
• Conhecer os principais ciclos biogeoquímicos.
Contextualizando
Pense na seguinte situação: a chuva ácida corresponde à chuva ou qualquer outra forma 
de precipitação atmosférica que apresenta acidez maior do que a resultante do dióxido 
de carbono atmosférico dissolvido na água precipitada (abaixo de 4,5). A chuva ácida é 
formada pela precipitação atmosférica contendo ácido sulfúrico, ácido nítrico e ácido 
nitroso, resultantes de reações químicas que ocorrem na atmosfera. A chuva ácida é 
causada pela presença de produtos oriundos da queima de combustíveis fósseis liberados 
na atmosfera, em consequência das atividades humanas, como queima de combustíveis 
fósseis em centrais termoelétricas, indústria e transporte rodoviário. As consequências da 
chuva ácida são a destruição de florestas e acidificação do solo, morte de peixes em rios e 
lagos, e contaminação da água de consumo por metais pesados. A partir dessas informa-
ções, quais pontos do fluxo de energia podem ser afetados e quais as suas consequências 
para o ambiente e seres vivos envolvidos?
35
2.1 Fluxo de Energia
2.1.1 Transferência de matéria e 
energia em um ecossistema
As plantas transformam a energia luminosa obtida a partir do sol em energia química 
através de reações químicas (fotossíntese), tal energia se encontra armazenada nas 
ligações químicas dos produtos, principalmente, na matéria orgânica (carboidratos) e, 
além disso, a fotossíntese também é importante devido ao fato de retirar o gás carbôni-
co do meio e fornecer gás oxigênio para a atmosfera, pelas folhas. Vale a pena ressaltar 
também que as plantas retiram água e sais minerais diretamente do solo por meio das 
raízes e, por todos esses motivos, os vegetais são denominados de seres autótrofos, ou 
seja, seres vivos capazes de produzirem seu alimento a partir da retirada de energia, 
diretamente, do meio ambiente. (Figura 2.1).
Por isso, os organismos autotróficos podem servir de alimento para algumas espécies 
animais, uma vez que estes não conseguem produzir o seu próprio alimento e, por isso, 
são classificados como organismos heterotróficos.
Assim, a matéria e a energia dos organismos autotróficos são transferidas para os seres 
vivos heterotróficos dentro do ecossistema (Figura 2.2).
Figura 2.1 Utilização da luz solar pelas plantas para realização de fotossíntese. 
A luz solar é utilizada como fonte de energia pelas plantas através do processo de 
fotossíntese, e a absorção de água, sais minerais e dióxido de carbono possibilita a 
produção de matéria orgânica. 
Fonte: adaptada de https://ceiciencia.files.wordpress.com/2012/10/
fluxo-de-energia-e-ciclos-de-matc3a9ria.pdf.
36
2.1.2 Cadeias alimentares
A cadeia alimentar representa as relações alimentares entre os seres vivos que consti-
tuem uma biota, na qual se realiza o fluxo contínuo de energia e matéria entre os seres 
vivos. A cadeia alimentar sempre se inicia com os seres vivos produtores e termina com 
os seres vivos decompositores, que promovem a absorção final de nutrientes e energia 
entre os seres vivos. Ela se traduz por meio das relações alimentares entre os diferentes 
seres vivos (Figura 2.3).
Figura 2.2 Transferência de energia e matéria pelos produtores. A matéria orgânica 
produzida pelos organismos autotróficos é transferida para os organismos heterotróficos, 
que não são capazes de produzir a sua própria energia. 
Fonte: https://ceiciencia.files.wordpress.com/2012/10/
fluxo-de-energia-e-ciclos-de-matc3a9ria.pdf.
Figura 2.3 Cadeia alimentar. Na cadeia alimentar terrestre ocorre a transferência de 
matéria orgânica a partir dos organismos autotróficos, que depois será utilizada por 
diferentes organismos heterotróficos. 
Fonte: adaptada de https://ceiciencia.files.wordpress.com/2012/10/
fluxo-de-energia-e-ciclos-de-matc3a9ria.pdf.
37
Os componentes da cadeia alimentar são os produtores, os consumidores e os decompo-
sitores, estando cada um deles em um nível trófico distinto.
Em função da diversidade de seres vivos que habitam o planeta Terra, cada um deles 
pode fazer parte de mais de uma cadeia alimentar, muitas vezes ocupando posições 
 distintas e diferentes, conforme a fonte de matéria orgânica adquirida. O conjunto 
 constituído pelos seres vivos autotrófico (plantas) e heterotróficos (p. ex., gafanhoto, 
sapo, cobra) forma o nível alimentar ou nível trófico.
2.1.3 Teias alimentares
Os mesmos seres vivos podem fazer parte de mais de uma cadeia alimentar, fazendo 
com que as cadeias alimentares não sejam isoladas, formando redes ou teias alimenta-
res. Assim, a teia alimentar corresponde a um conjunto de cadeias alimentares interli-
gadas, representando as relações entre os diferentes organismos que constituem um 
ecossistema (Figura 2.4).
Figura 2.4 Teia alimentar. Na teia alimentar existem mais de um organismo autotró-
fico (carvalho, erva) que transfere energia e matéria para os consumidores primários 
 (escaravelho, esquilo, coelho, rato do campo); depois, esta matéria é transferida para os 
consumidores secundários (pica-pau, águia, raposa, coruja). 
Fonte: adaptada de https://ceiciencia.files.wordpress.com/2012/10/fluxo-de-energia-e-
-ciclos-de-matc3a9ria.pdf.
2.1.4 Circulação da matéria
A matéria circula ao longo das cadeias alimentares dentro do ecossistema, em que as 
 cadeias alimentares têm início a partir dos organismos produtores que, com a energia 
solar e fotossíntese, têm a capacidade de transformar a matéria mineral em matéria 
orgânica. A matéria orgânica passa dos produtores para os consumidores quando estes 
se alimentam de organismos produtores.
38
Quando os produtores e consumidores morrem, a matéria orgânica desses organismos é 
utilizada pelos organismos decompositores, que vão transformar a matéria orgânica em 
matéria mineral através da decomposição.
Essa matéria mineral agora passa a fazer parte do solo/ambiente e será utilizada pelos 
organismos produtores para sintetizarem novamente matéria orgânica, reiniciando nova-
mente o ciclo de matéria (Figura 2.5).
Figura 2.5 Ciclo da matéria em um ecossistema. Em um ecossistema, a cadeia alimentar 
é fundamental para que a matéria circule na forma orgânica e depois seja transformada 
em matéria inorgânica. Os seres vivos produtores utilizam a energia luminosa emitida 
pelo Sol e, por meio da fotossíntese, produzem matéria orgânica, que é utilizada pelos 
organismos consumidores.Estes, ao morrerem, sofrem ação dos organismos decomposi-
tores, que transformam a matéria orgânica em inorgânica, que é incorporada ao solo, que 
depois é utilizada pelos organismos produtores. 
Fonte: adaptada de https://ceiciencia.files.wordpress.com/2012/10/fluxo-de-energia-e- 
ciclos-de-matc3a9ria.pdf.
2.1.5 Fluxo de energia
Diferentemente do fluxo da matéria em uma cadeia alimentar de um determinado 
 ecossistema, o fluxo de energia é unidirecional, uma vez que a energia gasta ou perdida 
não é reaproveitada. A energia que inicialmente entra no ecossistema é a energia solar, 
que vai ser transformada em energia química pelos organismos produ tores, ou autotró-
ficos. Os organismos autotróficos ao serem utilizados como alimento pelos animais con-
sumidores (herbívoros) transferem a energia disponível; e essa energia será passada dos 
animais consumidores primários (herbívoros) aos consumidores secundários (carnívoros) 
quando forem utilizados como fonte de alimento (Figura 2.6).
39
Além desse fluxo unidirecional, existem gastos e perdas de energia em todos os níveis 
das cadeias alimentares por meio da manutenção de funções vitais (respiração), 
e perdas de energia pelos organismos heterotróficos através da dissipação de calor e 
pelas excreções corpóreas naturais.
À medida que a energia vai sendo passada de um nível trófico para outro nível trófico, a 
energia disponível vai diminuindo gradativamente; fazendo com que as cadeias alimenta-
res não apresentem mais de cinco níveis tróficos.
2.1.6 Pirâmides ecológicas
Ao longo de uma cadeia alimentar em um determinado ecossistema ocorrem transfe-
rências, consumos, gastos e perdas de matéria e energia à medida que se sucedem os 
diferentes níveis tróficos. Isso faz com que o número de organismos diminua conforme 
o nível trófico aumente. Para representar esse processo, são utilizadas as pirâmides 
 ecológicas, que representam graficamente as variações de número, massa e energia que 
são transferidos ao longo da cadeia alimentar nos diferentes ecossistemas, apresentando 
as relações que ocorrem entre os diferentes níveis tróficos em termos quantitativos. 
Em uma pirâmide ecológica, cada degrau da pirâmide representa um diferente e distinto 
nível trófico.
As pirâmides ecológicas podem ser representativas de número, massa ou biomassa e 
energia. A pirâmide de números é constituída e construída de acordo com o número de 
organismos existentes e que fazem parte de cada nível trófico (Figura 2.7). 
Figura 2.6 Fluxo de energia dentro de uma cadeia alimentar. Em uma cadeia alimentar, 
o fluxo de energia é unidirecional, partindo dos organismos produtores (plantas), 
este fluxo passa pelos consumidores primários (minhoca), depois pelos consumidores 
secundários (aves) e, finalmente, pelos consumidores terciários (gatos). Durante a 
cadeia alimentar, parte da energia é perdida ou gasta pelos organismos consumidores. 
Fonte: adaptada de https://ceiciencia.files.wordpress.com/2012/10/
fluxo-de-energia-e-ciclos-de-matc3a9ria.pdf.
40
A pirâmide de massa ou biomassa é aquela construída e constituída a partir de valores 
como o peso seco total ou valor calórico dos organismos envolvidos no ecossistema, que 
traduzem em termos quantitativos a quantidade de matéria viva envolvida no processo 
de transferência (Figura 2.8).
Figura 2.7 Pirâmide de números. Na pirâmide de números, cada nível trófico ou 
degrau representa o número de produtores (5.000 plantas), consumidores primários 
(700 gafanhotos) e consumidores secundários (30 sapos) de uma cadeia alimentar em 
um determinado ecossistema. 
Fonte: adaptada de https://ceiciencia.files.wordpress.com/2012/10/
fluxo-de-energia-e-ciclos-de-matc3a9ria.pdf.
Figura 2.8 Pirâmide de massa ou biomassa. Na pirâmide de massa ou biomassa, 
cada nível trófico ou degrau representa o peso de matéria dos organismos produtores 
(feno 1.000 kg), consumidores primários (bezerro 250 kg) e consumidores secundários 
(ser humano 80 kg) de uma cadeia alimentar em um determinado ecossistema. 
Fonte: adaptada de https://ceiciencia.files.wordpress.com/2012/10/
fluxo-de-energia-e-ciclos-de-matc3a9ria.pdf.
41
A pirâmide de energia é aquela construída e constituída a partir da taxa de fluxo de 
 energia e/ou produtividade dos organismos envolvidos no ecossistema, que traduzem 
em termos quantitativos a quantidade de energia transferida (Figura 2.9).
Figura 2.9 Pirâmide de energia. Na pirâmide de energia, cada nível trófico ou degrau 
 representa a quantidade de quilocalorias dos organismos produtores (fitoplâncton, 
36.380 kcal), consumidores primários (zooplâncton, 590 kcal) e consumidores secun-
dários (peixe, 40 kcal) de uma cadeia alimentar em um determinado ecossistema. 
Fonte: adaptada de https://ceiciencia.files.wordpress.com/2012/10/
fluxo-de-energia-e-ciclos-de-matc3a9ria.pdf.
A Amazônia é uma região localizada em uma área tropical que dispõe de alta diversi-
dade biológica terrestre e aquática, na qual sua floresta interage com a atmosfera, rios 
e lagos. A floresta tropical, que cobre a maior parte da região amazônica, encontra-se 
em solos que apresentam baixa fertilidade química natural, fato este que faz com que 
sua sobrevivência e produtividade estejam associadas à presença de espécies vegetais 
adaptadas às condições climáticas e nutricionais do solo. 
Para que a vegetação possa crescer, é fundamental a reciclagem da matéria orgânica, 
que depende da atividade biológica favorecida pela temperatura e umidade da região. 
As chuvas representam a entrada de alguns dos nutrientes essenciais como fósforo (P). 
A lavagem das copas das árvores leva ao fluxo de magnésio (Mg2+) e potássio (K+) para 
o solo. 
Saiba mais
42
A liteira pode ser definida como um conjunto de detritos orgânicos, principalmente, 
de origem vegetal, que pode ser classificada tanto em liteira fina (que inclui mate-
rial lenhoso com diâmetro até 2 cm) quanto em liteira grossa (material lenhoso com 
 diâmetro superior a 2 cm). A liteira grossa apresenta alta concentração de carbono e 
baixa de nutrientes. Uma vez decomposta, libera cálcio (Ca2+) e Mg2+ no solo superficial, 
para as plantas que se instalam na área. A liteira fina atua como fonte de nutrientes 
para o solo florestal, devido à sua rápida renovação e decomposição sobre o solo, 
 disponibilizando Mg2+, N, P e Ca2+.
A camada de liteira apresenta um padrão sazonal, diminuindo sua espessura no final da 
época chuvosa e aumentando sua espessura no período seco.
A liberação dos nutrientes minerais contidos na liteira e na matéria orgânica do solo é 
controlada pela microbiota do solo, especialmente nos solos quimicamente pobres e 
muito ácidos. Através de associações simbióticas com fungos, as raízes podem absorver 
os nutrientes da liteira em decomposição. Por essa razão, é fundamental para a Flores-
ta Amazônica que o solo seja coberto por uma capa orgânica, reciclável, mantendo a 
biodiversidade do solo e plantas desse ecossistema.
2.2 Níveis Tróficos
2.2.1 Definição de níveis tróficos
Os níveis tróficos são a representação organizacional dos organismos vivos que compõem 
uma determinada cadeia alimentar na qual ocorre a transferência de matéria e energia 
entre organismos vivos. Os componentes dessas cadeias alimentares podem ser divididos 
em três grupos: organismos produtores, organismos consumidores e organismos decom-
positores.
O primeiro nível trófico, que forma a base fundamental das relações alimentares e trans-
ferência de matéria e energia nas cadeias alimentares e ecossistemas, é composto pelos 
produtores primários. 
Os produtores primários também são denominados organismos autotróficos, pois são 
capazes de sintetizar seu próprio alimento através da fotossíntese. Nos diferentes ecos-
sistemas globais, sejam terrestres ou aquáticos, os principais produtores primários ou 
organismos autotróficos são as plantas, as algas e o fitoplâncton. 
43
Em média, os organismos produtores são capazes de converter somente 1% da energiaproveniente de luz solar incidente sobre eles em moléculas orgânicas através do proces-
so de fotossíntese. 
Em locais onde não existe a incidência da luz solar (p. ex., em profundidades marítimas 
abissais), o primeiro nível trófico é ocupado por bactérias que produzem seu alimento 
através da produção de energia obtida por reações químicas ou quimiossíntese.
A seguir, o próximo nível trófico é representado pelos consumidores primários, consti-
tuídos pelos organismos herbívoros, que consomem a matéria orgânica produzida pelos 
produtores (organismos autotróficos) para obter matéria, nutrientes e energia, funda-
mentais para a manutenção do seu metabolismo e sobrevivência.
Por causa disso, os consumidores primários também são denominados organismos 
heterotróficos, pois sua fonte de matéria e energia tem origem exógena (não é produzida 
pelo próprio corpo). Este nível trófico é ocupado pelos animais, desde os invertebrados 
até os vertebrados.
A seguir, o próximo nível trófico é representado pelos consumidores secundários, 
 constituídos pelos organismos vivos que se alimentam dos consumidores primários e 
obtêm sua energia através de hábitos carnívoros. 
Os consumidores secundários predam e consomem os consumidores primários e, depen-
dendo da complexidade da cadeia trófica, podem servir de alimento para os consumido-
res terciários, e assim sucessivamente, até chegar ao predador ou consumidor de topo, 
que normalmente não é predado por outros organismos vivos. 
Em geral, vários grupos animais ocupam esse nível trófico, formando teias tróficas em 
que um mesmo organismo pode atuar como consumidor primário, consumidor secundá-
rio e/ou consumidor terciário. 
O último nível trófico é constituído pelos organismos decompositores, composto 
 basicamente por bactérias e fungos. Estes também são considerados organismos 
 heterotróficos, mas que apresentam papel distinto na ciclagem de nutrientes dentro do 
ecossistema.
Em virtude da biodegradação realizada pelos organismos decompositores, a matéria 
orgânica obtida dos organismos mortos provenientes de todos os outros níveis é clivada 
até a formação de substâncias simples, que podem ser reabsorvidas pelos organismos 
produtores ou permanecer disponíveis no solo e na água. 
O processo de decomposição da matéria orgânica, mesmo auxiliado por animais carni-
ceiros como abutres e também por insetos, ocorre microscopicamente através da ação 
das bactérias, que podem realizar a decomposição aeróbica ou anaeróbica.
Na decomposição aeróbica ou anaeróbica ocorre a quebra das macromoléculas orgâni-
cas, como proteínas e carboidratos até a formação de moléculas mais simples quimica-
mente, como aminoácidos e monossacarídeos.
44
A eficiência da transferência de biomassa e energia entre os diferentes níveis tróficos 
é baixa, atingindo em média apenas 10% de eficiência, ou seja, 10% de toda a energia 
disponível em um nível trófico é convertida em biomassa pelo próximo nível trófico. 
Isso ocorre porque os organismos consumidores têm baixa capacidade de absorção da 
matéria orgânica, além de existirem inúmeras perdas de energia entre os níveis tróficos 
na forma de calor (através da transpiração, atividades motoras, atividades metabólicas e 
respiração).
Esse valor é conhecido em ecologia como a “Lei dos 10%”, que explica por que as teias 
tróficas normalmente não apresentam mais do que cinco níveis, uma vez que os organis-
mos consumidores quaternários são obrigados a se alimentar de grandes quantidades de 
biomassa, a fim de obter a energia necessária para a manutenção do seu metabolismo e 
sobrevivência.
Um dos efeitos da extração seletiva da madeira é a fragmentação florestal, que com-
promete a retroalimentação no status nutricional, vitalidade e composição das florestas 
fragmentadas. Na extração seletiva da madeira, ocorre uma diminuição nos estoques 
de liteira fina e liteira grossa no solo em consequência da fragmentação. O aumento 
de queda de liteira próximo das bordas dos fragmentos, principalmente, devido ao 
 aumento na produção de folhas, é causado por maior prevalência de ventos, aumento 
da dessecação das plantas e maiores taxas de recrutamento de árvores pioneiras 
próximas às margens. Essas taxas mais elevadas de queda de liteira induzem efeitos 
em cascata na ecologia de florestas fragmentadas, afetando a fauna invertebrada e o 
 aumento da mortalidade de sementes e plantas, além de tornar os fragmentos flores-
tais vulneráveis a incêndios.
Para refletir
2.2.2 Princípio de Gauss (ou princípio da 
exclusão competitiva)
O princípio de Gauss (ou princípio da exclusão competitiva) corresponde ao processo de 
competição interespecífica que acontece quando duas espécies homogêneas, mas distin-
tas entre si, habitam o mesmo ambiente equilibrado, e as duas espécies distintas depen-
dentes de um mesmo recurso não podem existir simultaneamente e ocupar um mesmo 
nicho por muito tempo, pois uma delas irá prevalecer, uma vez que é mais adaptada 
45
ao hábitat em decorrência da pressão evolutiva exercida pela competição. Conforme o 
princípio, uma das espécies em competição acaba sobrepujando a outra, o que pode 
acarretar mudanças morfológicas, comportamentais, deslocamento de nicho ecológico 
ou extinção da espécie em desvantagem. 
Há uma exceção ao princípio da exclusão competitiva, conhecido como o paradoxo de 
plâncton, em que o fitoplâncton dos ambientes marinhos dispõe de grande variedade de 
organismos, que dependem dos mesmos recursos (luz e nutrientes), sendo capazes de 
coexistir e disputar os mesmos recursos, sem que uma espécie exclua outra espécie.
Contudo, nos ambientes aquáticos, o movimento das águas, as alterações da tempera-
tura e outros fatores fazem com que os recursos de luz e energia não sejam distribuídos 
da mesma maneira.
Além disso, existe a predação frequente de espécies abundantes do fitoplâncton pelos 
organismos que compõem o zooplâncton, impedindo o predomínio de uma espécie 
sobre a outra.
Na prática, a exclusão competitiva não é uma regra na natureza, uma vez que existe 
 grande diversidade de espécies animais e vegetais no planeta Terra.
A diversidade em termos de espécies está associada aos processos de extinção, espe-
ciação e adaptação, que permitem a coexistência das diferentes espécies sem que ocorra 
a extinção pela competição, e também pelo fato de que nem todos os recursos naturais 
são limitados.
Isso faz com que as diferentes espécies animais e vegetais que habitam o planeta Terra 
possam desenvolver modificações morfológicas ou comportamentais, possibilitando a 
sua coexistência.
Os mecanismos que atuam diminuindo a competição entre diferentes espécies por 
 sobreposição dos nichos ecológicos são conhecidos como estabilizadores, ao passo 
que os mecanismos que diminuem a competição entre as espécies competidoras são 
chamados de equalizadores.
2.2.3 Metabolismo e tamanho dos organismos
A biomassa corresponde à matéria orgânica que pode ser utilizada na produção de 
energia. A biomassa de um determinado organismo vivo depende do seu tamanho e, 
basicamente, quanto menor o tamanho do organismo vivo, maior seu metabolismo por 
grama de biomassa, e quanto maior o tamanho do organismo vivo, menor o seu metabo-
lismo por grama de biomassa.
A quantidade de energia gasta por uma determinada espécie animal em um determina-
do período é conhecida como taxa metabólica, que pode ser medida em joules, calorias 
ou quilocalorias por unidade de tempo. 
46
A taxa metabólica também pode ser expressa pelo oxigênio consumido ou dióxido de 
 carbono produzido por unidade de tempo, uma vez que o oxigênio é utilizado na res-
piração celular para produção de adenosina trifosfato (ATP), e o dióxido de carbono é 
produzido como um subproduto desse processo. Assim, a medida do oxigênio consumido 
ou de dióxido de carbono liberado indica a quantidade de energia que foi produzida e 
depois consumida.
A taxa metabólica base de uma espécie animal é medida como a taxa metabólica basal

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