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CURSO DE FORMAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO LATO 
SENSU EM ACUPUNTURA SISTÊMICA 
 
 
MÓDULO TAOISMO E ACUPUTNURA: 
INTRODUÇÃO A FILOSOFIA CHINESA 
 
 
 
 
 
 
FILOSOFIA CHINESA 
 
INTRODUÇÃO 
 
Homem pode ser entendido em muitos aspectos: como uma alma 
que habita um corpo físico, como um jogo de reações químicas, como 
um jogo de campos de força, como uma máquina autossustentada por 
sangue, músculos, osso, órgãos e etc.. 
Durante muitos anos, a ciência ocidental proporcionou ao mundo 
descrições inacreditavelmente detalhadas do organismo humano, 
atividades glandulares e muitas outras em nível químico/molecular. A 
forma de funcionamento do corpo físico e de suas partes nunca foi tão 
meticulosamente examinada. Como então, um sistema filosófico, espera 
igualar ou superar a existência deste formidável corpo de 
conhecimentos? 
 
Naturalmente a resposta é complexa, mas pode ser entendida se 
nós, que somos considerados, seres intelectualmente soberanos 
quisermos entender. Normalmente, embora nosso "conhecimento geral", 
ocidentalizado torna muito difícil o pensamento de um homem físico 
diferente de uma máquina, que pode perder algumas partes, ser 
desmontado e reajuntado. Nosso conhecimento do mundo físico, porém, 
está distante do avanço do pensamento científico. Nos reinos da física 
onde a diferenciação entre massa e energia perdeu o significado, 
novamente nós nos deparamos com a premissa básica do pensamento 
chinês de dois mil anos, propondo que "Entre o céu e terra há apenas 
leis e energias". Aqui nós temos a proposição que diz que, do mais 
 
refinado dos elementos, nós possuímos somente a energia e as leis que 
governam sua manifestação. 
Além disso, a medicina chinesa nomeia duas cargas fundamentais 
desta energia o Yin e o Yang, que são considerados como as 
propriedades negativas e positivas da mesma força. Estas ideias, de 
polaridades e de complementariedade, não são pouco conhecidas ao 
químico e ao físico moderno. Por causa desta ênfase na energia 
intrínseca em lugar da forma exterior, a Filosofia Tradicional Chinesa foi 
fundamentada na razão e na interação de forças que governam a saúde 
humana. A doença foi considerada como um bloqueio ou distorção da 
energia vital, enquanto que, as causas das doenças são relacionadas 
com as emoções e com as mudanças climáticas. 
No passado, esta atitude foi perpetuada pelos Chineses e a falta 
concomitante de pesquisas científicas, para parear este conhecimento 
empírico com as relações fisiológicas atuais, produziu um pilar teórico 
obscuro para a mente ocidental. Há mais de dois mil anos atrás, 
os processos fisiológicos principais de digestão, filtração do 
sangue, oxigenação e os efeitos psicotraumáticos, não só foram 
descritos em detalhes, mas foram citadas suas causas e efeitos, que só 
estão sendo descobertos agora através das pesquisas. Realmente, 
qualquer estudante sério de ambos os sistemas descobre isso depressa, 
e vê que, a diferença para a fisiologia é freqüentemente baseada nada 
mais além de semântica. Nesse sentido, em muitas áreas não pode 
haver nenhuma real discordância, porque também o conhecimento 
ocidental, ainda tem que avançar no seu corpo teórico para que haja um 
emparelhamento com oriental. Isto se aplica particularmente às relações 
 
do homem com o seu ambiente e os efeitos fisiopatológicos 
desencadeados em relação às alterações ambientais. 
A prática terapêutica chinesa é intimamente relacionada com a 
filosofia chinesa, neste sentido é virtualmente impossível separar os dois 
nas situações clínicas. A diagnose está baseada na compreensão de 
certas leis que governam a moral do homem como também a saúde 
física. Os órgãos do corpo humano são considerados como 
manifestações físicas da energia, que também gera o fenômeno natural 
como a madeira, o fogo, o metal, a água e a terra. A homeostasia 
interna é comparada com o mesmo mecanismo de balanceamento que 
opera mudanças climáticas e sazonais. O diagnóstico não é a nomeação 
de uma condição específica de doença, mas obstante uma definição do 
"clima interno", quer dizer, o estado das energias dentro do homem, a 
interação ou sua falta de comunicação. Os métodos de cura são 
divididos em três seções principais: Prevenção e tratamento (Tai Chi, Chi 
Kung), Terapêutica Interna (Fitoterapia), Terapêutica Externa 
(Acupuntura). Porém, estes métodos são de importância quase 
secundária ao diagnóstico. Realmente, podem ser freqüentemente 
usados à acupuntura, a massagem ou a fitoterapia com igual eficiência 
na mesma condição patológica. Assim, o massagista chinês, ou 
acupunturista, ou fitoterapêuta, usará o mesmo método de prognóstico 
e diagnóstico nos tratamentos, embora técnicas diferentes serão 
dirigidas ao mesmo fim: a restauração da energia interna para os 
estados naturais. Realmente, plantas são prescritas usando os mesmos 
critérios para a escolha de vários pontos de acupuntura. 
Pode ser visto então, que o estudo da filosofia terapêutica chinesa 
constitui muito mais que uma diversão nos reinos da especulação 
 
teórica. Filosofia é a condição posta para o diagnóstico chinês e sem 
isto, o significado de técnicas como fitoterapia, acupuntura, etc., não 
podem ser entendidos. 
 
INTRODUÇÃO À FILOSOFIA TERAPÊUTICA CHINESA 
 
O sistema terapêutico chinês tem muitas características 
particulares. Ambos, teoria e prática, podem localizar caminhos diretos 
que nos conduzem dos dias modernos á pré-história. Embora de mãos 
dadas, com a finalidade deste curso eles são tratados como seções 
separadas de estudo na aplicação prática e teórica. 
Para entender a terapêutica chinesa, nós devemos estar 
completamente familiarizados com os muitos aspectos da teoria na qual 
esta é apoiada. Estes aspectos colocam grande ênfase na inter-relação 
do homem com o seu ambiente e seus hábitos. É básico a todo 
pensamento chinês que o fenômeno da vida é uma série de atividades 
interconectadas, que nunca podem ser examinadas ou podem ser 
tratadas independentemente. Assim o estudo do homem completo e as 
relações externas são a base prática do diagnóstico e do tratamento. 
Saber anatomia e fisiologia, não é bastante para estudar a 
localização e funções dos órgãos internos, também é essencial conhecer 
os mecanismos de intercomunicação pelos meridianos de acupuntura, e 
como eles se comunicam com o ambiente externo. Nós também temos 
que estudar como a doença pode se deslocar de uma parte a outra do 
corpo e as relações dos órgãos (órgãos e vísceras) durante os períodos 
de mudança patológica, como também na saúde. 
 
Se nós entendemos que estas interações podem nos permitir 
controlar o corpo pela manipulação de uma parte ou de um órgão, o 
estudo destas comunicações internas e externas e as inter-relações dos 
órgãos constituem o objetivo central de toda a teoria chinesa. 
Em todas as ciências nós precisamos de teorias para unir 
fenômenos observáveis em um todo coerente. As teorias fundamentais 
são as Interações entre Yin-Yang e o ciclo dos Cinco Elementos. Estas 
duas teorias em combinação, explicam as inter-relações encontradas na 
fisiologia, patologia e psicologia e a causa de sua importância na prática 
clínica. Em conjunto, constituem a base teórica na qual se apoia todas 
as técnicas e práticas encontradas na ciência chinesa. 
 
 
ÂMBITO DE TEORIA CHINESA 
 
De discussões teóricas para prática clínica, da prevenção para o 
tratamento de doenças, a terapêutica chinesa é centrada ao redor de 
uma escola de pensamento importante e sem igual. Incluído as relações 
fundamentais entre o homem e os ambientes sazonais e geográficos. 
Estas relações são essenciais a todo tecido e órgão importante em nosso 
corpo, e junto eles formam o corpo da teoria terapêutica chinesa. O 
estudante de acupuntura deveria incorporar estas ideias completamente 
antes de entrar na descrição detalhada da fisiologia, patologia,sintomatologia ou diagnóstico. 
 
 
 
 
Yin e Yang: 
 
Na constituição ou propriedade de todo objeto ou coisa, deve 
haver um par de opostos ou aspectos contrastantes. Yin e Yang são 
assim, a generalização destes dois aspectos antagônicos. Mas opondo-se 
um ao outro eles são inter-relacionados. Então nós dizemos que a 
relação entre Yin e Yang é a oposição para a complementação. Eles 
podem ser usados para descrever as mudanças e variações em todas as 
coisas ou propriedades. Esta é a teoria de Yin-Yang. 
 
Exemplos na Natureza: 
- Yang: dia, sol, verão, calor. 
- Yin: noite, lua, inverno, frio. 
 
Exemplos no corpo: 
-Yang: região dorsal, superior, vísceras, energia. 
- Yin: região frontal, inferior, órgãos, sangue. 
 
Exemplos nos sintomas: 
-Yang: ativo, forte, quente, seco, agudo. 
- Yin: passivo, fraco, frio, úmido, crônico. 
 
Todas as coisas podem ser classificadas sob o título de Yin e Yang. 
Assim, esse princípio de Yin-Yang constitui um padrão de classificação 
para todas as coisas e mudanças. 
Podemos perceber que a compreensão do conceito de Yin-Yang 
através da utilização de adjetivos auxilia nossa mente ocidental a 
 
estabelecer a diferença entre ambos. Entretanto, para o pensamento 
chinês, os ideogramas (desenhos que representam ideias) originais de 
ambos os conceitos, são ferramentas muito mais abrangentes para a 
total representação do conceito. 
 
Ideogramas representativos do Yin (A) e do Yang (B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As figuras estabelecem à relação de uma montanha com a 
incidência da luz solar. No ideograma representativo do Yin (A) 
entre a montanha e a luz solar existe nuvens, dessa maneira a face da 
montanha fica escura. No ideograma representativo do Yang, as nuvens 
não estão presentes, e os raios solares iluminam a face da montanha. 
Para entendermos a fundo o conceito, precisamos analisar os elementos 
(montanha, nuvens, sol) que foram utilizados na constituição dos 
ideogramas. O único objeto que não é móvel é a montanha, por isso foi 
utilizado como o ponto de comparação, mas tanto as nuvens como o sol 
são objetos móveis. Isso quer dizer, que algo que está Yin, poderá em 
outro momento estar Yang (p. ex: ao longo de um dia o sol se move e 
pode iluminar a face da montanha que estava escura e Yin, agora esta 
A 
B 
 
se torna Yang; as nuvens podem ser movidas pelo vento e a face Yin se 
torna Yang) e algo que está Yang poderá se tornar Yin. 
Esse conceito de mutabilidade dos estados Yin e Yang é o conceito 
fundamental para o entendimento da mutabilidade das energias e da 
manutenção da saúde e o surgimento da doença. Dessa maneira nada 
deve ser considerado unicamente Yin e Yang, Yin e Yang são estados 
que podem ser mudados. Por ex.: a temperatura do nosso corpo deve 
permanecer entre 36,5o e 37o (estado de equilíbrio Yin-Yang), quando a 
temperatura se eleva estamos com excesso de Yang ou se a 
temperatura fica abaixo do estado de equilíbrio excesso, de Yin ou 
insuficiência de Yang. 
 
 
ENERGIA (Qi, Chi) 
 
O acupunturista deverá então, equilibrar os estados alterados do 
Yin e do Yang no corpo do seu paciente, para que o equilíbrio possa 
voltar a se estabelecer. Yin e Yang são considerados, para a Filosofia 
Chinesa, as Energias Vitais do nosso organismo. 
Por outro lado, precisamos deixar claro que o termo energia, mais 
uma vez, surgiu da interpretação de um ideograma. Essa “figura” está 
apresentada abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ideograma representativo da “energia”. A) Fogo, B) Panela, C) tampa 
deslocada para o lado e D) vapor da fervura. 
 
Dessa maneira, o vapor produzido pela ação do fogo foi 
interpretado no ocidente como Energia. Possivelmente, essa é uma 
contribuição do acupunturista francês Soulié de Morant. Soulié foi 
embaixador da França na China, e por ser sinólogo, e ter se apaixonado 
pela acupuntura, traduziu os principais clássicos da acupuntura para a 
língua francesa e é o responsável pela maior parte das nomenclaturas 
da acupuntura que utilizamos no ocidente. Na China, Yin e Yang são os 
vapores vitais. 
Como uma introdução as energias humanas, a manifestação da 
energia no corpo humano é (yang) e do sangue (yin), ainda 
devem ser complementada pelos líquidos orgânicos Jin (yang) e Ye 
(yin). Assim o Yin é responsável para nutrir o corpo enquanto a energia 
mantém as funções do corpo. Existe ainda mais um conceito de energia 
(yang) a Wei, que é equivalente aos mecanismos protetores do corpo. A 
circulação da manifestações (energia e sangue) segue os canais dos 
meridianos, a Wei fica na superfície de nossa pele como uma capa 
protetora. Existem outras energias em nosso organismo, que por 
motivos de tempo não serão abordadas nesse curso. 
A 
B 
C D 
 
 
 
MERIDIANOS DE ACUPUNTURA 
 
Os Meridianos de acupuntura são vias que distribuem as energias 
dos órgãos para todas as partes do corpo. Estas vias energéticas 
passam externamente na pele e também passam profundamente no 
corpo até chegar aos órgãos. Embora eles não possuam nenhum 
anteparo físico equivalente (como nervos vasos sanguíneos, etc), 
pesquisas demonstraram que existe uma marcada diminuição da 
resistência elétrica na pele ao longo destes caminhos. Acupunturistas 
podem fazer uso de equipamentos eletrônicos e rastrear estes 
meridianos e achar os "pontos de acupuntura" que se mostram como 
áreas de intensa condutividade microelétricas (baixa resistência elétrica 
na pele). Estes pontos, localizados com aparato tecnológico, são 
exatamente coincidentes com os pontos de acupuntura descritos 
tradicionalmente nos livros antigos. 
Acreditamos que a energia comunica-se com o homem pelos 
meridianos e que patologias são desequilíbrios ou desorganizações da 
energia dentro de seu meridiano, órgão, víscera ou ambos. A progressão 
de uma doença é a desorganização das energias em uma sucessão 
definida de meridianos. 
Existem diversos tipos de meridianos de acupuntura em nosso 
corpo. Abaixo as figuras são referencias dos 12 meridianos principais de 
acupuntura. É através desses meridianos, que a nossa energia é 
produzida e estocada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As pranchas dos meridianos acima fazem parte do software Acupuntura 
SAE – Meridianos Principais, utilizado no curso de formação e de especialização 
Lato Senso em acupuntura no IPESCURSOS. Desenvolvimento: Guilherme 
Bertolino, Josie Resende da Silva, Marcelo Lourenço da Silva, Fernanda Lopes 
Buiatti de Araujo e João Eduardo de Araujo. 
 
 
Os 12 meridianos principais de acupuntura se conectam em pares 
de meridianos acoplados. O acoplamento faz referencia a união desses 
meridianos através de canais colaterais, também chamados de Lo. O 
acoplamento irá permitir mais a frente à união desses meridianos com 
os elementos da teoria dos cinco elementos. Os meridianos conectam os 
órgãos com a periferia. Assim eles são os canais de conexão entre todas 
as partes do corpo humano. O crescimento e desenvolvimento do corpo 
são dependentes da “irrigação” de tais meridianos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CINCO ELEMENTOS 
 
Em conjunto com o princípio de Yin e Yang, a teoria dos Cinco 
Elementos ou Cinco Movimentos constitui a coluna vertebral da filosofia 
terapêutica chinesa. A teoria dos Cinco Elementos emprega as 
propriedades simbólicas de cinco substâncias naturais para classificar 
tudo na Natureza. Estes cinco elementos são: o metal, a água, a 
madeira, o fogo e a terra. Masnão é a substância, mas obstante, as 
conotações abstratas que separam as cinco categorias que devem ser 
absorvidas. 
Embora a relação da teoria dos Cinco Elementos e o princípio Yin e 
Yang não sejam óbvios, a teoria dos Cinco Elementos também confirma 
o conceito de Yin e Yang. Quer dizer, a última meta dos Cinco 
Elementos é atingir o estado de equilíbrio de Yin e Yang. Assim o 
desequilíbrio de Yin e Yang em nosso corpo será refletido nas interações 
dos Cinco Elementos, desta maneira, podemos projetar métodos de 
tratamento para os desequilíbrios de Yin-Yang, nos padrões dos Cinco 
Elementos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura representativa da lei dos cinco elemento 
 
 
Os elementos se sucedem na circulação energética, desta forma 
um elemento passa a ser a mãe que gera o predecessor e este passa a 
ser o filho do gerador. Quando inserimos os meridianos de acupuntura a 
cada elemento, as relações desse elemento também são válidas para 
seus respectivos meridianos. 
Desta forma então a madeira (F/VB) é a mãe do fogo 
(C/ID/CS/TA) e este é seu filho, o fogo é o pai da terra (Bp/E) e esta é 
sua filha a terra é a mãe do metal (P/IG) e este é seu filho, o metal é o 
pai da água (R/B) e esta é sua filha, e por final a água é a mãe da 
madeira e esta é sua filha. 
 
 Alegoricamente podemos dizer desta maneira: 
A madeira serve de combustível para a geração do fogo, o fogo 
 
consome a madeira e produz as cinzas que formam a terra, no interior 
da terra encontramos os metais, próximo aos metais encontramos 
fontes de água e as fontes de água molham as plantas e desta forma 
temos mais madeira para novamente alimentar o fogo, e o ciclo 
continua de maneira ininterrupta. 
 
 
PATOLOGIA 
 
Embora as causas das doenças sejam numerosas, do ponto de 
vista fisiológico, para a conceituação energética elas podem ser 
classificadas facilmente sob de três fatores: causas externas, internas e 
outras causas. 
Estudando as causas externas, são feitas as descrições dos “cinco 
males clássicos" que representam os extremos do clima e como eles 
afetam o corpo (vento, calor, umidade, secura, frio). As causas internas 
são por excessos das emoções (raiva, alegria, preocupação, melancolia 
e medo). Outras causas, esta terceira classificação abrange várias 
causas e inclui dieta, fadiga excessiva, venenos, lesões traumáticas, 
mordidas de animais e insetos, etc. 
 
OITO PRINCÍPIOS 
 
As oito classificações antigas para todas as doenças ainda são: 
- Yin ou Yang 
- Frio ou Quente 
 
 - Interno ou Externo 
 - Hipofunção (Xu) ou Hiperfunção (Shi) 
 
O princípio destas oito classificações é uma aplicação direta e 
importante do princípio do Yin-Yang. É a ferramenta para distinção de 
sintomas, reconhecimento pelo pulso, como também para a aplicação 
correta de métodos de tratamento (Classificando os sinais e sintomas, a 
natureza da doença, se é o resultado de Yin excessivo ou Yang 
excessivo) e decisão de tratamento. 
Na prática clínica, a localização e classificação da doença conforme 
estes princípios são de importância extrema. Sem um diagnóstico 
correto, não há nenhum modo de saber qual técnica a aplicar e o 
trabalho terapêutico será em vão. 
 
DIAGNÓSTICO 
 
Métodos que localizam o curso de uma doença e nos ajudam a entender 
sua classificação: 
• (a) Observação do paciente (Abertura e Nutrição) 
• (b) anamnese pelos 5 elementos; 
• (c) Interrogatório do paciente; 
 
Da observação nós podemos ver o estado energético ou 
consciente do paciente, as expressões faciais e cores, postura do corpo 
e estrutura, coloração da língua e condições de pele, etc. Da voz nós 
podemos notar o nível de energia. Do interrogatório nós podemos obter 
informação sobre as a relação do Yin e do Yang no corpo do paciente. 
 
 
O USO DE CLASSIFICAÇÃO NO DIAGNÓSTICO 
TRADICIONAL 
 
O processo de diagnóstico normalmente começa quando o 
paciente entra em nosso consultório. O acupunturista treinado observará 
muitas coisas durante o pequeno intervalo até o interrogatório formal 
começar. Primeiro há a marcha do paciente. Deformidade ou dor serão 
imediatamente óbvias - o paciente pode estar mancando ou pode 
segurar a cabeça de uma maneira rígida ou pode segurar um casaco de 
uma maneira desajeitada, e assim demonstrar alguns dos problemas. 
Porém, há posturas mais sutis, mas da mesma maneira, 
significativas que o acupunturista tem que aprender depressa a 
interpretar corretamente. Entre estes estão as posturas de emoção 
extrema, como intenso pesar ou raiva. Para a filosofia tradicional 
chinesa, as emoções são os produtos dos órgãos e se tornarão mais 
pronunciados quando o órgão estiver doente. Por exemplo, um homem 
bravo tem dificuldade provavelmente com o fígado; o medo com os rins 
doentes - e assim por diante. 
Emoções fortes tirarão freqüentemente o corpo de seu equilíbrio 
normal e as tensões eventualmente provocam mudanças patológicas. A 
postura típica de timidez é defensivamente de ombros protusos a frente. 
Até mesmo uma fixação secundária como esta pode produzir uma 
tensão eventual no tecido circunvizinho e gerar bursites, problemas de 
garganta, etc. 
Naturalmente quando a entrevista começa, outros sinais e 
sintomas aparecerão. O paciente pode ser questionado, as pulsações 
 
dele podem ser sentidas, a coloração dele pode ser observada e 
assim por diante. 
A Doença não é definida pelas condições de sintomas, mas em 
termos do funcionamento interno entre os órgãos e vísceras. Em vez de 
uma ênfase nos sintomas e a remoção direta deles, os sintomas são 
tratados, mas a ênfase é para o desequilíbrio interno. Por exemplo, a 
gripe pode ser tratada com aspirina. Porém, para a acupuntura, esses 
sintomas particulares podem ser indicativos de hiperatividade nos 
intestinos, nos pulmões, uma hipoatividade do fígado, rim, etc.. 
Naturalmente cada destas condições seria tratada diferentemente 
pela acupuntura. A decisão sobre a localização e tipo da causa da 
doença é a meta básica do diagnóstico chinês. Para facilitar, o corpo é 
dividido em áreas, orifícios e sensações que são governadas por um dos 
seis órgãos: quer dizer, um desequilíbrio dentro do fígado, afetará os 
olhos, tendões; considerando que um desequilíbrio dos rins afetará as 
orelhas, ossos, e outras áreas superficiais. 
Porque é dito que todas as partes e funções do corpo são 
relacionadas e são afetadas pelos órgãos e vísceras, a terapêutica 
chinesa se preocupa mais em localizar e tratar o órgão doente que os 
sintomas externos (quando falamos de órgãos e vísceras na verdade 
estamos falando dos meridianos de acupuntura que se ligam a eles, e 
não necessariamente a estrutura somática). Assim, embora possam ser 
abordados os problemas da orelha localmente por acupuntura, a ênfase 
principal estará em usar pontos que ajudam as atividades dos rins. 
Semelhantemente, serão tratados problemas oculares crônicos pelo 
fígado. Porém, há ocasiões quando uma doença local é contida e o 
órgão que governa a parte doente não é afetado. 
 
Estas condições são normalmente agudas - como uma infecção no 
olho. Outro tipo de patologia é quando o órgão sob ataque ainda 
tem a habilidade para resistir fortemente. Este é um fenômeno cotidiano 
e pode ser visto facilmente quando a pessoa vigorosamente encolhe os 
ombros em um resfriado leve. Por exemplo, o órgão ainda está forte, e 
ainda pode ser fortalecido para resistir a doença. Mas se o órgão ou 
área é debilitada e suscetível, então a doença deve ser trazida depressa 
a superfície. 
Qualquer um dos oito métodos pode ser usado em quaisquer dos 
quatro processos do tratamento. Uma doença que produz sintomas de 
hiperfunção é chamada uma doença de Shi; considerando que Xu é um 
termo para uma doença que causa hipofunção. A classificação de Shi e 
Xu segue a observação de certos sintomas agudos comosuar, 
temperatura do corpo, coloração, freqüência respiratória e 
especialmente às condições da pulsação. 
O método atual de tratamento é ditado então por este diagnóstico 
de uma condição Xu ou Shi. Naturalmente uma doença Xu não será 
tratada com métodos que acalmam ou esfriam (sedação) e uma doença 
Shi não é tratada com o calor (tonificação). 
Finalmente a constituição do paciente deve ser avaliada. Talvez na 
prática clínica, pode acontecer que dez por cento dos pacientes 
necessitem ter a energia fortalecida antes de qualquer tratamento por 
acupuntura. Este fortalecimento é realizado por ervas, massagem, 
exercícios e outras terapias. 
Em resumo o diagnóstico tem um significado diferente a 
terapêutica chinesa: 
 
 
(1) enquanto a contraparte Ocidental se preocupa em definir um 
grupo de sintomas como uma doença particular, o Oriental está 
usando os sintomas como indicadores do desequilíbrio interno. 
 
(2) a terapêutica ocidental trata pelo uso de medicamentos particulares 
para cada doença. Isto pode e também acontecer com a terapêutica 
Oriental, mas em um grau muito menos freqüente. Ao invés, a 
concentração de esforços está em restabelecer a homeostasia interna na 
convicção que uma vez que esse fim é alcançado, os sintomas serão 
removidos. Como uma convicção concomitante, o tradicionalista vê 
também as doenças como variações em alguns tipos básicos de 
desequilíbrios. 
(3) a atitude e a vida emocional é gerada e é mantida pelos órgãos 
físicos. 
 
Essa “nova” maneira de enxergar o corpo e as funções orgânicas 
deverá progressivamente ser absorvida pelo estudante de acupuntura.

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