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CURSO DE FORMAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO LATO SENSU EM ACUPUNTURA SISTÊMICA MÓDULO TAOISMO E ACUPUTNURA: INTRODUÇÃO A FILOSOFIA CHINESA FILOSOFIA CHINESA INTRODUÇÃO Homem pode ser entendido em muitos aspectos: como uma alma que habita um corpo físico, como um jogo de reações químicas, como um jogo de campos de força, como uma máquina autossustentada por sangue, músculos, osso, órgãos e etc.. Durante muitos anos, a ciência ocidental proporcionou ao mundo descrições inacreditavelmente detalhadas do organismo humano, atividades glandulares e muitas outras em nível químico/molecular. A forma de funcionamento do corpo físico e de suas partes nunca foi tão meticulosamente examinada. Como então, um sistema filosófico, espera igualar ou superar a existência deste formidável corpo de conhecimentos? Naturalmente a resposta é complexa, mas pode ser entendida se nós, que somos considerados, seres intelectualmente soberanos quisermos entender. Normalmente, embora nosso "conhecimento geral", ocidentalizado torna muito difícil o pensamento de um homem físico diferente de uma máquina, que pode perder algumas partes, ser desmontado e reajuntado. Nosso conhecimento do mundo físico, porém, está distante do avanço do pensamento científico. Nos reinos da física onde a diferenciação entre massa e energia perdeu o significado, novamente nós nos deparamos com a premissa básica do pensamento chinês de dois mil anos, propondo que "Entre o céu e terra há apenas leis e energias". Aqui nós temos a proposição que diz que, do mais refinado dos elementos, nós possuímos somente a energia e as leis que governam sua manifestação. Além disso, a medicina chinesa nomeia duas cargas fundamentais desta energia o Yin e o Yang, que são considerados como as propriedades negativas e positivas da mesma força. Estas ideias, de polaridades e de complementariedade, não são pouco conhecidas ao químico e ao físico moderno. Por causa desta ênfase na energia intrínseca em lugar da forma exterior, a Filosofia Tradicional Chinesa foi fundamentada na razão e na interação de forças que governam a saúde humana. A doença foi considerada como um bloqueio ou distorção da energia vital, enquanto que, as causas das doenças são relacionadas com as emoções e com as mudanças climáticas. No passado, esta atitude foi perpetuada pelos Chineses e a falta concomitante de pesquisas científicas, para parear este conhecimento empírico com as relações fisiológicas atuais, produziu um pilar teórico obscuro para a mente ocidental. Há mais de dois mil anos atrás, os processos fisiológicos principais de digestão, filtração do sangue, oxigenação e os efeitos psicotraumáticos, não só foram descritos em detalhes, mas foram citadas suas causas e efeitos, que só estão sendo descobertos agora através das pesquisas. Realmente, qualquer estudante sério de ambos os sistemas descobre isso depressa, e vê que, a diferença para a fisiologia é freqüentemente baseada nada mais além de semântica. Nesse sentido, em muitas áreas não pode haver nenhuma real discordância, porque também o conhecimento ocidental, ainda tem que avançar no seu corpo teórico para que haja um emparelhamento com oriental. Isto se aplica particularmente às relações do homem com o seu ambiente e os efeitos fisiopatológicos desencadeados em relação às alterações ambientais. A prática terapêutica chinesa é intimamente relacionada com a filosofia chinesa, neste sentido é virtualmente impossível separar os dois nas situações clínicas. A diagnose está baseada na compreensão de certas leis que governam a moral do homem como também a saúde física. Os órgãos do corpo humano são considerados como manifestações físicas da energia, que também gera o fenômeno natural como a madeira, o fogo, o metal, a água e a terra. A homeostasia interna é comparada com o mesmo mecanismo de balanceamento que opera mudanças climáticas e sazonais. O diagnóstico não é a nomeação de uma condição específica de doença, mas obstante uma definição do "clima interno", quer dizer, o estado das energias dentro do homem, a interação ou sua falta de comunicação. Os métodos de cura são divididos em três seções principais: Prevenção e tratamento (Tai Chi, Chi Kung), Terapêutica Interna (Fitoterapia), Terapêutica Externa (Acupuntura). Porém, estes métodos são de importância quase secundária ao diagnóstico. Realmente, podem ser freqüentemente usados à acupuntura, a massagem ou a fitoterapia com igual eficiência na mesma condição patológica. Assim, o massagista chinês, ou acupunturista, ou fitoterapêuta, usará o mesmo método de prognóstico e diagnóstico nos tratamentos, embora técnicas diferentes serão dirigidas ao mesmo fim: a restauração da energia interna para os estados naturais. Realmente, plantas são prescritas usando os mesmos critérios para a escolha de vários pontos de acupuntura. Pode ser visto então, que o estudo da filosofia terapêutica chinesa constitui muito mais que uma diversão nos reinos da especulação teórica. Filosofia é a condição posta para o diagnóstico chinês e sem isto, o significado de técnicas como fitoterapia, acupuntura, etc., não podem ser entendidos. INTRODUÇÃO À FILOSOFIA TERAPÊUTICA CHINESA O sistema terapêutico chinês tem muitas características particulares. Ambos, teoria e prática, podem localizar caminhos diretos que nos conduzem dos dias modernos á pré-história. Embora de mãos dadas, com a finalidade deste curso eles são tratados como seções separadas de estudo na aplicação prática e teórica. Para entender a terapêutica chinesa, nós devemos estar completamente familiarizados com os muitos aspectos da teoria na qual esta é apoiada. Estes aspectos colocam grande ênfase na inter-relação do homem com o seu ambiente e seus hábitos. É básico a todo pensamento chinês que o fenômeno da vida é uma série de atividades interconectadas, que nunca podem ser examinadas ou podem ser tratadas independentemente. Assim o estudo do homem completo e as relações externas são a base prática do diagnóstico e do tratamento. Saber anatomia e fisiologia, não é bastante para estudar a localização e funções dos órgãos internos, também é essencial conhecer os mecanismos de intercomunicação pelos meridianos de acupuntura, e como eles se comunicam com o ambiente externo. Nós também temos que estudar como a doença pode se deslocar de uma parte a outra do corpo e as relações dos órgãos (órgãos e vísceras) durante os períodos de mudança patológica, como também na saúde. Se nós entendemos que estas interações podem nos permitir controlar o corpo pela manipulação de uma parte ou de um órgão, o estudo destas comunicações internas e externas e as inter-relações dos órgãos constituem o objetivo central de toda a teoria chinesa. Em todas as ciências nós precisamos de teorias para unir fenômenos observáveis em um todo coerente. As teorias fundamentais são as Interações entre Yin-Yang e o ciclo dos Cinco Elementos. Estas duas teorias em combinação, explicam as inter-relações encontradas na fisiologia, patologia e psicologia e a causa de sua importância na prática clínica. Em conjunto, constituem a base teórica na qual se apoia todas as técnicas e práticas encontradas na ciência chinesa. ÂMBITO DE TEORIA CHINESA De discussões teóricas para prática clínica, da prevenção para o tratamento de doenças, a terapêutica chinesa é centrada ao redor de uma escola de pensamento importante e sem igual. Incluído as relações fundamentais entre o homem e os ambientes sazonais e geográficos. Estas relações são essenciais a todo tecido e órgão importante em nosso corpo, e junto eles formam o corpo da teoria terapêutica chinesa. O estudante de acupuntura deveria incorporar estas ideias completamente antes de entrar na descrição detalhada da fisiologia, patologia,sintomatologia ou diagnóstico. Yin e Yang: Na constituição ou propriedade de todo objeto ou coisa, deve haver um par de opostos ou aspectos contrastantes. Yin e Yang são assim, a generalização destes dois aspectos antagônicos. Mas opondo-se um ao outro eles são inter-relacionados. Então nós dizemos que a relação entre Yin e Yang é a oposição para a complementação. Eles podem ser usados para descrever as mudanças e variações em todas as coisas ou propriedades. Esta é a teoria de Yin-Yang. Exemplos na Natureza: - Yang: dia, sol, verão, calor. - Yin: noite, lua, inverno, frio. Exemplos no corpo: -Yang: região dorsal, superior, vísceras, energia. - Yin: região frontal, inferior, órgãos, sangue. Exemplos nos sintomas: -Yang: ativo, forte, quente, seco, agudo. - Yin: passivo, fraco, frio, úmido, crônico. Todas as coisas podem ser classificadas sob o título de Yin e Yang. Assim, esse princípio de Yin-Yang constitui um padrão de classificação para todas as coisas e mudanças. Podemos perceber que a compreensão do conceito de Yin-Yang através da utilização de adjetivos auxilia nossa mente ocidental a estabelecer a diferença entre ambos. Entretanto, para o pensamento chinês, os ideogramas (desenhos que representam ideias) originais de ambos os conceitos, são ferramentas muito mais abrangentes para a total representação do conceito. Ideogramas representativos do Yin (A) e do Yang (B). As figuras estabelecem à relação de uma montanha com a incidência da luz solar. No ideograma representativo do Yin (A) entre a montanha e a luz solar existe nuvens, dessa maneira a face da montanha fica escura. No ideograma representativo do Yang, as nuvens não estão presentes, e os raios solares iluminam a face da montanha. Para entendermos a fundo o conceito, precisamos analisar os elementos (montanha, nuvens, sol) que foram utilizados na constituição dos ideogramas. O único objeto que não é móvel é a montanha, por isso foi utilizado como o ponto de comparação, mas tanto as nuvens como o sol são objetos móveis. Isso quer dizer, que algo que está Yin, poderá em outro momento estar Yang (p. ex: ao longo de um dia o sol se move e pode iluminar a face da montanha que estava escura e Yin, agora esta A B se torna Yang; as nuvens podem ser movidas pelo vento e a face Yin se torna Yang) e algo que está Yang poderá se tornar Yin. Esse conceito de mutabilidade dos estados Yin e Yang é o conceito fundamental para o entendimento da mutabilidade das energias e da manutenção da saúde e o surgimento da doença. Dessa maneira nada deve ser considerado unicamente Yin e Yang, Yin e Yang são estados que podem ser mudados. Por ex.: a temperatura do nosso corpo deve permanecer entre 36,5o e 37o (estado de equilíbrio Yin-Yang), quando a temperatura se eleva estamos com excesso de Yang ou se a temperatura fica abaixo do estado de equilíbrio excesso, de Yin ou insuficiência de Yang. ENERGIA (Qi, Chi) O acupunturista deverá então, equilibrar os estados alterados do Yin e do Yang no corpo do seu paciente, para que o equilíbrio possa voltar a se estabelecer. Yin e Yang são considerados, para a Filosofia Chinesa, as Energias Vitais do nosso organismo. Por outro lado, precisamos deixar claro que o termo energia, mais uma vez, surgiu da interpretação de um ideograma. Essa “figura” está apresentada abaixo: Ideograma representativo da “energia”. A) Fogo, B) Panela, C) tampa deslocada para o lado e D) vapor da fervura. Dessa maneira, o vapor produzido pela ação do fogo foi interpretado no ocidente como Energia. Possivelmente, essa é uma contribuição do acupunturista francês Soulié de Morant. Soulié foi embaixador da França na China, e por ser sinólogo, e ter se apaixonado pela acupuntura, traduziu os principais clássicos da acupuntura para a língua francesa e é o responsável pela maior parte das nomenclaturas da acupuntura que utilizamos no ocidente. Na China, Yin e Yang são os vapores vitais. Como uma introdução as energias humanas, a manifestação da energia no corpo humano é (yang) e do sangue (yin), ainda devem ser complementada pelos líquidos orgânicos Jin (yang) e Ye (yin). Assim o Yin é responsável para nutrir o corpo enquanto a energia mantém as funções do corpo. Existe ainda mais um conceito de energia (yang) a Wei, que é equivalente aos mecanismos protetores do corpo. A circulação da manifestações (energia e sangue) segue os canais dos meridianos, a Wei fica na superfície de nossa pele como uma capa protetora. Existem outras energias em nosso organismo, que por motivos de tempo não serão abordadas nesse curso. A B C D MERIDIANOS DE ACUPUNTURA Os Meridianos de acupuntura são vias que distribuem as energias dos órgãos para todas as partes do corpo. Estas vias energéticas passam externamente na pele e também passam profundamente no corpo até chegar aos órgãos. Embora eles não possuam nenhum anteparo físico equivalente (como nervos vasos sanguíneos, etc), pesquisas demonstraram que existe uma marcada diminuição da resistência elétrica na pele ao longo destes caminhos. Acupunturistas podem fazer uso de equipamentos eletrônicos e rastrear estes meridianos e achar os "pontos de acupuntura" que se mostram como áreas de intensa condutividade microelétricas (baixa resistência elétrica na pele). Estes pontos, localizados com aparato tecnológico, são exatamente coincidentes com os pontos de acupuntura descritos tradicionalmente nos livros antigos. Acreditamos que a energia comunica-se com o homem pelos meridianos e que patologias são desequilíbrios ou desorganizações da energia dentro de seu meridiano, órgão, víscera ou ambos. A progressão de uma doença é a desorganização das energias em uma sucessão definida de meridianos. Existem diversos tipos de meridianos de acupuntura em nosso corpo. Abaixo as figuras são referencias dos 12 meridianos principais de acupuntura. É através desses meridianos, que a nossa energia é produzida e estocada. As pranchas dos meridianos acima fazem parte do software Acupuntura SAE – Meridianos Principais, utilizado no curso de formação e de especialização Lato Senso em acupuntura no IPESCURSOS. Desenvolvimento: Guilherme Bertolino, Josie Resende da Silva, Marcelo Lourenço da Silva, Fernanda Lopes Buiatti de Araujo e João Eduardo de Araujo. Os 12 meridianos principais de acupuntura se conectam em pares de meridianos acoplados. O acoplamento faz referencia a união desses meridianos através de canais colaterais, também chamados de Lo. O acoplamento irá permitir mais a frente à união desses meridianos com os elementos da teoria dos cinco elementos. Os meridianos conectam os órgãos com a periferia. Assim eles são os canais de conexão entre todas as partes do corpo humano. O crescimento e desenvolvimento do corpo são dependentes da “irrigação” de tais meridianos CINCO ELEMENTOS Em conjunto com o princípio de Yin e Yang, a teoria dos Cinco Elementos ou Cinco Movimentos constitui a coluna vertebral da filosofia terapêutica chinesa. A teoria dos Cinco Elementos emprega as propriedades simbólicas de cinco substâncias naturais para classificar tudo na Natureza. Estes cinco elementos são: o metal, a água, a madeira, o fogo e a terra. Masnão é a substância, mas obstante, as conotações abstratas que separam as cinco categorias que devem ser absorvidas. Embora a relação da teoria dos Cinco Elementos e o princípio Yin e Yang não sejam óbvios, a teoria dos Cinco Elementos também confirma o conceito de Yin e Yang. Quer dizer, a última meta dos Cinco Elementos é atingir o estado de equilíbrio de Yin e Yang. Assim o desequilíbrio de Yin e Yang em nosso corpo será refletido nas interações dos Cinco Elementos, desta maneira, podemos projetar métodos de tratamento para os desequilíbrios de Yin-Yang, nos padrões dos Cinco Elementos. Figura representativa da lei dos cinco elemento Os elementos se sucedem na circulação energética, desta forma um elemento passa a ser a mãe que gera o predecessor e este passa a ser o filho do gerador. Quando inserimos os meridianos de acupuntura a cada elemento, as relações desse elemento também são válidas para seus respectivos meridianos. Desta forma então a madeira (F/VB) é a mãe do fogo (C/ID/CS/TA) e este é seu filho, o fogo é o pai da terra (Bp/E) e esta é sua filha a terra é a mãe do metal (P/IG) e este é seu filho, o metal é o pai da água (R/B) e esta é sua filha, e por final a água é a mãe da madeira e esta é sua filha. Alegoricamente podemos dizer desta maneira: A madeira serve de combustível para a geração do fogo, o fogo consome a madeira e produz as cinzas que formam a terra, no interior da terra encontramos os metais, próximo aos metais encontramos fontes de água e as fontes de água molham as plantas e desta forma temos mais madeira para novamente alimentar o fogo, e o ciclo continua de maneira ininterrupta. PATOLOGIA Embora as causas das doenças sejam numerosas, do ponto de vista fisiológico, para a conceituação energética elas podem ser classificadas facilmente sob de três fatores: causas externas, internas e outras causas. Estudando as causas externas, são feitas as descrições dos “cinco males clássicos" que representam os extremos do clima e como eles afetam o corpo (vento, calor, umidade, secura, frio). As causas internas são por excessos das emoções (raiva, alegria, preocupação, melancolia e medo). Outras causas, esta terceira classificação abrange várias causas e inclui dieta, fadiga excessiva, venenos, lesões traumáticas, mordidas de animais e insetos, etc. OITO PRINCÍPIOS As oito classificações antigas para todas as doenças ainda são: - Yin ou Yang - Frio ou Quente - Interno ou Externo - Hipofunção (Xu) ou Hiperfunção (Shi) O princípio destas oito classificações é uma aplicação direta e importante do princípio do Yin-Yang. É a ferramenta para distinção de sintomas, reconhecimento pelo pulso, como também para a aplicação correta de métodos de tratamento (Classificando os sinais e sintomas, a natureza da doença, se é o resultado de Yin excessivo ou Yang excessivo) e decisão de tratamento. Na prática clínica, a localização e classificação da doença conforme estes princípios são de importância extrema. Sem um diagnóstico correto, não há nenhum modo de saber qual técnica a aplicar e o trabalho terapêutico será em vão. DIAGNÓSTICO Métodos que localizam o curso de uma doença e nos ajudam a entender sua classificação: • (a) Observação do paciente (Abertura e Nutrição) • (b) anamnese pelos 5 elementos; • (c) Interrogatório do paciente; Da observação nós podemos ver o estado energético ou consciente do paciente, as expressões faciais e cores, postura do corpo e estrutura, coloração da língua e condições de pele, etc. Da voz nós podemos notar o nível de energia. Do interrogatório nós podemos obter informação sobre as a relação do Yin e do Yang no corpo do paciente. O USO DE CLASSIFICAÇÃO NO DIAGNÓSTICO TRADICIONAL O processo de diagnóstico normalmente começa quando o paciente entra em nosso consultório. O acupunturista treinado observará muitas coisas durante o pequeno intervalo até o interrogatório formal começar. Primeiro há a marcha do paciente. Deformidade ou dor serão imediatamente óbvias - o paciente pode estar mancando ou pode segurar a cabeça de uma maneira rígida ou pode segurar um casaco de uma maneira desajeitada, e assim demonstrar alguns dos problemas. Porém, há posturas mais sutis, mas da mesma maneira, significativas que o acupunturista tem que aprender depressa a interpretar corretamente. Entre estes estão as posturas de emoção extrema, como intenso pesar ou raiva. Para a filosofia tradicional chinesa, as emoções são os produtos dos órgãos e se tornarão mais pronunciados quando o órgão estiver doente. Por exemplo, um homem bravo tem dificuldade provavelmente com o fígado; o medo com os rins doentes - e assim por diante. Emoções fortes tirarão freqüentemente o corpo de seu equilíbrio normal e as tensões eventualmente provocam mudanças patológicas. A postura típica de timidez é defensivamente de ombros protusos a frente. Até mesmo uma fixação secundária como esta pode produzir uma tensão eventual no tecido circunvizinho e gerar bursites, problemas de garganta, etc. Naturalmente quando a entrevista começa, outros sinais e sintomas aparecerão. O paciente pode ser questionado, as pulsações dele podem ser sentidas, a coloração dele pode ser observada e assim por diante. A Doença não é definida pelas condições de sintomas, mas em termos do funcionamento interno entre os órgãos e vísceras. Em vez de uma ênfase nos sintomas e a remoção direta deles, os sintomas são tratados, mas a ênfase é para o desequilíbrio interno. Por exemplo, a gripe pode ser tratada com aspirina. Porém, para a acupuntura, esses sintomas particulares podem ser indicativos de hiperatividade nos intestinos, nos pulmões, uma hipoatividade do fígado, rim, etc.. Naturalmente cada destas condições seria tratada diferentemente pela acupuntura. A decisão sobre a localização e tipo da causa da doença é a meta básica do diagnóstico chinês. Para facilitar, o corpo é dividido em áreas, orifícios e sensações que são governadas por um dos seis órgãos: quer dizer, um desequilíbrio dentro do fígado, afetará os olhos, tendões; considerando que um desequilíbrio dos rins afetará as orelhas, ossos, e outras áreas superficiais. Porque é dito que todas as partes e funções do corpo são relacionadas e são afetadas pelos órgãos e vísceras, a terapêutica chinesa se preocupa mais em localizar e tratar o órgão doente que os sintomas externos (quando falamos de órgãos e vísceras na verdade estamos falando dos meridianos de acupuntura que se ligam a eles, e não necessariamente a estrutura somática). Assim, embora possam ser abordados os problemas da orelha localmente por acupuntura, a ênfase principal estará em usar pontos que ajudam as atividades dos rins. Semelhantemente, serão tratados problemas oculares crônicos pelo fígado. Porém, há ocasiões quando uma doença local é contida e o órgão que governa a parte doente não é afetado. Estas condições são normalmente agudas - como uma infecção no olho. Outro tipo de patologia é quando o órgão sob ataque ainda tem a habilidade para resistir fortemente. Este é um fenômeno cotidiano e pode ser visto facilmente quando a pessoa vigorosamente encolhe os ombros em um resfriado leve. Por exemplo, o órgão ainda está forte, e ainda pode ser fortalecido para resistir a doença. Mas se o órgão ou área é debilitada e suscetível, então a doença deve ser trazida depressa a superfície. Qualquer um dos oito métodos pode ser usado em quaisquer dos quatro processos do tratamento. Uma doença que produz sintomas de hiperfunção é chamada uma doença de Shi; considerando que Xu é um termo para uma doença que causa hipofunção. A classificação de Shi e Xu segue a observação de certos sintomas agudos comosuar, temperatura do corpo, coloração, freqüência respiratória e especialmente às condições da pulsação. O método atual de tratamento é ditado então por este diagnóstico de uma condição Xu ou Shi. Naturalmente uma doença Xu não será tratada com métodos que acalmam ou esfriam (sedação) e uma doença Shi não é tratada com o calor (tonificação). Finalmente a constituição do paciente deve ser avaliada. Talvez na prática clínica, pode acontecer que dez por cento dos pacientes necessitem ter a energia fortalecida antes de qualquer tratamento por acupuntura. Este fortalecimento é realizado por ervas, massagem, exercícios e outras terapias. Em resumo o diagnóstico tem um significado diferente a terapêutica chinesa: (1) enquanto a contraparte Ocidental se preocupa em definir um grupo de sintomas como uma doença particular, o Oriental está usando os sintomas como indicadores do desequilíbrio interno. (2) a terapêutica ocidental trata pelo uso de medicamentos particulares para cada doença. Isto pode e também acontecer com a terapêutica Oriental, mas em um grau muito menos freqüente. Ao invés, a concentração de esforços está em restabelecer a homeostasia interna na convicção que uma vez que esse fim é alcançado, os sintomas serão removidos. Como uma convicção concomitante, o tradicionalista vê também as doenças como variações em alguns tipos básicos de desequilíbrios. (3) a atitude e a vida emocional é gerada e é mantida pelos órgãos físicos. Essa “nova” maneira de enxergar o corpo e as funções orgânicas deverá progressivamente ser absorvida pelo estudante de acupuntura.