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Ciência Política e Teoria Geral do Estado Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Marize Oliveira dos Reis Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Revisão Técnico: Prof. Dr. Reinaldo Zychan O Estado O Estado • Conhecer a concepção de Estado e seus elementos indissociáveis; • Demonstrar capacidade argumentativa; • Compreender o Estado como objeto em constante evolução. OBJETIVOS DE APRENDIZADO • O Estado como Sociedade Política; • O Conceito de Estado; • Noções do Conceito de Poder Constituinte e Constituição; • Os Elementos Constitutivos do Estado; • A Evolução do Estado. UNIDADE O Estado O Estado como Sociedade Política O estudo da origem das Sociedades nos leva à compreensão de que os homens que buscam os mesmos objetivos tendem a se unir para a sua consecução. Assim, diante da análise das finalidades, dos objetivos de cada grupo social, pode- mos encontrar duas categorias de sociedades, sendo elas: • Sociedades com fins particulares: seriam aquelas que possuem atividades voltadas para alcançar a finalidade de sua formação, que foi definida livre e ra- cionalmente pelos indivíduos que a compõem; • Sociedades de fins gerais: seriam aquelas que possuem como finalidade a formação de oportunidades para que seus componentes possam concretizar seus objetivos privados, ainda que de forma indefinida e sem a necessidade da manifestação de um aceite. Seriam as Sociedades de fins gerais as chamadas Sociedades Políticas, vez que não se voltam apenas para uma finalidade específica, mas sim para todas as ativida- des sociais da comunidade. A Sociedade Política, como Sociedade de fins gerais, é aquela que tem como objetivo promover oportunidades para que os seus membros alcancem suas fina- lidades particulares, por meio da preocupação com todas as ações dos indivíduos, conduzindo-os em razão do bem comum. A união das vontades e dos esforços conjuntos faz nascer uma Sociedade, uma nova pessoa artificial, que existe de forma autônoma dos indivíduos que a compõem. Tal Sociedade, dotada de personalidade jurídica, age independentemente, em prol dos interesses sociais, que devem predominar diante de possíveis interesses individu- ais que possam interferir na consecução de seus fins. Para alcançar a convivência harmônica na Sociedade Política, faz-se necessária a imposição de restrições aos direitos individuais, estabelecendo um ordenamento que direcione as condutas e evite que cada membro tome decisões egoístas que provo- quem caos social. Figura 1 – A sociedade política Fonte: Getty Images 8 9 É necessário que, para o sucesso da Sociedade Política, exista um acordo de von- tade, um Contrato Social entre os indivíduos que a compõem, e normas de conduta capazes de manter a ordem social. Por sua vez, para que as Normas sejam respeitadas e cumpridas, é necessária a existência de um poder que as assegure. “Ubi societas ibi jus, ac potestas”, ou seja, “Onde há sociedade, deve haver necessariamente o direito, mais poder”. Seria ineficiente a existência de normas de conduta destinadas à harmonia social se não se identificasse um poder capaz de garantir o seu cumprimento. O poder é a capacidade de unilateralmente determinar uma vontade. É a imposi- ção de uma vontade, por meio de uma coação física ou moral, a alguém impedido de resistir. Ainda, ao abordarmos o tema do poder, não se deve confundi-lo com autoridade, vez que o primeiro é aquele que se impõe por meio da coação física ou moral, já o segundo, a autoridade, é aquela desempenhada por meio do respeito e do reconhecimento que algumas pessoas ou órgãos possuem ao emanarem ordens. Assim: O poder repousa, outrossim, em uma ideia oriunda da consciência cole- tiva existente no grupo; com efeito, assevera: ‘Em sua profunda essência, é o poder a encarnação dessa ideia, que representa, no grupo, a ordem social desejável; é uma força nascida da consciência coletiva e destinada a assegurar a perenidade do grupo, a conduzi-lo na procura do que é con- siderado útil e hábil, a impor aos membros a atitude que comanda esta procura; esta definição evidencia os dois elementos do poder: uma força e uma ideia. (FILOMENO, 2019, p. 164) Assim, para que o poder seja exercido em uma Sociedade Política, impondo as normas de conduta, é necessário que, além da coerção, exista um consentimento por parte dos membros que reconhecem, naquele que os governa, a autoridade e o merecimento do seu respeito, por lhes proporcionar a proteção pretendida. A esse respeito e reconhecimento de autoridade por parte dos membros da Socie- dade Política damos o nome de legitimidade. Nas palavras de Filomeno (2019) “Poder é, sim, a imposição real e unilateral de uma vontade, mas legitimada pelo consentimento de seus destinatários, em face da consciência de que sua submissão é essencial à manutenção da ordem social”. O poder do Estado é uma força que desponta do entendimento coletivo, destinada a manter uma ordem social desejável. 9 UNIDADE O Estado O Conceito de Estado O Estado é a sociedade política, criada pelos homens, para a manutenção da coexistência pacífica dos indivíduos, a ordem social, de forma que os indivíduos con- sigam se desenvolver e proporcionar o bem-estar a toda a Sociedade. Trata-se da Sociedade política e juridicamente organizada, dotada de soberania, dentro de um território, sob um governo, para a realização do bem comum. Bem comum: Consiste no conjunto de todas as condições de vida social que cons- tituam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana (Papa João XXIII). O Estado é uma entidade com competências, direitos e deveres que se distingue patrimonial e naturalmente dos seus membros, que manifesta vontade social distinta das vontades individuais dos indivíduos que o compõem. Noções do Conceito de Poder Constituinte e Constituição Em Sociedades políticas democráticas, o poder do Estado é traçado pela Consti- tuição, documento jurídico supremo, que determina as normas essenciais de regên- cia do Estado, sobretudo aquelas que tratam de sua estrutura, dos órgãos do poder, do modo de aquisição e do exercício do poder, dos limites de sua atuação. Figura 2 – Assembleia Nacional Constituinte Sessão Parlamentar da Assembleia Nacional Constituinte que estabeleceu a Constituição brasileira de 1988 Fonte: Wikimedia Commons 10 11 Figura 3 – A Constituição. Ulisses Guimarães, Presidente da Câmara dos Deputados, mostrando uma cópia da Constituição promulgada Fonte: Wikimedia Commons A evolução do Estado como Sociedade Política fez nascer a necessidade de deli- berações dos membros da Sociedade, realizadas por meio de representantes, para a definição das normas de condução da Sociedade Política. Assim, nasce a ideia de um Poder Constituinte, um corpo de indivíduos compo- nentes da Sociedade, autorizados a elaborar a Norma que instituiria um novo Estado. O Poder Constituinte é um poder, uma forma ou uma autoridade política, pois não está vinculada a nenhuma ordem jurídica, e sim habilitada, em uma situação concreta, a criar, garantir ou eliminar um Constituição. O poder constituinte é um poder inaugural, distinto dos poderes por ele cons- tituídos, e que cria uma ordem estatal, por meio de uma Constituição escrita, um documento que estabelece a organização do Estado. Alguns doutrinadores, fundamentados no Direito Natural, defendem o Poder Constituinte como um poder de direito, advindo de um direito anterior ao Direito Positivo, e que concederia ao homem a faculdade de se organizar socialmente. Entretanto, os positivistas, autores que apenas consideram Direito aquele que é posto, positivado, entendem o Poder Constituinte como um poder de fato, que se impõe como tal, sem a necessidade de qualquer amparo ou submissão ao chamado Direito Natural. É fato que alguns Estados, inclusive na atualidade, destacando-se com expressões claramente autoritárias, possuem, em seus textos constitucionais, normas que dimi- nuem ou excluemdireitos inerentes ao homem e identificados como direitos naturais, demonstrando que o Poder Constituinte não sofre qualquer limitação, podendo dis- por sobre qualquer tema que entender necessário e sob qualquer forma. 11 UNIDADE O Estado Assim, o Poder Constituinte é o poder inaugural que não se confunde com os po- deres por ele constituídos, e que cria uma nova ordem estatal, por meio de uma Cons- tituição escrita, um documento que estabelece a organização jurídica do novo Estado. Segundo Moraes (2020), constituição é: A Lei fundamental e suprema de um Estrado, que contém normas refe- rentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competên- cias, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. (MORAES, 2020, p. 46) A Constituição é a norma jurídica na qual deve constar: • A forma de Estado; • A forma de Governo; • O sistema de Governo; • O modo de aquisição, exercício e perda do Poder Político; • Os Órgãos de atuação do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário); • Os principais temas da ordem econômica e social; • Os limites à atuação do Estado (Direitos Fundamentais da pessoa humana). Os Elementos Constitutivos do Estado O Estado é uma Sociedade Política em constante evolução e transformação, assu- mindo, em sua evolução, várias formas e tipos. Sob a análise do Estado Democrático de Direito, e tomando como base um modo de conceituar o Estado, estudaremos os elementos que o compõem. É necessário destacar que existem divergências entre os autores e os estudiosos da Teoria Geral do Estado a respeito dos elementos constitutivos do Estado, entendendo alguns serem três elementos, outros, quatro e, ainda, alguns defendem a existência de cinco elementos. Independentemente da opção por um número de elementos necessários ao Estado, veremos que cada um de seus estudiosos, em comum, defende a existência de três elementos, que nunca se apresentam de forma isolada, sendo eles: o povo, o território e a soberania. Povo Povo é o nome do conjunto de pessoas que compõem o Estado. Diz respeito ao conjunto de indivíduos que estão submetidos às mesmas normas jurídicas, que estão vinculados político e juridicamente a um determinado Estado. 12 13 Figura 4 – “Povo”. Obra da artista brasileira Tarsila do Amaral, intitulada Operários Fonte: Wikimedia Commons Assim, trata-se do elemento humano, unido ao Estado pelo vínculo jurídico-polí- tico da nacionalidade. Nacionalidade é o laço que liga um indivíduo a um Estado, fazendo com que esse indivíduo seja um integrante do Estado, tornando-o um componente do povo, titular de direitos e deveres diante da ordem estatal. Cada Estado determina, por meio de sua Constituição, qual o critério adotado para identificar o nacional. O vínculo da nacionalidade pode ser alcançado por um indivíduo de forma origi- nária, ao nascer e independentemente de manifestação estatal, ou de forma adqui- rida, por meio de um processo de naturalização que depende de manifestação da vontade do interessado e da concordância do Estado, que poderá ou não a conceder. O Brasil adota, em regra, o critério ius solis. Entretanto, o Art. 12 da Constituição Federal de 1988 prevê possibilidades em que será considerado brasileiro nato aquele que não nasceu no país (critério misto). Critérios para atribuição de nacionalidade Originária: • Ius Sanguinis (critério sanguíneo ou da consanguinidade): é nacional de deter- minado país o filho de outro nacional, independentemente do local do nascimento; • Ius Solis (critério territorial ou da territorialidade): é nacional aquele que nasce no território do Estado, independentemente da nacionalidade dos pais. Neste momento, é necessário diferenciar dois termos muitos relacionados à ideia de povo e que com ele não devem se confundir: população e nação. 13 UNIDADE O Estado População É um conceito demográfico, quantitativo, que determina o conjunto de pessoas residentes e um determinado território, incluindo os nacionais, os estrangeiros e, até mesmo, os apátridas. Você Sabia? Apátrida é o termo utilizado para designar aquele que perdeu oficialmente sua naciona- lidade, sem adquirir outra, não sendo considerado nacional por qualquer Estado. A população não é condição para a existência de um Estado, pois esta não identi- fica somente o povo, este sim, um conjunto de pessoas dotadas de direitos políticos, sendo os verdadeiros titulares do poder político desse Estado. Nação É o conjunto de pessoas que compartilham traços culturais comuns, tais como origem, costumes, crenças, língua ou religião comum, adquirindo uma mesma iden- tidade sociocultural. Para identificar uma nação, é necessário que um certo grupo de pessoas sejam revestidas do aspecto de comunidade, vinculadas psicológica ou espiritualmente. Assim, observa-se que, dentro de um Estado, podem ser identificadas nações dis- tintas, com grupos que se vinculam socio-culturalmente de forma diversa, mas que que se movimentam em torno de laços comuns, com o objetivo de união. Em sentido diverso, mas colaborando para a distinção do conceito de nação e de povo, é possível identificar que existem nações que não possuem um território espe- cífico ou que ultrapassam os limites do território de um determinado Estado. Território Território é o elemento material, espacial ou físico do Estado, que determina o limite no qual o Estado exerce o seu poder sobre as pessoas e bens. No território, é proibido o exercício de qualquer poder que não seja subordinado ao Estado a que pertence e, da mesma forma, todos aqueles que se encontram em um certo território se submetem às normas jurídicas, ao poder, desse Estado. O território compreende o solo, o subsolo, os rios e os afluentes que cortam o ter- ritório, o mar territorial, a Zona Contígua, a Zona Econômica Exclusiva, a Plataforma Continental, o espaço aéreo, as embarcações e aeronaves públicas e militares, onde quer que estejam, e as embarcações e aeronaves privadas, quando em território não pertencente a outro Estado. 14 15 Figura 5 – Território Fonte: Wikimedia Commons O solo se refere às terras visíveis e é limitado pelas fronteiras com outros Estados e com o mar, já o subsolo é a porção de terras encobertas pelo solo. Os rios e afluentes que cortam o território são aqueles que correm nos limites do Estado. As águas nacionais são reguladas pelo próprio Estado, enquanto as internacionais depen- dem de acordo entre os países envolvidos, que pode disciplinar a livre navegação, a explo- ração econômica e outros temas afetos à área. O mar territorial é a faixa marítima que permeia a porção do solo de um território e no Brasil compreende uma faixa de doze milhas marítima de largura. A zona contígua é o espaço, de 24 milhas marítimas, em que o Brasil pode fiscalizar o cum- primento das leis e regulamentos aduaneiros, de imigração ou sanitários, bem como repri- mir eventuais infrações neste sentido. A zona econômica exclusiva se refere à porção de mar compreendida de 12 a 200 milhas marítimas a partir do litoral, espaço em que o Brasil tem direito exclusivo de exploração econômica, além de alguns direitos de soberania e de jurisdição A plataforma continental compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se es- tendem além do seu mar territorial, até uma distância de duzentas milhas marítimas, onde o Brasil detém direitos de soberania sobre a plataforma continental. O espaço aéreo é definido como o espaço atmosférico acima do território. As aeronaves pú- blicas e militares estão sujeitas à jurisdição do Estado ao qual pertencem onde quer que estejam., enquanto as aeronaves privadas, quando estão em território estrangeiro estão sujeitas à jurisdição do Estado onde se encontram. Quando estiverem em alto-mar ou terri- tório de ninguém, estão sujeitas à jurisdição de seu Estado de origem. O alto-mar é a parto do mar que não pertencente a qualquer Estado (GAMBA, 2019, p. 122). 15 UNIDADE O Estado SoberaniaA Soberania é o exercício do poder do Estado interna e externamente. É o poder do Estado que se manifesta no alcance de sua ordem jurídica a todos aqueles que vivem no território do Estado, além de ser responsável por limitar os poderes de um outro Estado, não admitindo contrariedade dentro do seu território. Figura 6 – Soberania Fonte: Wikimedia Commons Thomas Hobbes, em sua famosa obra Leviatã, descreveu a soberania do Estado como um corpo maciço, composto por muitas pessoas, empunhan- do uma espada e um cajado. O Estado deve ter ampla liberdade para controlar seus recursos, decidir os rumos políticos, econômicos e sociais internamente e não depender de nenhum outro Es- tado ou órgão internacional. A Soberania se manifesta como o poder do Estado de se organizar juridicamente e de impor dentro de seu território a universalidade de suas decisões, nos limites dos fins éticos de convivência. É necessário destacar que o Brasil não se subordina a outra ordem que não a brasileira, ao mesmo tempo que respeita a autodeterminação dos povos e, em suas relações internacionais, acata a independência de outros Estados, que se posicionam em igualdade com o Brasil. 16 17 Teorias a respeito da Soberania • Teoria da Soberania Absoluta do Rei (França – Século XVI): o poder de soberania se confundia com o poder pessoal do Rei e não admitia limitações, sendo exercida de forma absoluta; • Teoria da Soberania Popular: o poder de soberania é de todos que compõem a população, não se restringindo a nacionais ou nacionalizados; • Teoria da Soberania Nacional: o poder de soberania é originário do povo de um determinado Estado, daqueles que possuem vínculo jurídico-político com o Estado, os nacionais. A Evolução do Estado Podemos observar a evolução do Estado por meio da identificação de formas e modelos adotados através dos séculos. Os estudiosos da Teoria Geral do Estado afirmam ser impossível uma análise cronologicamente sucessiva dos modelos de Estados, diferenciando-os a partir de características marcantes em cada época. O estudo dos modelos de Estados já identificados ao longo do tempo é importante para o entendimento do Estado atual e a análise das condições preponderantes de cada modelo nos propicia uma análise mais realista do Estado contemporâneo. Assim, pode-se dizer que, minimamente, identificamos cinco fases de evolução dos Estados, sendo elas: o Estado Antigo, o Estado Grego, o Estado Romano, o Es- tado Medieval e o Estado Moderno; • Estado antigo: também denominado Estado Oriental ou Estado Teocrático, é o modelo de Estado mais remoto, que tem como características marcantes a na- tureza unitária, observada na ausência de qualquer divisão interna ou espacial de suas funções, e a religiosidade, identificada na total influência relgiosa que justifica, na vontade divina, as regras sociais e a autoridade dos governantes, determinando uma relação íntima entre a divindade e o Estado; • Estado grego: é o modelo de Estado caracterizado pela polis, pela cidade- -Estado, uma Sociedade Política de grande expressão, na qual o indivíduo tem posição de destaque, com uma aristocracia política responsável pelas decisões de interesse público. Ainda que diante de uma democracia, as decisões políticas eram reservadas aos indivíduos reconhecidos como cidadãos; • Estado romano: é o modelo de Estado caracterizado por uma base familiar de organização, no qual os patrícios, descendentes daqueles que fundaram o Es- tado, recebiam tratamento privilegiado, participando diretamente do governo. Ainda que lentamente a evolução do Estado romano permitisse que indivíduos oriundos de outras camadas sociais alcançassem direitos políticos, os privilégios a uma base familiar para o povo patrício, continuaram a existir; 17 UNIDADE O Estado • Estado medieval: é o modelo de Estado que surgiu com as invasões bárbaras e se solidificou com a Igreja Romana e a vontade de unidade do povo cristão em uma única Sociedade Política, idealizando um Estado Universal, sobre o qual se aplicariam as mesmas regras público-privadas. Aplica-se o entendimento que a autoridade eclesiástica, da Igreja, é superior à autoridade do Estado, sendo o poder do governante oriundo de Deus. O Estado Medieval é marcado pelo Absolutismo monárquico, no qual a governante atuava com poder soberano, concentrando todas as funções do Estado e se confundido com o próprio Estado, atuando sem qualquer responsabilidade sobre seus atos, sempre justificados em razão do seu cargo; • Estado moderno: é marcado pelo movimento liberal que impôs o reconheci- mento de liberdades individuais por meio de uma ordem constitucional limitado- ra da atuação do Estado e garantidora do respeito aos interesses dos indivíduos. Destaca-se o reconhecimento dos limites territoriais de cada Estado e o respeito à supremacia de cada governo dentro do seu próprio território. soberania, ter- ritório e povo com vínculo jurídico-político passam a ser identificados como elementos do Estado. 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros A Política ARISTÓTELES. A Política. Tradução de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fontes, 1991. Os Seis Livros da República: Livro Primeiro BODIN, J. Os seis livros da república: livro primeiro. Tradução de José Carlos Orsi Morel. São Paulo: Ícone, 2011. Filmes A Vila (2004) Em 1897 uma vila parece ser o local ideal para viver: tranquila, isolada e com os moradores vivendo em harmonia. Porém este local perfeito passa por mudanças quando os habitantes descobrem que o bosque que o cerca esconde uma raça de misteriosas e perigosas criaturas, por eles chamados de “Aquelas de Quem Não Falamos”. O medo de ser a próxima vítima destas criaturas faz com que nenhum habitante da vila se arrisque a entrar no bosque. Apesar dos constantes avisos de Edward Walker (William Hurt), o líder local, e de sua mãe (Sigourney Weaver), o jovem Lucius Hunt (Joaquin Phoenix) tem um grande desejo de ultrapassar os limites da vida rumo ao desconhecido. Lucius é apaixonado por Ivy Walker (Bryce Dallas Howard), uma jovem cega que também atrai a atenção do desequilibrado Noah Percy (Adrien Brody). O amor de Noah termina por colocar a vida de Ivy em perigo, fazendo com que verdades sejam reveladas e o caos tome conta da vila. https://youtu.be/doO28l1BWnA Cruzada (2005) Balian (Orlando Bloom) é um jovem ferreiro francês, que guarda luto pela morte de sua esposa e filho. Ele recebe a visita de Godfrey de Ibelin (Liam Neeson), seu pai, que é também um conceituado barão do rei de Jerusalém e dedica sua vida a manter a paz na Terra Santa. Balian decide se dedicar também à esta meta, mas após a morte de Godfrey ele herda terras e um título de nobreza em Jerusalém. Determinado a manter seu juramento, Balian decide permanecer no local e servir a um rei amaldiçoado como cavaleiro. Paralelamente ele se apaixona pela princesa Sibylla (Eva Green), a irmã do rei. https://youtu.be/sc7lzQQeGVI Limoeiro (2008) Salma Zidane (Hiam Abbass) é uma viúva cujo sustento vem de sua plantação de limãos, localizada na linha de fronteira entre Israel e Cisjordania. Quando o Ministro de Defesa israelense (Doron Tavory) se muda para a casa em frente à plantação de Salma, o exército israelita declara que os limoeiros ameaçam a segurança do governante e por isso devem ser arrancados. Após pedir ajuda às autoridades palestinas e não obter sucesso, Salma chega ao Tribunal Supremo Isralense com a assistencia de Ziad Daud (Ali Suliman), um jovem advogado palestino. Sua determinação desperta o interesse de Mira Navon (Rona Lipaz Michael), esposa do Ministro da Defesa, e uma conexão entre as duas mulheres é criado. https://youtu.be/e_j1llK3Fco 19 UNIDADE O Estado Referências ACQUAVIVA. M. C. Teoria geral do estado. 3.ed. Barueri: Manole, 2010. (e-book) AZAMBUJA, D. Introdução à Ciência Política. 2.ed. São Paulo: Globo, 2008. BOBBIO, N. Estado, Governo, Sociedade. 21.ed.Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2017. CERQUEIRA, T. Direito eleitoral brasileiro: o Ministério Público Eleitoral, as elei- ções em face da Lei nº 9.504/97. 3.ed.rev.ampl.atual. Belo Horizonte: Del Rey, 2004. p. 177. CUNHA. P. F. da. Teoria geral do estado e ciência política. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. (e-book) DALLARI, D. de A. Elementos de Teoria Geral do Estado. 33.ed. São Paulo: Saraiva, 2019. DANTAS, P. R. de F. D. Curso de Direito Constitucional. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2014. DE CICCO, C.; GONZAGA, Á. de A. Teoria geral do estado e ciência política. 8.ed. 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