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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA CURSO SUPERIOR DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS
 DISCIPLINA: TEORIA POLÍTICA MODERNA PERÍODO: 3º
 PROFª ROLDÃO RIBEIRO BARBOSA
CAMILA DE ARAÚJO QUEIROZ
DO CONTRATO SOCIAL 
Jean-Jacques Rousseau
CAXIAS-MA
2025
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. Tradução de Rolando Roque da Silva. 
O Contrato Social
Rousseau inicia "O Contrato Social" discutindo o estado natural do homem e a necessidade de estabelecer um contrato social. “O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros.’’ Ele argumenta que, embora o homem nasça livre, as estruturas sociais e políticas modernas o colocam em correntes. A solução, segundo ele, é a formação de uma associação política onde todos se unem para formar uma comunidade, abdicando de parte de sua liberdade individual em prol do bem coletivo.
Assim ele falar que o conceito de estado natural do homem, onde os indivíduos vivem de maneira livre e igualitária, sem as restrições impostas por instituições sociais ou políticas. No entanto, ele reconhece que a vida em sociedade é inevitável e necessária para o desenvolvimento humano. A citação destaca a tensão entre a liberdade inata e as "correntes" sociais. Rousseau critica as estruturas que transformam essa liberdade em submissão, sugerindo que a organização social atual desvia da verdadeira natureza humana ao impor desigualdades e hierarquias.
Jean-Jacques Rousseau, ao falar que "Renunciar à liberdade é o mesmo que renunciar à qualidade de homem, aos direitos da Humanidade, inclusive aos seus deveres," sublinha a centralidade da liberdade na condição humana e em sua dignidade. Para Rousseau, a liberdade não é apenas um direito, mas uma parte essencial do que significa ser humano. Renunciar a essa liberdade equivale a abdicar da própria natureza humana. Sem liberdade, os indivíduos perdem a capacidade de agir de acordo com sua própria vontade e de tomar decisões morais e racionais.
A citação também conecta a liberdade aos direitos e deveres. Rousseau sugere que sem liberdade, os direitos naturais e civis tornam-se vazios. Além disso, os deveres — tanto para consigo mesmo quanto para com a sociedade — perdem sentido sem a capacidade de escolha e autonomia. Essa visão fundamenta a sua proposta do contrato social, onde os indivíduos não renunciam à sua liberdade, mas a reconstroem de uma maneira coletiva. No contrato social, a liberdade individual é transformada em liberdade civil e moral, através da submissão à vontade geral, que é a expressão do bem comum.
Para Rousseau, um governo eficaz depende da união do coletivo em torno de ideais comuns, onde todos trabalham juntos para alcançar o principal objetivo de qualquer governo: o bem comum. Essa união de forças foi inicialmente chamada de cidade, evoluindo posteriormente para o conceito moderno de Estado, entendido como uma sociedade organizada politicamente.
Para que o Estado exerça seu papel de governar, ele precisa possuir força coercitiva e autonomia. Essa autonomia é chamada de soberania. Rousseau define a soberania como a expressão da vontade geral, que deve sempre visar o bem comum. Ele argumenta que a soberania é inalienável e indivisível, significando que não pode ser transferida ou dividida, devendo permanecer sempre com o povo.
No Livro II de O Contrato Social, Jean-Jacques Rousseau foca no conceito de lei e sua importância dentro do contrato social. Ele explora como as leis devem ser criadas, sua natureza e função, e a relação entre a lei e a vontade geral. Rousseau define a lei como uma expressão da vontade geral. Para ele, uma lei não é apenas uma regra imposta, mas deve refletir o interesse comum e ser aplicável a todos os cidadãos de forma igual. A lei deve emanar da vontade geral, que busca o bem comum. Rousseau enfatiza que as leis devem ser feitas pelos cidadãos reunidos como corpo político, assegurando que todos tenham uma voz nas decisões que afetam a coletividade.
 As leis têm a função de regular a convivência social, proteger a liberdade e a igualdade dos cidadãos, e assegurar que os direitos de todos sejam respeitados. Elas são o meio pelo qual a soberania popular se manifesta e mantém a ordem social. Rousseau diferencia as leis, que são expressões da vontade geral, dos atos administrativos ou governamentais, que são executados pelo governo. O governo é responsável por aplicar e fazer cumprir as leis, mas não por criá-las, introduz a figura do legislador, um indivíduo ou grupo que tem a tarefa de formular as leis, mas que deve agir em nome da vontade geral. O legislador não tem poder executivo, mas é crucial para estabelecer um sistema legal que reflita o bem comum.
No Livro IV de O Contrato Social, Rousseau discute as formas de eleger governantes e a manutenção da vontade geral como fundamento da soberania. No primeiro capítulo, intitulado "A vontade geral é indestrutível", ele reafirma que a vontade geral, sendo a expressão do interesse comum, é perpétua e inalterável, mesmo que os desejos individuais ou particulares possam tentar desviá-la. 
Rousseau argumenta que a vontade geral sempre visa o bem comum, e sua indestrutibilidade reside no fato de que, enquanto houver uma sociedade, a busca pelo bem coletivo continuará a existir. Ele destaca que, embora as pessoas possam cometer erros ou se deixar influenciar por interesses particulares, a vontade geral, como princípio fundamental, permanece intacta e deve ser o guia supremo na escolha dos governantes.
 Para Rousseau, o processo de eleição deve refletir essa vontade geral, garantindo que os líderes sejam escolhidos para servir ao interesse coletivo e não a interesses particulares ou facções específicas.

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