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MPOX – Entenda a MPOX e saiba como se proteger Matheus Geovane Gomes de sousa MPOX – Entenda a MPOX e saiba como se proteger Matheus Geovane Gomes de sousa O que é? Mpox, anteriormente chamada de monkeypox (varíola dos macacos), é uma zoonose viral causada pelo vírus MPXV, pertencente ao gênero Orthopoxvirus e à mesma família do vírus da varíola humana e bovina, Poxviridae. A doença foi identificada em 1958 durante um surto infeccioso em macacos oriundos da África, que estavam sendo estudados por um laboratório dinamarquês. Com o aumento exponencial de casos, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou, em 23 de julho de 2022, a situação como uma emergência de saúde pública de interesse internacional. Em 31 de janeiro de 2024, um total de 93.921 casos foram notificados à OMS, com 179 mortes confirmadas em 117 países. Apesar de ser transmitida por animais, cresce o entendimento de que a Mpox também pode ser considerada uma doença sexualmente transmissível. Embora ainda não exista uma vacina para esta comorbidade atenção das autoridades internacionais sobre essa doença tem crescido significativamente. Fotomicrografia de partículas do vírus MPXV(em verde) aderidas à filamentos do citoesqueleto de célula Vero. Fonte: Débora Ferreira - IOC/Fiocruz Sintomas Os sintomas são semelhantes aos da varíola, incluindo febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, inchaço dos gânglios linfáticos (ínguas), erupções cutâneas que podem evoluir de manchas semelhantes a picadas de mosquito para pústulas, exaustão, calafrios e sintomas respiratórios. O período de incubação é de 6 a 16 dias, podendo chegar a 21 dias. Apesar de o vírus não apresentar uma alta taxa de mortalidade (1% a 10%), é necessário atenção especial para pessoas imunossuprimidas, crianças, idosos, gestantes e indivíduos com comorbidades, como diabetes, que estão entre os principais grupos de risco. Transmissão A transmissão para humanos pode ocorrer através do contato com animais silvestres infectados, através de mordidas, arranhões ou consumo de carne ou material biológico contaminado além da possibilidade de contágio entre pessoas. Apesar do nome, os primatas não humanos, também são acometidos pelo vírus, mas não são considerados reservatórios da doença. A Maioria dosanimais suscetíveis são roedores, como ratos e cães- da pradaria. A principal forma de transmissão do vírus Mpox ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, inclusive durante atividades sexuais, gotículas respiratórias de curto alcance e materiais contaminados, como lençóis, roupas de cama, brinquedos sexuais e eletrônicos. Atualmente, diversos estudos alertam para o risco de o Mpox ser rotulado como uma doença sexualmente transmissível. Diagnósticos A confirmação da infecção ocorre por meio de teste moleculares, como o PCR em tempo real, acompanhado de sequenciamento. As amostras são coletadas por meio de swabs cutâneo e oral e encaminhadas para laboratórios especializados. A notificação de casos suspeitos deve ser realizada em até 24 horas pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (e-SUS Sinan), sendo obrigatória pelos serviços públicos ou privados, conforme a Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975. Tratamento Embora algumas vacinas estejam em fase de testes, a mpox ainda não possui um tratamento específico. O manejo clínico envolve o alívio dos sintomas e a prevenção da transmissão da doença, por meio do cumprimento do isolamento social e da não utilização compartilhada de itens de uso pessoal.As orientações para prevenção da mpox incluem evitar contato com pessoas infectadas, higienizar superfícies e descartar resíduos contaminados de forma adequada, além de procurar imediatamente uma unidade básica de saúde (UBS) ao observar sintomas suspeitos. Embora ainda não exista uma vacina, o melhor caminho é o esclarecimento e a prevenção. Referências 1. FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (Fiocruz). Monkeypox: saiba mais sobre a doença. Disponível em: . Acesso em: 26 out. 2024. 2. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). WHO recommends new name for monkeypox disease. Disponível em: . Acesso em: 26 out. 2024. ; 3. Paparini, S., Whelan, I., Mwendera, C., Hayes, R., Maatouk, I., Lewis, R., … Orkin, C. (2024). Prevention of sexual transmission of mpox: a systematic review and qualitative evidence synthesis of approaches. Infectious Diseases, 56(8), 589–605. https://doi.org/10.1080/23744235.2024.2364801 4. Lao-Tzu Allan-Blitz, Monica Gandhi, Paul Adamson, Ina Park, Gail Bolan, Jeffrey D Klausner, A Position Statement on Mpox as a Sexually Transmitted Disease, Clinical Infectious Diseases, Volume 76, Issue 8, 15 April 2023, Pages 1508–1512, https://doi.org/10.1093/cid/ciac960 5. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Monkeypox: informações e orientações. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/campanhas/monkeypox. Acesso em: 26 out. 2024. 6. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Nota técnica 14/2024: mpox. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/paf/alertas-epidemiologicos/nota-tecnica-14-2024-mpox/view. Acesso em: 26 out. 2024. 7. FIOCRUZ. Monkeypox. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/monkeypox. Acesso em: 26 out. 2024. 8. IOC. Monkeypox: saiba mais sobre a doença. Disponível em: https://www.ioc.fiocruz.br/noticias/monkeypox-saiba-mais-sobre-doenca. Acesso em: 26 out. 2024. 9. DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Saúde. Mpox. Disponível em: https://www.saude.df.gov.br/pt/web/guest/mpox. Acesso em: 26 out. 2024. image1.png image2.png image3.png image4.png image5.png image6.png image7.png