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Estadual de Condeúba CEC Disciplina: Filosofia Turma: ANO Prof. Rômulo Chaves IDADE ANTIGA Período Contexto histórico Características da filosofia Filósofos importantes 1. Pré-socráti- Os gregos fundam colônias espalhadas pelo Medi- A filosofia desenvolve-se inicialmente nas colônias gregas da Jônia e do sul Escola jônica: Tales de Mileto, CO: século VIII terrâneo VIII a.C.): surgimento de um comércio da Itália peninsular e Predomínio do problema cosmológico: busca-se Anaximenes, Es- a.C. a ativo e de uma indústria próspera. A camada social a arché, ou seja, O princípio de todas as coisas, a origem do A cola pitagórica: Pitágoras. He- envolvida nas atividades comerciais e industriais é elemento primordial eterno, ou seja, a Natureza eterna e em perene ráclito e a Escola eleática: Xe- responsável pela substituição da aristrocacia pela de- transformação) torna-se objeto de pesquisa e indagação. Os físicos da Jô- nófanes, Parmênides, mocracia (séc. VI. a.C.). Primeiros legisladores gre- nia, também chamados de "fisiólogos", são os primeiros filósofos gregos que Empédocles. Esco- gos: Dracon, Sólon e Fundação de Roma tentam explicar a natureza material e princípio do mundo e de todas as la atomista: Leucipo, (séc. VI a.C.). coisas por meio dos seguintes elementos: água (Tales de Mileto); menes); apeiron (Anaximandro); devir ou vir-a-ser ser ar, água, terra e fogo (Empédocles); homeomerias átomo (Demó- crito); número (Pitágoras). 2. Guerras médicas (490, 480 Em 405 a.C., Atenas advento do governo democrático em Atenas enseja a formação de Sofistas: Protágoras, Pródico, Hi- séculos V e IV é derrotada (Guerra do Peloponeso), mas a hegemo- cidadãos participativos: transformar os habitantes da polis em políticos, pias, Górgias, Cálicles, Crítias, a.C. nia espartana dura pouco (Tirania dos Tebas indivíduos habilitados a tomar parte e decisões no processo Antifonte. Sócrates, conquista Esparta em 371 a.C., mas enfrenta a oposi- por meio da paidéia (formação integral e harmônica do homem pela Aristóteles. ção de Atenas e de outras Graças à habilida- educação). Dessa forma, centro de interesse se desloca da natureza de de Felipe II, a Macedônia se fortalece. Em 338 para homem. Predomínio do problema antropológico. Os filósofos ele- a.C., Felipe derrota a Liga Pan-helênica em Quero- gem o ser humano como objeto de pesquisa. A filosofia engloba um néia. Alexandre Magno continua a política expansio- número crescente de problemas e se converte, sobretudo com Aristóteles, nista da em um saber enciclopédico (abarca física, biologia, psicologia, metafísica, ética, política, poética, etc.). 3. Pós-socráti- Fusão da cultura grega com a oriental A filosofia transforma-se em um modo de vida: forte preocupação com a Estoicismo: Zenão de Cício, CO ou Após a morte de Alexandre Magno em 323 a.C., de- salvação e a que passam a ser vistas como possíveis de alcan- Cleanto de Assos, de tico-romano: sintegração do Ptolomeu (Egito, Arábia e de forma individual e subjetiva, por meio de conjuntos de regras Solos, Sêneca, Epiteto, Marco século IV a.C. sucessores de (Macedônia e Gré- morais. Predomínio da ética, que passa a exercer a função desempenhada Epicurismo: Epicuro, a cia) e Seleuco (Síria, e Ásia Menor). outrora pelos mitos religiosos (etapa helenística). Surgimento de peque- Ceticismo: Pirro. Império Romano, fundado em 100 a.C., se consoli- nas escolas A filosofia perde seu vigor, tornando-se repetitiva Ecletismo: Neoplato- da. Guerras púnicas (Roma/Cartago). A Grécia e suas e pouco criativa (etapa romana). Plotino. colônias passam a integrar Império Romano (31 a.C.). Cristianismo (séc. Apogeu e crise do Império Romano (séc. e III). Patrística: Os cristãos são perseguidos por decretos de vários Encontro da filosofia grega com Primeira elaboração filo- Santo Irineu, Tertuliano, Justi- século I a V imperadores romanos e somente podem praticar sófica dos conteúdos do cristianismo pelos Padres da Igreja, o que explica no, Clemente de Alexandria, livremente sua religião a partir de 313 de o nome patrística dado ao período. Nesse período, a questão central Gregório de Nazian- Em 395, imperador Teodósio divide Império reside na necessidade de conciliação das exigências da razão humana Basílio Magno, Gregório de Romano em dois: do Oriente e o do com a revelação Sto. Agostinho. LIVRO ESCANEADOIDADE MÉDIA Período Contexto histórico Características da filosofia Filósofos importantes o Império Romano do Ocidente é invadido pelos Na Idade Média, a filosofia se separa da teologia, porém Santo Agostinho. Boécio. Dionísio. Pseudo- século V a VIII bárbaros do Norte da Europa, sucumbindo em 476. as duas mantêm relações, podendo-se afirmar que a filo- Aeropagita. Próspero. Cassiodoro. Máximo, o Império Bizantino perdura até o fim da Idade Média sofia é um instrumento a serviço da teologia. o tema Confessor. Isidoro. Beda. João Damasceno. (1453). Sob o governo de Justiniano é redigido o central é a tentativa de conciliar razão e fé. De maneira Corpus Juris Civilis (Corpo do Direito Civil), durante simplista, é possível dividir a filosofia medieval em dois o século VI. Data desse século a criação dos mostei- grandes períodos: a filosofia patrística e a filosofia esco- ros beneditinos. Surgimento do islamismo VII). lástica. A patrística precede e prepara a escolástica medie- Carlos Magno funda o Sacro Império Romano- val, e sua principal característica reside no seu caráter germânico (séc. VIII). apologético: é preciso defender os ideais cristãos perante os e convertê-los. Presencia-se a retomada da filo- sofia platônica, especialmente por Santo Agostinho, bem como do neoplatonismo. 2. Escolástica: Estabelecimento do Império Carolíngio (séc. VIII). o termo designa a filosofia ministrada nas es- João Scoto Erígena, Santo Anselmo, Pe- século VIII a Expansão da cultura árabe (invasão da Espanha em colas (de catedrais e conventos) e posteriormente dro Abelardo, Guilherme de Champeaux. XV 711). Tratado de Verdun (843) e apogeu da cultura nas universidades. A patrística retoma a filosofia platôni- Escola de Chartres: Fulberto, Bernardo, islâmica. Surgimento do feudalismo (sécs. IX-X), após a escolástica retoma a filosofia aristotélica, nela en- Teodorico, Gilberto de Poitiers, Guilher- desaparecimento do Império Carolíngio. Início das contrando seus fundamentos e os elementos necessários me de Conches, João de Salisbury, Oto Cruzadas (1095-1291) e Cisma do Oriente XI). para seu desenvolvimento. Santo Tomás de Aquino ela- de Freising. Al Farabi, Avicena, Aparecimento das universidades (séc. XII). bora a magistral do cristianismo com o aristotelis- Escola de Oxford: Roberto Grosseteste, Ro- do feudalismo e formação das cidades livres (séc. mo, fornecendo as bases filosóficas para a teologia ger Bacon, João Duns Escoto, Guilherme XIII). Criação da Ordem dos Dominicanos e da surge a filosofia aristotélico-tomista. Compatibilizar a fé e de Ockham. Boaventura, Alberto Magno, Ordem de São Francisco. Guerra dos Cem Anos (fran- a razão continua a ser problema central da filosofia Santo Tomás de Aquino, Mestre Eckhart, ceses ingleses) e Cisma do Ocidente (séc. XIV). escolástica. Nicolau de Cusa. Incremento da indústria e do comércio (sécs. XIII e XV). Difusão do ensino nas Tomada de Constantinopla pelos turcos (1453). LIVRO ESCANEADOIDADE MODERNA Contexto histórico Características da filosofia Filósofos importantes 1. Renasci- Transição do feudalismo para capitalismo mercantil A filosofia medieval se caracteriza por ser religiosa, clerical e Pomponazzi, Giordano Bruno, mento: sécu- (séc. XV). da burguesia e consolidação dos fundamentada no princípio da autoridade. A filosofia moderna, por sua Campanella, Telessio, Erasmo los XV e XVI Estados nacionais (séc. XVI); hegemonia espanhola vez, é profana, leiga e encontra na razão e na ciência seus pressu- de Bodin, Maquiavel, (sob Carlos V e Felipe II); reinado progressista de postos fundamentais. Renascimento é marcado por uma profunda re- Thomas Morus, Montaigne. Isabel I, na Inglaterra. Grandes invenções: bússola, volução durante esse período instaura-se uma polêmica pólvora, papel, gravura, imprensa. Descobrimento de contra pensamento medieval (essencialmente teocêntrico), preparando outras rotas marítimas e de novos continentes. caminho para pensamento moderno, para qual a natureza física e o Apogeu do mercantilismo e implantação do sistema homem tornam-se tema central. Revalorização da Antigüidade clássica colonial. Desenvolvimento das ciências exatas e natu- (filosofia greco-romana), buscada em suas fontes originais. Propõe-se um rais; formulação do heliocentrismo novo modelo de homem considerado um microcosmo e um novo Reformas religiosas: luteranismo (Alemanha), modelo de Grande interesse pela epistemologia (teoria do conhe- calvinismo (França) e anglicanismo (Inglaterra). Galileu propõe método experimental, assentando as bases da Renascimento na Itália e em outros países da Europa. ciência moderna. 2. Racionalis- Decadência política da Espanha e predomínio da Formulação dos grandes sistemas filosóficos que traduzem dos Racionalismo: Descartes, Pascal, mo e empiris- França: consagração do poder absoluto dos reis, com novos tempos, agrupados em duas correntes divergentes: racionalismo, Malebranche, Spinoza, mo: século XIII e Richelieu até apogeu com XIV. que privilegia as verdades da razão, e o empirismo, que destaca a validade Empirismo: Francis Bacon, XVII Cromwell (Inglaterra). Desenvolvimento da literatu- do puramente fáctico, isto é, as impressões sensíveis como ponto de partida Hobbes, Locke, Berkeley, ra francesa: Corneille, Racine, Molière, La Fontaine do conhecimento. Nesse período, a física (Newton) e a química (Lavoisier) (séc. Nas artes plásticas, aparecimento do esti- se separam da filosofia. lo barroco. Fundação da física moderna: Kepler, Galileu, Newton, Gassendi e Boyle. 3. Iluminis- o Antigo Regime, caracterizado pelo absolutismo, Iluminismo: movimento literário e político que visa combater o Iluminismo inglês: Locke. Ilumi- mo: século acede a um novo tipo de governo: despotismo escla- absolutismo, a influência da Igreja e da tradição, considerando a razão nismo Bayle, D'Alembert, XVIII recido ou ilustrado "Tudo para povo mas sem como único meio para se atingir a completa sabedoria. Dessa forma, as Diderot, La Mettrie, Paul Henri Principais representantes: Maria Teresa e José idéias modernas tomam fôlego e se expandem: a confiança na razão do Holbach, Helvetius, Condillac, I Carlos III (Espanha), Frederico II século anterior é acompanhada agora por um crescente espírito crítico Cabanis, Destutt de Tracy, Voltai- Catarina II (Rússia), Pombal (Portugal). Na França, (racionalismo exacerbado "luzes da razão" contra as "trevas da igno- re, Montesquieu, Rousseau. Ilu- XVI, derrotado durante a Revolução Francesa Sonha-se com um homem universal e ideal que concilie nature- minismo alemão: Tomásio, (1789). Liberalismo e revoluções burguesas. Revolu- za e razão, defensor dos direitos humanos e difusor da cultura. A biologia Wolff, Frederico II, Reimarus, ção Industrial na Inglaterra em 1760 (máquina a va- se separa da filosofia. Mendelssohn, Lessing. Idealismo por). Independência dos Estados Unidos (1776). e criticismo: Immanuel Kant. Inconfidência Mineira (1789). Golpe do 18 Brumário e ascensão de Napoleão Bonaparte Consoli- dação do capitalismo industrial e liberal e formação do proletariado. Artes plásticas: barroco e literatura: início do LIVRO ESCANEADOIDADE Período Contexto histórico Características da filosofia Filósofos importantes 1. Século XIX Primeira metade do século: após a queda de Valorização da ciência e extensão do método a Idealismo: Fichte, Schelling, Schopenhauer, em Waterloo (1815), surge a Restauração, outras disciplinas. Confiança no progresso indefinido Hegel. Positivismo: Comte, Taine, Stuart Mill, movimento que pretende restabelecer o absolutismo. material e moral da humanidade. As correntes filosóficas Spencer. Evolucionismo: Pragmatismo: Independência do Brasil (1822). Segunda metade do que predominam no período são positivismo (muito pró- William James, Dewey, Socialismo: Saint- séc. XIX: na França, Napoleão restabelece o ximo do âmbito e socialismo em todas as suas Simon, Fourier, Owen, Proudhon, Feuerbach, império. Unificação italiana e Guerra franco- formas, no contexto da filosofia Desdobramento Marx, Engels. Fenomenologia: Brentano, Hus- prussiana (1870-1871). Independência das colônias do idealismo kantiano. A psicologia (Wundt) e a sociologia serl, Scheller, Hartmann. Psicanálise: Freud. americanas e Guerra da Secessão nos Estados Unidos (Comte) se separam da filosofia e se tornam ciências inde- Saussure. Filósofos independentes: (1861). República brasileira (1889). Incorporação de pendentes, dando início à formação das ciências humanas. Kierkegaard, novas fontes de energia (eletricidade, inovações técnicas; consolidação do capitalismo. Surgimento do socialismo. Literatura: romantismo, realismo, parnasianismo e 2. Século XX Rivalidade entre potências européias devido às aspi- Pluralidade de correntes filosóficas: neopositivismo, positi- Neopositivismo: Ayer, Wittgenstein, Russell. Po- rações imperialistas; Paz Armada e alianças entre es- vismo lógico, racionalismo transpositivista, fenomenologia, sitivismo lógico (Círculo de Viena): Schlick, tados: Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Novas existencialismo, hermenêutica, filosofia da vida, neo- Carnap, Popper, Nagel, Neurath, ideologias: comunismo, fascismo e Quebra escolástica, neokantismo, estruturalismo, escola de Frankfurt, Racionalismo transpositivista: Brunschvicg, da Bolsa de Nova York (1929). Crises socioeconômicas, arqueogenealogia, etc. Ciência como tema central Koyré, Meyerson, Piaget, Bachelard, exacerbação nacionalista, sistemas de alianças e dos filósofos. Destaque para a epistemologia (teoria do Kuhn, Feyerabend. Jakobson, Hjel- Segunda Guerra Mundial. Mudanças conhecimento). Chomsky. Fenomenologia: Merleau-Ponty, políticas e territoriais. Criação da ONU (1945). Guer- Martin Buber. Existencialismo: Heidegger, Karl ra civil espanhola e ditadura de Franco (1939-1969). Jaspers, Jean-Paul Sartre, Albert Camus, Gabriel Guerra fria entre Estados Unidos e República Marcel. Hermenêutica: Paul Ricoeur. Persona- Popular da China (1949). Descolonização da Africa e lismo: Emmanuel Mounier. Filosofia da vida: da Asia e Revolução Cubana (1959). Bergson, Blondel, Dilthey, Spengler. Neo-es- Desenvolvimento tecnológico e industrial: colástica: Jacques Maritain, Garrigou-Lagrange. neocapitalismo e economia multinacional. Domínio Neokantismo: Ernst Cassirer. Estruturalismo: Clau- norte-americano. Queda do Muro de Berlim e desa- de Lévi-Strauss, Roland Barthes. Marxismo: gregação dos Estados e conso- Gramsci, Georg Lukács, Lucien Goldman, lidação da economia japonesa. No Brasil: fim da Althusser. Escola de Frankfurt: Horkheimer, Ador- República Velha e governo de Getúlio Vargas; Esta- no, Habermas, Benjamin, Marcuse, Erich Fromm. do Novo (1937-1945); populista (1945-1964); Arqueogenealogia: Foucault, Deleuze, Guattari, golpe militar de 1964; Nova (1985). Maffesoli, Baudrillard. Filósofos independentes: Teilhard de Chardin, Vladimir Autora: Sonia Maria, Ribeiro de Souza: UM OUTRO OLHAR (FILOSOFIA) LIVRO ESCANEADO