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Pistão Corpo da carpule Haste Garfo Porca Empunhadura para os dedos 4 passos para montar a sua seringa de maneira adequada: 1. Remova a seringa do seu invólucro estéril; 2. Introduza o tubete na seringa enquanto o êmbolo está totalmente retraído. Em seringas carpule que abrem, o tu- bete é inserido por trás, logo, o diafragma entra primeiro; 3. Fixe a agulha à seringa após remover a tampa plástica da extremidade da agulha. A agulha deve ser constante- mente pressionada contra o canhão de metal enquanto a agulha é girada; 4. Remova cuidadosamente a proteção plástica da haste da agulha e ejete algumas gotas para verificar se o fluxo está apropriado. LEIA O QR CODE E ASSISTA A UM VÍDEO COMPLETO MOSTRAN- DO O PASSO A PASSO DA MONTAGEM DA SERINGA CARPULE. O tubete anestésico é posicionado na seringa carpule de modo que a agulha possa ser conectada em seu diafragma, localizado no centro da tampa de alumínio. Êmbolo de borracha. O êmbolo é pressionado contra o conteúdo do tubete, permitindo que o anestésico seja infiltrado no tecido através da agulha gengival (também acoplada à seringa carpule). O anel colorido é uma importante identificação do anestésico. Tampa de alumínio Diafragma de borracha Êmbolo de borracha revestido por silicone Êmbolo (um pouco mais baixo que a margem do vidro)Colo Cilindro de vidro Antes da sua utilização, todas as informações sobre o anestésico descritas no tubete devem ser lidas e conferidas, incluindo: 1. Validade do anestésico; 2. O sal anestésico; 3. Concentração do sal anestésico; 4. Vasoconstritor e sua diluição (se presente). Lidocaína com adrenalina ou epinefrina na concentração de 1:100.000. Recordando que a solução contida no tubete anestésico tem vários componentes, incluindo: o anestésico local (sal), vasoconstritor e conservante (normalmente um antioxidante, como o bis- sulfito de sódio, quando em soluções que contenham vasoconstritor), cloreto de sódio (que deixa a solução isotônica com os tecidos) e, por fim, água destilada como diluente, para completar o volume da solução anestésica. 6 ANESTESIANDO O SEU PACIENTE DE MANEIRA DESCOMPLICADA Antes de iniciarmos os estudos da Anestesiologia, é importante ressaltar que o uso de anestésicos locais tem como objetivo principal inibir a dor do pacien- te durante os procedimentos cirúrgicos. Por esse motivo, é fundamental enten- dermos como o paciente experimenta a dor, de modo que possamos atuar com eficiência para inibi-la. Segundo a IASP (International Association for the Study of Pain), a dor é uma “experiência sensitiva e emocional desagradável associa- da, ou semelhante àquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial”. O entendimento desse conceito é fundamental para que o profissional perceba a complexidade que é o manejo das condições dolorosas, e quão cuidadosos pre- cisamos ser quando lidamos com pacientes que serão submetidos a um procedi- mento em que se espera uma resposta dolorosa como, por exemplo, a exodontia de um elemento cariado, sem possibilidade de reabilitação. A dor é um mecanismo do Sistema Nervoso Central (SNC) que nos protege de traumas ou lesões. Vamos pensar da seguinte maneira: o que aconteceria se você não sentisse dor ao tocar numa superfície muito quente, como uma panela no fogão? Você se queimaria. E como o organismo te “protege” de se queimar? O nosso corpo possui milhões de receptores que são responsáveis por captar os estímulos externos (calor, pressão, ação de substâncias químicas etc.), e trans- formá-los em uma espécie de mensagem que será levada ao cérebro para ser interpretada. Para isso, são necessárias conexões entre a região que capta esse estímulo e o nosso cérebro. Essas conexões são os nossos neurônios. Existe uma vasta rede de neurônios que se comunicam de acordo com o tipo de estímulo que foi captado, a região que foi estimulada e o trajeto a ser percorrido. Pegando como exemplo a nossa prática clínica, quando aplicamos uma pressão para realizar a luxação de um dente a ser extraído, diversos receptores (também chamados de terminações nervosas) localizados no ligamento periodontal e/ou na região periapical são excitados (Figura 1). Para que esses receptores sejam excitados é preciso que haja uma pressão suficiente, capaz de causar uma pertur- bação da estrutura desse neurônio, a partir do excesso de pressão promovido pela compressão dos tecidos periodontais no momento em que o fórceps ou a alavan- ca são utilizados. Essa perturbação ocorre devido à modificação da concentração de íons entre o meio externo e interno do neurônio. 7 Do ponto de vista da Neurofisiologia, o SNC é entendido como o centro do nosso corpo, e por isso costumamos dizer que tudo se refere a ele. Desse modo, estímulos que chegam ao SNC são trazidos e aqueles que saem do SNC são levados. Os neurônios são as principais células do sistema nervoso e podem ser, basicamente, caracterizados como sensitivos (aferentes) ou motores (efe- rentes). Para ficar fácil a memorização, Aferente é aquele que traz a informação para “Acima” (em direção ao SNC) e Eferente é aquele que leva a informação de algum Efeito. Para entendermos de modo bem prático, o neurônio sensitivo/ aferente é aquele que traz um estímulo ao SNC (por exemplo, a dor que sentimos quando encostamos em uma panela quente) e o neurônio motor/eferente é aquele que leva o estímulo fazendo com que você solte a panela imediatamente após sentir que ela está muito quente. Um neurônio é constituído basicamente de terminações nervosas, axônio e corpo celular. O axônio do neurônio é constituído por uma bicamada fosfolipí- dica (como toda célula do organismo humano), também chamada de axolema, e por um citoplasma que no neurônio recebe o nome de axoplasma. No axole- ma existem diversas proteínas que cruzam as camadas de fosfolípidos, atuando como canais, e que permitem o fluxo de moléculas entre o meio externo e interno do axônio. Dentre esses canais, existem os canais de sódio que são fundamentais para o entendimento do mecanismo de ação dos anestésicoslocais. Voltando ao raciocínio da luxação de um dente, à medida em que exercemos uma pressão no dente, os receptores são comprimidos e isso faz com que íons sódio (Na+) entrem no axoplasma, que tem carga predominantemente negativa Figura 1. Desenho esquemático mostrando como os receptores na região periapical e periodontal transmitem as informações oriundas do dente para o Sistema Nervoso Central, através dos ramos do Nervo Trigêmeo. 8 (cerca de -70mV [milivolts] em seu estado de repouso). Com a entrada de alguns íons Na+, o axoplasma se torna menos negativo (cerca de -60 a -50mV). A partir da entrada de certa quantidade de íons Na+, o equilíbrio é rompido pela abertura dos canais de sódio que permitem a entrada maciça desses íons, fazendo com que o citoplasma neuronal se torne positivo. Quando ocorre essa inversão de polaridade (o que era negativo se torna positivo) há então o desencadeamento de reações na célula neuronal que deflagram um estímulo. A essas reações damos o nome de despolarização do neurônio sensitivo. Costumamos dizer que uma vez rompido o potencial de repouso do neurônio e, portanto, iniciada a despolari- zação, ocorre um “efeito dominó”. O estímulo que causa a despolarização seria o “peteleco” para a queda do primeiro dominó. Daí em diante, um dominó empurra o outro fazendo-o cair também. Em termos neurofisiológicos, uma região do axô- nio neuronal, ao se tornar despolarizada, gera reações que promovem a liberação de energia que fará com que a porção seguinte do axônio também despolarize. Esse estímulo é a mensagem que será enviada, através do neurônio, até o SNC. Então, os receptores excitados pela luxação do dente captam essa pressão e pos- sibilitam a geração de um estímulo que percorrerá todo o axônio desse primeiro neurônio (neurônio de primeira ordem) e passará por outros neurônios até chegar à parte mais externa (córtex) do cérebro. Nessa região do cérebro, o estímulo gerado a partir da utilização da alavanca ou fórceps será percebido como DOR! MECANISMO DE AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Uma vez entendido o trajeto do estímulo doloroso, cabe ao profissional atuar para que esse estímulo não chegue ao SNC. Para isso, podemos utilizar os anestésicos locais. Os anestésicos locais (AL) agem inibindo a despolarização do neurônio aferente, a partir do bloqueio dos canais de sódio localizados no axolema. Dessa forma, obtemos um bloqueio químico transitório e reversível de um nervo sensitivo que caracteriza o termo anestesia. Voltando à analogia do dominó, o anestésico local irá interromper a queda dos dominós. Assim, a men- sagem não chegará ao SNC e a luxação do dente poderá ser realizada sem que o paciente sinta dor. Para entendermos a ação dos anestésicos locais, é importante retomarmos al- guns conhecimentos da Química no que diz respeito à molécula dessas substân- cias. A molécula dos anestésicos locais apresenta três porções: uma hidrofóbica, uma hidrofílica e uma cadeia intermediária. A cadeia intermediária é a que irá definir se a base é do tipo éster ou amida (Figura 2). À molécula que pos- sui tanto uma porção hidrofóbica, quanto uma porção hidrofílica, damos o nome de anfipática. Levando-se em consideração o mecanismo e o local de ação dos 9 anestésicos é que podemos entender o motivo pelo qual a molécula precisa ser anfipática. Como dissemos anteriormente, o AL precisa passar pela membrana do axônio, constituída por fosfolípidos, que são estruturas apolares (não têm carga ou pólo). Logo, a molécula que tem afinidade por lipídios e, ao mesmo tempo, repulsa por água (uma molécula polar) é chamada de lipofílica ou hidrofóbica. Portanto, para passar a membrana do axônio a molécula precisa ser lipo- fílica/hidrofóbica. Uma vez que a molécula entrou no axoplasma, ela precisa ganhar um íon (no caso um íon H+) para estabelecer a ligação no canal de sódio, e para ganhar um íon a molécula precisa atrair esse íon, ou seja, ter um pólo. Por isso a caracterizamos como uma molécula polar, que é característico de uma molécula hidrofílica. Após alcançar o citoplasma neuronal, a molécula do AL alcança o canal proteico (de sódio) e se conecta de modo que seja influenciada uma mudança na conformação do canal que irá, em última instância, impedir a entrada dos íons sódio para o interior do axônio. Dessa forma, entendemos a importância de a molécula da base anestésica apresentar ambas as propriedades: lipofílica/hidrofóbica e hidrofílica, com porções apolar e polar, respectivamente. POR QUE É IMPORTANTE ESTUDAR SOBRE BASES ANESTÉSICAS E VASOCONSTRITORES? Dentro de um tubete de anestésico odontológico temos 1,8 mL de solução. Dessa solução fazem parte algumas substâncias que podem ter diversos efeitos no organismo humano após serem injetadas no paciente. Essas substâncias são: 1. Base anestésica: responsável pela anestesia; 2. Vasoconstritor: responsável pela vasoconstrição e diminuição da toxicidade da base anestésica; Figura 2. Molécula do anestésico local. A parte lipofílica propicia a afinidade com moléculas apo- lares para favorecer a penetração do anestésico através da bicamada fosfolipídica da membrana do axônio. A cadeia intermediária possui o grupo que designa o tipo de anestésico: éster ou amida. A parte hidrofílica, que tem afinidade por moléculas polares, possibilita a ligação do anestésico com o canal de sódio. CO=OR NH-CO PARTE LIPOFÍLICA CADEIA INTERMEDIÁRIA PARTE HIDROFÍLICA NR AMIDA ÉSTER 10 3. Agentes estabilizantes ou conservantes: substâncias que impedem a degra- dação das demais substâncias ao longo do tempo, aumentando o prazo de valida- de e a segurança do uso; 4. Veículo: utilizado para diluir e tornar homogênea a mistura de todas as subs- tâncias acima, como água bidestilada ou soro fisiológico. BASES ANESTÉSICAS As bases anestésicas comumente utilizadas em Odontologia são do tipo és- ter ou amida. As bases do tipo éster são clinicamente aplicáveis para formula- ção de uso tópico, como em anestésicos tópicos em pomada, como é o caso da benzocaína. As amidas são principalmente utilizadas para aplicação parenteral, principalmente submucosa. As bases do tipo amida frequentemente utilizadas na prática odontológica são: lidocaína, mepivacaína, prilocaína, articaína e bupivacaína. Como característica farmacológica, todas as bases são vasodilatadoras e, por isso, são potencialmente tóxicas. Isso acontece pois, ao provocar uma va- sodilatação na região próxima onde foram injetadas, essas soluções podem ser absorvidas mais facilmente para a circulação sanguínea, influenciando os efeitos tóxicos que ocorrem à distância do local de aplicação. O que precisamos en- tender é que as bases anestésicas precisam ser depositadas na região mais próxima possível no nervo que pretendemos anestesiar. Quanto mais anesté- sico perdermos para a corrente sanguínea, maior o risco de uma reação tóxica, e menores os efeitos anestésicos. Por esse motivo, mesmo em situações em que não necessitamos de hemostasia, a associação com um fármaco vasoconstritor é bem vinda pois iremos reduzir a toxicidade do anestésico local e amplificar a sua potência, fazendo com que o anestésico permaneça, essencialmente, restrito ao local de aplicação. Nos quadros abaixo compilamos as informações relacionadas às principais bases do tipo amida comumente utilizadas na Odontologia. 11 GRUPO DAS AMIDAS 1. LIDOCAÍNA Potência: 2 Toxicidade: 1 Metabolismo: hepático Meia vida: 90 minutos COE: 2% Risco de porfiria 2. MEPIVACAÍNA Potência: 2 Toxicidade: 1,5 a 2 Metabolismo: hepático Meia vida: 120 minutos COE: 2% (com vasoconstritor) ou 3% (sem vasoconstritor) De todas as bases, é a que apresenta menor atividade vasodilatadora Porfiria é uma palavra derivada do grego porphura, que significa “pigmento roxo”, fazendo alusão à coloração arroxeada dos fluidos corporais dos pacientes durante uma crise aguda. A porfiria é um grupo de doençasraras causadas por deficiências enzimáticas específicas na via de biossíntese do radical heme da hemoglobina. Esse defeito causa acúmulo de porfirinas no corpo, e o seu excesso (altas taxas de concentração) nos tecidos pode ser tóxico, levando a sintomas prin- cipalmente no sistema nervoso e pele. Existem dois tipos de porfirias, sendo a primeira de origem genética (hereditária), e a segunda, adquirida. Hoje, o melhor sistema de classificação das porfi- rias (e que impacta no tratamento) está relacionado às enzimas específicas que estão alteradas. A de maior relevância para a Odontologia é a porfiria hepática aguda intermitente, uma condição metabólica autossômica dominante resultado da deficiência da enzima hidroximetilbilano sintase, que permanece latente até a vida adulta em 90% dos pacientes. Em condições normais, a defici- ência da enzima não é suficiente para gerar ataques agudos. Porém, algumas situações podem de- sencadear as crises, como infecções, flutuações hormonais e uso de fármacos que podem induzir as “enzimas porfirogênicas”. Alguns desses fármacos (inclusive de uso odontológico), como os anestésicos locais, são considerados potencialmente porfirogênicos pela alta lipossolubilidade e pelo metabolismo hepático. Na prática, a maioria dos pacientes podem ser anestesiados com re- lativa segurança quando tomamos todas as precauções necessárias. Nesses casos, como primeira escolha devemos utilizar a bupivacaína e/ou prilocaína. Considerando a lidocaína e mepivacaína, ainda encontramos algumas controvérsias na literatura, especialmente por apresentarem metabo- lização hepática mais lenta quando comparadas aos outros anestésicos locais. CURIOSIDADE COE = Concentração odontológica eficaz 12 A meta-hemoglobinemia é um distúrbio hematológico no qual a hemoglobina é oxidada a meta- -hemoglobina, tornando a molécula de hemoglobina incapaz de transportar oxigênio (sua prin- cipal função). Assim, o paciente apresenta um quadro clínico semelhante à cianose na ausência de anormalidades cardíacas ou pulmonares. Sabemos que todos os anestésicos locais, por serem lipossolúveis, atravessam facilmente a placenta por meio de difusão passiva. Alguns fatores afe- tam a quantidade e velocidade dessa transferência, e um deles é o tamanho da molécula. Por se apresentare como moléculas menores, a prilocaína atravessa a placenta mais rapidamente que os outros anestésicos locais. Além disso, a prilocaína apresenta como metabólito a orto-toluidina que causa a oxidação da hemoglobina, formando a meta-hemoglobina. Por tudo isso, se adminis- trado em doses excessivas em gestantes, pode ocorrer a meta-hemoglobinemia tanto na grávida quanto no feto. Por motivos óbvios, em pacientes anêmicos, ou seja, que já apresentam níveis baixos de hemoglobina, a prilocaína deve ser evitada. CURIOSIDADE A articaína tem um anel tiofeno que tem um átomo de enxofre na molécula. Por isso, pode causar reações alérgicas aos pacientes sensíveis ao enxofre (sulfa). CURIOSIDADE 3. PRILOCAÍNA Potência: 2 Toxicidade: 1 Metabolismo: hepático, pulmonar e renal Meia vida: 100 minutos COE: 3% Risco de meta-hemoglobinemia, principalmente para gestantes e anêmicos 4. ARTICAÍNA Potência: 1,9 Toxicidade: 2 Metabolismo: hepático, plasmático (sangue) Meia vida: 27 minutos COE: 4% Contraindicado para pacientes alérgicos à enxofre 13 5. BUPIVACAÍNA Potência: 4 vezes maior que a lidocaína Toxicidade: 4 vezes mais tóxica que a lidocaína Metabolismo: hepático Meia vida: 180 minutos COE: 0,5% Atenção a crianças e pacientes com déficit cognitivo Devido à sua longa duração (por volta de até 12 horas em tecidos moles), há aumento do risco de traumatismo involuntário como, por exemplo, mordedura do lábio e bochechas. ATENÇÃO! Resumo da atividade vasodilatadora: Mepivacaínalidocaína que podemos administrar é 490 mg. Considerando o mesmo exemplo, se o paciente pesar 80 kg, o cálculo será: • Dose máxima = 7,0 mg x 80 kg = 560 mg. • Dose máxima recomendada = 500 mg. Logo, para este paciente o máximo de lidocaína que podemos administrar é 500 mg. CÁLCULO DE SOLUÇÃO ÚNICA Para realizar o cálculo, temos que conhecer duas informações: 1. A quantidade/dose de anestésico dentro de cada tubete; 2. A dose máxima daquela base anestésica em mg/kg, ou apenas em mg, descon- siderando o peso do paciente. Antes de iniciar o cálculo, é fundamental que saibamos o peso/massa corporal do paciente. Em seguida, fazemos o cálculo considerando a dose máxima da base anestésica (ver Quadro 1) multiplicada pelo peso do paciente. Depois dis- so, é só dividir o valor encontrado na multiplicação pela dose de base anestésica contida no tubete. Dose de Anestésico por tubete: Pegando como exemplo a lidocaína [2%]: • 2% significa: 2 g de anestésico em 100 mL de solução = 2 g/100 mL; • Transformando g em mg, temos 2.000 mg/100 mL que nos dá uma concentra- ção de 20 mg/mL; • O tubete odontológico tem volume de 1,8 mL. Assim, 20 x 1,8 mL = 36 mg por tubete (de lidocaína 2%). O mesmo cálculo se aplica para as demais bases anestésicas, de acordo com a concentração de cada uma: • Bupivacaína 0,5% = 9 mg/tubete • Prilocaína 3% = 54 mg/tubete • Articaína 4% = 72 mg/tubete 16 Q U AD R O 1 . R ES U M O S O BR E A S B A SE S AN ES T ÉS IC A S B AS E AN ES TÉ SI C A PO TÊ N C IA TO XI C ID AD E M ET AB O LI SM O C O N C EN TR AÇ ÃO IN ÍC IO D E AÇ ÃO E M M IN U TO S D U R AÇ ÃO EM H O R AS M EI A V ID A EM M IN U TO S D O SE D O SE M Á XI M A R EC O M EN D AD A Li do ca ín a 2 2 H ep át ic o 2% 3- 5 1- 5 90 7, 0 m g/ kg 50 0 m g M ep iv ac aí na 2 1, 5- 2, 0 H ep át ic o 2 ou 3 % 3- 5 1- 5 12 0 6, 6 m g/ kg 40 0 m g Pr ilo ca ín a 2 1 H ep át ic o, p ul m on ar , re na l 3% >3 -5 1- 8 10 0 8, 0 m g/ kg 60 0 m g Ar tic aí na 1, 9 4 H ep át ic o, pl as m át ic o 4% 1, 9 1- 5 27 7, 0 m g/ kg N R Bu pi va ca ín a 4 2 H ep át ic o 0, 5% 4 1, 5- 12 18 0 2, 0 m g/ kg 90 m g *N R : n ão re la ta do . (F on te : A da pt ad o de M al am ed , 2 01 9) 17 CALCULANDO A DOSE DE LIDOCAÍNA Para saber a dose máxima da lidocaína, você pode consultar o Quadro 1. Considerando um paciente de 70 kg temos o seguinte cálculo: • Dose máxima de lidocaína = 7,0 mg x 70 kg = 490 mg • 490 mg (dose máxima para este paciente) ÷ 36 mg (dose no tubete) = 13,6 tubetes Considerando um paciente de 80 kg temos o seguinte cálculo: • Dose máxima de lidocaína = 7,0 mg x 80 kg = 560 mg. No entanto, não po- demos considerar 560 mg, pois a dose não pode ultrapassar a DMR: 500 mg independentemente do peso do paciente. • 500 mg ÷ 36 mg = 13,8 tubetes Por segurança, é sempre prudente “arredondar” a conta para menos. Logo, 13 tubetes. Por segurança, é sempre prudente “arredondar” a conta para menos. Logo, 13 tubetes. CÁLCULO DE MÚLTIPLAS SOLUÇÕES Eventualmente, durante o procedimento a anestesia pode não ter sido eficaz com a base anestésica escolhida. Isso pode estar relacionado a alguns fatores como deposição do anestésico longe do nervo-alvo e variação anatômica do pa- ciente ou hiporreatividade do paciente àquela base anestésica. Assim, se o pro- fissional avaliar que a mudança de anestésico pode ser benéfica, essa alteração pode ser realizada obedecendo-se o cálculo, que será feito de uma maneira um pouco diferente. Em geral, nessas situações estaremos considerando um início de anestesia que não foi bem sucedida. Vamos exemplificar que foi feita a adminis- tração de 3 tubetes de lidocaína 2% em um paciente de 80 kg de peso. Após a ad- ministração dos 3 tubetes o paciente não apresentou anestesia efetiva e, por isso, o profissional decidiu utilizar a prilocaína 3%. A pergunta que fica é: quantos tubetes de prilocaína o paciente ainda pode receber? Para iniciar o cálculo, temos que definir qual é a dose máxima que o nosso paciente (de 80 kg) pode receber de cada base anestésica. Como estamos consi- derando lidocaína e prilocaína precisamos multiplicar: • Lidocaína: 7,0 mg x 80 kg = 560 mg. Devemos considerar 500 mg (DMR) • Prilocaína: 8,0 mg x 80 kg = 640 mg. Devemos considerar 600 mg (DMR) 18 Uma vez que temos duas soluções de diferentes doses máximas, devemos considerar o menor valor para que tenhamos segurança na utilização de ambas. Assim, teremos a certeza de que não iremos ultrapassar a dose de nenhuma das duas. Definido isso, sabemos que o máximo de anestésico que o paciente pode receber é 500 mg, independente se este anestésico é lidocaína ou prilocaína. Considerando que administramos 3 tubetes de lidocaína, foram administrados: • 3 tubetes contendo 36 mg cada • 3 x 36 mg = 108 mg Se a dose máxima de anestésico é de 500 mg, e já foram utilizados 108 mg, ainda podemos utilizar 392 mg: • 500 mg (dose máxima) - 108 mg (dose já aplicados) = 392 mg Por fim, precisamos saber quantos tubetes de prilocaína poderemos aplicar: • 392 mg (dose ainda possível) ÷ 54 mg (dose por tubete de prilocaína) = 7,25 tubetes Por segurança é sempre prudente “arredondar” a conta para menos. Logo, 7 tubetes.Por segurança, é sempre prudente “arredondar” a conta para menos. Logo, 7 tubetes. Concluindo, foram administrados 3 tubetes de lidocaína 2% e ainda podem ser administrados 7 tubetes de prilocaína 3%, totalizando 10 tubetes. VASOCONSTRITORES Os vasoconstritores são moléculas que podem interagir com diversos recep- tores, mas a ação que se espera desses agentes diz respeito à sua interação com receptores localizados nas células endoteliais, ou seja, as células que formam os nossos vasos sanguíneos. Esses receptores são principalmente os receptores do tipo alfa-1 (veja o Quadro 2 sobre receptores). Assim, diversas substâncias vasoconstritoras encontram diversos receptores do tipo alfa-1 e, ao se ligarem, há a indução de uma reação que leva à diminuição do calibre (ou lúmen) do vaso sanguíneo, que é o processo que conhecemos com o nome de vasoconstrição. Quando a vasoconstrição ocorre, o fluxo sanguíneo naquela região diminui. Para entendermos isso, basta imaginar duas mangueiras ligadas a torneiras iguais que vazam água. Quanto mais larga a mangueira, maior o volume de água que poderá passar por ela. De modo inverso, quanto mais fina a mangueira, menor volume 19 de água passará. O mesmo raciocínio pode ser feito pensando em nossos vasos sanguíneos. É por esse motivo que a ação de agentes vasoconstritores leva à isquemia (“branqueamento”) do tecido gengival, pois os vasos sanguíneos que transportam o sangue tornam-se mais constritos, e com isso menos sangue passa por aquela região, fazendo com que a gengiva - de coloração rósea -, se torne menos rosada ou, até mesmo, esbranquiçada. Quando o calibre do vaso diminui, além de passar menos sangue por aquele local, o espaço entre as células endote- liais também se fecha, fazendo com que seja mais difícil a perda de substâncias - ou de plasma - do sangue para os tecidos, e também a entrada de substâncias ou líquidos para o interior do vaso sanguíneo. Pensando nessa lógica, podemos entender como a associação de um vasoconstritor com um anestésico local pode fazer com que menos base anestésica tenha a possibilidade de “cair” na corrente sanguínea. TIPOS DE RECEPTORES ADRENÉRGICOS Os vasoconstritores podem ser divididos, basicamente, em três tipos: cateco- laminas, fenólicos e derivados do ADH (Antidiuretic Hormone, ou Hormônio Antidiurético, também conhecido como vasopressina). A seguir, veremos alguns quadros com os resumos das principais substâncias vasoconstritoras. QUADRO 2. TIPO DE RECEPTORES ADRENÉRGICOS TIPO AÇÃO Alfa Vasoconstrição (músculos lisos) Beta-1 Estímulo do miocárdio(coração) Beta-2 Broncodilatação (brônquios) e vasodilatação (músculos lisos) CATECOLAMINAS 1. Adrenalina • Sal solúvel em água; • Mais potente vasoconstritor; • Atua sobre receptores alfa e beta; • Provoca aumento da glicemia e lipólise (quebra/catabolismo de gordura); • É inativada pelas enzimas MAO (monoamino oxidase) e COMT (Catecol-O- -Metiltransferase). 20 2. Noradrenalina • Sal solúvel em água; • 25% da potência da adrenalina; • Atua principalmente sobre receptores alfa - risco de necrose isquêmica; • Em caso de superdosagem, provoca maior aumento da pressão arterial. 3. Levonordefrina • Amina simpaticomimética sintética; • Similar à noradrenalina, mas menos intensa; • Dose máxima 20 mL ou 10 mL (menor dose para cardiopatas). FENÓLICOS Fenilefrina • Amina simpaticomimética; • Vasoconstritor mais estável; • Segundo menos potente (20x vezes menos potente que a adrenalina); • Estimula 95% de receptores alfa; • Dose máxima 10 mL por consulta. DERIVADOS DO ADH (Antidiuretic Hormone - Hormônio Antidiurético) Felipressina • Análogo do ADH, também chamado de vasopressina; • Não tem ação direta sobre o miocárdio; • Dose máxima 13 mL por consulta; • Contraindicado para gestantes (ação ocitotóxica: induz contrações uterinas). DOSES MÁXIMAS DE VASOCONSTRITOR Adrenalina • 200 microgramas para pacientes ASA I (contidos em aproximadamente 11 21 tubetes de adrenalina 1:100.000 ou 22 tubetes de adrenalina 1:200.000); • 40 microgramas para pacientes ASA III ou IV (contidos em aproximadamente 2 tubetes de adrenalina 1:100.000 ou 4 tubetes de adrenalina 1:200.000). Felipressina • 0,270 UI (contidos em aproximadamente 5 tubetes de felipressina 0,054 UI/ mL), para pacientes com insuficiência cardiovascular clinicamente significativa (ASA III ou IV). IMPORTÂNCIA DO USO DE VASOCONSTRITORES 1. Produzem hemostasia pela ativação de receptores alfa; 2. Reduzem o fluxo sanguíneo próximo à fibra nervosa da seguinte maneira: - Retardam a absorção (passagem para a corrente sanguínea) do anestésico; - Aumentam a duração do anestésico (tempo de anestesia); - Diminuem a toxicidade do anestésico; - Propiciam o uso de menor volume de anestésico. LIMITAÇÕES AO USO DE ADRENALINA • Pacientes que fazem uso de medicamentos inibidores da MAO; • Pacientes que fazem uso de medicamentos inibidores da COMT; • Pacientes com hipertireoidismo; • Diabéticos. Questão de prova! 22 PRECAUÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DE USO Algumas substâncias ou condições clínicas dos pacientes podem direcionar a conduta clínica no sentido de evitar complicações relacionadas aos aspectos do fármaco ou do paciente. Para facilitar o entendimento, adaptamos o quadro abaixo a partir do livro do Malamed, 2021 (Quadro 3). QUADRO 3. CONTRAINDICAÇÕES DOS ANESTÉSICOS LOCAIS PROBLEMAS FÁRMACOS A SEREM EVITADOS TIPO DE CONTRAINDICAÇÃO SUBSTÂNCIAS ALTERNATIVAS Alergia comprovada ao anestésico local Todos os anestésicos locais da mesma classe química (p. ex., ésteres) Absoluta Anestésicos locais de uma classe química diferente (p. ex., amidas) Alergia ao bissulfito Anestésicos locais contendo vasoconstritor Absoluta Qualquer anestésico local sem vasoconstritor Colinesterase plasmática atípica Ésteres Relativa Amidas Meta-hemoglobinemia idiopática ou congênita Prilocaína Relativa Outras amidas ou ésteres Disfunção hepática significativa (ASA III–IV) Amidas Relativa Amidas ou ésteres, porém de forma criteriosa Disfunção renal significativa (ASA III–IV) Amidas ou ésteres Relativa Amidas ou ésteres, porém de forma criteriosa Doença cardiovascular significativa (ASA III–IV) Altas concentrações de vasoconstritores (como a adrenalina racêmica em fios retratores) Relativa Anestésicos locais com adrenalina a 1:200.000 ou 1:100.000, mepivacaína a 3% ou prilocaína a 4% (bloqueios nervosos) Hipertireoidismo clínico (ASA III–IV) Altas concentrações de vasoconstritores (como a adrenalina racêmica em fios retratores) Relativa Anestésicos locais com adrenalina a 1:200.000 ou 1:100.000, mepivacaína a 3% ou prilocaína a 4% (bloqueios nervosos) 23 Q U AD R O 4 . R ES U M O D A S T ÉC N IC A S AN ES T ÉS IC A S M A X IL AR ES E M AN D IB U LA R ES TÉ C N IC A R EF ER ÊN C IA S A N AT Ô M IC A S A G U LH A PR O FU N D ID A D E D E PE N ET R A Ç Ã O V O LU M E A N ES TÉ SI C O D EN TE S A N ES TE SI A D O S O SS O A LV EO LA R TE C ID O S M O LE S C O M PL IC A Ç Õ ES Q R C O D E N A SP Pr eg a m uc ov es tib ul ar ac im a do 2 º m ol ar su pe rio r Cu rta o u lo ng a 16 m m 0, 9 a 1, 8 m L 3º m ol ar 2º m ol ar 1º m ol ar e xc et o a ra iz m es io -v es tib ul ar O ss o al ve ol ar n a re gi ão d e m ol ar es M uc os a ve sti bu la r n a re gi ão d e m ol ar es H em at om a N A SM Pr eg a m uc ov es tib ul ar ac im a do 2 º p ré -m ol ar su pe rio r Cu rta A o ní ve l d o áp ic e do s p ré -m ol ar es 0, 9 a 1, 2 m L Ra iz m es io -v es tib ul ar do 1 º m ol ar Po lp as d o 2º e 1 º pr é- m ol ar es O ss o al ve ol ar n a re gi ão d e pr é- m ol ar es M uc os a ve sti bu la r n a re gi ão d e pr é- m ol ar es H em at om a N A SA Pr eg a m uc ov es tib ul ar ao n ív el d o 1º p ré -m o- la r s up er io r e fo ra m e in fra or bi ta l Cu rta o u lo ng a 16 m m 0, 9 a 1, 2 m L In ci siv os e c an in o O ss o al ve ol ar n a re gi ão d e in ci siv os e ca ni no M uc os a ve sti bu la r n a re gi ão d e in ci siv os e ca ni no Lá bi o su pe rio r H em at om a T É C N IC A S A N E ST É SI C A S O c on he ci m en to a na tô m ic o é fu nd am en ta l p ar a o en te nd im en to d as té cn ic as a ne st és ic as . P or is so , é im po rta nt e re vi sa r a an at om ia d os n er vo s m ax ila r e m an di bu la r. C om o se m pr e, fa re m os is so à m an ei ra M FT . L ei a os Q R C od es a ba ix o pa ra as si st ir ao s v íd eo s q ue d es cr ev em a a na to m ia d es se s d oi s r am os d o Tr ig êm eo (V p ar ). Pa ra fa ci lit ar a a ss im ila çã o de to da s a s t éc ni ca s, ve ja o q ua dr o ab ai xo q ue d es cr ev e tu do o q ue v oc ê pr ec is a sa be r p ar a ex ec ut ar s ua s an es te si as c om p re ci sã o e se gu ra nç a. S e re st ar em d úv id as s ob re a e xe cu çã o de c ad a té cn ic a, te m os v íd eo s so br e ca da u m a de la s. B as ta le r o s Q R C od es . R E SU M O D A S T É C N IC A S A N E ST É SI C A S M A X IL A R E S E M A N D IB U L A R E S 24 N . N as op al at in o Pa pi la e fo ra m e in ci siv o e in ci siv os c en tra is su pe rio re s Cu rta 1 m m a nt es d e to ca r o os so 0, 45 m L N en hu m Po rç ão a nt er io r d o pa la to d ur o M uc os a pa la tin a en tre ca ni no s H em at om a, is qu em ia , ne cr os e e de sc on fo rto N . P al at in o m ai or Fo ra m e pa la tin o m ai or Cu rta 5 m m 0, 45 a 0 ,6 m L N en hu m N ão se a pl ic a M uc os a pa la tin a at é 1º pr é- m ol ar H em at om a, is qu em ia , ne cr os e e de sc on fo rto Lo ca l n o pa la to M uc os a pa la tin a ad ja ce nt e à ár ea d e in te re ss e Cu rta 5- 10 m m 0, 2 a 0, 3 m L N en hu m N ão se a pl ic a Te ci do m ol e ad ja ce nt eà ár ea d e pu nç ão H em at om a, is qu em ia , ne cr os e, d es co nf or to Su pr ap er io ste al Pr eg a m uc ov es tib ul ar ad ja ce nt e e/ ou a co ro a do d en te a se r an es te sia do Cu rta o u lo ng a A o ní ve l d o áp ic e do d en te 0, 6 m L Po lp a e ár ea d a ra iz O ss o al ve ol ar ad ja ce nt e Pe rió ste o e m uc os a ve sti bu la r a dj ac en te H em at om a e do r à pu nç ão N AI R af e pt er ig om an di bu - la r. Pl an o oc lu sa l ( 10 m m a ci m a) e p ré -m ol ar do la do o po st o Lo ng a 20 -2 5 m m 1, 5 m L To do s o s d en te s da qu el e h em ia rc o To do o o ss o al ve ol ar da qu el e h em ia rc o 2/3 a nt er io re s d a lín gu a, pe rió ste o, m uc os a do as so al ho b uc al , g en gi - va li ng ua l, ge ng iv a ve s- tib ul ar d e p ré -m ol ar es pa ra fr en te H em at om a, tr ism o, pa ra lis ia fa ci al N er vo li ng ua l As so al ho b uc al C ur ta So b a m uc os a 0, 2- 0, 6 m L N en hu m N ão se a pl ic a M uc os a do a ss oa lh o bu ca l, 2/3 a nt er io re s da lí ng ua , g en gi va lin gu al H em at om a e d es - co nf or to N er vo b uc al M uc os a ve sti bu la r ad ja ce nt e a o de nt e m ai s di sta l n o he m ia rc o C ur ta 1- 4 m m 0, 3 m L N en hu m N ão se a pl ic a Te ci do s m ol es e pe rió ste o ve sti bu la r n a re gi ão d e m ol ar es H em at om a N er vo m en tu al Pr eg a m uc ov es tib ul ar , fo ra m e m en tu al e pr é- -m ol ar es in fe rio re s d o la do a se r a ne ste sia do C ur ta 5- 6 m m 0, 6 m L N en hu m N ão se a pl ic a G en gi va v es tib ul ar , m uc os a ve sti bu la r, lá bi o in fe rio r e m en to at é a li nh a m éd ia H em at om a e p ar es te - sia em lá bi o in fe rio r N er vo in ci siv o Pr eg a m uc ov es ti- bu la r e p ré -m ol ar es in fe rio re s d o la do a se r an es te sia do C ur ta 5- 6 m m 0, 6- 0, 9 m L Po lp a de p ré -m ol ar es , ca ni no e in ci siv os O ss o al ve ol ar n a re gi ão d e i nc isi vo s e c an in o Te ci do s m ol es e pe rió ste o ve sti bu la r n a re gi ão d e i nc isi vo s e ca ni no e lá bi o in fe rio r H em at om a e pa re ste sia Le ge nd a: N AS P: N er vo A lv eo la r S up er io r P os te rio r, N AS M : N er vo A lv eo la r S up er io r M éd io , N AS A: N er vo A lv eo la r S up er io r A nt er io r, N AI : N er vo A lv eo la r I nf er io r, N : N er vo . 25 TOXICIDADE Toxicidade é o termo que designa as reações indesejadas ou nocivas que po- dem acontecer quando uma substância entra em contato com o corpo humano. Em geral, elas podem acontecer de duas maneiras: quando a dose recomendada é excedida - a isso damos o nome de toxicidade absoluta - ou quando a dose adequada é administrada, mas por algum motivo houve um acúmulo da subs- tância no corpo tornando possível a ocorrência de efeitos tóxicos, que recebe o nome de toxicidade relativa. A toxicidade relativa pode acontecer, por exemplo, quando injetamos (inadvertidamente) a solução anestésica diretamente dentro do vaso sanguíneo, ou no caso de pacientes que têm doenças hepática ou renal e, por esse motivo, o fármaco não é excretado do corpo humano, dando tempo para que acumule no sangue e seja distribuído em maiores quantidades para todo o organismo. Os principais fatores que influenciam a toxicidade de um anestésico local estão abaixo: 1. Escolha do anestésico: anestésicos mais tóxicos (como a bupivacaína) au- mentam o risco de toxicidade; 2. Concentração e dose: devem ser respeitadas, conforme demonstrado no Quadro 1; 3. Método de infiltração do anestésico: injeção lenta, sempre após aspiração negativa; 4. Interações medicamentosas: podem predispor ao acúmulo do anestésico (ver a seguir); 5. Estado físico do paciente: pacientes com risco de acúmulo do anestésico (p. ex.: hepatopatas e nefropatas) têm maior risco de toxicidade. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 1. Anestésicos do grupo amida + cimetidina: predispõem ao acúmulo do anes- tésico; 2. Vasoconstritores + antipsicóticos: ampliação da hipotensão causada pelos antipsicóticos; 3. Vasoconstritores + cocaína: superexcitação do SNC; 4. Vasoconstritores + inibidores da MAO: maior efeito vasopressor. Sempre devemos pensar em como evitar problemas, por isso algumas medi- das são fundamentais para que possamos prevenir os riscos de uma toxicidade acontecer. Por isso devemos considerar: 26 QUADRO 5. SINAIS DE TOXICIDADE, GRAVIDADE E CONDUTA PROFISSIONAL FRENTE AO CASO QUADRO SINAIS E SINTOMAS CONDUTA Leve Fala rápida, ansiedade, pro- núncia embaralhada e confusão mental Interromper o tratamento, monitorar sinais vitais e observar o paciente por 1 hora antes de liberá-lo. Moderado Cegueira, nistagmo (movimen- tos involuntários e repetitivos do olho), sonolência, cefaleia e vertigem Interromper o tratamento, monitorar sinais vitais, manter o paciente em posição supina e administrar O2. Grave Convulsão, disritmia e PCR (parada cardiorespiratória) Interromper o tratamento, administrar O2 e Diazepam, monitorar sinais vitais, buscar ajuda e solicitar atendimento médico e, se necessário, instituir manobras de RCP (reanimação cardiopulmonar). 1. Uso de seringa aspiratória; 2. Uso de vasoconstritores; 3. Respeito às doses de bases anestésicas e vasoconstritores; 4. Respeito às condições sistêmicas do paciente. Os quadros de toxicidade podem variar de leve a grave conforme o Quadro 5. COMPLICAÇÕES Sabemos que as complicações são inerentes a todos os procedimentos em Odontologia. Para evitar ou minimizar a ocorrência de uma complicação decor- rente da prática anestésica, devemos observar alguns critérios de preparação e execução do procedimento. Do ponto de vista técnico, devemos checar 15 itens ou condições fundamentais: 1. Anamnese criteriosa do paciente antes de indicar um procedimento que neces- site de anestesia local; 2. Aferição da pressão arterial previamente ao procedimento anestésico, conside- rando o limite máximo de 140 x 90 mmHg para procedimentos eletivos; 3. Avaliar o estado geral do paciente antes do procedimento; 4. Conhecimento anatômico por parte do profissional; 5. Conhecimento técnico em relação à técnica anestésica a ser indicada e realizada; 6. Preparação para o procedimento de anestesia local (veja o checklist com os 27 QUADRO 6. CHECKLIST DOS ITENS PARA ANESTESIA LOCAL CHECK ITEM OBSERVAÇÃO [ ] Seringa carpule Seringa que permita aspiração/refluxo. [ ] Agulha anestésica Tamanho de acordo com a técnica anestésica indicada, 25G, 27G ou 30G, variando entre 20 e 30 mm de comprimento. [AC1] [ ] Tubete anestésico Rever contraindicações das substâncias e/ou condições físicas do paciente (Quadro 3). [ ] Clorexidina 0,12% Bochecho prévio à anestesia para minimizar o risco de bacteremia. [ ] Anestésico tópico Minimizar o desconforto da punção da agulha. Aplicar o anestésico tópico e friccionar. Lembrete: o anestésico tópico só age até 2-3 mm de profundidade no tecido. [ ] Gaze estéril Para secar o tecido previamente à aplicação do anestésico tópico e/ou para comprimir a região após a punção, minimi- zando o desconforto e o risco de hematoma. itens necessários para a execução da anestesia - Quadro 6); 7. Checar se a seringa carpule está efetiva para realizar o refluxo antes de esteri- lizá-la e prepará-la para o uso; 8. Conferir a integridade e validade da agulha gengival; 9. Conferir a integridade e validade do tubete anestésico; 10. Comunicar-se adequadamente com o paciente, informando-o de modo sutil sobre os passos principais e evitando surpresas; 11. Iniciar a infiltração apenas após verificaçãode refluxo negativo (ou seja, que não haverá injeção intravascular); 12. Infiltrar o anestésico de modo lento e gradual; 13. Proteger os materiais perfurocortantes para evitar acidentes à equipe de aten- dimento; 14. Observar o paciente por alguns minutos após o término da infiltração anes- tésica; 15. Aguardar o tempo de início de ação do anestésico antes de optar por adminis- trar nova dose anestésica. 28 QUADRO 7. PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES ANESTÉSICAS E MANEJO COMPLICAÇÃO MANEJO Fratura de agulha Remover fragmento, avaliar mediante exame tomográfico para planejar remoção em segundo tempo ou acompanhar o paciente caso a remoção seja de alto risco-benefício. Edema Geralmente autolimitante. O paciente deve ser orientado e observa- do. Orientações de compressa morna (para estimular a drenagem do edema) e massagem no local podem ser efetivos. Hematoma Geralmente autolimitante. O paciente deve ser orientado e observado. Orientações de compressão e compressa gelada (para vasoconstrição e impedir o aumento do edema) no local podem ser efetivos. Trismo Geralmente autolimitante. O paciente deve ser orientado e observa- do. Orientações de compressa morna (para relaxar a musculatura) e acompanhamento de fisioterapeuta podem ser efetivos. Infecção Tratar a infecção conforme a gravidade do quadro. Lesões de tecidos moles Tratar conforme a gravidade do quadro. Agente à base de corticoide tópico ou anestésico tópico podem aliviar os sintomas e permitir o reparo do tecido. Orientações para evitar traumas no local devem ser fornecidas ao paciente. Parestesia Complicação rara frente a procedimentos anestésicos e que se rela- ciona com o acometimento de nervo sensitivo. O paciente deve ser orientado quanto à complicação. Laserterapia pode ser efetiva para diminuição dos sintomas de dormência no local. Paralisia Complicação rara frente a procedimentos anestésicos e que se relaciona com o acometimento de nervo motor. O nervo facial, que se divide na parótida, é o mais comum. O paciente deve ser orientado quanto à complicação. Laserterapia pode ser efetiva para diminuição dos sintomas de paralisia no local. As principais complicações anestésicas e o manejo de cada uma delas estão listadas abaixo no Quadro 7. 29 ADQUIRA O SEU ACESSO E TODO CONTEÚDO BÔNUS ACESSE O SITE OFICIAL DO CONGRESSO CONHEÇA NOSSOS PRODUTOS https://mftacademy.com.br/ https://congressomft.com/