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A estrutura organizacional de uma
escola
Reconhecer as estruturas organizacionais de uma escola seguindo a premissa de uma gestão participativa
como preconizado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
Profª. Marina Caprio
1. Itens iniciais
Propósito
Gerar visualização e instrumentos para a estruturação e a organização das instituições escolares.
Objetivos
Analisar o conceito de gestão participativa.
Reconhecer a estrutura organizacional de uma instituição educacional.
Distinguir as diferentes funções do diretor de uma instituição educacional.
Identificar os conceitos de clima, cultura e liderança em uma instituição educacional.
Introdução
Ao entrar em uma instituição escolar, o que chama sua atenção? A maneira com que os alunos se comportam?
Se a escola está limpa? Se há pessoas circulando nos corredores? Em uma instituição de ensino, inúmeras
coisas se mostram e se escondem aos olhos do observador.
Por isso, neste conteúdo, abordaremos a organização de uma escola a partir de alguns conceitos muito
importantes. Iniciaremos nosso estudo com a análise do conceito de gestão democrática e participativa – e,
em especial, da importância da autonomia. Em seguida, identificaremos a estrutura organizacional da escola,
apontando quais são as funções, os “departamentos” e as pessoas que “fazem e acontecem”.
Também daremos uma atenção especial à direção da escola, pois tal cargo e função são vitais para o bom (ou
o mau) funcionamento da escola. Por fim, refletiremos sobre o que significam o clima e a cultura
organizacional para a promoção do entendimento não só do que conseguimos observar e pensar, mas
também daquilo que sentimos e, muitas vezes, sequer conseguimos entender totalmente.
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• 
1. Gestão participativa
Gestão democrática: autonomia e participação
A instituição escola constitui uma organização social complexa e com muitas determinações. Não é simples
olhar para uma e dizer “esta escola é boa porque faz isso ou aquilo corretamente”. Uma boa ou uma má escola
é composta por uma infinidade de fatores, sejam eles sociais, humanos, de infraestrutura, financeiros etc. 
Pense em uma cidade: por que existem escolas municipais
excelentes e outras ruins? Isso é mostrado pelo Índice de
Desenvolvimento da Educação (Ideb). Ele apresenta o fluxo
escolar e as médias de desempenho nas avaliações em
larga escala, como, por exemplo, a Prova Brasil (avaliação
do sistema nacional para o ensino fundamental). Esse índice
foi criado para compreender como as escolas trabalham e
os resultados produzidos.
Como escolas diferentes, na mesma cidade, possuem
índices de desenvolvimento tão distintos? O que diferencia uma escola da outra se as duas têm as
mesmas estruturas, pois fazem parte do mesmo sistema (municipal ou estadual, por exemplo)?
Uma das respostas para tal pergunta pode estar relacionada à gestão – em especial, à forma como a gestão
democrática e participativa se realiza e se concretiza nas ações do dia a dia. Em nossa sociedade atual, não
se aceita mais uma escola autoritária na qual só o diretor fala, enquanto os professores, os estudantes e a
comunidade apenas obedecem.
Algumas pessoas podem não entender como uma opção esse caráter democrático na gestão escolar. Muitos
aprenderam que a hierarquia é a tendência geral na gestão escolar. Entretanto, na Constituição Brasileira, a
gestão democrática do ensino público consta no artigo 206, inciso IV. Além disso, a LDB (artigo 3º, inciso VIII)
reforça a gestão democrática do ensino público e a legislação do sistema de ensino. Desse modo, nenhuma
instituição foge de seu escopo.
Atenção
Todas as escolas brasileiras, sob força de lei, devem ter uma gestão democrática! 
Superada a dúvida, voltemos à análise:
A participação de todos da comunidade nas decisões sobre os rumos e o futuro da escola é fundamental para
que haja engajamento. Mas como envolver a comunidade? Como incentivar as famílias a participar do
processo de “construção” da escola dos seus filhos?
Não podemos aceitar que elas cheguem à escola para as famosas de reuniões e ainda ouçam alguém apenas
falar mal de seus filhos. Quem nunca ouviu a história de uma mãe, uma avó ou um pai que, após ter entrado na
escola, ouviu o professor somente tecer críticas sobre seu filho?
Exemplo
Comentários sobre indisciplina, dificuldades de aprendizagem ou até mesmo falta de educação. 
Que família gostaria de frequentar um espaço no qual só ouvisse críticas sobre seus filhos? Sabemos da
enorme dificuldade de uma participação efetiva das famílias na vida escolar dos filhos devido a inúmeras
demandas – em especial, do mundo do trabalho.
A escola precisa compreender que, atualmente, as famílias trabalham muito mais que há 20 ou 30 anos. Com
o advento das tecnologias, o trabalho invadiu as casas e os momentos de descanso.
Exemplo
Uma mãe é auxiliar administrativo de uma pequena empresa. Ao chegar a casa, depois de oito horas de
trabalho e mais algum tempo no deslocamento (em algumas cidades, o traslado do trabalho até a
residência pode levar duas ou até três horas), essa mulher ainda é muitas vezes requisitada para
responder mensagens pelo celular. Ela não pode simplesmente ignorar essas mensagens, ou seja, acaba
levando trabalho para dentro de casa. 
A escola tem de fazer essa reflexão com seus professores, estudantes, técnicos e demais membros da
comunidade. Além disso, ela precisa pensar em formas de viabilizar a participação e fazer com que as famílias
se sintam corresponsáveis pelo processo educativo.
Gestão participativa
O que seria essa gestão? Libâneo, Oliveira e Toschi (2007) afirmam que o conceito de participação se
fundamenta no princípio da autonomia. Trata-se, em suma, da capacidade das pessoas e dos grupos de fazer
suas escolhas e de conduzir seus caminhos.
A autonomia, assim, seria o oposto de autoritarismo, pois, com ela, o indivíduo e o grupo são livres para sua
autodeterminação. Porém, na prática da gestão escolar, como podemos entender a autonomia?
Lück (2013) destaca alguns indícios que podem melhorar nossa compreensão. Segundo o autor, a autonomia:
I
É um processo que deve ser conquistado todos os dias com ações cotidianas; portanto, não se trata
de algo externo, e sim construído.
II
É um processo contraditório por trabalhar com pessoas que têm diferentes visões, ideias e
concepções; desse modo, os conflitos são inerentes. Por isso, é preciso ter escuta ativa, não
fomentar brigas e tentar conciliar divergências.
III
Orienta-se por princípios, isto é, os códigos sociais que guiam a ação (o que pode e não pode, o que é
importante etc.).
IV
É a ampliação do processo decisório para que as decisões se tornem ações reais e concretas. Quem
decide junto, constrói junto.
V
É um processo de mão dupla e interdependência, pois a escola, a família e os sistemas de ensino
(regras e diretorias estaduais e municipais) estão todos juntos na busca de um objetivo maior: a
promoção da educação.
VI
Complementa-se com a heteronomia para o bom funcionamento da escola. Podemos entender
heteronomia como regras, leis e decretos. Com isso, a escola tem autonomia para atingir seus
objetivos da melhor forma, cumprindo o previsto nas regras.
VII
Implica responsabilização, pois não existe autonomia sem a capacidade de assumir
responsabilidades, isto é, de assumir e entender erros e acertos.
VIII
É a expressão de cidadania, porque indica a conscientização do que está sendo vivido e decidido.
IX
Implica gestão compartilhada, já que a participação de todos os segmentos enriquece a possibilidade
de ação da escola.
X
É um processo circular de articulação entre os âmbitos macro e micro de gestão educacional, uma
vez que ele não se inicia nem se encerra na escola.
XI
Associa-se com o empreendedorismo, pois corrobora uma visão de enfrentar desafios, superar
medos e agir coletivamente para se atingir os objetivos e o bem comum.
XII
Corresponde a uma cultura, já que se identifica com formas e jeitos de ser e de fazer tudo o que se
permeia na escola.
XIIIPressupõe trabalho em equipe e superação da divisão do trabalho, porque não há compartilhamento
com trabalho isolado.
XIV
Implica empoderamento na tomada de decisões e de responsabilidades.
Mas a participação é de quem? Professores, funcionários, pais, alunos e comunidade devem ser envolvidos
em:
Estabelecimento de objetivos.
Solução de problemas.
• 
• 
Tomada de decisões.
Estabelecimento e manutenção de padrões de desempenho.
Garantia de que sua organização atende adequadamente às necessidades das pessoas a quem os
serviços da organização se destinam.
O próprio conceito de gestão está associado à mobilização de talentos e esforços coletivamente
organizados, assim como à ação construtiva conjunta de seus componentes pelo trabalho associado
mediante a reciprocidade, a qual, por sua vez, cria um todo orientado por uma vontade coletiva. 
Desse modo, podemos entender que a gestão participativa orientará os quatro pilares da autonomia escolar:
 
Autonomia pedagógica.
Autonomia política.
Autonomia administrativa.
Autonomia financeira.
Esses quatro eixos da autonomia exigem a participação de todos para que a gestão seja efetivamente
democrática. 
Não adianta, por exemplo, um diretor escolar compartilhar o planejamento pedagógico se os
recursos financeiros ficam em uma “caixa preta”, escondidos da comunidade. Para que haja sentido
na participação, será preciso equilibrar os quatros eixos citados.
Libâneo, Oliveira e Toschi (2007) destacam a existência de dois significados de participação articulados entre
si. Eles possuem um caráter mais:
Interno
A participação é um ingrediente dos próprios
objetivos da educação e da escola, pois a
instituição escolar é um lugar de aprendizado
de conhecimentos; de desenvolvimento de
capacidades cognitivas, sociais, afetivas, éticas
e estéticas; e de formação de competências
para a vida social, econômica e cultural. Os
autores chamam essa perspectiva da escola de 
comunidade democrática de aprendizagem.
Externo
Graças à participação, a escola se abre
efetivamente para a comunidade, o bairro e a
cidade. Com isso, ela não se torna algo
separado da realidade, sendo um lugar fechado.
Pelo contrário: a escola passa a conquistar o
lugar de comunidade educativa que interage e
integra a sociedade. Vivendo a participação nos
órgãos da escola, como conselhos de classe e
de escola, as famílias, os professores e os
estudantes vão aprendendo a se sentir
responsáveis pelas decisões que os afetam.
A participação na gestão influencia o ambiente interno e externo da escola. Seus resultados reverberam além
dos muros institucionais. 
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1. 
2. 
3. 
4. 
Está achando isso difícil? Gerir tanta gente e tantos desejos... mas não se preocupe! Lück (2007) lhe
apresenta alguns bons motivos para lutar por essa participação.
Qualidade
Melhora a qualidade pedagógica do processo educacional das escolas.
Currículo
Garante ao currículo escolar maior sentido de realidade e atualidade com a visão de todos na
comunidade escolar, definindo objetivos e indicadores.
Profissionalismo
Aumenta o profissionalismo dos professores, que assumem coletivamente compromissos e
responsabilidades.
Coesão
Combate o isolamento físico, administrativo e profissional de gestores e professores, fazendo com
que a escola não seja um amontoado de pessoas e espaços, e sim um todo organizado e orquestrado
com finalidades e caminhos em comum.
Motivação
Motiva o apoio das comunidades escolar e local às escolas, pois permite que os sujeitos se sintam
parte do processo.
Objetivos
Desenvolve objetivos comuns na comunidade e, com isso, incentiva que todos auxiliem para que eles
sejam alcançados, além de construir um sentimento de pertencimento e unidade.
O que é participação? A seguir, entenda qual a visão do autor:
Precisamos de estratégias... só resta uma dúvida: como engajar a participação e o envolvimento das famílias e
da comunidade na escola? 
Tendo como base Lück (2013), apresentamos algumas ações importantes resumidas a seguir:
1
Quanto à relação escola-comunidade
A escola não deve ser um corpo estranho à comunidade, é necessário integrar com regras, mas, ao
mesmo tempo, permitindo à escola entender que faz parte da comunidade e a comunidade faz parte
da escola. Que as pichações virem muros com formas de expressão, que as salas tenham o “design”
da turma, que as competições esportivas sejam ambiente de troca e reconhecimento.
2
Quanto à participação das mães
Mãe? Mas por que mãe? Frutos de uma sociedade machista, notamos que quem mais se materializa
na escola são as “mães”.
 
Importante: mães podem ser tias, avós, mães de consideração, madrinhas e afins. São figuras de
mulheres com as quais os alunos identificam seus afetos.
 
É um encontro feliz quando pais estão lá como “mães”. Se ali estão os afetos, eles precisam estar
sobre o que as crianças podem produzir, como podem fazer parte do calendário ou como os
conselhos da escola podem ser compartilhados nas casas.
3
Quanto à conscientização dos pais a respeito do seu papel e da importância da
educação
Pais, sua função não é levar o aluno até a escola e buscá-los. Lá não é depósito de jovens ou
máquina de sonhos. Ela é seu lugar.
 
Temos funções para vocês:
 
Consultor de aprendizado: acompanhando o que seu filho vem aprendendo.
Membro do conselho: representando os demais pais e pensando em soluções.
Porta-voz: levando e fazendo o diálogo entre a escola e os pais.
Promotor de eventos e de realizações dos seus filhos por ser a pessoa que tem confiança
para resolver problemas.
A escola e a comunidade
No vídeo a seguir, saiba mais sobre participação democrática. Confira!
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
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A mesma autora também propõe ações que a escola deve organizar e promover para que as famílias e a
comunidade possam efetivamente participar: 
Quanto à manutenção da escola e realização de atividades diversas
Zelar pela escola e por seus materiais, contribuindo para a sua
manutenção em bom estado de funcionamento e sua recuperação
quando necessário. Faça inventários com a comunidade e discuta
a importância dos equipamentos da escola para o aprendizado.
Arrecadar verbas e fazer campanhas de arrecadação de
alimentos, livros e materiais pedagógicos, entre outros itens,
sempre enfatizando o caráter voluntário e nunca obrigatório de
doações.
Envolver a participação dos pais na confecção de materiais de
apoio das atividades da escola ou mesmo na reforma de
equipamentos ou ambientes.
Participar da orientação do recreio para que ele seja mais
educativo, como, por exemplo, com familiares voluntários
contando histórias sobre o bairro ou a comunidade.
Colaborar na confecção da merenda e da refeição servida na
escola e na sua distribuição não só no dia a dia, mas também em
ocasiões de festas e comemorações.
Colaborar na entrada e na saída dos alunos da escola.
Adaptado de: Lück, 2013, p. 71-72.
Quanto à gestão da escola
Abrir a gestão da escola à participação de todos.
Promover a participação e a integração maior de todos nos
processos de tomada de decisão da escola.
Confeccionar a agenda escolar com recursos da comunidade para
organizar o trabalho dos alunos e manter as famílias informadas
sobre as atividades principais da escola. Cabe ressaltar que essa
agenda também deve ser preenchida pela família para facilitar a
comunicação com a escola.
Estabelecer metas de resultado e aprendizagens para cada
semestre e acompanhar a sua realização.
Realizar levantamentos periódicos das dificuldades que devem ser
superadas.
Adaptado de: Lück, 2013, p. 71-72.
1. 
2. 
3. 
4. 
5. 
6. 
1. 
2. 
3. 
4. 
5. 
Quanto ao processo de comunicação
Manter os responsáveis informados sobre o que acontece na
escola.
Divulgar para a comunidade, por meios diversos, as atividades da
escola e do conselho de classe ou da escola.
Manter um informativo semestral a ser fornecido para os
responsáveis, informando e esclarecendo assuntos de interesses
comuns em relação à escolae ao rendimento escolar dos alunos.
Divulgar na comunidade e para os responsáveis a qualidade do
trabalho realizado na escola e seus resultados.
Adaptado de: Lück, 2013, p. 71-72.
Devemos destacar ainda que, para que a escola consiga efetivamente envolver a comunidade, tendo uma
participação de qualidade e com compromisso, é preciso que cada parte da escola funcione adequadamente,
desenvolvendo a contento suas funções e cumprindo seus objetivos. Esse é o tema sobre o qual nos
debruçaremos no próximo item.
Gestão democrática e a escola
Vamos conversar agora com a professora Marina Caprio sobre essas questões. Veja a seguir:
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
O que a LDB diz sobre gestão democrática?
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Como envolver os alunos em uma gestão democrática?
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Verificando o aprendizado
Questão 1
(Idecan - 2016 - Prefeitura de Cariacica/ES - Professor - Educação Física) A escola é o lugar onde se
concretiza o objetivo máximo do sistema escolar, ou seja, o atendimento direto de seus usuários nas relações
1. 
2. 
3. 
4. 
de ensino-aprendizagem. É nela que as metas governamentais são atingidas ou não e que as políticas
educacionais se realizam tal como o previsto ou sofrem distorções.
 
Ao discutir a autonomia da escola, Veiga destaca algumas dimensões consideradas básicas para o bom
funcionamento de uma instituição educativa e que, segundo ela, devem ser relacionadas e articuladas entre
"si":
 
I. Autonomia "administrativa": consiste na possibilidade de elaborar e gerir seus planos, programas e projetos,
e autonomia jurídica, ou seja, diz respeito à possibilidade de a escola elaborar suas normas e suas orientações
escolares.
II. Autonomia "financeira": refere-se à gestão do financiamento disponível para a instituição.
III. Autonomia "pedagógica": consiste na liberdade de propor modalidades de ensino e pesquisa, estando
estreitamente ligada à identidade, à função social, à clientela, à organização curricular e à avaliação, bem
como aos resultados e, portanto, à essência do projeto pedagógico da escola.
 
Estão corretas as "afirmativas":
A
Somente I.
B
Somente I e II.
C
Somente I e III.
D
Somente II e III.
E
Somente II.
A alternativa C está correta.
A autonomia administrativa reside na possibilidade de a escola elaborar suas normas e suas orientações
escolares. Autonomia financeira refere-se à disponibilidade de recursos financeiros capazes de dar à
instituição educativa condições de funcionamento efetivo. Já a autonomia pedagógica reside na liberdade
de propor modalidades de ensino e pesquisa, estando estreitamente ligada ao projeto pedagógico da
escola.
Questão 2
A Lei nº 9.394/96, em seu artigo 3º, inciso VIII, reforça o previsto na Constituição e determina que a gestão
escolar deve ter características específicas. Leia as alternativas que se referem a tais características e
assinale (V) para as sentenças verdadeiras e (F) para as "falsas":
 
( ) A LDB aponta que a principal atuação docente se refere à necessidade de o professor verificar, por meio
de provas e atividades avaliativas, o conhecimento adquirido por seus alunos.
 
( ) A LDB atribui exclusivamente ao docente a responsabilidade pelo sucesso escolar dos alunos, já que é ele
o sujeito que seleciona os conteúdos e as estratégias a serem ministrados no contexto escolar.
 
( ) A LDB aponta que uma das atribuições docentes é estar integrado à gestão da escola, reforçando sua
função democrática.
 
( ) A LDB atribui a toda a rede de ensino brasileira o princípio de uma gestão democrática no seu ambiente
escolar.
 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para "baixo":
A
F – F – V – V.
B
V – V – F – F.
C
V – F – V – F.
D
F – V – F – V.
E
F – F – F – V.
A alternativa A está correta.
A gestão escolar é um princípio democrático – e é disso que trata o artigo. Reforçando o previsto na
Constituição, o sentido da LDB passa pelo papel de todos. Por isso, destacamos que o papel do professor
não se restringe ao espaço escolar. É necessário que o professor pense sobre o espaço escolar e análise
criticamente a estrutura a partir da gestão democrática.
2. Estrutura organizacional
A estrutura organizacional de uma escola: princípios e
objetivos
Toda instituição tem uma organização que define e determina as funções e a área de atuação de cada
membro da sua equipe. Com a escola isso também acontece.
A estrutura de organização interna de uma instituição escolar deve estar prevista e definida no regimento
escolar. Tal regimento é considerado a “Constituição” da escola, pois nele constam todas as suas regras.
Exemplo
Horários de entrada e saída, como será feita a recuperação e os critérios para aprovação ou retenção. 
Esse documento deve ser discutido com a comunidade por meio do conselho da escola. No regimento,
também têm de estar previstas as funções de cada membro da escola para assegurar o seu funcionamento.
Observe a representação gráfica (usualmente chamada de organograma) da organização das funções de uma
escola:
Refletiremos a seguir sobre as características e as funções de cada item do organograma apresentado.
Conselho de escola
Sua composição deve ser feita por eleições e ter representantes de todos os segmentos da escola, como
estudantes, responsáveis, docentes, gestão e técnicos administrativos. As representatividades devem ter
paridade para não haver desequilíbrio de poder.
Saiba mais
Não pode existir um conselho no qual 70% de sua composição seja de docentes, pois isso seria uma
disparidade em relação aos demais membros da comunidade. 
Todos os segmentos devem ser representados a fim de que
suas ideias, seus conceitos e suas proposições sejam
respeitados.
De acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2007), o
conselho de escola (a existência desse órgão colegiado
está prevista no artigo 14 da LDB) precisa ter funções
consultivas e deliberativas que devem ser definidas no
regimento sobre as questões administrativas, pedagógicas
e financeiras. Alguns estados e municípios têm deliberações
específicas sobre as funções do conselho; desse modo, o
regimento tem de contemplar o que está previsto na lei.
Direção
O diretor da escola tem uma função muito ampla e complexa. Tal cargo é responsável por coordenar, organizar
e gerenciar as atividades da escola, sendo auxiliado pela equipe técnico-administrativa e pelo setor
pedagógico conforme destacou o organograma.
O assistente de diretor ou vice-diretor desempenha as mesmas funções e divide suas responsabilidades. O
cargo de diretor de escola definitivamente é complexo.
Comentário
Devido a essa complexidade, dedicaremos a próxima seção deste texto para nos aprofundar sobre tal
função. 
Setor técnico-administrativo
De acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2007), o setor técnico-administrativo é responsável pelos meios de
trabalho que asseguram o atendimento dos objetivos e das funções da escola. Na figura do organograma
acima, podemos observar que tal setor é composto por diferentes serviços.
Elencaremos alguns deles a seguir:
Secretaria escolar.
Zeladoria.
Limpeza.
Segurança.
Biblioteca.
Laboratórios de Informática e de Ciências.
• 
• 
• 
• 
• 
• 
A secretaria se destaca nesse rol de serviços,
já que ela desempenha duas atividades
essencialmente distintas: atendimento à
comunidade e guarda e elaboração de
documentos educacionais (de docentes e
estudantes).
O atendimento às famílias e aos estudantes é
fundamental para a orientação e a realização de
procedimentos, como matrícula e entrega de
documentos (de histórico escolar, certificados
ou diplomas).
Mas ainda há aquele serviço voltado para a
comunidade interna, porque é na secretaria escolar que os professores registram e arquivam:
Diários.
Planos deensino.
Notas.
Frequência.
Toda a vida acadêmica do estudante.
Também é na secretaria que, na maioria das vezes, é feito o controle da frequência do professor. Ela ainda é
responsável por elaborar a documentação escolar e zelar por sua guarda.
Exemplo
A secretaria recebe os documentos de transferência de um estudante. Ele conclui o ensino fundamental
nessa escola. A secretaria, dessa maneira, é responsável por expedir toda a documentação do
estudante, informando no histórico que ele é oriundo de outra escola, quais foram as suas notas e o
percentual de frequência dele. 
A secretaria, portanto, elabora e guarda toda a documentação e o registro do funcionamento da escola, ou
seja, é a memória viva dessa instituição.
Setor pedagógico
No setor pedagógico, estão previstos a coordenação pedagógica, a orientação educacional e o conselho de
classe. Em muitas escolas, não existe a figura do orientador educacional.
Tal orientador tem como função cuidar do atendimento e do acompanhamento individual dos estudantes,
auxiliando nas questões pessoais e no processo de aprendizagem. Além disso, ele auxilia na relação entre as
famílias e as escolas.
• 
• 
• 
• 
• 
Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2007), a coordenação
pedagógica coordena, acompanha, assessora, apoia e
avalia as atividades pedagógico-curriculares. O
coordenador trabalha ao lado do professor, prestando
assistência didático-pedagógica e auxiliando cada
educador no processo de ensino e aprendizagem.
Por fim, o conselho de classe é um órgão colegiado de
natureza deliberativa acerca do processo de aprendizagem
e avaliação do estudante. Sua ação tem de ser preventiva e
corretiva no percurso escolar do aluno, deliberando tanto
sobre promoções e reprovações quanto sobre as melhores ações para otimizar o processo de aprendizagem.
Professores e alunos
Os alunos formam o corpo discente e são a razão de ser de toda escola. Já os professores só atuam porque
existem estudantes. Cada aluno importa e deve ser atendido plenamente pela escola. A educação escolar é
direito da criança e do adolescente, e não da família, ou seja, é o aluno que tem o direito de receber a melhor
educação possível.
Os professores, por sua vez, formam o corpo docente. Sua principal função é contribuir com o objetivo
primordial da instituição escolar: o processo de ensino e aprendizagem.
Em seu artigo 13, a Lei nº 9.394/1996 apresenta os deveres e as responsabilidades dos professores: 
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: I - participar da elaboração da proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino;II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino;III - zelar pela aprendizagem dos alunos;estabelecer estratégias de
recuperação para os alunos de menor rendimento;IV - ministrar os dias letivos e horas-aula
estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e
ao desenvolvimento profissional;VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as
famílias e a comunidade.
(BRASIL, 1996)
Além de planejar e ministrar suas disciplinas e seus conteúdos, os professores também são responsáveis pela:
 
Proposta pedagógica (ou projeto pedagógico) da escola.
Participação nas avaliações institucionais e nos programas de formação continuada.
Contribuição em relação à família e à escola.
Instituições auxiliares
Libâneo, Oliveira e Toschi (2007) apontam que, paralelamente à estrutura organizacional, muitas escolas
possuem as instituições ditas auxiliares.
As duas mais comuns são:
• 
• 
• 
Associação de pais e mestres (APM):
A APM é composta por pais, docentes, pessoal
técnico-administrativo e estudantes maiores de
18 anos, devendo ter um regulamento próprio.
Sua atuação tem o objetivo de auxiliar a gestão
da escola nos aspectos financeiros e
administrativos.
Grêmio escolar:
Com seu funcionamento regulamentado pela Lei nº
7.398/1985, o grêmio escolar constitui uma entidade que
representa os interesses educacionais, sociais e culturais
dos estudantes.
Ele precisa ser estimulado para que os estudantes
aprendam a se organizar em pares e a discutir questões
importantes para a escola e a sociedade, além de propor
soluções.
Essa entidade estudantil também pode promover atividades culturais, como saraus, feiras de literatura,
festivais musicais e eventos esportivos, para enriquecer a experiência educacional dos estudantes.
Práticas
Será que toda escola é assim? E para que eu preciso saber disso? Eu vou ser professor: só precisarei entrar
em uma sala e dar aula. Direção é coisa de empresário. Tudo isso que foi falado só vale para as escolas
públicas. Em uma escola particular, a coisa não é assim.
Será que isso é verdade? Para tentar responder a tais questionamentos, conheceremos agora três exemplos
de situações que podem ocorrer no ambiente escolar:
Exemplo 1
Alfredo foi professor a vida inteira. Ele entrava todo dia cedo e passava a
maior parte do dia ministrando suas aulas. Um dia, apareceu uma
oportunidade: um colega de outra área queria investir e pensou em abrir
uma escola.
Ele chamou Alfredo, que, afinal, depois de tantos anos na escola, deveria
saber como tudo aquilo funcionava. A primeira pergunta foi: quantos
funcionários são necessários em uma escola de ensino fundamental do
segundo segmento cujo plano seja uma turma de cada ano?
A resposta de Alfredo foi uma destas três:
Um professor por disciplina.
Não tenho ideia.
Temos de dimensionar os setores.
A resposta é a última, mas não duvidamos da segunda. O professor,
muitas vezes, não percebe a instituição da qual ele faz parte e o papel de
cada setor. Sem ocupar todos os setores e dimensioná-los conforme o
número de alunos, isso é impossível.
Exemplo 2
Fernanda é professora de História e deseja uma vaga na direção da
escola pública em que ministra aulas. Ela vê uma oportunidade na chapa
da nova direção.
No entanto, Fernanda não é pedagoga. Por isso, ela consulta se pode
atuar como diretora adjunta na escola.
A resposta para Fernanda é:
A atuação no setor pedagógico é restrita.
A atuação na direção em escola pública é por eleição; como
docente, ela pode compor a chapa.
A escola não tem professores de História o suficiente; então,
Fernanda não pode concorrer.
Tal resposta é difícil. Em uma escola pública, a formação da direção
segue os regimentos e as regulações do município; no entanto, de
maneira geral, dentro do princípio de ampla participação, e não sendo um
setor “técnico”, Fernanda pode assumir tal função.
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Exemplo 3
Em uma escola particular das mais caras, a direção decide fazer uma
inovação: ela institui um setor de estímulo à arte ao contratar uma
responsável para o desenvolvimento de atividades, o que permitiria uma
formação humana mais fundamentada.
Produtora artística de certo renome, a profissional escolhida, após ser
apresentada aos professores, já começa a divulgar seus projetos. Nesse
momento, a responsável do setor pedagógico inquiriu a professora e a
direção a que setor ela estaria vinculada.
A resposta da direção ao atender a esses questionamentos, para ser
muito correta, deveria ser uma destas:
À direção, afinal, é uma estratégia de marketing.
Ao corpo docente, afinal, ela vem para ser professora.
À equipe pedagógica, uma vez que, nesse setor, cabe a
articulação das estratégias de aprendizado a serem desenvolvidas
para a escola.
Você pode ter na escola, portanto, a atuação de atores que não são
docentes. Algumas funções têm formações específicas, como a equipe
pedagógica, que requer pedagogos, psicólogos e pessoas com formação
afim. Já os docentes – ainda que haja exceções previstas no caso de
professores leigos (sem formação que já tinham o direito adquirido antes
da legislação) e de notório saber (denominação voltada para a formação
técnica)– precisam ter a formação de professor e a licenciatura. Eles
podem atuar como corpo auxiliar em projetos, mas precisam ter uma
integração com os setores específicos.
Como é a estrutura de umaescola?
Vamos observar mais como se organiza uma escola? Para isso, continuaremos nosso papo com a professora
Marina Caprio. Veja a seguir:
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Técnicos administrativos – qual seu papel?
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Coordenação pedagógica: qual seu papel?
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Verificando o aprendizado
Questão 1
(Seduc/SP - Diretor de escola – 2017) Leia o trecho abaixo, retirado de Organização e gestão da "escola":
teoria e prática, de José Carlos Libâneo, para responder à questão.
 
“O princípio da autonomia requer vínculos mais estreitos com a comunidade educativa, basicamente os pais,
as entidades e organizações paralelas à escola. A presença da comunidade na escola, especialmente dos
pais, tem várias implicações. Prioritariamente, os pais e outros representantes participam do conselho de
escola e da associação de pais e mestres (ou organizações correlatas) para preparar o projeto pedagógico-
curricular e acompanhar e avaliar a qualidade dos serviços prestados.”
"Fonte": LIBÂNEO, 2013.
 
No fragmento acima, o autor cita a importância do conselho de escola e da associação de pais e mestres para
a democratização da educação, assim como para o debate sobre os principais problemas da escola e suas
possíveis soluções. Tendo em vista tal assunto, é correto afirmar que são atribuições do conselho escolar, 
exceto
A
participar da elaboração do calendário escolar no que competir à unidade escolar e conforme a legislação
vigente.
B
convocar assembleias gerais da comunidade escolar ou de seus segmentos.
C
promover relações pedagógicas que favoreçam o respeito ao saber do estudante e valorizem a cultura da
comunidade local.
D
planejar a política relativa ao programa de assistência escolar, bem como orientar e apoiar a iniciativa privada
no campo da educação.
E
acompanhar a evolução dos indicadores educacionais e propor, quando necessário, intervenções pedagógicas
e/ou medidas socioeducativas visando à melhoria da qualidade social da educação escolar.
A alternativa D está correta.
Não é função do conselho de escola planejar a assistência escolar e muito menos apoiar a iniciativa
privada. Tal conselho é um órgão colegiado que cuida dos interesses do processo de ensino e
aprendizagem.
Questão 2
A articulação pedagógica de uma escola é absolutamente fundamental. Ali são tratados estratégias, debates e
formas de integrar os processos avaliativos. Faz parte do conjunto da equipe "pedagógica":
 
I. A coordenação pedagógica.
II. A orientação educacional.
III. A organização do conselho de classe.
 
Preencha as lacunas com os números correspondentes destacados "acima":
 
( ) acompanha o trabalho docente, os planejamentos e os cumprimentos da estrutura burocrática.
 
( ) cuida do atendimento e do acompanhamento individual dos estudantes, auxiliando nas questões pessoais
e no processo de aprendizagem.
 
( ) realiza reuniões em que o coletivo debate o desempenho de turmas de alunos, avaliando ainda o
entendimento deles como um todo.
 
A ordem correta "é":
A
I, II e III.
B
I, III e II.
C
II, I e III.
D
II, III e I.
E
III, II e I.
A alternativa A está correta.
As relações I, II e III designam funções básicas que acabam por se diferenciar uma da outra. Nem toda
escola tem orientador pedagógico, mas deveria ter para gerar a plenitude dos processos de inclusão.
3. Funções do diretor
A direção da escola: características e funções
Como destacamos, a função de diretor de uma instituição escolar é ampla e complexa. Faça apenas uma
reflexão: a vida de dezenas e de centenas de crianças e jovens está sob a responsabilidade do diretor da
escola.
Como não considerar essa função muito importante? Se algo acontece de ruim, como um acidente na escola,
quem responde legalmente por isso é o diretor.
Exemplo
Um estudante de uma escola estadual recebe um choque elétrico e precisa ser hospitalizado. Esse
acidente será investigado. Quem responderá por isso é o diretor da escola. Afinal, por que a escola não
teve manutenção na rede elétrica? Por que esse aluno teve acesso a essa rede? 
O papel do diretor
O diretor é o responsável por toda a escola. Além disso, existe a responsabilidade por todos os funcionários.
Funcionários
São alguns exemplos: professores, técnicos administrativos, zeladoria e funcionários de limpeza.
Trata-se de uma responsabilidade grande e complexa. A direção da escola ainda é responsável pela
organização das inúmeras atividades que ocorrem simultaneamente dentro da escola.
Para Dias (1998), três aspectos da atuação do diretor se destacam:
Autoridade escolar
Tal atividade tem uma grande soma de responsabilidades – na verdade, o diretor é responsável por
tudo aquilo que se passa na escola. Em ocasiões especiais, ele representa a própria escola.
Exemplo:
Comparecer a uma solenidade à qual é convidado por sua qualidade de diretor, presidir uma reunião
na própria escola, conferir e assinar certificados e diplomas ou dirigir-se a outras entidades para
tratar de assuntos de interesse da escola.
Nessas ocasiões, ele não está agindo como um simples administrador, e sim como uma autoridade
escolar, sendo alguém que personifica a instituição a que pertence.
Educador
O diretor de escola é, antes de tudo, um educador, isto é, ele participa – nem que não queira – das
atividades-fim de seu estabelecimento de ensino. Sua forma de conduzir a vida escolar tem
repercussões profundas, se bem que nem sempre aparentes, na formação dos alunos.
A administração não é um processo desligado da atividade educacional. Ao contrário: acha-se
inexplicavelmente envolvida nela, de tal forma que o diretor precisa estar sempre atento às
consequências educativas de suas decisões e de seus atos. Quando desempenha a função ou decide
alguma coisa, ele é, antes de tudo, um educador preocupado com o bem-estar dos alunos – e não
apenas um administrador em busca de eficiência.
Administrador
A escola tem objetivos a atingir e compete ao diretor assumir a liderança para assegurar a
consecução desses objetivos. O planejamento, a organização de trabalho, a coordenação dos
esforços e a avaliação de resultados fazem parte do seu dia a dia de trabalho; enquanto se envolver
com tais atividades, ele estará desempenhando sua função de administrador (DIAS, 1998, p. 274).
Com isso, percebemos que o papel do diretor, além de complexo, demonstra ser fundamental para a vida da
escola. Ele, afinal, deve necessariamente agir e se comportar como autoridade escolar, representando a
escola e respondendo por ela, além de atuar como educador, compreendendo as especificidades da docência
e do papel do educador.
Ele ainda precisa dar o exemplo por meio de suas atitudes e comportamentos. Por fim, mas não menos
importante, tem de exercer o papel de administrador com as pessoas, as finanças e os recursos materiais,
planejando, acompanhando e avaliando o desempenho da escola como um todo.
Como avaliar o trabalho de um diretor? Quais são os indicadores para se analisar o trabalho de um gestor
escolar? A título de exemplo, imaginemos o funcionamento de uma escola bem integrada em seu programa de
trabalho:
 
Os funcionários são assíduos e cumprem de boa vontade suas obrigações.
Os professores são entusiastas e se dedicam com alma às suas tarefas docentes.
Os alunos são interessados e revelam bom aproveitamento escolar.
Existe um clima de confiança no trabalho realizado, havendo a certeza de se estar desenvolvendo algo de
bom e genuinamente útil à comunidade. Há a segurança de reconhecimento dos resultados obtidos.
Uma situação assim resulta naturalmente na conjugação de uma série de fatores favoráveis:
• 
• 
• 
Apoio da comunidade.
Existência de bom corpo docente.
Condições materiais favoráveis.
Alunos motivados.Direção competente.
É possível imaginar a existência de falhas em alguns desses fatores sem que isso signifique necessariamente
o desequilíbrio da situação:
 
Uma comunidade indiferente pode ser conquistada com um bom programa de melhoria do
relacionamento escola-comunidade.
Um professor mal adaptado pode ser ajudado a aperfeiçoar seu padrão de desempenho.
As deficiências materiais podem ser diminuídas ou eliminadas mediante campanhas e atividades
comunitárias.
O que, porém, dificilmente pode ser corrigido é o mau efeito de uma direção inadequada. Quando o diretor é
dedicado e capaz, ele encontra sempre os meios para remediar as eventuais deficiências de sua escola. Se,
contudo, ele não se mostrar à altura de suas delicadas atribuições, de pouco valerá a existência de outros
fatores favoráveis. 
A boa direção integra-se tão completamente na atividade da escola que quase não é percebida
isoladamente. Muitas vezes, as pessoas que convivem com um diretor competente o admiram como
pessoa, louvam suas contínuas demonstrações de discernimento e reconhecem com agrado seus
traços positivos de personalidade; contudo, elas podem não ter uma percepção clara do que seja
seu trabalho. 
Pode parecer a elas que a principal função do diretor é comandar, isto é, fazer com que os outros trabalhem,
enquanto ele mesmo se limita a observar. Elas podem até imaginar que a direção seja supérflua, pois
aparentemente o diretor nada teria a fazer em uma escola na qual todos cumprem suas obrigações. 
Atenção
Faça um teste: coloque em seu lugar uma pessoa incompetente. Em pouco tempo, as dificuldades serão
tais que se desmantelará fatalmente a estrutura cuidadosamente montada dia a dia pelo diretor
diligente. 
É então que aparece, por contraste, o real mérito do diretor. O que antes parecia um adorno dispensável
mostrou ser uma peça fundamental para o bom funcionamento da escola. 
Funções do diretor
Podemos compreender que a escola necessita de um gestor totalmente incorporado à sua dinâmica e que a
promova a fim de contribuir não só com a formação dos alunos, mas também com o crescimento pessoal e
profissional dos profissionais da escola.
A partir dos três papéis fundamentais (apontados acima) que o diretor assume, é importante compreender
também quais são as funções constitutivas do sistema de organização e gestão da escola:
Planejamento
• 
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• 
• 
• 
• 
• 
• 
Trata-se da definição de objetivos e da elaboração de resoluções e tomadas de decisões, antecipando e
prevendo erros para corrigi-los. O planejamento é peça fundamental do trabalho de uma escola.
Não é possível conceber o trabalho educativo no improviso.
Há vários níveis de planejamento (planejamento curricular,
pedagógico e de série ou turma) – e todos eles são
fundamentais dentro da escola.
O diretor precisa participar, acompanhar e ter ciência do
planejamento, pois é nessa etapa que são definidos os
objetivos e as formas de alcançá-los.
A participação da comunidade na elaboração do projeto
pedagógico da escola é prevista no artigo 14 da LDB:
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na
educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I -
Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;II -
Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
(BRASIL, 1996)
Por isso, a escola deve realizar o seu planejamento a fim de inserir toda a comunidade tanto no diagnóstico da
realidade quanto no estabelecimento de objetivos e diretrizes.
Organização da vida escolar
Ela significa a racionalização de diferentes recursos (humanos, físicos, materiais e financeiros), criando as
condições para que algo planejado seja efetivamente executado.
A organização da vida escolar diz respeito à criação de ótimas condições – entre outras que possam
influenciar o trabalho dos profissionais, incluindo o docente e a convivência e o aprendizado do aluno – de:
Organização do espaço físico.
Relações humanas satisfatórias.
Adequada distribuição de tarefas.
Sistema democrático-participativo de tomada de decisões.
Condições adequadas de higiene e limpeza.
Libâneo, Oliveira e Toschi (2007) ainda separam essa organização em três grandes áreas:
• 
• 
• 
• 
• 
Organização do processo de ensino e aprendizagem
Corresponde aos elementos constitutivos do processo de ensino e aprendizagem. Listaremos alguns
exemplos a seguir:
Currículo.
Organização didática e pedagógica (projetos pedagógicos, planos, metodologias, organização
dos níveis escolares, horários, adequação de alunos por classe e atribuição docente/turma).
Assistência pedagógica aos docentes.
Processos e procedimentos de avaliação.
Formação continuada de professores.
Formas de participação, como conselhos de classe e reuniões pedagógicas.
A coordenação pedagógica e a direção da escola precisam participar, colaborar, apoiar e orientar o
trabalho realizado em sala de aula para que ele possa ser feito de forma plena.
Organização das atividades de apoio técnico-administrativo
Corresponde às seguintes atividades que dão apoio e suporte ao trabalho docente:
Secretaria escolar (prontuário de alunos e docentes, registro acadêmico, atendimento de
pessoas e arquivos).
Serviços gerais (inspetores de aluno, merendeira, porteiro e segurança).
Atividades de limpeza e conservação do prédio e de recursos materiais.
Gestão dos recursos financeiros e materiais.
Organização das atividades que asseguram a relação entre escola e comunidade
Assegura a relação entre escola e comunidade, correspondendo às estratégias da escola para o
envolvimento da comunidade, do bairro e da cidade. Ela tem como princípio buscar possibilidades de
cooperação e de apoio para as atividades escolares, porém, para que isso ocorra, é preciso
estabelecer canais de participação bem definidos e divulgados.
Direção/coordenação
Trata-se da coordenação de esforços e trabalhos da escola. Isso inclui:
 
A execução coordenada e integral de atividades dos setores e dos indivíduos da escola conforme
decisões coletivas anteriormente tomadas.
O processo participativo de tomada de decisões, cuidando, também, que elas se convertam em
medidas concretas e sejam cumpridas pelo setor ou pelas pessoas em cujo trabalho são aplicadas.
A articulação das relações interpessoais na escola e no âmbito em que o dirigente desempenha suas
funções.
A gestão escolar é uma estratégia de intervenção organizadora e mobilizadora, sendo orientada para
promover as mudanças e o desenvolvimento dos processos educacionais a fim de que tais processos se
1. 
2. 
3. 
4. 
5. 
6. 
1. 
2. 
3. 
4. 
• 
• 
• 
tornem cada vez mais potentes na formação e na aprendizagem dos alunos. Como tal, ela envolve áreas e
dimensões que, em conjunto, tornam possível a realização desses objetivos.
As dimensões de organização dizem respeito a todas
aquelas que tenham por objetivo a:
Preparação.
Ordenação.
Provisão de recursos.
Sistematização.
Retroalimentação do trabalho a ser realizado.
Essas dimensões objetivam a garantia de uma estrutura básica necessária para a implementação dos
objetivos educacionais e da gestão escolar. Diretamente, elas não promovem os resultados desejados; na
verdade, são imprescindíveis para que as dimensões capazes de fazer isso sejam realizadas de maneira mais
efetiva.
Tais dimensões envolvem:
A fundamentação conceitual e legal da educação e da
gestão educacional.
O planejamento, o monitoramento e a avaliação das ações
promovidas na escola.
A gestão de seus resultados.
Com isso, todas as demais dimensões e ações educacionais
serão realizadas com foco na promoção da aprendizagem e na formação dos alunos com qualidade social.
Já as dimensões de implementação são aquelas desempenhadas com a finalidade de promover diretamente
mudanças e transformações no contexto escolar. Elas se propõem a promover transformações das práticas
educacionais para ampliar e melhorar o seu alcanceeducacional.
Avaliação
Indica o acompanhamento, a verificação e a comprovação do funcionamento da escola. A avaliação da
organização e da gestão da escola diz respeito ao acompanhamento e ao controle das ações, assim como à
observação e à comprovação dos objetivos e das tarefas.
A avaliação permite pôr em evidência as dificuldades surgidas na prática diária mediante a confrontação
entre o planejamento e o funcionamento real do trabalho. Visa ao melhoramento do trabalho escolar,
pois, conhecendo a tempo as dificuldades, pode-se analisar suas causas e encontrar meios de sua
superação.
(LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2007, p. 350)
Nesse sentido, a avaliação existe com o objetivo de melhorar e de aprimorar a prática e a organização da
escola. Dessa forma, é necessário que ela seja honesta e transparente e que necessariamente envolva
diferentes tipos de coletas de informação.
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• 
Coletas de informação
Observação de atividades, de recreio e de aulas; entrevistas com docentes, funcionários e alunos;
encontros informais; reuniões sistemáticas e extraordinárias; e, por fim, questionários.
A avaliação tem como principal objetivo confrontar o que foi planejado com aquilo efetivamente realizado a fim
de melhorar a atuação, detectar falhas e corrigir erros para um novo planejamento.
Com isso, o planejamento e a avaliação se retroalimentam:
Relação entre planejamento e avaliação.
A direção e suas ações
No vídeo a seguir, conheça mais sobre os conceitos que vimos no módulo.
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A direção e o planejamento
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A direção e as regras do sistema educacional
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Verificando o aprendizado
Questão 1
(Vunesp - 2019 - Prefeitura de Peruíbe/SP - Diretor de escola) Na escola, a participação tem sido evocada de
muitas formas e circunstâncias. O mais comum no relato dos professores sobre a participação em atividades
extracurriculares e em reuniões é que, ainda que seja apresentado o problema, a solução e a decisão são
previamente indicadas por parte da direção ou por outros da hierarquia superior.
 
A partir das considerações de Lück em sua obra A gestão participativa na escola, marque a alternativa correta
acerca do que foi relatado.
A
Para que haja a efetiva participação dos professores, é preciso que a direção adote, nas reuniões, uma
postura de escuta predominante em relação à da fala a fim de que as decisões possam ser tomadas com
maior segurança e clareza.
B
Nas duas situações mais comuns relatadas, há resultados positivos do ponto de vista socioeducacional,
porque esse tipo de colaboração beneficia os envolvidos, evitando confrontos e discussões.
C
A médio prazo, com base nas situações relatadas, aumenta-se a credibilidade da direção e das demais
autoridades por gerar confiança e segurança nos professores.
D
Nas duas situações mais comuns relatadas, garante-se a motivação de participação efetiva do professor no
processo de tomada de decisão, reconhecendo sua legitimidade e o papel que cabe a cada um dos atores.
E
A participação efetiva dos professores pressupõe que eles estejam coletivamente organizados e engajados na
discussão e na análise da problemática pedagógica que vivenciam em interação com a organização escolar,
sendo função da direção garantir essa oportunidade.
A alternativa E está correta.
A gestão participativa inclui necessariamente a participação dos professores para que eles se
corresponsabilizem pelo bom funcionamento da escola. O professor não pode acreditar que ele é
responsável apenas pela sua disciplina ou pela sala de aula, e sim que faz parte de um todo, o qual, aliás,
deve ser organizado e pensado de forma coletiva.
Questão 2
São funções da direção "escolar":
 
I. Planejamento financeiro.
II. Planejamento educacional.
III. Avaliação da aprendizagem.
IV. Avaliação dos processos judiciais.
 
Estão "corretas":
A
I, II e III.
B
I, II e IV.
C
I, III e IV.
D
II, III e IV.
E
I e II.
A alternativa A está correta.
A direção dialoga com muitas áreas, atuando para pensar e discutir os resultados. Por isso, seu papel passa
pelo cotidiano e pelo cuidado complexo da escola. Processos judiciais podem ocorrer, mas não fazem parte
do cotidiano da direção. As demais funções fazem parte das atribuições da direção de maneira recorrente e
fundamental.
4. Clima, cultura e liderança
Clima e cultura organizacional
Muito se fala em clima e cultura organizacional dentro das instituições escolares. Quem nunca ouviu um
professor mencionando que o clima da escola na qual trabalha em um período é completamente diferente do
clima presente em outra instituição em que leciona em outro período escolar? Mas, afinal, há estudos que
indicam o que são o clima e a cultura?
Pensemos inicialmente em cultura organizacional ou cultura
da escola. De acordo com Libâneo (2018), a cultura
organizacional diz respeito ao conjunto de fatores sociais,
culturais e psicológicos que influencia os modos de agir e
de “ser” da organização como um todo – e, mais
especificamente, o comportamento das pessoas.
Pensando no ambiente escolar, vemos que há aspectos de
natureza cultural que diferenciam uma escola das outras,
sendo que a maior parte deles não é claramente perceptível
nem explícita.
Atenção
Apesar de as escolas seguirem as mesmas leis e diretrizes nacionais, elas são absolutamente diferentes.
Assim, mesmo tendo fundamentos iguais, a cultura não é – e não pode ser – única. 
Escola X empresa: a gestão é igual?
Por que a cultura organizacional é diferente? No vídeo a seguir, vamos fazer essa pergunta à professora
Marina Caprio a fim de tentar obter algumas pistas:
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Cultura escolar
A escola se insere em um contexto sociocultural e político mais amplo, cuja influência na organização escolar
é determinante. De certo modo, a escola não é apenas aquilo que ocorre dentro dela, mas também tudo que
acontece ao seu redor.
Cada escola, portanto, tem o seu modo de fazer as coisas. A ideia de cultura organizacional também remete
ao conceito de “cultura da escola”, expressão oriunda dos estudos sociológicos da cultura.
O trabalho nas escolas é influenciado pelas características culturais dos alunos e pelo fato de que
essas características afetam a forma com que eles aprendem e se relacionam, assim como os
professores e os funcionários também trazem seus quadros de referências, os modos com que lidam
com o conhecimento, as relações, os valores e seus saberes, entre outros quesitos. 
Tudo isso marca a prática e as situações escolares, o que nos faz entender que o ambiente escolar está
impregnado de uma cultura (fruto da cultura de todos que vivenciam a escola) que lhe é própria.
Exemplo
Há escolas que compartilham os mesmos professores, mas seu modo de agir dentro de cada escola
varia, pois há algumas mais “rígidas”, “difíceis”, “flexíveis”, “disciplinadoras” ou “flexíveis” – e assim por
diante. 
Por isso, a cultura da escola marca o modo de agir. Esse espaço, em suma, também constitui um mundo social
próprio, com seus ritmos, suas normas, suas regras, sua linguagem, seu imaginário, seus símbolos etc.
O conceito de cultura organizacional que
consideramos compreende o fato de que:
 
A própria organização escolar é uma
cultura.
O modo de funcionar da escola, tanto
nas relações que se estabelecem no dia
a dia quanto dentro das salas de aulas, é
construído pelos membros e pela
comunidade que o vivenciam.
Tal modo de agir atribui significados ao
seu trabalho, aos objetivos da escola e à
forma de agir e de tomar decisões.
A partir das interações entre diretores, coordenadores, professores, funcionários, alunos e famílias, a escola
adquire, na vivência do cotidiano, traços culturaispróprios, formando crenças, valores, significados e modos
de agir. Mas nem sempre essa cultura organizacional é explícita ou facilmente entendida.
Lück (2011) apresenta a metáfora do iceberg para explicar os elementos da cultura organizacional da escola
com aspectos visíveis e invisíveis. Apenas 10% do que se vê é o iceberg, já que os 90% restantes são invisíveis
ou imperceptíveis aos olhos. Assim, para conhecer profundamente a escola, é preciso “mergulhar” em suas
profundezas e raízes, tentando compreender a sua totalidade.
De acordo com a autora, os aspectos visíveis e invisíveis da escola são: 
• 
• 
• 
O invisível é tão importante quanto o visível. Além disso, os elementos invisíveis, na maioria das
vezes, não são percebidos pelos sujeitos que estão na escola nem por quem não participa dela. 
A autora também destaca a importância de se entender que muito do que acontece na superfície pode ser
escondido e camuflado para “parecer bem na fotografia”. Por isso, para entender com profundidade uma
escola, é preciso ir além das aparências, além daquilo que é falado e feito, para conhecer as intenções e as
coisas não faladas.
Acompanhe, a seguir, o exemplo de uma situação do cotidiano escolar:
A chegada
Em uma capital brasileira, um professor passou em um concurso público.
De fato, até a aprovação, ele só foi professor em seu estágio: após
terminar a faculdade, assumiu outras funções durante vinte anos até
decidir estudar para passar na prova. 
Ao chegar à escola, tudo lhe era estranho: a linguagem, a forma... tudo
era esquisito. Não tendo passado com uma classificação tão boa, ele caiu
em uma escola de muito má fama, cercada e quase dominada por
facções criminosas.
Primeiras impressões
O professor não se assustou com isso, pois era oriundo de uma dessas
comunidades – aliás, ainda morava ali, subindo suas ruas malcuidadas.
Entrar em sala foi difícil, mas rapidamente “rolou” uma empatia, uma
troca, e ele, após vinte anos, descobriu ser realmente professor. Apesar
de haver brigas, existia um carinho que foi reconhecido de imediato.
A realidade escolar
Entrou na escola com ele um jovem professor que era idealista e oriundo
de classe média. Aquela era a primeira vez que ele pisava em uma
comunidade. Ele era muito preparado e tinha estudado muito, mas não
conseguia dar aula.
O jovem professor se estranhou com um aluno, sentiu-se ameaçado por
outro... a direção quis saber como os dois novatos estavam indo. Ao ouvir
os relatos de ambos, percebeu o ocorrido.
Podemos ver que a escola não é só sua formação: ela significa uma identidade, uma troca. Não se trata de
uma receita, já que não existe resposta para sua reflexão. Ela, na verdade, só quer mesmo lhe fazer pensar.
Clima organizacional 
O que se percebe mais facilmente, ou seja, aquilo que está mais na superfície, é chamado de clima
organizacional. Para Lück (2011), esse clima corresponde a um humor, a um estado de espírito coletivo e à
satisfação de uma expressão variável segundo as circunstâncias e as conjunturas do momento.
Esse estado de espírito coletivo ou de humor pode ser resultado não só dos elementos culturais próprios da
escola (formas de agir e pensar), como também ser influenciado pelos elementos externos, como ocorre após
uma reforma no prédio ou algum acidente. O clima, assim, tem caráter temporário.
Exemplo
Uma escola é afetada profundamente pela morte de um aluno. Após a divulgação dessa notícia, um
ambiente, considerado um lugar feliz e tranquilo, é tomado por uma tristeza profunda que afeta todas as
ações e o humor da equipe. 
Pode-se, desse modo, entender o clima como um momento no conjunto de experiências da escola. 
Aqui nos aproximamos da provocação de Lück. Sabemos que a “gestão” suscita debates dos
administradores sobre o papel e a medição do clima, assim como sobre as ações estruturais
relativas a ele. Mas nossa busca é perceber esse instrumento da gestão com o propósito de
aproximá-lo da realidade da cultura escolar. 
Por fim, o clima faz parte da cultura organizacional e é fortemente influenciado pela direção da escola.
Comumente, ouvimos que uma escola muda de “cara” quando troca seu diretor ou que ela é a própria “cara”
da sua direção. 
Portanto, o clima da escola poderá ser mais leve e aberto
ao diálogo se a direção for dialógica e democrática.
Adotando-se o mesmo viés, verifica-se que ele também
pode ser mais pesado, propiciando um ambiente no qual os
alunos e os professores têm medo de falar por conta de
uma direção mais autoritária e punitiva.
Identificando a relação entre cultura e
clima na escola
Observe no vídeo a seguir as relações entre clima e cultura organizacional por meio de uma produção
audiovisual:
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Cultura da comunidade
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O que é clima nas escolas?
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Verificando o aprendizado
Questão 1
(Cetrede - 2019 - Prefeitura de São Gonçalo do Amarante/CE - Professor de educação especial) Para Libâneo
(2012, p. 440), a cultura organizacional de uma escola inclui a cultura própria dos indivíduos, ou seja, a
diversidade de valores, crenças e modos de agir.
 
Analise as afirmativas a seguir sobre a cultura organizacional da escola e marque (V) para verdadeiras e (F)
para falsas.
 
( ) A cultura organizacional pode explicar o assentimento ou a resistência diante das inovações, dos
problemas e da rotina de trabalho na escola.
 
( ) A cultura organizacional diz respeito às características e aos princípios que todos os entes escolares
devem seguir para manter a boa convivência coletiva.
 
( ) A cultura da escola engloba o conjunto de fatores sociais, psicológicos e culturais que constitui os modos
de agir da organização da escola como um todo e do comportamento das pessoas em particular.
 
( ) A cultura da escola é composta por representações do mundo social e, consequentemente, das
características da vida, da linguagem e do imaginário das pessoas que nela estão inseridas.
 
Marque a opção que apresenta a sequência correta.
A
V – F – F – V.
B
V – F – V – V.
C
F – F – F – F.
D
V – V – V – V.
E
F – V – V – V.
A alternativa D está correta.
A cultura escolar é algo complexo e que aciona muito mais do que se observa à primeira vista no ambiente
escolar. Nesse sentido, as afirmativas feitas acima nos provocam a perceber tamanha complexidade, já que
todos os itens da questão apontam para o que expusemos.
Questão 2
Pensar em gestão escolar não é algo mecânico. Imaginar que basta ao gestor fazer a leitura e aplicar as
ferramentas é ilusório. O clima em ambientes escolares constitui um desafio, já que há muitos agentes,
setores e interesses envolvidos. Nesse sentido, a diferença entre um bom gestor e um ruim pode ser
percebida.
 
Veja as afirmativas "abaixo":
 
I. Se a escola apresenta muitos problemas de indisciplina dos alunos e a direção atua na mediação de
problemas.
II. Se o absenteísmo docente e o adoecimento dos professores se dão por conta do clima instituído e das
relações entre os grupos.
III. Se há o uso do pulso firme no estabelecimento, visando a regras rígidas na organização da escola.
IV. Se no estabelecimento há um ambiente democrático que valoriza/estimula a voz de vários agentes.
 
Indique as opções que contêm as características de um bom "gestor":
A
I e II.
B
I e III.
C
I e IV.
D
II e III.
E
III e IV.
A alternativa C está correta.
Problemas existem. O bom gestor atua sobre eles, busca se informar, pesquisa e, principalmente, mantém
os princípios de gestão democrática em todos os momentos. A segunda opção dá um tom de clima ruim e
não tem nenhuma atuação. Já a terceira se concentra em controle, o que é uma visão muito ultrapassada,
pois mediar problemas e estabelecer um ambiente democrático é fundamental a um bomgestor.
5. Conclusão
Considerações finais
Neste conteúdo, analisamos como a gestão democrática exige e precisa de participação e autonomia. Para
que essa participação seja efetiva, destacamos a necessidade de criar e estabelecer mecanismos a fim de
que a comunidade se sinta parte da escola. Esses mecanismos, apontamos em seguida, precisam estar claros
no organograma.
Pontuamos ainda que a direção da escola deve estar aberta ao diálogo. Além disso, frisamos que toda
instituição escolar tem sua cultura e que ela é feita por pessoas. Como é de conhecimento de todos, as
pessoas têm sentimentos e humores – e é disso que é feito o clima da escola.
Por fim, o que devemos ter em mente ao observar ou trabalhar em uma escola é o seguinte ponto: o que
podemos fazer, organizar e estruturar para fazer essa instituição funcionar melhor e para gerar mais
aprendizados e formação humana. 
Podcast
Agora, o professor Rodrigo Rainha encerra o conteúdo falando sobre a estrutura organizacional de uma
escola.
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Indicamos as seguintes leituras:
 
a) Pesquisa realizada em uma escola de ensino fundamental sobre clima e cultura organizacional
 
PEREIRA, F. A. DE M.; OLIVEIRA, E. DE; TEIXEIRA, J. C. M. A influência do clima e cultura organizacional na
gestão de uma escola do ensino fundamental. Qualitas Revista Eletrônica, v. 14., n. 3., 2013.
 
b) Texto sobre a gestão escolar e o Ideb feito a partir de uma pesquisa em dez municípios cearenses
 
VIDAL, E. M.; VIEIRA, S. L. Gestão educacional e resultados no Ideb: um estudo de caso em dez municípios
cearenses. Estudos em avaliação educacional, v. 22., n. 50., p. 419-434. Publicado em: set./dez. 2011.
 
Sugerimos também que você saiba mais sobre estes temas:
 
a) LDB (Lei nº 9.394/1996) - Todo educador e gestor educacional precisa conhecer com profundidade o
principal ordenamento legal da educação brasileira.
 
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
 
b) Ideb - Entenda melhor como esse indicador influencia a vida da escola.
 
BRASIL. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Ministério da Educação. Consultado na
internet em: 15 set. 2021.
Referências
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
 
DIAS, J. A. Sistema escolar brasileiro. In: MENESES, J. G. de C. et al. Estrutura e funcionamento da educação
básica. São Paulo: Pioneira, 1998. p. 127-136.
 
LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F. de; TOSCHI, M. S. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São
Paulo: Cortez, 2007.
 
LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. São Paulo: Heccus, 2018.
 
LÜCK, H. et al. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. Petrópolis: Vozes, 2007.
 
LÜCK, H. A gestão participativa na escola. Petrópolis: Vozes, 2013.
 
LÜCK, H. Concepções e processos democráticos de gestão educacional. Petrópolis: Vozes, 2006.
 
LÜCK, H. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Curitiba: Positivo, 2009.
 
LÜCK, H. Gestão da cultura e do clima organizacional da escola. Petrópolis: Vozes, 2011.
	A estrutura organizacional de uma escola
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	1. Gestão participativa
	Gestão democrática: autonomia e participação
	Atenção
	Exemplo
	Exemplo
	Gestão participativa
	I
	II
	III
	IV
	V
	VI
	VII
	VIII
	IX
	X
	XI
	XII
	XIII
	XIV
	Interno
	Externo
	Qualidade
	Currículo
	Profissionalismo
	Coesão
	Motivação
	Objetivos
	Quanto à relação escola-comunidade
	Quanto à participação das mães
	Quanto à conscientização dos pais a respeito do seu papel e da importância da educação
	A escola e a comunidade
	Conteúdo interativo
	Quanto à manutenção da escola e realização de atividades diversas
	Quanto à gestão da escola
	Quanto ao processo de comunicação
	Gestão democrática e a escola
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	O que a LDB diz sobre gestão democrática?
	Conteúdo interativo
	Como envolver os alunos em uma gestão democrática?
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. Estrutura organizacional
	A estrutura organizacional de uma escola: princípios e objetivos
	Exemplo
	Conselho de escola
	Saiba mais
	Direção
	Comentário
	Setor técnico-administrativo
	Exemplo
	Setor pedagógico
	Professores e alunos
	Instituições auxiliares
	Práticas
	Exemplo 1
	Exemplo 2
	Exemplo 3
	Como é a estrutura de uma escola?
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Técnicos administrativos – qual seu papel?
	Conteúdo interativo
	Coordenação pedagógica: qual seu papel?
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. Funções do diretor
	A direção da escola: características e funções
	Exemplo
	O papel do diretor
	Autoridade escolar
	Educador
	Administrador
	Atenção
	Funções do diretor
	Planejamento
	Organização da vida escolar
	Organização do processo de ensino e aprendizagem
	Organização das atividades de apoio técnico-administrativo
	Organização das atividades que asseguram a relação entre escola e comunidade
	Direção/coordenação
	Avaliação
	A direção e suas ações
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	A direção e o planejamento
	Conteúdo interativo
	A direção e as regras do sistema educacional
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. Clima, cultura e liderança
	Clima e cultura organizacional
	Atenção
	Escola X empresa: a gestão é igual?
	Conteúdo interativo
	Cultura escolar
	Exemplo
	A chegada
	Primeiras impressões
	A realidade escolar
	Clima organizacional
	Exemplo
	Identificando a relação entre cultura e clima na escola
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Cultura da comunidade
	Conteúdo interativo
	O que é clima nas escolas?
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	5. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referências

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