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03/03/2022 Diagnóstico laboratorial de micobactérias Micobactérias - São responsáveis pela hanseníase e pela tuberculose. Mycobacterium tuberculosis é o principal agente etiológico, mas existem outras espécies. População de risco/risco relativo/carga entre os casos novos: Indígenas - 28 – 1,2% Pessoas com HIV –28 – 9,8% Pessoas privadas de liberdade- 28 – 8,3% Moradores em situação de rua – 56 – 6,9% Com a pandemia, os casos de tuberculose foram menores. Formas de tuberculose mais comuns: 1. Tuberculose pulmonar 2. Tuberculose respiratória extrapulmonar 3. Tuberculose do sistema nervoso 4. Tuberculose de outros órgãos 5. Tuberculose miliar Parede celular: - É uma bactéria que consegue fugir do sistema imune, driblando as estruturas dos macrófagos e dominando-o. - Há a diminuição de produção de IL-12 e interferon. - Inibição da maturação e acidificação do fagossomo - Acesso da bactéria ao citoplasma. Bacilífero - paciente que está eliminando bactéria. Diagnóstico Laboratorial: Coleta de escarro por expectoração. Obtido após esforço de tosse, o volume ideal é de 5 a 10mL. Amostras contendo apenas saliva não devem ser aceitas. - Recipiente: descartável, boca larga, estéril, transparente e identificado com todos os dados do paciente. - Coleta: Deve ser realizada pelo próprio paciente, de preferência em local aberto ou sala bastante arejada. Coletar de preferência pela manhã, ao despertar. EXAMES: Baciloscopia - Exame de execução rápida, fácil e de baixo custo. - Identifica os indivíduos que estão eliminando os bacilos e são portanto, fontes de infecção. - Serve para acompanhar a eficácia do tratamento. - Para o exame se positivo estima-se que são necessários entre 5.000 e 10.000 bacilos por mL de escarro. - Sensibilidade em torno de 65%. - Confecção do esfregaço - Fixação - Coloração Leitura da lâmina: Micobactérias apresentam-se como bacilos delgados, ligeiramente curvos, corados em vermelho. O fundo do esfregaço fica azul. São lidos no mínimo 100 campos em objetiva de maior aumento. Cultura: - Mais sensível que a baciloscopia. Requer de 10 bacilos por mL de escarro para o exame ser positivo. - Diagnóstico mais precoce da doença. - Permite o estudo posterior do microrganismo (tipagem molecular, sensibilidade aos antimicrobianos) - Procedimento mais demorado. Meios de cultura: - Lowentein-Jensen - 7H10 e 7H11 (sólidos) - 7H9 (líquido) Incubação e Leitura: - Descontaminação (eliminar outras bactérias) com solução com três substâncias: citrato, hidróxido de sódio e N-acetilcisteína - Incubação semeados a 37 graus. - Continuar observando a cultura por 6 semanas. Resultado: Colonias de cor creme ou vermelhas, rugosas, desenvolve-se na superfície do meio e não alteram a cor do meio. Teste tuberculínico (PPD) Compra-se um frasco com antígenos de micobactéria, então injeta-se no paciente 100ul no antebraço do paciente e depois de dois dias observa-se se forma alguma fissura na pele. Se houver, é positiva e indica que o paciente já teve em algum momento contato com a bactéria. Se o carocinho pro maior que 10mm – positivo Pessoas com HIV e não vacinadas com BCG, maior que 5mm – positivo Xpert MTB/Rif ou TRM (Teste rápido molecular) Teste de PCR e tempo real para diagnóstico molecular da tuberculose e da resistência à rifampicina. Implantado no SUS desde 2015. Demora em torno de 2hr Quando as fitas esquentam, soltam as fitas de DNA e pela temperatura detecta a resistência à rifampicina, o que dá o diagnóstico. É colocado um reagente na amostra - extração de DNA - é colocado em um frasco com reagentes (primers, tampões, etc) - coloca-se no dispositivo para medir temperatura, fluorescencia e etc. O teste molecular não substitui a baciloscopia para acompanhamento do tratamento. Identificação das micobactérias - Testes bioquímicos - HPLC - Moleculares - Comerciais (GEN-PROBE, INO-LIPPA) - In-house (PCR-RFLP) - Sequenciamento genético do gene do RNA ribossomal 16S, genes HSP65 e RPOB Teste de sensibilidade aos antimicrobianos (antibiograma) - Indicado quando há suspeita de resistência, por abandono, falência de tratamento ou por contato com demais pacientes resistentes. - Indicado na vigilância epidemiológica da resistência. Sistema automatizado - Realizado por máquinas Resistência - MultirresistenteS (MDR) Resistente à isoniazida e rifampicina. Estimativa de 2016: 480 mil casos no mundo. - Extensamente resistente (ER) Resistência à isoniaziada e rifampicina e a fluoroquinolona e mais uma medicação injetável (amicacina, capreomicina ou canamicina) O Tuberculo adiquire resistência aos antibióticos apenas por mutação e não por transdução, conjugação ou transformação (as resistências das bactérias da tuberculose, fazem mutação por elas mesmas). _________________________________________________________ Hanseníase Conhecida antigamente como “lepra”. É sábido que a susceptibilidade ao M. leprae possui influência genética. Assim, familiares de pessoas com hanseníase porruem maior chance de adoecer. Descrição: - Doença infecciosa bacteriana crônica que acomete a pele e nervos periféricos. - Transmitida via aérea - Manifestações da doença variam: - Multibacilar (lepromatosa) - presença de multiplas lesões cutâneas, infiltrado de nervos periféricos e das lesões da pele, grande número de bacilos e pela presença de poucos linfócitos T nas lesões. - Paucibacilar (Tuberculóide) - pequeno número de lesões, poucos bacilos, proliferação e recrutamento de linfócitos T, que contribuem para o controle da infecção. De acordo com a OMS: Caso de hanseníase: -> Lesões cutaneas -> Envolvimento de nervos -> Esfregaço positivo para bacilos. Até 5 lesões: Paubacilar. Mais de 5 lesões: Multibacilar. Aspectos históricos: Características gerais: - Doença infecto-contagiosa; - Evolução lenta (pode durar mais de 20 anos); - Sinais e sintomas dermatoneurológicos (lesões na pele e nos nervos periféricos); - Pode acarretar incapacidades e deformidades: - Doença curável. Nervos acometidos: Agente etiológicos: As bactérias se acham melhor nas bordas das bactérias