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1 2 ACENTUAÇÃO GRÁFICA Alguns conceitos precedem o saber em relação à acentuação gráfica. Esses conhecimentos estão relacionados à fonética e à fonologia. O conceito de fonema que corresponde ao SOM; o conceito de grafema que diz respeito à letra faz uma enorme diferença para o entendimento dos ditongos, tritongos e hiatos. Por isso, antes de falar sobre acentuação gráfica, é importante revisar esses conceitos. Fonema – é o som de cada letra: medicina – possui oito letras e oito grafemas. Grafema – é a letra que representa cada som. Nem sempre a quantidade de fonemas corresponde à quantidade de grafemas. Daí surgem os dígrafos, dífonos. Há também encontros vocálicos e encontros consonantais: Chave, chuva, passo, piscina – dígrafo Táxi, tóxico, fixo, sexo - dífono Caixa, peixe, série, heroico, muito – ditongo Saguão, quaisquer, Paraguai – tritongo Saúde, saída, caí, constituição – hiato Cravo, plano, pesca, pacto – encontro consonantal A língua portuguesa consiste em um conjunto de símbolos a serem compreendidos pelos leitores, ela se apresenta por meio da fala e da escrita. Esta usa a norma culta e a fala, a linguagem coloquial. Por isso, a acentuação gráfica deve ser entendida como símbolos que seguem regras próprias estabelecidas no acordo ortográfico de 2009, mas que têm sua base desde a primeira gramática escrita por Padre José de Anchieta e influência do Grego e do Latim. Toda palavra possui uma sílaba tônica, isso a classificará em oxítona, paroxítona ou proparoxítona. A essa classificação dá-se o nome de acentuação tônica. Toda palavra possui uma acentuação tônica, mas nem toda palavra é graficamente acentuada. 1. Acentuação tônica – consiste na sílaba forte de cada palavra: Oxítonas – __________________________________________________________________________________________: Saci, Brasil, português, José, poluição, tabu. Paroxítonas – _______________________________________________________________________________________ : Medicina, Márcia, projeto, livro, intensidade, fácil. Proparoxítonas – ______________________________________________________________________________________: Álibi, dívidas, ético, pródigo, matemática, lógico. 2. Regras de acentuação gráfica 1. Monossílabas – ____________________________________________________________________________________: Chá, há (existir), gás; pé, mês, vê; dó, nós. 2. Oxítonas – ________________________________________________________________________________________: Cajá, Ceará, falará, jacaré, café, Mossoró, forró, vintém, também, Belém, parabéns. 3. Paroxítonas – NÃO SÃO ACENTUADAS AS PAROXÍTONAS TERMINADAS EM _____ , _______, ________, __________ SEGUIDAS OU NÃO DE “S” REGRA: acentuam-se as terminadas em: ei, i, is, u, us, l, n, r, x, ps, ã, ão, ãos, om, ons, um, uns, ditongo oral: Júri, grátis, bônus, amável, náilon, próton, bíceps, abdômen, zíper, clímax, álbum, jóquei, cárie, ímã. 4. Proparoxítonas – __________________________________________________________________________________: Álcool, meteorológico, tínhamos, escrevêramos, bússola, propuséramos. 5. Ditongos abertos - ____________________________________________________________________________________: Destrói, povaréu, faróis, fiéis, chapéu, anéis, dói, céu. Pela nova ortografia, os acentos gráficos dos ditongos EI, OI, EU não existem mais nas palavras paroxítonas: IDEIA, ASSEMBLEIA, COREIA, APOIO, JOIA. 3 6. Hiatos – ____________________________________________________________________________________________: Uísque, egoísmo, graúdo, atribuído, miúdo, aí. Cuidado: raiz, juiz, rainha, moinho, tainha. (sonoramente a vogal não está sozinha, portanto essas palavras não são acentuadas) 7. Verbos – há acentos gráficos usados para diferenciar o singular do plural: I – Ele vem – Eles vêm (continua pela nova ortografia) Ele tem – Eles têm (continua pela nova ortografia) 8. Acento Diferencial – poucas palavras apresenta ainda este acento, que em breve será definitivamente retirado: (______________) Pode, pôde (________________) (______________) Por, pôr (________________) (______________) Forma – fôrma (________________) Pela nova ortografia apenas as palavras “pôde”, “pôr” e – segundo o dicionário Aurélio - a palavra “fôrma” possuem acento diferencial. MÚSICA DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO No novo acordo ortográfico, O hífen vai simplificar Uso em palavras com prefixo Quando com “h” ela começar. Lembre que os opostos se atraem Os iguais vão se afastar Com vogais iguais usamos hífen E as diferentes não vão usar. O trema já não mais existe Nem o acento diferencial Você só pode pôr em dois verbos Assim o sentido vai mudar. Oi e ei mudou Se for uma paroxítona O hiato também perde o acento após ditongo Oi e ei mudou Vogal dobrada igual perde o acento que antes tinha, ah, ah, ah. O hífen mudou, o alfabeto mudou, o acento mudou... EXERCÍCIO 1. (G1 - ifal 2018) Assinale nas alternativas abaixo aquela em que os vocábulos são acentuados graficamente por serem paroxítonos. a) casa, sapo, carro, mesa, relógio. b) júri, fóssil, hífen, abdômen, oásis. c) livro, fotografia, cachimbo, lápis, régua. d) amável, perpétuo, teodiceia, antologia, bênção. e) história, comentário, ímã, antigo, indústria. 2. (G1 - ifsc 2018) A indústria tecnológica se desenvolveu muito nos últimos anos. Com isso, a quantidade e a qualidade dos produtos eletrônicos surpreendem cada dia mais os consumidores. Sabendo-se que as palavras em destaque receberam acentos gráficos por serem proparoxítonas, em qual alternativa há somente palavras cujos acentos foram empregados com base na mesma regra de acentuação? Assinale a alternativa CORRETA. a) bêbado, pública, cáqui, trânsito b) mínimo, chapéu, cândida, biquíni c) abadá, tricô, flácido, avô d) máxima, música, alfândega, obstáculo e) tráfego, ímpeto, sábado, fênix 3. (Espcex (Aman) 2017) Assinale a alternativa cujo vocábulo só pode ser empregado com acento gráfico. a) Diálogo b) Até c) Análogo d) É e) Música 4. (G1 - ifsc 2017) Considere as afirmativas a seguir: I. Na frase “Ela trabalha de segunda à sexta-feira”, está correto o emprego do acento indicativo de crase, porque sempre ocorre crase antes de dias da semana. II. Na frase “A construção das pirâmides egípcias envolveram milhares de trabalhadores e técnicas sofisticadas”, há erro quanto à concordância verbal, porque o verbo envolver deveria estar na terceira pessoa do singular. III. Tanto na palavra saúde quanto na palavra açaí, o acento gráfico sinaliza a existência de hiato. IV. Na frase “A primeira cirurgia, transcorreu sem maiores problemas”, está correta a pontuação, uma vez que se deve separar com vírgula o sujeito do verbo. V. Está correta a concordância nominal na frase “Ela comprou óculos e bolsa caríssimos”, porque o adjetivo se refere a ambos os substantivos. 4 Assinale a alternativa CORRETA. a) Somente III e V são verdadeiras. b) Somente I, III e IV são verdadeiras. c) Somente II e III são verdadeiras. d) Somente I, IV e V são verdadeiras. e) Somente II, III e V são verdadeiras. 5. (G1 - ifsul 2017) Leia a tirinha a seguir. As palavras “saudável e petrolífera” são acentuadas seguindo as mesmas regras que os vocábulos a) numérico e atômicas. b) agradável e vulnerável. c) risível e gráfico. d) família e álbum. 6. (Ufpr 2017) As duas estrofes a seguir iniciam o poema Y- Juca-Pyrama de Gonçalves Dias, publicado em 1851. No meio das tabas de amenos verdores Cercadas de troncos – cobertos de flores, Alteião-se os tectos d’altiva nação; São muitos seus filhos, nos animos fortes, Temiveis na guerra, que em densas cohortesIncorreta. O verbo “ver” está corretamente conjugado: no Futuro do Subjuntivo, sua forma deriva de “vir”. [II] Correta. No Brasil, o tempo Futuro pode ser redigido pela forma simples (sentirá) ou pela forma composta (“vai sentir”). [III] Correta. A frase apresentada é uma reelaboração do dito popular “o que os olhos não veem, o coração não sente”. Resposta da questão 14: [A] As formas verbais destacadas no último período estão conjugadas no Presente do Indicativo, porém indicam ações futuras, mantendo a coerência com as informações apresentadas anteriormente. Resposta da questão 15: [B] Para reescrever a locução verbal, deve-se flexionar o primeiro verbo “ser” no pretérito perfeito. Assim, tem-se a forma “foram” e, portanto, a alternativa [B] é a correta. [A] Incorreta: seriam = futuro do pretérito [C] Incorreta: fossem = pretérito imperfeito do subjuntivo [D] Incorreta: serão = futuro do presente Resposta da questão 16: [E] [A] Incorreta: a forma “caibo” está no presente do indicativo. A forma no presente do subjuntivo seria “caiba”. [B] Incorreta: a forma “cri” está no pretérito perfeito do indicativo. A forma no pretérito imperfeito do indicativo seria “cria”. [C] Incorreta: a forma “combalia” está no pretérito imperfeito do indicativo. A forma no futuro do pretérito do indicativo seria “combaliria”. [D] Incorreta: a forma “seja” está no presente do subjuntivo. A forma no pretérito imperfeito do subjuntivo seria “fosse”. 18 Resposta da questão 17: [B] [A] Incorreta: a forma correta seria “valho”. [C] Incorreta: a forma correta seria “requeiro”. [D] Incorreta: a forma correta seria “meço”. [E] Incorreta: a forma correta seria “rio”. Resposta da questão 18: [B] Segundo o explanado no trecho introdutório, o verbo mediar é conjugado como se apresentasse sufixo -ear; assim, o trecho corrigido é “chamaremos o juiz que sempre medeia as cerimônias da família”. Resposta da questão 19: [E] O verbo “ver” e seus derivados apresentam a forma “vir” quando conjugados no futuro do subjuntivo. Logo, a frase seguiria a norma culta se fosse redigida da seguinte forma: “Associação Paulista de Valets entrará com ação se a Prefeitura de SP não revir norma de cupons”. Resposta da questão 20: [D] Na primeira lacuna, o uso do “se” demarca hipótese e, portanto, devemos recorrer ao uso do subjuntivo. Assim, a forma “fizessem” é a mais apropriada. Na segunda lacuna, também vemos um demarcador de hipótese, nesse caso, o “caso”. Assim, a forma verbal adequada é o “se mantiver”, também no subjuntivo. Por fim, na terceira lacuna temos uma projeção hipotética futura (“quando” combinado com o verbo “poderão” no futuro do presente) e, portanto, devemos utilizar a forma do futuro do subjuntivo “souber”. VERBO (VOZES VERBAIS) 1. (Espcex (Aman) 2017) Assinale a alternativa que contém, na sequência, a forma correta da substituição da voz passiva analítica pela voz passiva pronominal e, ao mesmo tempo, a substituição dos termos destacados pelos pronomes oblíquos correspondentes. Era notada no olhar dela uma expressão feliz. Era vista no rosto dele a palidez da morte. São vistas no corpo dele as marcas das balas. Foi notado no rosto dele algo de estranho. Foi inserida na opinião dele um dado novo. a) Notou-se-lhe no olhar dela uma expressão feliz. b) Viu-se-lhe no rosto a palidez da morte. c) Vê-se no seu corpo as marcas das balas. d) Notou-se-lhe no rosto algo de estranho. e) Inseriu-se na sua opinião um dado novo. 2. (Eear 2017) Assinale a alternativa em que o se é índice de indeterminação do sujeito na frase. a) Não se ouvia o barulho. b) Perdeu-se um gato de estimação. c) Precisa-se de novos candidatos militares. d) Construíram-se casas e apartamentos na rua pacata. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 3. (G1 - cp2 2017) Leia a seguinte frase elaborada a partir da leitura do 2º quadrinho: E esses ingênuos continuam mandando contas em seu nome. Assinale a alternativa que corresponde à correta reescrita dessa frase na voz passiva. a) E esses ingênuos continuarão mandando contas em seu nome. b) E contas continuaram sendo mandadas em seu nome pelos ingênuos. c) E contas continuam mandando em seu nome por esses ingênuos. d) E contas em seu nome continuam sendo enviadas por esses ingênuos. 4. (G1 - ifsp 2016) Considerando a norma padrão da Língua Portuguesa, marque (VP), para voz passiva, (VA), para voz ativa e assinale a alternativa correta. I. O jogador marcou um belo gol na última semana. ( ) II. O ônibus atrasou bastante na tarde de ontem. ( ) III. A bola foi atrasada de modo muito forte pelo zagueiro. ( ) IV. O computador foi desligado inadequadamente na última vez. ( ) a) VA, VP, VP, VA. b) VP, VA, VA, VP. c) VA, VA, VP, VP. d) VP, VP, VA, VA. e) VP, VA, VP, VA. 5. (Espcex (Aman) 2015) Assinale a alternativa cujo período está de acordo com a norma culta da Língua. a) Precisa-se vendedores. b) Cercou-se as cidades. c) Corrigiu-se o decreto. d) Dominou-se muitos. e) Aclamaram-se a rainha. 6. (Ufsm 2014) Leia o texto a seguir para responder à questão. Checkup x investigação Os médicos empregam o termo checkup para se referir a exames que avaliam a condição específica – o estado das mamas ou o perfil de colesterol – antes da presença de sintomas. Mas, quando as queixas já aparecem, fala-se de investigação diagnóstica – testes 1 são solicitados para descobrir o que anda errado. Um exemplo é a endoscopia, 19 que 2 é prescrita diante de reclamações como queimação e dores de estômago. A seguir, apresenta-se uma seleção de testes indispensáveis em algum momento da vida. Pressão arterial É a conferência da pressão do paciente por meio de um aparelho. O exame costuma ser feito a partir dos 18 anos – mas deveria ser requisitado ainda na infância. Precisa ser repetido, no mínimo, uma vez por ano. Detecta alterações na pressão arterial e diagnostica a hipertensão, fator de risco para infartos e derrames. Hemograma É o exame de sangue que registra o estoque de células vermelhas e brancas. É solicitado desde a infância. A menos que haja algum motivo, pode ser refeito anualmente. Sinaliza o estado do sangue e do sistema imunológico, acusando problemas como infecções. Coleste rol e glicemia São testes sanguíneos que avaliam a concentração de gorduras e de açúcar na circulação. Podem ser receitados desde a infância, mas depois dos 18 anos a indicação ganha ainda mais consistência. Depois dos 40 anos, recomenda-se repeti-los anualmente. Flagram altos níveis de colesterol e triglicérides, que favorecem as placas capazes de obstruir os vasos. Já a medida de glicose acusa a propensão ao diabete. SPONCHIATO, Diogo. “O que É um checkup inteligente”. Saúde! é vital, mar. 2011, p. 46-47. (adaptado) Com relação aos procedimentos linguísticos usados no texto e à estrutura composicional, a alternativa que apresenta uma análise INADEQUADA é a seguinte: a) As informações sobre os exames citados estão organizadas nesta sequência: definição, periodicidade e motivo. b) O emprego de verbos no presente do Indicativo corrobora a exposição de afirmações gerais que podem ser válidas para casos particulares. c) A ausência da primeira pessoa do singular neutraliza a figura do enunciador, indicando que o conteúdo do texto não é mera opinião. d) O uso das estruturas passivas “são solicitados” (ref. 1) e “é prescrita” (ref. 2) inclui os médicos como sujeito paciente. e) A apresentação dos motivos para a realização dos exames é Introduzida por verbos que pertencem ao mesmo padrão frasal. 7. (Ufpr 2006) Em que alternativa a forma passiva apresentada em 2 conserva as mesmas relações de sentido da forma ativa apresentada em 1? a) 1 - O diretorpretende demitir o funcionário suspeito de fraude. 2 - O funcionário suspeito de fraude pretende ser demitido pelo diretor. b) 1 - O diretor gostaria de demitir o funcionário suspeito de fraude. 2 - O funcionário suspeito de fraude gostaria de ser demitido pelo diretor. c) 1 - O diretor tentou demitir o funcionário suspeito de fraude. 2 - O funcionário suspeito de fraude tentou ser demitido pelo diretor. d) 1 - O diretor custou a demitir o funcionário suspeito de fraude. 2 - O funcionário suspeito de fraude custou a ser demitido pelo diretor. e) 1 - O diretor quer demitir o funcionário suspeito de fraude. 2 - O funcionário suspeito de fraude quer ser demitido pelo diretor. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Com a migração dos investimentos surgem novos desafios, onde o tempo de retorno do capital investido tem que ser o menor possível. 8. (Fgv 2005) A passagem - retorno do capital investido - pode ser redigida de duas outras maneiras, na voz passiva, dando sequência à construção - retorno do capital que... Apresente as duas redações possíveis. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Olhar para o céu noturno é quase um privilégio em nossa atribulada e iluminada vida moderna. (...) Companhias de turismo deveriam criar "excursões noturnas", em que grupos de pessoas são transportados até pontos estratégicos para serem instruídos por um astrônomo sobre as maravilhas do céu noturno. Seria o nascimento do "turismo astronômico", que complementaria perfeitamente o novo turismo ecológico. E por que não? Turismo astronômico ou não, talvez a primeira impressão ao observarmos o céu noturno seja uma enorme sensação de paz, de permanência, de profunda ausência de movimento, fora um eventual avião ou mesmo um satélite distante (uma estrela que se move!). Vemos incontáveis estrelas, emitindo sua radiação eletromagnética, perfeitamente indiferentes às atribulações humanas. Essa visão pacata dos céus é completamente diferente da visão de um astrofísico moderno. As inocentes estrelas são verdadeiras fornalhas nucleares, produzindo uma quantidade enorme de energia a cada segundo. A morte de uma estrela modesta como o Sol, por exemplo, virá acompanhada de uma explosão que chegará até a nossa vizinhança, transformando tudo o que encontrar pela frente em poeira cósmica. (O leitor não precisa se preocupar muito. O Sol ainda produzirá energia "docilmente" por mais uns 5 bilhões de anos.) (Marcelo Gleiser, Retalhos cósmicos) 9. (Fuvest 2004) Transpondo-se corretamente para a voz ativa a oração "para serem instruídos por um astrônomo (...)", obtém-se: a) para que sejam instruídos por um astrônomo (...). b) para um astrônomo os instruírem (...). c) para que um astrônomo lhes instruíssem (...). d) para um astrônomo instruí-los (...). e) para que fossem instruídos por um astrônomo (...). TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Amava Simão uma sua vizinha, menina de quinze anos, rica herdeira, regularmente bonita e bem-nascida. Da janela do seu quarto é que ele a vira a primeira vez, para amá-la sempre. Não ficara ela incólume da ferida que fizera no coração do vizinho: amou-o também, e com mais seriedade que a usual nos seus anos. Os poetas cansam-nos a paciência a falarem do amor da mulher aos quinze anos, como paixão perigosa, única e inflexível. Alguns prosadores de romances dizem o mesmo. Enganam-se ambos. O amor dos quinze anos é uma brincadeira; é a última manifestação do amor às bonecas; é a tentativa da avezinha que ensaia o voo fora do ninho, sempre com os olhos fitos na ave-mãe, que a está da fronde próxima chamando; tanto sabe a primeira o que é amar muito, como a segunda o que é voar para longe. Teresa de Albuquerque devia ser, porventura, uma exceção no seu amor. Camilo Castelo Branco - Amor de perdição 20 10. (Mackenzie 2003) "Da janela do seu quarto é que ELE A VIRA PELA PRIMEIRA VEZ". Passando-se a oração em destaque para a voz passiva analítica, a forma verbal correspondente é a) foi vista. b) havia visto. c) estava sendo visto. d) seria vista. e) fora vista. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada. 11. (Uel 1998) Transpondo a frase "Os danos deveriam ter sido reparados pelo responsável" para a voz ativa, obtém-se a forma verbal........ a) haviam de ser reparados b) tinha reparado c) deveria ter reparado d) devia ter reparado e) deve ter reparado 12. (Puccamp 1997) A frase "Erros foram detectados em todos os setores" está corretamente transposta para a voz passiva pronominal em: a) Detectou-se erros em todos os setores. b) Alguém detectou erros em todos os setores. c) Detectaram-se erros em todos os setores. d) Foi detectado erros em todos os setores. e) Detectaram erros em todos os setores. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 1 - Mas pra você não é uma pouca vergonha, é? - ela disse, secando as lágrimas. Voltava ao desafio. 2 - Eu sou homem, ou você não entende isto? 3 - Não entendo. 4 O Dr. Paranhos quedou-se quieto por um tempo marcado em séculos no relógio da agonia. Seus olhos baixaram para a mesa e assim ficaram, enquanto sua inteligência buscava uma forma clara de ilustrar a madrinha. Por fim, suspirou e disse: 5 - Eu tenho um argumento que você vai entender. 6 Levantou-se com certa dificuldade e ausentou-se da cozinha, onde ficamos suspensos por um fio em pleno abismo. Logo, porém, ele retornou com o argumento na mão. Girou o tambor do argumento. Depois, com um gesto calmo, solene, botou o argumento na cintura. Sentou-se novamente e disse, pausadamente: 7 - Tem uma coisinha, Dirce: ou este tal de feminismo acaba hoje, ou o que acaba é a tua mesada, se não acabar minha paciência antes. Certo? Agora vamos jantar. (SSÓ, Ernani. O SEMPRE LEMBRADO. Porto Alegre: IGEL/IEL, 1989. p. 136-7) 13. (Ufrgs 1997) Considere as afirmativas seguintes, sobre voz passiva. I - O trecho UM TEMPO MARCADO em séculos no relógio da agonia (4o parágrafo) é o agente da passiva da frase em que está inserido. II - Se a oração subordinada da frase EU TENHO UM ARGUMENTO QUE VOCÊ VAI ENTENDER (5o parágrafo) fosse passada para a voz passiva, o resultado seria EU TENHO UM ARGUMENTO QUE VAI SER ENTENDIDO POR VOCÊ. III - A frase GIROU O TAMBOR DO ARGUMENTO (6o parágrafo) pode ser passada para a voz passiva. Quais são corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas I e III d) Apenas II e III e) I, II e III TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada. 14. (Uel 1997) Transpondo para a voz ativa a frase "O desfalque do caixa já era sabido de todos na empresa", obtém-se a forma verbal .......... . a) sabiam b) sabia-se c) iam saber d) saberiam e) souberam 15. (Uel 1997) Transpondo para a voz passiva a frase "A prática tem demonstrado as vantagens desse negócio" , obtém-se a forma verbal .......... . a) acabou demonstrando b) vai demonstrar c) tem sido demonstrada d) têm sido demonstradas e) demonstraram-se 16. (Mackenzie 1996) "Passam-se horas e horas por dia diante do computador." Assinale a alternativa em que se encontra uma possível voz ativa da frase acima. a) Os jovens passam horas e horas por dia diante do computador. b) É errado passar horas e horas por dia diante do computador. c) Não é aconselhável passar horas e horas por dia diante do computador. d) Horas e horas são passadas, por dia, diante do computador. e) Horas e horas por dia não devem ser passadas diante do computador. 17. (G1 1996) Indique a voz em que se encontram as orações seguintes indicando: A. passiva B. ativa 1. O professor elogiou a sua prova. 2. O pai tratava-os com ternura. 3. Estequadro foi pintado por mim. 4. Os piratas encontraram o tesouro. 5. O bandido era perseguido pelo mocinho. 18. (G1 1996) Assinalar a alternativa que apresenta a voz passiva da forma verbal da frase a seguir: "Dentro de alguns anos já teremos avaliado os resultados do tratamento adequado do lixo", a) se avaliarem; b) se avaliarão; c) serão avaliados; d) foram avaliados; e) terão sido avaliados. 19. (G1 1996) Em "Serão cobrados os impostos" a oração encontra-se na voz passiva analítica. Transformando-a numa passiva sintética, teremos: ______________________ 20. (G1 1996) Passando o texto a seguir para a voz passiva, assinalar a alternativa que contenha as formas verbais corretas: No próximo dia 15, os comerciantes anunciarão as promoções dos brinquedos para o Natal. Algumas lojas prometem descontos surpreendentes. a) vão anunciar; prometerão; b) são anunciados; são prometidas; c) serão anunciadas; são prometidos; d) seriam anunciadas; serão prometidos; e) anunciam; estão prometendo. 21 Gabarito: Resposta da questão 1: [D] As alternativas [A], [B], [C] e [E] são incorretas, pois, relativamente à frase original, em [A] não há correspondência de tempo verbal (pretérito perfeito do indicativo ao invés de imperfeito) e o possessivo não foi suprimido; [B] não há correspondência de tempo verbal (pretérito perfeito do indicativo ao invés de imperfeito) [C] não há concordância do verbo com sujeito plural e o pronome oblíquo correspondente foi omitido; [E] omitiu-se o pronome oblíquo correspondente. As frases que substituiriam corretamente estas alternativas são, respectivamente: Notava-se-lhe no olhar uma expressão feliz, Via-se-lhe no rosto a palidez da morte, Veem-se-lhe no corpo as marcas das balas e Inseriu-se-lhe um dado novo. Assim, é correta apenas [D]. Resposta da questão 2: [C] Nas alternativas [A], [B] e [D], os verbos (“ouvia-se”, “perdeu- se”, “construíram-se”) estão na voz passiva sintética e são acompanhados de sujeitos pacientes (“o barulho”, “um gato de estimação” e “casas e apartamentos”). O mesmo não ocorre na [C], em que o verbo “precisar” é transitivo indireto, “de novos candidatos militares” é objeto direto e o “se” é o índice de indeterminação do sujeito. Assim, a única alternativa correta é a [C]. Resposta da questão 3: [D] Na voz passiva, o sujeito passa a ser paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo. Assim, o sujeito da voz ativa passa a ser agente da passiva. A alternativa que reproduz a reescrita da frase na voz passiva é a [D], em que o antigo sujeito “esses ingênuos” passa a ser agente da passiva, e “contas em seu nome” passa a ser sujeito paciente. Além disso, o tempo verbal é mantido: presente. Resposta da questão 4: [C] A voz ativa é caracterizada por ter um sujeito que pratica a ação expressa pelo verbo, já a passiva se caracteriza por ter um sujeito que recebe a ação expressa pelo verbo. Assim, em [I] e [II], vê-se claramente um sujeito praticante: “o jogador” é quem marcou o gol, assim como “o ônibus” é que atrasou. Tem-se, dessa forma, a voz ativa. Já em [III] e [IV] o sujeito recebe a ação: “a bola” foi atrasada, e não atrasou; assim como “o computador” foi desligado, e não desligou. Tem-se, então, a voz passiva. Resposta da questão 5: [C] Estão incorretas as alternativas [A], [B], [D] e [E]. O correto seria: [A] Precisa-se de vendedores. O sujeito é indeterminado, por isso está correta a flexão do verbo no singular (“precisa”); porém “precisar” é verbo transitivo indireto, assim é necessária a preposição “de”. [B] Cercaram-se as cidades. [D] Dominaram-se muitos. Nos dois casos, [B] e [D], os verbos estão na voz passiva sintética, assim deve ser feita a concordância com o sujeito: “as cidades” e “muitos”. [E] Aclamou-se a rainha. O verbo está na voz passiva sintética, assim deve ser feita a concordância com o sujeito: “a rainha”. Resposta da questão 6: [D] A alternativa [D] é incorreta, pois em nenhuma das duas estruturas está expresso o agente da voz passiva. Resposta da questão 7: [D] Resposta da questão 8: I. na voz passiva analítica: retorno do capital que foi investido e II. na voz passiva sintética: retorno do capital que se investiu. Resposta da questão 9: [D] Resposta da questão 10: [E] Resposta da questão 11: [C] Resposta da questão 12: [C] Resposta da questão 13: [D] Resposta da questão 14: [A] Resposta da questão 15: [D] Resposta da questão 16: [A] Resposta da questão 17: 1 - B 2 - B 3 - A 4 - B 5 - A Resposta da questão 18: [E] Resposta da questão 19: Cobrar-se-ão os impostos Resposta da questão 20: [C] 22 COLOCAÇÃO PRONOMINAL TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia a música de Marcelo Jeneci e responda à(s) questão(ões). Dar-te-ei [...] Não te darei papéis, não te darei, esses rasgam, esses borram Não te darei discos, não, eles repetem, eles arranham Não te darei casacos, não te darei, nem essas coisas que te resguardam e que se vão Dar-te-ei finalmente os beijos meus Deixarei que esses lábios sejam meus, sejam teus Esses embalam, esses secam, mas esses ficam. Não te darei bombons, não te darei, eles acabam, eles derretem Não te darei festas, não te darei, elas terminam, elas choram, elas se vão [...] Acesso em: 10.11.2017. 1. (G1 - cps 2018) Há, nessa música, uma construção gramatical chamada de mesóclise – “dar-te-ei” – de pouco uso na linguagem escrita e quase extinto o uso na falada. Essa construção, chamada de colocação pronominal, é uma das três posições possíveis – de acordo com a gramática normativa. Baseando-se no que foi apresentado, assinale a alternativa que apresenta uma relação correta – de acordo com a gramática normativa – entre colocação pronominal e o seu uso na frase. a) Próclise – “Faça-me o favor de não atrasar para nosso encontro!” b) Ênclise – “Não te darei discos, não, eles repetem.” c) Ênclise – “Importava-se com o sucesso da prova.” d) Mesóclise – “A música? Cantá-la-rei quando souber a letra.” e) Mesóclise – “Alguém me procurou?” 2. (G1 - ifsp 2017) De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e com a gramática normativa e tradicional, quanto à colocação pronominal, assinale a alternativa correta. a) Espero que Milton nunca esqueça-se de mim. b) Não me diga que Jorge faltou hoje. c) Tudo incomoda-me em você. d) Em tratando-se de informática, Lucas é o melhor. e) Foi Ronaldo quem ensinou-me matemática. 3. (G1 - col. naval 2017) Em que opção a colocação pronominal está de acordo com a modalidade padrão? a) Quando o casal chegou ao restaurante, se calou por motivos bem diferentes. b) Os pais distraí-lo-iam com novas tecnologias, embora o pediatra condenasse. c) Por que a mulher questionou-os sobre o silêncio que pairava no restaurante? d) Por favor, solicitamos que entreguem-nos os celulares antes da hora da prova. e) O homem usava a Internet, e o garçom não interrompeu-o para servir a comida. 4. (G1 - ifal 2017) Leia as frases abaixo e faça o que se pede. 1. Ninguém falou-me assim. 2. Deus o abençoe! 3. Ele recordar-se-á com certeza de tudo o que sofreu. 4. As pastas que perderam-se não foram as mais importantes. 5. Sempre lhe dizia as mesmas palavras. 6. Me empreste o livro! 7. Por que permitir-se-iam esses abusos? Assinale a sequência correta das frases com uso errado do pronome oblíquo. a) 3 – 4 – 5 – 6 b) 2 – 3 – 5 – 7 c) 1 – 2 – 3 – 6 d) 1 – 4 – 6 – 7 e) 1 – 3 – 5 – 7 5. (G1 - ifal 2016) Escolha a frase que apresenta erro de colocação pronominal. a) Arremataram-nas, num leilão online, os que deram os maiores lances. b) Se pudesse, explicaria-lhetudo. c) Meu filho tem-se interessado pelos negócios da família. d) Ele preparou-se para a entrevista de emprego. e) Sinto-me lisonjeado pelo elogio de tão ilustre professor. 6. (G1 - ifce 2016) A colocação pronominal está incorreta em a) Importava-se com o sucesso do projeto. b) Quem te convidou para sair? c) Em se tratando de negócios, você precisa falar com o gerente. d) Procurar-me-iam caso precisassem de ajuda. e) Nunca esqueça-se de mim. 23 7. (G1 - ifsp 2016) Considere o seguinte texto e as lacunas: __________ muito a respeito da profissão correta a escolher. Para __________, é preciso paciência e informações. O jovem deve pautar sua escolha nas disciplinas que __________. Levando em consideração o uso e a colocação pronominal, de acordo norma padrão da Língua Portuguesa, os termos que melhor preenchem, respectivamente, as lacunas acima são: a) Se pensa – encontra-la – agradem-lhe b) Pensa-se – encontrar-na – o agradem c) Pensa-se – encontrá-la – lhe agradem d) Se pensa – encontrar-lha – agradem-no e) Pensa-se – encontra-lá – no agradem 8. (G1 - ifsp 2016) Analise o texto abaixo. O pai da Fernanda virá __________ mais cedo hoje. Devo __________ a respeito da nota em sua última avaliação? É melhor que __________ informemos o quanto antes, para que haja tempo hábil para ___________. Levando em consideração o uso e a colocação pronominal, de acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa, os termos que melhor preenchem, respectivamente, as lacunas são: a) buscar-lhe – conta-lo – o – ajudá-la b) buscar-lhe – contar-lhe – lhe – ajudar-lhe c) buscá-lhe – conta-lhe – lhe – ajuda-lhe d) buscar-lhe – conta-lo – o – ajuda-lhe e) buscá-la – contar-lhe – o – ajudá-la TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: OGX poderá ficar com campos em caso de recuperação “A OGX está bastante avisada que, em meio a tudo isso que ela está vivendo, ela tem que ter uma fiel observância ao contrato, tem que estar atenta para o cumprimento das cláusulas contratuais”, afirmou Magda Chambriard, diretora-geral da ANP. Entre outras, as cláusulas abrangem fornecimento de garantias, realização dos planos de desenvolvimento, realização dos planos de avaliação, “enfim, todas as obrigações dos contratos que ela tem, essa uma condição ‘sine qua nom’”, completou Magda. (Folha de SP, 17.10.2013) 9. (Espm 2016) Leia as frases do texto: “ela tem que ter uma fiel observância ao contrato” e “as cláusulas abrangem fornecimento de garantias”. Se os segmentos grifados forem substituídos por pronomes pessoais oblíquos, segundo a norma, teremos: a) ter ela; abrangem ele. b) tê-la; abrangem-nas. c) tê-la; abrangem-no. d) tê-lo; abrangem-o. e) ter a ela; abrangem-no. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia este texto e responda à(s) questão(ões) a seguir. No dia seguinte fui à casa da filha do dono da livraria [...]. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. [...] Dessa vez nem caí; guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Clarice Lispector. Felicidade Clandestina. RJ: ed. Rocco, 1998. p. 9. 10. (G1 - ifal 2016) Apesar de, nas variedades do português falado no Brasil, a colocação pronominal fugir às regras gramaticais, esta é sistematizada pela gramática normativa da língua. Assim sendo, assinale a alternativa que apresenta o emprego do pronome oblíquo no texto infringindo essa normatização. a) [...] Não me mandou entrar. b) [...] disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, [...] c) [...] e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. d) [...] guiava-me a promessa do livro, [...] e) [...] o amor pelo mundo me esperava, [...] 11. (G1 - col. naval 2015) Em “Dos presentes que ainda vou te dar”, a modalidade padrão da língua permite que o pronome oblíquo destacado também apareça em posição enclítica: Ainda vou dar- te. Em que opção tal fato também pode ocorrer? a) Para muitos, sucesso está atrelado a bens materiais, mas isso não me interessa. Aspiro à felicidade plena. b) Nossos pais sempre nos disseram que o melhor presente é a amizade sincera. c) Muitos amigos me ajudaram a resolver os problemas estruturais da casa que aluguei. d) Quem me dará as informações necessárias sobre o congresso que ocorrerá mês que vem? e) Eu tenho lhe falado sobre a minha trajetória de vida e os meus gostos pessoais. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Poetas e tipógrafos Vice-cônsul do Brasil em Barcelona em 1947, o poeta João Cabral de Melo Neto foi a um médico por causa de sua crônica dor de cabeça. Ele lhe receitou exercícios físicos, para “canalizar a tensão”. João Cabral seguiu o conselho. Comprou uma prensa manual e passou a produzir à mão, domesticamente, os próprios livros e os dos amigos. E, com tal “ginástica poética”, como a chamava, tornou-se essa ave rara e fascinante: um editor artesanal. Um livro recém-lançado, “Editores Artesanais Brasileiros”, de Gisela Creni, conta a história de João Cabral e de outros sonhadores que, desde os anos 50, enriqueceram a cultura brasileira a partir de seu quarto dos fundos ou de um galpão no quintal. O editor artesanal dispõe de uma minitipografia e faz tudo: escolhe a tipologia, compõe o texto, diagrama-o, produz as ilustrações, tira provas, revisa, compra o papel e imprime – em folhas soltas, não costuradas – 100 ou 200 lindos exemplares de um livrinho que, se não fosse por ele, nunca seria publicado. Daí, distribui-os aos subscritores 24 (amigos que se comprometeram a comprar um exemplar). O resto, dá ao autor. Os livreiros não querem nem saber. Foi assim que nasceram, em pequenos livros, poemas de – acredite ou não – João Cabral, Manuel Bandeira, Drummond, Cecília Meireles, Joaquim Cardozo, Vinicius de Moraes, Lêdo Ivo, Paulo Mendes Campos, Jorge de Lima e até o conto “Com o Vaqueiro Mariano” (1952), de GuimarãesRosa. E de Donne, Baudelaire, Lautréamont, Rimbaud, Mallarmé, Keats, Rilke, Eliot, Lorca, Cummings e outros, traduzidos por amor. João Cabral não se curou da dor de cabeça, mas valeu. (Ruy Castro. Folha de S.Paulo, 17.08.2013. Adaptado.) 12. (Unifesp 2014) Na passagem – O editor artesanal dispõe de uma minitipografia e faz tudo: escolhe a tipologia, compõe o texto, diagrama-o, produz as ilustrações –, se a expressão editor artesanal for para o plural, a sequência em destaque assume a seguinte redação, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa: a) compõe o texto, diagrama-no, produz as ilustrações. b) compõem o texto, diagrama-lo, produz as ilustrações. c) compõem o texto, diagramam-no, produzem as ilustrações. d) compõe o texto, diagramam-o, produzem as ilustrações. e) compõem o texto, diagramam ele, produz as ilustrações. 13. (Enem PPL 2013) — Ora dizeis, não é verdade? Pois o Sr. Lúcio queria esse cravo, mas vós lho não podíeis dar, porque o velho militar não tirava os olhos de vós; ora, conversando com o Sr. Lúcio, acordastes ambos que ele iria esperar um instante no jardim... MACEDO, J. M. A moreninha. Disponível em: www.dominiopublico.com.br. Acesso em: 17 abr. 2010 (fragmento). O trecho faz parte do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Nessa parte do romance, há um diálogo entre dois personagens. A fala transcrita revela um falante que utiliza uma linguagem a) informal, com estruturas e léxico coloquiais. b) regional, com termos característicos de uma região. c) técnica, com termos de áreas específicas. d) culta, com domínio da norma padrão. e) lírica, com expressões e termos empregadosem sentido figurado. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: “Escrever para mim é uma coisa que faz parte, que está dentro de mim, é a única coisa que eu sei fazer. É uma coisa que vem das minhas entranhas, é uma necessidade: eu sinto que tenho que fazer aquilo. Mas também é um prazer e eu me divirto ao escrever. Me cansa, me esgota, mas eu me divirto... eu não sei fazer nada que não me divirta.” (AMADO, Jorge. Literatura Comentada. São Paulo: Abril Educação, 1981). 14. (G1 - ifal 2012) Relativamente ao texto, só uma alternativa está correta. Assinale-a. a) O escritor cometeu um erro de colocação pronominal em: “Me cansa, me esgota,...”, mas tal construção justifica-se por ele ser um literato. b) O sujeito dos verbos cansar e esgotar no período: “Me cansa, me esgota,...” é Escrever. c) Nos dois momentos em que aparece no texto, o verbo escrever tem a mesma função sintática. d) O que funciona como conjunção subordinativa integrante, no trecho: “eu sinto que tenho que fazer aquilo”. e) A palavra coisa, substituída pelo pronome relativo que, funciona como sujeito dos verbos faz, está e fazer, no primeiro período do texto. 15. (G1 - cps 2010) Considere o texto a seguir que nos informa sobre a continuidade do trabalho desempenhado por esses grupos. Os alunos dessa sala, após os devidos esclarecimentos feitos pela professora, resolveram transformar o que estudaram em dicas ecopráticas e publicar essas dicas ecopráticas no portal da escola. Para isso, redigiram um manual explicativo e digitaram esse manual explicativo, acrescentando ilustrações dos próprios colegas. A repetição dos termos, que estão em destaque no texto, pode ser evitada pelo emprego adequado dos pronomes. Assinale a alternativa em que isso ocorre. a) publicar-lhes ... o digitaram b) publicar-lhes ... lhe digitaram c) publicá-las ... o digitaram d) publicar-las ... lhe digitaram e) publicá-las ... digitaram-o Gabarito: Resposta da questão 1: [C] [A] Incorreta: em “faça-me” o pronome está depois do verbo e, portanto, temos o uso da ênclise. [B] Incorreta: em “te darei” o pronome está antes do verbo e, portanto, temos o uso da próclise. [D] Incorreta: a forma correta seria “cantá-la-ei”. [E] Incorreta: em “me procurou”, o pronome está antes do verbo e, portanto, temos o uso da próclise. Resposta da questão 2: [B] [A] Incorreta, o certo seria: Espero que Milton nunca se esqueça de mim. [C] Incorreta, o certo seria: Tudo me incomoda em você. [D] Incorreta, o certo seria: Em se tratando de informática, Lucas é o melhor. [E] Incorreta, o certo seria: Foi Ronaldo quem me ensinou matemática. Resposta da questão 3: [B] [A] Incorreta, o certo seria “calou-se”, já que o verbo vem depois de uma vírgula. [C] Incorreta, o certo seria “os questionou”, já que trata-se de uma frase interrogativa. [D] Incorreta, o certo seria “nos entreguem”, já que o verbo vem depois de uma conjunção subordinativa. [E] Incorreta, o certo seria “o interrompeu”, já que o verbo vem depois de um advérbio de negação. Resposta da questão 4: [D] [1] o correto seria “Ninguém me falou assim”. [4] o correto seria “As pastas que se perderam não foram as mais importantes”. [6] o correto seria “Empreste-me o livro!”. [7] o correto seria “Por que se permitiriam esses abusos?”. 25 Resposta da questão 5: [B] [B] Incorreta: não é possível utilizar a ênclise, pois, mesmo que o verbo seja antecedido por uma vírgula, ele está no futuro do pretérito e, sendo assim, deve-se utilizar a mesóclise (explicar- lhe-ia) ou mesmo a próclise (lhe explicaria). Resposta da questão 6: [E] Advérbios de negação atraem o pronome. Dessa forma, não é possível a ocorrência de ênclise após advérbios de negação (“não” e “nunca”, por exemplo). É preciso, portando, antepor o pronome ao verbo e, assim, tem-se a forma “Nunca se esqueça de mim” como única possibilidade. Resposta da questão 7: [C] Lacuna 1: No início de frase deve-se optar pela ênclise, isto é, colocação do pronome após o verbo. Lacuna 2: Percebe-se que o pronome que segue o verbo “encontrar” refere-se à “profissão”, que é objeto direto do verbo (quem encontra, encontra algo). O pronome correspondente ao objeto direto feminino é “la”. Mantêm-se as regras de acentuação, desconsiderando o pronome na contagem de sílabas. Assim, a oxítona “encontrá-la” deve ser acentuada. Lacuna 3: Quem agrada, agrada a alguém (transitividade indireta). Dessa forma, na frase entende-se que as disciplinas agradam aos jovens. O pronome que substitui “aos jovens” deve ser, portanto, substituto para objeto indireto (“lhe”). Como há um pronome relativo “que” antecedendo o verbo “agradar”, tem-se uma próclise, com a forma “lhe agradem”. Resposta da questão 8: [E] Primeira lacuna: o pai da Fernando virá buscar a Fernanda. Tem-se, portanto, um objeto direto para o termo em itálico. O pronome correspondente para objeto direto no feminino é o “la”. Por isso, tem-se a forma “buscá-la”. Segunda lacuna: quem conta, conta algo a alguém. No caso, esse alguém é o pai da Fernanda. Dessa forma, o termo em itálico é um objeto indireto, devendo ser substituído por seu pronome correspondente: “lhe”. Tem-se, então, a forma “contar-lhe”. Terceira lacuna: quem informa, informa alguém. No caso, esse alguém é o pai da Fernanda. Dessa forma, o termo em itálico é um objeto direto no masculino, devendo ser substituído por seu pronome correspondente: “o”. Tem-se, então, a forma “o informemos”. Quarta lacuna: a partir do texto, entende-se que é preciso que haja tempo hábil para ajudar a Fernanda. Tem-se, portanto, um objeto direto no feminino para o termo em itálico. O pronome correspondente para esse termo é “la”. Por isso, tem-se a forma “ajudá-la”. Resposta da questão 9: [C] As substituições solicitadas são: [I] “Ela tem que tê-la”, pois a expressão “uma fiel observância ao contrato” tem como núcleo um substantivo feminino no singular, daí o emprego do pronome pessoal do caso oblíquo “a”; porém, segundo a norma culta, a terminação de verbo em –r determina a substituição desta consoante por “l”, associada ao pronome oblíquo. [II] “e as cláusulas abrangem-no”, pois a expressão “fornecimento de garantias” tem como núcleo um substantivo masculino no singular, daí o emprego do pronome pessoal do caso oblíquo “o”; porém, segundo a norma culta, a terminação de verbo em –m determina a substituição desta consoante por “n”, associada ao pronome oblíquo. Resposta da questão 10: [E] Em [E], para que a forma siga a normatização é preciso escrever “esperava-me”, pois não há nenhum elemento na frase que favoreça o uso da próclise, devendo optar-se pela ênclise. Resposta da questão 11: [C] [A] Não se usa ênclise depois de palavras com sentido negativo (não, nem, etc.). [B] Não se usa ênclise depois de expressões adverbiais. [D] Depois de pronomes relativos, usa-se próclise em vez de ênclise. [E] Em locuções verbais, é uma característica do português brasileiro empregar a próclise entre o verbo auxiliar e o verbo principal. Resposta da questão 12: [C] Se o sujeito da oração estiver no plural, todos os verbos a ele ligados irão também para o plural: compõem, diagramam, produzem. O pronome oblíquo “o”, que acompanha o segundo, deve ser precedido de “n”, pois está em situação de ênclise após forma verbal terminada em som nasal: digramam-no. Assim, é correta a alternativa [C]. Resposta da questão 13: [D] A concordância entre o sujeito (vós) e o verbo (podíeis), o emprego do objeto direto e indireto a partir da contração entre “lhe” e “o” e a colocação pronominal seguindo o padrão da Gramática Normativa indicam que a linguagem empregada seja culta – como bem defendiam os autores românticos ao retratar a elite do país. Resposta da questão 14: [B] [A] Incorreta: de fato, o escritordeveria ter optado por utilizar a ênclise, mas a sua escolha não é justificada por ser um literato e sim pelo uso pouco corrente da ênclise. [C] Incorreta: no primeiro caso, “escrever” atua como sujeito, ao passo que, no segundo, atua como objeto. [D] Incorreta: o primeiro “que” funciona como conjunção subordinativa integrante, mas o segundo funciona como preposição. [E] Incorreta: o sujeito é o verbo “escrever”. Resposta da questão 15: [C] Como os termos destacados desempenham a função de objeto direto dos verbos “publicar” e “digitaram”, os pronomes oblíquos átonos que os substituem corretamente são “as” e “o”, respectivamente. Em relação ao verbo “publicar”, e porque este termina em “r”, deve eliminar-se esta consoante antes de colocar o pronome antecedido de “l”, ou seja, “las” (publicá-las). Já a forma verbal “digitaram” termina em dígrafo nasal, por isso o pronome “o” deveria ser antecedido de “n” se fosse colocado em ênclise (digitaram-no), o que desclassifica a opção e). 26 ORAÇÕES COORDENADAS 1. (Ita 2018) Texto O Brasil será, em poucas décadas, um dos países com maior número de idosos do mundo, e precisa correr para poder atendê-los no que eles têm de melhor e mais saudável: o desejo de viver com independência e autonomia. [...] O mantra da velhice no século XXI é “envelhecer no lugar”, o que os americanos chamam de aging in place. O conceito que guia novas políticas e negócios voltados para os longevos tem como principal objetivo fazer com que as pessoas consigam permanecer em casa o maior tempo possível, sem que, para isso, precisem de um familiar por perto. Não se trata de apologia da solidão, mas de encarar um dado da realidade contemporânea: as residências não abrigam mais três gerações sob o mesmo teto e boa parte dos idosos de hoje prefere, de fato, morar sozinha, mantendo-se dona do próprio nariz. Disponível em: , 18 mar. 2016. Adaptado. Acesso em: 10 ago. 17. A conjunção em destaque na frase “Não se trata de apologia da solidão, mas de encarar um dado da realidade contemporânea: ...” possui a função semântica de a) retificação. b) compensação. c) complementação. d) separação. e) acréscimo. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o fragmento abaixo e responda à(s) questão(ões) a seguir. «Não queria arrancar-lhe as ilusões. Também ele, em criança, e ainda depois, foi supersticioso, teve um arsenal inteiro de crendices, que a mãe lhe incutiu e que aos vinte anos desapareceram. No dia em que deixou cair toda essa vegetação parasita, e ficou só o tronco da religião, ele, como tivesse recebido da mãe ambos os ensinos, envolveu-os na mesma dúvida, e logo depois em uma só negação total. Camilo não acreditava em nada. Por quê? Não poderia dizê- lo, não possuía um só argumento; limitava-se a negar tudo. E digo mal, porque negar é ainda afirmar, e ele não formulava incredulidade; diante do mistério, contentou-se em levantar os ombros, e foi andando» (MACHADO DE ASSIS. Obras completas em quatro volumes, volume 2. São Paulo: Editora Nova Aguilar, 2015, p. 435) 2. (G1 - ifal 2018) Assinale a opção em que não haja correspondência de ideias com a frase: “E digo mal, porque negar é ainda afirmar...” a) E digo mal, pois que negar é ainda afirmar... b) E digo mal, porquanto negar é ainda afirmar... c) E digo mal, pois negar é ainda afirmar... d) E digo mal, visto que negar é ainda afirmar... e) E digo mal, conquanto negar é ainda afirmar... TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto abaixo que servirá de referência para a(s) questão(ões) a seguir. Como o novo jogo pokémon go coloca pessoas para andar e já causou problemas com a polícia Depois de muita espera, ele está causando um rebuliço nos países onde já foi lançado. Tanto é que até a polícia precisou intervir. Pelo menos foi o que ocorreu na Austrália, onde as autoridades precisaram emitir um alerta para que jogadores de Pokémon Go não se aventurassem em lugares perigosos, como túneis, ou recomendar que os mesmos tirem “os olhos do telefone e olhem para os dois lados da rua antes de atravessar.” Pokémon Go é a atualização mais recente da franquia de jogos de videogame lançada pela Nintendo há 20 anos. A nova versão começou as ser lançada mundialmente há poucos dias e leva jogadores a procurar pokémons em museus, parques, esquinas, em seus banheiros e até no porta-luvas do carro. Toda essa atividade, contudo, levou a preocupações com segurança. Go Pokémon é um jogo de realidade aumentada que deixou os videogames para se instalar em smartphones e se estender pelo “mundo real”. Os jogadores se tornaram agora treinadores que saem à caça dos pokémons - como são chamadas as criaturas com diferentes habilidades que “vivem” em bolas especiais. [...] Um perigo? A polícia da Austrália tem razão quando adverte os fãs de Pokémon para não esquecerem de olhar para os dois lados antes de atravessar a rua? “Infelizmente, eu acho que não vamos demorar muito para ver casos de pessoas com problemas de roubos, atropelamentos e quedas, por estarem mais focados em olhar para a tela do que realmente ao seu redor”, diz um agente da polícia. “Acontece que as pessoas já se distraem olhando para o celular e agora esse problema será ampliado. Isso se transformará em um perigo real aumentado”. (http://noticias.r7.com/hora-7/como-o-novo-jogopokemon-go-coloca-pessoas-para-andar-e- jacausou-problemas-com-a-policia-08072016) 3. (G1 - utfpr 2018) Em “Toda essa atividade, contudo, levou a preocupações com segurança.” (3º parágrafo), a conjunção destacada estabelece uma ideia de: a) causa. b) condição. c) conclusão. d) adição. e) oposição. 4. (G1 - ifsp 2017) Conjunções são palavras que ligam orações independentes; elas podem apresentar ideias conclusivas, alternadas, explicativas, dependendo do contexto e conjunção utilizada. Observe a oração abaixo: Joana estudou o ano inteiro, logo foi bem nas provas finais. Assinale a alternativa cuja conjunção destacada apresenta a mesma função da conjunção destacada na oração. a) Ele não respondeu às minhas cartas nem me telefonou. b) A mulher chamou o táxi, porém não foi ouvida. c) Tudo foi executado conforme planejamos. d) Você me ajudou muito; terá, pois, minha eterna gratidão. e) Viajarei mesmo que meus pais não autorizem. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto abaixo e responda à(s) questão(ões). A PIPOCA Rubem Alves A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras que com as panelas. Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de “culinária literária”. Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nóbis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos. Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético- filosófico a uma meditação sobre o filme A festa de Babette, 27 que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo – porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento. As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu. A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas ideias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafóricaentre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível. A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela. Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas. Lembrei- me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do candomblé... A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido. Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista do tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a ideia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos. Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado. Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas! E o que é que isso tem a ver com o candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa − voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão – sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: pum! − e ela aparece como uma outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante. Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro. “Morre e transforma-te!” − dizia Goethe. Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. Meu amigo William, extraordinário professor-pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia as explicações científicas não valem. Por exemplo: em Minas “piruá” é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: “Fiquei piruá!” Mas acho que o poder metafórico dos piruás é muito maior. Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. Ignoram o dito de Jesus: “Quem preservar a sua vida perdê- la-á.” A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo. Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...Disponível em http://www.releituras.com/rubemalves_pipoca.asp. Acessado em 31 de mai. 2016. Obs.: O texto foi adaptado às regras do Novo Acordo Ortográfico. 5. (Efomm 2017) Mas o fato é que sou mais competente com as palavras que com as panelas. Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. O termo destacado nessa passagem exprime ideia de a) condição. b) conclusão. c) oposição. d) causalidade. e) comparação. 28 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 6. (G1 - cftrj 2017) No último quadrinho da tirinha, lemos a seguinte fala “Mas o computador é campeão: destrói uma vida inteira com a velocidade do pensamento”. Se, em vez de dois pontos, houvesse um conectivo ligando as duas orações, dentre as opções a seguir, a única que cumpre tal papel com coerência é a) visto que. b) portanto. c) no entanto. d) conforme. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Observe a tirinha a seguir e responda à(s) questão(ões). 7. (Ita 2017) Os dois primeiros quadros da tirinha criam no leitor uma expectativa de desfecho que não se concretiza, gerando daí o efeito de humor. Nesse contexto, a conjunção e estabelece a relação de a) conclusão. b) explicação. c) oposição. d) consequência. e) alternância. Analise o texto abaixo para responder à(s) questão(ões). Poesia não são rimas mas letras que choram. Poesia não são formas, são gritos que se escrevem. Poesia não é imaginada, é o lamento da madrugada. (ECO, Umberto) 8. (G1 - ifal 2017) Em relação aos versos “Poesia não são formas,” (3º verso) “são gritos que se escrevem.” (4º verso), pode-se inferir uma relação sintático-semântica de a) adição. b) adversidade. c) alternância. d) explicação. e) causalidade. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 9. (G1 - cps 2017) Em “Recicla-me ou te devoro”, há a presença de duas orações que estabelecem entre si uma relação de a) adição. b) alternância. c) conclusão. d) explicação. e) oposição. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: “As cidades são os espaços físicos onde as inovações sociais são mais visíveis. São também campos férteis para se buscar inovações por contas das demandas diárias da confusão urbana. É do caos, ou do temor do caos, que as soluções se tornam 1 imprescindíveis.Daí que as melhores ideias sempre emergem organicamente das comunidades. Na Grécia antiga, o centro da cidade era chamado de ágora – um lugar para assembleias, para o encontro dos cidadãos, para a troca de ideias e também para o escambo de mercadorias. Nas smart cities de hoje, as ágoras mudaram de configuração. Elas agora são virtuais e os seus oradores são ‘twitters’ e outras manifestações nas redes sociais como Facebook, Instagram, grupos de What’s App, e uma gama de aplicativos novos que surgem todos os dias. A cidade funciona e se relaciona em dois níveis: virtual e material. As duas interfaces se comunicam e se completam. A forma da ágora mudou, mas o princípio continua o mesmo: novas e boas ideias surgem dos encontros no espaço público.” por Adriana Campelo Disponível em: http://www.genteemercado.com.br/cidade-sustentavel-muitas-faces-de- uma-mesma-expressao-2/ Acesso em 02/08/2015. 10. (G1 - ifba 2017) Em “A forma da ágora mudou, mas o princípio continua o mesmo: novas e boas ideias surgem dos encontros no espaço público”, o termo em destaque pode ser substituído sem prejuízo ao sentido por: a) pois b) porém c) por isso d) portanto e) inclusive 29 Com base neste texto, responda à(s) questão(ões). Ygor não tinha muito dinheiro pra ir à casa de Marcelle, não poderia pegar duas conduções. Teria que seguir uma longa peregrinação, afinal a S... não disponibilizava ônibus praquelas bandas. [...] Dentro do ônibus, tentava achar um lugar onde pudesse acomodar seus pés tamanho 42 sem pisar nos alheios. Riu indignadamente ao ver, num ponto, um abrigo com um anúncio que dizia: “CIDADANIA É USAR O TRANSPORTE DE MASSA: DÊ PREFERÊNCIA AO ÔNIBUS”. Após um enjoativo fluxo de para e anda, para e anda que durou uma hora e quinze minutos, enfim o ônibus seguia sem grandes interrupções, e inclusive já se aproximava do destino de Ygor. DENISSON, Ari. Contos Periféricos. Maceió: Imprensa Oficial Graciliano Ramos, 2016. 11. (G1 - ifal 2017) No segundo período do primeiro parágrafo, a palavra “afinal”, que significa “por fim, enfim, finalmente”, gera uma incoerência na relação de sentido entre as orações. Considerando que, entre ambas as orações, se estabelece uma relação de causa e consequência, assinale a única alternativa em cujo período a coerência textual foi restabelecida. a) Teria que seguir uma longa peregrinação, todavia a S... não disponibilizava ônibus praquelas bandas. b) Teria que seguir uma longa peregrinação, no entanto a S... não disponibilizava ônibus praquelas bandas. c) Teria que seguir uma longa peregrinação, uma vez que a S... não disponibilizava ônibus praquelas bandas. d) Teria que seguir uma longa peregrinação, porém a S... não disponibilizava ônibus praquelas bandas. e) Teria que seguir uma longa peregrinação, sempre que a S... não disponibilizava ônibus praquelas bandas. 12. (G1 - ifal 2017) No primeiro parágrafo, a última oração do primeiro período exprime uma ideia de conclusão com relação ao raciocínio iniciado nas orações anteriores, podendo ser iniciada pelo conectivo a) portanto. b) entretanto. c) contudo. d) porque. e) nem. 13. (Pucpr 2016) Leia o texto a seguir e complete as lacunas com o elemento coesivo correspondente à informação contida entre parênteses. Depois, identifique a alternativa que contenha a sequência de elementos coesivos adequados a cada lacuna. Uma das crenças mais resistentes do pensamento que imagina a si próprio __________ (comparação) o mais moderno, democrático e popular do Brasil é a lenda da inocência dos criminosos pobres. Por essa maneira de ver as coisas, um crime não é um crime __________ (condição) o autor nasceu no lado errado da vida, cresceu dentro da miséria e não conheceu os suportes básicos de uma família regular, de uma escola capaz de tirá-lo da ignorância e do convívio com gente de bem. __________ (conformidade) as fábulas sociais atualmente em vigência, pessoas assim não tiveram a oportunidade de ser cidadãos decentes – e __________ (conclusão) ficam dispensadas de ser cidadãos decentes. Ninguém as ajudou; ninguém lhes deu o que faltou em sua vida. Como compensação por esse azar, devem ser autorizadas a cometer delitos – ou, no mínimo, considera-se que não é justo responsabilizá-las pelos atos que praticaram, por piores que sejam. Na verdade, __________ (conformidade) a teoria socialmente virtuosa, não existem criminosos neste país __________ (tempo) se trata de roubo, latrocínio, sequestro __________ (adição) outras ações de violência extrema – __________ (condição) tenham sido cometidos por cidadãos com patrimônio e renda superiores a determinado nível. E de quem seria, nos demais casos, a responsabilidade? Essa é fácil: “a culpa é da sociedade”. (GUZZO, J. R. Questão de classe. Veja, São Paulo, n. 22, p.98, 3 jun. 2015) a) tão, desde que, conforme, porque, conforme, mas, nem, a não ser que. b) como, se, de acordo com, por isso, segundo, quando, e, a menos que. c) tanto quanto, a menos que, conforme, porque, segundo, antes que, também, a menos que. d) tanto quanto, a menos que, segundo, portanto, segundo, depois, e, a menos que. e) como, a não ser que, de acordo com, porque, de acordo com, antes, também, a mais que. 14. (Espcex (Aman) 2016) Assinale a alternativa em que está destacada uma oração coordenada explicativa. a) Peço que te cales. b) O homem é um animal que pensa. c) Ele não esperava que a mãe o perdoasse. d) Leve-a até o táxi, que ela precisa ir agora. e) É necessário que estudes. 15. (Enem PPL 2015) Da timidez Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença. [...] O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma plateia, o tímido não pensa nos membros da plateia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a plateia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó. VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. Entre as estratégias de progressão textual presentes nesse trecho, identifica-se o emprego de elementos conectores. Os elementos que evidenciam noções semelhantes estão destacados em: a) “Se ficou notório por ser tímido” e “[...] então tem que se explicar”. b) “então tem que se explicar” e “[...] quando as estrelas virarem pó”. c) “[...] ficou notório apesar de ser tímido [...] e “[...] mas isto não é vantagem [...]. d) “[...] um estratagem para ser notado [...]” e “Tão secreto que nem ele sabe”. e) “[...] como no paradoxo psicanalítico [...]” e “[...] porque só ele acha [...]”. 30 Gabarito: Resposta da questão 1: [A] O período “Não se trata de apologia da solidão, mas de encarar um dado da realidade contemporânea” é iniciado por uma negativa e a conjunção “mas” inicia uma oração que retifica a informação negada anteriormente. Resposta da questão2: [E] Em todas as alternativas temos o uso de uma conjunção explicativa, exceto na última, em que vemos uma conjunção concessiva “conquanto”. Assim, a alternativa [E] é aquela que não mantém a correspondência de ideias com a frase do enunciado. Resposta da questão 3: [E] A conjunção apresenta uma ideia de adversidade, oposição, podendo ser substituída, sem perda de sentido, por conjunções como, por exemplo, “porém” e “entretanto”. Resposta da questão 4: [D] A função da conjunção destacada na oração é de conclusão. A única alternativa que também apresenta uma conjunção conclusiva é a [D], em que o "pois" entre vírgulas atua como elemento conclusivo, podendo ser substituído por "logo": "Você me ajudou muito; logo, terá minha terna gratidão". Resposta da questão 5: [B] A locução “por isso”, formada por preposição e pronome demonstrativo, exprime ideia de conclusão, podendo ser substituída por assim, em vista disso, dessa forma, dessa maneira, entre outras. Assim, é correta a opção [B]. Resposta da questão 6: [A] A segunda oração explica aquilo que foi dito na primeira, isto é, apresenta uma justificativa do porquê o computador é campeão. Assim, o conectivo utilizado deveria ser um semanticamente equivalente a “porque”. O único que cumpre o mesmo papel é “visto que”. Resposta da questão 7: [C] Seria de esperar que a indignação de Calvin, expressa nos dois primeiros quadrinhos, provocasse um comportamento inverso ao que na verdade acontece. Apesar da critica, o personagem não só continua a assistir a esse tipo de programas, como admite o seu apreço por eles. Na última fala de Calvin, a conjunção coordenativa “e” adquire, assim, uma relação de oposição ao que foi afirmado anteriormente, como se afirma em [C]. Resposta da questão 8: [B] Enquanto no 3º verso o eu lírico afirma algo que a poesia não é, no 4º verso ele traz a real característica que pertence à poesia. Assim, há uma relação de adversidade, isto é, de oposição entre os dois versos, podendo eles serem reescritos com uma conjunção adversativa: “Poesia não são formas, MAS são gritos que se escrevem”. Resposta da questão 9: [B] As orações se relacionam a partir da conjunção “ou”, que indica alternância. Resposta da questão 10: [B] O termo em destaque tem sentido de oposição/adversidade, assim como a conjunção adversativa “porém”. Resposta da questão 11: [C] “Todavia”, “no entanto” e “porém” trazer a ideia de adversidade. “Sempre que” traz uma ideia temporal. Somente “uma vez que” apresenta a ideia de causa. Resposta da questão 12: [A] As conjunções em [B] e [C] são adversativas. Em [D] temos uma conjunção explicativa e em [E] uma aditiva. Resposta da questão 13: [B] Seguindo as indicações apontadas, “como” é conjunção comparativa; “se” é condicional; “de acordo com” é uma locução conformativa; “por isso” é locução conjuntiva conclusiva; “segundo”, no contexto, indica conformidade; “quando” é conjunção temporal; “e”, no caso, estabelece relação aditiva; “a menos que” é uma locução condicional. Resposta da questão 14: [D] As alternativas [A], [B], [C] e [E] apresentam oração subordinada substantiva objetiva direta, subordinada adjetiva restritiva, subordinada substantiva objetiva direta e subordinada substantiva subjetiva, respectivamente. Apenas em [D] existe oração coordenada explicativa. Resposta da questão 15: [C] É correta a opção [C], pois tanto a locução prepositiva “apesar de” como a conjunção coordenativa adversativa “mas” apresentam noção de oposição. 31 ORAÇÕES SUBORDINADAS 1. (Ebmsp 2018) Preconceitos fazem parte de uma vida infeliz. É verdade que eles fazem parte da vida na qual há preconceitos de todo tipo, sempre desproporcionais em relação às diferenças, à singularidade. Uma vida que se autoquestiona eticamente é aquela que tenta entender e superar preconceitos. Em geral, nessa superação, encontramos com a novidade da singularidade. É ela, essa condição diferente e única própria de cada pessoa, que devemos respeitar universalmente. Em um aspecto profundo é o autoquestionamento ético que, ao nos ajudar a superar preconceitos, nos leva à felicidade. TIBURI, Márcia. Infelicidades contemporâneas. Disponível em: . Acesso em: ago. 2017. Considerando-se os aspectos coesivos que mantêm a progressão temática do texto, é correto afirmar: a) O conectivo “que”, em “É verdade que eles fazem parte da vida”, dá continuidade às ideias do texto, ao introduzir a oração que funciona como sujeito de “É verdade”. b) O pronome pessoal “eles”, em “É verdade que eles fazem parte da vida”, faz uma referência catafórica ao termo “preconceitos de todo tipo”, prenunciando uma reflexão sobre um viés temático ainda não apresentado e tratado a seguir. c) O relativo “[n]a qual”, em “fazem parte da vida na qual há preconceitos”, resgata a palavra “parte”, caracterizando-a a partir de um aspecto que lhe é inerente. d) O demonstrativo “aquela”, em “Uma vida que se autoquestiona eticamente é aquela que tenta entender”, retoma a expressão “vida infeliz”, a fim de caracterizá-la como uma prática incessante de autoconhecimento. e) O elemento coesivo pronominal “ela”, em “É ela, essa condição diferente e única própria de cada pessoa”, refere-se ao vocábulo “superação”, recuperando-o para ressaltar a única condição de uma existência feliz. Leia um trecho do artigo “Reflexões sobre o tempo e a origem do Universo”, do físico brasileiro Marcelo Gleiser, para responder à(s) questão(ões). Qualquer discussão sobre o tempo deve começar com uma análise de sua estrutura, que, por falta de melhor expressão, devemos chamar de “temporal”. É comum dividirmos o tempo em passado, presente e futuro. O passado é o que vem antes do presente e o futuro é o que vem depois. Já o presente é o “agora”, o instante atual. Isso tudo parece bastante óbvio, mas não é. Para definirmos passado e futuro, precisamos definir o presente. Mas, segundo nossa separação estrutural, o presente não pode ter duração no tempo, pois nesse caso poderíamos definir um período no seu passado e no seu futuro. Portanto, para sermos coerentes em nossas definições, o presente não pode ter duração no tempo. Ou seja, o presente não existe! A discussão acima nos leva a outra questão, a da origem do tempo. Se o tempo teve uma origem, então existiu um momento no passado em que ele passou a existir. Segundo nossas modernas teorias cosmogônicas, que visam explicar a origem do Universo, esse momento especial é o momento da origem do Universo “clássico”. A expressão “clássico” é usada em contraste com “quântico”, a área da física que lida com fenômenos atômicos e subatômicos. [...] As descobertas de Einstein mudaram profundamente nossa concepção do tempo. Em sua teoria da relatividade geral, ele mostrou que a presença de massa (ou de energia) também influencia a passagem do tempo, embora esse efeito seja irrelevante em nosso dia a dia. O tempo relativístico adquire uma plasticidade definida pela realidade física à sua volta. A coisa se complica quando usamos a relatividade geral para descrever a origem do Universo. (Folha de S.Paulo, 07.06.1998.) 2. (Unifesp 2018) Em “[Einstein] mostrou que a presença de massa (ou de energia) também influencia a passagem do tempo, embora esse efeito seja irrelevante em nosso dia a dia.” (4º parágrafo), a conjunção destacada pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido do texto, por: a) visto que. b) a menos que. c) ainda que. d) a fim de que. e) desde que. Leia a letra da música “É você” de Marisa Monte e responda à(s) questão(ões). É você Só você Que na vida vai comigo agora Nós dois na floresta e no salão Nada mais Deita no meu peito e me devora Na vida só resta seguir Um risco, um passo,um gesto rio afora É você Só você Que invadiu o centro do espelho Nós dois na biblioteca e no saguão Ninguém mais Deita no meu leito e se demora Na vida só resta seguir Um risco, um passo, um gesto rio afora Acesso em: 13.11.2017. 3. (G1 - cps 2018) Ao analisarmos a função que as orações destacadas nos exemplos I e II exercem, podemos classificá-las como orações I. É você [...] que na vida vai comigo agora II. É você [...] que invadiu o centro do espelho a) subordinadas substantivas, pois exercem a função de substantivo. b) subordinadas adverbiais, pois exercem a função de advérbio. c) subordinadas adjetivas, pois exercem a função de adjetivo. d) coordenadas sindéticas, pois exercem a função aditiva. e) coordenadas assindéticas, pois exercem a função conclusiva. O texto a seguir é parte de um capítulo de O príncipe, de Nicolau Maquiavel (Florença, 1469-1527). Ser amado ou ser temido Creio que todo príncipe deve desejar muito ser considerado compassivo, e não cruel; no entanto, deve ter cuidado e não usar mal essa piedade. César Bórgia foi considerado cruel, mas Sua 32 crueldade reformou toda a Romanha, uniu-a e proporcionou- lhe paz e fidelidade. Bem vistas as coisas, seu procedimento foi mais compassivo que o do governo florentino, o qual, para evitar a fama de cruel, deixou destruir Pistoia 1 . Portanto, o príncipe não se deve preocupar com ganhar fama de cruel para conservar todos os súditos em união e obediência, pois será muito mais ético do que aqueles que, por excesso de clemência, deixam alastrar a desordem, da qual se geram assassínios e rapinas: a desordem prejudica a todos, ao passo que as penas infligidas pelo príncipe só atingem particulares. [...] Daqui nasce um dilema: vale mais ser amado do que temido, ou o inverso? Seria preferível ser ambas as coisas, mas, como é difícil conciliá-Ias, parece-me muito mais seguro ser temido do que amado, se só se puder ser uma delas. Há uma verdade que se pode dizer da maioria dos homens: que são ingratos, instáveis, dissimulados, inimigos do risco e do perigo, ávidos de ganhar. Enquanto lhes fazes bem, são teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, porque, como já disse, os riscos maiores estão no futuro; mas, quando o perigo se aproxima, furtam- se, debandam, e o príncipe que se baseou somente em suas palavras encontra-se despojado de outros preparativos; está de fato perdido. As amizades que se conquistam com dinheiro ou favores, e não pelo coração nobre e altivo, terão seus efeitos, mas são como se não as tivéssemos, pois de nada nos servem quando delas precisamos. Os homens hesitam menos em prejudicar um homem que se torna amado do que outro que se faz temer, pois o amor mantém-se por um laço de obrigações que, em virtude de os homens serem maus, se quebra quando surge ocasião de melhor proveito. Mas o medo mantém-se por um temor do castigo, que nunca nos abandona. Por outro lado, o príncipe deve fazer-se temer de tal modo que, se não conseguir a amizade, possa pelo menos fugir à inimizade, visto haver a possibilidade de ser temido e não ser odiado, ao mesmo tempo. Isso sucederá, sempre, se ele se abstiver de se apoderar dos bens e riquezas de seus concidadãos e súditos, e também de suas mulheres. E quando for obrigado a proceder contra o sangue de alguém, não deve agir sem justificação conveniente nem causa manifesta. Acima de tudo, convém que se abstenha de tocar na propriedade alheia, porque os homens esquecem mais depressa a morte de seu pai do que a perda de seu património. Além do mais, não faltam nunca motivos para apoderar-se do bem alheio, e aquele que começa a viver da rapina encontra sempre razões para apoderar-se do que é dos outros. (1) Cidade da Toscana (Itália); antiga fortificação construída sobre Pistoriae; na Idade Média, as lutas políticas entre guelfos e gibelinos enfraqueceram-na, tendo sido conquistada por Florença em 1351. Adaptado de: MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Lisboa: Europa-América. 1976. p, 88-90. 4. (Fepar 2018) Considere as frases abaixo. Avalie as afirmações respectivas com relação aos termos em negrito. Tenha como referência a norma culta da Língua portuguesa e o sentido do texto. (Assinale V apenas para os itens que tiverem todas as afirmações corretas; se o item tiver alguma afirmação incorreta, como falso). (1) Creio todo príncipe desejar muito ser considerado compassivo, e não cruel; no entanto, deve ter cuidado não usar mal essa piedade. César Bórgia foi considerado cruel, mas sua crueldade reformou toda a Romanha, uniu-a e proporcionou-lhe paz e fidelidade. (2) Quando o perigo se aproxima, [os homens] furtam-se, debandam, e o príncipe que se baseou somente em suas palavras encontra-se despojado de outros preparativos. (3) As amizades que se conquistam com dinheiro ou favores, e não pelo coração nobre e altivo, terão seus efeitos, mas são como se não as tivéssemos, pois de nada servem quando delas precisamos. (4) O príncipe deve fazer-se temer de tal modo que, se não conseguir a amizade, possa pelo menos fugir inimizade, visto haver a possibilidade de ser temido e não ser odiado. (5) Não faltam nunca motivos para apoderar-se do bem alheio, e aquele que começa a viver da rapina encontra sempre razões para apoderar-se do que é dos outros. ( ) Nos dois casos em negrito, também poderíamos dizer todo o príncipe ou toda Romanha, sem comprometimento de sentido; a conjunção e poderia ser substituída por mas; o pronome -a poderia ficar em elipse. ( ) A palavra se tem funções diferenciadas nas ocorrências em destaque; furtam-se é sinônimo de roubam. ( ) De outro modo: Amizades fundamentadas no cálculo são inúteis quando delas precisamos em momentos de maior risco. ( ) De tal modo que tem sentido consecutivo; visto introduz uma oração coordenada explicativa. ( ) Não e nunca configuram uma expressão pleonástica; para, nos dois casos, liga complemento nominal; que é pronome relativo nos dois casos. 5. (G1 - cp2 2017) A Verdadeira Arte de Viajar Mário Quintana A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa, Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo. Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali... Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando! Fonte: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/m/verdadeura.htm. Acesso em 03/10/2016. Releia os seguintes versos destacados do poema de Mário Quintana: A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo A conjunção sublinhada nos dois versos estabelece uma relação de sentido de a) causa. b) conformidade. c) comparação. d) consequência. 6. (Espcex (Aman) 2017) “Pela primeira vez na história, pesquisadores conseguiram projetar do zero o genoma de um ser vivo (uma bactéria, para ser mais exato) e ‘instalá-lo’ com sucesso numa célula, como quem instala um aplicativo no celular. É um feito e tanto, sem dúvida. Paradoxalmente, porém, o próprio sucesso do americano Craig Venter e de seus colegas deixa claro o quanto ainda falta para que a humanidade domine os segredos da vida. Cerca de um terço 33 do DNA da nova bactéria (apelidada de syn3.0) foi colocado lá por puro processo de tentativa e erro – os cientistas não fazem a menor ideia do porquê ele é essencial.” Folha de S. Paulo, 26/03/2016. O texto informativo acima, que apresenta ao público a criação de uma bactéria apenas com genes essenciais à vida, contém vários conectivos, propositadamente destacados. Pode-se afirmar que a) para inicia uma oração adverbial condicional, pois restringeAssombrão das matas a imensa extensão São rudes, severos, sedentos de gloria, Já prelios incitão, já cantão victoria, Já meigos attendem a voz do cantor: São todos tymbiras, guerreiros valentes! Seu nome la vôa na bocca das gentes, Condão de prodigios, de gloria e terror! Últimos Cantos, Gonçalves Dias Nesse trecho, o poeta apresenta a tribo dos timbiras. Constatamos, sem dificuldades, que a ortografia da época era, em muitos aspectos, diferente da que usamos atualmente. Tendo isso em vista, considere as seguintes afirmativas: 1. As palavras paroxítonas terminadas em ditongo não eram acentuadas naquela época, diferentemente de hoje. 2. As formas verbais se alternam entre presente e futuro do presente do indicativo, com a mesma terminação. 3. A 3ª pessoa do plural dos verbos do presente do indicativo se diferencia graficamente da forma atual. 4. Os monossílabos tônicos perderam o acento na ortografia contemporânea. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 7. (G1 - ifal 2017) Assinale a alternativa em que todos os vocábulos são acentuados por se enquadrarem na mesma regra de tonicidade. a) Parâmetro, líquido, álbuns, ênfase, tórax. b) Biquíni, lágrima, fórum, ágil, íon. c) Ética, círculo, bíceps, órfão, picolés. d) Prótese, epígrafe, lápis, néctar, hábito. e) Parabéns, camelôs, pavê, guaraná, ninguém. 8. (G1 - ifsc 2017) O uso dos acentos é um recurso gráfico de que se dispõe para marcar a sílaba tônica de certas palavras. Sabe-se, no entanto, que nem todas as palavras recebem acento e que seu emprego depende de algumas regras específicas, dentre elas, a posição da sílaba tônica. Com base nessas informações e nos seus conhecimentos sobre as regras de acentuação gráfica na língua portuguesa, assinale a alternativa CORRETA. a) As palavras “húmus”, “processos” e “adubo” são paroxítonas. b) Os vocábulos “há”, “você” e “já” são oxítonos. c) As palavras “química”, “compostável” e “orgânicos” recebem acento gráfico porque são proparoxítonas. d) As palavras “além”, “papéis” e “disponível” são acentuadas porque são oxítonas. e) As palavras “países”, “saúde”, “dióxido” e “água” são acentuadas com base na mesma regra de acentuação gráfica. 9. (G1 - col. naval 2017) Assinale a opção na qual a palavra em destaque está acentuada conforme a regra ortográfica vigente. a) O marido estava com os pêlos do braço emaranhados por esfregá-los na toalha. b) Alegando estar com cefaléia, a mulher continuou em silêncio até o final do jantar. c) O marido pediu ao garçom uma pêra flambada com calda de chocolate para dois. d) A mulher não prestou atenção ao escarcéu que o marido fez por causa da Internet. e) De um pólo a outro, muitos abdicam de uma conversa ao vivo para usar o WhatsApp. 5 10. (G1 - ifal 2017) Marque, dentre as alternativas abaixo, aquela em que os vocábulos são acentuados graficamente por serem oxítonos. a) caí, aí, ímã, ipê, abricó. b) parabéns, vêm, hífen, saí, oásis. c) vovô, capilé, Paraná, lápis, régua. d) amém, amável, filó, porém, além. e) paletó, avô, pajé, café, jiló. 11. (G1 - ifsul 2017) A sequência de palavras cuja acentuação gráfica se justifica pela mesma regra é a) além, médio e há. b) referência, econômico e análise. c) país, além e também. d) bônus, própria e nível. Leia o texto a seguir e responda à(s) questão(ões). Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. Faz mais de um século e meio. Mas o desabafo do cacique tem uma incrível atualidade. “(...) De uma coisa sabemos, que o homem branco 1 talvez venha a um dia descobrir: 2 o nosso Deus é o mesmo Deus. 3 Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, 4 talvez mais depressa do que as outras raças. 5 Continua sujando a sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos. Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, 6 quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; 7 o fim da vida e o começo da luta pela sobrevivência. (...) 8 Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais as esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na venda é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias como desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, 9 porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. 10 Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, 11 conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum.” www.culturabrasil.pro.br/seattle1.htm. Acesso em 16/04/2016. 12. (G1 - epcar (Cpcar) 2017) Assinale a alternativa cuja análise está correta. a) O acento utilizado em “compreendêssemos” justifica-se por se tratar de uma palavra proparoxítona; já o utilizado em “protegíamos” justifica-se pela regra do hiato tônico. b) Os acentos graves utilizados em “causar dano à terra” e “federem à gente” justificam-se por se tratar de complementos verbais intransitivos. c) Justifica-se o uso da ênclise em “Protege-a” (ref. 10), por iniciar período; e, em “conserva-a” (ref. 11), por iniciar uma oração antecedida de vírgula. d) Em “o nosso Deus é o mesmo Deus” (ref. 2) o adjetivo “mesmo” foi utilizado no sentido de “próprio”. Para a(s) questão(ões), considere o texto que segue: 13. (G1 - ifal 2017) Quanto à acentuação gráfica das palavras em português padrão, marque a alternativa que traz uma informação errada. a) Se assumir a forma substantiva, o adjetivo “compatível” deixa de ser uma paroxítona e perde o acento gráfico. b) Os vocábulos “dá” e “é” acentuam-se por serem monossílabos tônicos em a e e, respectivamente. c) As palavras “crespo”, “zero” e “cabelos” não são acentuadas graficamente pela mesma razão. d) Caso a palavra “poderosa” estivesse no grau superlativo absoluto do adjetivo, perderia o acento tônico de paroxítona e ganharia o acento gráfico que a identificaria como proparoxítona. e) O til, em “atenção” e “volumão”, não é, a rigor, um acento gráfico, mas um sinal indicador de que a letra sobre a qual se põe tem som nasal. 6 Leia a tirinha a seguir, na qual conversam as personagens Mafalda, Susanitao genoma à condição de bactéria. b) e introduz uma oração coordenada sindética aditiva, pois adiciona o projeto à instalação do genoma. c) como introduz uma oração adverbial conformativa, pois exprime acordo ou conformidade de um fato com outro. d) porém indica concessão, pois expressa um fato que se admite em oposição ao da oração principal. e) para que exprime uma explicação: falta muito para a humanidade dominar os segredos da vida. 7. (Fatec 2017) Mais escolarizadas, mulheres ainda ganham menos e têm dificuldades de subir na carreira As mulheres brasileiras já engravidam menos na adolescência, estudam mais do que os homens e tiveram aumento maior na renda média mensal, segundo mostram as Estatísticas de Gênero do IBGE, retiradas da base de dados do Censo de 2010, mas elas ainda ganham salários menores e tem dificuldades em ascender na carreira. Acesso em: 29.08.2016. Adaptado. O título do artigo – Mais escolarizadas, mulheres ainda ganham menos e têm dificuldades de subir na carreira – poderia ser substituído, sem causar prejuízo de sentido, por: a) Mulheres, mais escolarizadas, porventura ganham mais, entretanto possuem empecilhos para subir na carreira. b) Mulheres, mais escolarizadas, ainda ganham menos, bem como enfrentam obstáculos para subir na carreira. c) Mulheres, mais escolarizadas, às vezes ganham menos, por conseguinte apresentam especificidades para se elevarem na carreira. d) Mais escolarizadas, mulheres, ainda que enfrentem dificuldades para progredirem na carreira, ganham o mesmo ou mais. e) Mais escolarizadas, mulheres apresentam particularidades para subir na carreira, porquanto já ganham mais. 8. (G1 - ifsc 2017) Isto sabemos: a Terra não pertence ao homem; o homem pertence à Terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu o tecido da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo. Fragmento da Carta do Cacique americano ao Presidente dos Estados Unidos da América em 1855. Disponível em: . Acesso em: 19 ago. 2016. Considerando o texto e as frases a seguir, marque com (V) o que for verdadeiro e com (F) o que for falso. I. “Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma família.” II. “Isto sabemos: a Terra não pertence ao homem; o homem pertence à Terra.” III. “Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.” ( ) Em I, a oração destacada estabelece uma condição em relação àquela que a antecede. ( ) Em II, o ponto e vírgula pode ser substituído pela palavra mas, sem que haja alteração de sentido. ( ) Não haveria alteração de sentido em III, se escrevêssemos: Tudo o que fizer ao tecido irá fazer também a si mesmo. ( ) Em I e II, o vocábulo isto faz referência à informação que aparece após os dois pontos. Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA das respostas, de cima para baixo. a) V – V – V – F. b) V – F – V – V. c) F – V – V – F. d) F – V – V – V. e) F – V – F – V. 9. (G1 - ifal 2017) Assinale a opção em que se altera o sentido da oração “Porque poesia não se define, sente-se.”. a) Mas poesia não se define, sente-se. b) Já que poesia não se define, sente-se. c) Tendo em vista que poesia não se define, sente-se. d) Uma vez que poesia não se define, sente-se. e) Haja vista que poesia não se define, sente-se. 10. (Eear 2017) Leia: I. Todos os brasileiros que desejam ingressar na Força Aérea Brasileira devem gastar longas horas de estudo e dedicação. II. Todos os brasileiros, que desejam ingressar na Força Aérea Brasileira, devem gastar longas horas de estudo e dedicação. Marque a alternativa correta. a) A frase I possibilita a conclusão de que todos os brasileiros, indiscriminadamente, desejam ingressar na Força Aérea Brasileira. b) As frases I e II estão em desconformidade com as normas gramaticais vigentes em relação às Orações Subordinadas Adjetivas. c) A frase I, por conter Oração Subordinada Adjetiva Restritiva, não apresenta vírgulas. Esse fato está em conformidade com as normas gramaticais vigentes. d) A frase II, por conter Oração Subordinada Adjetiva Restritiva, apresenta vírgulas. Esse fato está em conformidade com as normas gramaticais vigentes. 11. (Espcex (Aman) 2017) Em “A velha disse-lhe que descansasse”, do conto Noite de Almirante, de Machado de Assis, a oração grifada é uma subordinada a) substantiva objetiva indireta. b) adverbial final. c) adverbial conformativa. d) adjetiva restritiva. e) substantiva objetiva direta. Leia a fábula “A raposa e o lenhador”, do escritor grego Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?), para responder à(s) questão(ões) a seguir: Enquanto fugia de caçadores, uma raposa viu um lenhador e lhe pediu que a escondesse. Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana e se ocultasse lá dentro. Não muito tempo depois, vieram os caçadores e perguntaram ao lenhador se ele tinha visto uma raposa passar por ali. Em voz alta ele negou tê-la visto, mas com a mão fez gestos indicando onde ela estava escondida. Entretanto, como eles não prestaram 34 atenção nos seus gestos, deram crédito às suas palavras. Ao constatar que eles já estavam longe, a raposa saiu em silêncio e foi indo embora. E o lenhador se pôs a repreendê- la, pois ela, salva por ele, não lhe dera nem uma palavra de gratidão. A raposa respondeu: “Mas eu seria grata, se os gestos de sua mão fossem condizentes com suas palavras.” (Fábulas completas, 2013.) 12. (Unifesp 2017) “Entretanto, como eles não prestaram atenção nos seus gestos, deram crédito às suas palavras.” Em relação à oração que a sucede, a oração destacada tem sentido de a) causa. b) conclusão. c) proporção. d) consequência. e) comparação. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Viajar? Para viajar basta existir. Vou de dia para dia, como de estação para estação, no 1 comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes, como, afinal, as paisagens são. 2 Se imagino, vejo. Que mais faço eu se viajo? Só a fraqueza extrema da imaginação justifica que se tenha que deslocar para sentir. 3 “Qualquer estrada, esta mesma estrada de Entepfuhl, te levará até o fim no mundo”. Mas o fim do mundo, desde que o mundo se consumou dando-lhe a volta, é o mesmo Entepfuhl de onde se partiu. Na realidade, o fim do mundo, como o princípio, é o nosso conceito de mundo. É em nós que as paisagens têm paisagem. Por isso, se as imagino, as crio; se as crio, são; se são, vejo-as como às outras. Para que viajar? Em Madrid, em Berlim, na Pérsia, na China, nos Polos ambos, onde estaria eu senão em mim mesmo, e no tipo e gênero das minhas sensações. A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos. Fernando Pessoa. In: Soares, B. Livro do Desassossego. Vol. II. Lisboa: Ática, 1982. p. 387. Com adaptações. Vocabulário: 1 Comboio: trem 3 Citação do autor escocês Carlyle sobre a estrada de Entepfuhl, que começa e termina dentro de uma mesma cidade. 13. (G1 - cp2 2017) “Se imagino, vejo.” (referência 2) No que se refere ao conectivo sublinhado, pode-se dizer que exprime uma relaēćo de a) condição e pode ser substituído por caso com alteração de tempo verbal da oração subordinada. b) condição e pode ser substituído por caso sem necessidade de alteração no tempo verbal da oração subordinada. c) conclusão e pode ser substituído por portanto com alteração do tempo verbal da oração subordinada. d) conclusão e pode ser substituído por portantosem necessidade de alteração no tempo verbal da oração subordinada. 14. (Pucpr 2016) Leia o texto a seguir e complete as lacunas com o elemento coesivo correspondente à informação contida entre parênteses. Depois, identifique a alternativa que contenha a sequência de elementos coesivos adequados a cada lacuna. Uma das crenças mais resistentes do pensamento que imagina a si próprio __________ (comparação) o mais moderno, democrático e popular do Brasil é a lenda da inocência dos criminosos pobres. Por essa maneira de ver as coisas, um crime não é um crime __________ (condição) o autor nasceu no lado errado da vida, cresceu dentro da miséria e não conheceu os suportes básicos de uma família regular, de uma escola capaz de tirá-lo da ignorância e do convívio com gente de bem. __________ (conformidade) as fábulas sociais atualmente em vigência, pessoas assim não tiveram a oportunidade de ser cidadãos decentes – e __________ (conclusão) ficam dispensadas de ser cidadãos decentes. Ninguém as ajudou; ninguém lhes deu o que faltou em sua vida. Como compensação por esse azar, devem ser autorizadas a cometer delitos – ou, no mínimo, considera-se que não é justo responsabilizá-las pelos atos que praticaram, por piores que sejam. Na verdade, __________ (conformidade) a teoria socialmente virtuosa, não existem criminosos neste país __________ (tempo) se trata de roubo, latrocínio, sequestro __________ (adição) outras ações de violência extrema – __________ (condição) tenham sido cometidos por cidadãos com patrimônio e renda superiores a determinado nível. E de quem seria, nos demais casos, a responsabilidade? Essa é fácil: “a culpa é da sociedade”. (GUZZO, J. R. Questão de classe. Veja, São Paulo, n. 22, p.98, 3 jun. 2015) a) tão, desde que, conforme, porque, conforme, mas, nem, a não ser que. b) como, se, de acordo com, por isso, segundo, quando, e, a menos que. c) tanto quanto, a menos que, conforme, porque, segundo, antes que, também, a menos que. d) tanto quanto, a menos que, segundo, portanto, segundo, depois, e, a menos que. e) como, a não ser que, de acordo com, porque, de acordo com, antes, também, a mais que. 15. (Fatec 2016) É boa a notícia para os fãs da natação, vôlei de praia, futebol, hipismo, ginástica rítmica e tiro com arco que buscam ingressos para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Entradas para catorze sessões esportivas dessas modalidades, que tinham se esgotado na primeira fase de sorteio de ingressos, estão à venda. Acesso em: 12.09.2015. Adaptado. A oração subordinada destacada nesse fragmento é a) adjetiva restritiva. b) adjetiva explicativa. c) substantiva subjetiva. d) substantiva apositiva. e) substantiva predicativa. 35 Gabarito: Resposta da questão 1: [A] [A] Correto. A Oração Principal “É verdade” não apresenta sujeito em sua configuração, função desempenhada pela Oração Subordinada Substantiva Subjetiva “que eles fazem parte da vida”. [B] Incorreto. O pronome pessoal é anafórico, fazendo referência a “preconceitos”. [C] Incorreto. O pronome relativo retoma “vida”. [D] Incorreto. O pronome demonstrativo retoma apenas a palavra “vida”; conforme o contexto, a “vida infeliz” não é a que “se autoquestiona”. [E] Incorreto. O pronome “ela” antecipa a expressão “essa condição diferente e única”. Resposta da questão 2: [C] A conjunção “embora” é concessiva, assim, pode ser substituída por outra de mesmo valor semântico, como “ainda que”. Resposta da questão 3: [C] Considerando que as orações cumprem a função de adjetivar, isto é, dar características, é possível classificá-las como subordinadas adjetivas. Resposta da questão 4: F – F – V – V – V. [1] Falsa: “Todo” equivale a “qualquer”; “todo o” equivale a “inteiro” – logo, a substituição comprometeria o sentido. A conjunção poderia ser trocada, sem prejuízo de sentido. O pronome não pode ficar em elipse. [2] Falsa: A palavra “se” é índice de indeterminação do sujeito nos trechos 1 e 3; nos trechos 2 e 4, trata-se de pronome reflexivo. Furtar é sinônimo de roubar, mas o trecho não faz referência à partícula integrante, o que alteraria o sentido caso a troca fosse realizada. [3] Verdadeira: A paráfrase está corretamente elaborada. [4] Verdadeira: “De tal modo que” é locução conjuntiva subordinativa consecutiva, e pode ser substituída sem prejuízo por “de tal maneira que”; “visto” é conjunção coordenativa explicativa, e pode ser substituída sem prejuízo por “posto”. [5] Verdadeira: Há intenção enfática no par “não” e “nunca”; “motivos” e “razões” são substantivos abstratos que exigem complemento nominal; “que”, nas duas ocorrências, são pronomes relativos e podem ser substituídos por “o qual” e “do qual”. Resposta da questão 5: [C] Podemos observar que nos dois trechos a conjunção “como” estabelece uma relação de comparação. No trecho I, compara a forma como as pessoas devem sair à rua como uma fugida de casa. No trecho II, retoma a forma como as pessoas devem sair à rua, comparando-a com uma saída em que estivessem abertos diante das pessoas todos os caminhos do mundo. Resposta da questão 6: [B] As opções [A], [C], [D] e [E] são incorretas, pois [A] para inicia uma oração adverbial final; [C] como introduz uma oração adverbial comparativa; [D] porém indica adversidade e não concessão; [E] para que exprime finalidade. A conjunção “e” apresenta noção de adição, o que valida a opção [B]. Resposta da questão 7: [B] No título, há presença de relações de concessão “mais escolarizadas”, tempo “ainda” e adição “têm dificuldades de subir da carreira”. A reescrita, mantendo o sentido, está presente em “Mulheres, mais escolarizadas, ainda ganham menos, bem como enfrentam obstáculos para subir na carreira”. Resposta da questão 8: [D] A única afirmativa falsa é a primeira, pois a oração destacada não estabelece uma condição em relação àquela que a antecede, mas apresenta uma comparação que explica melhor a ideia contida na oração anterior. Resposta da questão 9: [A] Todas as alternativas apresentam uma conjunção de mesmo valor causal ao que vemos no enunciado (porque), exceto a alternativa [A], que apresenta uma conjunção adversativa, que demonstra oposição (mas). Resposta da questão 10: [C] A frase [I] apresenta Oração Subordinada Adjetiva Restritiva, já que essa oração restringe “todos os brasileiros”, levando-nos a compreender que os que devem gastar “longas horas de estudo e dedicação” são aqueles “que desejam ingressar na Força Aérea Brasileira”, e não todos os brasileiros, de maneira geral. A frase está em conformidade com as normas gramaticais vigentes, pois as Orações Subordinadas Restritivas não devem ser separadas por vírgula. Já a frase [II], como está redigida, com vírgulas, é uma Oração Subordinada Adjetiva Explicativa, e possibilita a conclusão de que todos os brasileiros, indiscriminadamente, desejam ingressar na Força Aérea Brasileira. Resposta da questão 11: [E] Na frase “A velha disse-lhe que descansasse”, a conjunção integrante “que” inicia uma oração que exerce função de objeto direto relativamente à oração principal. Resposta da questão 12: [A] A oração iniciada pela conjunção subordinativa “Como”, passível de ser substituída por porque ou visto que, apresenta sentido de causa, como afirma-se em [A]. Resposta da questão 13: [A] O conectivo “se” é uma conjunção subordinativa condicional e expressa, portanto, condição. Assim, indica a condição sob a qual é possível ver. Pode ser substituída por outra conjunção condicional, tal como “caso”. Essa troca exigiria uma alteração do tempo verbal da oração subordinada, para manter a concordância (não é possível dizer “caso imagino”). O correto seria “Caso imagine”. Resposta da questão 14: [B] Seguindo as indicaçõesapontadas, “como” é conjunção comparativa; “se” é condicional; “de acordo com” é uma locução conformativa; “por isso” é locução conjuntiva conclusiva; “segundo”, no contexto, indica conformidade; “quando” é conjunção temporal; “e”, no caso, estabelece relação aditiva; “a menos que” é uma locução condicional. Resposta da questão 15: [A] [A] Alternativa correta. A oração em negrito tem o valor sintático de uma adjetiva restritiva, pois complementa e restringe a boa notícia para um determinado tipo de público: os fãs de natação, vôlei de praia etc. 36 CONCORDÂNCIA 1. (Puccamp 2018) Palavras do texto inspiraram as frases que seguem, que devem, entretanto, ser consideradas independentes dele. A frase que está em concordância com a norma-padrão da língua é: a) Deviam haver, naquele tempo, uns três ou quatro canais, restrito a uma programação de cinco ou seis horas por dia, que passaria, mais tarde a ocupar 24 horas. b) Tendo surgido o celular, o que não tardou foram as mudanças de hábitos, entre eles, bastante notável, a falta de discrição com que as pessoas conversam, em alta voz, em espaços públicos. c) Muitos jovens que não creem que existiu um mundo sem TV, dificilmente acreditarão que os celulares podem um dia não existirem. d) Seja quais forem as formas de entretenimento que a TV propicia, todas, possivelmente sem excessão, têm audiência garantida, o que mantém a publicidade que paga os custos da programação. e) Se jovens se entreterem com filmes de qualidade, existe grandes possibilidades que venham a se interessar por outras formas de arte. O texto que segue é para a(s) questão(ões) a seguir. Deda, meu amigo, estou aqui. Podes me ouvir? Já faz algum tempo que não conversamos. Poderíamos arrancar a malvada saudade de nosso peito, o que achas então? Teu rosto está envelhecido. Tua carne, envilecida. Teu corpo treme. Tuas débeis mãos fremem. O que terá acontecido contigo, meu velho? Ah, já não és mais bravo e guerreiro, moço e vigoroso: és, sim, pó espectral. Logo te ajuntarás ao barro da terra. Logo a terra abrirá a fecunda e profunda boa para te tragar. Oleiro. Logo, meu velho. Logo. Lembras-te que eras tão bom na pontaria, que não erravas uma formiga na mira da tua espingarda, que ficavas a escorar-te em qualquer pilastra por onde pousavas e passavas, em varandas de casebres e casas grandes? Lembras-te, meu velho, que eras tão bom na composição de versos, nos improvisos de belos repentes? Tuas pernas já não suportam o peso de teu corpo, mesmo que tu queiras: magro, seco feito imbaúba. Triste é sofrer. O tempo passou devagar, voraz, amigo. O tempo não espera que o acompanhemos. Segue sozinho os caminhos da vida e vai a todos os lugares e direções: atalhos. (LOURENÇO, Rosival. Pelos engenhos. Maceió: Edufal, 2011, p. 12) 2. (G1 - ifal 2018) Considerando as relações de coerência e coesão, bem como as relações sintáticas de concordância do português, assinale a alternativa que apresenta uma afirmação errada quanto ao trecho a que se refere. a) “Segue sozinho os caminhos da vida e vai a todos os lugares e direções” / os dois verbos não estão adequados na sua flexão número-pessoal, pois deveriam flexionar-se na segunda pessoa do singular “Já faz algum tempo que não conversamos” / se o sujeito do primeiro verbo fosse plural, a forma verbal deveria permanecer no singular, de acordo com o português culto. b) “Tuas débeis mãos fremem” / as concordâncias nominal e verbal obedecem à norma padrão do português escrito. c) “eras tão bom na composição de versos, nos improvisos de belos repentes” / os adjetivos concordam adequadamente com os nomes a que se ligam, observando-se o padrão da língua portuguesa. d) “Segue sozinho os caminhos da vida e vai a todos os lugares e direções” / os dois verbos não estão adequados na sua flexão número-pessoal, pois deveriam flexionar-se na segunda pessoa do singular. e) “Tuas pernas já não suportam o peso de teu corpo, mesmo que tu queiras” / no português padrão, o último verbo não deve ser flexionado na terceira pessoa do singular, embora isso seja aceito em situação de coloquialidade. Leia a crônica de Paulo Brabo e responda à(s) questão(ões). DUZENTAS GRAMAS Meu amigo Hélio, que é pai do Arthur e diz sonoramente trêss e déss (ao invés de, digamos, “trêis” e “déis”) fica indignado quando peço na padaria duzentas gramas de presunto – quando a forma correta, insiste ele, é “duzentos” gramas. Sempre que acontece e estamos juntos acabamos discutindo uns dez minutos sobre modos diferentes de falar. Ele de praxe argumenta que as regras de pronúncia e ortografia, se existem, devem ser obedecidas – e que os mais cultos (como eu, um cara que traduz livros!) devem insistir na forma correta a fim de esclarecer e encaminhar gente menos iluminada, como supõe-se seja a moça que me vende na padaria o presunto e o queijo. Eu sempre argumento que quando ele diz que só existe uma forma correta de falar está usurpando um termo de outro ramo, e tentando aplicar a ética à gramática: como se falar “corretamente” implicasse em algum grau de correção moral; como se dizer “duzentas” gramas fosse incorrer numa falha de caráter e dizer “duzentos” fosse prova de virtude e integridade. [...] Acesso em: 09.11.2017. 3. (G1 - cps 2018) Releia o trecho. Meu amigo Hélio [...] fica indignado quando peço na padaria duzentas gramas de presunto – quando a forma correta, insiste ele, é “duzentos” gramas. Hélio aponta um desvio da norma padrão na expressão “duzentas gramas” utilizada pelo autor no seu dia a dia. No entanto, ele não aponta o motivo dessa expressão não estar correta. Assinale a alternativa que contenha o tipo de problema identificado por Hélio. a) Concordância nominal, pois o numeral deveria concordar em gênero com o substantivo. b) Concordância verbal, pois deveria haver concordância com o verbo que sucede o pedido. c) Regência nominal, pois o numeral deveria concordar em número com o substantivo. d) Regência verbal, pois deveria haver concordância com o verbo que está anteposto ao pedido. e) Complemento nominal, pois deveria haver concordância de número com o numeral. 4. (G1 - utfpr 2017) Assinale a alternativa que está inteiramente de acordo com a norma padrão. a) Hoje já são vinte de novembro. Como o ano passou rápido! b) "Vossas Excelências ireis renunciar?", perguntou com ingenuidade a jornalista. c) Deixou-me em lágrimas quando afirmou: "entre eu e ti não pode haver compromissos!" 37 d) As aulas do período matutino encerram pontualmente ao meio dia e meio. e) Quais de vocês vão conosco amanhã? E quem vai conosco mesmos no domingo? 5. (G1 - ifsc 2017) Assinale a alternativa em que a palavra em destaque está empregada de forma CORRETA na frase considerando-se a norma padrão escrita. a) Frederico recebeu uma carta com as fotos anexa. b) Elas mesmas assumiram a culpa e pagaram o prejuízo. c) Os alunos mesmo disseram à professora que queriam ler mais um livro. d) Todos os formandos estavam quite com a mensalidade da formatura. e) O acidente foi grave. O motorista ficou com o braço e a perna quebradas. 6. (G1 - col. naval 2017) No que se refere à concordância verbal, observe as frases abaixo. I. Espera-se muitas novidades no campo da informática educacional este ano. II. Em todos os países, faz-se muitas promessas aos fabricantes de mídias digitais. III. Choveram reclamações sobre o novo celular disponibilizado nas lojas do ramo. IV. Houveram-se muito bem os expositores da Feira de Tecnologia do Anhembi. Assinale a opção correta. a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão de acordo com a norma culta. b) Apenas as afirmativas II, III e IV estão de acordo com a norma culta. c) Apenas as afirmativasI, III e IV estão de acordo com a norma culta. d) Apenas as afirmativas I e II estão de acordo com a norma culta. e) Apenas as afirmativas III e IV estão de acordo com a norma culta. 7. (Eear 2017) Assinale a alternativa que não apresenta falha na concordância. a) Ainda que sobre menas coisas para nós, devemos ir. b) As peças não eram bastante para a montagem do veículo. c) Os formulários estão, conforme solicitado, anexo à mensagem. d) Neste contexto de provas em que vocês se encontram, está proibida a tentativa de cola. 8. (Espm 2017) Assinale a opção em que há uma transgres- são às normas de Concordância (nominal ou verbal): a) Já passava do meio-dia e meia, quando muitas competições já tinham sido iniciadas. b) Valor de bens de candidatos à Prefeitura da Capital superam o declarado à Justiça Eleitoral. c) Segundo a defesa, é necessário existência de crime de responsabilidade. d) Fizeram críticas meio exageradas ao desempenho da política externa. e) Após confrontos, uso de “burquíni”, mistura de burca com biquíni, é proibido em 12 cidades francesas. Leia o texto, do qual foram retiradas três palavras, e responda à(s) questão(ões). ACHADO NÃO É ROUBADO Fabrício Carpinejar Não ganhava mesada, nem ajuda de custo na infância. Eu me virava como dava. Recebia casa, comida e roupa lavada e não havia como miar, latir e __________ mais nada aos pais, só agradecer. As minhas fontes de renda eram praticamente duas: procurar dinheiro nas bolsas vazias da mãe, torcendo para que deixasse alguma nota na pressa da troca dos acessórios, ou catar moedas nas ruas e nos bueiros. A modalidade de caça a dinheiro perdido exigia disciplina e profissionalismo. Saía de casa pelas 13h e caminhava por duas horas, com a cabeça apontada ao meio-fio como pedra em estilingue. Varria a poeira com os pés e cortava o mato com canivete. Fui voluntário remoto do Departamento Municipal de Limpeza Urbana. Gastava o meu Kichute em vinte quadras, do bairro Petrópolis ao centro. Voltava quando atingia a entrada do viaduto da Conceição e reiniciava a minha arqueologia monetária no outro lado da rua. Levava um saquinho para colher as moedas. Cada tarde rendia o equivalente a três reais. Encontrar correntinhas, colares e __________ salvava o dia. Poderia revender no mercado paralelo da escola. As meninas pagavam em jujubas, bolo inglês e guaraná. Já o bueiro me socializava. Convidava com frequência o Liquinho, vulgo Ricardo. Mais forte do que eu, ajudava a levantar a pesada e lacrada tampa de metal. Eu ficava com a responsabilidade de descer __________ profundezas do lodo. Tirava toda a roupa – a mãe não perdoaria o petróleo do esgoto – e pulava de cueca, apalpando às cegas o fundo com as mãos. Esquecia a nojeira imaginando as recompensas. Repartia os lucros com os colegas que me acompanhavam nas expedições ao submundo de Porto Alegre. Lembro que compramos uma bola de futebol com a arrecadação de duas semanas. Espantoso o número de itens perdidos. Assim como os professores paravam no meu colégio, acreditava na greve dos objetos: moedas e anéis rolavam e cédulas voavam dos bolsos para protestar por melhores condições. Sofria para me manter estável, pois nunca pedia dinheiro a ninguém. Desde cedo, descobri que vadiar é também trabalhar duro. Disponível em: Acesso em: 22 jun. 2016. 9. (G1 - ifsul 2017) Há concordância nominal INADEQUADA em: a) É proibida entrada em bueiros. b) O menino achou bastantes moedas no bueiro. c) Ele escolheu mau lugar e hora para fazer a expedição. d) A primeira e a segunda expedições da tarde eram bem sucedidas. Texto para a(s) questão(ões) a seguir. Encontros e Desencontros Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço 38 inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros. Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal. O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar ideias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão.” Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor... Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo WhatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O WhatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno. Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: no WhatsApp se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é um outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornando- se menos frequentes. Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista... Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate. Aqueles bate-papos intimistas com um amigo tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro,esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-no sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida. Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa... Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/. 10. (G1 - col. naval 2017) A concordância do termo destacado em “Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha.” (1º parágrafo) está de acordo com a norma-padrão da língua. Em que opção tal fato também ocorre? a) Não é permitida conversa pelo celular neste restaurante. b) A mulher ficou meia chateada, pois o marido não parava de usar o celular. c) Há bastantes pessoas que usam o WhatsApp no Brasil. d) Seguem anexas às mensagens meu perfil no aplicativo. e) Só, sem qualquer amigo mais próximo, muitas pessoas se refugiam no mundo virtual. 11. (G1 - ifsp 2016) Concordância é o mecanismo pelo qual as palavras alteram suas terminações para se adequarem harmonicamente na frase. Considerando o conceito de concordância e a norma padrão da Língua Portuguesa, associe as colunas indicando a alternativa que ordena corretamente as frases e a avaliação dos eventos de concordância: I. Haviam muitos problemas. II. Existiam muitos problemas. III. A garota e o menino simpáticas. IV. A garota e o menino bonitos. ( ) a concordância verbal está correta. ( ) há um erro de concordância verbal. ( ) há um erro de concordância nominal. ( ) a concordância nominal está correta. a) I, II, III, IV. b) II, III, I, IV. c) IV, III, II, I. d) II, I, III, IV. e) III, IV, I, II. 12. (G1 - ifal 2016) Escolha a frase cuja concordância nominal está correta. a) Alguns pseudos-sociólogos se opõem ao Bolsa Família. b) Há partes da floresta que estão menas devastadas que outras. c) Visto a grande destruição, alguma atitude deve ser tomada. d) Seguem anexo os documentos do processo. e) Todos devem ficar alerta para a questão do desmatamento. 39 13. (Acafe 2016) Complete as lacunas das frases a seguir. 1. O empresário desistiu da compra depois de ter sido informado de que naquele terreno já __________ várias invasões. 2. Com o forte vento da noite passada, __________ algumas frutas maduras. 3. Não __________ projetos prontos, apenas esboços mal acabados de desejos sem planejamento. 4. Em geral, __________ muitos problemas com um simples sorriso. 5. Na passeata dos trabalhadores, __________ protestos contra a corrupção. 6. É necessário um esforço de todos para que sempre se __________ continuamente as melhorias, acima de tudo pensando no desenvolvimento sustentável. Considerando a concordância verbal, a alternativa correta é: a) aconteceram – caiu – existem – resolve-se – deverão haver b) aconteceu – caíram – existem – resolve-se – deverá haver c) aconteceram – caíram – existem – resolvem-se – deverá haver – busquem d) aconteceram – caíram – existe – resolve-se – deverá haver 14. (Espm 2016) Em uma das opções abaixo, o verbo HAVER é impessoal e, por isso, não deveria estar no plural. Assinale-a: a) Traficantes da Favela do Alemão haviam ordenado o fechamento do comércio local, como represália à morte de um deles. b) Por haverem patrimônio ilegal, muitos políticos foram indiciados na investigação da Operação Lava Jato. c) Até aqueles que estiveram envolvidos em tráfico de influência se haverão com a Polícia Federal. d) Em início de temporada, times grandes da Capital não se houveram bem nos jogos da última rodada. e) Em São Paulo e no Rio, houveram casos de policiais espancados por jovens mascarados nos protestos de rua. 15. (G1 - cps 2016) A concordância verbal está de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa em a) O peão e o agricultor, por motivo de força maior, plantará o milho aqui. b) Falta setenta dias para começar a colheita do café nas encostas. c) O engenheiro ou arquiteto visitará o loteamento amanhã. d) São uma hora e quarenta e nove minutos precisamente. e) Vende-se terras extensas naquelas regiões longínquas. Gabarito: Resposta da questão 1: [B] As opções [A], [C], [D] e [E] são incorretas, pois [A] o verbo haver no sentido de existir é impessoal e deve apresentar-se na terceira pessoa do singular, assim como o adjetivo “restrito”, por acompanhar o substantivo “canais”, deveria estar no plural; [C] o verbo crer, na terceira pessoa do plural do presente do indicativo, apresenta ortografia incorreta; o infinitivo do verbo existir, por estar em conjugação perifrástica com o termo “podem”, deve apresentar-se na sua forma impessoal; além disso, sujeito e predicado não devem ser separados por vírgula; [D] o termo “excessão” apresenta ortografia incorreta; [E] a conjugação do verbo entreter, na terceira pessoa do plural do futuro do subjuntivo, é incorreta; também o verbo existir deve concordar com o sujeito no plural, “grandes possibilidades”. Assim, é correta apenas [B]. Para atender às regras da gramática normativa, as frases assinaladas como incorretas deveriam apresentar a seguinte formulação: [A] Devia haver, naquele tempo, uns três ou quatro canais, restritos a uma programação de cinco ou seis horas por dia, que passaria, mais tarde, a ocupar 24 horas; [C] Muitos jovens que não creem que existiu um mundo sem TV dificilmente acreditarão que os celulares podem um dia não existir;[D] Seja quais forem as formas de entretenimento que a TV propicia, todas, possivelmente sem exceção, têm audiência garantida, o que mantém a publicidade que paga os custos da programação; [E] Se jovens se entretiverem com filmes de qualidade, existem grandes possibilidades que venham a interessar-se por outras formas de arte. Resposta da questão 2: [D] Os dois verbos têm como sujeito “o tempo”, que está na 3a pessoa do singular. Dessa forma, estão adequados na sua flexão, pois devem concordam com o sujeito, mantendo-se na 3a pessoa do singular. Resposta da questão 3: [A] O substantivo “grama” é masculino e, sendo assim, o numeral que o determina deve também estar no masculino (“duzentos”), respeitando as regras de concordância nominal. Resposta da questão 4: [A] [B] Incorreta: o certo seria “Vossas Excelências irão renunciar?”. [C] Incorreta: o certo seria “entre mim e ti”. [D] Incorreta: o certo seria “ao meio dia e meia”. [E] Incorreta: para manter a palavra “mesmos”, o certo seria “com nós mesmos”. Resposta da questão 5: [B] [A] Incorreta: o correto seria “Frederico recebeu uma carta com as fotos anexas”. [C] Incorreta: o correto seria “Os alunos mesmos disseram à professora que queriam ler mais um livro. [D] Incorreta: o correto seria “Todos os formandos estavam quites com a mensalidade da formatura”. [E] Incorreta: o correto seria “O motorista ficou com o braço e a perna quebrados”. Resposta da questão 6: [E] Para ficarem de acordo com as regras de concordância, as alternativas [I] e [II] devem ser reescritas como: [I] Esperam-se muitas novidades no campo da informática educacional este ano. [II] Em todos os países, fazem-se muitas promessas aos fabricantes de mídias digitais. Resposta da questão 7: [D] Para que as demais alternativas estivessem corretas, seriamnecessárias as seguintes alterações: [A] Ainda que sobre menos coisas para nós, devemos ir. 40 [B] As peças não eram bastantes para a montagem do veículo. [C] Os formulários estão, conforme solicitado, anexos à mensagem. Resposta da questão 8: [B] Na alternativa [B], há uma transgressão às normas de concordância verbal. Considerando que o verbo da oração (“superam”) deve concordar com o núcleo do sujeito (“valor”), ele deveria estar no singular (“supera”). Assim, o correto seria: “Valor de bens de candidatos à Prefeitura da Capital supera o declarado à Justiça Eleitoral”. Resposta da questão 9: [A] Em [A], a concordância nominal adequada seria “É proibido entrada em bueiros”. Resposta da questão 10: [C] [A] Incorreta: o certo seria “não é permitido conversa pelo celular neste restaurante”. [B] Incorreta: o certo seria “a mulher ficou meio chateada, pois o marido não parava de usar o celular” [D] Incorreta: o certo seria “Segue anexo às mensagens meu perfil no aplicativo.” [E] Incorreta: o certo seria “Sós, sem qualquer amigo mais próximo, muitas pessoas se refugiam no mundo virtual”. Resposta da questão 11: [D] I. Há um erro na concordância, pois o verbo “haver” no sentido de “existir” é impessoal e, portanto, não flexiona. Dessa forma, o correto seria “Havia muitos problemas”. III. Há um erro na concordância, pois quando se tem um termo no masculino e outro no feminino, a forma plural fica no masculino, e não no feminino. Assim, o correto seria “A garota e o menino simpáticos”. Nota-se que essa concordância não envolve verbos, e sim nomes, sendo, portanto, nominal. Resposta da questão 12: [E] [A] Incorreta: o correto seria: “Alguns pseudossociólogos se opõem ao Bolsa Família”. [B] Incorreta: o correta seria: “Há partes da floresta que estão menos devastadas que outras”. [C] Incorreta: o correto seria: “Vista a grande destruição, alguma atitude deve ser tomada”. [D] Incorreta: o correto seria: “Seguem anexos os documentos do processo”. Resposta da questão 13: ANULADA Questão anulada no gabarito oficial. A alternativa correta seria a [C]. Contudo, a questão foi anulada certamente porque as demais alternativas não possuem seis opções para as seis lacunas no texto. Exceto a alternativa [C], que apresenta todas as seis opções, as outras apresentam cinco. Resposta da questão 14: [E] [A] Correta. O verbo “haver” é auxiliar na locução apresentada, logo concorda com o sujeito (“Traficantes da Favela do Alemão”). [B] Correta. O verbo “haver”, sinônimo de “recuperar”, concorda com o sujeito (desinencial, “eles”). [C] Correta. O verbo “haver”, sinônimo de “entrar em acordo”, concorda com o sujeito (“que”, retomando “aqueles”). [D] Correta. O verbo “haver”, sinônimo de “desempenhar-se”, concorda com o sujeito (“times grandes da Capital”). [E] Incorreta. Neste caso, o verbo “haver” é sinônimo de “acontecer”, portanto é impessoal. Resposta da questão 15: [C] [A] Incorreta: o sujeito do verbo “plantar” na verdade é plural: “o peão e o agricultor”. Dessa forma, a oração deveria ser: O peão e o agricultor, por motivo de força maior, plantaram o milho aqui. [B] Incorreta: o sujeito do verbo “faltar” é “setenta dias”, que está no plural (dias). Dessa forma, a oração deveria ser: Faltam setenta dias para começar a colheita do café nas encostas. [D] Incorreta: o sujeito do verbo “ser” é “uma hora e quarenta e nove minutos”, que está no singular (uma). Dessa forma, a oração deveria ser: É uma hora e quarenta e nove minutos precisamente. [E] Incorreta: o verbo “vender” está na sua forma passiva. Passando-se para ativa tem-se: Terras extensas são vendidas. Dessa forma, “terras extensas” é sujeito do verbo “vender” e este deve então ser conjugado no plural: Vendem-se terras extensas naquelas regiões longínquas. REGÊNCIA 1. (Espcex (Aman) 2017) Assinale a alternativa correta quanto ao emprego do pronome relativo. a) Aquele era o homem do qual Miguel devia favores. b) Eis um homem de quem o caráter é excepcional. c) Refiro-me ao livro que está sobre a mesa. d) Aquele foi um momento onde eu tive grande alegria. e) As pessoas que falei são muito ricas. 2. (G1 - ifsp 2017) De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e com a gramática normativa e tradicional, quanto à regência nominal, assinale a alternativa incorreta. a) A opinião pública se encheu de cólera contra a corte. b) A hospedagem aos congressistas ficou a cargo do reitor. c) Eliana é atenciosa com os colegas. d) Lucas deixou o cachorro atado por um poste. e) Antônio é leigo em astrofísica. 3. (G1 - col. naval 2017) Em que opção todas as preposições em destaque estão de acordo com a regência do nome? a) Por ter sido transferido, o marinheiro foi morar à Rua Martinez, local próximo ao quartel. b) Em nosso país, temos ojeriza por guerra, mas temos capacidade para lutar sem medo. c) Os alunos oriundos de outros Estados ficam curiosos para conhecer Angra dos Reis. d) Desejoso pela aprovação, este candidato demonstra capacidade para qualquer faina. e) É preferível não se alimentar do que alimentar-se com produtos nocivos ao organismo. 41 4. (Eear 2017) Leia: I. Encontrei a pessoa certa. II. Falei sobre os olhos dela. Ao unir as duas orações, subordinando a II a I, mantendo o mesmo sentido que cada uma apresenta e usando adequadamente os pronomes relativos, tem-se: a) Encontrei a pessoa certa sobre cujos os olhos dela falei. b) Encontrei a pessoa certa sobre os olhos dela falei. c) Encontrei a pessoa certa sobre cujos olhos falei. d) Encontrei a pessoa certa cujos olhos falei. 5. (G1 - ifal 2017) Assinale a opção em que o verbo visar foi usado em desconformidade com as regras de regência. a) Com aquele dinheiro visava a compra de um automóvel. b) Sua campanha visou a conquistar os eleitores indecisos. c) Visava àquela nomeação havia anos. d) O professor visou as provas de seus alunos. e) O atirador visara bem o alvo sobre o muro. 6. (G1 - ifsp 2017) De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e com a gramática normativa e tradicional, quanto à regência verbal, assinale a alternativa incorreta. a) Aspiramos o ar poluído da carvoaria. b) Apenas um sorvete não apetece o menino. c) Custava-me lutar contra a ideia do trabalho infantil. d) Lembro-me de que vimos os meninos encarapitados nas alimárias. e) Não pagaram o salário ao carvoeiro? 7. (Acafe 2016) Assinale a frase elaborada de acordo com as normas do português-padrão. a) A Unidade Básica de Saúde que fica na rua Caldas da Imperatriz, esclarece que o medicamento sinvastatina 10 mg chegou ao almoxarifado central no início deste mês, aonde pode ser retirado pelos pacientes do SUS. b) Solicitamos o asfaltamento dessa rua por que nos dias de chuva os moradores não conseguem subir na rua que também é muito íngreme. c) A Brastemp informa, por meio de nota de sua assessoria de imprensa, que entrou em contato com a consumidora Solange Azambuja e ofereceu a troca do produto com custos operacionais gratuitos. d) Só uma pergunta, todos os dias esse cara posta fotos de mulheres semi nuas em sua coluna, porque somente essa foto causou indignação? 8. (Fac. Pequeno Príncipe - Medici 2016) [...] Um exemplo da permanência de arcaísmos na fala atual é o uso de “aonde” e “donde” com sentido estático, isto é, significando “onde”. [...]. No Renascimento, mesmo clássicos como João de Barros empregavam as três formas como equivalentes, e isso não era considerado erro. Mais tarde, com a normatização gramatical, decidiu-se que “aonde” só se emprega com verbos que rejam a preposição “a” e “donde” só com verbos que rejam “de”. Por sinal, os brasileiros da atualidade usam preferentemente “deonde” a “donde”, mas a confusão entre “onde” e “aonde” continua e, longe de ser mero indício de ignorância, é resquício de um uso ancestral, que na oralidade popular tem passado incólume pelas reformas gramaticais. Revista Língua Portuguesa, n.º 114, p. 18, abril de 2015. Considerando a exposição feita no texto anterior, é de uso eminentemente popular e contrário às normas gramaticais o período: a) Aonde eu devo levar as meninas amanhã? b) Onde moram aqueles funcionários? c) De onde provêm esses andarilhos? d) Aonde você quer chegar com essa argumentação? e) Onde você pensa que vai com esse vaso? 9. (G1 - ifce 2016) A regência verbal está incorreta em a) Obedeça à sinalização. b) As enfermeiras assistiram irrepreensivelmente o doente. c) Paguei todos os trabalhadores. d) Todos nós carecemos de afeto. e) Costumo obedecer a preceitos éticos. 10. (G1 - ifpe 2016) O verbo “assistir” no sentido de “presenciar” ou “ver” é transitivo indireto, ou seja, ele exige a preposição “a” para que possa receber um complemento. Outros verbos da língua portuguesa também possuem mais de uma regência a depender do sentido que assumem no contexto. Sabendo disso, analise, nas frases a seguir, a adequação da regência verbal ao que concerne à norma culta da língua portuguesa. I. Aspiro a uma vaga na equipe titular. II. Depois de empossado, o governo assistirá na capital. III. Ele está namorando com a prima. IV. Esqueci-me o que havíamos combinado. V. Sempre ansiamos a dias melhores. Estão corretas apenas as frases a) II e III. b) I e II. c) I e III. d) III e V. e) II e V. 11. (G1 - ifsp 2016) Analise o texto abaixo. O pai da Fernanda virá __________ mais cedo hoje. Devo __________ a respeito da nota em sua última avaliação? É melhor que __________ informemos o quanto antes, para que haja tempo hábil para ___________. Levando em consideração o uso e a colocação pronominal, de acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa, os termos que melhor preenchem, respectivamente, as lacunas são: a) buscar-lhe – conta-lo – o – ajudá-la b) buscar-lhe – contar-lhe – lhe – ajudar-lhe c) buscá-lhe – conta-lhe – lhe – ajuda-lhe d) buscar-lhe – conta-lo – o – ajuda-lhe e) buscá-la – contar-lhe – o – ajudá-la 12. (G1 - col. naval 2016) Assinale a opção na qual a regência do verbo destacado foi utilizada de acordo com a modalidade padrão. a) Eu custo a acreditar que existem pessoas desprezando livros em troca de computadores. b) O professor sempre lembrava de comentar as notícias internacionais após a aula. c) Dedicar-se ao trabalho implica, sempre, resultados eficazes, profícuos e confiáveis. 42 d) Todos dizem que este menino puxou o pai quando o assunto é esportes aquáticos. e) Pessoas sensatas preferem muito mais uma boa conversa do que um programa de TV. 13. (Fgvrj 2016) Levando-se em conta a norma-padrão escrita da língua portuguesa, das frases abaixo, a única correta do ponto de vista da regência verbal é: a) A cidade tem características que a rendem, ao mesmo tempo, críticas e elogios. b) Para você evitar o estresse, é imprescindível seguir o estilo de vida que mais o interesse. c) É importante prezar não só a ordem mas também a liberdade. d) Sua distração acarretou em grandes prejuízos para todo o grupo. e) Alguém precisa se responsabilizar sobre a abertura do prédio na hora combinada. Leia o texto e o poema para responder à(s) questão(ões) a seguir. A ondomotriz é uma forma de energia renovável que se aproveita da energia das ondas oceânicas. Além de poder fornecer energia, as ondas também serviram de inspiração para Manuel Bandeira compor o poema “A onda”. A onda a onda anda aonde anda a onda? a onda ainda ainda onda ainda anda aonde? aonde? a onda a onda 14. (G1 - cps 2016) No poema, há o emprego do advérbio aonde. Segundo as gramáticas normativas, esse advérbio deve ser utilizado para indicar o local ou destino para o qual se vai, ou seja, expressa a ideia de movimento. Assinale a alternativa em que o emprego do advérbio aonde está de acordo com as gramáticas normativas. a) Nunca sei aonde te achar. b) Esta é a casa aonde eu moro. c) Informe aonde você está agora. d) Não sei aonde o avião aterrissou. e) Aonde você pretende levar sua amiga. Leia este texto e responda à(s) questão(ões) a seguir. No dia seguinte fui à casa da filha do dono da livraria [...]. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. [...] Dessa vez nem caí; guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Clarice Lispector. Felicidade Clandestina. RJ: ed. Rocco, 1998. p. 9. 15. (G1 - ifal 2016) Marque a alternativa incorreta quanto à análise gramatical do texto. a) A ausência da vírgula para indicar o deslocamento da expressão adverbial sublinhada constitui erro de pontuação nos trechos: 1. No dia seguinte fui à casa da filha do dono da livraria [...]; 2. Dessa vez nem caí; 3. [...] os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, [...] b) A oração “Não me mandou entrar.” pode ser escrita, sem alteração de sentido, da seguinte forma: “Não mandou que eu entrasse.” c) O adjunto adverbial exigido pelo verbo “ir” tanto pode ser introduzido pela preposição “a”, conforme no texto, como pode ser introduzido pela preposição “em”: “No dia seguinte fui na casa da filha do dono da livraria [...]”. d) A locução verbal “havia emprestado”, no trecho “[...] disse- me que havia emprestado o livro a outra menina, [...]”, corresponde ao pretérito mais-que-perfeito composto, podendo, pois, ser substituído corretamente por “emprestara”, que é o pretérito mais-que-perfeito simples do verbo “emprestar”. e) O nome “amor” pode relacionar-se com complementos precedidos das preposições “a”, “de” e “por”. Em “[...] o amor pelo mundo me esperava [...]”, a preposição “por” pode ser substituída pela preposição “a”, sem que o sentido da expressão seja alterado. Gabarito: Resposta da questão 1: [C] As opções [A], [B], [D] e [E] apresentam frases com incorreções que, para atender às exigências da gramática normativa, deveriam ser substituídas por: [A] Aquele era o homem ao qual Miguel devia favores; [B] Eis um homem cujo caráter é excepcional; [D] Aquele foi um momento em que eu tive grande alegria; [E] As pessoas de que (com, sobre) falei são muito ricas. Assim, é correta apenas a opção [C]. Resposta da questão 2: [D] A alternativa [D] está incorreta, pois “atado” é regido pela preposição “a” e não pela preposição “por”. Assim, o certo seria “Lucas deixou o cachorro atado a um poste”. Resposta da questão 3: [B] Os períodos [A], [C], [D] e [E] devem ser reescritos para estarem de acordo com a regência do nome: [A] Por ter sido transferido, o marinheiro foi morar na Rua Martinez, local próximo ao quartel. [C] Os alunos oriundos de outros Estados ficam curiosos de conhecer Angra dos Reis. [D] Desejoso da aprovação, este candidato demonstra capacidade para qualquer faina. [E] É preferível não se alimentar a alimentar-se com produtos nocivos ao organismo. Resposta da questão 4: [C] O verbo “falar”, no sentido de “conversar”, é transitivo indireto e exige a preposição “sobre”. Para subordinar a oração [II] à [I], é necessário um pronome relativo que estabeleça a ideia de posse, para substituir “dela” (preposição “de” + pronome pessoal reto “ela”). Assim, o período correto é: “Encontrei a pessoa certa sobre cujos olhos falei”. Resposta da questão 5: [A] 43 O verbo “visar” pode serutilizado em diferentes acepções. Quando utilizado sem preposição, apresenta sentido de mirar ou de fazer um visto. Quando utilizado com preposição, apresenta o sentido de ter um objetivo. As alternativas em que ele é utilizado com sentido de ter um objetivo são [A], [B] e [C] e, portanto, deve-se utilizar a preposição “a”, ausente em [A] (o correto seria: “Com aquele dinheiro visava à compra de um automóvel”). Em [D], vemos a acepção de fazer um visto e, portanto, o não uso da preposição “a”. Em [E], vemos a acepção de mirar e, portanto, o não uso da preposição “a”. Resposta da questão 6: [B] A alternativa [B] está incorreta, pois a regência verbal de “apetecer” exige uma preposição antes de “o menino”. Assim, o correto seria “Apenas um sorvete não apetece ao menino”. Resposta da questão 7: [C] Estão incorretas: [A] A frase não está de acordo com as normas do português- padrão porque o sujeito (“A Unidade Básica de Saúde que fica na rua Caldas da Imperatriz”) é separado incorretamente do verbo (“esclarece”) por meio de vírgula. Também está incorreto o uso de “aonde”, que deveria ser substituído por “de onde”, uma vez que o verbo “retirar” não concorda com a preposição “a” e sim com “de”. [B] Primeiramente, a conjunção causal adequada é “porque”. Além disso, a locução adverbial “nos dias de chuva”, por estar deslocada (do fim para o começo da frase), poderia estar entre vírgulas. Ainda, o verbo “subir”, na acepção empregada, deve ser seguido de objeto direto (no caso, o artigo “a”) e não da preposição “em” (“em” + “a” = “na”). Por fim, “que também é muito íngreme” oração subordinada adjetiva explicativa, de modo que deve ser antecedida por uma vírgula após “rua”. [D] do mesmo modo, está em desacordo com a norma padrão. Seguem as incorreções: a primeira vírgula deve ser substituída por dois pontos; “seminuas” deve ser grafado como uma única palavra; e onde está grafado “porque” deve ser escrito “por que”, já que se trata de uma pergunta. Resposta da questão 8: [E] O verbo ir obriga o emprego da preposição a, portanto a redação que atende às normas gramaticais é “Aonde você pensa que vai com esse vaso?”. As demais alternativas estão redigidas conforme as normas gramaticais: em [A], a locução devo levar exige a preposição a; em [B], o verbo morar é atendido pelo uso de onde; em [C], o verbo provir exige a preposição de; finalmente, em [D], o verbo chegar exige emprego da preposição a. Resposta da questão 9: [C] O verbo pagar é transitivo direto e indireto. No caso do seu objeto direto, este é sempre aquilo que se paga. No caso de seu objeto indireto, este é sempre a quem se paga. Dessa forma, temos que: quem paga, paga algo a alguém. Com isso, fica claro que [C] não respeita a regência verbal, uma vez que para mantê-la seria necessário acrescentar uma preposição “a” antes do termo que se refere a quem é pago (no caso, “todos os trabalhadores”). Assim, o correto seria “Paguei a todos os trabalhadores”. Resposta da questão 10: [B] I. Aspirar no sentido de almejar exige preposição “a”. II. Assistir no sentido de morar é acompanhado pela preposição “em”. III. Namorar não é acompanhado de preposição e, dessa forma, a frase correta seria “Ele está namorando a prima”. IV. Esquecer-se deve ser acompanhado de preposição “de”. Dessa forma, a frase correta seria “Esqueci-me do que havíamos combinado”. V. O verbo “ansiar” não é acompanhado de preposição “a”. Assim, a frase correta seria “Sempre ansiamos dias melhores”. Resposta da questão 11: [E] Primeira lacuna: o pai da Fernando virá buscar a Fernanda. Tem- se, portanto, um objeto direto para o termo em itálico. O pronome correspondente para objeto direto no feminino é o “la”. Por isso, tem-se a forma “buscá-la”. Segunda lacuna: quem conta, conta algo a alguém. No caso, esse alguém é o pai da Fernanda. Dessa forma, o termo em itálico é um objeto indireto, devendo ser substituído por seu pronome correspondente: “lhe”. Tem-se, então, a forma “contar-lhe”. Terceira lacuna: quem informa, informa alguém. No caso, esse alguém é o pai da Fernanda. Dessa forma, o termo em itálico é um objeto direto no masculino, devendo ser substituído por seu pronome correspondente: “o”. Tem-se, então, a forma “o informemos”. Quarta lacuna: a partir do texto, entende-se que é preciso que haja tempo hábil para ajudar a Fernanda. Tem-se, portanto, um objeto direto no feminino para o termo em itálico. O pronome correspondente para esse termo é “la”. Por isso, tem-se a forma “ajudá-la”. Resposta da questão 12: [C] [A] Incorreta: o certo seria “Custa-me acreditar que existem pessoas desprezando livros em troca de computadores”. [B] Incorreta: o certo seria “o professor sempre se lembrava de comentar as notícias internacionais após a aula”. [D] Incorreta: o certo seria “Todos dizem que este menino puxou ao pai quando o assunto é esportes aquáticos”. [E] Incorreta: o certo seria “Pessoas sensatas preferem muito mais uma boa conversa a um programa de TV.” Resposta da questão 13: [C] [A] Incorreta. O verbo render, no sentido de dispensar, é transitivo indireto, exigindo a preposição “a”. A redação correta, portanto, é: “A cidade tem características que lhe rendem, ao mesmo tempo, críticas e elogios”. [B] Incorreta. O verbo interessar é transitivo indireto, exigindo a preposição “a”. A redação correta, portanto, é: “Para você evitar o estresse, é imprescindível seguir o estilo de vida que mais lhe interesse”. [C] Correta. A transitividade do verbo prezar é direta, portanto seus complementos não são acompanhados por preposições, assim como a alternativa está redigida. [D] Incorreta. O verbo acarretar, no sentido de provocar ou causar, é transitivo direto. A redação correta, portanto, é: “Sua distração acarretou grandes prejuízos para todo o grupo”. [E] Incorreta. O verbo responsabilizar-se é transitivo indireto, exigindo a preposição “por”. A redação correta, portanto, é: “Alguém precisa se responsabilizar pela abertura do prédio na hora combinada”. Resposta da questão 14: [E] A alternativa [E] é a única que expressa ideia de movimento: quem leva alguém, leva a algum lugar. A presença de preposição “a” indica que o pronome relativo deve ser antecedido pela mesma preposição. Assim, temos a forma “aonde” (a+onde). Resposta da questão 15: [C] [C] Incorreta: o verbo “ir” é regido somente pela preposição “a”. Assim, não é correto gramaticalmente dizer “fui na”. 44 CRASE 1. (G1 - cps 2018) Leia a tirinha. A interpretação do humor da tirinha se dá, em partes, pelo entendimento do funcionamento da crase utilizada no segundo quadrinho. Assinale a alternativa em que há a explicação correta para esse caso específico do uso da crase. a) O verbo “chegar” estabelece, no segundo quadrinho, regência com a preposição “a”, a qual se aglutina com o artigo que sucede o verbo. b) O uso da crase é opcional, pois a regência nominal do substantivo “primavera” determina o uso do artigo “a”. c) Sempre que o verbo “chegar” estiver conjugado na primeira pessoa do singular haverá a crase. d) O uso da crase é facultativo, uma vez que sucede uma locução prepositiva. e) Antes de pronomes possessivos femininos o uso da crase é obrigatório. A(s) questão(ões) a seguir está(ão) relacionada(s) ao texto abaixo. 1 – Temos sorte de viver no Brasil – dizia meu pai, depois da guerra. – Na Europa 2 mataram 3 milhões de judeus. Contava as 4 experiências que 5 os médicos nazistas faziam com os prisioneiros. Decepavam-lhes as cabeças, faziam-nas encolher – à maneira, li depois, dos índios Jivaros. 6 Amputavam pernas e braços. Realizavam estranhos transplantes: uniam a metade superior de um homem _____1_____ metade inferior de uma mulher, ou aos quartos traseiros de um bode. 7 Felizmente 8 morriam 9 essas atrozes quimeras; 10 expiravam como sereshumanos, não eram obrigadas a viver como aberrações. (_____2_____ essa altura eu tinha os olhos cheios de lágrimas. Meu pai pensava 11 que a descrição das maldades nazistas me deixava comovido.) 12 Em 1948 13 foi proclamado 14 o Estado de Israel. Meu pai abriu uma garrafa de vinho – o melhor vinho do armazém –, brindamos ao acontecimento. E não saíamos de perto do rádio, acompanhando _____3_____ notícias da guerra no Oriente Médio. Meu pai estava entusiasmado com o novo Estado: em Israel, explicava, vivem judeus de todo o mundo, judeus brancos da Europa, judeus pretos da África, judeus da Índia, isto sem falar nos beduínos com seus camelos: tipos muito esquisitos, Guedali. Tipos esquisitos – aquilo me dava ideias. Por que não ir para Israel? 15 Num país de gente tão estranha – e, 16 ainda por cima, em guerra – eu certamente não chamaria a atenção. Ainda menos como combatente, entre a poeira e a fumaça dos incêndios. Eu me via correndo pelas ruelas de uma aldeia, empunhando um revólver trinta e oito, atirando sem cessar; eu me via caindo, 17 varado de balas. 18 Aquela, sim, era a 19 morte que eu almejava, morte heroica, esplêndida justificativa para uma vida miserável, de monstro 20 encurralado. E, caso não morresse, poderia viver depois num kibutz . Eu, que conhecia tão bem a vida numa fazenda, teria muito a fazer ali. Trabalhador dedicado, os membros do kibutz terminariam por me aceitar; numa nova sociedade há lugar para todos, mesmo os de patas de cavalo. Adaptado de: SCLIAR, M. O centauro no jardim. 9. ed. Porto Alegre: L&PM, 2001. 2. (Ufrgs 2018) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas 1, 2 e 3, nessa ordem. a) à – À – às b) a – A – às c) à – A – às d) a – À – as e) à – A – as 3. (Eear 2017) Assinale a alternativa em que o emprego do acento grave, indicador de crase, está correto. a) Peça desculpas à seu mestre. b) Atribuiu o insucesso à má sorte. c) Quando a festa acabou, voltamos à casa felizes. d) Daqui à quatro meses muita coisa terá mudado. 4. (G1 - ifsc 2017) Considerando o emprego do acento grave indicativo de crase, assinale (V) para as frases que estão de acordo com a norma padrão escrita da língua e (F) para aquelas que não estão. ( ) Mesmo com muita chuva, Jean preferiu ir à pé. ( ) Às vezes, Ana recorria às recomendações da mãe. ( ) Sempre sai para o trabalho às sete horas. ( ) Guilherme foi à Itália, à Espanha e à Áustria. ( ) Raquel foi à cidade enquanto o marido foi à praia. Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA das respostas, de cima para baixo. a) F – V – V – V – V. b) V – V – F – V – F. c) F – V – F – V – V. d) V – F – F – F – F. e) F – F – V – V – V. 5. (G1 - ifsul 2017) Quanto às regras de uso da crase, qual a única frase correta em seu emprego? a) Fiquem atentas à homens dominadores. b) Preciso estar pronta até às 13h, senão perderei o voo e todas as conexões. c) As mulheres discutiram cara a cara acerca da melhor forma de obedecer as leis. d) O endereço correto é daqui à duas quadras, à esquerda da avenida principal. 6. (G1 - ifsc 2017) Considere as afirmativas a seguir: I. Na frase “Ela trabalha de segunda à sexta-feira”, está correto o emprego do acento indicativo de crase, porque sempre ocorre crase antes de dias da semana. 45 II. Na frase “A construção das pirâmides egípcias envolveram milhares de trabalhadores e técnicas sofisticadas”, há erro quanto à concordância verbal, porque o verbo envolver deveria estar na terceira pessoa do singular. III. Tanto na palavra saúde quanto na palavra açaí, o acento gráfico sinaliza a existência de hiato. IV. Na frase “A primeira cirurgia, transcorreu sem maiores problemas”, está correta a pontuação, uma vez que se deve separar com vírgula o sujeito do verbo. V. Está correta a concordância nominal na frase “Ela comprou óculos e bolsa caríssimos”, porque o adjetivo se refere a ambos os substantivos. Assinale a alternativa CORRETA. a) Somente III e V são verdadeiras. b) Somente I, III e IV são verdadeiras. c) Somente II e III são verdadeiras. d) Somente I, IV e V são verdadeiras. e) Somente II, III e V são verdadeiras. Texto para a(s) questão(ões) a seguir. Encontros e Desencontros Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros. Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal. O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar ideias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão.” Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor... Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo WhatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O WhatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno. Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: no WhatsApp se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é um outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornando- se menos frequentes. Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso,a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista... Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate. Aqueles bate-papos intimistas com um amigo tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-no sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida. Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa... Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/. 7. (G1 - col. naval 2017) Em “Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam [...].” (4º parágrafo), o acento indicador de crase foi corretamente empregado. Em que opção isso também ocorre? a) Suas ideias sobre o uso do WhatsApp são semelhantes às de meus amigos. b) Dirijo-me à estas pessoas que preferem o mundo virtual ao real. c) A conversa à que fiz referência não aconteceu no mundo virtual. d) Conversas no mundo digital acontecem à qualquer hora. e) Percebi às vezes que você trocou o real pelo virtual. 46 Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir. “[...] Alguns leitores ao lerem estas frases (poesia citada) não compreenderam logo. Creio mesmo que é impossível compreender inteiramente à primeira leitura pensamentos assim esquematizados sem uma certa prática.” Mário de Andrade – Artista 8. (Esc. Naval 2017) Assinale a opção em que o termo destacado deve ser acentuado, conforme ocorre na expressão “à primeira leitura”. a) Veio, finalmente, a primeira vitória de sua carreira. b) Conheceram-se numa biblioteca: foi amor a primeira vista. c) Não será a primeira e nem a segunda leitura que o convencerá. d) Foi a primeira vez que viajei a Portugal, e já quero retornar. e) Não peça informações a qualquer primeira pessoa que encontrar. 9. (Unifesp 2016) Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da tira. a) Por que – à – a – porquê b) Porquê – a – a – por que c) Por que – à – à – porque d) Por quê – à – à – porque e) Por quê – a – a – porque 10. (Acafe 2016) Assinale a alternativa correta quanto ao acento indicador de crase. a) Em tempos de doenças transmitidas à seres humanos pelo mosquito Aedes aegypti, médicos de todo o país dirigem-se à Curitiba para estudar temas transversais relacionados a dengue, a chikungunya e ao zika. b) Convém não confundir a habitação voltada a moradia própria, mesmo que irregular, com a ação de especuladores, que, às vezes, invadem às áreas de preservação permanente e vendem até barracos prontos. c) Temos que aprender à punir com o voto todos os corruptores, da direita a esquerda, ano a ano, independentemente da cor partidária. d) Rosamaria recebeu do Juizado Militar a opção da liberdade vigiada e pôde sair da cadeia, embora a liberação tivesse fortes limitações como proibição de deixar a cidade, de chegar a casa após as 22h e de trabalhar. 11. (Fatec 2016) Assinale a alternativa que apresenta o correto emprego da crase. a) Alguns atletas olímpicos irão à São Paulo fazer exames médicos periódicos. b) À um ano dos Jogos Olímpicos do Rio, é impossível adquirir alguns ingressos. c) Nossos atletas, à partir dessa semana, serão submetidos a novos treinamentos. d) Nenhum atleta dessa delegação pode comer o que deseja o tempo todo, à vontade. e) A homenagem à João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, resgata a nossa história olímpica. 12. (G1 - ifce 2016) Assinale a alternativa que exemplifica o uso correto da crase. a) O jantar desta noite será um delicioso filé à Chatô. b) Voltarei daqui à uma hora. c) O fórum ocorrerá de 15 à 20 deste mês de janeiro. d) Nosso curso começará à partir da próxima semana. e) Irei à casa logo depois do treino. 13. (G1 - col. naval 2016) Assinale a opção na qual o acento indicativo de crase foi corretamente empregado. a) A leitura deve ser um prazer, mas muitos usam um tom irônico quando se referem à ela. b) Às pessoas que leem cabe o papel de ver o mundo de modo claro, especial e lúcido, independentemente de classe social. c) Quando os livros perdem espaço para o computador, a sociedade começa à perder oportunidades ímpares de conhecimento. d) Até à Educação pode utilizar-se dos meios cibernéticos, desde que não abandone os valores primeiros de sua estrutura. e) Quanto à Vossa Senhoria, peço que se retire agora mesmo desse tribunal para não causar maiores constrangimentos. 14. (G1 - ifba 2016) A imagem a seguir representa um cartaz retirado de um ambiente virtual. Em relação ao uso do acento indicativo de crase, a frase presente na imagem está: a) correta, tal como em “Ele caminhava à passo firme”. b) incorreta, tal como em “Encontraram-se às 18 horas”. c) incorreta, tal como em “Esta é a escola à qual se referiram”. d) correta, tal como em “Fui àquela praça, mas não o encontrei”. e) incorreta, tal como em “Dirigiu-se ao local disposto à falar com o delegado”. 47 A(s) questão(ões) a seguir estão relacionadas ao texto abaixo. Quando a 1 economia 2 política clássica nasceu, no Reino Unido e na França, ao final do século XVIII e início do século XIX, a questão da distribuição da renda já se encontrava no centro de todas as análises. Estava claro que 3 transformações radicais entraram em curso, propelidas pelo crescimento 4 demográfico sustentado – inédito até então – e pelo início do êxodo rural e da Revolução Industrial. Quais seriam as consequências sociais dessas mudanças? Para Thomas Malthus, que 5 publicou em 1798 seu Ensaio sobre o princípio da população, não restava dúvida: a superpopulação era uma ameaça. Preocupava-se especialmente com a situação dos franceses 1 vésperas da Revolução de 1789, quando havia miséria generalizada no campo. 6 Na época, a França era 7 de longe o país mais populoso da Europa: por volta de 1700, já contava com mais de 20 milhões de habitantes, enquanto o Reino Unido tinha pouco mais de 8 milhões de pessoas. A 8 população francesa se expandiu em ritmo crescente ao longo do século XVIII, aproximando-se dos 30 milhões. Tudo leva a crer que esse 9 dinamismo demográfico, desconhecido nos séculos anteriores, contribuiu para a 10 estagnação dos salários no campo e para o aumento dos rendimentos associados à 11 propriedade da terra, sendo, portanto, um dos fatores que levaram 2 Revolução Francesa. 12 Para evitar que torvelinho 13 similar vitimasse o Reino Unido, Malthus argumentou que 14 toda assistência aos 15 pobres deveria ser suspensa de imediato e a taxa de natalidade deveria ser severamente controlada. Já David Ricardo, que publicou em 1817 os seus Princípios de economia política e tributação, preocupava-se com a 16 evolução do preço da terra. Se o crescimento da população e, 17 consequentemente, da produção agrícola se prolongasse, a terra tenderia a se 18 tornar escassa. De acordo com ae Filipe, para responder à(s) questão(ões). 14. (G1 - ifsc 2017) Considerando a tirinha, assinale (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas. ( ) Há desvio da norma padrão escrita em relação à acentuação gráfica em “[...] que são loiros, lindos e tem carro”. ( ) Em “É a pergunta mais estúpida que eu ouvi em toda a minha vida, Susanita” e “O que você quer perguntar, Susanita?”, os termos destacados têm a mesma função sintática. ( ) No segundo quadrinho, Susanita quer saber em que momento Mafalda perguntou sobre o mundo e as guerras. ( ) No último quadrinho, Susanita compara os operários de seu país com os norte-americanos. Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA das respostas, de cima para baixo. a) V – V – F – V. b) F – V – F – V. c) F – F – V – V. d) V – F – V – F. e) V – V – F – F. Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir. A HUMILDADE DE SÃO JOSÉ São José é o símbolo da humildade. Ele sabia que não era o pai da Criança e cuidava da virgem grávida como se ele a tivesse germinado. São José é a bondade humana. É o auto apagamento no grande momento histórico. Ele é o que vela pela humanidade. LISPECTOR, C. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. 479 p. 15. (G1 - ifpe 2017) Analise as afirmações a seguir conforme o Novo Acordo Ortográfico. I. A palavra “símbolo” já não possui o acento agudo presente no texto. II. A expressão “pai da Criança” atualmente deve ser grafada com hífen. III. O termo “histórico” manteve sua grafia anterior ao referido acordo. IV. A palavra “auto-apagamento” já não possui o hífen presente no texto. V. O vocábulo “que” do último enunciado atualmente recebe acento circunflexo. Está(ão) CORRETA(S) apenas a(s) afirmação(ões) a) II e V. b) III e V. c) IV. d) I e II. e) III e IV. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir. AÇÚCAR, O NOVO CIGARRO 1. Há um setor que vende um produto que faz mal à saúde do homem. Uma geração atrás, esse era o setor fumageiro, e o produto era o cigarro. Hoje, é o setor alimentício e o produto é o açúcar. O açúcar adicionado – não o açúcar natural que existe em frutas e legumes – está em tudo. Uma das maiores fontes são bebidas como refrigerantes, energéticos e sucos, mas um passeio pelo supermercado mostra que há açúcar adicionado a pães, iogurtes, sopas, vinhos, salsichas – na verdade, a quase todos os alimentos industrializados. 2. Esse “açúcar invisível” recebe muitos nomes. Nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, o consumidor pode encontrar até 83 nomes diferentes para o açúcar adicionado. Sobre esse assunto, Helen Bond, nutricionista da Associação Dietética Britânica, diz: “É um marketing inteligente: palavras como ‘frutose’ fazem pensar que estamos reduzindo o açúcar adicionado, mas o fato é que estamos polvilhando açúcar branco sobre a comida.” Outros especialistas afirmam, ainda, que esse açúcar a mais é completamente desnecessário, pois, ao contrário do que a indústria alimentícia quer que acreditemos, o organismo não precisa da energia de nenhum açúcar adicionado. 3. No Brasil, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o açúcar adicionado representa 19% da ingestão total de açúcar do brasileiro. Ainda segundo o Ministério, o excesso de açúcar na dieta é fator de risco para o desenvolvimento da obesidade, embora o perigo para a saúde não seja só o desenvolvimento desse mal: há indícios que ligam o açúcar a doenças hepáticas, diabetes tipo 2, cardiopatias e cáries. Ainda assim, o setor de bebidas e alimentos continua a promover o açúcar, com muita publicidade de seus produtos açucarados. Grandes quantias também são empregadas para se opor à rotulagem mais explícita dos produtos e combater o aumento da tributação de alimentos e bebidas açucarados. 4. Os defensores da saúde pública levantam a ideia de que duas abordagens bem-sucedidas na redução do hábito de fumar são necessárias no combate ao consumo excessivo de açúcar: a educação do consumidor e a tributação. Em janeiro de 2014, o México criou um imposto de 10% sobre bebidas açucaradas, e sua venda caiu 12% no primeiro ano. Na França, um imposto sobre 7 refrigerantes criado em 2012 resultou no declínio gradual do consumo. A Noruega tributa alimentos e bebidas açucarados e divulga informações há muitos anos, com bons resultados. Em março deste ano, o chanceler britânico George Osborne anunciou a criação de um imposto sobre bebidas açucaradas a ser cobrado de produtores e importadores de refrigerantes. 5. Embora tenha havido algum sucesso com a tributação, o setor de alimentos e bebidas continua a fazer pressão contra informar sobre o açúcar adicionado ao consumidor – mais uma vez, exatamente como fizeram as empresas fumageiras ao combaterem as tentativas do governo de pôr nas embalagens de cigarros mensagens alertando para o perigo de fumar (medida adotada também no Brasil). Na esteira das preocupações em relação ao açúcar, o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA) anunciaram recentemente que estudam um acordo para reduzir a quantidade de açúcar nos alimentos processados, semelhante ao que é feito com o sal. A primeira etapa deve começar em 2017, com análise das principais fontes de açúcar na dieta dos brasileiros. ECENGARGER, William. AIKINS, Mary S. Açúcar, o novo cigarro (adaptado). Revista Seleções. Disponível em: . Acesso: 01 out. 2016. 16. (G1 - ifpe 2017) No trecho “Os defensores da saúde pública defendem a ideia de que duas abordagens bem- sucedidas na redução do hábito de fumar são necessárias no combate ao consumo excessivo de açúcar: a educação do consumidor e a tributação”, as palavras destacadas foram escritas corretamente, de acordo com a nova ortografia da Língua Portuguesa. Assinale a alternativa em que todos os termos também estão grafados conforme prevê o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. a) Ceu e ciberespaço. b) Aneis e bem-vindo. c) Paranóia e pseudociência. d) Assembleia e mal-criado. e) Heroico e benfeitor. Com base neste texto, responda à(s) questão(ões). Ygor não tinha muito dinheiro pra ir à casa de Marcelle, não poderia pegar duas conduções. Teria que seguir uma longa peregrinação, afinal a S... não disponibilizava ônibus praquelas bandas. [...] Dentro do ônibus, tentava achar um lugar onde pudesse acomodar seus pés tamanho 42 sem pisar nos alheios. Riu indignadamente ao ver, num ponto, um abrigo com um anúncio que dizia: “CIDADANIA É USAR O TRANSPORTE DE MASSA: DÊ PREFERÊNCIA AO ÔNIBUS”. Após um enjoativo fluxo de para e anda, para e anda que durou uma hora e quinze minutos, enfim o ônibus seguia sem grandes interrupções, e inclusive já se aproximava do destino de Ygor. DENISSON, Ari. Contos Periféricos. Maceió: Imprensa Oficial Graciliano Ramos, 2016. p. 31. 17. (G1 - ifal 2017) As palavras abaixo, encontradas no texto, foram acentuadas pela mesma razão, exceto: a) pés. b) é. c) dê. d) após. e) já. 18. (G1 - ifal 2016) Assinale a alternativa em que as palavras, que completam a frase abaixo, estão acentuadas corretamente. Os tabloides que eles __________, __________ manchetes curtas que todos __________. a) leem – tem – veem b) lêm – teem – vêm c) leem – têm – veem d) leem – têm – vêm e) lêm – tem – veem 19. (G1 - ifsc 2016) Com base na leitura da tirinha, assinale a alternativa CORRETA. a) No primeiro quadrinho, as palavras “será” e “saúde” têm a mesma regra de acentuação que as palavras “já” e “saída”, respectivamente. b) Na expressão “o novo imposto”, se o termo em destaque for posposto ao substantivo, o sentido será mantido, mas a classe gramaticallei da oferta e da procura, o preço do bem escasso – a terra – deveria subir de modo contínuo. No limite, 19 os donos da terra receberiam uma parte cada vez mais significativa da renda nacional, e o 20 restante da população, uma parte cada vez mais reduzida, 21 destruindo o equilíbrio social. De fato, 22 o valor da terra permaneceu alto por algum tempo, mas, ao longo de século XIX, caiu em relação 3 outras formas de riqueza, à medida que diminuía o peso da agricultura na renda das nações. 23 Escrevendo nos anos de 1810, Ricardo não poderia antever a importância que o progresso tecnológico e o crescimento industrial teriam ao longo das décadas seguintes para a evolução da distribuição da renda. Adaptado de: PIKETTY, T. O Capital no Século XXI. Trad. de M. B. de Bolle. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014. p.11-13. 15. (Ufrgs 2016) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas 1, 2 e 3, nesta ordem. a) às – à – a b) as – à – a c) às – à – à d) às – a – à e) as – a – a Gabarito: Resposta da questão 1: [A] O verbo “chegar” é regido pela preposição “a” (quem chega, chega a algum lugar). Como “primavera” é feminino e antecedido pelo artigo feminino “a”, ocorre crase, já que a preposição “a” se aglutina com o artigo “a”. Resposta da questão 2: [E] Em 1, “uniam a metade superior de um homem à metade inferior de uma mulher”, ocorre acento indicativo de crase pois o verbo “unir” é transitivo direto e indireto, obrigando o uso da preposição “a”, a qual é seguida de substantivo feminino. Em 2, “a essa altura eu tinha os olhos cheios de lágrimas”, não há ocorrência de acento indicativo de crase pois a locução adverbial de tempo é formada por um pronome demonstrativo, o que impede o emprego de artigo feminino. Em 3, “E não saíamos de perto do rádio, acompanhando as notícias da guerra no Oriente Médio”, não há ocorrência de preposição; trata-se apenas de artigo definido relacionado ao substantivo “notícias”, uma vez que o verbo “acompanhar” é transitivo direto. Resposta da questão 3: [B] O sinal de crase é indicador da contração entre a preposição “a” e o artigo definido “a”. Na alternativa [A], o uso da crase é equivocado, já que ela não pode ocorrer diante de palavra masculina (“seu”). Em [C], quando a palavra “casa” refere-se ao lar do enunciador, não admite crase, uma vez que não é acompanhada de artigo definido. Na alternativa [D], não há artigo feminino antes de numeral cardinal, portanto não pode haver a contração formadora de crase. Resposta da questão 4: [A] 1 a alternativa – falsa: a expressão “a pé” não tem crase, pois “pé” é uma palavra masculina, que não é antecedida, portanto, de artigo feminino “a”. Resposta da questão 5: [B] [A] Incorreta: o correto seria “Fiquem atentas a homens dominadores”. [C] Incorreta: o correto seria “As mulheres discutiram cara a cara acerca da melhor forma de obedecer às leis”. [D] Incorreta: o correto seria “O endereço correto é daqui a duas quadras, à esquerda da avenida principal”. Resposta da questão 6: [E] [I] Incorreta: nem sempre ocorre crase antes de dias da semana. Nesse caso, não há crase já que não há artigo definido antecedendo “sexta-feira”, há somente a preposição “a”. [IV] Incorreta: a pontuação está incorreta, uma vez que jamais se deve separar o sujeito do verbo. Resposta da questão 7: [A] [B] Incorreta: não há crase, uma vez que não é possível ter artigo antecedendo um pronome demonstrativo como “estas”. [C] Incorreta: não há crase, pois o artigo feminino que determina “conversa” aparece antes do termo “conversa”. Dessa forma, o “a” posterior ao termo é apenas uma preposição. 48 [D] Incorreta: não há crase, já que não é possível ter um artigo feminino antecedendo “qualquer”. [E] Incorreta: não há crase, porque o verbo “perceber” não é regido por preposição, ou seja, seu complemento é direto e não indireto. Resposta da questão 8: [B] O “a” é acentuado em “à primeira leitura”, pois ele marca a união do artigo feminino “a”, que antecede “primeira” e a preposição “a”. A mesma junção deve ocorrer em [B]: temos a preposição “a”, introduzindo o adjunto que indica a forma como foi o amor, unida ao artigo feminino “a”, que antecede “primeira”. Nas alternativas [A], [C] e [D], não há preposição antecedendo “primeira”, somente o artigo. Na alternativa [E], há preposição antecedendo “qualquer”, mas não há artigo definido feminino, uma vez que “qualquer” é uma palavra invariável. Resposta da questão 9: [D] Em final de oração, “Por quê” deverá vir acentuado e separado, com o significado de “por qual motivo”, diferente do que acontece quando é conjunção subordinativa causal, função que apresenta na última lacuna do terceiro quadro da tirinha. Nas expressões “resistir à ideia” e “seja doado à igreja”, o uso de acento grave é obrigatório para assinalar a crase da preposição “a”, exigida pela regência dos verbos, e o artigo definido “a” dos substantivos a que se referem. Resposta da questão 10: [D] [A] Incorreta. Há o emprego incorreto do acento grave, indicador de crase, nos seguintes casos: antes de “seres humanos”, pois há apenas a preposição “a”; antes de “Curitiba”, já que não há artigo (usa-se, por exemplo, voltar de Curitiba e não da Curitiba). Ademais, não é assinalada a ocorrência de crase (junção da preposição “a” com o artigo “a”) antes dos substantivos femininos “dengue” e “chikungunya”. [B] Incorreta. Falta o acento grave, indicador de crase, antes de “moradia própria”, uma vez que há junção de preposição com artigo. Além disso, há indicação incorreta de crase antes de “áreas de preservação permanente”, pois há somente a ocorrência do artigo “as”, já que a regência do verbo “invadir”, que é transitivo direto, não requer o uso de preposição. [C] Incorreta. Também apresenta incorreções quanto ao uso de acento indicador de crase. Não ocorre crase antes de verbo, o que torna equivocado o emprego de acento grave antes de “punir” (o correto é “a punir”). Faltou, por outro lado, indicar a ocorrência de crase antes de “esquerda” (à esquerda). Resposta da questão 11: [D] [A] Antes de São Paulo não tem crase por tratar-se daqueles casos em que nem todos os nomes de cidades e regiões, sobretudo as masculinas, admitem crase. [B] À um ano, esse a jamais seria craseado. Neste caso, por tratar-se de referência a um tempo passado, deve-se usar o verbo haver: Há um ano... [C] Não se admite crase antes de verbos no infinitivo. [D] Alternativa correta. À vontade é uma locução adverbial de modo. Neste caso, a preposição a virá craseada, por anteceder a palavra feminina vontade. [E] Não se admite crase antes de nome masculino. Resposta da questão 12: [A] [B] Incorreta: nesse caso, não há uso do artigo “a” antes de “uma”, apenas há o uso da preposição. Assim, não há crase. [C] Incorreta: nesse caso, não há uso do artigo “a” antes de 15 e, assim, temos a forma “de”, e não “da”. O mesmo ocorre com o “a” antes de 20: como não há artigo, ele permanece sem crase. [D] Incorreta: não há artigo antes de verbo no infinitivo e, assim, não há crase. [E] Incorreta: como o falante está se referindo a sua própria casa, não há o uso de crase, já que não se usa artigo definido para falar de sua própria casa. Resposta da questão 13: [B] [A] Incorreta: não utilizamos crase antes de pronomes pessoais, como “ela”, pois é impossível ocorrer artigo antes de pronomes pessoais. [C] Incorreta: não utilizamos crase antes de verbos, pois é impossível um artigo anteceder um verbo. [D] Incorreta: no caso, “a Educação” é sujeito do verbo “pode”. Assim, não há uma preposição antecedendo “Educação”, há somente artigo. Com isso, não há crase. [E] Incorreta: não utilizamos crase antes de pronomes de tratamento como “Vossa Senhoria”. Resposta da questão14: [E] Na oração “Desconto de 15% a 70%" é possível perceber que não há uso de artigo antes das porcentagens. Há, somente, a preposição “a” que faz parte da construção “de 15% a 70%" (ou “de 15% até 70%"). Como só há crase quando temos uma preposição “a” mais um artigo definido feminino, nesse caso não há crase. O mesmo ocorre no período “Dirigiu-se ao local disposto a falar com o delegado”, pois não se usa artigo antes de verbo. Assim, temos somente a preposição “a”, que não é craseada. Resposta da questão 15: [A] A alternativa [B] está incorreta, pois na lacuna 1 ocorre crase na locução com o substantivo feminino “vésperas”. Já na alternativa [C] está incorretamente indicada a ocorrência de crase na lacuna 3, pois nesse caso não há artigo. Está errada a alternativa [D], porque na lacuna 2 o verbo “levar” demanda o uso da preposição “a”, que, por vir antes de um substantivo feminino (“Revolução”) e acompanhando o artigo feminino “a”, deve carregar o acento grave para indicar a ocorrência de crase. E a alternativa [E] está incorreta por trazer os mesmo equívocos presentes nas alternativas [B] e [D]. 49 PONTUAÇÃO 1. (Acafe 2017) Assinale o texto que mais se ajusta à norma-padrão escrita. a) Se eu fosse o prefeito de Floripa, iria criar um espaço novo de lazer e entretimento tipo os que se tem no Parque das Nações, em Lisboa, Portugal, do lado continental da Ilha, onde estão a Capitania dos Portos, o estaleiro Shaefer, uma fábrica de gelo e uma favela. b) Seria cômico não fosse Lula o que incitaria quando havia ostracismo ou crise no governo jogando nordestino contra sulistas, culpando a elites pela crise, mas isentando seus comparsas e agora que roubaram e repassaram para seu filho e nora 2 milhões, todos como inocentes. c) Estão pensando em elaborar outra Lei para que comportamento como este do Conselheiro sejam considerados nobres e ao invés de apontar punições, apontem para reconhecimento e valorização, inclusive com afastamento remunerado em dobro até que esteja apto para aposentadoria. d) Em uma entrevista concedida por Dilma para 4 ou 5 jornalistas da RBS, em resposta a uma pergunta sobre o lazer da Presidente, ela respondeu que gostava de transitar, altas horas da noite, incógnita, pelas ruas quase desertas de Brasília, pilotando uma motocicleta. 2. (Espcex (Aman) 2017) Marque a alternativa correta quanto ao emprego da vírgula, de acordo com as normas gramaticais. a) Ele pediu, ao motorista que parasse no hotel. b) A vida como diz o ditado popular é breve. c) Da sala eu vi sem ser visto todo o crime acontecendo. d) Atletas de várias nacionalidades, participarão da maratona. e) Meus olhos, devido à fumaça intensa, ardiam muito. 3. (Espm 2017) A reivindicação do massacre na Charlie Hebdo pela facção da al-Qaeda na Península Arábica recoloca em primeiro plano um movimento afastado da mídia pelos sucessos militares da Organização do Estado Islâmico. Le Monde Diplomatique Brasil, 04.02.2016. Das afirmações abaixo sobre o uso da vírgula, assinale a única correta: a) o segmento “pela facção da al-Qaeda na Península Arábica” é um adjunto adnominal e deveria estar entre vírgulas. b) poderia haver uma vírgula após o sujeito “A reivindicação do massacre na Charlie Hebdo”. c) deveria haver uma vírgula após o objeto direto “um movimento afastado”. d) deveria haver uma vírgula após a forma verbal “recoloca”. e) o segmento “em primeiro plano” é um adjunto adverbial intercalado e poderia estar entre vírgulas. 4. (G1 - ifsc 2017) Considere as afirmativas a seguir: I. Na frase “Ela trabalha de segunda à sexta-feira”, está correto o emprego do acento indicativo de crase, porque sempre ocorre crase antes de dias da semana. II. Na frase “A construção das pirâmides egípcias envolveram milhares de trabalhadores e técnicas sofisticadas”, há erro quanto à concordância verbal, porque o verbo envolver deveria estar na terceira pessoa do singular. III. Tanto na palavra saúde quanto na palavra açaí, o acento gráfico sinaliza a existência de hiato. IV. Na frase “A primeira cirurgia, transcorreu sem maiores problemas”, está correta a pontuação, uma vez que se deve separar com vírgula o sujeito do verbo. V. Está correta a concordância nominal na frase “Ela comprou óculos e bolsa caríssimos”, porque o adjetivo se refere a ambos os substantivos. Assinale a alternativa CORRETA. a) Somente III e V são verdadeiras. b) Somente I, III e IV são verdadeiras. c) Somente II e III são verdadeiras. d) Somente I, IV e V são verdadeiras. e) Somente II, III e V são verdadeiras. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 5. (G1 - ifba 2017) O uso dos pontos de exclamação nas falas da charge indicam: a) ênfase, pois marcam o tom das falas. b) dúvida, pois não há certeza sobre o que vai acontecer no futuro. c) negação, pois o que se evidencia na cena é a ironia. d) pedido, pois implicitamente busca-se por socorro. e) humor, pois destoam do contexto da imagem. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: DE ONDE VEM A EXPRESSÃO “SERÁ O BENEDITO”? De Minas, uai. Em 1933, Getúlio Vargas estava indicando novos governadores, e chefes políticos mineiros temiam que o presidente nomeasse alguém indesejado. Para não desagradar seus apoiadores, dizia-se que o escolhido de Getúlio seria Benedito Valadares, jornalista, político local e candidato neutro. Muitos, surpresos com a provável escolha, que acabou acontecendo, perguntavam- se: “Será o Benedito?”. Assim, a questão ficou conhecida por expressar contrariedade, surpresa, desalento e perplexidade frente a acontecimentos inusitados. MARQUES, E. De onde vem a expressão “Será o Benedito?”. Disponível em: . Acesso em: 09 maio 2017. 50 6. (G1 - ifpe 2017) Das alternativas abaixo, marque a única que justifica corretamente o uso da pontuação nos períodos do texto. a) No período “Muitos, surpresos com a provável escolha, que acabou acontecendo, perguntavam-se: ‘Será o Benedito?’.”, a oração destacada é subordinada adjetiva restritiva, por isso as vírgulas são obrigatórias. b) Em “Para não desagradar seus apoiadores, dizia-se que o escolhido de Getúlio seria Benedito Valadares”, a vírgula que separa as orações é facultativa, pois a oração destacada é adverbial e foi deslocada para o início do período. c) No trecho “Muitos, surpresos com a provável escolha”, a palavra destacada está isolada pela vírgula porque é um advérbio de intensidade deslocado para o início do período. d) No trecho “Em 1933, Getúlio Vargas estava indicando novos governadores”, usa-se a vírgula para isolar “Em 1933” por ser uma expressão adverbial de tempo, em início de frase. e) Em “perguntavam-se: ‘Será o Benedito?’”, os dois pontos podem ser substituídos pelo travessão, pois antecedem o discurso direto. Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões). Renúncia Chora de manso e no íntimo... Procura Curtir sem queixa o mal que te crucia: O mundo é sem piedade e até riria Da tua inconsolável amargura. Só a dor enobrece e é grande e é pura. Aprende a amá-la que a amarás um dia. Então ela será tua alegria, E será, ela só, tua ventura... A vida é vã como a sombra que passa... Sofre sereno e de alma sobranceira, Sem um grito sequer, tua desgraça. Encerra em ti tua tristeza inteira. E pede humildemente a Deus que a faça Tua doce e constante companheira... BANDEIRA, Manuel. A cinza das horas. In: Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993, p. 75. 7. (G1 - ifal 2017) A pontuação contribui para a produção dos efeitos de sentido no texto. Sobre esse assunto, marque a alternativa que apresenta uma afirmação incorreta, levando-se em consideração asregras de pontuação previstas na gramática normativa. a) No trecho “E pede humildemente a Deus que a faça”, admitir-se-ia o uso da vírgula para intercalar o termo “humildemente”. b) O ponto, em versos como “Só a dor enobrece e é grande e é pura.”, encerra ideias categóricas para as quais não se preveem contra-argumentações. c) Do ponto de vista pragmático, o sinal dois pontos, no segundo verso, serve para expressar uma explicação. d) As reticências ao longo do texto criam uma atmosfera intimista, sugestiva e de convite à reflexão. e) No verso “A vida é vã como a sombra que passa...”, poder-se-ia inserir uma vírgula após a palavra “vida”, sem prejuízo sintático e semântico do texto. 8. (Enem 2016) L.J.C. — 5 tiros? — É. — Brincando de pegador? — É. O PM pensou que... — Hoje? — Cedinho. COELHO, M ln: FREIRE, M. (Org). Os cem menores contos brasileiros do século. São Paulo: Ateliê Editorial. 2004. Os sinais de pontuação são elementos com importantes funções para a progressão temática. Nesse miniconto, as reticências foram utilizadas para indicar a) uma fala hesitante. b) uma informação implícita. c) uma situação incoerente. d) a eliminação de uma ideia. e) a interrupção de uma ação. 9. (Enem 2016) Quem procura a essência de um conto no espaço que fica entre a obra e seu autor comete um erro: é muito melhor procurar não no terreno que fica entre o escritor e sua obra, mas justamente no terreno que fica entre o texto e seu leitor. OZ, A. De amor e trevas. São Paulo: Cia. das Letras. 2005 (fragmento). A progressão temática de um texto pode ser estruturada por meio de diferentes recursos coesivos, entre os quais se destaca a pontuação. Nesse texto, o emprego dos dois pontos caracteriza uma operação textual realizada com a finalidade de a) comparar elementos opostos. b) relacionar informações gradativas. c) intensificar um problema conceitual. d) introduzir um argumento esclarecedor. e) assinalar uma consequência hipotética. 10. (G1 - ifal 2016) Assinale a oração sem erro de pontuação. a) O Instituto de Previdência do Estado, vem solicitar de V.Sa. o preenchimento da declaração. b) Estamos remetendo em anexo, o formulário. c) Vimos pela presente solicitar de V.Sas., que nos informem a situação econômica da firma em questão. d) Encaminhamos a V.Sa., para o devido preenchimento, o formulário em anexo. e) Cientificamo-lo de que na marcha do processo de restituição de suas contribuições, verificou-se a ausência da declaração de beneficiários. 11. (G1 - col. naval 2016) Assinale a opção na qual o texto foi pontuado corretamente. a) Segundo pesquisas, brasileiros, leem mais que paraguaios e bolivianos; por outro lado, utilizam bem menos, as bibliotecas públicas. b) Na infância, as crianças aprendem que, a leitura exige concentração, mas traz, como recompensa, bastantes alegrias e conhecimento. c) Não existe, em parte alguma, povo civilizado que despreze a leitura, o conhecimento, as experiências advindas das bibliotecas, e gabinetes de leitura. d) Os leitores adquirem, ao longo dos anos, muitas experiências preciosas; enquanto isso, os não leitores, sem perceber, furtam-se de um universo incontável de saber. e) Sem perceber as pessoas vão deixando para trás, quando abandonam a leitura, um universo completamente precioso; ao mesmo tempo os leitores fiéis acumulam sabedoria e ideias novas. 51 12. (Fac. Pequeno Príncipe - Medici 2016) Leia o texto a seguir: Além das palavras No consultório psiquiátrico, apenas uma parte das informações é verbalizada pelos pacientes. Outra tem a ver com o olhar do médico: uma avaliação de gestos, posturas e outros sinais que podem ajudar a compreender o estado de saúde mental em que uma pessoa se encontra. Uma proposta de sistematização desse ‘olho clínico’ foi apresentada por pesquisadores do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), que elaboraram um checklist de posturas, gestos e expressões típicos de pacientes com depressão. O estudo foi realizado no Hospital das Clínicas e no Hospital Universitário, ambos ligados à USP, sob a supervisão da farmacologista Clarice Gorenstein. Em vez de seguirem apenas o protocolo corrente de diagnóstico de depressão, baseado em perguntas e respostas, avaliadores preencheram um formulário detalhado sobre as expressões faciais e corporais dos pacientes durante entrevistas clínicas. As entrevistas também foram filmadas, para análise objetiva do comportamento dos pacientes. “Elaboramos uma lista de comportamentos corporais favoráveis ou não ao contato social para analisar os pacientes, além de fazer as perguntas padrão”, relata a pesquisadora e psicóloga Juliana Teixeira Fiquer, que realizou seu pós-doutorado com o estudo. “Sinais como inclinar o corpo para frente na direção do entrevistador, ou encolher os ombros, fazer movimentos afirmativos ou negativos com a cabeça, fazer contato ocular ou não, rir ou chorar são alguns dos 22 comportamentos que selecionamos”, exemplifica. Disponível em: . Acesso em: 6/4/2016. A construção e manutenção de sentido do texto dependem, entre outras características, do emprego da pontuação. A respeito da pontuação empregada no texto que revela o estudo para diagnóstico de depressão, é correta a análise feita em: a) Caso o último período do 2º parágrafo fosse reescrito invertendo-se a ordem das orações, ele prescindiria da vírgula e ficaria assim: “Para análise objetiva do comportamento dos pacientes as entrevistas também foram filmadas”. b) Caso o 1º período do texto fosse reescrito da seguinte maneira: “Apenas uma parte das informações é verbalizada pelos pacientes, no consultório psiquiátrico”, a vírgula seria mantida para isolar o adjunto adverbial deslocado. c) Os dois-pontos empregados no 2º período do 1º parágrafo são facultativos e não haveria alteração sintática caso esse sinal de pontuação fosse omitido. d) As orações “que elaboraram um checklist de posturas” (1º parágrafo) e “que realizou seu pós-doutorado com o estudo” (3º parágrafo) são subordinadas adjetivas explicativas, caracterizadas pela vírgula antecedendo o pronome relativo. e) A vírgula empregada antes do vocábulo “ambos” no 1º período do 2º parágrafo marca a elipse de sujeito da oração e não poderia ser substituída por outro sinal de pontuação. 13. (G1 - ifsul 2016) Analise as frases a seguir e assinale aquela em que houver erro no uso da vírgula. a) Os colorados saíram alegres; os gremistas, tristes. b) Miguel, comprou os jornais e Maria as revistas. c) Ele não poderia, a meu ver, aceitar tais condições. d) Nós, embora exaustos, seguimos a jornada até o fim. 14. (Fac. Pequeno Príncipe - Medici 2016) Leia o texto a seguir: The Edge, do U2, faz história ao se apresentar na Capela Sistina VATICANO – The Edge, guitarrista da banda irlandesa U2, se tornou o primeiro roqueiro a tocar na Capela Sistina, local que descreveu como "o salão paroquial mais bonito do mundo". O músico, cujo nome de batismo é David Evans, cantou quatro músicas na noite de sábado para um público de 200 médicos, pesquisadores e filantropos que participaram de uma conferência sobre medicina regenerativa no Vaticano. Acompanhado por um coral de sete jovens irlandeses e vestindo o gorro preto que é sua marca registrada, ele tocou violão e cantou um cover de “If it be your Will”, de Leonard Cohen, além de versões das músicas “Yahweh”, “Ordinary Love” e “Walk on”, do U2. The Edge, cujo pai morreu de câncer no mês passado e cuja filha superou uma leucemia, faz parte do conselho de fundações que trabalham para a prevenção do câncer. Disponível em:apresentar-na-capela-sistina>. Acesso em: 01/05/2016. Os sinais de pontuação, quando bem empregados, contribuem para a expressividade dos textos e podem modificar o sentido das informações nele apresentadas. Sobre a pontuação empregada na notícia a respeito do músico The Edge, é CORRETO somente o que se afirma em: a) A inserção de uma vírgula antes do pronome relativo “que” em “que participaram de uma conferência (...)” é facultativa e não promove alteração de sentido. b) O excerto “guitarrista da banda irlandesa U2”, no 1º parágrafo, está entre vírgulas para separar o vocativo dos demais termos. c) A inserção de uma vírgula antes da conjunção “e” em “e vestindo o gorro preto”, no penúltimo parágrafo, marcaria a mudança de sujeito. d) Os segmentos “cujo nome” e “cujo pai”, no 2º e último parágrafo, respectivamente, introduzem explicações intercaladas no período, por isso são marcados por vírgulas. e) O emprego das aspas no 1º e 3º parágrafos do texto marca a isenção do periódico que publicou a notícia em relação às informações marcadas por esse sinal de pontuação. 15. (Acafe 2016) Assinale a frase elaborada de acordo com as normas do português-padrão. a) A Unidade Básica de Saúde que fica na rua Caldas da Imperatriz, esclarece que o medicamento sinvastatina 10 mg chegou ao almoxarifado central no início deste mês, aonde pode ser retirado pelos pacientes do SUS. b) Solicitamos o asfaltamento dessa rua por que nos dias de chuva os moradores não conseguem subir na rua que também é muito íngreme. c) A Brastemp informa, por meio de nota de sua assessoria de imprensa, que entrou em contato com a consumidora Solange Azambuja e ofereceu a troca do produto com custos operacionais gratuitos. d) Só uma pergunta, todos os dias esse cara posta fotos de mulheres semi nuas em sua coluna, porque somente essa foto causou indignação? 52 Gabarito: Resposta da questão 1: [D] Todas as opções apresentam desvios à norma culta, exceto [D]. Em [A], entre outros, escreveu-se erroneamente a palavra “entretenimento”. Em [B], nota-se falta de coesão textual, o que torna a frase incompreensível. Em [C], existem falhas de concordância nominal, verbal e pontuação inadequada. Resposta da questão 2: [E] As opções [A], [B], [C] e [D] são incorretas, pois a vírgula [A] não pode separar verbo do seu objeto; [B] deve separar orações subordinadas intercaladas; [C] deve assinalar adjunto adverbial deslocado; [D] não pode separar sujeito do seu predicado. Para obedecerem às regras gramaticais de pontuação, as frases deveriam ser substituídas, respectivamente, por: - Ele pediu ao motorista que parasse no hotel. - A vida, como diz o ditado popular, é breve. - Da sala, eu vi sem ser visto todo o crime acontecendo. - Atletas de várias nacionalidades participarão da maratona. Assim, é correta apenas [E]. Resposta da questão 3: [E] Estão incorretas as alternativas: [A] adjuntos adnominais não devem ser separados por vírgula; [B] não deve haver vírgula entre sujeito e predicado; [C] não deve haver vírgula após “um movimento afastado”, já que o que vem a seguir é parte, ainda, do objeto direto – “um movimento afastado da mídia pelos sucessos militares da Organização do Estado Islâmico”; [D] não pode haver vírgula entre o verbo e seu objeto direto. Resposta da questão 4: [E] [I] Incorreta: nem sempre ocorre crase antes de dias da semana. Nesse caso, não há crase já que não há artigo definido antecedendo “sexta-feira”, há somente a preposição “a”. [IV] Incorreta: a pontuação está incorreta, uma vez que jamais se deve separar o sujeito do verbo. Resposta da questão 5: [A] O ponto de exclamação é caracterizado por dar maior ênfase às falas, uma vez que traz um tom de sentimento envolvido. No caso, temos a situação de uma despedida e desejo de bom dia, marcadas por uma exclamação. Resposta da questão 6: [D] Quando utilizamos uma expressão adverbial ou oração adverbial no início de um período, usa-se a vírgula para isolá-la, como vemos nos trechos em [B] e [D]. A vírgula também é utilizada para separar as subordinadas adjetivas explicativas, como vemos em [A]. Em [B], a vírgula isola a expressão “surpresos com a provável escolha”, que caracteriza o estado de “Muitos”, colocado na posição de sujeito da oração principal. Em [E], temos a reprodução de uma expressão, que surgiu de uma pergunta comumente realizada. Assim, usam-se as aspas para marcá-la. Resposta da questão 7: [E] Não podemos inserir uma vírgula após a palavra “vida”, uma vez que não se pode separar com vírgula o sujeito, “A vida”, do predicado. Resposta da questão 8: [B] O miniconto caracteriza-se por ser uma narração com o mínimo de palavras possíveis, de maneira a que todo o contexto seja mais sugerido do que narrado. As elipses deixam ao leitor a tarefa de “preencher” essas sugestões e entender a história por trás da história escrita. No texto de Marcelo Coelho, as reticências indicam uma informação de conhecimento do contexto social e dos personagens, o que explicaria a ação do policial ao desferir os cinco tiros que mataram o menino que brincava de “pega-ladrão”: o policial pensou que L.J.C. era um bandido, estava armado e oferecia perigo. Assim, é correta a opção [B]. Resposta da questão 9: [D] O emprego dos dois-pontos marca o início de um aposto que visa a esclarecer o leitor sobre o posicionamento do autor enunciado anteriormente, utilizando-o também como argumento. Assim, é correta a opção [D]. Resposta da questão 10: [D] [A] A frase está mal pontuada, pois há uma vírgula que separa o sujeito do predicado, o que é errado. O correto seria: O Instituto de Previdência do Estado vem solicitar de V.Sa. o preenchimento da declaração. [B] A frase apresenta erro na pontuação, pois faltou uma vírgula para isolar o aposto explicativo “em anexo”. O correto seria: Estamos remetendo, em anexo, o formulário. [C] Para a pontuação ficar correta, a frase deveria ser reescrita em: Vimos, pela presente, solicitar de V.Sas. que nos informem a situação econômica da firma em questão. [E] Para a pontuação ficar correta, o trecho que especifica deve ficar isolado por vírgulas. Assim, a frase deveria ser reescrita: Cientificamo-lo de que, na marcha do processo de restituição de suas contribuições, verificou-se a ausência da declaração de beneficiários. Resposta da questão 11: [D] [A] Incorreta: não se pode separar o sujeito do verbo, assim, a vírgula entre “brasileiros” e “leem” está incorreta. Além disso, a vírgula que separa “menos” de “as bibliotecas” também está incorreta. [B] Incorreta: não deveria haver vírgula separando “que” de “a leitura”. [C] Incorreta: não deveria haver vírgula antes do “e”. [E] Incorreta: deveria haver uma vírgula após o “Sem perceber” e o “ao mesmo tempo”. Resposta da questão 12: [D] [A] Incorreta. Oração subordinada adverbial anteposta à oração principal obriga o uso de vírgula; o correto seria: “Para análise objetiva do comportamento dos pacientes, as entrevistas também foram filmadas”. [B] Incorreta. No trecho selecionado, o adjunto adverbial não está deslocado, uma vez que encerra a oração. [C] Incorreta. O emprego dos dois pontos é necessário para marcar o início de uma explicação. [D] Correta. Ambas orações são subordinadas adjetivas explicativas, uma vez que são iniciadas por pronomes relativos e referem-se de modo generalizado ao nome que as antecede: pesquisadores (1º parágrafo) e pesquisadora e psicóloga (3º parágrafo). [E] Incorreta. A vírgula mencionada marca uma oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio, portanto seu uso é obrigatório. 53 Resposta da questão 13: [B] A alternativa [B] está errada, pois não se pode separar o sujeito do verbo. Em “Miguel, comprou os jornais e Maria as revistas”, há uma separação do sujeito“Miguel” do verbo “comprou” a partir da vírgula, o que torna a pontuação da sentença incorreta. Resposta da questão 14: [D] [A] Incorreta. O emprego de vírgula em tal trecho alteraria seu sentido, passando a ser explicativo, o que generaliza a afirmação. [B] Incorreta. O emprego de vírgulas marca um aposto explicativo. [C] Incorreta. Não se emprega vírgula entre orações coordenadas sindéticas aditivas com o mesmo sujeito. [D] Correta. Os pronomes apontados iniciam orações subordinadas adjetivas explicativas, particularizando o nome a que se referem (The Edge), portanto o emprego de vírgulas é obrigatório. Além disso, ambas interromperam a ordem direta da oração principal (The Edge faz parte do conselho de fundações). Resposta da questão 15: [C] Estão incorretas: [A] A frase não está de acordo com as normas do português- padrão porque o sujeito (“A Unidade Básica de Saúde que fica na rua Caldas da Imperatriz”) é separado incorretamente do verbo (“esclarece”) por meio de vírgula. Também está incorreto o uso de “aonde”, que deveria ser substituído por “de onde”, uma vez que o verbo “retirar” não concorda com a preposição “a” e sim com “de”. [B] Primeiramente, a conjunção causal adequada é “porque”. Além disso, a locução adverbial “nos dias de chuva”, por estar deslocada (do fim para o começo da frase), poderia estar entre vírgulas. Ainda, o verbo “subir”, na acepção empregada, deve ser seguido de objeto direto (no caso, o artigo “a”) e não da preposição “em” (“em” + “a” = “na”). Por fim, “que também é muito íngreme” oração subordinada adjetiva explicativa, de modo que deve ser antecedida por uma vírgula após “rua”. [D] do mesmo modo, está em desacordo com a norma padrão. Seguem as incorreções: a primeira vírgula deve ser substituída por dois pontos; “seminuas” deve ser grafado como uma única palavra; e onde está grafado “porque” deve ser escrito “por que”, já que se trata de uma pergunta. SINTAXE 1. (Eear 2017) Na oração “Informou-se a novidade aos membros e diretores do grupo”, qual é a classificação do sujeito? a) Oculto b) Simples c) Composto d) Indeterminado e) Inexistente 2. (Eear 2017) Assinale a alternativa em que o se é índice de indeterminação do sujeito na frase. a) Não se ouvia o barulho. b) Perdeu-se um gato de estimação. c) Precisa-se de novos candidatos militares. d) Construíram-se casas e apartamentos na rua pacata. Leia o poema a seguir e responda à(s) questão(ões). RETRATO Eu não tinha este rosto de hoje, Assim calmo, assim triste, assim magro, Nem estes olhos tão vazios, Nem o lábio amargo Eu não tinha estas mãos sem força, Tão paradas e frias e mortas; Eu não tinha este coração Que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, Tão simples, tão certa, tão fácil: – em que espelho ficou perdida a minha face? MEIRELES, Cecília. Obra Poética de Cecília Meireles. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1958. 3. (Epcar (Afa) 2017) Analisando os versos do poema “Retrato”, assinale a opção correta. a) Percebe-se que foi utilizado, no poema, o pronome “este” e suas variações, em referência a algo que, do ponto de vista espacial, está próximo do eu lírico. b) A repetição do advérbio de modo “assim” (v. 2) reforça as características físicas do eu lírico no passado. c) Em “Tão simples, tão certa, tão fácil” (v. 10), o advérbio em destaque foi empregado para atenuar as mudanças sofridas pelo eu lírico ao longo da vida. d) A substituição da expressão “em que espelho” (v. 11) por “onde” poderia ocorrer sem provocar alteração no sentido e na sintaxe do verso original. 4. (Espcex (Aman) 2016) Assinale a oração em que o termo ou expressão grifados exerce a função de Objeto Indireto. a) Cumprimentei-as respeitosamente. b) Perderam-na para sempre. c) Amava mais a ele que aos outros. d) Eu culpo a tudo e a todos. e) Obedeceu-lhe prontamente. As questões a seguir tomam por base a crônica de Luís Fernando Veríssimo. A invasão A divisão ciência/humanismo se reflete na maneira como as pessoas, hoje, encaram o computador. Resiste-se ao computador, e a toda a cultura cibernética, como uma forma de ser fiel ao livro e à palavra impressa. Mas o computador não eliminará o papel. Ao contrário do que se pensava há alguns anos, o computador não salvará as florestas. Aumentou o uso do papel em todo o mundo, e não apenas porque a cada novidade eletrônica lançada no mercado corresponde um manual de instrução, sem falar numa embalagem de papelão e num embrulho para presente. O computador estimula as pessoas a escreverem e imprimirem o que escrevem. Como hoje qualquer um pode ser seu próprio editor, paginador e ilustrador sem largar o mouse, a tentação de passar sua obra para o papel é quase irresistível. Desconfio que o que salvará o livro será o supérfluo, o que não tem nada a ver com conteúdo ou conveniência. Até que lancem computadores com cheiro sintetizado, nada substituirá o cheiro de papel e tinta nas suas duas categorias inimitáveis, livro novo e livro velho. E nenhuma coleção de gravações ornamentará uma sala com 54 o calor e a dignidade de uma estante de livros. A tudo que falta ao admirável mundo da informática, da cibernética, do virtual e do instantâneo acrescente-se isso: falta lombada. No fim, o livro deverá sua sobrevida à decoração de interiores. (O Estado de S. Paulo, 31.05.2015.) 5. (Unesp 2016) Os termos “o uso do papel” e “um manual de instrução” (1º parágrafo) se identificam sintaticamente por exercerem nas respectivas orações a função de a) objeto direto. b) predicativo do sujeito. c) objeto indireto. d) complemento nominal. e) sujeito. Leia o texto abaixo e responda à(s) questão(ões) a seguir. Onde há maior engajamento das pessoas no trabalho? Para responder essa pergunta, a consultoria Marcus Buckingham Company fez uma pesquisa em 13 países, entrevistando cerca de mil pessoas de várias empresas em cada um. Os Estados Unidos e a China estão empatados em primeiro lugar (com 19% de engajamento total cada), o que não chega a ser uma surpresa diante da potência de suas economias. Mas aí começam as novidades: em segundo lugar está a Índia, com 17% e em terceiro, o Brasil, com 16% de engajamento, acima de países como a Inglaterra, o Canadá, a Alemanha, a Itália e a França. Solicitou-se aos entrevistados hierarquizar oito afirmações básicas, como “no trabalho, sei claramente o que esperam de mim” ou “serei reconhecido se fizer um bom trabalho”. Para os autores, a diferença de engajamento em cada país seria explicada de acordo com o grau de confiança que o entrevistado teria sobre a utilização de suas capacidades pessoais no trabalho. Mas há nuances: no Brasil, assim como na França, Canadá e Argentina, a afirmação “meus colegas me apoiam” recebeu também grande destaque, enquanto na Inglaterra e na Índia se valoriza mais o fato de ter colegas que compartilhem os mesmos valores. (Adaptado de: NOGUEIRA, P. E. A preguiça é mito? Época Negócios. ago. 2015. n.102. p. 21.) 6. (Uel 2016) Com base no trecho “Solicitou-se aos entrevistados hierarquizar oito afirmações básicas”, assinale a alternativa que apresenta a sua correta reescrita. a) A hierarquia de oito afirmações básicas foi solicitada aos entrevistados. b) Hierarquizar oito afirmações básicas foi a solicitação dos entrevistados. c) Oito afirmações básicas foram solicitadas aos entrevistados hierarquizados. d) Solicitaram a hierarquia dos entrevistados através de oito afirmações básicas. e) Solicitou-se hierarquizar os entrevistados com oito afirmações básicas. 7. (Espcex (Aman) 2015) Assinale a alternativa cujo período está de acordo com a norma culta da Língua. a) Precisa-se vendedores. b) Cercou-se as cidades. c) Corrigiu-se o decreto. d) Dominou-se muitos. e) Aclamaram-se a rainha.Leia o texto abaixo e responda à(s) questão(ões) a seguir. A cavalgada, que lenta 8 subira a encosta, 9 descia- 3 a rapidamente enquanto Atanagildo, visitando os muros, 1 exortava os guerreiros da cruz a 2 pelejarem esforçadamente. Quando 4 estes souberam quais eram as intenções dos árabes acerca das virgens do mosteiro, a atrocidade do sacrilégio afugentou- 5 lhes dos corações a menor sombra de hesitação. Sobre as espadas juraram 6 todos combater e morrer como godos. Então o quingentário, a 6 quem parecia animar sobrenatural ousadia, correu ao templo. HERCULANO, A. Eurico, o presbítero. 2. ed. São Paulo: Martin Claret, 2014. p.107. 8. (Uel 2015) Sobre os elementos linguísticos presentes no texto, assinale a alternativa correta. a) O pronome “a” (ref. 3) refere-se à “cavalgada”. b) O pronome “estes” (ref. 4) refere-se a “muros”. c) O pronome “lhes” (ref. 5) refere-se a “guerreiros”. d) O pronome “todos” (ref. 6) refere-se a “árabes”. e) O pronome “quem” (ref. 7) refere-se às “virgens do mosteiro”. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Quanto à organização social de nossos selvagens, é coisa quase incrível – e dizê-la envergonhará aqueles que têm leis divinas e humanas – que, 1 apesar de serem conduzidos apenas pelo seu natural, ainda que um tanto degenerado, eles se deem tão bem e vivam em tanta paz uns com os outros. Mas com isso me refiro a cada nação em si ou às nações que sejam aliadas; pois quanto aos inimigos, já vimos em outra ocasião o tratamento terrível que lhes dispensam 2 . Porque, em ocorrendo alguma briga (o que se dá com tão pouca frequência que durante quase um ano em que com eles estive só os vi brigar duas vezes), os outros nem sequer 3 pensam em separar ou pacificar os contendores; ao contrário, se estes tiverem de arrancar-se mutuamente os olhos, 4 ninguém lhes dirá nada, e eles assim farão. 5 Todavia, se alguém for ferido por seu próximo, e se o agressor for preso, ser-lhe-á 6 infligido o mesmo ferimento no mesmo lugar do corpo, por parte dos parentes próximos do agredido, e caso este venha a morrer depois, ou caso morra na hora, os parentes do defunto tiram a vida ao assassino de um modo semelhante. De tal forma que, para dizer numa palavra, é vida por vida, olho por olho, dente por dente etc. Mas, como já disse, são coisas que raramente se veem entre eles. 2 O autor tratou do assunto no capítulo XIV, “Da guerra, combate e bravura dos selvagens”. Olivieri, Antonio Carlos e Villa, Marco Antonio. Cronistas do descobrimento. São Paulo: Ed. Ática,1999, p.69. 9. (Udesc 2015) Analise as proposições em relação à obra Cronistas do descobrimento, Antonio Carlos Olivieri e Marco Antonio Villa, e trecho retirado da mesma, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa. ( ) A leitura do texto leva o leitor a inferir que, embora se trate de um relato sobre nossos selvagens, o autor procura desmistificar a imagem de selvageria, justificado pela organização e pelo respeito social. ( ) O uso da próclise em “ninguém lhes dirá nada” (ref. 4) é justificado pela presença da palavra negativa ninguém. Se a palavra destacada for substituída por alguém, ocorrerá mesóclise: alguém dir-lhes-á nada. ( ) A leitura do texto leva o leitor a inferir que os índios viviam dentro de um esquema de normalidade e respeito. ( ) Da leitura do período “Todavia, se alguém for ferido por seu próximo” (ref. 5) infere-se que a palavra próximo está relacionada a outro selvagem e não ao homem branco. ( ) No período “ninguém lhes dirá nada” (ref. 4) em relação às palavras destacadas, sequencialmente, na sintaxe, tem-se sujeito simples e objeto indireto. 55 Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) V - F - F - V - F b) V - V - F - V - V c) F - F - V - F - V d) V - F - V - V - F e) V - F - V - V - V TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: OS HUMANOS SÃO UMA PARTE IMPORTANTE DA BIOSFERA As maravilhas do mundo natural atraem a nossa curiosidade sobre a vida e tudo que nos cerca. Para muitos de nós, nossa curiosidade sobre a Natureza e os desafios de seu estudo são razões suficientes. 1 Além disso, contudo, nossa necessidade de compreender a Natureza está se tornando mais e mais urgente, 2 à medida que o crescimento da população humana estressa a capacidade dos sistemas naturais em manter sua estrutura e funcionamento. Os ambientes que as atividades humanas dominam ou criaram – incluindo nossas áreas de vida urbanas e suburbanas, nossas terras cultivadas, nossas áreas de recreação, plantações de árvore e pesqueiros – são também ecossistemas. O bem-estar da humanidade depende de manter o funcionamento desses sistemas, sejam eles naturais ou artificiais. Virtualmente toda a superfície da Terra é, ou em breve será, fortemente influenciada por pessoas, se não completamente sob seu controle. 3 Os humanos já usurpam quase metade da produtividade biológica da biosfera. Não podemos assumir essa responsabilidade de forma negligente. 4 A população humana se aproxima da marca de 7 bilhões, e consome energia e recursos, e produz rejeitos muito além do necessário ditado pelo metabolismo biológico. Essas atividades causaram dois problemas relacionados de dimensões globais. O primeiro é o seu impacto nos sistemas naturais, incluindo a interrupção de processos ecológicos e a exterminação de espécies. O segundo é a firme e constante deterioração do próprio ambiente da espécie humana à medida que pressionamos os limites dentro dos quais os ecossistemas podem se sustentar. 5 Compreender os princípios ecológicos é um passo necessário para lidar com esses problemas. RICKLEFS, Robert E. A economia da natureza. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. p. 15. (Adaptado). 10. (Ueg 2015) Comparando-se as frases “A população humana se aproxima da marca de 7 bilhões” (ref. 4) e “Compreender os princípios ecológicos é um passo necessário para lidar com esses problemas” (ref. 5), verifica- se que os trechos sublinhados desempenham a função sintática de a) sujeito em ambas as orações. b) objeto na primeira oração e sujeito na segunda. c) objeto em ambas as orações. d) sujeito na primeira oração e objeto na segunda. 11. (Ufsm 2014) Leia o texto a seguir para responder à questão. Checkup x investigação Os médicos empregam o termo checkup para se referir a exames que avaliam a condição específica – o estado das mamas ou o perfil de colesterol – antes da presença de sintomas. Mas, quando as queixas já aparecem, fala-se de investigação diagnóstica – testes 1 são solicitados para descobrir o que anda errado. Um exemplo é a endoscopia, que 2 é prescrita diante de reclamações como queimação e dores de estômago. A seguir, apresenta-se uma seleção de testes indispensáveis em algum momento da vida. Pressão arterial É a conferência da pressão do paciente por meio de um aparelho. O exame costuma ser feito a partir dos 18 anos – mas deveria ser requisitado ainda na infância. Precisa ser repetido, no mínimo, uma vez por ano. Detecta alterações na pressão arterial e diagnostica a hipertensão, fator de risco para infartos e derrames. Hemograma É o exame de sangue que registra o estoque de células vermelhas e brancas. É solicitado desde a infância. A menos que haja algum motivo, pode ser refeito anualmente. Sinaliza o estado do sangue e do sistema imunológico, acusando problemas como infecções. Coleste rol e glicemia São testes sanguíneos que avaliam a concentração de gorduras e de açúcar na circulação. Podem ser receitados desde a infância, mas depois dos 18 anos a indicação ganha ainda mais consistência. Depois dos 40 anos, recomenda-se repeti-los anualmente. Flagram altos níveis de colesterol e triglicérides, que favorecem as placas capazes de obstruir os vasos. Já a medida deglicose acusa a propensão ao diabete. SPONCHIATO, Diogo. “O que É um checkup inteligente”. Saúde! é vital, mar. 2011, p. 46- 47. (adaptado) Com relação aos procedimentos linguísticos usados no texto e à estrutura composicional, a alternativa que apresenta uma análise INADEQUADA é a seguinte: a) As informações sobre os exames citados estão organizadas nesta sequência: definição, periodicidade e motivo. b) O emprego de verbos no presente do Indicativo corrobora a exposição de afirmações gerais que podem ser válidas para casos particulares. c) A ausência da primeira pessoa do singular neutraliza a figura do enunciador, indicando que o conteúdo do texto não é mera opinião. d) O uso das estruturas passivas “são solicitados” (ref. 1) e “é prescrita” (ref. 2) inclui os médicos como sujeito paciente. e) A apresentação dos motivos para a realização dos exames é Introduzida por verbos que pertencem ao mesmo padrão frasal. 12. (Espcex (Aman) 2013) Assinale a alternativa correta quanto à classificação do sujeito, respectivamente, para cada uma das orações abaixo. — Choveu pedra por no mínimo 20 minutos. — Vende-se este imóvel. — Fazia um frio dos diabos naquele dia. a) indeterminado, inexistente, simples b) oculto, simples, inexistente c) inexistente, inexistente, inexistente d) oculto, inexistente, simples e) simples, simples, inexistente 56 13. (Insper 2012) O que motivou o apito do juiz foi a) a necessidade de empregar a ênclise para seguir a norma padrão. b) o uso de um objeto direto no lugar de um objeto indireto. c) a opção pelo pronome pessoal oblíquo “o” em vez de “a”. d) a obrigatoriedade da mesóclise nessa construção linguística. e) a transgressão às regras de concordância nominal relacionadas ao pronome. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A ameaça de uma bomba atômica está mais viva do que nunca. Os conflitos 5 étnicos mataram quase 200 chineses só no mês de julho. Agora uma boa notícia: a paz mundial pode estar a caminho. Segundo estimativas de pesquisadores, o mundo está bem menos sangrento do que já foi. Cerca de 250 mil pessoas morrem por ano em consequência de algum conflito armado. É bem menos do que no século 20, que teve 800 mil mortes anuais em sua 2ª. metade e 3,8 milhões por ano até 1950. O que aconteceu? O psicólogo Steven Pinker 6 diz que o aumento do número de democracias ajudou. Assim como a nossa saúde 1 : como a expectativa de vida subiu, temos mais medo de 3 arriscar o pescoço. 4 Até a globalização teria contribuído 2 : um mundo mais integrado é um mundo mais tolerante, diz Pinker. Revista Superinteressante 14. (Mackenzie 2010) Os conflitos étnicos mataram quase 200 chineses só no mês de julho. De acordo com a norma padrão, passando-se essa frase para a voz passiva analítica, a forma verbal correspondente será: a) foram mortos. b) estavam sendo mortos. c) eram mortos. d) matou-se. e) morreram. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Logo depois, transferiu-se para o trapiche [local destinado à guarda de mercadorias para importação ou exportação] o depósito dos objetos que o trabalho do dia lhes proporcionava. Estranhas coisas entraram então para o trapiche. Não mais estranhas, porém, que aqueles meninos, moleques de todas as cores e de idades, as mais variadas, desde os 9 aos 16 anos, que à noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte e dormiam, indiferentes ao vento que circundava o casarão uivando, indiferentes à chuva que muitas vezes os lavava, mas com os olhos puxados para as luzes dos navios, com os ouvidos presos às canções que vinham das embarcações. . . (AMADO, Jorge. O trapiche. Capitães de Areia. São Paulo: Livraria Martins Ed., 1937. Adaptado.) 15. (Fatec 2010) Assinale a alternativa em que o verbo destacado tem como sujeito aquele apresentado entre colchetes. a) Logo depois transferiu-se para o trapiche o depósito dos objetos... [os objetos] b) ... o depósito dos objetos que o trabalho do dia lhes proporcionava. [o depósito dos objetos] c) Estranhas coisas entraram então para o trapiche. [estranhas coisas] d) ... indiferentes ao vento que circundava o casarão uivando... [o casarão] e) ... com os ouvidos presos às canções que vinham das embarcações. . . [as embarcações] 16. (Ufpr 2006) Em que alternativa a forma passiva apresentada em 2 conserva as mesmas relações de sentido da forma ativa apresentada em 1? a) 1 - O diretor pretende demitir o funcionário suspeito de fraude. 2 - O funcionário suspeito de fraude pretende ser demitido pelo diretor. b) 1 - O diretor gostaria de demitir o funcionário suspeito de fraude. 2 - O funcionário suspeito de fraude gostaria de ser demitido pelo diretor. c) 1 - O diretor tentou demitir o funcionário suspeito de fraude. 2 - O funcionário suspeito de fraude tentou ser demitido pelo diretor. d) 1 - O diretor custou a demitir o funcionário suspeito de fraude. 2 - O funcionário suspeito de fraude custou a ser demitido pelo diretor. e) 1 - O diretor quer demitir o funcionário suspeito de fraude. 2 - O funcionário suspeito de fraude quer ser demitido pelo diretor. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 1 Dois passageiros em uma cabine de trem. Apossaram-se das mesinhas, cabines e bagageiros e 6 se instalaram à vontade. 11 Jornais, casacos e bolsas ocupam os assentos vazios. 2 A porta 7 se abre e 8 entram dois outros viajantes. 3 Não são vistos com bons olhos. Os dois primeiros passageiros, 4 mesmo que não se conheçam, comportam-se com uma solidariedade notável. Há uma nítida relutância em desocuparem os assentos vazios 12 e deixarem que os lançado recém-lançado-chegados também 9 se acomodem. A cabine do trem tornou-se território seu, para disporem dele a seu bel-prazer, 13 e cada novo passageiro que entra é considerado um intruso. Esse comportamento 10 não pode ser justificado racionalmente - está arraigado mais a fundo. (...) O próprio vagão do trem é um domicílio transitório, um lugar que serve apenas para mudar de lugar. O passageiro é a negação da pessoa sedentária. Trocou seu território real por um virtual. 5 Apesar disso, ele defende sua moradia temporária com um carrancudo ressentimento. Hans Magnus Enzensberger. O vagão humano (fragmento). In: Veja 25 anos - reflexões para o futuro. 17. (Pucrs 2005) Indique o tipo de relação estabelecida entre o sujeito (Coluna I) e a ação expressa pelo verbo (Coluna II). COLUNA I 1. O sujeito é agente da ação verbal. 2. O sujeito é paciente da ação verbal. 3. O sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente da ação verbal. COLUNA II ( ) "se instalaram" (ref. 6) ( ) "se abre" (ref. 7) ( ) "entram" (ref. 8) ( ) "se acomodem" (ref. 9) ( ) "não pode ser justificado" (ref.10) 57 A numeração correta dos parênteses, de cima para baixo, é a) 1 - 1 - 1 - 3 - 2 ‘ b) 2 - 2 - 1 - 3 - 3 c) 2 - 1 - 3 - 3 - 3 d) 3 - 1 - 1 - 2 - 2 e) 3 - 2 - 1 - 3 - 2 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Olhar para o céu noturno é quase um privilégio em nossa atribulada e iluminada vida moderna. (...) Companhias de turismo deveriam criar "excursões noturnas", em que grupos de pessoas são transportados até pontos estratégicos para serem instruídos por um astrônomo sobre as maravilhas do céu noturno. Seria o nascimento do "turismo astronômico", que complementaria perfeitamente o novo turismo ecológico. E por que não? Turismo astronômico ou não, talvez a primeira impressão ao observarmos o céu noturno seja uma enorme sensação de paz, de permanência, de profunda ausência de movimento, fora um eventual avião ou mesmo um satélite distante (uma estrela que se move!). Vemos incontáveis estrelas, emitindo sua radiação eletromagnética, perfeitamente indiferentes às atribulações humanas. Essa visão pacatados céus é completamente diferente da visão de um astrofísico moderno. As inocentes estrelas são verdadeiras fornalhas nucleares, produzindo uma quantidade enorme de energia a cada segundo. A morte de uma estrela modesta como o Sol, por exemplo, virá acompanhada de uma explosão que chegará até a nossa vizinhança, transformando tudo o que encontrar pela frente em poeira cósmica. (O leitor não precisa se preocupar muito. O Sol ainda produzirá energia "docilmente" por mais uns 5 bilhões de anos.) (Marcelo Gleiser, Retalhos cósmicos) 18. (Fuvest 2004) Transpondo-se corretamente para a voz ativa a oração "para serem instruídos por um astrônomo (...)", obtém-se: a) para que sejam instruídos por um astrônomo (...). b) para um astrônomo os instruírem (...). c) para que um astrônomo lhes instruíssem (...). d) para um astrônomo instruí-los (...). e) para que fossem instruídos por um astrônomo (...). 19. (Fgv 2003) Assinale a alternativa em que o pronome VOCÊ exerça a função de sujeito do verbo destacado. a) CABE a você alcançar aquela peça do maleiro. b) Não ENCHAS o balão de ar, pois ele pode ser levado pelo vento. c) Ao CHEGAR, vi você perambulando pelo shopping center da Mooca. d) Ei, você, posso ENTRAR por esta rua? e) Na Estação Trianon-Masp desceu a Angelina; na Consolação, DESCEU você. 20. (Pucpr 2003) Assinale a alternativa que contém uma oração sem sujeito. a) No momento, doem-me muito os dentes. b) Para alguns, ainda havia esperança. c) Lentamente chegava a noite. d) Na repartição, existiam muitos documentos secretos. e) Nada se fazia de proveitoso. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Amava Simão uma sua vizinha, menina de quinze anos, rica herdeira, regularmente bonita e bem-nascida. Da janela do seu quarto é que ele a vira a primeira vez, para amá-la sempre. Não ficara ela incólume da ferida que fizera no coração do vizinho: amou-o também, e com mais seriedade que a usual nos seus anos. Os poetas cansam-nos a paciência a falarem do amor da mulher aos quinze anos, como paixão perigosa, única e inflexível. Alguns prosadores de romances dizem o mesmo. Enganam-se ambos. O amor dos quinze anos é uma brincadeira; é a última manifestação do amor às bonecas; é a tentativa da avezinha que ensaia o voo fora do ninho, sempre com os olhos fitos na ave-mãe, que a está da fronde próxima chamando; tanto sabe a primeira o que é amar muito, como a segunda o que é voar para longe. Teresa de Albuquerque devia ser, porventura, uma exceção no seu amor. Camilo Castelo Branco - Amor de perdição 21. (Mackenzie 2003) "Da janela do seu quarto é que ELE A VIRA PELA PRIMEIRA VEZ". Passando-se a oração em destaque para a voz passiva analítica, a forma verbal correspondente é a) foi vista. b) havia visto. c) estava sendo visto. d) seria vista. e) fora vista. 22. (Fgv) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da frase: "Eu ____ encontrei ontem, mas não ____ reconheci porque ____ anos que não ____ via." a) lhe, lhe, há, lhe. b) o, o, haviam, o. c) lhe, o, havia, lhe. d) o, lhe, haviam, o. e) o, o, havia, o. 23. (Fgv 2002) Assinale a alternativa em que ESTRELAS tem a mesma função sintática que em: "Brilham no alto as estrelas." a) Querem erguer-se às estrelas. b) Gostavam de contemplar as estrelas. c) Seus olhos tinham o brilho das estrelas. d) Fui passear com as estrelas do tênis. e) As estrelas começavam a surgir. 24. (Ufpe) Assinale a alternativa em que se faz uma afirmação inaceitável em relação aos recursos gramaticais destacados no texto. a) Na expressão 'OUTRO esporte', a palavra destacada constitui um recurso de coesão que relaciona o núcleo da expressão a 'futebol', referido anteriormente. b) Nesse trecho, o pronome de 1a pessoa do plural, 'nós', tem como referente os brasileiros em geral. c) Em "Seria um caso incurável de carência de colonizador", o verbo ser, no futuro do pretérito, indica que o autor preferiu não ser taxativo em sua apreciação. d) O verbo 'chamar' encontra-se no modo subjuntivo, indicando que o autor não tem certeza de que a ação possa realizar-se. e) Na última oração do texto, 'mesmo' foi aí inserido para reforçar a avaliação do autor. 25. (Pucpr) Observe a frase que segue: "Não posso lhe garantir QUE TODOS ESTARÃO PRESENTES À SUA FESTA DE FORMATURA". Do enunciado acima, pode-se afirmar que a parte destacada desempenha a função de: a) sujeito de POSSO, b) objeto direto de POSSO, c) objeto indireto de POSSO, d) objeto direto de GARANTIR, e) objeto indireto de GARANTIR. 58 Gabarito: Resposta da questão 1: [B] O verbo “informou” está na voz passiva sintética e é seguido pela partícula apassivadora “se” e pelo sujeito paciente (“a novidade”). Resposta da questão 2: [C] Nas alternativas [A], [B] e [D], os verbos (“ouvia-se”, “perdeu- se”, “construíram-se”) estão na voz passiva sintética e são acompanhados de sujeitos pacientes (“o barulho”, “um gato de estimação” e “casas e apartamentos”). O mesmo não ocorre na [C], em que o verbo “precisar” é transitivo indireto, “de novos candidatos militares” é objeto direto e o “se” é o índice de indeterminação do sujeito. Assim, a única alternativa correta é a [C]. Resposta da questão 3: [A] A repetição do advérbio “assim” reforça as características do eu lírico no presente e não no passado. Desse modo, a alternativa [B] está incorreta. Quanto à alternativa [C], ela está incorreta porque o advérbio intensifica as mudanças sofridas pelo eu lírico. Por fim, não está correta a alternativa [D]. A substituição mencionada, embora possível em termos de sintaxe, provoca alteração de sentido, já que “espelho” é um objeto específico e dialoga com o contexto do poema enquanto “onde” é por demais abrangente. Resposta da questão 4: [E] Em todas as opções, os termos grifados exercem função de objeto direto, sendo que em [C] e [D] esse objeto direto se apresenta preposicionado. Apenas em [E], o termo “lhe” exerce função sintática de objeto indireto. Resposta da questão 5: [E] É correta a alternativa [E], pois os termos “o uso do papel” e “um manual de instrução” exercem função de sujeito em orações em ordem inversa, ou seja, em orações em que aparecem depois do predicado. Resposta da questão 6: [A] A frase original apresenta-se na voz passiva sintética (SUJEITO PACIENTE – “hierarquizar oito afirmações básicas” + PREDICADO – “solicitou”, verbo no pretérito perfeito indicativo, concordando com o sujeito + pronome apassivador “se” + “aos entrevistados”, objeto indireto). A transposição equivalente para a voz passiva analítica é corretamente assinalada em [A]: “A hierarquia de oito afirmações básicas foi solicitada aos entrevistados”. Resposta da questão 7: [C] Estão incorretas as alternativas [A], [B], [D] e [E]. O correto seria: [A] Precisa-se de vendedores. O sujeito é indeterminado, por isso está correta a flexão do verbo no singular (“precisa”); porém “precisar” é verbo transitivo indireto, assim é necessária a preposição “de”. [B] Cercaram-se as cidades. [D] Dominaram-se muitos. Nos dois casos, [B] e [D], os verbos estão na voz passiva sintética, assim deve ser feita a concordância com o sujeito: “as cidades” e “muitos”. [E] Aclamou-se a rainha. O verbo está na voz passiva sintética, assim deve ser feita a concordância com o sujeito: “a rainha”. Resposta da questão 8: [C] As alternativas [B] e [D] estão incorretas porque, assim como na alternativa [C], os pronomes referem-se a “guerreiros”. Também está incorreta a alternativa [A], porque o pronome “a” refere-se à “encosta”. Igualmente errada é a alternativa [E], já que o pronome “quem” se refere à palavra “quingentário”. Resposta da questão 9: [D] [V] O texto leva-nos crer que os índios vivem bastantefelizes e convivem muito bem uns com os outros. [F] Tanto o pronome ninguém como alguém atraem o pronome oblíquo para si, logo, não haverá alteração no que concerne à colocação pronominal no caso de uma suposta mudança. [V] Segundo os autores, os índios vivam em um clima de normalidade e respeito: (...) apesar de serem conduzidos apenas pelo seu natural, ainda que um tanto degenerado, eles se deem tão bem e vivam em tanta paz uns com os outros. [V] A referência ao próximo tem a ver com outro índio, faz parte da cultura silvícola. [F] As palavras destacadas são sujeito simples e objeto direto respectivamente. Resposta da questão 10: [A] No primeiro trecho, a expressão sublinhada exerce função de sujeito simples da oração coordenada assindética. No segundo, o item destacado também exerce função de sujeito na oração principal do período. Resposta da questão 11: [D] A alternativa [D] é incorreta, pois em nenhuma das duas estruturas está expresso o agente da voz passiva. Resposta da questão 12: [E] Na primeira oração, existe sujeito simples (“pedra”), pois o verbo “chover” usado em sentido figurado deixa de ser impessoal e passa a ser pessoal. Na segunda, a construção da oração na voz passiva sintética apresenta sujeito simples (“este imóvel”). Na terceira, o verbo “fazer” é usado com o sentido de tempo, portanto impessoal, constituindo oração com sujeito inexistente. Resposta da questão 13: [B] No primeiro quadro, observa-se falha gramatical na fala da cobra que usa o pronome oblíquo “o” em vez de “lhe”. O verbo “escapar” é transitivo indireto, exigindo assim o pronome com essa função, o que valida a opção [B]. Resposta da questão 14: [A] A frase na voz ativa tem o verbo “matar” conjugado no pretérito perfeito. Na passagem para a voz passiva analítica, forma-se uma locução verbal na qual o verbo “matar” (no particípio irregular) recebe um auxiliar (foram) também conjugado no pretérito perfeito do indicativo. Resposta da questão 15: [C] “Estranhas coisas” praticam a ação verbal de entrar para o trapiche, por isso o verbo estar conjugado no plural, concordando com o seu sujeito. Resposta da questão 16: [D] Resposta da questão 17: [E] Resposta da questão 18: [D] Resposta da questão 19: [E] Resposta da questão 20: [B] Resposta da questão 21: [E] Resposta da questão 22: [E] Resposta da questão 23: [E] Resposta da questão 24: [D] Resposta da questão 25: [D] 59 QUESTÕES SENSACIONAIS DE GRAMÁTICA NO ENEM 1. (Enem 2017) João/Zero (Wagner Moura) é um cientista genial, mas infeliz porque há 20 anos atrás foi humilhado publicamente durante uma festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma antiga e eterna paixão. Certo dia, uma experiência com um de seus inventos permite que ele faça uma viagem no tempo, retornando para aquela época e podendo interferir no seu destino. Mas quando ele retorna, descobre que sua vida mudou totalmente e agora precisa encontrar um jeito de mudar essa história, nem que para isso tenha que voltar novamente ao passado. Será que ele conseguirá acertar as coisas? Disponível em: http://adorocinema.com. Acesso em: 4 out. 2011. Qual aspecto da organização gramatical atualiza os eventos apresentados na resenha, contribuindo para despertar o interesse do leitor pelo filme? a) O emprego do verbo haver, em vez de ter, em “há 20 anos atrás foi humilhado”. b) A descrição dos fatos com verbos no presente do indicativo, como “retorna” e “descobre”. c) A repetição do emprego da conjunção “mas” para contrapor ideias. d) A finalização do texto com a frase de efeito “Será que ele conseguirá acertar as coisas?”. e) O uso do pronome de terceira pessoa “ele” ao longo do texto para fazer referência ao protagonista “João/Zero”. 2. (Enem 2015) Em junho de 1913, embarquei para a Europa a fim de me tratar num sanatório suíço. Escolhi o de Clavadel, perto de Davos-Platz, porque a respeito dele me falara João Luso, que ali passara um inverno com a senhora. Mais tarde vim a saber que antes de existir no lugar um sanatório, lá estivera por algum tempo Antônio Nobre. “Ao cair das folhas”, um de seus mais belos sonetos, talvez o meu predileto, está datado de “Clavadel, outubro, 1895”. Fiquei na Suíça até outubro de 1914. BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985. No relato de memórias do autor, entre os recursos usados para organizar a sequência dos eventos narrados, destaca- se a a) construção de frases curtas a fim de conferir dinamicidade ao texto. b) presença de advérbios de lugar para indicar a progressão dos fatos. c) alternância de tempos do pretérito para ordenar os acontecimentos. d) inclusão de enunciados com comentários e avaliações pessoais. e) alusão a pessoas marcantes na trajetória de vida do escritor. 3. (Enem 2015) TEXTO I Um ato de criatividade pode contudo gerar um modelo produtivo. Foi o que ocorreu com a palavra sambódromo, criativamente formada com a terminação -(ó)dromo (= corrida), que figura em hipódromo, autódromo, cartódromo, formas que designam itens culturais da alta burguesia. Não demoraram a circular, a partir de então, formas populares como rangódromo, beijódromo, camelódromo. AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008. TEXTO II Existe coisa mais descabida do que chamar de sambódromo uma passarela para desfile de escolas de samba? Em grego, -dromo quer dizer “ação de correr, lugar de corrida”, dai as palavras autódromo e hipódromo. É certo que, às vezes, durante o desfile, a escola se atrasa e é obrigada a correr para não perder pontos, mas não se desloca com a velocidade de um cavalo ou de um carro de Formula 1. GULLAR, F. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 ago, 2012. Há nas línguas mecanismos geradores de palavras. Embora o Texto II apresente um julgamento de valor sobre a formação da palavra sambódromo, o processo de formação dessa palavra reflete a) o dinamismo da língua na criação de novas palavras. b) uma nova realidade limitando o aparecimento de novas palavras. c) a apropriação inadequada de mecanismos de criação de palavras por leigos. d) o reconhecimento da impropriedade semântica dos neologismos. e) a restrição na produção de novas palavras com o radical grego. 4. (Enem 2015) A rapidez é destacada como uma das qualidades do serviço anunciado, funcionando como estratégia de persuasão em relação ao consumidor do mercado gráfico. O recurso da linguagem verbal que contribui para esse destaque é o emprego a) do termo “fácil” no início do anúncio, com foco no processo. b) de adjetivos que valorizam a nitidez da impressão. c) das formas verbais no futuro e no pretérito, em sequência. d) da expressão intensificadora “menos do que” associada à qualidade. e) da locução “do mundo” associada a “melhor”, que quantifica a ação. 60 5. (Enem 2013) Nessa charge, o recurso morfossintático que colabora para o efeito de humor está indicado pelo(a) a) emprego de uma oração adversativa, que orienta a quebra da expectativa ao final. b) uso de conjunção aditiva, que cria uma relação de causa e efeito entre as ações. c) retomada do substantivo “mãe”, que desfaz a ambiguidade dos sentidos a ele atribuídos d) utilização da forma pronominal “la”, que reflete um tratamento formal do filho em relação à “mãe”. e) repetição da forma verbal “é”, que reforça a relação de adição existente entre as orações. 6. (Enem 2013) Novas tecnologias Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das novas tecnologias, principalmente aquelas ligadas às atividades de telecomunicações. Expressões frequentes como “o futuro já chegou”, “maravilhas tecnológicas” e “conexão total com o mundo” “fetichizam”novos produtos, transformando-os em objetos do desejo, de consumo obrigatório. Por esse motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro” tão festejado. Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático perverso, ou de um aparelho capitalista controlador. Há perversão, certamente, e controle, sem sombra de dúvida. Entretanto, desenvolvemos uma relação simbiótica de dependência mútua com os veículos de comunicação, que se estreita a cada imagem compartilhada e a cada dossiê pessoal transformado em objeto público de entretenimento. Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos aprisionar, por espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista com as estruturas midiáticas, na qual tanto controlamos quanto somos controlados. SAMPAIO, A. S. “A microfísica do espetáculo”. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 1 mar. 2013 (adaptado). Ao escrever um artigo de opinião, o produtor precisa criar uma base de orientação linguística que permita alcançar os leitores e convencê-los com relação ao ponto de vista defendido. Diante disso, nesse texto, a escolha das formas verbais em destaque objetiva a) criar relação de subordinação entre leitor e autor, já que ambos usam as novas tecnologias. b) enfatizar a probabilidade de que toda população brasileira esteja aprisionada às novas tecnologias. c) indicar, de forma clara, o ponto de vista de que hoje as pessoas são controladas pelas novas tecnologias. d) tornar o leitor copartícipe do ponto de vista de que ele manipula as novas tecnologias e por elas é manipulado. e) demonstrar ao leitor sua parcela de responsabilidade por deixar que as novas tecnologias controlem as pessoas. 7. (Enem 2010) Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas. LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da organização, estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas a) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto. b) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase. c) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase. d) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor. e) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso. 8. (Enem 2010) Carnavália Repique tocou O surdo escutou E o meu corasamborim Cuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou por mim? […] ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 (fragmento). No terceiro verso, o vocábulo “corasamborim”, que é a junção coração + samba + tamborim, refere-se, ao mesmo tempo, a elementos que compõem uma escola de samba e a situação emocional em que se encontra o autor da mensagem, com o coração no ritmo da percussão. Essa palavra corresponde a um(a) a) estrangeirismo, uso de elementos linguísticos originados em outras línguas e representativos de outras culturas. b) neologismo, criação de novos itens linguísticos, pelos mecanismos que o sistema da língua disponibiliza. c) gíria, que compõe uma linguagem originada em determinado grupo social e que pode vir a se disseminar em uma comunidade mais ampla. d) regionalismo, por ser palavra característica de determinada área geográfica. e) termo técnico, dado que designa elemento de área específica de atividade. 9. (Enem 2010) O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma forte marcação no meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os zagueiros rubro-negros. Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar a área alvinegra por causa do bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área. No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita de Ibson, a zaga alvinegra rebateu a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou por cima do goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo da rede quase que em cima da linha: Flamengo 1 a 0. Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com (adaptado). 61 O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009, contém vários conectivos, sendo que a) após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a bola de cabeça. b) enquanto tem um significado alternativo, porque conecta duas opções possíveis para serem aplicadas no jogo. c) no entanto tem significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em ordem cronológica de ocorrência. d) mesmo traz ideia de concessão, já que “com mais posse de bola”, ter dificuldade não é algo naturalmente esperado. e) por causa de indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo motivaram o Botafogo a fazer um bloqueio. 10. (Enem 2009) A linguagem da tirinha revela a) o uso de expressões linguísticas e vocabulário próprios de épocas antigas. b) o uso de expressões linguísticas inseridas no registro mais formal da língua. c) o caráter coloquial expresso pelo uso do tempo verbal no segundo quadrinho. d) o uso de um vocabulário específico para situações comunicativas de emergência. e) a intenção comunicativa dos personagens: a de estabelecer a hierarquia entre eles. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 11. (Enem 2009) Os principais recursos utilizados para envolvimento e adesão do leitor à campanha institucional incluem a) o emprego de enumeração de itens e apresentação de títulos expressivos. b) o uso de orações subordinadas condicionais e temporais. c) o emprego de pronomes como “você” e “sua” e o uso do imperativo. d) a construção de figuras metafóricas e o uso de repetição. e) o fornecimento de número de telefone gratuito para contato. 12. (Enem 2002) "Narizinho correu os olhos pela assistência. Não podia haver nada mais curioso. Besourinhos de fraque e flores na lapela conversavam com baratinhas de mantilha e miosótis nos cabelos. Abelhas douradas, verdes e azuis, falavam mal das vespas de cintura fina - achando que era exagero usarem coletes tão apertados. Sardinhas aos centos criticavam os cuidados excessivos que as borboletas de toucados de gaze tinham com o pó das suas asas. Mamangavas de ferrões amarrados para não morderem. E canários cantando, e beija-flores beijando flores, e camarões camaronando, e caranguejos caranguejando, tudo que é pequenino e não morde, pequeninando e não mordendo." (LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. São Paulo: Brasiliense, 1947.) No último período do trecho, há uma série de verbos no gerúndio que contribuem para caracterizar o ambiente fantástico descrito. Expressões como "camaronando", "caranguejando" e "pequeninando e não mordendo" criam, principalmente, efeitos de a) esvaziamento de sentido. b) monotonia do ambiente. c) estaticidade dos animais. d) interrupção dos movimentos. e) dinamicidade do cenário. 13. (Enem 2001) Nas conversas diárias, utiliza-se frequentemente a palavra "próprio" e ela se ajusta a várias situações. Leia os exemplos de diálogos: I. - A Vera se veste diferente! - É mesmo,será alterada. c) No primeiro quadrinho, se o termo “exclusivamente” for substituído por “urgentemente”, a classe gramatical será mantida, mas o sentido será alterado. d) O sentido do texto é produzido somente pela linguagem verbal; o humor, em contrapartida, é gerado exclusivamente pela linguagem não verbal. e) As expressões “tim-tim” (1º quadrinho) e “saúde” (2º quadrinho) são utilizadas com a mesma função: brindar o momento. 20. (G1 - ifsul 2016) Julgue as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F). ( ) As paroxítonas “ideia” e “apoia” não são acentuadas, já as oxítonas terminadas pelos ditongos abertos, como “coronéis” e “heróis”, recebem acento gráfico para marcar a sílaba tônica. ( ) As palavras compostas por prefixação “anti- inflamatório”, “autossustentável” e “inter-relacionar” são grafadas sem o uso do hífen. ( ) A palavra “justiçamento” é formada por derivação sufixal, sendo que é acrescentado o sufixo -mento ao substantivo “justiça”. ( ) As palavras homônimas “trânsito” e “transita” classificam-se respectivamente como proparoxítona e paroxítona. A sequência correta, de cima para baixo, é a) V – F – V – V. b) F – V – F – F. c) V – F – V – F. d) F – V – F – V. 8 GABARITO COMENTADO: Resposta da questão 1: [B] Em [B], todas as palavras são paroxítonas acentuadas: jú-ri fós-sil hí-fen ab-dô-men o-á-sis Resposta da questão 2: [D] Em [D], há quatro proparoxítonas: má-xi-ma, mú-si-ca, al-fân-de- ga, obs-tá-cu-lo. Resposta da questão 3: [C] Ao suprimir o acento gráfico das palavras transcritas em [A], [B], [D] e [E], daríamos origem a outras palavras: 1ª pessoa do singular presente do indicativo do verbo dialogar (dialogo), 1ª ou 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo do verbo atar (ate), conjunção coordenativa aditiva (e) e 3ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo musicar (musico) respectivamente. Assim, é correta a alternativa [C], pois “Análogo” é o único vocábulo que só pode ser empregado com acento gráfico. Resposta da questão 4: [E] [I] Incorreta: nem sempre ocorre crase antes de dias da semana. Nesse caso, não há crase já que não há artigo definido antecedendo “sexta-feira”, há somente a preposição “a”. [IV] Incorreta: a pontuação está incorreta, uma vez que jamais se deve separar o sujeito do verbo. Resposta da questão 5: [C] A palavra “saudável” é acentuada por ser paroxítona terminada em “l”. A palavra “petrolífera” é acentuada por ser proparoxítona. Assim, o único par que apresenta uma paroxítona terminada em “l” e uma proparoxítona é o contido na letra [C]. Resposta da questão 6: [B] [1] Verdadeira. As palavras “temíveis”, “prélios”, “vitória” e “prodígios” comprovam que paroxítonas terminadas em ditongo hoje são acentuadas, ao contrário do que ocorria no momento de publicação da obra referida. [2] Falsa. As formas verbais “alteião-se”, “assombrão” e “incitão” indicam conjugação no presente do indicativo. [3] Verdadeira. As formas verbais “alteião-se”, “assombrão” e “incitão” indicam conjugação no presente do indicativo; hoje, no entanto, a grafia dos verbos conjugados no presente do indicativo se dá pelo uso da consoante –m; já os conjugados no futuro do indicativo e do subjuntivo são grafados com “- ão”. [4] Falsa. Os monossílabos tônicos terminados em –a, caso do recorrente “já” – permanecem sendo acentuados. Resposta da questão 7: [E] [A] Incorreta: “parâmetro”, “líquido” e “ênfase” são proparoxítonas, já “tórax” e “álbuns” são paroxítonas. [B] Incorreta: “lágrima” é proparoxítona e as outras palavras são paroxítonas. [C] Incorreta: “ética” e “círculo” são proparoxítonas, já “bíceps” e “órfão” são paroxítonas e “picolés” é oxítona. [D] Incorreta: “prótese”, “epígrafe” e “hábito” são proparoxítonas, já “lápis” e “néctar” são paroxítonas. [E] Correta: todas as palavras são oxítonas. Resposta da questão 8: [A] [B] Incorreta: “há” e “já” são monossílabas e, portanto, não possuem “última sílaba”, não podendo ser oxítonos. [C] Incorreta: “química” e “orgânicos” de fato são proparoxítonas, mas “compostável” é paroxítona, pois possui a penúltima sílaba tônica. [D] Incorreta: “disponível” é uma paroxítona, pois possui a penúltima sílaba tônica. [E] Incorreta: enquanto “países”, “saúde” e “água” são paroxítonas, “dióxido” é proparoxítona. Resposta da questão 9: [D] As palavras em [A], [B], [C] e [E] devem ser respectivamente acentuadas como: pelos, cefaleia, pera, polo. Resposta da questão 10: [E] De acordo com o novo acordo ortográfico, toda oxítona (palavra cuja sílaba tônica é a última) terminada em “a”, “e” e “o”, seguidas ou não de “s”. Assim, somente em [E] vemos apenas palavras com a última sílaba tônica, terminadas em “o” e “e”. Resposta da questão 11: [D] monossílabos: há oxítonas: a-lém, pa-ís, tam-bém, paroxítonas: mé-dio, re-fe-rên-cia, bô-nus, ní-vel, pró-pria proparoxítonas: e-co-nô-mi-co, a-ná-li-se Apesar de em [C] só termos oxítonas, estas não são acentuadas pela mesma regra: enquanto “além” e “também” são acentuadas por serem oxítonas terminadas em “em”, “país” é acentuada por apresentar “i” em hiato. Já em [D] todas são acentuadas por serem paroxítonas terminadas em “l”, “us” ou ditongo oral. Resposta da questão 12: [C] [A] Incorreta: em ambas as palavras o acento justifica-se por se tratar de uma proparoxítona. [B] Incorreta: a crase nas duas expressões justifica-se pela junção do artigo feminino “a”, que antecede o substantivo feminino, com a preposição “a”. [D] Incorreta: “mesmo” foi utilizado no sentido de equivalência, assim, trata-se de um só Deus e não de dois distintos. Resposta da questão 13: [A] O substantivo “compatibilidade” continua sendo uma paroxítona, uma vez que a sílaba tônica é a penúltima “da”. Resposta da questão 14: [A] 3a alternativa – falsa: no segundo quadrinho, Susanita se irrita com a reclamação de Mafalda, pois a amiga também faz várias perguntas. Resposta da questão 15: 9 [E] [I] Incorreta: a palavra “símbolo” é uma proparoxítona e, portanto, é acentuada. [II] Incorreta: a expressão não deve ser grafada com hífen. [V] Incorreta: não há acento em “que” nesse caso. Resposta da questão 16: [E] [A] Incorreta: o certo seria “céu” e “ciberespaço”. [B] Incorreta: o certo seria “anéis” e “bem-vindo”. [C] Incorreta: o certo seria “paranoia” e “pseudociência”. [D] Incorreta: o certo seria “assembleia” e “malcriado”. Resposta da questão 17: [D] Todas as palavras são monossílabos tônicos, exceto “após” que é uma oxítona. Resposta da questão 18: [C] Verbo ler: no plural da terceira pessoa é conjugado como “leem”. Verbo ter: no plural da terceira pessoa recebe acento circunflexo (têm), para diferenciá-lo do singular (tem). Verbo ver: a frase faz referência à ação de ver, já que as pessoas olham as manchetes curtas. O verbo “ver” conjugado na terceira pessoa do plural tem a forma “veem”, diferente do verbo “vir”, que na terceira pessoa do plural tem a forma “vêm”. Resposta da questão 19: [C] [A] Incorreta: “será” é acentuada por ser uma oxítona terminada em “a”, ao passo que “já” é acentuada por ser um monossílabo terminado em “a”. [B] Incorreta: a classe gramatical continuará sendo a mesma (adjetivo). [D] Incorreta: tanto o humor quanto o sentido do texto são produzidos a partir da mistura entre a linguagem verbal e a não verbal. [E] Incorreta: no primeiro quadrinho, a expressão “tim-tim” é utilizada para se referir a cada detalhe. Já a expressão “saúde” é utilizada com a função de brindar o momento. Resposta da questão 20: [A] 2ª Afirmativa: Falsa – As palavras “anti-inflamatório” e “inter- relacionar” são grafadas com hífen, pois sempre que a última letra do prefixo é igual à primeira letraé que ela tem um estilo PRÓPRIO. II. - A Lena já viu esse filme uma dezena de vezes! Eu não consigo ver o que ele tem de tão maravilhoso assim. - É que ele é PRÓPRIO para adolescente. III. - Dora, o que eu faço? Ando tão preocupada com o Fabinho! Meu filho está impossível! - Relaxa, Tânia! É PRÓPRIO da idade. Com o tempo, ele se acomoda. Nas ocorrências I, II e III, "próprio" é sinônimo de, respectivamente, a) adequado, particular, típico. b) peculiar, adequado, característico. c) conveniente, adequado, particular. d) adequado, exclusivo, conveniente. e) peculiar, exclusivo, característico. INFLUENZA A (GRIPE SUÍNA) Se Você esteve ou manteve contato com pessoas da área de risco e apresenta os seguintes sintomas: Febre alta repentina e superior a 38 graus. Tosse. Dor de cabeça. Dores musculares e nas articulações. Dificuldade respiratória. Entre em contato imediatamente com o Disque Epidemiologia: 0800-283-2255 EVITE A CONTAMINAÇÃO: Quando tossir ou espirrar, cubra sua boca e nariz com lenço descartável. Caso não o tenha utilize o antebraço. Se utilizar as mãos lave-as rapidamente com água e sabão. O uso de máscara é indicado para prevenir contaminações. 62 Gabarito comentado: Resposta da questão 1: [B] O uso do presente do indicativo para descrever fatos ocorridos no passado (chamado presente histórico ou narrativo) confere mais vivacidade ao texto e realça os acontecimentos que estão sendo descritos. Dessa forma, o narrador volta ao momento dos acontecimentos, narra como se presenciasse as cenas, tornando o texto mais dinâmico e criando maior expectativa ao leitor. Assim, é correta a opção [B]. Resposta da questão 2: [C] O autor usa verbos no pretérito perfeito (“embarquei”, “vim” e “fiquei”) para relatar tempos passados e concluídos, alternando-os com verbos no pretérito mais-que-perfeito (“passara”, e “estivera”) para descrever ações que tinham acontecido antes daqueles primeiros. Assim, o recurso usado pelo autor para organizar a sequência de eventos é a alternância de tempos do pretérito, como se afirma em [C]. Resposta da questão 3: [A] A incorporação da terminação “-dromo” a uma palavra já existente na língua, “samba”, gerou uma nova palavra, ou seja, criou um neologismo semântico, um novo termo caracterizado pela modificação de significado de um vocábulo primitivo. Muitas vezes considerado inadequado ou impróprio, este fenômeno linguístico coloca em evidência o dinamismo da língua, na possibilidade de criação de novas palavras, como se afirma em [A]. Resposta da questão 4: [C] No período “vai ser bom, não foi”, a sequência das expressões verbais, “vai ser” com noção de futuro, assim como o pretérito do perfeito referente ao passado, sugerem a velocidade de ação que a empresa pretende apresentar como sua característica principal. Assim, é correta a opção [C]. Resposta da questão 5: [A] É correta a opção [A], pois a conjunção coordenativa adversativa “mas” expressa oposição ao que é enunciado na oração principal, em que Filipe discorre sobre o fato de a preguiça ser a mãe (origem) de todos os defeitos. Ao contrário, do que se esperava, o personagem subverte o significado do termo naquele contexto para justificar a sua preguiça. Resposta da questão 6: [D] É correta a opção [D], pois o uso dos termos verbais em 1ª pessoa do plural (“carregamos”, ”podemos reduzir-nos”, “desenvolvemos”, “somos”, “controlamos”) inclui o leitor nas apreciações que o autor emite ao longo do texto. Resposta da questão 7: [E] Na primeira ocorrência, a conjunção subordinativa “mas” expressa oposição (“O calor era forte...”, ‘ O vento batendo nas cortinas...lembrava-lhe que se quisesse podia parar”). Na segunda, a palavra enfatiza, realça a ideia de que são “essas apenas” e “não outras” que “ela plantara”, sendo usada como partícula expletiva ou de realce. Resposta da questão 8: [B] A aglutinação dos três termos resulta no neologismo, palavra não registrada no dicionário, mas que é fruto de um comportamento espontâneo para designar uma situação específica. As opções a), c), d) e e) remetem a conceituações que não se aplicam à palavra da letra criada pelo grupo Tribalistas para designar a emoção do eu lírico. Resposta da questão 9: [D] A conjunção subordinativa “mesmo” indica concessão, pois estabelece uma relação de oposição ao que seria esperado. Apesar de o Flamengo ter maior posse de bola, tinha dificuldade em chegar à área alvinegra. “Mesmo” ser substituído por “embora” ou “ainda que”. “Após” e “enquanto” estabelecem circunstância de tempo, “no entanto”, adversidade e “por causa de”, causa, o que invalida as outras opções. Resposta da questão 10: [C] Vê-se na tirinha uma linguagem informal: o verbo “ter” (“Pensei que você tinha consertado...”), na linguagem formal, deveria ser substituído por “haver” (“Pensei que você havia consertado...”). Resposta da questão 11: [C] O uso do modo verbal imperativo é uma característica do chamado “texto persuasivo”, cuja finalidade é convencer o leitor diante de um determinado assunto. No caso em questão, sobre as medidas tomadas em relação à ocorrência da referida epidemia. Como também o emprego dos pronomes, os quais revelam a pessoa gramatical, ou seja, a pessoa com quem se fala. Resposta da questão 12: [E] O predomínio do uso do pretérito imperfeito do indicativo (“conversavam”, “falavam”, “criticavam”, “tinham”) caracteriza o texto descritivo e os neologismos, gerúndios criados a partir de substantivos e adjetivos, emprestam dinamicidade ao cenário. Resposta da questão 13: [B] O adjetivo “próprio” adquire valores significativos diferentes nas ocorrências I, II e III: “peculiar” (particular), “adequado” (apropriado) e “característico”(típico), respectivamente.da palavra, usa-se o hífen. CLASSES GRAMATICAIS TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 1. (G1 - epcar (Cpcar) 2018) Sobre a tirinha da Mafalda, assinale a alternativa que apresenta uma análise INCORRETA. a) O segundo quadrinho apresenta uma quebra de expectativa em relação ao que expressa o adjetivo presente no primeiro. b) O uso do pronome demonstrativo “este”, no primeiro quadrinho, justifica-se por se referir a algo que ainda vai ser apresentado no próximo quadrinho. c) O vocábulo “droga”, terceiro quadrinho, passou pelo processo de derivação imprópria e, no contexto, apresenta-se como interjeição. d) Se substituirmos o pronome “nós”, no sexto quadrinho, por “as crianças”, o verbo poderá ser flexionado na primeira pessoa do plural. 10 Texto para a(s) questão(ões) a seguir. O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, 1 mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se* discussões e rezingas**; 2 ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, 3 o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra. Da porta da venda que dava para o cortiço iam e vinham como formigas; fazendo compras. Duas janelas do Miranda abriram-se. Apareceu numa a Isaura, que se dispunha a começar a limpeza da casa. – Nhá Dunga! 4 gritou ela para baixo, a sacudir um pano de mesa; se você tem cuscuz de milho hoje, 5 bata na porta, ouviu? Aluísio Azevedo, O cortiço. * ensarilhar-se: emaranhar-se. ** rezinga: resmungo. 2. (Fuvest 2018) Constitui marca do registro informal da língua o trecho a) “mas um só ruído compacto” (ref. 1). b) “ouviam-se gargalhadas” (ref. 2). c) “o prazer animal de existir” (ref. 3). d) “gritou ela para baixo” (ref. 4). e) “bata na porta” (ref. 5). Leia este texto para responder à(s) questão(ões) a seguir. Saudade de escrever Apesar da concorrência (internet, celular), a carta continua firme e forte. Basta uma folha de papel, selo, caneta e envelope para que uma pessoa do Rio Grande do Norte, por exemplo, fique por dentro das fofocas registradas por um amigo em São Paulo, dois dias depois. “Adoro receber cartas, fico super ansiosa para descobrir o que está escrito”, conta Lívia Maria, de 9 anos. Mas ela admite que faz tempo que não escreve nenhuma cartinha. “As últimas foram para a Angélica e para um dos programas do Gugu.” Isabela, de 9 anos, lembra que, quando morava em Curitiba, no Paraná, trocava correspondência com sua amiga Raquel, que vive em Belo Horizonte, Minas Gerais. “Eu ficava sabendo das novidades e não gastava dinheiro com telefonemas.” Já Amanda, de 10 anos, também gosta de receber cartinhas, mas prefere enviar e-mails. “Atualmente estou conversando com meu primo que está nos Estados Unidos via computador, já que a mensagem chega mais rápido e não pago interurbano.” TOURRUCCO, Juliana. Saudade de escrever. O Estado de São Paulo, p.5, 25 jul.1998. Suplemento infantil. 3. (G1 - ifal 2018) No período: Mas ela admite que faz tempo que não escreve nenhuma cartinha, a palavra nenhuma funciona como pronome indefinido, imprimindo um sentido impreciso ao substantivo cartinha. Assinale a única alternativa cujo sentido se altera significativamente com a mudança na redação. a) Mas ela admite que faz tempo que não escreve uma cartinha. b) Mas ela admite que faz tempo que não escreve cartinhas. c) Mas ela admite que faz tempo que não escreve certas cartinhas. d) Mas ela admite que faz tempo que não escreve cartinha alguma. e) Mas ela admite que faz tempo que não escreve cartinha nenhuma. 4. (G1 - cftmg 2017) Receita Ingredientes: 2 conflitos de gerações 5 sonhos eróticos 4 esperanças perdidas 2 canções dos beatles 3 litros de sangue fervido Modo de preparar: Dissolva os sonhos eróticos nos dois litros de sangue fervido e deixe gelar seu coração. Leve a mistura ao fogo, adicionando dois conflitos de gerações às esperanças perdidas. Corte tudo em pedacinhos e repita com as canções dos beatles o mesmo processo usado com os sonhos eróticos, mas desta vez deixe ferver um pouco mais e mexa até dissolver. Parte do sangue pode ser substituída por suco de groselha, mas os resultados não serão os mesmos. Sirva o poema simples ou com ilusões. BEHR, Nicolas. In: As bases da literatura brasileira. Porto Alegre: Editora AGE, 1999, p. 187. Em relação aos recursos linguísticos mobilizados para alcançar os efeitos de sentido pretendidos, o texto caracteriza-se pelo emprego de: a) adjetivos irônicos. b) locuções adverbiais. c) verbos no imperativo. d) substantivos abstratos. 5. (Enem 2017) João/Zero (Wagner Moura) é um cientista genial, mas infeliz porque há 20 anos atrás foi humilhado publicamente durante uma festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma antiga e eterna paixão. Certo dia, uma experiência com um de seus inventos permite que ele faça uma viagem no tempo, retornando para aquela época e podendo interferir no seu destino. Mas quando ele retorna, descobre que sua vida mudou totalmente e agora precisa encontrar um jeito de mudar essa história, nem que para isso tenha que voltar novamente ao passado. Será que ele conseguirá acertar as coisas? Disponível em: http://adorocinema.com. Acesso em: 4 out. 2011. Qual aspecto da organização gramatical atualiza os eventos apresentados na resenha, contribuindo para despertar o interesse do leitor pelo filme? a) O emprego do verbo haver, em vez de ter, em “há 20 anos atrás foi humilhado”. b) A descrição dos fatos com verbos no presente do indicativo, como “retorna” e “descobre”. c) A repetição do emprego da conjunção “mas” para contrapor ideias. 11 d) A finalização do texto com a frase de efeito “Será que ele conseguirá acertar as coisas?”. e) O uso do pronome de terceira pessoa “ele” ao longo do texto para fazer referência ao protagonista “João/Zero”. 6. (Espcex (Aman) 2017) Em “Há também o que vai para se entregar, ser um com o Arpoador, mil-partido.” a palavra “o”, grifada, é a) termo essencial da oração. b) termo acessório da oração. c) palavra expletiva. d) termo integrante da oração. e) pronome de interesse. 7. (Eear 2017) Leia: “Você é exatamente o que eu sempre quis/ Ela se encaixa perfeitamente em mim”. O trecho apresenta um fragmento de uma canção, de autoria de Sorocaba. Em relação ao uso dos pronomes, marque a alternativa correta, de acordo com a gramática normativa. a) O pronome “ela” indica com quem se fala no discurso. b) O pronome “você” indica a pessoa que fala no discurso. c) O pronome “você” não indica, gramaticalmente, a mesma pessoa indicada por “ela”, no texto exemplificado. d) O pronome “você” se refere, gramaticalmente, à mesma pessoa descrita pelo pronome “ela”, no texto exemplificado. 8. (Espm 2017) Quando se perde o grau de investimento, corre-se o risco de uma debandada dos capitais estrangeiros, aí é preciso tomar medidas mais drásticas do que se desejaria. Joaquim Levy. O vocábulo grifado aí é: a) advérbio, expressando a ideia de “nesse lugar”. b) interjeição, traduzindo ideia de apoio, animação. c) palavra expletiva (dispensável) ou de realce. d) advérbio, expressando ideia de conclusão “então”. e) substantivo, traduzindo ideia de “por outro lado”. 9. (G1 - ifsp 2017) De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e com a gramática normativa e tradicional, assinale a alternativa em que o termo destacado tem valor de advérbio. a) Não há meio mais difícilde trabalhar. b) Só preciso de meio metro de aniagem para sacos de carvão. c) Encarou os meninos carvoeiros, esboçando meio sorriso. d) Os carvões caíram no meio da estrada. e) Achei o menino meio triste, raquítico. 10. (Eear 2017) Em qual das alternativas abaixo o advérbio em destaque é classificado como advérbio de tempo? a) Não gosto de salada excessivamente temperada. b) Ele calmamente se trocou, estava com o uniforme errado. c) Aquela vaga na garagem do condomínio finalmente será minha. d) Provavelmente trocariam os móveis da casa após a mudança. Gabarito: Resposta da questão 1: [B] [B] Incorreta: o uso do pronome demonstrativo “este” justifica-se por se referir ao livro que Mafalda segura. Assim, como o livro é um objeto que está na mão do falante, usa-se o “este”. Resposta da questão 2: [E] A opção [E] apresenta frase que denota registro informal da língua, pois o verbo “bater” deve ser acompanhado da preposição “a” para expressar ação de golpear a porta. Assim, a frase deveria ser substituída por bata à porta para atender às exigências da gramática normativa. Resposta da questão 3: [C] Em [C], a inclusão da palavra "certas" acaba trazendo um sentido de precisão ao substantivo "cartinha". Assim, não mais há o sentido de que é qualquer carta, e sim de que são cartas específicas. Resposta da questão 4: [C] O texto segue a estrutura de uma receita, tanto no formato, quanto na linguagem. Assim, faz bastante uso de verbos no imperativo (“dissolva”, “deixe”, “leve”, “corte”, etc.), que indicam justamente instrução/ordem e são comuns a receitas. Resposta da questão 5: [B] O uso do presente do indicativo para descrever fatos ocorridos no passado (chamado presente histórico ou narrativo) confere mais vivacidade ao texto e realça os acontecimentos que estão sendo descritos. Dessa forma, o narrador volta ao momento dos acontecimentos, narra como se presenciasse as cenas, tornando o texto mais dinâmico e criando maior expectativa ao leitor. Assim, é correta a opção [B]. Resposta da questão 6: [D] O termo “o” exerce função morfológica de pronome demonstrativo, equivalente a “aquele”, objeto direto da oração. Portanto, termo integrante como transcrito na alternativa [D]. Resposta da questão 7: [C] O pronome “você” não indica, gramaticalmente, a mesma pessoa indicada por “ela”, no texto exemplificado. O pronome de tratamento “você” indica a pessoa com quem se fala no discurso; o pronome “ela” indica a pessoa da qual se fala no discurso. Resposta da questão 8: [D] O advérbio “aí”, no contexto, possui ideia de conclusão: já que a perda do grau de investimento acarreta o risco de debandada dos capitais estrangeiros, a conclusão é de que, nessas condições, “é preciso tomar medidas mais drásticas do que se desejaria”. Assim, seria possível substituir “aí” por “então”, sem prejuízo ao sentido original. Resposta da questão 9: [E] [A] “meio” tem valor de substantivo. [B] “meio” tem valor de adjetivo. [C] “meio” tem valor de adjetivo. [D] “meio” tem valor de substantivo. Resposta da questão 10: [C] A única alternativa correta é a [C]. “Excessivamente” é advérbio de intensidade; “calmamente”, de modo; e “provavelmente”, de dúvida. 12 VERBO 1. (Ebmsp 2018) A campanha dos Médicos sem Fronteiras desenvolve sua argumentação na chamada principal, através de elementos verbais e não verbais, que estão corretamente analisados na alternativa a) O uso do imperativo “Ajude”, por meio do sujeito implícito, revela que o público a que ela se dirige faz parte do contexto evidenciado na imagem. b) A contração “daqui” e o advérbio “lá”, presentes no texto, sugerem que o enunciador aborda a realidade de um espaço do qual está distante, assim como o seu interlocutor, ficando implícito que esse distanciamento não é empecilho para que se possa apoiar essa organização. c) O infinitivo “espalhar” gera, pela ausência de seu objeto direto, um paradoxo com o imperativo “Ajude”, revelando uma ação oposta e contraditória ao que foi proposto inicialmente. d) O demonstrativo “o” faz referência anafórica ao local em que se encontra o locutor, indicando que o leitor deve divulgar as suas próprias experiências e o cenário em que atua, para que indivíduos de outros lugares e países possam ter mais exemplos de solidariedade. e) A forma verbal “acontece” está no presente do indicativo, apresentando uma comparação entre fatos que já se concretizaram e práticas futuras, inspiradas na ideia transmitida pelo verbo “ajudar”. 2. (G1 - ifpe 2018) As campanhas, de modo geral, sejam elas institucionais ou comerciais, buscam a adesão do interlocutor. Na figura acima, o principal recurso para atingir esse objetivo é a) a relação temporal introduzida pela oposição entre os advérbios “hoje” e “amanhã”. b) o emprego de verbos no imperativo e do pronome de tratamento “você”. c) a analogia entre as pessoas do discurso “ela” e “eu” e a imagem de duas mulheres centralizada no texto. d) a orientação sobre a idade das meninas que devem ser vacinadas. e) a utilização de balões de fala, como recurso de intertextualidade com uma história em quadrinhos. 13 3. (G1 - ifba 2018) Sobre as formas verbais da tira: a) Em “estou arruinando”, temos um verbo no presente e um verbo no particípio. b) Em “estou ficando viciado”, temos um verbo no presente, um verbo no gerúndio e um verbo no particípio. c) Em “preciso fazer”, temos um verbo no presente e um verbo no particípio. d) Em “preciso de ajuda”, temos um verbo no presente, acompanhado de um verbo no particípio. e) Em “dá para achar”, temos dois verbos no presente do indicativo. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A voz subterrânea Às vezes ouvia-se um canto surdo, que parecia vir debaixo da terra. Até que os homens da superfície, para desvendar o mistério, puseram-se a fazer escavações. Sim! eram os homens das minas, que um desabamento ali havia aprisionado. E ninguém suspeitava da sua existência, porque já haviam passado três ou quatro gerações! Mas a luz forte das lanternas não os ofuscou: eles estavam cegos – todos, homens, mulheres, crianças. Eles estavam cegos... e cantavam! QUINTANA, Mario. Baú de espantos. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014. 4. (Pucpr 2018) Os acontecimentos descritos por Quintana em seu texto podem ser postos em ordem cronológica pelo leitor: “havia aprisionado” > “ouvia-se” > “puseram-se”. Sobre os tempos verbais dessa relação, é CORRETO afirmar que a) o pretérito imperfeito do indicativo é o evento mais recente, uma vez que descreve um evento pontual no passado sem duração de tempo. b) o pretérito perfeito do indicativo representa o evento intermediário, já que denota uma ação cujo acontecimento é duradouro no passado. c) o pretérito imperfeito do indicativo descreve a ação mais passada em relação às outras duas, porque é o tempo verbal dos eventos contínuos. d) o pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo tem o mesmo valor do pretérito perfeito do indicativo, dado que indicam simultaneidade. e) o pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo veicula o evento mais anterior, pois se refere a uma ação que acontece antes das outras. 5. (Acafe 2017) Complete as frases, empregando os verbos entre parênteses no tempo certo e adequado ao contexto, e assinale a alternativa correta. I. Se ele __________ sim ao convite, a diretoria poderia reprogramar o evento. (dizer) II. Quando nós __________ a próxima festa de confraternização, contrataremos seus serviços. (fazer) III. Se amanhã os perfumes não __________ nessa caixa, teremos que levar alguns na mala. (caber) IV. Tenho a esperança de que vocês __________ resolver esse problema melhor do queeu. (saber) a) disse-se – faremos – caberem – saibam b) disser – fizéssemos – coubessem – saibam c) dissesse – fizermos – couberem – saibam d) dizer – fazermos – cabessem – saibam 6. (Enem 2017) João/Zero (Wagner Moura) é um cientista genial, mas infeliz porque há 20 anos atrás foi humilhado publicamente durante uma festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma antiga e eterna paixão. Certo dia, uma experiência com um de seus inventos permite que ele faça uma viagem no tempo, retornando para aquela época e podendo interferir no seu destino. Mas quando ele retorna, descobre que sua vida mudou totalmente e agora precisa encontrar um jeito de mudar essa história, nem que para isso tenha que voltar novamente ao passado. Será que ele conseguirá acertar as coisas? Disponível em: http://adorocinema.com. Acesso em: 4 out. 2011. Qual aspecto da organização gramatical atualiza os eventos apresentados na resenha, contribuindo para despertar o interesse do leitor pelo filme? a) O emprego do verbo haver, em vez de ter, em “há 20 anos atrás foi humilhado”. b) A descrição dos fatos com verbos no presente do indicativo, como “retorna” e “descobre”. c) A repetição do emprego da conjunção “mas” para contrapor ideias. d) A finalização do texto com a frase de efeito “Será que ele conseguirá acertar as coisas?”. e) O uso do pronome de terceira pessoa “ele” ao longo do texto para fazer referência ao protagonista “João/Zero”. 14 7. (Espm 2017) Tensão na véspera Na noite daquele domingo, a Polícia Federal monitorava Alberto Youssef pela cidade de São Paulo. O doleiro era o principal alvo da Operação Lava Jato, marcada para começar no dia seguinte. De Curitiba, na coordenação da operação, o delegado Márcio Anselmo cuidava dos últimos detalhes das buscas e prisões que seriam realizadas nas próximas horas. Especialista em crimes financeiros, ele havia conseguido, com apenas dois agentes, em meio a uma greve na PF, puxar o fio do novelo que levaria à Lava Jato. Vladimir Netto, Lava Jato, Editora Primeira Pessoa. As formas verbais em destaque “monitorava” e “havia conseguido” traduzem respectivamente ideia de: a) ação contínua ou repetitiva no passado; ação no passado anterior a uma outra ação também no passado. b) ação única e acabada no passado; ação contínua ou repetitiva no passado. c) ação contínua ou repetitiva no passado; ação única e acabada no passado. d) ação frequentativa no presente; ação no passado anterior a uma outra ação também no passado. e) ação hipotética no passado ligada a uma condição; ação contínua ou repetitiva no passado. 8. (G1 - col. naval 2017) Assinale a opção em que todas as formas verbais sublinhadas foram corretamente empregadas. a) Eu sempre me precavenho e analiso tudo detalhadamente. Por isso, só darei o meu apoio quando a comissão estudar melhor o caso e propor soluções que sejam coerentes. b) Não cri nele retorqui mostrando minha insatisfação. Irritado, ele freiou bruscamente e quase provocou um acidente sério. c) Ele se ateve às informações recebidas e não requereu um laudo complementar. Quando a falha apareceu, o chefe quis demiti-lo, mas eu intervi e contornei a situação. d) Se você se ater ao que foi combinado com o chefe e manter a calma, reavemos a carga extraviada e o problema será facilmente resolvido. e) Sempre que houver divergências e você precisar que eu intermedeie, pode chamar. Se eu vir que o caso é complicado, peço sua ajuda também. 9. (G1 - ifsp 2017) Leia o trecho abaixo e, em seguida, de acordo com a gramática normativa e tradicional, assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas com os verbos ser e estar. Embora suas opiniões sobre justiça social __________ sempre discordantes, eles nunca __________ realmente preocupados com as condições dos meninos carvoeiros. a) fôreis – estiverem b) sejem – estiveram c) sejam – estiveram d) sejam – estivessem e) fossem – estariam 10. (Espcex (Aman) 2017) Marque a única alternativa correta quanto ao emprego do verbo. a) Se você me ver na rua, não conte a ninguém. b) Mãe e filho põem as roupas para lavar aqui. c) Não pensei que ele reouvisse os documentos tão cedo. d) Evitaram o desastre porque freiaram a tempo. e) As súplicas da mulher não o deteram. 11. (G1 - ifsc 2016) Considerando a norma padrão da língua escrita, assinale a alternativa CORRETA. a) Na última terça-feira, fui ao cinema para ver o último filme de Woody Allen. Embora a crítica não tenha se posicionado favoravelmente ao longa-metragem, a sessão à qual assisti estava praticamente lotada. b) Os jornais publicaram uma notícia terrível sobre os temporais ocorridos no oeste do estado. Apesar das matérias serem esclarecedoras, nenhum de nós compreendemos bem o que e como tudo aconteceu. c) Ontem à tarde, levei as nossas filhas a praça para brincarem no parquinho. Quando voltamos, elas tomaram banho, jantaram e foram se deitar. Como estavam cansadas, deixei-as dormirem bastante. d) No último encontro, expliquei aos alunos toda à situação. A maioria da turma entendeu e concordou com os motivos pelos quais ficaram sem aula nos dois primeiros meses do ano. e) Na reunião dos diretores, ficou estabelecido que todos os inscritos participarão do debate na Câmara de Vereadores do município. Embora os governantes tem de discutir as propostas, a responsabilidade não cabe apenas a eles. 12. (Puccamp 2016) A formulação que atende à clareza e à norma-padrão escrita é: a) Já na inauguração, estava disponível ao olhar do visitante as telas de Van Gogh emprestadas de outra instituição, pintor este por quem muitos tinham enfrentado o grande fluxo de vizitantes e o intenso trânsito. b) A maior tela da exposição foi apresentada pelo especialista em arte contemporânea, a quem o curador e o dono da galeria que a acolheu havia imposto uma série de restrições, aceitas mas, sob protesto. c) Antes que o público obtivesse autorização para chegar à galeria, sobreviram tantas recomendações por parte dos anfitriões, que muitos desistiram de visitá-la, não sem antes lhes ameaçarem com insultos. d) Não se lembra com exatidão do calendário, mas imagina que deve faltar uns quinze dias para a chegada das peças mais valiosas do artista, que algumas das quais colecionadores já ofereceram grandes quantias. e) Com exceção dos jornalistas credenciados, ninguém teve acesso àquele setor especial do acervo, por que razões ninguém sabe, mas, quaisquer que tenham sido as causas, provocaram grande mal-estar. 13. (Fgvrj 2016) Leia a seguinte frase: O que os olhos não virem, o seu coração não vai sentir. Considere as seguintes afirmações sobre essa frase, utilizada em uma propaganda de software para empresas: I. Contém um erro de conjugação verbal, no uso de “virem” em lugar de “verem”. II. Expressa ideia de futuro por meio da locução “vai sentir”, que equivale a “sentirá”. III. Resulta de uma reelaboração de um conhecido provérbio popular. Está correto apenas o que se afirma em a) III. b) I e II. c) I. d) II. e) II e III. 15 14. (Ufu 2016) Na Olimpíada da crise, os convidados especiais não vão contar assim com tanta mordomia. Graças à baixa procura e ao desinteresse dos patrocinadores, o comitê organizador dos Jogos está com dificuldade de erguer camarotes para algumas modalidades. O de vôlei de praia, esporte no qual o Brasil é destaque, não vai dispor da estrutura. O camarote para o tênis, no Parque Olímpico, também foi cancelado. A construção ocorre apenas se os pedidos são suficientes para compensar os custos. Veja, ed. 2460, ano 49, nº. 2, 13 de janeiro de 2016, p. 29. No último período do texto, as formas verbais em destaque foram empregadas para a) expressartemporalmente o futuro. b) representar eventos sem historicidade. c) expressar fatos que independem do tempo cronológico. d) expressar atitude do enunciador. 15. (G1 - cp2 2016) Leia o texto para responder à questão. Bullying: onde termina a brincadeira e começa a agressão? (fragmento) 1 Marcela Pimenta Pavan Quem já não passou por uma situação desagradável de humilhação? Quantas pessoas, quando crianças, já não se sentiram diminuídas e envergonhadas por seus colegas de escola? O bullying já acontece há algum tempo e em grande proporção, mas a discussão sobre o assunto é recente e está cada vez mais presente nas áreas educacionais, nos programas de televisão, revistas, jornais. Profissionais de várias áreas, como a jurídica, psíquica, educacional, olham para o tema e apontam para uma reflexão com o objetivo de entender e encontrar formas de evitar ou 2 minimizar o problema. O bullying significa atos de violência física ou psicológica contra alguém em desvantagem de poder. Surge com frequência na escola, e o impacto psicológico da agressão pode acompanhar o indivíduo pela vida toda. Um dos sintomas que demonstra isso é a grande quantidade de adultos que possuem um bloqueio ao falar em público, prejudicando sua apresentação como pessoa e profissional. Essa dificuldade pode acontecer na escola, onde a criança aprende a expor seus conhecimentos perante um grupo. Se as experiências iniciais não forem adequadas, ou seja, se quando a criança ao tentar se mostrar foi de alguma maneira diminuída pelos demais, é natural que ela se sinta bastante desconfortável e isso 3 impacte negativamente na sua autoestima fazendo-a evitar a situação de exposição talvez pela vida toda. [...] 4 Muitas situações de agressões são encobertas por serem vistas como brincadeiras de criança. Deve ser considerada uma brincadeira aquela em que todos os seus participantes estão se divertindo e aprendendo positivamente algo ao longo da experiência. À medida que um participante passa por uma situação angustiante, causando nele dor emocional ou física, e sem ter como se defender, a situação deixa de ser uma brincadeira para se tornar uma agressão. Qualquer forma de exclusão e acusação causa constrangimentos. Fonte: https: acaminhodamudanca.wordpress.com/textos-1/infancia/bullying-onde-termina- abrincadeira- e-comeca-a-agressao. Acessado em: 27/08/2015. 1 Marcela Pimenta Pavan é psicóloga. 2 minimizar – reduzir, diminuir. 3 impacte – cause impacto ou crie uma impressão muito forte. Releia a seguinte frase destacada do texto: “Muitas situações de agressões são encobertas por serem vistas como brincadeiras de criança.” (ref. 5). Assinale a alternativa que apresenta a locução verbal sublinhada reescrita no pretérito perfeito do indicativo. a) Muitas situações de agressões seriam encobertas porque foram vistas como brincadeiras de criança. b) Muitas situações de agressões foram encobertas por terem sido vistas como brincadeiras de criança. c) Muitas situações de agressões fossem encobertas por serem vistas como brincadeiras de criança. d) Muitas situações de agressões serão encobertas por serem vistas como brincadeiras de criança. 16. (G1 - ifsp 2016) De acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa e a gramática normativa, com relação à conjugação dos verbos, assinale a alternativa em que o verbo destacado esteja conjugado no tempo e no modo indicados dentro dos parênteses. a) Por mais que eu tente, eu não caibo mais no meu vestido de formatura. (Presente do Subjuntivo) b) Quando eu cri no Senhor Jesus Cristo, Ele perdoou meus pecados. (Pretérito Imperfeito do Indicativo) c) A febre persistente combalia o doente. (Futuro do Pretérito do Indicativo) d) Por mais que seja dolorida, sei que um dia essa angústia passará. (Pretérito Imperfeito do Subjuntivo) e) Quem dera meu pai fosse um homem de palavra. (Pretérito mais-que-perfeito do Indicativo) 17. (G1 - ifce 2016) Tendo como base a primeira pessoa do singular do presente do indicativo, está correta a alternativa a) valio – valer. b) compito – competir. c) requero – requerer. d) mido – medir. e) riu – rir. 18. (Fac. Pequeno Príncipe - Medici 2016) Os verbos em - iar, em geral, têm conjugação regular: O som distante de um carrilhão principia a bater / As companhias aéreas premiam seus passageiros fiéis com viagens de graça e outras vantagens. Apenas cinco verbos (e seus compostos) recebem E nas formas rizotônicas, isto é, nas formas que têm a sílaba tônica no radical. Nessas formas, eles se conjugam, pois, como se fossem verbos em -ear. São eles: ansiar, incendiar, mediar, odiar, remediar [...]. NEVES, Maria Helena de Moura. Guia de uso do português: confrontando regras e usos. São Paulo: UNESP, 2012. p. 415. Nos períodos a seguir, foram usados os cinco verbos citados no final texto anterior, um em cada frase. De acordo com a regra apresentada pela autora, em qual alternativa aparece uma forma verbal que necessita de correção? a) A gangue do bairro ao lado incendiou três supermercados neste mês. b) Para o casamento, chamaremos o juiz que sempre media as cerimônias da família. c) O jovem estudante ansiava por entrar logo na universidade. d) Sempre que chega dezembro, eu me lembro de como odeio o verão. e) Era preciso que se remediassem todos os erros cometidos na matéria. 16 19. (Espm 2016) Das formas verbais em negrito, uma não segue a norma culta. Assinale-a: a) Governo maquia orçamento e omite gastos essenciais com Rio-2016. b) O serviço de meteorologia previu que haveria um tornado em Sul. c) Michel Temer cede, e Eliseu Padilha intermedeia articulação política do governo. d) A Bolsa de Valores nunca mais reouve seus índices de 2008. e) Associação Paulista de Valets entrará com ação se a Prefeitura de SP não rever norma de cupons. 20. (G1 - ifsul 2016) Nas sentenças abaixo, ocorrem espaços vazios. Para preenchê-los, empregue a forma verbal mais adequada dos verbos entre parênteses. I. Se os alunos ___________ apenas bom uso dos celulares, talvez as coisas fossem diferentes. (fazer) II. Caso __________ a proibição do uso de celulares em sala de aula, os alunos terão que mudar de comportamento. (manter-se) III. Quando o professor ___________ empregar didaticamente o celular em aula, as proibições poderão ser revogadas. (saber) As formas verbais que preenchem corretamente as lacunas são: a) fazerem – se mantiver – saber b) fizessem – se manter – souber c) fazerem – se manter – saber d) fizessem – se mantiver – souber Gabarito: Resposta da questão 1: [B] [A] Incorreto. O sujeito oculto do verbo “Ajude” é o público formado pelo voluntário virtual, o qual não faz parte fisicamente do contexto retratado pela imagem do médico e da criança. [B] Correto. A oposição de advérbios de espaço indica que há dois espaços, o de atuação do Médico sem Fronteiras e o de existência do Voluntário virtual; ambos se relacionam quanto ao apoio à causa retratada. [C] Incorreto. O verbo “espalhar” tem como objeto direto a oração “o que acontece lá”. [D] Incorreto. O demonstrativo faz referência à ajuda de que a Organização necessita. [E] Incorreto. O verbo “acontecer” está conjugado no presente do Indicativo, indicando um fato cotidiano; já o verbo “ajudar” está conjugado no Imperativo afirmativo. Resposta da questão 2: [B] As campanhas buscam convencer os interlocutores de algo. Assim, é comum a utilização de verbos no modo imperativo (modo da ordem, do conselho) e a identificação direta com o interlocutor por meio de pronomes (como o “você”). Em “proteja o futuro de quem você mais ama” vemos o uso do imperativo em “proteja” e também do pronome “você”. Resposta da questão 3: [B] [A] Incorreta: o verbo “estou” estáno presente” e “arruinando” está no gerúndio. [C] Incorreta: o verbo “preciso” está no presente e “fazer” está no infinitivo. [D] Incorreta: o verbo “preciso” está no presente, “de” é uma preposição e “ajuda” é um substantivo. [E] Incorreta: o verbo “dá” está no presente e “achar” está no infinitivo. Resposta da questão 4: [E] O pretérito mais-que-perfeito é utilizado para expressar o fato mais remoto, ou seja, um acontecimento no passado que se deu anteriormente a outro acontecimento, também no passado. Assim, temos que o aprisionamento se deu anteriormente às ações de ouvir e pôr-se. Resposta da questão 5: [C] Em [I], o futuro do pretérito da expressão verbal da oração principal (“a diretoria poderia reprogramar o evento da oração”) exige que o verbo “dizer” se apresente no pretérito imperfeito do subjuntivo: “dissesse”. Em [II], o contexto exige o verbo futuro do subjuntivo, 1ª pessoa do plural: “fizermos”. Em [III], o futuro do subjuntivo na terceira pessoa do plural: “couberem”. Em [IV], o presente do subjuntivo, terceira pessoa do plural: ”saibam”. Assim, é correta a opção [C]. Resposta da questão 6: [B] O uso do presente do indicativo para descrever fatos ocorridos no passado (chamado presente histórico ou narrativo) confere mais vivacidade ao texto e realça os acontecimentos que estão sendo descritos. Dessa forma, o narrador volta ao momento dos acontecimentos, narra como se presenciasse as cenas, tornando o texto mais dinâmico e criando maior expectativa ao leitor. Assim, é correta a opção [B]. Resposta da questão 7: [A] “Monitorava” está no pretérito perfeito do indicativo, tempo verbal que traduz a ideia de “ação contínua ou repetitiva ocorrida no passado”; “havia conseguido” é uma locução verbal formada pelo verbo auxiliar “haver” no pretérito imperfeito do indicativo e pelo principal, “conseguir”, no particípio, constituindo o tempo verbal pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo, que traduz a ideia de “ação no passado anterior a outra ação também no passado”. Resposta da questão 8: [E] [A] Incorreta: não existe a forma “precavenho”. [B] Incorreta: não existe a forma “freiou”, e sim “freou”. [C] Incorreta: a forma correta para a primeira pessoa do singular do pretérito perfeito é “intervim” e não “intervi”. [D] Incorreta: os verbos “ater” e “manter” devem ser conjugados no futuro do subjuntivo e, assim, devem apresentar as formas “ativer” e “mantiver”. Para manter a correlação verbal, o verbo “reaver” deve ser empregado no futuro do presente: “reaveremos”. Resposta da questão 9: [C] Na primeira lacuna o verbo deve concordar com a 3ª pessoa do plural, uma vez que o sujeito é “suas opiniões sobre justiça social” e deve estar no presente do subjuntivo, já que temos uma oração concessiva. Assim, temos a forma “sejam”. Já a segunda lacuna deve ser preenchida por um verbo no pretérito perfeito do indicativo. 17 Resposta da questão 10: [B] As opções [A], [C], [D] e [E] são incorretas, pois [A] o futuro do conjuntivo é formado da terceira pessoa do plural do pretérito do perfeito do indicativo, depois de excluídas as desinências (vir – AM); [B] o verbo reaver é derivado do verbo haver, devendo ser conjugado de acordo com a conjugação desse verbo (exceto nos casos em que a sua condição de verbo defectivo o impeça); [D] existe incorreção ortográfica na forma “freiaram”; [E] o verbo deter é derivado do verbo ter, devendo ser conjugado conforme esse verbo. Assim, é correta apenas a opção [B] e as demais deveriam ser substituídas, respectivamente, por: - Se você me vir na rua, não conte a ninguém. - Não pensei que ele reouvesse os documentos tão cedo. - Evitaram o desastre porque frearam a tempo - As súplicas da mulher não o detiveram. Resposta da questão 11: [A] [B] Incorreta: o correto seria flexionar o verbo “compreender” em “compreendeu”, ao invés de “compreendemos”. [C] Incorreta: o correto seria acrescentar crase no trecho “levei as nossas filhas à praça”, pois o verbo “levar” é regido pela preposição “a” e “praça” é um substantivo feminino (preposição a + artigo a = à). Além disso, o verbo “dormir” deve permanecer no infinitivo. [D] Incorreta: não há crase no “a” que antecede “situação”, uma vez que o verbo “explicar” tem como regência “explicar algo a alguém”. Assim, não há preposição antes daquilo que foi explicado (no caso, “a situação”). [E] Incorreta: o verbo “ter” não deve ser conjugado no presente do indicativo “tem”, mas sim no presente do subjuntivo “tenham”. Resposta da questão 12: [E] [A] Incorreta. Segundo a norma-padrão escrita, uma formulação correta seria: “Já na inauguração, estavam disponíveis ao olhar do visitante as telas, emprestadas de outra instituição, de Van Gogh, pintor por quem muitos tinham enfrentado o grande fluxo de visitantes e o intenso trânsito”. A locução “estavam disponíveis” concorda com o sujeito “as telas”; a Oração Subordinada Adjetiva Explicativa (“emprestadas de outra instituição”) está próxima ao seu referente (“telas”); para atender à clareza, suprimiu-se o pronome “este”; finalmente, “visitantes” é grafado com a consoante “s”, presente em sua forma primitiva (“visita”). [B] Incorreta. Segundo a norma-padrão escrita, uma formulação correta seria: A maior tela da exposição foi apresentada pelo especialista em arte contemporânea. O curador e o dono da galeria que a acolheram haviam-lhe imposto uma série de restrições, a qual foi aceita, mas sob protesto. A redução do período colabora para sua clareza; o verbo “acolher” concorda com o sujeito composto (“o curador e o dono da galeria”); o verbo principal da locução também concorda com o sujeito composto; a transitividade do verbo “impor” foi atendida (objeto indireto: “lhe”); inserção de pronome relativo para evitar ambiguidade; concordância com o substantivo coletivo (“série”); colocação de vírgula antes da conjunção adversativa. [C] Incorreta. Segundo a norma-padrão escrita, uma formulação correta seria: “Antes que o público obtivesse autorização para chegar à galeria, sobrevieram tantas recomendações por parte dos anfitriões, que muitos desistiram de visitá-la, não sem antes os ameaçarem com insultos. O verbo “sobrevir” deriva de “vir”, portanto sua conjugação na 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo é “sobrevieram”; o verbo “ameaçar” é transitivo direto, portanto o objeto direto é exercido pelo pronome pessoal do caso oblíquo “os”, e não “lhes” (o qual desempenharia a função de objeto indireto). [D] Incorreta. Segundo a norma-padrão escrita, uma formulação correta seria: “Não se lembra com exatidão do calendário, mas imagina que devem faltar uns quinze dias para a chegada das peças mais valiosas do artista; por algumas delas, colecionadores já ofereceram grandes quantias. O verbo “faltar”, mesmo indicando tempo, concorda com o sujeito (“uns quinze dias”) – assim, o verbo auxiliar “devem” assume a forma no plural; ponto-e-vírgula indicando tom descendente, uma vez que o assunto está em vias de terminar; inclusão da preposição “por”, exigida pelo verbo “oferecer”; troca da expressão com pronome relativo “das quais” por pronome possessivo para clareza da oração. [E] Correta. Com exceção dos jornalistas credenciados, ninguém teve acesso àquele setor especial do acervo, por que razões ninguém sabe, mas, quaisquer que tenham sido as causas, provocaram grande mal-estar. Possíveis trechos que causariam dúvida aos alunos: grafia da palavra “exceção”; concordância do verbo com o pronome “ninguém”; acento indicativo de crase combinado com o pronome demonstrativo “aquele”, atendendo a regência do nome “acesso”; pronome relativo “por que”, equivalente a “por quais”; vírgula antecedendo conjunção adversativa; vírgula marcando oração intercalada; concordância do pronome com seu referente, “causas”. Resposta da questão 13: [E] [I]