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matriz de Atividade INDIVIDUAL
	
	Estudante: Leticia Vasconcelos Medina
	Disciplina: Mediação e Arbitragem 
	Turma: 1124-2 
Introdução
Atualmente o judiciário brasileiro enfrenta um volume crescente de litígios, muitos dos quais envolvem questões semelhantes, o que contribui de forma significativa para a lentidão na administração pública. O acúmulo de processos na Justiça resulta em longas esperas para a resolução das demandas, podendo, em alguns casos, levar anos até que uma decisão sobre questões relativamente simples seja proferida. Nesse cenário, os métodos alternativos de resolução de conflitos se apresentam como uma solução eficaz, permitindo que as partes resolvam suas disputas de forma extrajudicial e, assim, contribuam para aliviar o sistema judiciário.
A mediação (“Lei nº 13.140/2015”) e a arbitragem (“Lei nº 9.307/1996”), regidas por legislações específicas, são formas alternativas de resolução de conflitos, atuando como facilitadoras entre as partes, com o objetivo de restabelecer o diálogo e facilitar a possibilidade de um acordo. Esses métodos, ao oferecerem uma solução mais ágil do que o processo judicial tradicional, se tornam uma alternativa eficaz. 
parte 1 
Nos últimos anos, a arbitragem tem se destacado como um dos principais mecanismos alternativos para a resolução de disputas no país, oferecendo uma solução mais rápida, especializada e confidencial em relação ao processo judicial tradicional. O caso julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (“STJ”) no Conflito de Competência nº 139.519, exemplifica a aplicação da arbitragem como uma ferramenta eficaz na resolução de conflitos comerciais. Além disso, esse julgamento proporciona importantes lições sobre os aspectos contratuais, as alternativas ao processo arbitral, as vantagens e desvantagens dessa escolha, e a interpretação das cláusulas compromissórias.
No contexto do contrato de concessão para a exploração e produção de petróleo e gás natural, firmado entre a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (“ANP”) e a Petrobras, a Cláusula 34ª (fls. 62-64) merece um destaque por estabelecer que, em caso de controvérsias relacionadas ao contrato, as partes devem buscar a resolução amigável do litígio. Esse processo pode envolver a conciliação ou, se necessário, a arbitragem, com a ressalva de que questões envolvendo direitos patrimoniais disponíveis estão expressamente excluídas da aplicação deste procedimento.
É importante observar que, conforme estabelecido na cláusula compromissória, a arbitragem só poderá ser iniciada após uma tentativa prévia de conciliação, seguida de um parecer pericial. Nesse contexto, a convenção arbitral configura-se como uma cláusula compromissória, ou seja, um acordo prévio entre as partes que define a arbitragem como o meio adequado para a resolução de eventuais conflitos futuros, em substituição ao recurso ao judiciário.
A cláusula compromissória possui características fundamentais: i) autonomia da vontade, que permite às partes, de maneira livre, optar por submeter qualquer disputa a um árbitro ou tribunal arbitral; ii) a natureza vinculante, que implica que, uma vez acordada, as partes são obrigadas a cumprir essa escolha e não podem recorrer ao Judiciário, salvo em exceções legais, como a nulidade do compromisso arbitral; e iii) a impossibilidade de revisão judicial, já que, em regra, a sentença arbitral não pode ser revista pelo Judiciário, exceto em situações excepcionais, como a violação de princípios fundamentais do processo arbitral. A convenção de arbitragem pode ser firmada tanto em um contrato escrito entre as partes quanto em uma cláusula adicional em um contrato preexistente, como no caso do acórdão, em que uma das partes contesta a aplicação da arbitragem, gerando o conflito de competência.
A cláusula compromissória obriga as partes a reconhecerem a arbitragem como o meio exclusivo para a resolução de disputas, impedindo que o conflito seja apreciado por qualquer outro juízo que não o arbitral. Além disso, a cláusula estabelece a mediação ou conciliação como etapas preliminares na resolução do litígio. Essas alternativas, ao contrário da arbitragem, são menos formais e mais colaborativas, com o objetivo de promover um acordo entre as partes com o auxílio de um terceiro imparcial. Na mediação, o mediador atua de forma neutra, facilitando a comunicação entre as partes para que elas mesmas encontrem uma solução, sem sugerir alternativas. Já na conciliação, o conciliador adota uma postura mais ativa, propondo soluções para o conflito. Ambas as abordagens podem ser utilizadas antes da arbitragem, oferecendo métodos mais cooperativos e informais de resolução de disputas.
O contrato também contemplou a possibilidade de uma negociação direta entre as partes como uma tentativa inicial de resolução do conflito. Nesse modelo, as partes buscam resolver a questão de forma direta, sem a intermediação de terceiros, o que possibilitaria a solução da disputa sem a necessidade de intervenção arbitral, caso fosse alcançado um acordo. No entanto, essa abordagem nem sempre é eficaz em casos mais complexos.
A adoção da arbitragem, em vez do processo judicial, oferece diversas vantagens. Entre elas, destacam-se a celeridade, uma vez que a arbitragem tende a ser mais rápida do que o processo judicial; a especialização, permitindo que o árbitro escolhido tenha conhecimento técnico sobre o tema do litígio; e a confidencialidade, que protege a imagem e a reputação das partes, já que o processo arbitral não é público. Além disso, a autonomia das partes para escolher o árbitro e definir o procedimento oferece maior controle sobre a resolução do conflito.
No entanto, a arbitragem também apresenta algumas desvantagens. O custo é um fator importante a ser considerado, pois as despesas com árbitros e instituições de arbitragem podem ser elevadas, tornando-a inacessível para algumas partes. A limitação de recursos também é um ponto relevante, uma vez que, em regra, a decisão arbitral é final e não pode ser revista pelo judiciário, o que pode ser prejudicial caso a decisão não seja favorável. Além disso, a complexidade do processo arbitral, especialmente em casos que envolvem questões técnicas, pode exigir a presença de especialistas, o que torna o procedimento mais caro e complicado.
No caso específico da Cláusula 34ª, a cláusula compromissória poderia ser aprimorada ao incluir a mediação e a negociação como etapas preliminares, além de fornecer um maior detalhamento sobre o procedimento arbitral, como o prazo para a constituição do tribunal arbitral e as regras para a escolha dos árbitros. Uma redação mais aprimorada poderia ser a seguinte:
"Em caso de controvérsia ou litígio relacionado a este contrato, as partes concordam em buscar, primeiramente, resolver a disputa por meio de negociação direta. Caso não se alcance um acordo, as partes submeter-se-ão à mediação, sendo nomeado um mediador mutuamente acordado. Se a mediação não resultar em acordo, as partes resolverão a controvérsia por meio de arbitragem, conforme as regras da [câmara arbitral] e de acordo com a legislação vigente, com a escolha de árbitros especializados na matéria do litígio."
Neste contexto, a cláusula estabelece o compromisso das partes em resolver a disputa por meio de arbitragem. Ao realizar uma análise crítica dessa cláusula, é possível destacar aspectos positivos, como a clareza na escolha da arbitragem, que define de forma inequívoca o mecanismo para resolução de conflitos, e a previsão de um fórum adequado. Contudo, algumas sugestões de aprimoramento podem ser feitas. Seria útil incluir alternativas antes da arbitragem, como a mediação ou negociação, como etapas preliminares, com o objetivo de reduzir a escalabilidade do conflito e criar um ambiente mais colaborativo entre as partes. Além disso, a cláusula poderia ser mais detalhada em relação ao procedimento arbitral, especificando aspectos como o prazo para a constituição do tribunal arbitral e as regras para a escolha dos árbitros, o que ajudaria aevitar ambiguidades e interpretações divergentes.
A execução da sentença arbitral no Brasil está regulamentada pela Lei nº 9.307/96 e segue um procedimento específico para garantir sua eficácia. O primeiro passo é o requerimento de homologação judicial, no qual a parte vencedora solicita ao judiciário o reconhecimento da sentença arbitral, conferindo-lhe a autoridade necessária para sua execução. A homologação é um procedimento formal, mas não envolve o reexame do mérito da decisão arbitral. Após a homologação, a sentença adquire a força de título executivo judicial, permitindo sua execução caso a parte vencida não cumpra voluntariamente a decisão.
Após a homologação, a parte vencedora pode ingressar com uma ação de cumprimento, solicitando ao judiciário a execução da sentença arbitral, caso a parte vencida se recuse a cumprir a decisão. A sentença arbitral, por sua natureza, só pode ser contestada em situações excepcionais, como em casos de violação da ordem pública ou de irregularidades processuais graves. As possibilidades de impugnação são restritas, visando garantir a estabilidade da arbitragem e preservar a eficácia deste meio alternativo de resolução de disputas.
De acordo com o artigo 31 da Lei de Arbitragem, a decisão do árbitro é considerada uma sentença arbitral, com os mesmos efeitos de uma sentença judicial, sendo sujeita a cumprimento e a recursos, conforme a legislação pertinente.
“Art. 31. A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória, constitui título executivo.”
Na arbitragem, as partes têm a possibilidade de escolher mais de um árbitro para resolver a questão, formando um tribunal arbitral, ao qual será concedido o poder de decidir o conflito. De acordo com o artigo 24 da Lei supracitada, o tribunal arbitral deve emitir sua decisão por meio de um documento escrito.
“Art. 24. A decisão do árbitro ou dos árbitros será expressa em documento escrito.
§ 1º Quando forem vários os árbitros, a decisão será tomada por maioria. Se não houver acordo majoritário, prevalecerá o voto do presidente do tribunal arbitral.
§ 2º O árbitro que divergir da maioria poderá, querendo, declarar seu voto em separado.”
Cabe ao árbitro ou ao tribunal arbitral proferir a sentença, o cumprimento dessa sentença será tratado por meio de um processo autônomo. Esse processo de cumprimento deve ser iniciado pela parte interessada no juízo competente, embora, em alguns casos, o cumprimento possa ser realizado dentro do próprio procedimento arbitral.
Para que a sentença arbitral seja efetivamente cumprida, é essencial que sejam atendidos certos requisitos, como o inadimplemento ou a exigibilidade da obrigação, ou seja, o não cumprimento voluntário da obrigação determinada na sentença arbitral, conforme estabelecido no artigo 786 do CPC/2015. Além disso, é necessário que a sentença arbitral tenha a natureza de título executivo judicial, nos termos do artigo 515 do CPC, o que permite o início da fase de cumprimento da sentença.
“Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo.
Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título.”
“Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
§ 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo.”
A decisão do STJ no Conflito de Competência nº 139.519 reforça a validade das cláusulas compromissórias e a primazia da autonomia da vontade das partes, confirmando que a arbitragem é um meio legítimo de resolução de conflitos. A decisão também evidencia que, diante de questionamentos sobre a aplicação da arbitragem, judiciário deve assegurar o respeito ao compromisso arbitral, determinando a competência antes de permitir o início do processo arbitral.
Dessa forma, a arbitragem, quando devidamente estruturada e com cláusulas claras, se estabelece como um método eficiente e seguro de resolução de disputas, proporcionando benefícios como maior especialização, confidencialidade e celeridade. No entanto, é preciso atenção ao custo e à necessidade de um detalhamento adequado dos procedimentos envolvidos. A cláusula compromissória, portanto, é um instrumento eficaz, desde que redigida de maneira cuidadosa e adaptada ao contexto específico do contrato e das partes envolvidas.
parte 2
No final do ano passado, a equipe de comunicação da minha empresa realizou a compra de mochilas para serem entregues aos colaboradores como brindes de final de ano. Contudo, muitas das mochilas apresentaram defeitos, o que levou a equipe a entrar em contato com a fornecedora solicitando a troca dos produtos.
Após diversas tentativas de resolução, a empresa fornecedora respondeu alegando que as mochilas não estavam mais dentro do período de garantia, razão pela qual não poderiam proceder com a troca. Diante dessa negativa, a equipe de comunicação esclareceu a situação ao setor jurídico, que, por sua vez, elaborou uma linha argumentativa, sustentando que as mochilas ainda estavam cobertas pela garantia. No entanto, não obtivemos retorno por parte da fornecedora.
Vale destacar que o contrato celebrado com a empresa fornecedora incluía uma cláusula de conciliação e arbitragem, mas, durante o processo, a questão da conciliação não foi abordada, sendo o caso encaminhado diretamente para arbitragem. Na instância arbitral, a decisão foi favorável à nossa empresa, que não apenas conseguiu garantir a substituição das mochilas defeituosas, mas também obteve uma indenização por perdas e danos no valor de R$ 1.000,00 (mil reais).
Assim, a sentença arbitral reconheceu o direito da empresa à reparação, evidenciando a importância de buscar a resolução adequada, por meio dos meios jurídicos estabelecidos no contrato. Nesse contexto, a decisão reflete a linha adotada pelo STJ no Conflito de Competência nº 139.519, que reforça a validade das cláusulas compromissórias e a primazia da autonomia da vontade das partes, ratificando a arbitragem como um meio legítimo de resolução de conflitos.
considerações finais 
A decisão do STJ no Conflito de Competência nº 139.519 destaca a arbitragem como um meio eficiente de resolução de disputas, ressaltando a primazia da autonomia da vontade das partes, o que também se reflete no caso das mochilas defeituosas, em que a arbitragem assegurou uma resolução favorável à nossa empresa.
Nesse contexto, a arbitragem se apresenta como uma solução eficiente para diversos tipos de litígios, desde que estabelecida por meio de cláusulas compromissórias válidas. Ela oferece um fórum especializado, célere e, muitas vezes, mais eficaz que o Judiciário. Sua confidencialidade, rapidez na resolução e a possibilidade de escolha dos árbitros garantemmaior segurança jurídica às partes envolvidas, sendo especialmente vantajosa para a preservação da imagem das empresas, ao evitar a exposição pública das disputas.
Entretanto, a decisão também destaca os desafios do sistema arbitral, como a resistência em algumas áreas e os custos elevados, que podem limitar sua aplicação em certos contextos. Ainda assim, quando utilizada, a arbitragem garante uma resolução eficaz, com a sentença arbitral tendo a mesma força de uma sentença judicial e podendo ser executada por meio de processo autônomo, desde que atendidos os requisitos legais.
Além da arbitragem, o contrato de concessão celebrado entre a ANP e a Petrobras prevê outros mecanismos de resolução de conflitos, como a conciliação e a mediação, que se destacam por sua natureza mais informal e flexível. A mediação assume um papel neutro e facilitador, enquanto a conciliação permite que o conciliador sugira soluções. Esses métodos proporcionam um espaço para o diálogo entre as partes e se mostram eficazes na busca de soluções mutuamente acordadas, sem a imposição de decisões.
Por fim, esse sistema robusto de resolução de conflitos, que engloba tanto métodos informais quanto arbitrais, reflete uma abordagem estratégica e diversificada, permitindo que as partes escolham o meio mais adequado para resolver suas divergências. 
*Referências bibliográficas
SCAVONE JUNIOR, Luiz Antonio. Manual de arbitragem: mediação e conciliação / Luiz Antonio Scavone Junior. – 8. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense, 2018.
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. 6ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2016.
	
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