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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÁ DE RIBEIRÃO PRETO CURSOS DE DIREITO E PSICOLOGIA DISCIPLINA DE FILOSOFIA 29/04/2021 ATENÇÃO: salvar sua avaliação pronta em pdf e postar nos trabalhos do sia, na disciplina de filosofia. Não é possível enviar outro arquivo ou trocar o que já foi enviado. - Questões abertas com respostas iguais são anuladas - Para postar acesse sia.estacio.br/sianet/logon sia.estacio.br > login > minhas disciplinas presenciais > FILOSOFIA > trabalho de disciplina > AV1 > baixar arquivo Nome: BRUNA GIOVANI CARDOSO SIQUEIRA Matrícula: 201602300445 Turno: MANHÃ 01- (1,0 ponto) A palavra “política” consiste na junção de polis com tékhnē. O segundo termo (tékhnē), “o ato de fazer ou cunhar algo”, é a origem, com algumas variações de interpretação, da técnica como nós a conhecemos atualmente. Já o primeiro (polis) era associado às independentes cidades-Estados localizadas próximas à península do Peloponeso, banhadas pelo mar Mediterrâneo e habitadas pelos gregos. Um grego dessa época se pensava, primeiramente, como um “animal político”, ou zoon politikon, como escreveu Aristóteles (384 A.E.C.-322 A.E.C.). O que significa ser um animal político, na visão de Aristóteles? (X) Empenhar-se com muita motivação, foco e liderança na governança da cidade estado para o bem de todos e consequentemente o seu bem individual. (B) Preocupar-se com as questões de funcionamento do universo, sua organização, origem e funcionamento para poder aplicar na política estes conceitos universais. (C) Animal político é uma crítica feita por Aristóteles ao povo grego que não separava a emoção e a razão ao atuar politicamente, muitas vezes tendo atitudes animalescas. (D) Para a população grega, primordialmente comunitária, todas as ações eram políticas, “públicas, não haveria uma divisão tão clara entre a política e a ética. (E) Para Aristóteles a questão política era menor, encontrada inclusive em sociedades de animais como abelhas e formigas. A preocupação da filosofia deveria ser com questões maiores do que a política. 02- (1,0 ponto) Por volta do século V a.C., ou talvez no século seguinte – ninguém sabe ao certo a data de nascimento –, aconteceu, na região do Peloponeso, provavelmente um fenômeno único na história: os habitantes de determinada cidade-Estado, chamada de Atenas, decidiram que a melhor maneira de se organizar como sociedade era distribuir os poderes de decisão sobre as questões comunitárias por todos os cidadãos. Eles chamaram essa forma de governo de “democracia” (dêmos = povo + kratía = poder), e criaram mais uma palavra-conceito que influenciaria todo o mundo ao longo dos séculos e milênios. Embora tenha um grau de organização incomum, até para os dias atuais, a democracia ateniense também recebeu muitas críticas a respeito de sua estrutura, assinale abaixo a crítica que NÃO pode ser aplicada à democracia ateniense: (X) Havia dificuldade em agendar as reuniões das assembleias devido ao grande número de cidadãos, dessa forma, ocorriam apenas de seis a dez encontros anuais. (B) Não havia participação de mulheres, estrangeiros e escravos nas assembleias. (C) Como havia muitas pessoas a serem ouvidas na assembleia as decisões acabavam sendo lentas, conferindo certa morosidade ao sistema. (D) A presença e a assiduidade no conselho eram consideradas baixas, geralmente as pessoas preferiam atender a seus próprios negócios a ter de resolver os assuntos de Estado. (E) Os participantes do conselho atingiam no máximo 20% da população de Atenas, levando alguns estudiosos a questionarem se esta não era apenas uma forma de oligarquia atenuada. 03- (1,0 ponto) Segundo o mito da caverna de Platão: havia homens acorrentados dentro de uma caverna, com apenas uma saída, recebendo luz indiretamente do sol. Aprisionados, os homens só conseguem enxergar as sombras projetadas na parede do que acontece atrás deles. Um deles, contudo, se desvencilha dos grilhões e sai da gruta em direção ao sol. Num primeiro momento, ele tem dificuldade de enxergar, mas, aos poucos, vai se acostumando até que vê as coisas como elas são e, depois, o próprio sol. Impressionado com a visão das coisas verdadeiras, ele decide voltar e contar para os demais prisioneiros a verdade. De acordo com o mito da caverna de Platão, quem é o homem que consegue escapar da caverna? (A) O sofista (X) O filósofo (C) O legislador (D) O imperador (E) O cidadão ateniense 04- A tarefa inicial do diálogo mais famoso de Platão é criar uma polis perfeita que sirva como ideal ou paradigma para todas as cidades. O fato de representar “apenas” um modelo é um dos pontos mais importantes na leitura e interpretação da obra A república, pois protege Sócrates (e Platão) de algumas – mas não todas – controvérsias que a envolvem. Uma das sugestões feitas no diálogo por Sócrates consiste em abolir a família tradicional e que sejam contadas certas ficções, algo como mentiras nobres, na criação das crianças que serão os futuros guardiões. Ele propõe, por exemplo, inventar que os habitantes da cidade ideal são autóctones, isto é – na tradução da palavra grega que ele quer usar –, nasceram literalmente de dentro da terra, sem mãe nem pai humanos. a) Por que Sócrates, neste diálogo escrito por Platão, considera importante esta ideia tão controversa? (1,5 pontos) A justificativa é que, quando expulsam os poetas da cidade, fica para o fato de que Sócrates não acredita que possa haver tal harmonia social sem que as pessoas verdadeiramente creiam em seu íntimo que essa é a ordem natural das coisas. Sem moldar as almas, diria Sócrates, não se constrói ou se muda uma sociedade. A justiça, nessa localidade, aparece como uma consequência desse cuidado mútuo. Todas as pessoas se percebem como iguais e pertencendo ao mesmo lugar. b) Mais de dois mil anos depois o filósofo Nietzsche considera que o cristianismo era um platonismo para as massas, por quê? (1,5 pontos) Nietzsche diz que o cristianismo era um platonismo vulgar, para o povo. Como o nada divinizado, e este foi o início daquilo que ele chamou de “niilismo negativo”, postura inconsciente que tirou o valor do mundo, transferindo-o para um pretenso além. 05- (1,0 ponto) Aristóteles escreveu livros para os mais variados assuntos específicos possíveis. Pense em um tema. Provavelmente, ele já o abordou, ao menos de passagem. Em geral, a cada obra, ele escolhia um tema em separado (biologia, zoologia, antropologia, psicologia etc.) e o explorava até o fim. Em Ética a Nicômaco, entretanto, texto que foi pensado para ser uma espécie de primeiro de dois volumes, ele aborda em sua completude a “filosofia sobre os assuntos humanos”. O segundo tomo assume exatamente a estrutura de um novo livro, chamado de A política, onde dá continuidade àquela mesma reflexão. Qual o principal tema dessas obras? (A) A política, forma eminentemente humana de organização social. (B) O mundo das ideias, onde a verdade seria universal. (C) A arte da argumentação para poder atuar politicamente na vida da polis. (X) A felicidade, algo que demonstra a excelência específica humana, sua virtude. (E) O banimento de artistas da cidade ideal, para evitar o falseamento da realidade. 06- (1,0 ponto) Entre os intelectuais cristãos medievais, a Filosofia nunca constituiu uma ciência ou investigação independente da teologia. Para os gregos, a “Filosofia” significava — etimologicamente — “o amor à sabedoria”. Para os cristãos, a “verdadeira Filosofia” era o Evangelho de Cristo, que, na fé cristã, é a própria Sabedoria em pessoa. Assim, para os teólogos católicos, a Filosofia era um instrumental capaz de auxiliar a razão iluminada pela fé a conceituar os mistérios revelados. Tais reflexões nasceram a partir de temas que, embora estejam presentes na Bíblia, nãoconstituem exatamente mistérios de fé, mas realidades do mundo e do homem que a perspectiva da fé ajudou a vislumbrar melhor do que a razão grega havia feito. São exemplos desses temas, EXCETO: (A) O início do mundo, a gênese de onde tudo começou, conhecer a origem deste mundo é uma preocupação filosófica esclarecida pela fé. (X) A preocupação com a atuação ética na política e suas assembleias, incluindo mulheres e estrangeiros nas decisões, visto que somos todos irmãos. (C) O incremento da investigação sobre o problema do mal, auxiliada pela noção bíblica de uma criação essencialmente “boa” e do “pecado”. (D) A valorização do tempo e da história à partir das intervenções de Deus. (E) A noção de consciência, quando a voz de Deus manifesta-se à consciência e aí dita seus juízos, audíveis ao ser humano reto. 07- (1,0 ponto) Santo Tomás de Aquino é o maior expoente do período escolástico da teologia e Filosofia católica, cujo nome deriva das “escolas” monásticas ou catedralícias, nas quais eram ensinadas a teologia e as “artes liberais”. O período escolástico teve início a partir do século IX, quando Alcuíno (735 d.C.-804 d.C.) promoveu a reforma carolíngia no âmbito educacional, que foi impulsionada pelo imperador Carlos Magno (742 dC-814 d.C. O “método” da escolástica madura era a disputatio, que consistia em um embate dialético de opiniões contrárias e favoráveis a determinada tese. Em relação ao período escolástico, um de seus maiores objetivos era: (X) Justificar a fé cristã à luz de um pensamento racional. (B) Aperfeiçoar a arte do debate como faziam os sofistas. (C) Valorizar a experiência vivida no corpo como fonte de verdade. (D) Refutar a ideia de verdade universal, pois cada um tem seu ponto de vista, sua herança cultural, sua vida em sociedade e influência histórica. (E) Defender a democracia como governo menos prejudicial à sociedade, embora muito imperfeito e corruptível. 08- Na idade média surgem as formas clássicas de combinação dos padres medievais: aqueles que separam os domínios da razão e da fé, mas acreditam numa conciliação entre elas; aqueles que pensam que a fé deveria submeter a razão à verdade revelada; e ainda aqueles que as veem como distintas e irreconciliáveis. Esse período é conhecido como Patrística (filosofia dos padres da Igreja). No entanto, pode-se levantar a questão de que esse conflito entre fé e razão representa apenas um momento localizado na história. A filosofia, tendo como característica a radicalidade, a insubordinação, a luta para superar pré-conceitos e estabelecer conceitos cada vez mais racionais através da história, mostra que, desde seu início, esta relação tem seus momentos de estranhamento e reconciliação. CABRAL, João Francisco Pereira. "Conflito entre Razão e Fé"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/o-conflito-entre-fe-razao.htm. Pensando nos dias de hoje, como você enxerga o debate fé, razão e vida em sociedade? (1,0 ponto) O debate em razão é fé sempre existirá, infelizmente, ainda vivemos em uma sociedade conflituosa, preconceituosa e etc. Razão, algo que é construído do próprio homem, com sua vivência, vista como o centro da verdade, desde o pensamento de Descartes. A fé, vulgo religião, é a crença, é a esperança que as pessoas depositam em Deus, em algo ou alguma coisa, afim de se realizar, proteger, curar ou ter. Ateus, por exemplo, são pessoas compreendidas como “racionais”, acreditam no que vivem, e isso será até o fim dos tempos. E hoje em dia, principalmente no estado pandêmico em que estamos vivendo, a fé é maior. Acredito que, mesmo os ateus, pessoas céticas, se apegam a alguma coisa para acreditar que tudo ficará bem, mesmo ainda havendo preconceito com crenças e religiões, o nosso país, é um país mais de fé do que razão. https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/o-conflito-entre-fe-razao.htm