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Página inicial SURGIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR E DO AGRONEGÓCIO Professor (a) : Drª. Paula Toshimi Matumoto Pintro Me. Yony Brugnolo Alves Espª. Simoni Alexandre Objetivos de aprendizagem • Apresentar o histórico da agricultura familiar e do agronegócio e sua atualidade no Brasil e no mundo. • Caracterizar o agronegócio. • Perceber as semelhanças, diferenças e singularidades entre a agricultura familiar e o agronegócio. https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial/unidade-1 https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial/atividades https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial/resumo https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial/eu-indico https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial/refer%C3%AAncias https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial/aprofundando https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial/editorial Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • História da Agricultura Familiar • O Agronegócio • Agricultura Familiar versus Agronegócio Introdução Prezado(a) aluno(a), Seja muito bem-vindo(a)! Vamos conversar sobre agricultura familiar e sobre agronegócio? Discutir esse assunto no Brasil é de grande relevância, pois o Produto Interno Bruto - PIB brasileiro sofre alterações para mais e para menos em decorrência do sucesso ou insucesso nesse setor da economia. Neste encontro, a proposta de estudo está dividida em três grandes tópicos, os quais separamos em três aulas para melhor entendimento: História da Agricultura Familiar e do Agronegócio: sua atualidade no Brasil e no mundo; Agronegócio; Agricultura familiar versus agronegócio. Na aula um inicialmente, serão abordados fatos históricos desde os primórdios da agricultura até sua recente configuração, passando pela evolução nos conceitos relacionados à agricultura e pelas leis que ratificam esses conceitos. De forma condensada, foram apontados eventos que transformaram os modos de produção e que deram origem à chamada agricultura familiar e o agronegócio. Em seguida, serão expostos os conceitos e os fatos da agricultura familiar no Brasil e no mundo, demonstrando similaridades e diferenças. Existe, ainda, um levantamento de fatos e dados que norteiam o aprendizado deste tópico. Na aula dois definiremos o que é agronegócio, esquematizamos a cadeia produtiva e demonstramos a importância econômica deste setor no cenário econômico do Brasil. Além disso, apresenta uma figura que expõe o ranking dos produtos de maior produção e exportação do agronegócio brasileiro. Na nossa aula de número três procuramos demonstrar as semelhanças, diferenças e singularidade da agricultura familiar e do agronegócio. O objetivo não é rivalizar agricultura e agronegócio e sim demonstrar que ambos são muito importantes para a economia brasileira e mundial, mas cada um tem suas peculiaridades. https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial https://getfireshot.com Dessa maneira, com o conjunto dessas três aulas, desejamos que você, aluno(a), consiga compreender o panorama geral da agricultura familiar e do agronegócio. Vamos lá?! Bons estudos! Avançar DOWNLOAD PDF UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial/unidade-1 https://drive.google.com/file/d/15X8S5i5iGdpWyfKmCR3rHXSMwmpOk7vN/view?usp=sharing Página inicial HISTÓRIA DA AGRICULTURA FAMILIAR A agricultura é praticada há pelo menos 10 mil anos. Nos primórdios da pré-história os homens caçavam e coletavam seus alimentos. Quando não era mais possível usufruir dos recursos em um ambiente de forma extrativista, os homens se realocavam, os denominados nômades. As técnicas de domesticação de animais e o domínio das práticas de plantar e colher permitiram que o homem deixasse de ser nômade, e passasse a se fixar em pequenos aglomerados. Estes grupamentos deram origem às civilizações. Com mais pessoas, foi necessário um aumento na produção de alimentos. Dessa forma, as práticas agropecuárias foram cada vez mais aprimoradas e desenvolvidas. Do período da pré-história até o período da revolução industrial no século XVIII, a agricultura cresceu, se expandiu e evoluiu. As populações começaram a dominar métodos de cultivos de diferentes espécies. O uso de tração animal proporcionou agilidade e aumento das produções. A transformação das matérias-primas resultou em durabilidade e diversidade de produtos. Nesse período, eram comuns as propriedades que integravam produção e processamento das matérias-primas (ARAÚJO, 2007). As habilidades requisitadas para que estes serviços fossem executados, capacitaram trabalhadores versáteis no trabalho do campo. Desde então, a apropriação de terras e o poder de produção tornou-se sinônimo de riqueza (BAPTISTA, 2010). No levantamento histórico realizado por Mazoyer & Roudart (2010), foram elencados marcos na modernização da agricultura. De acordo com os autores, na segunda metade do século XX, com a chamada Revolução Agrícola Contemporânea, adotou-se inovações nas produções agropecuárias. As novas técnicas permitiram um aumento nas produções vegetais e animais. Essas práticas, contudo, modificaram significativamente a história da agricultura. Alguns métodos adotados foram: • Motorização-mecanização: implementos que permitiram maior agilidade e menor uso da mão de obra. • Seleção de espécimes animal e vegetal com forte potencial de rendimento: procedimento que permitiu um aumento de produção e produtividade. • Ingresso de produtos fitossanitários: método químico de prevenção, controle e erradicação de pragas e doenças em vegetais. Surgiram também produtos para sanidade animal. • Uso de corretivos e fertilizantes: recurso adotado para repor nutrientes no solo com contínuas produções. • Alimentos concentrados: alimentos ofertados em quantidade que aceleraram o ganho de peso vivo (PV) animal. https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial Agricultores de muitos países foram estimulados pelo poder público a consumir estas inovações, por meios de “políticas de incentivo aos preços agrícolas, de subvenções aos insumos, bonificação dos juros de empréstimos e investimentos” (MAZOYER; ROUDART, 2010). O acesso destes recursos concentrou-se nas regiões mais prósperas, com alto potencial de rentabilidade. Diante desse novo cenário, atentam-se as particularidades das novas formas de produção, de processamento, de distribuição e de comercialização. Distintas, especialmente, segundo o uso e a posse das terras são conceitualmente denominadas de agricultura familiar e agronegócio. A primeira refere-se aos detentores de terras que se mantiveram pequenos, em sua maioria, com produções diversificadas e de trabalhadores do núcleo familiar. Já o agronegócio trata de produções em larga escala, na maioria, monocultura, de trabalho e de posse de pessoas que não necessariamente possuem vínculos familiares. As singularidades, semelhanças e diferenças entre a agricultura familiar e o agronegócio foram o objeto de estudo deste livro. A agricultura familiar, durante muito tempo, não foi assim denominada. Atualmente o conceito é diferenciado em cada país, mas o que todos têm em comum é o emprego de mão de obra familiar (FAO, 2014). No Brasil, os agricultores já foram subdivididos em: índios, negros, mestiços, brancos não herdeiros e imigrantes europeus. Com o decorrer do tempo, eles foram chamados de camponeses (ALTAFIN, 2007). Com o processo de migração de europeus, especialmente, na região22 abr. 2017 https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fendeavor.org.br%2Fempreendedorismo-social%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEObrp-Q6lWhW42DArGsXfs7-X2eg http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.footprintnetwork.org%2Fen%2Findex.php%2FGFN%2Fpage%2Fcalculators%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNH1cIha22HwCTio9EOHc67rCF1ttA AGRICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL Sustentabilidade e agroecologia A agricultura, ao longo dos anos, modificou os modos de produção. As revoluções agrícolas minimizaram as restrições do meio ambiente e a necessidade de mão de obra (ASSIS; ROMEIRO, 2002). Desde a década de 1950, a agricultura brasileira passou por um período de inovações tecnológicas, relacionadas à industrialização e à urbanização. Nos últimos anos, o Brasil aumentou significantemente a produtividade e tornou-se um dos maiores exportadores de produtos agropecuários (ALVES; CONTINI; HAINZELIN, 2005). Ressalta-se que as várias transformações e modernizações nos modos de produção garantiram, ao longo da história, o fim do nomadismo e, por consequência, a origem das civilizações. Contudo, atualmente, desafia-se a agricultura a promover produções mais sustentáveis (BARBOZA et al., 2012). Visando minimizar os impactos sobre as dimensões da sustentabilidade, surge a agroecologia, que confronta as ideias do sistema convencional de produção e apresenta alternativas agroecológicas (LIMA; CARMO, 2006). Um exemplo dessa nova proposta é o cultivo orgânico, que visa produções isentas de produtos fitossanitários, fertilizantes químicos, organismos geneticamente modificados (OGM), entre outros (FAO, 2012). A agricultura orgânica, entretanto, não é sinônimo de agricultura agroecológica, o alimento orgânico pode ser ecológico ou não. A pesquisa de Souza, Santos e Bezerra (2012) diferenciam e conceituam essas duas formas de produção. Alimentos orgânicos não usam produtos químicos sintéticos, ou geneticamente modificados. Produtos orgânicos industrializados devem ser produzidos sem ingredientes químicos artificiais, como os corantes. Produtos orgânicos não deixam de ser produzidos nos moldes da agricultura convencional ou da monocultura. Os produtos orgânicos apenas não usam a química industrial como principal meio de combate às pragas e de fonte de fertilizantes para adubação. A Agroecologia é a ciência dedicada ao estudo das relações produtivas entre homem e natureza, visando sempre a sustentabilidade ecológica, econômica, social, cultural, política e ética. A proposta da Agroecologia é fazer uma contraposição ao agronegócio. As https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com práticas agroecológicas se baseiam na pequena propriedade, na mão de obra familiar, em sistemas produtivos complexos e diversos, adaptados às condições locais, redes regionais de produção e distribuição de alimentos Fonte: Souza, Santos e Bezerra (2012, p. 9). A agroecologia como ciência investiga o funcionamento e interações de agrossistemas complexos. Foca-se na conservação e ampliação da biodiversidade, e, consequentemente, em produções sustentáveis (ASSIS; ROMEIRO, 2002). A integração de saberes históricos dos agricultores, juntamente com os conhecimentos gerados pelas pesquisas, permite compreensão, análise e críticas. Assim, novas estratégias são geradas, novos modelos são desenhados, abrangendo formas de agriculturas mais sustentáveis (CAPORAL, 2009). Transitar a partir de métodos de cultivos convencionais para outros de menores impactos, como os métodos agroecológicos, exigem, igualmente, a incorporação e avanços do conhecimento científico (COSTABEBER, 1998). Na visão de Rosset et al. (2014, p. 10), “as mudanças devem iniciar em novas políticas agrárias com incentivos governamentais, incentivos a pesquisas, além do desenvolvimento e transferência de tecnologias eficientes, acessíveis e, acima de tudo, economicamente viáveis”. Propor inovações e métodos distintos para a produção, não condena ou exclui o uso de todas as formas de cultivos pelos agricultores familiares e não familiares. De acordo com a FAO (2012, p. 2), “é cada vez mais reconhecido que, com uma gestão adequada dos setores agrícolas, gera-se externalidades positivas cruciais”. Agricultura familiar e a produção convencional A produção convencional é um modo de produção muito abrangente. Nesse sistema pode-se utilizar tecnologias como: OGM (Organismo Geneticamente Modificado), híbrido, hidropônico, fertilizantes químicos, mecanização, produtos fitossanitários (herbicidas, inseticidas), melhoramento genético de plantas e animais, medicamentos alopáticos, e outras tantas propostas tecnológicas. Rosset et al. (2014), consideram em sua pesquisa que a agricultura convencional é dependente de insumos externos, como fertilizantes e produtos fitossanitários. Coloca-se então, que quando utilizados de modo inadequado, pode contaminar os solos, a água e o ar. Segundo Gliessman (2001), a produção convencional visa maximizar produção e lucro. Os métodos adotados para geração dos resultados esperados são: o cultivo intensivo do solo, a monocultura, a irrigação, o uso de fertilizantes inorgânicos, o controle químico de pragas e a manipulação genética. De modo geral, os trabalhos acerca do tema “Agriculturas Convencionais” são controversos. Nesta pesquisa, buscou-se averiguar e expor a legalidade do uso destes recursos. Segue alguns exemplos, da regulamentação perante a utilização destas estratégias, de acordo com a legislação brasileira: • Fertilizantes – Lei 6.894, de 16 de dezembro de 1980 e Decreto 4.954, de 14 de janeiro de 2004. • Produtos fitossanitários – Lei 7.802, de 11 de julho de 1989 e Decreto 4.074, de 4 de janeiro de 2002. • OGM – Lei 11.105, de 24 de março de 2005 e Decreto 5.591, de 22 de novembro de 2005. Com isso, este livro expõe que é aceitável o emprego destes procedimentos/tecnologias (uso de fertilizantes; produtos fitossanitário; OGM) na produção agropecuária brasileira. Notaram-se inúmeros trabalhos, mostrando em números, os resultados positivos e negativos dos empregos destas diversas técnicas. Investigou-se que não há registros científicos contabilizando os percentuais de agricultura familiar convencional no Brasil e no mundo. Contudo, considera-se que cabe aos agricultores familiares e/ou não familiares, técnicos e pesquisadores o uso ou desuso dessas tecnologias. https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Você sabe o que significa um alimento ser geneticamente modificado ou transgênico? conheça a definição e suas consequências em: . . Agricultura familiar e a produção agroecológica A agroecologia é uma ciência que transcende o uso de ferramentas tecnológicas aplicada pelos produtores. De acordo com Barboza et al. (2012, p.10). “ela surge como um conjunto de conhecimentos, técnicas e saberes que incorporam princípios ecológicos e valores culturais às práticas agrícolas”. Como ciência, apoia a transição do desenvolvimento rural, recomendando mudanças nas produções convencionais para formas de agriculturas mais sustentáveis (CAPORAL, 2009). Pesquisas sobre agroecologia desafiam-se além do desenvolvimento de novas práticas de produção, pois estimulam a inovação de novos mercados e segmentos, como: “produtos de regiões específicas com tradição e cultura (denominação de origem), agricultura orgânica e agroecologia” (ALVES; CONTINI; HAINZELIN, 2005). As inovações possibilitam que pequenas propriedades diferenciem-se e diversifiquem-se, permitindo uma visão sistêmica e, assim, o aprimoramento da gestão, cooperação, competição e novas formas de trabalho. Diversos sistemas de produção encaminham agricultores às práticas agroecológicas. Segundo Barboza et al.(2012, p.9) são exemplos destas produções: a. Agricultura orgânica tem como base o sistema de compostagem com o uso de materiais vegetais e animais da propriedade, assegurando a vida biológica do solo, a ciclagem de nutrientes e, assim, a nutrição e sanidade das culturas. b. Agricultura biológica segue dois princípios fundamentais – a saúde das culturas e dos alimentos depende da saúde do solo e ênfase no manejo do solo e na rotação de culturas. Recomenda, também, o uso de rochas moídas como fertilizantes e considera que a resistência das plantas ao ataque de pragas é determinada pelo seu equilíbrio nutricional, e os desequilíbrios são provocados pelo uso de agroquímicos. c. Agricultura biodinâmica entende a propriedade como um organismo agrícola, no qual o todo reflete o equilíbrio das partes, trabalhando as relações existentes entre o solo, a planta, o animal, o homem, o universo e as energias que envolvem e influenciam cada um e o todo. d. Agricultura natural preconiza a menor alteração possível nos ecossistemas, evitando-se movimentar o solo, estimulando a reciclagem dos restos culturais e palhadas, por meio da compostagem feita somente à base de vegetais, sem o uso de estercos animais e com a utilização frequente de “microorganismos eficientes”. e. Agricultura ecológica preconiza o conceito de agroecossistema, o uso de tecnologias suaves e a utilização de fontes alternativas de energia. f. Permacultura defende a produção de agroecossistemas sustentáveis, por meio da simulação dos ecossistemas naturais, procurando a menor modificação possível da paisagem. A agricultura orgânica é a mais divulgada e conhecida junto à pesquisa e ao mercado, e erroneamente confundida com as demais. Segundo a FAO (2012), estima-se que o manejo orgânico esteja crescendo constantemente nos últimos anos. Calcula-se cerca de 1,8 milhões de agricultores orgânicos em 162 países. Esse modo diferenciado de produção gera oportunidade para pequenos produtores no mercado, sendo essas produções, muitas vezes, destinadas à exportação. Agrega-se valor ao produto e, consequentemente, aumenta-se a renda. Atualmente, cerca de 90% das vendas de orgânicos são oriundas da América do Norte e Europa. As normas e princípios para a exportação de alimentos orgânicos são definidos pela Codex Alimentarius (FAO, 2012). https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.idec.org.br%2Fconsultas%2Fdicas-e-direitos%2Fsaiba-o-que-sao-os-alimentos-transgenicos-e-quais-os-seus-riscos&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGglq_UYSm3DQd5iVV5v8DZWOf44Q http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.idec.org.br%2Fconsultas%2Fdicas-e-direitos%2Fsaiba-o-que-sao-os-alimentos-transgenicos-e-quais-os-seus-riscos&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGglq_UYSm3DQd5iVV5v8DZWOf44Q Figura 1 - Gráfico da área ocupada com agricultura orgânica em 2009. Fonte: FAO (2012). O interesse crescente por produtos orgânicos é motivado principalmente pela busca de uma melhor qualidade de vida e por métodos de produção mais sustentáveis. No Brasil, vários produtos orgânicos são exportados, in natura e processados, como por exemplo: banana e suco de laranja, respectivamente. Observam-se algumas iniciativas que estimulam produção e exportação. O MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), assim como MMA (Ministério do Meio Ambiente), apoiam ações, visando um desenvolvimento mais sustentável. O MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) contempla, nos orgânicos, a alternativa estratégica para diferenciação de produtos oriundos da agricultura familiar. Enquanto o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), esforça-se para alavancar exportações das produções orgânicas brasileira (BUAINAIN; BATALHA, 2007) Agricultura convencional versus agricultura agroecológica As pesquisas científicas, que estudaram os métodos de produção convencional e agroecológico, são quase sempre unilaterais. Por um lado, defende-se e dissemina-se o uso das inovações tecnológicas. Em contrapartida, tem-se uma visão holística sob as produções agropecuárias. Ambos são repletos de métodos e resultados aplicáveis. Desse modo, expõem-se as singularidades de cada forma de produção, sem relacioná-las e/ou confrontá-las. A figura 2 esquematiza as práticas utilizadas em uma produção convencional. https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Figura 2 - Esquema das tecnologias utilizadas na agricultura convencional. Fonte: as autoras (2015). A figura 3 sugere algumas metas das produções agroecológicas. Figura 3 - Metas da agroecologia. Fonte: Souza, Santos e Bezerra (2012, p. 4). Somente em 2012 foi instituído o Decreto nº 7.794, de 2012, que institui a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo) o mesmo decreto estabeleceu dois órgãos para a gestão da Política e do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), a Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Cnapo) e a Câmara Interministerial de Agroecologia e Produção Orgânica (Ciapo). Fonte: Brasil Agronegócio. Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica - Planapo. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Brasília, 2013. Disponível em: https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fagroecologia.org.br%2Fwp-content%2Fuploads%2F2013%2F11%2Fplanapo-nacional-de-agroecologia-e-producao-organica-planapo.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHiycexG2xnAMIsAuOAzXRcLEaW1w . Acesso em 22 abr. 2017. AGRICULTURA FAMILIAR E ALTERNATIVAS PARA O SUCESSO A agricultura familiar, especialmente, nos últimos anos, beneficia-se, direta ou indiretamente, de pesquisas e políticas públicas. Ao analisar alguns trabalhos, vê-se a importância de alguns fatores primordiais para alavancar a agricultura familiar. A seguir, elencam-se alguns destes fatores e suas particularidades. Educação De acordo com Buainain (2006), o agricultor familiar depara-se com várias situações adversas como: “terra insuficiente (minifúndios), acesso precário a mercados dinâmicos, nível de renda insuficiente, descapitalização, pobreza elevada e baixo nível de educação formal e experiência em gestão de negócios”. Segundo os dados do censo agropecuário do IBGE (2006), mais de 80% dos produtores rurais têm nível de escolaridade igual ou inferior ao ensino fundamental, como mostra a figura 4. Figura 1 - Percentual dos produtores dos estabelecimentos, por nível de instrução – Brasil – 2006. Fonte: Censo Agropecuário (IBGE, 2006, p. 120). Ter acesso à educação é um direito garantido a todos. Conforme a Lei 9.394/96 LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação - (BRASIL, 1996), no artigo 28, prevê particularidades e adaptações para a educação da população rural: Art. 28. Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente: I – Conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural; https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fagroecologia.org.br%2Fwp-content%2Fuploads%2F2013%2F11%2Fplanapo-nacional-de-agroecologia-e-producao-organica-planapo.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHiycexG2xnAMIsAuOAzXRcLEaW1w https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fagroecologia.org.br%2Fwp-content%2Fuploads%2F2013%2F11%2Fplanapo-nacional-de-agroecologia-e-producao-organica-planapo.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHiycexG2xnAMIsAuOAzXRcLEaW1w II – Organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas;III – Adequação à natureza do trabalho na zona rural. Parágrafo único. O fechamento de escolas do campo, indígenas e quilombolas será precedido de manifestação do órgão normativo do respectivo sistema de ensino, que considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação e a manifestação da comunidade escolar Ainda que amparados por lei, muitos agricultores familiares creem que a educação compete com o trabalho rural (BUAINAIN, 2006). Muitos jovens, que abandonam os estudos, são os mais prováveis sucessores. Um baixo índice de escolaridade compromete o desempenho de algumas práticas agrícolas adequadas, como a gestão da propriedade, e o acesso às informações e inovações (ABRAMOVAY et al., 1998). O acesso à educação oportuniza maiores habilidades para adquirir e processar informações e de gerir a propriedade. É um recurso essencial para adotar e aplicar novas tecnologias. Confiança Para uma produção de matéria prima e alimentos de qualidade, toda cadeia produtiva deve estar comprometida com todos os elos. Desde a aquisição dos insumos, até o consumidor final, deve-se fazer um esforço para manter a credibilidade do produto, como alimentos rastreados. A confiança é uma forma de promover e fortalecer estas relações. Aos envolvidos, aumenta-se a competitividade no mercado; a sustentabilidade e a continuidade na produção; e também atende às exigências do consumidor. Empresas com altos índices de qualidade aperfeiçoam e inovam seus produtos e serviços. A qualidade visa atender às expectativas do consumidor e não necessariamente ter o menor custo (PICCHI; ZANIBONI, 2010). A confiança assegura credibilidade, valorização, competitividade e sustentabilidade nos sistemas de produção. A confiabilidade deve transcender a garantia da qualidade intrínseca do produto, respeitando prazos e cumprindo cláusulas contratuais. Você já conhece a Associação Brasileira de Agroecologia? Saiba mais! Disponível em: . Acesso em 22 de abr. 2017. Tecnologia A tecnologia é um recurso essencial em pesquisa e desenvolvimento, pois promove inovações, que muitas vezes remetem ao aumento da produtividade. Assim, é possível produzir com custos reduzidos e tornar-se mais competitivo. De acordo com Buainain (2006, p. 41), o emprego de tecnologias buscava “elevar o rendimento por hectare, reduzir custos de produção, deslocar os concorrentes e economizar mão de obra sem maior controle de eventuais externalidades negativas”. Na atualidade, visa atender as restrições impostas pelas normas e as exigências dos consumidores. Outro ponto a ser considerado é a redução, em alguns casos, dos impactos ambientais. Usar tecnologias é uma forma de potencializar produtividade, reduzir custos, minimizar impactos e aumentar lucratividade. Quando bem utilizadas, produzem externalidade positivas em toda a sociedade (PICCHI; ZANIBONI, 2010). As formas de agriculturas alternativas também são exigentes em tecnologias. É necessário ir além das recomendações pré-estabelecidas e, principalmente, gerir conforme as necessidades do mercado. https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Faba-agroecologia.org.br%2Fwordpress%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEBBt2qbPEXpTH66cyQ0yGa2dYW_Q http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Faba-agroecologia.org.br%2Fwordpress%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEBBt2qbPEXpTH66cyQ0yGa2dYW_Q O agricultor familiar que investe em tecnologia beneficia-se com melhor produtividade, rentabilidade, competitividade, eficiência e inovações. Promove e qualifica a gestão da propriedade. Desta forma, entende-se como fundamental a valorização das pesquisas, principalmente de órgãos governamentais que incentivam essa ideia, como EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e Universidades (PICCHI; ZANIBONI, 2010). Organização A agricultura familiar que, nem sempre foi o alvo das políticas públicas, manifestou suas reivindicações organizando-se em sindicatos, cooperativas e associações de agricultores (FINATTO; CORRÊA, 2011). Constituir e participar de organizações sociais, como cooperativas e associações, viabilizam recursos e serviços que não estariam disponíveis para o agricultor individualmente. Dessa forma é possível adotar novas tecnologias, ter acesso a serviços especializados, promover investimentos, adquirir mais informações, planejar coletivamente e gerir de modo eficiente (BUAINAIN, 2006). O agricultor familiar, em muitos casos, tem produção diversificada e descontínua. Essas características dificultam um constante abastecimento dos mercados consumidores. Individualmente, possuem dificuldades de acesso aos serviços de assistências técnicas, créditos, bem como financiar auditorias para acompanhar os processos de certificação e rastreabilidade (FORNAZIER; WAQUIL, 2011). Assim, elevando-se o grau de organização dos agricultores familiares, é possível intervir, positivamente, em políticas públicas, assistência técnica, levantar recursos e, consequentemente, modificar sensivelmente as opções produtivas dos produtores. Organizações como cooperativas e associações, auxiliam produtores na aquisição de novas tecnologias, informações e maior êxito na comercialização. Coordenam ações para padronização dos produtos e processos; e reduzem significativamente os custos de produção e operacionalizações (FORNAZIER; WAQUIL, 2011). Segundo Buainain (2006, p. 94), a “organização é insumo essencial para a incorporação sustentável das novas tecnologias” Sucessão O termo sucessão remete-se a dar sequência em algo iniciado. No caso de sucessão de empresas familiares, não existe um conceito clássico definido. De acordo com Freire et al. (2010), a empresa familiar é caracterizada por um fundador, repassando a gestão para seus sucessores, seja por motivo de morte ou aposentadoria. Bernhoeft (1989) define as empresas familiares como aquelas que mantêm, ao longo de duas ou mais gerações, a gestão das empresas por membros de uma família. Em entrevista para a revista Atualidades (2012) e em palestra cedida ao SEBRAE (mar./2015), Mizumoto (2012) afirma que existem duas formas para as famílias darem sequência às empresas: por continuidade ou por sucessão. O termo continuidade reporta-se à continuação do trabalho iniciado pelo fundador por seus descendentes, descritivamente entendida como a manutenção daquilo que estava sendo feito. Para o pesquisador, muitos casos de sucesso iniciam-se por continuidade nas gestões. Já o termo sucessão relaciona-se com a transformação na administração das empresas. Neste âmbito, não se considera apenas as mudanças radicais, e, sim, a liberdade para implementar uma nova forma de trabalho. Refletir sobre o processo de sucessão familiar não é sinônimo de dividir herança. A herança é considerada uma transferência do valor patrimonial. Legalmente, todos aqueles que possuem laços familiares são herdeiros. O código civil brasileiro legitima a ordem de transferência da herança, Lei nº 10.406 de 2002, artigo 1.829 (BRASIL, 2002). Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I – Aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com II – Aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III – Ao cônjuge sobrevivente; IV – Aos colaterais. Dessa forma, pondera-se como uma estratégia de sucesso a continuidade ou sucessão nas empresas familiares. Em muitas situações, conduzir um processo sucessório pode gerar conflitos entre as gerações e entre os possíveis sucessores. De modo geral, as discussõessão acerca da forma de gestão e remuneração dos envolvidos. Silveiro et al. (2001) destaca que apesar de um razoável nível de diálogo nas famílias, o tema sucessão é raramente abordado, sendo este um possível ponto de discórdia entre os familiares. Segundo Freire et al. (2010, p. 9), “não existe um modelo único para garantir a eficácia da mudança, assim como a teoria da contingência diz que não existe um modo mais eficaz, eficiente e efetivo para administrar com sucesso a organização”. O que existe é um entendimento do processo de mudança organizacional, minimizando- -se, então, desentendimentos entre os líderes, os funcionários e os colaboradores. Outro fator a ser considerado é admitir, que em muitos casos, os gestores familiares brasileiros não são treinados para gerenciar tais processos de mudanças. Essa pesquisa indicou, inicialmente, outra forma de conduzir a sucessão e a proteção dos bens, transformando a empresa familiar rural em holding. Teixeira (2007, p. 10) diz que “a holding visa solucionar problemas de sucessão administrativa, treinando sucessores, como também profissionais de empresa, para alcançar cargos de direção”. Entre outros apontamentos, o autor também cita: “a holding objetiva solucionar problemas referentes à herança, substituindo em parte declarações testamentárias, podendo indicar especificamente os sucessores da sociedade, sem atrito ou litígios judiciais”. Mizumoto (2012) afirma que tanto continuidade como sucessão compõem o mesmo processo, e que o melhor momento para se discutir sobre o assunto é agora. Sucessão é para alguns, mas herdeiros serão todos. Assim, a melhor estratégia que uma empresa familiar pode traçar é definir um planejamento familiar; manter espaço para a comunicação entre os envolvidos; e ser transparentes nas relações interpessoais, especialmente, na escolha de um ou mais sucessores. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial/atividades Página inicial ATIVIDADES 1. Aprendemos que há diversas esferas da sustentabilidade. Analise as alternativas e assinale a que melhor se adequa a definição: Aproximação do setor público e da população, na maioria das vezes, por iniciativas populares. Essa esfera representa acesso à democracia e estimula a participação popular. a) sustentabilidade ambiental. b) sustentabilidade econômica. c) sustentabilidade política. d) sustentabilidade demográfica. e) sustentabilidade social. 2. A agricultura orgânica não é sinônimo de agricultura agroecológica. A respeito da agricultura agroecológica é correto afirmar que: I) A proposta da Agroecologia é fazer uma contraposição ao agronegócio. II) O alimento orgânico pode ser ecológico ou não. III) As práticas agroecológicas se baseiam na grande propriedade. a) Somente as afirmativas I e III estão corretas. b) Somente as afirmativas II e III estão corretas.. c) Somente a afirmativa II está correta. d) Somente a afirmativa III está correta. e) Somente as afirmativas I e II estão corretas. 3. Infelizmente muitos agricultores jovens interrompem os estudos o que acaba comprometendo a algumas áreas da propriedade. A baixa escolaridade leva a problemas como: a) Gestão das propriedades. b) Venda da propriedade. c) Venda dos produtos. d) Contratação de funcionários. e) Nenhuma das afirmativas anteriores. Resolução das atividades Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial/resumo Página inicial RESUMO Neste estudo, composto pelas três aulas, buscamos apresentar as dimensões da sustentabilidade, além de apresentar conceitos de agricultura familiar sustentável e reconhecer as alternativas para potencializar a agricultura familiar, de modo que a agricultura familiar consiga ter sucesso econômico sem esquecer as outras esferas da sustentabilidade. A sustentabilidade é apontada, como ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável. Além disso, outras dimensões da sustentabilidade foram abordadas, a fim de agregar conhecimento e aprender outros modos de explorar os recursos sem comprometer as gerações futuras. Por isso, neste momento da aprendizagem, é importante pensar nas esferas ambiental, econômica, social, ecológica, cultural, espacial, demográfica, política e institucional, pois precisamos nos tornar sustentáveis em todos os aspectos. Os eventos ocorridos desde o surgimento do termo sustentabilidade, assim como as políticas públicas voltadas para a mesma, foram elencadas neste material como forma de creditar a sua importância. Dessa maneira, foi possível sincronizar definições, fatos e dados com a finalidade de concretizar a aprendizagem e aprimorar os conhecimentos a respeito dos temas sustentabilidade, agricultura familiar sustentável e alternativas para o sucesso. Há muitas maneiras de se produzir sustentavelmente, assim como muitas outras formas para se atingir o sucesso. Considera-se primordial, nesse ponto da aprendizagem, o investimento em pesquisas e inovações, com a finalidade de suprir os diferentes modos de produção. Desta forma, ao final das três aulas que compõem esse estudo foi possível conhecer as dimensões da sustentabilidade, saber os conceitos de agricultura familiar sustentável, e reconhecer as alternativas para melhorar o potencial da agricultura familiar. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/resumo https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial/eu-indico Página inicial Material Complementar Na Web Terra e Sustentabilidade (Documentário completo) O documentário usa, como cenário principal, o sistema ILPF (Integração Lavoura-Pecuária- Floresta), para demonstrar a eficiência e produtividade do campo. Acesse Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/eu-indico https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial https://www.youtube.com/watch?v=kpMyc22IKWg https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial/refer%C3%AAncias Página inicial REFERÊNCIAS ABRAMOVAY, R. et al. Juventude e agricultura familiar: desafios dos novos padrões sucessórios. Brasília, DF: UNESCO, 1998. ALVES, E.; CONTINI, E.; HAINZELIN, E. Transformações da agricultura brasileira e pesquisa agropecuária. Cadernos de Ciência & Tecnologia , Brasília, v. 22, n. 1, p. 37 – 51, jan./abr. 2005. ARRUDA, L; QUELHAS, O. L. G. Sustentabilidade: um longo processo histórico de reavaliação crítica da relação existente entre a sociedade e o meio ambiente. B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 36, n. 3, set./dez. 2010. ASSIS, R. L.; ROMEIRO, A. R. 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São classificados no grupo das Substâncias Tóxicas Persistentes (STPs) sendo o DDT o mais conhecido e utilizado. O DDT foi sintetizado, em 1874, pelo químico alemão Zeidles, porém suas propriedades inseticidas só foram descobertas em 1939 por Paul Muler. Devido ao baixo custo, fácil síntese, estabilidade, persistência prolongada e elevada eficiência, o DDT foi largamente utilizado na saúde pública no combate à malária, tifo, leishmaniose visceral e piolhos, assim como na agricultura e pecuária. A produção em larga escala iniciou-se em 1945 e o DDT foi muito utilizado, principalmente, na América do Sul (D’AMATO et al., 2002). A primeira denúncia sobre o uso do DDT e perda da qualidade de vida foi apontada pela naturalista Rachel Carson em seu livro “Primavera Silenciosa”, 1962. Carson sugere a relação do DDT com a redução populacional da águia calva, símbolo da supremacia Norte América. (MACÊDO, 2011; D’AMATO et al., 2002). Devido ao baixo custo, fácil síntese, estabilidade, persistência prolongada e elevada eficiência, o DDT foi largamente utilizado na saúde pública no combate à malária, tifo, leishmaniose visceral e piolhos, assim como na agricultura e pecuária. A produção em larga escala iniciou-se em 1945 e o DDT foi muito utilizado, principalmente, na América do Sul (D’AMATO et al., 2002). A primeira denúncia sobre o uso do DDT e perda da qualidade de vida foi apontada pela naturalista Rachel Carson em seu livro “Primavera Silenciosa”, 1962. Carson sugere a relação do DDT com a redução populacional da águia calva, símbolo da supremacia Norte América. (MACÊDO, 2011; D’AMATO et al., 2002). Casos de Contaminação do uso do DDT https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial No ano de 2006 houve um acidente por pulverização aérea que contaminou o município de Lucas do Rio Verde (MT). A cidade passou a fazer parte de um projeto de pesquisa, no qual se avaliou os resíduos de agrotóxicos em amostras de água de chuva, de poços artesianos, no sangue, na urina humana, de anfíbios e no leite materno de 62 mães. A pesquisa referente às mães revelou que 100% das amostras indicaram a contaminação do leite materno por pelo menos um agrotóxico. Os efeitos do DDT na saúde pública, agricultura e pecuária Os organoclorados entre os quais se inclui o DDT atuam sobre o sistema nervoso central, resultando em alterações comportamentais, distúrbios sensoriais, do equilíbrio, da atividade da musculatura involuntária e depressão dos centros vitais, principalmente da respiração (D’AMATO et al., 2002). Sãoconhecidos também seus efeitos sobre: a mimetização de hormônios que influenciam negativamente o sistema endócrino, predisposição a tumores e cânceres, problemas na reprodução gerando maior incidência de abortos e má formação fetal, alterações no sistema imunológico, etc. (MACÊDO, 2011). Na lista dos 12 POP’s altamente tóxicos já foram acrescidos outros nove, totalizando 21 substâncias consideradas POP´S (D’AMATO et al., 2002). A Suécia, em 1970, foi o primeiro país do mundo a banir o DDT, depois foi seguida por outros países, exce - tuando o uso do DDT em propagandas de controle a doenças. No Brasil, as primeiras medidas restritivas se deram em 1971 com a Portaria nº 356/71, que proibiu a fabricação e comercialização do DDT e com a Portaria nº 357/71 que proibiu em todo território nacional o uso de inseticidas organoclorados no controle de pragas em pastagens. Em 1992, durante a ECO92, a comunidade internacional decidiu eliminar os POP’s do meio ambiente e propuseram uma lista de 12 POP’s altamente tóxicos que deveriam ser eliminados (Dirty Dozen). Em 1995, foi publicado pela Organização Mundial da Saúde um informe técnico declarando que o DDT poderia continuar sendo utilizado no controle de doenças, sob algumas condicionantes e controle do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. O DDT teve seu uso indiscriminado por volta de 50 anos. Após ter sido descoberto os severos danos causados pela sua contaminação, seu uso passou a ser proibido na pecuária e agricultura, sendo liberado apenas ao controle de doenças tropicais como a malária na África, sob rigorosas condicionantes e controle da PNUMA. Apesar de já ter se passado 40 anos após sua primeira proibição, casos de contaminação por DDT em leite materno e suas consequências, como o aparecimento de câncer e problemas de tireoide na população mundial ainda é frequente. PARABÉNS! Você aprofundou ainda mais seus estudos! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial/editorial Página inicial EDITORIAL DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; PINTRO, Paula Toshimi Matumoto; ALVES, Yony Brugnolo; ALEXANDRE, Simoni Agricultura Familiar e Agronegócio Paula Toshimi Matumoto Pintro; Yony Brugnolo Alves; Simoni Alexandre. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 38p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Agricultura. 2. Agronegócio. 3. EaD. I. Título CDD - 22 ed. 306 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial Página inicial POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR Professor (a) : Drª. Paula Toshimi Matumoto Pintro Me. Yony Brugnolo Alves Espª. Simoni Alexandre Objetivos de aprendizagem • Entender a formulação e importância das políticas públicas voltadas para a agricultura. • Indicar as limitações para o desenvolvimento da agricultura brasileira. • Identificar alguns anseios do novo cenário rural. https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Políticas públicas • Limitações para o desenvolvimento da Agricultura Brasileira • Anseios de um novo rural Introdução Caro (a) aluno (a) seja bem-vindo (a) a última etapa dos nossos estudos a respeito da Agricultura Familiar e o Agronegócio. Nesta fase, iremos discutir um tema atual e muito pertinente a todos os campos e também para a agricultura familiar. Esse tema são as políticas públicas voltadas para a agricultura familiar, ou seja, o que o governo está fazendo atualmente para melhorar um setor tão importante para o nosso país como a agricultura familiar. Essa importância pode ser provada por meio de muitos dados e informações, mas uma das mais importantes é a contribuição do setor para a geração de riqueza. Essa última etapa de estudos está dividida em três aulas. Na primeira aula, iremos definir políticas públicas, que, resumidamente, é uma ação do governo voltada para uma camada da população para atingir um determinado objetivo, no nosso caso, a camada da população são os agricultores familiares. Além de discutirmos como as políticas públicas são formuladas e porque elas são importantes para o nosso tema em estudo. Na segunda aula, mostraremos a você a importância das políticas públicas, não apenas para os agricultores familiares, como também para toda a população. Além dessa importância, mostramos um pouco das limitações que a própria legislação impõe ao crescimento da agricultura familiar no Brasil. E, por fim, veremos as políticas públicas atuais voltadas para a agricultura familiar no Brasil, pensando em um “novo rural”, estudando um pouco sobre a configuração que o meio rural está tomando na atualidade. Não é difícil entendermos que o rural de hoje tem uma configuração bastante diferente do rural de cinquenta anos atrás. Toda essa nossa conversa sobre agricultura familiar de modo algum finaliza os nossos anseios e dúvidas acerca do tema. O que devemos registrar é que a importância do agronegócio e da agricultura familiar para o Brasil e para os brasileiros é enorme e não pode ser ignorada. Bons estudos! https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial https://getfireshot.com Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial/unidade-3 Página inicial POLÍTICAS PÚBLICAS Definição de políticas públicas Definir políticas públicas não é tarefa fácil, pois existem inúmeros conceitos acerca do tema. Para Lynn (1980) e para Peters (1986), políticas públicas são um conjunto de ações do governo que produzirão efeitos desejados sobre a vida dos cidadãos. Dye (1984) resume que políticas públicas é a definição do que o governo escolhe fazer ou não fazer. Segundo o SEBRAE (2008, p. 5) “[...] Políticas Públicas são um conjunto de ações e decisões do governo, voltadas para a solução (ou não) de problemas da sociedade [...]”. Desse modo, descreve-se política pública como um somatório das ações, metas e planos dos governos municipal, estadual e federal. Visa-se atender aos interesses públicos e as necessidades da sociedade (MEDEIROS, 2013). As ações são tomadas pelo governo, mas é a população quem elege seus representantes por meio das eleições. Assim, os representantes públicos (vereadores, deputados e senadores) mobilizam os eleitos do poder executivo (prefeitos, governadores e presidente) para atenderem aos pedidos da população (SEBRAE, 2008). As demandas populacionais por políticas públicas englobam as esferas da “saúde, educação, economia, agricultura, entre outras áreas” (MEDEIROS, 2013, p. 20). Formulação das políticas públicas A formulação ou ciclo das políticas públicas pode ser subdividida em seis etapas, como mostra a figura 1, a seguir. https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/unidade-3https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial Figura 1 - Ciclo das Políticas Públicas Fonte: as autoras. • Primeira fase – Formação da questão: aponta-se qual o problema a ser resolvido. De modo geral, a elaboração deste questionamento visa atender a uma necessidade específica. • Segunda fase – Agenda Política: selecionam-se as prioridades a serem atendidas, dentro da questão. Envolve a comunidade, a mídia, os representantes da sociedade civil e do poder público. • Terceira fase – Formulação da Política: apresentam-se as soluções ou alternativas para a questão. Definem-se as linhas de ação que serão adotadas para solucioná-las. • Quarta fase – Adoção da Política: adota-se um ou mais propostas formuladas na terceira etapa. É a fase da tomada de decisão. • Quinta fase – Implementação da Política: executam-se as ações adotadas, ou seja, é o momento em que o planejamento e a escolha são transformados em atos. • Sexta fase – Avaliação da Política: analisa-se a eficácia da política implementada. Pode ser considerada eficiente; boa, mas passível de pequenos ajustes; ou descartada por não solucionar a questão elaborada. A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes. Fonte: Winston Churchill De acordo com o SEBRAE (2008, p. 10), “na prática, as fases se interligam entre si, de tal forma que essa separação se dá mais para facilitar a compreensão do processo”. https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Importância e políticas públicas voltadas para a agricultura Políticas públicas são ações governamentais importantes, pois visam garantir necessidades sociais em suas diferentes esferas. São essenciais para o desenvolvimento do país e gera melhoria na qualidade de vida da população. Quando implementadas, são capazes de reduzir desigualdades sociais, mudar a sociedade e gerar externalidade positiva. Para formação de políticas públicas, os atores ‘estatais’ (eleitos pelo voto popular), atuam na elaboração e/ou execução das políticas públicas. Enquanto os atores ‘privados’, são aqueles que reivindicam ações que resultem em políticas públicas. São representados por componentes da sociedade civil, por exemplo, a imprensa, os sindicatos, os centros de pesquisas e outras entidades (SEBRAE, 2008). As políticas públicas voltadas para a agricultura brasileira, de modo geral, visaram minimizar as dificuldades para o desenvolvimento como a “baixa capitalização, acesso a linhas de crédito oficiais, acesso à tecnologia, disparidade produtiva inter- regional, acesso à assistência técnica, à produção rural, e acesso aos mercados modernos” (JUNQUEIRA; LIMA, 2008, p. 2). No Brasil, a administração dos recursos voltados aos assuntos de políticas públicas é gerida pelos ministérios. Alguns deles estão intimamente relacionados com a melhoria da agricultura brasileira, como o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), o MMA (Ministério do Meio Ambiente) e o MME (Ministério de Minas e Energia). Na pesquisa de Sousa et al. (2014, p. 1) foram apontadas as singularidades no avanço do desenvolvimento de um país mais justo e menos desigual: A reestruturação da assistência técnica, as novas abordagens de atuação e as diversas contribuições das universidades, centros de pesquisa e a orientação estratégica concedida aos agricultores familiares nas interfaces com diversas políticas sociais, nutricionais, de saúde e educação. Então, podemos entender que a política pública, seja ela qual for, afetará a vida as pessoas mas, algumas dessas políticas são mais gerais e afetam, de maneira diferente, a vida de todos, por exemplo, quando o Banco Central decide elevar a taxa de juros da economia (SELIC) essa afetará a todos, mas há políticas públicas focadas e criadas para determinadas camadas da sociedade. Nota-se, então, a importância do ciclo das políticas públicas para o desenvolvimento do país. A seguir, um resumo das políticas públicas que incentivaram a agricultura familiar brasileira. 1996 – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF – Decreto 1.946, de 28 de junho de 1996: 2003 – Programa Nacional de Aquisição de Alimentos – PAA – Lei 10.696, de 2 de julho de 2003 – 2006 – Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares – Rurais – Lei 11.326, de 24 de julho de 2006: 2009 – PNAE – 30% merenda escolar oriunda da agricultura familiar – Lei 11.947, de 16 de junho de 2009: 2010 – Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária – PNATER e o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária – PRONATER – Lei 12.188, de 11 de janeiro de 2010: Observa-se que, especialmente, nas últimas décadas, houve o avanço do Brasil em políticas públicas para a agricultura familiar. O PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) foi a política de maior expressividade, consolidando-se como fundamental nas dimensões social, econômica e ambiental (SOUZA et al., 2014). https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fdecreto%2FD1946.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEHsJRzRnWFf-a-Bm0kaPUFx43Bgg http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fleis%2F2003%2Fl10.696.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHY1d0V3yjV5Ve_V524Sdw8z853Pw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2F_ato2007-2010%2F2009%2Flei%2Fl11947.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGUiUJSPwjHM06TedtjSxv-ci8qHQ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2F_Ato2007-2010%2F2010%2FLei%2FL12188.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHW1wyhmSJTj2xecGfVuJYQYULxwg Você conhece ou já ouviu falar da EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária? Sem sombra de dúvidas ela é um dos grandes alicerces do agronegócio brasileiro. Ela nasceu em 1973 e busca a inovação tecnológica para a agropecuária nacional. E não deixa de ser um belo exemplo de política pública direcionada para o setor rural. O que é muito interessante é que ela possui a sua sede em Brasília - DF como a maioria dos órgãos federais mas, possui diversas unidades descentralizadas que estão espalhadas pelo Brasil todo. Fonte: a autora. LIMITAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA BRASILEIRA História, legislação, políticas públicas e educação A palavra agricultura é definida como a “arte de cultivar a terra”, segundo o dicionário Michaelis (2015, online). Historicamente, as práticas agropecuárias, mudaram o rumo de todas as civilizações posteriores ao seu surgimento. Foi cultivando a terra que aumentou-se as populações e a expectativa de vida. Este fato ocasionou um fenômeno de valorização das terras em todo o mundo. Desde então, ter terra é sinônimo de riqueza. Com o capitalismo mercantil, entre os séculos XV e XVIII, propulsionou-se a exploração de novas terras, objetivando-se, assim, o enriquecimento. Novas colônias surgiram desde essa época, e, hoje, é possível observar os reflexos destas organizações. Na pesquisa de Navarro e Pedroso (2011), apresentada na unidade I, deste material, foram descritas as diferenças na condução das políticas públicas no Brasil enos EUA. Atualmente, é notável uma agricultura familiar próspera e fortalecida nos EUA, enquanto que no Brasil assemelha-se a um caráter de subsistência. https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Para a FAO, o AIAF (2014) - Ano Internacional da Agricultura Familiar- foi o momento oportuno para definir-se agricultura familiar como organização gerenciada e administrada, principalmente, por membros da família. Cabe ressaltar que nesse conceito não são considerados o tamanho físico e nem econômico. Já no Brasil, a própria legislação que regulamenta a agricultura familiar limita o crescimento territorial e capital do produtor. A seguir, expõem-se seus paradoxos e restrições. No artigo 3º, parágrafo primeiro da Lei Nº 11.326 (BRASIL, 2006) diz que: “não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais”. Então, um agricultor que tenha uma propriedade em Brasiléia/AC poderá ser considerando familiar se tiver área de até 400 ha. Isso porque cada módulo fiscal neste município corresponde a 100 ha. Mas, se esse mesmo produtor estivesse na cidade de Niterói/ RJ, onde cada módulo fiscal equivale a 5 ha, ele poderia ter no máximo 20 ha. Módulo Fiscal É uma unidade de medida de terra rural, expressa em hectares, distinta para cada município, que define “o mínimo de uma gleba de terra, na qual a família, usando força de trabalho diariamente sobre essa área, possa manter-se com dignidade social”. Dessa forma, hipoteticamente, um módulo fiscal (MF) representa uma área mínima em cada município, gerando condições para uma família viver da terra. Este valor foi definido pelo INCRA, pelo Decreto nº 84.685 (BRASIL,1980). Por exemplo: Um módulo fiscal em Maringá/PR = 14 ha. Um módulo fiscal em Brasiléia/AC = 100 ha. Um módulo fiscal em Niterói/RJ = 5 ha. Encontre o Módulo Fiscal de um Município . . Fonte: Guerin e Isernhagen (2013). Outra restrição está no parágrafo segundo, do mesmo artigo, em que lemos: “utilize predominantemente mão de obra da própria família nas atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento” (BRASIL, 2006). Sendo assim, agricultores familiares que queiram aumentar suas produções inibem-se, utilizando a mesma área, pois requisitar mais mão de obra, segundo a legislação, descaracteriza a produção como familiar. Por fim, o mesmo artigo, em seu parágrafo terceiro, diz: “tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, na forma definida pelo Poder Executivo” (BRASIL, 2006). Ou seja, aqueles agricultores que ousam expandir e diversificar seus negócios, são impossibilitados de se manterem como agricultores familiares. Este artigo afronta os princípios da sustentabilidade, onde, em síntese, define-se o “ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável” (BRASIL, 2006). É paradoxo pensar em viabilidade econômica restringindo tamanho, mão de obra e rendas extras. Diante desse cenário, houve uma dicotomia forçada da agricultura familiar e o agronegócio. A primeira é identificada como produções de subsistência, enfraquecida, fragilizada pela agricultura patronal e apontada como opressora, capitalista e predatória. Estes extremos contextualizam o “mocinho” e o “vilão” da agricultura, distorcendo o foco, no objetivo principal de ambas, que é a produção agrícola. Considera-se, então, que tanto a agricultura familiar quanto o agronegócio, são formas de produções agropecuárias, cujos agricultores são trabalhadores que visam dignidade e renda. O coordenador do GVAGRO/FGV (Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas) e presidente da Academia Nacional de Agricultura, Roberto Rodrigues, elaborou, em 2014, uma proposta de plano de ação para o agronegócio brasileiro (2015 – 2022) aos presidenciáveis. Neste documento foram elencadas as necessidades acerca do desenvolvimento sustentável, competitividade, orientação a mercados, segurança jurídica e governança institucional. O documento sintetizou as propostas com os seguintes destaques: https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fcanaldoprodutor.com.br%2Fnovo-codigo-florestal%2Fmodulos-fiscais&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGKfwgwgBUPVWRsHooD9CUqdQOV-A • DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL do agronegócio com oferta crescente para o mercado interno, beneficiando a sociedade brasileira e contribuindo para as exportações, visando nível adequado de renda para os produtores rurais, por meio de: (i) crédito e financiamento para investimento e capital de giro; (ii) mecanismos de seguro contra quebra de produção e queda acentuada de preços; (iii) política de garantia de preços mínimos para produtos essenciais; e (iv) incentivos ao associativismo e cooperativismo para organização dos produtores. • COMPETITIVIDADE nos elos das cadeias produtivas de alimentos, fibras, produtos florestais e biomassa para fins energéticos através de (i) geração e transferência de tecnologias; (ii) investimentos em defesa agropecuária; (iii) desoneração tributária; e (iv) ampliação da rede de infraestrutura e logística. • ORIENTAÇÃO A MERCADOS para ampliar a inserção do Brasil nas cadeias produtivas globais, visando o atendimento das múltiplas demandas e necessidades dos consumidores internos e externos. Para tanto, são essenciais a utilização de boas práticas agropecuárias, de processamento e distribuição; atuação agressiva na celebração de acordos comerciais; consolidação de marcos regulatórios em sintonia com os padrões internacionais; e construção de organizações para aumentar a capacidade de formulação de políticas e estratégias no País (“Think Tanks”). • SEGURANÇA JURÍDICA para garantir o direito de propriedade privada e, por decorrência, criar um ambiente favorável a investimentos nacionais e estrangeiros e incentivar o empreendedorismo. Simplificação e aplicação da legislação agrária, ambiental e trabalhista, com base em critérios técnicos, condizentes com as características do agronegócio, da produção agropecuária em particular e dos mercados internacionais. • GOVERNANÇA INSTITUCIONAL que conduza à maior eficiência na condução de políticas e nos gastos públicos, reduzindo o tamanho do Estado e o número de ministérios e ampliando a articulação com o setor privado (RODRIGUES, 2014, online). Dessa forma, entende-se que a diferença relevante deva ser somente em relação às formas de administrar e gerir as propriedades. Assim, possibilita-se a unificação de ministérios, redução de gastos governamentais e fortalecimento das políticas públicas voltadas à agricultura brasileira. Nota-se, ainda, que os agricultores brasileiros são carentes em políticas públicas econômicas voltadas aos gastos públicos de investimentos. O governo demanda gastos de manutenção e gastos de investimentos, sendo este último importantíssimo para o crescimento econômico. Visando potencializar o setor logístico de produtos agropecuários, são possíveis os seguintes gastos de investimentos: ampliação e construção de novos portos e aeroportos; implementação de uma malha ferroviária interligando norte-sul e leste-oeste; exploração do potencial hidrográfico do país; e conservação e restauração de rodovias. Outro fator limitante é a política fiscal, que impõe altos impostos em produtos processados brasileiros, desestimulando então o investimento em novas agroindústrias. De modo geral, a política fiscal visa o equilíbrio entre os gastos públicos e a arrecadação de impostos. A máquina pública brasileira demanda altíssimos custos para mantê-la funcionando. Assim, só seria possível reduzir impostos se diminuíssem os gastos governamentais. Diante de uma carga tributária elevada, exportam-se matérias-primas mesmo quando se tem potencial e mercado que justifique o seu processamento. Melhorandoa elaboração e condução das políticas econômicas, beneficiariam, também, as esferas sociais e ambientais. Concomitantemente, ressalva-se como limitante o acesso às novas informações, qualificações profissionais e educação formal em todos os níveis. Os produtores rurais migram de suas propriedades, cidades e até mesmo regiões para que seus direitos sejam garantidos e, mesmo assim, esses direitos não são assegurados. Há também aqueles que não têm oportunidade e/ou condições de mobilizar-se de tal forma. Assim, vê-se uma agricultura e os agricultores muitas vezes desvalorizados. Fatores que afetam a competitividade Desde a abertura democrática e após os anos 1990, o setor agrícola brasileiro tem feito verdadeiro milagre em termos produtivos, apesar da ausência de incentivos, do planejamento difuso e da inadequada infraestrutura. Fonte: Vieira Filho e Fishlow (2017, p. 179). https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com A partir da década de 1990 é inegável o aumento da competitividade do agronegócio brasileiro, mesmo com o crescimento econômico mundial não sendo significativo, as exportações do agronegócio cresceram e ganharam mercado nesse período. Já após os anos 2000 a economia mundial voltou a crescer e foi um fator a mais para o aumento da demanda para os produtos brasileiro, mas nesse período além do crescimento econômico mundial os ganhos de competitividade dos produtores nacionais (VIEIRA FILHO; FISHLOW, 2017). A pesquisa do índice de competitividade do agronegócio, elaborada pela CNA, padronizou seis esferas de indicadores: infraestrutura, educação, ambiente macroeconômico, inovação e mercado de trabalho. Na publicação completa deste trabalho, essas esferas foram então subdivididas em 21 variáveis. Para saber mais sobre este estudo completo do índice de competitividade do agronegócio acesse: . ANSEIOS DE UM NOVO RURAL Cenário do novo rural Desde o período colonial até o século XXI, a agricultura é uma das principais bases da economia brasileira. Ao longo da história, várias produções agrícolas destacaram-se, por exemplo, a cana-de-açúcar, o café e, mais recentemente, a soja. Assim, a agricultura brasileira consolidou-se diante de seu valor econômico e vocação empreendedora. De acordo com projeções do MAPA, até 2030, o Brasil será responsável por um terço dos produtos agrícolas comercializados em todo o mundo (GLOBO RURAL, 2015). Atualmente, o agronegócio brasileiro é responsável por aproximadamente 21%, do PIB. A figura 2, a seguir mostra a contribuição do agronegócio no PIB do Brasil, de 1995 até 2015. Podemos afirmar e visualizar que o Agronegócio é representativo para a economia brasileira. https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fcanaldoprodutor.com.br%2Frevista%2Fcompetitividade_2014%2Findex.html&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGw6p-GeO4aaOdobAhpzFIgJP2FLA Figura 2 - Participação do PIB do agronegócio no PIB total – Brasil. Fonte: adaptado de CEPEA (2016, online). Nota-se que a média histórica dos últimos 20 anos do agronegócio colaborou com cerca de um quarto do PIB. Observam-se médias recordes em 1994 e 2003, onde sua participação foi de 26,3% do total do PIB brasileiro. De 1995 a 2015, o PIB do agronegócio foi de aproximadamente ¼ do PIB nacional. Toda essa contribuição foi possível pela imensa expansão territorial do país, mas, também, da diversidade de exploração de várias cadeias produtivas. De acordo com o MAPA (2015) são 28 câmaras setoriais e oito câmaras temáticas que englobam todas as cadeias produtivas. As câmaras setoriais do MAPA são um conjunto de órgãos e entidades, públicos e privados, que constituem os elos da cadeia produtiva do agronegócio. O quadro 2, a seguir elenca as câmaras setoriais. Quadro 2 - Câmaras setoriais do mapa https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Fonte: adaptado de Ministério Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2015). As câmaras temáticas relacionam-se com os serviços que são utilizados nos setores produtivos da cadeia. O quadro 3, a seguir lista as câmaras temáticas. Quadro 3 - Câmaras temáticas do MAPA Fonte: adaptado de Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento baseado (2015). Essa configuração de um “Novo Rural” vem sendo notada no Brasil desde a década de 80. Segundo Graziano da Silva, Grossi e Campanhola (2002, p. 4), essa denominação vem sendo adotada, pois compõe-se basicamente de três grandes grupos de atividade: Uma agropecuária moderna, baseada em commodities e intimamente ligada às agroindústrias. Um conjunto de atividades não-agrícolas, ligadas à moradia, ao lazer e a várias atividades industriais e de prestação de serviços. Um conjunto de “novas” atividades agropecuárias, impulsionadas por nichos especiais do mercado. O destaque da palavra “novas” entre aspas é para que se entenda que essas atividades já eram existentes no país, porém, cada vez mais, ganham importância econômica. O quadro 4, destaca e descreve algumas destas “novas” atividades Quadro 4 - Novas produções rurais https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Fonte: adaptado de Mariani e Almeida (2009). A pluriatividade rural, com produções agrícolas e não agrícolas, potencializam a dinâmica e economia no campo. Essas alternativas fortalecem a permanência no meio rural, aumentando a renda e até gerando empregos ( CÂNDIDA; BORGES; SANTOS, 2010). Com isso, é importante os agricultores buscarem informações e inovações, especializando-se e adotando novas tecnologias. Inovações tecnológicas As produções agropecuárias, atualmente, usufruem cada vez mais de ferramentas tecnológicas, como, por exemplo: sistemas de guia por satélites, controladores eletrônicos, drones, ferramentas da agricultura de precisão, e automatização agrícola. Essas tecnologias não eram nem cogitadas no início do século XXI e, hoje em dia, não se pode prever quais serão as tecnologias do futuro, mas é imprescindível continuar desenvolvendo novas tecnologias e ser flexível o suficiente para adaptar-se (MANTOVANI & MAGDALENA, 2014). Um exemplo dessa nova configuração tecnológica foi a adoção de máquinas na colheita da cana-de-açúcar e, mais recentemente, da máquina para colher mandioca. Fez-se necessário essas adaptações por proibição da queima e, principalmente, pela escassez de mão-de-obra. Agroindústrias Embora o Brasil tenha um enorme sucesso exportando produtos do agronegócio, será que se fossemos mais eficientes no processo de industrialização esse sucesso não seria ainda maior trazendo mais recursos financeiros para o nosso país? Fonte: a autora. https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com O processo agroindustrial é uma forma de agregar valor aos produtos agropecuários. Nos últimos anos, o agronegócio modificou- se intensamente, especialmente pela preocupação de produções mais sustentáveis, incrementos tecnológicos e agregação de valor visando os mercados interno e externo. As agroindústrias transformaram o cenário dos sistemas agroalimentares, e de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA (2013), particularmente, nos aspectos como: [...] a revalorização dos produtos locais e especialidades, a crescente importância social e econômica das atividades rurais não agrícolas, a crise dos processos de modernização da agricultura, consumidores mais exigentes em termos alimentares, a volta dos habitantes urbanos ao espaço rural, entre outros fatores (IPEA, 2013, p. 15). O Instituto ainda indica que há três questões a serem trabalhadas nos processos agroindustriais: a sustentabilidade socioambiental e a inovação, para o desenvolvimento econômico e geração de novos mecanismos de agregação de valores nosprodutos agropecuários. Dorigon (2009) afirma que os produtos tradicionalmente processados na propriedade rural mostram uma imagem positiva frente aos consumidores, que declaram associar essas produções como saudáveis, nutritivas, honestas, naturais, feitas com carinho e que lembram coisas boas. Geralmente, esses alimentos são denominados produtos coloniais, visto que, em grande parte, são processados por colonos, descendentes de várias etnias no território brasileiro, por exemplo: os alemães, os espanhóis, os holandeses, os japoneses, os poloneses, os portugueses, os ucranianos, entre outros. Ao longo dos anos, principalmente após a década de 90, essas agroindústrias familiares rurais se organizaram e passaram do mercado informal para o mercado formal. Os principais produtos dessas organizações são basicamente: “salames, queijos, doces e geleias, conservas de hortaliças, massas, biscoitos e açúcar mascavo, dentre outros” (DORIGON, 2009, p. 2). Segundo o levantamento do IPEA (2013), os principais produtos agroindustriais familiares são: aguardente de cana; doces e geleias; embutidos; farinha de mandioca, goma ou tapioca; fubá de milho; pães, bolos e biscoitos; queijo ou requeijão; e rapadura. Frente ao novo cenário das novas formas de produção, processamento e comercialização, o agronegócio se fortalece e impulsiona a economia brasileira. Essa nova realidade alerta os setores públicos e privados para a importância de se valorizar, apoiar, fortalecer e consolidar a agricultura brasileira. Admite-se como relevante a boa gestão e o uso de estratégias que permitam crescimento, sustentabilidade e inovações constantes. Almeja-se uma estrutura de produção agrícola que beneficie o produtor rural, usufrua sustentavelmente dos recursos disponíveis e atenda às exigências do mercado consumidor. Conclui-se que para que esse resultado seja alcançado deve-se existir um somatório de fatores por partes comprometidas, e que ações de pesquisa e disseminação do conhecimento são parcelas fundamentais deste objetivo. Segundo dados do MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de janeiro a março de 2017 os principais produtos exportados pelo Brasil foram: https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Tabela 1 - Principais produtos exportados pelo Brasil de janeiro à março de 2017. Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2017) E os principais destinos dessas exportações foram: Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2017) Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial/atividades Página inicial ATIVIDADES 1. As políticas públicas passam por algumas fases até serem implementadas. A fase de…………………………….é a fase em que executam-se as ações adotadas, ou seja, é o momento em que o planejamento e a escolha são transformados em atos. Escolha a opção que melhor se adequa à lacuna: a) formação da questão. b) formulação da política. c) adoção da política. d) implementação da política. e) avaliação da política. 2. Analise a frase: “Dessa forma, entende-se que a diferença relevante deva ser somente em relação às formas de administrar e gerir as propriedades.” a frase se refere a diferença entre o que? a) agricultura familiar e produtos orgânicos. b) orgânicos e convencionais. c) agricultura familiar e agronegócio. d) sucessão e herança. e) agronegócio e agroindústria. 3. A agricultura familiar e o agronegócio, passaram a incorporar atividades consideradas “novas” para o meio rural, talvez essas sejam características do “novo rural”. Nesse contexto, preencha as lacunas de acordo com as expressões disponíveis: I) Lazer II) Fruticultura III) Eventos rurais IV) Piscicultura ( ) Exposições agropecuárias, festas típicas, leilões, rodeios, entre outros. ( ) Frutas de mesa diferenciadas e com alto valor agregado, polpas congeladas, entre outros. ( ) Complexos hípicos, hotéis fazendas e turismo rural. ( ) Produção de peixes e outros insumos para pesque-pague. a) I, II, III e IV. b) II, III, IV e I. c) III, II,I e IV. d) IV, I, II e III. e) III, IV, I e II. Resolução das atividades Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial/resumo Página inicial RESUMO Este estudo finaliza com a descrição das políticas públicas e o anseio de inovar na agropecuária brasileira. Inicia-se com uma definição sobre o que é política pública, como ela é formulada e qual é a importância de políticas públicas para a agricultura brasileira. Desde a formulação até a avaliação de uma política pública, deve-se considerar que esta será voltada para a solução de problemas na sociedade, como a educação, a saúde e a agricultura. As políticas públicas voltadas para a agricultura no Brasil são gerenciadas por vários ministérios e, que, juntos e comprometidos podem fortalecer as ações voltadas para as produções agropecuárias. Em seguida, foram elencadas algumas limitações para o desenvolvimento da agricultura brasileira. Neste tópico, consideraram-se vários levantamentos e dados sobre o que demonstram a existência destas barreiras. Apontar esses pontos é fundamental, porém há a necessidade de muitos outros estudos e condutas que permitam uma mudança dessa situação. O encerramento da unidade e do livro aborda algumas pretensões perante o cenário das produções agropecuárias atuais. Além disso, foram abordados alguns dados sobre as inovações nas formas de produções agropecuárias e a importância econômica deste setor no crescimento e desenvolvimento do país, indicando os anseios de um novo rural. De acordo com a FAO (2014, p. 8) “investir na agricultura é essencial para reduzir a fome e promover uma melhor produção agrícola sustentável”, pense nisso! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/resumo https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial/eu-indico Página inicial Material Complementar Leitura Para fazer o download do livro. Acesse Na Web TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO RURAL BRASILEIRO O vídeo “Transformações no mundo rural brasileiro” é uma entrevista do canal conexão ciência (EMBRAPA) com o sociólogo e pesquisador da Embrapa, Zander Navarro. O entrevistado é também um dos autores do livro “O mundo rural no Brasil do século 21”, que está disponível para download no site da EMBRAPA. Video: Acesse Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/eu-indico https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fwww.embrapa.br%2Fbusca-de-publicacoes%2F-%2Fpublicacao%2F994073%2Fo-mundo-rural-no-brasil-do-seculo-21-a-formacao-de-um-novo-padrao-agrario-e-agricola&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEPSS0ny14gBazGjsZsNQB2hnjhng https://www.youtube.com/watch?v=0ISkPbmfizw https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial/refer%C3%AAncias Página inicial REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006. Estabelece as diretrizes para a formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. Diário Oficial Eletrônico, 24 de jul. 2006. Disponível em: . Acesso em: 04 mar. 2015. Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. CNA. BalançoSul, do Brasil, houve a expansão territorial e a inserção de novas tecnologias. Produtores rurais de base familiar passaram a ser chamados de novos colonos (ABRÃO; SANTOS, 2010). Na década de 1930, com a adoção da mecanização e qualificação da mão de obra na agricultura, o Brasil assumiu-se autossuficiente. Uma visão sistemática das cadeias agroindustriais favoreceu a relação custo/benefício do agronegócio (SILVA; FRANCISCO, 2007). No ano de 1964, foi criada a Lei 4.504 que dispõe sobre o Estatuto da Terra. Surge então o termo empresa rural. Até a década de 1960 não se tinha uma lei que trata-se especificamente a respeito das propriedades rurais. Em 1964 foi instituída a Lei 4.504/64 que traz definições do que é um Imóvel Rural, o que é uma Propriedade Familiar, um Módulo Rural, um Minifúndio, um Latifúndio, uma Empresa Rural, o Parceleiro e a Cooperativa Integral de Reforma Agrária. Mas ainda não se discutia o termo Agricultura Familiar, é claro que foi com essa Lei que surgiram os primeiros termos que puderam, no futuro, originar o termo e a definição de Agricultura Familiar. Fonte: BRASIL. Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964. Dispõe sobre o Estatuto da Terra, e dá outras providências. Diário Oficial Eletrônico, 30 de nov. 1964. Disponível em: . Acesso em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4504.htm 22 abr. 2017 Segundo os autores Abrão e Santos (2010), o final da década de 1970 e início da década de 1980, um novo conceito foi inserido: pequena produção integrada e pequena produção excluída da integração. Considera-se produção integrada àquela que une dois ou mais elos da cadeia produtiva (insumos – produção – processamento – distribuição – consumidor final), enquanto que a pequena produção trata-se somente do cultivo e/ou criação propriamente dito. Somente no final da década de 1980 e, no início dos anos 1990, fortaleceu-se o conceito de agricultura familiar por meio de debates políticos e acadêmicos. Em 2006, foi elaborada a Lei 11.326 (BRASIL, 2006) para definir agricultura familiar: Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que pratica atividades no meio rural, atendendo, simultaneamente, aos seguintes requisitos: I – Não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais; II – Utilize predominantemente mão-de-obra da própria família nas atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento; III – Tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, na forma definida pelo Poder Executivo; https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fleis%2Fl4504.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFJT4xGygJeShdPAmqjDLmr3SSwWg IV – Dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família. § 1o O disposto no inciso I do caput deste artigo não se aplica quando se tratar de condomínio rural ou outras formas coletivas de propriedade, desde que a fração ideal por proprietário não ultrapasse 4 (quatro) módulos fiscais. § 2o São também beneficiários desta Lei: I – Silvicultores que atendam simultaneamente a todos os requisitos de que trata o caput deste artigo, cultivem florestas nativas ou exóticas e que promovam o manejo sustentável daqueles ambientes; II – Aquicultores que atendam simultaneamente a todos os requisitos de que trata o caput deste artigo e explorem reservatórios hídricos com superfície total de até 2 ha (dois hectares) ou ocupem até 500 m³ (quinhentos metros cúbicos) de água, quando a exploração se efetivar em tanques-rede; III – Extrativistas que atendam simultaneamente aos requisitos previstos nos incisos II, III e IV do caput deste artigo e exerçam essa atividade artesanalmente no meio rural, excluídos os garimpeiros e faiscadores; IV – Pescadores que atendam simultaneamente aos requisitos previstos nos incisos I, II, III e IV do caput deste artigo e exerçam a atividade pesqueira artesanalmente. V – Povos indígenas que atendam simultaneamente aos requisitos previstos nos incisos II, III e IV do caput do art. 3º; VI – Integrantes de comunidades remanescentes de quilombos rurais e demais povos e comunidades tradicionais que atendam simultaneamente aos incisos II, III e IV do caput do art. 3º (BRASIL, Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006, 2006). De acordo com Abrão e Santos (2010, p. 4) a definição de agricultura familiar foi importante para a ruptura de conceitos errôneos como: “agricultor de subsistência ou de baixa renda, sitiante, pequeno produtor, pequena produção, colono, caipira, meeiro, parceiro, arrendatário, posseiros e, principalmente, camponeses”. Embora não exista uma definição universal, diferentes conceitos baseiam-se em fatores relacionados à propriedade e gestão, utilização de trabalho, tamanho físico e econômico. Numa pesquisa com 36 conceitos, observaram-se alguns fatores que são comumente associados à agricultura familiar. São termos como: mão de obra familiar (operado e/o gerido pelo menos em parte), limite máximo de área total e limite máximo de renda (FAO, 2014). Em 2014, a Comissão de Coordenação Internacional da FAO (Food and Agriculture Organization), propôs uma definição transmitida mundialmente. O Ano Internacional da Agricultura Familiar (2014) foi a oportunidade para conceituar agricultura familiar como: Forma de organizar a produção agrícola, florestal, pesqueira, pecuária e aquícola que é gerenciada e administrada por uma família e depende principalmente da mão de obra de seus membros, tanto mulheres quanto homens. A família e o estabelecimento estão relacionados entre si, evoluem conjuntamente e combinam funções econômicas, ambientais, reprodutivas, sociais e culturais (FAO, 2014). Atualmente, a agricultura familiar é responsável por 570 milhões de fazendas em todo o mundo. Quase 75% desta totalidade estão localizadas na Ásia. A maioria dos imóveis rurais do mundo, voltados à produção familiar, é menor que um hectare (Figura 1). Fatos históricos, instituições, desenvolvimento econômico, desenvolvimento do setor não agrícola, terra e trabalho, foram fatores que determinaram, ao longo do tempo, a distribuição de tamanhos de propriedades em vários países (FAO, 2014). https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Figura 1 - Distribuição de propriedades rurais em todo o mundo Fonte: adaptado de FAO (2014) Nota: Os primeiros dois painéis são baseados em uma amostra de 161 países, que respondem por quase 570 milhões de explorações; o número de países é mostrado entre parênteses. O terceiro painel mostra fazendas por tamanho da propriedade, cobrindo um total de cerca de 460 milhões de propriedades rurais em 111 países. Todos os valores são arredondados. Dos mais de 500 milhões de propriedades rurais familiares, nota-se que mais 70% são menores que um hectare. Mesmo consideradas pequenas, essas propriedades são os grandes responsáveis por 80% da produção mundial de alimentos e representam mais de nove a cada dez propriedades em todo o mundo. A agricultura familiar é essencial para desenvolvimento rural sustentável e anseia-se que muitos destes saiam da situação de pobreza e insegurança alimentar. Para isso, é fundamental que assumam o papel de protagonistas frente às necessidades de produção de alimentos, no mundo, ao trabalharem por uma agricultura sustentável (FAO, 2014). Historicamente, países com maiores rendas beneficiaram seus produtores rurais por meio de políticas de apoio ao desenvolvimento rural. Desta forma, os agricultores que já eram relativamente produtivos passaram a ser cada vez mais prósperos (MAZOYER; ROUDART, 2010). https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Na Europa, nos EUA (Estados Unidos da América) e no Japão, especialmente, pós-Segunda2014 e perspectivas 2015 para o agronegócio brasileiro, Perspecivas, [s.n.]. Brasília: CNA, 2014. 118 p. BRASIL. Ministério da Agricultura. Câmaras setoriais e temáticas. 2015. Disponível em: . Acesso em: 10 abr. 2015. BRASIL. IBGE. Censo agropecuário – 2006. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão , 2006. BRASIL. IPEA. O Perfil da Agroindústria Rural no Brasil: Uma análise com base nos dados do Censo Agropecuário 2006. [s.n.]. Brasília: IPEA, 2013. P. 86 . CÂNDIDA; BORGES; SANTOS, 2010. CEPEA. PIB do Agronegócio: Relatório completo de Março/16. Disponível em: . Acesso em:. 20 abr. 2017. DICIONÁRIO MICHAELIS. Dicionário de Português Online. Disponível em: . Acesso em: 09 Abr. 2015. 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Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/refer�ncias https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.abccriadores.com.br%2Fnewsite%2Findex.php%2Fpublicacoes%2Fnoticias%2Fboletim-n-103-eleicoes-gerais%2F859-news1031&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGr_pMj-WChMy6Y3xmqZ2p-mgAfwg http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.abccriadores.com.br%2Fnewsite%2Findex.php%2Fpublicacoes%2Fnoticias%2Fboletim-n-103-eleicoes-gerais%2F859-news1031&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGr_pMj-WChMy6Y3xmqZ2p-mgAfwg https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial/aprofundando Página inicial APROFUNDANDO No decorrer de nossas conversas sobre agricultura familiar e agronegócio muito falamos sobre produtos orgânicos e sustentabilidade. Mas não discutimos como se dá o Processo de Certificação de produtos orgânicos, será um processo simples? Rápido? É regulamentado? Caro? Há políticas públicas nesse segmento? Enfim, como ocorre o processo de certificação? Vamos discutir um pouco essa questão! , Não há somente uma forma de se certificar um produto orgânico, a certificação pode acontecer por auditoria, por sistema participativo de garantia e o controle social na venda direta (esse último não gera uma certificação, mas permite a venda direta dos orgânicos). No sistema de auditoria há uma empresa, que pode ser privada ou pública, e que precisa ser credenciada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA e prestará o serviço de certificação para quem desejar, obviamente que é um serviço remunerado. Quando se trata do sistema participativo de garantia, um conjunto ou um grupo de produtores se unem, se cadastram no Ministério da Agricultura para que possam emitir a certificação de orgânicos, neste caso podemos dizer quese forma uma espécie de associação, em geral os participantes efetuaram o pagamento de alguma mensalidade para custear todo o processo. Já quando falamos do controle social na venda direta, o agricultor, produtor se credencia e passa a ter o direito de fazer a venda do seu produto diretamente ao consumidor final mas, nesse caso, só pode efetuar a venda direta, não podendo vender seu produto, por exemplo, em supermercados ou qualquer outro ponto de venda, desta maneira a propriedade não se torna certificada, mas o produtor precisa estar vinculado a uma Organização de Controle Social - OCS, essa seria a opção menos onerosa mas que limita a somente venda direta e também incentiva o associativismo entre os produtores. Com certeza, o fato de identificarmos três maneiras de se produzir e vender produto orgânico certificado, desmistifica um pouco a crença popular de que é muito mais caro produzir e vender orgânicos e de que a burocracia para se colocar um produto orgânico no mercado inviabiliza essa produção. Para que um produto final seja considerado orgânico é necessário que, pelo menos, 95% das matérias-primas nele utilizadas sejam orgânicas e certificadas, isso demonstra que para se oferecer um produto orgânico de verdade para a população, é necessário que o produtor seja bastante consciente e muito organizado para que consiga obedecer todas as regras de um produto orgânico. A legislação brasileira classifica os insumos que poderão ser utilizados para a produção orgânica e os chama de fitossanitários, quer dizer, os produtores de orgânicos podem se resguardar, e devem fazer isso, verificando se os agrotóxicos que irão utilizar nas suas produções de orgânicos possuem essa classificação e registro oferecidos pelo Ministério da Agricultura. Há que se destacar que, podemos importar produtos orgânicos de outros países mas, eles também precisam ser cadastrados/certificados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento brasileiro. A instrução normativa nº 13 de 2015 estabeleceu alguns parâmetros para o funcionamento das Comissões da Produção Orgânica, uma das funções das comissões é fomentar a produção de orgânicos, mas também fiscalizar e também propor políticas públicas no âmbito dos orgânicos. As Comissões existem nos estados da federação e são compostas por representantes do setor público e por representantes da iniciativa privada. Podemos afirmar que no Brasil existe uma legislação, um marco regulatório que se debruça sobre a questão da produção orgânica, sendo que muitas empresas certificadoras que atuam no país atuam também no exterior. Ao que se pode observar, o Brasil tem se preparado para a expansão desse mercado de orgânicos que, ao que tudo indica, é um mercado em crescimento com boas expectativas para o futuro. O Brasil, inclusive, exporta produtos orgânicos e participa de feiras internacionais especializadas no tema orgânicos. Alguns produtos que são exportados pelo Brasil: açúcar orgânico, café, erva mate orgânica, barras de cereais, açaí dentre outros. Algumas feiras internacionais com o tema orgânicos são Bio Brazil Fair, Expo West na Califórnia - EUA. PARABÉNS! Você aprofundou ainda mais seus estudos! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial/editorial Página inicial EDITORIAL DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; PINTRO, Paula Toshimi Matumoto; ALVES, Yony Brugnolo; ALEXANDRE, Simoni. Agricultura Familiar e Agronegócio. Paula Toshimi Matumoto Pintro; Yony Brugnolo Alves; Simoni Alexandre. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 35 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Agricultura. 2. Agronegócio. 3. EaD. I. Título CDD - 22 ed. 306 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa3/p�gina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa3/p%C3%A1gina-inicialGuerra Mundial, os governos privilegiaram a agricultura familiar com estruturação de várias políticas agrícolas e agrárias. Transformaram o modo tradicional de campesinato dos tempos medievais em uma moderna agricultura familiar. A mudança, interna e externa desses produtores foi resultado da intervenção governamental e suas políticas, gerando uma agricultura familiar empresarial (CAUME, 2009). Diante destas considerações, é possível compreender porque nos EUA existem propriedades com diversos tamanhos, desde os níveis de renda mais baixos até agricultores multimilionários são considerados agricultores familiares. O conceito está embasado em que todos os estabelecimentos rurais são conduzidos por famílias, independentemente de sua grandeza ou poder econômico (HEBERLÊ, 2014). Além disso, os EUA trabalham a propriedade rural como uma empresa e, muitas vezes, aderem o estilo de sociedade holding. A palavra hold (inglês) significa: “segurar, controlar, manter”. Holding é uma sociedade que tem como atividade o exercício do controle acionário de outras empresas e a administração dos bens das empresas que controla, além do desenvolvimento do planejamento estratégico, financeiro e jurídico dos investimentos do grupo, devendo não interferir na operacionalização das empresas controladas, mas prestar serviços que elas não podem executar eficientemente, ou que, para cada empresa, isoladamente, seja oneroso e para a holding não, tendo em vista a pulverização dos custos. Fonte: Teixeira (2007, p.2). Trabalhar a propriedade rural como empresa rural é uma forma de garantir a proteção e a sucessão patrimonial. Esse estilo de sociedade é bastante difundido e adotado nos EUA. No Brasil, essa prática não é aderida por agricultores familiares e também não é uma cultura muito disseminada. É possível legitimar propriedades brasileiras como holding, desde que a Lei 11.326 de até quatro módulos fiscais seja respeitada. Ou seja, a partir do momento em que o produtor torna-se “grande”, descaracteriza-se como agricultor familiar. Por outro lado, a legislação brasileira prevê este modo de sociedade, qual seja, o holding na Lei 6.404 (BRASIL, 1976) que define: Características e Natureza da Companhia ou Sociedade Anônima Características Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Objeto Social Art. 2º Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, não contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes. § 1º Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis e usos do comércio. § 2º O estatuto social definirá o objeto de modo preciso e completo. § 3º A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades; ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais (BRASIL, Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, 1976). Os sistemas de gestão das propriedades não são as únicas diferenças entre a agricultura familiar americana da agricultura familiar brasileira. Historicamente, foram evidenciados alguns diferenciais. Na obra “Agricultura familiar: é preciso mudar para avançar”, Navarro e Pedroso (2011) fazem um levantamento de três fatores primordiais. O primeiro descreve o modo de colonização; o segundo, as formas de apoio no fortalecimento da agricultura familiar; e. o terceiro, a cultura de cientistas sociais preocupados com os interesses rurais. https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Na década de 1940, criaram-se as primeiras políticas públicas para a agricultura familiar nos EUA, enquanto que, no Brasil, elas iniciaram nos anos de 1968 a 1981. No processo de colonização, os americanos ocuparam as terras da maioria das regiões do país, e adotaram-se os lotes pequenos para cada propriedade. No Brasil, foram feitas grandes divisões de terras e de modo desorganizado. Outro diferencial levantado na pesquisa de Navarro e Pedroso (2011) foi em relação às formas de apoio ao desenvolvimento da agricultura familiar. Antes mesmo de surgirem as primeiras políticas públicas nos EUA, a igreja e, especialmente, os protestantes, atuavam como porta voz das necessidades dos agricultores frente ao governo. As questões agrárias eram defendidas e fomentadas por essas igrejas. Na agricultura brasileira, não há registros formalizados de entidades que assumiram esse papel. Deste modo, algumas questões continuam carentes de atendimento. Navarro e Pedroso (2011) finalizam as comparações apontando a existência de cientistas sociais na América. Estes pesquisadores, também fomentados pela igreja, atuaram de modo a aprimorar pesquisas para o campo. Assim, caminharam para um desenvolvimento rural e, consequentemente, garantiram uma melhor qualidade de vida para essas famílias. No Brasil, o estímulo de cientistas sociais voltados para questões agrárias, ainda é considerado um fenômeno recente. Os últimos dados de pesquisas brasileiras sobre a agricultura familiar são do IBGE (2006) (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A seguir, apresenta-se de forma resumida os dados compilados a partir do censo agropecuário do IBGE (2006). De modo geral, os estados com os maiores números de estabelecimentos, são, também, os maiores percentuais de áreas ocupadas. A exceção é na região Centro-Oeste. O estado de Goiás apresenta um maior número de estabelecimentos, enquanto o estado do Mato Grosso tem o maior percentual de áreas com agricultura familiar. Uma justificativa para essa desproporção pode estar na legislação brasileira. Para ser considerada agricultura familiar, um pré-requisito é que a propriedade tenha, no máximo, o até quatro módulos fiscais. Um módulo fiscal em Goiânia-GO vale 7 ha, então, as áreas de até 28 ha podem ser consideradas familiares. Enquanto um módulo fiscal em Cuiabá-MT vale 30 ha, podendo englobar imóveis rurais de até 120 ha como familiares. Vale ressaltar que o exemplo apresenta apenas as capitais dos estados, e a estatística do IBGE é abrangente para os estados como um todo. Tabulando-se os dados do censo agropecuário do IBGE (2006), é possível notar os números de estabelecimentos e a área total ocupada por agricultores rurais familiares. Vejamos na tabela 1, a seguir: Tabela 1 - Estabelecimentos e área da agricultura dividida pelas regiões brasileiras, tanto da agricultura familiar quanto da não familiar Fonte: Censo Agropecuário (IBGE, 2006). Nota-se que, assim como a relação por estados, os valores dos módulos fiscais na região Norte são majoritariamente elevados. Assim, a região Norte é a quarta em números de estabelecimentos e a segunda em porcentagem de áreas ocupadas pela agricultura familiar. Além destas informações, o censo agropecuário (2006) fez um levantamento a respeito dos números e variedades de produtos agropecuários produzidos no Brasil. A agricultura familiar é um grupo (Agricultura Familiar, Agronegócio) extremamente diversificado e produzem, principalmente: arroz, feijão, mandioca, milho, soja, trigo, leite, aves e ovos. https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com A diversidade da agricultura familiar é um convite para inovações, considerando as condições agroecológicas, socioeconômicas e políticas públicas. O desafio é estabelecer estratégias de inovação para “concentrar não apenas o aumento do rendimento, mas, também, um conjunto mais complexo de objetivos, incluindo a preservação de recursos naturais e elevação da renda rural” (FAO, 2014, tradução nossa). O AGRONEGÓCIO Outra vertente da agricultura é denominada agronegócio. O conceito de agronegócio (agribusiness) foi elaborado pelos professores americanos de Harvard, John Davis e Ray Goldberg, em 1957. Atualmente, procura-se mantera essência da definição de agribusiness como: “a soma das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles” (CRUVINE; NETO, 1999, p.1). No Brasil temos diversos pesquisadores e diversas Instituições que se dedicam ao estudo do agronegócio. Bons exemplos são: PENSA - Centro de Conhecimento em Agronegócio que é um programa ligado à US e o GPAI - Grupo de Estudos e Pesquisas Agroindustriais que é ligado à UFSCAR . Boa pesquisa!! Silva e Francisco (2007) apontam que, durante o período de colonização do Brasil, sucederam-se vários ciclos agroindustriais, como: a exploração do Pau-Brasil, cana de açúcar, borracha e café. Estes períodos revelam que “a economia brasileira teve implicações sociais, políticas e culturais com fortes raízes junto ao agronegócio”. Didaticamente, a cadeia produtiva do agronegócio ou sistema agroindustrial pode ser dividida em: “antes da porteira” ou montante, “dentro da porteira” e “depois da porteira” ou jusante. Estes segmentos estão interligados e associados (ARAÚJO, 2007), como mostra a figura 2. Figura 2 - Representação da Cadeia Produtiva do Agronegócio. https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fpensa.org.br&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHcyoFsrakfWRYhgj5yzqEptVr_cQ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.gepai.dep.ufscar.br%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFiloab-0M5nEa2K3rSdtAolnO77A Fonte: o autor (2015) Antes da porteira ou montante representa os insumos necessários para as produções agropecuárias. Dentro da porteira é a representação de pequenos, médios ou grandes produtores, organizados como pessoas físicas (agricultores) ou pessoas jurídicas (empresas). E depois da porteira ou jusante representa as etapas de beneficiamento, transporte até a venda ao consumidor final (ARAÚJO, 2007). Segundo Silva e Francisco (2007, p.13): A proposta do agronegócio é focada nos fornecedores de bens e serviços para a agricultura, os produtores rurais, os processadores, os transformadores e distribuidores e todos os envolvidos na geração e fluxo dos produtos de origem agrícola até o consumidor final. A partir de 1990, com a reabertura econômica do Brasil, grandes empresas do complexo agroindustrial instalaram-se no país. Setores de insumos, maquinários, tecnologia de processamentos, distribuição e comercialização, são as áreas de atuação destas empresas. Ou seja, participam de todo o ciclo produtivo do agronegócio. Além disso, essas empresas são até hoje protagonistas em investimento em ciências e pesquisas em todo território brasileiro (SANTOS; VALE, 2012). As inovações tecnológicas tornam-se importantíssimas para alavancar as produções rurais. A cadeia produtiva do agronegócio é diretamente afetada pela utilização de tecnologias. Mas são, especialmente, os grandes produtores e exportadores que usufruem dos avanços tecnológicos no agronegócio (SILVA; FRANCISCO, 2007). De acordo com a pesquisa de Caume (2009), a produção agrícola depende crescentemente de recursos econômicos. Este fator é essencial para a aquisição de bens de produção (máquinas, implementos e insumos) e acesso aos processamentos das agroindústrias. Os países que perceberam essa dinâmica e adotaram políticas, “tais como investimento em educação e treinamento, ciência, geração de tecnologia, infraestrutura, difusão de informações e melhoria na qualidade de vida rural”, foram os maiores beneficiados (CRUVINE; NETO, 1999, p.4). No Brasil e no mundo houve uma crescente demanda por produtos agrícolas, especialmente, em consequência do êxodo rural. O modo de operacionalidade empresarial rural foi implantado, visando atender o aumento do consumo. A maior produtividade é resultado das inovações tecnológicas implementadas. O novo modelo foi possível por meio de incentivos de créditos no setor agrícola e industrial, que conduziram as produções do campo até a cidade (SANTOS; VALE, 2012). Considerando-se o Brasil um país essencialmente agrícola, almeja-se a incorporação das novas tecnologias voltadas à produção rural. Para que este processo de modernização seja alcançado com sucesso, e de modo abrangente, deve haver investimentos do setor público e privado. Objetiva-se uma “melhoria contínua dos equipamentos e máquinas, e na especialização de recursos humanos, principalmente no treinamento de técnicos na área agrícola” (SILVA; FRANCISCO, 2007, p.11). Neste contexto, o setor agroindustrial é um dos maiores beneficiados do suporte científico e tecnológico. Responsabiliza-se por uma porção generosa da economia, e ajuda a manter, e até mesmo incrementar, a competitividade de mercado (CRUVINE; NETO, 1999). Figura 3 - Balança Comercial do Agronegócio - Série Histórica https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Fonte: Agrostat (2021). No gráfico 3 podemos observar a importância do agronegócio para a Balança Comercial Brasileira. Percebam que em todos os períodos mostrados (2012 até julho/2021) as exportações do agronegócio superam as importações do agronegócio, gerando assim divisas para a economia brasileira. O infográfico apresenta os principais destinos das exportações do agronegócio brasileiro no primeiro trimestre de 2017. Há que se ressaltar que tanto os países de destino quanto os produtos não tem se modificado nos últimos anos e, provavelmente, não ocorram grandes modificações nos próximos anos. Fonte: CNA - Confederação Nacional da Agricultura. Boletim do Agronegócio Internacional Edição 32 - Abril de 2017. Disponível em: . O agronegócio não deve ser exclusivamente voltado aos grandes produtores rurais. Os pequenos e médios, visando crescimento e competitividade de mercado, podem associar-se. A cooperação é uma maneira de se fortalecer e gerar alternativas, principalmente, para os agricultores familiares. Ressalta-se que para os agricultores, pecuaristas e agroindústrias se destacarem nesse novo cenário de cooperação (unir pequenos e torná-los grandes/competitivos), as inovações tecnológicas e conhecimentos, pois não basta só a informação, é preciso compreendê-la e praticá-la. Por isso, valoriza-se o investimento em ciência e tecnologia (SILVA; FRANCISCO, 2007). Conhecer os dados sobre o agronegócio brasileiro é muito interessante. Uma boa fonte de pesquisa são os sites governamentais. Saiba mais sobre as exportações e importações do agronegócio brasileiro. Fonte: Agrostat. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponíel em: . . https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.cnabrasil.org.br%2Fboletins%2Fboletim-do-agronegocio-internacional-alternativas-e-oportunidade-de-integracao-comercial&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHQ8-mtfhDXWtl8S-zQhXShYv0y3Q http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.cnabrasil.org.br%2Fboletins%2Fboletim-do-agronegocio-internacional-alternativas-e-oportunidade-de-integracao-comercial&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHQ8-mtfhDXWtl8S-zQhXShYv0y3Q http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Findicadores.agricultura.gov.br%2Fagrostat%2Findex.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFzxDyPclBhcI0fv8i0ZUEXxdVTTQ AGRICULTURA FAMILIAR versus AGRONEGÓCIO O panorama mundial da agricultura familiar contabiliza mais de 500 milhões de propriedades. As famílias podem contribuir efetivamente para garantir a segurança alimentar mundial, cuidar e proteger os recursos naturais, acabar com a pobreza, subnutrição e desnutrição. Para assumir tal papel, é fundamental o desenvolvimento depolíticas públicas para o fortalecimento da agricultura familiar. Deste modo, é possível tornarem-se mais inovadoras, produtivas e sustentáveis (FAO, 2014). Outro ponto importante é desvincular a palavra agronegócio como sinônimo de grandes produtores rurais. O agronegócio é resultado de produtores altamente competitivos no mercado, inclusive agricultores familiares. A principal diferença está na escala de produção, pois os menores produzem menos. Mesmo assim, é possível torná-los competitivos unindo-os, por exemplo, em associações e cooperativas (CRUVINE; NETO, 1999). Fomentar inovações, especialmente na aplicação do conhecimento científico, é um modo de melhorar a produção e as práticas de gestão. É importante propor ideias de uma agricultura sustentável como plantio de novas variedades combinadas às práticas tradicionais ou, ainda, aplicar técnicas integradas de produção. Para isso, é fundamental que setor público, privado, sociedade civil, agricultores e suas organizações trabalhem por este objetivo. De acordo com Silva e Francisco (2007,p. 12): Para estabelecer uma relação entre desenvolvimento sustentável e o agronegócio, discute-se exauridamente a preservação do meio ambiente, dos programas de biotecnologia e recursos genéticos, gestão de recursos hídricos, conservação de solos na agricultura, florestas e agroflorestas, conservação de parques e proteção ambiental. Uma perspectiva do tamanho das propriedades e de suas áreas de ocupação, em todo o mundo, foram pesquisadas pela FAO (2014). Esses números estão graficamente representados na figura 4, a seguir. Figura 4 - Tamanho x Área das propriedades rurais em todo o mundo, 2014. https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Fonte: adaptado de dados do Programa da FAO para o Censo Mundial de Agricultura mostrado em FAO (2013). Nota: Com base em uma amostra de 106 países. Com esses dados, interpreta-se que aproximadamente 90% dos imóveis rurais do mundo têm até 100 ha., Somando-se, porém, o tamanho dessas propriedades, resulta-se algo em torno de 40% da área total de produção agrícola mundial. Diante dessa análise, é correto afirmar que quase 10% de todos imóveis rurais levantados pela pesquisa, são maiores que 100 ha e ocupam cerca de 60% da área total mundial agricultável. Quando se trata de dados específicos sobre o Brasil, prevalece a quantidade de pequenas propriedades, menores que 100 ha. Mas a soma das áreas dessas pequenas propriedades chega somente a 15,98% do total. Enquanto as áreas maiores que 2000 ha, não alcançam 1% do número de imóveis rurais, mas dominam mais de 40% das áreas produtivas no Brasil. Isto mostra que existe concentração de terras em nosso país, ou seja, poucas pessoas/empresas são donas da maior parte de terras. Esta interpretação é confirmada no trabalho de Silva (2011) e que Caio Prado Júnior em 1979 também relatava: (...) por força da grande concentração da propriedade fundiária que caracteriza a economia agrária brasileira, bem como das demais circunstâncias econômicas, sociais e políticas que direta e indiretamente derivam de tal concentração, a utilização da terra se faz predominantemente e de maneira acentuada, em benefício de uma reduzida minoria (PRADO JR., 1979, p.15). Na pesquisa de Camacho (2009), foi apontado a concentração de grandes propriedades como um dos fatores que contribuíram para o êxodo rural. O censo do IBGE (2010) apurou informações, segundo a localização do domicílio, representando, assim, a população rural e a população urbana. A figura 5 mostra estes números de 1980 até 2010. Figura 5 - População residente segundo localização do domicílio Brasil. https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Fonte: adaptado de IBGE (2010). De fato, os dados apontam uma redução de aproximadamente 50% da população rural, em 30 anos. Dessa forma, os produtores familiares e não familiares, mesmo representando a minoria da população, assumem a responsabilidade de alimentar toda a população e alavancar a economia brasileira. Por isso, serão apresentadas pesquisas comparativas dos números da agricultura familiar e não familiar. Para fins didáticos, será considerada agricultura familiar todas as propriedades rurais brasileiras que se enquadram na Lei 11.326/06 (BRASIL, 2006). As demais serão consideradas agricultura não familiar/agronegócio. A tabela seguinte expõe informações acerca do número de estabelecimentos, área total, receita anual e outras receitas fora da produção agrícola. Tabela 2 - Número de estabelecimentos, área total e receita anual dos estabelecimentos da agricultura familiar e da agricultura não familiar Fonte: Censo Agropecuário (IBGE, 2006). Computados os dados em proporções aproximadas, admite-se um valor em torno de 84% de estabelecimentos familiares contra 16% de estabelecimentos não familiares. Mesmo em número proporcionalmente menor, os agricultores não familiares com cerca de 76% da área total e em torno de 66% da receita anual. Dominando uma menor renda na produção agropecuária, os agricultores familiares, são responsáveis por aproximadamente 61% de toda renda fora das atividades agropecuárias. Detalhando-se os dados, a tabela 3 demonstra valores de números de estabelecimentos e área ocupada, subdivididos em estados, regiões e total brasileira. https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Tabela 3: Estabelecimentos e área da agricultura dividida pelas regiões brasileiras, tanto da agricultura familiar quanto da não familiar Fonte: Censo Agropecuário (IBGE, 2006). https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Considerando os valores da agricultura familiar, em proporções aproximadas e desconsiderando o Distrito Federal, tem-se: o maior número de estabelecimentos (50%) e maiores áreas (35%) de ocupação por região no Nordeste. Por Estado, a Bahia lidera o ranking com proporções de (15%) de estabelecimentos e (12%) da área. O CentroOeste foi a região que apresentou o menor índice de estabelecimentos (5%) e área (12%). Por Estado, o Amapá mostra-se com o menor número de estabelecimentos (0,065%) e em área (0,16%). Ponderando-se os valores referentes à agricultura não familiar, em porcentagens aproximadas, e desconsiderando o Distrito Federal, tem-se: a região Nordeste liderando o número de estabelecimentos (33%) e o Estado de Minas Gerais com (14%). Já as maiores porções de áreas estão em domínio da região Centro-Oeste (38%) e no Estado de Mato Grosso com (17%). Referindo aos menores percentuais, a região Norte apontou menor número de estabelecimentos (7%) ao lado do Estado do Amapá com (0,82%). Por área, a menor representação é da região Sul (11%) e o Estado do Amapá (0,29%). Outros índices levantados pelo censo agropecuário do IBGE (2006) são em relação a produção vegetal e a produção animal. Elencando-se os produtos em ordem classificatória de produção, tem-se na agricultura familiar, primeiro o milho, segundo a mandioca e o terceiro, a soja. As produções referentes à agricultura não familiar classificam-se: primeiro a soja, segundo, o milho e, em terceiro, o arroz. Nota-se que a soja e o milho são os mais produzidos em ambas. O quadro 1 é uma simplificação dos principais produtos vegetais produzidos pela agricultura familiar e não familiar, em número de estabelecimentos e em produção, e por ordem classificatória. Quadro 1: Classificação dos produtos vegetais produzidos pela agricultura familiar e não familiar no Brasil Fonte: adaptado de IBGE (2006). Outros dados do censo agropecuário do IBGE (2006) são referentes à produção animal. Mostrando-se os produtos em ordem classificatória, tem-se: primeiro o leite de vaca, segundo as aves e o terceiro, os ovos, produzidos pela agricultura familiar. Para as produções não familiares, primeiro o leite de vaca, segundo, ovos eterceiro as aves. Nota-se que os produtos produzidos são equitativamente importantes, leite de vaca, aves e ovos, diferenciando-se o segundo e o terceiro lugar. O quadro 2 mostra uma síntese da classificação animal oriundo da agricultura familiar e não familiar, divididas por estabelecimentos e produção. Quadro 2 - Classificação dos produtos animais produzidos pela agricultura familiar e não familiar no Brasil https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Fonte: adaptado de IBGE (2006). Desse modo, verifica-se o potencial de competitividade nas produções agropecuárias da agricultura familiar frente ao agronegócio. Como citado anteriormente: a cooperação é uma maneira de se fortalecer e gerar alternativas, principalmente para os agricultores familiares (SILVA; FRANCISCO, 2007). Pela inserção de novas técnicas de produções, associações, subsídios, entre outras variáveis citadas, observa-se o reflexo da contribuição da agricultura familiar e não familiar para a economia brasileira, demonstrado no gráfico seguinte. Em 10 anos, segundo dados da CNA (2014) o PIB (Produto Interno Bruto) agropecuário cresceu 188,3%. Isso demonstra a força da agricultura brasileira para o crescimento do país. Outra contribuição é em relação à produtividade que cresceu 142,3%. Esse índice demonstra que o produtor aumentou sua produção utilizando- -se de inovações tecnológicas e novas pesquisas. Um pouco menos expressivo foi o crescimento de emprego, apenas 19%. Maquinários, implementos, entre outros, potencializam em agilidade e reduzem a mão de obra. Por outro lado, assim como outros setores da economia, a agricultura também se profissionalizou. Hoje são engenheiros agrônomos, médicos veterinários, zootecnistas, técnicos agrícolas e outras especialidades, a mão de obra necessária no campo. Destacando também a importância da qualificação profissional permanente dos operários e gestores rurais. Desse modo, relaciona-se agricultura familiar e o agronegócio como formas interdependentes de produção agropecuária e de renda. O foco desta pesquisa revelou a busca de referências acerca do tema, enfatizando singularidades, semelhanças e diferenças. Portanto, ressaltam-se o papel fundamental da inovação, incentivos à ciência e pesquisa, e políticas públicas voltadas à produção rural. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial/atividades Página inicial ATIVIDADES 1. Nem sempre foi simples definir e classificar o que é Agricultura Familiar. Mas, em 2006 surgiu a lei que conseguiu nos trazer uma definição um pouco mais concreta do que vem a ser a agricultura familiar. Nesse contexto, assinale a alternativa que apresenta uma característica importante para que a propriedade rural seja enquadrada na Agricultura Familiar: a) Ser de pessoas físicas e não jurídicas se enquadram como agricultura familiar; b) Ser menor do que que 3 hectares. c) Não ter dois sócios ou mais. d) Utilize predominantemente mão de obra familiar. e) Utilize exclusivamente mão de obra familiar 2. O agronegócio é amplamente estudado. Há certo padrão de definições para se estudar o agronegócio mundialmente, entre eles os conceitos de: Antes da porteira, dentro da porteira e depois da porteira. Analise as afirmativas e assinale a que preenche corretamente a lacuna do texto a seguir: ---------------- representa os insumos necessários para as produções agropecuárias. a) depois da porteira. b) dentro da porteira. c) antes da porteira. d) antes e dentro da porteira. e) nenhuma das opções. 3. Os principais produtos vegetais agrícolas em termos de produção, produzidos pela agricultura familiar no Brasil são: a) trigo, soja e milho. b) milho, mandioca e soja. c) laranja, soja e mandioca. d) alface, trigo e milho. e) trigo, soja e mandioca. Resolução das atividades Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial/resumo Página inicial RESUMO Neste estudo, propôs-se a revisão de referências, o levantamento de fatos, a exposição de dados e a contextualização da agricultura familiar e do agronegócio em seu panorama atual, importante destacar que levantamentos oficiais no Brasil aconteceram em 2006, o que torna os dados um pouco defasados mas, nem por isso, deixam de retratar a realidade brasileira. Não se pode afirmar quando e onde surgiu a agricultura, mas foi graças a ela que as civilizações foram consolidadas e são sustentadas até hoje. Desde seu surgimento, a agricultura passou por profundas transformações, especialmente em suas formas de produção e comercialização. Independentemente de certas peculiaridades, os principais objetivos da agricultura são a produção de alimentos e de renda e isso independe se estamos falando de pequenas ou grandes propriedades, o que se deseja é a sobrevivência e, em muitos casos, a geração de lucro. Na abordagem feita sobre as diferenças entre a agricultura familiar e o agronegócio, a principal consideração apontada foi em relação à Lei 11.326/06. De acordo com esta Lei, a agricultura familiar e o agronegócio diferem-se em relação ao tamanho das propriedades, renda do produtor e a gestão do empreendimento. Em outros países, essa discrepância é minimizada, pois consideram como única diferença a forma de administração das propriedades rurais. Assim, é possível que o agricultor inove em suas atividades, e cresça em tamanho e renda, o que não é tão fácil no Brasil. Com isso, nesse ponto da aprendizagem, é possível diferenciar a agricultura familiar e o agronegócio e também elencar suas semelhanças. Apesar de mostrarmos as diferenças entre agricultura familiar e agronegócio, há que se pontuar que ambos são importantes para o Brasil e para o mundo, principalmente na produção de alimentos. Na sequência, o objetivo central será o entendimento de sustentabilidade e as singularidades da agricultura familiar. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/resumo https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial/eu-indico Página inicial Material Complementar Na Web Interessante vídeo a respeito do agronegócio e da agricultura familiar, apresenta alguns dados relacionado a essa área. Nele há um debate a esse respeito. Acesse Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/eu-indico https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial https://www.youtube.com/watch?v=Oj_eka1pqmE https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial/refer%C3%AAncias Página inicial REFERÊNCIAS ABRÃO, J. A. A.; SANTOS, R. A. A classificação do conceito de agricultura familiar a partir da análise da obra “O processo de modernização da agricultura no sudoeste do Paraná”. In: XVI ENCONTRO NACIONAL DOS GEÓGRAFOS, [s.n.], 2010, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre, 2010. AGROSTAT. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento . Disponível em: >. Acesso em 04 mar. 2015. ALTAFIN, I. Reflexões sobre o conceito de agricultura familiar. Brasília: 2007, p. 23. ARAÚJO, M. J. Fundamentos de agronegócios . 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 157 p. BAPTISTA, V. F. 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Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/refer�ncias https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fleis%2Fl6404consol.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHpiXbC7jzLDBS0MdxmVrytSFiq8w http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2F_ato2004-2006%2F2006%2Flei%2Fl11326.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEIXnFr7GuBW7an-DQt2Y1On7W54g http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fleis%2Fl4504.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFJT4xGygJeShdPAmqjDLmr3SSwWg http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.cnabrasil.org.br%2Fboletins%2Fboletim-do-agronegocio-internacional-alternativas-e-oportunidade-de-integracao-comercial&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHQ8-mtfhDXWtl8S-zQhXShYv0y3Q http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.cnabrasil.org.br%2Fboletins%2Fboletim-do-agronegocio-internacional-alternativas-e-oportunidade-de-integracao-comercial&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHQ8-mtfhDXWtl8S-zQhXShYv0y3Q https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial/aprofundando Página inicial APROFUNDANDO Neste estudo vamos explorar uma das mais antigas empresas familiares do país . Em 1846, Menezes, criou o Grupo Aguardente, atualmente líder na produção de aguardente no Brasil. Porém, antes de chegar ao seu auge e estabilidade a empresa atravessou um momento muito delicado. Na madrugada do dia 31 de março de 1990, Telles, 66 anos, quarta geração no comando do Grupo Aguardente, recebeu um telefonema de um homem que parecia estar desesperado. Era um chamado informando-lhe sobre um incêndio na empresa. Num primeiro momento Telles achou que poderia ser um trote, mesmo assim decidiu ir até a empresa. Ao aproximar-se do local já era possível ver as chamas. Três dias se passaram para a retirada dos entulhos. Perdeu-se cerca de 15 mil caixas, o equivalente a 15 dias de produção, além da perda da fábrica, propriamente dita. Para retomarem as atividades, improvisou-se uma área com lona e reaproveitou-se uma única máquina menos deteriorada pelo incêndio. Fornecedores mantiveram o abastecimento da empresa com uma promessa de pagamento futuro. Amigos da família colaboraram com materiais e mão de obra para a construção da nova sede. Anos se passaram e Everardo ainda se emociona com essa história. O choro dele é um raro momento em que ele perde a serenidade, uma característica fundamental para àqueles que desejam empreender. Essa serenidade é sinônimo de equilíbrio emocional, não se deixando abater frente aos desafios e nem comemorando excessivamente as vitórias, a fim de não perder o rumo do negócio. Com esse equilíbrio e uma porção generosa de coragem, Telles fez com que o Grupo Ypióca crescesse 45 vezes em produção. Quando ele assumiu o comando da empresa já era um dos maiores fabricantes do Brasil com 500 toneladas de cana-de-açúcar processadas por dia. Atualmente, chega a 8 mil toneladas diárias. Em 1978 a produção era de 360 mil litros e saltou para mais de 200 milhões. Era uma fábrica em 1970 e chegaram a seis em 2009. No município de Jaguaruana/CE, a 180 quilômetros de Fortaleza, investiu-se R$ 80 milhões em uma indústria com capacidade de 90 milhões de litros de aguardente por ano, considerada a maior fábrica de cachaça do mundo. É apontada também como uma das mais modernas no campo de produção do etanol, matéria-prima utilizada na produção de álcool hidratado para combustível, indústria farmacêutica e química; álcool anidro, próprio para compor a mistura com gasolina; e álcool neutro para a fabricação de bebidas. No mercado nacional de cachaça, o grupo Aguardente é responsável por 12% concorrendo com mais de 4 mil fabricantes. Chegou a faturar R$ 200 milhões em 2009, obtendo um resultado líquido de R$ 7 milhões. Desde o final da década de 1960 exporta seus produtos, para 42 países resultando em 5% do total de sua produção. A empresa se diferencia por ter cerca de 30 produtos em linha, como: cachaça de combate, versão premium, aromatizadas e as misturas de bebidas. O processo de envelhecimento é um diferencial que marca estes produtos, pois desde gerações passadas, a cachaça é armazenada em tonéis de bálsamo e freijó por períodos que variam de um a seis anos. São 243 tonéis e 10 mil barris de carvalho. Mas o processo de envelhecimento não é o único fator de sucesso, as torres de destilação, quando novas, são desmontadas e ganham partes especiais de cobre, o que leva a um melhor sabor na cachaça. Telles ainda não sabe quem herdará o segre - do, pois dos sete filhos, cinco são atuantes no grupo Aguardente em cargos estratégicos. Todos foram preparados para suceder Everardo em sua aposentadoria. Para que o processo sucessório seja realizado com sucesso, Telles contratouna década de 90 uma consultoria que reestruturou o organograma societário. Os herdeiros foram orientados a conquistar espaços dentro do grupo e, assim, criou-se a holding. A direção recorre à SM Consultoria como se fosse um conselho administrativo. Um belo exemplo de empresa familiar que é do agronegócio e que está se adequando as modernizações. PARABÉNS! Você aprofundou ainda mais seus estudos! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial/editorial Página inicial EDITORIAL DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; PINTRO, Paula Toshimi Matumoto; ALVES , Yony Brugnolo; ALEXANDRE, Simoni. Agricultura Familiar e Agronegócio Paula Toshimi Matumoto Pintro; Yony Brugnolo Alves; Simoni Alexandre. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 38 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Agricultura. 2. Agronegócio. 3. EaD. I. Título CDD - 22 ed. 306 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa1/p�gina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa1/p%C3%A1gina-inicial Página inicial SUSTENTABILIDADE E A AGRICULTURA Professor (a) : Dra. Paula Toshimi Matumoto Pintro Me. Yony Brugnolo Alves Espa. Simoni Alexandre Objetivos de aprendizagem • Conhecer as dimensões da sustentabilidade. • Apresentar conceitos sobre agricultura familiar sustentável. • Reconhecer as alternativas para melhorar o potencial da agricultura familiar. https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Sustentabilidade • Agricultura Familiar sustentável • Agricultura Familiar e alternativas para o sucesso Introdução Prezado (a) aluno (a), Seja bem-vindo a esta etapa de estudos! Agora estudaremos, ainda no contexto da Agricultura Familiar e o Agronegócio, as questões da sustentabilidade. Agora, a proposta de estudos sobre a sustentabilidade dentro do agronegócio e da agricultura familiar está dividida em três tópicos: Sustentabilidade, Agricultura Familiar sustentável e Agricultura Familiar e alternativas para o sucesso. Nossos estudos iniciam-se com o conceito de sustentabilidade e a apresentação de suas dimensões. São expostas nove dimensões da sustentabilidade, sendo elas: a ambiental, a econômica, a social, a ecológica, a cultural, a espacial, a demográfica, a política e a institucional. Logo depois, serão sintetizadas algumas vertentes de uma agricultura familiar sustentável. Nessa sequência, é possível acompreender as diferentes formas de produções agroecológicas, como por exemplo: a agricultura orgânica, a biológica, a biodinâmica, a natural e a permacultura. Também será explicitado o conceito de agricultura familiar convencional e sua comparação com as práticas agroecológicas. Nossa última aula, dentro desse contexto, trata da descrição de fatores que permitem a agricultura familiar estar em direção ao sucesso, como: a educação, a confiança, a tecnologia, a organização e a sucessão familiar. Bons estudos! Avançar https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial/unidade-2 UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial https://getfireshot.com Página inicial SUSTENTABILIDADE No ano de 1972, em Estocolmo, capital da Suécia, realizou-se a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano. Organizado pela ONU (Organização das Nações Unidas), o evento propôs debater acerca do tema sustentabilidade (VILPOUX; OLIVEIRA, 2011). Em 1987, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), da ONU, conceituou oficialmente o termo sustentabilidade. Definiu-se como “[...] a capacidade de satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades” (CMMAD, 1991, p.9). Desde então, surgiram várias definições para sustentabilidade aplicada ao agronegócio. Segundo EHLERS, 1994 (apud SILVA, 2012, p. 27) e KAMIYAMA, 2011 (apud SILVA, 2012, p. 27). Agricultura sustentável não constitui algum conjunto de práticas especiais, mas sim um objetivo: alcançar um sistema produtivo de alimento e fibras que: (a) aumente a produtividade dos recursos naturais e dos sistemas agrícolas, permitindo que os produtores respondam aos níveis de demanda engendrados pelo crescimento populacional e pelo desenvolvimento econômico; (b) produza alimentos sadios, integrais e nutritivos que permitam o bem-estar humano; (c) garanta uma renda líquida suficiente para que os agricultores tenham um nível de vida aceitável e possam investir no aumento da produtividade do solo, da água e de outros recursos e (d) corresponda às normas e expectativas da comunidade . Com a ajuda de especialistas, Ehlers (1994 apud FAO, 2014) e Kamiyama (2011 apud FAO,2014) conceitua agricultura sustentável como: O manejo e a conservação da base de recursos naturais, e a orientação da mudança tecnológica e institucional, de maneira a assegurar a obtenção e a satisfação contínua das necessidades humanas para as gerações presentes e futuras. Tal desenvolvimento sustentável (na agricultura, na exploração florestal, na pesca) resulta na conservação do solo, da água e dos recursos genéticos animais e vegetais, além de não degradar o ambiente, ser tecnicamente apropriado, economicamente viável e socialmente aceitável. https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/afeoa2/p%C3%A1gina-inicial O SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (2009, p.6), diz que “[...] é sustentável porque preserva a qualidade do solo e das fontes de água, incentiva o associativismo dos produtores e aponta novos canais de comercialização dos produtos, permitindo boas colheitas agora e no futuro”. Todos estes conceitos remetem à ideia que sustentabilidade é mais que uma questão ambiental e aborda outras esferas, como questões econômicas e sociais. O cenário de revoluções industriais e tecnológicas dos últimos três séculos permitiu o acesso de novas técnicas de produção rural. Com a aceleração dos processos produtivos, começou-se a questionar sobre a impossibilidade de subsistência (JEVONS 1865; MALTHUS, 1998 apud MUELLER, 1998). No Brasil, com a redemocratização a partir da década de 1980, surgiram importantes políticas reforçando a ideia de sustentabilidade e de desenvolvimento sustentável. A Política Nacional do Meio Ambiente (1981) é um exemplo, que obrigou uma avaliação prévia sobre o impacto ambiental e licenciamento para atividades poluidoras. Na Constituição Federal, de 1988, foram incluídas no artigo 225, “questões relacionadasao Meio Ambiente, impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê- -lo, possibilitando mais tarde a criação de leis específicas” (ARRUDA; QUELHAS, 2010, p. 5). Outro evento relevante foi o ECO RIO 92, que traçou metas a serem alcançadas no século XXI, descritas na chamada Agenda 21 (VILPOUX; OLIVEIRA, 2011). Veja alguns eventos acerca do tema, no quadro 1. Quadro 1 - Linha do tempo da sustentabilidade. https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Legislação e políticas públicas relacionadas à sustentabilidade Estatuto do Índio – Lei 6.001, de 19 de dezembro de 1973: Política Nacional do Meio Ambiente – Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981: Ação Civil Pública – Responsabilidade por danos causados ao meio ambiente – Lei 7.347, de 24 de julho de 1985: Demarcação de Terras Indígenas – Decreto 1.775, de 8 de janeiro de 1996: Política Nacional de Recursos Hídricos – Lei 9.433, de 8 de janeiro de 1997: Crimes Ambientais – Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998: Sistema Nacional de Unidade de Conservação – Lei 9.985, de 18 de julho de 2000: Política Urbana – Lei 10.257, de 10 de julho de 2001: Convenção sobre Diversidade Biológica – Medida provisória 2.186-16, de 23 de agosto de 2001: Demarcação do Território Quilombola – Decreto 4.887, de 20 de novembro de 2003: Informação Ambiental – Lei 10.650, de 16 de abril de 2003: Gestão de Florestas Públicas para a Produção Sustentável – Lei 11.284, de 2 de março de 2006: Proteção da Vegetação Nativa do Bioma Mata Atlântica – Lei 11.428, de 22 de dezembro de 2006: https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fleis%2Fl6001.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHgrr_rOm014qQqQ_bU_HsYoK_Bkg http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fleis%2Fl6938.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHvf7w2bzD1mHhRF9-ePeJTCM2YAQ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fleis%2Fl7347orig.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGG-T9wmBy_FGXXkNGX4T0ZwDoJ9Q http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fdecreto%2FD1775.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFvCSXKYgl0XLfYxKuTcx1Tut-OdA http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fleis%2Fl9433.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNH9FGhsn9SQZY1GCtaAZNQxSLN7BA http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fleis%2Fl9605.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGddFsjoXiogbhM0bhc1aG_9epAyQ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fleis%2Fl9985.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFY5bM7dF0kiUjn3jjHUEJ5oPvgPw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fleis%2Fleis_2001%2Fl10257.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGp_ERu4v9AfGHn1gjHoXOaK1wb6A http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fmpv%2F2186-16.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGqaAM9XS_tW2FTQvogsHvDPtcCpw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fdecreto%2F2003%2Fd4887.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFCQapgxXwEMUoe4csEUJTCsAEhiA http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2FLeis%2F2003%2FL10.650.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNF_EYsiooJrYp95HqGOIA8O_Wu5Qw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2F_ato2004-2006%2F2006%2Flei%2Fl11284.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEB8nfjAg5NP4WYYBxWO6NFbj-UuQ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2F_ato2004-06%2F2006%2Flei%2Fl11428.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGfrQ88dw3fzWOoGQUtYfnq4TPQTA “[...] desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações vindouras satisfazerem as suas próprias necessidades”. Fonte: Relatório Brundtland (1987). Ressalta-se a diferença entre desenvolvimento sustentável e proteção ambiental. Ser sustentável é uma interconexão entre várias dimensões (ONU, 2012). Vilpoux e Oliveira (2011) apontam nove dimensões de sustentabilidade: a ambiental, a econômica, a social, a ecológica, a cultural, a espacial, a demográfica, a política e a institucional. A figura 1 esquematiza essas dimensões acerca da sustentabilidade. Figura 1 - Dimensões da sustentabilidade. Fonte: adaptado de Vilpoux (2011). Sustentabilidade Ambienta l Essa dimensão visa à manutenção dos ecossistemas, ainda que aja interferência humana. A sustentabilidade ambiental propõe o uso sustentável, conservação e a proteção dos recursos naturais. Sustentabilidade Econômica Equilibra domínios intersetoriais, como a segurança alimentar e a capacidade de modernização contínua dos instrumentos de produção. Refere-se à compatibilidade entre padrões de produção e consumo, equilíbrio financeiro e acesso à ciência e tecnologia. Sustentabilidade Social A sustentabilidade social é a ideia proposta para redução da desigualdade social. Objetiva-se equidade na distribuição de renda e uma melhoria na qualidade de vida por meio dos serviços e recursos sociais. https://sites.google.com/view/afeoa2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Já ouviu falar em empreendedorismo social? É um conceito relativamente novo mas que busca incentivar que as pessoas empreendam com responsabilidade social, ou seja, que tenham lucro resolvendo problemas sociais. Conheça mais em: . Acesso em 22 abr. 2017. Sustentabilidade Ecológica Busca meios de proteger o meio ambiente, com ações que reduzem o consumo. Incentiva atitudes como a reciclagem, a diminuição de poluentes e a geração de tecnologias limpas. Um bom exemplo de sustentabilidade ecológica é a aplicação dos 5R’s: Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Reeducar e Repensar. Sustentabilidade Cultural Manutenção das diferenças culturais, valores, crenças e ecossistemas. É válido o incentivo de mudança/inovação quando acolhem as especificidades locais. Sustentabilidade Espacial Importa-se com o ordenamento territorial, equilibrando as relações inter-regionais entre rural e urbano e melhorando estes ambientes. Sustentabilidade Demográfica Estuda a dinâmica do crescimento econômico frente à taxa de crescimento demográfico. Diz-se das adequações necessárias, e a capacidade de um território explorar seus recursos. Sustentabilidade Política Aproximação do setor público e da população, na maioria das vezes, por iniciativas populares. Essa esfera representa acesso à democracia e estimula a participação popular. Sustentabilidade Institucional Fortalece, cria e integra redes institucionais, públicas ou privadas, voltadas à sustentabilidade. As instituições coordenam ações visando abrir caminhos fundamentais para o futuro Calculadora da pegada ecológica Calcular a pegada ecológica e saber o quanto de terra é necessário para manter seus hábitos e estilo de vida. A Global Footprint Network disponibiliza em seu site uma versão da calculadora em português. Para saber mais sobre esse cálculo, acesse o site: Global Footprint Network. Acesse o link disponível em: . Acesso em