Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

BACTERIOLOGIA E ANTIMICROBIANOS 
BACTÉRIAS 
São os organismos mais antigos do planeta, unicelulares, procariontes, podem ser autótrofos ou 
heterótrofos, podem formar colônias e são encontradas no solo, no ar, na água, em nosso 
organismo etc. Maioria das bactérias são seres livres, algumas são defectivas (faltam estruturas) 
que as fazem parasitas (intracelular obrigatória, exemplo a Chlamydia trachomatis – gram 
negativo). O material genético fica concentrado em uma região que é denominada nucleoide. 
 
Elas podem ter formato de esfera (cocos, que significa frutificação), de bastão (bacilos, que 
significa bastonete ou bengala) e de espiral. 
 
 
O nome “bacilo” tem dois significados em microbiologia. A palavra bacilo se refere a uma forma 
bacteriana. Quando escrito em latim, em letra maiúscula e em itálico, refere-se a um gênero 
específico. Por exemplo, a bactéria Bacillus anthracis é o agente do antraz. 
 
ESTRUTURA BACTERIANA 
Normalmente possui um único cromossoma circular de DNA (sem núcleo) não associado às 
histonas, sem íntros e éxons, porém esse cromossomo pode ser lido 5’ para 3’ e também 3’ para 
5’. A leitura nos dois sentidos muda a informação. Um cromossomo leva 18 minutos para se 
multiplicar. 
 
Possuem plasmídeos que são a mistura extracromossomal formada de DNA. O plasmídeo leva 1 
minuto para se multiplicar (a multiplicação do plasmídeo é independente do tempo de geração). 
Os plasmídeos diferem dos cromossomos bacterianos, pois os genes que eles transportam 
normalmente não são essenciais para o crescimento da célula sob condições normais. Os 
plasmídeos são transmissíveis entre as células durante a conjugação. Os plasmídeos podem 
transportar genes para atividades como resistência aos antibióticos, tolerância a metais tóxicos, 
produção de toxinas e síntese de enzimas. Eles podem ser transferidos de uma bactéria para 
outra. 
 
No cromossomo (1) estão informações vitais (parede celular, membrana 
citoplasmática, enzimas metabólicas, flagelos e etc) e no plasmídeo (2) 
informações adaptativas (metabolizar plástico, por exemplo). 
 
Resistência antimicrobiana: inicialmente esta no cromossomo (exemplo bactéria sem alanina-
alanina). 
 
Plasmídeos são cromossomos que se desprenderem e tornam-se altamente replicáveis. Em uma 
única célula podem coexistir vários tipos diferentes de plasmídeos. A Escherichia coli, por 
exemplo, tem até sete. Dois plasmídeos podem ser incompatíveis, e a sua interação resulta na 
destruição de um deles. Os plasmídeos podem, portanto, ser colocados em "grupos de 
incompatibilidade", que dependem da sua capacidade de coexistir em uma única célula. 
 
Nem todas as bactérias irão receber plasmídeos embora muitas recebam mais de um no seu 
interior. Bactérias promíscuas recebem irrestritamente plasmídeos outras recebem e picotam por 
considerar que pode ser uma informação virulenta. 
 
Enterococcus (possui parede sem alanina-alnina) normalmente não causa processo infeccioso, 
apenas coloniza o intestino. Porém, a informação da parede está em um plasmídeo e essa 
informação pode ser entrega a outras bactérias (pode ser bacilo ou coccus). Com isso pode 
associar em uma mesma bactéria virulência e resistência. 
 
MEMBRANA CITOPLASMÁTICA 
A membrana plasmática é organizada, e nas bactérias é ela quem dá o tempo de multiplicação 
das bactérias (“timer” da célula), ela rege as funcionalidades celulares através de ciclos de 
polarização e despolarização. A membrana citoplasmática está contida na parede celular. Acima 
da membrana vem uma estrutura chamada peptideoglicana. 
 
PAREDE CELULAR 
A principal função da parede celular é prevenir a ruptura das células bacterianas quando a 
pressão da água dentro da célula é maior que fora dela; a parede celular bacteriana protege da 
osmose devido à resistência de tração. Sem a parede celular a entrada de água exagerada 
causa a lise da bactéria. Bactérias aquáticas não possuem parede celular. 
 
A parede celular bacteriana é composta de uma rede macromolecular, denominada 
peptideoglicano (ou mureína). O peptideoglicano consiste em um dissacarídeo repetitivo ligado 
por polipeptídeos para formar uma rede que circunda e protege toda a célula. A porção 
dissacarídica é composta por monossacarídeos, denominados N-acetilglicosamina (NAG), e 
ácido N-acetilmurâmico (NAM), que estão relacionados à glicose. Os açúcares formam o 
“assoalho” da parede celular. 
 
Moléculas alternadas de NAM e NAG são ligadas em filas de 10 a 65 açúcares para formar um 
“esqueleto” de carboidratos (a porção glicano do peptideoglicano). As filas adjacentes são ligadas 
por polipeptídeos (a porção peptídica do peptideoglicano). Embora a estrutura da ligação 
polipeptídica possa variar, ela sempre inclui cadeias laterais de tetrapeptídeos, as quais 
consistem em quatro aminoácidos ligados ao NAM no esqueleto. Cadeias laterais paralelas de 
tetrapeptídeos podem ser ligadas diretamente umas às outras ou unidas por uma ponte cruzada 
peptídica, consistindo em uma cadeia curta de aminoácidos. 
 
Parede celular não é a peptideoglicana. A peptideoglicana é uma parte importante de parede 
celular. 
 
ESTRUTURA DE UM MONÔMERO DE PEPTIDEOGLICANO 
Peptideoglicano consiste em um esqueleto de glicano (polissacarídeo) que consiste em ácido N-
acetilmurâmico (NAM) e N-acetilglicosamina (NAG) com cadeias laterais de peptídeos contendo 
aminoácidos D- e L- e às vezes ácido diaminopimélico. As cadeias laterais fazem ligações 
cruzadas por pontes peptídicas. 
 
O monômero do peptideodglicano é formado por: 
- um açúcar: n-acetil glicosamina ligada ao ácido n-acetil 
murâmico 
- um penta-peptídeo: são 5 aminoácidos alanina, glutamina, 
lisina, alanina e alanina. A lisina (terceiro aminoácido) faz 
ligação com a glicina (ponte de glicina) que faz as 
amarrações entre os monômeros. 
 
O primeiro andar de açúcar fica ancorado na membrana 
fosfolipídica por fosfatos. 
POLIMERIZAÇÃO DE UM MONÔMERO DE PEPTIDEOGLICANO 
Os monômeros são polimerizados pela enzima glicosil transferase que une os açúcares. 
 
ESQUEMA DE FORMAÇÃO DE LIGAÇÃO CRUZADA DE PEPTÍDEOS - TRANSPEPTIDASES 
Os monômeros ficam um para cima e outro pra baixo unidos pela ponte de glicina que bate no 
quarto aminoácido para fazer a ligação. É uma reação enzimática, ou seja, precisa de energia. A 
transpeptidase é a enzima que carrega a glicina até o quarto aminoácido para fazer a ligação 
covalente entre aminoácidos. Para ocorrer a amarração a ponte de glicina retira um aminoácido 
inteiro do peptideoglicano (os dois últimos são alanina-alanina). Na parede ele se torna um tetra 
peptideoglicana. A glicosiltransferase une açúcares lado a lado (lateralmente), enquanto a 
transpeptidase atua verticalmente ligando os aminoácidos. 
 
As enzimas transpeptidase, carboxipeptidase e endopeptidase localizam-se logo abaixo da 
parede celular e são denominadas de “proteínas ligadores de penicilina” (penicililin-binding 
proteins PBPs). 
 
RESULTADO DA LIGAÇÃO CRUZADA 
ENTRE CADEIAS DE 
PEPTIDEOGLICANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAREDES CELULARES DE GRAM-POSITIVAS 
Na maioria das bactérias gram-positivas, a parede celular consiste em muitas camadas de 
peptideoglicano (20 a 30 andares de peptideoglicanos), formando uma estrutura rígida e espessa. 
Além disso, as paredes celulares das bactérias gram-positivas contêm ácidos teicoicos, que 
consistem principalmente em um álcool (como o glicerol ou ribitol) e fosfato. Existem duas classes 
de ácidos teicoicos: o ácido lipoteicoico, que atravessa a camada de peptideoglicano e está 
ligado à membrana plasmática, e o ácido teicoico da parede, o qual está ligado à camada de 
peptideoglicano. Devido à sua carga negativa (proveniente dos grupos fosfato), os ácidos 
teicoicos podem se ligar e regular o movimento de cátions (íons positivos) para dentro e para 
fora da célula. Eles também podem assumir um papel no crescimento celular, impedindomacrolídeo, apenas em gram-positivo; exerce a sua ação antibacteriana pela 
ligação à subunidade 50S dos ribossomas das bactérias sensíveis. 
- TETRACICLINA: atua em gram-positivo e gram-negativo, bacteriostático, que agem inibindo a 
síntese proteica de bactérias sensíveis, bloqueando a ligação do RNA-t (RNA transportador) ao 
RNA-m (RNA mensageiro) do complexo ribossômico 30S desses micro-organismos. 
- ESTREPTOMICINA: aminoglicosídeo; age predominantemente em bactérias Gram-negativos 
inibindo a síntese peptídica, alterando o ribossomo, de modo que o mecanismo responsável pela 
sequência dos aminoácidos na cadeia polipeptídica também fique prejudicado. Age na 
subunidade ribossômica 30s, interrompendo a síntese proteica da célula bacteriana. 
- AMICACINA: atua apenas em gram-negativo; é um antibiótico aminoglicosídeo que inibe a 
síntese de proteínas bacterianas, causando a morte dos microorganismos. Ela se liga à 
subunidade 30S do ribossomo bacteriano, interferindo no processo de tradução do RNA 
mensageiro em proteínas. 
- GENTAMICINA: atua em gram-positivo e gram-negativo; é outro antibiótico aminoglicosídeo, 
com um mecanismo de ação similar à amicacina, inibindo a síntese de proteínas bacterianas 
através da ligação à subunidade 30s do ribossomo. 
- CLARITROMICINA: macrolídeo; 
 
INIBIÇÃO DA SÍNTESE DE ÁCIDO FÓLICO 
- SULFAZOTRIM (Sulfametoxazol + trimetoprim): atua apenas em gram-negativo; sulfametoxazol 
é estruturalmente semelhante ao ácido p-aminobutírico (PABA) inibindo de forma competitiva a 
formação de folato a partir do PABA. 
 
INIBIÇÃO DA REPLICAÇÃO E TRANSCRIÇÃO DE DNA OU RNA 
- QUINOLONAS: são inibidores da enzima bacteriana DNA topoisomerase II (girase de DNA) e 
da DNA topoisomerase IV. Para muitas bactérias gram-positivo (S. aureus), a DNA 
topoisomerase IV é a principal inibida pelas quinolonas. 
- RIFAMPICINA: barra a transcrição das bactérias e inibe a síntese de RNA, especialmente a 
RNA-polimerase-DNA-dependente (DDRP), o que cessa a síntese de proteínas de suas células 
com resultado morte. 
- NORFLOXACINA: atuam em gram-positivo e gram-negativo; é uma quinolona de segunda 
geração que inibe a enzima DNA girase bacteriana, interrompendo a replicação e a síntese de 
DNA das bactérias. 
- ÁCIDO NALIDÍXICO: somente gram-negativo; é um antibiótico quinolona que age inibindo a 
enzima DNA girase bacteriana, interferindo na replicação do DNA bacteriano. 
- CIPROFLOXACINA: é um antibiótico do grupo das quinolonas, seu mecanismo de ação é 
através da inibição da síntese de DNA, especialmente contra bactérias gram-negativas. 
 
DANOS À MEMBRANA CITOPLASMÁTICA 
- COLISTINA (POLIMIXINA E): ente ativo de superfície que penetra e rompe a membrana da 
célula bacteriana. É policatiônica e tem duas porções hidrófobas e lipófilas. Interage com a 
membrana citoplasmática de bactérias, alterando a permeabilidade da mesma. Este efeito é 
bactericida. 
- POLIMIXINA B: uso tópico, bactérias gram-negativas, incluindo pseudômonas spp.; 
polipeptídicos catiônicos que rompem as membranas externas das paredes bacterianas através 
da ligação à membrana aniônica externa, neutralizando assim a toxicidade da bactéria e 
causando morte celular bacteriana. 
 
LISTA DE BACTÉRIAS 
ENTEROBACTÉRIAS – BASTONENTES GRAM-NEGATIVOS 
Os membros da família Enterobacteriales são bastonetes gram-negativos, anaeróbios 
facultativos. Esse nome reflete o fato de que eles habitam o trato intestinal de seres humanos e 
outros animais. A maioria das bactérias entéricas são fermentadores ativos de glicose e outros 
carboidratos. 80% de todas as infecções são causadas por bactérias dessa ordem, os outros 20% 
são provenientes de leveduras, cocos gram-positivo e bacilos gram-negativo. 
 
O Agar MacConkey é ideal para o cultivo de enterobactérias, uma vez que é destinado para 
gram-negativos. MacConkey possui sais biliares que são minimizadores de gram-positiva. 
 
Entre as bactérias entéricas existem membros dos gêneros Escherichia, Enterobacter, Shigella, 
Citrobacter, Klebsiella e Salmonella. Escherichia, Enterobacter e Citrobacter, bactérias que 
fermentam a lactose produzindo ácido e gás, podem ser diferenciadas de Salmonella e Shigella, 
as quais não fermentam. 
 
BACILLUS CEREUS – BASTONENTE GRAM-POSITIVO 
É uma bactéria beta-hemolítica gram-positiva, de forma cilíndrica, endêmica, que vive no solo. 
Algumas cepas são prejudiciais aos seres humanos e causam intoxicação alimentar, enquanto 
outras cepas podem ser benéficas, como os probióticos para animais. Produz exotoxinas; 
 
CLOSTRIDUM BOTULINUM, BOTULISMO - BACILO GRAM POSITIVO, ANAERÓBIO, 
ESPORULADO 
Forma mais comum de intoxicação é alimentar. Encontrado no solo e em muitos sedimentos 
aquáticos. A ingestão de endósporos geralmente não causa problemas. Contudo, em ambientes 
anaeróbios, como aquele que se estabelece nos alimentos enlatados, o microrganismo produz 
uma exotoxina. Essa neurotoxina é altamente específica para a terminação sináptica do nervo, 
onde ela bloqueia a liberação de acetilcolina, substância química necessária para a transmissão 
dos impulsos nervosos pelas sinapses. A pessoa desenvolve paralisia flácida. A morte ocorre por 
incapacidade respiratória, visto que o diafragma também é afetado. A dose letal é muito baixa, 
tem alta toxicidade. O bloqueio é irreversível. Destaque para o fato de a toxina precisar de um 
receptor específico, ela não sai intoxicando o ambiente. Essa toxina consegue atravessar a 
acidez do estômago (a toxina do tétano é degrada pelo ácido do estômago). 
Produz uma doença neuroparalítica com diferentes toxinas termolábeis (A, B, E e F são as mais 
tóxicas, são produtos sensíveis a grandes variações de temperatura). O botulismo possui 4 
categorias: 
1. Clássico: através da ingestão de toxina pré-formada em alimentos contaminados 
(conservas e compostas caseiras e processamento de peixes); 
2. De ferida: forma rara; 
3. Infantil: Os organismos do botulismo parecem incapazes de competir com sucesso com a 
microbiota intestinal normal, de modo que a produção da toxina pelas bactérias ingeridas quase 
nunca causa botulismo em adultos. Entretanto, a microbiota intestinal dos bebês não está bem 
estabelecida, e eles podem sofrer de botulismo do lactente. 
4. De classificação indeterminada. 
 
CLOSTRIDIUM DIFFICILE, COLITE PSEUDOMEMBRANOSA – BACILO GRAM-POSITIVO 
Clostridium difficile é um bacilo gram-positivo, anaeróbio estrito, formador de esporos e produtor 
de toxinas. Penicilinas não são úteis. 
 
É um habitante do trato intestinal que pode causar diarreia grave; contudo isso somente ocorre 
quando a terapia antibiótica altera a microbiota intestinal normal, permitindo o crescimento 
excessivo de C. difficile produtor de toxina TcdA (só quando ele está em grande quantidade) que 
altera o citoesqueleto. A microbiota normal do intestino grosso inibe de maneira eficiente o 
crescimento de C. difficile, possivelmente tornando os receptores do hospedeiro indisponíveis 
para a bactéria, competindo por nutrientes ou produzindo bacteriocinas. Contudo, se a microbiota 
normal é eliminada (p. ex., por antibióticos), C. difficile pode tornar-se um problema. Esse 
micróbio é responsável por quase todas as infecções gastrintestinais que se seguem à 
antibioticoterapia, gerando desde diarreias leves até colites (inflamação do colo) graves ou 
mesmo fatais. 
 
Colite pseudomembranosa, pois a bactéria libera toxina que provoca o descolamento da 
membrana citoplasmática, formando uma pseudomembrana intestinal, prejudicando absorção 
intestinal. 
 
CLOSTRIDIUM PERFRINGENS, GANGRENA GASOSA - BACILO GRAM-POSITIVA, 
ANAERÓBICA 
Pode ser facilmente encontrada em diversos tipos de ambiente (solo, dejetos sólidos, esgotos) 
além do intestino de diversos animais. 
 
C. perfringens é a espécie mais comumente envolvida na gangrena, contudo outros clostrídios e 
diversas outras bactérias também podem crescer nesses ferimentos.Uma vez que a isquemia e a 
necrose subsequente, causadas pela interrupção do suprimento sanguíneo, tenham se 
estabelecido, a gangrena gasosa pode se desenvolver, sobretudo no tecido muscular. À medida 
que os microrganismos C. perfringens crescem, eles fermentam carboidratos no tecido e 
produzem gases (dióxido de carbono e hidrogênio) que incham o tecido. As bactérias produzem 
toxinas, que se movem ao longo dos feixes das fibras musculares, destruindo as células e 
produzindo tecido necrótico, que é favorável a mais crescimento bacteriano. Por fim, essas 
toxinas e as bactérias entram na corrente sanguínea, causando doença sistêmica. As enzimas 
produzidas pelas bactérias degradam o colágeno e o tecido proteináceo, facilitando a 
disseminação da doença. Sem tratamento, a condição é fatal. A remoção cirúrgica do tecido e a 
amputação são os tratamentos médicos mais comuns para a gangrena gasosa. Quando a 
gangrena gasosa se desenvolve em regiões como a cavidade abdominal ou o trato reprodutivo, o 
paciente pode ser tratado em uma câmara hiperbárica, que contém atmosfera pressurizada rica 
em oxigênio. O oxigênio satura os tecidos infectados e, assim, impede o crescimento do clostrídio 
anaeróbio obrigatório. A higienização imediata de ferimentos graves e o tratamento profilático 
com penicilina são os procedimentos mais efetivos na prevenção da gangrena gasosa. 
 
CLOSTRIDIUM TETANI, TÉTANO – BACILO GRAM-POSITIVO 
O agente causador do tétano é um bastonete gram-positivo anaeróbio obrigatório formador de 
endósporo. É desnaturada pelo pH do estômago. 
 
Ele é muito comum em solo contaminado com fezes de animais. Os sintomas do tétano são 
causados por uma neurotoxina, a tetanospasmina, que é liberada após a morte e a lise das 
bactérias em crescimento. Ela penetra no SNC pelos nervos periféricos ou pelo sangue. As 
bactérias em si não se disseminam a partir do sítio de infecção e não há inflamação. A 
neurotoxina tetânica bloqueia a via de relaxamento (impede liberação de glicina) para que ambos 
os conjuntos de músculos opostos se contraiam, resultando nos espasmos musculares 
característicos. A morte resulta de espasmos dos músculos respiratórios. Como o micróbio é um 
anaeróbio obrigatório, a ferida pela qual ele entra no organismo deve oferecer condições para o 
crescimento anaeróbio – por exemplo, ferimentos profundos higienizados de modo inadequado, 
como aqueles causados por pregos enferrujados. Na ferrugem, o processo de oxirredução forma 
um micronicho favorável ao crescimento do Clostridium (anaeróbio). Tétano é feito em questão de 
dias/semanas. A vacina antitetânica é um toxoide derivado da exotoxina do tipo A-B. 
 
ESCHERICHIA COLI – BACILO GRAM NEGATIVA, ANAERÓBIO FACULTATIVO 
Elementos genéticos móveis podem transformar a bactéria E. coli em um patógeno altamente 
adaptado, capaz de causar uma variedade de doenças. Algumas linhagens patogênicas 
secretoras de toxina são bem adaptadas à invasão das células epiteliais intestinais, causando 
gastrenterite por E. coli. Outros locais, como o trato urinário, a corrente sanguínea e o sistema 
nervoso central, também podem ser afetados. 
 
A E. Coli é a bactéria que mais causa infecções do trato urinário (ITU), representando 70% dos 
casos. Ela está presente no intestino, porém não é a maior em quantidade, todavia em ambientes 
isolados de cultura é a que apresenta maior crescimento. 
 
(1) E. coli uropatogênica (UPEC): A ITU inicia com a migração periuretral da bactéria, que se 
adere e coloniza a uretra com subsequente migração para a bexiga (ascendente). A adesão 
requer adesinas que reconhecem e se ligam a receptores no epitélio da bexiga. A aquisição do 
ferro pela UPEC é necessária para a colonização do trato urinário, sendo um dos principais 
nutrientes limitantes para que a bactéria sobreviva dentro do vacúolo das células epiteliais da 
bexiga. No entanto, a concentração de ferro livre na bexiga é baixa em relação a necessidade 
bacteriana. Assim, as UPEC desenvolveram sideróforos, estruturas que quelam o ferro com alta 
afinidade, permitindo uma captação de ferro mais eficiente e sua proliferação na bexiga. 
Entre os fatores de virulência já descritos para UPEC estão: adesinas, sistemas de captação de 
ferro (sideróforos), toxinas, polissacarídeos capsulares, fimbrias e biofilme. 
 
(2) E. coli enteropatogênica (EPEC) potencialmente fatal em lactentes (bebê). À medida que as 
bactérias se fixam à parede intestinal, elas eliminam as microvilosidades circundantes e 
estimulam a actina da célula hospedeira a formar pedestais sob seu sítio de fixação. As bactérias 
EPEC secretam várias proteínas efetoras, as quais são translocadas para as células hospedeiras, 
algumas contribuindo para a diarreia. Causa diarreia em crianças de até dois anos. Seus 
principais fatores de virulência são as proteínas intimina e Tir. 
 
(3) E. coli enteroinvasiva (EIEC) é considerada, de forma geral, quase um “sinônimo” de 
Shigella – ela tem os mesmos mecanismos patogênicos. A EIEC consegue acesso à submucosa 
do trato intestinal através das células M da mesma forma que Shigella. Essa invasão resulta em 
inflamação, febre e em disenteria (sangue nas fezes) semelhante à causada por Shigella. 
 
(4) E. coli enteroagregativa (EAEC) é um grupo de coliformes encontrado apenas em seres 
humanos. Esse grupo é assim denominado devido às suas características de crescimento, em 
que as bactérias formam uma configuração de “tijolos empilhados” em células de cultura de 
tecidos. As EAEC não são invasivas, mas produzem uma enterotoxina que causa diarreia 
aquosa, febre e dor abdominal. Disenteria (sangue nas fezes) só foi observada em crianças e são 
casos raros. 
 
(5) E. coli entero-hemorrágica (EHEC ou STEC). O principal fator de virulência dessas bactérias 
é uma toxina do tipo Shiga. As toxinas Shiga constituem uma família de toxinas que estão 
intimamente relacionadas. Algumas linhagens de E. coli que produzem toxinas do tipo Shiga são 
chamadas de E. coli produtoras de toxina Shiga (STEC, de Shiga-toxinproducing E. coli). A 
verdadeira toxina Shiga é produzida somente por Shigella dysenteriae. A maioria dos surtos 
ocorre devido à EHEC sorotipo O157:H7. Como a toxina é liberada em consequência da lise 
celular, a antibioticoterapia pode agravar os danos ao provocar a liberação de mais toxina. 
Em seres humanos, as toxinas Shiga frequentemente causam apenas uma diarreia autolimitada, 
mas em cerca de 6% das pessoas infectadas, elas produzem uma inflamação do colo (a porção 
final do intestino grosso que termina logo acima do reto) envolvendo um sangramento profuso, 
chamada de colite hemorrágica. Diferentemente da Shigella, estas bactérias E. coli não invadem 
a parede intestinal, mas, em vez disso, elas liberam a toxina no lúmen (espaço) intestinal. Outra 
complicação perigosa é a síndrome hemolítico-urêmica (HUS). Caracterizada por sangue na 
urina, frequentemente levando à insuficiência renal, a HUS ocorre quando os rins são afetados 
pela toxina. Quando há diarreia (3 episódios no dia) é necessário analisar em uma urocultura se a 
bactéria é a e. coli O157:H7, pois será necessário o uso de ATB. 
 
(6) E. Coli enterotoxigênica (ETEC): secreta enterotoxinas que causam diarreia. A doença é 
frequentemente fatal para crianças com idade inferior a 5 anos. Uma das enterotoxinas 
produzidas por ETEC assemelha-se à toxina da cólera em função. As bactérias ETEC não são 
invasivas e permanecem no lúmen intestinal. 
 
Diarreia dos viajantes: A causa bacteriana mais comum é ETEC; o segundo isolado mais 
frequente é EAEC. A diarreia do viajante também pode ser causada por outros patógenos 
gastrintestinais, como Salmonella, Shigella e Campylobacter. Uma vez que seja contraída, o 
melhor tratamento é a reidratação oral, recomendada para todas as diarreias. Em casos graves, 
antimicrobianos podem ser necessários. 
 
HAEMOPHILUS INFLUENZAE – COCOBACILAR GRAM-NEGATIVOSão encontrados nas membranas mucosas do trato respiratório superior, na boca, na vagina e no 
trato intestinal. A espécie mais conhecida que afeta os seres humanos é o Haemophilus 
influenzae. O nome Haemophilus é derivado da necessidade de suplementação sanguínea em 
seu meio de cultura. São incapazes de sintetizar partes importantes do sistema de citocromo 
necessárias para a respiração, obtendo essas substancias da fração heme (fator X). Os 
laboratórios clínicos utilizam testes que envolvem a necessidade dos fatores X e V para identificar 
isolados de espécies de Haemophilus. Haemophilus influenzae e responsável por diversas 
doenças importantes. Tem sido causa comum de meningite em crianças jovens e uma causa 
frequente de dor de ouvido. Outras condições clínicas causadas por H. influenzae incluem 
epiglotite (condição potencialmente letal em que a epiglote fica infectada e inflamada), artrite 
séptica em crianças, bronquite e pneumonia. 
 
HELICOBACTER PYLORI - BACILO CURVADO OU ESPIRALADO GRAM-NEGATIVO 
Altamente móvel, de morfologia helicoidal, associada a gastrites, úlceras e câncer gástrico. Esse 
organismo coloniza a mucosa estomacal não secretora de ácidos e o trato intestinal superior. A 
bactéria é pouco invasiva, colonizando as superfícies da mucosa gástrica, onde é protegida dos 
efeitos dos ácidos estomacais pela camada de muco gástrico. Após a colonização da mucosa, 
uma combinação dos fatores de virulência e das respostas do hospedeiro provoca inflamação, 
destruição tecidual e ulceração. Os produtos do patógeno, como a citotoxina VacA, urease e a 
resposta imune desencadeada por lipopolissacarídeos da bactéria, podem contribuir para a 
destruição tecidual localizada e ulceração. Uma gastrite crônica decorrente de infecção não 
tratada por H. pylori pode levar ao desenvolvimento de câncer gástrico. 
 
KLEBISIELLA – BASTONETE GRAM-NEGATIVO 
Bactérias bacilares, gram-negativas, não-móveis, capsuladas e pertencem a família 
Enterobacteriaceae. Klebsiella pneumoniae é um patógeno oportunista, responsável por diversos 
tipos de infecções nosocomiais, e é considerado um microrganismo multirresistente. 
 
LISTERIA MONOCYTHOGENES – BACILO GRAM POSITIVO 
Não possui sideróforo ou LPS. No gram-positivo o fator de aderência é o ácido teicóico. 
Uma vez dentro da célula hospedeira, certas bactérias como espécies de Shigella e Listeria, 
podem utilizar a actina para propelir-se através do citoplasma da célula e de uma célula 
hospedeira para outra. A condensação da actina em uma das extremidades da bactéria a propele 
pelo citoplasma. As bactérias também entram em contato com as junções de membrana, que 
compõem uma rede de transporte entre as células hospedeiras. As bactérias usam uma 
glicoproteína, denominada caderina, que conecta as junções, a fim de se mover de uma célula a 
outra. 
O macrófago fagocita a bactéria e o lisossoma faz um shunt de H+ para estourar a bactéria e 
apresentar os antígenos. A Listeria monocythogenes consegue escapar do fagossoma e ficar 
intracelular. Nesse momento ela vai para a célula e começa a produzir proteínas Act A que 
polimerizam a actina e passar a infectar célula a célula, como não está na corrente sanguínea o 
sistema imune não consegue perceber a infecção bacteriana. Os sintomas são parecidos com 
uma infecção viral. 
 
NEISSERIA GONORRHOEAE, GONORREIA – DIPLOCOCOS GRAM-NEGATIVA, AERÓBIA 
Para infectar, o gonococo precisa se ligar através das fímbrias às células mucosas da parede 
epitelial. O patógeno invade os espaços que separam as células epiteliais colunares, as quais são 
encontradas na área orofaríngea, nos olhos, no reto, na uretra, na abertura do colo uterino e na 
área externa genital das mulheres pré-puberais. A invasão desencadeia uma inflamação e, 
quando os leucócitos se movem para a área inflamada, o pus característico se forma. 
 
NEISSERIA MENINGITIDIS, MENINGITE E MENINGOCOCEMIA - DIPLOCOCOS GRAM-
NEGATIVOS, AERÓBIA, ENCAPSULADA 
A espécie Neisseria meningitidis é capaz de colonizar a nasofaringe de indivíduos saudáveis e 
provocar uma condição patológica denominada meningite. Na base da patogenicidade desta 
bactéria estão, entre outros fatores de virulência, as proteínas associadas à cápsula (biofilme), 
os lipopolissacáridos da membrana externa, adesinas e invasinas. 
 
A meningite por N. meningitidis está ligada à capacidade da bactéria de aderir às células 
endoteliais da nasofaringe. Possui como fatores de virulência: biofilme (cápsula) fica “invisível”, 
então pode atravessar a barreira hematoencefálica. As proteínas dessa bactéria começam a fazer 
quimiotaxia para atrair neutrófilos. Ela tem uma lipooligosacarídeo (LOS – tipo LPS, responsável 
pela adesão), que causa resposta imune. Os neutrófilos estão na corrente sanguínea, para 
passar para o líquor dependem das bactérias, pois tem proteínas OPA e OPC que tem a 
capacidade de abrir junções intercelulares para as células fazerem diapedese. Esse processo 
gera edema, num sistema que não tem espaço. Possui adesina e invasina. O paciente vai a 
óbito em 48h. Devido à velocidade de avanço da doença (48h para óbito) não é realizado teste de 
sensibilidade e o tratamento deve iniciar o quanto antes com corticoide para silenciar a resposta 
imunológica do hospedeiro e penicilina ou cefalosporina. 
 
PROTEUS MIRABILIS – BASTONETE GRAM NEGATIVA, ANAERÓBIA FACULTATIVA 
Patógenos em potencial, normalmente presentes em pequeno número no corpo ou no ambiente 
local, podem multiplicar-se na uretra, tornando-se patogênicos diante de condições alteradas, 
como alterações no pH. Tais organismos frequentemente provocam infecções do trato urinário, 
especialmente em mulheres. 
 
PSEUDOMONAS – BACILO GRAM NEGATIVO, ANAERÓBIOS FACULTATIVOS, NÃO 
ESPORULADOS 
Pseudomonas é uma bactéria bacilo gram-negativo não fermentador, logo não é útil vancomicina. 
 
SALMONELLA SP – BACILO GRAM-NEGATIVO, ANAERÓBICO FACULTATIVO, NÃO 
ESPORULADO 
Pertence à família Enterobacteriaceae. A forma mais comum de salmonelose é a enterocolite. A 
ingestão de alimentos contaminados contendo células de Salmonella viáveis resulta na 
colonização do intestino delgado e grosso. Destes órgãos, as células de Salmonella invadem os 
fagócitos, desenvolvendo-se como um patógeno intracelular, disseminando-se para as células 
adjacentes à medida que as células hospedeiras morrem. Após a invasão, a Salmonella 
patogênica produz diversos fatores de virulência incluindo endotoxinas, enterotoxinas e 
citotoxinas que danificam e matam as células hospedeiras. Os sintomas da enterocolite 
geralmente aparecem entre 8 a 48 horas após a ingestão do alimento e incluem cefaleia, 
calafrios, vômitos e diarreia, seguidos de febre que pode persistir por vários dias. A doença 
normalmente desaparece sem qualquer intervenção, em 2 a 5 dias. Contudo, mesmo após a 
recuperação, os pacientes eliminam células de Salmonella em suas fezes durante várias 
semanas e alguns se tornam portadores saudáveis. Alguns sorovares de S. enterica também 
podem causar septicemia (uma infecção sanguínea), bem como febre entérica ou tifoide, uma 
doença potencialmente fatal caracterizada por infecção sistêmica e febre alta, que perdura por 
várias semanas. 
 
STAPHYLOCOCCUS AUREUS, FURÚNCULOS, SEPTICEMIAS (SEPSE), ENDOCARDITES, 
ABSCESSOS – COCOS EM CACHOS GRAM-POSITIVOS 
Algumas características dos estafilococos são responsáveis por sua patogenicidade, que 
apresenta várias formas. Eles crescem comparativamente bem sob condições de pressão 
osmótica elevada e baixa umidade, o que explica parcialmente porque podem crescer e 
sobreviver nas secreções nasais (muitos de nós carregam as bactérias no nariz) e na pele. Isso 
também explica como S. aureus pode crescer em alguns alimentos com alta pressão osmótica 
(como presunto e outras carnes curtidas) ou em alimentos com baixa umidade, que tendem a 
inibir o crescimento de outros organismos. O pigmento amarelo(aureus) provavelmente confere 
alguma proteção para os efeitos antimicrobianos do sol. 
 
S. aureus produz muitas toxinas (alfa, enterotoxina, esfoliatina, TSST-1) que contribuem para a 
patogenicidade da bactéria, aumentando sua capacidade de invadir o corpo e danificar os tecidos. 
A infecção de feridas cirúrgicas por S. aureus é um problema comum em hospitais, e sua 
capacidade de desenvolver rapidamente uma resistência contra antibióticos, como a penicilina, o 
torna particularmente perigoso aos pacientes em ambientes hospitalares. S. aureus produz a 
toxina responsável pela síndrome do choque tóxico, uma infecção grave caracterizada por febre 
alta, vômitos e, às vezes, morte. S. aureus também produz uma enterotoxina que causa vômito e 
náuseas quando ingerida; ela é uma das causas mais comuns de intoxicação alimentar. Também 
pode causar meningite estafilocócica. 
 
O staphylococcus aureus consegue evadir o S.I. por possuir uma proteína A que atrai anticorpos. 
A proteína A possui avidez pela fração constante (fração sinalizadora para anticorpos) da 
imunoglobulina e com isso esconde a fração constante deixando exposto apenas a fração 
variável (fração variável reconhece o antígeno e fração constante reconhece fagócito). Esse 
escape do S.I. diminui a atuação dos anticorpos. 
 
STREPTOCOCCUS PENUMONIAE – DIPLOCOCOS LANCEOLADOS OU EM CADEIAS 
CURTA GRAM-POSITIVO 
Causa infecções pulmonares invasivas que, frequentemente, desenvolvem-se como infecções 
secundárias a outros distúrbios respiratórios. Linhagens encapsuladas de S. pneumoniae são 
particularmente patogênicas por serem potencialmente muito invasivas. As células invadem os 
tecidos alveolares do trato respiratório inferior, onde a cápsula permite que as células resistam à 
fagocitose, gerando uma intensa resposta inflamatória no hospedeiro. A função pulmonar 
reduzida, denominada pneumonia, pode ser resultante do acúmulo de células fagocitária e fluido. 
As células de S. pneumoniae podem então disseminar-se do foco de infecção como uma 
bacteremia, às vezes resultando em infecções ósseas, infecções do ouvido interno e endocardite. 
A infecção por S. pneumoniae é, muitas vezes, causa de morte por “falha respiratória” em 
pessoas idosas. Causa meningite. 
 
STREPTOCOCCUS PYOGENES, OU ESTREPTOCOCO DO GRUPO A – COCOS EM CADEIA 
GRAM-POSITIVO 
Pode causar faringite e amigdalite, ou doenças mais graves como escarlatina, febre reumática e a 
síndrome do choque tóxico. O S. pyogenes, está naturalmente presente na boca, garganta e 
sistema respiratório, não causando doença. 
 
Os sintomas da infecção variam de acordo com o local que a bactéria está presente, havendo 
principalmente manifestações na pele e que envolvem a garganta. 
 
Os estreptococos beta-hemolíticos do grupo A produzem vários fatores de virulência: proteína M, 
desoxirribonuclease, estreptoquinases e hialuronidase. As espécies beta-hemolíticas produzem 
uma hemolisina que forma uma zona clara de hemólise no Agar sangue, como o Streptococcus 
pyogenes. O fator de virulência mais importante e a proteína M da superfície bacteriana com a 
qual as bactérias evitam a fagocitose. 
 
TREPONEMA PALLIDUM, SÍFILIS – BACILO ESPIRALADO, GRAM-NEGATIVA 
Treponema pallidum é uma espécie de bactérias com forma espiral 
do grupo das espiroquetas, que causam doenças como sífilis, bejel, 
pinta e bouba. O Treponema pallidum utiliza sua extremidade 
afilada como gancho para se fixar às células do hospedeiro. É uma 
bactéria espiralada que espirala nas junções intercelulares (tipo 
saca-rolha). É um modelo de adesão por perfuração (não necessita 
de lesão para entrar). 
 
T. pallidum não tem as enzimas necessárias para produzir muitas moléculas complexas, por isso 
utiliza muitos componentes do hospedeiro necessários à vida. O organismo perde a infectividade 
fora do hospedeiro mamífero em pouco tempo. Possui um tempo de geração de 30 horas ou 
mais. Eles podem ser expandidos em culturas celulares, em baixas concentrações de oxigênio, 
mas somente por poucas gerações. T. pallidum não tem fatores de virulência evidentes, como 
toxinas, porém produz diversas lipoproteínas que induzem uma resposta imune inflamatória. 
Aparentemente, essa é a causa da destruição tecidual da doença. Quase imediatamente após a 
infecção, o organismo entra na corrente sanguínea e invade profundamente os tecidos, cruzando 
facilmente as junções entre as células. 
 
A sífilis é transmissível por contato sexual de quaisquer tipos, por infecção sifilítica da área genital 
ou de outras partes do corpo. O período médio de incubação é de 3 semanas, mas pode variar de 
2 semanas a muitos meses. A doença progride, ocorrendo muitos estágios reconhecidos. 
 
No estágio primário da doença, o sinal inicial é um cancro, ou úlcera, pequeno, de base 
endurecida, que aparece no local da infecção de 10 a 90 dias após a exposição – em média, 
cerca de 3 semanas. O cancro é indolor, e um exsudato seroso forma-se no centro. Esse fluido é 
altamente infeccioso, e o exame em microscopia de campo escuro mostra muitas espiroquetas. 
Em algumas semanas a lesão desaparece. Muitas semanas após o estágio primário (o tempo 
exato varia e os estágios podem se sobrepor), a doença entra no estágio secundário, 
caracterizado principalmente por uma erupção cutânea de aparência variável. A erupção é 
amplamente distribuída na pele e nas membranas mucosas, sendo especialmente visível nas 
palmas das mãos e nas solas dos pés. 
 
VIBRIO CHOLERAE, CÓLERA - GRAM-NEGATIVA, AERÓBICA OU ANAERÓBICA 
FACULTATIVA, BASTONETE CURVADO, CONTÉM FLAGELO E POR ISSO TEM FÁCIL 
MOBILIDADE 
Os bastonetes da cólera crescem no intestino delgado e produzem uma exotoxina, a toxina 
colérica, que induz as células do hospedeiro a secretarem água e eletrólitos, sobretudo potássio. 
O resultado são fezes aquosas contendo massas de muco intestinal e células epiteliais – as 
chamadas “fezes água de arroz”, devido à sua aparência. Cerca de 12 a 20 litros de líquidos 
podem ser perdidos em um dia, e a perda súbita desses fluidos e eletrólitos causa choque, 
colapso e, frequentemente, morte. Devido à perda de líquido, o sangue torna-se tão viscoso que 
os órgãos vitais são incapazes de funcionar adequadamente. Vômitos violentos podem ocorrer. 
Os micróbios não são invasivos, e a febre geralmente não está presente. O tratamento 
frequentemente inclui o uso de antibióticos, como a doxiciclina, porém a terapia mais efetiva é a 
reposição intravenosa de fluidos e eletrólitos perdidos. 
 
Antimicrobianos que atuam em gram-positivo apenas: 
Cefepime 
Clindamicina 
Eritromicina 
Oxacilina 
Penicilina G 
Teicoplanina 
Vancomicina 
 
Antimicrobianos que atuam em gram-positivo e gram-negativo: 
Aztreonam 
Cefoxitina 
Ceftriaxona 
Cloranfenicol 
Gentamicina 
Tetraciclina 
 
Antimicrobianos que atuam apenas em gram-negativo: 
Amicacina 
Ampicilina 
Cefalotina 
Cefotaxima 
Ceftazidima 
Sulfazotrim (sulfametazaxol + trimetropim) 
 
Antimicrobianos para bactérias do trato urinário: 
Ácido Nalidixico (somente em gram-negativo) 
Ácido pipemídico (atua em gram-positivo e gram-negativo) 
Ciprofloxacina (atua em gram-positivo e especialmente gram-negativo) 
Ofloxacina (atua em gram-positivo e especialmente gram-negativo) 
Nitrofurantoína (somente em gram-negativo) 
Norfloxacina (atua em gram-positivo e gram-negativo) 
 
Bactérias Gram-Positivas: 
Clostridium: Bastonete gram-positivo. 
Bacillales: Bastonete gram-positivo. 
Listeria: Bastonete gram-positivo. 
 
Enterococcus: gram-positivas, alfa-hemolíticas ou não-hemolíticas 
Staphylococcus: Cocos gram-positivo. 
Streptococcus: Cocos gram-positivo. 
 
Bactérias Gram-Negativas: 
Haemophilus: Cocobacilar gram-negativo. 
Helicobacter: Helicoidal gram-negativo. 
Neisseria: Diplococo gram-negativo. 
 
Escherichia: Bastonete gram-negativo. 
Klebsiella: Bastonete gram-negativo. 
Pseudomonas: Bastonete gram-negativo.Proteus: Bastonete gram-negativo. 
Shigella: Bastonete gram-negativo. 
Salmonella: Bastonetes gram-negativo. 
 
Vibrio cholerae: Vibrião Gram-negativo. 
 
Todas as bactérias formadoras de endósporo pertencem às ordens Bacillales ou Clostridiales. Os 
dois gêneros esporulantes mais conhecidos são Bacillus (aeróbios ou anaeróbios facultativos) e 
Clostridium (anaeróbias obrigatórias e fermentativas). 
 
O conjunto de infecções adquirido através do trato respiratório: tuberculose, Meningite, 
Pneumonia, Coqueluche. 
 
Toxóide diftérico, além do toxóide tetânico e bacilos mortos de coqueluche (pertussis) compõem a 
DPT. 
 
Na transformação a bactéria capta DNA livre liberado por células bacterianas mortas. 
Na transdução capsídeos de fagos carregam DNA bacteriano de uma bactéria à outra. 
 
No operon lac durante o controle da expressão genética em procariotas, se a lactose estiver 
presente, acontece:a 
ruptura extensa da parede e a possível lise celular. Por fim, os ácidos teicoicos fornecem boa 
parte da especificidade antigênica da parede e, portanto, tornam possível identificar bactérias 
gram-positivas utilizando determinados testes laboratoriais. O espaço entre a parede celular e a 
membrana plasmática de uma bactéria gram-positiva é o espaço periplasmático. O espaço 
periplasmático contém a camada granular, a qual é composta de ácido lipoteicoico. 
 
Gram-positiva: possui uma única 
membrana. O ácido teicóico serve 
para ancoragem. Por possuir uma 
parede celular com muito mais 
peptideoglicanos ela se torna 
mais grossa, mais rígida e logo, 
mais resistente à tração e 
osmose. 
 
PAREDES CELULARES DE GRAM-NEGATIVAS 
Possui uma membrana citoplasmática interna fosfolipídica e uma membrana externa também 
fosfolipídica, entre as duas membranas é chamado de espaço periplasmático e onde estão os 
peptideoglicanos. 
 
As paredes celulares das bactérias gram-negativas consistem em uma ou poucas camadas de 
peptideoglicano (até 4 camadas de peptideoglicanos) e uma membrana externa. O 
peptideoglicano está ligado a lipoproteínas na membrana externa e está localizado no periplasma 
(fluido semelhante a um gel no espaço periplasmático de bactérias gram-negativas), a região 
entre a membrana externa e a membrana plasmática. O periplasma contém uma alta 
concentração de enzimas de degradação e proteínas de transporte. As paredes celulares gram-
negativas não contêm ácidos teicoicos. Como as paredes celulares das bactérias gram-
negativas contêm somente uma pequena quantidade de peptideoglicano, são mais suscetíveis ao 
rompimento mecânico. 
 
A membrana externa da célula gram-negativa consiste em lipopolissacarídeos (LPS), 
lipoproteínas e fosfolipídeos. A membrana externa possui forte carga negativa que é um fator 
importante na evasão da fagocitose e nas ações do complemento (causa lise de células e 
promove a fagocitose), dois componentes das defesas do hospedeiro. A membrana externa 
também fornece uma barreira contra a ação de detergentes, metais pesados, sais biliares, 
determinados corantes (cristal violeta), antibióticos (p. ex., penicilina) e enzimas digestórias como 
a lisozima. 
 
No entanto, a membrana externa não fornece uma barreira para todas as substâncias do 
ambiente, pois os nutrientes devem atravessá-la para garantir o metabolismo celular. Parte da 
permeabilidade da membrana externa é devida as porinas (proteínas de membrana) que formam 
canais. As porinas permitem a passagem de moléculas, como nucleotídeos, dissacarídeos, 
peptídeos, aminoácidos, vitamina B12 e ferro. 
 
O lipopolissacarídeo (LPS) da membrana externa é uma molécula grande e complexa que 
contém lipídeos e carboidratos e que consiste em três componentes: (1) lipídeo A, (2) um cerne 
polissacarídeo e (3) um polissacarídeo O. O lipídeo A é a porção lipídica do LPS e está 
embebido na parede superior da membrana externa. Quando bactérias gram-negativas morrem, 
elas liberam lipídeo A, que funciona como endotoxina. O lipídeo A é responsável pelos 
sintomas associados a infecções por bactérias gram-negativas, como febre, dilatação de vasos 
sanguíneos, choque e formação de coágulos sanguíneos. O cerne polissacarídico é ligado ao 
lipídeo A e contém açúcares incomuns. Seu papel é estrutural – fornecer estabilidade. O 
polissacarídeo O se estende para fora do cerne polissacarídico e é composto por moléculas de 
açúcar. O polissacarídeo O funciona como antígeno, sendo útil para diferenciar espécies de 
bactérias gram-negativas. Por exemplo, o patógeno alimentar E. coli O157:H7 é diferenciado dos 
outros sorovares por certos exames laboratoriais que procuram pelos antígenos específicos. Esse 
papel é comparável ao dos ácidos teicoicos nas células gram-positivas. Portanto, as gram 
negativas possuem: 
 Membrana externa com LPS que serve para ancoragem (adesão); 
 Espaço periplasmático com peptideoglicanas; 
 Membrana interna (plasmática) fosfolipídica; 
 Menor quantidade de peptideoglicanos em comparação com gram-positivas; 
 Parede celular mais fina e mais mole (menos resistente à tração); 
 Não possui ácido teicoicos. 
 
 
 
 
 
COLORAÇÃO DE GRAM 
É baseado na capacidade das paredes celulares de bactérias gram-positivas (púrpura, violeta, 
roxo) de reterem o corante cristal violeta no citoplasma durante um tratamento com etanol-
acetona enquanto que as paredes celulares de bactérias gram-negativas (vermelho) não o fazem. 
As etapas de coloração são: 
1. Um esfregaço fixado em calor é coberto com um corante básico púrpura, geralmente cristal 
violeta. Uma vez que a coloração púrpura colore todas as células, ela é denominada coloração 
primária. 
2. Após um curto período de tempo, o corante púrpura é lavado, e o esfregaço é recoberto 
com iodo (ou lugol), um mordente. Quando o iodo é lavado, ambas as bactérias gram-positivas e 
gram-negativas aparecem em cor violeta-escura ou púrpura. 
3. A seguir, a lâmina é lavada com álcool ou com uma solução de álcool-acetona. Essa 
solução é um agente descorante, que remove a coloração púrpura das células de algumas 
espécies, mas não de outras. 
4. O álcool é lavado, e a lâmina é então corada com safranina (ou fucsina), um corante 
básico vermelho. O esfregaço é lavado novamente, seco com papel e examinado 
microscopicamente. 
 
As bactérias que retêm a cor púrpura após a tentativa de descoloração com o álcool são 
classificadas como gram-positivas; as bactérias que perdem a coloração púrpura ou violeta-
escura após a descoloração são classificadas como gram-negativas. Como as bactérias gram-
negativas se tornam incolores após a lavagem com álcool, elas não são mais visíveis. É por isso 
que o corante básico safranina é aplicado; ele cora a bactérias gram-negativas de cor-de-rosa 
(Vermelho). Os corantes como a safranina, que possuem uma cor contrastante com a coloração 
primária, são denominados contracorantes. Como as bactérias gram-positivas retêm a cor 
púrpura original, elas não são afetadas pelo contracorante safranina. 
 
As bactérias gram-positivas possuem uma parede celular de peptideoglicano mais espessa 
(dissacarídeos e aminoácidos) do que as bactérias gram-negativas. Além disso, as bactérias 
gram-negativas contêm uma camada de lipopolissacarídeo (lipídeos e polissacarídeos) como 
parte de sua parede celular. Quando aplicados a células gram-positivas e gram-negativas, o 
cristal violeta e o iodo (ou lugol) penetram facilmente nas células. No interior das células, o cristal 
violeta e o iodo se combinam (CV-I), formando o complexo CV–I. Esse complexo é maior do que 
a molécula de cristal violeta que entra nas células. Devido ao seu tamanho, a molécula não pode 
ser lavada pelo álcool para fora da camada de peptideoglicano intacta das células gram-positivas. 
Consequentemente, as células gram-positivas retêm a cor do corante cristal violeta. Nas células 
gram-negativas, contudo, a lavagem com álcool rompe a camada externa de lipopolissacarídeo, e 
o complexo CV-I é removido através da camada delgada de peptideoglicano. Por isso, as células 
gram-negativas permanecem incolores até serem contracoradas com a safranina, quando 
tornam-se cor-de-rosa. 
 
A reação de Gram de uma bactéria pode fornecer informações valiosas para o tratamento da 
doença. As bactérias gram-positivas tendem a ser destruídas mais facilmente por penicilinas e 
cefalosporinas. As bactérias gram-negativas geralmente são mais resistentes, uma vez que os 
antibióticos não podem penetrar a camada de lipopolissacarídeo. 
 
 
CRESCIMENTO BACTERIANO 
O crescimento bacteriano se refere ao aumento do 
número de bactérias, e não a um aumento no tamanho 
das células individuais. As bactérias normalmente se 
reproduzem por fissão binária 
 
Algumas espécies bacterianas se reproduzem por 
brotamento; elas formam uma pequena região inicial de 
crescimento (o broto), que vaise alargando até atingir um 
tamanho similar ao da célula parental, e, então, separa-se 
dela. Algumas bactérias filamentosas (determinados 
actinomicetos) se reproduzem pela produção de cadeias de conidiósporos (um esporo 
assexuado) carreados externamente na ponta dos filamentos. Algumas espécies filamentosas 
simplesmente se fragmentam, e os fragmentos iniciam o crescimento de novas células. 
 
TEMPO DE GERAÇÃO 
É o tempo necessário para uma célula se dividir e a sua população dobrar. Ele varia 
consideravelmente entre os organismos e com as condições ambientais (temperatura, por 
exemplo). A maioria das bactérias tem um tempo de geração de 1 a 3 horas; outras requerem 
mais de 24 horas. 
 
A multiplicação é autolimitado pela quantidade de substrato e pelos metabólitos das bactérias 
(produto). Quanto menos substrato e mais produto menor será a velocidade de multiplicação. 
 
FASES DE CRESCIMENTO 
Há quatro fases básicas de crescimento: a fase lag, a fase log, a fase estacionária e a fase de 
morte celular. 
 
FASE LAG: Durante certo tempo, o número de células muda pouco, pois elas não se reproduzem 
imediatamente em um novo meio. Esse período de pouca ou nenhuma divisão é chamado de 
fase lag, podendo durar de uma hora a vários dias. Durante esse tempo, contudo, as células não 
estão dormentes. A população microbiana passa por um período de intensa atividade metabólica, 
envolvendo principalmente a síntese de enzimas e várias moléculas. 
 
FASE LOG/EXPONENCIAL: As células começam a se dividir e entram em um período de 
crescimento, ou aumento logarítmico, chamado de fase log ou de crescimento exponencial. A 
reprodução celular é mais ativa durante esse período, e o tempo de geração (intervalo durante o 
qual a população dobra) atinge um mínimo constante. Como o tempo de geração é constante, 
uma representação logarítmica do crescimento durante a fase log gera uma linha reta. A fase log 
é o momento de maior atividade metabólica. Na fase logarítmica, o número de bactérias viáveis é 
maior que as inviáveis. É durante essa fase o momento ideal para o uso de antimicrobianos. 
 
FASE ESTACIONÁRIA: Se a fase de crescimento continua sem controle, ocorre a formação de 
um grande número de células. Por exemplo, uma única bactéria (com peso de 9,5 x 10-13 g por 
célula) se dividindo a cada 20 minutos por somente 25,5 horas pode, teoricamente, produzir uma 
população equivalente em peso a de um avião de carga de 80 mil toneladas. Na verdade, isso 
não ocorre. Eventualmente, a velocidade de reprodução diminui, o número de mortes microbianas 
é equivalente ao número de células novas, e a população se estabiliza. Esse período de equilíbrio 
é chamado de fase estacionária. A causa da interrupção do crescimento exponencial pode 
decorrer pelo: esgotamento dos nutrientes, acúmulo de resíduos, mudanças no pH danosas à 
célula e etc. 
 
Por que o crescimento microbiano entra em fase estacionária? Pois ocorre a diminuição de 
substrato e o aumento dos metabólitos tóxicos, porém, quando o microorganismo encontra-se 
dentro do nosso corpo essa fase não ocorre, pois o corpo oferece substrato suficiente e auxilia na 
excreção do metabólito tóxico, por isso é necessário o uso de antibioticoterapia, o qual atua com 
maior eficiência na fase log. 
 
FASE DE MORTE CELULAR: O número de mortes eventualmente excede o número de novas 
células, e a população entra em uma fase de morte, ou fase de declínio logarítmico. Essa fase 
continua até que a população tenha diminuído para uma pequena fração do número de células da 
fase anterior ou até que a população morra totalmente. Algumas espécies passam por toda a 
sequência de fases em somente poucos dias; outras mantêm algumas células sobreviventes 
indefinidamente. 
 
MEIO DE CULTURA 
O material nutriente preparado para o crescimento de microrganismos em laboratório é chamado 
de meio de cultura. Os microrganismos que são introduzidos em um meio de cultura para dar 
início ao crescimento são chamados de inóculo. Os micróbios que crescem e se multiplicam no 
interior ou sobre um meio de cultura são chamados de cultura. Podem ser: simples, 
enriquecimento, seletivos, diferenciais e manutenção. 
 
Meio simples: são aqueles que possuem os componentes essenciais para o crescimento de 
microrganismos pouco exigentes, por exemplo, caldo simples. 
Meio de enriquecimento: são meio que adicionam substâncias ricas ao meio simples. As 
substancias enriquecedoras comumente utilizadas para a produção desses meios são o sangue, 
o soro, o ovo, o extrato de leveduras e etc. Por exemplo, ágar sangue e ágar chocolate. 
 
Meio Seletivo: favorecem o desenvolvimento de determinados microorganismos em detrimento 
de outros, geralmente pela adição de substâncias inibidoras. Ex: ágar Salmonella Shigela e ágar 
manitol. 
 
Meio Diferenciado: permite o desenvolvimento de grupos de microorganismos com 
características relativamente definidas, o que permite diferenciar um grupo ou uma espécie de 
microorganismos. Por exemplo, ágar MacConkey. 
 
Meio de manutenção: mantém viabilidade de certa cultura, normalmente apenas com açúcares, 
para nutrição e sem ocorrer multiplicação bacteriana. 
 
Ágar MacConkey: É um meio de cultura destinado ao crescimento de bactérias gram-negativas. 
Isso ocorre porque ele possui em sua composição duas substâncias que inibem o crescimento 
de bactérias gram-positivas: sais biliares e cristal violeta. Assim, ele favorecerá somente o 
crescimento de bactérias gram-negativas. É um meio de cultura diferencial. Sua formulação 
contém como único açúcar a lactose e o indicador de pH vermelho neutro e, por isto, permite a 
diferenciação visual das bactérias Lac+ das Lac-: 
- Fermentadoras de lactose (Lac+), que originam colônias vermelhas (pink), como: E. coli, 
Enterobacter e Klebsiela 
- Não fermentadoras de lactose (Lac-), que formam colônias brancas (âmbar) como: Salmonella, 
Shigella, Proteus e Pseudomonas. 
 
Ágar Cled: não possui selecionadores e sua cor é verde (bactéria não fermenta lactose) ou 
amarela (fermenta lactose). Portanto, proliferam tanto gram-positivos quanto gram-negativos. 
 
FATORES QUE AFETAM CRESCIMENTO BACTERIANO 
 Substrato; 
 Umidade: desidratar totalmente produtos impede o crescimento bacteriano (liofilização, 
desidratação por sublimação); 
 Temperatura: cada organismo tem sua temperatura ótima, aumentos da temperatura 
ótima causam grave diminuição da atividade bacteriana (a febre atua assim); o congelamento não 
mata as bactérias, apenas para o crescimento, mas descongelar pode matar, por causa da 
formação de cristais de água (crioprotetores são substâncias que impedem a formação dos 
cristais). À medida que há o aumento da temperatura, as reações químicas enzimáticas na célula 
tendem a tornarem-se mais rápidas, acelerando a taxa de crescimento. Entretanto, o processo de 
desnaturação proteica devido à ultrapassagem da temperatura máxima inviabiliza a sobrevivência 
celular. Nesse contexto, a febre é valorosa para o hospedeiro. 
 pH: tenho que colocar o vinagre na geladeira? Sim, o vinagre mata bactérias com 
tendência ao pH alcalino. Os fungos tendem a ser mais acidófilos que as bactérias, então se 
houver contaminação fungos no vinagre, o fungo vai começar a crescer. Para evitar, colocamos o 
vinagre na geladeira, pois fungos são mesófilos. 
 Salinidade ou pressão osmótica; 
 Pressão barométrica; 
 Atmosfera gasosa. 
 
Os fatores físicos incluem temperatura, pH e pressão osmótica. Os fatores químicos incluem 
fontes de carbono, nitrogênio, enxofre, fósforo, oxigênio, elementos-traço e fatores orgânicos de 
crescimento. 
 
FATORES FÍSICOS 
TEMPERATURA 
A maioria das bactérias cresce em uma faixa limitada de temperatura, e há somente 30°C de 
diferença entre as temperaturas máxima e mínima de crescimento. Elas crescem pouco nas 
temperaturas extremas, considerando sua faixa ideal. 
A temperatura mínima decrescimento é a menor temperatura na qual a espécie pode crescer. 
A temperatura ótima de crescimento é a temperatura na qual a espécie cresce melhor. A 
temperatura máxima de crescimento é a maior temperatura na qual o crescimento é possível. 
Acima da temperatura ótima, a velocidade de crescimento cai rapidamente. Isso ocorre 
provavelmente porque a temperatura elevada inativou os sistemas enzimáticos necessários da 
célula. 
Os microrganismos são classificados em 
cinco grupos principais, com base na faixa 
de temperatura que eles preferem: 
1. Psicrófilos: afinidade por 
temperaturas entre -10 até 18 graus Celsius. 
Concentrações elevadas de ácidos graxos 
insaturados garante a fluidez da membrana 
plasmática. Alimentos contaminados 
estragam na geladeira devido à maior temperatura. 
2. Psicotróficos: 0 a 30 graus, crescem em baixa até média temperatura; salmonela cresce 
na geladeira e infecta; listeria também. 
3. Mesófilos: são no geral infecciosos, temperatura varia de 10 a 50 graus (o ápice é na 
temperatura humana). Todos que causam processo infeccioso em humano (exceto salmonella e 
listeria que são psicotróficos) estão aqui. As bactérias mesófilas na geladeira, por exemplo, não 
crescem, porém também não morrem. 
4. Termófilos: temperatura varia de 40 a 70 graus, a organização tridimensional das 
proteínas permite a manutenção da estrutura adequada para sua ação em elevadas 
temperaturas. 
5. Termófilos extremos: acima de 70 até 110 graus. 
 
A deterioração de alimentos refrigerados pode efetivamente ocorrer, mas devido à atividade de 
micro-organismos psicrófilos e psicrotroficos. Geladeiras situam-se entre 1 e 4 graus Celsius. 
 
PRESSÃO OSMÓTICA 
Os microrganismos obtêm a maioria dos seus nutrientes em solução da água presente no seu 
meio ambiente. Portanto, eles requerem água para seu crescimento, sendo que sua composição 
é de 80 a 90% de água. Pressões osmóticas elevadas têm como efeito remover a água 
necessária para a célula. Quando uma célula microbiana está em uma solução cuja concentração 
de solutos é mais elevada que dentro da célula (ambiente hipertônico), a água atravessa a 
membrana celular para o meio com a concentração mais elevada de soluto. Essa perda osmótica 
de água causa plasmólise, ou o encolhimento do citoplasma da célula. 
O crescimento da célula é inibido à 
medida que a membrana plasmática se 
afasta da parede celular. Portanto, a 
adição de sais (ou outros solutos) em 
uma solução e o aumento resultante na 
pressão osmótica podem ser utilizados 
para preservar alimentos. Peixe 
salgado, mel e leite condensado são 
preservados por esse mecanismo; as concentrações elevadas de sal ou açúcar removem a água 
de qualquer célula microbiana presente e, consequentemente, impedem seu crescimento. Esses 
efeitos da pressão osmótica estão aproximadamente relacionados ao número de moléculas 
dissolvidas e íons em um volume de solução. 
O sal pode ser favorável ou desfavorável ao crescimento microbriano: 
1. Não halófilas: geralmente as bactérias entéricas são não-halófilas (Escherichia coli, 
Salmonella, Shigella, Yersinia). A salga minimiza o crescimento dessas bactérias. 
 
2. Halotolerantes: quando suamos, 
umedecemos o corpo e aumentamos a temperatura, 
fatores que favorecem o crescimento de 
microorganismos. No entanto, o suor contém sal, o 
que desfavorece o crescimento de organismos. O 
Staphylococcus aureus é um halotolerante que 
consegue crescer no ambiente salgado da pele. 
3. Halófila: A água do mar e a água doce são 
favoráveis ao crescimento de Vibrio cholerae 
(causadora da cólera), por exemplo. 
4. Halófila extrema. 
 
ATMOSFERA GASOSA 
1. Bactérias aeróbias: precisam do oxigênio para viver. Estão em desvantagem, uma vez 
que o oxigênio é pouco solúvel na água de seu ambiente. 
2. Anaeróbios facultativos: Bactérias aeróbias com a capacidade de continuar a crescer na 
ausência do oxigênio. Podem utilizar o oxigênio quando ele está presente, mas são capazes de 
continuar a crescer utilizando a fermentação ou a respiração anaeróbia quando o oxigênio não 
está disponível. Por exemplo, Escherichia coli, encontrada no trato intestinal de seres humanos. 
Muitos micróbios são capazes de substituir outros aceptores de elétrons, como íons nitrato, pelo 
oxigênio, algo que os seres humanos não são capazes de fazer. 
3. Anaeróbios obrigatórios: são bactérias incapazes de utilizar o oxigênio molecular nas 
reações de produção de energia. O gênero Clostridium, o qual contém espécies que causam o 
tétano e o botulismo, é o exemplo mais conhecido. 
 
PATOGENICIDADE E VIRULÊNCIA BACTERIANA 
Patogenicidade: capacidade de um microrganismo em causar doença a um determinado 
hospedeiro. 
 
Virulência: grau de patogenicidade de um agente infeccioso, que se expressa pela gravidade da 
doença, especialmente pela letalidade e pela proporção de casos com sequelas. Está associada: 
1. Propriedades bioquímicas do agente relacionada à produção de toxinas; 
2. Capacidade de multiplicação no organismo parasitado, causando lesão citológica e/ou 
histológica. 
 
Fator de virulência: fatores que agregam ao microorganismo fatores de ataque ou defesa. 
 
A patogenicidade é a capacidade de um organismo em causar doença por meio da superação 
das defesas do hospedeiro, ao passo que a virulência é o grau de patogenicidade. 
Patogenicidade e fator de virulência não são associados ou proporcionais. 
 
A patogenicidade difere consideravelmente entre os patógenos, assim como a resistência ou 
suscetibilidade do hospedeiro ao microrganismo. Um patógeno oportunista causa doença apenas 
na ausência de resistência normal do hospedeiro. Considerando que a patologia depende do 
hospedeiro, o microorganismo é potencialmente patogênico. 
 
Doença infecciosa = agente infeccioso + susceptibilidade do hospedeiro + dose infectante. 
 
INFECÇÃO, INTOXICAÇÃO E TOXINFECÇÃO 
Infecção: é a penetração e desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no 
organismo do homem ou de outro animal; 
 
Intoxicação: não ocorre a invasão do microrganismo, mas sim o contato com toxinas produzidas 
por eles enquanto estavam no meio. Intoxicação e infecção se diferem pelo tempo. Curtos 
espaços de tempo dificilmente são possíveis à proliferação bacteriana. 
 
Toxinfecção: ocorre quando há ingestão de um alimento que contenha microrganismos 
patogênicos que irão produzir toxinas dentro do intestino. Nesse caso, os sintomas aparecem 
rapidamente, dentro de poucas horas após a ingestão do alimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MECANISMO MICROBIANOS DE PATOGENICDADE 
 
FATOR DE VIRULÊNCIA BACTERIANOS 
Qualquer molécula e ou estrutura da bactéria que pode contribuir para o sucesso de uma 
infecção, ou seja: ataque, a algum ponto da célula, tecido ou órgão do hospedeiro e defesa frente 
ao sistema imune. Fatores de virulência são ferramentas de ataque e defesa das bactérias 
(ferramentas de adaptação). 
 
ETAPAS PARA O ESTABELECIMENTO DE INFECÇÃO POR BACTÉRIAS 
POTENCIALMENTE PATÔGENICAS: 
1. Adesão ou outra forma de entrada no organismo; 
2. Evasão das defesas normais do hospedeiro (fatores de virulência); 
3. Multiplicação até um número significativa que acarrete em processo infeccioso; 
4. Injúria ao hospedeiro, através da resposta específica ou inespecífica do sistema imune; 
5. Transmissão do agente infeccioso a outros hospedeiros susceptíveis, perpetuando o ciclo. 
 
Exposição ao patóngeno > adesão à pele ou à mucosa > invasão de epitélio > 
colonização/proliferação e produção de fatores de virulência > dispersão sistêmica/toxicidade 
local e sistêmica > doença/dano tecidual. 
 
1. Adesão ou forma de entrada no organismo 
Projeções na superfície de um patógeno, chamadas de adesinas (ligantes), aderem-se a 
receptores complementares nas células do hospedeiro. Adesinas são qualquer estrutura ou 
molécula bacteriana que está relacionada com sua adesãonos tecidos do hospedeiro (pillus, 
fimbria, flagelo). As adesinas podem ser glicoproteínas ou lipoproteínas e frequentemente estão 
associadas às fímbrias. A manose (açúcar) é o receptor mais comum nas células do hospedeiro. 
Os biofilmes podem fornecer aderência e resistência aos agentes microbianos. 
 
 
As linhagens enteropatogênicas de E. coli (responsáveis por doenças gastrintestinais) possuem 
adesinas nas fímbrias que se aderem apenas a tipos específicos de células em certas regiões do 
intestino delgado. Após a aderência, Shigella e E. coli induzem a endocitose mediada por 
receptor como um veículo para penetrarem nas células do hospedeiro e, então, multiplicarem-se 
em seu interior. 
 
A Listeria monocytogenes, que causa meningite, aborto espontâneo e nascimento de bebês 
natimortos, produz uma adesina para um receptor específico nas células do hospedeiro. 
 
A Neisseria gonorrhoeae, o agente causador da gonorreia, também apresenta fímbrias com 
adesinas, que permitem sua adesão a células que possuam os receptores apropriados em locais 
como trato urogenital, olhos e faringe. 
 
O Staphylococcus aureus, que causa infecções de pele, liga-se à pele através de um mecanismo 
de aderência semelhante à adsorção viral (o envelope viral se funde à membrana da célula 
hospedeira). 
 
TERMOS USADOS PARA DESCREVER FATORES DE ADESÃO NA INTERAÇÃO PARASITA 
HOSPEDEIRO 
 Adesina: estrutura de superfície ou macromolécula que liga o microorganismo a uma 
superfície específica; 
 Receptor: sítio de ligação composto de uma macromolécula complementar em uma 
superfície de célula eucariótica onde se ancora uma adesina ou ligante; 
 Lectina: alguma proteína que se liga a carboidratos; 
 Ligante: superfície molecular que possui pontos específicos de ligação a receptores em 
outra superfície molecular; 
 Fimbria tipo 1: fimbria presente em Enterobacteriaceae que se liga especificamente a 
manose terminal de glicoproteínas em superfície de células eucarióticas; 
 Pili tipo 4: adesão de bactérias gram-positivas e gram-negativas (o pilus serve para 
entrega de plasmídeo, conjugação entre bactérias (não é reprodução). O pili tipo 4 é uma 
adesina que é uma fimbria, não é um pili, mas sim uma fimbria); Os pili (singular: pilus) 
normalmente são mais longos que as fímbrias, e há apenas um ou dois por célula. Os pili estão 
envolvidos na motilidade celular e na transferência de DNA. 
 Cápsula ou glicocálice ou biofilme: camada de polissacarídeo presente na superfície da 
parede celular bacteriana que pode permitir a aderência inespecífica e específica; uma bactéria 
encapsulada pode ser virulenta porque sua cápsula resiste a fagocitose. 
 Lipopolisscarídeo (LPS): componente da parede celular de bactérias gram-negativas com 
potencial para promover a aderência específica; 
 Ácido teicóico e ácido lipoteicóico: componentes de parede celular de bactérias gram-
positivas que podem estar envolvidas em aderências específicas e não específicas. 
 
BIOLFILME (MATRIZ EXTRA-CELULAR) E QUORUM SENSING (MEDIADOS POR AUTO-
INDUTORES AIS) 
Biofilmes bacterianos são comunidades de bactérias envoltas por substâncias, principalmente 
açúcares, produzidas pelas próprias bactérias, que conferem a comunidade proteção contra 
diversos tipos de agressões que ela pode vir a sofrer como, por exemplo, a falta de nutrientes, o 
uso de um antibiótico ou algum agente químico utilizado para combater bactérias. Os 
microorganismos nas comunidades de biofilmes podem formar estruturas em forma de pilares, 
com canais entre eles, através dos quais a água pode introduzir nutriente e retirar resíduos, isto 
constitui um sistema circulatório primitivo. 
 
O biofilme pode se aderir a superfícies abióticas, como cateteres utilizados em tratamentos 
médicos, ou bióticas como em dentes ou ainda tecidos e células. 
 
Biofilme é um fator de resistência e de virulência. O biofilme serve para uma aderência 
inespecífica. 
 
Um biofilme forma-se quando microrganismos se aderem a uma superfície inespecífica, 
geralmente úmida e que contém matéria orgânica. Os primeiros microrganismos a realizarem a 
adesão normalmente são bactérias. Uma vez aderidas à superfície, elas multiplicam-se e 
secretam o glicocálice, que intensifica ainda mais a ligação de uma bactéria à outra e à superfície. 
Em alguns casos, os biofilmes podem apresentar várias camadas e podem ser constituídos por 
diversos tipos de microrganismos. Os biofilmes representam outro método de aderência muito 
importante, pois são resistentes a desinfetantes e antibióticos. Essa característica é significativa, 
principalmente quando os biofilmes colonizam estruturas como dentes, cateteres médicos, 
endopróteses expansíveis, válvulas cardíacas, próteses e lentes de contato. A placa dentária é, 
na verdade, um biofilme que se mineralizou ao longo do tempo, criando aquilo que é conhecido 
como tártaro. 
 
Biofilmes podem ser considerados um hidrogel, um polímero complexo contendo uma quantidade 
e água correspondente a várias vezes seu peso seco. 
 
Sistema quorum-sensing (sensor de quórum): é um sistema de comunicação intercelular 
mediado por sinais químicos que é usado por bactérias para coordenar, por exemplo, ataques em 
massa a um hospedeiro por meio da produção de fatores de virulência. 
 
As bactérias ao perceberem que estão em grupo (atinge o quorum sensing) passam a produzir o 
biofilme. O biofilme garante aderência e também impede que antimicrobiano chegue às bactérias. 
 
Quando a concentração das moléculas sinalizadoras atinge um determinado limiar com a 
densidade da população bacteriana, a expressão de certos genes específicos pode ser iniciada 
para regular a adaptação da população bacteriana. Em geral, as bactérias QS produzem e 
liberam moléculas de sinais químicos denominadas autoindutores (AIs). Quando a bactéria 
detecta que as AIs atingiram uma concentração limite, elas respondem alterando a expressão e o 
comportamento de seus genes. 
 
As moléculas de sinais desempenham um papel vital no QS, elas são indicadores pelas quais as 
bactérias QS se comunicam e sincronizam comportamentos particulares em uma escala 
populacional, ganhando assim a capacidade de funcionar como um organismo multicelular. 
 
Pode-se definir que as bactérias possuem dois estados 
básicos de vida: como células planctônicas, que 
podem ser caracterizadas como células de vida livre, e 
tem metabolismo mais ativo e as células sésseis, que 
são as células que compõe os biofilmes, que possuem 
um metabolismo mais compensado. Um biofilme 
geralmente começa a se formar quando uma bactéria 
livre nadadora se fixa a uma superfície. 
 
Observação. Prolapso da válvula mitral ou sopro (valva não se fecha totalmente): quando se 
realiza uma obturação dentária, bactérias da boca podem ir para a corrente sanguínea 
(bacterimia). O SI tenta eliminar as bactérias o mais rápido possível, porém quem tem sopro a 
bactéria pode se acumular na valva e se multiplicar produzindo biofilme. 
 
MODELO DE ADESÃO DE ESCHERICHIA COLI ENTEROPATOGÊNICA 
Linhagens de Salmonella e E. coli entram em contato com a membrana plasmática das células do 
hospedeiro. Isso causa uma alteração drástica na membrana no ponto de contato. Os micróbios 
produzem proteínas de superfície, chamadas de INVASINAS, que causam o rearranjo dos 
filamentos de actina do citoesqueleto celular próximos ao ponto de contato bacteriano. 
 
A EPEC causa uma mudança nas vilosidades do 
intestino que para de ter função de absorção. A 
deformação das vilosidades permite a formação do 
pedestal que garante sua fixação contra o 
peristaltismo. Ela muda a actina intracelular do 
hospedeiro que forma um pedestal para sua 
fixação. 
 
 
A EPEC é capaz de causar diarreia ou disenteria? Diarreia apenas, fezes escuras e pastosas 
(sangue) é disenteria e pode ser outra bactéria, como a EHEC. 
 
2. EVASÃO DAS DEFESAS NORMAIS DO HOSPEDEIRO (FATORESDE VIRULÊNCIA) 
(1) Sideróforo é uma molécula nas bactérias capaz de 
quelar ferro. 
 
(2) LPS: A membrana externa da parede celular de 
gram-negativa tem lipopolissacarídeos, que servem 
para adesão à célula. Quando a bactéria está sendo 
destruída/crescendo, o LPS vai ser desmembrado em 
polisscarídeo O e lipídio A. A bactéria é fagocitada pelo 
macrófago, que apresenta o antígeno. O material 
quebrado vai complexar com proteínas ligadoras de 
LPS e vão se inserir no CD14. O CD14 ativa as citocinas, quando há ativação de citocinas há o 
efeito pirogênico (febre). 
 
(3) CÁPSULA: protegem as bactérias patogênicas contra a fagocitose pelas células do 
hospedeiro. Impede que a célula fagocítica se ligue à bactéria. 
 
(4) PAREDE CELULAR: As proteínas da parede celular podem facilitar a aderência ou impedir 
que o patógeno seja fagocitado. 
- Proteína M faz o intermédio da aderência da bactéria às células epiteliais do hospedeiro e 
auxilia na resistência da bactéria à fagocitose. 
- Lipídio ceroso (ácido micólico) confere resistência à digestão por fagócitos e permite que a 
bactéria se multiplique no interior desses fagócitos. 
 
(5) PENETRAÇÃO NO CITOESQUELETO DAS CÉLULAS DO HOSPEDEIRO: As bactérias 
podem produzir proteínas que alteram a actina do citoesqueleto das células hospedeiras, 
permitindo a entrada das bactérias nas células. 
 
(6) VARIAÇÃO ANTIGÊNICA: alguns micróbios variam a expressão de antígenos, evitando, 
assim, os anticorpos do hospedeiro. O polimorfismo garante o repertório antigênio de um 
indivíduo. Pequenas mutações podem produzir proteínas de membranas diferentes, sucessivas 
mutações podem conduzir a uma nova cepa daquela espécie. 
 
FLAGELOS: apêndice delgado, localizado na superfície de uma célula; utilizado para a 
locomoção celular; composto por flagelina nas células procarióticas. A proteína flagelar, chamada 
de antígeno H, é útil para diferenciar entre os sorovares, ou variações dentro de uma espécie, de 
bactérias gram-negativas. Por exemplo, existem no mínimo 50 antígenos H diferentes para a E. 
coli. Os sorovares identificados como E. coli O157:H7 estão associados a epidemias de origem 
alimentar. Não é um fator de virulência. 
 
(7) EXOENZIMAS E SUBSTÂNCIAS RELACIONADAS: as infecções locais podem ser isoladas 
em um coágulo de fibrina formado pela enzima bacteriana coagulase. As bactérias podem 
disseminar-se de uma infecção focal por cinases (que destroem os coágulos sanguíneos), 
hialuronidases (que destroem os mucopolissacarídeos que mantêm as células unidas) e 
colagenases (que hidrolisam o colágeno de tecidos conectivos). As proteases IgA destroem os 
anticorpos IgA. 
 
(8) INVASINAS DE DISPERSÃO BACTERIANA 
Invasinas são substâncias que promovem a invasão das células pelas bactérias patogênicas. 
Estas substâncias desencadeiam ou ativam sinais que levam a célula a internalizar a bactéria: 
 Hialuronidase: enzima que ataca o cimento intersticial das conexões teciduais por 
despolarização do ácido hialurônico. Produzido por Staphylococcus, Streptococcus e Clostridium; 
 Colagenase: quebra colágeno. Produzido por Clostridium perfringens; 
 Neuraminidase: degrada o ácido neuramínico (ácido siálico) um cemente intercelular das 
células epiteliais da mucosa intestinal. Produzido por Shigella dysenteriae. 
 Estreptoquinase e Estafiloquinase: converte plasminogênio em plasmina que quebra 
fibrina impedindo a formação de coágulo. 
 
O DNA do hospedeiro é enovelado, quando a célula se rompe o material genético se dispersa e 
forma uma colóide (teia) que impede a invasão. A bactéria necessita cortar essa teia para se 
desvincular da célula (enzimas digestórias extracelulares: proteases, lípases, glicolases e 
nucleases) 
 
(9) ENZIMAS QUE CAUSAM HEMÓLISE E/OU LEUCÓLISE 
 Fosfolipase: hidrolisa fosfolipídios na membrana celular por remover a “cabeça” polar. 
Produzido por Clostridium perfringens; 
 Lectinases: destrói lecitinas (fosfatidilcolina) da membrana celular. Produzido por 
Clostridium perfringens. 
 Hemolisinas: destroem as hemácias e outras células. Produzidas por streptococcus, 
Staphylococcus, Clostridium. 
 
Bactérias carnívoras são aquelas que produzem proteases eficientes. A Streptococcus pyogenes 
pode espalhar-se através de tecido humanos, a uma taxa de 3 cm por hora. 25% das vítimas 
morrem, e, em casos graves, o paciente vai a óbito dentro de 18 horas. O streptococcus 
pyogenes faz orofaringite, porém para causar o consumo de tecidos é uma cepa inoculada (no 
trauma, corte) com alta eficiência na enzima protease. 
 
(10) FIMBRIAS 
As fímbrias têm uma tendência a se aderirem umas às outras e às superfícies. Por isso, elas 
estão envolvidas na formação de biofilmes e outros agregados na superfície de líquidos, vidros e 
pedras. As fímbrias também auxiliam na adesão da bactéria às superfícies epiteliais do corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(11) TOXINAS BACTERIANAS 
 
São moléculas que alteram: ou metabolismo ou a fisiologia ou as estruturas celulares. 
 
Bactérias toxigênicas produzem toxinas e as exportam. As exotoxinas são as toxinas que são 
exportadas e podem ser tanto de bactérias gram-positivo ou gram-negativo. 
 
O LPS é uma endotoxina 
que é liberado quando a 
bactéria morre ou se 
multiplica. Portanto, ao 
usar antimicrobianos é 
esperado que ocorra um 
aumento da febre, pois a 
morte da bactéria libera endotoxinas. As endotoxinas (LPS) são de gram-negativo, apenas. 
 
 
 
 
 
 
 
DIFERENÇAS GERAIS ENTRE ENDOTOXINAS E EXOTOXINAS 
 
Toxoide (ou anatoxina) é uma toxina bacteriana inativa, a qual, pelo efeito de métodos químicos 
ou físicos, é destruída a sua ação tóxica, ficando a ação imunizante específica da toxina. Uma 
aplicação dos toxoides é o seu uso como vacinas. Exemplos desta aplicação são as vacinas 
antitetânica e antidiftérica. Toxoide é uma toxina que se debilita na sua função. 
 
TIPOS DE EXOTOXINAS 
- Toxinas A-B: São assim denominadas por consistirem em duas partes, designadas A e B, e 
ambas são polipeptídeos. A maioria das exotoxinas é A-B. A porção A é o componente ativo 
(enzima), e a porção B é o componente de ligação. Exemplo de toxina A-B são a toxina diftérica, 
toxina tetânica e toxina botulínica. 
 
- Toxinas danificadoras de membrana: causam a lise da célula hospedeira pela degradação da 
membrana plasmática. Algumas toxinas agem pela formação de canais proteicos ou degradam a 
porção fosfolipídica da membrana plasmática. A exotoxina lítica do Staphylococcus aureus é um 
exemplo de exotoxina que forma canais, ao passo que a toxina de Clostridium perfringens 
(gangrena gasosa) é um exemplo de exotoxina que degrada fosfolipídeos. 
 
- Superantígenos: são antígenos que provocam uma resposta imune muito intensa. Eles são 
proteínas bacterianas. Por uma série de interações com várias células do sistema imune (capaz 
de ativar diferentes células do sistema imune), os superantígenos estimulam, de forma não 
específica, a proliferação de células imunes denominadas células T. Essas células são tipos de 
leucócitos (linfócitos) que agem contra organismos e tecidos estranhos (transplantes), e regulam 
a ativação e a proliferação de outras células do sistema imune. Em resposta aos superantígenos, 
as células T são estimuladas a liberar enormes quantidades de citocinas que regulam as 
respostas imunes e fazem a mediação da comunicação célula a célula. Níveis excessivamente 
altos de citocinas liberadas pelas células T circulam pela corrente sanguínea e desencadeiam 
vários sintomas, como febre, náusea, vômito, diarreia e, às vezes, choque e até mesmo a morte. 
Os superantígenos bacterianos incluem as toxinas estafilocócicas, que causam a intoxicação 
alimentar e a síndrome do choque tóxico. 
 
Síndrome do choque tóxico: A SCT tornou-se conhecida devido à associação entre o 
crescimento estafilocócico e o uso de um novo tipo de tampão vaginal altamente absorvente. 
Essa correlaçãoé especialmente alta se o tampão permanece no lugar por um tempo muito 
longo. Os sintomas resultam da ação de uma exotoxina denominada toxina da síndrome do 
choque tóxico 1 (TSST-1). A TSST-1 é uma toxina muito potente e corresponde a um 
superantígeno liberado pelos Staphylococus aureus durante o crescimento, que provoca um 
intenso recrutamento de células T para o local da infecção. Esta reação culmina em uma 
importante resposta inflamatória, que é fatal em 70% dos casos. A SCT não menstrual ocorre por 
infecções estafilocócicas que se seguem a cirurgias nasais, nas quais bandagens absorventes 
são utilizadas, após as incisões cirúrgicas, e em mulheres que acabaram de dar à luz. 
 
NOMEANDO AS EXOTOXINAS 
As exotoxinas são nomeadas com base em diversas características. Uma delas é o tipo de célula 
hospedeira afetada pela toxina. Por exemplo, as neurotoxinas afetam as células nervosas, as 
cardiotoxinas afetam as células cardíacas, as hepatotoxinas afetam as células hepáticas, as 
leucotoxinas afetam os leucócitos, as enterotoxinas afetam as células que revestem o trato 
gastrintestinal e as citotoxinas afetam uma ampla variedade de células. Algumas exotoxinas são 
nomeadas a partir da doença à qual estão associadas. Exemplos incluem a toxina diftérica (que 
causa a difteria) e a toxina tetânica (que causa o tétano). Outras exotoxinas são nomeadas de 
acordo com a bactéria específica que produz cada uma delas, por exemplo, toxina botulínica 
(Clostridium botulinum) e enterotoxina colérica (Vibrio cholerae, gram-negativo). 
 
ANTIMICROBIANOS 
Os agentes antimicrobianos no tratamento de doenças infecciosas podem ser divididos em 
aqueles obtidos de microrganismos, chamados de antibióticos e os obtidos não naturalmente, 
apresentando compostos químicos sintéticos e semi-sintéticos chamados de quimioterápicos. A 
penicilina é um composto antimicrobiano e antibiótico, pois ele é produzido por um fungo 
(microorganismo) e elimina bactérias. 
 
O antimicrobiano atua por sabotagem. A bactéria entende o antimicrobiano como se fosse uma 
estrutura da bactéria e posteriormente a danifica. O melhor momento para se usar 
antimicrobianos e matar uma bactéria é quando ela esta em multiplicação (fase log). 
 
Os fármacos antimicrobianos podem ser bactericidas (destroem os micróbios diretamente) ou 
bacteriostáticos (impedem o crescimento dos micróbios). Na bacteriostase, as próprias defesas 
do hospedeiro, como a fagocitose e a produção de anticorpos, normalmente destroem o 
microrganismo. 
 
CLASSES DE ANTIMICROBIANOS 
Os antimicrobianos podem atuar em diversos processos do ciclo de vida bacteriano, por isso são 
divididos em classes de atuação: 
1. Inibição da síntese da parede celular: penicilinas, cefalosporinas, vancomicina; 
2. Inibição da síntese proteica: cloranfenicol, eritromicina, tetraciclinas, estreptomicina; 
3. Inibição da síntese de ácido fólico: sulfonamidas; 
4. Inibição da replicação e transcrição de DNA ou RNA: quinolonas, rifampicina; 
5. Danos à membrana citoplasmática: polimixina B e E 
 
 
O antimicrobiano ideal é aquele que apresenta uma alta toxicidade seletiva, ou seja, ele é 
eficiente apenas contra o invasor, logo possui uma baixa toxicidade para o hospedeiro. 
 
ANTIBIÓTICOS BETA-LACTÂMICOS 
Estes antibióticos se caracterizam pela presença, em sua 
estrutura química, do anel β-lactâmico, responsável pela sua 
ação antimicrobiana. A ligação do anel β-lactâmico com outros 
diferentes anéis, como anel tiazolidínico, nas penicilinas, ou o 
anel di-hidrotiazina, nas cefalosporinas, compõem as 
estruturas básicas que caracterizam as diferentes classes de 
antibióticos beta-lactâmicos, conforme ilustra a figura, onde o 
anel β-lactâmico está marcado com a seta vermelha. 
 
Possuem alta toxicidade seletiva, pois atua na parede celular e o hospedeiro não tem parede 
celular. 
 
MECANISMO DE AÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS BETA-LACTÂMICOS 
Todos os antibióticos beta-lactâmicos possuem ação bactericida. Eles atuam por inibição da 
síntese da parede celular bacteriana, que é uma estrutura essencial da célula por manter a sua 
integridade, prevenindo-a da lise osmótica. Devemos lembrar que a osmolaridade no interior da 
célula bacteriana é bem superior ao do meio em que elas habitualmente vivem, e parede celular é 
a estrutura fundamental que mantém as bactérias vivas e em seus formatos característicos. 
 
PENICILINA 
A penicilina possui um anel secundário pentacíclico com enxofre, já 
as cefalosporinas possuem 6 elementos no anel secundário também 
com enxofre. Bezetacil é uma penicilina com anel benzêmico. 
 
Quando a bactéria está 
construindo seus monômeros, no citoplasma, ela 
“confunde” a peniclina com uma alanina-alanina. 
Então ela utiliza a penicilina como um monômero. 
Para a penicilina ter efeito é preciso que a célula 
esteja se multiplicando. A penicilina age interferindo 
com a formação das ligações cruzadas peptídicas 
do peptideoglicano, impedindo, assim, a formação 
de uma parede celular funcional. 
Ressonância química: quando a transpeptidase for “bater” na penicilina para fazer a ponte de 
glicina, ninguém vai sair, e energia ressoa; a ponte de glicina não é feita, e a bactéria morre por 
lise/osmose. 
 
A penicilinina se conecta como se fosse duas alaninas na porção de aminoácidos da 
peptideoglicanos. Para formar a parede celular é necessário amarrar as alaninas, porém como 
agora estão penicilinas a transpeptidade não consegue ligar a ponte de glicina na abertura da 
remoção da alanina. A penicilina não consegue ser retirada pela transpeptidase por faltar energia 
para a reação enzimática. Com a parede celular fraca a bactéria sofre lise/osmose. 
 
Caso não seja alanina-alanina que forma a parede celular essa bactéria é intrinsecamente 
resistente à penicilina. 
 
Ao longo do tempo, algumas bactérias adquiriram a capacidade de produzir enzimas, 
denominadas beta-lactamases, que são capazes de promover a hidrólise do anel beta-lactâmico, 
inativando a ação destes antibióticos. 
 
A associação de um antibiótico deste grupo com drogas com ação inibidora de beta-lactamases 
(ácido clavulânico, sulbactam e tazobactam) restaura a ação do antimicrobiano contra a bactéria 
produtora da enzima. Para exemplificar esta situação podemos citar a resistência adquirida pela 
maioria das cepas de Staphylococcus aureus as penicilinas naturais e aminopenicilinas. Ao se 
associar o ácido clavulânico à amoxicilina, esta combinação passa a exercer atividade 
antimicrobiana contra as cepas resistentes à amoxicilina. Este princípio também se aplica a 
algumas bactérias gram-negativas, em que diferentes associações de penicilinas com inibidores 
de beta-lactamases são usados como o sulbactam e o tazobactam. 
 
Bactérias resistentes à penicilina conseguem quebrar a penicilina e removem como se fossem 
alanina e continuam a polimerização da parede celular. 
 
PROVA: Uma bactéria que nunca entrou em contato com penicilina pode ter resistência? Sim, 
pois por uma característica intrínseca ele já pode ter sua parede sem alanina-alanina 
naturalmente. 
 
CEFALOSPORINA 
A cefalosporina possui um elemento a mais no ciclo para dispersar a 
energia da ligação entre glicina e alanina. Portanto, é mais difícil 
bactérias serem resistentes a este antimicrobiano. O segundo anel é 
que define se é penicilina ou cesfasloporina (possuem ligação dupla e 6 elementos). 
São antibióticos que possuem um anel β-lactâmico em sua estrutura molecular e são ativos 
contra bactérias gram-positivas e gram-negativas, produtoras de penicilinase, que causam 
infecções respiratórias, intestinal e urinária. Esse antibiótico afeta a síntese dos componentes dos 
peptideoglicano da parede celular bacteriana, tendo um efeito bactericida. 
 
A enzima transpeptidadse precisa chegar ao anel beta-lactâmico, porém se houver uma estrutura 
grande no radical pode impedir que ela chegue ao sítio ativo. Durante aera de ouro foram 
adicionando diversas estruturas para criar uma estrutura gigantesca de impedimento e, assim, 
desenvolvido diversos tipos de antimicrobianos. 
 
ÁCIDO CLAVULÂNICO – O FALSO ANTIMICROBIANO 
O clavunalato parece uma penicilina, porém em vez de possuir enxofre tem oxigênio. O ácido 
clavulânico não é antibiótico. 
 
Antimicrobianos se fingem de algo para quebrar o sistema, o clavulanato não se finge, porém a 
enzima bacteriana beta-lactamase (quebra anéis beta-lactamicos) ataca o clavunalato por possuir 
em sua estrutura um anel beta-lactâmico, assim, a bactéria quebra clavunalatos e deixa a 
amoxilicina livre (tentar vencer a guerra pelo excesso de tarefas da beta-lactamase). A vantagem 
é necessitar de menos penicilina no medicamento, porque os “soldados inimigos estão 
distraídos”. 
 
VANCOMICINA 
Através da engenharia fármacológica foi criada a 
vancomicina (estrutura gigante em comparação com o 
benzetacil). A vancomicina só é útil contra bactérias gram-
positivo, uma vez que a molécula imensa não consegue 
atravessar a membrana externa de gram-negativos. 
 
É uma classe chamada de glicopeptídeo. Os antibióticos 
glicopeptídeos expressam seu efeito ao interagirem por 
meio de ligações de hidrogênio com a porção proteica terminal (L-lisina-D-alanil-D-alanina) dos 
monômeros de mureína durante o processo de biossíntese da parece celular bacteriana, por meio 
do qual inibem a segunda fase desta síntese. A primeira classe de alvos da VAN nas células de 
S. aureus são os resíduos D-alanil-D-alanina nas camadas de peptideoglicano completadas ou na 
cadeia de peptidoglicano nascente; enquanto a segunda classe consiste nos monômeros mureína 
localizados na membrana citoplasmática que servem como substrato para a glicosiltransferase. A 
ligação da VAN aos alvos já formados (primeira classe de alvos) não inibe a síntese de 
peptidoglicano nascente, apenas pode interferir na formação das ligações cruzadas entre as 
cadeias de mureína. Por outro lado, se os glicopeptídeos se ligam aos monômeros de mureína 
situadas na membrana citoplasmática, a síntese do peptidoglicano é completamente inibida e, 
consequentemente, as células cessam sua multiplicação. Uma vez que existem muitos alvos D-
alanil-D-alanina nas camadas de peptidoglicano (20 camadas de peptideoglicanos), muitas 
moléculas de glicopeptídeo são aprisionadas nestas camadas externas e ficam retidas em alvos 
externos. Este processo compromete a eficácia terapêutica dos glicopeptídeos. Em virtude disto, 
um elevado número de células de S. aureus presentes no tecido infectado do paciente pode 
diminuir a ação da VAN e, portanto, medidas para diminuir o número de células bacterianas no 
corpo dos pacientes pela eliminação cirúrgica de um abscesso ou pela drenagem de pus é 
frequentemente necessário para tornar a terapia com glicopeptídeos mais eficaz. 
 
A vanco atua na glicosiltransferase (enzima). 
Ela causa um impedimento estereoquímico 
(bolota em vermelho). A vancomicina se liga nas 
alaninas em cria um espaço tão grande que 
impede a glicosiltransferase de atuar através da 
união do n-acetilglicosamina ao ácido n-
acetilmurâmico. 
 
Considerando que 80% das infecções do trato 
urinário ocorrem por gram-negativos, a 
vancomicina não é uma escolha acertada. O uso de vancomicina só deve ser usado quando 
houver resistência aos antibióticos beta-lactâmicos. 
 
PROVA: Explique o que acontece com um paciente com infecção à MRSA se utilizar clavunalato 
e amoxicilina e vancomicina. 
Isso será horrível (erro bastante). A vancomicina retira o alvo da alanina-lanina porque a 
vancomicina se liga nela. Com isso não ocorre ganho nenhum, as drogas se tornam antagonistas. 
Os antimicrobianos beta-lactâmicos substituem as duas últimas alaninas e a vancomicina não tem 
onde se ligar, ou seja, tornam-se antagônicos. 
 
DALBAVANCINA 
É cerca de 8 a 16 vezes mais potente que vancomicina ou teicoplanina contra enterococcos 
sensíveis a teicoplanina. Sendo ativa somente contra enterococcos resistentes a vancomicina, 
porém sensíveis a teicoplanina. É mais resistente ainda que vancomicina, também é 
glicopeptideo. 
 
ANTIMICROBIANOS QUE ATUAM EM SÍNTESE PROTEICA 
Antimicrobianos que atuam na síntese proteica apresentam maior toxicidade que os que atuam 
em parede celular, pois podem prejudicar a síntese de proteínas do hospedeiro. 
 
Os ribossomos são compostos de duas subunidades, cada qual consistindo em proteína e de um 
tipo de RNA, denominado RNA ribossomal (rRNA). Os ribossomos procarióticos diferem dos 
ribossomos eucarióticos no número de proteínas e de moléculas de rRNA que eles contêm; eles 
também são um pouco menores e menos densos que os ribossomos das células eucarióticas. 
Por isso, os ribossomos procarióticos são denominados ribossomos 70s (subunidades 50s e 30s), 
e aqueles das células eucarióticas são denominados ribossomos 80s (subunidades 60s e 40s). 
 
O ribossomo 70s, possui a pequena subunidade 30s com 21 proteínas e 1 rRNA e uma maior 
subunidade 50s com 33 proteínas e 2 rRNA. O 40s/30s significa o coeficiente de sedimentação 
(rotação de 40 mil, sedimenta nessa rotação). 
 
EXEMPLOS DE DROGAS QUE INTERFEREM NA SÍNTESE PROTEICA 
Estes antimicrobianos são divididos em 4 subclasses: 
(1) Aminoglicosídeos: mudam a forma da porção 30s fazendo que a 
leitura do RNAm ocorra incorretamente e a bactéria acaba se 
deformando. Mecanismo bacteriostático. Medicamentos mais comuns 
são amicacina, tobramicina, gentamicina, neomicina, estreptomicina e 
tobramicina. 
 
 
(2) Macrolídeos/cetolídeos: ligam-se a porção 50s e inibe o movimento 
de deslocamento do ribossomo ao longo do RNAm (Azitromicina; 
Claritromicina; Eritromicina; Telitromicina, clintamicina, por exemplo). 
 
 
 
 
 
 
(3) Tetraciclina: são antibióticos bacteriostático que apresentam 
amplo espectro de ação contra bactérias gram-positivas e gram-
negativas, por inibirem a síntese de proteínas, combinando-se com 
a subunidade 30s, impedindo que as moléculas de aminoácidos 
tRNA se liguem ao complexo mRNA-ribossomo. A tetraciclina 
também produz proteínas anômalas impedindo o fator de enlogação 
(alongamento). Bloqueia o movimento da proteína formada durante a tradução. A partir dos 4 
anéis da tetraciclina foram desenvolvidos outros antimicrobianos como a demeclociclina, 
doxiciclina, minociclina e tigeciclina (essa se liga ao ribossomo com 5 vezes maior afinidade que a 
tetraciclina e não são eliminados por mecanismo de bomba de efluxo). 
 
A tetraciclina não pode ser dado com leite. Esse medicamento quela cálcio e assim não 
conseguem se ligar a subunidade 30s. Os demais ATB não tem problema em usar com leite. Não 
usar tetraciclina com idoso, criança em desenvolvimento, pode ser usado em infecção urinária, 
mas não deve ser a primeira escolha. 
 
(4) Cloranfenicol: inibe a formação de ligações peptídicas nas cadeias nascentes de 
polipeptídeos pela reação com a porção 50s do ribossomo procarioto. Ainda é o antibiótico de 
escolha para a febre tifoide e, em decorrência das graves reações tóxicas, o seu uso sistêmico 
deve ser limitado apenas a infecções muito graves, incapazes de serem controladas por outros 
antibióticos. É usado topicamente para infecções da conjuntiva e blefarites causada por 
Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Streptococcus hemolyticus. 
 
PROVA: Sabendo que a tetraciclina atua em 30s bem como os aminoglicosídeos é possível uma 
bactéria ser resistente à tetraciclina e sensível aos aminoglicosídeos? Sim, existem inúmeros 
proteínas no ribossomo, portanto ele pode ter criado resistência uma determinada proteína e 
outras não. 
 
ANTIMICROBIANOS QUE ATUAM EM MEBRANA CITOPLASMÁTICA 
São agentes antimicrobianos que muitas vezes exibem menor grau de toxicidade seletiva, pois o 
hospedeiro também possui membrana citoplasmática. Podem ser de dois tipos: 
 Polimixinas: ligam-se à membrana, entre os fosfolipídeos,alterando sua permeabilidade 
(detergentes). São extremamente eficientes contra gram-negativos, pois afetam a membrana 
citoplasmática como a membrana externa. 
 Ionóforos: moléculas hidrofóbicas que se imiscuem na membrana citoplasmática, 
permitindo a difusão passiva de compostos ionizados para dentro ou fora da célula. 
 
Poliximinas e ionóforos se ligam a membrana plasmática da bactéria e a rompe ou causa 
despolarização. Possuem baixíssima toxicidade seletiva por atacar a membrana plasmática tanto 
do hospedeiro quanto bactéria. Só deve ser utilizado quando as bactérias forem resistentes à 
antimicrobianos que atuam em parede, síntese proteica e duplicação de DNA. Portanto, devem 
ser a última escolha de antimicrobiano. Colistina (Polimixina E) e Daptomicina são 
antimicrobianos que atuam na membrana citoplasmática. 
 
Esse tipo de antimicrobiano só deve ser utilizado quando houver resistência a todos os anteriores. 
O mecanismo de ação consiste na ligação da daptomicina a membrana celular bacteriana 
levando a rápida despolarização do potencial de membrana. 
 
 
INIBIÇÃO DA SÍNTESE DE ÁCIDO FÓLICO 
SULFONAMIDAS: atuam como inibidores competitivos da enzima bacteriana sintetase de 
dihidroperoato (exclusiva de bactérias) que catalisa (acelera) uma reação necessária à síntese de 
ácido fólico (molécula essencial para a síntese de precursores de DNA e RNA bacteriano). Possui 
impedimento bacteriostático, pois apenas impede o crescimento bacteriano, mas não causa 
morte. 
 
Possuem alta toxicidade seletiva, pois os humanos obtém ácido fólico de alimentos (amendoim, 
carne de fígado) e nele está o PABA (ácido paraminobenzoico), as células humanas também 
possuem proteínas transmembrana que realizam o transporte do ácido fólico. Já as bactérias 
precisam unir o PABA a uma pteridina e, através de uma sequência de reações é gerado o 
tetraidrofolato (cofator essencial para a síntese do DNA). 
 
São antibióticos bacteriostáticos que são capazes de inibir uma variedade de bactérias 
interferindo em uma reação bioquímica particular, que é essencial para a sobrevivência da 
bactéria, denominado ácido para aminobenzóico (PABA). Por se assemelhar ao PABA, as 
enzimas da bactéria são enganadas e isso resulta em uma inibição competitiva da atividade da 
enzima. 
 
TRIMETROPINA: são antagonistas do folato, potencializam a ação das sulfanilamidas. 
 
TESTE DE SENSIBILIDADE ANTIMICROBIANOS 
Durante o crescimento exponencial, todos os componentes celulares aumentam 
proporcionalmente ao aumento do número de células. Um desses componentes é a própria 
massa celular. As células dispersam luz, e um método rápido e bastante útil para estimar a massa 
celular é a turbidez. Uma suspensão celular exibe aspecto nebuloso (turvo) ao olho nu porque as 
células dispersam a luz que atravessa a suspensão. Quanto maior o número de células 
presentes, maior a quantidade de luz dispersa e, consequentemente, mais turva a suspensão. 
Uma vez que a massa celular é proporcional ao número de células, a turbidez pode ser utilizada 
para estimar o número de células através da comparação do recipiente com bactérias com uma 
solução de sulfato de bário (BaSO4) concentração 0,5 que possui a mesma turbidez de uma 
solução com 108 bactérias. Esse método é conhecido como escala de McFarland. 
 
O procedimento-padrão de determinação da atividade antimicrobiana corresponde ao teste de 
difusão em discos. Placas de Petri contendo meio ágar são inoculadas pelo espalhamento 
homogêneo de uma suspensão de cultura pura do patógeno suspeito sobre a superfície do ágar. 
Discos de papel-filtro contendo uma quantidade definida de um agente antimicrobiano são então 
depositados sobre a superfície do ágar (normalmente em micro gramas). 
 
Durante um período de incubação específico, o agente antimicrobiano se difunde do disco para o 
ágar, estabelecendo um gradiente; quanto mais o antimicrobiano se difunde para longe do papel-
filtro, menor é a concentração do agente. 
 
Uma zona de inibição (halo de inibição) é formada com um diâmetro 
proporcional à quantidade de agente antimicrobiano adicionado ao disco, à 
solubilidade do agente, ao coeficiente de difusão e à efetividade global do 
agente. Deve-se então medir o diâmetro do halo de inibição formado e 
compará-lo com uma tabela para se ter o resultado se a bactéria é sensível, 
intermediário ou resistente ao antimicrobiano. 
 
Uma concentração de 103 é dita contaminação. 104 é uma situação duvidosa, enquanto 105 é 
considerado infecção, para o teste de sensibilidade é preciso ter uma concentração de 108 
bactérias. Essa concentração é verificada pela turbidez: 
 
LISTA DE ANTIMICROBIANOS 
INIBIÇÃO DA SÍNTESE SE PAREDE CELULAR: 
- PENICILINAS E CEFALOSPORINAS: preferencialmente em gram-positivo; impedem que a 
última molécula da glicina se ligue ao quarto resíduo do pentapeptídeo, assim prejudicando a 
formação de peptidoglicana que compõe a parede celular. 
- BACITRACINA: contra gram-positivos; inibe especificamente a desfosforilação dos 
undecaprenol-pirofosfatos os quais estão envolvidos na síntese das cadeias lineares de 
peptidopolisacáridos. A bacitracina também inibe a síntese do ácido teicóico e o crescimento da 
parede celular de protoplastos incompletos. É ativa contra muitas bactérias gram-positivas 
incluindo Staphylococci, Streptococci, Clostridia e Corynebacterium diphtheriae; é também ativa 
contra Treponema pallidum e alguns cocos gram-negativos. 
- VANCOMICINA: somente em gram-positivo. A vancomicina é um antibiótico glicopeptídico 
tricíclico que inibe a biossíntese da parede celular em bactérias sensíveis, com elevada afinidade 
para os aminoácidos terminais da D-alanil-D-alanina unidades precursoras das paredes celulares. 
- CEFALOTINA: atua apenas em gram-negativo; é uma cefalosporina de primeira geração. Ela 
atua inibindo a síntese da parede celular bacteriana, interferindo nas etapas finais da formação da 
parede celular. Isso leva à lise e morte das bactérias sensíveis. 
- CEFTAZIDEMA/CEFTAZIDIMA: atua apenas em gram-negativo; é uma cefalosporina de 
terceira geração com atividade contra uma ampla variedade de bactérias. 
- CEFACLOR: O Cefaclor é um antibiótico cefalosporínico semi-sintético. 
- IMIPENEM: carbapenens; atua como um agente antimicrobiano através da inibição da síntese 
da parede celular de várias bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Mantém-se muito estável 
na presença de β-lactamase (penicilinase e cefalosporinase ambos) produzida por algumas 
bactérias, e é um forte inibidor de p-lactamases de algumas bactérias gram-negativas que são 
resistentes à maioria dos antibióticos β-lactâmicos. 
- AMPICILINA: atua apenas em gram-negativo; primeira penicilina semi-sintética que mostrou 
ação contra bacilos gram-negativos abrindo o campo de penicilinas de amplo espectro. 
- AMOXICILINA: inibe a síntese de parede celular; possui em sua estrutura química o grupo 
amino, o que faz com que esse fármaco também tenha um amplo espectro de atividade 
antibacteriana contra microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos. 
- CEFEPIME: apenas gram positivo. 
 
INIBIÇÃO DA SÍNTESE PROTEICA 
- AZITROMICINA: macrolídeo; Quimicamente, deriva da inserção de um átomo de azoto no anel 
lactona da eritromicina A. Atua por inibição da síntese proteica bacteriana, por ligação à 
subunidade ribossômica 50S impedindo a translocação de peptídeos. 
- CLORANFENICOL: atuam em gram-positivo e gram-negativo, possivelmente tóxico; é 
lipossolúvel, o que lhe permite difundir-se através da membrana celular bacteriana. Em seguida, 
liga-se reversivelmente à proteína L16 da subunidade 50S dos ribossomas de bactérias, onde a 
transferência de aminoácidos para o crescimento de cadeias peptídicas está impedido (talvez 
através da supressão da atividade de peptidil transferase), inibindo assim a formação de ligação 
peptídica e a síntese proteica subsequente. 
- ERITROMICINA:

Mais conteúdos dessa disciplina